revista dada ed.35

52
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Publicação Bimestral 35 2012 DE FADA DO LAR A SUPER MULHER NOVA COLEÇÃO PRIMAVERA APESAR DAS LEIS, NO PAPEL, AS DIFERENÇAS ENTRE SEXOS AINDA EXISTEM NA PRÁTICA SUGESTÕES PARA OS APAIXONADOS fevereiro março ENTREVISTA MADALENA REBORDÃO EM CONVERSA A MÉDICA CONTA COMO LHE FOI POSSÍVEL FAZER AS ESCOLHAS DA SUA VIDA COM TODA A LIBERDADE MULHERES MODERNAS AS MULHERES SÃO MAIS LIVRES E INDEPENDENTES, MAS OS ESTEREÓTIPOS PERSISTEM 5 dada cinco anos

Upload: revista-dada

Post on 22-Mar-2016

259 views

Category:

Documents


10 download

DESCRIPTION

Porque a 8 de março se assinala o dia internacional dos direitos da mulher, a revista Dada decidiu dedicar esta edição ao sexo forte. Sim, leu bem. É altura de começar a corrigir expressões arcaicas. Fazemos uma retrospetiva do passado, apresentamos números chocantes e descrevemos algumas mudanças que se têm verificado ao longo dos tempos no campo da discriminação feminina.

TRANSCRIPT

Page 1: revista dada ed.35

dis

tr

ibu

içã

o

gr

atu

ita

Publ

icaç

ão B

imes

tral

352012

de fada do lar a super mulher

Nova coleção primavera

ApesAr dAs leis, no pApel, As diferençAs entre sexos AindA existem nA práticA

sugestões pArA os ApAixonAdos

fevereiro março

entrevistA mAdAlenA rebordãoem conversA A médicA contA como lhe foi possível fAzer As escolhAs dA suA vidA com todA A liberdAde

mulheres modernAsAs mulheres são mAis livres e independentes, mAs os estereótipos persistem

5dada

cinco

ano

s

Page 2: revista dada ed.35

Acordos com:ADSE|ARS|PT

MJ|CGDSAMS|SAMS quadrosADMG|MEDISMULTICAREComp. Seguros

Licenciado pela D.R. Saúde

ADM

PUB

trabalhamos em benefício da sua saúde

Rua 5 de Outubro, 5 - bloco C r/c esq. Cartaxo | Tel. 243 770 979 | 966 618 367 | 910 370 [email protected] | www.labcartaxo.pt

Direct. Técnica: Maria Adélia Machado Lic. em Ciências Farmacêuticas

Ana Filipa Machado Mest. Integrado em Ciências Farmacêuticas

Filipa Gaspar Lic. em Análises Clínicas

aberto à hora de almoço 2ª a 5ª 8h00/18h30, 6ª 8h00/18h00

sábado 9h00/11h00

Page 3: revista dada ed.35

fevereiromarço

carn

aval

Rio

200

5 Fo

to: R

osa

Beld

a

Page 4: revista dada ed.35

4 • dada

sum

ário rubricas

dada Revista de lazer e divulgação cultural distribuição gRatUita propriedade Potenciais publisher Fátima Machado Rebelo diretor António Dias coordenador de edição Rosa Beldacolaboradores Ana Benavente, Margarida Serrão, Renato J. Campos, Sónia Parente, Teresa Rolho, Vera Alves colaboram nesta edição Elvira Tristão, Fátima Jou, Lourdes Dias, Paula Raposo contribuinte 510148123 redação e sede Rua Nova da Boa Vista, 1 2070 - 105 Cartaxo | [email protected] | 243 779 057 e 918 717 072 periodicidade bimestral grafismo e paginação Potenciais impressão Soartes, artes gráficas, Lda tiragem por edição 5 000 exemplares número de registo 125185 depósito legal 262622/07 www.revistadada.com

interdita a reprodução total ou integral de textos e imagens por quaisquer meios e para quaisquer fins

Esta revista foi escrita segundo as novas regras do acordo ortográfico.

10 a esfera a somatização do sentir

24 cumpra-se o acordo! acentuação gráfica

32 economia, em trocos!

16 montras nova coleção primavera novidades e sugestões para os apaixonados

22 destrava línguas gaguez – como e porquê

46 à mesa lima, uma aliada refrescante e protetora ideias para Saborear, pudim de lima

14 make up “looks” da estação

12 mudar de vida dar ou não dar, eis a questão?

34 e nós... o primeiro ano

Page 5: revista dada ed.35

nesta edição editorial

Olhamos para o calendário e vemos que esta-mos em 2012, só que ligamos o telejornal e julgamos que estamos na idade Média. Pen-sar-se-ia que, por esta altura, negar direitos a alguém do sexo feminino seria desumano, mas a verdade é que, no ano passado mor-reram, em Portugal, 23 mulheres vítimas de violência doméstica. No mundo, um terço delas é alvo de maus tratos.

Porque a 8 de março se assinala o dia interna-cional dos direitos da mulher, a revista Dada decidiu dedicar esta edição ao sexo forte. Sim, leu bem. É altura de começar a corrigir expressões arcaicas. Fazemos uma retros-petiva do passado, apresentamos números chocantes e descrevemos algumas mudanças que se têm verificado ao longo dos tempos no campo da discriminação feminina.

Em março, mais precisamente no dia 21, as-sinala-se também os 700 anos da entrega da carta de foral ao Cartaxo. É um número re-dondo que os cartaxeiros não podem deixar passar. Para celebrar a data será lançado um livro que conta a história deste lugar.

No nosso espaço de moda respire e sorria. Deixe o frio do inverno para trás e pen-se na primavera que está apenas a umas semanas de distância. Pronto, ainda falta algum tempo, mas com este sol dos últi-mos dias já apetece sonhar com algo mais leve e colorido, certo?

E não se esqueça de visitar o nosso site para estar a par de todas as novidades da região, em www.revistadada.com. E já agora seja nosso amigo na página de facebook, em fa-cebook.com/fbrevistadada.

26 em destaque de fada do lar a super mulher

Anuncie Aqui contActe

918 717 072 [email protected]

opinião 33 Elvira tristão 50 ana Benavente

e ainda11 três décadas ao serviço da população 20 beleza e bem-estar 21 Dicas para uma vida saudável 34 breves 34 700 anos do Foral do Cartaxo 44 agenda

apesar das leis no papel, as diferenças entre sexos, ainda persistem na prática

36 MUlhERES MODERNaS

6 entrevista MaDalENa REBORDãO

Page 6: revista dada ed.35

6 • dada

“confesso que tive toda a liberdade”

por antónio dias

É uma das figuras femininas mais proeminentes do Cartaxo. Filha de

médicos, Madalena Rebordão admite ter tido uma infância e juventude

priveligiadas. Reformada do Sistema Nacional de Saúde (SNS) pratica,

ainda, num consultório que já foi dos pais. Promete continuar a fazê-lo

“até ser capaz”

Quem é a Madalena Rebordão?(Solta uma gargalhada, encolhe um pouco os ombros) Não sei se sou a melhor pessoa para me descrever. Mas acho que me posso definir como uma mulher normal, indepen-dente, de 58 anos, médica, com família, bem com a vida e com vontade em participar na-quilo que me rodeia.

Qual o seu percurso de vida?Nasci em Lisboa, mas vivi sempre no Carta-xo. Estudei no Colégio, passei depois para o liceu de Santarém e daí para Lisboa, aos 17 anos, para estudar Medicina, na Faculdade de Ciências Médicas.

No colégio os sexos estavam separados?Sim. Existiam as aulas de lavores para as meninas e que tínhamos de frequentar. Lembro-me que detestava aquilo porque achava que não tinha jeito nenhum. Mas não era um repulsa por considerar discriminató-rio, até porque era normal frequentarmos estas aulas e nunca me senti penalizada ou marginalizada por me sentir mais inadapta-da. Ninguém me disse que não ia ser feliz ou que não ia casar por não ser boa dona de casa. Lembro-me que havia uma clara distinção entre rapazes e raparigas, só que essa era realidade da altura. Achávamos disparatado mas não questionávamos a au-

entrevistamadalena rebordão

Page 7: revista dada ed.35

dada • 7

“no passado, as mulheres aniquilivam-se (...) hoje, são mais livres e conscientes dos seus direitos”

toridade. Também não havia muito que pudéssemos fazer para mudar a situa-ção. Reconheço que as pessoas estavam muito acomodadas nesse sentido.

O que a leva a enveredar pela Medicina?Os meus pais tiveram um papel impor-tante é verdade [o pai era oftalmologista e a mãe ginecologista]. A nossa casa ficava ao lado dos consultórios e sempre convi-vi de perto com esta realidade. Gostava da maneira como se podia contribuir para melhorar a vida das pessoas, a interação que existia com os utentes, a importância do papel do médico junto da população, a

parte humana de ajudar alguém a sentir-se melhor. Tudo isso acabou por me influen-ciar no meu percurso de vida. E posso garantir que não foi uma resposta a qual-quer apelo familiar. Os meus pais nunca me obrigaram a escolher uma profissão. Deram-me sempre a liberdade de fazer o que eu quisesse com a minha vida.

Page 8: revista dada ed.35

8 • dada

Entra na faculdade ainda no Estado Novo. Sentiu restrições na sua vida por ser mulher?Nunca. Comecei a estudar em 1971 mas o facto de ter uma mãe médica, com uma profissão e independente, ensinou-se a ver as coisas de maneira mais abrangen-te. Confesso que tive toda a liberdade. O meu pai nunca me obrigou a casar ou sequer me pediu que escolhesse um deter-minado estilo de vida. Comparando com o resto do meu universo, sei que tive essa sorte. Talvez tivesse uma ou duas amigas com vidas familiares semelhantes à minha, mas sei que o resto da realidade era bem diferente e isso chocava-me. Falávamos à mesa de tudo, nunca ouvi um comentário discriminatório em casa por ser rapariga. Mas havia muita gente à minha volta que sentia imensas restrições. Podia haver al-gumas limitações, normais, como não sair muito à noite, chegar cedo a casa, entre outras. Mas até essas exigências eram ir-risórias em comparação com proibições a

que as minhas amigas eram muitas vezes forçadas. E como saí de casa cedo aca-bei por ganhar liberdade antes que muita gente. Só voltei depois para casa, com em-prego e para casar [casou com o advogado João Carlos Fernandes, aos 28 anos].

teve dificuldades em adaptar-se à vida de lisboa?Não, até porque o grupo de amigos do liceu de Santarém manteve-se e muitos acaba-ram por se reencontrar na capital. Portanto senti-me apoiada e amparada e isso ajudou muito no meu percurso académico.

