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IOGURTE Categoria forte e com espaço para expansão RANKING dos maiores laticínios no Brasil 100 EDIÇÕES Marca de Credibilidade Edição Ano XVII – Jan/Fev 2013 - nº 100 – R$ 18,00 – www.revistalaticinios.com.br – ISSN 1678-7250 E S P E C I A L = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = 100 EDIÇÃO

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IOGURTECategoria forte e com espaço para expansão

RANKING dos maiores laticínios no Brasil

100 EDIÇÕES Marca de Credibilidade

Edição

Ano XVII – Jan/Fev 2013 - nº 100 – R$ 18,00 – www.revistalaticinios.com.br – ISSN 1678-7250E S P E C I A L ==

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100EDIÇÃO

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Prezado Leitor,Com muito esforço e dedicação para oferecer leitura informativa

para a indústria do leite, chegamos à 100ª edição da Revista Indús-tria de Laticínios. Na numerologia, a interpretação de 100 se faz pelo número 1, que entre outras características, significa: força, vontade, criatividade, objetividade, idealismo, iniciativa e pioneirismo. São aspectos que estiveram sempre presentes, desde a primeira edição, em 1996. Uma das pioneiras em seu segmento, a publicação manteve-se forte diante dos desafios e de seus objetivos. Vontade de inovar e bus-car formas criativas de apresentar a revista a seus leitores, além de buscar novidades nas áreas acadêmica, da indústria e de entidades representativas do setor, nortearam as metas de todos os profissionais que fizeram parte da equipe da Revista Indústria de Laticínios.

Quando decidi sair da zona de conforto de um emprego e empre-ender, surgiram dúvidas, incertezas, mas nunca faltou vontade e de-terminação em levar aos leitores as referências que necessárias para que seus trabalhos, na indústria de laticínios, fossem desenvolvidos. Com 17 anos no mercado editorial, a edição 100 é produzida como se fosse a primeira, com a mesma energia, objetivos e idealismo. Foram muitos obstáculos superados e com a certeza de que outros poderão vir, mas a experiência de 100 edições concluídas, certamen-te, contribuirá para novas superações.

A equipe da Revista Indústria de Laticínios agradece a todos seusparceiros por nos acompanhar nesta trajetória, muitos dos quais es-

tão conosco desde o início. Esperamos também, além de continuar com eles, contar com os novos colaboradores, que se juntam a cada edição.

Entre as propostas da publicação está mostrar as tendências de mercado e, nesta edição, trazemos uma matéria que aborda as prin-cipais tendências em produtos lácteos. Buscamos também diretores de entidades dos principais segmentos do setor para falar do de-sempenho de categorias de leite e laticínios em 2012 e publicamos o ranking das maiores indústrias do setor.

Ainda com foco no mercado, incluímos dois artigos com conte-údo estratégico para desenvolvimento de lácteos, um estudo sobre consumo de iogurtes, realizado pela Mintel, empresa especializada em pesquisas e, outro, do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), de Campinas, que aborda: Aspectos do modelo das cinco forças de Porter relacionados com o mercado de lácteos.

Como 100, indiretamente representa início, interpretamos esta edição como uma renovação de propostas e, a principal delas é infor-mar nossos leitores sobre as várias áreas do setor de laticínios e man-ter a credibilidade conquistada ao longo de nossa trajetória editorial.

Boa leitura! Luiz Souza

Diretor e Editor

Ano XVII – nº 100– janeiro/fevereiro 2013www.revistalaticinios.com.br

ISSN 1678-7250

Editorial

Diretor e Editor Luiz José de Souza

[email protected]

RedaçãoJuçara Pivaro

[email protected]

RevisãoJuliana Coelho

PublicidadeLuiz Souza

Carolina [email protected]

Daiane [email protected]

AtendimentoAna Carolina Senna de Souza

[email protected]

CapaImagem de arquivo

Diagramação Rafael Murad

[email protected]

Assinatura Assinatura anual - R$ 105,00 (6 edições)

Número avulso - R$ 18,00

Comitê EditorialAirton Vialta – DG/Ital

Ana Lidia C. Zanele Rodrigues – Allegis ConsultoriaAntônio Fernandes de Carvalho – UFV

Ariene Gimenes Van Dender – Tecnolat/ItalDarlila Aparecida Gallina – Tecnolat/Ital

Izildinha Moreno – Tecnolat/Ital José Alberto Bastos Portugal – Embrapa/CNPGL

Mucio Furtado – DuPont/Danisco Neila Richards – UFSM

Sebastião César Cardoso Brandão – UFV/Amazing Foods

SETEMBRO EDITORA

Ed. Green Office MorumbiRua Domingues Lopes da Silva 890, Cj. 402

Portal do MorumbiCEP 05641-030, São Paulo, SP, Brasil

Tels.: (11) 3739-4385 / 2307-5561 / 2307-5563 / 2307-5568 / 2307-5574

[email protected] opiniões e conceitos emitidos em artigos assinados não

representam necessariamente a posição da revista Indústria de Laticínios.

Mantenha seus dados atualizados preenchendo os formulários no site www.revistalaticinios.com.br

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SUMÁRIO

ANUNCIANTES

Entrevista u Mercado de lácteos – Conquistas e desafios para fidelizar novos consumidores---------------------------------- 6

Empresas e Negóciosu Veja quem movimentou os negócios lácteos no último bimestre --------------------------------------------------- 10

Comemoraçãou Revista Indústria de Laticínios comemora a marca de 100 edições -------------------------------------------------- 16

Matéria de Capau Maiores laticínios do Brasil ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 20

Mercadou Região Sul – a que mais contribui para o crescimento da venda de queijos no Brasil-------------------------- 30

Pesquisau Iogurte – Retrato do mercado atual e tendências------------------------------------------------------------------------ 32

Tendênciasu Espaço para inovação em lácteos--------------------------------------------------------------------------------------------- 38

Conjunturau Leite/Cepea - Dificuldades “dentro da porteira” levam a reajuste ao produtor ----------------------------------- 42

Painelu Notícias e ações de empresas do setor-------------------------------------------------------------------------------------- 44

Mercado Internacionalu Mercados calmos e ainda sem pressão-------------------------------------------------------------------------------------- 54

Eventou Evento - 6º Simpósio Nacional Abiq ---------------------------------------------------------------------------------------- 56

Fazer Melhoru Aspectos do modelo das cinco forças de Porter relacionados com mercado de lácteos -------------------- 64

ABIQ 57 ENTELBRA 19 INTERMARKETING 05

AGUIA INOX 07 FERMENTECH 45 ITAL/TECNOLAT 47

ANHEMBI BORRACHAS 43 FORTRESS 48 LIVRO NOVA LEGISLAÇÃO 62

ASKO 55 FORTITECH 68 M CASSAB 33

BRASTÓKIO 23 GAIL 09 QUINABRA 10

CAP-LAB 11 GOLDPACK 26 RECIFER 39

CAP-LAB 13 GRANOLAB 12 SIG COMBIBLOC 02

CAP-LAB 15 GUIA DO COMPRADOR 53 SOMAROLE 29

CHR HANSEN 36 HIDROZON 51 SWEETMIX 41

DELGO 49 HORIZONTE AMIDOS 37 TATE & LYLE 67

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Mercado de lácteosConquistas e desafios para fidelizar novos consumidores

No Brasil, mais consumidores tiveram acesso aos produtos lácteos nos últimos anos, dando espaço a novas categorias de produtos. Aumento de poder aquisitivo da população, sistemas de distribuição mais eficientes, inovações trazidas pelas indústrias, entre outros fatores trouxeram mudanças positivas ao mercado de leite e demais lácteos. É sobre o atual desenho do mercado que Aurélia Vicente, gerente de atendimento e negócios da Kantar Worldpanel fala em entrevista.

Aurélia Vicente é gerente de atendimento e negócios da Kantar Worldpanel, profissional com dez anos de experiência na área de consumo, especialista em Alimentos, Bebidas, Higiene e Limpeza. Aurélia é formada em Publicidade e Propaganda pela faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero.

entrevista

Revista Indústria de Laticínios Dos segmentos de leite e produtos lácteos no Brasil, qual o mais forte no país? ■ Aurélia Vicente O mercado de leite UHT é o mais forte no Brasil hoje, representando quase 40% do fatura-mento do mercado de produtos lác-teos. Porém, outros mercados como Iogurtes e Leite aromatizado, por exemplo, têm excelente desempenho nos últimos anos.

RIL O consumo de leite tem crescido no Brasil? Quais regiões consomem mais? ■ Aurélia Vicente O mercado de leite é muito maduro no Brasil, atingindo prati-camente todos os lares brasileiros. Com isso, as taxas de crescimento costu-mam estar abaixo dos outros produtos lácteos. Em 2012, tivemos uma retração no mercado pela queda de Leite Pasteu-rizado e Cru (Granel). O mercado de Leite em Pó manteve-se estável e apenas UHT cresceu (+1,6% em litros). Hoje o Norte + Nordeste e Sul são os principais consumidores de Leite e as duas regiões juntas têm quase 50% do volume consumido no Brasil. Entretanto, as regiões diferenciam-se no consumo dos leites: o Leite UHT tem o Sul como seu principal mercado já que 1/4 do volume da categoria está nessa região. O Leite em Pó tem mais de 70% de seu volume alocado no Norte e Nordeste do País. O Centro-Oeste e Leste do país, principalmente Minas Gerais, destacam--se no consumo do Leite Cru.

RIL Quais fatores têm determinado au-mento de consumo de leite e por que os brasileiros não incorporam mais intensa-mente essa bebida à sua dieta? Faltam ações de marketing? ■ Aurélia Vicente Praticamente todos os lares brasileiros consomem leite ao longo do ano. Por isso, o aumento no consumo é

determinante para o crescimento da ca-tegoria. Hoje, em média, os lares brasileiros consomem 170 litros de leite em um ano, o que daria uma média per capita de 49 litros, esse número diminuiu 2% em relação ao ano de 2011. Para termos um compara-tivo, os americanos consomem 76,46 litros. Alguns fatores podem colaborar para que não tenhamos um consumo tão intenso de leite no Brasil, entre eles, os aspectos: Cul-tural, americanos tomam leite várias vezes

ao dia, inclusive, acompanhando refeições, já no Brasil o consumo fica mais restrito ao café da manhã e da tarde; Categorias substitutas, nos últimos anos vemos a cesta de café da manhã do brasileiro se sofisticando e entrando novas categorias, como Sucos e Bebidas a base de Soja e a entrada de novas opções diminui o consu-mo de leite nessa refeição; Ações, vemos pouca comunicação e campanhas pelo consumo do leite, o que pode fazer com que as pessoas diminuam o consumo; Preço: por ser um produto básico, alterações no preço podem impactar diretamente a compra. Em 2011, Leite UHT passou por um forte aumento de preço e com isso o consumo diminuiu. Em 2012, o preço ficou estável e o consumo não cresceu.

RIL De que forma o crescimento da classe C impactou o consumo de lácteos? Quais segmentos de laticínios mais se beneficiaram desse movimento socioeconômico? ■ Aurélia Vicente A ascensão econômica tem beneficiado principalmente produtos não básicos. Com mais dinheiro no bolso, as donas de casa passaram a ter vonta-de e possibilidade de experimentar novos

produtos. Categorias que não faziam parte da cesta de compra dos brasilei-ros passaram a fazer parte da vida dos consumidores nos últimos anos. Alguns derivados de leite beneficiaram-se muito dessa movimentação, ganhando novos compradores. Os principais destaques são: iogurtes, leite aromatizado e requei-jão. Essas categorias têm crescido muito acima da média nos últimos anos por atraírem novos compradores, especial-mente de classes C e D. O grande desafio dessas categorias agora é conseguir manter-se nesses novos lares conquista-dos. Para as categorias básicas, como o caso de Leites, o desafio é manter sua im-portância nesses lares e não deixar que as pessoas mudem seus hábitos, como tirar o Leite do café da manhã.

RIL Além do maior poder aquisitivo do brasileiro, quais outros fatores têm contribuído para a expansão de mercado de produtos lácteos no Brasil? ■ Aurélia Vicente A indústria tem se esforçado para que as pessoas tenham acesso a seus produtos. Como principais iniciativas, podemos citar: o reforço na distribuição dos produtos, produtos esses que antes eram encontrados em grandes autosserviços, agora também podem ser comprados em pequenas lojas, mercearias, quitandas, além de regiões mais distantes das grandes metrópoles. Essas ações fizeram com que mais pessoas tivessem acesso a novos produtos e incentivou muito o mer-cado de forma geral; Opções de acesso: sabemos que, apesar do aumento da renda, as pessoas têm renda limitada e, muitas vezes, recebem semanalmente ou quinzenalmente, fazendo com que seu poder de compra seja reduzido. Tama-nhos menores, embalagens mais baratas são algumas das opções que a indústria têm encontrado para adequar seus pro-

“Praticamente todos os lares brasileiros consomem leite ao longo do ano”.

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dutos ao bolso das famílias, facilitando o acesso a novos produtos; Marcas de combate: opções mais baratas, mui-tas vezes fabricadas por indústrias já conceituadas no mercado, também têm se destacado, possibilitando o acesso às categorias lácteas, além das emba-lagens econômicas, buscando pessoas com possibilidade de ter um desembolso maior, muitas indústrias têm apostado em embalagens maiores, porém com um preço por litro mais compensador. Essas opções têm dado certo em algumas categorias, principalmente em autosser-viços maiores e em atacados.

RIL A busca por inovação por parte das indústrias tem interferido no crescimento de algumas categorias de lácteos? ■ Aurélia Vicente Sim, tanto pensar em inovação de produtos quanto em inovações de embalagens colaboram muito para o crescimento de categorias. O mercado de produtos refrigerados, como Iogurtes e Bebidas a base de Soja, por exemplo, constantemente trazem no-vos sabores e embalagens diferenciadas em tamanhos e formatos e são alguns dos grandes destaques de 2012.

RIL A quantidade de novos produtos na área tem estimulado aumento de consu-mo? Novos hábitos estão sendo criados? ■ Aurélia Vicente Sim, principalmente quan-do no caso de categorias que antes eram prioritariamente comprados por classes altas. Requeijão, por exemplo, com novas marcas mais baratas e embalagens de plástico, conseguiu acessar novos lares e hoje já é realidade em 56% dos lares bra-sileiros. Com isso, as pessoas têm novas opções e seu café da manhã começa a se sofisticar. As categorias mais básicas, como Margarinas, acabam sofrendo com essa sofisticação.

RIL Muitas empresas têm investido em desenvolvimento de produtos premium em várias áreas da alimentação, há tendên-cia de o mesmo ocorrer com lácteos?■ Aurélia Vicente No mercado de Lác-teos temos duas situações acontecendo ao mesmo tempo. A mais forte atual-mente é a da oferta de produtos com menor desembolso para acesso a novos lares, a exemplo de Requeijão com emba-lagens mais baratas e de marcas mais baratas, o fortalecimento de embala-gens cartonadas para Leite Condensado e Creme de Leite e embalagens menores

que 1 litro para Leite UHT. Entretan-to, sabemos que as classes mais altas buscam hoje produtos diferenciados e algumas categorias do mercado de Lác-teos já procuram suprir essa necessida-de, como os Leites Especiais, fortificados, com mais cálcio, sem lactose, entre outros. Dentro do mercado de produtos refrigerados também vemos opções di-ferenciadas, como iogurtes com cereais matinais. Com a cesta de café da manhã se sofisticando, existe uma grande possi-bilidade de termos ainda mais produtos lácteos com valor agregado.

RIL Os produtos funcionais são conside-rados premium ou existe diferenciação, já que o primeiro contempla conceito de saúde e, o segundo, sofisticação? ■ Aurélia Vicente O principal apelo dos produtos funcionais é o de saúde e bem estar, porém por trazer um dife-rencial, eles são considerados produtos premium, por terem preço acima da média do mercado. Atualmente, vemos algumas movimentações da indústria para atrair compradores para esses produtos, como embalagens individuais e forte comunicação.

RIL Na área de lácteos, a embalagem de-sempenha papel fundamental para aumen-to de mercado das indústrias? Por quê? ■ Aurélia Vicente Como o mercado lác-teo ainda é composto muito fortemente por produtos básicos, onde o preço é um fator determinante, as embalagens contribuem muito para a formação do preço dos produtos, por isso vemos a mu-dança na embalagem para deixar o preço dos produtos mais atrativos. A mudança de Leite Condensado de Lata para emba-lagens cartonadas é um exemplo.Em contrapartida, o mercado lácteo, hoje, apresenta diversas opções. O inves-timento em embalagens tem diferencia-do o produto no ponto de venda e pode ajudar a chamar a atenção do consumi-dor no momento da compra.

RIL Há um denominador comum no perfil do consumidor brasileiro no que se refere a consumo de alimentos e bebidas, mais especificamente, em lácteos? Ou como as características das regiões brasileiras são diversas, há também diferenças essenciais entre os consumidores? ■ Aurélia Vicente Vemos algumas dife-renças regionais. O consumo de Leite em Pó, por exemplo, é muito forte no Nordes-

te, tanto por não necessitar de refrigera-ção quanto pela possibilidade da própria dona de casa fazer o leite de acordo com o seu gosto (mais forte ou fraco). Na região Sul, muitas famílias ainda têm o hábito de colocar o Leite na leiteira e não deixar a embalagem, por isso, vemos um consumo maior de leite em saquinho nessa região. As regiões Centro-Oeste e Leste, por serem fortes produtoras de Leite, ainda são bastante representati-vas para o consumo do Leite Cru.

RIL Alguma região brasileira está se destacando em crescimento de consumo de lácteos? Em caso positivo, em quais categorias de lácteos? ■ Aurélia Vicente As categorias têm se diferenciado na evolução de lácteos. O Norte + Nordeste, por exemplo, que é um forte consumidor de Leite em Pó, vem gradualmente aumentando seu consumo de Leite UHT, ajudando no crescimento desse mercado, que ainda depende do consumo do Sudeste e Sul; Requeijão é uma categoria que cresce de forma ge-neralizada, mas temos algumas regiões, como o Rio de Janeiro, que se destaca no consumo e a região Leste + Interior do RJ é muito forte para categorias lácte-as de forma geral. Ela representa mais de 20% do consumo de Iogurtes e 18% do consumo de Leites

RIL Em resumo, quais as principais ten-dências do setor de leite e derivados para médio prazo no Brasil? ■ Aurélia Vicente Acesso e Consolidação, principalmente quando pensamos em derivados de leites, o acesso ainda é um desafio para a maioria das categorias, mas a indústria também tem que focar esforços em consolidar essas novas categorias, tornando-as um hábito nos lares brasileiros. Agregar valor, algu-mas categorias, como Requeijão e Leite Aromatizado, têm necessitado da forte contribuição de marcas mais baratas para crescer. Agora é necessário agre-gar valor a esses mercados; Inovação no consumo do Leite: como o mercado de Leites é comprado por quase todos os la-res brasileiros, a categoria só vai crescer se conseguir aumentar a quantidade con-sumida. Ações para relembrar a impor-tância do leite para a saúde e inovações na categoria podem contribuir para uma mudança no cenário do último ano.

entrevista

“A indústria também tem que focar esforços em consolidar essas novas categorias, tornando-as um hábito nos lares brasileiros”.

“Vemos pouca comunicação e campanhas pelo consumo do leite, o que pode fazer com que as pessoas diminuam o consumo”.

“Embalagens mais baratas são algumas das opções que a indústria tem encontrado para adequar seus produtos ao bolso das famílias, facilitando o acesso a novos produtos”.

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Vigorlança actilife, leite fermentado em embalagem exclusiva

Após o lançamento de Vigor Grego, que inaugurou uma nova categoria de iogurtes no Brasil, traz ao mercado o Actilife, leite fermen-tado para toda a família que auxi-lia no equilíbrio da flora intestinal e é rico em vitamina C.

A novidade chega às gôndolas na embalagem Tetra Top de 100 ml, com a exclusiva abertura chamada “Lokka”, lançamento mundial da Te-tra Pak, e oferece uma porção ideal para o consumo em movimento e imediato. Segundo Eduardo Eisler,

vice-presidente de Estratégia de Ne-gócios da Tetra Pak, esta embalagem cartonada traz o diferencial da nova abertura. “Fácil de puxar, e com o gar-galo elevado, a novidade proporciona uma experiência agradável para be-ber de uma só vez”, explica Eisler. Além disso, também é ecologicamen-te correta, já que é 100% reciclável.

De acordo com Anne Napoli, di-retora de marketing da Vigor Ali-mentos, a novidade faz parte do plano estratégico da empresa em acelerar o crescimento por meio de inovações. “Nossa preocupação é oferecer ao mercado produtos com reconhecida qualidade e garantir sua segurança e integridade até o consumo. A embalagem, que a Tetra Pak lança mundialmente conosco, é mais uma demonstração de nosso cuidado”, afirma a diretora.

empresas & negócios

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Batavotraz lançamento em iogurte

e amplia linha Batavinho

A empresa lança em fevereiro edi-ção limitada e exclusiva na categoria de iogurtes e bebidas lácteas líqui-das: o Kissy sabor Abacaxi com Coco. A novidade está alinhada à estraté-gia da marca em oferecer produtos inovadores e inspirados na natureza.

A edição limitada foi desenvolvi-da a partir de pesquisas com consu-midores, nas quais o sabor Abacaxi com Coco foi indicado como a com-binação de frutas mais desejada. A nova opção de Kissy será comerciali-zada nas versões 180g e 900g.

Ampliação de portfólio infantil. A linha de produtos infantis Ba-

tavinho acaba de ganhar um reforço. O novo iogurte da Batavo, marca de maior valor agregado de lácteos da BRF, chega às gôndolas das princi-pais redes supermercadistas do país. Elaborado com polpa de fruta e sem corantes artificiais, o iogurte integral tem sabor semelhante ao petit suisse sabor morango da linha Batavinho.

“O intuito é estimular hábitos ali-mentares saudáveis”, explica Lucia-ne Matiello, diretora de marketing de lácteos da BRF. “Nosso produto pode contribuir com o aporte diário de cálcio. Além disso, o iogurte também é fonte de proteína, um importante componente funcional e estrutural do organismo”, complementa a dire-tora de marketing.

“Em um mercado altamente com-petitivo e pulverizado, estar atento às necessidades do consumidor é vital para o desenvolvimento do negócio. O brasileiro ainda consume pouco io-gurte. Porém, o incremento da renda tem contribuído com a mudança de hábito. Estamos atentos às oportuni-dades”, completa Luciane.

Batavinho é a linha de produtos infantis da Batavo. Além do iogurte, o portfólio possui leite fermentado e petit suisse – único do mercado que contém selênio e mineral antioxi-dante, fundamental para a proteção do organismo infantil. Vale frisar que a fórmula do petit suisse Batavinho também oferece vitaminas e minerais essenciais para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável às crian-ças, como cálcio, ferro, zinco e vitami-nas A, C, D, B1, B2, B6 e B12. O produto será comercializado em embalagens de quatro unidades de 100g cada.

A Batavo encontrou na biomimé-tica, ciência que procura aplicar so-luções da natureza ao cotidiano do homem, o norte para a sua crença atual. “As pessoas estão com déficit ‘de’ e ‘com’ a natureza e a Batavo entende que a alimentação é uma forma de estabelecer esta conexão”, esclarece a executiva.

Com o apoio de uma equipe multidisciplinar, a Batavo estudou a fundo a natureza do homem. Procurou entender suas reais ne-cessidades do mesmo e percebeu que na natureza poderia encon-trar inspiração para criar e adap-tar o seu portfólio.

