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Amêndoas feitas de tradição. . . Reportagem, s as amêndoas de sobrem e chegam horas depois c delas saíram para o ri fatia de negócio. Na Imf. ião formas diferentes de fazer a Páscoa que chega à mesa dos portugueses. Na Confeitaria Nacional, em Lisboa, esa, os folares, os ninhos, as cruzes, continuam a sair de uma pequena fábrica em que todos se tratam pelo nome i loja, na Praça da Figueira. A Imperial, em Vila do Conde, fez as amêndoas desta Páscoa - 345 mil por dia. Milhões nercado, tal como os ovos de chocolate. As duas casas não se queixam da crise. É no Natal e na Páscoa que fazem a grande serial garantem-nos que os portugueses não estão a poupar nas amêndoas e de modernidade

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Page 1: Press Review page - ClipQuick...Filipe com os folares (tradicional enovo) o bolo rei Produção normal não para: Ana ultima os indianos Montra da Páscoa na Confeitaria Nacional,

Amêndoasfeitas de tradição. . .

Reportagem, s

as amêndoas de sobreme chegam horas depois c

delas já saíram para o ri

fatia de negócio. Na Imf.

ião formas diferentes de fazer a Páscoa que chega à mesa dos portugueses. Na Confeitaria Nacional, em Lisboa,esa, os folares, os ninhos, as cruzes, continuam a sair de uma pequena fábrica em que todos se tratam pelo nomei loja, na Praça da Figueira. A Imperial, em Vila do Conde, já fez as amêndoas desta Páscoa - 345 mil por dia. Milhõesnercado, tal como os ovos de chocolate. As duas casas não se queixam da crise. É no Natal e na Páscoa que fazem a grandeserial garantem-nos que os portugueses não estão a poupar nas amêndoas

e de modernidade

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MARINA ALMEIDA

Opasteleiro Ricardo parece lilipu-tiano. Com uma enorme colher de

pau remexe as amêndoas que es-tão dentro de uma igualmenteenorme caçarola de cobre. O pas-

teleiro de 29 anos - o mais jovem da Confeita-ria Nacional - aprendeu "com o senhor Acá-do", que se reformou no ano passado com 47anos de casa e perpetua a receita da amêndoade sobremesa que é vendida ao peso na casacentenária da Praça da Figueira. É o mais re-cente herdeiro das receitas da tradicionalconfeitaria lisboeta famosa pelo bolo rei e os

pastéis de nata e estas são as suas primeirasamêndoas.

A fábrica da Confeitaria Nacional está hádois anos a funcionar em Campo de Ouri-que num insuspeito rés-do-chão. Mas mala porta se abre e o cheiro a muitos bolos in-vade as narinas e cola-se à roupa não restamdúvidas. Seguimos o cheiro.

A época de Páscoa é, a seguir ao Natal, ade maior produção. Da maternidade dosbolos nascem por estes dias folares, coelhi-nhos, ninhos de chocolate e cruzes, que se

juntam a toda a outra produção da Confei-taria Nacional, que tem no bolo rei, produ-zido o ano inteiro, o seu ex-líbris. É quandoos clientes começam a perguntar pelaamêndoa de sobremesa que a caçarola e acolher de pau gigantes entram ao serviço."Começamos a fazer quando o cliente co-meça a perguntar ao balcão, normalmenteumas três a quatro semanas antes da Pás-coa", diz Benedita Salema, diretora de pro-dução da Confeitaria Nacional. No ano pas-sado produziram 200 quilos de amêndoa.

O chefe da fábrica, Filipe Domingues, dámais uma voltanas amêndoas e ajuda depoisRicardo avirá-las sobre uma peneira onde vão

perder o excesso de açúcar e ficam a arrefecer.O próximo passo é seguir para aos enormesboiões de vidro, colocados sobre avitrine das

especialidades na loja, na Praça da Figueira.Este ano a Confeitaria Nacional tem

uma novidade pascal: o folar com recheiode doce de ovos. A proposta e a receita é do

pasteleiro Carlos Santos que não se deixouesmagar pelo peso da tradição. Inspirou--se a norte, onde há já variantes no folartradicional e propôs à chefe de produção.Benedita incentivou-o, que sim que fizes-se e logo se provava. Recebeu luz verde e

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este folar tem para ele um sabor especial."É bom a empresa ser recetiva às ideias dostrabalhadores", diz sorrindo."O recheio dedoce de ovos dá outra animação."