Mas vivendo no Estado Novo, não sentiu que foi complicado ser uma estudante?Nem por isso. Talvez porque o regime estava a definhar. Sentiam-se no ar as mudanças, as reuniões, os colóquios, as associações. Não fui parte ativa, mas ia assistindo à revolução a acontecer e tudo aquilo entusiasmou-me. E foi só depois de se dar o 25 de abril que co-meço a perceber o país em que vivia. Quando acabaram com leis que obrigavam a mulher a pedir autorização ao marido para tudo e mais alguma coisa, quando ganhámos o direito ao voto, entre outras, é que comecei a cair na realidade e a perceber as enormes discrimina-ções que existiam. Até essa altura nunca tinha sido confrontada com isso.

De onde acha que vem esse espírito mais aberto da sua família?Sinceramente não sei. Penso que tem raízes muito profundas. O meu avô paterno, era um indivíduo formado, a minha avó mater-na apesar de ser doméstica era independente e tinha uma personalidade forte. Nunca foi submissa e isso também passou para a mi-nha mãe e todas viveram em igualdade com os maridos. Portanto tem sido um compor-tamento que ultrapassou gerações.

Madalena Rebordão foi mentora da criação da unidade de saúde familiar, em Pontével

Page 9: revista dada ed.35

dada • 9

Directora Técnica: Drª Paula Almeida e Silva Farmc. Adj. Drª Isabel Pena

R. S. Sebastião, 1 – Cartaxo – Tel. 243 702 653

PUB

acumule pontos e ganhe vales de compras

peça o seu cartão de cliente

PUB

PUB

entrevista

Muito diferente da realidade da altura e dos nos-sos dias...Sim. Hoje as mulheres têm outra consciên-cia do que são e das suas possibilidades. As raparigas saem mais cedo, têm contactos se-xuais mais prematuros, mas em relação às suas expectativas de vida e de como lidam com a sua intimidade penso que ainda se mantém um abismo. Basta ver a violência que há ainda entre casais jovens. Algo que, com a evolução dos tempos, já deveria ter sido bastante atenuado, mas que permanece ainda um flagelo.

Deve contactar frequentemente com realidades bastante duras...Infelizmente é verdade. Às vezes é muito complicado gerir determinadas situações. Ainda há uns dias recebi uma paciente ví-tima de abusos e é sempre um sofrimento ouvir os relatos e constatar a violência que muitos casos atingem.

Como se lida com isso?É muito complicado. Há um lado formal em que eu tento dar o melhor encaminha-mento ao processo, orientando a pessoa para os cuidados de saúde que merece. Por outro, há um trabalho de educação em que faço um esforço para evitar que a situ-ação se repita. No passado, o trabalho era maior, porque as mulheres aniquilavam-se, acomodavam-se e aceitavam os maus tratos como algo normal, decorrente do casamen-to. Hoje, são mais livres e conscientes dos seus direitos e é mais fácil empurrá-las para outro caminho.

Um dos projetos mais importantes da sua vida é a criação da unidade de saúde familiar, em Pontével. Como surgiu a ideia?Em 2006, aquando da reorganização do SNS,

surgiu a hipótese de mudar a forma como eram geridos os centros de saúde em Portu-gal. Tentei perceber quais as possibilidades que existiam, e juntamente com um grupo de amigos e colegas elaboramos um projeto, nas novas instalações do posto médico, para trans-formar o espaço num serviço mais abrangente e acolhedor. Hoje posso dizer com orgulho que aquele é um projeto que consegue dar res-posta rápida e de qualidade à população, nos mais variados campos da Saúde.

Com 58 anos, como olha o seu futuro?(Risos) Acho que me vejo a ser médica ainda por algum tempo. Pelo menos até ser capaz. Tenho três tardes que ocupo no consultó-rio, o resto do tempo passo na jardinagem, até porque sou uma mulher do campo e é disso que eu gosto.d

Page 10: revista dada ed.35

10 • dada

a somatização do sentir

a esfera Sónia Parente – Psicóloga Clínica

e Mestre em Psicologia Educacional

[email protected]

As doenças psicossomáticas são manifesta-ções físicas que são provocadas ou agravadas por problemas do foro emocional. É uma doença física verdadeira mas com causa psi-cológica. Acontecem quando uma pessoa por ter dificuldade em expressar as suas emo-ções, por ter tendência a reprimi-las ou por não conseguir exteriorizar os seus conflitos de forma adequada, transfere para o organis-mo o seu mau estar psicológico. O que deve mas não consegue ser resolvido na mente é transferido para o organismo, manifestando-se através de sintomas físicos.

Podem surgir em qualquer pessoa e em qual-quer idade e fazem, por vezes, com que essa pessoa consulte médicos de várias especialida-des e nunca consiga descobrir qual a razão do seu mau estar físico, já que os sintomas são verdadeiramente reais. Não são doenças que as pessoas inventam porque os sintomas são reais, porém, quando surgem com frequência, ao longo do tempo podem tornar-se formas repetitivas a que a pessoa se habituou a recor-rer para resolver conflitos psicológicos.

Há pessoas com maior tendência para so-matizar do que outras: as que têm maior tendência para “implodir” do que para “ex-plodir”, o que não sai pela boca manifesta-se no corpo.

Embora qualquer pessoa possa somatizar em

alturas de maior ansiedade, frustração, zanga e tantas outras, as doenças psicossomáticas surgem, especialmente, quando a pessoa guarda esses sentimentos para si, quando não os verbaliza, e não toma qualquer atitude que possa facilitar a resolução do conflito que es-tá gerar esses sentimentos.

Para descobrir se a doença ou os sinto-mas são do foro psicossomático, primeiro deverão ser realizados todos os exames de despiste das causas físicas dos sintomas ve-rificados. Caso os resultados nunca sejam conclusivos, deve-se tentar perceber o que lhes está a dar origem, ou seja, quando os sintomas tiveram início ou perante que tipo de situações e sentimentos eles surgem com maior frequência. É importante salientar que uma pessoa com tendência a somati-zar as suas emoções pode também ter uma doença real que poderá passar despercebida devido às suas constantes queixas sem causa definida.

Frequentemente, as pessoas não se aperce-bem da sua tendência para a somatização dos seus problemas emocionais, focam-se somente nos sintomas físicos e recusam que o problema possa ser psicológico. No entan-to, é importante procurar um psicólogo que ajude a lidar com as emoções e conflitos de modo a resolvê-los, já que muitas vezes são sentimentos inconscientes.

Page 11: revista dada ed.35

dada • 11

É já uma casa com história. Fernanda Ramos quase nem deu pelo tempo passar, mas já lá vão mais de três décadas desde que fez este investimento. “Na altura estava a trabalhar no Hospital de Santarém, no departamento de análises clínicas, e achei que seria um pas-so interessante criar um sítio onde pudesse pôr em prática os meus conhecimentos”, re-corda. Desde 1 de setembro de 1981 até aos dias de hoje, a Farmácia Ereirense acompa-nhou a transformação dos tempos: “mudou de sede, de sistema informático, de funcioná-rios e utentes, mas o objetivo continua a ser o mesmo: aconselhar o melhor possível na dispensa de medicamentos”. São igualmente promovidos rastreios de doenças, medição da tensão arterial, informação e campanhas de saúde. “Muita gente evita ir ao médico, pela distância, pelo tempo que demora obter uma consulta e, por isso, recorre a nós, far-macêuticos, para os ajudar nos mais variados problemas”, admite.

Sedeada na freguesia da Ereira, a Farmácia

três décadas ao serviço da populaçãoFernanda Ramos é diretora clínica da Farmácia Ereirense. além de dis-

pensar medicamentos, o objetivo continua a ser aconselhar, o melhor

possível, os seus utentes

Ereirense serve também a população da Maçussa, Lapa e até parte de Pontével. “So-fremos muito com a desertificação”, assevera. “Os jovens preferem as grandes cidades. Res-tam os idosos, o nosso público principal”. Com uma porta aberta, diariamente, das 9h às 20h, o trabalho é sempre imenso e nem mesmo durante as noites “as coisas acalmam. Como temos, em semanas alternadas, servi-ço de disponibilidade, em parceria com uma farmácia de Pontével, acabamos por estar disponíveis durante a noite”. É um trabalho que exige “delicadeza, atenção e paciência”, afiança. “Mas fazemo-lo com gosto”.

A vida mudou muito desde que decidiu tirar o curso de Farmácia e fundar o seu próprio espaço. “Há mais qualidade de vida, vive-se mais e melhor. Os medicamentos foram es-senciais para essa mudança de paradigma”, garante Fernanda Ramos. É esse o ânimo que leva a ela, e à sua restante equipa de três colaboradores, a vestir, todos os dias, a bata branca e sorrir ao utente.

por antónio dias

Page 12: revista dada ed.35

12 • dada

Mãe, eu quero isto! Pai, os meus amigos têm este brinquedo, também quero!

Quem tem filhos, de certeza que já ouviu estas frases vezes sem conta. Isto acontece por vários fatores: não só porque faz parte da natureza das crianças querer sempre algo, como o aces-so à informação gera essa vontade de ter tudo aquilo que lhes salta à vista. Por outro lado, muitos de nós, fomos educados num ambiente mais restritivo e com muito menos acesso ao consumo, isto gerou, inadvertidamente uma necessidade de colmatar estas falhas junto dos nossos filhos e uma vontade de lhes darmos tudo aquilo que não tivemos quando éramos

Margarida Serrão, Formadora de Desenvolvimento Pessoal

[email protected] 961 778 950

crianças. E isto faz parte do nosso processo de educar, mas educar é na realidade (entre outras coisas) ensinar valores e regras, e as crianças necessitam de regras, para que possam crescer num ambiente saudável.

No entanto impor regras e fazê-las cumprir dá trabalho e é uma tarefa de persistência e paciência, pois a primeira reação dos nossos filhos às regras é a resistência. Na verdade, muitas vezes é mais fácil fazer a vontade aos nossos filhos do que fazer valer a disciplina e as regras. E claro, quando eles querem isto ou aquilo acabamos por ceder, muitas das vezes.

E se um dia não lhes pudermos dar o que querem, será que os nossos filhos estão pre-parados para lidar com isso? Por muito difícil que seja, compete-nos a nós, pais, perceber-mos até que ponto é que ao darmos tudo aquilo que os nossos filhos querem, não leva-rá a resultados negativos no futuro.

É fundamental ensinar-lhes a dar valor ao que têm e que o facto de os amigos terem algo não quer dizer que eles também têm de ter.

“A educação dos nossos filhos deveria ser di-recionada não para bens materiais, mas para valores morais. Nessa diretiva, com certeza eles aprenderiam a diferenciar, o preço das coisas, do real valor delas”. Osias Nery Neto

mudar de vida

dar ou não dar, eis a questão?