Para materializar este conceito, a marca aposta no desenvolvimen-to de novos produtos e na adapta-ção dos já existentes. “Queremos ser reconhecidos como uma marca inovadora e curiosa. A adaptação do nosso portfólio, único no merca-do a abranger todas as categorias lácteas, demonstra o nosso interes-se em acompanhar a evolução dos hábitos alimentares do brasileiro”, finaliza Luciane.

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Manteiga Aviaçãoganha cara nova

Depois de quase nove décadas com a mesma embalagem, a Mantei-ga Aviação em lata evolui, mas sem abrir mão da tradição e da qualidade que a colocaram entre as marcas mais admiradas e importantes do mercado brasileiro. A nova embalagem da Man-teiga Aviação nasce com atributos im-portantes: dispõe de sistema abre-fácil em alumínio que dispensa o abridor, vira uma manteigueira e, como sem-pre, não necessita de refrigeração.

Nos anos 20, quando a marca sur-giu, as condições de transporte e arma-zenamento exigiam uma embalagem mais robusta e com alta capacidade de conservação, pois geladeira era artigo raro. Hoje, as exigências são outras. O mercado procura produtos que ofere-çam praticidade, qualidade e conforto.

Foram dois anos de estudos, pes-quisas e um investimento inicial de R$ 500 mil para chegar ao formato da nova embalagem. “Outra mudan-ça importante está no tamanho, que

chega apenas na versão de 200 gra-mas. Isso porque, nos últimos anos, houve uma alteração no perfil das famílias brasileiras, que estão cada vez menores, e buscam produtos que se adequem a essa nova realidade”, explica Ana Luisa Resende Pimenta, diretora da empresa.

Os estudos para chegar à emba-lagem atual da Manteiga Aviação envolveram toda a agência Alta Co-municazione. “Nosso maior desafio foi dar continuidade na história de amor entre uma marca e seus con-sumidores”, explica Roberto Furlan, diretor de planejamento.

O trabalho priorizou uma comuni-cação bem detalhada ao trade, expli-cando porque mudou, o que mudou e, principalmente, o que o consumidor ganha com as mudanças. Na sequên-cia, vêm ações com materiais em PDV e o reforço do conceito “Nova Lata, Mesma Manteiga”, e alguns esforços em mídia e em planejamento.

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“Foi uma grande experiência tra-balhar em um projeto como esse. A Aviação tem uma relação quase cen-tenária e muito especial com o consu-midor. Agora, a manteiga de sempre ganha mais praticidade e facilidade, sem deixar de manter a tradição”, ex-plica Zeppa Tudisco, diretor de criação. História da tradição

A saga da mais tradicional e co-nhecida manteiga do País começa em 1920, em São Paulo, por obra de Anto-nio Gonçalves, Oscar Salles e seu pai Augusto Salles. Nascidos em Minas Ge-rais, os três viviam na capital paulista, onde fundaram a Gonçalves Salles em 20 de setembro de 1920. Um ou dois anos após a fundação, o trio pioneiro adquiriu uma indústria de laticínios que estava desativada na cidade mi-neira de Passos, Hoje, encontra-se em São Sebastião do Paraíso, onde cons-truiu instalações e implantou equipa-mentos de tecnologia avançada.

O nome Aviação e o velho aeropla-no estampado em seu rótulo foram adotados numa época em que a na-vegação aérea estava começando e ainda deslumbrava a humanidade. O logotipo da Aviação com a rebuscada letra “A” que até hoje estampa as em-balagens de seus produtos, foi dese-nhado por um antigo colaborador.

A manteiga de cor amarelada, con-sistência pastosa e sabor delicado foi uma das primeiras a ser elaboradas industrialmente no Brasil, com rigo-rosos controle de higiene e qualidade. Curiosamente, até o início do século 19, consumíamos manteiga feita na Inglaterra, trazida pelos portugueses. Era vermelha, salgada e, frequente-mente, rançosa. Parte do sucesso ini-cial da Aviação ocorreu em função de um fato adicional - ela surgiu antes da popularização da geladeira.

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Forno de Minaslança Requeijão Cremoso

A Forno de Minas amplia e diversi-fica seu mix de produtos lançando o Requeijão Cremoso nas versões Tradi-cional e Light. O novo produto possui o selo da tradição e qualidade da marca mineira dona de uma das mais especiais e famosas receitas de pão de queijo do mercado. A OBAH Design assina a iden-tidade visual dos potes de 200 g.

O desafio era criar uma identida-de visual para as primeiras embala-gens do Requeijão Cremoso Forno de Minas, versões Tradicional e Light. A ilustração exclusiva de uma fazendi-nha do interior de Minas estampa os potes de 200 g e o cartonado duplo, re-tratando a tradição da marca e tradu-zindo o conceito de qualidade e sau-

dabilidade do produto. As cores das embalagens diferenciam as versões Tradicional e Light; o azul de catego-ria colore a versão menos calórica e o vermelho, que remete à cor da marca, destaca a tradicional nas gôndolas.

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Bel Fromagerieno Brasil

A terceira maior fabricante de queijos do mundo já está no mercado brasileiro e traz o queijinho em por-ções da famosa marca “A Vaca que ri”, nos sabores: natural, ligth e presunto.

A empresa inaugurou seu escritó-rio comercial, localizado em São Pau-lo, em meados de novembro de 2012, que será responsável pela importação do queijo A Vaca que ri em porções de 20g, acondicionado em cartucho circu-lar, contendo oito porções ideais para o consumo em lanches, no trabalho e para crianças no dia-a-dia.

Considerada líder mundial em queijos porcionados, a empresa os-tenta números expressivos que ates-tam sua força mercadológica como:

faturamento de 2,5 bilhões de Euros; atuação comercial em 120 países; trinta diferentes marcas no catálogo; filiais em trinta e quatro países; vinte e sete fábricas instaladas; produtos saudáveis e inovadores.

Atualmente, a Bel Fromagerie pos-sui em média de 11.400 funcionários, que prestam serviços em diversos países espalhados pelo mundo, onde possuem suas próprias redes de fabri-cação. Além da marca A Vaca que ri, a Bel conta também com a Babybel, Boursin, Kir e Leerdammer.

Sua distribuição em nível nacional será realizada pelos Laticínios Tirolez.

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Atingir a marca emblemática de 100 edições significa trabalho diário para alinhar constantemente a orientação editorial sem perder o foco em suas propostas originais e, ao mesmo tempo, mudar para se manter atual e levar o con-teúdo que seus leitores precisam e procuram em veículo de comunicação especializado.

Manter um veículo de comunicação atualizado envolve não apenas conteúdo editorial, mas também a linguagem fácil e direta, como pedem os novos tempos, assim como o visual, que vem se transformando para ganhar leveza, dando destaque às matérias e parceiros das publicações. Alinhada também aos novos tempos, criamos o portal da revista, o www.resvistalaticinios.com.br, onde divulgamos com mais rapidez novidades do setor.

Desde a primeira edição, em 1996, a Revista Indústria de Laticínios, elaborada quase artesanalmente pelo empreende-dor Luiz Souza, a publicação traz em suas páginas retrato em movimento constante do período marcante para a história do setor do leite e produtos lácteos no Brasil. A indústria brasileira passou por mudanças e, nesse quadro, o setor de alimentação ganhou impulso, aprimorou-se em tecnologia de produção e melhoria de qualidade. Afinal, ganhamos também o Código de Defesa do Consumidor, que garante o direito a produtos com segurança alimentar e as boas práticas de fabricação precisaram se tornar mais rígidas.

Entre a edição número 1 e a 100, planos econômicos brasileiros exigiram correção de rota das empresas. Ao trazer estabilização para economia nacional, o Plano Real inter-feriu diretamente no mercado de lácteos, que ganhou mais consumidores, além de abrir espaço para maior diversidade de produtos. As inovações em derivados de leite começaram a ocupar mais espaço nas gôndolas de supermercados e registramos em nossas páginas o avanço gradativo de novos produtos com mais tecnologia, a exemplo dos funcionais.

Para mostrar a evolução do setor, buscamos especialistas da área acadêmica e dos setores de Pesquisa & Desenvolvi-mento das empresas. Abrimos espaço para diretores de entida-des representativas divulgarem e defenderem suas ações, além

Comemoração

100 edições a serviço da informação para o setor

Comemorar 100 edições no mercado editorial brasileiro tem sabor especial. Para a direção e equipe da Revista Indústria de Laticínios

significa superação de inúmeros obstáculos e vitórias frente a grandes desafios.

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de profissionais da área econômica e de marketing, que anali-saram as diversas situações de mercado, mudança de perfil de consumidores e outros aspectos que afetam as empresas.

Ao comemorar a 100ª edição da Revista Indústria de Laticínios, agradecemos a colaboração de todos os profissio-nais e parceiros que estiveram presentes em nossas páginas e trazemos abaixo, mensagens que recebemos de alguns de nossos companheiros nesta caminhada.

“ Nos últimos anos tive o privilégio de publicar vários artigos na Revista Indústria de Laticínios, uma publicação respeitada nos meios laticinistas brasileiros. Posso perceber o alcance que tem essa revista, quando recebo comentá-rios sobre meus artigos, de distintas partes do Brasil. Tenho orgulho de ser um colaborador assíduo da Revista Indústria de Laticíniose de ter Luíz Souza como editor de meus livros e um amigo pessoal. A ele e toda sua equipe, meu abraço de congratulações pela edição número 100 da revista. São 100 edições que consolidam a imagem da Revista Indústria de Laticínios como um veículo técnico e comercial de grande influência no segmento de lácteos no país”

Múcio M. Furtado, Ph.D.Technical Support Manager, Cheese / Latin America

“Cem edições!!! Parece que foi ontem que participamos da primeira edição. E já se vão 17 anos. Desde aquele tempo para cá, foram muitas conquistas: vimos o mercado crescer e se expandir, a legislação passou a defender a qualidade de lácte-os, o consumo aumentou, surgiram associações de defesas de lácteos, os eventos com foco no produto também cresceram...

Nesse panorama, tivemos a revista Indústria de Laticínios como fonte de informação e difusão de notícias sobre a área, numa época em que tal veículo era extremamente necessário, pela carência do mercado. Desnecessário dizer da impor-tância da revista nesse cenário, onde as informações eram fundamentais para a evolução do setor. Pesa o fato da revista ser feita com qualidade e profundidade.

Só nos resta desejar muito sucesso e que a centésima

edição seja mais um marco nessa valiosa história da qual a Fermentech tem o orgulho de pertencer. Parabéns a todos!”

Nanci H. Ohata SantanaDiretora - Fermentech

“Completar 100 edições é um grande feito para uma pu-blicação especializada em agroindústria. A revista Indústria de Laticínios atingiu esta marca pela qualidade do seu corpo editorial, com artigos e reportagens de grande interesse para o setor lácteo. A amplitude de suas matérias torna este veícu-lo um dos mais representativos, não apenas para a indústria, mas para toda a cadeia produtiva do leite nacional. Nós, da pesquisa agropecuária brasileira, comemoramos a marca de 100 edições da Industria de Laticínios com o mesmo entusias-mo dos profissionais de imprensa que trabalham para fazer desta revista um dos principais porta-vozes do setor”.

José Alberto Bastos PortugalPesquisador da Embrapa Gado de Leite

“A boa informação é, sem dúvida, um dos maiores patri-mônios de qualquer segmento. Na indústria de lácteos, essa realidade não é diferente. Diariamente lidamos com toma-das de decisão estratégicas que norteiam o futuro de nossos negócios. E, não tenho dúvidas de que esse papel de bem informar tem sido muito bem cumprido pela Revista Indús-tria de Laticínios. Com reportagens e artigos relevantes, sua leitura oferece os subsídios necessários para estar a par das principais notícias do setor.

A indústria nacional ainda tem um potencial enorme de crescimento; e a SIG Combibloc tem acompanhado – e feito parte – desta trajetória de ascensão. Assim como oferece-mos para os nossos clientes todo o suporte necessário para o desenvolvimento e crescimento de seus negócios, a revista também garante o respaldo necessário que precisamos em termos de divulgação. Parabéns à Indústria de Laticínios pela edição 100!”

Luciana GalvãoGerente de marketing da SIG Combibloc para a América do Sul

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“Quero felicitar, em nome da Globalfood, esta importante revista pela sua centésima edição.

Tive a oportunidade de acompanhar as inúmeras edições que prestigiaram com muito compromisso e responsabilida-de a vida do mundo dos laticínios mantendo as informações vivas e presentes para cada membro deste maravilhoso setor. Setor, que sem dúvida nenhuma soube evoluir e se adaptar às necessidades do mundo moderno, acompanhado por este meio de comunicação tão importante.

Sempre nos sentimos fazendo parte desta revista ou ela fazendo parte de nós e enfim membro desta grande família que é a dos laticinistas.

Parabéns pelo marco atingido com a certeza de que conti-nuarão com a mesma dedicação ao setor daqui para a frente, e que o marco será dobrado com o mesmo comprometimento”.

Klaus Hasserodt,Diretor da Globalfood Ltda.

“Nestas 100 edições da Revista Indústria de Laticínios foram apresentadas diversas oportunidades e informações sobre o mercado que contribuíram muito para que as empre-sas acompanhassem as tendências e a evolução do setor.

Parabenizamos os esforços de cada dia de trabalho dos profissionais da publicação, que cumprem a missão de trazer informações aos leitores e, ao mesmo tempo, são testemu-nhas do dinâmico desenvolvimento deste mercado”.

Eduardo Eisler, Vice-presidente de Estratégia de Negócios da Tetra Pak

“100 edições contribuindo com o setor de laticínios no Brasil de uma maneira informativa e estabelecendo parcerias duradouras com as empresas, e o mais importante, sempre com muita responsabilidade editorial.

Parabéns pela conquista e muito sucesso nas muitas outras edições que virão!”

Jane VieiraMarketing. Döhler América Latina

“Em nome da Alibra Ingredientes e da Genkor Ingredientes, cumprimento a todos os integrantes da Revista Indústria de Laticínios, pela sua 100ª edição e também pela excelência de todas as edições que foram publicadas ao longo desses anos.

As publicações trazem um panorama detalhado do setor, abordam as tendências que estimulam a expansão do seg-mento de laticínios, e apresentam os principais lançamentos em ingredientes e produtos acabados. Seus conteúdos englo-bam temas relevantes de toda a cadeia produtiva, ajudando a nos manter atualizados.

A revista se tornou uma referência como veículo de comunicação do setor laticinista e vem contribuindo signi-ficativamente para a evolução deste mercado. É uma fonte de consulta que preza pela credibilidade e precisão na divulgação de informações, proporcionando um aprimora-mento de conhecimento de muitos profissionais da área.

A forma de abordagem, a riqueza e a diversidade das matérias apresentadas é realmente o que nós, leitores, esperamos encontrar”.

Parabéns e muito sucesso!Humberto Salvador AfonsoDiretor - Alibra Ingredientes e da Genkor Ingredientes

“Nos últimos anos, o setor lácteo teve uma ampliação expressiva do universo de consumidores, como resultado da disponibilidade de produtos mais acessíveis, por exemplo, o iogurte e queijo, compatíveis com o incremento do poder aquisitivo da população brasileira. Por outro lado, foram lan-çados produtos com propriedades funcionais e mais produtos premium, com apelo indulgente que vêm ganhando força no mercado, a exemplo do que ocorre no exterior, sobretudo em países da Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Importante mencionar também, no grupo de produtos infantis, a inclusão de cereais drageados para serem consumidos com o iogurte trouxe uma renovação à categoria e um incremento de ven-das bastante expressivo para o setor.

Comemoração

100 edições a serviço da informação para o setor

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Outro fato importante é a grande consolidação do setor, ocorrida pelas fusões de empresas, levando ao surgimento de indústrias lácteas nacionais e estrangeiras de grande porte e a consequente redução no número de laticínios médios.

A Kerry Ingredientes & Aromas, através dos Centros de Excelência presentes nas Américas, Europa, Ásia e Oceania, reúne especialistas que respondem rapidamente às tendên-cias do setor, além de atender seus clientes com soluções inovadoras para o mercado.

Podemos observar que a revista Indústria de Laticínios esteve bastante atenta aos movimentos do mercado, trazendo informações técnicas e novidades do setor que contribuem grandiosamente para seus leitores e para os profissionais da indústria. Agradecemos ao excelente trabalho e parabeniza-mos pela conquista da 100ª edição”.

André Ricardo Tesini Diretor Vendas e Pesquisa & Desenvolvimento - Kerry Ingredientes & Aromas

“A Cap-Lab gostaria de parabenizar a Revista Indús-tria de Laticínios e a Setembro Editora pelo marco de 100 edições publicadas.

Só temos elogios a fazer para esse importante meio de comunicação do setor lácteo, além de grande parceiro que, durante esses anos, sempre apoiou os projetos que a Cap-Lab quis desenvolver e divulgar.

As pessoas só são capazes de evoluir se buscarem conhe-cimento e informação, e ter uma revista do nível da indústria de laticínios, é fundamental para suprir a carência de todos os profissionais do meio.

Mais uma vez, parabéns Luiz e aos colaboradores que todos os dias trabalham para que a revista cresça e enri-queça o nosso setor!”

Vinicius CapeletoDiretor Comercial – Cap-Lab

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Maiores laticínios do BrasilConquistas e desafios

Ranking

Durante o fechamento desta edição, surgiu um fato novo envolvendo duas em-presas fortes no ranking do setor – A Vigor Alimentos S.A. e a Cooperativa Central de Produtores Rurais de Minas Gerais Ltda.(CCPR), assinaram acordo que prevê investi-mento de R$ 410 milhões na Itambé Alimen-tos S.A. (Itambé).

A Itambé iniciou projeto de parceria estratégica há cerca de três anos com o ob-jetivo de tentar unir cinco cooperativas de laticínios e transformar em uma Sociedade Anônima. Um dos fatores que determina-ram a ação da empresa foram os altos in-vestimentos em produtos para exportação – leite em pó e leite condensado. A queda nos preços dos produtos exportáveis e a apreciação do Real frente ao Dólar, fez com que a empresa perdesse competitividade exportadora e sua produção foi totalmente direcionada para o mercado doméstico.

Ao buscar alternativas para Socieda-de Anônima, a meta era adotar melhores práticas de governança e profissionalizar a gestão. Entretanto, para esse modelo avan-çar, era necessário capital novo com entra-da de um sócio estratégico ou financeiro. O recurso novo seria para a readequação do portfólio, investimento em novos produtos e redução de alavancagem financeira, para isso não bastaria apenas unir as cinco coo-perativas que comporiam a Itambé S.A.

“Infelizmente, o projeto não caminhou como esperávamos e, sem o apoio esperado do BNDES, tivemos que abandonar a ideia. Passamos a buscar novas alternativas e, para isso, precisávamos sair da esfera nor-mativa de cooperativa, que não permite só-cios de fora de seu quadro social”, esclarece Ricardo Cotta, assessor de Relações Institu-cionais da Itambé.

Dessa forma, foi criada a Itambé Alimen-tos S.A., com 100% de capital da CCPR, que passou ao novo formato a partir de dezem-bro de 2012. Todos ativos operacionais de in-dústria, marca e patentes foram transferidos para a S.A., que passaria a permitir a entrada de um novo sócio estrangeiro ou brasileiro.

“Com um banco de investimento con-tratado para nos auxiliar a prospectar par-ceiros no mercado nacional e internacional,

partimos para esta empreitada. Tivemos um ano de negociação com uma empresa estran-geira, mas no final, a Vigor apresentou o pro-jeto melhor e mais afinado com nossos objeti-vos”, complementa Cotta.

Com a joint venture, houve 50% de subs-crição de capital e, consequente mudança na governança da Itambé, que passa a ter um Conselho de Administração formado por seis membros, três da Itambé e três da Vigor. Cada companhia indicará um co-pre-sidente neste Conselho. A empresa buscará no mercado um CEO para o comando e uma das restrições ao cargo será de não ter re-lação atual ou passada com nenhuma das duas parceiras. Os novos diretores da com-panhia serão indicados pelo presidente exe-cutivo e pelo Conselho.

Cotta explica que não deverá haver pro-blemas com o CADE (Conselho Administra-tivo de Defesa Econômica).“São duas em-presas com produtos que não se sobrepõem, são complementares. A Vigor é forte em io-gurtes em São Paulo em queijos finos, iogur-te, que representa não mais que 10% dos ne-gócios da Itambé. Além disso, as duas atuam em mercados diferentes. A Itambé está mais fortemente presente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Brasília e a Vigor, principalmen-te em São Paulo”, conclui o assessor.

A partir da joint venture, a captação de leite será da CCPR, que repassará à S/A a pre-ço de mercado. As cooperativas continuarão membros da CCPR, que ficará responsável pela captação de leite, assistência técnica aos produtores e seus negócios de ração e armazéns, podendo assim, potencializar seu papel junto aos cooperados, além de ser acio-nista da nova empresa, dando diretrizes e co-brando resultados nas reuniões de Conselho.

A industrialização do leite passará por mudanças. Cotta informa: “nosso foco esta-rá de fato em desenvolvimento de produtos com maior valor agregado. Além do leite em pó e leite condensado, que são nossos carros chefe, devemos incrementar nossa presença no segmento de refrigerado, como iogurtes e sobremesas lácteas, que terão investimen-tos para ampliar a capacidade produtiva”.

O modelo seguido no acordo da Itambé e Vigor já foi utilizado com a Glambia, na

Irlanda e Sodiaal, na França. Questionado quanto aos riscos do negócio, Cotta enfati-za que: “qualquer tipo de parceria tem risco inerente. Um movimento como este é se-melhante a um casamento. Precisamos tra-balhar constantemente na preservação do melhor relacionamento possível”.

Os principais motivos que levaram a Vigor a investir na Itambé foi a expansão demográfica e o aumento da oferta de pro-dutos que complementassem o portfólio da empresa, que eram planos já conhecidos da Vigor. A empresa paulista buscava formas diferenciadas de acessar o mercado. Recen-temente, inclusive, comunicou ao mercado o investimento no Rio de Janeiro.

Gilberto Xandó, presidente da Vigor de-talha: “é um foco da empresa expandir sua área de atuação e se fortalecer no segmento de lácteos. A Vigor tem forte atuação no es-tado de São Paulo, enquanto a Itambé está presente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Nordeste, portanto há uma sinergia de ati-vidades. Além da presença em mercados di-versificados, a força da marca Itambé, tradi-cional como a própria Vigor, e a reconhecida qualidade de seus produtos foram fatores primordiais para a tomada desta decisão”.

Quanto à forma de atuação, a Vigor continua focada em trazer ao mercado ino-vações e na expansão de suas atividades. A Itambé S.A. irá atuar de forma indepen-dente, sendo que parte dos membros do conselho será representante da Vigor.

“A novidade da negociação com a Itam-bé, assim como tantas outras anunciadas no último ano – investimentos no Rio de Ja-neiro, lançamento do Vigor Grego e da linha de funcionais- reforçam a imagem da Vigor como uma empresa séria, focada em inova-ção, com uma gestão forte e governança cor-porativa” complementa Xandó, que informa também: “em momento oportuno serão anunciadas novidades em produtos, o que podemos dizer é que a empresa está focada em apresentar ao mercado produtos inova-dores, saudáveis e saborosos, de acordo com a demanda de consumidores e sempre com a reconhecida qualidade da marca”.

Em crescimento de produção e em evolução no uso de tecnologia no campo e indústria, o setor de laticínios vive uma fase de desafios, entre eles, enfrentar pressão dos preços para o varejo com

margem de lucros menores e continuar investindo em inovação. Nesta edição, trazemos o ranking das maiores empresas do setor, que com todas as dificuldades

vêm se destacando , algumas preservando suas posições entre as maiores e, outras, ascendendo no ranking. Como referência, trazemos informações da Leite Brasil e publicações especializadas, como “Anuário do Agronegócio 2012”

Globo Rural “Guia Exame Melhores e Maiores – as 1000 maiores empresas do Brasil” e “Valor 1000”.

