revista do meio ambiente 03

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Edicao 03 da Revista do Meio Ambiente

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2 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

Comunicação Ambiental

Por Vilmar SidneiDemamam Berna*

O

Trocando de casca, de JMApara REBIA em seis desafios

(*) Escritor, jornalista e ambi-entalista, fundador e superinten-dente executivo da REBIA –Rede Brasileira de InformaçãoAmbiental e editor da Revistado Meio Ambiente e do Portaldo Meio Ambiente. Em 1999, foio único brasileiro ganhador doPrêmio Global 500 da ONUPara o Meio Ambiente. Conta-tos: [email protected]

interesse crescente dasociedade nas ques-tões ligadas ao meioambiente e a impor-

tância estratégica da democrati-zação da informação ambientalpara formar cidadania ambientale produzir as mudanças necessá-rias em direção a um novo mo-delo, forçou o Jornal do MeioAmbiente a passar, este ano, poruma reformulação. A ‘casca’ queo abrigou nestes dez anos, desdejaneiro de 1996, tornou-se pe-quena para os novos desafios. Oantigo Jornal deixa de existir paraajudar no enfrentamento de seisnovos desafios.

O PRIMEIRO DESAFIO éo de levar informação ambientalde qualidade para um segmentoda Sociedade que cada vez maisse interessa nas questões ambien-tais mas que não dispõe nem doconhecimento técnico do assun-to, nem da disposição para o ati-vismo ambientalista e que precisaser conquistada para a causa. Sur-giu assim a Revista do MeioAmbiente, de circulação nacio-nal, feita em papel couchè, colori-do, escrita em linguagem acessí-vel, que almeja um dia ser vendi-da nas bancas de todo o país. Atu-

almente, a Revista está em sua 3ªedição e cumpre o papel de subs-tituir o Jornal do Meio Ambien-te, que deixou de circular após113 edições e mais de 2 milhõesde exemplares distr ibuídos nosseus 10 anos de existência.

O SEGUNDO DESAFIOfoi ampliar o atual site www.jornaldomeioambiente.com.br transfor-mando-o no Portal do MeioAmbiente (www.portaldomeioambiente.org.br ) a fim de aten-der a demanda crescente da so-ciedade por informações ambi-entais que vai além do que o Jor-nal do Meio Ambiente conseguiapublicar em suas páginas. Hoje, osite já mantém 5.000 acessos aodia, e este número é auditado demaneira independente. Somenteno mês de junho deste ano ul-trapassamos 200 mil visitas nummês! São mais de 1 milhão e 500mil de visitas ao ano! Um núme-ro digno de comemoração portratar-se de um tema especializa-do e que demonstra a importân-cia da REBIA para a formaçãode uma nova consciência ambi-ental em nosso país.

O TERCEIRO DESAFIO éaproximar a informação ambien-

tal de qualidade do público for-mador e multiplicador de opinião,cidadãos ambientais críticos e par-ticipativos, para quem a informa-ção é instrumento para o exercí-cio de sua cidadania, pois a in-formação ambiental sobre a rea-lidade próxima é fundamental paraeste cidadão atuar. Por isso, o Jor-nal do Meio Ambiente cedeulugar a cinco outros jornais ta-blóides regionais (Jornal REBIASul, Jornal REBIA Sudeste, Jor-nal REBIA Centro-Oeste, Jor-nal REBIA Nordeste e JornalREBIA NORTE), feitos em pa-pel jornal, destinados a divulgarem suas pautas as informaçõesambientais de cada uma das gran-des cinco macro-regiões do país,permitindo aos formadores e mul-tiplicadores de opinião nos Esta-dos tomar conhecimento sobre osproblemas ambientais de sua re-gião e articularem-se e mobiliza-rem-se em torno das soluções.

O QUARTO DESAFIO é atransformação do antigo grupo dedebates do Jornal do Meio Am-biente em seis novos fóruns per-manentes de debates ambien-tais, aproximando os leitores poráreas geográficas e inaugurandouma nova forma de fazer mídia,onde os próprios leitores produ-zem informação e opinião ambi-ental. Aqui, o profissional de co-municação enfrenta o desafio sermais um facilitador para os deba-tes e a troca de informação queum intermediador entre a notí-cia e o leitor, ou um intérpretedos fatos. Fundamos então aREBIA NACIONAL, destinadaaos debates dos temas ambientaisnacionais e planetários, e cincoREBIAS regionais que juntas járeúnem, hoje, cerca de 3.000membros ativos, que são por suavez multiplicadores de opiniãopara demais grupos, redes, veícu-los. Para participar inscreva-se em:

REBIA NACIONAL - [email protected]

REBIA CENTRO-OESTE -rebiacentrooeste-subscr [email protected]

REBIA NORDESTE - rebi-anordes te- subscr [email protected]

REBIA NORTE - rebianor-te- subscr ibe@yahoog rupos .com.br

REBIA SUDESTE - rebiasu-

deste-subscr [email protected]

REBIA SUL - [email protected]

O QUINTO DESAFIO é acriação e manutenção do serviçodiário NOTÍCIAS DO MEIOAMBIENTE ( http://www.grupos.com.br/grupos/no-ticiasdojornaldomeioamb ), envi-ado por e-mail atualmente paraquase 15.000 leitores cadastrados.Este número tem crescido e nossameta é chegar a 150.000 leitoresaté o final do próximo ano.

O SEXTO DESAFIO é atransformação do antigo IBVA –Instituto Brasileiro de Voluntári-os Ambientais na nova REBIA –Rede Brasileira de InformaçãoAmbiental, uma Organização dasociedade Civil – OSC, sem finslucrativos, para dar personalidadejurídica a estes novos veículos. AOSC REBIA nasceu com a mis-são de democratizar a informa-ção ambiental e para isso tem pro-curado associar-se a outras redes,pessoas e organizações imbuídasdo mesmo ideal e tem buscadoestabelecer parcerias e se empe-nhado na busca de recursos e fi-nanciamento que assegure a pe-riodicidade, a tiragem e a distri-buição gratuita de seus veículos.

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 3

AMYRA ELKHALILI éEconomista, Pre-sidente e Dire-tora de Opera-ções da OSCCTA, Idealizado-

ra & Fundadora do ProjetoBECE, ancorado no Portal doMeio Ambiente.

ANDRÉ TRI-GUEIRO é jor-nalista com Pós-graduação emGestão Ambien-tal pela COPPE/UFRJ, Professore criador do cur-

so de Jornalismo Ambiental daPUC/RJ e, desde 1996 vem atu-ando como repórter e apresenta-dor do “Jornal das Dez” da Glo-bo News. Pela série "Água: o de-safio do século 21" (2003), rece-beu o Prêmio Imprensa Embra-tel de Televisão e o Prêmio Ethos- Responsabilidade Social, na ca-tegoria Televisão. É comentaristada Rádio CBN (860 Kwz) ondeapresenta o quadro "Mundo Sus-tentável".

ARISTIDESARTHUR SO-FFIATI é mes-tre e doutor emHistória ambien-tal pela Universi-dade Federal do

Rio de Janeiro e professor da Uni-versidade Federal Fluminense.

CARLOS AL-BERTO ARI-KAWA - DiretorJurídico da OSCCTA, Conselhei-ro Jurídico doProjeto BECE,pós-graduado

em Direito Ambiental pela Esco-la Superior de Direito Constitu-cional.

DAVID MANWAI ZEE é En-genheiro Civil,Costeiro e Ambi-ental, com Dou-torado em Geo-grafia, Universi-

dade Federal do Rio de Janeiro,2002 e Mestrado em EngenhariaOceânica e Costeira, University of

Expediente

Conselho Gestor da REBIA e Edi-torial dos Veículos da REBIA

Florida, Gainesville, EUA, 1980.

FLÁVIO LE-MOS DE SOU-ZA é Presiden-te do ConselhoFiscal da REBIA,PhD. em Ergo-nomia e Psicolo-

gia da Interação Homem-Com-putador (1994, Londres), Mestreem Psicologia Social (1984, FGV),Psicólogo (1981, UFF), Diretor doLaboratório de Psicologia e In-formática da UFF, Presidente daONG PURIS DE ECOLOGIA.

LUIZ FER-NANDO FE-LIPPE GUIDAé Presidente doConselho Deli-berativo da RE-BIA. É econo-

mista, radialista, professor, secre-tário-geral do Sistema de Inte-gração Municipal América ÁreaSul – SIMAAS. Apresentador doprograma de TV Digital Ecologiae Cidadania (http://www.i n t e r a t i v awe b t v. c o m . b r /ecocida.html)

R I C A R D OHARDUIM éPresidente doConselho Dire-tor da REBIA.Graduado comLicenciatura Ple-

na em BiologiaUERJ, Pós-gradua-ção em Tecnologia Educacional,Ciências AmbientaisPUC – BH eAdministração Escolar - UNIVER-SO. Coordenador da OSCIP PRI-MA – Mata Atlântica e Sustenta-bilidade, consultor Pedagógico doProjeto Clube Amigos do Planeta.

R O G E R I ORUSCHEL épublicitário, jor-nalista e consul-tor. Em 1990criou a Ruschel& Associados

Marketing Ecológico, primeiraempresa de consultoria em De-senvolvimento Sustentado daAmerica Latina. É autor de doislivros - o “Guia Ruschel de Eco-logia” e o “Glossário de Informa-ções Ecológicas para Jornalistas”,publicado pela Revista Imprensaem 1991.

REDE BRASI-LEIRA DE IN-F O R M A Ç Ã O

AMBIENTAL – WWW.REBIA.ORG.BR - Organização da Socie-dade Civil – OSC, sem fins lucrati-vos, CNPJ: 05.291.019/0001-58Inscrição estadual e municipal:isentas - sede à Trav. Gonçalo Fer-reira, 777 – Casarão da Ponta daIlha, Bairro Jurujuba, Niterói, RJ –Brasil – Telefax: (21) 2610-2272 /Presidente do conselho diretor:Sérgio Ricardo Ferreira Harduim,biólogo e Educador Ambiental.

FUNDADOR DA REBIA E EDI-TOR GERAL: Escritor e jornalistaVilmar Sidnei Demamam Berna(Reg. Prof. 14.562 L65 Fl 62v MT-RJ), ganhador do Prêmio Global500 da ONU Para o Meio Ambien-te – [email protected] Telfax:(021) 2610-2272

VEÍCULOS DA REBIA:- impresso de circulação nacio-

nal: REVISTA DO MEIO AMBIEN-TE

- impressos regionais: JORNALDA REBIA SUDESTE, JORNAL

DA REBIA SUL, JORNAL DA RE-BIA CENTRO-OESTE, JORNAL DAREBIA NORDESTE e JORNAL DAREBIA NORTE

- VEÍCULOS na Internet: PORTALDO MEIO AMBIENTE e NOTÍCIASDO MEIO AMBIENTE

Fóruns de Debates Ambientaisda REBIA

- REBIA NACIONAL – [email protected] -Moderador: Fernando Guida -([email protected])

- REBIA CENTRO-OESTE - rebi-a c e n t r o o e s t e - s u b s c r i b e @yahoogrupos.com.br - Moderador:Eric Fischer - [email protected]

- REBIA NORDESTE - rebianor-d e s t e - s u b s c r i b e @ y a h o ogrupos.com.br - Moderadora: Lili-ana Peixinho - [email protected]

- REBIA NORTE - [email protected] ;Moderador: Evandro Fereira([email protected] )

- REBIA SUDESTE - [email protected]

- Moderadores: Tatiana Donato Tre-visan ([email protected] ),Alex Sandro dos Santos [email protected] e Juli-ano Raramilho [email protected]

- REBIA SUL - rebiasul-subscri-be @yahoogrupos.com.br Mode-rador: [email protected]@maternatura.org.br

CONSELHO GESTOR DA REBIAE MEMBROS DO CONSELHOEDITORIAL DOS VEÍCULOS:AMYRA EL KHALILI ([email protected] ); ANDRÉ TRIGUEI-RO, ARISTIDES ARTHUR SOFFI-ATI, CARLOS ALBERTO ARIKAWA,DAVID MAN WAI ZEE, FLÁVIO LE-MOS DE SOUZA, LUIZ FERNAN-DO FELIPPE GUIDA - presidentedo Conselho Deliberativo da REBIA([email protected]), RICAR-DO HARDUIM - Presidente da Di-retoria Executiva da REBIA([email protected] ), ROGÉ-RIO RUSCHELL.

IMPORTANTE: Os veículos daOSC REBIA e associado aceitamapoios, parcerias, patrocínios, co-

laborações de Empresas, OSCs,Governos, mas não aceitam condi-cionamentos ou interferência na li-nha editorial ou na pauta. Os veícu-los da OSC REBIA e associadoaceitam publicidade na forma de ma-térias jornalísticas, mas irá sinalizá-las ao leitor com destaque especial.Os veículos da OSC REBIA e as-sociado garantem espaço, com omáximo de isenção possível, a am-bientalistas, empresas, governos ea todos que necessitem democrati-zar informação ambiental, sem dis-tinção ideológica, cabendo ao leitorfazer o seu julgamento, asseguran-do-lhe também espaço para a Opi-nião do Leitor. As idéias veiculadasnos veículos da OSC REBIA e as-sociado e no PORTAL não refletemnecessariamente as opiniões doEditor ou de seu Conselho Editorial.Os veículos da OSC REBIA e as-sociado não se responsabilizam poropiniões e informações quandoemitidos em artigos e colunas assi-nados e qualquer pessoa ou insti-tuição que se sentir prejudicada, temo direito, democrático, e legal, docontraditório.

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4 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

BrasilISA, Oswaldo Braga deSouza. Desmatamento na Amazônia

cai cerca de 30% pelo segundoano consecutivo

e acordo com estimati-va oficial do InstitutoNacional de PesquisasEspaciais (Inpe), 13,1

mil quilômetros quadrados foramdesmatados na Amazônia, entreagosto de 2005 e agosto deste ano,uma queda de 30% em relação aoperíodo anterior e o segundo me-nor índice da história desde que elepassou a ser divulgado, em 1988. Amargem de erro é de 10%. Trata-seda segunda queda consecutiva, jáque na comparação entre 2004-2005 e 2003-2004, o desfloresta-mento havia caído 31%.

O anúncio foi feito ontem, quin-ta-feira, dia 26 de outubro, a três diasdo segundo turno das eleições pre-sidenciais em uma entrevista cole-tiva, no Palácio do Planalto, emBrasília, com a presença do candi-dato à reeleição, Luiz Inácio Lula daSilva, que vem passando longe daquestão ambiental em entrevistas edebates eleitorais. Segundo o Mi-nistério do Meio Ambiente (MMA),a divulgação dos dados foi anteci-pada para subsidiar a apresentação,entre 6 e 17 de novembro, no Quê-nia, da proposta brasileira para acompensação dos países pobres pe-los países ricos pela redução do des-matamento, na 12ª Convenção dasPartes do Protocolo de Kyoto, tra-tado internacional sobre mudançasclimáticas. No ano passado, a taxaoficial de desflorestamento foi di-vulgada em dezembro, um avançoem relação aos anos anteriores, quan-do ela vinha a público quase doisanos depois do período analisado.

Os números por estado serãoapresentados até o início de 2007,quando for divulgado o índice con-solidado do desmatamento, mas osecretário de Biodiversidade e Flo-restas do MMA, João Paulo Capo-bianco, adiantou que houve quedasignificativa nos índices totais doMato Grosso, em Rondônia e noleste do Pará. Por outro lado, houve

aumento expressivo do corte de ár-vores na área da ferrovia de Carajás,na divisa entre o Maranhão e Pará.Ocorreram acréscimos um poucomenores nas taxas em certas regiõesdo sul do Pará, do norte do MatoGrosso e no leste do Acre. Os dadospreliminares foram produzidos combase na observação de 34 imagens,das mais de 200 de toda a Amazôniadisponibilizadas pelo satélite sino-brasileiro CBERS, utilizado peloPrograma de Cálculo do Desflores-tamento da Amazônia Legal (Pro-des), do Inpe. A amostragem repre-senta 67% do desmatamento totalna região.

“É claro que nós temos de avali-ar todos os vetores que podem in-fluenciar o desmatamento, mas senão tivéssemos feito todos os esfor-ços e investimentos que fizemos,que não foram pequenos, apenas aqueda no preço das commodittiesagrícolas não daria conta de contera derrubada da floresta”, insistiu aministra do Meio Ambiente, Mari-na Silva, ao ser questionada sobre apossível influência da crise do agro-negócio no índice divulgado pelo go-verno. Ela relacionou a diminuiçãonos desmates em várias regiões,como a Terra do Meio e a área deinfluência da rodovia Cuiabá-San-tarém (BR-163), à criação de Uni-dades de Conservação (UCs) e àsoperações de fiscalização do Ibama(Instituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos NaturaisRenováveis).

