revista dos bancários 03 - jan. 2011

16
Nº 3 - Janeiro de 2011 Construindo o futuro Sindicato dos Bancários de Pernambuco completa 80 anos de história preparado para o futuro

Upload: sindicato-dos-bancarios-pernambuco

Post on 01-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Revista mensal editada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco, com as principais notícias sobre os bancos, cultura e lazer.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

Nº 3 - Janeiro de 2011

Construindoo futuro

Sindicato dos Bancários de Pernambuco completa

80 anos de história preparado para o futuro

Page 2: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

Opinião Editorial

Em 2011, o Sindicato completa 80 anos de fundação. Para marcar a data, a direção realiza uma série de atividades ao longo do ano. São

festas, campeonatos esportivos, palestras e se-minários para o bancário se divertir, confrater-nizar e, sobretudo, se informar cada vez mais sobre o dia a dia do Sindicato e da categoria.

Além dos eventos, o Sindicato também está preparando muitas novidades para 2011. A primeira delas você começa a receber hoje. É esta revista, que nasceu para complementar as informações da Campanha Nacional 2010, e, a partir de agora, será mensal.

A revista tem o objetivo de informar a ca-tegoria sobre os principais acontecimentos do mês para os bancários, mas, além disso, quer dar a você uma opção de leitura prazerosa e

dinâmica. Todo mês, vamos entrevistar uma personalidade, falar de cultura, lazer, política e

dar dicas de viagens.As matérias pontuais do movimento sin-

dical bancário continuam sendo publicadas a cada quinze dias em nosso Jornal e diariamen-te no site. Com a revista, o trabalhador poderá relaxar e aproveitar as reportagens mais apro-fundadas e com um tom informal.

Além da revista, estamos reformulando o Jornal dos Bancários e o site. Mas as novida-des não param apenas na área de comunica-ção. Acompanhe no site e nas próximas edi-ções da revista o que vem por aí.

O ano de 2011 promete para os bancários e o Sindicato, que completa oito décadas de história, vai continuar cada vez mais ao seu lado para, juntos, ampliar os direitos dos ban-cários e garantir mais qualidade de vida.

A DIRETORIA

>>O Sindicato está preparando muita novidade para 2011

Agenda cheia para 2011

Oitenta anosHOJE, O SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PERNAMBUCO É UMA DAS MAIORES ENTIDADES DE REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES DO BRASIL. NA FOTO, A HISTÓRICA GREVE DE 2004

02 REVISTA DOS BANCÁRIOS

DE SONHOS, LUTAS E CONQUISTASSindicato dos Bancários de Pernambuco completa em 2011 oito décadas de fundação, com os olhos voltados para o futuro

NESTES 80 ANOS, FORAM MUITAS AS LUTAS QUE O SINDICATO ENCAMPOU EM PROL DOS BANCÁRIOS E DE TODA A SOCIEDADE. NA FOTO ABAIXO, A CAMPANHA PELA MANUTENÇÃO DO BANDEPE PÚBLICO, NOS ANOS DE 1990

Page 3: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

Campanha Nacional Primeira página

Oitenta anosHOJE, O SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PERNAMBUCO É UMA DAS MAIORES ENTIDADES DE REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES DO BRASIL. NA FOTO, A HISTÓRICA GREVE DE 2004

E lá se vão oito décadas desde que um grupo de amigos decidiu criar uma entidade representativa para os ban-cários de Pernambuco. Em sua longa jornada, o Sin-dicato dos Bancários cresceu, ganhou força e repre-

sentatividade, passou por épocas difíceis, superou obstáculos e garantiu muitas conquistas para a categoria.

Em suas várias e diferentes etapas, os trabalhadores do sis-tema financeiro foram aprendendo com cada obstáculo. E eles não foram poucos: do golpe militar nos anos 60 às tentativas de desmonte dos bancos estatais na década de 90; da ausência de de-mocracia nos anos pós-intervenção ao modelo de metas e vendas, que cada vez mais escraviza e adoece os trabalhadores.

DE SONHOS, LUTAS E CONQUISTAS

O Sindicato fez de cada dificuldade uma aprendizagem. Abandonou o assistencialismo por um modelo de representação, organização e luta. Percebeu a importância de somar forças e unir-se a outras categorias. Passou a incorpo-rar outras demandas: de gênero e cidadania, por exemplo. O corporativismo e a luta isolada em cada banco foram substituídos pela conquista da Convenção Coletiva Nacional e pela estratégia da Campanha Nacional Unificada.

Hoje, ao completar 80 anos de fundação, o desafio do Sindicato é ampliar ainda mais esta unidade e agregar todos os que trabalham no ramo financeiro.

Nestas oito décadas de batalhas, foram mui-tos os soldados e guerreiros. Alguns já partiram, outros mudaram de rumo, mas deixaram seus nomes gravados na memória do movimento sin-dical. E há também os anônimos. Os que contri-buíram a cada greve, a cada momento de luta. Para cada um destes que ajudou e ajuda a cons-truir esta história, a lembrança não se grava pelo nome, mas pelas conquistas.

