revista médico 102

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A SAÚDE PRECISA DE MÉDICOS EFETIVOS

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Page 1: Revista Médico 102

A sAúde precisA de médicos efetivos

Page 2: Revista Médico 102

BRASÍLIA - DF 0800 2820 454

Dr. Haroldo Christo - Coord. Acadêmico

Médico do Minas Tênis Clube -

Dr. Marconi Gomes da SilvaCardiologista / Méd. Esporte / Pres. SMEXE

Dr. Fabiano AraújoMestre e Doutorando USA

Dr. Walter Taam Filho - Responsável Técnico da Pós

CRM-RJ 52.28384-6 - Doutor em Ciência de Alimentos pela UFRJ

Dr. Salim KanaanMestrado em Ciências Biológicas (Bio�sica)pela UFRJ - Prof. Adjunto da UFF

Dr. Artur LemosPres. Assoc. Méd Brasileira de Oxidologia Cardiologista

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Dr. André Nóbrega PitalugaPós Doutorado e Doutor em Biologia Celular e Molecularpela Fundação Oswaldo Cruz

Dr. Décio Luis AlvesMestre em Med. Fac. de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Drª. Luciana BorgesDoutor IFF/Fiocruz

Dr. Mohammed Behnam Talebipour S. Mestre UFMG - CRM-MG 30101

Dra. Cris�ane Rocha Mestre UFMG

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Sucesso Absoluto

PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSO

46ª Turma no Brasil

10 e 11maio/2014

Page 3: Revista Médico 102

3Edição nº 102

A sAúde que sofre dA mesmice

Em uma relação causa-efeito, não é difícil compreender porque a saúde pública do Distrito Federal continua sua trajetória de de-clínio, ao ponto de levá-la ao topo das preocupações da popu-

lação. Esse movimento de decadência está umbilicalmente ligado a um modelo de gestão que não conseguiu reverter esse quadro negativo nos últimos três anos, sustentado em medidas paliativas, provisórias e periféricas ao problema central: prover a população de recursos para ser bem atendida nas unidades da saúde da capital do país.

Enquanto os hospitais e centros de saúde são relegados em importância, o GDF sustenta sua atuação no setor, por meio de pro-gramas desenvolvidos e financiados pelo governo federal que não suprem as carências da comunidade. Acabam se tornando muito mais instrumentos da propaganda oficial, que destoa em realidade das matérias veiculadas nos jornais, nas quais o caos de atendimento é o cotidiano da verdade. Um exemplo prático disso são os mamógrafos que proliferam sobre rodas e inexistem nos hospitais, .

A população sabe o que quer quando reclama das filas e da precariedade do atendimento. Ela pede uma rede de atendimento sólida e capaz de prover com soluções para os seus momentos de enfermidade, 24 horas por dia. Não ficar correndo atrás de carretas, mendigando por um pouco de dignidade e atenção.

O problema não é difícil, mas precisa ser enfrentado com coragem e responsabilidade. O que falta para resgatar a qualidade do sistema pú-blico distrital são investimentos nos insumos que levem saúde aos pacien-tes. Entre eles, a principal é a oferta de médicos capacitados para prestar esse atendimento de maneira continuada e compromissada.

Desde o primeiro semestre do ano passado, o Sindicato dos Mé-dicos do DF vem cobrando do GDF a realização de concurso público para a contratação de profissionais efetivos para a rede. Isso embasado pela reformulação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (Novo PCCS), que permitiu, principalmente nos níveis iniciais da carreira, ter um valor de re-muneração mais ajustado à realidade do mercado, para reter os médicos recém-chegados ao sistema.

Pois bem, passados mais de seis meses, até o presente momento o Governo do Distrito Federal sequer movimentou-se para reabastecer os quadros da Secretaria de Saúde com profissionais em número sufi-ciente para atender a demanda represada nas unidades de atendimento. Uma escassez que já beira mais de quatro mil profissionais, segundo dados do próprio GDF, publicados no Diário Oficial do DF.

A saúde precisa de medidas efetivas, consistentes e sustentáveis para conseguir algum tipo de êxito em termos de qualidade. Enquanto isso, o Secretaria de Saúde lança mão de expedientes muito menos eficazes, como a publicação de editais para a contratação de médicos temporários, demonstrando claramente a visão e a preocupação de curto prazo que o governo local tem com a saúde da população.

Ainda há tempo para que o governo comece a promover um pro-cesso de ruptura com esse movimento descendente na qualidade dos ser-viços disponibilizados aos moradores do DF, por meio da contratação de médicos efetivos via concurso público. Profissionais selecionados, capacita-dos e compromissados em assumir uma carreira que se dedica a atender os mais necessitados que só possuem a rede pública para cuidar da sua saúde.

ediToriAL

Page 4: Revista Médico 102

Revista

Vice PresidenteDr. Carlos Fernando da Silva

PresidenteDr. Marcos Gutemberg Fialho da Costa

Secretário GeralDr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso

2º SecretárioDr. Ronaldo Mafia Cuenca

TesoureiroDr. Gil Fábio de Oliveira Freitas

2º TesoureiroDr. Luís Sales Santos

Diretor JurídicoDr. Antônio José Francisco P. dos Santos

Diretor de InativosDr. Francisco José Rossi

Diretor de Ação SocialDr. Eloadir David Galvão

Diretor de Relações IntersindicaisDr. Augusto de Marco Martins

Diretor de Assuntos AcadêmicosDr. Jair Evangelista da Rocha

Diretora de Imprensa e DivulgaçãoDrª. Adriana Domingues Graziano

Diretora CulturalDrª. Lilian Suzany Pereira Lauton

Diretor de Medicina PrivadaDr. Francisco Diogo Rios Mendes

Diretores AdjuntosDr. Antônio Evanildo AlvesDr. Antônio Geraldo da SilvaDr. Baelon Pereira AlvesDr. Bruno Vilalva MestrinhoDr. Cezar de Alencar Novais NevesDr. Filipe Lacerda de VasconcelosDr. Flávio Hayato EjimaDr. Gustavo Carvalho DinizDr. Paulo Roberto Maranhas MeyerDr. Ricardo Barbosa AlvesDr. Tiago Sousa Neiva

Conselho FiscalDr. Cantidio Lima VieiraDr. Francisco da Silva Leal JúniorDrª. Josenice de Araujo Silva GomesDr. Jomar Amorim FernandesDr. Regis Sales de Azevedo

Conselho EditorialDrª. Adriana GrazianoDr. Gil Fábio FreitasDr. Gutemberg Fialho

Produção de conteúdosAzimute Comunicação

Projeto Gráfico e EditoraçãoStrattegia/DSG

Diagramação e CapaStrattegia/DSG

Anúncios+55 (61) 3447-9000

Tiragem 12.000 Exemplares

GráficaCharbel

SindMédico-DFCentro Clínico MetrópolisSGAS 607, Cobertura 01, CEP: 70200 - 670Tel.: (61) 3244-1998 Fax.: (61) [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores.

Alexandre Bandeira - RP: DF 01679 JPEditor Executivo

6 16Geraldo ferreira, presidente da fenam

enTrevisTA cApAmédicos em campanha:

concurso público já!

8 poLíTicAfenam faz companha por candidaturas médicas

18sindicAisA nova onda do governador:

Televisão e fita colorida

10jurídicomulta diária de r$ 1 mil para

quem atrapalhar aposentadorias

20 supLemenTArnovo alerta aos planos de saúde será reaiizado em abril

14 AconTeceumédicos do trabalho realizam oficina sobre perícia previdenciária

22reGionAissindmédico na cidade

24 28

opin ião5 esTrATéGiA21 vinhos28 LiTeráriAs30

vidA médicA especiALcães, gatos e outros bichos A contragosto, crm/df prepara

mudança para nova sede.

sumário

Page 5: Revista Médico 102

5Edição nº 102

Dr. Antonio José Francisco Pereira dos Santos

Antonio José Francisco Pereira dos Santos é médico aposentado da SES/DF e do Ministério da Saúde e Diretor Jurídico do SindMédico-DF

opin ião

As coresdA disTopiA

Apesar dos mais de vinte anos de existência, o Sistema Único de Saúde (SUS) não conseguiu, até o momento, instituir o fluxograma de funcionamento ideal, qual seja, a descentralização dos serviços de saúde, priori-

zando, como estipulado na Conferência de Alma Ata (Cazaquistão, setembro de 1978). Sem isso, não conseguiu atingir uma de suas premissas básicas, que é a universalização do atendimento. O sistema continua sendo uma utopia.

Sem a atenção primária e a prevenção em saúde, nas-ceu o caos – o hospitalocentrismo – que, não raramente, compromete o atendimento dos casos de emergências e ur-gências médicas, pois o funcionamento das unidades bási-cas de atendimento é insuficiente ou inexistente. Em 2002, o Ministério da Saúde criou, por meio da Portaria 2048/MS, o Acolhimento Com Classificação de Risco (ACCR), com a fina-lidade de organizar o fluxograma.

Mas as normas e orientações técnicas surgem em velo-cidade imensamente superior à adequação das redes públicas locais e regionais para o acolhimento dos pacientes conforme a premência do cuidado necessário. O resultado é que os pacien-tes permanecem nas emergências dos grandes hospitais, porque sabem que ali há médicos para atendê-los, apesar de não serem em número adequado à demanda da população.

Os marcadores de prioridade vermelha, laranja e amare-la não garantem o atendimento no prazo adequado ou sequer prometido ao paciente. Aos demais usuários, ainda sob o critério de gravidade, cabem as cores verde e azul, as quais significam, mais que indiretamente, que devem procurar outros locais para atender suas necessidades. Eis um dilema ético, moral e legal: o médico não pode negar socorro a um paciente, mas os gestores, secretários e ministros da saúde pode fazê-lo?

O Ministério da Saúde criou, também, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que deveriam funcionar como inter-mediárias entre o atendimento básico e os hospitais. No entanto, em vez de porta de entrada para as emergências dos hospitais, elas se tornaram extensões delas, utilizando também o sistema de classificação de risco. Em nada mudou a estatística de que sete entre 10 pacientes nas salas de espera dos prontos-socorros necessitam de cuidados não emergenciais ou urgentes.

A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) decidiu, então, adotar – a partir de janeiro deste ano – o uso de pulseiras, nas mesmas cores da classificação de risco, atribuin-do a elas um suposto “papel didático” e incentivando os usuá-rios não graves a procurar atenção em outro lugar. Aos que não residem nos limites geográficos do DF, a mensagem é que não esperem atendimento nos hospitais púbicos da cidade.