PUB

Page 13: revista dada ed.35

PUB

Loja DYRUP Zona Industrial do Cartaxo, lote 1 - VILa Chã De oURIqUe Tel: 243700017 [email protected]

Loja CIN Rua Dr. manuel Gomes da Silva, 31 r/c dt. - CaRTaxo Tel: 243779388

PUB

gina henriques Mestre de Reikie Numeróloga no Espaço Viver

Por que não gostamos todos da mesma cor? Porque é que os homens gostam mais de certas cores e as mulheres de outras? Qual a sua cor favorita? De que modo as suas preferências de cor revelam aspetos importantes da sua personalidade?

As cores, em si mesmas, e sob a forma de luz, afetam continuamente os nossos sentidos mais subtis e os processos que desempe-nham papeis significativos nas nossas vidas (emocional, mental, espiritual)

BRANCO Símbolo de pureza, de inocên-cia e de ingenuidade. O branco é a cor mais apropriada para os adolescentes. O branco usado em excesso nos adultos po-de sugerir uma certa imaturidade, pelo que convém ter outras cores para dar equilí-brio à personalidade que vive na altura.

as cores e o seu poder de cura Como usar a cor para

melhorar o seu bem-estar

mental, físico e espiritual

Page 14: revista dada ed.35

14 • dada

Paula Raposo [email protected]

968 563 561

make up

Falarmos em “looks da estação”, é referirmo-nos às tendências de

maquilhagem inspiradas nos looks criados para os grandes desfiles

de moda. Estas tendências são depois adaptadas ao gosto e ao rosto

de cada uma de nós de acordo com o nosso estilo pessoal.

A próxima estação requer uma maquilhagem muito nude, rostos transparentes, olhos pouco marcados e ingénuos e bocas sublinhadas em tons vermelhos, laranjas e rosa.

Limpar, tonificar, hidratar e esfoliar, são passos essenciais na preparação da pele. A maquilhagem mostra nestes gestos toda a sua potencialidade.

Depois de preparada a pele, se tem manchas, olheiras ou vermelhidão, recorra a um corretor específico para cada problema aplicando-o com pequenos toques.

A aplicação da base pode ser feita uniformemente com esponja ou pincel em ligeiros toques para não apagar as

“looks” da estação

Page 15: revista dada ed.35

SOL NASCENTEE S T H E T I C A L C E N T E R

especialistas em estética & beleza

marcações

Rua Batalhoz, 58B CARTAXO | telefone 910 574 027

TRATAMENTO DE ROSTO E CORPO

PRODUTOS DE BELEZA E ESTÉTICA

DETOXTERAPIA

PEDRAS QUENTES

DEPILAÇÃO

MASSAgENS

correções. Porque a base deve ser do tom da sua pele, opte por fazer o teste na zona do ma-xilar e nunca na mão.

O pó facial dá acabamento e fixa a maqui-lhagem, além de que diminui a oleosidade, quanto mais solto e translúcido melhor será o resultado.

Recorrer a uma sombra neutra antes de aplicar a sombra com a cor eleita, servirá de base e evita a formação de rugas ao longo do dia. Comece do canto externo do olho para o interno.

Como eyeliner utilize sombra preta e um pin-cel biselado verá que o efeito é bem bonito.A máscara de pestanas - rimel, serve para alon-gar e dar volume, é aplicada em movimentos zig-zag, da raiz para a ponta das pestanas.

Para um acabamento perfeito e dar cor à tez uti-lize um pó bronzeador na testa, zonas laterais e nariz, e um blush suave nas maçãs do rosto.

Para os lábios escolha um gloss ou batom com que se sinta confortável

Recorra a um iluminador sempre que desejar salientar características ou criar pontos de luz no rosto seja na zona superior do lábio, canto interno do olho ou nas têmporas.

Page 16: revista dada ed.35

16 • dada

onde comprArPERFUMaRia

ESPalhaROMaSR.Dr.Manuel

gomes Silva, 12

t. 243 779 946CaRtaxO

espeCIallY esCada uma fragrância luxuosa

e feminina inspirada na mulher atual.

BlaCK xS l’ExCES exCesso e sofIstICação a linha Black xs l’exces traduz a paixão da música do estilo de vida roqueiro.

para homens e mulheres ousados e audaciosos.

para os apaixonados

ValentIna é uma fragrânCIa perfeIta para mulheres romântICas e apaIxonadas

novidAde lAcoste rouge laCoste l.12.12 o polo lacoste numa nova va-riante que adiciona uma faceta apaixonantemente Chic. o vermelho representa paixão, dinamismo e energia

Page 17: revista dada ed.35

dada • 17

noVa Coleção prImaVera

onde comprArCaRMy

R.luís Camões,42a tel. 243 703 641

CaRtaxO

maQ

uIl

hag

em: m

anu

ela

Coel

ho

Page 18: revista dada ed.35

montras

onde comprArBOUtiQUE 2070

R.Dr.Manuel gomes Silva, 12

t. 243 779 503CaRtaxO

maQ

uIl

hag

em:

perf

um

arIa

esp

alh

aro

mas

Page 19: revista dada ed.35

onde comprArOURiVESaRia

MONtEiROR. Batalhoz,19 e 73

t. 243 703 306 243 704 065

CaRtaxO

noVIdade Coleção óxIdos

dia dos namorados

Rua 5 de Outubro, bloco C, r/c dto CARTAXOtelefone 243790765/6 fax 243790767

[email protected]

Director Clínico Dr Pedro José de Sousa Leal Teixeira Alves

ESPECIALIDADES MÉDICASMEDICINA GERAL E FAMILIAR, PEDIATRIA, PSIQUIATRIA, GINECOLOGIA/OBSTETRÍCIA

E SENOLOGIA (PATOLOGIA DA MAMA), MEDICINA DESPORTIVA, MEDICINA FÍSICA

E REABILITAÇÃO (FISIOTERAPIA E TERAPIA DA FALA), ORTOPEDIA, NEUROCIRÚRGIA

E CIRURGIA GERAL

ACORDOS DE SAÚDE

PARCERIASACP, Luis Mota & Filhos, Lda, ERA Cartaxo, Agrolex, Grupo Natação do Cartaxo, G.D de Pontével, AAC, Happy-Dente, Gravymedal, SerHogarSystem, entre outras empresas da região

A Clínica integra Serviços Médicos, Fisioterapia, Bem-Estar (Psicologia, Nutrição e Estética) e Medicinas Alternativas (Acupunctura). Procuramos facilitar o acesso à saúde eliminando as desigualdades existentes na sociedade

horário das 8h às 20h não encerra à hora de almoço

PUB

noVIdade Coleção óxIdos

dia dos namorados

“visite-nos, temos ofertas especiais da marca pandora”

maQ

uIl

hag

em:

perf

um

arIa

esp

alh

aro

mas

Page 20: revista dada ed.35

20 • dada

Aberto ao público desde 26 de outubro de 2011, é um espaço feito a pensar no bem-estar do corpo e da alma de modo a proporcionar aos seus clientes uma experiência única de re-laxamento completo.

Susana Neves é responsável pela parte da estética e Sara Inês além de dar apoio na par-te da maquilhagem e da medicina natural, também trata da gestão e administração do es-paço. Susana trabalhou, como maquilhadora, em salões de renome tais como Lúcia Piloto, Marina Cruz, Eduardo Beauté e em novelas, onde privou com José Raposo, Maria João, Sónia Brazão, entre outros.

Sara Inês formou-se na Escola Profissional de Teatro de Cascais e, mais tarde, em auxiliar de ação farmacêutica, fez campanhas publicitá-rias e desfiles de moda para a Casa das Peles (com Ricardo Carriço) e Madalena Toscany. Mais recentemente trabalhou na novela da TVI “Anjo Meu”. «Quando acabei as grava-ções decidi juntar-me à minha irmã, arriscar e abrir um espaço nosso».

O centro de estética oferece vários tratamen-tos terapêuticos e de relaxamento, de estética

beleza e bem-estar

Sol Nascente é uma ideia pensada

em família, é uma força de todos,

onde cada um contribui com aqui-

lo que melhor sabe fazer

facial e corporal, «tentamos ser diferentes, no atendimento, no tipo de terapias, e nos mimos que damos aos clientes, procuramos chegar ao conceito de SPA». Aqui encontra um serviço de qualidade, com tratamentos personalizados a preços acessíveis, que ajudam a esquecer o stresse do quotidiano.

Todos os tratamentos são feitos com velas, aro-materapia e música: pedras quentes, “detox”, tratamentos de rosto (englobam limpeza de pele, máscaras, rugas, manchas), vinoterapia e reiki.

As pedras quentes são massagens terapêuticas e relaxantes que fazem bem ao corpo e à alma. «É uma massagem diferente que vai repor energias e acalmar o stresse». O tratamento “detox” aju-da a regular o sono, a melhorar a pele e a limpar todas as toxinas do organismo. A vinoterapia para além de ser relaxante é um tratamento anti-envelhecimento e anti-oxidante.

Agora, já tem um bom motivo para descontrair. O espaço, situado no Cartaxo, na rua Batalhoz, 58B, está aberto de segunda a sábado das 9h30 às 19h. Poderá, também oferecer momentos de bem estar com o ‘cheque prenda’ a pensar em ocasiões especiais como o dia dos namorados.

Page 21: revista dada ed.35

dada • 21

onde comprArOURiVESaRia

CONCEiçãO R. Batalhoz,14a

tel. 243 770 070CaRtaxO

noVIdade swatCh dIa dos namorados

mAnhã

Um pequeno almoço nutritivo “arranca” o seu metabolismo, assim será menos provável precisar de uma refeição ligeira, pouco saudável, a meio da manhã

Uma chávena de chá ou de café não lhe fará mal, mas o excesso de cafeína pode interferir com a absorção de nutrientes como o cálcio, ferro e zinco. Escolha o chá verde que contém menos cafeína e tem proprieda-des anti-inflamatórias.

noite Descomprima ao serão, dê ao corpo a possibilidade de relaxar antes de se deitar – um banho tépido é salutar para os músculos e arti-culações.

Evite afundar-se num sofá, uma má posição sentada poderá co-locar demasiada tensão sobre as costas e a coluna.

tArde “Petisque” alimentos saudáveis, escolha comer fruta fresca ou frutos secos. Estes contêm vita-minas e minerais essenciais que ajudam a manter estáveis os níveis de açúcar no sangue ao longo do dia. assim terá menos tentações de comer “snacks” de elevado teor de gordura ou sal.