NESTES 80 ANOS, FORAM MUITAS AS LUTAS QUE O SINDICATO ENCAMPOU EM PROL DOS BANCÁRIOS E DE TODA A SOCIEDADE. NA FOTO ABAIXO, A CAMPANHA PELA MANUTENÇÃO DO BANDEPE PÚBLICO, NOS ANOS DE 1990

>>

Page 4: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

04 REVISTA DOS BANCÁRIOS

<<No começo, o Sindicato tinha um caráter mais assistencialista. Aos poucos, o perfil combativo e as lutas foram crescendo, principalmente na década de 1950

Alegrias, suor e lágrimasFundado em 1931, o Sindicato enfrentou tempos difíceis, principalmente após o golpe militar que instalou uma ditadura no Brasil e impediu o funcionamento das entidades de representação dos trabalhadores

No começo, era apenas um grupo de amigos, que se reunia no Gabinete Portu-guês de Leitura todo sábado

à tarde e cavava espaços para comuni-car suas ideias nos jornais de grande circulação. Foi assim que surgiu, no dia 14 de outubro de 1931, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco.

Eram tempos de Estado Novo e de tutela do governo federal nos movimen-tos de trabalhadores. Por isso mesmo, o Sindicato tinha um caráter mais assis-tencialista e promovia festas e eventos culturais e desportivos.

“No meu tempo, não tinha greve. Os empregadores eram nossos amigos”, conta o único sócio-fundador ainda vivo, Irineu Nascimento.

Ainda assim, o Sindicato teve parti-cipação ativa na luta pela regulamenta-ção do salário mínimo para todos os tra-balhadores e pela conquista da jornada de seis horas para os bancários.

Aos poucos, o perfil combativo e as lutas foram crescendo e o Sindicato já era referência nacional na década de 1950. É desta época a primeira grande greve nacional, que durou 40 dias e mobilizou até os empregados do Banco do Brasil que, segundo Milton Perci-vo, presidente da entidade entre 1951 e 1953, não faziam paralisações naquele tempo. Em 1951, veio mais uma gre-ve, que durou 69 dias e definiu o 28 de agosto como Dia dos Bancários.

“Tínhamos comissões em todos os bancos, as assembleias reuniam 2.500 bancários dos 5 mil que existiam na época”, lembra Gilberto Azevedo, que

Memória Oitenta anos

presidiu o Sindicato de 1959 a 1961. Durante os primeiros anos da déca-

da de 1960, era esse o cenário, cu-jo pano de fundo era o embate en-tre as ideias capitalistas e socialistas.

Q u e m lembra é Gil-berto Aze-vedo: “Em 1961, os bancários pararam tudo no Recife. Tanto que faltou troco na cidade. Depois disso, começamos a

EM 1932, BANCÁRIOS E DIRETORES COMEMORAVAM O PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO SINDICATO, COM UMA FESTA ONDE A ELEGÂNCIA E O CHARME DA ÉPOCA FORAM PRESENÇAS OBRIGATÓRIAS

NO INÍCIO, O SINDICATO FUNCIONAVA NUMA PEQUENA SALA DO PRÉDIO NÚMERO 166 DA RUA DA CONCÓRDIA, DE ONDE MUDOU-SE EM 1939

Arquivo

Arquivo

Page 5: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

REVISTA DOS BANCÁRIOS 05

Alegrias, suor e lágrimasMemória Oitenta anos

Irineu Nascimento: único sócio-fundador ainda vivo. Até alguns anos atrás, comparecia às eleições e prestações de contas. Atualmente, tem dificuldades de locomoção mas, segundo sua esposa, sempre pergunta pelo Sindicato.

Gente pra ficar na memória

fazer o que chamávamos de greve de grevilhas: a cada dia, parávamos certa quantidade de bancos. E nosso grau de organização era tanto que fecháva-mos banco até por telefone”.

Foi quando veio o golpe militar de 1964 e uma tropa do exército invadiu o prédio da entidade, que funcionava na Avenida Conde da Boa Vista.

Houve quem escapasse pelo telha-do. Alguns observaram à distância. Ou-tros foram presos.

O presidente Darcy Leite, empossado há nove meses, estava fora e escapou por pouco. Mas o impacto da intervenção na luta dos trabalhadores durou bem mais que os tempos de golpe.

EM 1932, BANCÁRIOS E DIRETORES COMEMORAVAM O PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO SINDICATO, COM UMA FESTA ONDE A ELEGÂNCIA E O CHARME DA ÉPOCA FORAM PRESENÇAS OBRIGATÓRIAS

Darcy Leite: teve seu mandato de presidente interrompido em 1964 pelo golpe nove meses depois de empossado. Não foi preso, mas perdeu o emprego no BNB, que só lhe foi restituído com a anistia, em 1979. Quando o Sindicato saiu das mãos dos interventores, ele voltou à ativa. Foi secretário dos aposentados por várias gestões e faleceu em março de 2010.

Gilberto Azevedo: presidente do Sindicato entre 1959 e 1961; presidente da Federação dos Bancários de Pernambuco;

segundo deputado estadual mais votado em 1962, pelo PCB – Partido Comunista Brasileiro. Quando estourou o golpe, foi

cassado, preso e obrigado ao exílio.