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Desempenho dos segmentos de lácteosConfira análise do setor na ótica de enti-

dades e associações, como Leite Brasil, ABLV (Associação Brasileira de Leite Longa Vida) e de segmentos de destaque no mercado, como Abrine (Associação Brasileira da In-dústria de Iogurte) e Abiq (Associação Bra-sileira de Queijos).

Produção em altaNa avaliação da Leite Brasil, associação

que representa os produtores nacionais 2012, foi positivo para a cadeia produtiva de lácte-os. O estudo divulgado pela entidade mostra que a produção de leite industrializado cres-ceu 5% no Brasil em relação a 2011, alcan-çando 24 milhões de litros. A produção total de leite também cresceu cerca de 3% e a ex-pectativa é de que esse crescimento se man-tenha. “A produção total de leite em 2013 deve chegar 34 bilhões de litros, mantendo o país na terceira posição do ranking mundial, atrás dos Estados Unidos e Índia”, informa Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil.

A pesquisa realizada pela entidade reve-lou que o consumo per capita de leite teve alta de 3%, saltando de 173 litros/hab ano em 2011 para 177 litros/hab em 2012. “Man-tendo esse ritmo nossa previsão é chegar a 181 litros/habitante em 2013. A meta para daqui a cinco anos é aproximar-se do reco-mendado pelo Guia Alimentar do Ministério da Saúde que é cerca de 200 litros/habitante, equivalente em litros de leite”, prevê Rubez.

O ano de 2012 foi marcado pelo aumen-to de produção leiteira no Brasil, favore-cendo o consumidor, que pagou pelo leite abaixo da inflação, já que de acordo com o estudo, o aumento do leite longa vida foi de 1,8% (referência a cidade de São Paulo) em 2012, bem abaixo da inflação IPCA calculada pelo IBGE no período, que foi 5,84%.

“Como houve aumento da produção lei-

teira, prevaleceu a lei da oferta e da procura e o varejo pressionou os preços. Para o pro-dutor não vender é pior do que manter os preços abaixo da inflação. Com o volume de produção, o ano poderia ser muito melhor para o produtor, afinal teve custos mais al-tos”, explica o presidente da Leite Brasil.

Os preços ao produtor vêm aumentan-do. Os meses de dezembro de 2012, janeiro e fevereiro de 2013 normalmente apresentam queda de preços e, neste período, se manti-veram. Para os próximos meses de 2013, é esperado aumento.

A queda no consumo de leite informal no Brasil em 2012 foi outro aspecto benéfico reve-lado nas pesquisas. Rubez afirma que: “é preci-so conscientizar cada vez mais as pessoas para os riscos à saúde envolvidos no consumo de leite e derivados sem inspeção. Vamos traba-lhar ainda mais para que um maior volume de

leite entre para a formalidade”.Entre os fatores que contribuíram para a

queda da informalidade está o número de con-sumidores aumentando nas áreas urbanas e a consequente dificuldade de acesso ao informal.

O presidente da entidade destaca que mapa da produção leiteira no Brasil vem pas-sando por mudanças. Goiás chegou a ocupar segundo lugar no ranking dos maiores, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul cresceram em produção nos últimos anos porque as in-dústrias foram para esses estados, devem evo-luir ainda mais porque produzem com menor custo, devido aos investimentos em tecnologia e melhoramento genético do gado. Por sua vez, o Nordeste vem explorando seu potencial lei-teiro, mesmo diante das dificuldades climáti-cas da região. Lá, o leite é mais bem pago por-que não é tecnificado como no sul do país, mas tem muito espaço para evoluir.

UHT - Equilíbrio e inovação Em 2012, a Indústria de Leite Longa Vida

enfrentou grandes desafios. Um dos maiores foi manter o equilíbrio das contas e obter a rentabilidade necessária para a manuten-ção do negócio. O ano já começou difícil, por conta da forte queda nos preços do leite no atacado ocorrida no fim de 2011. Essa queda não foi acompanhada por uma redução de mesma intensidade nos preços ao produtor, comprometendo a rentabilidade do setor desde o início de 2012. Em muitos casos, as empresas amargaram prejuízos durante todo o primeiro semestre, assim resume Nil-son Muniz, diretor-executivo da ABLV (Asso-ciação Brasileira de Leite Longa Vida).

“Chegamos a agosto de 2012 com os es-toques da indústria a 100 milhões de litros (o equivalente a sete dias de produção), o menor valor nos 12 meses anteriores. No mesmo período de 2011, havia 300 milhões (17 dias de produção)”, destaca Muniz.

Outro fator de dificuldade enfrentada foi o aumento das importações de lácteos. A cadeia produtiva brasileira sofre com o custo Brasil, com uma alta carga tributária, gargalos logísticos, alto custo dos insumos, burocracia, entre outros fatores, que enca-recem os produtos nacionais. Assim, ao im-portar produtos lácteos de outros países que não têm esse problema, esses itens chegam ao Brasil com custos entre 25% e 30% abaixo dos preços nacionais, o que configura uma

concorrência desleal com as empresas e pro-dutores brasileiros. O diretor-executivo da ABLV justifica: “por isso, somos contra a im-portação indiscriminada de produtos lácteos, que tem causado um grande desequilíbrio no mercado e desestímulo à produção nacional’.

Em 2012, até novembro, as importações cresceram 18,3%, para 105 mil toneladas, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Muniz com-plementa: “o governo não é sensível ao setor. Há limite para as compras de leite em pó da Argentina - 3,6 mil toneladas por mês, mas nenhuma restrição quanto ao comércio do produto com o Uruguai, que vem respon-dendo, em alguns meses, pela maior parte das importações de leite no Brasil.

Outro grande desafio da indústria de leite longa vida tem sido manter-se à fren-te, mesmo com todas as dificuldades, com investimentos em inovações que agradem o consumidor, a exemplo do desenvolvimen-to de novas embalagens, com ingredientes funcionais ou diferentes propostas que esti-mulem ainda mais o consumo.

Consumo de leite UHT em 2012 e expectativa para 2013Apesar dos respingos da crise mundial

na economia brasileira e do pessimismo em relação à melhoria do desempenho do Brasil, a indústria de Leite Longa Vida mostra fôlego e prevê crescimento graças ao aumento de

consumo. As perspectivas dão conta de que os números finais de fechamento, oficial-mente concluídos em março de 2012, devem mostrar aumento de 4% nas vendas do ano. Esta previsão favorável acontece após ex-pressiva evolução em 2011 (6,7%) e de uma estimativa de PIB abaixo de 1%, que denota o fôlego do segmento que, apesar de já ter uma penetração de 87% nos lares brasileiros, con-tinua em franca expansão.

Muniz enfatiza: “para 2013, trabalhamos com uma expectativa de crescimento da ordem de 5%. Quanto à rentabilidade, todo setor leiteiro espera melhores resultados em 2013, até porque as margens foram tão aper-tadas em 2012 que não podem ser piores”.

Nos primeiros dias de 2013 já foi possí-vel sentir alguma melhora. A recuperação da oferta da matéria-prima pelas indústrias a partir de meados de outubro permitiu que os laticínios mantivessem a estocagem de 100 milhões de litros, mas diante de outra situa-ção: a época é de safra e o período de férias implica diminuição de consumo de leite. É uma situação confortável nesse momento.

Mesmo com esses sinais positivos, produtores e laticínios continuam a en-frentar a forte concorrência das impor-tações, especialmente do Uruguai, que totalizaram aproximadamente US$ 690 milhões no ano passado - 13% a mais que em 2011 - em leite em pó, iogurte, mantei-ga e queijo, entre outros.

*leite equivalente Fonte: CONAB - elaboração Leite Brasil

Item Unidade 2011 2012 2013 Previsão 2013

Produção Bilhões litros 32,091 33,054 34,045 +3%

Brasil no ranking mundial

Colocação 3º lugar 3º lugar 3º lugar Mantem

Industrialização Bilhões litros 21,686 22,889 24,033 +5%

Leite informal Bilhões litros 10,405 10,165 10,012 -1,5%

Importação * Bilhões litros 1,243 1,367 1,504 +10%

Participação importações

% 3,7 4,0 4,2 +0,2 ponto %

Exportação * Bilhões litros 0,126 0,129 0,131 +2%

Consumo per capita

Litros/ano/hab 173 177 181 +2,3%

OS NÚMEROS DO LEITE - BALANÇO 2012 PREVISÕES 2013

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Iogurte - Categoria forteEntre as categorias de lácteos, o iogur-

te figura como uma das mais importantes. Segundo Rogério Rodrigues de Oliveira, pre-sidente da Abrini (Associação Brasileira das indústrias de Iogurte), o mercado da cate-goria vem crescendo em quase dois dígitos nos últimos anos, atingindo em 2012, cerca de R$ 5 bilhões de faturamento, crescendo neste ano em torno de 6%, sendo que o con-sumo per capita atinge 6 kg, quase dobran-do nos últimos 10 anos, mas ainda longe de países europeus onde este consumo chega acima de 25kg per capita!”

Hoje, o produto está presente em mais de 92% dos lares brasileiros e a categoria já faz parte das intenções de compra da população, levando a um consumo de mais de um milhão

de toneladas, sendo que o grande consumo ainda são as polpas (bandejas), seguido pelos líquidos (garrafas), funcionais, light e naturais.

Os dados não são oficiais, porém estima--se que no Brasil existam mais de 300 fabri-cantes. Os cinco maiores são: Danone, Nestlé, BR Foods, Itambé e Vigor, que representam 60% do volume. Oliveira informa: “recente-mente, tivemos marcas sendo incorporadas ao portifólio de grandes grupos, como Batavo com BR Foods e Vigor com Frigoríficos JBS e, certamente, teremos novas movimentações ainda em 2013 neste mercado”.

Os trabalhos mais significativos para desenvolvimento da categoria, na visão do presidente da Abrini foram nas linhas de funcionais e, mais recentemente o linha Grego, que é um novo conceito de iogurte

no Brasil e que deve crescer muito, especial-mente nas classes A,B e C.

No segmento de iogurtes, a classe C re-presenta 40% do consumo nacional, mas as classes D e E são as que mais crescem, em 2012, seu crescimento em volume foi em torno de 11% contra 6% da média brasileira na categoria. Oliveira conclui: “Como é uma categoria alimentar que faz parte da inten-ção de compra da maioria dos brasileiros, a melhoria da renda per capita, combinada com o índice de endividamento do consumi-dor, afetam o consumo de iogurtes, em 2012, este crescimento se deu por um aumento de frequência no ponto de venda combinado com melhoria de preços através de consu-mo de produtos de maior valor agregado”.

Queijos – Melhoria da qualidade impulsiona mercadoOs dados de 2012 ainda não foram fecha-

dos pela Abiq (Associação Brasileira da Indús-tria de Queijos), mas é estimada produção de cerca de 900 mil toneladas, cerca de 10% em relação ao ano anterior. Em 2010, os números em estabelecimentos com SIF foram 743,7 mil toneladas, em 2011, 812, 6 toneladas.

A produção cresceu em todas as regiões queijeiras, tanto nas tradicionais, como Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rondônia e Sul do Pará, como nos polos mais novos no sul do país.

Estima-se que o consumo per capita de queijos seja de 4,5 kg/habitante/ano, ainda baixo, considerando a média mundial. O aumento da renda e a oferta de produtos dos laticínios de variados tipos de queijo fez crescer o segmento de commodities e o de queijos finos ou premium. Cada vez mais queijos que eram só consumidos em ocasi-ões especiais, tais como o Gorgonzola e Brie, tornaram-se mais comuns e mais presentes

na mesa dos brasileiros, seja em pizzas, em receitas ou quer puros. O crescimento do in-teresse pela gastronomia, que se observa no país está contribuindo para tornar o paladar do consumidor brasileiro mais sofisticado e a aumentar o consumo de queijos finos.

A melhoria de qualidade do produto brasileiro também impulsiona o mercado. Os laticínios queijeiros implantaram novos processos e equipamentos mais automa-tizados, além de instrumentos de controle de qualidade. Por outro lado, os laticínios também têm utilizado pagamento do leite por qualidade e investido em qualificação de seus produtores. Algumas legislações também evoluíram, resultando, hoje, nas empresas com SIF, nível de qualidade mais estável e perceptível.

As inovações também chegaram aos queijos, que passaram a fabricar produtos funcionais, além de lançarem novos pro-dutos, a exemplo, de queijos tradicionais na versão espalhável. Os lançamentos re-

presentam novas áreas de negócios para as empresas, mas a importância desses itens dependem do portfólio de cada empresa.

A Abiq lembra que, embora em cresci-mento, os laticínios queijeiros têm grandes desafios pela frente. Entre eles, o equilíbrio entre a oferta e a demanda do leite, já que no momento, aos custos atuais crescentes, a rentabilidade do segmento está bastante comprometida e não reflete os investimen-tos que o setor vem fazendo para moderni-zar suas plantas, produzir mais e com mais qualidade. É necessário ser mais competi-tivos para permitir o acesso ao consumo de queijos, de um número crescente de con-sumidores. Passa por aí, a continuação de trabalho a ser realizado em conjunto com a cadeia produtora de leite e também com os órgãos reguladores, para criar uma política de pecuária de leite mais consistente e leis que incentivem e não compliquem, a pro-dução e o consumo de queijos.

(1) Classificação base recepção (produtores + terceiros) no ano de 2011(2) Números referentes a compra de leite realizada pela DPA Manufacturing Brasil em nome da Nestlé, da Fonterra,

da DPA Brasil, da DPA Nordeste e da Nestlé Waters.(3) O total de terceiros não inclui o leite recebido de participantes do ranking devido a duplicidade

Fonte: LEITE BRASIL, CNA, OCB, CBCL e EMBRAPA GADO DE LEITE

RANKING MAIORES EMPRESAS DE LATICÍNIOS DO BRASIL - 201 1

Class

(1) Empresas/Marcas

Recepção leite (mil litros) Número produtores leite Litros de leite por dia

2010 2011 Var. % total

2010 2011Var. %

2010 2011Var. %

Produtores Terceiros Terceiros Produtores Terceiros Total 2011/2010 2011/2010 2011/2010

1º DPA (2) 1.300.000 820.000 2.120.000 1.275.000 850.000 2.125.000 0,2 6.550 6.210 -5,2 544 561 3,2

2º LBR - LÁCTEOS BRASIL 1.435.000 360.000 1.795.000 1.312.350 370.150 1.682.500 -6,3 20.000 15.298 -23,5 197 234 19,2

3º ITAMBÉ 930.000 180.000 1.110.000 850.000 250.000 1.100.000 -0,9 9.400 8.550 -9,0 271 272 0,2

4º ITALAC 610.697 190.903 801.600 649.593 194.269 843.862 5,3 12.365 12.741 3,0 135 139 2,9

5º LATICÍNIOS BELA VISTA 348.517 72.679 421.196 381.076 113.356 494.432 17,4 3.039 3.506 15,4 314 297 -5,5

6º EMBARÉ 354.995 98.072 453.067 331.011 89.560 420.571 -7,2 1.544 1.416 -8,3 630 639 1,4

7º DANONE 207.615 85.764 293.379 212.767 90.326 303.093 3,3 624 520 -16,7 912 1.118 22,6

8º JUSSARA 130.508 132.462 262.970 145.707 146.467 292.174 11,1 1.814 2.040 12,5 197 195 -1,0

9º CENTROLEITE 298.848 0 298.848 271.829 0 271.829 -9,0 5.011 4.324 -13,7 163 172 5,1

10º VIGOR 184.956 27.852 212.808 175.688 66.652 242.340 13,9 1.266 1.296 2,4 400 370 -7,5

11º CONFEPAR 224.401 27.266 251.667 214.198 4.701 218.899 -13,0 4.017 4.311 7,3 153 136 -11,3

12º FRIMESA 168.288 12.113 180.401 159.425 11.965 171.390 -5,0 3.494 3.222 -7,8 132 135 2,5

TOTAL DO RANKING (3) 6.193.825 1.781.501 7.975.326 5.978.644 1.965.975 7.944.619 -0,4 69.124 63.434 -8,2 245 258 4,9

Estimativa da capacidade instalada de processamento de leite das empresas do ranking 2011 (mil litros/ano) = 13.141.308

Ranking

Page 23: Revista IL 100

23

Perfil das maiores empresas de laticínios do Brasil

DPA/NESTLÉDPA (Dairy Partners America) significa par-

ceria de laticínios nas Américas e resulta da associação de duas potências na cadeia láctea: a Nestlé, maior empresa de nutrição do mundo e a Fonterra, cooperativa da Nova Zelândia e maior exportadora mundial de lácteos.

A DPA iniciou suas atividades em 2003, simultaneamente no Brasil, Argentina e Ve-nezuela. Em 2004, passou a atuar também no Equador e na Colômbia.

A DPA é hoje a maior empresa de produ-tos lácteos da América do Sul e comercializa

3 bilhões de litros de leite por ano, mantém relacionamento comercial direto com 13 mil produtores e, de forma indireta, com outras 40 mil através de cooperativas. Possui mais de três mil colaboradores, 12 fábricas e 243 produtos comercializados.

Para consolidar o bom relacionamento com produtores, a DPA criou o SPL - Serviço ao Produtor de Leite DPA. Importante canal para a atualização e capacitação de fornecedores, o SPL apresenta soluções para as diferentes ne-cessidades da atividade leiteira tanto no Brasil como nos outros países onde a DPA atua.

A DPA mantém uma parceria com pro-fissionais qualificados, como professores, pesquisadores e técnicos, na prestação de serviços à atividade leiteira e divulgação de informações técnicas, gerenciais e institu-cionais que ajudam na busca contínua de melhoria da qualidade, da produtividade, da lucratividade e da sustentabilidade da pro-priedade.

LBR-Lácteos BrasilA LBR - Lácteos Brasil S. A.foi criada em

2010, fruto da união das empresas Bom Gos-to e LeitBom. Hoje, a LBR possui Unidades Produtivas espalhadas pelo Brasil, com ca-pacidade de produzir mais de 2 bilhões de

litros de leite por ano, além de contar com cerca de 5 mil colaboradores e uma cadeia de 56 mil produtores de leite.

Marcas fortes e bem conceituadas no mercado nacional fazem parte da LBR, entre elas Parmalat, Poços de Caldas e Boa Nata.

Igualmente integram a LBR as suas marcas regionais, em que se destacam Bom Gosto, Líder e LeitBom, aliando confiabilidade e tradição em leites e seus derivados.

ItambéCriada em 1940, a cooperativa de Belo

Horizonte tornou-se um dos maiores gru-pos do setor lácteo do Brasil. Com mais de 60 anos no mercado, a Itambé conta com 31 cooperativas de Minas Gerais e Goiás, que produzem 2,1 milhão de litros de leite/dia para serem transformados em cerca de 150 produtos diferentes, agrupados em 13 linhas de produtos lácteos.

Faturando em média R$ 2 bilhões, a

Itambé conta com aproximadamente 3,3 mil colaboradores nas fábricas de Sete La-goas, Guanhães, Pará de Minas, Uberlândia e Goiânia e em dez centros de distribuição: Minas Gerais (2), Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Cea-rá, Pernambuco e Bahia. Há ainda operado-res logísticos nos estados de Alagoas, Piauí, Maranhão, Pará, Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Santa Ca-tarina e Rio Grande do Sul.

Além da linha de leite UHT, a empresa tem em seu portfólio: leite pasteurizado, iogurtes, leite condensado, creme de leite, bebidas lácteas, leite em pó e fermentado, petit suisse, manteiga e requeijão.

Em fevereiro de 2013, a empresa firmou acordo com a Vigor, que adquiriu 50% da Itambé S.A.

ItalacA empresa iniciou suas atividades em

1994, produzindo queijos e, em 1998, partiu para a diversificação ao entrar para o mer-cado de leite fluido.

Em 2006, um investimento ousado com foco no mercado interno e nas exportações, a Italac inaugurou sua planta de produção de Leite em Pó e Leite Condensado na uni-dade de Corumbaíba/GO.

Em 2007, a Italac chegou no Rio Grande do Sul, produzindo queijos e iniciou a cons-

trução da fábrica de Passo Fundo. Localiza-da em uma das bacias leiteiras que mais cresce no Brasil, a empresa produz leite longa vida, achocolatado, leite condensado, creme de leite e leite em pó.

Em 2010, iniciou operações da unidade Santa Helena, em Goiás, com capacidade de 1.200.000 litros de leite por dia para fabri-cação de leite em pó, molhos pron-tos, leites especiais e UHT. Passou a produzir também leite e soro em pó, na unidade de Jaru-RO, e creme de

leite na unidade de Passo Fundo- RS. Hoje, a Italac, possui unidades Processadores de Leite e de Fabricação de Queijos nos estados de Minas Gerais, Goiás, Pará, Rondônia e Rio Grande do Sul.

Laticínios Bela Vista/PiracanjubaO Laticínios Bela Vista, detentor da mar-

ca Piracanjuba, que tem quase 60 anos, originalmente para produção de manteiga, hoje é uma das principais indústrias de lati-cínios do Brasil. Gera mais de 900 empregos diretos e cerca de 20 mil indiretos e possui cadastro de cerca de 4 mil fornecedores de leite. O Bela Vista tem capacidade de produ-ção de mais de 3.500.000 litros de leite/dia e atua nos segmentos de leite longa vida, lei-te em pó, creme de leite, bebida láctea UHT, leite condensado, composto lácteo, queijos e manteigas, contando com um portfólio com mais de 70 produtos, distribuídos em suas marcas Piracanjuba e Pirakids.

O principal produto da empresa é o leite longa vida, mas está investindo em outros segmentos com valor agregado com linhas de produtos práticos, enriquecidos e funcionais.

Hoje é a marca mais lembrada nos seg-mentos de queijos, manteiga, laticínio e leite da pesquisa Pop List, prêmio que destaca as marcas mais lembradas pelos consumidores da capital goiana em setores como alimenta-ção, comércio, veículos, moda e beleza, ves-

tuário, agricultura, entre outros; está entre as maiores do ICMS do Estado de Goiás e conquistou a classificação “A” nas auditorias realizadas pelo Mi-nistério da Agricultura em suas uni-dades industriais. Foi também desta-que em duas renomadas publicações nacionais: Revista Exame, onde apa-rece como a terceira maior empresa de leite e derivados em rentabilidade do Brasil; está entre as 130 maiores do agronegócio em vendas do Brasil e entre as 600 maiores em vendas de todos os segmentos e no Valor 1000 está como 502ª maior empresa do Brasil.

A sede da Piracanjuba fica loca-lizada em Bela Vista, a 45 km de Goi-ânia. Também possui uma unidade fabril em Maravilha, Santa Catarina e vai iniciar a construção de uma nova fábrica em Governador Valadares, MG. A Piracanjuba está presente em todos os Estados brasileiros, exceto RS, com destaque para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país.

Page 24: Revista IL 100

24

EmbaréA Embaré, tradicional fabricante de de-

rivados de leite e caramelos, atua no mer-cado nacional há 78 anos. Com mais de 1350 funcionários, a empresa possui seu complexo industrial na cidade de Lagoa da Prata, no centro-oeste de Minas Gerais, com 34 mil m2 de área construída. Com 1800 produtores diretos e mais de 500 produto-res de cooperativas, a Embaré industrializa diariamente 1,7 milhão de litros de leite. A produção da empresa possibilita o atendi-mento do varejo e ainda o fornecimento de matéria-prima para diversas indústrias no

sistema de entregas programadas. O leite em pó é o principal produto da

empresa, com 19% de participação no mer-cado e, em seu portfólio estão também leite UHT, leite Condensado, creme de Leite, be-bida Láctea, manteiga, doce de leite, com a marca Camponesa.

