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2007 - NOVEMBRO - EDIÇÃO 012 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 1

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Edição 12 da Revista do Meio Ambiente

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2007 - NOVEMBRO - EDIÇÃO 012 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 1

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2007 - NOVEMBRO - EDIÇÃO 012 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 1

Editorial

Por Vilmar SidneiDemamam Berna*[email protected]

e boas intenções – e deboas idéias – o infernoestá cheio. Uma idéiaque se propõe a se bas-

tar por si própria como explicaçãodo mundo, tende a se tornar umaideologia. E uma ideologia que sepropõe a única verdadeira, tende aofundamentalismo totalitário. Não éà toa que tendem a não funcionarcomo explicação e organização demundo por que tanto o mundo,quanto as pessoas, são complexos eplurais demais para caberem den-tro de alguma ideologia. Nas últi-mas décadas vimos fracassar todasas grandes ideologias, seja capitalis-mo, socialismo e comunismo, emesmo o autogoverno em peque-nas comunidades auto-gestionári-as, por que, por detrás delas temgente complexa, por sua próprianatureza, com suas grandezas e mi-sérias. Gente tem inveja, ambição,ganância, arrogância, prepotência,indiferença com a dor alheia, etc.Por outro lado, gente também temsolidariedade, compaixão, gentile-za, amor, etc. As religiões - ideolo-gias em nome de divindades -, ten-tam a séculos domar a naturezahumana, pretendendo a impossíveltarefa de só desejarmos e agirmospara o bem e evitarmos todo o mal,e chega a nos prometer paraísos eameaçar com infernos eternos -ainda assim, as pessoas seguem boase más, essencialmente, em sua com-plexidade.

Com a queda do muro na Ale-manha, ruiu também a nossa cren-ça nas ideologias. Ficamos meioórfãos de boas idéias. O neolibera-lismo, que é a nova face do mesmocapitalismo de sempre, segue agorasem nenhuma oposição mundo afora, privatizando recursos naturaisque deveriam ser usufruídos portodos, manipulando genéticas parase apropriar da biodiversidade emercantilizar tudo o que for possí-vel, externalizando para a socieda-de os custos de tudo o que colocano mercado e que não quer cuidar(colocam os carros, por exemplo, eque os governos desviem dinheirode impostos, que era para empre-gar em transporte de massa, paraconstruir estradas, pontes e viadu-tos para os automóveis que aten-dem apenas 20% da população elevam o engarrafamento daqui paraum pouco mais a frente, além de

D

Ideologias, Informaçãoe Meio Ambiente

ter de lidar com a poluição do arque mata 13 mil brasileiros nas ci-dades todos os anos, e substituir aagricultura que combate a fomepor agricultura para alimentar au-tomóveis com etanol e biodiesel,etc.). O modelo segue capitalizan-do lucros e socializando prejuízos,com sempre fez.

Os defensores deste novo neo-liberalismo dizem que o seu dife-rencial fica por conta da democra-cia, tida como um valor sagrado, aocontrário dos regimes sob o con-trole do Estado, que tendem a su-primir a liberdade de expressão.Esquecem de dizer que não fazemisso por algum compromisso mo-ral com a liberdade de opinião, maspor que descobriram que podemusar a informação e a propaganda -na verdade precisam delas - comoforma de dominação. Se no passa-do essa dominação se dava por meiode chicotes, masmorras e assassina-tos hoje se dá pela divulgação dementiras, meias verdades, mitos,pelo uso intensivo do marketing eda propaganda difundindo idéias,em todos os canais e o tempo todo,de que um mundo melhor é possí-vel, desde que você trabalhe comoum escravo a vida toda e ganhe di-nheiro suficiente que assegure seuacesso a ele, através do consumo,um mundo maravilhoso onde oscabelos são sempre lindos, os cor-pos são musculosos e sem barriga,a pele de adultos mantém texturade bebês, as roupas e calçados estãosempre na moda, os carros são cadavez mais velozes e associados ao ‘de-sejo de ir mais longe, o mais rápidopossível”, etc. Um mundo igual paratodos, onde a felicidade se compra,basta ter dinheiro para usufruir doque há do bom e do melhor. Ummundo que não está ao alcance dosmais pobres e dos trabalhadoresapenas por que eles não querem,por serem preguiçosos e escolhe-ram não estudar nem trabalhar paraviver das benesses do Estado ou porque escolheram exercer trabalhossubalternos que pagam pouco emvez de se esforçarem mais, se capa-citarem mais, e se tornarem traba-lhadores melhores, mais bem remu-nerados. Em outras palavras, não hánada de errado com o sistema, er-rados estão os pobres e os que ga-nham pouco! Uma mentira cruelde um sistema que se apropria dos

recursos naturais e da força de tra-balho humano apenas para concen-trar renda e poder nas mãos de umapequena parcela da população, en-quanto exclui os mais pobres e negaa eles e aos trabalhadores educaçãode qualidade, moradias decentescom saneamento básico, alimenta-ção suficiente. Nenhuma educação,nenhum esforço de trabalho, pormelhor que seja, será capaz de en-frentar esta estrutura de apropria-ção de riquezas e concentração derendas.

Os nazistas defendiam a idéia deque os pobres e os incapazes eraminferiores, uma espécie de pesomorto para a natureza que tinha defornecer recursos naturais e alimen-tar raças que só serviam para dardespesas e causar danos ao Planeta,e que seriam eliminadas natural-mente. Uma idéia pervertida doprincípio natural da evolução dasespécies onde apenas os mais fortese adaptados é que tendem a sobre-viver. Ao eliminarem as raças con-sideradas por eles como inferiores,estariam dando uma mãozinha ànatureza, ao apressar a extinção de-las. Talvez vissem a ‘solução final’ (as-sassinatos coletivos de milhares depessoas) como um ato de miseri-córdia, pois estariam abreviando osofrimento de espécies que iriamdesaparecer mesmo, um dia. Osnazistas acreditavam na idéia de queexistia uma raça superior, a deles,naturalmente. Também eram vege-tarianos, defendiam os animais, cul-tuavam a vida ao ar livre e a natu-reza. Um exemplo de até onde asidéias podem nos levar.

Os defensores do socialismo edo comunismo, por sua vez, dizemque o erro não está na idéia do so-cialismo ou do comunismo, que sãoboas, mas no fato de ser preciso tere manter a força para enfrentar in-teresses e organizações poderosas,enraizadas há muito tempo, e quese apropriaram do Estado e dos re-cursos naturais para seus interesses.E todas as vezes que um povo e seugovernante ameaçam enfrentaremestes interesses, são acusados ime-diatamente de serem inimigos dademocracia e das liberdades. Comoestá acontecendo neste momentocom Chavez, na Venezuela. Lênindizia que “não se faz omeletes semquebrar ovos” para justificar osmassacres contra os próprios ope-

rários, a repressão e a censura ocor-ridos com a queda do ImpérioRusso e a construção da UniãoSoviética. Thomas HOBBES escre-veu que “O homem é o lobo dohomem” e Lorde Acton que “Opoder TENDE a corromper, e opoder absoluto corrompe absolu-tamente”. Dar a metralhadora paragente de boa intenção combater ospoderosos é fácil. Tirar deles asmetralhadoras depois que chegamao poder, não é. Este é o drama vi-vido pelo povo russo e por todosos outros povos que escolheram ocaminho da revolução.

Diante dessa realidade, comodevem se comportar os jornalistas,professores, líderes comunitários esindicais, ambientalistas e tantosoutros profissionais e cidadãos atra-vés dos quais a informação chegaao povo? É possível ser neutro di-ante de um poderoso que pisa nopescoço de outro mais fraco? Épossível não se indignar e se man-ter neutro diante do massacre quevem sendo empreendido contra anatureza e contra o povo brasileiro,principalmente quando, por suacondição profissional consegue teracesso a informações e dados pri-vilegiados? Como ser um profissi-onal engajado sem comprometer aqualidade da informação que, pordever, deve passar ao público? Es-ses profissionais devem substituir aopinião pública no seu direito defazer escolhas? É possível, enquan-to cidadão, ser engajado e compro-metido com uma causa e ideologiae ao mesmo tempo, enquanto pro-fissional, assegurar a pluralidade dasopiniões ao mesmo tempo - o quesignifica dar publicidade às idéiasque combatemos?

Sartre disse, certa vez que “aoescrever, o escritor deve solicitar umpacto com o leitor, que ele colabo-re em transformar o mundo, a suarealidade...” Será esta a saída? Co-municar francamente aos leitoresnosso comprometimento, sem mei-as palavras, para que ele saiba que ainformação que está tendo acessopode - e estará - fatalmentecomprometida por nosso olharengajado?

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FUNDADOR / JORNALISMO

VILMAR Sidnei Demamam BERNA

PRÊMIO GLOBAL500 DA ONU

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Redação: Trav. Gonçalo Ferreira,

777 – casarão da Ponta da Ilha,

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Expediente

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esde quando a Ministrado Meio Ambiente erauma simples senadora,algumas organizações

não-governamentais (ONGs) so-freram perseguições inexplicáveis,quer seja pela sua história de vidaou pelo seu ilibado comportamen-to. A Fundação o Boticário de Pro-teção à Natureza teve de respon-der em Comissão Parlamentar deInquérito (CPI), no Senado Fede-ral, não obstante todo seu relevantetrabalho para a conservação da na-tureza no Brasil e sua seriedade. Aprópria, então senadora, MarinaSilva defendeu, com muita propri-edade, a ONG e a CPI, como erade se esperar, não deu em nada e,nem poderia dar contra a Funda-ção o Boticário de Proteção àNatureza.

A entidade sofreu prejuízosmorais e financeiros, que ninguémpode ressarcir, quer sejam com opagamento de advogados, com vi-agens de seus dirigentes à Brasília,hotéis, horas de trabalho de seupessoal e, além do mais e talvezmais grave, tenha sido o desgaste eo desânimo gerado, na ocasião, emquem só tem feito o bem para aárea ambiental do país.

Agora quando se denunciammuitas ONGs, entre elas algumasque seguramente podem ter algu-mas irregularidades, cometem in-justiças de publicar na mídia e searmam inquisições em CPIs, con-tra organizações que há muito vêmrealizando trabalhos indiscutivel-mente fundamentais e sérios deproteção à natureza. Este é o casorecente, por exemplo, da CoalizãoInternacional da Vida Silvestre(IWC/ Brasil), que recebe, entreoutros, apoio da Petrobras.

A estatal ainda apóia outros ex-celentes projetos como o TAMAR.Este apoio é antigo, mas agora seestampou nas primeiras páginas devários jornais do Sul do país, que aIWC/Brasil é uma ONG que apre-senta muitas irregularidades. Na ver-dade, não apresenta, mas seu nomejá está manchado e tudo indica queseus dirigentes vão ter de enfrentaresta inquisição montada principal-mente graças aos ciúmes de outrasnão-governamentais e aos interes-ses de alguns políticos e homenspúblicos de aparecerem na mídia.

D

Denúncias contraONGs

Por Maria Tereza JorgePádua*

A IWC/Brasil é acusada de pe-gar dinheiro da Petrobras e nuncater feito nada pelas baleias; de nãoter qualquer produção científicae de ser o projeto administradopor uma pessoa, sem qualquerqualificação e que esta mesmapessoa é a única existente naONG. Ora, pelo amor de Deus,entrem no site da ONG e se in-formem de seus enormes traba-lhos que vêm salvando e prote-gendo as baleias francas e outrosmamíferos marinhos. Conheçama história da entidade, de comosurgiu, do que já fez e das pessoasde notório saber e ilibada reputa-ção que dela participaram, ou ain-da participam. Eu não vou repeti-la aqui, pois já falei muito dela emartigo recente publicado pelo OEco intitulado “O espetáculo dasbaleias”.

No Paraná, devido à acusaçãode um deputado- Max Rosen-mann, onde qualifica todas asONGs que lutaram pela criaçãode unidades de conservação defloresta de araucária no Paraná eSanta Catarina de “uma quadri-lha ambiental”, muitas não gover-namentais estão na berlinda. Odeputado diz mais: que seus diri-gentes buscavam enriquecimentopessoal e lá vão estas pessoas en-frentar uma audiência na PolíciaFederal, representando as entida-des: Mater Natura, WWF, a RedeNacional pró Unidades de Con-servação, a Apremavi e talvez te-nham de ir também a TNC e aSPVS, no dia 27 deste mês.

A esperança reside na justiça e notrabalho, que costuma ser imparcial,da Polícia Federal. Estas entidadestrabalham seriamente e seus dirigen-tes não devem nada a ninguém, masisso às vezes não é suficiente, nos tem-pos em que estamos vivendo ondegrassa a corrupção e os poucos ho-nestos são confundidos com o des-calabro que nos impõem os corrup-tos. O desgaste de quem ganha pou-co e trabalha muito nestas ONGs seráinevitável. Parece que quem faz e fazbem tem de pagar, ou está sempreatrapalhando alguém. Melhor serianão fazer, para aqueles inconseqüen-tes e levianos que acusam as ONGs,sem se dar ao trabalho de conhecerquem é quem na área ambiental.

Outra grande comoção que es-

tão enfrentando as ONGs é a pri-são da engenheira agrônoma ElmaRomanó, ex-chefe do escritórioregional do Instituto Ambiental doParaná (IAP) em Ponta Grossa.Elma é conhecida dos ambienta-listas que confiam no seu trabalhoe acreditam que a prisão é decor-rente de uma armadilha prepara-da pelos seus desafetos, pois elavinha sistematicamente denunci-ando, como era imperativo no car-go que ocupava, os crimes ambi-entais praticados principalmentepor madeireiros. O hábeas corpusde Elma foi negado pela Justiça.Ela tem 50 anos e trabalha há 30anos como servidora pública, semapresentar nenhum deslize em suaficha funcional. Assim, quinze or-ganizações ambientalistas estabe-leceram um fórum permanentepara ajudarem em sua defesa e para“lutarem contra a corrupção emórgãos ambientais do Paraná”. Asentidades priorizaram a luta pelaliberdade da servidora. Encabeçao movimento o advogado e am-bientalista Vitório Sorotiuk, queacredita ter Elma sempre se pau-tado, em sua vida profissional, pelahonestidade de conduta. Muitosambientalistas têm afiançado quesua prisão foi arbitrária e equívoca.

Organizações não-governa-mentais vivem de sua credibilida-

de, pois como são sem fins lucra-tivos não podem “fazer dinheiro”.Vivem de doações de organismosnacionais ou internacionais, dasONGs de países ricos, de doaçõesde pessoas físicas e de uma peque-na, sempre pequena, taxa de ad-ministração de projetos que exe-cutam. Quem trabalha nessas or-ganizações ambientalistas em ge-ral o faz por amor à causa, porquecrê que está ajudando à sociedadee que seu trabalho é importantepara se salvar a vida silvestre ou abiodiversidade do planeta. Ganhapouco e trabalha muito e em ge-ral tem o respeito de seus com-parsas, de cientistas e de outras ins-tituições afins. Colocá-las todas nomesmo patamar de alguns esper-talhões que fazem tudo para tiraro dinheiro público, ou melhor,roubar do público, é uma enormeinjustiça que vai prejudicar exata-mente aquela mesma natureza quetodos querem salvar, pelo menosno discurso.

* Fundadora da Funatura, mem-bro do Conselho da Fundação O Bo-ticário de Proteção à Natureza e dacomissão mundial de Parques Nacio-nais da UICN.

Fonte: [email protected]

O Eco

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projeto da transposição,integrando o Rio SãoFrancisco às bacias doNordeste Setentrional

vai beneficiar cerca de 12 milhõesde pessoas. No entanto, para que oprojeto se concretize, os estados deMinas Gerais e Bahia, juntos, pre-cisam ceder 2% do volume de águado rio que banha suas regiões. Umaquantidade de água desprezível, se-gundo o professor Paulo Canedo,coordenador do Laboratório de

Hidrologia daCOPPE/UFRJ.

O

Minas Gerais, Bahia e Sergipeterão de ceder água para aTransposição do Rio São Francisco

Água

Na opinião do pesquisador,que integra o grupo de especia-listas que assina a elaboração daversão preliminar do Plano De-cenal de Recursos Hídricos daBacia Hidrográfica do Rio SãoFrancisco (PBHSF) para a Agên-cia Nacional de Águas (ANA),esse percentual é pequeno, secompararmos o que esses estadosperderão em relação ao enormeganho que significará para o Po-lígono da Seca.

Por outro lado, o especialistaconsidera pertinente a oposiçãofeita pelos representantes de Mi-nas Gerais, Bahia e Sergipe. Antesde mais nada, é preciso deixar cla-ro que a água tem valor e que es-

ses estados precisam receberpela água que

será transportada”, ressalta o pes-quisador.