Milton Percivo: foi presidente do Sindicato entre 1951 e 1953. Participou, dentre outros fatos memoráveis, da histórica greve de 1951, que durou 69 dias e definiu o 28 de agosto como Dia Nacional dos Bancários.

>>

Page 6: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

06 REVISTA DOS BANCÁRIOS

<<Com o fim da ditadura, as eleições sindicais foram restabelecidas, mas eram fraudadas. Agentes do DOPs viviam dentro do Sindicato

A reconquista dademocraciaEmbora a ditadura militar tenha acabado em 1985, os bancários só conseguiram retomar a democracia no Sindicato em 1988, depois de 10 anos de luta

Arquivo

Foi só em 1988 que, de fato, a democracia voltou a existir no Sindicato dos Bancários de Pernambuco. A luta pela recon-quista da liberdade, entretanto, vem de muito antes. Já em 1979, a oposição estava organizada

e atuante. Mas as eleições sindicais, embora restabelecidas, eram fraudadas. “Agentes do DOPs conviviam com os chamados dirigentes sindicais, dentro da estrutura física da entida-de”, lembra Jorge Pérez, presidente do Sindi-cato entre 1994 e 1997.

Por outro lado, a oposição era maioria nas assembleias, que acabavam, muitas vezes, em agressões físicas. As eleições eram descara-damente fraudadas. “Em uma delas, os ditos dirigentes divulgaram que tinham vencido por 144 votos a zero em uma urna no Banorte. E tínhamos companheiros nossos trabalhando lá. Eles sequer tiveram o cuidado de disfarçar a

>>

EM 1988, OS BANCÁRIOS RETOMARAM O SINDICATO, QUE SE TORNA FILIADO À CUT

Memória Oitenta anos

Page 7: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

REVISTA DOS BANCÁRIOS 07

<<Com o fim da ditadura, as eleições sindicais foram restabelecidas, mas eram fraudadas. Agentes do DOPs viviam dentro do Sindicato

<< Sem medo de brigar e ser felizE veio o dia 27 de outubro de 2002, quando 52,7 milhões de brasileiros

elegeram como presidente do país Luiz Inácio Lula da Silva – nordestino, operário, sindicalista. Mas bastou a primeira Campanha Salarial para que os bancários percebessem que nada lhes seria devolvido de mão beijada. Foi preciso brigar, e muito, para garantir que os bancos públicos aderissem à mesa única e seguissem a Convenção Coletiva Nacio-nal. Mesmo assim, no prin-cípio, algumas conquistas ficaram de fora.

Mas, ano após ano, os bancários conseguiram re-organizar o movimento e fazer campanhas cada vez mais participativas. E a op-ção pelas campanhas uni-ficadas tem papel especial nesta história: “Depois da unidade, iniciada em 2004, todos os bancários têm con-quistado os mesmos reajus-tes, com aumento real todos os anos. E os empregados dos bancos públicos já recuperaram a maior parte dos direitos retirados pelos tucanos. Juntos, ficamos mais fortes”, afirma a atual presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco foi o primeiro, em todo país, a criar uma Secretaria da Mulher. Mas elas tiveram de lidar com muita discri-minação. “Éramos a única Secretaria que não tinha sala. Um dia instalamos nossos equipamentos de trabalho dentro do banheiro. Só assim conseguimos um espaço”, lembra a primeira secretária, Maria José Félix (foto do meio). A batalha por espaço, no entanto, começou bem antes, quando a bancária Zita Guimarães (foto da esquerda) foi a primeira mulher a assumir a direção do Sindicato, em 1959. Hoje, o Sindicato tem uma mulher na presidência, Jaque-line Mello (foto da direita), e 50% da diretoria executiva é composta por elas.

fraude”, lembra Roberto Leandro, que dirigiu o Sindicato entre 1991 e 1994.

A oposição cresceu ainda mais com o movimento dos empregados da Caixa pela jornada de seis horas e pelo enquadramento deles na categoria bancária. E, em 1988, o MOB – Movimento de Oposição Bancária, reconquistou o comando da entidade. “Eles não previam uma vitória tão esmagadora. Os votos roubados não foram suficientes para re-elegê-los”, conta Miguel Correia, que esteve à frente do Sindicato entre 2000 e 2004.

Anos inglórios - A luta já começou difí-cil para as novas gestões, vinculadas à CUT – Central Única dos Trabalhadores. Interna-mente, era preciso lidar com as divergências e modificar a postura assistencialista, herança do golpe militar.

Na base, era preciso enfrentar uma década de privatizações, fusões, demissões, perda de direitos. A primeira batalha foi contra a pri-vatização do Bandepe. Começou no início da década de 1990, quando demissões e fe-chamento de agências prepararam a venda do banco. E se arrastou de 1996 a 1998. Embo-ra o Sindicato não tenha conseguido evitar a venda, a luta garantiu um dos melhores acor-dos para os empregados de bancos estaduais privatizados.

Para os trabalhadores de bancos pri-vados, foram tempos de fusões, invasão de bancos estrangeiros, demissões. Para o pessoal dos bancos públicos, foram anos de perda de direitos, desestruturação de Planos de Cargos e Salários, Planos de Demissão Voluntária, transferências compulsórias, re-ajuste zero.