Uma simples pulseira tem algum efeito real para resolver o caos do atendimento nos prontos-socorros e UPAS? A resposta é clara: não. Se não houver profissionais e recursos físicos e materiais suficien-tes – tanto na atenção básica, quanto nos hospitais – não há solução possível para que o SUS cumpra plenamente sua função. Outrossim, caberia aos usuários, como afirmado em recente entrevista concedida à TV Record pelo secretário adjunto de Saúde, principalmente aos do entorno, procurar por conta própria solução para suas demandas?

Em qualquer lugar do mundo, é nos grandes centros que as populações periféricas buscam o suprimento das suas ne-cessidades no que não é disponível em seus locais de origem. Constitucionalmente, o SUS (Artº 197 CCF/88 “Saúde é direito do povo e dever do Estado”) é obrigado a seguir as premissas de Universalidade e Equidade.

Brasília tem número de médicos muito mais que suficiente para preencher as vagas existentes no sistema público de saúde e, agora, as condições salariais para preenchê-las. Se o governo tiver a coragem de realizar a utopia da universalidade e da equidade, vai, antes de qualquer outra coisa, contratar o profissional para atender o paciente, tanto nas unidades de atenção básica quanto nos ambulatórios e prontos-socorros.

Os protocolos de classificação de risco não podem se prestar a ser sistema de castas. A promoção da saúde é instru-mento de inclusão social, não pode justificar qualquer tipo de exclusão. Da forma que é proposta, a classificação dos pacientes com as pulseiras coloridas remete diretamente ao sistema de co-res das castas de Aldous Huxley, em Admirável Mundo Novo. Sob essa ótica, o serviço público de saúde que se propõe nada tem de utopia, ao contrário, é a realização plena da distopia.

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6 Revista Médico

Revista Médico – Qual é a proposta da campanha Saú-de: Nossa Voz no Legislativo?

Geraldo Ferreira – A ideia é fazer nascerem candida-turas oriundas do movimento médico. Temos os exemplos do Paulo Davim (PV/RN) e do Eleuses Paiva (PSD/SP), que começaram suas trajetórias políticas no movimento médico. Reconhecemos a ajuda que tivemos, em episódios recentes, de diversos parlamentares, mas esses dois foram, efetiva-mente, nossas vozes dentro do Congresso Nacional. Davim, que era da Associação Médica do Rio Grande do Norte, teve o apoio do sindicato, das associações e demais entidades médicas e foi eleito, pela primeira vez em 2002, como legíti-mo representante da classe médica. Eleuses, eleito em 2006, também é oriundo da Associação Médica de São Paulo. Foi nas associações que ocorreram os primeiros movimentos pe-las candidaturas médicas. Hoje, essa bandeira está com os sindicatos. Precisamos do apoio de cada médico.

Revista Médico – Quando surgiu essa proposta?Geraldo Ferreira – Ela foi aprovada no Congresso Extra-

ordinário da Fenam no ano passado, no Rio de Janeiro. Mas é um tema recorrente entre as entidades. Precisamos ter representantes próprios, como têm os professores e petroleiros, por exemplo. Antes do Rio, o assunto foi discutido no congresso do Rio Grande do Norte, em 2011. Foi uma proposta do presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, o Gutemberg Fialho. Teve muito apoio, mas não foi consenso. Com as agressões contra os médi-cos, no ano passado, retomamos a proposta.

Revista Médico – Pelo menos no Congresso Nacional os médicos são muitos.

Geraldo Ferreira – Em todas as legislaturas nós fica-mos com a segunda maior bancada, apenas os advogados superam o número de médicos, mas a maioria coloca os com-

promissos partidários acima das nossas causas. Ao longo dos anos, estamos vendo a degradação do sistema de saúde e gestores subsequentes não trabalham para reverter o quadro. Isso vem se acumulando há anos e já era motivo de desgaste nas relações com os governos. Este governo foi pior ainda, porque agrediu toda a categoria. Por isso, vamos trabalhar pelas candidaturas das nossas bases, para que não fechem posição favorável a toda e qualquer ação governamental. Para realizar essa proposta, precisamos do apoio e da unidade da classe médica.

Revista Médico – Qual é o perfil do candidato ao qual a Fenam dará aval?

Geraldo Ferreira – Entendemos que ele, ou ela, precisa ter raízes muito bem firmadas no movimento médico; deve ter liderança e ter participado de gestões das entidades, em especial no movimento sindical; precisa ter familiaridade com a defesa das bandeiras da classe médica; deve ter posição lúcida e clara contra propostas de governo que agridem os interesses da classe médica; deve ser coerente na defesa e na busca de avanços para a saúde pública e para a classe mé-dica. Não podemos cair no erro de apoiar candidaturas sem histórico no movimento médico.

Revista Médico – Esse apoio se estende a médicos filiados a qualquer partido? Mesmo àqueles que apoiam o atual governo federal?

Geraldo Ferreira – Nossos representantes têm que estar em sintonia com a resolução do congresso do Rio de Janeiro, de ruptura com este governo e de repúdio a Dilma Rousseff. É muito difícil apoiar candidatos da base do governo. A percepção geral da classe é que estamos em conflito com o governo. A classe médica foi afrontada, agredida, não seria coerente apoiar quem compactua com quem fez isso.

GuinAdApoLíTicAApesar de comporem a segunda maior bancada profissional do Congresso Nacional, os médicos têm sofrido sérios revezes no panorama legislativo e político. Também não foram muitas as vozes no parlamento que ousaram se levantar contra as ações do governo federal contra a classe. As estru-turas do movimento médico foram chacoalhadas em 2013 e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) se esforça para uma guinada mais forte para o campo político. Segundo o presidente da entidade, Geraldo Ferreira, a prioridade agora é politizar a categoria e trabalhar pela eleição de representantes das bases do movimento médico.

enTrevisTA Geraldo Ferreira - Presidente da FENAM

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7Edição nº 102

Revista Médico – No congresso do Rio de Janeiro tam-bém não houve consenso em relação ao posicionamento po-lítico da Fenam. O que mudou entre 2011 e 2013?

Geraldo Ferreira – Cada congresso tem suas característi-cas. Até o ano passado, as decisões eram consensuais. Tentava-se não desagradar ninguém. Isso provocava uma paralisia na en-tidade. É claro que as posições divergentes têm que ser respei-tadas, mas a vontade da maioria tem que prevalecer – isso faz parte do jogo democrático. A construção do consenso absoluto pode acontecer e isso é desejável, mas isso não pode significar inoperância e paralisia. A Fenam, que estava distanciada da ação porque só tomava decisões por consenso absoluto, tornou-se mais ativa e dinâmica.

Revista Médico – Como a Fenam vai conduzir essa cam-panha pela eleição de médicos?

Geraldo Ferreira – A princípio, estamos fazendo pales-tras e visitas aos estados, incentivando e articulando com os sindicatos discussões sérias sobre essa questão. A recepção tem sido muito boa. Os médicos querem representação de uma bancada eleita por médicos e voltada aos interesses dos médicos. A questão não é só votar em médicos, é eleger médi-cos. O voto da categoria não pode ser pulverizado. Estaremos alinhados com os sindicatos de base. Vamos apoiar os candi-datos que eles sacramentarem, participar das campanhas e subir em palanque junto com eles. Vemos candidaturas fortes surgindo em diversos estados, como Piauí, Amazonas, Distrito Federal, Rio Grande do Norte. Todos colegas com condições de defender nossas bandeiras.

Revista Médico – Por que a Fenam criou uma Comissão de Assuntos Políticos (CAP) separada do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB)?

Geraldo Ferreira – Tínhamos muitas comissões conjun-tas. A CAP era uma delas e houve uma decisão unilateral do CFM de trabalhar individualmente, depois do distanciamento que houve no episódio da negociação para a votação da Me-dida Provisória do Mais Médicos. Nem a AMB, nem a Fenam aceitaram participar dessas negociações, porque entendemos que não poderíamos abrir mão das nossas posições. Com a

criação da CAP Fenam, temos muita tranquilidade para fazer análises com mais agilidade, porque antes tudo dependia de consenso absoluto, novamente. Nada impede que as três enti-dades se reúnam para ações conjuntas – a maioria das causas é de interesse mútuo.

Revista Médico – Como foi a conversa com a Ramona Rodriguez quando ela estava refugiada no Congresso Nacional?

Geraldo Ferreira – Logo depois de tomar conheci-mento da situação dela, fomos convidados ao gabinete da liderança do DEM (Democratas). Eles nos pediram ajuda para garantir que ela não fosse obrigada a retornar para a ditadura cubana, porque seria alvo de perseguição. Disponibilizamos auxílio jurídico e até mesmo hospedagem. Ela confirmou ex-plicitamente denúncias de exploração brutal dos trabalhado-res e a situação escandalosa dos cubanos em comparação às condições oferecidas aos bolsistas de outras nacionalidades. A posição dela é justa.

Revista Médico – Ela deu alguma informação de que não se tivesse conhecimento sobre a participação no progra-ma Mais Médicos?

Geraldo Ferreira – Ela nos mostrou algo gravíssimo: em nenhum ponto, o contrato assinado para a participação no programa explicita que está sendo contratado um médico, mas sim um profissional da saúde. Em Cuba, existem três tipos de cursos na área médica, que vão de 2,5 mil horas aulas a 7 mil – o que é mais próximo à formação no Brasil. Fora alguns que são mostrados como padrão dos que foram trazidos para atuar no país, são os que têm o curso de menor duração que estão sendo trazidos para cá. E as denúncias de erros come-tidos por alguns deles dão a entender que não são médicos. Por isso o governo federal não quis que fizessem o Revalida. Ela (Ramona) deu uma importante contribuição ao movimento médico brasileiro.

Revista Médico – Os parlamentares que mais se desta-cam na defesa dos médicos no Congresso Nacional pertencem a partidos de direita. O senhor não teme que as entidades e médicos em geral sejam rotulados por isso?

Geraldo Ferreira – Na bancada temos médicos espa-lhados por todos os partidos. Não podemos colocar a qualifi-cação ideológica do médico como de esquerda ou de direita simplesmente ou dividi-los entre um time e outro. No perfil geral, o médico é um liberal que acredita na liberdade da economia, mas que tem sensibilidade social, até pela natureza de sua atividade. O médico é a favor do mérito, por isso não é a favor de distribuição indiscriminada de privilégios, nisso é conservador. O médico compreende a situação de crise que se vive e defende educação, trabalho e saúde como garantias básicas que o Estado tem obrigação de dar a todos os cida-dãos. Sobretudo, politicamente, o médico é um democrata, contra o Estado autoritário.

vamos trabalhar pelas candi-daturas das nossas bases, que não fechem posição favorável a toda e qualquer ação governa-mental. Para realizar essa pro-posta precisamos do apoio e da unidade da classe médica.

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8 Revista Médico

poLíTicA

médicos miLiTAres poderão Ter víncuLo púbLico civiL

No dia 15 de março, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMé-dico-DF) receberá o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS) para falar sobre representação política de médicos no Legislativo brasileiro. A atividade faz parte do programa Saúde: Nossa Voz no Legislativo, promovido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), com o objetivo de despertar a consciência da classe médica para a importância de sua participação política.

