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A Automobilia, uma organização do Clube Aveirense de Automóveis Antigos, foi uma vez mais recheada de sucesso com milhares de visitantes a passarem pelo Parque de Exposições de Aveiro ao longo de três dias.

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A Automobilia, uma organização do Clube Aveirense de Automóveis Antigos, foiuma vez mais recheada de sucesso com milhares de visitantes a passarem pelo

Parque de Exposições de Aveiro ao longo de três dias.

O Clube Aveirense de Automóveis

Antigos, CAAA, voltou a estar em

grande destaque no fim-de-semana

de 18 a 20 de Maio, já que grande

parte dos apaixonados por veículos antigos e

clássicos do nosso país rumou àquela cidade

com o claro objectivo de estar presente na XXAutomobilia.

E claro, uma vez mais o clube anfitrião reser-

vou algumas surpresas para o visitante.

Assim a recebê-los estava uma mostra de

carros descapotáveis da década de 50, com dois

Chevrolet a darem o mote do tempo passado com

os cabelos ao vento, quer fosse no Convertible

Coupé de 1951 ou no Corvette Sport de 1959.

Claro que ninguém ficou indiferente ao Ford

Thunderbird de 1955, ao Mercedes-Benz 190

SL ou até mesmo ao Triumph TR3 exposto. Por

entre carros mais conhecidos como um MGA ou

um Jaguar XX 140, nota de destaque para um

bastante bem conseguido Simca 8 Sport de 1951

que mereceu todas as atenções de quem chegavaà Automobilia.

Mas as mostras temáticas propostas peloCAAA não se ficavam por aqui e outra exposi-

ção que causou sensação foi alusiva aos micro-

carros com dez exemplares. Se ninguém se

consegue esquecer do projecto Sado 550, apre-sentado no início da década de 80 e com um

cunho nacional, a verdade é que toda a gente se

recorda do seu rival da altura: o Ligier 125 quecausou sensação. Outras pérolas desta exposição

passavam por um BMW Isetta 300 de 1955, um

Heinkel Kabinet um ano mais antigo, bem como

um estranho Subaru 360 Luxo de '68. Bastante

interessante era o Klienschmittger F125, um

microcarro de 1955 que tinha a particularidadede possuir um motor ILO e a sua grelha ter sido

fabricada com antigas panelas do exército nazi.

Outro dado curioso deste microcarro era o facto

de ser tão leve que não necessitava de marcha-

atrás, já que o seu proprietário poderia facilmen-te levantar a traseira para realizar a manobra...

Ainda no capítulo da mostra dos microcarros,

a presença sempre agradável do GoggomobilT4OO e de um menos conhecido ChampionLimousine com motor Heinkel de 400cc.Naturalmente que os modelos Fiat não poderiamfaltar com o 500 a ser um digno representantedo gigante italiano, com as versões Topolino de

1937 e Giardiniera de 1961 que pousaram lado

a lado com o 600. De Inglaterra, a presença do

Morris Minor, do Austin Seven e ainda do BSATW de três rodas, sendo este último claramente

inspirado nos conhecidos Morgan.Sendo esta a 20a edição deste famoso even-

to, procurou-se assim cobrir todo o espectrodos transportes rodoviários com as diferentes

exposições. Foi assim que esteve presente umamostra de autocarros antigos, dois deles

vindos da colecção do CAAA, um Chevroletde 1938, com um motor de 6 cilindros, e umAEC com carroçaria UTIC de 1964, que fez

parte da frota da empresa Auto- Viação Aveirense

Lda, recentemente oferecido ao CAAA pelaAMIBUS. Presentes igualmente um outro AECUTIC de 1971, de um membro da AMIBUS, e

um AEC Regai de 1948, ambos em excelente

estado de recuperação e que viajaram de Lisboa

e Barcelos, respectivamente, pelos seus própriosmeios. Também ss máquinas agrícolas marca-

ram mais uma vez presença, com um conjuntode 15 tractores desde 1940 até 1965, incluindo

um exemplar do espólio do CAAA, não faltando

uma debulhadora/enfardadeira dos anos 40 e de

fabrico nacional.