Campeão do desmatamen-to

A administração Lula acumulaum decréscimo de 52% no ritmodos desmates desde que amargou osegundo maior patamar já registra-do, 27,4 mil quilômetros quadra-dos, entre 2003 e 2004. Mesmo as-sim, pode chegar ao fim ostentan-do o título de campeã do desmata-mento na Amazônia: durante seustrês primeiros anos, a média anualfoi de 21,7 mil quilômetros desflo-restados, acima dos pouco mais de19,2 mil quilômetros quadradosregistrados durante a presidência deFernando Henr ique Cardoso(1995-2002), índice já considera-do extremamente alto. No cômputototal da tragédia do desmatamen-to na Amazônia, no entanto, não hávencedores: durante os dois gover-nos, vieram abaixo 222,6 mil qui-lômetros quadrados de florestas,quase o equivalente ao território

do Reino Unido. O cálculo das mé-dias anuais foi feito utilizando me-tade da taxa dos períodos com se-mestres fora dos respectivos man-datos, já que o “ano fiscal” do des-florestamento vai de agosto a agos-to.

Na parte da tarde, representan-tes de organizações não-governa-mentais como o ISA, WWF, Ami-gos da Terra – Amazônia, Grupo deTrabalho Amazônico (GTA), Con-selho Nacional dos Seringueiros(CNS) e o Instituto de PesquisaAmbiental da Amazônia (Ipam)participaram de uma reunião coma ministra Marina Silva. No even-to, eles elogiaram os resultados ob-tidos neste ano na taxa do desma-tamento. A continuidade e a am-pliação dos esforços do governo sãoconsiderados essenciais pelos am-bientalistas para a manutenção daqueda no ritmo dos desmates em

médio e longo prazo. Eles tambémapresentaram algumas propostaspara o avanço das ações do gover-no em relação ao plano de comba-te ao desmatamento no próximomandato. Também foi destacado anecessidade de se discutir um pro-grama em escala para fomentar omelhor uso das áreas já abertas, comum forte protagonismo do Minis-tério da Agricultura e Pecuária noplano de combate aos desmatamen-tos, já que até agora a participaçãodo ministério foi muito reduzida.No dia 9 de novembro, está agen-dada uma reunião para discussãodos dados apresentados ontem epara encaminhar os termos de re-ferência para a avaliação do plano,que deve ser realizada ainda este ano.

Mais informações: www.socioabiental.org

O anúncio da queda no desmatamento foi feito a três dias do segundoturno das eleições com a presença do presidente-candidato LuizInácio Lula da Silva. (E-D) O ministro de Ciência e Tecnologia, SérgioRezende, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Lula, Marina Silva eo diretor do Inpe, Gilberto Câmara.

D

Depois de amargar osegundo maior índice dedesmatamento da história,governo Lula comemora osegundo menor.Administração do petistajá acumula um decréscimode 52% nas taxas, mascontinua ostentando otítulo de campeã dodesflorestamento.

Segundo o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, diferença nos númerosdo Prodes e do Deter decorre da qualidade da definição das imagensde satélite usadas pelos dois sistemas.

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 5

diarréia é responsávelaté hoje por inúmerasconsultas, internaçõese por altas taxas de

mortalidade de crianças. Para se teruma idéia, dados da OrganizaçãoMundial de Saúde mostram que adiarréia é uma causa importantede morbidade e mortalidade emcrianças menores de cinco anos,com 1,4 bilhões de episódios anuaisem todo o mundo. Desses casos,1,29 bilhões necessitam de cuida-dos domiciliares, 124 milhões devisitas hospitalares, 9 milhões dehospitalizações e uma estimativade 2,1 milhões de mortes ao ano.No Brasil, a doença ocupa o se-gundo lugar entre as causas dehospitalização. Nesse sentido, JoãoPaulo Pontual e equipe do Insti-tuto Materno Infantil Prof. Fer-nando Figueira em Pernambucoresolveram estudar a etiologia dadiarréia no órgão.

Para tanto, foi realizado um estu-do de série de casos, entre janeiro emaio de 2005, do qual participaramcrianças com idade entre zero a 60meses, apresentando diarréia. Deacordo com artigo publicado na edi-ção de maio de 2006 da “Revista

Ecologia Humana

Créditos: Clésio DaGama

No Brasil a diarréia é asegunda causa deinternação de crianças emhospitais

No mundo, morrem mais de doismilhões de crianças menores decinco anos devido à diarréia

Brasileira de Saúde Materno Infan-til”, “aproximadamente 60,0% eramdo sexo masculino e 80,5% tinhamidade inferior a 12 meses. No geral,tinham precárias condições socioe-conômicas com 83,4% das famíliasapresentando renda per capita infe-rior a meio salário mínimo por mês.Quarenta e quatro por cento delasnão possuíam água encanada, 19,4%não possuíam fossa ou esgotamen-to sanitário e em 25,0% dos casosnão havia recolhimento de lixo nodomicílio. Além disso, aproximada-mente 80,0% das mães não tinhamtrabalho remunerado e 94,5% tinhammenos de oito anos de escolarida-de”.

Os resultados mostram que86,1% dos casos de diarréia foramagudos e 16,7% apresentaram san-gue visível nas fezes. A maioria dascrianças analisadas utilizou antibio-ticoterapia durante a hospitalizaçãoe 70,0% delas já estavam em uso deantibiótico há pelo menos 24 ho-ras no momento da coleta da amos-tra fecal. Quanto aos microorganis-mos recuperados nas culturas defezes, a E. coli enteropatogênica clás-sica apareceu em 8,4% dos casos,não havendo crescimento de Sal-monella sp. ou Shiguella sp.

Fonte: Agência Notisa (jornalismo

científico - science journalism) -www.notisa.com.br

A

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Eleições 2006

Decálogo em defesa da ecologiado Rio de Janeiro - Compromissodo governo Sérgio Cabral

1. PDBG – Programa deDespoluição da Baía de Gua-nabara

- Acelerar e concluir oPDBG I, com transparência eparticipação social, nos ter-mos da Lei 2484/95 que criouo Fórum Estadual de Acom-panhamento do PDBG;

- Garantir recursos paraconcluir a rede básica de es-goto e as elevatórias para im-pedir que o esgoto chegue àBaia de Guanabara pelos riosPavuna, Meriti, Sarapuí, Igua-çu, etc.

- Iniciar o PDBG II

2. FECAM – Fundo Esta-dual de Conservação Ambi-ental

- Ampliar o percentual deverbas dos royalties do petró-leo e gás natural para o Fe-cam e utilizá-los efetivamentepara a proteção do meio am-biente de rios, lagoas, baías,mata atlântica, unidades deconservação, agricultura orgâ-nica e incentivos à tecnolo-gias limpas.

- O apoio ao Projeto deLei em tramitação na Alerjque garante royalties ecoló-gicos (do ICMS) às prefeitu-ras que defendem florestas erecursos hídricos.

3. PDBS – Programa deDespoluição da Baía de Se-petiba

- Iniciar o PDBS, utilizan-do os estudos já desenvolvi-dos pelos órgãos ambientaisdo estado, e pela Universida-de Federal do Rio de Janei-ro – UFRJ e UniversidadeFederal Rural do Rio de Ja-neiro – UFRRJ,

- Destinar para o PDBS re-cursos do Fecam e da com-pensação ambiental das em-presas e atividades da Baía deSepetiba, atraindo tambémrecursos federais;

- Trabalhar em estreita re-lação com os municípios en-volvidos e governo federal,

garantindo no processo a par-ticipação das Prefeituras Mu-nicipais, Ministério do MeioAmbiente e movimentos so-ciais, tais como dos pescado-res, ambientalistas, entre ou-tros;

- Resolver o assoreamen-to das praias da baía e das áre-as contaminadas pela IngáMercantil.

4. REFORÇO DOS ÓR-GÃOS AMBIENTAIS

- Abrir concurso públicopara a FEEMA, IEF e SER-LA, garantindo reforço depessoal, qualificação e condi-ções de trabalho;

- Intensificar a fiscalizaçãocontra as agressões ambien-tais, tais como aterro de la-goas, poluição de rios, conta-minação com agrotóxicos,desmatamentos ilegais, etc;

- Intensificar o combateaos cr imes contra o meioambiente e a impunidadeambiental no estado do Riode Janeiro, garantindo refor-ço para o Batalhão Florestaldo Polícia Militar e da DPMA– Delegacia de Proteção aoMeio Ambiente.

5. DEFESA DA MATAATLÂNTICA

- Estruturação e consoli-dação das unidades de con-servação da natureza das re-giões dos Lagos, Costa Ver-de, Serrana, Sul Fluminen-se, Norte e Noroeste do Es-tado, ampliando os convê-nios com universidades einstituições estaduais e fe-derais, e investindo na estru-turação administrativa dasunidades, demarcação, regu-larização fundiária e de fis-calização;

- Consolidação dos Cor-redores Ecológicos, especial-mente do Corredor Centralda Mata Atlântica, garantindoa defesa dos recursos flores-tais e genéticos de forma con-tínua;

6. LAGOAS- Efetivar a demarcação das

faixas marginais de proteçãodas lagoas do estado, cujo pra-zo, determinado pela Cons-tituição, expirou em 1992.

- Acelerar e concluir asobras de saneamento das la-goas da Barra da Tijuca e deJacarepaguá;

- Acelerar e concluir asobras de defesa das lagoas deAraruama e Piratininga, comgarantia

da defesa da qualidade daságuas das praias contíguas;

- Combinar obras de dra-gagem com recuperação e re-vegetação das matas ciliares das

lagoas, articulando pesca-dores, universidades e insti-tuições públicas.

7. PESCADORES- Intensificar o apoio à

pesca artesanal, ampliando aparte de infraestrutura deapoio à pesca e à comerciali-zação do pescado;

- Intensificar o apoio daaqüicultura sustentável, comgeração de emprego e rendae combate à fome;

- Associação com o gover-no federal na criação de re-servas extrativistas marinhas.

8. LIXO E CATADORES- Cumprimento da Lei es-

tadual 4.191/03, que estabe-lece a Política Estadual deResíduos Sólidos, garantindoo apoio às cooperativas decatadores de material reciclá-vel;

- Apoio aos municípiosem programas de coleta se-letiva;

- Intensificar o apoio, atra-vés do Pró-Lixo, para cons-trução e conclusão dos ater-ros sanitários

nos municípios, impedin-do a contaminação do solo,lençol freático e baías;

9. EDUCAÇÃO AMBIEN-TAL

- Implementar a Lei esta-dual 3.325/99, que cria a Po-lítica Estadual de EducaçãoAmbiental, em todas as esco-las públicas estaduais, com aparticipação de toda a comu-nidade escolar, incluindo pro-fessores, estudantes, pais dealunos e funcionários;

- Garantir a EA dentro efora da escola, com escolasadotando rios, reflorestandoencostas, monitorando aságuas de praias e baías, e seconvertendo em centros dereciclagem;

10. TECNOLOGIAS LIM-PAS

- Fazer do Rio um grandepólo de tecnologias limpas,tecnologias que defendam asaúde do trabalhador e domeio ambiente;

- Incentivar, em conjuntocom a FIRJAN e universida-des, a substituição das subs-tâncias químicas que conta-minam trabalhadores e meioambiente, tais como mercú-rio, chumbo e asbesto;

- Incentivar o uso de es-truturas tecnológicas que eco-nomizem energia e minimi-zem os impactos no ar, solo, erecursos hídricos.

Rio de Janeiro, 17 deOutubro de 2006.

Senador SÉRGIO CA-BRAL FILHO - Candidatoa Governador do Rio de Ja-neiro

Nota do editor: Este De-cálogo foi encaminhado parapublicação na Revista doMeio Ambiente por GerhardSardo, Coordenador PMDBAMBIENTAL. O documen-to foi elaborado por iniciativado deputado estadual CarlosMinc (PT) e foi assinado emato público pelo Senador Sér-gio Cabral Filho, na presençade ambientalistas, pescadorese catadores.

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 9

Eleições 2006

Entrevista exclusiva do candidato aoGoverno do Estado do Rio de Janeiro,Sérgio Cabral Filho, à REBIA - RedeBrasileira de Informação Ambiental

Acesse o site do candidato: www.sergiocabral15.com.br

REBIA: O Senhor pretendefazer uma reforma organiza-cional e gerencial na área am-biental, criando um novo ór-gão a partir da FEEMA, daSERLA e do IEF, acrescido doDRM e do Instituto de Enge-nharia do Estado para atuar emparceria com o Batalhão Flo-restal e do Meio Ambiente?

Sérgio Cabral Fº - É precisomodernizar a gestão do meioambiente. Investir nas instalaçõesfísicas e informatizar todos os ór-gãos ambientais do Estado. O quevamos fazer é um verdadeiro cho-que de gestão que integre me-lhor FEEMA, SERLA e IEF, quepassarão a funcionar no mesmolugar. Aliado a isso, integrar o fun-cionamento desses três órgãoscom o Batalhão Florestal e doMeio Ambiente e o DRM. A re-forma organizacional que vou fa-zer dará uma nova dinâmica aogoverno, modernizando o funci-onamento da secretaria de MeioAmbiente. Vamos criar um pro-grama de licenciamento onlineque facilite e agilize o atendimen-to às empresas e ao cidadão. Va-mos trabalhar pela eficiência damáquina pública.

REBIA: Em seu Governo, a

área ambiental terá finalmenteo seu concurso público e umapolítica de melhoria dos salá-rios?

Sérgio Cabral Fº - Vou valo-rizar o servidor público indepen-dente de área. O servidor precisater seu trabalho valorizado emtodos os sentidos e não apenassalarial. Por isso, vou investir na

compra de equipamentos, na in-formatização da secretaria e, é cla-ro, no aumento da remuneração.Vou realizar concursos para a con-tratação de pessoal e sentar comos presidentes de órgãos, com osservidores e com o secretário paradiscutir as necessidades da secre-taria.

REBIA - O Senhor planejajuntar os Conselhos de MeioAmbiente e Recursos Hídricosem um só Conselho?

Sérgio Cabral Fº - Eu plane-

jo investir na modernização dapolítica ambiental do estado. Pri-meiro temos que arrumar a casa,fortalecer os órgãos ambientais,melhorar o salário dos servidorespúblicos. Cada setor tem umademanda e antes de tomar deci-sões é preciso conversar com seusrepresentantes para discutir as re-ais necessidades de cada setor eas ações que o Estado deverá ado-tar. Fiz uma imersão grande noestado, ouvi diversos profissionaisde várias vertentes e tenho umplano definido para tornar o go-verno eficiente. No meio ambi-ente vou trabalhar para que a fis-calização das nossas áreas verdesseja mais abrangente e eficaz, paraque o gerenciamento dos recur-sos hídricos atue de forma inte-grada com ações preventivas e desaneamento, para que as nossaslagoas sejam dragadas e recupe-radas, para que a Baixada Flumi-nense, por exemplo, não sofra comenchentes.

REBIA - O Senhor dará

condições financeiras e políti-cas para que os Comitês de

Bacias funcionem? Sérgio Cabral Fº - Meu com-

promisso é com a eficiência. Voutrabalhar para que o Estado fun-cione. Sabemos que hoje o esta-do está deficiente em alguns se-tores, mas adotando ações decombate ao custeio e moderni-zação da máquina pública, garan-tiremos recursos para aplicarmosem diversas áreas, entre elas oComitê de Bacias.

REBIA - O Senhor irá mo-ralizar e definir a missão e osprocedimentos operacionaispara um novo FECAM?

Sérgio Cabral Fº - Primeiro

vamos arrumar a casa. Como dis-se anteriormente, sabemos quehoje o estado é deficiente em al-gumas áreas. Minha idéia é man-ter o que está dando certo e agirem cima do que não está aten-dendo à população de maneira

satisfatória. O FECAM financiaprojetos ambientais e é geridopelo secretaria de Meio Ambiente.Portanto, temos que discutir como secretário a eficiência desse fun-do que garante recursos para oreflorestamento, recuperação deÁreas Degradadas, canalização decursos d’água, educação Ambi-ental, entre outros. A missão doFECAM é bem definida, mas sehá deficiências, temos que sentarcom o conselho e discutir. OFECAM é um mecanismo doestado que garante recursos parao meio ambiente e que temosmonitorar. Mas a minha priorida-de é modernizar a gestão ambi-ental e, é claro, que o melhor usodos recursos do FECAM está in-cluído nesses planos.

Nota do editor: procuramos

também a candidata Denise Fros-sard para uma entrevista que ini-cialmente foi marcada e depoisdesmarcada pela candidata.

Entrevista a VilmarSidnei Demamam Berna

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10 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

DocumentoCarta que entidades da sociedade civilencaminharam ao Presidente Lula criticando atentativa do governo de cooptar votos doagronegócio através da liberação do plantio detransgênicos no entorno de áreas de conservação.

18 de outubro de 2006Excelentíssimo Senhor Presi-

denteLuis Inácio Lula da Silva

Senhor Presidente,Conforme noticiado nos jor-

nais de ontem e hoje (17 e 18/10), o Governo pretende publi-car ainda esta semana uma Me-dida Provisória modificando oart. 11 da lei 10.814/2004 queproíbe o cultivo de soja trans-gênica nas zonas de amorteci-mento das Unidades de Con-servação, diminuindo de 10 kmpara apenas 500m a distância doplantio de transgênicos dos li-mites das Unidades de Conser-vação.