Segundo Canedo, o principalponto da discussão não está nopercentual de água a ser transfe-rido. A transposição do Rio Para-íba do Sul para o Rio Guandu,no estado do Rio de Janeiro, porexemplo, é de 70% do volume daágua. Apesar de o projeto de trans-posição do rio São Francisco im-plicar num volume de água pe-queno, o pesquisador defende queos estados que vão ceder a águatêm todo o direito de reclamar,pois o que se pede deles é umarenúncia hídrica, que deverá sig-nificar um futuro sacrifício emtermos de desenvolvimento.“Além disso, não estão sendo con-templadas na discussão as váriascidades desses estados que tambémapresentam problemas de abaste-cimento e são carentes de infra-estrutura hídrica, mesmo estandoàs margens do Rio São Francis-co”, ressalta.

O aproveitamento hídrico doprojeto de transposição do RioSão Francisco foi aprovado peloConselho Nacional de RecursosHídricos (CNRH), ligado ao Mi-nistério do Meio Ambiente, no dia17 de janeiro de 2005. De acordocom o Plano Decenal, a transpo-sição propiciará aos estados doNordeste Setentrional um consu-mo adicional imediato de 25 m3/s (25.000 litros por segundo), po-dendo chegar a 65m3/s de águaem 2025.

Segundo o professor, o semi-árido nordestino tem centenas dereservatórios que são capazes deatender a vazões de até 77m3/s.Com a transposição, no futuro essaregião poderá ser beneficiada comum volume de água de 180m3/s.Portanto, um total superior a sim-ples soma da capacidade atual dosreservatórios com o volume deágua transportado. “Não se trata

Apesar de o projeto de transposição do rio São Francisco implicar num volume de águapequeno, Paulo Canedo, coordenador do Laboratório de Hidrologia da COPPE/UFRJdefende que os estados que vão ceder a água têm todo o direito de reclamar, pois o quese pede deles é uma renúncia hídrica, que deverá significar um futuro sacrifício emtermos de desenvolvimento.

Paulo Canedo

do milagre da água. O adicional de38 m3/s deve-se a uma economiagerada pelo fato de que só estaráexposto ao tempo o volume sufi-ciente para o consumo, evitando as-sim, perdas por evaporação e trans-bordamento nos reservatórios”,explica o professor.

A seca no semi-árido nordesti-no é causada pela má distribuiçãodo volume de chuva: na região che-ga a chover 700 mm por ano, du-rante uma média de apenas trêsmeses. “Como o solo da região éraso, não há retenção e a água dachuva escoa rapidamente. Outroproblema é que muitos dos açudesnordestinos são largos e rasos. Parase ter uma idéia, um açude pre-cisa conter quatro litros de águapara viabilizar o uso de apenas umlitro. A água evapora com facili-dade”, explica o professor que de-fende a transposição como umaboa solução para o semi-áridobrasileiro.

A escassez de recursos hídricosem algumas regiões do nordesteestá muito abaixo do limite míni-mo estabelecido pela ONU, que éde 1.000 metros cúbicos de águapor habitante/ano. Atualmente, adisponibilidade em algumas áreasdos sertões do Nordeste Setentri-onal é de aproximadamente 500metros cúbicos por habitante/ano.

Neste cenário de carência hídri-ca, que traduz - se em pobreza ebaixos índices de desenvolvimen-to humano, o São Francisco res-ponde por cerca de 70% da águadisponível na região, o que o tornao oásis do nordeste brasileiro.

Fonte: Planeta COPPE

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MinasGerais, Bahiae Sergipe alvosda transposição

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e um pesquisador pro-pusesse testar um me-dicamento para idososutilizando como mo-

delo moças de vinte anos; ou tes-tar os benefícios de determinadadroga para minimizar os efeitosda menopausa utilizando comomodelo homens, certamente ha-veria um questionamento quan-to à cientificidade de sua meto-dologia.

Isso porque se assume que mo-ças não sejam modelos representa-tivos da população de idosos e querapazes não seja o melhor modelopara o estudo de problemas perti-nentes às mulheres. Se isso é lógi-co, e estamos tratando de uma mes-ma espécie, por que motivo aceita-mos como científico que se testedrogas para idosos ou para mulhe-res em animais que sequer perten-cem à mesma espécie?

Por que aceitar que a cura paraa AIDS esteja no teste de medi-camentos em animais que sequerdesenvolvem essa doença? E mes-mo que o fizessem como dizerque a doença se comporta nessesanimais da mesma forma que emhumanos? Mesmo livros de bio-terismo reconhecem que o mo-delo animal não é adequado.

Dados experimentais obtidosde uma espécie não podem serextrapolados para outras espéci-

S

O modelo animalAnimais

es. Se quisermos saber de que for-ma determinada espécie reage adeterminado estímulo, a únicaforma de fazê-lo é observandopopulações dessa espécie natural-mente recebendo esse estímuloou induzi-lo em certa população.

Induzir o estímulo esbarra noproblema da ética e da cientifici-dade. Primeira pergunta: será queé certo, será que é meu direitopegar indivíduos e induzir nelesestímulos que naturalmente nãoestavam incidindo sobre eles? Se-gunda pergunta: será que é cien-tífico, se o organismo receber umestímulo induzido, de maneira di-ferente à forma como ele natu-ralmente se daria, será ele mode-lo representativo da condição real?

Ratos não são seres humanosem miniatura. Drogas aplicadasem ratos não nos dão indícios doque acontecerá quando seres hu-manos consumirem essas mesmasdrogas. Há algumas semelhançasno funcionamento dos sistemas deratos e homens, é claro, somos to-dos mamíferos, mas essas seme-lhanças são paralelas. Não se po-dem ignorar as diferenças, as mui-tas variáveis que tornam cada es-pécie única. Essas diferenças, pormenores que pareçam, são tãosignificativas que por vezes pro-duzem resultados antagônicos.

Testes realizados em ratos

não servem tampouco para ava-liar os efeitos de drogas em ca-mundongos. Isso porque apesarde aparente semelhança, ambas asespécies possuem vias metabóli-cas bastante diferentes. Diferen-ças metabólicas não são difíceisde encontrar nem mesmo den-tro de uma mesma espécie, ad-mite-se que as drogas presentesno mercado são efetivas apenaspara 30-50% da população hu-mana.

Na prática o que acontece éque um rato pode receber umadose de determinada substância emetabolizá-la de maneira que elase biotransforme em um compos-to tóxico. A toxicidade mata orato, mas no ser humano essa dro-ga poderia ser inócua, quem sabea resposta para uma doença seve-ra. Por outro lado, o teste em ra-tos pode demonstrar a segurançade uma droga que no ser humanose demonstre tóxica.

Centenas de drogas testadas eaprovadas em animais foram co-locadas no mercado para uso por

seres humanos e precisaram ser re-colhidas poucos meses após, porhaverem sido identificados efei-tos adversos à população. Se aspesquisas com animais realmentepudessem prever os efeitos dedrogas a seres humanos, esseseventos não ter iam ocorr ido.Dessa forma, pode-se inferir quea pesquisa que utiliza animaiscomo modelo não só não benefi-cia seres humanos, como tambémpotencialmente os prejudica.

O modelo de saúde que de-fendemos é aquele que valoriza avida humana e animal. Os inte-resses da indústria farmacêutica edas instituições de pesquisa quelucram com a experimentaçãoanimal não nos dizem respeito.Buscamos por soluções reais paraproblemas reais.

Os maiores progressos em saú-de coletiva se deram através de su-cessivas mudanças no estilo devida das populações. Há uma forteco-relação entre nossa saúde e oestilo de vida que levamos. Senosso estilo de vida é dessa oudaquela forma, isso reflete emnossa saúde. Está claro que as do-enças são reflexo, em grande par-te, de nosso estilo de vida e que acura deve estar em correções nes-ses hábitos.

* Biólogo em São Paulo/SP, mes-tre em Alimentos e Nutrição, autordos livro “A Verdadeira Face da Ex-perimentação Animal: A sua saúde emperigo” e “Alternativas ao Uso de

Animais Vivos na Educação: pelaciência responsável”.

Contato:[email protected]

Por Sérgio Greif*

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OpiniãoPor Roosevelt S.Fernandes, M.Sc.*

Exame Nacional deDesempenho dos Estu-dantes (ENADE), cria-do pelo Ministério da

Educação (MEC), tem por obje-tivo verificar o desempenho dosestudantes em relação aos conteú-dos programáticos previstos nasdiretrizes curriculares dos diferen-tes cursos de graduação (ensinosuperior), suas habilidades frente àsexigências decorrentes da evolu-ção do conhecimento e suas com-petências para compreender temasexternos ao âmbito específico desua profissão, bem como de outrasáreas do conhecimento.

Assim, os resultados do ENA-DE são referências que permitema definição de ações voltadas àmelhoria da qualidade dos cursosde graduação, quer pelas autori-dades educacionais, quanto (e, so-bretudo) pelas próprias instituiçõesde ensino.

Ao contrário do “Provão”, queavaliava anualmente todos os for-mandos (concluintes) de cursos denível superior, o ENADE avaliaapenas uma amostra de alunos (de-finida por sorteio), porém o fazpara alunos iniciantes e concluin-tes de cada curso das instituiçõespúblicas e privadas.

A proposta que o Núcleo deEstudos em Percepção Ambiental/ NEPA apresenta, tendo comobase a filosofia adotada pelo ENA-DE, é da criação (em caráter nãocompulsório) do “ENADE Am-biental”, este diretamente ligada ànecessidade de conhecer, quandoingressam e apos formados, o per-

O

Nossos futuros gestores estãopreparados para enfrentarem acrise das mudanças climáticas ?

fil de cidadania ambiental de es-tudantes do ensino superior, paraidentificar, avaliar e atuar sobre aspossíveis disfunções do conheci-mento ambiental, de diferentescursos de nível superior, adequan-do-os às demandas do mercado detrabalho e, em particular, a inevi-tável crise ambiental que a socie-dade deverá enfrentar nas próxi-mas décadas.

Certamente tal processo nãoestará avaliando unicamente a efi-cácia da ação das instituições deensino sobre seus alunos, mas simtodo o contexto a que os estudan-tes estão submetidos (TV, jornais,revistas, ação das ONGs ambien-talistas, etc), inclusive o conheci-mento ambiental disponibilizadosnos cursos.

A avaliação, como já está ocor-rendo (conduzida pelo NEPA-UNIVIX) com cursos de Admi-nistração e Engenharia de duasinstituições de ensino superior se-diadas na Grande Vitória - ES, to-mou como base um questionárioespecialmente desenvolvido peloNEPA, onde se procura quantifi-car o conhecimento ambientalbásico (perfil de cidadania ambi-ental), frente a diferentes aspectosda temática ambiental, comparan-do-se os resultados obtidos de in-gressantes e concluintes.

É importante destacar que aavaliação do conhecimento ambi-

ental já está incorporada à avalia-ção do ENADE, porém o que sepropõe é uma avaliação em sepa-rado e detalhada deste conheci-mento, dado a importância, cres-cente e crítica, das demandas domercado por profissionais prepa-rados para atender as exigênciasambientais das empresas, quer doponto de vista de planejamentode suas atividades futuras, açõescorretivas em relação às ativida-des presentes, bem como o pró-prio processo de obtenção e re-novação de suas licenças ambien-tais junto aos órgãos normativosde controle ambiental.

Não podemos esquecer que agrande maioria dos formandosnão é incorporada as grandes em-presas (que contam com gruposespecializados e multidisciplinarespara tratar dos temas ambientais),mas as micro, pequena e médiaempresas, onde tais gestores, à luzdo seu preparo para tal, desenvol-vem a postura a ser adotada pelaempresa.

A proposta inicial de criação do“ENADE Ambiental” deve serconsiderada como um ponto dereferência para a futura ampliaçãodo procedimento para outras ins-tituições de ensino, de modo a as-segurar a caracterização de umperfil nacional de ingressantes econcluintes de diferentes cursos denível superior, possibilitando a for-

mulação / reformulação dos pro-jetos pedagógicos dos próprios cur-sos, ajustando-os as necessidades deadequação de disfunções ambien-tais / sociais observadas, imprescin-díveis à formação dos diferentesprofissionais que chegam ao mer-cado de trabalho.

Os resultados das pesquisas rea-lizadas pelo NEPA na linha da ado-ção do “ENADE Ambiental” mos-tram (e enfatizam), mesmo que ain-da em caráter preliminar, a impor-tância da adoção deste novo e com-plementar instrumento de avalia-ção dos estudantes do ensino su-perior, em caráter não compulsó-rio, envolvendo não apenas os as-pectos ambientais, mas também ossociais.

No momento que discutimos acrise das Mudanças Climáticas,aonde muito se vem falando (ne-cessariamente) a respeito das for-mas “corretivas” de equacionar oproblema, há que se ter idênticapreocupação com as opções “pre-ventivas” de encaminhar o mesmotema, o que nos parece ser, entreoutros, a preocupação de conhe-cer como nossos jovens estão pre-parados (do ponto de vista do co-nhecimento ambiental básico) paraassumir (e manter) o gerenciamen-to desta crise.

* Roosevelt S. Fernandes, M.Sc. émembro titular dos Conselhos Estadu-al de Meio Ambiente e do Estadual deRecursos Hídricos (ES), bem como doConselho de Meio Ambiente da CNI- [email protected]

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Animais

m urso pardo e um lha-ma foram apreendidosnum circo em Campos,no Norte Fluminense,

no dia 27/10 pela chefe do Escri-tório do IBAMA em Campos dosGoytacazes e agentes do IEF/RJ.Segundo a 146ª DP (Guarus), odono do Royal Circo Show, quemantinha os animais, foi autuadopor maus tratos a animais Lei Fe-deral nº 9605/98 e utilizar animaisem circo, o que é proibido pela leiestadual 3714/2001.

Os técnicos dos órgãos ambi-entais constataram em vistoria nocirco que os animais não tinhamacomodações nem alimentaçãoadequada. O urso, que mede2,10m e tem 10 anos, estava numapequena jaula e era alimentadocom ração para cães. A lhama, de12 anos, recebia ração para cava-los.

A denúncia sobre a situação dosanimais foi feita pela Associação deProteção aos Animais (APA), or-ganização não-governamental deCampos dos Goytacazes, que aci-onou o ESREG/IBAMA/CAM-POS. Como o órgão federal nãodispõe de fiscais na região, solici-tou apoio da fiscalização do IEF eda Secretaria de Meio Ambientede Campos dos Goytacazes paraproceder numa ação conjunta. As-sim como para um laudo técnicoque envolvesse além da avaliaçãoda bióloga do IBAMA(Rosa Ma-ria), o parecer de uma médicaveterinária,então o IBAMA soli-citou a ajuda do HOSPITAL VE-TERINÁRIO DA UENF queacompanhou toda a operação.

Os animais apreendidos foramencaminhados para o Zoológicodo Rio no dia seguinte.

O inspetor André Luis Barce-llos da 146ªDP (Guarus) informouque o dono do circo disse que

U

Urso e lhama sãoapreendidos em circo deCampos (RJ)

comprou o urso pardo em umaimportadora de animais exóticosde Curitiba. A importadora teriacomprado o animal da Holanda,segundo o policial. Já a lhama te-ria sido adquirida na Bolívia, se-gundo informou o policial, combase no depoimento do dono docirco. Não havia nenhum docu-mento que comprovasse a legali-zação dos animais.

Laudo TécnicoO Laudo Técnico foi assinado

pela BIÓLOGA, analista ambien-tal do ESREG/ IBAMA em Cam-pos dos Goytacazes/RJ – RosaMaria Cordeiro Wekid CastelloBranco e pela MÉDICA VETE-RINÁRIA Helena Hokamura doHospital veteriário da UENF.

Assunto: Apreensão de um ma-cho de Urso pardo e uma fêmeade Lhama em circo no Municípiode Campos dos Goytacazes/RJ

Data: 27 de junho de 2007Urso pardo de idade informa-

da de aproximadamente 10 anos,se encontrava confinado em umajaula de dimensões aproximadas de2,5 m comprimento x 2,0 m lar-gura x 1,5 m altura, não permi-tindo ao animal permanecer emposição bipedal. Ausência de for-necimento de fonte de água ad li-bitum, ausência de sombrema-mento mantendo o animal emcondições de insolação direta.

Fisicamente apresentando-seabaixo do peso esperado para aidade, pelos foscos, ressequidos ede cobertura homogênea sem si-nais aparentes de lesões de pele.Apresentava sinais de estereotipiade comportamento, executandocaracterizando confinamento ex-cessivo. Observou-se material fe-cal em pequena quantidade nointerior da jaula, sendo seu aspec-to macroscópico ressequido e fa-rináceo em volume inferior ao es-perado para o porte do animal. Au-sência de sinais que evidenciassemo fornecimento de alimentação

adequada e balanceada (fontes defibras naturais - frutas, legumes, ver-duras, cereais; e fontes protéicas deorigem animal - carnes, aves, pei-xes) sendo alimentado exclusiva-mente com ração para cães em vo-lume e freqüência não informada.