Os últimos desenvolvimentos da Emba-ré foram: leite UHT nas versões integral, se-midesnatado, desnatado e baixa lactose. O UHT foi lançado em 2011, com investimento de R$ 24 milhões e capacidade produtiva de 300 mil litros/dia.

A produção da unidade fabril de Minas Gerais tem sua distribuição em todo o ter-ritório nacional, principalmente, em Minas Gerais, Rio de Janeiro e nos estados do Norte e Nordeste do país.

O carro chefe da Embaré é o leite em pó da marca Camponesa, mas a empresa também está avançando em outras linhas. Como estratégia de negócio a Embaré está investindo recursos na ampliação da capa-cidade produtiva nestas duas categorias no ano de 2013, consolidando sua representati-vidade no mercado.

DanoneUm dos líderes mundiais do setor de ali-

mentos, o Grupo Danone está presente em 120 países, com 100 mil colaboradores. No Brasil, a história da empresa começou na dé-cada de 70, com a unidade de lácteos. Ao lon-go dos mais de 40 anos, a Danone se tornou sinônimo de categoria e alcançou a liderança nacional em produtos lácteos frescos.

Atualmente, o maior desafio da Danone é ampliar o consumo de produtos lácteos fres-cos entre a população brasileira. Em 2012, o brasileiro consumiu apenas pouco menos de 7kg /ano de iogurte. Esse número é muito bai-xo, se comparado com o consumo dos nossos

vizinhos argentinos, cujo consumo chega a quase três vezes. Se a comparação for feita com os países europeus, o consumo passou da casa dos 20 kg per capita ano (caso de Por-tugal) ou em alguns casos já está acima dos 30 kg per capita ano (caso da França) ou 34 kg per capita ano (Holanda).

Desde sua instalação no Brasil, a Danone investe no desenvolvimento da categoria. A empresa entende como positivo todo movi-mento e investimento da concorrência que também contribua para o desenvolvimento do mercado. Mais importante que disputar uma fatia ainda maior do market share, a Da-none trabalha para ampliar o mercado.

A empresa cresce de forma consistente nos últimos anos, na casa de dois dígitos e trabalha firme para alcançar a meta de do-brar mais uma vez seu tamanho entre 2013 e 2016. Para contribuir com seu crescimento, a Danone aposta no lançamento de marcas for-tes, que integram benefício exclusivo para a saúde do consumidor, como Activia, em 2004, Densia, em 2011. Quando Activia foi lançado, o consumo per capita de lácteos era de cerca de 4,6kg/ano. Desde então, nos últimos anos a categoria tem apresentado crescimento de cerca de 28%.

Laticínios JussaraAlém da liderança no estado de São Pau-

lo, a Usina de Laticínios Jussara é também reconhecida por sua solidez empresarial fi-gurando há anos entre maiores e melhores empresas do setor de laticínios nos anuários da revista Exame, Jornal Valor Econômico e Globo Rural, nos quais também figura entre as 1.000 maiores empresas do país. É também destaque de crescimento no ranking Leite Brasil, tendo alcançado novas posições entre

as maiores empresas do segmento a cada edi-ção da pesquisa.

O Jussara é uma empresa familiar, fun-dada em 1954, hoje, administrada pela se-gunda geração da família. Conta com três fábricas, duas em São Paulo, nas cidades de Patrocínio Paulista, Pedregulho e uma em Araxá (MG). A três unidades fabris juntas processam mais de 1 milhão de litros de lei-te por dia. Possui 17 unidades de captação de leite nos estados de São Paulo, Minas Ge-

rais, Mato Grosso do Sul e Paraná.A distribuição da Jussara está focada

no Sudeste, mais precisamente São Paulo e Minas Gerais.

Laércio Barbosa, diretor comercial da Jus-sara, ressalta:“nossos lançamentos mais re-centes são: leite condensado e linha de bebi-das de soja. Estão previstos também produtos para extensão de linhas que já compõem o porfólio da empresa”.

CentroleiteA Cooperativa Central de Laticínios de

Goiás – Centroleite - nasceu em 1997 da união de sete cooperativas, que sentiram a necessi-

dade de se ter uma instituição sólida e repre-sentativa frente à defesa dos interesses das cooperativas e de seus associados do ramo leiteiro. Com seus oito anos de vida a Centro-

leite é a 9º empresa em captação de leite do país, representando aproximadamente 4.500 mil produtores e uma produção estima de 241 milhões de litros de leite para o ano de 2005.

Vigor A Vigor, fundada em 1917, como uma pe-

quena fábrica de leite pasteurizado, foi a pri-meira empresa a fornecer leite pasteurizado na cidade de São Paulo. Ao longo das décadas, a companhia tornou-se referência em quali-dade, inovação, distribuição e comunicação adequada de seu portfólio. Hoje, a Vigor é uma marca amplamente reconhecida pelos consumidores, sobretudo no estado de São Paulo. Tem um posicionamento consolidado em categorias importantes, como iogurtes, requeijão e queijo parmesão. Seu portfólio possui mais de 200 produtos com as marcas Vigor (iogurtes e requeijão), Danúbio (queijos e sobremesas), Faixa Azul (parmesão), Leco (UHT, manteiga, achocolatado), Serrabella (queijos especiais), Amélia (confeitaria e in-gredientes básicos), Mesa e Carmelita.

Anne Napoli, gerente de marketing da

empresa, afirma que: “o plano para médio prazo da empresa envolve a expansão de suas atividades para estados vizinhos a São Paulo, aumento da oferta de produtos ino-vadores, de qualidade, desenvolvimento de sua área de foodservice. Também queremos fortalecer nossa presença em mercados em que já somos líderes”.

Para o segmento de lácteos, as marcas da empresa oferecem os seguintes produ-tos: iogurte, leite fermentado, sobremesas e petit suisse, requeijão, parmesão, queijos especiais, minas, cream cheese, fondue e cremes. Além disso, também atua nos seg-mentos de spreads, leites e molhos.

A gerente de marketing acrescenta: “o segmento principal da empresa é, sem dúvi-da, a categoria de lácteos. A Vigor é líder de mercado em iogurte líquido (embalagem fa-miliar) e em requeijão, com as marcas Vigor

e Danubio, também é referência em queijo parmesão com a marca Faixa Azul.

Em 2012, a Vigor foi responsável por inaugurar no Brasil a categoria de iogurte Grego, conhecido por sua ultracremosidade, pela textura aveludada e pelo sabor inten-so. Também lançou uma linha que colabora com a saúde do organismo, composta por Vigor Lactive (regularização e o bom fun-cionamento do intestino), Cálcio+ (fonte de cálcio) e Actilife (leite fermentado).

A Vigor tem oito fábricas nos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais. Seus centros de distribuição estão em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Em fevereiro de 2013, a empresa adqui-riu 50% da Itambé S.A., investindo R$ 410 milhões no novo negócio.

Ranking

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25

ConfeparA Confepar é uma união de cooperativas

agropecuárias do norte do Paraná, voltadas especialmente para a produção de leite. A en-

tidade nasceu em 1982, como Confederação das Cooperativas Centrais Agropecuárias do Paraná Ltda, transformando-se, em 1986, na Confepar Agro-Industrial Cooperativa Central

A indústria produz leites UHT e pasteu-rizado, bebidas lácteas e creme de leite.

FrimesaNascida da união de quatro cooperati-

vas no sudeste do Paraná, em 1977, a Coope-rativa Central, hoje, com a marca Frimesa é formada por cinco cooperativas, a Copragril, Lar, Copacol, C.Vale e Primato e tem como objetivo industrializar e comercializar a pro-dução de seus associados.

Mais de 4.500 suinocultores e produtores de leite que entregam a sua produção à Frimesa. Para isso, a cooperativa conta com cinco unida-des fabris – a indústria de carnes está localizada em Medianeira com capacidade de processar 6 mil cabeças de suínos por dia e as quatro uni-dades de processamento de leite com capaci-dade de operação diária 550 mil litros de leite. As indústrias de lácteos estão localizadas em Marechal Cândido Rondon, Matelândia e Capa-nema, no Paraná, e em Aurora, Santa Catarina.

Em dezembro de 1977, quatro coopera-tivas do sudoeste do Paraná unem as forças e formam a uma Cooperativa Central, hoje

como a marca Frimesa. A proposta era inte-grar as forças do cooperativismo e fazer com que os produtores continuassem no campo por meio da produção e da diversificação. Hoje, a Central é formada por cinco cooperati-vas – Copagril, Lar, Copacol, C.Vale e Primato – tem como meta industrializar e comercializar a produção de seus associados.

Para atender o mercado consumidor, a Frimesa a conta o portfólio agrega mais de 370 itens diferentes, destes 240 são produtos prontos e semiprontos. No ranking, está na lista das 500 maiores empresas do Brasil, ocu-pando a 482ª posição, a 84ª maior do agrone-gócio brasileiro, a sexta maior em produção de carne suína e 15ª do país em captação de leite.

No segmento de lácteos, a Frimesa é a segunda maior indústria de laticínios do Pa-raná e industrializou 88 mil toneladas em 2012 de produtos nas categorias iogurte, be-bida láctea, leites pasteurizados, leites UHT, queijos, queijos finos, requeijões, manteigas,

doces de leite, cremes de leite e leite conden-sado. Atualmente, dentre a área de lácteos, o produto com maior destaque no mercado é o leite condensado.

Os últimos produtos desenvolvidos foram das linhas Iogurte Light, Iogurte Funcional e Iogurte Funcional Light. A Frimesa está voltada para a produção de produtos de valor agregado, o foco da empresa é agregar valor ao produto.

O ano de 2012 foi muito especial para a Frimesa. Em dezembro, a Cooperativa come-morara 35 anos, seguindo firme no seu posi-cionamento de industrializar de alimentos derivados de carne suína e lácteos de qualida-de. Com um faturamento de R$ 1.343 bilhão em 2012, o avanço no mercado de alimentos está pautado em valores sólidos mostrando preocupação com os resultados de todos os envolvidos. São quatro mil produtores das cinco cooperativas filiadas, 4.930 colaborado-res e outras 22.500 pessoas envolvidas econo-micamente com as atividades da empresa.

Fonte: Globo Rural (Anuário do Agronegócio 2012)

Fonte: Exame (Melhores e Maiores Edição Especial 2012)

Fonte: Valor 1000 (Agosto 2012)

Empresa SedeOrigem

de Capital

Receita Líquida

1º Nestlé SP SU 19.266

2º Itambé MG BR 1.931

3º Vigor SP BR 1.237

4º Frimesa PR BR 978

5 Leitbom GO BR 873

6º Piracanjuba GO BR 707

7º Santa Clara RS BR 574

8º Embaré MG BR 555

9º Laticínios Jussara SP BR 439

10º Yakult SP JP 340

11º Confepar PR BR 370

12º CBL Alimentos CE BR 264

13º La Serenissima SP AG 196

14º Coopa MG BR 190

15º Selita ES BR 183

16º Cooprata MG BR 162

17º Laticínios Carolina PR BR 113

18º Cooperbom MG BR 112

19º Cooperativa de Leopoldina MG BR 110

20º Barbosa & Marques MG BR 107

21º Capal Araxá MG BR 105

22º Coapil GO BR 99

23º Laticínios Aviação MG BR 90

Empresa Sede

Origem de

capital

Vendas em

milhões de

reais

1º Nestlé SP SU 5240,4

2º Itambé MG BR 1984,5

3º Parmalat SP BR 1433.4

4º Vigor SP BR 1240,7

5º LBR GO BR 896,6

Empresa Sede Receita Líquida Capital

1º Nestlé SP 19.266,3 SU

2º LBR Lácteos Brasil GO 2212,8 BR

3º Itambé MG 1931,8 BR

4º Frimesa PR 974,4 BR

5º Piracanjuba GO 707,4 BR

6º Laticínios Jussara SP 438,7 BR

7º Yakult SP 339,6 JP

Ranking das maiores empresas do setor, segundo publicações brasi leiras especial izadas.

Ranking das maiores empresas do setor, segundo publicações brasi leiras especial izadas.

Ranking das maiores empresas do setor, segundo publicações brasi leiras especial izadas.

Page 26: Revista IL 100

26

Empresa Razão Social Site 2010

Lat Bom Gosto Laticínios Bom Gosto SA www.bomgosto.ind.br 1

BRF BRF - Brasil Foods SA www.perdigao.com.br 2

Italac Goiasminas Industria de Laticínios Ltda www.italac.com.br 3

Lat Tirol Laticínios Tirol Ltda. www.tirol.com.br 4

Parmalat Parmalat Brasil SA Ind de Alims www.parmalat.com.br 5

Empresa Razão Social Site 2010

Italac Goiasminas Industria de Laticínios Ltda www.italac.com.br 1

BRF BRF - Brasil Foods SA www.perdigao.com.br 2

Lat Mondai Laticínios Mondai Ltda. - EPP 3

Coopercentral Coopercentral www.auroraalimentos.com.br/ 4

LBR Lácteos Brasil www.lacteosbrasil.com.br/ 5

Empresa Razão Social Site 2010

Danone Danone Ltda www.danone.com 1

Nestle Nestle Brasil Ltda www.nestle.com.br 2

BRF BRF - Brasil Foods SA www.perdigao.com.br 3

JBS JBS S A www.jbs.com.br 4

ItambeCoop Central dos Produres Rurais de M

Gerais Ltdawww.itambe.com.br 5

Empresa Razão Social Site 2010

Sadia Sadia SA www.sadia.com.br 1

Bunge Alims Bunge Alimentos Div Santista www.bungealimentos.com.br 2

BRF BRF - Brasil Foods SA www.perdigao.com.br 3

Unilever BF Unilever Bestfoods do Brasil www.unilever.com 4

JBS JBS S A www.jbs.com.br 5

Market Share Ranking

Leite Longa Vida

Queijo Mussarela

Iogurtes

Margarina

Fonte: Datamark

Ranking

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VOLUME DE VENDAS Var % Volume

FATURAMENTO Var % Valor RealJan a Abril 2011 Jan a Abril 2012 Jan a Abril 2011 Jan a Abril 2012

T.IOGURTE

T.BRASIL 232.625,64 238.497,87 2,52 1.095.549,17 1.220.422,26 5,49

AREA I 44.812,43 49.106,25 9,58 209.534,82 248.677,25 12,38

AREA VI 49.485,43 53.236,41 7,58 201.189,53 230.881,95 8,67

AREA V 38.690,03 36.513,67 -5,63 189.942,14 197.621,45 -1,48

AREA II 34.547,14 35.733,56 3,43 158.933,46 180.738,79 7,69

AREA IV 31.163,92 30.054,39 -3,56 157.371,75 170.411,56 2,54

AREA III 18.023,47 17.284,44 -4,10 95.352,40 98.962,76 -1,72

AREA VII 15.903,24 16.569,14 4,19 83.225,08 93.128,49 5,96

VOLUME DE VENDAS Var % Volume

FATURAMENTO Var % Valor RealJan a Abril 2011 Jan a Abril 2012 Jan a Abril 2011 Jan a Abril 2012

T.LEITE FERMENTADO

T.BRASIL 25.944,47 26.459,50 1,99 216.431,56 231.467,45 1,27

AREA V 6.755,60 6.492,29 -3,90 57.587,25 58.758,97 -3,38

AREA IV 4.199,91 4.427,02 5,41 34.969,72 39.678,49 7,45

AREA II 4.753,64 4.628,47 -2,63 37.756,09 39.304,98 -1,42

AREA VI 4.223,86 4.467,41 5,77 36.306,29 38.575,74 0,61

AREA I 2.654,33 3.048,34 14,84 21.832,99 26.009,06 12,81

AREA III 1.928,66 1.888,93 -2,06 15.496,95 15.381,77 -6,01

AREA VII 1.428,47 1.507,04 5,50 12.482,27 13.758,44 4,38

VOLUME DE VENDAS Var % Volume

FATURAMENTO Var % Valor RealJan a Abril 2011 Jan a Abril 2012 Jan a Abril 2011 Jan a Abril 2012

T.QUEIJO

T.BRASIL 27.284,39 25.471,69 -6,64 445.977,55 440.379,86 -6,49

AREA IV 5.135,56 4.986,13 -2,91 97.780,18 95.830,52 -7,19

AREA V 4.905,26 4.740,81 -3,35 83.580,52 83.590,94 -5,29

AREA II 4.821,93 4.380,03 -9,16 71.741,43 70.061,42 -7,52

AREA III 5.490,12 3.991,80 -27,29 81.586,53 67.647,52 -21,48

AREA VI 3.156,33 3.393,16 7,50 48.410,19 53.936,97 5,51

AREA I 2.208,60 2.256,74 2,18 37.337,43 40.392,93 2,44

AREA VII 1.566,59 1.723,03 9,99 25.541,25 28.919,54 7,22

VOLUME DE VENDAS Var % Volume

FATURAMENTO Var % Valor RealJan a Abril 2011 Jan a Abril 2012 Jan a Abril 2011 Jan a Abril 2012

T.SORVETE

T.BRASIL 150.660,36 134.959,00 -10,42 1.364.532,88 1.333.519,08 -7,46

AREA VI 33.724,52 31.624,50 -6,23 314.796,05 306.954,66 -7,66

AREA V 33.846,97 27.311,43 -19,31 298.722,60 265.819,17 -15,74

AREA IV 24.488,84 22.673,74 -7,41 226.760,41 241.776,18 0,96

AREA II 18.463,81 16.108,24 -12,76 178.939,00 178.185,88 -5,70

AREA III 15.691,37 13.910,29 -11,35 136.559,27 129.028,56 -10,53

AREA I 13.486,46 12.756,02 -5,42 112.791,11 114.478,21 -3,89

AREA VII 10.958,38 10.574,79 -3,50 95.964,44 97.276,40 -4,01

Categorias de lácteos

Fonte: Nielsen

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28

Export Import

Ano Toneladas US$ mil Ano Toneladas US$ mil

2010 9431,5 19474,69 2010 922,28 1912,85

2011 9183 23026,88 2011 1,16 4,06

Mercado - Creme de Leite

Ano Toneladas Índice % US$ milhões Índice %

2010 253.811 100,0% 1.148 100,0%

2011 258.967 102,0% 2,0% 1.171 102,0% 2,0%

2012 281.372 110,9% 8,7% 1.272 110,9% 8,7%

2013 301.543 118,8% 7,2% 1.364 118,8% 7,2%

Mercado - Queijos

Ano Toneladas Índice % US$ milhões Índice %

2010 714.708 100,0% 7.352 100,0%

2011 737.419 103,2% 3,2% 7.375 100,3% 0,3%

2012 790.323 110,6% 7,2% 7.884 107,2% 6,9%

2013 850.646 119,0% 7,6% 8.486 115,4% 7,6%

Mercado - Iogurtes & Sobremesas Refrigeradas

Ano Toneladas Índice % US$ milhões Índice %

2010 1.005.666 100,0% 3.005 100,0%

2011 1.009.239 100,4% 0,4% 3.024 100,7% 0,7%

2012 1.027.737 102,2% 1,8% 3.086 102,7% 2,0%

2013 1.128.311 112,2% 9,8% 3.388 112,8% 9,8%

Mercado - Leite (exclui leite em pó)

Ano Toneladas Índice % US$ milhões Índice %

2010 7.094 100,0% 7.907 100,0%

2011 7.434 104,8% 4,8% 8.395 106,2% 6,2%

2012 7.622 107,5% 2,5% 8.669 109,6% 3,3%

2013 7.816 110,2% 2,5% 8.890 112,4% 2,5%

Mercado - Margarina & Manteiga

Ano Toneladas Índice % US$ milhões Índice %

2010 715 100,0% 2.291 100,0%

2011 705 98,7% -1,3% 2.316 101,1% 1,1%

2012 713 99,7% 1,0% 2.343 102,3% 1,2%

2013 761 106,5% 6,8% 2.503 109,3% 6,8%

Comércio Exterior - Creme de leite

Fonte: Datamark

Ranking

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29

Balanço 2012

De acordo com pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em agosto, a baixa oferta de leite, ocasionada pela entressafra, os custos elevados e o clima desfavorável acirraram a disputa pela matéria-prima, elevando o preço ao produtor. Em setembro, o Índice da Captação do Leite (ICAP-L-Ce-pea) subiu 3,2%, mas os mercados de leite UHT e queijo muçarela enfraqueceram e o preço da matéria-prima caiu. Com o início da safra, em outubro, o ICAP-Leite se mante-ve estável, mas o preço de alguns derivados, como o leite UHT e o leite “spot“, caíram, respectivamente, 5% (quase 10 centavos por litro) e entre 5% e 7%, na primeira quinzena de novembro. No último período produtivo do ano, o ICAP-L-Cepea voltou a subir 3,2%. A maior oferta de leite, acompanhada de uma redução da demanda, ocasionada pelo início das férias, reduziu o preço do produto a R$ 0,8458/litro, quase 1% (menos de 1 cen-tavo por litro) menos do que em novembro, exceto nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde os reajustes foram, res-pectivamente, de 1%(0,8 centavo por litro) e 4,9% (3,7 centavos por litro).

No segmento de derivados, o leite lon-ga vida ficou 5,82% mais barato no ata-cado paulista, em novembro, chegando a custar R$ 1,78. O mercado de queijo mu-çarela, sobre o qual os agentes do setor já alertavam para uma desvalorização, recuou cerca de 3,05% , com preço médio de R$ 11,09;Kg no estado. O preço do leite pasteurizado também sofreu leve queda, influenciado pelo mercado do longa vida e aumento da oferta da matéria prima.

Em dezembro, o mercado de leite em pó registrou uma alta significativa de 3,1%, enquanto os preços dos outros derivados di-minuíram, aquecendo o setor para os próxi-mos meses, no advento da Páscoa.

Até os insumos utilizados na ração das vacas, como milho, farelos de soja, trigo e al-godão ficaram mais em conta, com deflação de 4,06% em novembro, e contribuíram para a rentabilidade do produtor.

Segundo os especialistas do MilkPoint, o modesto aumento de 1,7%, indicado pelo Cepea, na captação de leite no último tri-mestre, somado às elevadas importações - mesmo tendo caído discretamente de no-vembro para dezembro – não foi suficiente para conter a queda na oferta de leite no final do ano. De acordo com pesquisa do Cepea, de novembro para dezembro, o Icap--Leite recuou 0,4%, diminuindo a produção, principalmente na região Sul do país, que foi a mais afetada pela estiagem. Segundo agentes consultados, em algumas regiões, a reserva de silagem amenizou a queda. Ainda assim, a produção de leite no país

cresceu 4,5 % no ano passado, totalizando 32,1 bilhões de litros em todo o Brasil, sendo Minas Gerais e os estados da região Sul os maiores responsáveis por esse número.

Em relação à balança comercial, o setor fechou 2011 com o maior déficit de sua his-tória: US$ 609, milhões, superando em 84% o índice de 2010, com um volume de importa-ções equivalente a 1,2 bilhão de litros de leite e 4% da oferta nacional. O volume de expor-tações foi 10 vezes menor - considerando-se a queda do Icap-Leite em 2011 - e represen-tou somente 0,4% do total produzido no país. Os produtos mais comprados foram os leites em pó e os queijos, sendo o os principais for-necedores Argentina e Uruguai.

Desempenho abaixo da metaNo primeiro semestre de 2012, o mer-

cado brasileiro de laticínios atravessou a entressafra com baixa de 6% nos preços aos produtores e crescente alta nos valo-res de insumos, em função da maior oferta de leite, 4,4% acima na comparação com o mesmo período de 2011. As importações também seguiram o crescimento do ano passado e, diferentemente do que ocorreu no Nordeste, afetado pela seca, o clima na região sul se manteve favorável à produ-ção. Embora a aquisição de leite tenha crescido 4% em relação ao ano anterior, o ritmo de crescimento caiu de 5%, no primeiro trimes-tre, para 2,8% no segundo.