O seu corpo tem de estar ativo para continuar saudável. Para isso tente utilizar o mais possível os seus músculos. Use as esca-das em vez do elevador, fará um exercício comparável ao de uma máquina de “step”.

tempos livres Nos seus tempos livres, faça jardinagem, ar-rancar ervas daninhas ou cavar durante duas horas pode queimar até 1000 calorias. Dobre os joelhos e não a cintura para evitar pressão nas costas e ainda vai tonifi-car os músculos.

DiCaS PaRa UMa ViDa

SaUDáVEl

Page 22: revista dada ed.35

22 • dada

teresa Rolho terapeuta da Fala

[email protected]

962 212 098

gaguez – como e porquê

destrava línguas

A gaguez é composta por alterações na velo-cidade e ritmo da fala. Fala-se mais devagar porque se prolongam sons e partes de palavras, acontecem bloqueios que podem ser acompa-nhados de tensão muscular e tiques na face ou corpo. Muitos gagos sabem exatamente em que palavras vão gaguejar, por isso fazem muitas pausas para evitar dizer estas palavras substituindo-as por outras mais fáceis.

É possível observar em algumas crianças, à volta dos três a quatro anos, um grande esfor-ço para se expressarem. Por tentarem imitar a velocidade da fala do adulto (neurologica-mente impossível), culminam numa situação semelhante à gaguez. Esta fase pode ser nor-mal e transitória, desde que não se prolongue para além dos cinco anos. O que os pais devem fazer é simplesmente esperar que a criança ter-mine de falar, sem a apressar e pressionar. É também fundamental um ambiente estável, muitas vezes situações como mudanças re-pentinas na família, perda de um familiar ou divórcio podem despoletar comportamentos de gaguez.

As causas são popularmente associadas a sus-tos na infância, contudo os estudos científicos determinam a origem como neurológica, gené-tica, psicológica ou relacionada com fatores de aprendizagem. Independentemente da causa, a gaguez pode provocar emoções negativas a partir da infância, que pioraram ao longo da vida. A personalidade pode ser afetada con-soante a gravidade, raras são as pessoas que demonstram lidar bem com a situação, aca-bando a maioria por desenvolver mecanismos de fuga, tais como passar despercebido, isolar-se e deixar de falar ou expressar opiniões por medo da reação dos outros.

No contato com gagos deve imperar o bom senso, é importante evitar fazer caras de abor-recimento, falar pela pessoa, gozar, mostrar impaciência, irritação ou pena, deve-se agir com serenidade e naturalidade.

Se tem um filho com gaguez, procure dar-lhe um modelo a seguir, fale pausadamente, abran-de o ritmo antes de lhe pedir o mesmo. Ajude-o a relaxar e promova a sua auto estima.

PUB

Page 23: revista dada ed.35

onde comprArMaRiaS &

MigUEiS R. Batalhoz,30a

tel. 243 108 383CaRtaxO

novA coleção primAverA mAyorAlcores vivas para brincar com os amigos

PUB

programas para as férias escolares

alimentação e transporte

apoio pedagógico até ao 9º ano

explicações

www.academialapismagico.blogspot.com

centro de estudos

Ballet com inês xavier

oficina d’arte com

luís Qual

Page 24: revista dada ed.35

24 • dada

lourdes Dias Docente de língua Portuguesa

na Escola Secundária do Cartaxo

O acento gráfico pode ser agudo (´), gra-ve (`) e circunflexo (^). O acento agudo marca uma vogal aberta, isolada ou em ditongo: chá; dói. O acento circunflexo marca uma vogal fechada: avô; câmara. O acento grave marca a contração do artigo definido a com as preposições a e para e a contração da preposição a com as formas aquele, aquela (s): à; prà e àquele… O til (~) não se considera um acento gráfico, pois assinala a nasalação e não a intensida-de da vogal ou do ditongo: sótão; órfã. Em sílaba com til não se coloca o acento grá-fico: camarão. O ditongo recebe o acento gráfico ou o til na vogal: véu; dão.

o que mudou com o acordo ortográfico?No que diz respeito à acentuação gráfica, suprime-se o acento agudo em algumas palavras graves e o acento circunflexo em algumas formas verbais. SUPRESSãO! (está in e o pessoal quer é estar na mo-da!). Então, por que não começarmos pelos acentos? aventuremo-nos!..

«Em qualquer aventura o que importa é partir…».

1– Passa a haver supressão do acento agu-do nas palavras graves com ditongo- oi, mas esta regra não se aplica nas palavras agudas terminadas em ditongo aberto – ói ou – óis.(Não desistam!)

acentuação gráfica

cumpra-se o acordo!

assim, temos boia; joia, heroico; tabloi-de; claraboia; tramoia…(sem acento), mas continuamos a escrever: sóis; mói ; cachecóis; heróis; rói…

(não confundir acentuação gráfica com a classificação das palavras pelo acento tónico, maior intensidade com que se pro-nuncia uma sílaba de um vocábulo. Vamos à revisão da matéria! temos palavras: agu-das; graves e esdrúxulas. Rapidamente, as agudas têm o acento tónico na última sílaba: rapé; funil; ladrão. as graves têm acento tónico na penúltima sílaba: açú-car; chocolate; treta. as esdrúxulas têm o acento tónico na antepenúltima sílaba: árvore; altíssimo; sílaba).

Ninguém para! (não há erro).

Farmácia robotizada, com serviço FaRMaDRIVe e gabinetes de atendimento personalizado. Puericultura, dermocosmética,

homeopatia, fitoterapia, ortopedia e veterinárioSeviços de enfermagem, fisioterapia, cardio-pneumologia,

nutrição e dietética

Rua Mariano de Carvalho, 15a,C e e. Vila Chã de ourique T. 243 700 110/5, [email protected]

Direcção Técnica Manuel josé Rodrigues Dionísio

aberto de segunda a domingo das 9 às 24 horas

FaZemos Bem À sua saÚde

PUB

Page 25: revista dada ed.35

2– Passa a haver supressão do acento agu-do ou circunflexo em palavras homógrafas: para (verbo e preposição); pelo (nome e contração); pero (nome comum e próprio).

Exemplos: – Ela para em frente à escola para deixar o seu educando.– O meu cão, o kiko Manuel, tem um pelo muito macio.– Ele está são como um pero.

3– Passa a haver supressão do acento cir-cunflexo em alguns verbos, no presente do indicativo ou do conjuntivo: creem; deem; leem; veem…,mas os verbos ter, vir e seus derivados mantêm o acento cir-cunflexo na terceira pessoa do plural: têm; vêm; contêm; provêm…

4– O acento da primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, dos ver-bos da 1º conjugação, passa a ser opcional (haja alguma coisa!):

paramos ou parámos; andamos ou an-dámos…

5– Continuam a distinguir-se com acento circunflexo as seguintes palavras: pode e pôde; por e pôr.

Exemplos: – agora ele não pode comprar o que quer, mas houve tempos em que pôde…– a Mariana foi pôr à venda um quadro pintado por ela. não se esqueça: «primeiro estranha-se, depois entranha-se». BOM aNO!

PUB

Farmácia robotizada, com serviço FaRMaDRIVe e gabinetes de atendimento personalizado. Puericultura, dermocosmética,

homeopatia, fitoterapia, ortopedia e veterinárioSeviços de enfermagem, fisioterapia, cardio-pneumologia,

nutrição e dietética

Rua Mariano de Carvalho, 15a,C e e. Vila Chã de ourique T. 243 700 110/5, [email protected]

aberto de segunda a domingo das 9 às 24 horas

FaZemos Bem À sua saÚde

Page 26: revista dada ed.35

26 • dada

de fada do lar a super mulher

por antónio dias

há várias décadas que as sociedades industrializadas começaram a abolir,

no papel, as diferenças entre sexos. todavia, na prática, ainda persistem

muitas discriminações. a 8 de março assinala-se mais um dia internacio-

nal da mulher

Em 2010 mais de 25 mil mulheres foram ví-timas de violência doméstica, em Portugal. É um número astronómico e inimaginável no século xxi. Foi uma subida de 23 por cento em relação a 2008. No ano passado, 23 mu-lheres perderam mesmo a vida, sendo que a maioria (70 por cento) foi vítima dos maridos ou de alguém com quem mantinham uma re-lação de intimidade. O número já foi maior. Em 2009, foram identificados 43 homicídios, mas apenas 15 obtiveram decisões práticas na justiça, com a prisão dos criminosos, com penas entre os 15 e os 25 anos.

Mas a discriminação contra as mulheres tem várias faces. Além dos crimes físicos, há uma cultura patriarcal e machista que impregna a sociedade e que manipula a imagem que se deve ter do sexo feminino. Logo à partida a expressão “sexo fraco” refere-se a ela e não a ele. Encontrar uma gestora na administra-ção de uma grande empresa em Portugal é como procurar uma agulha num palheiro. Nas principais empresas cotadas na bolsa de valores de Lisboa, não há nenhuma mulher à frente de um executivo, estas apenas man-têm cargos importantes. Na publicidade, ela

Uma em cada três vítimas de violência doméstica

permanece mais de dez anos na relação

Page 27: revista dada ed.35

PUB

Rua Prof. josé antónio Poeira, 5 r/c2070-111 CaRTaxo | Tel. 243 770 966 | Fax. 243 770 928

e-mail. [email protected] | www.viasegura.pt

pedir autorização ao maridoMas já foi pior. Em Portugal, antes da revolu-ção dos cravos, o Estado Novo esforçou-se por conservar a mulher como mãe, dona de casa e em quase tudo submissa ao marido. A Constituição de 1933 estabeleceu o princípio da igualdade, mas com exceções. Muitas. Lu-ísa Neto, professora na Faculdade de Direito, da Universidade do Porto, exemplifica: “se se tratasse de uma esposa, os direitos eram exercidos pelo chefe de família. Aliás, a ex-pressão “pai de família”, que normalmente era benfiquista, deriva daí e do entendimento que era voz comum nessa altura”. A mulher não tinha direito de voto nem a possibilidade de exercer cargos políticos”. ►

em destaque

ainda é vista como um objeto que despe a roupa em anúncios sensuais e mais facilmen-te se noticía a vencedora de um concurso de beleza, do que o mister universo.

Meryl Streep dizia, numa entrevista recen-te, que detestava ser elogiada pelo facto de representar muitas personagens femininas corajosas e independentes. “Um ator nunca é mencionado por representar alguém mais heróico, porque é normal que os homens o sejam. No entanto, uma atriz é sempre vista com outros olhos quando faz papéis mais audazes”. Há como que uma atitude subal-terna: elas só lá chegaram porque são umas rebeldes.