Obs: jaula inadequada oferecen-do riscos para a manipulação do ani-mal e possibilitando acidentes inclu-indo fuga do animal, representandoriscos à comunidade em geral.

Lei estadual proíbe uso deanimais em circos. Animaisrecebiam rações de cavalose cães isso é maus tratos.

Lhama: apresentava-se presa auma corda curta que limitava seusmovimentos. Não se observou si-nais de fornecimento de água adlibitum, não havia sinais de forne-cimento de feno ou ração.Segundoseu proprietário lhe era fornecidaração de cavalo (não tendo apre-sentado o alimento).Não havia si-nais de abrigo para o animal.

CONCLUSÃOOs animais estavam em

maus tratos.

Como não tem mais como ser devolvido à natureza, o urso ficará sob oscuidados do zoológico do Rio de Janeiro, para quem quiser visitá-lo.Dentro dessas circunstâncias, o urso está melhor agora e até ganhou umaursa parda como companheira.

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elecionados por umjúr i independente-composto por 11 jor-nalistas especializados,

lideranças de ONGs, especialistasem gestão ambiental, pesquisado-res e dirigentes acadêmicos, osquatro jovens escolhidos partici-parão de um Encontro Interna-cional de Jovens EmbaixadoresAmbientais, que será realizado naAlemanha, entre 17 e 26 de no-vembro, na quinta edição de umdos mais importantes programasglobais de protagonismo juvenilpela sustentabilidade.

O presidente da Bayer S.A. eporta-voz do Grupo Bayer noBrasil, Dr. Horstfried Laepple,declarou: “É a partir de propostascomo estas que podemos cons-truir um futuro melhor para aspróximas gerações. Eu realmenteespero que o nosso incentivo sejaum fator motivacional para queestes jovens sigam em frente econtinuem persistindo pela pre-servação do meio ambiente”.

Entre 32 projetos inscr itos(um crescimento de 20% em re-lação à Edição 2006), vindos de nove estados brasileiros, a Comis-são Julgadora escolheu quatro queabordam temas atuais e de inte-resse coletivo como Energia, Re-ciclagem de materiais, Saúde eTransportes. Os selecionados, porordem alfabética, foram os seguin-tes:

· Camila Rodini LuizKammerer, da USP - Universi-dade de São Paulo, Ribeirão Pre-to/SP, com o projeto “Biodieselem casa e nas escolas”.

· Hyrla Marianna Oliveira,da UnB - Universidade de Brasi-

S

Bayer e ONU/PNUMA apresentamos Jovens Embaixadores Ambientais2007 do Brasil

lia, Brasília/DF, com o estudo“Design de mobiliário escolarcom madeira plástica como solu-ção sustentável”.

· Michelle Caroline de Oli-veira, do UnicenP - Centro Uni-versitário Positivo, Curitiba/PR,com o projeto “Uso racional ecoleta orientada de medicamen-tos”.

· Moisés Ribeiro Abdou, daUSP - Universidade de São Pau-lo, São Paulo/SP, com o projeto“Pavimento ecológico: uma op-ção para pavimentação de vias das grandes cidades”.

Sobre o ProgramaO Programa Jovens Embaixa-

dores Ambientais vem sendo rea-lizado pela Bayer desde 1996 e apartir de 2003 tornou-se umaparceria global com o PNUMA– Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente. “O pro-grama Bayer Jovens Embaixado-res Ambientais tem se mostradode grande importância para a in-serção dos jovens como impor-tantes atores dos processos ambi-entais internacionais. A Bayer foia primeira empresa global a en-gajar-se na implementação da Es-tratégia de Juventude e Ambien-te do PNUMA”, disse CristinaMontenegro, diretora do PNU-MA no Brasil. Para saber mais vi-site o site www.byee.com.br.

O objetivo do programa éidentificar e incentivar liderançasjovens (18 a 25 anos) nas áreas de preservação ambiental e desen-volvimento sustentável, promovero intercâmbio e a troca de expe-riências em termos globais, e comisso promover a paz entre as na-ções a partir do respeito à diver-sidade cultural e do reconheci-mento de objetivos comuns so-bre questões ambientais. Desde1996 já foram premiados mais de 400 jovens de 22 países da Ásia,América Latina, África e Europa– 16 deles do Brasil.

Realizado no Brasil desde

2004, o Programa conta com oapoio do Ministério do MeioAmbiente do Brasil e a auditoriaexterna independente de proce-dimentos da Pricewaterhouse-Coopers.

Os quatro Jovens Embaixado-res Ambientais de 2007 embar-carão dia 17 de novembro para aAlemanha, onde cumprirão ex-tenso programa técnico e cul-tural, com visitas a universidades, centros de pesquisa, órgãos am-bientais alemães e intercâmbiotécnico em Leverkusen, sedemundial da Bayer, e Berlim.

Sobre a BayerO Grupo Bayer pratica os

princípios da ResponsabilidadeSocial e Ambiental em todo omundo e é reconhecida comouma empresa líder mundial. Re-cebeu o Prêmio Low Carbon Leaders e foi incluído no Ín-dice de Liderança Climática e jáultrapassou as metas especificadaspelo Protocolo de Kyoto. Suasações foram selecionadas para es-tar no Índice Mundial de Susten-tabilidade Dow Jones e no Índi-ce de Sustentabilidade STOXXDow Jones Europeu desde queforam criados em 1999 e 2001,respectivamente. A Bayer tam-bém foi co-fundadora da inicia-tiva Global Compact, da ONU,contra a corrupção, e na área da

Bayer e PNUMA premiamos quatro universitáriosbrasileiros selecionadoscomo Jovens EmbaixadoresAmbientais – Edição 2007 emevento em São Paulo no dia23 de outubro; Parceria foirenovada por mais três anos

saúde colabora com a Organiza-ção Mundial da Saúde e com um projeto internacional decombate à tuberculose.

No Brasil a empresa tem várias iniciativas de RSE, comoo Biodiversidade, mantido pela Bayer CropScience, e o EscolaVerde, de educação ambiental,considerados Benchmarking Am-biental em 2007; o Programa Cão-Guia, para portadores de deficiência visual, único na Amé-rica Latina; apóia a AACD - As-sociação de Assistência à CriançaDeficiente doando mensalmenteprodutos para a construção depróteses, e há 10 anos e realiza oPrograma“Bayer vai à Comuni-dade”, que inclui uma Escola deFutebol, que envolve mais de 150alunos em Belford Roxo-RJ, um programa de Reforço Ali-mentar, que beneficia 2.400 cri-anças todos os dias e o ProgramaVoluntariado, através do qual osfuncionários praticam sua cidada-nia ajudando várias entidades.

Mais informações: Programa Bayer Jovens Em-

baixadores Ambientais - Secreta-ria Executiva

Contato: Rogério Ruschel –Tel. 0XX11 – [email protected]

Da esquerda: Moisés, Camila, Dr.Horstfried Laepple, Hyrla e Michelle.Img. http://www.bayeryoungenvoy.com

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Por Washington Castilhos,do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro sediou,na semana passada, oprimeiro encontro pro-movido na Amér ica

Latina pelo Painel Intergoverna-mental sobre Mudança do Clima(IPCC), órgão que ganhou o Prê-mio Nobel da Paz de 2007 – divi-dido com Al Gore, ex-vice-presi-dente dos Estados Unidos.

No encontro foram discutidasas conclusões do quarto relatóriode avaliação sobre mudanças cli-máticas produzido pelo órgão esuas conseqüências para o Brasil epara o mundo.

Vice-presidente do IPCC, oeconomista Mohan Munasinghedestacou a importância de quepaíses em desenvolvimento, comoo Brasil, não copiem ou não repi-tam o modelo de desenvolvimen-to adotado pelos mais ricos, res-ponsáveis por mais de 80% dosgases emitidos na atmosfera e con-siderados causadores do aqueci-mento global.

Natural do Sri Lanka e profes-sor visitante da Universidade Yale,nos Estados Unidos, Munasingherecomendou que as nações maispobres criem seus próprios mode-los de desenvolvimento sustentá-vel.

“Implementar o desenvol-vimento sustentável é a estra-tégia que defendemos paraque os países melhorem suacapacidade tanto de se adap-tar às mudanças climáticascomo de mitigar suas emis-sões de gases de efeito estu-fa”, disse o economista em entre-vista à Agência FAPESP, na qualtambém fez uma crítica à falta devontade política dos países desen-volvidos no cumprimento dasmetas relativas à redução da emis-são de gases.

Que indicações e conclu-sões o mais recente relatóriodo IPCC trouxe de mais sig-nificativas?

MOHAN MUNASINGHE – Nãotemos mais dúvidas de que o

O

Desenvolvimentosem danos

Entrevista: Mohan Munasinghe

aquecimento global está realmen-te ocorrendo, provocado pelasações do homem nos últimos 200anos, após o advento da revolu-ção industrial. Mais de 80% dosgases na atmosfera hoje em dia sãoemitidos pelos países desenvolvi-dos, mas os impactos dessa emis-são de gases, que causa o aqueci-mento global, serão mais sentidosnos países mais pobres. Nosso re-latório estima que haverá um au-mento na temperatura de 3 a 6graus nos próximos cem anos eque o nível do mar deverá subircerca de 4 metros. Também pro-pomos soluções e recomendaçõespara que os países se adaptem aessas mudanças. Um terceiro pon-to do relatório aborda a mitiga-ção para reduzir a emissão de ga-ses, que aumentou 70% nos últi-mos 30 anos, mesmo depois defirmado o Protocolo de Kyoto.Isso é inaceitável. A meu ver, oque falta, no entanto, é vontadepolítica nos países mais ricos.

E quais são as recomen-dações para os países em de-senvolvimento?

Para países como o Brasil, omelhor caminho para resolver oproblema das mudanças climáti-cas é criar uma estratégia de de-senvolvimento sustentável. É pos-sível fazer com que a adaptação, amitigação e o desenvolvimentoocorram ao mesmo tempo, quecaminhem juntos. Não se deveencarar o desenvolvimento e oclima como oponentes, ou acharque o primeiro é prejudicial aosegundo. A idéia é mudar a noçãode desenvolvimento, de maneiraque se possa continuar a desen-volver de modo sustentável, pararesolver não somente o problemadas mudanças climáticas, mas tam-bém da pobreza. Ou seja, imple-mentar o desenvolvimento sus-tentável é a estratégia que defen-demos para que os países melho-rem sua capacidade tanto de seadaptar às mudanças climáticas

Mohan Munasinghe, vice-presidente do IPCC, destaca a importância deque países como o Brasil adotem modelos próprios de desenvolvimentosustentável.

como de mitigar emissões de gasesde efeito estufa. Mas o mais im-portante para os países em desen-volvimento é que eles não copiemou repitam o mau exemplo dosdesenvolvidos.

Mas, de acordo com o Pro-

tocolo de Kyoto, os países de-senvolvidos têm até 2012 paracumprir suas metas, não?

Na Convenção do Clima de1992 falou-se em responsabilida-des e as metas que os países têmem comum. Já o Protocolo de Kyo-to diz que são os países desenvol-vidos que devem começar o pro-cesso de mitigação e mostrar aoresto do mundo como isso será fei-to. Os países em desenvolvimentotêm taxa de emissão de gases percapita ainda baixa, por isso o Pro-tocolo de Kyoto não estabeleceumetas para esses países. Mas a ten-dência é que eles aumentem essaemissão à medida que se desenvol-verem e se industrializarem mais.

E o que os países em de-

senvolvimento podem fazerdiante de tal expectativa?

A idéia é que, quando algunsdesses países se tornarem mais ri-cos e passarem a importar tecno-logia dos países desenvolvidos, po-derão também começar a adotaralgumas das técnicas de mitigaçãoe reduzir a taxa de emissão e deuso de energia. Há também a pro-posta de que, em vez de existir aseparação entre o grupo dos paísesricos e o dos países pobres, haja umgrupo intermediário, como a Co-réia do Sul, por exemplo, que estádisposta a se juntar às responsabili-dades do grupo que tem metas acumprir. Há nações que estão segraduando para fazer parte dessegrupo. Acho que o Brasil deveriaestar nesse grupo intermediário.

Fonte: Agência FAPESP – Co-laboração enviada por Andréa S.Santo - [email protected]

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2007 - NOVEMBRO - EDIÇÃO 012 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 11

Por JC Moreira

om o slogan A Paz éVerde, a secretaria doMeio Ambiente domunicípio de Paty do

Alferes, desenvolveu a temáticapara o VI Fórum de Meio Ambi-ente e 1º Conferência Municipalde Meio Ambiente. O eventoaconteceu no dia 5 de outubro nosalão da Igreja Assembléia de Deus.Com a presença de representantesde várias ONGs, ambientalistas lo-cais e várias autoridades, entre elaso coordenador da agenda 21 daSecretaria de Estado de Meio Am-biente, Carlos Alberto CasteloBranco; os mestres Adriano LúcioPeracchi, da UFRRJ; o profº Pau-lo Rodrigues Cassino, da Univer-sidade Severino Sombra e Diretorde Recursos Hídricos da SMMA-PA, o correspondente da Revistado Meio Ambiente e imprensa lo-cal.

O secretário de Meio Ambien-te de Paty do Alferes, Jorge José deBarros Santos o “Zezé da Flores-ta”, falou sobre a preocupação daprefeita, Lúcia de Fátima a “Bata-ta”, com o meio ambiente. Segun-do Zezé “a prefeita tem nos dadotodo o apoio e o trabalho que es-tamos realizando, só foi possívelgraças à compreensão e o compro-metimento dela com o meio am-biente, agilizou para estruturar aAgenda 21 Local e a criação daSecretaria Municipal de Meio

C

Projeto“A Paz é Verde”

Ambiente de Paty do Alferes. Anossa parceria com o Instituto Ter-ra de Preservação Ambiental se-diado em Miguel Pereira, foi fun-damental, na oportunidade erapresidido pelo companheiro Car-los Frederico Castelo Branco, quenão mediu esforços para desenvol-ver e participar ativamente do pro-jeto de implantação da Agenda 21,hoje é o Coordenador da Agenda21 da Secretaria de Estado deMeio Ambiente. É com muito pra-zer que podemos falar que a Agen-da 21 Local é uma referência na-cional, sendo inclusive apresenta-da na “Reunião da Cúpula doMercosul” ocorrido em Brasíliaem maio de 2007. Estamos aten-dendo a solicitação de vários mu-nicípios no sentido de conhece-rem o nosso Projeto de GestãoAmbiental e DesenvolvimentoSustentável. Estamos propondonovas ações voltadas á educaçãoambiental e o gerenciamento dosRecursos Hídricos. A diminuiçãode água que vem atingindo o mu-nicípio é preocupante, o que é pior,não é só aqui em Paty do Alferesque esse fato está ocorrendo, emvários municípios. É um dos mo-tivos que estamos junto com a so-ciedade organizada estudando amaneira mais prática de sanarmoso problema da água. As Gestões,da Cobertura Vegetal, das Ativida-des Agrícolas e o PlanejamentoParticipativo que dará prossegui-mento a discussão sobre o Desen-volvimento Sustentável no muni-cípio, entre eles o Programa deRevitalização de Nascentes e MataCiliar. A criação de Novas Unida-

des de Conservação Pública e Pri-vada também está no plano de tra-balho que estamos viabilizando”.

Como parte das atividadesocorreu a eleição dos candidatosinscr itos para fazer parte daCONDEMA- Conselho Munici-pal de Meio Ambiente de Paty doAlferes. 14 instituições concorre-ram na votação, onde participa-ram mais de 60 pessoas.

No período da tarde, teve iní-cio à 1ª Conferência Municipal deMeio Ambiente, com o tema“Mudanças Climáticas”. A pales-tra proferida pelo Biólogo Gilber-to Pereira, do Planejamento Am-biental do Instituto Terra, enfati-

Coluna do JC

O secretário de Meio Ambiente de Paty do Alferes, Jorge José de BarrosSantos o “Zezé da Floresta”, apresentou o funcionamento do Plano deGestão Ambiental Integrado da Secretaria e as ações desenvolvidaspela sua pasta.