Se a notícia for verdadeira,mais uma vez, o Governo Lulaestará cedendo diante as ilegali-dades cometidaspor produtores rurais e portransnacionais de biotecnologiae demonstrando a falta absolutade firmeza com o cumprimen-to das normas de biossegurançano Brasil. Esta atitude, mais umavez põe em dúvida o compro-misso do Governo com a cons-trução de uma Política de Bios-segurança séria.

Como se sabe, este dispositi-vo legal, já considerado válidopela Justiça Brasileira, foi inseri-do na lei 10.814/2004 em virtu-de do fato da soja transgênicater sido cultivada no Brasil a partirdo contrabando praticado poragricultores e incentivado pelaMonsanto.

Este fato, e a edição das me-didas provisórias 113 e 131, libe-rando o cultivo e a comerciali-zação da soja transgênica gera-ram uma situação de total desre-gulamentação do plantio de sojatransgênica, prejudicando osagricultores convencionais, agro-ecológicos e orgânicos, que pas-saram a sofrer contaminação desua produção, principalmente noRio Grande do Sul. A estes agri-cultores, aos consumidores e aosetores da sociedade preocupa-dos com a introdução dos trans-gênicos na agricultura brasileira,o Governo não se preocupou emdar respostas tão efetivas.

Agora, mais uma vez, os pro-dutores rurais e uma transnacio-

nal de biotecnologia — a Syn-genta — que mantinha um cam-po experimental na zona deamortecimento do Parque Na-cional do Iguaçú, pressionam ogoverno brasileiro a “afrouxar” asnormas de biossegurança, comoocorreu pouco antes do primei-ro turno das eleições, quando oPresidente Lula reuniu-se comprodutores rurais da região Oes-te do Estado do Paraná.

Nesta ocasião, o Presidentemais uma vez não se preocupouem ouvir os agricultores queapóiam medidas firmes de bios-segurança, que sejam capazes depreservar a biodiversidade agrí-cola, uma das maiores riquezasda agricultura brasileira.

Os movimentos sociais eorganizações da sociedadecivil desde logo se manifestamcontra mais esta atitude de ce-der aos interesses de setores doagronegócio e das transnacio-nais de biotecnologia, que es-tão consolidando uma culturade desrespeito às normas debiossegurança no Brasil. Nãonos furtaremos de nos mani-festar publicamente contra estamedida, se ela for realmenteconfirmada pelo Governo.

Assinam esta Carta:Movimento dos Pequenos

Agricultores - MPA; Movi-mento Sem Terra - MST; Mo-vimento de Mulheres Campo-nesas - MMC; Fórum Brasi-leiro de Organizações Não-Governamentais e Movimen-tos Sociais - FBOMS; Federa-ção dos Trabalhadores na Agri-cultura Familiar - FETRAF/SUL; Rede Ecovida de Agroe-cologia; Assessoria e Serviçosa Projetos em Agricultura Al-ternativa - AS-PTA; Associa-ção de Agricultura Orgânica -AAO/ Instituto Brasileiro deDefesa do Consumidor -IDEC; Greenpeace - Brasil;Terra de Direitos

Fonte: Campanha Por um BrasilLivre de Transgênicos - AS-PTA As-sessoria e Serviços a Projetos emAgricultura Alternativa [Tel.: (21)2253-8317 / E-mail: [email protected] /http://www.aspta.org.br.

Mercado de orgânicosganha força comsofisticaçãoSexto maior produtor domundo, mercadobrasileiro, que cresce50% ao ano, já possuicooperativa e indústriade cosméticos

Sexto produtor mundial deorgânicos em área cultivada, masdesconhecido por 60% da po-pulação. O promissor mercadobrasileiro do gênero conta cominiciativas pioneiras que vêmaumentando o grau de consci-ência socioambiental. Pelo me-nos três empreendimentos sedestacam em São Paulo: umaindústria de cosméticos orgâ-nicos e uma certificadora emBotucatu, no oeste do Estado,e uma cooperativa que cultivae distribui gêneros naturais nolitoral norte.

O mercado de orgânicos,que cresce na casa dos 50% anu-ais, movimenta R$ 100 milhõespor ano no Brasil e U$ 26,5 bi-lhões no mundo. Por aqui, já são6,5 milhões de hectares ocupa-dos exclusivamente por cultu-ras livres de agrotóxico, obede-cendo aos princípios da biodi-nâmica, de sustentabilidadeambiental. Atualmente, 75% daprodução é exportada para Es-tados Unidos, Japão e países daEuropa. Os números ratificama tendência traçada pela Em-brapa (Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária): em 10anos, o Brasil pode se tornar omaior exportador mundial deorgânicos.

Botucatu, por exemplo, contacom uma indústria de cosmé-ticos orgânicos e já abriga umpólo de produção e desenvol-vimento do setor. Trata-se dafazenda Demétria, na zona ru-ral do município. O caminhofoi aberto pela Magia dos Aro-mas, que pesquisa e desenvolveprodutos de saúde e beleza commatéria-prima orgânica. A ini-ciativa foi de uma família de far-

macêuticos, que construiu naregião um moderno laborató-rio, cujo parque industrial dis-põe de equipamentos de últi-ma geração. “Enquanto em ou-tros países a produção de orgâ-nicos decorre da substituiçãode insumos, o conceito aqui éo de agroecologia, que pressu-põe conservação e longevida-de dos recursos naturais. Estediferencial brasileiro deve serexplorado”, explica Marcos Ca-ram, diretor da Magia dos Aro-mas.

Outro reflexo deste novocenário pode ser visto em al-guns municípios entre o litoralnorte e o Vale do Paraíba. Porlá, as cidades de Natividade daSerra, Salesópolis, Paraibuna,Caraguatatuba, São Sebastião,Ubatuba e Ilhabela comemo-ram a criação da Cooperlin (Co-operativa dos Produtores Ru-rais e Urbanos do Litoral Nor-te do Estado de São Paulo),que, além de obedecer ao con-ceito de biodinâmica, dispõe detecnólogos e engenheiros agrô-nomos especializados em agro-ecologia. A cooperativa foi ide-alizada por 21 fundadores e cri-ada para melhorar a renda dospequenos produtores a partir daprodução de orgânicos. A ini-ciativa surgiu de uma experi-ência da ONG Povos do Mar,que recebe recursos do Minis-tér io do DesenvolvimentoAgrário. Para abastecer a região,a Coperlin oferece 48 varieda-des de produtos hotifrutis. Par-cerias com a Agrocampo e aONG Plantando o Futuro ga-rantem facilidades para a com-pra de insumos e materiais deconsumo.

Mais informações: Rodri-go Barneschi rodr [email protected], Suzana [email protected] e CintiaBeck [email protected]

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Gestão Ambiental

Greenpeace analisapropostas ambientais doscandidatos a presidente

Programas de governo deGeraldo Alckmin e LuisInácio Lula da Silvarecebem críticas doGreenpeace, com base emdocumento lançado emagosto pela organização,que aponta ações epolíticas públicasprioritárias na áreaambiental

O Brasil tem inúmeros proble-mas ambientais que demandamsoluções urgentes, e o próximogovernante do país precisa estarpreparado para enfrentá-los. O

Greenpeace analisou os programasde governo e as propostas na áreaambiental dos candidatos que dis-putam o 2º turno das eleições pre-sidenciais, comparando-as ao do-cumento que a organização lan-çou em agosto como contribui-ção para a elaboração de uma agen-da de ações e políticas públicas pri-oritárias na área ambiental.

No documento do Greenpea-ce, foram abordados seis temasconsiderados prioritários ao meioambiente no Brasil, devido ao ca-ráter de urgência por soluções:Clima/Energia/Nuclear, Florestas/Amazônia/Biodiversidade, Agri-cultura Responsável/Transgênicos,

Rio São Francisco, Resíduos Sóli-dos e Oceanos.

O resultado dessa análise podeser conferido no portal do Gre-enpeace na internet (www.greenpeace.org.br).

Em linhas gerais, os programasdos dois candidatos deixam mui-to a desejar em relação a esses seistemas, mas são totalmente insatis-fatórios principalmente em rela-ção às questões referentes à libe-ração dos organismos genetica-mente modificados (transgênicos)no meio ambiente e à transposi-ção do rio São Francisco, defen-didas pelos dois candidatos. OGreenpeace é contrário tanto à

liberação dos transgênicos quantoà transposição do rio São Francis-co.

“O Greenpeace espera quenossa plataforma ambiental possase juntar a outras que estão sendoconstruídas por organizações dasociedade civil e movimentos so-ciais, ajudando a compor um pa-inel promissor de um futuro me-lhor para todo o povo brasilei-ro”, conclui Frank Guggenheim,diretor-executivo do Greenpea-ce Brasil.

Veja a avaliação do Greenpea-ce em: http://www.greenpeace.org.br/plata forma_politica

Ecologia e educação ambiental nos programas dos candidatosO setor de educação ambien-

tal do grupo ecológico Ecolinksse reuniu para estudar os dois pro-gramas de governo dos candida-tos a presidente da República. Oprograma de meio ambiente doAlckmin está no seguinte ende-reço:

www.geraldo45.org.br/me-t a s / p r o g r a m a M e i o a mbiente.htm e o programa do Lulaestá no seguinte endereço:www.lula.org.br/programa_governo.php

Algumas observações im-portantes:

no programa do Geraldo nãoexistem informações sobre Edu-cação Ambiental. Será que não irãofazer? Não consideram importan-te a educação ambiental?

Sabemos que ambos os progra-mas foram feitos às pressas, sem odevido estudo dos problemas. Porisso, talvez, falte ali exemplos deeducação ambiental que deram

certo e que poderão servir demodelo. Cabe aos defensores daeducação ambiental tentar estabe-lecer diálogo com as candidaturasa fim de transmitir conhecimentoprático e propostas concretas.Convocamos todos os interessadosno assunto a agir nesse sentido.

Programas de contratação e for-mação de técnicos nas áreas deinteresse de desenvolvimento sus-tentável. Nenhum programa entranessa especificidade. Atualmenteexistem alguns convênios do go-verno federal com entidades quepermitiram a contratação de téc-nicos nessas áreas, mas, de novo,devido ao esforço pessoal de al-gumas pessoas do governo fede-ral, e não por uma política de go-verno. No caso do governo doEstado de São Paulo, não temosconhecimento de nenhum con-vênio do tipo – falta informaçõesnos sites do governo e nossos e-mails não foram respondidos.

Melhor aparelhamento do Iba-ma e de outros órgãos de defesado Meio Ambiente: todos os pro-gramas direta ou indiretamenteindicam essa necessidade. Nos pa-rece que o compromisso do go-verno Lula é maior, uma vez queparte deste reaparelhamento já foifeito. Mas, muito ainda há por fa-zer, muito mesmo. Em contraste, aPolícia Ambiental e os órgãos dedefesa ambiental (ex. Cetesb) dogoverno de São Paulo foram de-saparelhados e desprezados peloex-governador Geraldo.

CTNBio – o programa doGeraldo dá plenos poderes a estaentidade. O de Lula mantém amesma posição oscilante atual.Acreditamos que nessa área serádura a luta entre os defensores dosinteresses da sociedade contra osdefensores do interesse imediatis-ta do grande capital.

Os dois programas não descre-vem com consistência como se-

rão implementados aquilo que elespropõem.

Na área de agricultura familiarexiste um claro retrocesso no pro-grama do Geraldo, onde há umaconfusão entre competência ge-rencial e participar da estrutura doagronegócio, na sua versão tradici-onal e anti-ecológica. O Ecolinkspropõe maior organização da agri-cultura familiar através de coope-rativas e da busca pela industrali-zação de produtos através de co-operativas populares. Sabemos dedezenas de bons exemplos nessaárea. É preciso mais treinamento,programas de formação gerencial,investimento em pesquisas, etc. Ogoverno Lula adotou em seu go-verno uma postura mais positiva.Se por um lado incentivou a agri-cultura familiar e a formação decooperativas, por outro lado nãofoi fundo nessa opção.

Mais informações: EquipeEcolinks - [email protected]

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Problemas Ambientais

O Papel das Florestas nasMudanças Ambientais Globais

Por Kenny Tanizaki eClarissa Lucena*

OO desenvolvimen-

to tecnológico dohomem nos últimosséculos foi baseado

principalmente no uso de ener-gia de combustíveis derivados dopetróleo e carvão mineral. Estescombustíveis foram formadospela acumulação de matéria or-gânica por longos períodos geo-lógicos (da ordem de milhões deanos) que o transformaram emuma “sopa” de moléculas orgâni-cas ricas em energia. Ao seremutilizados, emitem carbono sob aforma de gás carbônico, que seacumula na atmosfera.

O acúmulo de gás carbônicona atmosfera provoca o aqueci-mento da superfície da terra, fe-nômeno esse conhecido comoefeito estufa. Outros processosintermediados pelo homem tam-bém contribuem com emissõesde gás carbônico e outros gasesde efeito estufa (1) para a atmos-fera. Entre eles, o uso da terra,determinados processos industri-ais e o tratamento de efluentes eresíduos são as fontes de emissãode carbono para a atmosfera.

O uso da terra provoca o des-matamento pela substituição dasflorestas por áreas produtivas como consumo ou queima da madei-ra existente na floresta. Essa ma-deira é feita principalmente decarbono que depois de seu usoou sua queima vai para a atmos-fera. Alguns processos industriais,como a produção de cimento epapel, também emitem carbonopara a atmosfera, aumentando oefeito estufa. O tratamento deefluentes e resíduos também con-tribuem para o aumento da con-centração de carbono na atmos-fera, seja por emissões de gás car-bônico nas estações de tratamen-to ou pela emissão de metano (2)nos lixões e aterros sanitários.

Esses processos mediados pelohomem vem provocando mudan-ças significativas na composiçãoquímica dos gases da atmosferaque podem estar comprometen-do a vida na terra. Esse processoé chamado de Mudanças Am-bientais Globais (3).

Por isso, quando falamos deMudanças Ambientais Globais, aprimeira coisa que nos vem à ca-beça são as emissões de gás car-

bônico (4) que são despejadas naatmosfera todos os dias pela quei-ma de combustíveis fósseis (5).Sabe-se que as principais fontesdeste gás que por conseguir retercalor, ajuda a aumentar o EfeitoEstufa (6) são a queima de com-bustíveis fósseis, as queimadas emflorestas (7) e os desmatamentosque tem ocorrido desenfreada-mente em todo planeta.

Como diminuir o Efeito Es-tufa e as Mudanças AmbientaisGlobais?

Uma das únicas maneiras dese retirar o carbono acumuladona atmosfera é a fotossínteseque através da energia do sol,gás carbônico e água, as plantasproduzem biomassa sob a for-ma de madeira (celulose) ouaçúcares (carbohidratos).

Parte dos carboidratos ela uti-liza em sua alimentação, e a ou-tra parte ela estoca na madeira,galhos, folhas e raízes. Além des-sa biomassa das árvores (que de-nominamos de Biomassa VivaAcima do Solo), a floresta tam-bém tem outros reservatórios decarbono como por exemplo: osolo, a serrapilheira (formadapela queda de galhos, folhas e

até troncos inteiros que aindanão foram decompostos, masque lentamente vão ser proces-sados pelos organismos do solo)e a biomassa das raízes.

Por isso é que as florestas fun-cionam como um “sumidourode carbono”, ou seja, através dafotossíntese, a planta retira COda atmosfera, nutrientes orgâni-cos do solo e da água, transfor-mando-os em biomassa, que porsua vez ficam estocadas nas flo-restas e seus solos.

Dessa forma, quando se quei-ma uma área de floresta, esta-mos liberando para atmosfera oque esta floresta levou centenasa milhares de anos para incor-porar.

De forma inversa, os reflores-tamentos contribuem para a re-tirada de carbono da atmosfera,que através da fotossíntese au-mentam sua biomassa, estocan-do carbono na sua mader ia.Além desta incorporação decarbono, as florestas exercemgrandes e valiosos serviços soci-ais para a humanidade. Por isso,considera-se que as florestas emregeneração são medidas quecontribuem para a redução doefeito estufa.

Os esforços mundiais parao combate às Mudanças Am-bientais Globais

Com as evidências das Mu-danças Ambientais Globais, hou-ve a necessidade de se reduzi-rem as emissões e estimular oseqüestro do carbono atmosfé-rico. Para isso foi proposto o Pro-tocolo de Quioto (8), um meca-nismo internacional que já entrouem vigor e com isso poderá auxi-liar a humanidade a enfrentar odesafio das Mudanças Globais.Dentro desta perspectiva há ne-cessidade de se desenvolver no-vos métodos de estimativa da ca-pacidade de estoque de carbonoem florestas. Essa quantificação éfeita através de métodos de ava-liação de biomassa em flores-tas (9), que pode ser feita atravésde métodos destrutivos ou nãodestrutivos.