No Estado Novo, uma mulher casada

não podia ir para o estrangeiro sem

autorização do marido e não podia

trabalhar sem autorização dele

Page 28: revista dada ed.35

28 • dada

mulheres de pazO prémio Nobel da paz em 2011 foi atribuído a três mulheres: a presidente da libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a ativista, também liberiana, leymah gbowee, e a iemenita tawakul Kar-man. as três foram reconhecidas “pela luta pacífica em defesa da segurança e dos direitos das mulheres na participação total no trabalho de construção da paz”.

Eram tempos em que o divórcio era proi-bido, pelo que todas as crianças nascidas de uma relação posterior ao primeiro casamento eram consideradas ilegítimas. O trabalho do-méstico era o objetivo de qualquer rapariga, até porque “ela nunca teria acesso a determi-nados lugares que se considerava que deviam ser ocupados por homens. A magistratura, a

De acordo com a ONU, uma em cada três mulheres no

mundo já foi espancada, coagida sexualmente, ou vítima

de algum tipo de abuso; e uma em cada quatro mulheres na

Europa está exposta a um destes tipos de violência

Ellen Johnson, de 72 anos, economista formada em harvard, é a primeira mulher presidente de áfrica eleita democratica-mente em 2005. Já a ativista liberiana, leymah gbowee, organizou um grupo de mulheres cristãs e muçulmanas para desafiar os senhores da guerra na libé-ria e foi a protagonista de uma greve de sexo, que ajudou a acabar com a guer-ra civil de 13 anos no país. Finalmente, tawakul Karman, de 32 anos, tem três

filhos e liderou a organização Mulheres Jorna-listas sem Correntes, um grupo de defesa dos direitos humanos no iémen. tem desempenha-do um papel fundamental na organização dos protestos contra o governo do presidente ali abdullah Saleh, que se iniciaram no final de janeiro de 2011. as laureadas elevam para 15 o número de mulheres que já receberam a dis-tinção. tawakkul Karman é também a primeira mulher árabe a receber o Nobel.

Ellen Johnson Sirleaf leymah gboweetawakul Karman

diplomacia e a política são apenas alguns dos exemplos”, realça a magistrada.

Caso tenha nascido nos anos 70, esta é uma realidade que, provavelmente, desconhecia e até a pode chocar. São as pessoas mais velhas que o sofreram na pele. Maria José Maga-lhães, autora do livro “Movimento Feminista ►

Page 29: revista dada ed.35

dada • 29

Page 30: revista dada ed.35

30 • dada

e Educação – Portugal, décadas de 70 e 80”, recorda: “antes do 25 de abril, muitas mulhe-res não podiam casar com quem queriam, as esposas eram proibidas de mexer na sua propriedade, o matrimónio estava vedado às enfermeiras e as professoras tinham que

DataS MaRCaNtES EM PORtUgal

1867 Surge o primeiro Código Civil, que melhora a situação das mulheres em rela-ção aos direitos dos cônjuges, dos filhos, dos bens e sua administração. Mantém-se, toda-via, o caráter doméstico das suas funções;

1889 Elisa augusta da Conceição de andrade torna-se a primeira mulher licenciada (Medicina);

1910 a lei do divórcio admite, pela primeira vez, os mesmos direitos, tanto em relação aos motivos de divórcio como aos direitos sobre os filhos. O cri-me de adultério passa a ter o mesmo tratamento quando cometido por mulheres ou homens;

1911 a primeira mulher a votar em Portugal. Carolina Beatriz Ângelo contorna a lei que só

permitia o voto a cidadãos maiores de 21 anos que fossem chefes de famí-

lia ou que soubessem ler e escrever (era médica, mãe e viúva). a dis-crepância da lei é depois corrigida;

1920 as raparigas são au-torizadas a frequentar liceus masculinos;

1969 a mulher casada pode atra-vessar a fronteira sem licença do marido;

1974 a revolução de 25 de abril determina o fim de muitas discriminações: as mulheres passam a poder concorrer a todos os cargos da carreira administrativa local; podem votar em igualdade com os homens; obtêm o direito de pedir o divór-cio da mesma maneira que os homens;

1976 É abolido o direito do marido abrir a cor-respondência da mulher;

1979 Maria de lurdes Pintasilgo torna-se na primeira e única mulher chefe de governo de Portugal;

1987 as mulheres podem prestar servi-ço militar;

2007 É despenalizada a interrupção voluntária da gravidez, em referendo, sendo permitida até às dez semanas de gestação.

pedir autorização para casar [a união era aprovada após publicação em Diário da Re-pública]”. E como se tudo isto não bastasse, “uma docente só se podia juntar com um ho-mem que tivesse um vencimento superior ao dela”, ressalva Maria José Magalhães.

“podemos criar leis para ter mais mulheres no poder,

é possível sensibilizar as pessoas para isso, mas se

continuarem a acontecer crimes entre quatro pare-

des, tudo continua na mesma”

Page 31: revista dada ed.35

dada • 31

Ventos de mudançano mundo

laura Chinchilla é chefe de Estado da Costa Rica desde 2010

Dilma Rousseff é, desde 2011, a líder do Brasil

em destaque

sexo fraco“Não podemos alcançar a democracia e a paz no mundo, sem que as mulheres consigam as mesmas oportunidades que os homens para influenciar os acontecimentos, em todos os níveis da sociedade”. Excerto da declaração do comité norueguês dos prémios Nobel que, em 2011, entregou a três mulheres o galardão da Paz (ver caixa). Mas a mudança só é conseguida com a ajuda de todos. “Na maioria dos casos de violência doméstica, o crime já era, em alguns casos, do conheci-mento das autoridades”, aponta um relatório divulgado pela associação União das Mulhe-res Alternativa e Resposta (UMAR). E é no seio da família que acontece a discriminação mais grave. “Podemos criar leis para ter mais mulheres no poder, é possível sensibilizar as pessoas para isso, mas se continuarem a acontecer crimes entre quatro paredes, tu-do continua na mesma”, sublinha o mesmo documento. “É necessária a participação de todos: vizinhos, amigos, autoridades, Gover-no e escolas”, conclui.

A educação é essencial e as campanhas de sensibilização são uma forma de acabar com esta doença social. Foi recentemente lançado o plano nacional de combate à vio-lência doméstica que prevê 50 medidas para desviar o rumo de atitudes. A divulgação de boas práticas empresariais no combate à violência doméstica, a implementação do rastreio nacional de violência doméstica jun-to de mulheres grávidas, a implementação de programas de intervenção estruturada para agressores, o alargamento a todo o território nacional da utilização da vigilân-cia eletrónica, e a criação do mapa de risco georeferenciado do percurso das vítimas, são algumas das iniciativas que fazem parte deste projeto.d

yingluck Shinawatra, é eleita em 2011 primeira ministra da tailândia

Sheikh hasina, governa o Bangladesh desde 2009

Julia gillard, é primeira ministra da australia desde 2010

Portia Simpson Miller, regressa em 2012 à liderança da Jamaica

Dalia grybauskaité, preside os destinos da lituania, desde 2009

Page 32: revista dada ed.35

economia, em trocos!Renato J. Campos

Economista

[email protected]

Gestão e Assessoria

Fiscal

Tel. 967 328 346 | 243 770 931/2 [email protected] Rua Dr. Manuel Gomes Silva, 21 | Cartaxo

A contabilidade adequada à sua actividade

Drª Lurdes Gonçalves Fiscalista (ISCAL) TOC 8651

PUB

em baixa

O EMPREENDEDORiSMO

Portugal, por razões culturais, ainda é um pais on-de os seus empreendedores são por norma aversos ao risco.

Contudo, com incubadoras de negócio mais madu-ras e uma maior interligação entre o mundo académico e empresarial, existe uma nova geração de redes co-laborativas que oferecem um conjunto de serviços de apoio ao empreendedor, permitindo-lhe enfrentar os desafios com mais confiança.

É importante não esquecer que, nos últimos anos, a globalização veio desvendar nichos de mercado ainda subaproveitados que representam ótimas oportunida-des de negócio, principalmente para empreendedores com ideias criativas/inovadoras, assentes em planos de negócios sólidos.

Felizmente em Portugal já existem, com alguma frequência, exemplos de novas empresas derivadas de projectos de empreendedorismo que têm con-seguido singrar em mercados bastante difíceis.

Exemplos a seguir!

em alta

a ECONOMia PaRalEla Um estudo recente revela que a

economia paralela representa um quarto de toda a riqueza produzida em Portugal. Ou seja, por cada 100 euros gerados, 25 euros não pagam imposto.

Não existe uma resposta única para este problema, dado que a economia paralela detém várias tipologias: a pro-dução ilegal, a produção subterrânea (fuga aos impostos) e a produção infor-mal (os “biscates”).

Uma coisa é certa, tais fugas, im-plicam a diminuição da receita fiscal do Estado e implicam uma onerosa e injusta sobrecarga para quem cumpre as suas obrigações.

Por exemplo, se aos 43 mil milhões de euros (valor anual estimado da eco-nomia paralela) fosse aplicada uma mera taxa de imposto de 20%, daria 8.600 milhões de euros, valor que pagaria o défice orçamental e ainda sobravam mil milhões!

Page 33: revista dada ed.35

dada • 33

Elvira tristã[email protected]

Vivemos, atualmente, uma crise que veio abalar as nossas crenças e certezas sobre os valores morais e políticos em que têm assen-tado as nossas instituições. Os tempos são de incerteza e confrontamo-nos com um futuro que contará com maiores dificuldades do que o presente legado pelos nossos pais.

À crise económica e financeira acrescenta-se a crise política e de valores. Desconfio mes-mo que foi a dimensão política e moral que deu lugar à crise financeira e económica. E creio que este desfecho – que não deixa de ser o de uma narrativa aberta – tem vindo a ser construído há muito.

Com a queda dos regimes políticos ditatoriais, e especialmente com o desmoronamento do socialismo soviético, impuseram-se, sem res-trições, os princípios liberais da liberdade e igualdade, pilares das sociedades modernas ocidentais e apanágio dos regimes democratas. Acontece que estes dois valores, a meu ver, es-tarão sempre necessariamente em tensão, pois a liberdade de iniciativa privada dos cidadãos, sem restrições, põe em causa o princípio da igualdade. O contrário também se verifica: uma forte imposição da igualdade entre os cidadãos – exercida pelo Estado - limita a li-berdade individual e os direitos privados.

É, pois, em torno deste dualismo que julgo

que hoje se colocam as grandes questões que separam os regimes liberais e os socialistas. Numa tentativa de equilíbrio entre estes dois valores, desenvolveram-se os regimes social democratas. Mas uma social-democracia europeia inquinada – que cuidou mais dos direitos de uns do que os de outros - uma política monetarista cega e o deslumbre pelo liberalismo sem limites éticos, conduziram-nos ao ponto onde nos encontramos.