Em setembro, o preço médio do leite aumentou no-vamente, devido à queda na captação do produto nas re-giões sudeste centro-oeste e à desaceleração da produção no sul, que gerou, inclusive, maior disputa por matéria prima entre os mercados de derivados. Destaque para a região norte catarinense/Vale do Itajaí, onde a média subiu expressivos 13,7%.

O clima seco em todo o país e os elevados custos de alimentação dos animais res-tringiram a produção ao mer-cado interno. O preços dos de-rivados também continuaram subindo, em função da menor oferta do produto, como os va-lores do leite UHT e do queijo muçarela, que aumentaram 1,4%, ficando, respectivamen-te, a R$ 1,83-litro e R$ 10,76-kg.

Para os consultores do MilkPoint, a fraca demanda, influenciada pela crise econô-mica internacional, pressionou

uma produção mais tímida para o último se-mestre e uma corrida pelo leite para este ano.

O gerente do departamento de economia da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Amilcar Lacerda, confir-ma a projeção. “O mercado tinha demanda para crescer 7%, mas deverá atingir somente 5% ou 6%, até o final da safra, porque não produziu o suficiente e teve um incremen-to na importação de produtos como o leite em pó, para produzir insumos, que contribui para que não atingíssemos a meta”, justifica.

Em termos globais, a situação não é mui-to diferente. Segundo relatório divulgado pelo U.S Dairy Export Council, em junho, a produ-ção de leite dos cinco principais fornecedores (UE, EUA, Nova Zelândia, Austrália e Argenti-na) aumentou em 7,5 milhões de toneladas, e no ano corrente, que termina em Junho de 2013, o crescimento esperado do mesmo gru-po será de apenas 2,3 milhões de toneladas.

De acordo com o estudo publicado, os motivos são os preços mais elevados no nor-te, que não conseguiram elevar os preços no sul, e, consequentemente, a alta do euro, que tornou os produtos da União Européia mais caros, além dos volumes de exporta-ção, que tendem a diminuir.

Setor encerra o ano com boa rentabilidade para o produtorPor Camila Marques

Segundo especialistas do MilkPoint, apesar da elevação no preço do leite, devido à fraca safra na região Sul, e das importações de de-rivados, que atingiram patamares ainda mais elevados, o mercado manteve a rentabilidade no segundo semestre de 2011, com resultado 20% superior ao início do ano e mesmo período de 2010. Após a chegada da safra em outubro e o início das férias, o setor encerrou o ano em um cenário de leve baixa de preços ao produtor e preços de insumos.

Page 30: Revista IL 100

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Região Sul é a que mais contribui para o crescimento da venda de queijos do Brasil

* Ana Claudia Alvim

*Ana Claudia Alvim é gerente de Novos Negócios da Nielsen, empresa líder global em pesquisa de mercado e consumidor, onde atua há mais de 10 anos. Nesse período, coordenou as equipes de atendimento de clientes de diversos setores de bens duráveis e não duráveis, inclusive de

alimentos, como Vigor, JBS, Bauducco, Bunge, entre outros.

O crescimento não é sem explicação. Especificamente na região Sul, esse aumento de vendas vem acompanhado de uma evolução econômica da própria região, que tem demonstrado crescimento em diversas cestas de consumo.

Cenário macroeconômicoO país como um todo amplia o consumo com o in-

cremento de renda do brasileiro. O cenário da econo-mia do Brasil resiste ao cenário de incertezas mundial, com destaque para o maior acesso ao consumo nos níveis socioeconômicos médio e baixo.

Leite, queijo e doce de leite são especialidades dos minei-ros, isso ninguém vai discutir. Mas quando observamos o cres-cimento de queijos nos últimos anos, a região Sul é a que mais contribui para o crescimento dessa categoria de produto.

Em 2010, a categoria de queijos cresceu 10,6% no Brasil. Só na região Sul, o crescimento foi de 22,3%, à frente dos tra-dicionais consumidores do produto: a região que engloba Mi-nas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, segundo a divisão da Nielsen, aparece em 2º lugar, com crescimento de 13,3%.

mercado

Os vetores sofisticação, praticidade e faz bem contribuem com 82% do crescimento...

Top 40 cias – base de 159 categorias de produto 100% crescimento / Fonte: Nielsen / Retail Index

7.47.4

25.125.1

27.927.9

28.528.5

11.111.1

TotalSofisticaçãoSofisticaçãoPraticidade

Marcas de alto faturamento

Maior nº de marcas - 35%

11% das marcas

Maior var. % 27%

Mainstream Indulgência

Para queijos o Sul é um destaque também mas, Nordeste, Leste, Gde SP e Centro Oeste crecem acim da média Brasil

Variação do volume – 2010x2009 (DJF até OND)Importância das Áreas – Vendas em Valor – 2010

Base: 139 categorias de produto – Total BrasilFonte: Nielsen / Retail Index

T. Queijo + 10,6%

11.7

11.7

0.4

13.3

12.7

22.3

3.3

6%

12%

18%

20%

19%

17%

8%

Page 31: Revista IL 100

31

No entanto, o grande crescimento do consumo ob-servado em 2010 não se repetiu com a mesma proporção em 2011. Nas Cestas de Produtos Nielsen (134 categorias de produtos auditadas no varejo), há uma variação in-ferior na comparação do consumo no primeiro semestre de 2011 frente ao mesmo período de 2010. O consumo continua crescendo, porém em ritmo desacelerado.

Alguns fatores que influenciaram o crescimento de 2010 permanecem influenciando as categorias de destaque. Entre eles, o apelo de alguns vetores que in-fluenciam o crescimento, como saudabilidade, conveni-ência, indulgência e sofisticação.

Além disso, no varejo, observa-se um aumento na mixidade entre os canais, comprovado com o crescimento de canais com missões de compra muito distintas (Super-mercados de pequeno porte e Cash & Carry por exemplo).

Cesta de Lácteos e o consumo de queijosA cesta de Lácteos, assim como o total das cestas,

apresenta desaceleração, porém, as variações são su-periores ao total de cestas (2,1% x 10%). A cesta cresce puxada por requeijão, principalmente em autosserviços de Médio e Pequeno porte, prioritariamente em lojas de NSE Médio e Alto. Podemos inferir que a categoria tem sido influenciada pelos apelos de saudabilidade e de sofisticação na cesta de compras das famílias. Ou seja, para a categoria de queijos, está havendo, em todo o Brasil, uma qualificação do consumo, que pode ser causada tanto pela entrada de novos consumidores para a categoria (pessoas que não compravam e pas-sam a comprar), quanto pela substituição de categorias consumidas (consumidores que adquiriam categoria semelhante e passam a comprar categorias às quais antes não tinham acesso).

Entre as regiões, exceção feita ao Estado de São Paulo, todas as áreas contribuem para o resultado, com destaque para o Sul do País. Esta região também puxou o crescimento da cesta de queijos, porém o bom de-sempenho também sofre influência de crescimento de outras regiões do país como o Nordeste, Leste, e Centro

Oeste, que também crescem acima da média Brasil.Para fabricantes e indústria, a perspectiva é promis-

sora e o desafio segue sendo o atendimento adequado aos anseios do consumidor, bem como a excelência na execução no varejo para apoiar essa estratégia.

A desaceleração é acompanhada também pela variação em valor numa proporção ligeramente menor

Variação do volume e Valor YTD11 x YTD10 (AMJ) Total Brasil - Fonte: Nielsen / Retail Index

Imp. Fat. 5% 19% 3% 73%

Porcionado

YDT 10x09

YDT 10x09

% em Volume

P o r é m n ã o é a c o m p a n h a d o p e l o s e g m e n t o d e M i n a s F r e s c a l

% em Valor

YDT 11x10

YDT 11x10

Minas FrescalCream CheeseQueijos

17.810.6

23.0 16.7

46.8

17.8

10.6

18.5

25.7

26.4 26.512.4 10.8

Requeijáo

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PESquiSa

32

IogurteRetrato do mercado atual e tendências

Sheila Salina é analista sênior de Pesquisa da Mintel, empresa que iniciou suas atividades há mais de 40 anos no Reino Unido e atua em pesquisa e inteligência de mercado, analisando e investigando profundamente diferentes e princi-pais mercados consumidores do mundo. Suas pesquisas apresentam questões específicas que afetam a decisão de compra de determinadas categorias de produtos de consumo. No Brasil, a empresa está presente há 10 anos e em 2012 lançou uma série de relatórios sobre o mercado brasileiro. Atuando nas áreas de alimentação, bebida, varejo, indústria de foodservice, cuidados pes-soais e estilo de vida, atualmente, a Mintel tem escritórios em Chicago, Nova York, Londres, Sydney, Xangai, Tóquio e também na Índia, Malásia e Singapura. O escritório brasileiro foi aberto no final do ano passado, em São Paulo.

Revista Indústria de Laticínios Como foi realizada a pesquisa com foco em iogurte no mercado brasileira? ■ Sheila Salina Foram feitas 1.500 en-trevistas ao vivo, que representam as cinco regiões do Brasil, incluindo todos os grupos socioeconômicos e idades de 16 a 55+. A pesquisa sobre o consumi-dor foi feita com amostras aleatórias de consumidores brasileiros nas dez maiores cidades do país.

RIL Além do revelado no relatório que pu-blicamos nesta edição, quais outros pontos importantes a pesquisa da Mintel aponta? ■ Sheila Salina O relatório de iogurtes traz informações gerais sobre o mer-cado - principais competidores, volume e vendas da categoria até 2011 e previsão futura-, lançamentos dos últimos anos por segmento – líquido e cremoso -, sabor e claim, ou seja, benefício e funcionalidade. Contém também declaração dos consu-midores quanto à frequência de compra, ocasião de consumo, principais sabores e tipos consumidos da categoria e algumas questões de atitudes de consumo, por exemplo, avaliação quanto à produção de versões mais naturais e sem conservan-tes, opinião sobre iogurtes funcionais ou mais gordurosos e outros.

RIL Quais sinais a pesquisa revela que é interessante empresas do segmento observarem? ■ Sheila Salina A tendência de sucesso dos iogurtes gregos – eles têm apelo um pouco mais premium, algo que gera interesse à classe C e os consumidores em geral parecem não se preocuparem tanto assim quanto ao alto teor de gordura, desde que seja saudável, não há problem. Sabor acentuado e consistência são os pontos de destaque do alimento.Funcionais continuam sendo versões

interessantes, mas devem tentar explorar outros tipos de benefícios, como vitalida-de, por exemplo, já que agradam muito mulheres maduras. Na nossa pesquisa, identificamos que estas mulheres muitas vezes escolhem o tipo de iogurte que vão consumir de acordo com o humor do dia. A indústria pode tentar investir em benefí-cios com essa temática.Uma vez que identificamos que os heavy users são os que mais gostam da diversi-dade de sabores, é necessário mantê-los atraídos à categoria com lançamentos que explorem variações mais específicas e de alta qualidade. Com o mercado atualmente focado em consumidores da classe média, há poucas novidades nesse sentido e mo-rango, coco e ameixa são os sabores mais comuns. Os fabricantes podem tentar explorar combinações diferenciadas, em formato de edições limitadas, baseadas em preferências de pequenos grupos, por exemplo, sem lactose, pura fruta, etc. Nos mercados maduros da Europa e Esta-dos Unidos, há muita inovação para tipos orgânicos, com uso de ingredientes natu-rais e “superfoods”, que são alimentos com alto valor nutricional. Também há oportuni-dade de se explorar o uso de embalagens recicláveis, portáteis e divertidas para crianças, como tubo ou para apertar.

RIL Em que aspectos o consumidor brasileiro diferencia-se, por exemplo, do consumidor europeu ou norteamericano, por exemplo?■ Sheila Salina As ocasiões de consumo e a valorização do apelo saudável são semelhantes. A grande diferença está no hábito de consumo frequente. No Reino Unido, por exemplo, a proporção de pesso-as que consomem iogurte todos os dias é de cerca de 30%, enquanto que no Brasil o número chega perto de 10%. O brasileiro de maneira geral não tem o costume de tomar iogurte com cereal no

café da manhã tanto quanto os america-nos. Embora as opções on the go e por-tables sejam atraentes ao consumidor da classe C , o consumo do iogurte como um lanche entre as refeições ainda não faz parte da sua rotina. As ocasiões estão se desenvolvendo junto com o poder de compra da população.

RIL Diante desse trabalho no segmento, acredita que ainda haja muito espaço para crescimento da categoria no Brasil? ■ Sheila Salina Sem dúvida há espaço para crescimento. A penetração da cate-goria é alta e a grande oportunidade está em ampliar a frequência de compra nas diferentes ocasiões de consumo. A porta de entrada para estimular os consumi-dores da classe C são as versões líquidas de preço mais acessível e maior volume. Já para manter o interesse dos mais envolvidos com a categoria, a estratégia é investir em novos sabores e qualidade.

RIL O consumidor é, realmente, aberto a inovações nessa categoria ou privilegia qualidade e tradição?■ Sheila Salina Nossa pesquisa identificou que, conforme os consumidores se envol-vem mais com a categoria, eles tendem a buscar novas opções de sabor e formu-lações enquanto que os heavy users vão ficando mais exigentes quanto à qualida-de (como uso de leite premium e fruta selecionada) . Essa busca, no entanto, ocorre de maneira gradativa. É aos pou-cos que o consumidor vai experimentando novidades, sempre mantendo na compra, aquele sabor ou tipo preferido. Trabalhar em versões tradicionais melho-radas, com ingredientes adicionais (como caldas, geleias, cereais), edições limitadas ou vendidas em conjunto com um sabor novo parece ser uma forma menos “inva-siva” ao olhar dos conservadores.

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O Mercado“O mercado brasileiro de iogurtes está

em pleno desenvolvimento e vem amplian-do sua presença de maneira significativa. Segundo levantamento da Mintel, de 2010 para 2011, a categoria teve um crescimento de 4% em volume total. Com relação à pene-tração, em pesquisa realizada este ano, 74% da população afirma consumir a categoria. O percentual é superior aos Estados Unidos, por exemplo, onde apenas 55% afirmam consumir o alimento.

Apesar disso, o consumo per capita anu-al é considerado baixo se comparado ao consumo de países onde a categoria está mais presente. Aqui no Brasil o valor total é de 6,3 kg, enquanto que na França é 21,8 kg e no Reino Unido, 11,2 kg.

A principal razão disso é a frequência de consumo. O brasileiro costuma consumir io-gurte, mas não frequentemente. Consumir iogurte regularmente, no café da manhã ou lanche é um hábito alimentar que está co-

meçando a ser construído, principalmente entre a população da nova classe média. O faturamento de vendas da categoria con-tinua a apresentar um alto desempenho, sendo impulsionadas principalmente por lançamentos de versões mais simples e lí-quidas. Embora a classe C seja o foco dos fabricantes e o preço do produto esteja mais em conta em muitas praças, o gasto nas compras com ele, está aumentando. Iogurtes em garrafão de 1 litro ou versões individuais prontas para beber, assim como formatos tradicionais de sabor natural ou morango estão em alta e despertam o inte-resse à compra, principalmente na ocasião de consumo em família e fora de casa.

Além da oportunidade de atrair novos consumidores advindos da classe média, bem como a chance de aumentar penetra-ção nas regiões mais emergentes do país, como Nordeste e Norte, ainda existe um grande potencial de demanda da categoria com públicos específicos e consumidores

heavy users. Há pouca inovação para os “mais exigentes”, como diversidade de sabo-res, tipos e embalagens. Um bom exemplo disso é o iogurte grego, sucesso em vários mercados, especialmente nos Estados Uni-dos, mas lançado aqui no Brasil apenas em julho deste ano. Há também poucas opções no mercado de iogurte tipo orgânico, sem lactose ou em versão mais premium. Uma porta de entrada fácil para pequenos produ-tores, de fabricação mais caseira, porém de alta qualidade, que já vêm incrementando suas vendas nestes segmentos específicos.

Ou seja, as oportunidades para o setor no país são promissoras à medida que o há-bito de consumo da categoria está amadu-recendo. Tanto os consumidores “entrantes” quanto àqueles mais fiéis , necessitam de inovação, algo visto como estímulo para a repetição de compra e fator de extrema re-levância na atual situação de mercado”.

Sheila SalinaAnalista de Pesquisa Sênior

O ano de 2009 foi um marco no cresci-mento em volume de vendas de iogurtes para o varejo – de 2,9% em 2008 saltou para 6,6% no ano seguinte. Desse período em diante, o crescimento ficou estável a uma média de 5% ao ano (até 2010), número con-siderado expressivo para a indústria, acos-tumada a um volume mais moderado na categoria ao longo dos dois anos anteriores.

Dentre as razões possíveis para essa alta, além das boas condições econômicas do momento e o fortalecimento do poder aquisitivo das classes emergentes, a quanti-dade de lançamentos do iogurte tipo líquido, vendido em garrafas de até 1 litro foi grande destaque. Já o faturamento do setor no pe-ríodo ficou bem abaixo de ano de 2008. Um

claro sinal da tentativa de popularização da categoria, com mais volume a preços baixos.

Os resultados do ano seguinte dão a entender que tal estratégia trouxe bons resultados. As vendas voltaram a crescer a patamares equilibrados com o histórico da categoria enquanto que o volume apresen-tou uma leve queda (em termos de cresci-mento anual).

Em 2011, no entanto, o ritmo em volume diminui ainda mais (de 5,2% em 2010 para 3% em 2011) enquanto que os números em vendas aumentaram (de 7,6% em 2010 para 10,0% em 2011).

Esse cenário atual assemelha-se ao que a categoria vivenciou em 2007 e 2008: alto faturamento a um resultado em volume

mediano. Pode ser um indicativo de que aqueles consumidores que experimentaram ou adquiriram mais o produto em 2009 dei-xaram de fazer isso ou estão mais relutan-tes, com a retomada do preço.

Sinal também de premiunização da ca-tegoria. A ampliação no consumo está esti-mulando os produtores de laticínios a inves-tirem na oferta de variações do produto e a reforçarem sua qualidade.

Uma vez que os consumidores da clas-se média estão buscando opções de maior valor agregado, a tendência é que de fato o crescimento em volume continue de manei-ra moderada, assim como deve ocorrer com a ampliação da frequência de consumo.

Em se tratando de tipos de iogurtes, com um número cada vez maior de lançamentos e mais presente nos supermercados brasi-leiros, os do tipo líquido já são mais consu-

midos que os tradicionais de colher.Eles estão incrementado o volume da

categoria e, ainda que sejam opções mais baratas, a quantidade vendida está trazendo lucro superior aos de colher e natural. São os preferidos do consumidor da classe média

(apresentam uma boa relação preço vs. qua-lidade) e por isso também são alvo de investi-mentos dos fabricantes. Há ainda o potencial de vendas das embalagens individuais e por-táteis, percebidas como conveniente e práti-ca na ocasião consumo fora de casa.

Isso não quer dizer que os cremosos es-tão sendo menos apreciados. Avaliando os resultados do mercado em 2011, nota-se que o seu preço médio por quilo (R$ 5,50) está aproximadamente R$ 1,30 mais caro que o do tipo líquido (preço médio de R$

4,20/Kg). Esse posicionamento de preço alto pode ser um indicativo de que a pre-miunização da categoria está ocorrendo por meio deles, que de fato apresentam mais variações em qualidade e textura. Dentre as opções do mercado, eles são percebidos como os de maior valor agregado.

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RIL As classes sociais emergentes buscam que tipo de iogurte? Sua prioridade é pre-ço? Ou busca “imitar” classes mais altas na escolha desse produto? ■ Sheila Salina O iogurte está deixando de ser percebido como uma sobremesa ou um alimento de ocasião especial para começar a fazer mais parte do dia a dia da classe média. Há interesse por qualidade, mas a relação custo benefício

é fundamental, especialmente pelo fato da categoria ser cada vez mais associada a atributos saudáveis. Como já mencio-nado, as versões líquidas em maior volume são porta de entrada fácil para estes consumidores, entregam um bom preço e quantidade para consumo em família. No entanto, textura e sabor marcantes são fundamentais. Não adianta o mercado oferecer versões líquidas simples, porque

neste caso, o consumidor tem como op-ção mais barata, as bebidas lácteas.RIL Em quais outros segmentos da área da alimentação a Mintel tem trabalhos?■ Sheila Salina A Mintel tem trabalhos em diversas áreas da alimentação como lati-cínios, chocolates; balas e chicletes; cookies e biscoitos; molhos e temperos; cafés e alimentos preparados, entre outros.

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Previsão FuturaDada a retomada de crescimento mode-

rado da categoria em valor, verificada prin-cipalmente no ano de 2010, a Mintel prevê que o mercado continuará a apresentar um desempenho positivo (e em proporções se-melhantes) nos próximos cinco anos, com um crescimento de 37,5% em valor e 27% em volume até 2017. Este crescimento signi-fica que o preço por unidade de iogurte deve crescer aproximadamente 14% nos próxi-mos cinco anos, sinalizando a tendência de que a frequência de consumo da categoria será ampliada a um preço médio razoável e de que a relação custo vs. benefício

Companhias LíderesO setor de laticínios no Brasil é marca-

do por diversos produtores regionais. Piá, da região Sul do país, é uma das que já ultra-passou o gosto local, e sozinha, detém 3% de market share valor.

Ainda assim, as detentoras do mercado de iogurtes são as multinacionais. Danone é a grande líder, com 37% de participação. Activia é a marca de maior presença, qua-se que sinônimo da categoria de iogurtes funcionais. As demais marcas também são bastantes populares e conhecidas, como a Danup, iogurte para beber e Danone tradi-cional, em embalagem com seis unidades. A empresa investe muito em comunicação de massa e está sempre movimentando a cate-goria com novidades. A mais recente delas foi em 2011, com o lançamento da marca Densia, focada para o público feminino e com a proposta de oferecer um iogurte for-talecido com cálcio.

A segunda colocada é a Nestlé, com me-nos quantidade de marcas, mas com iogur-

tes tradicionais já reconhecidos no mercado. Tem grande foco nas consumidoras mães, com marcas como Chambinho, Chamyto e Neston. Recentemente a empresa lançou (ao mesmo tempo que a concorrente Vigor) o iogurte tipo grego no Brasil, fato que trou-xe eminência ao seu nome dentro do setor, nos últimos meses.

Duas outras importantes concorren-tes são a Batavo (da Brasil Foods) e a Vigor. Batavo é a terceira marca mais consumida. Em maio deste ano realizou uma renova-ção completa nas embalagens e logo, e com novidades em seu portfólio de produtos. Um grande destaque foi a linha de iogurtes adoçado com frutose, açúcar natural da fru-ta. Já a Vigor, marca tradicional no setor de leite, comprada pela JBS em 2009 dentro da aquisição do grupo Bertin, também passa por renovação no mercado. Este ano as em-balagens foram redesenhadas, com design simples, a intenção da marca é se populari-zar. Ela já tem grande presença e aceitação nos mercado de São Paulo e Sudeste, mas

ainda falta gerar interesse em outras regi-ões, principalmente no mercado promissor do Nordeste.

Com o lançamento recente do iogurte tipo grego pelas marcas Nestlé e Vigor, os demais players da categoria também es-tão desenvolvendo novidades para chamar a atenção do consumidor. E o que se vê no mercado hoje é uma grande disputa de es-paço nas gôndolas dos supermercados.

Os TemasIogurte como um doce saudável atrai

mais o consumo da classe médiaA indústria de alimentos do país cresce

com o maior poder de compra dos consumi-dores da classe média. O destaque nos úl-timos anos vem sendo os lançamentos das marcas próprias de empresas de varejo com foco em preços baixos.

Esta classe está ampliando os itens de consumo da sua alimentação e optando por alimentos de maior valor agregado, como queijos e iogurtes. Mas escolhem as versões mais simples e de preço acessível.