A proposta original do programa foi feita pelo presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, no XI Congresso Nacional da Fenam, em maio de 2012, em função dos entraves e reveses políticos na área da saúde e, em especial, em relação à classe médica, mesmo antes da gestão da presidente Dilma Rousseff. O conflito com o governo federal sobre as políticas de saúde motivou a retomada da ideia pela Federação, que tornou público o repúdio à administração de Dilma.

Agora, com o apoio dos sindica-tos, a Federação promove encontros en-tre médicos e parlamentares ao redor do país. Em eventos realizados no Piauí e no

O Congresso Nacional aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 122/2011, do senador licenciado e atual mi-nistro da Pesca Marcelo Crivella, que permi-te aos profissionais de saúde das Forças Ar-madas acumularem outro cargo público, no âmbito civil. A nova lei beneficiará cerca de 3,5 mil médicos de carreira, que, pela legis-lação atual, depois da reforma, aos 50 anos, perdem suas aposentadorias se assumirem outro emprego. Com a mudança, serão re-formados aos 55 anos e poderão acumular a aposentadoria e os novos vencimentos.

Amazonas, Mandetta (DEM/MS) e o depu-tado estadual Luiz Castro (PPS/AM) foram os parlamentares participantes. Com esses eventos, a Fenam espera contribuir para a construção de uma bancada de parla-mentares ligados à classe. Por isso, além de estimular os profissionais a se candidatar a cargos públicos, também será incentivado o voto em políticos que se proponham a defender as bandeiras médicas.

Segundo o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, já se percebe uma dis-

posição entre os médicos de colaborar com as candidaturas.

Nas palestras que já foram realizadas, o presidente da Fenam ressaltou que a revolta com a forma como a classe médica está sen-do tratada e como a saúde pública está sendo conduzida não diminuiu desde os confrontos do ano passado. “A percepção geral é a de que este governo tem a marca da hostilidade contra os médicos”, destaca Geraldo Ferreira. A federação não definiu apoio a nenhum dos pré-candidatos à Presidência da República.

Gutemberg Fialho e Carlos Fernando participaram da inauguração do programa, no Piauí.

Crivella afirma que a PEC se propõe a conter a evasão de médicos do serviço militar ao possibilitar que aumentem sua renda. Para atender à atual demanda, as Forças Armadas têm 3 mil profissionais em regime temporário. A pedido do Ministério da Defesa, o militar que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, como forma de assegurar a prioridade do vínculo militar sobre qualquer outro. Caso o militar tome posse em cargo, emprego ou função públi-ca civil temporária, ele poderá permanecer

médicos nA poLíTicACom programa naCional, a Federação naCional dos médiCos (Fenam) pretende inCentivar Candidaturas e voto em médiCos para o legislativo

na ativa, mas sem direito a promoções se-não por antiguidade.

A PEC terá repercussão direta nos estados que não permitem duplo vínculo para profissionais de saúde da Polícia Mi-litar e do Corpo de Bombeiros. No Distri-to Federal, onde o Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF) obteve, há anos, por via administrativa, que os médicos nessa si-tuação não tivessem que fazer opção por um ou outro vínculo, a situação será final-mente apaziguada, sem que haja novos questionamentos ou percalços.

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9Edição nº 102

mAis de umA cenTenA de bAixAs no Mais Médicos

ATuAção empresAriAL de chioro é ALvo de invesTiGAção

Tudo o que Todos já sAbem

O diretor Jurídico do SindMédico-DF, Antonio José dos Santos, que repre-senta a entidade na Federação Nacional dos Médicos como diretor de Formação Profis-sional e Residência Médica, participou de visita à médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos em fevereiro, refugiou-se no gabinete da liderança do partido Democratas (DEM) no Congresso Nacional e expôs um movimento de debandada de intercambistas.

Em entrevista coletiva, no dia 6 de maio, ela afirmou ter sido convidada para tra-balhar no território brasileiro no fim de 2012. Disse que recebia apenas US$ 400 por mês e outros US$ 600 seriam depositados mensal-mente em uma conta em Cuba e entregues aos profissionais somente após o término do contrato com o governo brasileiro.

Ramona também acionou a Justi-ça Trabalhista para pedir indenização por danos morais e receber a diferença do sa-lário de R$ 10 mil oferecido pelo governo brasileiro, que, segundo a médica, não foi pago a ela durante os quatro meses em que trabalhou no país.

Antes de assumir o Ministério da Saúde, o ex-secretário de saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro foi levado a Cuba pela presidente Dilma Rou-sseff, a título de deixar claro que o atual ministro vai dar continuidade ao programa que é destaque na campanha pela reelei-ção para a presidência e pela conquista do governo do estado de São Paulo.

Petista de carteirinha, Chioro ocu-pa cargos nos governos federal e municipal (também nas mãos do Partido dos Trabalha-dores) desde 2003. Antes de assumir o Minis-tério, era presidente do Conselho de Secre-tários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, que reúne gestores de 645 municípios.

Ao mesmo tempo, era sócio majori-tário da Consaúde Consultoria, Auditoria e

Instituída no âmbito do Senado Fe-deral, a comissão temporária destinada a propor soluções ao financiamento do sis-tema de saúde do Brasil (CTS) encerrou os trabalhos em dezembro. O relatório não tem densidade para ser mais que recheio de pasta dos arquivos do parlamento.

No entanto, os senadores partici-pantes da comissão reconheceram o dé-ficit do financiamento da saúde em torno de R$ 45 bilhões anuais.

Também reconheceram que esse valor “corresponde e vai ao encontro do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que tramita atualmente na Câmara dos Depu-tados, estabelecendo que 10% das Recei-tas Correntes Brutas (RCB) da União sejam definidos para o setor da saúde.”

Visita da Fenam a Ramona, na liderança do DEM.

“Os líderes do DEM nos pediram ajuda para que, obtendo asilo no país, Ramona pudesse se manter. Oferecemos ajuda para ela se manter enquanto se preparasse para a prestação do Revalida e pudesse exercer a medicina de maneira regular”, informou Antonio José.

O valor da bolsa que Ramona pre-tende questionar na Justiça pode estar subestimado. Em dezembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu esclarecimen-tos ao Ministério da Saúde sobre possíveis irregularidades verificadas no convênio com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), responsável pelo convênio com o

Planejamento Ltda., que presta serviços a di-versas prefeituras, inclusive no estado de São Paulo – conduta imprópria para ocupantes de cargos públicos. Em setembro de 2013, a promotora Taciana Trevisoli Panagio instau-rou um inquérito civil público para apurar se há violação ao princípio da administração pú-blica no fato de Chioro acumular a função de diretor da empresa e de secretário de Saúde.

As consultorias dos petistas em seus negócios particulares já renderam dores de cabeça ao governo: o ex-ministro Antonio Pa-locci foi demitido do cargo após se envolver em escândalo referente à evolução patrimo-nial de consultoria de sua propriedade. O mi-nistro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) foi investigado pela Comissão de Ética Pública da presidência pelo mesmo motivo.

governo cubano para a vinda de trabalha-dores daquele país para atuar no programa Mais Médicos. A primeira questão refere-se ao valor pago, por médico, ao regime cas-trista, que seria integralmente pelo teto de R$ 30 mil por profissional e não pela pos-sível variação entre o piso de R$ 10 mil e o teto previstos no contrato.

O caso de Ramona ganhou repercus-são e começou a desnudar a fragilidade do eleitoreiro programa Mais Médicos para o Brasil. Até o dia 11 de fevereiro, 27 cubanos haviam abandonado o programa, sendo que cinco deles não voltaram para a ilha e para o tacão do regime totalitário castrista, que re-cebe apoio financeiro, a expensas do contri-buinte brasileiro, do governo Dilma Rousseff.

Na internet, as tropas de choque do partido da presidente insistem em atribuir as deserções à conspiração das entidades médicas com partidos de direita e iniciati-vas do governo dos Estados Unidos para cooptação de profissionais da saúde cuba-nos. Ninguém se propõe a explicar os 89 bolsistas considerados faltosos, prestes a serem desligados do programa.

Page 10: Revista Médico 102

10 Revista Médico

jurídico

defAsAGem do fGTs enTre 1999 e 2013pode cheGAr A 88%

O presidente do Sindicato dos Mé-dicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, e integrantes da asses-soria jurídica falaram para cerca de 120 médicos, que se reuniram em assembleia, no dia 30 de janeiro. O tema foi a Ação Rescisória, de 19 de dezembro de 2013, pela qual o Governo do Distrito Federal (GDF) tenta fazer a reversão de aposen-tadorias obtidas pela contagem diferen-ciada de tempo trabalhado em condições insalubres garantida pelo Mandado de Injunção 836, de 2009.

“Os que já foram aposentados podem ficar tranquilos. A reversão não é possível. Quem for pressionado por inti-mação ou pressão direta da Secretaria de

Milhares de trabalhadores brasilei-ros têm sido prejudicados por um cálculo de correção dos saldos de Fundo de Ga-rantia por Tempo de Serviço (FGTS) abaixo da variação inflacionária. A correção men-sal dos depósitos no FGTS é feita com base na Taxa Referencial (TR), acrescida de juros de 3% ao ano, o que, segundo especialis-tas, seria insuficiente para recompor per-das diante da inflação. A defasagem pode chegar a 88% no período de 1999 a 2013.

Saúde deve procurar a assessoria jurídica”, afirmou Gutemberg.

Multa e prisão – Gutemberg Fialho também anunciou que a 2ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, em 22 de janeiro, mandou que o GDF se manifestasse sobre o descumprimento do MI 836 (com prazo de cinco dias já decorridos) sob pena de impo-sição de multa diária e outras penalidades previstas em lei, até a prisão do responsável pelo sobrestamento dos processos de apo-sentadoria. A multa por descumprimento foi arbitrada em R$ 1 mil por dia, não só para os réus da ação, mas para todos os agentes ad-ministrativos ou políticos que tiverem dado causa ao descumprimento.

Os médicos sindicalizados devem

insistir na continuidade dos processos sobrestados junto aos departamentos de recursos humanos das regionais em que estiverem lotados, fazendo a requisição por escrito, à qual deve ser anexada cópia do despacho do juiz (ambos disponíveis na sede do sindicato).

Custeio de pareceres – A assem-bleia também aprovou a contribuição ex-tra de R$ 250 para custeio de pareceres de especialistas em Direito Previdenciá-rio e Constitucional. São peças jurídicas de custo elevado, porém indispensáveis, que serão anexadas aos processos ava-liados pelo STF, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e pelo Tribunal de Contas do DF.