* Kenny é biólogo do LARA-MG - Laboratório de Radioe-cologia e Mudanças Globais/UERJ [email protected] Clarissa é estagiária do LARA-MG - Laboratório de Radioe-cologia e Mudanças Globais/UERJ - Bolsista FAPERJ (cla-rissaluc@ hotmail.com )

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 13

Problemas Ambientais - Para saber mais

(1 ) GASES DE EFEITO ES-TUFA - Os principais gases deefeito estufa são o gás carbônico(CO2), o ozônio (O3), o metano(CH4), o óxido nitroso (N2O) eo vapor d’água (H2O). Outroscompostos voláteis de carbono,como solventes orgânicos, tambémcontribuem para o efeito estufa.Outros gases artificiais como o clo-ro-fluor-carbono (CFC) e simila-res também aumentam o efeitoestufa além de contribuírem paraa destruição da cama de ozônio.

(2) METANO é um gás pro-duzido pela fermentação anaeró-bica (sem oxigênio) de matériaorgânica (tipica de brejos e áreasalagadas) ou pela digestão da ce-lulose no rumem de animais ru-minantes como o gado. Sua com-posição é de uma molécula decarbono e quatro de hidrogênio.É um gás inflamável e com altopoder de retenção de calor, supe-rior inclusive ao gás carbônico. Suaação de efeito estufa, entretanto,é inferior ao gás carbônico porestar em baixas concentrações.

(3) MUDANÇAS AMBI-ENTAIS GLOBAIS - As mu-danças climáticas globais têm sedestacado como um dos maioresproblemas que enfrentamos atu-almente, e que iremos enfrentarno futuro próximo. Na verdade,as mudanças globais sempre ocor-reram naturalmente na história donosso Planeta, alternando ciclos deaquecimento e resfriamento. Esseprocesso possibilitou a formaçãoda atmosfera e a estabilização datemperatura terrestre em níveisadequados à vida. Porém, desde arevolução industrial, no séculoXIX, houve uma queima muitogrande de combustíveis fósseiscom o lançamento de grandesquantidades de carbono para a at-mosfera provocando uma acelera-ção no ciclo de aquecimento glo-bal, ou seja, o planeta está aque-cendo mais rápido do que deve-ria. Essa aceleração tem sido atri-buída ao aumento da concentra-ção de gases de efeito estufa naatmosfera. Esses gases (conhecidoscomo Gases de Efeito estufa) sãoo gás carbônico (CO2), ozônio(O3 ), metano (CH4), o óxido ni-troso (N2 O) e o vapor d’água(H2O). De todos esses gases o maisimportante é o gás carbônico, de-vido à sua enorme concentraçãona atmosfera. Atualmente a suaconcentração na atmosfera é cer-ca de 30% maior que há 250 anosatrás, quando teve início a revolu-ção industrial, quando a queima

de combustíveis fósseis começoua aumentar. As conseqüências dasMudanças Ambientais Globais sãomuito graves e preocupantes, umavez que elas implicam na elevaçãodo nível do mar, em mudanças cli-máticas com aumento de tempes-tades, furacões, secas e chuvas tor-renciais, ou seja, alterações profun-das no clima da Terra. Essas altera-ções devem atingir principalmen-te a agricultura que poderá agra-var os problemas sociais ligados aquestão alimentar.

(4) GÁS CARBÔNICO -O gás carbônico (dióxido de car-bono ou CO2) é o gás de efeitoestufa que mais contribui para oaquecimento da atmosfera. Ape-sar de não ser o gás com maiorpoder de retenção das radiaçõessolares (calor), sendo este postoocupado pelo gás Metano (CH4),ele se destaca dos demais devidoa sua grande concentração na at-mosfera. Como já foi dito anteri-ormente, os responsáveis por essaemissão são os desmatamentos equeimadas (com 25% do total dasemissões) e a queima de combus-tíveis derivados do petróleo (75%do total das emissões), além do tra-tamento de resíduos e efluentes.

(5) COMBUSTÍVEIS FÓS-SEIS - São combustíveis forma-dos pela acumulação de matériaorgânica em depósitos sedimen-tares que após um processo detransformação química que duramilhares de anos se transformamem petróleo, gás natural ou carvãomineral. Geralmente esses depósi-tos eram formados pelo acúmulode organismos marinhos ou flo-restas que foram soterradas.

(6) EFEITO ESTUFA - A ter-ra recebe uma grande quantidadede luz e calor do sol. Essa energiaincide sobre a superfície da terrae parte dessa energia retorna paraa atmosfera, que parte desta con-segue escapar para o espaço. Comojá foi dito anteriormente o gáscarbônico, assim como os outrosgases de efeito estufa (GEEs), sãocapazes de absorver a luz do solrefletida, impedindo-a de retornarpara o espaço. Essa retenção pro-voca um aumento da temperatu-ras da superfície da terra. Esse pro-cesso tem provocado um aumen-to na temperatura da superfície daTerra, o que caracteriza o fenô-meno do Efeito Estufa

(7) QUEIMADAS - As quei-madas ainda são o meio mais utili-zado na preparação de terras à ins-

talação de pasto ou agricultura,principalmente devido a seu cus-to ser baixo. É um método muitopraticado mas que pode provocardiversos prejuízos a proprietáriosde terras e a sociedade. Quandoutilizado próximo a áreas de flo-restas e em períodos de seca (comoacontece na maioria das vezes) ofogo pode invadir a floresta, des-truindo as árvores e outras plantas,matando os animais que nela ha-bitam provocando um prejuízoincalculável. É importante ressal-tar que uma vez queimada, a flo-resta torna-se ainda mais propíciaa sofrer um outro incêndio (me-canismo de retroalimentação po-sitiva), tornando ainda mais difícilsua regeneração. Portanto, a me-lhor medida a ser tomada é defi-nitivamente a prevenção do fogo.

(8) PROTOCOLO DE QUI-OTO - A Convenção Quadro dasNações Unidas sobre Mudança doClima, que foi realizada durante aECO 92, no Rio de Janeiro noano de 1992, ficou marcada comoa primeira tentativa mundial decontrolar as emissões de gases res-ponsáveis pelo efeito estufa. Oobjetivo principal desta conven-ção foi estabilizar a concentraçãodesses gases em níveis que vies-sem a prevenir as interferências dohomem no sistema climático doplaneta. Porém, com o passar dotempo, poucos países demonstra-ram que iriam de fato reduzir suasemissões, o que levou a necessi-dade de novas reuniões das par-tes, onde a de ação mais signifi-cativa até então, foi a reunião re-alizada em Quioto, no Japão, emdezembro de 1997, onde procu-rou-se definir objetivos de redu-ção com quantidades específicaspara cada país. O Protocolo deQuioto foi ratificado por umnúmero de países que somammais de 55% das emissões globais.Porém os Estados Unidos, o mai-or emissor, não apoia o Protoco-lo. Este protocolo também abre apossibilidade de negociações en-tre os países, baseadas nas emis-sões e incorporações negociáveisem uma espécie de Bolsa de Cré-ditos de Carbono, ou seja, um paíspoderá negociar bônus de emis-sões ou sequestro de acordo comsuas obrigações tradtadas no Pro-tocolo. Existe também os Meca-nismos de Desenvolvimento Lim-po (MDL) que beneficiam paísesem desenvolvimento que porven-tura possam reduzir suas emissõesatravés de tecnologias mais limpaque evitem emissões de carbono.Esse repasse de tecnologias tam-

bém seriam valorados no merca-do de carbono. O Brasil poderáter um papel bastante relevanteneste mercado devido a sua gran-de extensão territorial e elevadopotencial de incorporação de car-bono em suas florestas e terras.Os Mecanismos de Desenvolvi-mento Limpo permitirão que to-dos os países possam efetivamen-te contribuir para redução dosefeitos negativos das mudançasglobais, podendo gerar fundos eincentivos para reflorestamentos,grandes projetos de conservaçãode florestas e fomento do desen-volvimento limpo.

(9) MÉTODOS DE AVALI-AÇÃO DE BIOMASSA EMFLORESTAS - O estudo dabiomassa em ecossistemas flores-tais assumiu atualmente uma gran-de importância, principalmentepor possibilitar a valoração do car-bono estocado nas florestas. Como potencial de ratificação do Pro-tocolo de Quioto, está se for-mando um mercado internacio-nal (comodity) de carbono, quepossibilita a negociação de bônusde carbono entre os países obri-gados a reduzirem suas emissõese outros que possam contribuircom o seqüestro de carbono,mesmo que não obrigados. Essesmecanismos de flexibilização sãochamados de MDL - Mecanis-mo de Desenvolvimento Limpoe Joint Implementation, poden-do estimular a conservação de flo-restas e o reflorestamento de áre-as degradadas. A Biomassa total dasflorestas (BT), encontra-se arma-zenada em diferentes comparti-mentos, e seu valor é estimadoatravés do somatório de cada umdesses, que compreende a Bio-massa viva acima do solo (BVAS),que abrange desde a base dotronco até a copa; a Biomassa sub-terrânea (BS) que compreende asraízes vivas; a Biomassa morta (BM)que compreende as folhas, raízese galhos e outras partes mortas dovegetal que caem no solo e aindanão foram decompostas e a Ma-téria orgânica do solo (MOS),que compreende as partes já de-compostas. Nas florestas tropicais,a maior parte dessa biomassa totalse encontra nas árvores, principal-mente na BVAS, sob forma de ma-deira fresca (cerca de 70% da bio-massa total) com significativa pre-sença de água (cerca de 15% a 20%).

Fonte: http://www.florestasdo fu tu ro.o r g . b r /p ag in a s /home.php?pg=mud_glob_mcg

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Educação Ambiental

Dicas para proteção aomeio ambiente

ELETRODOMÉSTICO

1) Evite comprar eletrodomés-ticos que não sejam muito ne-cessários, como facas elétricas,máquinas de fazer sucos, maqui-nas de café, etc.

2) Não utilize a parte de trásda geladeira para secar roupas esapatos.

3) Compre geladeiras como oselo “greenfreeze”, sem o gás CFC,que ataca a camada de ozônio.

4) Evite colocar alimentosquentes na geladeira, por aumen-tar o consumo de energia.

5) Não coloque a geladeiraperto do fogão ou de uma janelaque recebe muito Sol; ela terá detrabalhar mais para se manter fria.

6) Feche sempre bem a portada geladeira. Aberta, há um maiorconsumo de energia para mantera temperatura. Não deixa a portaaberta enquanto pensa no que vaitirar dela, nem a abra e feche re-petidas vezes.

7) Evite manter a temperaturainterna do refrigerador inferior a5 ou 6 graus. Isso aumenta o con-sumo energético em cerca de 7%.

8) Prefira geladeira com des-congelamento manual por gastarmenos energia.

9) Opte por lavar roupas namaquina a frio. Isso economiza de80% a 92% de energia.

10) Só lave roupa com máqui-na cheia. Cada lavagem consome150 litros de água.

11) Só use a secadora de rou-pas em casos extremos, de muitofrio ou muita chuva.

12) Prefira panelas de pressão.Mais rápidas, elas consomem me-nos energia.

13) Procure sempre tampar aspanelas, especialmente para aque-cer a água ou sopa. Isso pode re-duzir em 30% a energia necessá-ria e o tempo de preparação.

14) Desligue as bocas de fo-gão minutos antes de a comidaficar pronta. Elas ainda se mante-rão quentes por um tempo. Omesmo pode ser feito com o fer-ro de passar.

15) O vapor do ferro aumen-ta o consumo de eletricidade. Porisso passe ferro com a roupa umpouco úmida ou use um borri-fador.

ALIMENTOS

16) Evite comprar alimentosque contenham aditivos, coran-tes e conservantes desnecessári-os.

17) Compre furtas e vegetaisorgânicos, por não usarem agro-tóxicos em seu cultivo

18) Procure se certificar de quea carne comprada provém de ani-mais criados em boas condiçõese mortos sem sofrimento desne-cessário.

19) Recuse serviço de fast foodcom excesso de produtos descar-táveis, como guardanapos, copos,canudos, colherzinha de plástico,pacotes de ketchup e maionese,etc.

20) Evite comprar peixes comtamanhos abaixo dos estipuladospor lei. No site da Polícia Militarde São Paulo é possível conferiros tamanhos de peixes do mar:http://www.polmil.sp.gov.br/uni-dades/cpfm_tab_peixe.htm

PILHAS

21) Utilize, sempre que possí-

vel eletricidade em vez de pilhas.22) Prefira pilhas recarregáveis

e sem adição de mercúrio.23) Pilhas usadas podem ser

descartadas nos postos postos au-torizados de cada marca, comoRayovac, Duracell, Sony. Os sitese os serviços de atendimento aoconsumidor fornecem os ende-reços.

PAPÉIS

24) Evite papéis decorados,engessados ou perfumados. Osquímicos que carregam dificul-tam a reciclagem.

25) Os papéis para reciclagemnão deve ser amassados, mas simdobrados, para não ocupar volu-me.

26) Evite o papel alumínio nacozinha. A extração de bauxitacostuma destruir grandes áreas deflorestas e a transformação debauxita em alumínio desperdiçaenergia.

27) Use pano em lugar de pa-pel no dia-a-dia da cozinha, in-clusive como guardanapos.Evitecolocar alimentos quentes na ge-

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ladeira, por aumentar o consumode energia.

28) Compre papel higiêniconão branqueado com cloro. Obranqueamento produz dioxinasque, uma vez em rios, matam pei-xes.

29) Prefira produtos de papéisreciclados. A média de desperdí-cio de papel, por ano, numa casacomum, corresponde a seis árvo-res.

30) Use uma foto copiadoraque imprima frente e verso e re-aproveite papéis impressos em umsó lado para rascunho

ILUMINAÇÃO

31) Procure utilizar iluminaçãonatural ou lâmpadas fluorescen-te, que gastam a quarta parte deenergia que gastam uma incan-descente, e duram mais.

32) Apague as luzes quandonão precisar delas. Diminuir osgastos de eletricidade ajuda a re-duzir a produção de dióxido deenxofre proveniente das centraiselétricas.

33) Pinte os cômodos da casacom cores claras. Cores escurasabsorvem luz e as claras refletem.

34) Se possível instale sensoresde ocupação que desligam as lu-zes sempre que o cômodo esti-ver ocupado

LIMPEZA DA CASA

35) Opte por uma solução devinagre ou limão diluídos em água,em quantidades iguais, para lim-par vidros e espelhos e tirar a gor-dura.

36) Substitua aerossóis ou sprayspelos roll-on (especialmente osrecarregáveis), pelos sticks ou pe-los pulverizadores de compressão.

37) Evite os desinfetantes co-loridos colocados nas bordas dosvasos sanitários, porque são mui-tos poluentes.

38) Troque a descarga comválvulas (que gastam 10 a 30 litrosquando acionadas) por aquelasque acompanham caixas de 6 li-tros de água.

39) Use tintas com baixo teorde solvente. Essências como a te-rebintina (líquido obtido de pi-nheiros, usado na mistura de tin-tas e vernizes e polidores) devemser usadas na menores quantida-des possíveis.

CARRO

40) Ao lavar o carro com man-

Educação Ambiental

gueira, gasta-se, em média, 570 li-tros de água. Se você usar baldes,gastará um décimo disso.

41) Visite oficina regularmen-te e verifique a emissão de fuma-ça do seu carro

42) Sempre que possível, utili-ze os transportes públicos, comometrô e ônibus, pegue carona,ande a pé ou de bicicleta. Assim,ajudará a reduzir a poluição.

43) A velocidade que conso-me menos combustível é a mo-derada. Acelere gradualmente

44) Mantenha a pressão cor-reta dos pneus, para impedir o des-gaste prematuro deles e para pou-par gasolina.

45) Não compre um auto-

móvel maior do que as suas ne-cessidades. Carros mais pesadosutilizam até 50% mais de com-bustível do que os modelos maisleves.

CIDADANIA

46) Denuncie crimes ambientais,queimadas, desmatamentos ou obrasde grande impacto no ambiente pelaLinha Verde do Ibama no sitewww.ibama.gov.br ou pelo [email protected]

47) Participe da Campanha deAdoção de Floresta com Araucária.No site da Sociedade de Pesquisa emVida Selvagem e EducaçãoAmbiental(SPVS), é possível “adotar”

áreas nos poucos remanescentes deflorestas com araucária que aindaexistem. Consulte o site http://www.spvs.org.br/ . Entre em con-tato enviando e-mail [email protected]. Ou ligueno telefone (0xx41) 3242-0280

48) Obtenha mais detalhes dascampanhas e atos realizados peloGreenpeace no Brasil e no mundoacessando o site www.greenpeace.org.br/ . Veja como pode ajudar napreservação da Amazônia, do climae dos Oceanos.

Fonte: Rede 3setor http://br.groups.yahoo.com/group/3setor

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18 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

Consumo Consciente

O que fazer com pilhas ebaterias usadas?