O agravamento das dificuldades sociais, o au-mento abissal entre ricos e pobres, deixam-nos convictos de que é necessário mudar de vida, que é, como quem diz, de políticas. Para isso é necessária uma nova ordem mundial. Não a que nos impõem os sacrossantos mercados, mas a que resulte de um exercício de cidadania capaz de exigir lideranças com outra ética.

opin

ião

precisamos de lideranças com outra ética!

Loja GourmetPUB

Page 34: revista dada ed.35

34 • dada

o primeiro ano

Vera alves, Psicoterapeuta e terapeuta de Casal

[email protected]

931 102 245

e nós...

Quando se casa ou se vai viver maritalmen-te surgem muitas expectativas e fantasias boas. O facto de estarmos enamorados, apaixonados, faz acreditar que o futuro a dois será fácil e para sempre.

A nova casa significa o partilhar, o juntar de “coisas”, objetos, educação, valores, vi-vencias e personalidades. É esta adaptação que torna os primeiros meses por vezes tão difíceis. É quando há o confronto entre o que é meu, e o que é teu. É quando co-meçamos a formar o que é nosso. Podem ser meses complicados, e a frustração e a desilusão podem aumentar o conflito. É normal sentir estas emoções, fazem parte do amadurecimento do casal.

Por exemplo a gestão da casa tem a ver com os hábitos da família de origem. Di-zer: “a comida da minha mãe é melhor” ou “o meu pai não deixa a roupa espalhada pe-la casa”, acentuam as diferenças. Cada um

leva os seus hábitos para a nova casa espe-rando que o outro os adote. No entanto, estão a criar uma nova família.

É comum uma das partes ceder para evi-tar o conflito. Se a cedência for razoável e não trouxer zanga, ótimo. A minha ex-periencia clínica mostra, contudo, que a zanga vem depois. “Cedi tanto e não fui compensado(a)”. Este sentimento de zan-ga e injustiça acaba sempre por surgir numa discussão. O mais saudável e equilibrado é a cedência de ambos. Ambos têm que ajus-tar o que trazem de cada família e o que querem para a sua.

Num casal uma parte estava habituada a dormir com o estore aberto, a outra só conseguia dormir com o estore comple-tamente fechado. Como era mais fácil habituar-se a dormir com tudo às escuras foi a primeira que cedeu. Porém para esta era insuportável dormir sem que o lençol estivesse bem dobrado, e a outra cedeu também. Conseguiram ajustar a forma co-mo dormem juntos. Este ajustamento só é possível conversando sobre as diferenças, percebendo o que é melhor para NÓS. Quando nenhum dos lados cede seguem-se meses de divergências, de conflito e de sofrimento, o que leva, muitas vezes, à implicância, à zanga e à rutura. São as “pe-quenas coisas” geridas pelo casal através da divisão de responsabilidades, partilhas, cedências e tolerância que tornam a relação mais saudável. Tentem.

PUB

Page 35: revista dada ed.35

[email protected]

tradução e revisão de textoportugês, inglês, espanhol e francês

edição e paginação de livros, revistas e outras publicações

design grá�coimagem corporativaanúncios, logotipos, folhetos

PUB

Profissionalismo e criatividade em Potencial

Page 36: revista dada ed.35

36 • dada

mulheres modernas

por antónio dias

Namorar já não é como era. as mulheres crescem mais livres e indepen-

dentes, mas os estereótipos persistem e a imagem da mulher continua

ligada à sedução e às tarefas da casa

Os usos e costumes que qualquer sociedade defende são fruto de leis religiosas. Isso vale para o cristianismo, a civilização egípcia, ou até mesmo para uma tribo no meio da Amazónia. O Novo Testamento escreve que as mulhe-res “devem guardar silêncio” e Deuteronómio declara que, se uma mulher não sangrar na noite de núpcias, “os homens da sua aldeia de-vem apedrejá-la até à morte”. Uma oração dos judeus ortodoxos agradece a Deus “não me ter feito mulher” e o Alcorão estipula que uma mulher herda menos que um homem e que o testemunho de uma rapariga tem metade do valor do de um rapaz.

O paradigma do comportamento feminino desde que o ser humano existe é o da obe-diência às autoridades masculinas e de uma movimentação estrita no espaço doméstico. São raras as civilizações matriarcais e, mesmo nessas, a pessoa do sexo feminino é sobretudo remetida para o papel doméstico.

O namoro, enquanto xadrez social, pode de-sencadear a suspeita sobre a honra de uma jovem. Daí as normas e as restrições.

Cecília Barreira, professora de Cultura Con-temporânea, na Universidade Nova de Lisboa,

Page 37: revista dada ed.35

dada • 37

em foco

lembra que, no passado, “o namoro existia en-quanto estratégia de sedução, como forma de se alcançar o casamento, a respeitabilidade e a aceitação sociais. Uma jovem devia mostrar-se esquiva e desentendida face às solicitações masculinas. Os homens galanteavam, envaide-ciam, aliciavam”. Há livros sobre a “linguagem dos leques, do olhar, das mãos; sobre a forma mais usual e convencionalmente aceite de se escreverem cartas, entre outros”, acrescenta a docente. É, pois, neste jogo que decorria o encantamento. “O que interessava era arran-jar um pretendente à altura, do ponto de vista social e económico, que desposasse a jovem iniciada”. A escola ensinava as meninas a lidar com a vida doméstica, era essencial que apren-dessem a cozinhar e a remendar meias.

objeto sexualSerá tudo isto diferente dos dias de hoje? “Quando casei, o que de mim se esperava, além da procriação continuada, era que pas-sasse o dia a arrumar a casa, a cozinhar pratos requintados e a vigiar a despensa. Hoje, a estas tarefas vieram juntar-se outras: as mulheres modernas são também supostas ser boas na cama, profissionais competentes e estrelas nos salões”. Palavras de Maria Filomena Mónica num texto de opinião para o projeto “Mulhe-res Portuguesas do Século XX”. A historiadora e socióloga acha que “isto é uma utopia”. A liberdade e a consagração de diversos direitos trouxerem aspetos positivos, porém a mulher continua com um papel marcadamente sexual, doméstico e maternal.

Basta folhear revistas, ir ao cinema, ver tele-visão e analisar a publicidade, que continua a veicular estereótipos que ainda apresentam as mulheres a promover produtos de cozinha e os homens a conduzir carros velozes. “Deste objetivo decorre a glorificação do corpo, mas

por detrás da representação, encontra-se um outro intuito escondido: o de criar nas mu-lheres a autoimagem negativa de que elas não são perfeitas”, defende Adília Maria Gaspar. A filósofa portuguesa acredita que “a indústria da moda visa criar necessidades inesgotáveis de consumo”.

Provavelmente tem a ver com gostos. As mulheres preferem falar de vestidos, os ho-mens de futebol. Eles são mais materialistas, as mulheres mais sensíveis. A diferença até pode ser verdadeira, mas a questão está em como isso influencia o comportamento social, ao remeter a mulher para um papel menor. No cinema e na televisão, o sexo feminino tem de seduzir e agradar ao sexo masculino, eles só precisam de responder ao apelo feminino. Mas, na vida real, como

PUB

Page 38: revista dada ed.35

38 • dadaFaça GoSTo Na PáGINa Da ReVISTa DaDa www.facebook.com/fbrevistadada

»hoje»ontem

ser mulher nA intimidAde a mulher será sempre mulher. Esbatem-se as dife-renças e respeitam-se os opostos. No ato de namorar houve mudanças. Os pais já têm pouco poder de de-cisão sobre o futuro das suas filhas. Elas crescem mais livres e independentes. Recordemos o passado e pre-sente de ser mulher na intimidade.

1a escola promove a igualdade e a lei

proibe os salários dife-renciados entre sexos

2O objetivo é estudar e ter uma profissão.

Ser independente

1 a mulher era ensinada a ser a melhor dona de casa.

as aulas de lavores na escola, a separação entre sexos e as limitações profissionais em-purravam as meninas para as funções domésticas

2O objetivo era encon-trar o melhor marido

3a maternidade era vista como uma

prioridade

4a legislação quase proibia a mulher de se expor fora de quatro paredes e tinha que

casar para ser respeitada socialmente

5O vestuário era classico e defendia o pudor. Ela tinha que ser recatada

6Os rituais eram lon-gos, e cada passo era

analisado. O primeiro bei-jo, o primeiro encontro, a apresentação aos pais. Ela devia manter-se virgem até ao casamento

7a mulher tinha que esperar pe-lo homem para tomar decisões

8Ela tinha que pedir autorização para namorar e casar. Os pre-

tendentes eram aprovados pelos progenitores

3ter filhos é caro, difícil e complexo e, por isso, é relegado para segundo plano

4a mulher tem direitos, pode colocar em tribunal empresas ou pessoas que a dis-

criminem

5O vestuário é livre e pode ser sensual

6Os rituais de ena-moramento são

curtos, rápidos e ela tem o poder de acabar com tudo

7Ela escolhe um ho-mem que lhe agrade

e pode casar ou não

8Ela namora cedo, na escola, sem constran-gimentos familiares

Page 39: revista dada ed.35

dada • 39

8h00 escola

dos miúdos

12h30 almoço

com amigas

sábado lavar

e passar roupa

16h00 reunião

de trabalho

pode ser isso possível quando há mais mu-lheres no mundo que homens? “Sem dúvida que a moral forçada pela religião teve, e ain-da tem, um papel importante nos sonhos das mulheres. Muitas ainda desejam casar na igreja, a maior parte quer um vestido de noiva, sonha com o ritual, numa espécie de reconhecimento social da sua subjugação”, considera a docente.

namorar homens mais novosPoucas décadas separam o “namoro à jane-la” dos sites de encontros na internet. Os rituais persistem, mas por outros meios e veículos. A mulher é mais liberal e ao liber-tar-se do jugo do homem altera o paradigma social. Em 2010, registaram-se menos casa-mentos religiosos (cerca de 16 mil, contra os 19 mil de 2009); a idade média de casa-mento voltou a aumentar, situando-se nos 31,6 anos para as mulheres (30,8 em 2009); os divórcios aumentaram 5,3 por cento em relação a 2009. Quase metade das pessoas que casa (civil e religiosamente) acaba por se separar. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam, ainda, que houve uma ligeira redução de famílias com filhos.

em foco

O fim das relações traz para a sociedade mais mulheres que procuram parceiro e a felicidade. Por vezes preferem pessoas mais novas, uma prática que era comum nos homens e é cada vez mais aceite no sexo feminino. As estrelas de cinema deram um forte impulso a esta no-va tendência. Madonna, de 52 anos, mantém uma relação com o dançarino Brahim Zaibat, de 24 anos. Explica a cantora numa entrevis-ta: “os homens mais velhos são, geralmente, rabugentos, gordos e carecas. Os jovens são mais bonitos e aventureiros”.