VI Fórum de MeioAmbiente e 1º ConferênciaMunicipal de MeioAmbiente dePaty do Alferes

zou os motivos principais da vio-lenta mudança do clima em nossoplaneta, e deixou bem claro a ma-neira que todos nós poderemoscolaborar e participar efetivamenteem pequenas ações que ajudarãoa amenizar essa mudança climáti-ca em nossa região. Após o inter-valo, ouve a apresentação dos gru-pos com as proposta que serão en-viadas para a Conferência Regio-nal do Meio Ambiente, que serárealizado em 23 e 24 de novem-bro em Paty do Alferes de ondeserão tiradas as propostas de todasas secretarias e posteriormente le-vadas á Conferência Nacional doMeio Ambiente em Brasília.

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12 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIÇÃO 012 - NOVEMBRO - 2007

Coluna do JC

Núcleo de Educação eComunicação Ambien-tal, Educa Mata Atlân-tica, no Estado do Rio

de Janeiro, coordenado pela dire-tora Rita Souza, em parceria como SOS Mata Atlântica, vem desen-volvendo várias atividades na re-gião Sul Fluminense. Entre elasEducação Ambiental com forma-dores e disseminadores dos progra-mas de preservação do meio am-biente e dando suporte para osinteressados no replantio de mu-das da mata nativa. Principalmen-te nas áreas identificadas como es-paço não só de importância emfunção de sua biodiversidade e seusatributos naturais, mas também emáreas com grande potencial de de-senvolvimento sustentável. Outrofator preponderante que vem sen-do desenvolvido é a necessidadedas matas ciliares, como tambémo reflorestamento nas encostas enascentes.

Vários municípios já participam

O

Reflorestando oSul Fluminense

Bom Exemplo Ambiental

dos programas e mais de 350 milmudas já foram plantadas nos mu-nicípios de Porto Real, Resende,Quatis, Barra Mansa, Mendes, Pa-racambi, Rio Claro, Pirai, Barra doPirai,Vassouras, Valença, Rio dasFlores, Paty do Alferes, MiguelPereira e Paulo de Frontin. Ou-tros municípios já estão na progra-mação para participar dos proje-tos e de capacitação de agentes.Além do plantio que vem sendorealizado, mais de 250 agentes jáforam habilitados através dos cur-sos ministrados por Rita Souza, adesenvolver o trabalho em seus res-pectivos municípios. Os cursos têmem torno de 40 horas, dependen-do da programação e das necessi-dades de cada município. Os alu-nos tornam-se agentes multiplica-dores da Mata Atlântica, onde re-cebem informações da biodiver-sidade do Corredor Tinguá – Bo-caina, visando à melhoria socio-ambiental de suas comunidades.

Segundo Rita, “os Corredores

de Biodiversidade apresentamuma nova forma de manejo dosrecursos naturais e de reconexãodos fragmentos florestais que res-tam dentro das áreas onde o pro-cesso contínuo de desmatamentoprovocou uma degradação ecoló-gica na região. Estamos atuandocom programa de reflorestamen-to, informação e mobilização am-

biental e mostrando o impacto desuas atitudes no dia-a-dia de suasvidas, o que se faz agora em prolou contra a natureza, o reflexo virádaqui a alguns anos” Finaliza Rita.

Mais informações:www.educamataatlantica.com.br(024) 3343-6701

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2007 - NOVEMBRO - EDIÇÃO 012 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 13

Educação, em todas assuas formas, pode mol-dar o mundo de ama-nhã, instrumentalizan-

do indivíduos e sociedades com ashabilidades, perspectivas, conheci-mento e valores para se viver e tra-balhar de maneira sustentável.Educação para o Desenvolvimen-to Sustentável (EDS) é uma visãoda educação que busca equilibraro bem-estar humano e econômi-co com as tradições culturais e orespeito aos recursos naturais doplaneta. A EDS utiliza métodoseducacionais transdisciplinares paradesenvolver uma ética para a edu-cação permanente; promove o res-peito às necessidades humanascompatíveis com o uso sustentá-vel dos recursos naturais e com asnecessidades do planeta; e nutre osendo de solidariedade global.

Uma Nova Visão da EducaçãoEducação para o desenvolvi-

mento sustentável é um “concei-to dinâmico que compreende umanova visão da educação que buscaempoderar pessoas de todas as ida-des para assumir a responsabilida-de de criar e desfrutar um futurosustentável”.

O objetivo geral da EDS é em-poderar cidadãos para agir pormudanças sociais e ambientais po-sitivas, implicando em uma açãoparticipativa. EDS integra concei-tos e ferramentas analíticas de umavariedade de disciplinas para au-xiliar pessoas a compreenderemmelhor o mundo em que vivem.Perseguir o desenvolvimento sus-tentável através da educação requer

A

Uma década para aeducação ambiental

Documento

que educadores e educandos refli-tam criticamente em suas própri-as comunidades, identifiquemelementos inviáveis em suas vidas,e explorem tensões entre valores eobjetivos conflitantes. A EDS trazuma nova motivação para o apren-dizado na medida em que os edu-candos tornam-se empoderadospara desenvolver e avaliar visões al-ternativas de um futuro sustentávele concretizá-las coletivamente

Educação para o Desenvol-vimento Sustentável: umConceito em Evolução

A partir do momento em que odesenvolvimento sustentável foipela primeira vez apoiado pela As-sembléia Geral das Nações Unidasem 1987, o conceito de educaçãopara o desenvolvimento sustentá-vel foi também explorado. A Con-ferência das Nações Unidas para oMeio Ambiente e o Desenvolvi-mento no Rio de Janeiro (Rio-92)uniu representantes de governos,organizações internacionais e não-governamentais e sociedade civilpara discutir os desafios do próxi-mo século e adotar um plano glo-bal de ação para enfrentá-los. Oplano de ação, conhecido comoAgenda 21, forneceu uma série deprincípios para auxiliar Governose outras instituições na implemen-tação de políticas e programas parao desenvolvimento sustentável. Ocapítulo 36 da Agenda 21 afirmaque a educação é essencial no rumoao desenvolvimento sustentável.

Seguindo a Rio-92, a Comis-são para o Desenvolvimento Sus-tentável indicou a UNESCO paraser o organismo coordenador docapítulo 36, responsável por ace-lerar as reformas na educação ecoordenar as atividades dos parcei-ros. A UNESCO foi também en-carregada de fornecer apoio téc-nico e profissional aos EstadosMembros, desenvolvendo currícu-los experimentais e material detreinamento; e disseminar políti-cas, programas e práticas inovado-ras para a Educação para o Desen-volvimento Sustentável.

O que é Educação para oDesenvolvimento Sustentável?

O capítulo 36 identifica qua-tro grandes premissas da Educa-ção para o Desenvolvimento

Sustentável:• Promoção e Melhoria da

Educação Básica: o acesso à edu-cação básica ainda é um proble-ma para muitos – especialmentemeninas e adultos analfabetos. Au-mentar simplesmente a alfabetiza-ção básica, como no ensino atual,não desenvolverá significativamen-te sociedades sustentáveis. Ao con-trário, a educação básica deve fo-car na comunhão de conhecimen-to, habilidades, valores e perspecti-vas que encorajem e apóiem oscidadãos a levar vidas sustentáveis.

• Reorientar a Educação exis-tente em todos os níveis em dire-ção ao Desenvolvimento

Sustentável: repensar e revisara educação desde a creche até auniversidade para incluir maisprincípios, habilidades, perspecti-vas e valores relacionados à sus-tentabilidade em cada uma das trêsesferas – social, ambiental e eco-nômica – é importante para associedades atuais e futuras.

• Desenvolver EntendimentoPúblico e Consciência da Susten-tabilidade: avanços na direção desociedades mais sustentáveis re-querem uma população que sejaciente dos objetivos das socieda-des sustentáveis e que tenha co-nhecimento e habilidades paracontribuir com esses objetivos.Cidadãos conscientes do voto econsumidores informados podemauxiliar comunidades e governosa adotar medidas para a sustenta-bilidade e caminhar em direção asociedades mais sustentáveis.

• Treinamento: todos os seto-res trabalhistas podem contribuirpara a sustentabilidade local, re-gional e nacional. O desenvolvi-mento de programas de treina-mento especializado para garantirque todos os setores tenham oconhecimento e habilidades ne-cessários para realizar seu traba-lho de forma sustentável, tem sidoidentificado como um compo-

nente importante para a EDS.Educação para o Desenvol-

vimento Sustentável em AçãoPor mais de uma década, mui-

tas instituições de ensino superior,organizações nãogovernamentais eagências de governo do mundo in-teiro fizeram esforços significati-vos para incorporar o desenvolvi-mento sustentável em programasacadêmicos, operações e comuni-dades locais. A partir dessas expe-riências, fica claro que embora hajaconsenso nos objetivos gerais daEDS, sua criação e implementaçãonos níveis local, regional e nacio-nal diferem, de acordo com as di-ferentes condições sociais, econô-micas e ambientais, de forma rele-vante e culturalmente apropriada.Além disso, iniciativas educacionaisdevem levar em consideração asculturas indígenas e minorias as-sim como assumir e facilitar suasimportantes contribuições para oprocesso do desenvolvimento sus-tentável.

O redirecionamento da educa-ção para o desenvolvimento sus-tentável deve ser apoiado pela co-operação internacional em todosos níveis e por múltiplos parceiros.Cada educador e disciplina têm umaspecto que pode contribuir como conteúdo e pedagogia da EDS.As comunidades podem contribuircom o desenvolvimento dos cur-rículos da EDS de forma a garan-tir que esses reflitam o conheci-mento, as habilidades, perspectivase prioridades das populações lo-cais. Líderes de governo devem darpassos para reorientar as políticase sistemas nacionais de educaçãoem direção à EDS e estabelecermetas para cumprir compromissosinternacionais. Finalmente, redes eparcerias entre governantes, insti-tuições e organizações, sociedadecivil, setor privado e mídia podemauxiliar na tradução de conceitosem objetivos e ações.

Fonte:http://www.mma.gov.br/port/

sdi/ea/deds/index.htm

Em 20 de dezembro de2002, a Assembléia Geraldas Nações Unidas adotou,por consenso, a resoluçãoestabelecendo a Década daEducação para oDesenvolvimentoSustentável. A resoluçãodesigna o período de dezanos, de 2005 a 2014, edeclara a UNESCO como aagência líder parapromover a Década.

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Denúncia

advogado Dalio Zippinpresente na reunião re-latou a forma como aengenheira foi presa,

sem alta médica, tirada do leitohospitalar com o cateter nos bra-ços e conduzida para vários luga-res desnecessariamente. O advoga-do informou aos presentes do in-gresso do pedido de Hábeas Cor-pus junto ao Tribunal de Justiça doEstado do Paraná.

Os presentes assinaram a se-guinte declaração:

1. As associações de defesa eproteção ambiental e os cidadãosparanaenses vinculados à proteçãoambiental vêm manifestar à soci-edade que conhecem há mais de30 anos a Engenheira Elma Ro-manó e sua conduta ilibada, pro-fissional e exemplar em defesa daproteção do meio ambiente.

2. Espera-se das autoridades doexecutivo e do judiciário o respei-to à ampla defesa e aos princípiosdemocráticos e aos direitos e ga-rantias individuais para que a En-genheira Elma Romanó possa pro-var o seu empenho na luta cor-rupção no Instituto Ambiental doParaná - IAP e demonstrar a ar-madilha construída contra a suapessoa.

3. Chama-se a sociedade para-naense e, em particular, as associa-ções ambientalistas e os cidadãosvinculados às questões ambientaispara a construção do Movimentode Luta contra a Corrupção e aBoa Gestão Ambiental. A qualida-de do meio ambiente é um bemde uso comum do povo, pertencea todos, e o estado é tão somenteo seu gestor. Cabe à sociedade in-tervir para que a gestão do patri-mônio de todos, visando o usosustentável e a preservação, para aspresentes e futuras gerações, sejaefetiva, com fundamento na lei,com moralidade e eficiência, comodetermina a Constituição Federal.Essa é uma recomendação das car-tas de princípios das Nações Uni-das nascidas nas duas grandes Con-venções Internacionais sediadas em

O

Técnica que denunciou corrupçãoe agressão ambiental no Paranáacaba presa sem direito à defesa

Estocolmo e no Rio de Janeiro eda Convenção das Nações Unidascontra a Corrupção e a Conven-ção Interamericana contra a Cor-rupção, todas firmadas pela Brasil.

Curitiba, 31 de Outubro de 2007.

.Instituto de Engenharia do Pa-raná - IEP

.Associação Brasileira dos Enge-nheiros Civis do Brasil - ABENC

.Associação de Defesa do meioAmbiente de Araucária - AMAR

.Sociedade de Pesquisa em VidaSelvagem - SPVS

.Instituto de Ecologia e Biodi-versidade do Brasil

.Instituto Guardiões daNatureza

.Liga AmbientalAssociação Nacional de Pesqui-

sa e Preservação Ambiental -ANINPA

.Associação Nacional de Pesqui-sa e Preservação Ambiental -ANINPA - Matinhos

.Rede Brasileira da Conserva-ção dos Recursos Hídricos e Na-turais - Amigos das Águas

.Associação de Proteção aoMeio Ambiente de Cianorte -APROMAC.

.Associação Planeta Azul dePonta Grossa

.Associação Atmosfera

.Instituto ANINPA BRASIL

.FEPAM- UNEAP

.Rede Brasileiras de ONGs

.Associação Projeto Ilha

.Zuleica Nicz - Representanteeleita das Organizações Não Go-vernamentais de Proteção ao MeioAmbiente do sul do Brasil no Con-selho Nacional do Meio Ambinete- CONAMA

.Paulo Salamuni - Vereador

.Deputada Estadual Rosane Fer-reira

.Diva R. Lima - advogada

.Zilna Hoffman Domingues -Engenheira Florestal

.Antonio Borges dos Reis

.Vitório Sorotiuk - advogado([email protected])

.Jose Álvaro Carneiro - ambi-entalista

Mais de uma dezena de associações de defesa e proteção ambiental e destacadas personalidades ligadas à causaambiental reuniram-se dia 31 de outubro, no Instituto de Engenharia do Paraná, para fundar o Movimento de Lutacontra a Corrupção e pela Boa Gestão Ambiental e contra a prisão sem direito a defesa da Engenheira do Instituto

Ambiental do Paraná Elma Romanó.

Elma durante a entrega do TROFÉU MEIO AMBIENTE E VIDA na 1ªPremiação INBRAVA que aconteceu em abril de 2007, na cidade dePonta Grossa, durante o “SEMINÁRIO: DISCUSSÕES SOBRE UMMUNDO AMBIENTALMENTE CORRETO – PROJEÇÕES PARA OSÉCULO”, organizado pela Associação Planeta Azul, Instituto Ambientaldo Paraná (IEP), Associação Brasileira de Engenheiros Civis – SecçãoParaná (ABEC) e INBRAVA. (foto: crédito VB)

Dois anos antes, ambientalistasdo Paraná já apoiavam Elmaem sua luta contra a corrupção

Moção de apoio à funcioná-ria pública estadual do Institu-to Ambiental do Paraná - IAP,engenheira agrônoma ELMAROMANÓ, que pela sua ina-balável ética profissional e co-rajosa atitude cidadã de com-bater permanentemente os cri-mes ambientais; e pelo fato de,no dia 04 de julho de 2004, nocumprimento das suas obriga-ções, denunciar a corrupçãoexistente dentro do IAP – INS-TITUTO AMBIENTAL DOPARANÁ, atualmente, está res-pondendo a Inquérito Policial.

Moção de apoio a ElmaRomanó (apresentada pelaAMAR, APROMAC e AMI-GOS DAS ÁGUAS.) duran-te o XV EPEA - EncontroParanaense De EntidadesAmbientalistas, realizadoem Curitiba, nos dias 21,22 e 23 de abril de 2005,com a presença de 68 pes-soas, representando 39 en-tidades do Paraná, mais osconvidados, dando um to-tal de 75 pessoas.

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Conferência Ambiental

Ministra do Meio Am-biente, Marina Silva,disse em 25/10, no Riode Janeiro, que aposta

na contr ibuição da sociedadepara a formulação, implementaçãoe correção de políticas públicas, es-pecialmente nas que terão de serelaboradas para enfrentar as con-seqüências do aquecimento global.A ministra destacou que são as pessoas que ajudam o governo aavançar. “O Plano Nacional deRecursos Hídricos, os planos deCombate ao Desmatamento e deCombate à Desertificação, porexemplo, são contribuições da so-ciedade. Nós estamos apenastransformando essas idéias em po-líticas públicas?”, acrescentou.

A ministra participou do lan-çamento, no Estado, da III Confe-rência Nacional do Meio Ambi-ente (CNMA), um dos principaiscanais de participação e controlesocial do governo federal nestaárea. A solenidade contou com apresença do Secretário de Estadodo Ambiente do Rio de Janeiro,Carlos Minc, do superintendente do IBAMA-RJ, Rogério Rocco,e do diretor do Jardim Botânico,

A

Marina Silva destaca participaçãoda sociedade na formulação depolíticas públicas

“Não há mais espaço para continuar errando. Tudo o que dizermos daquipara frente terá de ter um sentido de revenção”, disse a ministra.