Ainda assim, os bancários conquistaram a Convenção Coletiva Nacional, em 1992. E o Sindicato viveu Campanhas Salariais partici-pativas e greves longas, com desfechos que sempre eram remetidos para a Justiça do Tra-balho, em prejuízo dos trabalhadores. “Em 1991, nós desafiamos a Justiça e continuamos em greve por dois dias depois do dissídio. Organizamos uma palhaçata e um enterro do TST”, lembra Miguel Correia.

Mulheres pioneiras

Memória Oitenta anos

Page 8: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

08 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Entrevista Edilza Aires

<<Mesmo tendo se transformado num nome nacional, Edilza continua fiel às origens. Sempre abre espaço, nos discos e shows, para artistas pernambucanos

Dona de uma voz marcante,a pernambucana Edilza é hoje uma das maiores cantoras da black music nacional

Em 1993, a bancária pernambucana Edilza Aires encontrou uma daquelas oportunidades únicas de mudar de vida. Dona de uma voz forte e marcante, foi convidada para cantar na abertura do show de Nana Caymmi. Desconhe-

cida do grande público, subiu ao palco cheia de receios. E desceu como uma cantora profissional, aplaudida de pé.

Dezoito anos depois, Edilza é hoje uma das maiores cantoras da black music nacional. Sua voz de mezzo-soprano e seu timbre impressionante emocionam e arrebatam plateias em todo o Brasil. Com um estilo de cantar único, Edilza vai do soul, funk e rhythm and blues ao samba. Canta de jazz e blues ao coco e embolada.

Mesmo tendo se transformado num nome nacional, Edilza con-tinua fiel às origens. Sempre abre espaço, em seus discos e shows, para artistas pernambucanos ainda desconhecidos. Apesar do suces-so, continua simples e bastante ligada à família.

Nesta entrevista, ela conta como foi o início de sua carreira, lem-bra dos tempos de bancária, fala da sua música e dos seus planos para o futuro. Confira.

Beto Oliveira/Lumen

Cantando com a alma

Page 9: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

REVISTA DOS BANCÁRIOS 09

REVISTA – Antes de ser cantora, você era bancária. Como foi o início da sua carreira? Você já pensava em cantar profissionalmente naquele tempo?EDILZA – Não. Eu trabalhava no Ban-deprev (fundo de pensão do Bandepe), embora cantasse em corais e fizesse au-las de música. Sempre participava dos shows de talentos e eventos culturais patrocinados pelo banco e pelo Sindica-to. Mas nunca pensei em cantar profis-sionalmente. Meus professores de canto sempre me incentivaram com a música e um dia fui convidada para abrir um show. Foi em 1993. Os produtores não quiseram me contar quem era a cantora, disseram que era uma surpresa. Quan-do descobri que o show era da Nana Caymmi, eu tremi. Não tinha experiên-cia. Fiquei com medo do palco, de como eu iria lidar com o público. No final o show foi muito bom. Saiu nos jornais, a crítica foi muito boa. Daí por diante as coisas começaram a acontecer. REVISTA – Que lembranças você guarda desta época?EDILZA – Me lembro que o Sindicato trabalhava pesado na área cultural, pro-movendo eventos e incentivando o ta-lento dos bancários. Os bancos também eram assim, eles se importavam com a qualidade de vida dos funcionários. Não é igual hoje, que só visam o lucro e até a parte cultural ficou mais venal, só inte-ressa se der retorno financeiro, não pen-sam no ser humano. O Sindicato sempre se preocupou. Posso dizer que o Sindi-cato foi uma das peças mais importantes na minha carreira. Teve algumas pesso-as que foram fundamentais, que me des-cobriram como cantora e o Sindicato é uma delas. Essa entidade acreditou em mim e me mostrou que eu era capaz de cantar profissionalmente.

REVISTA – Foi depois de abrir o show de Nana Caymmi, no antigo

Projeto Seis e Meia, que você perce-beu que dava para viver de música?EDILZA – A gente nunca pensa que dá para viver de música. Para falar a verdade até hoje eu não me acho essa cantora, acho que sou uma batalha-dora. Fiz cursos de oratória, técnica vocal, e até hoje faço. O Sindicato

foi super importante naquela época. Quando comecei a pedir apoio, muitas pessoas não acreditavam em mim, o Sindicato acreditou.

REVISTA – Há uns cinco anos, você deu uma passo além na sua carrei-ra, investindo no eixo Rio-São Pau-lo. Como foi esse momento e como um artista nordestino é recebido no Sudeste?EDILZA – Quando comecei a cantar por lá, as pessoas não acreditavam que eu era do Nordeste. Achavam que to-dos aqui tinham sotaque muito arrasta-do, meio brejeiro. Não me sinto muito bem em São Paulo, sei que eles olham o

nordestino com discriminação. Mas eu seria injusta se disser que não fui bem recebida. Consegui abrir portas, princi-palmente quando cantei no Programa do Jô, da Rede Globo. Cheguei a fazer tes-tes em gravadoras e fui aprovada, mas meu pai estava doente. Ele tinha câncer e piorou muito naquela época. Aí prefe-ri voltar para o Recife e me dedicar ao meu pai. Priorizei a família, sou muito apaixonada pela minha família. Mas pretendo voltar para o eixo Rio-São Paulo para investir novamente em mi-nha carreira.