Mas a vida das mulheres não é fácil e apesar de toda a liberdade conquistada, Maria Filomena Mónica lembra que a luta tem de continuar”. É que “nem a mais super das super-mulheres pode levar as crianças à escola, atender os clientes no escritório, ir à hora do almoço ao cabeleireiro, voltar ao escritório onde a espera sempre um problema urgente, fazer compras num destes modernos supermercados decora-dos a néon, ler umas páginas de Kant antes de mudar as fraldas do pimpolho, dar um retoque na maquilhagem, telefonar a três “babysitters”

antes de arranjar uma, ir ao restauran-te jantar com os amigos do marido, discutir a última crise governamental e satisfazer as fantasias sexuais demo-craticamente difundidas pelos canais de televisão”.

Hoje, as mulheres assumem a sua condição de ser humano e têm plena consciência da sua importância no mundo moderno e querem ser respei-tadas por isso.d

«Quase metade das pessoas que casa (civil e religiosamente) acaba por se separar»

19h0

0 com

pras

Page 40: revista dada ed.35

40 • dada

1. Em que país a zoóloga Dian Fossey estudou grupos de gorilas durante 18 anos?

Congo

Ruanda

Nigéria

1978 1980 1982

7. O primeiro bebé-proveta do mundo foi uma menina. Em que ano nasceu?

Fátima lopes

ana Salazar

Maria gambina

6. Que estilista é considerada a pioneira da Moda em Portugal?

3. as mulheres exerceram pela primeira vez o direito de voto em 1893. Em que país?

4. Onde nasceu a poetisa Natália Correia?

lisboa

Porto

açores

9. Que género musical notabilizou amália Rodrigues?

Fado

Opera

Mornas

5. De que país Cleópatra, uma das mais conhecidas mulheres da história da humanidade, foi governante?

Egito

turquia

grécia

18 28 38

8. Quantas mulheres foram eleitas chefes de estado ou de governo no século xx?

10. Rosa Mota, é uma das maiores maratonistas do séc. xx. Em que ano ga-nhou a medalha de ouro nos J.O. de Seul?

1988 1992 1996

Soluções: 1.Ruanda, 2.lady Day, 3.Nova Zelândia, 4.açores, 5.Egito, 6.ana Salazar, 7.1978, 8.28, 9.Fado, 10.1988

quizzzz no femin ino

Suécia

França

Nova Zelândia

2. Como é mais conhecida Billie holiday, uma referência da história do jazz?

lady Day

lady Singer

First lady of Song

Page 41: revista dada ed.35

dada • 41

ilda Pó

ilda Pulga

ilda Pinto

16.Que mulher de arraiolos, que morreu com 101 anos, em 1993, foi modelo para o primeiro busto da República?

gioconda

giovanna

giorgina

11. Que outro nome tem a pintura da Mona lisa, de leonardo da Vinci ?

18. Florbela Espanca foi uma célebre?

Poetisa Pintora Cantora

15. Qual a nacion-alidade da cantora Shakira?

Colombiana

Mexicana

Peruana

14.indira gandhi foi a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra de que país?

Índia

Paquistão

Bangladesh

Coco Chanel

Jean Patou

Mary Quant

13. Em 1964 que estilista “democratizou” a mini saia?

1988 1992 1996

17.Em que pais nasceu Marie Curie, laureada dos prémios Nobel da física e da química?

Polónia

França

Suíça

12. Que mulher, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos EUa, ficou famosa por se ter recusado a ceder o seu lugar no autocarro a um branco ?

Rosa Parks

Rosa luxemburgo

Rosa Passos

Soluções: 11.gioconda, 12.Rosa Parks, 13.Mary Quant, 14.Índia, 15.Colombiana, 16.ilda Pulga, 17.Polónia, 18.Poetisa

quizzzz no femin ino

Page 42: revista dada ed.35

42 • dada

700 anos do foral do cartaxo

O historiador Rogério Coito, pesquisou documentos dispersos e orga-

nizou uma coletânea, com nomes de pessoas e factos, registos pouco

conhecidos, ordenandos por épocas, a que deu o título “Cartaxo – No

cruzar dos tempos”. O livro vai ser apresentado dia 3 de março

Perfaz em 21 de março 700 anos que o rei D. Dinis, sua mulher Isabel de Aragão e o primogénito infante Afonso, mais tarde rei Afonso IV, concederam ao Cartaxo a Carta de Foral que marca cronologicamente o nas-cimento do Lugar.

Nestes 700 anos o Lugar cresceu, aumentou e hoje é uma cidade. Homens e mulheres ar-roteando os montes maninhos, cultivaram a terra com o suor dos seus rostos até à chegada das máquinas nas ajudas do trabalho campes-tre, que foi durante décadas o grande suporte do desenvolvimento económico.

No espaço e memórias que se cruzam o FORAL é um marco na vida coletiva da po-voação. Uma data que rege oficialmente o nascimento do Lugar do Cartaxo e que me-rece que se fale nela.

o livro“Cartaxo – No cruzar dos tempos” não é um livro de História, mas sim um livro de histórias e memórias de pessoas e factos, uns mais co-nhecidos que outros, que pretendem vir a ser um contributo subsidiário para que um dia se possa organizar, uma bem documentada His-tória do Cartaxo.

As freguesias também são citadas nesta obra numas memórias com história. E para inter-pretar a memória alusiva a cada uma, cada texto tem uma ilustração temática.

O autor pesquisou velhos alfarrábios, en-trelaçando a tradição oral com documentos e textos. O livro traz até há época con-temporânea um conjunto de informações sobre uma terra antiga e o seu desenvol-vimento.

Page 43: revista dada ed.35

dada • 43

Tudo entrelaçado, trata-se de uma evocação de um documento base importante na vida do Cartaxo como é o Foral e uma homena-gem a todos que tornaram possível construir esse alicerce da sua história.

O prefácio está a cargo de Ana Benaven-te uma mulher que não sendo bairrista, no sentido tradicional da palavra, adora a sua terra e dela partiu para o mundo. Entre ou-tras coisas recorda que em tempos tentou que houvesse nas escolas um tempo sema-nal para o estudo da história local. Não foi bem sucedida, mas o registo fica.

Alice Lázaro, investigadora com uma vasta obra publicada, é uma das pessoas convidadas para a apresentação do livro.

o autorO historiador, Rogério Coito, considerado o decano de cola-boradores da imprensa escrita no concelho, começou na Ereira como correspondente do “No-tícias do Cartaxo”nos idos dos anos 50 e 60 do século passado, passou pelo “Diário Popular” de Lisboa e o “Povo do Cartaxo” e atual-mente dá a colaboração semanal ao “Correio do Ribatejo” de Santarém, assinando muitas vezes com o pseudónimo literário de Luis do Montejunto. Rogério Coito é licenciado em História, tendo feito todos os seus estudos como trabalhador-estudante, autor de alguns livros, cofundador da Associação Pulsar, colaborador a título gracioso em manifesta-ções de caráter cultural acontecidas na área do Município tendo integrado as comissões

comemorativas do bicentená-rio de Garrett e dos 150 anos de nascimento de Marcelino Mesquita, foi distinguido em

2010 com a Medalha de Mérito Municipal e em 2011 com a Placa de Honra da Junta de Freguesia de Ereira.

info

Sessão pública de apresentação do livro “Cartaxo – No cruzar dos tempos”

Sábado, 3 de Março, 16h00auditório Municipal da Quinta das Pratas

Participação de oradores convidados nu-ma evocação aos 700 anos do Foral do Cartaxo. animação a cargo do grupo Juvenil de Sopro da banda de música da Sociedade Filarmónica Ereirense

Page 44: revista dada ed.35

44 • dada

“opinião com futuro”penúltimas sextas-feiras de cada mês 22h às 23h BaR QUO VaDiS

“Opinião Com Futuro”, é uma iniciativa da Futuro Sem Prazo, um espaço para debater temas atuais e pertinentes do âmbito nacional.

inauguração da exposição de Pintura: “máscaras rituais do Douro e trás-os-Montes”, da pintora Balbina Mendes

ExPOSiçãO PiNtURaCasa do Brasil, Santarémquarta-feira, 29 de fevereiro, 18h30

agenda

Uma noite animada por um grupo que tem tido um per-curso impar e uma postura emblemática, talvez mesmo de culto. Num espetáculo onde os fabulosos hits dos 80 vão desfilar, certamente um concerto a não perder

CORVOS ViSitaM aNOS 80

teatro Sá da Bandeira Santarém, 24 fevereirosexta-feira, 21h30

O Clube Ciclismo José Maria Nicolau, jun-tamente com trilho Perdido, organizam a V Maratona Btt da Cidade. as inscrições estão abertas até 22 de fevereiro saiba mais em www.trilhoperdido.com.

V MaRatONa BttCartaxo 26 Fevereiro 2012

Page 45: revista dada ed.35
Page 46: revista dada ed.35

46 • dada

à mesa

limaUMa aliaDa REFRESCaNtE

E PROtEtORa

a lima é amplamente utilizada em conservas, geleias, compotas, molhos, confeitaria, gelados, sobremesas, bebidas e cosméticos.

Os benefícios anticonstipações desta fruta são muitos, por isso deve ter a preocupa-ção de a incluir regularmente na sua dieta alimentar, especialmente nas mudanças de estação, quando ficamos mais vulnerá-veis ao ataque dos vírus respiratórios.

Os frutos cítricos como a lima e o limão são uma poderosa fonte de vitamina C. Ricos em antioxidantes, fortalecem as defesas do organismo e são preciosos aliados contra o envelhecimento.

Refrescantes, vitamínicos e protetores, os citrinos são os melhores aliados da nossa alimentação.

sumo de limA com mel

receita para 6 porçõesiNgREDiENtES1 chávena de sumo de lima5 chávenas de água2 / 3 chávenas de açúcar branco2 colheres de sopa de mel

CONFEçãONum jarro, misture o sumo de lima, a água, o açúcar e o mel. Mexa até o açúcar dissolver. Reserve no frigorífico. Servir com gelo picado.

na culinária, a lima é valorizada quer pela

acidez quer pelo aroma floral do sumo e da

raspa da casca. talvez a sua utilização mais

famosa seja na cozinha tailandesa. também

é usada pelas suas propriedades de conser-

vação no ceviche. as folhas da lima também

são muito usadas na gastronomia do sudeste

asiático.

muitas bebidas podem ser decoradas com uma fina fatia da fruta ou uma tira em espiral da sua casca (twist).

no méxico, bem como em alguns outros países, é comum servir cerveja com lima.