Guido Gelli, entre outras autori-dades.

As duas primeiras edições daCNMA, em 2003 e 2005, envol-veram cerca de 150 mil pessoas.Esta terceira etapa deve atrair ain-da mais o interesse da sociedadecivil, governos e setor privado, jáque discutirá as Mudanças Climá-ticas. O temporal que assolou oRio de Janeiro na última-quartafeira mostra a urgência das discus-sões sobre o tema.

De acordo com os últimos es-tudos encomendados pelo MMA,o Rio de Janeiro é uma das cida-des mais vulneráveis às conseqü-ências das mudanças clima, comtendência de maior número deenchentes e de chuvas de maiorintensidade. “Não há mais espa-ço para continuar errando. Tudo o que fizermos daqui para frenteterá de ter um sentido de preven-ção”, disse a ministra.

O modelo de gestão participa-tiva, por meio de conferências na-cionais, é adotado pelo GovernoFederal desde 2003. O objetivo é viabilizar o compartilhamento depoder e a co-responsabilidade en-tre o Estado e a sociedade civil na

elaboração de políticas públicas.Até março do próximo ano ocor-rem as conferências nos estados,que possuem a prerrogativa deeleger os delegados que participa-rão da plenária nacional, marcadapara maio de 2008.

A escolha de delegados segue aseguinte proporcionalidade: soci-edade civil (40%), setor empresa-rial (30%), setor governamen-tal (20%), sendo 5% de represen-tantes de governos municipais; co-munidades tradiconais (5%) epovos indígenas (5%).

As resoluções irão subsidiar acriação o Plano Nacional de Mu-danças Climáticas, em elaboraçãopelo Governo Federal. A iniciati-va conta com a participação dediversos ministérios estabelecerá asações estratégicas que o País de-verá adotar no que concerne aosaspectos de mitigação e adapta-ção a esse fenômeno.

Fonte: Imprensa CNMA(61) [email protected]

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ENTREVISTA: Ignacy SachsPor Charles Nisz

gnacy Sachs é conheci-do como um “ecossoci-oeconomista” por suaconcepção de desenvol-

vimento como uma combinação decrescimento econômico, aumentoigualitário do bem-estar social e pre-servação ambi-ental. Nascido naPolônia, graduou-se em Economiano Rio de Janeiro, fez doutorado naÍndia e foi morar em Paris, onde senaturalizou cidadão francês. Foipesquisador do Instituto de Rela-ções Internacionais na Polônia e tor-nou-se, em 1957, Secretário paraCooperação Científica e Técnica daembaixada polonesa na Índia.

Em 1968 foi convidado por Fer-nand Braudel para integrar o corpodocente da hoje École des HautesÉtudes en Sciences Sociales(EHESS), onde criou, em 1985, oCentre de recherches sur le Brésilcontemporain (Centro de Pesquisassobre o Brasil Contemporâneo), doqual é atualmente co-diretor.

Trabalhou na organização da Pri-meira Conferência de Meio Ambi-ente e Desenvolvimento da ONU,realizada em Estocolmo, Suécia, em1972, durante a qual foi criado oPrograma das Nações Unidas parao Meio Ambiente (PNUMA).

Foi também conselheiro especi-al da Conferência das Nações Uni-das sobre Meio Ambiente e Desen-

I

Um novo modelo paraa Amazônia

Sachs visitou esta semana aredação doAmazonia.org.br econversou sobredesenvolvimentosustentável e Amazônia. Abaixo os principaistrechos da entrevista.

volvimento, realizada no Rio de Ja-neiro em 1992.

Desenvolvimento Sustentável“O conceito vem sendo criado

desde a conferência das NaçõesUnidas para o Meio Ambiente, Es-tocolmo, no ano de 1972. Já estavaclaro naquela época que a sustenta-bilidade não deveria ser apenas am-biental, mas também social. Antesde tudo é um princípio de solidari-edade com as gerações futuras. Naquela época cunhamos o concei-to de eco-desenvolvimento.”

“A viabilidade econômica é ape-nas um instrumento do tripé. Paraatingir o desenvolvimento susten-tável será necessário um pacto entreo Estado, os empresários, os traba-lhadores e a sociedade civil organi-zada.”

“No período 1945-75, tivemosalto desenvolvimento econômico esocial, mas destruindo o meio am-biente. Também é possível ter cres-cimento econômico e proteçãoambiental, a despeito de não havergeração de empregos. Hoje, noBrasil, temos um déficit crônico detrabalho decente.”

“O termo desenvolvimento sus-tentável foi apropriado pelos atoreseconômicos e acabou reduzido aocrescimento econômico. Para queele seja efetivamente contempladoé preciso haver desenvolvimentoeconômico, ambiental e social.”

Consumo X Produção“A equação do desenvolvimen-

to sustentável deve começar a seralterada pelos padrões de demandae consumo. Temos de fazer oposi-ção a um mimetismo corrente. Não

podemos pensar que haja um mo-delo de sustentabilidade único, pos-sível de ser implementado em todasas regiões do mundo. Mesmo noBrasil, o padrão de consumo em SãoPaulo não é aplicável ao interior doAmazonas, por exemplo. O padrãode consumo deve ser adaptável àsespecificidades de cada lugar.”

“Também é necessário mudar ospadrões da oferta e uso dos recursosnaturais e econômicos. Isso incluiredesenhar as cidades, melhorar ouso dos transportes, da geração, for-necimento, e aproveitamento ener-gético, criação de novas tecnologi-as. O último aspecto a ser conside-rado, são as correções no plano am-biental, no sentido de reverter oumitigar danos já acontecidos.”

Amazônia“Há duas distorções graves

quando pensamos na Amazônia. Aprimeira delas é pensar a regiãocomo um problema e não comouma solução. A segunda é ver aregião como mera reguladora doclima do planeta em vez de pensarnela como a terra dos povos ama-zônicos.”

“Lá pode estar o nascedouro deuma civilização baseada na energiada biomassa. Da energia gerada porfotossíntese podemos conseguir ali-mentos, combustíveis, química ver-de, fármacos e cosméticos.”

“Precisamos de investimentomassivo em conhecimento e naqualificação da mão-de-obra. Emcontrapartida, os recursos naturaisdevem ser usados de maneira efici-ente, pois eles são limitados. Nocaso do Brasil, mais ainda, pois aquios recursos financeiros são limita-dos também.”

“É possível desenvolver sem des-matar. A área já derrubada é equi-valente ao território da França -600 mil km2 - e seria possível de-senvolver uma população três ve-zes maior do que a população ama-zônica atual. Mas para que issoaconteça é preciso rever o modelode desenvolvimento adotado paraa região. A integração na econo-mia globalizada é feita de modoinvertido. Trouxemos a indústriaeletrônica japonesa para cá, quan-do deveríamos ter propiciado de-senvolvimento para os produtoslocais.”

Reservas“Temos que criar Reservas de

Desenvolvimento Sustentável pararecuperar e explorar de forma ma-nejada as áreas já desmatadas. Uma maneira de viabilizar essemanejo seria com agricultura con-sorciada e reflorestamento produ-tivo. Para obter resultados serianecessário conjugar três fatores:zoneamento ecológico e econô-mico (ZEE), certificação dos pro-dutos e discriminação positiva dospequenos produtores.”

“Considero exagerado mantero percentual de 80% de reserva le-gal na região, além de criar umaunidade de conservação atrás daoutra. É fácil criar essas reservasno papel e depois não ter condi-ções de fiscalizar o território”

“O maior risco para a Amazô-nia é a monocultura. O país játeve experiências danosas com essemodelo desde o período coloni-al. Pode ser feita uma exploraçãoaté mesmo com o plantio de es-pécies exóticas, consorciadas comoutras culturas. A idéia é ter siste-mas integrados de produção de ali-mentos e energia.”

Reforma agrária“Reforma agrária não pode se

restringir a distribuir terra. É pre-ciso repassar conhecimento, estru-turas, facilitar o acesso aos mercadose ao financiamento ao pequenoagricultor. O imposto territorialdeveria ser progressivo em relaçãoao tamanho e ao tempo de proprie-dade. Isso forçaria a produtividadenessas terras e ajudaria os pequenosprodutores.”

Expansão da cana“O cultivo da cana no Pantanal

seria extremamente danoso. Paraoutras regiões, há necessidade de seavaliar caso a caso. Por que não plan-tar a cana em regiões como no cer-rado de Roraima? Com o zonea-mento econômico e ecológico pode-ria ser viável. É mais importante dis-cutir o regime social e ambiental des-sa produção do que em qual regiãodo país esse cultivo será efetuado.”

Fonte:http://www.amazonia.org.br/

noticias/noticia.cfm?id=255266

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POLÍTICA AMBIENTALPor Carlos Tautz

ressionado pelo fatode o Brasil ter rapi-damente se transfor-mado no quarto mai-

or emissor mundial de gases po-luentes, o governo anuncia naspróximas semanas um planonacional para enfrentar interna-mente os efeitos das mudançasclimáticas. A data do anúnciotem importância estratégica.

Entre 3 e 14 de dezembro,acontece em Bali, na Indonésia,a 13a Conferência dos países sig-natários da Convenção do Cli-ma (COP13), que deve marcaro início dos debates da segundaetapa do Protocolo de Kyoto, apartir de 2012. Kyoto II podegerar sanções contra países po-luidores incluindo, grandes emis-sores, com os EUA, e países emdesenvolvimento, como Brasil eChina, que hoje não sofremqualquer restrição para poluir.

No plano a ser divulgado vãoconstar as estratégias nacionaispara enfrentar os efeitos de fe-nômenos climáticos críticos,como tufões e secas prolonga-das. Também constarão indica-ções da necessidade de reapare-lhar o Estado para evitar o des-matamento, responsável por 75%das emissões nacionais. O plano,entretanto, já nasce sob críticasdaqueles que não foram ouvi-dos ou só tiveram suas opiniõesparcialmente levadas em conta.

Cientistas de instituições depesquisa do próprio governo, eambientalistas que há anos de-bates o problema das mudançasno clima, avisam que o plano,amplo e complexo por nature-za, deveria ter sido discutidocom a sociedade. Mas, ao con-trário, o documento é uma vi-são estritamente governamen-tal e está sendo elaborado ape-nas por representantes Ministé-

P

Jogando para aplatéia na COP13

rios – os de Ciência e Tecnolo-gia, Meio Ambiente e RelaçõesExteriores.

Deixa a impressão de seruma tentativa de jogar para aplatéia internacional. Afinal, ogoverno não dá mostras de quequerer interromper um mode-lo de crescimento econômicobaseado na exploração radicaldos recursos naturais, razão pri-meira da destruição da floresta,e aponta inclusive para o seuaprofundamento com o PAC,o Plano de Aceleração do Cres-cimento. Bali, portanto, seráparticularmente importantenesse contexto.

Da COP13 devem emergirduas inflexões na forma de tra-tamento das mudanças no cli-ma. A primeira será a discussãosobre a necessidade de estendera países em desenvolvimento,Brasil e China à frente, metasde redução de emissões, hoje li-mitadas aos países ricos, que aolongo da história foram, de lon-ge, os maiores responsáveis pelaprodução de gases poluentes.

A segunda inflexão será aproposta de criar estímulos eco-nômicos para premiar o desma-tamento que deixa de aconte-cer. O governo não é simpáti-co a nenhuma das duas medi-das, que se chocam com as for-mas escolhidas para a economiabrasileira crescer.

Mas, há a ampla generaliza-da de que o Protocolo de Kyo-to, em vigor desde fevereiro de2005, se não foi um fracasso ab-soluto, ajudou pouco a mudaro panorama. Assim admitiu atéo vice-presidente do Painel In-tergovernamental sobre Mu-dança do Clima (IPCC), o cin-galês Mohan Munasinghe (Va-lor Econômico, 26/10).

O IPCC é o grupo cientis-

tas reunidos pela ONU paraavaliar a situação do clima noplaneta e ganhador do Nobel daPaz 2007. Com o IPCC preven-do que em três décadas a quan-tidade de gases emitidos crescede 50% a 100%, Kyoto II passaa representar uma espécie de úl-tima chance para o planeta.

Uma nova versão do Proto-colo, reforçada politicamente,pode surgir de uma conjunturanova, que exija constrangimen-tos generalizados às emissões depaíses ricos e em desenvolvi-mento. Nos EUA, um eventualgoverno democrata que desejese diferenciar da mesmice deopiniões com os republicanosquanto à guerra no Iraque podetomar posições à Al Gore, o ou-tro Nobel da Paz, ratificandoKyoto, mas exigindo metas paraBrasil e China.

Por aqui, o Estado brasileiro re-siste às metas, avaliando que acei-tá-las significaria assumir a culpapelas mudanças no clima. Mas esseargumento só em parte é verda-deiro. Sem o enfrentamento arti-culado e firme do conjunto dedimensões das mudanças do cli-ma ele conduz ao imobilismo.

A rigor, a única proposta bra-sileira é a promoção de umaoportunidade de negócio: o bi-odiesel e o etanol para substi-tuir combustíveis fósseis. Emba-lada em orgulho verde e ama-relo, a dedicação extrema aosagrocombustíveis impediu ogoverno até de faturar a redu-ção expressiva do desmatamen-to amazônico. Ele despencou30% em 2007, para 10 mil km2,acumulando, desde 2004, que-da de 65% - cerca de 20% detodas as emissões que deveriamter sido alcançadas pelos ricos.

Mas, até a Ministra MarinaSilva, do Meio Ambiente, evita

soltar foguetes em torno dessesíndices porque sabe que não hácomo manter a tendência. Em2008, alerta Marina, ocorrerãotrês fortes vetores do desmata-mento: eleições municipais, le-vando governos e candidatos aestimularem a abertura de no-vas áreas agricultáveis; a possi-bilidade de uma seca que difi-cultaria o controle de incêndi-os; e, concordando com o Gre-enpeace, o aumento da cotaçãodas mercadorias agrícolas, sojae carne principalmente, pressi-onando o avanço do grande ne-gócio agrícola sobre dois bio-mas de alta sensibilidade: o cer-rado e a Amazônia.

O Greenpeace alerta que “odesmatamento diminuiu quan-do os preços internacionais dasoja e carne caíram (...) esses pre-ços já aumentaram (...) no tri-mestre maio-junho-julho de2007 (...) o desmatamento au-mentou em 200% e o númerode queimadas também cresceuem relação ao mesmo período doano passado”. Esses dados, con-firmados por Marina, exigemoutro tratamento do problema.

Mas, essa não tem sido a prá-tica, assim como não é a pri-meira vez que o Brasil preparaàs pressas um importante docu-mento sobre mudanças do cli-ma. Também em 2004, naCOP10 realizada em BuenosAires, o primeiro inventário deemissões do Brasil só foi divul-gado dias antes do evento. Mos-tra de que o esporte nacional,ao que tudo indica, o velho jogopara a galera continuará sendoo maior esporte nacional.

Artigo publicado no Blog doNoblat, em 30 de outubro de2007.

Fonte: http://www.ibase.br

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TERCEIRO SETOR

No dia da Árvore, o Rio deJaneiro ganhou uma nova ONGpara a preservação da natureza

governador em exercí-cio e secretár io deObras, Luiz FernandoPezão, plantou nos jar-

dins do Palácio Guanabara umamuda de pau-brasil, e parceria coma ONG Pau Brasil, para marcar oDia da Árvore.

- É um esforço que deve semultiplicar por todo o estado,unindo pessoas, governos e empre-sas nesta busca por um meio am-biente com mais qualidade - dissePezão.

Coordenada pelo jornalistaOlavo Rufino, que conta com aajuda dos ambientalistas QuenjiYonenaga e Julio Carneiro, a ONGfoi inaugurada oficialmente no Diada Árvore, em cerimônia na suasede, localizada no Km 111,7 daEstrada Rio-Teresópolis.

- Temos o propósito de lutarpela sobrevivência do planeta, bus-cando combater as causas do aque-cimento global. Temos como focoprincipal a preservação do pau-brasil e de outras espécies de ár-vores em extinção - definiu Rufi-no, acrescentando que o viveiroque a instituição tem em Guapi-mirim já conta com 300 mil mu-das prontas para o plantio. - Que-ro contribuir para a formação deuma consciência ecológica nestepaís. Tive o privilégio de gozar da

intimidade de Chico Mendes e fiz,desta amizade, um elo forte na lutapela integridade da floresta e seuspovos, luta esta que, para mim, nãoterminou ainda. Vim da Amazô-nia, onde nasci e passei toda a mi-nha infância, filho e neto de se-ringueiros, me tornei em seguidaum carioca de coração. No Rio,desenvolvi toda a minha carreirade jornalista e fotógrafo. Tenho umcompromisso com esta cidade, de-clarou Rufino. Segundo ele, aONG pretende atuar sempre emparceria com o governo do esta-do, prefeituras, instituições ambi-entais e empresas, entre outros in-teressados na preservação do meioambiente.