REVISTA – Por falar no seu pai, ele foi cantor de rádio da década de 1950. Qual a influência dele na sua carreira e o que você costumava ouvir?EDILZA – Ele cantava na Rádio Ta-mandaré, era cantor com carteira assi-nada. Tinha uma voz bem bonita, forte. Em casa, só quem tem a voz dele sou eu. Ele foi uma influência muito grande na minha vida, me incentivou. No início, ficou meio receoso, porque a vida de ar-

tista é inconstante. Eu ouvia com ele na infância Elza Soares, Wilson Simonal, Agnaldo Timóteo, Dalva de Oliveira, Altemar Dutra. E muita música erudita, sempre gostei da diversidade musical. REVISTA – Para finalizar, quais são seus planos para 2011?EDILZA – Em 2010 me aconteceu uma coisa muito interessante. Fui convidada pela primeira vez para cantar na aber-tura de Natal de Jaboatão. Cantei a ca-pella e foi um momento muito especial. Vi que era capaz de fazer outras coisas, não só música dançante e pop. Foi bem intimista e este ano quero gravar algu-mas coisas assim.

<<“Algumas pessoas foram fundamentais, me descobriram como cantora e o Sindicato é uma delas. Essa entidade acreditou em mim e me mostrou que eu era capaz”

Entrevista Edilza Aires

Page 10: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

Perspectivas Arte e lazer

10 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Artistas e produtores pernambucanos estão cheios de expectativas para 2011

>>No dia 2 de dezembro, depois de sete anos de debates em todo o país, o Plano Nacional de Cultura foi sancionado pelo presidente Lula

O ano de 2011 vem cheio de expectativas para quem trabalha com cultura. No dia 2 de dezem-bro de 2010, depois de sete anos de debates em todo o país, o Plano Nacional de Cultura foi

sancionado pelo presidente Lula. Na Câmara dos Depu-tados, tramitam outros projetos que podem significar uma

guinada nas políticas públicas volta-das para a área, como o Procultura e o Vale-cultura. Paralelamente, os protagonistas desta história – artistas e produtores – se organizam. E, cada vez mais, cresce em Pernambuco o número de redes, grupos e articula-ções que atuam coletivamente para pensar soluções estéticas e interferir politicamente nos rumos da cultura no país.

Para o ator e produtor Feliciano Félix, o Plano Nacional de Cultu-

ra terá, a princípio, um impacto maior na administração pública. “Ele define melhor os papéis de cada agente – União, estados e municípios. E confere unidade e transpa-rência aos critérios de distribuição dos recursos”, afirma. Em outras palavras, o governo federal terá uma linha de

atuação, válida durante dez anos. Cada estado e município deve trabalhar para construir seu plano ou corre o risco de não ter projeto aprovado pelos editais da União.

Foram vários anos até se chegar à aprovação e sanção do Plano. Duas Conferências Nacionais de Cultura foram realizadas, em 2005 e 2010, e o assunto foi amplamente discutido nas câmaras setoriais e em seminários estaduais. “É um processo que estimula a participação e articulação política dos diversos agentes culturais. Quando toda a ca-deia de organização do Sistema Nacional de Cultura esti-ver funcionando, os resultados poderão ser sentidos pelos artistas e pelo público. Espero que, nos próximos anos, os avanços não sofram descontinuidade”, conclui Feliciano.

Sistema Nacional de Cultura – É o conjunto integrado das várias ações que fazem a política cultural da União.

Plano Nacional de Cultura – São as linhas gerais que norteiam as ações e distribuição de recursos, com validade de dez anos.

Planos setoriais – São planos, seme-lhantes ao Plano Nacional, trabalhados por área: teatro, dança, circo, museus, cul-tura popular, etc.

Procultura – O Programa Nacional de Fomento à Cultura substitui a Lei Rou-anet. Ela cria o Fundo Nacional de Cultu-ra, que fica responsável pela distribuição da maior parte dos recursos orçamentá-

Be-a-bá das políticas culturais da União

Page 11: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

Perspectivas Arte e lazer

REVISTA DOS BANCÁRIOS 11

Artistas se organizam em ações coletivasSe o cenário para as políticas públicas é favorável,

na vida cultural de Pernambuco este momento frutífero vem se revelando a cada ano, com crescimento contínuo no número de grupos e redes culturais que atuam coleti-vamente. É o caso da Rede de Bibliotecas Comunitárias e do grupo Urros Masculinos, na área de leitura e lite-ratura. Do Movimento Dança Recife, na área de dança. Ou da articulação dos grupos teatrais em redes como o Colaborativo, Grite, ou Núcleo Sesc-PE de Teatro para Crianças e Adolescentes.

Para Kléber Lourenço, que integra o Movimento Dança Recife e coordena o Colaborativo, há um momento mui-to produtivo para as artes cênicas em Pernambuco, tanto no que se refere à qualidade dos tra-balhos como à orga-nização dos grupos e artistas. “Há um momento de efer-vescência nacional que reflete, sim, políticas como o Procultura e Plano Nacional de Cultu-

ra. Mas, em nível local, não podemos falar de reflexo das gestões públicas. Até porque tivemos alguns retrocessos nesta última gestão municipal. E, na gestão estadual, em-bora tenha se ampliado o processo de escuta e participação dos artistas, ainda há muitos problemas a sanar”, critica.