O “presente de Agnelo” anunciado no final do ano foi alvo de duras críticas em assembleia realizada na sede do SindMédico-DF, em janeiro.

Por isso, a exemplo do que estão fazendo dezenas de milhares de pessoas em todo o Brasil, a assessoria jurídica do SindMédico-DF vai ingressar com ação revisional na Justiça para pleitear a recu-peração das perdas, com o objetivo de re-compor o saldo dos sindicalizados.

A Advocacia Riedel informa que a correção só se dará sobre os rendimentos inadequadamente corrigidos e não sobre o montante do saldo. As ações serão pro-

AposenTAdoriAsnão serão reverTidAsGdf faz manobras, mas o sindicato montou “cerco jurídico” para preservar médicos

postas contra a Caixa Econômica Federal de forma individualizada ou coletiva.

Todos os trabalhadores que têm ou tiveram conta vinculada ao FGTS a partir de janeiro de 1999 podem requerer seus direi-tos, inclusive aqueles que já tenham sacado o dinheiro do fundo. O tribunal competente para julgamento é o de Justiça Federal.

Documentos necessários para ajui-zar a ação: Identidade, CPF, Carteira de Tra-balho e extratos do FGTS de 1999 a 2013.

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inobservânciA de prAzos pode prejudicAr defesAs

A diretoria Jurídica do SindMédi-co-DF alerta os médicos sindicalizados para a observância dos prazos para a ela-boração e apresentação de defesas tanto para casos de processos administrativos quanto judiciais. A equipe da Advocacia Riedel notificou a diretoria sobre casos em que os médicos têm apresentado suas causas com prazo exíguo para a prepara-

ção dos advogados. O médico deve tratar as intimações e notificações com a urgên-cia devida. O sindicato solicita ao colega que, ao receber intimação judicial ou notificação de processo administrativo, agendem imediatamente uma consulta com os advogados para dar a eles todos os elementos e o tempo necessário para a elaboração de uma boa defesa.

viTóriA em Ação de devoLução de imposTo de rendA

bArriGA jurídicA

desconTo indevido de GAb e GceT

Os médicos que fazem parte do grupo do precatório 449/94 podem come-morar uma conquista extremamente im-portante para reaver o Imposto de Renda retido indevidamente à época em que re-ceberam os valores que lhes eram devidos pelo governo. Foi obtida na ação judicial promovida pelo Sindicato dos Médicos do

Existe uma expressão no jor-nalismo que significa a publicação de notícia incorreta – a “barriga” às vezes, provocada pela voracidade pelo “furo”, pela excitação do jornalista, pelo pouco conhecimento do meio ou do assunto em questão ou, ainda, por declarações equivocadas de fontes que desconhecem as implicações dos fatos que lhes são re-latados ou que não tiveram tempo para fazer uma análise adequada deles.

Foi o que ocorreu no caso da ação de Inconstitucionalidade julgada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Fe-deral e Territórios (TJDFT) em relação à aplicação do teto constitucional aos salários dos servidores do Governo do Distrito Federal (GDF).

O julgamento do TJDFT não con-testa nem anula a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que mandou separar os vínculos dos médicos para a aplica-ção do teto. O que foi questionado pelo Ministério Público, que moveu a ação, foram as instruções normativa que ex-trapolou a ordem judicial e estendeu a outras categorias profissionais e a ocu-pantes de cargos comissionados o que o STJ reconheceu ser direito dos médicos. Mesmo depois de questionado da incor-reção da primeira instrução normativa, a correção feita pelo governo excluiu os comissionados, mas manteve outros profissionais – o que permanecia fora do escopo da decisão do STJ.

Em respeito ao Estado de Direito, o GDF deve cumprir o que determinou o Superior Tribunal de Justiça.

Nova vitória judicial do SindMédi-co-DF em benefício dos médicos sindicali-zados. A 7ª Vara de Fazenda Pública do DF mandou expedir os precatórios referen-tes ao desconto indevido da Gratificação de Ações Básicas em Saúde (GAB) e da Gratificação por Condições Especiais de Trabalho (GCET) em períodos de férias e

DF junto à 7ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal.

Os valores a serem ressarcidos, hoje, ultrapassam R$ 200 mil para cada um dos médicos participantes do grupo. O GDF ainda pode recorrer. Resta aguar-dar a tramitação do recurso e trânsito em julgado da ação.

licenças previstas em lei, no período de 2005 a 2012. Os médicos sindicalizados que foram prejudicados pelo desconto in-devido e participam da ação judicial de-vem levar cópias dos contracheques ou fichas financeiras ao Departamento Jurídi-co do sindicato para que sejam anexados aos processos.

difAmAdor de médicoé condenAdo

No dia 15 de janeiro, o 3º Juiza-do Especial Criminal de Brasília conde-nou José Luís Garcia Mir, autor do livro O Caso Tancredo Neves – O Paciente, a pena de 30 horas de serviços à comuni-dade por injúria sofrida pelo radiologista Gilnei Godoi Guimarães, que fez parte do

corpo médico que atendeu o ex-presi-dente. A pena é leve diante do peso da agressão infringida.

O radiologista ainda move ação inde-nizatória, na esfera cível, na qual solicita com-pensação financeira pelo dano moral causado à sua imagem e reputação profissional.

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12 Revista Médico

jurídico

GAB e GCET – manutenção do pagamento em períodos de férias e licenças previstas em lei – OS 2010/01825 – Deferida a liminar em 24/08/2010. Sentença procedente em 04/07/2011. Aguardando processamento do recurso do DF.

Lei da Transparência – Divulgação do nome, remunera-ção e lotação do servidor na internet – OS 2012/01871 – Man-dado de Segurança. Em 18/12/2012, o TJDF julgou procedente a ação, impedindo a divulgação de informações dos servidores médicos na internet. Interposto Recurso Extraordinário pelo DF junto ao STF. Designado relator o ministro Ricardo Levandowski. Aguardando julgamento.

Benefício Alimentação – Ressarcimento do valor pago pelos servidores distritais a título de custeio – OS 2011/01643 – Sentença proferida em 04/11/2013, julgando improcedente a ação. Apelação interposta pelo SindMédico-DF. Aguardando re-messa dos autos ao TJDF para julgamento do recurso.

Desvio de função de especialidade médica – pediatria no atendimento à neonatologia – OS 2012/02073 – Deferida a liminar em 26/10/2012 pelo TJDF. Aguardando julgamento desde 10/10/2013.

GMOV – manutenção do pagamento – OS 2012/00429 – Indeferida a liminar em 14/03/2012. Aguardando julgamento desde 02/12/2013.

Manutenção do pagamento do adicional de insalubri-dade nas férias e licenças – OS 2012/02923 – ação foi julgada procedente.

Impugnação à Portaria 1675/2006 do Ministério do Pla-nejamento, Orçamento e Gestão – Afronta à atividade médica – autorização de homologação de atestados médicos pela chefia imediata do servidor, sem passar pela análise do profissional médico – OS 2007/00567 – Sentença proferida em 04/07/2008, julgando procedente a ação. Aguardando julgamento da apelação da União desde 28/05/2009. Relator desembargador Carlos Moreira Alves. Requerida tramitação preferencial e prioridade.

Contagem diferenciada do tempo de serviço insalubre relativo aos servidores estatutários federais – Mandado de Injunção – OS 2007/06118 – Decisão definitiva favorável.

Contagem diferenciada do tempo de serviço insalu-bre relativo ao período celetista – Ação contra o INSS – OS 2006/01716 – Sentença proferida em 10/03/2009, julgando pro-cedente a ação. Aguardando julgamento da apelação pelo TRF desde 31/07/2013 com o relator desembargador Ney Bello. Re-querida tramitação preferencial e prioridade.

Concurso público de 2008 – perito médico legista da Polícia Civil do Distrito Federal – edital estabelece regi-me de dedicação exclusiva, com a impossibilidade do exercí-cio de outra atividade pública ou privada – OS 2008/00135 – Deferida liminar para suspender o regime de dedicação ex-clusiva. Sentença proferida em 14/10/2011, julgando proce-dente a ação. Apelação do DF rejeitada em 21/06/2012 pelo TJDF. Recurso Extraordinário do DF indeferido em 03/12/2012. Aguardando julgamento de agravo regimental interposto pelo DF desde 13/08/2013.

Tíquete Alimentação – pagamento do benefício su-primido em 1995 – Decisão definitiva favorável. Aguardando a expedição de precatório. Requerida tramitação preferencial e prioridade.

Redução da VPNI e descontos dos valores recebidos indevidamente – Mandado de Segurança – OS 2008/02383 – Liminar deferida para impedir a redução da VPNI e o desconto de qualquer valor pago a esse título. Decisão proferida em 20/01/2009, julgando procedente a ação. Interpostos recursos pelo DF. Aguardando julgamento pelo STF desde 19/06/2013, com o relator ministro Dias Toffoli. Requerida tramitação pre-ferencial e prioridade.

Jornada semanal dos analistas legislativos de 30 para 20 horas – Mandado de Segurança – OS 2007/00347 – De-cisão proferida em 27/07/2010, julgando improcedente a ação. Interposta apelação. Aguardando julgamento pelo TRF desde 01/08/2013, com o relator desembargador Ney Bello.

Manutenção da jornada de 20 horas para os ocupan-tes do cargo de analista judiciário na especialidade médica do TJDF – OS 2009/01462 – Mandado de Segurança. Decisão proferida em 09/10/2009, julgando procedente a ação. Desde 26/01/2011 aguardando julgamento no STJ da apelação inter-posta. Relator ministro Benedito Gonçalves.

reLATório dAs AçõesjudiciAis coLeTivAs

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14 Revista Médico

AconTeceu

posse dA novA direToriA dA Abp

pArceriA renovAdA

cdrb recebe cerTificAção dA onA

A Associação Brasiliense de Me-dicina do Trabalho (Abramt) promoveu a Oficina de Perícia Previdenciária e Medici-na do Trabalho, no auditório do SindMé-dico-DF, no dia 6 de fevereiro. O evento foi prestigiado pelo presidente do sindica-to, Gutemberg Fialho. No dia seguinte, a Abramt fez sua assembleia anual de pres-

A Clínica de Doenças Renais de Brasília (CDRB) comemorou no dia 22/02 a conquista do Certificado de Acreditado com Excelência da Organização Nacional de Acreditação (ONA). Com isso, ela passa a ser o único estabelecimento de Nefrolo-gia do Centro-Oeste a possuí-lo. A diretora de imprensa e divulgação, Adriana Grazia-no, prestigiou o evento.

O diretor adjunto do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (Sind-Médico-DF), Antônio Geraldo da Silva, foi reconduzido à presidência da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) por mais três anos, depois de um profícuo traba-lho à frente da entidade promovendo campanhas de conscientização pública, entre as quais se destacou aquela pela criminalização da discriminação dos por-tadores de distúrbios psiquiátricos. A ce-rimônia de posse foi realizada no Leme Tênis Clube, no Rio de janeiro.