Os três fundadores da ONGPau-Brasil têm larga experiência naprodução e plantação de mudas deespécies nativas da Mata Atlântica.Rufino planeja firmar uma parce-ria com escolas públicas para disse-minar por todo o estado a planta-ção de mudas de pau-brasil.

O governo do estado tambémestá empenhado em recuperargrande parte da Mata Atlânticaperdida nos 500 anos de ocupa-ção predatória. Segundo o gover-nador em exercício, há vários pro-jetos de reflorestamento de órgãosestaduais em andamento, como naAPA (Área de Proteção Ambien-

tal) do Guandu e nas margens doRio Macacu. O objetivo do esta-do é o plantio de 20 milhões deárvores nos próximos três anos.

Pezão ressaltou que o governodo estado tem a vantagem de con-tar com um dos maiores defenso-res ambientais do país, o secretá-rio Carlos Minc.

- Sempre digo que é um luxopara o estado ter o Minc. Eletem foco de suas ações na pre-servação ambiental, mas den-tro de uma visão nova e desen-volvimentista, em que o ambi-ente transforma-se em atrati-vo para as grandes empresas -

finalizou.A ONG Pau Brasil conta com

o conhecimento e experiência de10 anos de Quenji e Júlio na pro-dução de mudas de pau-brasil,desde a germinação da semen-te ao plantio de exemplares degrande porte, e capacidade de pro-dução em larga escala (1.000.000de mudas anuais). Também contacom toda a capacidade de gestãode projetos e de comunicação deOlavo Rufino, que toda a vida es-teve ligado aos movimentos de pre-servação da nossa natureza, tendorecebido o prêmio de DireitosHumanos de Genebra.

O

O vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, planta,nos jardins do Palácio Guanabara, uma muda de pau-brasil, com aparticipação do presidente da ONG Pau-Brasil, Olavo Rufino.

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Consumo Responsável

refeitos e representan-tes de cidades latino-americanas com mais

de um milhão de habitantes irãose reunir para compartilhar expe-riências exitosas em gestão urba-na. Segurança pública, gestão deresíduos sólidos, mobilidade urba-na e reabilitação urbana são as te-máticas das palestras e mesas re-dondas que fazem parte do encon-tro Metrópoles – América Latinae Caribe, que acontece nos dias 3,4 e 5 de dezembro em Belo Ho-rizonte. O presidente Lula já con-firmou sua presença.

Especialistas irão mediar e apre-sentar estudos de casos aplicadosem cidades de todo o mundo,como é o caso do cubano EusébioLeal Spengler, responsável pela res-tauração e conservação do patri-mônio histórico do centro deHavana, que irá apresentar o pro-jeto “Habana Vieja”, que requalifi-cou a parte mais antiga da cidade.

P

“Dirigir este carro pode ser prejudicialà saúde do meio mbiente”

Outro renomado estudioso que iráparticipar é Manuel Herce, que éProfessor titular de Urbanismo eOrdenação do Território da Uni-versidade Politécnica da Catalunha(UPC). Ele participa do painel“Mobilidade Urbana: a cidadeacessível”, em que apresentará otema “As infra-estruturas da mo-bilidade”. “Temos que disseminara idéia de que a rua é o espaçopúblico estruturador das cidades enão somente um canal de trans-portes, como vem sendo tratada”,explica Herce.

Os colombianos Antanas Mo-ckus e Hugo Acero foram os res-ponsáveis pela reformulação daspolíticas de segurança pública deBogotá, que conseguiram reverter,em um período de 10 anos, as es-tatísticas de homicídios, chacinase seqüestros na capital colombia-na, com uma queda de 80% dacriminalidade. Os dois irão apre-sentar as estratégias adotadas em

Bogotá no painel: Segurança Pú-blica – A Cidade Segura, na ma-nhã do dia 4.

Além desses, o encontro contatambém com a participação doprofessor Adauto Lúcio Cardoso(IPPUR/UFRJ), tratando se rea-bilitação urbana e de Álvaro Can-tanhede (West Virgínia Universi-ty), discutindo gestão de resíduossólidos. Além disso, Alain Le Sauxda Rede Metrópolis, virá discutira criação de um novo banco defomento, o Banco Mundial deCidades.

Paralelamente aos debates epalestras, estarão acontecendo reu-niões de várias ligas de cidades eentidades voltadas para solução deproblemas urbanos, tais como aAssociação Internacional de Ci-dades Educadoras (AICE), deCentro Ibero-americano de De-senvolvimento Urbano Estratégi-co (CIDEU), Organização dasNações Unidas para Agricultura

e Alimentação (FAO), ConselhoInternacional de Iniciativas Ambi-entais Locais (ICLEI) e RedeURB-AL 14 (que trata de segu-rança pública dentro do Programadas Nações Unidas para o Desen-volvimento – PNUD).

Mais Informações:FSB Comunicações: Zuzileison

Moreira (31) 328.1000 ([email protected]) e Tamás Bodolay([email protected])

Consumo Responsável

Minas sedia encontrointernacional de prefeitossobre melhorias nas cidades

Parlamento Europeupropôs, na semana pas-sada, que anúncios de

carros disponibilizados na UniãoEuropéia tenham avisos semelhan-tes aos estampados em maços decigarros - desta vez, com o intuitode prevenir o público sobre o im-pacto causado ao meio ambiente.A proposta prevê que 20% do es-paço ou tempo de qualquer pu-blicidade de automóveis seja des-tinado a informar sobre o consu-mo de combustível do veículo eemissões de dióxido de carbono,um dos fatores que influenciam asmudanças climáticas.

ONo entanto, não será agora que

os europeus dos 27 países do blo-co terão anúncios ao estilo “Diri-gir este carro pode ser prejudicialà saúde do meio ambiente”, poissó a Comissão Européia aprova esugere leis. A estratégia do Parla-mento, entretanto, é despertar aopinião pública para que a Comis-são Européia seja pressionada. Ain-da assim, a indústria automobilís-tica e suas agências de publicidadeestão levando a questão a sério, pormedo de que os veículos passem afazer parte de um grupo nada sim-pático que já tem como membroso cigarro e a junk food. Na Euro-

pa, anúncios de cigarro foram pra-ticamente eliminados e alguns pa-íses têm restrições quanto aos dealimentos não saudáveis.

Efeitos práticosOs automóveis são responsáveis

por mais de US$ 8,6 bilhões porano em gastos publicitários na Eu-ropa Ocidental, segundo a Asso-ciação Européia de Agências deComunicação. Os lobistas argu-mentam que a medida poderiaprejudicar montadoras de carros,agências de publicidade e empre-sas de comunicação.

Na opinião de Peta Buscom-

be, executiva-chefe da Associaçãode Publicidade do Reino Unido, aproposta do Parlamento seria pre-judicial às agências e à indústriaautomobilística, além de não termuito efeito sobre as atitudes doconsumidor. Chris Daves, membrodo Parlamento que apóia o proje-to, discorda. “A idéia é fazer comque as montadoras também com-pitam com base nas informaçõessobre o meio ambiente, em vez dedisputar o cliente apenas através dapotência, velocidade e aparência doveículo”, opina. Informações deEric Pfanner [The New York Ti-mes, 29/10/07].

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Ecologia HumanaPor Débora Yuri, daPrimaPagina

Brasil está diminuindo aextrema pobreza emum ritmo quase duasvezes maior que a po-

breza, como indica uma análise dedois relatórios que acompanham odesempenho do país nos Objeti-vos de Desenvolvimento doMilênio (ODM, uma série demetas socioeconômicas que as na-ções da ONU se comprometerama atingir até 2015, abrangendo asáreas de renda, educação, saúde, gê-nero e meio ambiente). (Veja emhttp://www.pnud.org.br/milenio/)Quanto mais baixa a linha de pobre-za adotada, melhor se sai o Brasil.

“O governo federal não focouseus esforços nos extremamentep-obres, foi uma conseqüência devárias políticas. Os pobres tambémestão melhorando sua condição,mas num ritmo mais lento em re-lação aos primeiros”, diz SergeiSoares, pesquisador do IPEA (Ins-tituto de Pesquisa Econômica Apli-cada). “A meta do governo é acabarcom a pobreza geral, mas os maispobres têm mais urgência de ajuda.”

Soares foi um dos pesquisadoresresponsáveis pela análise da varia-ção da pobreza no Brasil Relató-rio Nacional de Acompanha-mento dos ODM 2007, do IPEA,lançado em agosto. O estudo, feitocom apoio do PNUD, classificacomo extremamente pobre quemvive diariamente com menos de 1

O

Brasil faz mais pelosmais pobres

dólar PPP (paridade do poder decompra, que elimina a diferença decusto de vida entre os países), o mes-mo critério usado pelo Banco Mun-dial. Entre 1990 e 2005, a proporçãode brasileiros abaixo dessa linha (equi-valente a R$ 40 em 2005) recuou52%: de 8,8% para 4,2%.

Já a Coleção de Estudos Re-gionais sobre os ODM 2007,feita em conjunto por cinco uni-versidades do país, também comapoio do PNUD, usa valores umpouco mais altos para classificarextrema pobreza: menos de umquarto do salário mínimo. Sob essecritério, o estudo, lançado na sema-na passada, conclui que a propor-ção de brasileiros nesse grupo caiu44% entre 1990 e 2005: de 19,98%para 11,11%.

Esse relatório também avaliou avariação da proporção de pessoasque vivem com até meio saláriomínimo. Nesse caso, a diminuiçãofoi de 27% no mesmo período: de42% para 30,7%.

Diferentes programas nacionaisatingiram diferentes grupos da po-pulação, afirma Soares, do IPEA.Entre os extremamente pobres, oBolsa Família foi fundamental; emrelação aos pobres, o aumento dosalário mínimo e a PrevidênciaSocial; para os que estão um poucoacima dessa linha, a expansão naeducação – que permitiram acessoa escolas e universidades e a conse-qüente inserção de jovens no mer-cado de trabalho.

Para o pesquisador do IPEA, oBrasil hoje redistribui renda de umamaneira quase linear. “É, de longe,a maneira mais virtuosa de distri-buir renda, que vem sendo elogia-da por vários países. Não estamostirando do meio termo para me-lhorar a condição social dos maispobres, estamos tirando dos maisricos — embora estes estejam ga-nhando dinheiro também”, diz.

Márcio Salvato, pesquisador ecoordenador do Instituto de De-senvolvimento Humano da PUCMinas, uma das universidades res-ponsáveis pela Coleção de EstudosRegionais sobre os ODM 2007,enfatiza a expansão da economia.“O crescimento econômico do paísfoi importante, porque assim é pos-sível redistribuir essa renda para osmais necessitados. Em programas dogoverno, como o Bolsa Família, oBolsa Escola, o Vale Gás, você tri-buta uma parte da economia etransfere o dinheiro para quem émais pobre”, aponta. “Mas é a clas-se média, e não os mais ricos, queestá sendo atingida, pois vem sen-do mais tributada”.

Salvato afirma que, na últimadécada, a pobreza foi afetada maispela transferência de renda do quepelo crescimento de renda. E de-fende políticas de longo prazo, queincluam a educação. “Apenas trans-ferir renda, como o Bolsa Famíliafaz, é uma medida de curto prazo,e ilusória. E se você tira esse bene-fício do cidadão? Ele volta à situa-ção anterior”, avalia.

Para reduzir a pobreza tantoquanto a extrema pobreza, é ne-cessário combinar crescimento eco-nômico e políticas educacionais,sugere Salvato. “Senão, ocorre o que

antes se via no Brasil: crescimentoeconômico, mas alta concentraçãode renda. Não vejo problema emfocar primeiro nos extremamentepobres, ou indigentes, em quem estálá embaixo. A política correta é umaque consiga reduzir a pobreza e ohiato de pobreza [distância entre alinha de pobreza e a média da rendade quem está abaixo dessa linha].”

Nos últimos anos, quem maisganhou foram os 10% mais pobres,concorda Sergei Soares. “Quantomais baixa a média de renda dodomicílio, mais esta família estáaumentando seu ganho. Quantomais baixa a linha, maior a quanti-dade de pessoas que saíram da situ-ação de extrema pobreza”, resume.

Além do estrato da populaçãoque vive em condições de pobrezaou extrema pobreza, Márcio Sal-vato cita o que chama de “enormecontingente de brasileiros que vi-vem em situação de extrema mise-rabilidade, à margem da sociedade– eles estão abaixo dos que vivemem extrema pobreza”.

“Eles moram em pequenosmunicípios de zonas rurais, onde asprefeituras não têm verba, e tam-bém em zonas urbanas – são men-digos, moradores de rua, de favelasdominadas pelo tráfico, de prédiosinvadidos”, enumera. Como nãotêm moradia fixa nem acesso a in-formação, não conseguem se cadas-trar num sistema para receber osbenefícios do governo. “É necessá-rio fazer uma política específicapara isso, mais focalizada. Você temde ir até eles, e não esperar que elesvenham atrás dos benefícios”, diz opesquisador da PUC Minas. Elecalcula que um quarto dos extre-mamente pobres vive em extremamiserabilidade, ou cerca de 2,5%dos brasileiros.

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Educação Ambiental

1. TAMPE SUAS PANELASENQUANTO COZINHA. Pa-rece obvio, não é? E é mesmo! Aotampar as panelas enquanto cozinhavocê aproveita o calor que simples-mente se perderia no ar.

2. USE UMA GARRAFATÉRMICA COM ÁGUA GE-LADA. Compre daquelas garrafastérmicas de acampamento, de 2 ou5 litros. Abasteça-a de água bem ge-lada com uma bandeja de cubos degelo pela manhã. Você terá água ge-lada até a noite e evitará o abre-fe-cha da geladeira toda vez que alguémquiser beber um copo dágua

3. APRENDA A COZI-NHAR EM PANELA DEP R E S S Ã O .Acredite... dá pra cozinhar tudo empanela de pressão: Feijão, arroz, ma-carrão, carne, peixe etc... Muito maisrápido e economizando 70% de gás.

4.COZINHE COM FOGOMÍNIMO. Se você não faltou às au-las de física no 2º grau você sabe:Não adianta, por mais que você au-mente o fogo, sua comida não vaicozinhar mais depressa, pois a águanão ultrapassa 100ºC em uma pa-nela comum. Com o fogo alto, vocêvai é queimar sua comida.

5. ANTES DE COZINHAR,RETIRE DA GELADEIRATODOS OS INGREDIENTESDE UMA SÓ VEZ. Evite o abre-fecha da geladeira toda vez que seucozido precisar de uma cebola, umacenoura, etc...

6. NÃO TROQUE SEU CE-LULAR. Já foi tempo que celularera sinal de status. Hoje em dia qual-quer Zé mane tem. Trocar por ummais moderno para tirar onda? Nin-guém se importa. Fique com o an-tigo pelo menos enquanto estiverfuncionando perfeitamente ou embom estado. Se o problema é a ba-teria, considere o custo/benefíciotrocá-la e descartá-la adequadamen-te, encaminhando-a a postos de co-leta. Celulares trouxeram muita co-modidade à nossa vida, mas utilizamde derivados de petróleo em suas pe-ças e metais pesados em suas bateri-as. Além disso, na maioria das vezessua produção é feita utilizando mãode obra barata em países em desen-volvimento. Utilize seus gadgets atéo final da vida útil deles, lembre-sede que eles certamente não foramnada baratos.

7. COMPRE UM VENTILA-DOR DE TETO. Nem sempre faz

51 dicas práticas para vocêeconomizar energia eproteger o planeta

calor suficiente pra ser preciso ligaro ar condicionado. Na maioria dasvezes um ventilador de teto é o ide-al para refrescar o ambiente gastan-do 90% menos energia. Combinaro uso dos dois também é uma boaidéia. Regule seu ar condicionadopara o mínimo e ligue o ventiladorde teto.

8. USE SOMENTE PILHASE BATERIAS RECARREGÁ-VEIS. É certo que são caras, mas aouso em médio e longo prazo elas sepagam com muito lucro. Duramanos e podem ser recarregadas emmédia 1000 vezes.

09. LIMPE OU TROQUE OSFILTROS O SEU AR CONDI-CIONADO. Um ar condicionadosujo representa 158 quilos de gás car-bônico a mais na atmosfera por ano.