Os iogurtes são mais consumidos como um lanche em casa e apreciados principalmente por serem considerados um doce saudável. Versões que combinem o conceito de pratici-

dade e sabor indulgente a um preço acessível serão as mais atraentes a este público.

Cresce o interesse por iogurtes de pro-dução natural e sustentável

A preferência por alimentos saudáveis

é tendência mundial. No Brasil, esta cons-cientização é relativamente recente, mas já influencia o padrão de compra dos brasilei-ros, que começam a optar por versões mais saudáveis. Eles estão mais exigentes quan-to às questões saudáveis, mas também em relação à sustentabilidade e conduta ética das empresas. Neste sentido, as empresas devem se preocupar cada vez mais em es-tabelecer uma imagem transparente, tendo como referência, estas credenciais. Na cate-goria de iogurtes, isso ainda é mais relevan-te, porque trata-se de um alimento com uso de matéria-prima totalmente natural.

Nesse sentido, embora ainda em pouco número, consumidores simpáticos ao con-ceito de comida mais natural, orgânica e que agride menos o ambiente começam a

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influenciar a indústria alimentícia. Este mer-cado cresce vertiginosamente, assim como a diversidade de produtos nestas característi-cas. São as mulheres (e a maioria da classe A/B) as mais dispostas a tal tipo de consumo. Inclusive, para a categoria de iogurtes.

Indo ao encontro a essa tendência, já é possível encontrar marcas de iogurtes or-gânicos e mais caseiros, ou que utilizam ingredientes naturais e sem conservantes, disponíveis no mercado. Mas isso ainda é uma novidade, há poucas opções, como a Taeq, marca própria do grupo Pão de Açú-car, encontrada apenas em lojas dirigidas ao público A/B.

No mercado dos Estados Unidos e Reino Unido, por exemplo, os iogurtes naturais têm mais relevância. Duas marcas se destacam no conceito, Chobani e Stonyfield.

Elas priorizam uma comunicação trans-parente e próxima de seus consumidores, fo-cam distribuição em canais especializados e dirigidos e utilizam a embalagem como fonte de informação e inspiração de seus ideais. São bons exemplos para motivar os fabri-cantes na ampliação deste tipo de iogurte / posicionamento no país.

Alimento prático, nutritivo e divertido – receita de sucesso para o mercado das mães modernas

Alimentos industrializados, práticos e con-venientes são os mais adquiridos pelas mães modernas. O impacto destes produtos na saú-de de seus filhos, no entanto, está fazendo cres-cer a busca por opções mais saudáveis.

Nesta busca, as “mães”, que são consu-midoras drivers da categoria de iogurtes, demonstram interesse em ver no mercado novas combinações. Querem opções que ex-plorem a questão nutritiva, mas que tam-bém sejam divertidas no momento do con-sumo. Prazer com diversão saudável.

Altamente influenciadas pela opinião dos filhos, elas valorizam lançamentos com opções diferenciadas de sabor e in-gredientes saudáveis, mas especialmente, como todas essas características se tra-duzem de forma lúdica e estimulante na hora do consumo.

Conceitos que explorem de maneira criativa formatos, cores e personagens cha-mam mais a atenção. Uma forma de arris-car mais nestas combinações é a oferta de edições limitadas, portables e embalagens em tubos ou esqueeze.

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Iogurtes funcionais devem focar neces-sidades das mulheres maduras

Os alimentos funcionais têm potencial de crescimento no mercado brasileiro à medida que a população desenvolve mais consciên-cia da importância da alimentação saudável.

O ambiente regulatório para alimentos funcionais ainda está em definição no país. Promessas sem comprovação científica não devem ser reforçadas, e nesse sentido, esses alimentos têm menos apelo de “funcionar” e mais de “contribuir” à saúde.

As mulheres mais velhas, a partir de 35 anos, são as principais compradoras de io-gurtes funcionais. É necessário investir na diversidade de benefícios para elas, especial-

mente relacionados ao conceito de saudabili-dade, estado de humor e bem-estar.

Iogurte para beber: prático e para toda a família Os iogurtes líquidos se popularizam en-

tre os consumidores da classe média e são os principais responsáveis pelo aumento do consumo de iogurtes no país.

A subcategoria é vendida basicamente em dois formatos: tamanho família, para con-sumo no café da manhã, e individual, como opção de lanche fora de casa. Neste sentido, mesmo com a maioria das marcas voltadas para a classe C, atrai públicos com necessi-dades de consumo distintas, e para cada um deles deve apresentar apelo diferenciado.

Inovação de sabores é a estratégia chave para aumentar o repertório dos novos consu-midores e manter o interesse dos heavy users

Os brasileiros têm pouca preferência de sabores de iogurte e os mais tradicionais são morango, coco e ameixa. Como é um merca-do em crescimento, o grande público consu-midor está se familiarizando com a categoria e ainda não tem um repertório de sabores mais diversificado. Prefere opções “de gosto comum” e de fácil aceitação ao paladar.

No entanto, a pesquisa Mintel Brasil constatou que a diversidade do reportório dos consumidores brasileiros de iogurte au-menta, à medida que a frequência de consu-mo também. Nesse sentido, inovação de sa-bores pode ser um importante estímulo para que isso de fato aconteça.

É o caso das mães com filhos em idade escolar, que gostam do iogurte líquido para o consumo no café da manhã e também para incluí-lo na opção do lanche da escola. Para

elas, marcas que ofereçam opções criativas de embalagens portáteis e combinações com ce-reais ou frutas podem ganhar rápida aceitação.

Um outro público atraído pelo iogurte líquido são os jovens adultos, que geral-mente trabalham, têm pouco tempo para se dedicar à refeição e por isso mesmo es-colhem alimentos convenientes, fáceis de carregar e saudáveis.

Os funcionais geralmente são os mais consumidos, especialmente aqueles que oferecem quantidade de vitaminas neces-sárias ao organismo. Opções que acres-centem características associadas a pra-zer e saciedade também podem estimular o interesse de consumo, uma vez que esse público tende a aproveitar os momentos de lanche rápido como uma forma de “re-compensa” da correria do dia-a-dia.

What we thinkAlém da oportunidade de atrair novos

consumidores advindos da classe média (com investimentos principalmente em versões lí-quidas e “on the go”), bem como a chance de aumentar penetração nas regiões mais emer-gentes do país (como Norte e Nordeste), ainda existe um grande potencial de demanda da ca-tegoria para consumidores específicos e “heavy users”. Há pouca inovação para os “mais exi-gentes”, que explorem diversidade de sabores, tipos e embalagens. Um bom exemplo disso é o iogurte grego, sucesso em vários mercados, mas lançado aqui no Brasil apenas em Julho

deste ano. As oportunidades para o setor são promissoras à medida que o hábito de consu-mo está amadurecendo. Tanto os consumido-res “entrantes” quanto aos mais fieis, neces-sitam de inovação, algo visto como estímulo para a repetição de compra e fator de extrema relevância na atual situação de mercado.

Relatório executivo Brasil - Dezembro 2012

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Espaço para inovação Tendências

Nos últimos anos, a indústria vem trazendo inovação em alimentos e as vá-rias categorias de lácteos incorporaram conceitos e novas soluções para conquis-tar consumidores abertos a experiências diferenciadas. Com a globalização da ali-mentação, o brasileiro mostrou-se aberto a novos sabores, à sofisticação e, ante-nados com a necessidade de prevenção de doenças, busca também produto que promovam saudabilidade. Nesse contex-to, as indústrias trabalham para oferecer produtos em linha com as tendências de mercado e para conquistar mais espaço.

O atual mercado brasileiro apresenta desenho favorável à diversificação de con-sumo. Por um lado, crescem consumidores que buscam qualidade, valor agregado, so-fisticação e, do outro, com o aumento do poder aquisitivo de classes mais baixas, cresce o público que busca produtos que antes não consumia, mas que agora inclui em sua cesta de alimentos, porém procura preços mais baixos. Esse cenário abre espa-ço para atuação das indústrias diversifica-rem suas linhas de alimentos.

QualidadeA indústria de laticínios, segundo es-

pecialistas, cresce cerca de 5% ao ano em lançamento de novos produtos. “Porém, ainda temos dificuldade em apresentar produtos diferenciados, semelhantes aos que são lançados em outros países, prin-cipalmente em função de qualidade da matéria prima”, afirma Neila Richards, professora e doutora do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos da UFSM (Uni-versidade Federal de Santa Maria).

Os fabricantes de lácteos têm um grande desafio, que é investimento em tec-nologia, ponto fundamental para o avanço da produção e surgimento de novos deri-vados de leite. O processo de fabricação de um produto começa na qualidade da matéria-prima e Neila destaca que: “hoje, qualidade não é um diferencial da indús-tria, mas sim, obrigação, portanto deve ser vista como prioridade, tanto pelo produ-tor, como para o fabricante. No Brasil, uma tendência, que deve chegar neste ano ao setor laticinista, é a de produtos clean la-ble, trazendo a declaração clara e inequí-voca dos ingredientes e que, na Europa, já existe há algum tempo”.

No país, o custo da matéria-prima é alto e a IN62 ainda é complexo o cumpri-mento da norma para alguns produtores. Muitas empresas estão bonificando o pro-dutor e, para a doutora da UFSM, ainda que tardia e, muitas vezes, pouco compreen-dida como fundamental. Todo trabalho de conscientização do produtor é importante. Ter leite com possibilidade de rastreamen-to também é valioso para a confiança dos consumidores na empresa transformadora.

IogurteUma categoria que caiu no gosto do

brasileiro, em 2011, teve um lançamento expressivo da marca que virou sinônimo de iogurte, a Danone. A empresa trou-xe para o mercado o Densia, que fornece

50% da necessidade diária de cálcio, mais vitamina D, auxiliando, principalmente, a população feminina na manutenção de ossos saudáveis. Com apelo de saudabili-dade, o iogurte atende às necessidade de cálcio de um público composto por 9 em cada 10 mulheres brasileiras que não con-somem a quantidade ideal de cálcio diária.

A marca consagrada da Danone, Ac-tivia, também ganhou nova versão, com Toque de Soja. Trata-se do mesmo Activia com o exclusivo bacilo Dan Regularis que ajuda a manter o intestino no ritmo, mas com um toque de soja em sua composi-ção. Uma opção para o público que busca uma dieta saudável.

Em 2012, a grande inovação veio pela Vigor, que inaugurou nova categoria den-tro do segmento. O produto é diferente de outros iogurtes, pois utiliza método de concentração de proteína do leite, propor-cionando ultracremosidade e sabor inten-so, além de ser fonte de proteína e cálcio.

A inovação marcou novo posiciona-mento da Vigor em 2012, fortalecendo valores como qualidade e autenticidade de seus produtos. A empresa apostou em lançamentos e na renovação das embalagens de todos os produtos da marca, que passaram a espelhar o novo momento transmitindo sua tradicional cor azul e evidenciando seus ingredien-tes principais, apresentando ainda mais apelo ao consumidor.

O lançamento do iogurte grego foi se-guido pela Nestlé, que também incluiu a nova categoria ao seu portfólio.

“Diferente dos iogurtes gregos lan-çados nos Estados Unidos, em 2008, o produto brasileiro tem um conteúdo de proteínas menor (5% no brasileiro contra 18% do americano) e maior teor de gordu-ra e carboidratos. No Brasil, existe grande mercado para este tipo de produto, consi-derado “gostoso”, porém apresenta a mes-ma quantidade de carboidratos que um iogurte comum e uma textura “macia” em função da quantidade de gordura do pro-duto (em torno de 8%)”, esclarece Neila

Outra novidade, que deve continuar a fazer sucesso entre os consumidores são os smoothies e as opções de iogurtes e be-bidas lácteas exóticas. Produtos lácteos com textura cremosa, independente do teor de gordura, como os queijos proces-sados, virão com sabores diferenciados e apelos de atributos saudáveis.

Consumidores com diversas exigências e expectativas abrem espaço para novos conceitos e categorias de lácteos. Saudabilidade, conveniência, qualidade, custo baixo e sofisticação

são algumas das tendências que atendem aos vários perfis de consumidor brasileiro.

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QueijosA melhoria da matéria-prima nos últi-

mos anos refletiu diretamente na qualida-de do queijo brasileiro. Existe uma cultura no Brasil ligada ao consumo de queijos, que não considera esse alimento como primeira necessidade. É uma categoria que, nos mo-mentos de crise ou dificuldade financeira, é o primeiro a ser cortado da lista de compras. Apesar do percentual de domicílios que consomem algum produto da categoria ser relativamente alto, o consumo per capita ainda é muito baixo.

Neila dá exemplo de produto regional, que poderia ser uma inovação na categoria: “no Sul do Brasil, existem muitas empresas que fabricam o queijo Colonial, que não é contemplado pela legislação brasileira, e muitas regras de sua fabricação são discu-tíveis no quesito higiene e boas práticas. Os fabricantes deste tipo de produto precisam se organizar para melhorar seus conheci-mentos teóricos, capacitação em boas prá-ticas durante o preparo produtivo e distri-buição no mercado. Os produtores deste tipo de produto precisam se organizar para melhorar seus conhecimentos teóricos, ca-pacitação em boas práticas durante o pre-paro produtivo e distribuição no mercado”.

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Tendências

Recentemente, o setor de queijos trouxe inovações para o mercado no segmento de es-palháveis, a exemplo do creme de ricota e de queijo frescal, lançado pela Tirolez e Quatá, encontrados em várias versões e, juntamente com requeijão e cream cheese disputam es-paço com geleias, patês, maionese, margari-na, entre outros. São produtos desenvolvidos com baixo teor de gordura, sódio e lactose, além de alguns conterem fibras e probióticos.

Os queijos diferenciados e finos con-quistam o consumidor que busca o prazer sensorial, ligado ao sabor. As alegações para este tipo de produto são: preparo cuidado-so e a apresentação de sabores exóticos ou mesmo feitos a partir de matérias-primas diferenciadas como, por exemplo, os leites de ovelha e de cabra. A pesquisadora da UFSM, acrescenta: “muitas pesquisas estão em desenvolvimento com o intuito de redu-zir o sódio dos queijos, seja pela substituição parcial ou uso de outro ingrediente que pos-sa, além do sabor,característica do cloreto de sódio, auxiliar na conservação do produ-to, outra característica do NaCl. O mercado ainda está aberto e em expansão para quei-jos de uso culinário e queijos customizados

para preparos industriais e com ingredien-tes que agregam valor nutricional e sabor a pratos prontos para consumo”.

Leite fluidoNo segmento de leite fluido, a disputa

maior ficará por conta das embalagens prá-ticas e diferenciadas para chamar a atenção do consumidor sobre a qualidade ou algum outro apelo. Produtos para públicos espe-ciais entrarão no mercado com maior for-ça, a exemplo daqueles para pessoas com intolerância a lactose. Produtos de outras matrizes, como o leite de ovelha, são bas-tante promissores, apesar de ainda não ha-ver legislação específica. Em alguns estados, já existem projetos disseminando a criação de animais como a cabra e a ovelha leiteira para os programas de merenda escolar. Há pesquisas em andamento que devem bus-car o apoio governamental para que os pro-jetos sejam disseminados com maior força, principalmente junto aos produtores, para conseguir investimentos indispensáveis ao desenvolvimento e crescimento deste setor e de seus pequenos produtores artesanais.

Entre as áreas acadêmicas que atendem estas e outras necessidades do mercado, a Faculdade de Tecnologia de Alimentos, da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), tem como foco em lácteos, o desenvolvimen-to de produtos que atendem a demanda do consumidor com produtos especiais, como aqueles: sem lactose, sem colesterol, sem sódio, sem carboidratos, etc. e outros que in-corporam fibras, probióticos, vitaminas, mi-nerais, entre outras características.

No local, pesquisadores de diferentes es-pecialidades, muitas vezes estão envolvidos na mesma pesquisa para que seja possível envolver toda a cadeia do leite. Atualmente, pesquisas com pequenos animais envolvendo alimentação, estação do ano, lactação, carac-terísticas do leite para determinados produ-tos, contaminações e resíduos de substâncias, estão avançando com o objetivo de fornecer informações da produção de matéria-prima com mais qualidade, passando pela possi-bilidade de resgate e a criação de nova pers-pectiva de restabelecer o elo da pesquisa com atividades de produção no campo.

“É necessário que possamos conhecer e monitorar a matéria-prima, bem como quan-tificar os parâmetros que podem interferir nos resultados obtidos na análise da qualidade do leite, diagnosticando os pontos que devem ser corrigidos, a fim de gerar ganhos efetivos na atividade leite e na agregação de valor aos produtos elaborados”, esclarece Neila.

Muitos produtos oriundos de pesquisas são testados na Usina Escola de Laticínios da UFSM, que possui pasteurizador a placas (2mil L∕h), iogurteiras, tanques de queijos, tacho de doce de leite, sorveteira, embala-deiras, câmaras frias e tudo que uma indús-tria de médio porte possui. A Usina Escola tem como parceira a Cooperativa Regional da Reforma Agrária Mãe Terra (Coperterra), onde estudantes de diversos cursos da UFSM e de outras Unidades de Ensino podem fazer estágios curriculares e extra-curriculares.

O estágio de desenvolvimento do Brasil exige pólos de ensino e pesquisa para que haja, efetivamente, crescimento e valori-zação do produto nacional com valor agre-gado, até para conquista de mercado inter-nacional. Seguir as tendências de mercado, não apenas na área de lácteos, mas em to-dos os setores requer tecnologia e profissio-nais com formação adequada. Os especialis-tas sabem o trabalho e o conhecimento que existe atrás de um mero copo de iogurte.

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O Brasil mudou, o consumidor também e a diversidade de perfil do público a ser atendido e conquistado é grande. Segundo a pesquisadora de UFSM, a área de P&D das indústrias, principalmente as médias e as pequenas solicitam projetos para desenvol-vimento de produtos lácteos diferenciados, muitos visando redução do custo unitário do produto e a agregação de algum ingredien-te para tornar o produto funcional, como achocolatados com alfarroba, ou mesmo creme de ricota light, outras indústrias so-licitam produtos com maior valor agregado, como por exemplo, microrganismos encap-sulados e fontes alternativas de ômega 3.

Há muito território para crescer no se-tor de lácteos no Brasil. Afinal, aumenta o contingente de consumidores para atender, conquistar ou fidelizar. O setor ainda tem bastante fôlego para encontrar novos ni-chos. Nos hábitos dos brasileiros, os lácteos estão presentes no café da manhã e, even-tualmente, no lanche que substitui o jan-tar. Atenção das indústrias às tendências é fundamental, pois ainda existe espaço para ocupar em muitas mesas e refeições, das mais simples às mais sofisticadas.

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O preço do leite recebido pelo produtor em fevereiro (referente à produção de janeiro) aumentou 1,35% em relação ao mês anterior, com o litro cotado na média de R$ 0,8219 (preço líquido), segun-do levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Esse valor refere-se à média ponde-rada pelos volumes captados nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. O preço bruto, ou seja, quando se consideram frete e impostos, subiu para R$ 0,8941/litro. Este valor, se comparado ao do mesmo período do ano passado, está levemente superior (0,6%) em termos reais – considerando-se a inflação (IPCA) do período.

Os reajustes foram motivados pela queda da produção em ja-neiro. Conforme o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Lei-te), o volume recebido por laticínios/cooperativas de sete estados recuou 2,67% de dezembro para janeiro. Na Bahia, a queda chegou a 10,8%, a maior entre os estados da pesquisa. Em seguida, Minas Gerais teve captação 5,2% menor, acompanhado de Goiás (4,6%) e São Paulo (2,4%). Já no Sul, a captação avançou 0,76% devido, princi-palmente, ao aumento da produção do Paraná (6,1%), único estado da pesquisa que produziu mais em janeiro que em dezembro.

Por sua vez, a menor captação reflete as dificuldades para o pro-dutor manter os investimentos na atividade. Conforme pesquisado-res do Cepea, insumos importantes como o concentrado e fertilizan-tes ficaram levemente mais baratos no início deste ano, mas, como esperado, o custo de produção aumentou com o reajuste do salário mínimo, que tem impacto direto nas despesas com mão de obra.

Além dos custos mais altos, outro problema apontado pela equipe Cepea é o forte calor, que reduziu o desempenho produtivo dos animais na maioria das regiões pesquisadas. No Nordeste, em especial, pesa também a escassez de forragem para o rebanho de-vido à estiagem prolongada. Paralelamente, agentes consultados pelo Cepea relatam que o excesso de chuvas no Sudeste e em al-gumas regiões do Sul também prejudicou o transporte de leite da propriedade até a plataforma das indústrias.

No segmento de derivados lácteos, fevereiro tem sido um mês de estabilidade, conforme o Cepea. Tanto o preço do leite UHT como do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo se-guem praticamente nos mesmos níveis de janeiro.

O leite UHT em fevereiro (cotação até o dia 27) tem média de R$ 1,90/litro e o queijo muçarela, de R$ 11,42/kg, ligeiras reduções de 0,9% e 0,15% em relação a janeiro, respectivamente. Colabo-radores do Cepea acreditam que o consumo tenda a aumentar a partir de agora, com a retomada efetiva das aulas, e que os preços devam se recuperar. Essa pesquisa do Cepea é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organiza-ção das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasilei-ra de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

AO PRODUTOR – Em fevereiro, os preços aumentaram em quase todos os estados da pesquisa Cepea; a exceção foi São Paulo, onde a média foi de R$ 0,9035/litro (preço bruto), com leve redução de 0,7% frente a janeiro. Já na Bahia aconteceu o maior aumento entre os estados da pesquisa, de 7,8% (ou 6,5 centavos por litro), com o litro cotado a R$ 0,8918. Em Goiás, o aumento foi de 1,9% (ou 1,7 centavo por litro), com a média bruta a R$ 0,9223. Logo em seguida esteve Santa Catarina, com alta de 1,54% e média de R$ 0,8772, o que significa 1,3 centavo a mais por litro.

No Paraná, o reajuste foi de 1,52% (1,3 centavo por litro), com a média a R$ 0,8972/litro. Em Minas Gerais, com o aumen-to de 1,2 centavo, o litro teve média de R$ 0,9050. Por fim, no Rio Grande do Sul, o aumento foi de 1,3% ou 1,1 centavo por litro, sendo média calculada em R$ 0,8364/litro.

Entre os estados que não compõem a “média nacional Cepea”, o maior aumento (1,2%) aconteceu no Espírito Santo, onde o litro foi cotado a R$ 0,8783 (valor bruto). No Rio de Janeiro, o preço do leite aumentou 1% (0,9 centavo), com a média indo a R$ 0,9601/litro. O preço no Ceará teve aumento de 0,8% (0,8 centavo), che-gando a R$ 0,9611/litro. Em Mato Grosso do Sul, o preço ficou pra-ticamente estável, com leve alta de 0,4%, com o litro a R$ 0,8039.

Para o mês de março (produção de fevereiro), a maior parte dos representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea (56% dos entrevistados, que representam 52,1% do volume de leite amostrado) acredita em estabilidade nos preços. Já para 34% dos entrevistados (que representam 41,9% do volume de leite amos-trado), a expectativa é de nova alta e 10% dos consultados (6% do volume amostrado) acreditam que deve haver queda nas cotações.

LEITE/CEPEADificuldades “dentro da porteira”

levam a reajuste ao produtor

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JANEIRO/13. (Base 100=Junho/2004)

Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA

(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

conjuntura

Fonte: Cepea-Esalq/USP

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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em FEVEREIRO referentes ao leite entregue em JANEIRO

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na “média nacional” – RJ, MS, ES e CE

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Outras informações sobre o mercado lácteo: www.cepea.esalq.usp.br/leite e por meio do Laboratório de Informação do

Cepea, com o pesquisador Paulo Moraes Ozaki e prof. Sergio De Zen: 19-3429-8836 / 8837 e [email protected]

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Caluassina protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais para a construção da nova fábrica

painel

15 anos Programa para produtores rurais da Região Sul completa 15 anos

O maior programa de formação profissional-em-presarial do setor primário da economia sulbrasileira – atualmente chamado de projeto de Desenvolvimen-to dos empreendedores rurais cooperativistas, susten-tado pela Coopercentral Aurora Alimentos, Sebrae/SC, Senar/SC, Sescoop/SC e pelas cooperativas agropecu-árias – completou 15 anos em 2012 com mais de 18 mil famílias atendidas (36 mil pessoas).