A área do Livro e Leitura é uma das que está um passo à frente das demais. O PNLL – Plano Nacional do Livro e da Leitura existe desde 2006. Em Pernambuco, a Rede de Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana do Recife foi a protagonista na construção da Lei Municipal do Livro e Leitura, no ano passado. “O próximo passo é aprovar o Plano Municipal e o Plano Estadual. E já esta-mos nos organizando para isso”, afirma Gabriel Santana, que coordena a rede.

Quem começou a se organizar em 2010 foram os pro-fissionais que atuam no teatro voltado para crianças e jo-vens. Nacionalmente, criou-se a Renatin – Rede Nacional de Teatro para Infância e Adolescência. Em Pernambuco, o Núcleo Sesc-PE reúne-se quinzenalmente, com cerca de trinta pessoas que atuam na área.

Edivani Bactista e Rui Aguiar, da Métron Produções, fazem parte do Núcleo. Para Edivani, a maior expectati-va, no que se refere às políticas públicas, diz respeito ao Procultura: “Se conseguir resolver o problema da concen-tração das verbas no eixo Sul-Sudeste é um grande avan-ço”, diz. Rui Aguiar completa: “E que possa fazer isso sem reduzir o orçamente nem diminuir o número de projetos aprovados”.

Sistema Nacional de Cultura – É o conjunto integrado das várias ações que fazem a política cultural da União.

Plano Nacional de Cultura – São as linhas gerais que norteiam as ações e distribuição de recursos, com validade de dez anos.

Planos setoriais – São planos, seme-lhantes ao Plano Nacional, trabalhados por área: teatro, dança, circo, museus, cul-tura popular, etc.

Procultura – O Programa Nacional de Fomento à Cultura substitui a Lei Rou-anet. Ela cria o Fundo Nacional de Cultu-ra, que fica responsável pela distribuição da maior parte dos recursos orçamentá-

rios. Ou seja, quem tiver um projeto apro-vado pelo fundo, não terá mais que captar os valores junto às empresas. A renúncia fiscal permanece existindo, mas não é a base do programa.

Vale-Cultura – Os empregadores pa-garão R$ 50 por mês para que seus traba-lhadores, com renda de até cinco salários mínimos, tenham acesso a bens culturais. Empresas que aderirem ao programa terão incentivos fiscais do governo.

Mais Cultura – Programa que inte-gra a cultura aos programas de ação social e a inclui como política estratégica de es-tado para reduzir a pobreza e a desigual-dade.

Be-a-bá das políticas culturais da União

Page 12: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

Grandes espetáculosTEATRO

Programação para todos os gostos

A foto é da peça “O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas”, uma das selecionadas a participar do Janeiro de Grandes Espetáculos. São 17 peças de teatro para adultos; seis para crianças e seis espetáculos de dança. A mostra reúne, de 12 a 30 de janeiro, o que de melhor vem sendo produzido nas artes cênicas de Pernambuco. São companhias de Recife, Caruaru, Arcoverde e Petrolina. Veja abaixo os espetáculos do festival.

12 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Cultura Dicas

Carlos Pena FilhoAté o dia 16, está no Santander Cultural a ex-posição em memória dos 50 anos de morte do poeta Carlos Pena Filho. Além da mostra, tem mesa-redobna no dia 12, a partir das 19 horas. Saiba mais em: www.carlospenafilho.com.

Auto desconstruçãoA exposição da fotógrafa Priscilla Buhr

apresenta uma série de 14 auto-retratos em preto e branco, feitos com a técnica de light paint, que consiste em utilizar fontes luminosas e longa exposição. No Mamam do Pátio de São Pedro.

ExposiçõesRECOMENDADOS

Teatro adulto: A visita da velha senhora; CHAT; Cordel do amor sem fim; Improvável; Lágrimas de um guarda-chuva; Madleia - mais ou menos doida; O acidente; O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas; O santo e a porca; Odemar; Os fuzis da Senhora Carrar; Quadrilha - Um romance sertanejo; Quase sólidos; Senhora dos Afogados; Solteira, casada, viúva, divorciada; Um rito de mães, rosa e sangue; Um torto.

Teatro para crianças: A revolta dos brinquedos, Minha cidade, No meio da noite escura tem um pé de maravilha, O fio mágico (foto), Palhaços em ConSerto, Reprilhadas e Entrelhofas

Dança: De barro e palha, Em caixa, Guarda Sonhos, Real/duplo, Silêncio, Tra-vessia (acesse a programação em: www.janeirodegrandesespetaculos.com)

Page 13: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

REVISTA DOS BANCÁRIOS 13

Sindicalize-se MobilizaçãoDepende de você

Fortaleça a luta dos bancários. Sindicalize-se e ajude a construir novas páginas dessa história

Trabalho o ano todo – Além das negociações e atividades que o Sindicato promove durante a Campanha Nacional, a entidade mantém uma grande estrutura para atender aos bancários o ano todo. O Sindicato tem, por exemplo, um departamento jurídico que defen-de os direitos dos funcionários. “Temos conseguido reintegrar os bancários demitidos ilegalmente, recuperamos horas-extras que não foram devidamente pagas e outros direitos violados”, conta o secre-tário de Assuntos Jurídicos, Alan Patrício.