OCONAMA - Conse-lho Nacional do MeioAmbiente, aprovou epublicou em 22/07/

1999, a Resolução de Nº 257,complementada pela de Nº 263de 12/11/1999, que disciplina ogerenciamento de Pilhas e Ba-terias em todo o território na-cional. Esta Resolução estabe-lece no seu Artigo 1º, que aspilhas e baterias que contenhamem suas composições chumbo,cádmio, mercúrio e seus com-postos deverão, após o seu es-gotamento energético, ser entre-gue pelos usuários aos estabe-lecimentos que as comercializamou à rede de Assistência Técni-ca autorizada pelas respectivasindústrias, para que estes repas-sem aos fabricantes ou impor-tadores, para que sejam adota-dos por estes últimos ou porterceiros, procedimentos de reu-tilização, reciclagem, tratamentoou disposição final ambiental-mente adequada.

O texto apresenta ainda, asdefinições dos diversos tipos depilhas e baterias abrangidas pelaResolução e, nos seus Artigos 5ºe 6º estão estipulados limites deconcentração dos elementoschumbo, cádmio e mercúrio,que deverão ser atendidos pe-los fabricantes ou importadores,para as pilhas do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês(que são as pilhas comuns, uti-lizadas em lanternas, rádios,brinquedos, gravadores, etc.).

No Artigo 13º está previstoque as pilhas e bater ias, queatenderem aos limites previstosno Artigo 6º, poderão ser dis-

postas juntamente com os resí-duos domiciliares, em aterrossanitários licenciados. Os fabri-cantes e importadores deverãoidentificar os produtos que es-tão de acordo com os limitesimpostos, e que podem ser dis-postos junto com os resíduosdomiciliares, através da coloca-ção nas embalagens e, quandocouber, nos produtos, símbolosque permitam ao usuário dis-tingui-los dos demais tipos depilhas e baterias comercializados.

Foi estabelecido, no Artigo11, um prazo de 12 (doze) me-ses, a partir da publicação daResolução, para que os fabrican-tes, os importadores, a rede au-torizada de assistência técnica eos comerciantes de pilhas e ba-terias implantem os mecanismosoperacionais para a coleta, trans-porte e armazenamento dasmesmas.

SITUAÇÃO ATUALO Ministério do Meio Am-

biente realizou várias reuniõescom o setor produtivo, para ava-liação das providências tomadaspara atendimento à Resoluçãoe concluiu-se que, de maneirageral, as empresas estão provi-denciando seus sistemas e suasações no sentido de atender sa-tisfatoriamente o disposto naResolução. Todos os setores en-volvidos, fabricantes, importado-res, operadoras de telefonia ce-lular, Confederação Nacional doComércio e Associação Brasileirade Supermercados participaramde uma reunião com o Minis-tério do Meio Ambiente, ondeforam apresentadas as ações já

tomadas, e as que estão ainda emandamento, para o cumprimen-to satisfatório ao disposto naResolução.

Resumidamdente, temos aseguinte situação atual:

Setor de Baterias Industri-ais: Já providenciou a comuni-cação com as partes interessa-das, para que o produto após es-gotamento de sua vida útil, sejadevolvido ao fabricante.

Setor de Baterias Automo-tivas: Emitiu 30.000 cartazes queestão sendo enviados a todos ospontos de comercialização deseus produtos, com orientaçãosobre os perigos do descarte ina-dequado desses produtos aosmeio ambiente e à necessidadede proceder a devolução dosmesmos aos comerciantes, paraposterior envio aos fabricantes.Estão sendo alteradas as etique-tas que são colocadas nas emba-lagens, para informar aos usuári-os como proceder.

Baterias de Telefonia Celu-lar: Todos os fabricantes, à ex-ceção da QUALCOM (quenunca comercializou bateriascom as substâncias abrangidaspela Resolução), já providenci-aram seus sistemas e mecanismosoperacionais para a coleta dasbaterias inservíveis. Estão sendoprovidenciadas as alterações nasetiquetas, para informar aos usu-ários como proceder.

Pilhas Comuns: Todos os pro-dutos dos fabricantes e importa-dores desse tipo de pilhas, estãosendo fabricados, desde o início

do ano, com eliminação total demercúrio, cádmio e chumbo, ouem alguns poucos casos, abaixodos limites referidos no Art. 6º daResolução, o que permite a suadisposição junto com os resíduosdomiciliares em aterros sanitári-os. Os fabricantes encaminharamao Ministério do Meio Ambien-te as Declarações de Conformi-dade, que atestam o atendimen-to aos limites estabelecidos naResolução.

CONCLUSÃODe maneira geral, tem-se que

deverão ser devolvidas aos esta-belecimentos que as comerci-alizam ou à rede de AssistênciaTécnica autorizada pelas respec-tivas indústrias:

• As baterias de Celular (exce-ção da QUALCOM);

• As baterias automotivas;• As baterias industriais; e• As pilhas que não atende-

rem aos limites da Resolução.Os fabricantes estão obrigados

a informar nas embalagens danecessidade ou não da devolu-ção.

Cabe portanto frisar que aspilhas comuns, de acordo com adeclaração dos fabricantes, estãoem conformidade com o artigo 6ºda Resolução, não sendo obriga-tório o recebimento por parte doscomerciantes, distribuidores e fa-bricantes, ou seja pilhas comunsdevem ser colocadas no lixo co-mum, objeto de coleta pública.

Fonte: http://www.ambiente.sp.gov.b r/p i lha s_ba te r i a s/pilhas_baterias.htm

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 19

Gestão Ambiental

4º Benchmarking seleciona e apresenta osmelhores exemplos da responsabilidadesocioambiental do país

Idealizado e realizadopela MAISPROJE-TOS – Gestão e Ca-pacitação Socioam-

biental, o Benchmarking Am-biental promove o desenvolvi-mento técnico gerencial dosgestores brasileiros e incentivaa adoção das boas práticas nas

instituições brasileiras contri-buindo para tornar os princí-pios e objetivos da sustentabi-lidade mais próximos de nossarealidade.

A quarta versão teve 28 Ca-ses Vencedores e passam a inte-grar um banco de dados de li-vre acesso pela internet, que

totaliza 86 modelos gerenciaisreconhecidos como o que háde melhor em práticas de sus-tentabilidade realizadas no país.

Os Cases Vencedores destaedição foram aque le s queapresentaram eficácia e inova-ção nas soluções adotadas paraenfrentar os desafios do geren-

ciamento socioambiental res-ponsável e competitivo. Açõesque comprovaram benefícios àinstituição, à comunidade e aomeio ambiente natural, e queestão alinhadas com as três di-mensões da sustentabilidade: aeconômica, a social e a ambi-ental.

Cases Vencedores 2006

Cases Menção Honrosa

(*) Mais informações com Assessoria de Imprensa Mais Projetos (11) 3257-9660/ 3259-1846 [email protected]

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De olho na ImprensaPor Marilena Lino de A.Lavorato (*)

08/09/2006 - 37,3%DAS ÁREAS SOB PRO-TEÇÃO NA AMAZÔNIASOFREM DESMATA-MENTO

A simples demarcação dasunidades de conservação naAmazônia Legal não é sufici-ente para impedir a derruba-da da floresta. A pressão da ati-vidade humana ameaça 37,3%das áreas sob proteção legal,revela um cruzamento de da-dos de mapas digitais feitos porpesquisadores brasileiros. Osdados são referentes ao desflo-restamento acumulado até2004. O quadro mais dramáti-co é o do Maranhão. Das 20áreas protegidas estudadas noEstado, 17 não estão contendoo processo de desmatamento.“Isso não significa que unida-des de conservação não funci-onem. Muito pelo contrário.Elas são ferramentas importan-tes para a preservação da flo-resta” diz Leandro Ferreira, doMuseu Paraense Emílio Goel-di, autor do estudo. Ele contoucom a colaboração de Eduar-do Venticinque, da ONG Wil-dlife Conservation Society, nacompilação dos dados. Das 727unidades de conservação daAmazônia, a pesquisa analisou424. Juntas, elas somam mais de150 milhões de hectares. Fon-te: http://www1.folha.uol.c o m . b r / f o l h a / c i e n c i a /ult306u15325. shtml

02/10/2006 – EUROPADETECTA PERDA RE-CORDE NA CAMADADE OZÔNIO

As medidas da camada deozônio tomadas pela AgênciaEspacial Européia (AEE) naregião do Pólo Sul revelaramuma perda de 40 milhões detoneladas de ozônio nesta se-gunda-feira, ultrapassando orecorde de 39 milhões de to-neladas de perda registradosem 2000.O índice de perda doozônio é registrado a partir dasmedidas da área e da profun-didade do buraco na camada,fornecidas pelo satéliteEnvisat.O tamanho do buracona camada de ozônio em 2006 éde 28 milhões de quilômetrosquadrados, quase tão grandequanto a extensão recorde re-

gistrada em 2000.Uma unidadeDobson é a uma unidade demedida que descreve a densi-dade da camada de ozônio emuma coluna diretamente acimado local onde está sendo feita aanálise.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/s t o r y / 2 0 0 6 / 1 0 /061002_ozoniorecordefn.shtml

03/10/2006 – CIENTIS-TA ALERTA PARA IM-PACTO ECONÔMICODE MUDANÇAS CLIMÁ-TICAS

Segundo o cientista do go-verno britânico Nicholas Stern,ex-economista-chefe do Ban-co Mundial, o mundo deveagir imediatamente para con-ter as mudanças climáticas.Caso contrário, o preço seráalto no futuro. ConformeStern, a busca de energias al-ternativas é uma opção quefaz sentido econômico e am-biental. De acordo com o ci-entista, os custos econômicos(sem falar nos custos huma-nos e ambientais) de não agiragora devem superar em mui-to os custos de prevenção.Stern participa de um encon-tro de dois dias entre minis-tros de Energia e do MeioAmbiente dos 20 países maispoluidores do mundo, inicia-do nesta terça-feira na cidadede Monterrey, no México. Osrepresentantes dos países es-tão debatendo os desafios eco-nômicos na luta contra asmudanças climáticas, tecnolo-gias limpas e nível de investi-mento dos setores público eprivado. Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/cien-c i a / s t o r y / 2 0 0 6 10 0 6 1 0 0 4 _ m o n t e r r e y _ac.shtml

05/10/2006 – OMS DIZQUE POLUIÇÃO DO ARMATA 2 MILHÕES AOANO

A Organização Mundial daSaúde (OMS) pediu que osgovernos melhorem a quali-dade do ar nas cidades, dizen-do que a poluição atmosféri-ca mata dois milhões de pes-soas anualmente, com mais dametade dessas mortes ocor-

rendo em países em desenvol-vimento. Reduzir o tipo depoluição conhecido comPM10 - matéria particuladamenor que 10 micrômetros -poderia salvar até 300.000 vi-das a cada ano, de acordo comnota emitida pelo escritórioregional da OMS em Manila,nas Filipinas. A poluição PM10é provocada, principalmente,pela queima de combustíveis,fósseis ou de outros tipos. Aspartículas são tão pequenasque escapam dos filtros natu-rais no nariz e da garganta, evão parar nos pulmões, ondeprovocam problemas de saú-de. A matéria particulada éconsiderada a pior ameaça paraa saúde em termos de polui-ção do ar, mas as normas daOMS para qualidade do artambém recomendam umaredução dos níveis de ozôniona baixa atmosfera para 100microgramas por metro cúbi-co.. As normas também pe-dem uma redução do dióxi-do de enxofre para 20 micro-gramas, ante um limite ante-rior de 125. Fonte: http://www.estadao.com.br/ciencia/no t i c i a s /2006/ou t /05/184.htm

09/10/2006 – POLUI-ÇÃO MATA MILHARESDE PEIXES DO RS

Milhares de peixes mortos,de pelo menos 10 espécies,foram vistos boiando no Riodos Sinos, no Rio Grande doSul, neste final de semana, in-forma o jornal gaúcho ZeroHora. Os peixes estavam es-palhados ao longo de um tre-cho de 15 km do rio, queabastece 1,3 milhão de pes-soas. A Fundação Estadual deProteção Ambiental (Fepam)Henrique Luis Roessler in-vestiga as causas do desastreambiental. O problema foiidentificado no sábado à tar-de. No domingo, informa oZero Hora, técnicos da Fepame da Secretaria Municipal deMeio Ambiente de São Leo-poldo percorreram um trechode 10 quilômetros do r io,onde a situação é mais crítica.Uma análise preliminar indi-cou como causa o lançamen-to clandestino de restos in-

dustriais no Arroio Portão,que desemboca no Sinos.Com o excesso de poluição,os peixes ficam sem oxigênioe sobem à tona, onde mor-rem. Fonte: http://www.estadao.com.br/ciencia/noti-cias/2006/out/09/135.htm

18/10/2006 – ESTU-DOS PREVÊ MUNDOÁRIDO E PERIGOSOEM 2025

Um estudo do Instituto deEstudos de Segurança daUnião Européia (ISS, em in-glês) alerta que o mundo, em2025, será mais poluído, áridoe perigoso - com o ressurgi-mento de doenças como atuberculose.As projeções, quecobrem tendências globais emeconomia, política e demogra-fia, foram feitas por especialistasdo ISS, uma agência autônomacriada pela União Européiapara prestar assessoria em suasdecisões de política exterior edefesa.Segundo o documento“O Novo Quebra-Cabeças Global“ se todos os países seguirem ocaminho atual, dentro de vinteanos “o mundo estará mais po-voado, explorado, contaminadoe árido”.Os especialistas esti-mam que a população mundi-al aumentará em 23,4%, impul-sionada, principalmente, pelospaíses em desenvolvimento, queserão responsáveis por 90% dosseres humanos. Capacidadeseconômica e militar, emboracontinuem como “fatores cru-ciais”, já não serão as únicas de-terminantes do poder, prevê orelatório.Cada vez mais cresce-rá a importância de se controlarrecursos naturais, avançar na pro-dução de conhecimento e agirem “legitimidade diante da opi-nião pública”. Nesse sentido, adisponibilidade de recursosenergéticos dará ao Brasil um“papel-chave” em 2025, diz oestudo. Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/10/061018_relatiss_bizotto_pu.shtml

(*) esta coluna é uma cola-boração da “Mais Projetos Ges-tão e Capacitação Socioambi-ental” http://www.maisprojetos.com.br/conteudos/clipping.htm

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22 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

Educação Ambiental

O que pensam, sobre meioambiente, os alunos doensino fundamental

OEm apoio ao traba-

lho da Comissão Or-ganizadora de realiza-ção da Conferência

Estadual Infanto-Juvenil peloMeio Ambiente de 2005 (ES),evento que selecionou os dele-gados do Espírito Santo que par-ticipariam da II Conferência Na-cional Infanto-Juvenil pelo MeioAmbiente (Brasília, abril de 2006),o Núcleo de Estudos em Percep-ção Ambiental / NEPA, da Fa-culdade Brasileira - UNIVIX ,estruturou e aplicou uma pesquisade percepção ambiental aos cer-ca de 600 estudantes, de escolaspúblicas e privadas, que se can-didataram, através de suas escolas,a serem delegados do ES noevento nacional.

A pesquisa tomou como basemetodologia desenvolvida peloNEPA, aplicada em várias outraspesquisas com idêntico objetivos,ação que foi apoiada pela Cia. Si-derúrgica de Tubarão e a AracruzCelulose, possibilitando o enviode uma equipe de pesquisa (co-ordenação e 5 pesquisadoras)para aplicar a metodologia emBrasília.

Este trabalho pode ser consi-derado como inédito no Brasil,uma vez que não há registro denenhuma pesquisa anterior vol-tada especificamente a análise do“que pensam, sobre meio ambi-ente, os estudantes do ensinofundamental no Espírito Santoou Brasil”, uma vez que as pes-quisas existentes, estruturadaspelo MMA / ISER, dizem res-peito ao conhecimento de como“os brasileiros pensam o meioambiente” e “como pensam osdelegados da II ConferênciaNacional do Meio Ambiente”,envolvendo adultos (mais de 17anos), enquanto a pesquisa de-senvolvida pelo NEPA no ESenvolveu apenas estudantes de 11a 17 anos). Portanto, é uma inici-ativa pioneira que deverá ser le-vada, como já vem ocorrendo, paraoutros estados da federação, vi-sando formatar bancos de dadosestaduais de cidadania ambientalque possam servir de base, emrelação aos educadores ambien-tais locais, para a estruturação deprogramas de Educação Ambien-tal que atendam, entre outras ne-

cessidades, as efetivas demandasdos estudantes, ampliando a efi-cácia dos mesmos para além doconhecimento individual ou co-letivo dos educadores envolvidosem suas formulações.