O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, a presidente da Aca-demia de Medicina de Brasília (AMeB), Janice Magalhães Lamas, e o presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina (FBAM), José Leite Saraiva, firma-ram contrato pelo qual o sindicato estende por mais três anos a cessão de espaço físi-co para a academia e para a federação na sede da entidade. O contrato foi assinado no dia 12 de fevereiro.

tação de contas sob a presidência da mé-dica do trabalho Rosylane Nascimento das Mercês Rocha. A Abramt tem outro evento programado para os próximos meses. O II Congresso Brasiliense de Medicina do Tra-balho será realizado em Brasília, entre os dias 23 e 26 de abril, na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr).

médicos do TrAbALhose reúnem no sindmédico-df

Trouxe grande pesar à classe médica a perda dos médicos Pablo Chacel, Manoel Scartezini, Jesus Divino de Freitas Souto e Kunio Suzuki. A diretoria do SindMédico-DF se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor.

obiTuário

homenAGens A pedro chAceL

O ex-conselheiro no conselho Re-gional de Medicina do Distrito Federal e do Conselho Federal de Medicina Pedro Pablo Magalhães Chacel, falecido no último mês de dezembro, recebeu duas homenagens no mês de fevereiro. No dia 18, o CRM/DF. descerrou a placa nominativa do plenário com o nome do médico. O secretário-geral do Sindicato dos Médicos do Distrito Fede-ral (SindMédico-DF), Emmanuel Cícero Car-doso, representou a diretoria da entidade no evento. No dia 19, foi a vez do CFM, que nominou a corregedoria “Conselheiro Pedro Pablo Magalhães Chacel”.

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perícia previdenciária foi tema de oficina dos especialistas

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ulga

ção

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umA novA esTéTicA

mAis inTerATivA

novidAdes sempre

AindA mAis LindAe comunicATivA

Fazer uma publicação que há anos é líder de informação junto à classe médica, ao ponto de ser adotada como referência até mesmo por outros veículos, é um de-safio que o Sindicato dos Médicos do DF encara a cada edição. Porém, de tempos em tempos, novos patamares precisam ser

impostos e superados, como forma de manter a fórmula de vitalidade e credibilidade con-

quistada perante a classe médica de Brasília.

Nesta edi-ção , a Rev i s ta Médico apresenta aos seus leitores um a r e f o r m u-

lação que permitiu modernizar o pro-

duto gráfico edi-torial, mantendo os princípios que f i z e r a m c o m que ela se tor-

nasse a “revista do médico”. Para a diretora de imprensa e comunicação,

Adriana Graziano, o principal

Uma dos principais desafios que a publicação se propõe a superar a partir de agora é o de sempre inovar e experimentar conteúdos novos para lei-tura dos médicos. Assim, nas próximas edições, novas seções serão introduzi-das, para que o colega possa desfrutar de uma ampla gama de assuntos, ga-rantindo a característica da Revista Mé-dico de ser inteligente, mas ainda mais bonita e comunicativa.

A publicação recebeu um projeto gráfico que prioriza a leveza da leitura, a disponibilidade e importância das matérias apresentadas aos médicos e um sistema de iconografia, que vai facilitar aos leitores en-contrar o que desejam de maneira rápida e eficiente. As fontes utilizadas para redigir matérias e títulos formam um conjunto mais harmônico, limpo e sofisticado. Ela passou a ganhar toques equilibrados com as cores corporativas do sindicato: o verde e o laranja.

A Revista Médico passa a adotar em seu campo editorial uma premissa que se faz presente no dia a dia do sindicato. Ser uma publicação com a personalida-de e a presença do médico, que cada vez mais abre espaços para registrar a impor-tância dele em suas páginas. “A partir da próxima edição vamos abrir uma canal próprio para os médicos se manifestarem sobre os conteúdos apresentados na edi-ção anterior”, conta Adriana.

revista médico Ganha novo projeto Gráfico e editorial

desafio do novo projeto foi garantir que todos pudessem compreender e assimi-lar bem as mudanças feitas e ainda assim identificar como sendo a publicação que há anos leva informações de qualidade com diversidade para as mãos de cada colega. “Não é fazer uma nova revista, mas renovar uma revista que já é muito querida”, destaca Adriana.

Adriana Graziano,

diretora de Imprensa e Comunicação

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cApA

A pediatra Larissa Oliveira Dias (foto) tem uma filha de oito meses e voltou recen-temente da licença maternidade. Trabalha no pronto socorro do Hospital Regional de Samambaia (HRSAM). Como nas outras uni-dades de saúde do Distrito Federal, a quanti-dade de médicos lotados naquela unidade de saúde é insuficiente para a demanda.

Sozinha no plantão, já teve que, fora do horário de seu plantão, acompa-nhar um bebê removido para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), deixando seu próprio bebê esperando por ela em casa. E ela ainda amamenta.

Há relatos de casos em que médi-cos permanecem durante todo o período do plantão seguinte atendendo urgências

porque não há substituto – mesmo que nesses casos a obrigação seja das chefias. E casos de quem pede demissão porque é ameaçado pelo fato de seguir os protoco-los de atendimento.

Os salários condizentes com o mercado e a redução do tempo de pro-gressão ao topo da carreira obtidos na negociação do novo Plano de Carreira Cargos e Salários (PCCS), no ano passado, deveriam permitir a mudança na rotina de trabalho dos médicos que permanecem no serviço público, mas a promessa do concurso até agora não se concretizou

Médicos e pacientes continuam re-féns no círculo vicioso da demanda crescen-te e estagnação no quadro de servidores.

médicos e pAcienTes são reféns dos GesTores

O prazo para a realização de concurso e contratação de médicos efetivos em situação normal ainda este ano é exíguo. Após o dia 5 de julho, a legislação eleitoral permite que tanto os concursos quanto as contratações sejam feitos apenas em casos emergenciais. Embora o novo Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) tenha pavimentado o caminho para entrada de novos mé-dicos efetivos no serviço público, a atual gestão do Governo do Distrito Federal pode chegar ao fim do mandato da mesma forma que começou: em situação de emergência na saúde.

Diante da inércia governamental, o Sindicato dos Mé-dicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) lançou campanha pela realização de concurso público para médicos efetivos. Dezenas de peças publicitárias foram distribuídas por outdoors da cidade e spots foram veiculados em uma rádio de notícias e outra popular.

“O governo deve aos médicos e à população a con-tratação de mais profissionais efetivos. É uma medida que faz parte do compromisso firmado com as entidades mé-dicas ainda na campanha eleitoral de 2010”, destaca o pre-sidente do sindicato, Gutemberg Fialho.

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saúde pode cheGar ao fim do mandato como no início da atual Gestão: em estado de emerGência

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O Conselho de Política de Recursos Humanos (CPRH), conforme publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) do dia 21 de outubro de 2013 (http://mi-gre.me/hX7nF) , autorizou a realização de concurso para contratação de 997 novos médicos, sendo que 665 vagas seriam para provimento imediato.

O secretário de Saúde, Rafael Bar-bosa, chegou a declarar à imprensa que o edital do concurso seria lançado até o fim de 2013. Mediante acordo entre o Minis-

Segundo relação existente no Portal da Transparência do Governo do Distrito Federal (http://migre.me/hWQj5), existem 572 pediatras em atividade na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) – dados de 18 de fevereiro. Segundo aponta a Demografia Médica do Brasil de 2013, ela-borada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de pediatras com registro ativo no CFM era de 1.144 quando foi feita a apuração para a publicação. Havia mais pediatras no serviço público, mas o número declina junto com as condições de trabalho nas unidades de saúde – só em Santa Maria, a quantidade caiu de 33 para sete pediatras.

Os 4.758 médicos atuantes no serviço público, excluídos os aposentados, afastados e cedidos constantes da relação da Secretaria de Transparência, correspondem a cerca de 40% dos médicos registrados no Distrito Fe-deral. Os pediatras são 50% do total de 1.144 especialistas e os clínicos são 705, ou 69%.

Enquanto a média nacional de mé-dicos atuando no Sistema Único de Saúde (SUS) é de 55% do total, no DF, o percentual é de apenas 34%. Apesar de ser a capital com a maior oferta proporcional de médi-cos, Brasília é a 13ª na razão de médicos atendendo pelo SUS.

As estatísticas não mentem: a de-ficiência na assistência pública em saúde

tério Público e a Secretaria de Saúde, os contratos temporários seriam encerrados e as vagas seriam preenchidas pelos efetivos.

No DODF de 17 de dezembro de 2013, o GDF publicou a Lei 5.240, que al-terou a Lei nº 4.266, de 2008, para ampliar as hipóteses que justificam as contratações temporárias de profissionais para a Secreta-ria de Saúde do DF (http://migre.me/hX7Mk).

As contratações temporárias deste governo começaram, em 2011, quando o Mi-nistério Público do DF e a Secretaria de Saú-

à população e as condições de trabalho inadequadas para os médicos são de res-ponsabilidade de sucessivos governos, que não fizeram a adequada atualização dos quadros de médicos e demais profissio-nais da saúde. Do início da atual gestão até agora, foi pavimentado o caminho para que o quadro pudesse mudar, mas a má-quina governamental parece emperrada.

“Qualquer proposta de recupera-ção da rede que não incluir a contratação de médicos efetivos é inadequada e insufi-ciente para solucionar o caos na assistência pública de saúde”, alerta o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho.

O caminho mais fácil – contratações temporárias e terceirização de serviços e unidades de saúde – podem ser questiona-do judicialmente tanto pela sociedade civil quanto pelo Ministério Público e pelos par-tidos políticos, que podem ver na medida uma forma indireta de angariar votos e co-laboração na campanha eleitoral deste ano.

O tempo está passando e mesmo que o governo lance edital para a realiza-ção do concurso, o prazo para a realização do certame é curto e sujeito a contestações. Depois disso, ainda é necessário concluir o processo de contratação. O relógio está con-tra o governo. Usuários do sistema público de saúde e médicos esperam impacientes.

Gdf insisTe em AdoTAr medidAs pALiATivAs

brAsíLiA AbAixo dA médiA nAcionAL

de assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a contratação de médicos temporários para preenchimento das vagas no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), reassumido pelo GDF depois do desastre da terceirização para a Real Sociedade Espanhola de Beneficência, na mesma época em que o governador declarou situação de emergência na saúde do DF. “Desde então, não se falou mais em emergência, mas a medida para li-dar com o caos permanece a mesma”, critica Gutemberg Fialho.