O Sindicato também possui uma Secretaria de Saúde, que tra-balha para garantir a salubridade dos ambientes de trabalho. “Luta-mos para que os bancos ofereçam as condições de trabalho neces-sárias para os bancários, além da segurança que tem sido relegada pelas instituições financeiras”, afir-

ma o secretá-rio de Saúde, João Rufino.

“ A l é m disso, temos funcionários e diretores preparados para dar to-das as orien-tações e es-clarecer as dúvidas dos bancários”, ressalta Fa-

biano Félix, secretário-geral do Sindicato. “E o ano todo man-temos negociações permanen-tes com os bancos para resolver problemas pontuais ou garantir as reivindicações específicas de cada banco”, explica Fabiano.

Arte, lazer e diversão – O Sindicato também promove uma série de eventos culturais e espor-tivos, além de manter uma extensa lista de convênios com faculdades, escolas, pousadas, clínicas de me-dicina e odontologia, entre outros. “E estamos ampliando os convê-nios para aumentar cada vez mais as opções de estabelecimentos que oferecem descontos especiais aos bancários sindicalizados”, afirma a secretária de Finanças, Suzineide Rodrigues.

Além disso, o bancário sindi-calizado recebe quinzenalmente o jornal com todas as informações da categoria, uma revista mensal e jornais específicos por banco. “E este ano, para comemorarmos as oito décadas do Sindicato, estamos ampliando os nossos canais de co-municação. Começamos com esta revista e mais novidades vêm por aí”, explica Anabele Silva, secretá-ria de Comunicação.

Para manter todo esse aparato e ainda oferecer os mais varia-dos serviços, o Sindicato conta com você. Por isso, associe-se e estimule seus colegas a fazer o mesmo.

Os bancários formam uma das categorias mais fortes e organizadas do Brasil. São, por exem-plo, os únicos trabalhadores no país que têm uma convenção coletiva nacional que garante

os mesmos direitos para todos os funcionários dos ban-cos, do Oiapoque ao Chuí. Além disso, os bancários têm mais direitos que os demais trabalhadores e suas con-quistas, como a PLR e os auxílios refeição e alimentação, são referência para os demais sindicatos.

Tudo isso não caiu do céu. Cada conquista foi arran-cada dos bancos com muita luta, organização e greves. Para tanto, os bancários tiveram de construir um movi-mento sindical forte e atuante. “Nosso Sindicato é refe-rência para outras categorias. Trabalhamos unidos, em todo o Brasil, para fazer o enfrentamento com os ban-cos, defendendo os direitos dos bancários e ampliando as nossas conquistas”, explica a presidenta do Sindicato de Pernambuco, Jaqueline Mello.

Para fortalecer cada vez mais a categoria, o Sindicato precisa de você. Sindicalize-se e ajude a construir novas páginas dessa história. Se você ainda não é sindicalizado, procure um dos diretores do Sindicato ou ligue para (81) 3316-4233. “Quanto mais sócios o Sindicato tiver, mais forte a categoria será”, afirma o secretário de Administra-ção, Epaminondas Neto.

ASSOCIE-SE E ESTIMULE SEUS COLEGAS A FAZER O MESMO

Page 14: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

14 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Diversão e prazersobre duas rodasDepois de um dia estressante de trabalho que tal deixar o carro em casa, pegar a bicicleta e dar uma voltinha? Essa é a proposta de diversos grupos de ciclistas que se reúnem em vários pontos da Grande Recife

Esporte LazerFo

to: E

urico

Fra

nça

- Cor

ujaqu

eira

Page 15: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

REVISTA DOS BANCÁRIOS 15

Esporte Lazer

<<Em Recife, há grupos de pedaladas noturnas quase todos os dias voltados para ciclistas de todas as idades

Para muita gente, que passa o dia no trabalho, a noite é o único momento em que dá para relaxar e fugir da rotina. Com as ruas menos movimentadas e sem o calor escal-dante, dar pedaladas noturnas numa bicicleta virou uma

excelente alternativa para arejar a cabeça, além de contribuir para colocar o corpo em forma.

Grupos noturnos de ciclistas existem em quase toda grande cidade do país e a maioria tem dias fixos na semana para encon-tros. Em Recife, por exemplo, há grupos de pedaladas noturnas quase todos os dias em alguma região. Entre os mais conheci-dos está o Pedala Recife!, promovido pelo grupo Corujaqueira, que sai todas as terças-feiras, às 21 horas, do Parque da Jaqueira, Zona Norte da capital pernambucana.

O grupo percorre entre 25 e 40 quilômetros pelas ruas e ave-nidas do Recife e cidades vizinhas. Com um ritmo tranquilo, pedalando a mais ou menos 20 quilômetros por hora, o passeio atrai um grande número de participantes e já se consolidou como ponto de encontro de ciclistas de várias idades.