1 - Perfil dos entrevista-dos

- Gênero: 64% feminino- Idade: 11 a 17 anos- Maior incidência em 14 anos

(31,4%).- Total de entrevistados: 609

estudantes- Municípios: 67 municípios

do estado- Rede escolar Rede municipal – 43,5% Rede estadual – 34,3% Rede particular – 21,8%- Séries em que estão matri-

culados: Quinta a oitava séries(ensino fundamental)

- Trabalha além de estudar: Sim- 7,9%

2. Percepção dos entre-vistados quanto ao meioambiente- Em sala de aula, quando vocêcomeçou a estudar, como eramdiscutidos os assuntos ligados

ao meio ambienteFreqüentemente – 46,5%Eventualmente – 37,4%Raramente ou nunca – 15,6%

- Já fez algum curso, partici-pou de algum evento ou pro-grama ligado ao meio ambi-ente: Sim – 54,7%

- O assunto meio ambiente seráimportante na sua formaçãoprofissional: Sim – 90,3%

- Se na sua escola fosse ofere-cido um curso sobre meio am-biente:Faria, dependendo do assunto –26,1%Faria, qualquer que fosse o assun-to – 73,6%

- Mês de comemoração da Se-mana Nacional do Meio Am-biente: Junho – 77,5%- Acredita no trabalho das ONGsambientalistasSim – 56,3%Às vezes tenho dúvidas – 41,2%

- Tem costume de acessar sitesligados à temática ambiental:

Não – 80,6%- Lê jornal:Todo dia – 9,5%Nem sempre – 56%Apenas no domingo – 10,2%Não leio – 24,3%

- Quem é o responsável porzelar pelo meio ambienteTodos – 97,4%Sociedade – 1,6%

- Conhece alguma ONG am-bientalista que atue (já atuou)no seu bairro: Não – 76,2%- Leis na área ambiental:Precisamos de mais leis – 14,9%Aplicar as existentes – 18,4%Usar as existentes e criar outras –65,8%

- Você contribuiria mensal-mente para manter uma ONGambientalista: Não – 57,1%- O movimento comunitário doseu bairro está sintonizadocom meio ambiente:O tempo todo – 14,8%Às vezes – 60,6%Não – 10,8%Não conheço o movimento co-munitário – 13,3%

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 23

Pesquisa Ambiental

- Participa de alguma ação li-gada ao meio ambiente na suacomunidade: Não – 70,6%- O que é a sigla SEAMA: Acer-taram – 52,5%

- Os órgãos ambientais (fede-ral, estadual e municipais) atu-am de forma efetivaSim – 15,6%Parcialmente – 56,2%Não – 16,6%

- E os órgãos (estadual e mu-nicipais) ligados à área de Edu-caçãoSim – 39,2%Parcialmente – 45,3%Não – 8,2%

- O que fazer com a FlorestaAmazônicaPreservar totalmente – 16,4%Preservar parcialmente – 5,6%Preservar totalmente, mas ofere-cer trabalho alternativo às pesso-as – 78%

- Uma pessoa sozinha podeimpedir/evitar que ocorra umdano ambiental no local ondemora: Não – 80%

- Relação entre níveis de po-luição e saúde da populaçãoSim, mas apenas em alguns casos– 64,4%Sim, em todos os casos – 34,3%

- Em que você se basearia paraescolher uma empresa modelona área ambientalInformações de jornal – 16,1%Informações pelo rádio – 6,2%Informações pela TV – 58%Ouvir pessoas não ligadas às em-presas – 9,9%Ouvir funcionários das empresas– 14,9%Material distribuído pelas empre-sas – 14,4%Material distribuído pelas ONGs– 38,3%Material distribuído pelo movi-mento comunitário – 27,3%

- As empresas apóiam as açõesambientais no seu municípioSim – 13,1%Parcialmente – 45%Não – 30,7%

- Como você avalia a ação damídia nos assuntos ligados aomeio ambiente: Sim – 59,9%

- Quando você pensa na pala-

vra “indústria” qual a outra quevem logo a seguir na sua ca-beçaPoluição – 65,2%Desenvolvimento – 14,8%Emprego – 14,1%

- Na hora de comprar um pro-duto, o que você leva em contaPreço – 47,5%Qualidade – 74,2%Embalagem – 14,1%Marca – 7,7%Preocupação ambiental – 52,9%

- Como é a qualidade de vida(ponto de vista ambiental) doseu municípioÓtimo – 4,1%Bom – 26,4%Regular – 57,8%Ruim – 8,5%Péssimo – 2,8%

- O que fazer com os carroscom mais de 15 anosNão deveriam ser retirados decirculação – 18,2%Não retirar, mas pagar uma taxapela poluição gerada – 41,9%Retirar de circulação – 39,2%

- No dia-a-dia você percebe (jápercebeu) algo que poderia fa-zer pelo meio ambienteNão – 23,8%Sim, e já fiz (ou estou fazendo) –34,3%Sim, mas é difícil convencer osoutros a aceitar – 39,2%

- Tem interesse por assuntos li-gados ao meio ambienteSim – 84,1%Às vezes – 15,1%

- Como o assunto meio ambi-ente é tratado na sua casaSempre – 18,9%Quase sempre – 39,9%Poucas vezes – 38,1%

- Defina o nível de incomodoquanto a problemas ambientaisobservados no seu municípioPoluição da águas – incomodamuito (64,9%)Poluição do ar – incomoda mui-to (54,5%)Poluição sonora – incomoda pou-co (34,8%) / incomoda (39.7%)Poluição visual – incomoda(33,8%) / incomoda muito(36,5%)Lixo não acondicionado – inco-moda muito (64,5%)Desmatamento – incomoda mui-to (73,9%)

Esgoto não tratado – incomodamuito (77%)Destruição dos mangues – inco-moda (37,9%)Uso abusivo de agrotóxico – in-comodo muito (63,5%)Extração de recursos minerais –incomoda (39,1%)Contaminação do solo – incomo-da muito (49,8%)Ocupação desordenada das en-costas – incomoda (39,2%) / in-comoda muito (41,5%)

- Para resolver um problemaambiental no seu bairro quetipo de ação adotariaNão faria nada – 1,6%Abaixo-assinado – 22,7%Ajuda de político – 7,6%Manifestação de rua – 24%Contato com o órgão ambiental– 49,9%Participar de uma Audiência Pú-blica convocada pelo órgão am-biental – 21,7%Contatar a mídia – 18,9%Reunião na comunidade – 13,6%Filiação um partido político quedefenda o meio ambiente – 3,9%Filiação a uma ONG ambienta-lista – 12,2%

- Da relação dos 20 maioresproblemas ambientais do mun-do, indique aqueles que vocêgostaria de ter maiores infor-maçõesEfeito El Nino – 60,8%Engenharia Genética – 64,2%Mudanças Climáticas – 13,3%Desmatamento e desertificação –13,6%Degradação da zona costeira –33,2%Aumento do nível dos oceanos– 28,2%Emissão dos escapamentos dosveículos – 17,2%Redução da Camada de Ozônio– 25,6%Crescimento da população – 7,4%Poluição do ar – 11%Pobreza – 7,4%Poluição dos mares – 13,1%Escassez de água – 23,6%Poluição das águas – 11,3%Colapso dos pesqueiros nos ma-res - 59,8%Emissão das chaminés das indús-trias – 17,7%Consumo de energia – 10%Perda de biodiversidade – 31%Desperdício de recursos naturais– 23,5%Poluição do solo – 14,9%

- Pode haver desenvolvimento(econômico e social) sem

agressão ao meio ambiente:Sim – 60,9%Há casos onde a agressão é o preçopago pelo desenvolvimento –21%A agressão é inerente a todo pro-cesso de desenvolvimento – 13,1%

- Você aceitaria, no seu muni-cípio, um pouco de poluiçãoem troca de mais empregos:Não – 70,4%

- Qual o segmento econômicoque mais consome água noBrasilAbastecimento público – 53,2%Indústrias – 13,8%Comércio – 0,7%Agricultura – 13%Não há diferença entre eles – 18,2

- Se fosse exigido por lei sepa-rar o lixo (coleta seletiva)Ninguém faria, pois dá muito tra-balho – 2,3%Só alguns fariam – 88,2%Todos fariam – 8,9%

- Você pagaria mais por umproduto que agredisse menoso meio ambiente: Sim – 89%

- Sabe o que são transgênicos/ organismos geneticamentemodificados: Sim – 67,3%

- Eles interferem no meio am-biente e causam mal a saúde:Sim – 73,7%

- Onde você joga pilhas e lâm-padas fluorescentes usadasLixo doméstico – 73,4%Locais próprios para tais – 17,2%Devolvo na loja onde os comprei– 8,2%

- Em que condições uma áreade mangue poderá ser aterradaÁrea de loteamento para famíliasde baixa renda – 3,4%Área perto da cidade e o cheiroé forte – 15,1%Os mangues não podem ser ater-rados – 74,5%

Fonte: Resultados publicados

no Jornal A Gazeta – Vitória /ES, Caderno Dois, em 3 de ou-tubro de 2006, com o título “Ino-vação na pesquisa em percepçãoambiental”. Mais informações:Roosevelt S. Fernandes - Núcleoe Estudos em Percepção Ambi-ental / NEPA - [email protected]

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REBIA NORDESTE

Movimentos selam compromisso emdefesa do Rio São Francisco

T

Por Simone de Moraes([email protected])

rês dias de debates,mobilizações e atosmarcaram a retomadada articulação popular

contra a transposição do São Fran-cisco, culminando com uma ca-minhada guiada por um alegóri-co surubim, de cerca de 50 me-tros, que, saindo da ilha de As-sunção, território pernambucanodos índios Truká, atravessou aponte e percorreu avenidas asfal-tadas e ruazinhas de barro, ladea-das por casebres, de Cabrobó (Pe),para aportar na beira do Rio, ondeos manifestantes celebraram ocompromisso de defender a “ver-dadeira revitalização” do VelhoChico.

MARCOS VIRARAMCINZA - O surubim, que vol-teou por Cabrobó, já tinha guia-do manifestação em Paulo Afon-so (Ba), no 4 de outubro, cele-brando os 505 anos da descober-ta do Opará, (“rio-mar”, dos ín-dios), pelo português AméricoVespúcio. O protesto dos pesca-dores, indígenas, quilombolas, pe-quenos agricultores e ambienta-listas iniciado na “Prainha”, namargem do Rio, que tambémmarcou um ano da greve de fomedo Bispo da Diocese de Barra(Ba), frei Luiz Cappio, contra atransposição, foi encerrado em

frente ao escritório da Codevasf,com a queima de cerca de 50marcos da obra arrancados da áreapor ribeirinhos.

Na mesma data, D. Luiz, queganhou fama internacional como jejum de 11 dias, também co-memorou aniversário (60 anos).Em meio às congratulações porsua luta pela revitalização do Rio,advertiu os futuros governantessobre a necessidade de ouvir aspopulações contrárias à obra, quecontinua suspensa por liminaresdo Supremo Tribunal Federal,obtidas em ação conjunta dosMinistérios Públicos e organiza-ções não-governamentais da Bahiae de Sergipe. A greve realizada de26 de setembro a 6 de outubrodo ano passado, em Cabrobó,abriu caminho para o diálogo econtribuiu para paralisar o proje-to. Para o ex-ministro de Articu-lação Política do Governo Fede-ral e governador eleito da Bahia,Jaques Wagner, que negociou o fimda greve, D. Luiz mandou mensa-gem especial, lembrando que agoraele não é mais ministro do Presi-dente Lula, mas governador eleito“e a Bahia tem se posicionadocontra a transposição do Rio”.

REVITALIZAÇÃO, SEMIMPOSIÇÃO - Após dois diasde discussões na ilha de Assun-

ção, de onde se projeta sair o ca-nal condutor da água para Per-nambuco, Paraíba, Rio Grande doNorte e Ceará, os participantessaíram convencidos que, na reali-dade, a transposição é um proje-to que atende aos interesses doCeará. Ali, o então governadorCiro Gomes projetou os canais eaçudes, que aguardam a água doVelho Chico para irrigar os ne-gócios da agro-exportação (cama-rão, flores, frutas). Agora espera aconstrução da transnordestina,que cortará todo o Estado reco-lhendo a produção a ser expor-tada pelo Porto do Pecém, des-lanchando um projeto de desen-volvimento predatório, que, aocontrário da propaganda engano-sa, não levará água para quem temsede. Como ilustrou o coordena-dor nacional da CPT, RobertoMalvezzi, para a produção de umquilo de camarão em cativeirocalcula-se um consumo de 50 a60 mil metros de água. Por isto, oCeará vai precisar de muita águae já tem açudes e canais prontos,só esperando a obra para alavan-car mega-projetos voltados para aexportação. Por isto, o ex-minis-tro tenta impor, a qualquer custo,o projeto que destina 70% da águapara irrigação e apenas 4% para apopulação difusa.

O resultado das discussões so-

bre o projeto popular para a Ba-cia saofranciscana será enviado aopresidente Lula e ao candidatoeleito no segundo turno. Entreoutros pontos, o documento de-fende: o uso manejado e demo-crático da água, para evitar trans-por; programa de revitalizaçãopensado com as comunidades, enão imposto; atenção especial parao Baixo e Sub-Médio, que maissofrem as conseqüências das bar-ragens; reforma agrária e agrícolaapropriada; agroecologia; convi-vência com o Semi-árido e como Cerrado; preservação da Caa-tinga; água para consumo huma-no, animal e para a produção; au-tonomia, com demarcação e am-pliação dos territórios indígenas;isenção de cobrança da água paracomunidades tradicionais e pe-quenos usuários; recuperação daslagoas marginais; não à tilapicul-tura e à carcinicultura; redução dastarifas de energia para a popula-ção; educação ambiental formale informal, contextualizada e con-tinuada; novas fontes de energia,sem barragens, sem hidroelétricas,nem usinas nucleares.

Fonte: http://www.ipetrans.hpg.ig.com.br - encaminhado porEduardo Sejanes Cezimbra - ece-zimbra @yahoo.com.br

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 25

REBIA NORTE

A Amazônia não está àvenda

Por Celso Amorim,Sérgio Rezende eMarina Silva

Com freqüência vemoscircularem notícias so-bre interesses de pes-soas, entidades ou

mesmo governos estrangeiroscom relação à região amazônica.Recentemente, surgiram no ex-terior iniciativas com o objetivode adquirir terras na Amazôniapara fins de conservação ambien-tal ligadas à preocupação com ofenômeno da mudança do climae ao possível papel do desmata-mento nesse processo.

São propostas que desconhe-cem a realidade da floresta ama-zônica. Ignoram também impor-tantes dados científicos. A mu-dança do clima é um problemareal ao qual o Brasil atribui gran-de importância. Há consensomundial de que o fenômeno estásendo acelerado pela ação huma-na. É um processo cumulativo,resultado da concentração pro-gressiva de gases de efeito estufana atmosfera nos últimos 150 anos.Assim, focar a atenção especial-mente nas atuais emissões é erra-do e injusto. Alguns dos atuaisemissores -sobretudo os paísesemergentes- têm pouca ou ne-nhuma responsabilidade peloaquecimento global, cujos efei-tos começamos a sentir.

A causa principal da mudançado clima é conhecida: pelo me-nos 80% do problema tem origemna queima de combustíveis fósseis-especialmente carvão e petróleo-a partir de meados do século 19.Apenas pequena parcela resultadas mudanças no uso da terra, in-cluindo o desmatamento.

O desmatamento atual em es-cala global é preocupante porvárias razões, mas o foco do com-bate à mudança do clima deve sera alteração da matriz energética eo uso mais intensivo de energiaslimpas. A Convenção do Clima eseu Protocolo de Kyoto são cla-ros: àqueles que causaram o pro-blema (os países industrializados)cabem metas mandatórias de re-duções e a obrigação de agir pri-meiro.

Embora não tenha metas man-datórias de redução por poucoter contribuído para o problema,o Brasil está fazendo sua parte.Possuímos uma das matrizes ener-géticas mais limpas do mundo.

Nossos programas de biocombus-tível são exemplo para outros pa-íses. Contribuímos, dessa forma,para o desenvolvimento susten-tável da sociedade brasileira e paraa redução global das emissões degases de efeito estufa.

O Brasil está, ainda, implemen-tando uma política integrada decombate ao desmatamento. Tra-ta-se de esforço multissetorial ede longo prazo, com ações devalorização da floresta em pé ede apoio ao desenvolvimento so-cioeconômico das comunidadesque dela dependem.

Nos últimos anos, conseguimosimportante redução das taxas dedesmatamento. Em 2004-2005, aredução confirmada foi de 32%,ao que se somam, segundo dadospreliminares, mais 11% no perío-do 2005-2006. São resultados sig-nificativos, mas os esforços parauma redução permanente do des-matamento devem continuar.

O manejo sustentável de flo-restas é, em todo o mundo, um

campo propício à cooperação, pormeio do intercâmbio de experi-ências e do auxílio na capacita-ção técnica. Estamos abertos a essacooperação, sempre no estritorespeito às nossas leis e à nossasoberania.

O Brasil participa ativamentedos debates internacionais sobreflorestas. No âmbito da Conven-ção do Clima, apresentaremos, emnovembro próximo, na Conferên-cia de Nairóbi, proposta que visapromover incentivos aos esforçosnacionais voluntários de reduçãodas taxas de desmatamento. Acre-ditamos que essa é uma formaadequada de os países desenvol-vidos apoiarem a conservação dasflorestas tropicais.