O projeto é formado pelos programas Qualidade Total Rural e De Olho na Qualidade Rural. Nessa dé-cada e meia foram formados pelo QTR, 295 grupos com 4.935 famílias, e, pelo De Olho, 734 grupos com 13.142 famílias atendidas. Cada grupo é formado por 18 propriedades rurais, sendo dois participantes de cada, o que totaliza 36 pessoas por grupo.

Em 2013 o programa absorverá investimentos da or-dem de 1 milhão e 100 mil reais, valor assegurado pelos parceiros envolvidos. Para o ano vindouro estão confir-mados mais 48 grupos do De Olho na Qualidade Rural, atingindo 864 famílias, totalizando 4.992 horas de trei-namento. Serão 28 grupos da Cooperalfa, 7 da Copérdia, 2 da Itaipu, 1 da Caslo, 5 da CooperA1, 1 da Coopervil, 2 da Auriverde, 2 da Coolacer e 2 granjas-matrizes.

No curso Qualidade Total Rural (QTR) serão outros 15 grupos, beneficiando 270 famílias, totalizando 4.710 horas de treinamento. As turmas estão assim distribu-ídas: 6 da Cooperalfa, 3 da Copérdia, 2 da Itaipu, 1 da Caslo, 1 da Cooper A1, 1 da Copervil e 1 da Coolacer.

Os Times da Excelência são grupos formados com famílias que já fizeram as duas etapas do programa e buscam desenvolver e dar continuidade a aplicação prática das ferramentas da qualidade, trabalhando problemas comuns. Para esse fim serão organizados

16 grupos com 288 famílias, que farão 1.280 horas de treinamento. As turmas do “Times da excelência” são 4 da Cooperalfa, 2 da Copérdia, 2 da Itaipu, 7 da Coo-per A1 e 1 da Auriverde.

Em todo o ano de 2013, serão assistidas 1.424 fa-mílias, com 11.032 horas de treinamento. Atuarão na capacitação e na transmissão de conhecimentos 22 educadores, credenciados pelo Sebrae/SC. A coorde-nação geral e acompanhamento continua com a Au-rora, assessorada pelos coordenadores ligados às co-operativas filiadas, equipes técnicas que auxiliam na mobilização dos grupos e avaliação pós-curso.

O convênio entre o Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar/SC) e a Aurora foi assinado nesta semana na sede da Coopercentral, em Chapecó, pelo presidente do sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pe-drozo, com o presidente da cooperativa central Mário Lanznaster, o vice-presidente Neivor Canton e o dire-tor de agropecuária Marcos Antônio Zordan.

O coordenador de treinamento da Aurora, Joel José Pinto, realça que essa é uma das mais antigas e vitoriosas parcerias orientadas para a profissiona-lização de produtores rurais do País. Trata-se de um imenso programa de formação profissional rural com duas vertentes: o programa De Olho na Qualidade e Qualidade Total Rural. Os investimentos permitem a formação anual de milhares de produtores rurais do extremo oeste, oeste, meio oeste, planalto norte e pla-nalto serrano de Santa Catarina.

O foco é o gerenciamento da propriedade e a solu-ção de problemas, tendo como beneficiadas as famí-lias de produtores de suínos, aves, grãos e leite filiadas às cooperativas agropecuárias.

O presidente da Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia - Calu, Cenyldes Moura Viera, o vice-pre-sidente, Francisco de Oliveira Sousa e o conselheiro de administração, Vicente de Paulo Rezende Teixeira, estiveram, no dia 29 de janeiro, em Belo Horizonte, no Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Ge-rais (INDI), órgão do governo estadual responsável por receber projetos para avaliação de crédito junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para assinar o protocolo de intenções que visa a cons-trução da nova fábrica da Cooperativa.

O documento certifica a aprovação do financia-mento junto ao BDMG. O investimento previsto é da ordem de R$ 36 milhões e inicia-se este ano. “Ele es-tará direcionado para a construção, aquisição de má-quinas, equipamentos e capital de giro”, informa o presidente da Calu.

Na solenidade, também estavam presentes o Gerente de divisão do BDMG, Flávio Furlan, e o vice-presidente do INDI, João Carlos Vitor Garcia.

As obras da nova fábrica da Calu deverão iniciar no primeiro semestre de 2013. O empreendimento levará a Cooperativa triplicar sua capacidade de pro-cessamento de leite de 100 mil litros/dia para 300 mil litros/dia, aumentando a capacidade de produção de manteiga, iogurtes e da indústria de queijo. O novo investimento também contempla a industrialização de doce de leite e de queijos finos.

“Ao longo dos 50 anos de atuação, a Calu, sempre que precisou, obteve a ajuda do governo. Mais uma vez participamos de um processo em que o Estado auxilia as empresas a crescerem e, consequentemente, a for-talecer a economia. Isso para nós é muito importante”, afirmou Moura Vieira.

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Vigor

Tetra Pak

vai investir R$ 180 milhões no Rio de Janeiro nos próximos cinco anos

anuncia crescimento em reciclagem

A Vigor Alimentos, uma das mais tradicionais empresas de lácteos do Brasil, investirá cerca de R$ 180 milhões para ampliar sua atuação no Estado do Rio de Janeiro. A companhia vai usar os recursos para a construção de um centro de distribuição, a ser inaugurado em até dois anos, e de uma fábrica, cujas operações devem começar em cinco anos. Atu-almente, a empresa opera no Rio de Janeiro por meio de centro de distribuição localizado na Pavuna (zona norte da capital fluminense).

A iniciativa faz parte do plano estratégico da empresa para ampliar gradualmente sua atuação fora do mercado paulista, onde é líder em diversos segmentos. “O primeiro passo de nossa estratégia consiste em consolidar-nos no mercado do Rio de Ja-

neiro, inclusive no interior, ampliando a presença de nossos produtos lácteos nas casas nos consumidores cariocas”, afirma o presidente da Vigor, Gilberto Xan-dó. No Estado, a Vigor já lidera em categorias como requeijão e queijo parmesão e, em apenas três me-ses, tem 30% das vendas de iogurte grego.

Em um primeiro momento, o plano de crescimen-to da empresa se dará organicamente em regiões contíguas a São Paulo. O Rio de Janeiro foi escolhido devido ao bom momento econômico; além disso, é o segundo estado em consumo per capita. “O Rio de Ja-neiro vem crescendo mais que a média nacional, e a receptividade de nossos produtos já tem nos surpre-endido positivamente”, encerra Xandó.

Mais de 65 mil toneladas de embalagens da Tetra Pak foram recicladas no ano de 2012. O volume re-presenta um incremento de quase 10%, se compara-do a 2011. Segundo Fernando von Zuben, Diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak, com os avanços da im-plantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a expectativa é que este número aumente ainda mais. “Atualmente 29% de toda produção segue para a reci-clagem, sendo que o gargalo da cadeia está na coleta seletiva. Com o aumento da conscientização ambien-tal e a destinação correta dos resíduos, nossa previsão

é a de que até 2015, a porcentagem atinja pelo menos 35% do total”, completa von Zuben.

Atualmente, o Brasil é referência mundial no de-senvolvimento de tecnologias de reciclagem e 33 in-dústrias trabalham com as embalagens longa vida da Tetra Pak, somando R$80 milhões em negócios anualmente. Até o final do ano, mais cinco empresas recicladoras devem iniciar os trabalhos, aumentando ainda mais a geração de emprego e renda na cadeia.

Consumo de leite cru no Rio Grande do Sul é o mais baixo do Brasil

Rio Grande do Sul possui a menor taxa de con-sumo de leite cru no Brasil. É o que mostra um le-vantamento feito recentemente pela Leite Brasil, associação que representa os produtores nacio-nais, com base na Pesquisa da Pecuária Municipal para o ano de 2011, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística).

O Estado gaúcho lidera o ranking nacional, com apenas 18% do leite consumido não inspe-cionado oficialmente. Em Minas Gerais, impor-tante Estado produtor, 36,8% do leite é informal. Os índices mais altos foram registrados em Piauí e Maranhão, com 89% e 83,7%, respectivamente.

Para Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, o baixo consumo de leite cru na região é questão de hábito tanto do produtor, que entrega leite de qua-lidade, quanto do consumidor, que quer ter à mesa

um produto seguro e com qualidade nutricional. “O produtor gaúcho tem um bom histórico na en-trega do leite à indústria e recebe assistência para isso. Não vemos em cidades do interior, por exem-plo, a prática de entrega de leite cru em residên-cias, como em outros locais. Acredito que boa par-te do consumo de leite não inspecionado na região se dê, inclusive, em propriedades rurais, incluindo o consumo por animais jovens”, afirma Rubez.

Estima-se que hoje, no Brasil, o consumo de leite cru represente cerca de 32% do total produ-zido no País. Este cenário não deixa de ser ame-açador, uma vez que o leite, quando não trata-do termicamente por meio dos processos legais e adequados, se torna um potencial transmissor de doenças por meio de bactérias como a Salmo-nella, E. Coli, e a Listeria.

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YakultYakult amplia fábrica de Lorena

A Yakult do Brasil, filial da multinacional japo-nesa Yakult Honsha, inaugurou nova área industrial da unidade fabril localizada na cidade de Lorena, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. A cerimônia de inauguração contou com a presença do presidente da empresa, IchiroAmano, dos demais membros da dire-toria, dos funcionários da Yakult.

Com investimentos da ordem de R$ 40 milhões, a ampliação vai permitir o aumento da produção de três linhas de produtos – sobremesa láctea fermenta-da Sofyl e alimentos adicionados de nutrientes essen-ciais enriquecidos de vitaminas Taffman-EX e Hiline F – que eram fabricados na unidade industrial de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

A nova planta industrial tem 23 mil m2 de área construída e o principal objetivo da Yakult é melho-rar a logística de distribuição dos produtos. A fábrica

de Lorena, que ocupa área total de 440 mil m2, foi inaugurada em 1999 e é uma das maiores e mais modernas da multinacio-nal em todo o mundo.

A empresa pretende destinar a fábrica de São Bernardo do Campo, onde nasceu – inau-gurada em 1968 – ao armazenamento de pro-dutos, pois é área de manancial que não per-mite ampliações. “Estamos trabalhando para transformar aquela fábrica em uma unidade de armazenamento que poderá ser utilizada pela própria Yakult ou por outras empresas”, reforça o executivo IchiroAmano.

Em Lorena trabalham aproximada-mente 300 funcionários e, com a nova linha, 40 novos postos de trabalho deve-rão ser criados. “Uma boa parte dos fun-cionários deverá ser transferida do ABC para Lorena, e aqueles que não tiverem interesse em mudar de cidade poderão ser

contratados pela nova empresa de armazenamento. Não queremos que a transferência da produção gere desemprego”, afirma o presidente.

A unidade brasileira da Yakult está entre as sete filiais mais importantes da organização – que está presente em 33 países – e chegou ao Brasil em 1966, dando início à produção do leite fermentado em 1968 na fábrica de São Bernardo do Campo.

No país, a empresa possui linha de produtos composta de Leite Fermentado Yakult e Yakult 40, sobremesa láctea fermentada Sofyl – os três com os exclusivos probióticos Lactobacillus ca-sei Shirota –, bebida à base de extrato de soja Tonyu, bebida láctea Yodel, Suco de Maçã e ali-mentos adicionados de nutrientes essenciais Hiline F e Taffman-EX.

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Com o objetivo de atualizar o mercado sobre os novos critérios de uso dos termos light, baixo, rico, fonte, não contém, entre outros, a serem aplicados nos rótulos de alimentos com a publicação da nova Resolução RDC 54/2012, da Anvisa, a Allegis Consul-toria convida profissionais da área para treinamento.

O evento, promovido pela Allegis Consultoria, acontecerá no dia 5 de fevereiro, das 8h00 às 16h00, no Hotel Nacional INN, em Campinas e os interessa-dos podem entrar em contato por e-mail ([email protected]) ou (11) 97258-7205.

O Centro de Tecnologia de Laticínios do Institu-to de Tecnologia de Alimentos – Tecnolat /ITAL, re-alizará, no período de 23 a 24 de maio de 2013, em Campinas, São Paulo, o Simpósio sobre Inovação na Indústria de Lácteos. O objetivo do evento é divulga-ção do conhecimento sobre o potencial de inovação na indústria de laticínios, com ênfase no desenvol-vimento de novos produtos, principalmente queijos, bebidas lácteas e leites fermentados. Como se tra-ta de uma reunião de natureza técnico-científica, o Ital espera um público composto principalmente por profissionais da indústria de laticínios, pesquisado-res, professores e estudantes.

Estão previstas sessões de apresentação de trabalhos científicos na forma de pôsteres. Os autores interessados poderão submeter seus re-sumos para [email protected] até 15/04/13. As normas para a formatação de pôste-res e resumos seguem em anexo.

As empresas associadas à ABIQ, CONIL, SINDI-LEITE-SP, ABILD, ABIS, ABLV, LEITE BRASIL, CDA e FUNDEPAG terão desconto nas inscrições. Para mais informações, acesse o site do evento no link abaixo:

www.ital.sp.gov.br/tecnolat/eventos/tl230513

A Doce Aroma, empresa de importação, produ-ção e distribuição de aditivos e ingredientes, co-munica a seus parceiros a ampliação e mudança de seu escritório administrativo e comercial.

O novo endereço é Rua Cantagalo, 74 – 17º andar – Edifício Nave Office Tower, em São Paulo (SP). Os telefones e endereços do Centro de Distri-buição da empresa continuam os mesmos.

Treinamento

Simpósio

Doce Aroma

Nova Legislação de alegações nutricionais de alimentos

sobre Inovação na Indústria de Lácteos

tem nova sede administrativa

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No calor da crise

Akso

Fibrav

Novo livro do economista Almir Meireles

lança Termômetro Portátil com Alarme – AK904

lança prateleira especial para maturação de queijo colonial

Novo livro do economista Almir Meireles põe o dedo na ferida da pecuária leiteira nacional, setor que cresce continuamente com taxas altas, mas cujo amadorismo na produção leva o País a uma letargia retrógrada e à falta de competitividade, por seus cus-tos acima da média de outros países.

O conteúdo de “No calor da crise” promete es-quentar os ânimos no setor quanto à discussão pela busca de um ambiente inovador e competitivo.

O livro, certamente, dará o que falar o que exige dos leitores tempo para reflexão e tomada de deci-são. Para um setor que, na visão do autor, vive há tempos o que chama de um período de corrosão da crítica, essa chacoalhada é mais do que necessária.

A produção brasileira continua com taxas altas de crescimento, se comparada a outras regiões do mundo. Mas, quando se fala em produtividade por vaca na América do Sul, a do Brasil só é maior do que a encontrada na Guiana, Guiana Francesa e Ilhas Malvinas. Em comparação aos Estados Unidos, líder mundial na produção de leite de vaca, o Brasil nem chega aos 35% do volume/vaca/ano daquele país.

Fundamentado em fatos e números pouco di-vulgados, o livro de Almir Meireles mostra o por-quê desse resultado pífio: uma ineficiência geren-cial e um amadorismo no campo que impedem a efetivação de mudanças para o desenvolvimento de um círculo virtuoso sustentável. Este círculo, para Almir, somente será rompido com o concur-so da Indústria de Laticínios que deve transmitir os

conhecimentos necessários aos produtores brasileiros, através de um amplo programa de qualifi-cação profissional e gerencial.

“A atividade primária não tem condições de continuar crescendo simplesmente reivindicando reajustes para cobrir os aumentos de custo dos fatores produtivos. É preciso melhorar a qualidade desses fatores e combiná-los de outras maneiras, que resultem em custos mais baixos, com tecnologia e a adoção de novas práticas operacio-nais”, diz o autor.

Sobre o autorAlmir José Meireles é economista, conferencista

e sócio-diretor da Brainstock – Consultoria Empre-sarial. Foi executivo de grandes empresas na área de laticínios no Brasil, além de presidente da ABLV – As-sociação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (1994-2006). É especialista em planejamento estraté-gico, gestão, organização, negociação de empresas e sustentabilidade na indústria de laticínios. Além de artigos em revistas especializadas, é autor de outros seis livros voltados ao setor.

Serviço:NO CALOR DA CRISEAlmir José MeirelesMM&G Editores AssociadosÀ venda por R$ 50,00 na Livraria Cultura

O lançamento da Akso possui faixa de medição de -50 a 200°C, registros de máxima e mínima, fun-ção HOLD e seleção °C/°F. Os grandes diferenciais do AK904 são: excelente exatidão de ±0.5°C entre -20 e 120°C, alarmes por temperatura alta e baixa configu-ráveis pelo usuário com aviso sonoro (indicados no visor permanentemente) e capa de proteção embor-rachada com suporte para a sonda.

O seu preço competitivo também é um ponto forte, proporcionando uma ótima relação custo x benefício quando comparado aos demais modelos

disponíveis no mercado. O AK904 possui ainda sonda de

temperatura substituível com co-nexão via plugue para facilitar a manutenção pelo próprio usuário, além de contar com uma haste de aço inox de 165 mm de compri-mento e estojo rígido com interior estofado para maior proteção du-rante o transporte.

Uma novidade que atende aos pedidos dos latici-nistas foi desenvolvida pela Fibrav, trata-se de pra-teleira em fibra de vidro para maturação de queijo colonial. Com capacidade para armazenar 80 queijos de 1 kg, a prateleira permite colocar os queijos na

vertical, de forma que ele tenha pouco contato com a fibra. As empresas que já adquiriram o produto comprovaram a higiene e a facilidade de transporte por possibilitar empilhamento.

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Higiene e segurança

SIG Combibloc

em áreas de produção de laticínios

apresenta seu novo website

Reconhecida por produzir revestimentos indus-triais de alto desempenho, a Gail atende normas exigidas em obras industriais e cozinhas profis-sionais, entre outros tipos de empreendimentos. A coleção Industrial reúne peças em cerâmica extru-dada ideais para a aplicação em cozinhas e am-bientes que requerem revestimentos de alta resis-tência, como é o caso das áreas de indústria láctea.

Especificamente para o segmento de laticí-nios, as peças da Gail atribuem uma série de van-tagens, inclusive financeiras por exigirem menos manutenção. Entre os diferenciais da coleção In-dustrial estão seu mix completo de produtos para cada etapa do processo produtivo (argamassas, rejuntes, peças especiais); fácil assepsia; cama-

da antiderrapante; resistência a ácidos como o lático e o nítrico; resistência mecânica para di-versas áreas; menor manutenção e maior diver-sidade de formatos e peças especiais do mercado – as placas, por exemplo, são disponibilizadas em 240x116x9mm, 240x116x14mm, 240x116x17mm, 240x116x22mm, 300x300x8mm, 300x300x12mm, 300x180x9mm e 300x180x12mm.

Os componentes da coleção Industrial foram desenvolvidos para suportar diversos agentes agressores típicos da rotina industrial, sem perder suas propriedades técnicas. Trata-se de produtos que garantem resistência, segurança, higiene e economia de recursos. Além de placas cerâmicas para a instalação em pisos e paredes, a coleção é composta por argamassas e rejuntes anticorrosi-vos, materiais complementares para os variados tipos de aplicações – desde tanques de contenção a cozinhas industriais – e uma diversidade de pe-ças especiais e também materiais de limpeza. As peças especiais ou de acabamento tornam o sis-tema mais protegido, com fácil limpeza e assep-sia, além de preservarem a resistência mecânica e química adequadas para cada parte do processo produtivo em diversos tipos de situação, até mes-mo em altas e baixas temperaturas.

Toda a resistência dos produtos que compõem a linha Industrial Kitchen Kerafloor é obtida, entre outros fatores, por meio de sua produção que envolve um processo de extrusão a vácuo e a queima da cerâmica a 1.300 °C.

A SIG Combibloc conta agora com um novo site institucional: www.sig.com.br. Com conteúdos total-mente renovados, o portal traz informações relevan-tes sobre a atuação da SIG no Brasil e no mundo.

O novo website possui visual mais moderno e de fácil navegabilidade, o que permite ao usuário conhe-cer ainda mais sobre a empresa, seus clientes, produ-

tos, serviços e compromissos com o meio ambiente.Este novo projeto, que também foi configurado

para facilitar a navegação em tablets, objetiva ins-tituir uma presença marcante da SIG na internet a partir de uma ótica mais interativa e moderna. “Nosso novo site conta com um menu exclusivo do Brasil, que foi criado especialmente para quem quer conhecer mais sobre a atuação local da com-panhia e seus diferenciais. É possível encontrar informações sobre a fábrica brasileira, iniciativas ligadas à sustentabilidade e casos de sucesso que fazem diferença para nossos clientes”, explica Lu-ciana Galvão, gerente de Marketing da SIG Combi-bloc para a América do Sul.

O site também possui páginas específicas para mercados-alvo como China, Rússia, Estados Uni-dos & Canadá, México e Emirados Árabes Unidos. Elas podem ser acessadas a partir de um clique na página inicial global:www.sig.biz

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Mercados Calmos; Ainda Sem Pressões

Mercado InternacIonal

Os mercados lácteos globais estão estáveis, com um aumento modesto no interesse do comprador após as fes-tas, mas não o suficiente para provo-car um crescimento. Os estoques são suficientes para as necessidades atu-ais e de curto prazo. Os compradores estão satisfeitos com participações e conteúdo para trabalhar com estoques adquiridos anteriormente.

A maioria está coberta para Q1-2013 e não estão particularmente agressivos para Q2. O inverno ameno no Hemis-fério Norte tem apoiado a produção de leite e como resultado a captação foi melhor do que o esperado.

Estimamos que a produção de leite entre os cinco maiores exportadores (UE, EUA, Nova Zelândia, Austrália e Argen-tina) em Setembro-Novembro diminuiu 0,3% em relação ao ano anterior. Ganhos na Nova Zelândia foram compensados pela queda na Europa e na Argentina. Em dezembro, a produção de leite americana subiu 1,6% e o número de cabeças de gado estão em alta novamente.

Os preços da Oceania estão mistu-rados: levemente altos para leite em pó desnatado, levemente baixos para nata e leite em pó integral. O último reflete a ânsia da Nova Zelândia para mover a produção para evitar a acu-mulação de estoques. O clima na Nova Zelândia, no geral, está moderado, porém a Austrália está enfrentando o verão mais quente já registrado.

Mercados da UE estão equilibrados.

Produção está aumentando sazonal-mente, mas continua abaixo de um ano atrás, em face do aumento dos custos de entrada. O euro mais forte (mais alto contra o dólar dos EUA em 11 meses) está impactando a competitividade da UE em preço de exportação.

Em novembro, as exportações lác-teas americanas foram as mais baixas dos últimos dois anos e o volume total foi 15% menor que o ano passado. En-quanto isso, a Nova Zelândia aumentou suas exportações em 11% e a Austrá-lia em 42%. Nos últimos seis meses (Junho-Novembro), o comércio global se expandiu e as exportações dos cinco principais fornecedores foram até 10% maiores. Embarques dos EUA subiram apenas 2%, enquanto a Nova Zelândia teve um aumento de 24%, a Austrália de 16%, a UE 7% e na Argentina, foi -15%. Quedas de volume dos Estados Unidos coincidem com os preços de referência das commodities dos EUA em movimento acima dos preços da Oceania.