Page 47: revista dada ed.35

Fátima Jou [email protected]

iNgREDiENtES1 lata de leite condensado, a mesma medida de leite de vaca, 12 ovosRaspa e sumo de 3 limas

pudim de lima

no mês de são Valentim, ao visitar a página Ideias para Saborear, encontrará agradáveis degustações para surpre-ender num jantar a dois…

CONFEçãOCaramelize uma forma de pudim com 300grs de açúcar e reserve. Bata 6 ge-mas com 6 ovos inteiros, passe por um coador. Misture o leite condensado com o leite de vaca e adicione os ovos batidos, o sumo e a raspa das 3 limas. Deite o preparado na forma caramelizada e vai ao forno durante 30 minutos.

BOM aPEtitE!

www.facebook.com/pages/ideias-para-Saborear

PUB

Ideias para saborear

Page 48: revista dada ed.35

48 • dada

10% ofertA

desconto de 10% na compra

de máquinas de lavar louça.

1 cupão por máquina

av. João de deus, 13 Cartaxo telefone 243 709 724

CaSa NOValUZ

COZiNhaS

10% ofertA

desconto de 10% em artigos

assinalados na loja. todas

as semanas uma seleção de

produtos diferentes.

1 cupão por compra.

rua serpa pinto, 47 santarém tel. 243 324 330/ 913 748 088 www.alfageme.pt

aFagEME 47 lOJa Da lENa

CRiaNça

belezA

churrAsqueirA frAngo dourAdor. Batalhoz, 1-C t. 243 703 167 / 965 328 063

conceição e João esteticistAs r. dr. manuel gomes silva, 17r/ct. 243 704 639

CaRtaxO

Joly dAy spAr. dr. manuel gomes silva, 37at. 243 779 808/ 916 273 337

morAdAs

Se procura um servi-ço, um cabeleireiro, um restaurante...

Aqui encontra um diretório de moradas de estabelecimentos locais

restAurAntes

seguros

dr. João cArlos fernAndesr. Batalhoz, 2 - 2º frtt. 243 703 [email protected]

viA centror. serpa pinto, lt. 1, lj 1 e 2t. 243 703 313 [email protected]

AutoCaRtaxOJoão luís vicenter. en3-palhão, Vila Chã ouriquet. 243 704 023www.joaoluisvicente.pt

CaRtaxO

CaRtaxO

CaRtaxO

desportoCaRtaxO

roséliA cAbeleireirosr. dr. manuel gomes silva, 40 lj1t. 243 779 923

AdvogAdosCaRtaxO

mr. bike de J.m. ferreirAr. serpa pinto, 47, a t. 243 790 760 / 962 439 245 [email protected]

cAsA dos coelhos Casal da pedreira – ramada nortet. 243 789 418/ 917 398 596

contAbilistACaRtaxO

luis filipe p. vieirAr. dr. manuel Correia ramalho, edif. Vivaldi, lj.5 t. 243 759 580 / 968 217 148 [email protected]

mgm contAbilidAder. nova da Boa Vista, 1, r/ct. 243 789 [email protected]

sAÚde

ortobestav. João de deus, 51 a r/c esq.t. 243 709 140/1www.ortobest.pt

CaRtaxObiosAÚdeed. Bocage r. aida Cunha e silva, lj.C t. 243 709 399 / 912 212 817

turismoCaRtaxO

cupão

cupão

notário – pedro rAmAlhoav. João de deus, edif. wagner, lj.Ct. 243 779132 / 935 674 [email protected]

cAbeleireiro lenAr. Combatentes do ultramar, 5/7t. 914 717 273

inprint cristinA roldão cAeiror. Batalhoz, 65t. 243 779 881 / 965 880 [email protected]

pApelAriA

foto cArtAxor. dr. manuel gomes da silva, 31 - r/c esqt. 243 703 [email protected]

fotogrAfiA

Axé styler. Batalhoz, 70 - r/ct. 243 770 299

terApeutA dA fAlA teresA rolhor. dr. lopes Batista, 27, ljt. 962 212 098 [email protected]

Bar das Piscinas Quinta das Pratas

musica ao vivoTODOS OS sábados

photo studio vitor neno t. 918 563 597 / 963 230 [email protected]

dr. António nobrer. serpa pinto, 6 – 1º dtot. 243 770372 / 914 501 [email protected]

pronto A comer

restAurAnte rosA AltA Quinta das pratas av. 25 de abril t. 243 704 700

pAdeirinhA do cArtAxor. dr. manuel gomes da silva, 28t. 243 770 783 / 919 462 [email protected]

pAdAriA

ceficArte – centro de fisioterApiA do cArtAxoav. João de deus, 10 r/ct. 243 702 311 / 916 124 103 [email protected]

hotel quintA dAs prAtAsQuinta das pratas av. 25 de abril t. 243 092 183 / 913 551 [email protected]

CaRtaxO

CaRtaxO

CaRtaxO

sAir à noiteCaRtaxO

JArdimCaRtaxOhidrocAmpo sistemAs de regA r. da Boavista, 27 – apartado 88t. 243 779 619 / 965 804 395 [email protected]

festas Privadas

psicólogA clínicAsóniA pArenterua dr. ramada Curto, 5 Vale da pintat. 966 373 755

Page 49: revista dada ed.35

dada • 49

Rita Monteiro é natural do Cartaxo, licenciada em contabilidade e fis-calidade, divide o seu tempo entre a Remax, dois filhos e a política lo-cal, atualmente como deputada na Assembleia Municipal do Cartaxo e na Assembleia de Freguesia do Car-taxo. Quando lhe perguntam como consegue estar em tantas frentes ao mesmo tempo, Rita Monteiro diz que “tudo se resume a disciplina, persistência e organização”.

PUB

Apesar da crise instalada, ainda há quem consiga superar os obs-táculos e atingir recordes. É o caso de Rita Monteiro, angariadora imobiliária da Remax Principal, instalada em Santarém desde fe-vereiro de 2011, e que no mês de junho de 2011 se classificou em 1º lugar no Ranking Nacional de vendas imobiliárias entre 3000 consultores de todo o país.

Na Remax desde junho de 2009, Rita Monteiro, fechou o ano de 2011 em 1º lugar no Ribatejo, em acumulado de faturação, trabalha os imóveis do concelho do Cartaxo.

Quando se fala que não se estão a vender casas em Portugal, Rita Monteiro diz que “o mercado está realmente mais agressivo, mas a crise não pode servir de desculpa para a falta de resultados. É nas alturas de crise que invisto mais que nunca e, logicamente, isso reflete-se no resultado final.

É necessário SEMEAR PARA COLHER.”

1º LuGAr no rAnkInG nACIonAL De venDAs

municípiosaZaMBUJacâmArA municipAl largo municípiot. 263 400 400www.cm-azambuja.pt

contActos Úteis

ApAAc 243 770 032

bombeiros municipAis 243 700 800

centro de sAÚde 243 700 650

cruz vermelhA 243 701 050

proteção civil 243 700 288

psp 243 702 022

táxis 243 702 592

CaRtaxOcâmArA municipAl praça 15 dezembrot. 243 700 250www.cm-cartaxo.pt

SaNtaRÉMcâmArA municipAl praça do município t. 243 304 200www.cm-santarem.pt

centro culturAl rua 5 outubrot. 243 701 600

centro culturAl páteo vAlverde páteo Valverdet. 263 400 [email protected]

teAtro sá dA bAndeirArua João afonso t. 243 309 460 [email protected]

CaRtaxO

SaNtaRÉMbAnco AlimentAr 243 306 640

bombeiros voluntários 243 377 900

cruz vermelhA 243 323 374

hospitAl distritAl 243 300 200 (urgênciAs) 243 300 258

PUB

Page 50: revista dada ed.35

50 • dada

“não há machado que corte a raiz ao pensamento”

Março de 62 foi, há 50 anos, uma das datas que mudou a minha vida. No dia 24 de março de 1962, nas celebrações do Dia do Estudante, iniciou-se uma crise académica nas Universida-des e nalguns Liceus portugueses que afirmou a liberdade num país de ditadura.

E porque foi março de 1962 tão importante para mim, se, com 16 anos, de uniforme ou de bata, vivia entre o internato Sidónio Pais, sempre acompanhada por prefeitas severas e vigilantes, e o Liceu Maria Amália, presa em frios casarões de onde raramente saía?

Porquê? Porque não percebia porque me di-ziam sempre não quando aos rapazes diziam sim (ir ao cinema, ao baile, sair, simplesmen-te SAIR dos espaços fechados em que vivia, numa Lisboa estreitinha, os dias da minha, da nossa vida feminina).

Porquê? Porque tinha lido “Carta a uma jovem portuguesa”, publicada na Via Latina em 1961 (Associação Académica de Coimbra) e nessa “Carta” vi-me ao espelho.

Li o destino das raparigas, das mulheres. A “ca-sa” nunca me atraiu. Não gostava de obedecer sem saber porquê. Detestava o poder sem fun-damento. Tinha uma ânsia de liberdade a que não sabia dar nome.

Março de 62 foi a minha primeira infração pe-rigosa. Tudo é relativo. Podia levar à expulsão do Sidónio e à zanga dos meus pais.

Ouvi dizer no liceu que haviam plenários no Estádio Universitário. Não conhecia tal palavra, mas queria saber o que era. Pois em março de 62 fui, com o pre-texto de uma ida à Biblioteca Nacional, ao Estádio Universitário, a um PLENÁRIO.

O meu coração bateu com tanta força quanta a das palmas maravilhadas. Que bem falavam o Eurico Figueiredo, o Jorge Sampaio e o Medeiros Ferreira. Senti-me entre os meus, sem saber o que isso queria dizer. Tinha a certeza de que havia outros mundos e que eu faria parte deles.

O resto do ano passou a correr, inventei cada vez mais mentiras para sair do Sidónio.

E, em outubro de 62, lá estava eu, aluna do 1º ano de românicas, a dizer ao Medeiros Ferreira que queria trabalhar com a Pró-Associação de Letras, sem pedir autorização a ninguém. Com 17 anos.

Outro mundo começou, feito de esperanças, de trabalho e de lutas.

E, a partir de então, continuei o caminho que março me mostrou: “Estudante consciente do caminho a per-correr, vamos dar as nossas mãos, unidos até vencer.

Hoje, 50 anos mais tarde, digo-vos, meus amigos de março de 62: liberdade, fraternidade e igualdade. SEMPRE.

Aprendi esta lição convosco e foi o que de melhor aprendi em Portugal.

ana Benavente, Socióloga

[email protected]

opin

ião

prin

gles

e f

elic

idad

e

(Carlos de Oliveira)

Page 51: revista dada ed.35
Page 52: revista dada ed.35