A proposta é mais uma con-tribuição do Brasil para o esforçocomum de redução global deemissões de gases de efeito estu-fa. A sociedade brasileira não aceitamais os padrões insustentáveis dedesenvolvimento que levaram, emtodo o mundo, a perdas ambien-

tais irreparáveis. O Brasil esperaque os países industrializados, res-ponsáveis pelo problema, cum-pram suas obrigações de reduçãode emissões.

Aqueles indivíduos bem-in-tencionados que, com razão, sepreocupam com o clima do pla-neta deveriam dedicar-se a influ-enciar seus próprios governos nosentido da mudança de padrõesinsustentáveis de produção e con-sumo e da utilização de energiasrenováveis. Nessa área, o Brasil temmuito a oferecer em conheci-mento e tecnologia.

Da Amazônia nós estamos cui-dando de acordo com modelos dedesenvolvimento baseados emprincípios de sustentabilidade de-finidos pela sociedade brasileira. AAmazônia é um patrimônio dopovo brasileiro, e não está à venda.

Fonte: http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=381

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26 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

Dia dos Animais

Hoje é o meu dia!Por Sheila Moura -www.falabicho.org.br

Sou aquele que te rece-be com um afago elambe tuas feridas, semmesmo perguntar se és

um assassino ou mesmo como temachucaste a este ponto...

Sou aquele que vive nas matasou na parede de tua casa se preo-cupando somente em equilibrar ossistemas de vida do qual tu depen-des para sobreviver...

Sou aquele que carrega o pesodo teu corpo ou mesmo quinqui-lharias para tu venderes em trocado pão de cada dia...

Sou aquele que se esfrega emtuas pernas saudando tua existên-cia, e espanta ratos, baratas, mau-olhado somente para que tu tenhasmelhores condições de saúde...

Sou aquele que rouba um sor-riso de teus lábios quando me vêsfazer piruetas ou equilibrar o pesodo meu corpo em troca do preçode um ingresso que vai para o bol-so do meu dono...

Sou aquele que entre grades doZoológico te faz pensar o quantovale a liberdade de viver no habitatque nasceste...

Sou aquele que serve de atraçãoturística em praças fazendo tu sen-tires o prazer de alimentar-meque retribuo com revoadas dealegria...

Sou aquele servido emtravessas, panelas e espetoque, ainda pouco, escolhes-tes no balcão do mercado ouno cardápio do restaurante para,simplesmente, saciar tua fome...

Sou aquele que amarrado emmesas cirúrgicas, trancafiado emgaiolas ou mesmo contido emaparelhos de tortura se submete ateus experimentos para alcançaresa falsa fama e o poder...

MESMO SENDO AQUELEQUE TE PROPORCIONA TAN-TO,

Tu me desprezas, me tratas comindiferença, me abandonas nas ruas,me deixas com fome e se desfaz demim porque envelheci... perdesassim a chance de exercitar teuamor

Tu me caças, me matasdizendo ter medo da mi-nha pele gelada e des-tróis todas as formasde sobrevivên-cia... assim, vi-ves perden-

do a chance de ver as cores da vida,pois sou a vida em movimento vivo

Tu me açoitas, me impõe pesomaior que posso carregar e me su-plicias nos rodeios para ganhares al-gum dinheiro... mal sabes o mau quefaz, não fazendo de mim um com-panheiro de tua solidão

Tu me expulsas das praças, das ruas,das vielas só porque tenho no olharum jeito de ser que nunca vais do-minar, e que, realmente,não desejasentender... perdes a chance de co-nhecer-te e respeitar teu semelhan-te

Tua ris de minha humilhação porficar exposto em picadeiros fazendoacreditares que és poderoso e queteu chicote domina minha paciên-cia e minha ferocidade... perdes muitoao não poder ver tua cara de prazerdoentio com um certo sorriso desadismo

Tu atiras em minha jaula garga-lhadas e gritos não só para mostrartua falsa liberdade, como também,para me provocares a morte com otédio e a lem-b r a n ç a

dos lugares de onde vim... perdestanto ao não me visitares no mun-do em que nasci

Tu me acusas de te provocardoenças só porque não conseguesaceitar minhas asas e a possibilidadede trazer um ramo de oliveira nobico, anunciando uma nova terra...perdes o rumo do teu barco sóporque negas que tenho o segredoda vida

Tu me abates com degola, commarreta, me empurras para mortecom choques... perdes a chance deum viver sadio, pois o veneno deminha carne putrefa em teu corpolevando o desequilíbrio de tuas fun-ções

Tu não se apiedas do meu sofri-mento mesmo sabendo ser inútiltestares em mim o que é bom p’rati, porque, somos tão diferentes...perdes a oportunidade de evoluir aciência de que necessitas para tuacura

Mas tu não deves entristecer, poisum dia retornarás ao teu planeta e,

como conquista-

dor, levarás até alguns de nós paraexibir ao teu povo. Só que, enquantonão chega o dia que conhecerás oDeus que tanto tu proclamas, nosdeixa em paz, ou então, aprende emnós o saber viver em harmonia

O dia 04 de outubro é umadata muito especial para o “me-lhor amigo do homem”: neste dia,comemora-se o Dia Mundial dosAnimais, e também o Dia do Cão.E neste ano, os cães abandona-dos têm ao menos um motivopara festejar. Esta foi a data esco-lhida pela ARCA Brasil para o lan-çamento do Projeto Amigo paraSempre, que pretende viabilizar aadoção de cerca de mil cães reti-rados das ruas.

A adoção consciente de umanimal, no lugar da compra porimpulso, é um dos principais itenspromovidos nos 10 Mandamen-tos da Posse Responsável daARCA Brasil. A iniciativa da en-tidade hoje é reconhecida e di-vulgada em todo o país atravésde cartazes e folders informati-vos de ONGS, veterinários, petshops e associações protetoras.

Mais informações: ARCA-

Brasil – Associação Huma-nitária de Proteção e

Bem-EstarAnimalwww.arcabrasil.org.br - (11)3031-6991

Projeto AmigoPara Sempre

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2006 - OUTUBRO - EDIÇÃO 003 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 27

Dia dos Animais

Sapos, rãs e pererecas

uem já passou dos cin-qüenta anos e viveusua infância e adoles-cência na roça, em ci-

dades do interior ou em subúr-bios deve se lembrar do coaxarde sapos e do pulular destes anfí-bios nas ruas, durante a noite, le-vando as mulheres, moças e me-ninas a dar gritinhos. Morei vári-os anos, na década de 1950, emPadre Miguel, subúrbio do Riode Janeiro. À noite, era grande acantoria deles e a gente nem no-tava. Quando chovia, os terrenosbaldios ficavam alagados e as rãsapareciam. Havia então a capturadeste animal para virar comida.Em algum lugar, creio ter publi-cado um pequeno artigo sobre aarte de pegar rã. Por relato demoradores de Trajano de Morais,quando fui fazer uma palestranessa cidade, contaram-me que ossapos pulavam pelas ruas à noite,em meio à neblina úmida.

Mas este tempo já passou. Você,que teme o corpo frio e grudentode batráquios na sua pele, podeficar contente. Nos últimos vintee cinco anos, 120 espécies de an-fíbios, das 5.743 conhecidas, ex-tinguiram-se. Sei que ainda sobra-ram muitas, mas sossegue, pois maisda metade das sobreviventes pas-sa por acelerado declínio em suaspopulações. Muitas, ainda nãoconhecidas por cientistas, talvezjá tenham irreversivelmente de-saparecido. Calcula-se que mui-

tas espécies existentes em váriospaíses da América tropical, Papua-Nova Guiné, Indonésia e ÁfricaEquatorial ou estão vivendo suacrise final ou já desapareceram.

Você há de perguntar, leitorvoltado para seu próprio umbigoe para o umbigo da humanidade:“E eu com isso? Pra que servemestes bichos pegajosos e nojen-tos? Que desapareçam para sem-pre mesmo. O mundo sem elesserá melhor e mais limpo.” Vocêficará mais chocado ainda quan-do souber que cientistas de re-nome internacional criaram umprograma denominado Aliançapara a Sobrevivência dos Anfíbi-os e estão pleiteando uma verbacorrespondente a 400 milhões dedólares para evitar a extinção dequase duas mil espécies dos gru-pos Anura (sapos, rãs e pererecas),Urodela (salamandras) e Gymno-phiona (cobras-cegas ou cecílias).“Que loucura!” — excalamarávocê. “Com esse dinheiro, seriapossível resolver os problemas demuitas pessoas que passam pornecessidades prementes”.

Não deixa de ser verdade.Acontece, porém, que os deten-tores de dinheiro não quereminvestir nos problemas sociais nemnos problemas ambientais. Istoseria desviar recursos lucrativospara gastos sem retorno. Fricotes,antropocentrismo e lucros à par-te, vamos pensar como adultosque têm responsabilidade com o

planeta e com a humanidade. Pormais repelentes e insignificantesque você possa considerar os an-fíbios, eles cumprem um papelfundamental na saúde e no equi-líbrio do ambiente. Geralmente,os adultos são insetívoros e con-trolam as populações de insetos.Seus filhotes, chamados girinos,alimentam-se de lodo e vegeta-ção aquática, mantendo limpos oscórregos, lagoas e brejos. Esta ex-tinção em massa pode quebrar umequilíbrio já muito ameaçado poroutras intervenções humanas nosecossistemas nativos.

Além da destruição aceleradae radical dos ambientes dos anfí-bios, eles estão enfrentando umgrande inimigo: um fungo quecausa uma doença conhecidapelo nome de quitridiomicose.Esta doença chegou a todos oscontinentes, menos à Ásia, e háfortes indícios de que seus cau-sadores estejam se multiplicandoexponencialmente pelo aqueci-mento global, outro grande de-sequilíbrio planetário causado poratividades econômicas. Direta ouindiretamente, a responsabilidadepela extinção ou pela sobrevivên-cia destes animais é nossa.

Como educador empenhado naconstrução de uma civilização quefirme um contrato entre humani-dade e natureza não-humana,como preconizam o filósofo fran-cês Michel Serres e o paleontólo-go norte-americano Stephen Jay

Gould, é meu dever colocar estaquestão em debate. Contudo, per-cebo que a chamada educaçãoambiental corre o risco de se trans-formar numa especialização, en-dossando, assim, a compartimen-tação do saber que tanto criticouno início do movimento ecolo-gista. Além disso, ela tende a sepreocupar com uma questão ape-nas quando a esta está colado umproblema social. No fundo, pare-ce que um ambiente saudável sóimporta em função do bem-estarhumano. O educador que articulao local com o global ou que bus-ca interpretar a crise ambiental daatualidade a partir da filosofia e dacultura parece não ser bem vistopelos educadores que se nortei-am pela linha chamada de justiçaambiental. Até mais, ele é vistocomo nostálgico e ultrapassado,agora que o marxismo se apropriouda questão ambiental, depois detê-la repudiado como coisa depequeno burguês ou da classemédia desempregada. Se esta mi-nha percepção está equivocada, nãoimporta. Continuo apostando najunção de saberes para compre-ender a crise e lutar contra ela.Estou com os sapos, rãs, perere-cas, salamandras e cobras-cegas.

Fonte: publicado originalmen-te na Folha da Manhã, Camposdos Goytacazes, 01 de Outubrode 2006

Q

Por Arthur Soffiati

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28 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

De Olho no Governo

Por Paulo Gustavo doPrado Pereira eAlexandre Curvelo deAlmeida do Prado

Análise aponta perdas noorçamento do Ministério doMeio Ambiente

Por Tania Regina M. Bueno

Com uma execuçãomédia de apenas 64%e aumento nos valo-res contingenciados -

que ficam indisponíveis paraaplicação -, os recursos orça-mentários do governo federalpara a área de meio ambienteacumulam perdas nos últimosseis anos e comprometem pro-gramas fundamentais para po-lítica ambiental do país. Essa éa conclusão da análise históricasobre a execução orçamentáriado Ministério do Meio Ambi-ente (MMA) no período entre2000 e 2005, que compõe a se-gunda edição da revista eletrô-nica Política Ambiental, lança-da em 28/09/2006, pela orga-nização não-governamentalConservação Internacional(CI-Brasil) e disponível paradownload no site www.comservacao.org

O estudo mostra que o con-tingenciamento e a execuçãoparcial estagnaram o orçamen-to da área nos últimos seis anos,em um movimento inversamen-te proporcional ao contínuocrescimento da demanda am-biental no país. Apesar do orça-mento do MMA apresentar umaumento “no papel” de 41% noperíodo - passando de R$ 1,62bilhões, em 2000, para R$ 2,28bilhões, em 2005 -, o valor efe-tivamente gasto (empenhado) noano passado, de R$ 1,17 bilhões,é 10% inferior ao montante in-vestido cinco anos atrás.

Um dos principais moti-vos, explica o gerente de Eco-nomia da Conservação da CI-Brasil, Alexandre Prado, é adestinação de parte significa-tiva do orçamento à chama-da reserva de contingência,que torna na prática o recur-so indisponível para execução.Desde 2002, os recursos con-tingenciados cresceram maisde 3.000%, passando de R$

Valor empenhado em 2005pelo MMA é 10% inferiorao investido há cinco anos

Prêmio Chico Mendes está comas inscrições abertas

Quem atua na promo-ção do desenvolvi-mento sustentável,equilibrando os in-

teresses ecológicos e sociais naAmazônia, pode se inscreverpara o Prêmio Chico Mendesde Meio Ambiente. Podem par-ticipar pessoas físicas e jurídi-cas, com ou sem fins lucrativos,além de instituições de pesquisapúblicas e privadas.

Nessa quinta edição, a inici-ativa premia os trabalhos em seiscategorias: liderança individu-

al, associação comunitária, orga-nização não-governamental, ne-gócios sustentáveis e ciência e tec-nologia, cultura e arte. Os pri-meiros lugares de cada categoriareceberão um prêmio de R$ 20mil. Ao todo, serão distribuídosR$ 120 mil em prêmios. Os ven-cedores serão anunciados em 28de novembro.

As inscrições vão até 6 de no-vembro e devem ser feitas, obri-gatoriamente, pelo correio. Elasdeverão ser remetidas para a CaixaPostal 10805, CEP 70306-970, Bra-

sília - DF. O regulamento e ou-tras informações sobre o prê-mio podem ser encontrados nosite do Ministério do Meio Am-biente (www.mma.gov.br) oupelos telefones (0xx61) 4009-1326, 4009-1441 ou 4009-1430.

O prêmio foi criado em2002 pelo ministério para iden-tificar experiências relevantesna área do desenvolvimentosustentável e divulgá-las parachamar a atenção da sociedadepara a preservação e recupera-ção ambiental.

20 milhões para assombrososR$ 720 milhões, no ano pas-sado. Em 2006, esse procedi-mento cresce ainda mais eabocanha R$ 751 milhões, ou37% dos R$ 2.069 bilhões doorçamento do MMA, que já éo sexto menor do país.

Baixa execução e perdade orçamento - Além do or-çamento previsto ser insufici-ente para atender a crescentedemanda pela proteção, fiscali-zação e licenciamento ambien-tal no país, apenas uma parcelachega a ser executada. Dos R$11,76 bilhões que deveriam serinvestidos na área ambiental nosúltimos seis anos, apenas 64%(R$ 7,54 bilhões) foram apli-cados. “A média de execução jáé baixa, mas o mais preocupanteé que se considerarmos os pro-gramas ambientais do Ministé-rio, que são as ações que che-gam efetivamente na ponta, essepercentual é ainda menor”, as-sinala Prado, lembrando o pro-grama Amazônia Sustentávelque recebeu mínimos 33% dosrecursos autorizados na médiados últimos quatro orçamentos.

Alexandre Prado explica quea questão se agrava na medidaem que o valor autorizado nãoé gasto. “Assim, como não apli-

cam o recurso concedido emações concretas, o orçamentovai caindo a cada ano”. Doisexemplos demonstram as inten-sas perdas sofridas pela políticaambiental no país. O levanta-mento realizado entre os orça-mentos de 2002 a 2005 mostraque o programa Amazônia Sus-tentável caiu pela metade e pas-sou de R$ 129,3 milhões paraR$ 65,6 milhões. Outro pro-grama, o Parques do Brasil, jáestá quatro vezes menor, restan-do dos R$ 126,3 milhões inici-ais somente R$ 30,5 milhões.

Aumento nos desafiosambientais - “Essa situaçãodemonstra a baixa prioridadedada ao MMA na administra-ção federal, pois desconsideranão só o crescimento da estru-tura do órgão, como também oaumento de áreas protegidas edas exigências de conservaçãodos biomas nacionais”, avaliaPrado, um dos autores da aná-lise. Ele observa que, em con-trapartida, as responsabilidadesdo órgão só aumentam. Somen-te em junho de 2006, somaram-se mais 2,99 milhões de hecta-res em Unidades de Conserva-ção sob administração da pasta.Também cresce a pressão para

o desenvolvimento de ativida-des impactantes ao meio ambi-ente, como o asfaltamento daBR 163 e a construção de hi-drelétricas na Amazônia.