Em Olinda, com ritmo e percurso mais intensos, os ciclistas se reúnem às segundas-feiras na praça 13 de Março, em Bair-ro Novo. Para os que já estão em um estágio mais avançado de condicionamento físico, no mesmo local, às quartas-feiras, sai um outro grupo que pedala bem mais forte. O mesmo ocorre às quintas-feiras com integrantes do Cojuraqueira, e do Ciclo Ad-venture, que saem às 20 horas do bar Fiteiro, no Parnamirim.

A última sexta-feira de cada mês é reservada à “Bicicletada”, um movimento onde ciclistas se juntam para reivindicar seu es-paço nas ruas. Os principais objetivos são divulgar a bicicleta, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e chamar a atenção da população para este meio de transporte ecológico e sustentável. O grupo se concentra às 18 horas, na praça do Derby,

no Recife.Depois de uma semana cheia de opções de pedaladas no-

turnas, os ciclistas de plantão podem aproveitar as manhãs de domingo para fazer um turismo ecológico e cultural sobre duas rodas. O pessoal do APS - Amigos para Sempre promove ativida-des dominicais a partir da 7h30 da manhã, com saída no Parque da Jaqueira. O último domingo do mês, entretanto, é reservado para uma atividade mais puxada.

Segurança - Agora, seja qual for o seu nível de condicio-namento, o dia da semana, o horário ou o trajeto que você vai percorrer, a segurança deve vir sempre em primeiro lugar. O ciclista deve usar os equipamentos de segurança obrigatórios (capacete, refle-tores e luz traseira). Já a bi-cicleta, deve estar revisada, com boas condições de uso, e com pneus calibrados.

Além disso, o ciclista deve fazer de tudo para ver e ficar mais visível no trânsito. Para isso, vale à pena colocar adesivos refletivos extras na bicicleta e no capacete. Essas fitas aumentam consideravelmente a visi-bilidade.

É aconselhável, também, que antes de começar a pedalar o ciclista faça uma visita a seu médico para ter certeza de que está com boa saúde e em condições físicas para realizar a atividade. Seguir as leis de trânsito é outra regra que deve observada pelo ciclista.

Um país de bicicletas A bicicleta chegou ao Brasil, vinda da Europa, em 1898. Entretanto,

foi somente em 1948 que as bicicletas começaram a ser fabricadas no país. Atualmente, segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira de

Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Simila-res), o Brasil é o 3º maior fabricante de bicicletas do mundo, com uma média de 5,8 milhões de unidades produzidas por ano, atrás apenas da China e da Índia, países que concentram 76% da produção mundial.

Além disso, o Brasil é o 5º maior mercado consumidor de bici-cletas do mundo, com uma frota de 65 milhões de unidades nas ruas.

Para saber mais sobre o mundo em duas rodas visite o www.peda-landoeolhando.blogspot.com ou www.euvoudebike.com.

Page 16: Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

Turismo Conheça Pernambuco

Linda e aqui do lado

COMO CHEGARDe Recife, vá até o bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e pegue a Ponte do Paiva (com pedágio), que te deixará na praia.

Uma das praias mais desertas e bucólicas de Pernambuco, por incrível que pareça, fica a dez minutos de Recife. A Praia do Paiva, que pertence ao município de Cabo

de Santo Agostinho, é ideal para quem quer sossego, mas não quer ficar horas dentro do carro. Com a inau-guração da Ponte do Paiva, que tem início no bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, a distância ficou ainda menor.

A bela praia é cercada por coqueirais, seu mar é

azul e as areias bem claras. Na maré baixa, os arreci-fes formam pequenas piscinas naturais, compondo um cenário deslumbrante e de sossego total – nem parece que estamos na região metropolitana da capital. A praia do Paiva não possui nenhum tipo de estrutura turística e é ideal para quem quer desfrutar a natureza, que ainda preserva a vegetação nativa de Mata Atlântica.

Além das trilhas ecológicas, o turista ainda pode vi-sitar as ruínas da Igreja de São Gonçalo, localizada nas imediações. Na praia do Paiva ainda acontece uma das maiores manifestações culturais de Pernambuco: a Festa das Lavadeiras, evento que ocorre em maio, desde 1987.

Visite antes que acabe – A paisagem tranquila e bucólica da Praia do Paiva já começa a ser ameaçada pelos condomínios de luxo que tomaram conta do local. Por enquanto, a praia continua preservada, mas é bom correr para conhecer o local e torcer para que a “força da grana”, como diria Caetano, não destrua esta beleza que é de todos.

PRAIA DO PAIVA

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00Fone: 3316.4233 / 3316.4221Correio eletrônico: [email protected]ítio na rede: www.bancariospe.org.br

Presidenta: Jaqueline MelloSecretária de Comunicação: Anabele SilvaJornalista responsável: Fábio Jammal MakhoulConselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline MelloRedação: Fábio Jammal, Fabiana Coelho e Wellington CorreiaProjeto visual e diagramação: Libório MeloFoto da capa: Ivaldo BezerraImpressão: AGN GráficaTiragem: 10.000 exemplares REVISTA DOS BANCÁRIOS 16

DOS BancáriosRevista