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sindicAis

o Gdf fAz... propAGAndA muiTA propAGAndA

seGuro conTrATAdo peLo sindmédico-df AuxiLiA fAmíLiAs

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) tomou medida ju-dicial para preservar a categoria de situações como a ocorrida na virada do ano de 2012 para 2013, quando o número insuficiente de médicos nas emergências foi atribuído às faltas injustificadas de alguns profissionais.

Não será por falta de TV que o pa-ciente dos hospitais púbicos vai perder os jogos da Copa do Mundo de Futebol. Depois de alardear os monitores de televisão da sala do governador Agnelo Queiroz como ferra-menta para resolver os problemas da saúde pública do Distrito Federal, o Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou a instalação de monitores eletrônicos nas salas de espera e corredores das unidades de saúde.

Projeto da Assessoria de Comunica-ção Social (Ascom) da Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF), os monitores se destina-riam a prestar informações úteis ao paciente.

Em visita aos hospitais de Samam-baia (HRSAM) e Materno Infantil (HMIB),

A perda de um familiar é dolorida e os trâmites para sepultamento são um peso extra nesses momentos conturbados, mas que exigem ações práticas. Por isso, o SindMédico-DF oferece aos médicos sindi-calizados, gratuitamente, um serviço para auxiliar suas famílias em caso de óbito.

O convênio com a Mapfre Segu-ros para a modalidade de seguro deces-sos garante a execução dos serviços re-ferentes a sepultamento, cremação (no

No dia 19 de dezembro, protocolizou representação contra a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por não ter criado ne-nhum plano de contingência para suprir even-tuais carências de pessoal durante o período.

Durante todo o período de férias, o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho,

o vice, Carlos Fernando, a diretora de Di-vulgação e Imprensa, Adriana Graziano, e o diretor Jurídico, Antonio José dos Santos, atenderam a imprensa denunciando a falta de pessoal e a necessidade de contratação de médicos efetivos para atender a deman-da reprimida.

diretores do SindMédico-DF verificaram que o sistema é pouco ou nada efetivo na prestação de serviço aos pacientes. “Se houvesse gente com tempo disponível para administrar esse sistema em todos os tur-nos, seria melhor usar a força de trabalho deles em atividade realmente útil”, critica o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho.

No HMIB foi verificado que realmente são exibidos vídeos educativos sobre progra-mas contra, por exemplo, tabagismo. Até a previsão do tempo é exibida. Mas a progra-mação não fica por aí. Como era de esperar, o sistema é usado para veiculação de campa-nhas publicitárias do governo – as mesmas exibidas em comerciais de TV aberta.

município de residência – que deve ser atualizado – do médico onde houver o serviço). O seguro também oferece em-balsamamento e traslado nos casos de ocorrência de óbito durante viagem no Brasil ou no exterior.

No caso de a família assumir os custos, a seguradora reembolsa o va-lor de R$ 4 mil. Por isso, é importante que as famílias saibam desse benefício para que possam acionar a seguradora,

medidAs de preservAçãodA imAGem do médico

nova aposta da secretaria de saúde, sistema de circuito interno é mais um embuste

“Se o governo quer, realmente, me-lhorar a situação dos pacientes, a solução é a contratação de médicos efetivos. Fitas e monitores de TV podem servir para pro-paganda, não melhoram em nada a pres-tação de assistência, nem as condições de trabalho dos médicos e demais profissio-nais da saúde”, aponta Gutemberg.

que assume integralmente as despesas, quando acionada no momento de toma-da de providências.

Os médicos sindicalizados são ins-critos automaticamente, com período de carência de 90 dias, contados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao ato de sindicalização. Os números de contato com a Mapfre, que devem ser informados às famílias, são 0800 775-7196 (do Brasil) e 55-11 4689-5519 (do exterior).

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O SindMédico-DF facilita a sua de-claração de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), por meio do Balcão da Con-tabilidade. Estando de posse de todos os documentos necessários, entre em con-tato pelo telefone 61 3244-1998 agende

Dentro em breve os médicos de Brasília vão receber uma nova convocação para compor o time do SindMédico-DF. É a Campanha de Sindicalização de 2014, dando uma grande oportunidade a todos os colegas que ainda não fazem parte dos quadros da instituição, para que possam fazê-lo, não só pelas significativas ativida-des de representação e defesa da classe médica, mas também para participar do sorteio de diversos prêmios.

Aproveitando a paixão dos bra-sileiros pelo futebol, em ano de copa do mundo, o sindicato vai sortear ao longo do ano duas TVs de LED 3D de 50 polegadas e IPADs entre os novos médicos que se sindi-calizarem, bem como entre os colegas que já são sindicalizados, que indicaram novos membros para fazer parte deste time de muitas conquistas obtidas nos últimos anos.

Para o presidente do SindMédico-DF,

seu horário de atendimento, e faça a sua declaração sem nenhum custo.

Não deixe para a última hora! O atendimento será feito na sede do Sindi-cato dos Médicos (SGAS 607 Sul, Edifício Metrópolis, Cobertura 1)

Gutemberg Fialho, esta ação mostra a pre-ocupação do sindicato em sempre executar ações profissionais e efetivas em favor do médico, que estimulem a proximidade entre a instituição e a classe médica. “Somos o sin-dicato que sabe bem entregar uma conquis-ta do porte do Novo PCCS, bem como fazer uma ação promocional com prêmios para novos membros da nossa equipe”, compara.

AssessoriA conTábiL GrATuiTA pArA decLArAção do ir

sindicALizAção em riTmo de cAmpeonATocampanha para atrair novos médicos vem recheada de prêmios

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supLemenTAr

conTrATuALizAção nAs mãos dAs operAdorAs

Reunidos na Academia Paulista de Medicina, no dia 7 de fevereiro, represen-tantes de entidades médicas de todo o país ergueram cartões amarelos às ope-radoras de planos de saúde. Pelo quarto ano consecutivo, o Dia Nacional de Ad-vertência e Protesto aos Planos de Saúde, 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), será marcado por protestos e manifestações.

A proposta foi aprovada na reunião da Comissão Nacional de Saúde Suplemen-tar (Comsu), da qual participaram o presi-dente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, e o vice-presidente, Carlos Fernando.

A pauta de reivindicações inclui o reajuste do valor das consultas e procedi-

A Agência Nacional de Saúde Su-plementar (ANS), por meio da consulta pública nº 54/2013, está propondo um sistema de “boas práticas entre opera-doras e prestadores”, que poderá agravar ainda mais os conflitos no setor. As pro-postas entregues pelas entidades médi-cas nacionais, em 2012, para o estabeleci-mento de uma nova contratualização, até agora tem sido desconsiderada.

mentos, tendo como referência a CBHPM em vigor; uma nova contratualização e hierarquização baseadas nas propostas das entidades médicas nacionais já apre-sentadas à ANS; o fim da intervenção anti-ética dos planos de saúde na autonomia da

Três pontos da proposta da ANS são claramente desfavoráveis aos médicos: o pri-meiro é a adoção do Índice de Conformidade da Contratualização (I-CC), que estabelece o monitoramento dos contratos assinados en-tre as operadoras e os médicos por uma au-ditoria contratada pela própria operadora, o que compromete a autonomia da fiscalização.

O Índice de Métodos Extrajudiciais de Solução de Controvérsias (I-MESC) propos-

relação médico/paciente; e a readequação da rede para garantir acesso pleno e digno aos pacientes.

“A evolução na relação com os pla-nos de saúde é lenta e um processo cons-tante com o qual todos os médicos que atuam na saúde suplementar precisam se comprometer”, destaca o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.

to subtrai o direito do médico de recorrer à Justiça em caso de litígio com as operadoras.

A ANS propõe novamente a re-muneração diferenciada para um mesmo serviço de acordo com critérios vinculados à excelência no atendimento a padrões e protocolos, desfechos clínicos, boas práticas determinadas pelas próprias operadoras de planos de saúde – o Índice de Remuneração por Critérios de Qualidade (I-RCQ).

novo ALerTAAos pLAnos de sAúde

A Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu) é uma comissão tripartite composta pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Fede-ração Nacional dos Médicos (Fenam).

pelo quarto ano consecutivo, médicos fazem alerta a operadoras de planos de saúde

s indmédico-df esTá à frenTe dAs ATividAdes de proTesTo conTrA pLAnos de sAúde desde 201 1

O Centro Clinico Sul e a frente do Congresso Nacional já foram palco das ma-

nifestações de alerta aos planos de saúde. As atividades da Comissão Distrital de Honorá-

rios Médicos (CDHM) incluíram também a um seminário sobre saúde suplementar.

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21Edição nº 102

Alexandre Bandeira - Consultor de Estratégia e Marketing

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você sAbe o que esTão fALAndo de você?

O advento dos sites de busca, como Google e Bing, facilitaram não só o processo de se encontrar pessoas e instituições, mas também permitiram a ampla e irrestrita divulgação de opiniões sobre as

coisas mais diversas. Isso significou localizar e contatar melhor as empresas, bem como saber o que as pessoas pensam delas. Particularmente no ramo da saúde, esse fenômeno precisa ser encarado com muita propriedade, pois essa conversa entre clientes e consumidores em potencial pode ajudar a desenhar o sucesso ou o fracasso do seu empreendimento.

Experimente digitar o seu nome ou o da sua clínica/consultório na internet e veja o que aparece. Sempre que va-mos começar um processo de consultoria para um novo cliente no ramo da saúde, juntamos tudo aquilo que a empresa nos conta com o que os clientes falam dela, mesmo sem ela saber. Geralmente, os gestores ou proprietários se assustam, pois descobrem uma realidade muito diferente da que imaginam para os seus negócios.

E são muitas as informações, pois dentro desse mundo genérico de busca, existem outros sites que se especializaram em organizar e apresentar informações estruturadas e cate-gorizadas, somente sobre profissionais e empreendimentos do ramo da saúde.

Nesse ambiente digital e sem fronteiras, verificamos conversas de mães falando sobre obstetras que fizeram um bom pré-natal; pediatras que cuidaram bem ou não de seus filhos; cirurgiões plásticos que entregaram ou não o que pro-meteram; médicos, em geral, que deixam pacientes esperando

nas recepções e os que costumam desmarcar horários. Enfim, a propaganda boca a boca, que antigamente se transmitia na casualidade e no olho no olho, entre familiares, amigos e co-legas de trabalho, perdeu o rosto e agora colocam estranhos conversando como “velhos conhecidos” sobre o que você faz e a forma como exerce sua atividade.

Ter uma boa presença na internet não se restringe mais a ter uma página publicada nela, trazendo informações sobre o seu negócio e algum tipo de serviço para os clientes. Esse é só o primeiro passo para que você comece a participar, de alguma forma, do diálogo com o mercado. Além de desenvol-ver um site, é preciso facilitar ao cliente encontrá-lo e, depois, fazê-lo enxergar que as informações ali depositadas possuem credibilidade. Afinal, o seu site é a “voz oficial” da sua empresa, que trará a sua versão sobre os fatos.