Mantemos nossa visão de que os mercados serão undersupplied nos pró-ximos meses e que os preços vão con-tinuar a se fortalecer. O nosso sentido do tom do mercado em categorias de produtos-chave é:

Leite em pó desnatado (SMP):Mercados de SMP estão firmando

a expectativa de preencher um novo concurso argelino e, pela primeira vez em quatro anos, a ausência de exis-tência de estoque da UE disponível

para o mercado. México, Japão e Egito estão a ser, ou prestes a ser, capazes de comprar ativamente como bem. Na Europa, os estoques de fim de ano de leite desnatado foram apenas 40.000-60.000 toneladas, menos de um quarto do que era há dois anos. Estoques dos EUA em 30 de novembro foram 57.500 toneladas. Preços em Janeiro receberam um pequeno aumento. A produção da Oceania está em declínio sazonalmente. Estoques não são ex-

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cessivos, e os compradores antecipam risco de preços pouco baixo.

Leite em pó integral (WMP):Os preços da UE são os mais altos

em mais de um ano e não são com-petitivos com ofertas da Oceania ou da Argentina. Na Europa, menos leite se destina a secagem; processadores veem melhores retornos para queijo / soro / manteiga / SMP. A produção e vendas da Oceania continuam pesa-das, mas as ações não são grandes. Nos últimos dois GDT (Global Dairy Trade), os preços foram até cerca de 4,5% maiores. Descoberta da semana passada de resíduos químicos (dicia-nodiamida) em leite em pó da Nova Zelândia, até o momento da publi-cação desse texto, não teve efeito no mercado. A competição referida da Argélia é estimada em cerca de 50.000 toneladas de SMP e WMP.

Queijo:Preços do cheddar estão estáveis,

mas a demanda em geral é pequena. A perspectiva é lentamente reiniciar após a pausa do feriado. Mozzarella é um pouco mais suave, caracterizada por uma maior oferta e encomendas mais fracas.

Nata:Mercados de nata estão enfren-

tando pressão de baixa. A demanda recuou depois que as necessidades das férias foram preenchidas e agora os estoques estão começando a aumen-tar. Enquanto isso, os compradores estão esperando queda nos preços.

O mercado de creme mais fraco está puxando para baixo os valores da manteiga. Estoque de manteiga da UE está abaixo de 23.000 toneladas. A produção da Oceania está em declínio sazonal. Fonterra irá fornecer man-teiga a partir de 19 de fevereiro, cerca de 40.000 toneladas será oferecida ao longo dos próximos 12 meses, 15% das exportações anuais da Fonterra.

Soro de leite:Preços de soro de leite estão es-

táveis e o mercado está equilibrado. Demanda de alimento é mais leve, colocando pressão sobre os preços. Mais amplamente, o mercado está tendendo para soro suboferta.

WPC:A demanda por proteínas de alto

valor continua boa; disponibilidade é escassa e os preços estão estáveis. A demanda por WPC-34 é mais leve que as encomendas de WPC-80 e acima. Em todo o mundo há mais foco em processamento de WPC-80 vs WPC-34.

Lactose:Fontes de lactose estão pequenas,

apesar de um abrandamento em uso para SMP / WMP. Demanda para uso em alimentos permanece estável.

Fonte: USDEC – South America

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Abiq comemora Jubileu de Prata em Simpósio

EvEnto

O simpósio mostrará inovações e mu-danças que podem contribuir para que a indústria queijeira continue vigorosa em

sua evolução no Brasil. Luiz Fernan-des Esteves Martins, presidente da Abiq, enfatiza: “teremos uma pro-gramação rica, com palestrantes de renome nacionais e internacionais, que virão dividir suas experiências com todos os queijeiros interessados. O evento é aberto aos associados e não associados, que podem se inscre-ver, entrando em contato com a Abiq. Nossa expectativa é que todas as lideranças queijeiras, seus executivos e técnicos de todas as partes do Brasil possam compartilhar conosco esse momento especial de aprendizado, reflexão e de convivência, gentilmente apoiado por nossos associados afins”.

Durante o evento em Atibaia, haverá celebração do Jubileu de Prata da Abiq, que foi fundada em 15 de março de 1988. “Foram duas décadas e meia de trabalho atento e constante na defesa da indústria brasileira de queijos. Há muitas histórias, muitas lutas duras, mas também muitas conquistas que podemos comemorar. Acima de tudo, temos o orgulho de ver que o segmento está chegando à expressiva marca de quase um milhão de toneladas de queijos produzidos anualmente. O setor compra um terço do leite produzido no país sob inspe-ção federal e tem responsabilidade por grande contingente de mão de obra no campo. Esforço de cada um e, ao mesmo tempo, resultado da união e da confiança no apoio que a entidade vem dando ao segmento”, comemora o presidente da entidade.

Ainda para marcar os 25 anos de Abiq, em junho, haverá jantar em homenagem ao Jubileu de Prata e, viagens à França, Holanda, Alemanha e Dinamarca para visitas a fábricas e fazendas para conhecer algumas das mais modernas produções do mundo.

PalestrasComo prévia do 6º Simpósio da Abiq,

apresentamos resumo com prévia dos temas que serão abordados em algumas palestras.

Produção de Queijos com Baixo Teor de LactoseResumo: A palestra da Prozyn abordará

o tema da produção de queijos com baixo teor de lactose, pois a indústria brasileira está seguindo uma tendência mundial e vem lançando produtos para atender os consumidores que possuem a deficiência na digestão da lactose, açúcar encontrado no leite e seus derivados.

Marcelo Allemand Leitão/Prozyn

Tecnologia e Ingredientes para Queijos ProcessadosO crescimento do consumo de refei-

ções prontas nos anos recentes tem se refletido em um aumento da demanda de queijo como um ingrediente. Seja ele ralado, em cubos, fatiado, em pasta ou até mesmo líquido novos produtos são desenvolvidos no intuito de atender a mo-derna indústria de alimentos e a crescente demanda por produtos que atendam a aplicações específicas.

Queijos Processados (QP) e queijos processados análogos (QPA) vêm ganhan-do importância devido a aspectos econô-micos. Além disso, a fabricação de Queijos Processados e Queijos Processados Análo-gos permitem uma grande possibilidade no que diz respeito à manipulação de sua formulação de acordo com aspectos nutri-cionais, de textura e de funcionalidade.

De uma maneira geral Queijos Pro-cessados são obtidos através da mistura de queijos, sais emulsificantes e água sob ação de aquecimento e agitação.

O Queijo Processado Análogo segue o mesmo principio de fabricação, no en-tanto a matéria láctea é total ou parcial-mente substituída por outros ingredientes mais econômicos.

Nesta palestra aspectos relacionados ao processo de fabricação, a seleção de ingredientes e a formulação e o efeito destas variáveis na qualidade e funcio-nalidade de QP e QPA serão abordados de modo a trazer uma maior compreensão sobre as possibilidades e dificuldades na fabricação destes produtos.

Murilo Pires/Globalfood

Produtividade e Competitividade em QueijosO objetivo será abordar os principais

fatores que mais afetam a produtividade e, consequentemente, a competitividade no cenário nacional e internacional. O pales-trante irá comparar os fatores brasileiros com outros países e quais as ações devem ser tomadas para que estas diferenças sejam minimizadas e nos tornem mais competitivos. Temos uma série de desafios no tocante à composição de leite, logística da matéria-prima, manejo e outros pontos que afetam a questão produtiva dos quei-jos e, por esta razão, é necessário conhecê--los para que o devido foco seja atribuído.

Michael Mitsuo Saito/ Chr-hansen

Prevenção de problemas na fabricação de queijo que afetam a produtividade

Os tradicionais defeitos dos queijos persistem, com menor incidência devido a melhorias nos processos, na qualidade do leite e na maior profissionalização da indústria em geral, que, hoje, trabalha com um número expressivo de profissio-nais bem qualificados. Entretanto, novos problemas surgem. Alguns se referem à granelizaçao do leite e as consequências advindas do fato de que o leite pode ser mantido sob frio por vários dias. O sabor dos queijos pode ser afetado e também o rendimento da fabricação. Sem mencio-nar as NSLAB, que podem ter boas influ-ências sob certos aspectos e más quando presentes em alguns tipos de queijos.

Múcio M. Furtado, Ph.D./Danisco

Como parte das comemorações de 25 anos de fundação, a Abiq (Associação Brasileira das Indústrias de Queijo) realizará nos dias 11 e 12 de abril, o 6° Simpósio Nacional Abiq, em Atibaia

(SP). Com o tema “Um futuro de novos desafios”, o evento terá foco em competitividade para atualizar e preparar o setor para novos desafios.

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CADERNO DE TECNOLOGIA DE LATICÍNIOS

n Aspectos do modelo das cinco forças de Porter relacionados com mercado de lácteos 64

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ASPECTOS DO MODELO DAS CINCO FORÇAS DE PORTER RELACIONADOS

COM O MERCADO DE LÁCTEOSRenato Abeilar Romeiro Gomes1 Manuel Carmo Vieira1 Maria Izabel Merino de Medeiros1

1Pesquisadores Tecnolat/ITAL

O modelo das cinco forças surgiu em 1979 como uma pro-posta de Michael Eugene Porter para a análise dos fatores que influenciam na competitividade das empresas, contrapondo às visões anteriores de que apenas a concorrência devia ser encarada como ameaça. Embora o estudo das relações de mercado e as teorias de marketing tenham evoluído em com-plexidade, o modelo criado por Porter ainda se presta como ferramenta para a elaboração de estratégias empresariais e, a despeito de sua aplicação exigir um estudo detalhado das particularidades específicas de cada cenário ou microam-biente estudado, seu entendimento pode se dar a partir de considerações genéricas e exemplos encontrados em todos os mercados, incluíndo o de lácteos.

De acordo com Porter, as empresas que disputam um mercado se sujeitam a cinco forças que interferem em suas capacidades de ação e reação. São elas a rivalidade entre os concorrentes, a ameaça de entrantes potenciais, a ameaça de produtos substitutos, o poder de negociação com fornecedores e o poder de negociação com compradores, de acordo com o diagrama mostrado na Figura 1.

Figura 1. Diagrama das cinco forças de Porter.

AMEAÇA DE ENTRANTES POTENCIAIS

AMEAÇA DE PRODUTOS SUBSTITUTOS

RIVALIDADE ENTRE

OS CONCORRENTES

PODE

R DE

NEG

OCIA

ÇÃO

COM

FORN

ECED

ORES

PODE

R DE

NEG

OCIA

ÇÃO

COM

COMP

RADO

RES

RIVALIDADE ENTRE OS CONCORRENTES As empresas que já estão estabelecidas no mercado

disputam entre si para defender ou ampliar a sua parcela de clientes. A intensidade dessa disputa é um indicativo da dificuldade que uma nova empresa terá em abrir seu próprio espaço ou do vigor das reações esperadas de qualquer novo posicionamento de um concorrente. A rivalidade entre con-correntes depende essencialmente da natureza do mercado, da quantidade de empresas envolvidas, do equilíbrio de suas forças, das suas capacidades de ação e reação, e das caracte-rísticas dos produtos e serviços negociados.

O mercado da produção de leite in natura, é dominado por fornecedores de insumos e compradores de matéria prima, deixando pouco espaço para a competição entre os próprios

produtores que, por serem dispersos e pouco representati-vos individualmente, muitas vezes se unem em associações cooperativas para terem melhor capacidade de gestão de seus interesses coletivos e maior poder de barganha em suas nego-ciações. No mercado da indústria de lácteos, uma quantidade pequena de grandes empresas (que reagem rapidamente dian-te de qualquer ameaça da concorrência) compete ao lado de uma multitude de pequenos e médios empreendedores, que também disputam entre si para garantir posições.

Empresas concorrentes cujos produtos são diferenciados possuem maior capacidade de fidelizar seus consumidores finais que, por sua vez influenciam na decisão de seus com-pradores intermediários. Essa condição ajuda a estabilizar as posições dos competidores no mercado, até que um fato novo possa alterar o equilíbrio de forças. As grandes indústrias de laticínios investem continuamente em suas marcas, e na inovação de seus processos e produtos, de forma a garantir a vantagem competitiva da diferenciação.

Empresas que comercializam produtos pouco diferencia-dos (e aí se enquadram os produtos lácteos padronizados ou sem marca) procuram obter vantagem diante da concorrência pela redução dos seus custos de produção ou pela redução de suas margens de lucro.

A redução dos custos de produção pode ser obtida pelo investimento na eficiência das operações da indústria, desde o recebimento de insumos até a disposição do produto acaba-do ao comprador (o que leva ao que se denomina economia de escala) ou pelo aproveitamento máximo da capacidade instalada da indústria. Em cenários em que muitos concor-rentes optam por sobrecarregar suas linhas de produção para manter suas margens de lucro, existe o risco de desequilíbrio do mercado pelo excesso de oferta em relação à demanda. Uma terceira opção seria a redução do padrão de qualidade dos produtos oferecidos, atendendo a interesses de deter-minados compradores intermediários que tomam decisões baseados no preço. Essa medida pode ser considerada desleal pela concorrência, que muitas vezes é forçada a retaliar nos mesmos termos para garantir o seu espaço.

A Redução das margens de lucro envolve estabelecimento de uma política de preços mais baixos do que a concorrência, mantendo-se o custo unitário de produção. É uma manobra de risco, pois se a concorrência seguir o mesmo caminho, haverá o progressivo achatamento das margens de lucro de todas as empresas que competem no mercado.

Quando várias empresas compartilham um mercado, existe maior possibilidade de que ocorram dissidências (com-petidores que abandonam o negócio), pois a rivalidade tende a diminuir a taxa de retorno do capital investido quando há disputas de preços e redução das margens de lucros. Se a taxa de retorno chegar a um limite inferior à taxa mínima de atra-tividade (condição em que seria mais vantajoso investir no mercado financeiro), o investidor será compelido a abandonar o mercado, a não ser que existam barreiras de saída que o mantenham atuando nessa condição crítica.

Barreiras de saída são todos os fatores que presumivelmente poderiam inibir a retirada de uma empresa do mercado em que já está estabelecida, mesmo em condições francamente desfa-voráveis. Uma indústria de lácteos, por exemplo, pode permane-cer na disputa por não conseguir negociar as suas instalações por um preço compensatório, por ter que cumprir obrigações contratuais de longo prazo (para evitar multas rescisórias), ou por não querer desistir de um negócio familiar tradicional.

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Todos esses fatores são considerados como barreiras de saída, sendo que alguns podem ser antecipados em uma análise prévia do cenário em que estão inseridos os concorrentes.

AMEAÇA DE ENTRANTES POTENCIAISEntrantes são empresas com disposição para ocupar

espaço no mercado e competirem diretamente com aquelas já estabelecidas. Dependendo de sua força, empresas entrantes podem obrigar as concorrentes já instaladas a investirem em medidas de retaliação ou reduzirem suas margens de lucro para permanecerem competitivas. Qualquer fator que iniba o ingresso de novos competidores em um mercado é denomi-nado de barreira de entrada. A principal dessas barreiras é de natureza econômico-financeira, e tem relação com os altos custos de implantação do negócio e das contramedidas neces-sárias para enfrentar as retaliações esperadas da concorrência.

No mercado da produção de leite, por exemplo, são consi-derados entrantes os produtores e empresas importadoras que desejam passar a atender à demanda de matéria prima pela indústria. As barreiras de entrada para novos produtores são o montante de capital necessário para financiar o investimento e a condição de dependência em relação à política de preços de fornecedores e compradores. No caso das empresas impor-tadoras, a principal barreira de entrada seria uma política cambial e tributária desfavorável.

As barreiras para uma empresa de laticínios entrante pode-riam ser a economia de escala já desfrutada por concorrentes com mais tempo de mercado (que a obrigaria a operar com maiores custos de produção ou com uma produção menor), o estágio tecnológico e o domínio de patentes pelos compe-tidores (que exigiria um alto investimento em pesquisa para superar), a necessidade de abrir espaço na rede de fornecedo-res e compradores já consolidada pela concorrência, o tempo de espera e o custo para se adaptar à legislação e às normas que regulam o mercado e a expectativa de forte retaliação dos concorrentes em um mercado altamente competitivo.

AMEAÇA DE PRODUTOS SUBSTITUTOSProdutos substitutos são aqueles que, embora de natureza

diversa dos concorrentes diretos, exercem função similar ou satisfazem as mesmas necessidades do consumidor. O leite in natura não possui substitutos que possam satisfazer às necessidades de matéria prima da indústria de laticínios, mas o consumidor pode substituir o leite fluido por bebidas a base de soja ou por qualquer outra não alcoólica (sucos, água de coco, chás, café, isotônicos, refrigerantes, etc.) dependendo de sua necessidade momentânea. Da mesma forma, muitos dos produtos lácteos encontrados no mercado podem ter subs-titutos à base de vegetais. O exemplo típico é a competição entre a margarina e a manteiga.

A competição com substitutos torna-se mais amea-çadora quando suas indústrias trabalham com margens de lucro elevadas e podem se posicionar com preços mais baixos do que seus equivalentes (lácteos). Outro agravante seria a maior capacidade dos substitutos em gerar inova-ções atraentes para o consumidor, que não pudessem ser correspondidas por um mercado mais conservador.

Empresas de pequeno e médio porte têm menos opções para enfrentar a ameaça de substitutos, a não ser utilizar es-tratégias para diferenciar seus produtos e fidelizar seus clien-tes. Grandes empresas podem usar o recurso da integração horizontal para ampliar a sua atuação no mercado, passando a produzir alimentos e bebidas de mesma natureza daqueles substitutos de sua linha tradicional de lácteos.

PODER DE NEGOCIAÇÃO COM FORNECEDORESA poder de negociação de uma empresa com seus fornece-

dores determina sua capacidade de influenciar nos termos de seus acordos comerciais e garantir condições que favoreçam seus interesses. No caso das indústrias, o poder de negociação com fornecedores é importante para assegurar o abastecimen-to dos suprimentos necessários à produção, dentro de padrões de qualidade determinados, e com preços que não inflacionem seus custos operacionais. Empresas que se submetem ao poder de seus fornecedores correm riscos maiores, principalmente em momentos de crise do mercado.

Indústrias cujos suprimentos podem ser obtidos de uma rede ampla de fornecedores exercerão mais poder do que aquelas que dependem de poucos para o abastecimento de in-sumos essenciais, diferenciados, exclusivos ou insubstituíveis.

Se as compras de uma empresa não são significativas em relação ao faturamento global de seu fornecedor, ela tem menos condições de se impor. Isso ocorre, por exemplo, quando um insumo atende às necessidades de vários setores da indústria alimentícia, e seus fornecedores não dependem exclusivamente das indústrias de lácteos para cumprirem suas metas de vendas.

Os principais insumos necessários à indústria de lác-teos são suas matérias primas e os ingredientes e aditivos utilizados em suas linhas de produtos. Os produtores de leite, fornecedores de matéria prima, lidam com um produ-to pouco diferenciado, altamente perecível, que apresenta um baixo valor por unidade de volume e um alto custo de armazenagem. Essa condição requer uma rápida nego-ciação dos estoques e induz a uma competição de preços, favorecendo a posição dos compradores. No caso do supri-mento de ingredientes com alto valor tecnológico agregado, diferenciados ou exclusivos (como é o caso das culturas lácteas patenteadas), são os fornecedores que monopoli-zam o mercado e detêm o poder na negociação com seus clientes da indústria. Finalmente, alguns aditivos utilizados em lácteos tem aplicação ampla na indústria de alimentos, o que torna seus fornecedores menos dependentes do que aqueles que servem somente à indústria do leite.

Empresas compradoras podem eliminar a ameaça de fornecedores assumindo a função de produzir os suprimentos que precisam. Essa estratégica, conhecida como integração vertical a montante, é um recurso muito utilizado por gran-des companhias que desejam eliminar as barreiras para sua expansão no mercado. No caso das cadeias produtivas de laticínios, um exemplo de integração vertical à montante seria a exploração, pela indústria, de instalações produtoras de leite que lhe suprissem as necessidades de matéria prima.

O rompimento de uma relação comercial desfavorável com fornecedores também pode ser inibido por barreiras de saída. Se a mudança de fornecedor gerar um custo muito alto, a tendência é que a condição permaneça inalterada. Obrigações contratuais de longo prazo e a dependência de insumos dife-renciados ou exclusivos são exemplos desses obstáculos.

PODER DE NEGOCIAÇÃO COM COMPRADORESDe forma análoga ao que ocorre na relação com fornece-

dores, o poder de negociação com os compradores é um fator determinante para a avaliação da competitividade de uma empresa no mercado que está inserida. As mesmas regras se aplicam em ambos os casos, só que de forma inversa. As bar-reiras de saída também são importantes na análise da relação entre empresas e seus compradores, uma vez que essas podem inibir o rompimento de interações comerciais desvantajosas.

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Os compradores das indústrias de lácteos incluem distri-buidores atacadistas e varejistas, exportadores, clientes insti-tucionais, outras indústrias, padarias, empresas de food service e consumidores finais (marketing direto). Naturalmente que, quanto mais segmentos de mercado estiverem disponíveis em uma região, maiores serão as chances de uma empresa ocupar um espaço próprio diante da concorrência.

Produtos pouco diferenciados, como os leites fluidos pasteu-rizados tipo C e outros lácteos pasteurizados e sem marca, tem menos condições de se impor no mercado comprador, a não ser que disputem pelos seus preços. Como já foi dito, esse tipo de competição leva à redução das margens de lucro de todos os con-correntes, o que dá vantagem àqueles com maior capacidade de reduzir seus custos operacionais. Mas existe também a alternati-va de produtos sem marca agregarem valor à sua produção esta-belecendo relações de confiança e criando serviços adicionais de interesse do comprador. Esse tipo de fidelização busca a realiza-ção de parcerias comerciais de longo prazo, baseadas na garantia de padrões de qualidade, na continuidade do abastecimento, no cumprimento de prazos, nos serviços de atendimento ao cliente, etc. As grandes redes de supermercados utilizam suas “marcas próprias” como meio de diluir a força de seus fornecedores de produtos padronizados e, ao mesmo tempo, lhes dá a alternativa de usufruírem de contratos comerciais de longo prazo.

Empresas que diferenciam seus produtos possuem mais condições de fidelizar seus consumidores finais, induzindo a demanda de compradores intermediários. A diferenciação também serve como recurso para estratégias de foco, que consistem na exploração de nichos de mercado em que a demanda não é satisfeita pela concorrência. A vantagem competitiva da diferenciação requer investimento em inova-ção para manter-se atualizada diante da concorrência, uma vez que o consumidor é atraído pela novidade.

A força dos compradores intermediários pode ser diluída pela ameaça de integração vertical jusante. Nessa condição, o com-prador assume a função de seu intermediário mais próximo na cadeia produtiva. A prática de marketing direto, que consiste na venda de produtos diretamente ao consumidor final, é um exem-plo de integração vertical já adotado pela indústria de lácteos.

CONSIDERAÇÕES FINAISO modelo das cinco forças pode ser usado tanto na

elaboração de modelos de negócio para novas empresas, quanto para a reformulação da gestão estratégica de empre-sas já estabelecidas. A compreensão dos conceitos de Porter é suficiente para indicar que os empreendedores devem buscar a vantagem competitiva em relação aos concorrentes, a estabilidade defensiva diante da ameaça de novos entrantes e substitutos, e o controle de suas relações com fornecedores e compradores. Naturalmente que a forma como essas solu-ções devem ser propostas variam em função das condições do cenário, e que existem diversas variáveis a serem con-sideradas em cada caso. Enquanto que as novas empresas (entrantes) terão que prever os meios de superar as barreiras de entrada na concorrência, aquelas já experientes deverão analisar as melhores alternativas estratégicas para as situa-ções desfavoráveis em que se encontram.

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