A tendência, segundo ele, éque esse quadro venha a se re-petir em 2006. Para 2007, elealerta a fragilidade da atual pro-posta da Lei de Diretrizes Or-çamentárias na qual a únicameta prevista ao Programa deÁreas Protegidas ao longo detodo o ano é a implantação de300 hectares de corredores eco-lógicos, algo equivalente a 1%do Parque Nacional da Serrado Cipó, em Minas Gerais, comárea de 31.734 hectares. “É ur-gente inserir a área ambientalna agenda política do país, au-mentando os recursos orçamen-tários do MMA e o momentoestá aí, com a discussão da LeiOrçamentária prevista para opróximo ano”, salienta.

Fontes: Paulo Gustavo do

Prado Pereira – Diretor dePolítica Ambiental - Contato:(61) 3226.2491

Alexandre Curvelo de Al-meida do Prado – Gerentede Economia da Conservação- Contato: (61) 3226.2491

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MMA e Ibama promoveumostra de tecnologias ambien-tais

O Ministério do Meio Am-biente promoveu, em outubro,em estande montado no grama-do da Esplanada dos Ministéri-os, a mostra Tecnologias Ambi-entalmente Saudáveis: Caminhopara um Brasil Sustentável. Naexposição, foi possível encontrarmadeira plástica, feita a partir dareciclagem do lixo provenientede embalagens de material delimpeza ou galões de plástico.Também exibiram brinquedos demadeira certificada, aquecedoressolares de baixo custo e pasti-lhado para revestir móveis e pa-redes, feito com a casca do cocodescartada pela indústria de ali-mentos. Ao todo, foram mais de20 produtos confeccionadoscom tecnologia menos poluen-te, que permite o uso sustentá-vel dos recursos naturais, estimulaa reciclagem e indica outras for-mas de gerir os resíduos. Resul-tado de uma parceria com o Iba-ma, a mostra envolve os progra-mas de Gestão de TecnologiasAmbientalmente Saudáveis e deEcoturismo. Mais informaçõessobre o assunto estão disponí-veis nos endereços eletrônicoswww.mma.gov.br/port/sds/index.cfm e www.ibama.gov.br/ambtec

MMA lança diagnóstico so-bre avanço da erosão na costabrasileira

Um diagnóstico detalhado so-bre o processo de erosão na costabrasileira. Este é o tema do estu-do coordenado pelo professorDieter Muehe da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro(UFRJ) lançado em 08/10/2006,durante o 6º Simpósio Nacionalde Geomorfologia na Universi-dade Federal de Goiás, em Goi-ânia. A publicação “Erosão e Pro-gradação do litoral Brasileiro” temapoio do Ministério do MeioAmbiente (MMA), do Programade Geologia e Geofísica Mari-nha (PGGM), da Secretaria daComissão Interministerial para osRecursos do Mar (Secirm) e doGlobal Ocean Observing System(GOOS-Brasil).

Para o diretor de Gerencia-mento Ambiental e Territorial daSecretaria de Qualidade Ambi-ental do MMA, Rudolf de No-

ronha, o estudo é um trabalhorobusto que cobre praticamen-te todo o litoral fazendo um le-vantamento dos processos deerosão e degradação. “Para nós,como gestores das políticas pú-blicas da área costeira, é um ma-terial precioso. Serve como fer-ramenta para o gestor públicoestadual e municipal na elabora-ção de suas políticas locais e re-gionais, e como alerta sobre adesenfreada ocupação da nossacosta e da ação antrópica que fazcom que se acelerem esses pro-cessos naturais”, avalia.

MMA participou de encon-tro internacional sobre polui-ção doméstica

Com apoio do Ministério doMeio Ambiente (MMA) foi rea-lizado, em Brasília, nos dias 16 e17 de outubro, o Encontro In-ternacional sobre Poluição Do-méstica, Fogões Ecológicos e De-senvolvimento Sustentável quetem como objetivo elaborar umplano de ação para a redução dapoluição no ambiente domésti-co produzida por fogões a lenha.De acordo com a Winrock In-ternational Brasil, organizadorado evento, nas zonas rurais depaíses em desenvolvimento, e atémesmo em áreas urbanas, umaprática bastante usual é a quei-ma de combustíveis sólidos comoa lenha, carvão mineral e vegetal,e resíduos orgânicos para obten-ção do fogo e sua energia tér-mica. No Brasil o alto custo dobotijão de gás ou sua indisponi-bilidade obriga parcelas maiscarentes da população a utiliza-rem fogões a lenha primitivosque, ao mesmo tempo que pos-suem um baixo aproveitamentoenergético, também geram fuma-ça no ambiente da cozinha. Re-latório da Organização Mundialde Saúde (OMS), divulgado em2002, mostrou que a cada ano 1,6milhões de pessoas morrem nomundo devido à fumaça no am-biente doméstico. Esse númerocoloca a poluição doméstica namesma ordem de grandeza degrandes problemas globais desaúde como é o caso da maláriae AIDS. Estes primitivos fogõesutilizados no interior das residên-cias produzem uma quantidadede fumaça que muitas vezes che-ga a atingir 100 vezes os níveisrecomendados pela OMS. A ex-

posição a esse tipo de poluiçãoé um alto fator de risco para in-fecções respiratór ias agudas,principalmente entre mulheres ecrianças, sendo estas últimas asmais vulneráveis. A exposição àfumaça da lenha muitas vezesequivale a uma contaminaçãopulmonar por fumar dois maçosde cigarros ao dia.

Normas do Conama asse-guram transparência e compe-tências da gestão florestal

O Diário Oficial da União de20/10/2006 publicou duas reso-luções do Conselho Nacional doMeio Ambiente (Conama) quecontemplam a gestão florestalbrasileira: uma, de no 378, regula-menta o artigo 19 do CódigoFlorestal e estabelece competên-cias para o licenciamento de ex-ploração florestal; e a outra, deno 379, cria o sistema de dadosde informações no âmbito doSistema Nacional do Meio Am-biente (Sisnama) sobre autoriza-ções de plano de manejo, supres-são de vegetação nativa e planosintegrados de indústria e flores-ta. As normas foram aprovadas na49ª reunião extraordinária doConama, realizada nos dias 14 e15 de setembro de 2006.

De acordo com a resoluçãono 379, o sistema de dados e in-formações vai dar maior trans-parência à gestão de florestaspúblicas, tanto em nível federalquanto estaduais, assegurando aeficiência da gestão compartilha-da das florestas públicas. Confor-me o texto, União, estados e DFterão de publicar na internetdados sobre autorizações de pla-no de manejo, supressão de ve-getação nativa e planos integra-dos de indústria e floresta.

Com a norma, o cidadão, oMinistério Público, os governosfederal, estaduais e a sociedadecivil poderão acompanhar o queestá sendo feito na parte de ges-tão florestal no Brasil. Ela per-mite também que o sistema seintegre de forma que não tenhacontradição, entre as iniciativasfeitas pelos estados e pela União.Pelo sistema haverá mais contro-le, onde os estados e a Uniãopoderão participar juntos, de for-ma compartilhada, na gestão flo-restal, no combate ao desmata-mento e na promoção do usosustentável da floresta.

A resolução no 378 regula-menta o inciso III do parágrafo1º do artigo 19 (Código Flores-tal Brasileiro), alterado pela Leide Gestão de Florestas Públicas(11.284/06), que define os em-preendimentos potencialmentecausadores de impacto ambien-tal nacional ou regional e defineatribuições dos órgãos estaduaisde meio ambiente e do Ibamana questão do licenciamento.

Entre outras competências es-tabelecidas pela norma caberá aoIbama a responsabilidade de li-cenciar atividade de exploraçãoou supressão de vegetação queenvolvam espécies da flora ame-açada, e autorização para planosde manejo florestal sustentávelem propriedades abrangidas pordois ou mais estados, incluindonesse caso também imóveis ru-rais.

Compete ainda ao Ibamaaprovar empreendimento quan-do a supressão de florestas e deoutras formas de vegetação na-tiva envolver uma área de doismil hectares na Amazônia Legale de mil hectares nos demaisbiomas. Nos casos de manejoflorestal em área superior a 50mil hectares, deverão ser respei-tadas as regras e limites dispos-tos em normas específicas paraos biomas.

A exigência do Estudo deImpacto Ambiental (EIA-Rima)está prevista para casos de obrasou atividades potencialmentepoluidoras licenciadas pelo Iba-ma. Nesse caso, considera-se em-preendimento potencialmentecausadores de impacto regionalou nacional, planos de bacia hi-drográficas, regiões hidrogeoló-gicas, áreas prioritárias para con-servação da biodiversidade, ins-trumentos de ordenação terri-torial. Pela norma, a autorizaçãopara exploração de florestas emimóveis rurais numa faixa de dezquilômetros no entorno de ter-ra indígena demarcada deverá serprecedida de informação geor-referenciada à Fundação Nacio-nal do Índio (Funai).

Mais informações: Assesso-ria de Comunicação - Ministé-rio do Meio Ambiente - Ascom/MMA - Tel:(61)4009.1227/1754- Fax:(61)4009.1997 - www.mma.gov.br

De Olho no Governo

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30 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 003 - OUTUBRO - 2006

América Latina vivehoje uma guerra in-testina, mas silenci-osa, em pequenos

focos espalhados pelo conti-nente, mas que podem eclo-dir a qualquer momento numemaranhado de ações e con-vulsões sociais se não estiver-mos preparados para novosenfrentamentos econômicos epolíticos.

As águas da América Latinade hoje podem ser, no futuropróximo, objeto de disputassangrentas, como é hoje o pe-tróleo do Oriente Médio.

Se o Oriente Médio sofrepor ter seus recursos naturaisespoliados, a América Latinasofre com a servidão ao siste-ma financeiro internacional.Sofre com a usura das altas ta-xas de juros, a especulação fi-nanceira, o endividamento eé vitimada pela corrupçãoendêmica.

A América Latina detém amaior biodiversidade do pla-neta, as maiores reservas deágua doce do mundo. É ricaem minérios, abriga as maio-res florestas tropicais, extensoslitorais paradisíacos, solo e cli-mas diversificados, que garan-tem o vigor da produção agro-pecuária nos 365 dias do ano.

Construímos na AméricaLatina a nossa cultura ameri-cana árabe, agregando valor àcultura miscigenada dos po-vos latino-americanos. O ca-risma, a vontade de trabalhar,a diplomacia e nossa maneirade ser deram a nós, árabes edescendentes, uma vantagemcomparativa para negociar erealizar parcerias.

É esse exemplo de integra-ção que nos dá a certeza deque só com o apoio, a uniãodos vários países, árabes em es-pecial, nos investimentos, par-cerias, joint-ventures é que sai-remos da servidão financeiraque nos é imposta por ummodelo econômico degrada-dor e desumano pelos paísesditos desenvolvidos.

Não faz sentido que os re-

Economia Ecológica

Água e petróleo, amesma moedaPor Amyra El Khalili

(*)

cursos obtidos pela explora-ção do petróleo árabe funci-onem como lastro para o sis-tema financeiro que hoje osbombardeia.

Contra o capital excluden-te somente um novo capitalinclusivo.

Contra uma globalizaçãoque tenta extorquir nossosrecursos naturais e estratégi-cos, somente uma nova glo-balização cultural, inter-raciale inter-religiosa.

A América Latina possui to-dos os recursos naturais estra-tégicos que os países desen-volvidos necessitam para pro-duzir bens de consumo naindústria, comércio e serviços.O Brasil tem posição estraté-gica na América Latina por suadimensão continental, misci-genação e por concentrar osistema financeiro do conti-nente.

O mundo árabe tem suaeconomia centrada nos recur-sos energéticos não renováveis,um “privilégio” pago com mi-lhares e milhares de vidas.Faz-se estratégico e vital mi-grar para a energia renovável,com todo conhecimento etecnologia acumulados aolongo de décadas por aque-les produtores de petróleo.

Por não ter água o mundoárabe não consegue produ-zir o que consome, nem ge-rar excedentes para exporta-ção. Por isso é franco compra-dor de mercadorias in naturae industrializadas.

Infelizmente, pouco ex-portamos em linha reta parao mundo árabe, pois as rotasde comercialização ou foramreduzidas ou foram fechadaspara os países em desenvol-vimento. Produzimos laranjano Brasil, exportamos in na-tura ou suco para a Itália,onde é reprocessada e emba-lada com a marca “made inItaly” e reexportada para ospaíses árabes. Assim, ficamoscom todos os riscos de pro-dução, custos de financiamen-to, encargos e tributos, en-

quanto as indústrias estran-geiras ficam com a parte gor-da dos lucros.

Temos fortes laços cultu-rais que, se aliados à capaci-dade e desenvolvimento detecnologias, poderiam se tra-duzir em grandes operaçõesde trocas entre os países ára-bes com um intercâmbio e, conseqüentemente, aqueceras economias árabe e latino-americanas.

Os fundos islâmicos nãoaplicam em juros, mas po-dem muito bem financiar aprodução de longo prazo,desde que tenhamos tambémnesses contratos, a contrapar-tida dos investimentos debase em educação, saúde,agricultura, ciência, cultura,cooperativas de produção,entre outros.

Estudar uma estratégiapara as rotas marítimas e aé-reas é imprescindível paraque as relações entre o Ori-ente Médio e América Lati-na se fortaleçam e intensifi-quem, com ganhos para osdois lados.

No âmbito nacional e con-tinental, é vital que parceriase acordos garantam a preser-vação e o uso público e soci-al das bacias hidrográficas eáguas subterrâneas transfron-teiriças. Trata-se não só deuma questão ambiental e so-cial, mas de soberania e se-gurança internacional. A cri-se hídrica mundial que seprenuncia pode transformaro ora pacífico continente nocenário de disputas cruentascomo as que têm lugar hojeno Oriente Médio.

Outro aspecto importanteé aprofundar o estudo críticodas questões intrínsecas doProtocolo de Kyoto, reco-mendando cautela com ne-gócios nos mecanismos dedesenvolvimento limpo. Oestabelecimento do mercadode carbono, através de crédi-tos compensatórios, simples-mente reproduz o modeloeconômico que é alvo de

nossas críticas.A alternativa é a estrutura-

ção de uma rede de investi-mentos, parcerias e comerci-alização, que garanta o moni-toramento, a fiscalização e aorientação de negócios e pro-jetos sócio-ambientais naAmérica Latina.

Para debater esta questãona América Latina criamos oProjeto RECOs – Redes deCooperação Comunitár ia,que têm como objetivos ointercâmbio de experiências,a promoção e fomento daprodução de bens e serviçosdas comunidades regionais. Oprojeto atende às reivindica-ções da Agenda 21 – PenseGlobalmente e Aja e Aja Lo-calmente, com a implantaçãoda responsabilidade socialempresarial, comércio justo esustentabilidade em diversosprogramas educacionais.

Estes são, em resumo, osprincipais pontos do pronun-ciamento elaborado porAmyra El Khalili e Eduar-do Felício Elias e encami-nhado por Claude Fahd Ha-jjar ao Primeiro Congresso Fe-arab América-Liga de EstadosÁrabes, realizado no Cairo, Egi-to, entre 10 e 12 de julho desteano. Esperamos que sirvam deponto de partida para um amplodebate sobre o futuro deste nossoplaneta.

* Amyra El Khalili é econo-mista, presidente do ProjetoBECE (sigla em inglês) BolsaBrasileira de Commodities Am-bientais. É também fundadora eco-editora da Rede Internacio-nal BECE-REBIA (www.bece.org.br ), membro do Con-selho Gestor da REBIA - RedeBrasileira de Informação Ambi-ental (www.rebia.org.br ), doConselho Editorial do Portal doMeio Ambiente (www.portaldomeioambiente.org.br ) eda Revista do Meio Ambiente( w w w . r e v i s t a d o m e i oambiente.org.br). Indicada parao “Prêmio 1000 Mulheres para oNobel da Paz” e para o PrêmioBertha Lutz. email:([email protected])

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Page 32: Revista do Meio Ambiente 03

SIM, quero contribuir para o auto-sustento da democratização da informação ambiental no Brasil através de:( ) R$ 70,00 pela pela assinatura da Revista do Meio Ambiente impressa (12 edições) e do sitewww.portaldomeioambiente.org.br (12 meses).( ) outras formas de colaboração e/ou patrocínio que informarei por e-mail ou fax.Forma de pagamento: Depósito Bancário ou transferência eletrônica para Vilmar Sidnei Demamam Berna: BRA-DESCO - agência 0541-0 conta corrente: 0050622-2 ou ITAÚ - agência 6077 conta corrente: 07438-0. A assinatura passaa contar a partir do momento da confirmação do recebimento do comprovante do depósito na conta do editor na atravésdo fax: (21) 2610-7365 ou pelo e-mail do editor [email protected] DADOS PARA O RECEBIMENTO DO JORNAL IMPRESSO (enviar cupom pelo fax: (21) 2610-7365):

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Revista do Meio AmbienteTiragem: 25 mil exemplaresRedação e correspondência:Trav. Gonçalo Ferreira, 777Casarão da Ponta da Ilha

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Ano I - Edição nº 003 - 2006

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