Para tal, existem diversas estratégias e ferramentas que ampliam sua visibilidade no mundo digital, que precisam ser coordenadas com um processo de monitoramento, que vão atualizar seus dados nos mecanismos de busca e introduzi-lo em primeira pessoa nas “rodas de interação” dos internautas. Seja para reforçar informações positivas ou responder às opi-niões negativas. Isso pode, inclusive, levá-lo a uma atuação mais audaciosa nas redes sociais, como o Facebook, o Twitter, o LinkedIn e similares. Um passo que deve ser muito bem pla-nejado, pois, uma vez dentro delas, erros e acertos são ampli-ficados exponencialmente. Seja a favor ou contra sua clínica, consultório ou hospital.

Ter uma boa presença na internet não se restringe mais a ter uma página publicada

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22 Revista Médico

reGionAis

cirurGiAs feiTAs no escuro

hospiTAL de sAmAmbAiA conTinuA sem pediATriA

Nas três últimas visitas feitas, em 2013, às unidades de saúde do Distrito Fe-deral, dentro do roteiro do SindMédico na Cidade, o foco era dirimir dúvidas sobre o novo Plano de Carreira, Cargos e Salários

O Hospital Regional do Paranoá (HRPa) recebeu a visita da diretoria do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) no dia 02 de dezembro. O presidente, Gutemberg Fialho; o vice, Carlos Fernando; o secretário-geral, Emmanuel Cí-cero Cardoso: e o diretor Jurídico, Antonio José dos Santos, participaram dessa visita.

Os médicos que trabalham no hos-pital se queixaram da demora na realização do concurso público. A cirurgia-geral está funcionando com apenas cinco plantonis-tas para todos os turnos. Vários médicos fi-zeram pedido para aumentar suas jornadas de trabalho para 40 horas semanais, mas sequer obtiveram resposta da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES/DF).

O centro obstétrico do hospital é uma das áreas com maiores reclama-ções. Atualmente, o setor funciona com o máximo de três plantonistas por turno.

Na última visita do programa Sind-Médico na Cidade, o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédi-co-DF), Gutemberg Fialho, o secretário-ge-ral, Emmanuel Cícero Cardoso, e o diretor Jurídico, Antonio José dos Santos, foram ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam). Na tarde de 16 de dezembro, eles conversa-ram com os médicos e apresentaram o novo Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS).

A conquista do novo PCCS agradou os profissionais do HRSam, que acreditam que, com o novo plano e os salários realinha-dos, é possível atrair médicos para preencher

(PCCS) e incentivar novas filiações para aumentar a força do SindMédico-DF para garantir as conquistas obtidas e avanços no futuro próximo. Os ganhos salariais e a melhora do plano de carreira dá alento

aos médicos que estão no serviço público. No entanto, há uma preocupação genera-lizada com a demora do governo para re-alizar concurso público para a contratação de médicos efetivos.

Além disso, faltam os equipamentos ne-cessários para o atendimento. “Relataram que operações são realizadas no escuro, com o foco acessório. Falta transdutor de ecografia e Doppler”, relatou Gutemberg Fialho. O centro obstétrico chegou a usar equipamentos emprestados, que se que-braram e não foram repostos.

Os membros da diretoria do Sind-

os postos de trabalho vagos. “Eu acredito que, com esse aumento, esse ganho, muitos cole-gas vão querer entrar no próximo concurso”, afirmou o diretor do hospital, Élio de Aguiar.

com o novo pccs, médicos querem concurso Público Já

Médico-DF conversaram com os médicos e lembraram que o sindicato tem mais força política para lutar por melhorias à medida que mais profissionais se sindicalizarem. Também explicaram as mudanças geradas pelo novo Plano de Carreiras, Cargos e Sa-lários (PCCS) e pediram que mais médicos se unam ao sindicato na campanha pela realização de concurso público.

Élio informou que o HRSam ainda não tem a quantidade ideal de médicos, mas não chega a apresentar problemas no atendimento. Desde 2010, quando uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi implantada na cidade, não há mais pediatria no hospital, situação que merece atenção do Conselho Regio-nal de Medicina do DF. Tanto o HRSam quanto a UPA da cidade já passaram por interdição ética.

O HRSam foi o último hospital a receber a visita da equipe do SindMédico-DF em 2013.

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todas as unidades visitadas pela diretoria do sindmédico-df, em 2013, têm vaGas de trabalho em aberto

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jornAdAs de TrAbALho imprevisíveisEm visita ao Hospital Regional de

Santa Maria (HRSM), no dia 9 de dezem-bro, o presidente do SindMédico-DF, Gu-temberg Fialho, e o vice, Carlos Fernando, confirmaram a falta de médicos crônica, que não se restringe mais à pediatria.

A falta de médicos prejudica a po-pulação e também os profissionais que permanecem no hospital. Sem ter como atender a todos, precisam dar prioridade àqueles cujo estado é mais grave, o que cria revolta entre os demais pacientes. O pediatra Rui Toshiaki contou o caso de uma colega que pediu demissão por ter sido submetida a situação dessa natureza. “Ela estava sozinha e deixou de atender os pacientes de classificação verde para aten-der os amarelos. Apareceram dois policiais que ameaçaram levá-la para a delegacia caso não atendesse”, contou.

Na clínica médica, por causa da falta de pessoal, os pacientes chegavam a ficar sem receber medicação durante os finais de semana. Pretendiam abrir mais vinte leitos na clínica médica do HRSM,

mas não há capacidade humana de acom-panhar o crescimento da oferta de leitos.

Alguns ginecologistas trabalhavam fora de turno para não deixar escalas in-completas. “Aqui deveria haver quatro médicos. Nós estamos em três, porque a colega teve muito boa vontade de que-brar um galho e vir trabalhar. Senão, sería-mos dois”, explicou um dos ginecologistas no plantão.

A diretora do hospital, Josélia Nu-nes, comentou a falta de profissionais – especialmente na pediatria. Mesmo com a informação de que o hospital tem carência na pediatria, as ambulâncias do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) continuam le-vando para lá pacientes que podem ficar sem a devida assistência.

“Os Bombeiros e o Samu deixaram um bebê de 22 dias, que precisou ser en-tubado e ir para a UTI”, contou Josélia, que comentou que o turno da médica do plan-tão havia terminado, mas precisou ficar no hospital acompanhando o paciente até

que ele fosse transferido para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).

A diretora reconheceu que as outras especialidades também estavam em situação precária, mas acreditava que o atendimento no HRSM poderia melhorar com a promessa de mais 15 ginecologistas, 11 clínicos e 20 ginecologistas contratados temporariamen-te pela SES/DF. Até o fim de janeiro, apenas duas pediatras haviam assumido.

“Os contratos temporários não re-solvem a situação, apenas protelam uma crise maior”, comentou Gutemberg Fialho. “A medida de longo prazo necessária é a contratação de efetivos por meio de con-curso público”, apontou.

sindmédico convocA crm/df em socorro A pediATrAs do hrsm

O presidente do Sindicato dos Mé-dicos do Distrito Federal, Gutemberg Fia-lho, reuniu-se com pediatras e gestores da Diretoria Regional de Santa Maria e com diretores do Conselho Regional de Medici-

na (CRM/DF) para discutir as condições de trabalho daqueles especialistas no hospital da cidade, onde enfrentam problemas com as escalas de plantão. Foi apresentada uma proposta paliativa, construída entre médi-

cos e diretores, para permitir que haja pelo menos dois profissionais em cada turno. “Os médicos devem ser preservados das implicações dos problemas de gestão”, ob-servou o presidente do SindMédico-DF.

Gutemberg também sugeriu aos di-retores do Conselho a edição de resolução que reforce a definição (já existente no Códi-go de Ética Médica) de que a responsabilida-de pelos pacientes após o horário do médico plantonista, salvo em caso de eventual ur-gência, é da chefia imediata e do responsável técnico da unidade de saúde.

Os médicos não podem ser obriga-dos a permanecer além de seu horário de trabalho nos casos em que a falta de plan-tonista no turno subsequente já seja prevista – como nos casos das escalas incompletas.

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24 Revista Médico

vidA médicA

São frequentes as reportagens sobre pesquisas a respeito do aumento das popula-ções de bichos de estimação nas grandes cidades. Um ministro de Estado brasileiro chegou até a popularizar a frase “bicho também é gente”. A referência era outra, mas boa parte dos animais domésticos demonstra melhor índole que alguns humanos de que se tem notícia.

Exageros à parte, a companhia dos “pets”, dizem, faz bem à alma, desestressa, faz rir, estimula a afetividade e é até um motivo extra para socialização fora do ambiente de trabalho. Além disso, os bichos domesticados ainda prestam favores aos donos, que, cada vez mais, se esmeram em dar uma vida confortável aos companheiros não humanos.

A pediatra Marisa Cavalcanti já teve seis gatos persas – uma raça delicada e de saúde frágil. Todos morreram e frequen-tam o céu dos bichos, pois há de haver um. Apesar da tristeza pela perda, ela não desistiu de ter a companhia de animais de estimação. Na mesma época em que perdeu os persas, a pedia-tra começou a cuidar de um siamês e, aos poucos, alguns felinos vira-latas apareceram em sua casa. Hoje, cria cinco gatos, mas a família vai aumentar: uma fêmea está prenha, e Marisa ainda aguarda a chegada de uma siamesa que ganhou de presente.

“Há cinco anos eu me apaixonei por gatos, e sou muito feliz tomando conta deles”, conta Marisa. Quem pensa que o amor pelos animais acaba aí se engana. A casa da pediatra também é o lar de três cães: um pastor alemão, um labrador e o shitzu de estimação da filha.

Marisa não se considera uma criadora “padrão”: não passa o tempo todo com os animais, até porque a rotina pro-fissional não lhe permite isso. “Sou bem alternativa, deixo sol-tos. Eles são felizes, têm espaço, sol, água”. Para evitar brigas, os gatos ocupam a frente da casa, enquanto a parte de trás é território dos cachorros.

O contato com os animais de estimação é importante para a médica: “a energia do bicho é muito boa. Quando es-tou estressada, vou para perto deles. Meu gato siamês é meu xodó, tem um roçar na perna da gente que é um carinho de-sinteressado”. Marisa acredita que criar os gatos e cachorros é uma forma de devolver esse afeto. “É bom fazer alguma coisa por alguém, cuidar, dar carinho”, afirma. A pediatra tem planos de mudar de casa e construir um gatil, onde poderá voltar a criar gatos persas.

os meLhores AmiGos dos douTores

cArinho GrATuiTo

Os gatos da Dra. Marisa

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A ginecologista Miltair Baeta e o ortopedista Edgar Alves sempre gostaram de animais. Com bastante espaço em casa, eles têm quatro cachorros – três rottweilers e um labrador –, mas não se limitam aos bi-chos de estimação tradicionais. O casal cria cerca de quinze galinhas (incluindo galinhas d’Angola), um pato e um peru.