Napequenafábricademuitos bolos, os do-ces da Páscoa são mais uns entre as tradi-cionais gulodices. Na sala onde Carlos ajei-ta massa para um novo bolo, Maria José

"22 anos de casa e especialista em sorti-

dos", dá forma às bolachinhas de man-teiga, Alex enrola croissants (grandese miniatura) , Ana cobre de chocola-te os indianos, Aníbal (diz que o

dono do segredo do bolo rei) regaos rebuçados de ovo com caldade açúcar. No forno a 1 70 grausgiram duchaises, nos tabulei-ros alinham-se bolos rei

folares, almendrados,suspiros, jesuítas. Vãochegar à Praça da Fi-gueira ao início da tar-de, transportados nacarrinha "do meio--dia" e ser o novoobjeto de desejonas vitrines cen-tenárias

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HISTORIA

Casa centenária quer expandir-se

> É a mais antiga confeitaria da Baixa de Lisboa e local de romagem noNatal, à procura do bolo rei. A Confeitaria Nacional foi fundada em1829 por Baltazar Roiz Castanheiro e pertence à mesma família hácinco gerações. A fábrica funcionou durante anos na Rua do Du-que, mas há um par deles mudou-se para Campo de Ourique: a an-terior localização, muito complicada por questões logísticas, deulugar a um restaurante (Buenos Aires na Fábrica) e a um hotel decharme (a Casa Balthazar) .Dois toques de renovação numa marcaque procura "novos públicos" e estuda agora "como se replicar comqualidade", admite Benedita Salema. Apesar de não se estar a ressentirda crise: "O valor médio de venda desceu, mas o de clientes não."

Filipe com os folares (tradicional e novo) e o bolo rei Produção normal não para: Ana ultima os indianos

Montra da Páscoa na Confeitaria Nacional, na Praça da Figueira

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Fábrica de Vila do Conde ja terminou a produção de 125 milhões de amêndoas. Sao as Pintarolas que estão a "nascer" nesta foto

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HELDER ROBALO

APáscoa é uma das principais par-celas das contas da Imperial. Atradição das amêndoas, dos ovosde chocolate, dos doces. "A Pás-coa representa cerca de 35% das

vendas da Imperial", refere Manuela Tavaresde Sousa, administradora da empresa deVila do Conde.

De acordo com esta responsável da em-presa, ao longo do ano, e para os vários mer-cados para onde a Imperial produz, são fei-tas na fábrica de Vila do Conde cerca de 125milhões de amêndoas. Qualquer coisa comouma média de 345 mil amêndoas por dia."Normalmente a fábrica está a laborar emritmos mais elevados entre setembro e mar-ço, satisfazendo assim a procura nos picosdo Natal e da Páscoa.

Para este ano, refere Manuela Tavares deSousa, "as principais novidades são a caixade "caça aos ovos". "Trata-se da introduçãono mercado nacional de um conceito mui-to ligado aos EUA, em que os miúdos es-condem os ovos pintados", sustenta a ad-ministradora da Imperial. A caixa, concebi-da com cores e design atrativos para os mais

novos, chega ao mercado juntamente comoutra novidade: O conjunto de miniaturasde coelhos de chocolate, ao género das fan-tasias de Natal que fazem as delícias dosmais novos.

Em tempo de crise, os responsáveis daImperial garantem que os portugueses não

poupam nas amêndoas. "O mercado portu-guês tem vindo a decrescer nos últimos três

anos, tanto em valor como em volume de

vendas", explica Manuela Tavares de Sousa,destacando que, no entanto, "este ano, noperíodo da Páscoa, a Imperial está a ter umaumento das vendas na ordem dos 15%".

Para a responsável da empresa há duas

razões para este aumento das vendas. "Em

tempos de crise as pessoas têm uma maiorsensibilidade para comprar produtos nacio-nais, para ajudar a crescer a economia por-tuguesa", frisa. Além disso, "há nos últimostempos um certo crescendo do revivalismo,da valorização de produtos emblemáticosdo passado".

E no mesmo período em que o mercadointerno decresceu as vendas para o exterioraumentaram cerca de 50%. "Estamos a au-mentar a presença nos mercados externos e

a entrar em novos mercados, em economias

emergentes", frisa a administradora da Im-perial, destacando a importância de merca-dos como os da América do Sul. "São paísesque estão em estações do ano opostas às

nossas [no Brasil é inverno quando cá é ve-rão] e isso permite-nos estar sempre comum nível de produção elevados", frisa.

Mas nem só de ovos e amêndoas se faz aprodução da Imperial. Um dos produtosmais emblemáticos são as Pintarolas-bo-linhas de chocolates coloridas vendidas emtubos de cartão. A que se juntam os choco-lates da Regina e Jubileu. Ao todo são cercade 3300 toneladas de chocolate produzidaspor ano, mais 140 milhões de unidades dePintarolas e 40 milhões de unidades dechocolate.

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HISTÓRIA

Há 80 anos a produzir chocolate

> A Imperial foi fundada em 1 932 em Vila doConde. Ao longo dos anos, a empresa foi-sedestacando, a nível nacional e internacional,pela qualidade dos seus produtos e pelo pres-tígio que marcas como Jubileu, Pintarolas,Pantagruel e Allegro ganhavam. E que não se

lembra do anúncio da década de 1 980 em queo avô guloso comia, uma a uma, as surpresasde Natal? Ou das saudosas Bombocas? Hoje aImperial comercializa as suas marcas emmais de 35 países em quatro continentes.

Tabletes de chocolate na linha de produção Fábrica produz 3300 toneladas de chocolate

Unidade de Vila do Conde aposta na exportação