10. TROQUE SUAS LÂM-PADAS INCANDESCENTESPOR FLUORESCENTES.Lâmpadas fluorescentes gastam 60%menos energia que uma incandes-cente. Assim, você economizará 136quilos de gás carbônico anualmen-te.

11. ESCOLHA ELETRO-DOMÉSTICOS DE BAIXOCONSUMO ENERGÉTICO.Procure por aparelhos com o selodo Procel (no caso de nacionais) ouEnergy Star (no caso de importa-dos). Geladeiras só use as de classifi-cação “A” do Inmetro. Troque a suaantiga por uma dessas pois a dife-rença na conta de luz pagará a gela-deira nova em pouco tempo. Masnão se esqueça de inutilizar a gela-deira velha, desmontando-a e livran-do-se dela de tal sorte que ninguémpossa vir a consumir o mesmo quevoce consumia.

12. NÃO DEIXE SEUS APA-RELHOS EM STANDBY. Sim-plesmente desligue ou tire da toma-da quando não estiver usando umeletrodoméstico. A função de stan-dby de um aparelho usa cerca de15% a 40% da energia consumidaquando ele está em uso.

13. MUDE SUA GELADEI-RA OU FREEZER DE LU-GAR. Ao colocá-los próximos aofogão, eles utilizam muito mais ener-gia para compensar o ganho de tem-peratura. Mantenha-os afastadospelos menos 15cm das paredes paraevitar o superaquecimento. De pre-ferência devem se encostar a pare-des situadas na face Sul da casa. Co-locar roupas e tênis para secar atrás

deles então, nem pensar!14. DESCONGELE GELA-

DEIRAS E FREEZERS ANTI-GOS A CADA 15 OU 20 DIAS.O excesso de gelo reduz a circula-ção de ar frio no aparelho, fazendoque gaste mais energia para com-pensar. Se for o caso, considere tro-car de aparelho. Os novos modelosconsomem até metade da energiados modelos mais antigos, o quesubsidia o valor do eletrodomésti-co a médio/longo prazo.

15. USE A MÁQUINA DELAVAR ROUPAS/LOUÇA SÓQUANDO ESTIVEREMCHEIAS. Caso você realmenteprecise usá-las com metade da ca-pacidade, selecione os modos demenor consumo de água. Se vocêusa lava-louças, não é necessário usarágua quente para pratos e talherespouco sujos. Só o detergente já re-solve.

16. USE MÁQUINAS DELAVAR ROUPA HORIZON-TAIS. Elas consomem apenas 30%da água em relação às máquinasconvencionais verticais que todosusam. Ao invés de 100 litros de águagasta apenas 30 litros para fazer omesmo serviço. Seu uso foi sendoesquecido, apenas devido ao “inco-veniente” de que muitas donas decasa gostam de poder acrescentarpeças de roupa durante a lavagem,o que não pode ocorrer com essetipo de máquina. Apesar de não se-rem encontradas nas lojas de ele-trodomésticos essas máquinas são fa-bricadas normalmente e podem serencomendadas em qualquer loja.

17. RETIRE IMEDIATA-MENTE AS ROUPAS DA MÁ-QUINA DE LAVAR QUAN-DO ESTIVEREM LIMPAS. Asroupas esquecidas na máquina delavar ficam muito amassadas, exigin-do muito mais trabalho e tempopara passar e consumindo assimmuito mais energia elétrica.

18. TOME BANHO DECHUVEIRO. E bem rápido. Umbanho de banheira consome atéquatro vezes mais energia e água queum chuveiro.

19. USE MENOS ÁGUAQUENTE. Aquecer água conso-me muita energia. Para lavar a lou-ça ou as roupas, prefira usar águamorna ou fria, ou aquecida atravésda energia solar.

20. PENDURE AO INVÉSDE USAR A SECADORA. Você

pode economizar mais de 317 qui-los de gás carbônico se pendurar asroupas durante metade do ano ao in-vés de usar a secadora.

21. NUNCA É DEMAISLEMBRAR: RECICLE NOTRABALHO E EM CASA. Se asua cidade ou bairro não tem coletaseletiva, leve o lixo até um posto decoleta. Existem vários na rede Pãode Açúcar. Lembre-se de que o ma-terial reciclável deve ser lavado (nocaso de plásticos, vidros e metais) edobrado (papel).

22. FAÇA COMPOSTAGEM.Cerca de 3% do metano que ajuda acausar o efeito estufa é gerado pelolixo orgânico doméstico. Aprenda afazer compostagem: além de reduziro problema, você terá um jardim sau-dável e bonito.

23. REDUZA O USO DEEMBALAGENS. Embalagem me-nor é sinônimo de desperdício deágua, combustível e recursos natu-rais. Prefira embalagens maiores, depreferência com refil. Evite ao má-ximo comprar água em garrafinhas,leve sempre com você a sua própria.

24. COMPRE PAPEL RECI-CLADO. Produzir papel recicladoconsome de 70 a 90% menos ener-gia do que o papel comum, e poupanossas florestas. Mesmo que vocevenha a pagar mais caro nesse papel,estará contribuindo muito para a pre-servação da natureza.

25. UTILIZE SACOLA PRO-PRIA PARA AS COMPRAS. Sa-colinhas plásticas descartáveis são umdos grandes inimigos do meio-am-biente. Elas não apenas liberam gáscarbônico e metano na atmosfera,como também poluem o solo e omar. Leve ao supermercado, sempreque possível, os sacos plásticos queusou na compra anterior.

26. PLANTE UMA OU MAISÁRVORES. Procure aquelas queatraem os pássaros, que façam boasombra e cujas raízes não destruamo cimentado que as rodeia. Uma ár-vore absorve uma tonelada de gáscarbônico durante sua vida. Planteárvores no seu jardim ou inscreva-seem programas como o SOS MataAtlântica ou Iniciativa Verde. Use oDia da Árvore para fazer um ritualde plantio junto a seus filhos. Deixetudo preparado antes, plante as mu-dinhas no lugar escolhido, que podeser até mesmo em uma praça oupasseio público. Faça visita com seusfilhos aos lugares de plantio e aju-

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dem a plantinha a se desenvolver.Trate-a, perante seus filhos, comouma amiga fiel para a sobrevivênciada humanidade.

27. COMPRE ALIMENTOSPRODUZIDOS NA SUA RE-GIÃO. Fazendo isso, além de eco-nomizar combustível, você incenti-va o crescimento da sua comunida-de, bairro ou cidade.

28. COMPRE ALIMENTOSFRESCOS AO INVÉS DECONGELADOS. Comida conge-lada além de mais cara, consome até10 vezes mais energia para ser pro-duzida. É uma praticidade que nemsempre vale a pena.

29. COMPRE ORGÂNI-COS. Por enquanto, alimentos or-gânicos são um pouco mais carospois a demanda ainda é pequena noBrasil. Mas você sabia que, além denão usar agrotóxicos, os orgânicosrespeitam os ciclos de vida de ani-mais, insetos e ainda por cima ab-sorvem mais gás carbônico da at-mosfera que a agricultura “tradicio-nal”? Se toda a produção de soja emilho dos EUA fosse orgânica, cer-ca de 240 bilhões de quilos de gáscarbônico seriam removidos da at-mosfera. Portanto, incentive o co-mércio de orgânicos para que os pre-ços possam cair com o tempo.

30. ANDE MENOS DECARRO. Use menos o carro e maiso transporte coletivo (ônibus, me-trô) ou o limpo (bicicleta ou a pé).Se você deixar o carro em casa 2vezes por semana, deixará de emitir700 quilos de poluentes por ano.

31. NÃO DEIXE O BAGA-GEIRO VAZIO EM CIMA DOCARRO. Qualquer peso extra nocarro causa aumento no consumode combustível. Um bagageiro va-zio gasta 10% a mais de combustí-vel, devido ao seu peso e aumentoda resistência do ar.

32. MANTENHA CARROS,ÔNIBUS E CAMINHÕES RE-GULADOS. Calibre os pneus deseu veículo a cada 15 dias e faça umarevisão completa a cada seis meses,ou de acordo com a recomendaçãodo fabricante. Veículos regulados po-luem menos. A manutenção corretade apenas 1% da frota de veículosmundial representa meia tonelada degás carbônico a menos na atmosfe-ra. Procure o deputado em que vo-tou e cobre dele uma legislação sé-ria sobre a poluição emitida por ôni-bus e caminhões. Muito se fala so-bre catalizadores em automóveis depasseio e pouco sobre a prevençãoda poluição emitida pelos grandesveículos, geral e visivelmente desre-gulados.

33. LAVE O CARRO ASECO. Existem diversas opções delavagem sem água, algumas até maisbaratas do que a lavagem tradicio-nal, que desperdiça centenas de li-tros a cada lavagem. Procure no seu

posto de gasolina ou no estaciona-mento do shopping.

34. QUANDO FOR TRO-CAR DE CARRO, ESCOLHAUM MODELO MENOS PO-LUENTE. Apesar da dúvida sobreo álcool ser menos poluente que agasolina ou não, existem indícios deque parte do gás carbônico emitidopela sua queima é reabsorvida pelaprópria cana de açúcar plantada.Carros menores e de motor 1.0poluem menos. Em cidades comoSão Paulo, onde no horário de picoanda-se a 10km/h, não faz muitosentido ter carros grandes e poten-tes para ficar parados nos congesti-onamentos.

35. USE O TELEFONE OUA INTERNET. A quantas reuni-ões de 15 minutos você já compa-receu esse ano, para as quais teve quedirigir por quase uma hora para ir eoutra para voltar? Usar o telefoneou skype pode poupar você de stress,além de economizar um bom di-nheiro e poupar a atmosfera. Invistanas Tele Conferências.

36. VOE MENOS, REÚNA-SE POR VIDEOCONFERÊN-CIA. Reuniões por videoconferên-cia são tão efetivas quanto as pre-senciais. E deixar de pegar um aviãofaz uma diferença significativa paraa atmosfera.

37. ECONOMIZE CDS EDVDS. CDs e DVDs sem dúvidasão mídias eficientes e baratas, masvocê sabia que um CD leva cercade 450 anos para se decompor e que,ao ser incinerado, ele volta comochuva ácida (como a maioria dosplásticos)? Utilize mídias regraváveis,como CD-RWs, drives USB oumesmo e-mail ou FTP para carre-gar ou partilhar seus arquivos. Hojeem dia, são poucos arquivos que nãopodem ser disponibilizados virtual-mente ao invés de em mídias físicas.

38. LUTE POR NOSSASFLORESTAS. Por anos os ambi-entalistas foram vistos como “eco-chatos”. Mas em tempos de aqueci-mento global, as árvores precisam demais defensores do que nunca. Opapel delas no aquecimento globalé crítico, pois mantém a quantidadede gás carbônico controlada na at-mosfera. A floresta amazônica é oúltimo reduto em biodiversidade erecursos naturais no planeta. Ocor-re que os norte americanos andamcom essa história de que a florestaamazônica é um patrimônio da hu-manidade. Sim, de fato, se não cui-darmos daquelas matas, deixando-apor conta dos predadores que hojelá estão, certamente teremos proble-mas muito em breve.

39. LAVAR CALÇADAS ECARROS EM CASA. Muitaspessoas lavam carro em casa deixan-do a mangueira ligada e lançada aochão enquanto esfregam o veículo.Outras lavam o cimentado empur-

rando a sujeira com a força da águada mangueira, ao invés de usar vas-soura e rodo. Esses procedimentos,hoje em dia, se constituem na mai-or prova da falta de consciênciaambiental. Se assistir alguem come-tendo essa barbaridade, aborde apessoa e explique-lhe que, em bre-ve, aquela água poderá estar fazen-do falta a um de seus decendentes.E, antes de jogar água no chão, varratudo o que puder a seco. Use baldepara lavar o carro e vassoura paralavar o cimentado.

40. USE ENERGIA SOLAR.ao contrário do que muita gentepensa, tirar proveito da energia solaré muito fácil. Se voce tiver um ba-nheirinho na edícula da sua casa,poderá passar a tomar seus banhoslá, após ter instalado sobre ele, umKit de aquecimento solar, em fibrade vidro, já com caixinha d´águaacoplada. Se quiser fabricar o seuvisite o site http://josealcinoalano.vilabol.uol.com.br/manual.htm ou outros disponíveisna internet. Lembre-se: um chuvei-ro elétrico consome, em média,4000 watts em 1 hora. Ou seja, umbanho de 15 minutos consume 1000watts.hora, ou seja, o equivalente auma lâmpada incandescente de 100watts ligada por 10 horas!!! Para osdias de hoje isso é um absurdo.

41. DESLIGUE O COMPU-TADOR. Muita gente tem o pés-simo hábito de deixar o computa-dor de casa ou da empresa ligadoininterruptamente, às vezes fazendodownloads, às vezes simplesmentepor comodidade. Desligue o com-putador sempre que for ficar maisde 2 horas sem utilizá-lo e o moni-tor por até quinze minutos.

42. CONSIDERE TROCARSEU MONITOR. O maior res-ponsável pelo consumo de energiade um computador é o monitor.Monitores de LCD são mais eco-nômicos, ocupam menos espaço namesa e estão ficando cada vez maisbaratos. O que fazer com o antigo?é triste dizer mas o correto é desati-vá-lo, retirando dele alguma peçafundamental, para que ninguémpossa reutilizá-lo. Faça isso e mostrea seus amigos que teve coragem parafazê-lo, servindo de exemplo.

43. NO ESCRITÓRIO, DES-LIGUE O AR CONDICIONA-DO PELO MENOS UMAHORA ANTES DO FINALDO EXPEDIENTE. Num perí-odo de 8 horas, isso equivale a 12,5%de economia diária, o que equivalea quase um mês de economia nofinal do ano. Além disso, no final doexpediente a temperatura já andamais amena.

44. NÃO PERMITA QUE ASCRIANÇAS BRINQUEMCOM ÁGUA. Banho de manguei-ra, guerrinha de balões de água etoda sorte de brincadeiras com água

são sem dúvida divertidas, mas pas-sam a equivocada idéia de que a águaé um recurso infinito, justamentepara aqueles que mais precisam deorientação, as crianças. Não deixeque seus filhos brinquem com água,ensine a eles o valor desse bem tãoprecioso.

45. NO HOTEL, ECONO-MIZE TOALHAS E LENÇOIS.Use o bom senso... Você realmenteprecisa de uma toalha nova todo dia?Anda tão imundo assim? Trabalhaem alguma carvoaria? Em hotéis, ohóspede tem a opção de não ter astoalhas trocadas diariamente, paraeconomizar água e energia. Trocaruma vez a cada 3 dias já está de bomtamanho. O mesmo vale para os len-çois, a não ser que você mije nacama...

46. PARTICIPE DE AÇÕESVIRTUAIS. A Internet é uma armapoderosa na conscientização e mo-bilização das pessoas. Um exemploé o site ClickÁrvore, que planta ár-vores com a ajuda dos internautas.Informe-se e aja!

47. VÁLVULAS DE DES-CARGA TIPO HYDRA consti-tuem um crime ambiental. Acabecom elas e faça propaganda contra.Mobilize seu deputado ou senadoramigo a aprovar uma lei proibindoesse tipo de válvula que gasta 32 li-tros de água em média, por descar-ga. Hoje em dia os sistemas de cai-xinhas acopladas fazem o mesmoserviço com 6 litros de água com amesma eficiência, graças a alta tec-nologia e ao designer dos novos va-sos sanitários.

48. INSTALE UMA VÁLVU-LA NA SUA DESCARGA. casonão possa ainda retirar a válvula tipoHydra, pelo menos mande instalarnela um acessório para regular aquantidade de água liberada: maisquantidade para o número 2, me-nos para o número 1!

49. REGUE AS PLANTAS ÀTARDINHA OU À NOITE.Ao regar as plantas nesses períodos,você impede que a água se perca porevaporação e também evita choquestérmicos que podem agredir suasplantas.

50. VÁ PELA ESCADA.Para subir até dois andares ou des-cer três, que tal ir pela escada? Alémde fazer exercício, você economizaenergia elétrica.

LEIA ESTA LISTA! DIVUL-GUE-A. SEUS DESCENDEN-TES AGRADECERÃO !

ORGANIZAÇÃO DE RE-NOVAÇÃO AMBIENTE

Fonte: http://planetaprem.blogspot.com/2007/10/51-dicas-prticas-para-voc-economizar.html

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Cuidado:Animal na praia

Quem leva seu animalde estimação para pas-sear na areia da praianão está só desacatan-

do uma norma, está colocando asaúde de muita gente em risco.As fezes de cães e gatos que aca-bam sendo deixadas nas areiaspropiciam a proliferação de ver-minoses, dermatites e zoonoses- doenças transmitidas ao ho-mem pelos animais. Contamina-das, as pessoas podem ter desdeuma irritação na pele até mes-mo um dano cerebral.