Desde criança, Miltair teve cachor-ros de estimação. Depois do casamento, ela e o marido se mudaram para uma área onde havia muitos escorpiões. Para resol-ver o problema, os vizinhos aconselharam que criassem galinhas, que comem esses aracnídeos. Aos poucos, o casal começou a cuidar de patos e, como a filha do casal gostava do peru que vivia na casa de uma vizinha, acabaram ganhando mais uma ave.

Os animais de Edgar e Miltair vivem soltos, não brigam entre si e sempre ten-tam ficar próximos aos donos. “Os bichos vêm até a gente. Eles sabem que gosta-mos deles e eles gostam da gente, fica todo mundo em harmonia”, conta a gine-cologista. O carinho é tanto que, sempre que os médicos voltam para casa, um dos cachorros corre para recebê-los ainda no

proTeção empLumAdA

carro. A médica garante que “os animais sabem quando a gente está triste, feliz... Eles sentem, só de olhar”.

Miltair brinca, dizendo que “a casa parece um minizoológico”. O casal já criou peixes, um papagaio, periquitos, um gato, uma tartaruga e um coelho. Os bichos sil-vestres também parecem gostar do local: passarinhos costumam cantar na varanda – onde uma coruja já fez ninho um tempo atrás – e alguns micos vêm até as árvores mais próximas, mas os médicos não ten-tam domesticá-los. Edgar e Miltair ainda pretendem criar um pavão. Apaixonada, a ginecologista afirma: “nunca me imagino na vida sem animais, nunca!”.

Dra. Miltair com sua filha e seus bichos: cães e aves

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especiAL

Antes da Copa do Mundo de Futebol, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM/DF) terá novo endereço, uma sala no Centro Empresarial Parque Brasília, um prédio novo na quadra 1 do Setor de Indústrias Gráficas. Foram adquiridas duas salas (201 e 202) no segundo andar no prédio, com o total de 1,2 mil m2, mas, a princípio o Conselho só terá possibilidade financeira para ocupar uma delas, de 700 m2, uma centena de metros qua-drados a mais que o atual conjunto de salas.

O motivo da ocupação parcial dos imóveis recém-adquiridos é um só: falta de dinheiro para fazer o acabamento das salas. Por aca-bamento entenda-se tudo: do piso ao forro, passando por instalações elétricas e tudo o mais que torna um espaço habitável. A sede atual foi vendida para o Conselho Regional de Nutricionistas – 1ª Região (CRN-1).

“Conversamos tanto com as Organizações Paulo Octávio quanto com o CRN-1 para tentar reverter as operações de compra e venda, mas toda a escrituração dos imóveis já havia sido feita e nenhuma deles tem interesse em desfazer os negócios”, conta a presidente do CRM/DF, Martha Zapallá, que não esconde o des-contentamento da atual gestão do Conselho com as operações imobiliárias realizadas pela gestão anterior.

Pagas duas parcelas de R$ 4 milhões e outra de R$ 4,8 mi-lhões pelo CRM, restou um saldo de R$ 5,3 milhões, que foi quitado com doação do Conselho Federal de Medicina (CFM). A gestão an-terior já havia anunciado que houve acordo para essa participação na aquisição dos imóveis. “Junto com o CFM, negociamos desconto diretamente com o Dr. Paulo Octávio – e temos que agradecer a am-

Enquanto não pode ocupar o espa-ço da nova sede, o CRM/DF terá que pagar aluguel ao Conselho de Nutricionistas. O valor está sendo negociado e o contrato deve ter vigência de até seis meses. Mas a expectativa é que o imóvel possa ser ocu-pado em um prazo de 90 dias.

Mas a proposta da atual diretoria do Conselho é retomar o projeto de construir prédio próprio no terreno cedido pelo go-verno federal no Setor de Garagens Oficiais, acima do Palácio do Buriti. Não está descar-tada a venda de pelo menos uma das novas salas para começar a obra.

O terreno tem 2.970 m2 e o prédio teria aproximadamente 5 mil m2, com 60 vagas para garagem. O projeto já havia sido aprovado pelos órgãos públicos per-

bos – para resolver a situação e viabilizar a mudança, uma vez que é a única opção que nos restou”, afirma Martha Zapallá. Segundo ela, o custo do acabamento de cada sala chega a R$ 800 mil. Além de quitar o imóvel, o CFM doou mais R$ 300 mil.

Procurado pela equipe da Revista Médico, o ex-presidente do Conselho Regional, Iran Augusto Cardoso, afirmou que não houve nenhuma irregularidade nas operações imobiliárias e que se pronunciará publicamente após a conclusão da tomada de contas promovida pelo CFM.

crm de mALAs pronTAs

reTomAdA do AnTiGo projeTo

No terreno cedido ao CRM/DF, existem apenas cercas, mato e uma placa desgastada.

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mudança da entidade deve ocorrer até o fim de maio

tinentes, mas a licença expirou logo que a atual diretoria assumiu. “Fomos à Adminis-tração de Brasília e fomos informados de que o processo tem que ser refeito”, conta a presidente do CRM/DF.

O preço estimado para essa cons-trução é próximo ao gasto com a sede re-cém-adquirida, em torno de R$ 14 milhões.

A preocupação agora é não perder o prazo para a ocupação do terreno. “Precisamos ter uma edificação lá até 2016, para, en-tão, obter a concessão de uso por 30 ou 40 anos”, explica Martha. “Agora, vamos esta-bilizar a situação do Conselho. Com uma gestão de cinco anos, teremos tempo para resolver essa questão”, finaliza.

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Dr. Evaldo Alves de Oliveira

P rofessor universitário, professor emérito de uma universidade federal, pró-reitor e crítico literário, o velho mestre começou a apresentar uma rouqui-dão. No início, suspeitou de uma reação alérgica

aos milhares de livros de sua biblioteca. Na sequência, a voz foi perdendo a intensidade já conhecida por seus alunos, com aquela doçura misturada com a firmeza, no exato tom do com-prometimento. Uma rouquidão sem justa causa. Não posso perder a voz, repetia.

Excelente professor, consciencioso e responsável, foi con-vidado por uma Universidade americana para lecionar Literatura Brasileira por um período. O professor desembarcou nos Esta-dos Unidos levando consigo todos os livros de que necessitaria durante o curso. Ao chegar à sala a ele destinada, verificou que todos aqueles livros encontravam-se em uma estante, além de outros que não solicitara. No estacionamento, uma vaga com seu nome. Sorriu.

Em consulta ao otorrinolaringologista, a descoberta de um tumor na prega vocal esquerda, com alta possibilidade de perda da voz. Levado para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, a neoplasia foi confirmada como benigna, sendo o pro-fessor submetido a um procedimento cirúrgico, a preservação da voz como meta.

No primeiro pós-operatório, percebendo a excelente evo-lução na qualidade da voz do seu paciente, o cirurgião falou:

- O senhor é um profissional que trabalha com a voz, toma whisky no jantar e fuma cachimbo há muitos anos. São três importantes fatores de risco, no seu caso. Como professor, não posso lhe pedir para poupar a voz. Restam dois: o whisky diário, mesmo somente no jantar, e o cachimbo.

Após um suspiro, o médico propôs:- Vamos fazer um esquema para, aos poucos, abandonar

um dos dois fatores de risco: ou deixa o whisky ou, paulatina-mente, abandona o uso do cachimbo.

Nesse momento, o professor abriu uma bolsa muito ele-gante, que trazia na mão esquerda, presente que um amigo trouxera da Inglaterra e apontou para a lixeira, como se pedisse licença. Ali, jogou fora seus cachimbos e seus fumos preferidos, todos importados, e falou:

- Doutor, nossa força está mente. Se, em meu benefício, é necessário deixar de tomar o meu whisky e parar com os meus cachimbos, que assim seja! Nunca mais fumarei, e whisky so-mente em ocasiões muito especiais, porque ninguém é de ferro. E tentou esconder um sorriso de menino maroto, ao olhar para o filho ao lado, também médico cirurgião.

Nunca mais fumou, e whisky somente nas comemorações de grande relevância.

No início deste ano, o professor – hoje aposentado – resolveu tomar uma dose de whisky para comemorar seus oitenta e cinco anos de idade e vinte e seis anos sem a doença na prega vocal. Dúvida: tomaria 26 ml, em homenagem aos anos sem a doença, ou encararia os 85 ml a que tem direito, por sua certidão de nascimento? Na dúvida, pró-reu. Calma-mente, degustou 85 ml do mais puro whisky que seu dinheiro pôde comprar.

Antes, uma ligação telefônica para um amigo no Hospital Albert Einstein para brindar à vida.

Tim-tim.

LiTeráriAs

um brindeà vidA

Page 31: Revista Médico 102

61 3451-3000 Setor E, Área Especial 1 e 17- Taguatinga Sul

www.hospitalsantamarta.com.br

Para isso, adote a Regra de Ouro: ‘‘Não faça ao outro o que você não quer que seja feito a você’’. Seja leal aos seus princípios e valores. Seja honesto com você e com o mundo.

Tenha fé! Anal, Deus é a base de tudo. Lembre-se que suas atitudes espelham a sua alma. Acredite! Conança é construção do dia-a-dia. E responsabilidade é algo percebido em pequenos atos.

Contribua para um mundo sustentável. Anal, ele precisa existir para as suas próximas gerações. Tudo isso traz felicidade e paz de espírito.

Tenha todo cuidado com a sua vida. Para tanto, cuidaremos dela com atenção,qualidade, segurança e resultados continuamente aperfeiçoados.

SAÚDE PLENA. VIDA EM PLENITUDE!

EM 2014, NÓS QUEREMOS CELEBRAR A VIDA.

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A V Diretriz Brasileira de Dislipidemias intensificou a busca por metas para

estratificação do risco cardiovascular que contribuirão para a redução do risco

e melhoria da qualidade de vida da população. Seu principal objetivo é alinhar os

valores do perfil lipídico a um score que permita estabelecer grupos de risco que

terão terapêutica diferenciada. Além disso, a diretriz chama a atenção para a suspeita

de hipercolesterolemia familiar por meio de diferentes valores de LDL em faixas

etárias distintas.

Desta forma, o Laboratório Sabin alinha os seus valores de referência aos da nova

Diretriz, buscando auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares e no diagnóstico

dos distúrbios metabólicos.

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www.sabinonline.com.br | @labsabin | Laboratório Sabin

O Laboratório Sabin saiu na frente novamente e já adotou os novos parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Central de Atendimento: 61 3329-8000

ISO9001:2008

COLESTEROL.

NOVOS VALORES DE REFERÊNCIA.

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