Claro que o CAAA não podia de maneira

alguma deixar de dedicar um espaço às motos

antigas, uma vez que a Automobilia vive tam-bém do entusiasmo em redor deste sector tão

importante. A escolha desta vez recaiu sobre a

marca BMW c a aposta foi claramente consegui-da, uma vez que o visitante podia viajar pela his-tória da casa bávara através de 27 dos modelosmais significativos. A BMW mais antiga presen-te nesta mostra era a R47 de 1927 que pertenceua Krnest Hene, uni piloto que bateu sele recor-des de velocidade e de quem já falámos dele

nas páginas da "Topos & Clássicos" no ano de

2005. Bastante interessante a BMW modelo R

2

da primeira série que segundo se revelava era o

280 exemplar produzido. Outros modelos BMW

que chamaram igualmente a atenção de todos

eram os que possuíam sidecar (na sua maioriado fabricante Steib) e as versões militares comoa R75 África Korps de 1944, a Rl2, fabricadaentre 1935 e 1942, bem como a Rll e a R52.

Ainda no capítulo das duas rodas - mas não

motorizadas, a exposição de bicicletas de traba-

lho foi bastante bem conseguida e pensamos quenão houve quem não parasse para as apreciar,ainda para mais numa altura em que o mercadodas bicicletas antigas está a desenvolver-se a bom

ritmo no nosso país. Num total de oito exempla-res como uma Condor de 1962 que esteve duran-

te largos anos ao serviço dos Correios Suíços,um carrinho de gelados da "Olá" que percorreuas praias portuguesas durante as décadas de 40 e

50, ou a Raleigh dos anos 40 que esteve ao ser-

viço da Guarda Nacional Republicana. Bastante

engraçada a New Hudson Special Tradesman's

Carrier e a Supercycle para transportar pão.

A Austosil esteve representada com uma car-rinha Ford Anglia e uma Citroen ASK, ambas

comerciais, a provar bem que é necessário

preservar este tipo de veículos, ainda bastante

esquecidos em Portugal.Uma vez mais o Centro Motociclista de

Gulpilhares mostrou um verdadeiro leque de

motorizadas restauradas por si, o que atraiu bas-

tante público àquele corredor.

Dos clubes às peças

A presença de inúmeros clubes a promove-rem os seus calendários de actividades é sempreuma das boas razões para se ir a Aveiro e cla-

roque este ano não foi excepção. Não podendo

aqui enumerar a totalidade dos clubes e associa-

ções presentes, com medo de que esta reporta-

gem se torne enfadonha, gostávamos contudo de

assinalar a presença de clubes que geralmentenão aparecem neste tipo de eventos. É o caso da

Landmania ou do Motocavaquinhos que vieram

para mostrar a sua actividade nas quatro e duas

rodas, o que é sempre de salutar.

E chegamos finalmente à parte das peças e

da dita automobilia, uma vez mais bastante com-

pleta em termos de oferta. Se bem que alguns

preços pedidos sejam "paranormais", parece-nos

que o mercado do coleccionismo está a crescer a

bom ritmo com alguns sectores - como é o caso

das bicicletas antigas - a tomar um rumo interes-

sante. As motorizadas continuam em voga e os

brinquedos continuam a ter uma forte adesão e

entusiasmo ao seu redor.

Outra situação com que nos deparámos em

Aveiro é que antigos excelentes compradores,

agora passam para o lado de lá da banca e apre-sentam o seu próprio material para vender ou

mesmo trocar. Isso não nos choca e pode indicar

duas situações distintas: ou esses vendedores

estão a precisar de dinheiro neste tempo de crise

generalizada, ou então compraram demasiado e

acham que têm a "obrigação moral" de passaresse material a outros, o que é de louvar.

Não podemos afirmar que os automóveis

antigos e clássicos estiveram em maioria em

Aveiro, mas quem vai a este evento sabe de ante-

mão que ali pode encontrar material para as duas

rodas, comprar um projecto de restauro e lançar-se numa imensa aventura que é devolver a vida a

uma moto ou a uma bicicleta antiga. ¦