ParasitasEm contato com a areia, as fe-

zes dos animais liberam dezenasde parasitas. Sem perceber, a pes-soa pisa, senta e coloca a mão naareia contaminada. A partir daí,o início dos sintomas é umaquestão de tempo. A coordena-dora de Planejamento e Moni-toramento Ambiental da Secre-taria Municipal de Meio Ambi-ente, Magada Valverde, conta quenas areias contaminadas pelas fe-zes de animais é comum a pre-sença do parasita Ancilostomas,

que causa a ancilostomíase.O parasita entra no organis-

mo por via oral ou através dapele, se hospeda no intestino del-gado e passa a se alimentar desangue, podendo levar seu hos-pedeiro à anemia. Ao entrar napele, o Ancilostomas forma umaespécie de túnel entre a epider-me (camada da pele) e a derme,fazendo com que as lesões fi-quem visíveis por semanas.

Solução - A toxicocaríase éoutra doença oriunda das fezesdos cachorros. O homem é con-taminado ao ingerir acidental-mente ovos do parasita Oxico-cara Canis. E uma grande inges-tão pode provocar forte descon-forto abdominal, anorexia e ân-sia de vômito. Os problemas po-dem ser ainda maiores, depen-dendo da região do corpo paraonde migrar o parasita. Em al-guns casos, a pessoa pode ter per-da unilateral da visão e até pro-blemas cerebrais.

“A solução para evitar a pro-liferação de doenças é simples,mas a implementação é difícilporque depende de cada um.Não pode haver lixo e nem ani-mais, pr incipalmente cães, nasareias”, aconselha Valverde. Tam-bém causado pelos detritos or-gânicos do animais, outro danoà saúde bastante comum é o bi-cho-geográfico, que causa ver-melhidão na sola dos pés. “As

pessoas precisam ter consciênciade que é preciso respeitar as de-terminações legais, preservandotanto a sua saúde, quanto a dosdemais banhistas”, comenta ovice-presidente da Orla Rio, JoãoMarcello Barreto, que administraos novos quiosques das praias. Osbanheiros das novas unidades ins-taladas na orla carioca são com-pletamente interligados à rede deesgotos da Cedae, que leva os re-síduos diretamente para o inter-ceptor oceânico; reduzindo aquantidade de urina e fezes des-pejada nas areias e nas águas, fato-res que também causam danos aosbanhistas.

É proibidoO Código de Posturas da Ci-

dade do Rio de Janeiro proíbeque animais passeiem pelas arei-as. No entanto, essa determina-ção é muitas vezes descumpri-da. Quem insiste em burlar aregra, pode ser autuado por de-sobediência à ordem legal defuncionário público, no caso, osGuardas Municipais.

Para garantir o cumprimentoda ordem pública, no início doano, a Prefeitura da Cidade am-pliou o patrulhamento na orla,com a implantação do Grupa-mento Especial de Praia (GEP).Em março, foi criado ainda oComitê Gestor da Orla Maríti-ma, uma ação conjunta de todasas secretar ias municipais com

atuação na orla carioca. O obje-tivo do grupo, formado por de-zenas de fiscais da prefeitura, éorientar a população sobre as re-gras de utilização das praias, in-formando sobre as atividades per-mitidas aos ambulantes, realizaçãode jogos como frescobol e vôleina areia e, é claro, sobre a presen-ça de animais.

Nos trabalhos de conscienti-zação, os fiscais mandam um aler-ta para todos os banhistas: nãodeixar lixo na areia. Isso porqueos dejetos acabam atraindo ratos,pombos, cachorros e demais ani-mais que vivem nas ruas.

A Secretar ia Municipal deMeio Ambiente informou quequinzenalmente é feito um mo-nitoramento da qualidade daareia, além do mapeamento dasfaixas por GPS. Nesse serviço éavaliado a quantidade de colifor-mes fecais e coliformes totais(lixo + fezes).

- Lavar as mãos e os pés ao sair da praia.

- Depois de tocar na areia, evite colocar a mão na boca.

- Se estiver com algum ferimento, vá à praia com um curativo adequado.

- Ensacar o lixo produzido e depositar nas lixeiras do calçadão.

- Não leve objetos quebráveis para a praia.

- Evitar brincar jogando areia nas pessoas, principalmente, no cabelo.

- Evitar andar descalço na areia.

Apesar da proibição daPrefeitura, tem gente queainda passeia comcachorros e gatos pelaspraias. Aparentementeinocente, a atitude pode serprejudicial à saúde dosbanhistas.

Cuidados na praia

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Denúncias

ais de três mil quilos decamarão sete-barbas,distribuídos em cercade 150 caixas, foram

apreendidos, ontem de manhã, porpoliciais do Batalhão da Polícia Flo-restal, em Barra do Furado. A ope-ração, a partir de uma denúnciaanônima, aconteceu devido ao pe-ríodo de defeso. Entre o início deoutubro e final de dezembro, oIbama proíbe a pesca dessa espé-cie, do litoral do Rio Grande doSul à divisa do Espírito Santo coma Bahia, para preservar a época dereprodução do crustáceo.

MApreensão de 3 mil quilos de camarão

De acordo com policiais flores-tais, a denúncia alertou que em umapropriedade próxima do litoral, nadivisa entre Campos e Quissamã,vários homens transportavam cai-xas com o camarão, que estariamsendo preparadas para transporte.Quando chegaram ao local, os mi-litares identificaram o caminhãocitado na ligação telefônica. Assimque notaram a presença das viatu-ras policiais, no entanto, os suspei-tos teriam fugido em um outroveículo, que não foi identificado.

A polícia suspeita de que os crus-táceos seriam transportados para a

Bahia, onde seriam comercializa-dos. Os militares que participaramda operação destacaram que a aju-da da população, com denúncias, éfundamental durante esse período,quando a proibição da pesca é de-terminada para proteger o meioambiente. Quem quiser denunciarpode entrar em contato com a Po-lícia Florestal, pelo telefone (22)2420-2468.

O caminhão e as caixas com ocrustáceo foram apreendidos pelospoliciais florestais e levados para a134ª Delegacia de Polícia (Centro).Se o material ainda estiver em con-

BARRA DO FURADO - Cerca detrês mil quilos de camarão sete-barbas foram apreendidos, quandoeram acomodados em caminhãoImagem: Silésio Corrêa

dições de consumo será doado paraquatro instituições filantrópicas, emCampos.

chefe regional do Iba-ma, Rosa Maria Cas-tello Branco, afirmaque a fiscalização da

pesca irregular está sendo feita poruma equipe do Rio de Janeiro, nosmunicípios do interior do Estado,mas que a data prevista para a che-

A

Equipe do Ibama do Rio faz fiscalização no interiorgada dos fiscais em Campos nãopode ser revelada.

— Não podemos revelar a data,porque atrapalharia a fiscalização.Além disso, a equipe vem do Rioe atua em todo o Estado — disseRosa Maria, ressaltando que açõescontra o descumprimento do pe-

ríodo de defeso também são to-madas pela secretaria municipal deMeio Ambiente e pelos policias doBatalhão da Polícia Florestal.

Período — O defeso do sete-barbas será mantido até 31 de de-zembro, mas a notificação do Iba-ma inclui, ainda, os caranguejos uçá

e guaiamu, cuja captura está proi-bida nos estados do Espírito San-to, Rio de Janeiro e São Paulo.

Para o uçá macho, o defeso éaté o dia 30 de novembro e a fê-mea tem captura proibida até 31de dezembro. Para o guaiamu, a li-beração só será feita em abril.

iscais do Ibama apre-enderam na madruga-da de ontem, em Bar-ra do Furado, 3 mil e

200 quilos de camarão sete barbas,que foram doados ao Asilo NossaSenhora do Carmo. Protegido pelalegislação ambiental em virtude dodefeso, que vai até 31 dezembro, opescado foi encontrado em caixasde isopor, na margem do Canal dasFlechas. No momento da apreen-são, pescadores que estavam no lo-cal escaparam do flagrante de bar-cos. A captura do camarão sete bar-bas e dos caranguejos uçá e guaia-mum está proibida em todo o lito-ral dos estados do Rio, Espírito San-to e São Paulo.

A operação em Barra do Fura-do, considerada pelo Ibama como“de rotina”, foi iniciada na noitede quinta-feira e se estendeu até

F

Ibama apreende camarãosete barbas

ontem. A finalidade é verificar ocumprimento do defeso na região.“Estaremos acompanhando as ati-vidades nos entrepostos e, se forconstatada a captura, o comércioe o transporte do camarão, ele serárecolhido e doado a entidades”,

disse a chefe do escritório do Iba-ma local, Rosa Maria CasteloBranco, que afirmou que a fiscali-zação na região conta com pou-cos funcionários.

Ilustração do Camarãosete-barbas, presente emtodo o litoral brasileiro.

FARTURA - O camarão apreendi-do foi doado ao Asilo do CarmoImagem: Leonardo Berenger

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Opinião

Por Leonardo BoffTeólogo

s atuais cenários som-brios sobre o futuro dosistema-vida e especifi-camente da espécie hu-

mana permitem que biólogos, bi-oantropólogos e astrofísicos aven-tem o possível desaparecimento daespécie homo sapiens/demens aindaneste século. Aduzem argumentosque merecem ponderação. O maisrobusto parece ser aquele da su-perpopulação articulada com a di-ficuldade de adaptação às mudan-ças climáticas. Na escala biológicaverifica-se um crescimento expo-nencial. A humanidade precisouum milhão de anos para alcançarem 1850 um bilhão de pessoas. Osespaços temporais entre os índicesde um crescimento a outro dimi-nuem cada vez mais. De 75 anos -de 1850 a 1925 - passaram para 5anos de diferença. Prevê-se quepor volta de 2050 haverá dez bi-lhões de pessoas. É triunfo oudano?

Lynn Margulis e Dorian Sagan,notáveis microbiólogos, no conhe-cido livro Microcosmos (1990) afir-mam com dados dos registros fós-seis e da própria biologia evoluti-va que um dos sinais do colapsopróximo de uma espécie é sua rá-pida superpopulação. Isso pode sercomprovado por micro-organis-mos colocados na cápsula Petri (pla-ca redonda com colônias de bac-térias e nutrientes). Pouco antes deatingirem as bordas da placa e seesgotarem os nutrientes, multipli-cam-se de forma exponencial. Ede repente morrem. Para a huma-nidade, comentam eles, a Terrapode mostrar-se idêntica a umacápsula Petri. Com efeito, ocupa-mos quase toda a superfície ter-restre, deixando apenas 17% livre:desertos, floresta amazônica e re-giões polares. Estamos chegando àsbordas físicas da Terra. Há explo-são demográfia e decrescimentodos meios de vida num planeta li-mitado. Sinal precursor de nossapróxima extinção?

O prêmio Nobel em medicina,Christian de Duve, sustenta que

O

Armagedon humano?estamos assistindo a sintomas queprecederam no passado as grandesdizimações. Normalmente desapa-recem por ano 300 espécies vivasporque chegaram ao seu climaxevolucionário. Dada a pressão in-dustrialista global sobre a biosferaestão desparecendo cerca de 3.500.Um desastre biológico. Será queagora não chegou a nossa vez?

Carl Sagan, já falecido, via nointento humano de demandar àLua e enviar naves espaciais comoo Voyager 1 para fora do sistemasolar, a manifestação do inconsci-ente coletivo que pressente o ris-co da extinção próxima. A vonta-de de viver nos leva a excogitarformas de sobrevivência para alémda Terra. O astrofísico StephenHawking fala da possivel coloni-zação extrasolar com naves, espé-cie de veleiros espaciais, impulsio-nadas por raios laser que lhes con-feririam uma velocidade de trintamil quilômetros por segundo. Maspara chegar a outros sistemas pla-netários teríamos que percorrerbilhões e bilhões de quilômetros,necessitando pelo menos de umséculo de tempo. Ocorre que so-

mos prisioneiros da luz, cuja ve-locidade de trezentos mil quilô-metros por segundo é até hoje in-superável. Mesmo assim só parachegar a estrela mais próxima – aAlfa do Centauro – precisaríamosde quarenta e três anos, sem aindasaber como frear essa nave a estaaltíssima velocidade.

Tais reflexões nos permitemfalar de um possível Armagedonhumano. Este representa um de-safio para as religiões que vêem ofim da espécie como obra do Cri-ador e não da atividade humana.Para o Cristianismo a morte co-letiva, mesmo induzida, não im-pede o triunfo final da vida pelavia da ressurreição e da transfigu-ração de toda a criação por Deus.

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Imagens AmbientaisPor Luiz [email protected]

ovamente, a citação deSir Richard Burton,que muito viajou e es-creveu sobre diversas

regiões do mundo, inclusive o Bra-sil, onde veio em missão diplomá-tica, mas também para examinarminas de ouro e diamante de in-teresse de empresas inglesas. Aspublicações da Universidade deSão Paulo que integram a coleçãoReconquista do Brasil há muito seencontram esgotadas e merecemnova edição.

A citação não tem a intençãode despertar a nostalgia, mas serveapenas como introdução a maisum excelente trabalho do fotógra-fo Zeca Linhares, que continua,persistente, desvendando aspectosda realidade que as pessoas e mes-mo a grande imprensa frequente-mente não gostam de ver oumostrar, por já se encontrarem,todos, far tos dos excessosde miséria moral do poder públi-co.

Recentemente, Zeca Linharespassou noites em pequenas embar-cações de pescadores artesanais nabaía de Guanabara. Por lá, o IBA-MA, a Secretaria de Estado deMeio Ambiente e forças policiaisandaram, na última semana, emsua rotineira busca por espaço naimprensa. Desta vez com ativida-des de repressão à pesca ilegal. Àpesca ilegal dos muito pequenos,é claro, já que nada - absolutamen-te NADA - se faz contra asgrandes embarcações - inclusiveestrangeiras - que praticam pescade arrasto de fundo, destruindo abase da cadeia alimentar dos re-cursos pesqueiros, não muito dis-tante da costa.

As fotos chocam. A tendênciadas “autoridades” é colocar nos

N

Zeca Linhares:Imagens da Baía de Guanabara

pobres a culpa do muito lixo jo-gado nos rios e na baía. Omitem-se na provisão de serviços de co-leta e disposição final de lixo. Omitem-se quando intencional-mente fazem cair no esquecimentoque depois de gastos cerca de R$2 bilhões no naufragado Progra-ma de Despoluição da Baía deGuanabara, as grandes estações detratamento continuam, há anos,sem funcionar. Esquecem das au-ditorias que foram anunciadas nascampanhas eleitorais. E saem embarqueatas carnavalescas para re-primir pequenas embarcações depescadores que mal conseguemganhar o mínimo para o seu sus-tento. A foto abaixo é de umadas canoas criminosas que atuamna baía de Guanabara.

Mas o que esses pequenos co-letores de sobras trazem em suascanoas é uma mistura de muitolixo e pouco peixe ou camarão. O lixo é mais abundante.

E que não se diga que esses sãoproblemas normais da urbaniza-ção. A Austrália recuperou a baíade Sidney em poucos anos, quan-do se preparava para receber asOlimpíadas. Barcelona removeuum porto semi-abandonado -como o do Rio de Janeiro - e re-constituiu as praias e o acesso aomar, valorizando ainda mais a ci-dade. Não se trata de nostalgia,mas de imagens fortes que dão aopoder público uma ISO 14.000 daincompetência na gestão. Vale di-zer que não se trata apenas destaou daquela secretaria, mas do sis-tema. Numa passagem do belís-simo filme Tropa de Elite, o nar-rador afirma: “o sistema não tra-balha para resolver os problemasda sociedade, mas para resolver osproblemas do próprio sistema”.

“A Baía do Rio de Janeiro deve ser vista em ‘trajes de gala’. Émais encantadora quando um verniz de atmosfera diáfanaimprime às distâncias uma suave e maravilhosa beleza;quando o manto azul é de um azul perfeito. (…) Então, osribeiros são prata, com as margens pintadas de alaranjado ecobre, ao se erguerem sobre as brancas areias ou encrustadasna floresta; então, as nuvens que passam formam ilhotasflutuantes, enquanto as suas sombras viagem pelas águas domar interior, de um verde tão puro.”

Enfim, uma imagem das margens da baía no Caju. Essa área já foiconhecida como Ponta do Camarão.

Parabéns, Zeca Linhares! Será que alguém patrocinará a exposiçãodessas fantásticas fotos? Ou as tais “zelites” do Rio de Janeiro - parausar a expressão brincalhona de Veríssimo - vão começar a acreditarque nunca nesse estado um governo trabalhou tanto?

Fonte:http://www.luizprado.com.br/author/Luiz/

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