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Tema de Capa
Pneus de Portugalpara o mundoA alemã Mabor Continentalc a melhoi no sector cia químicae a Empresa do Ano
QUÍMICA v: 'AN O
Liderança lusa emmultinacional alemã
Sempre a acelerar, fechou 2011 com mais um recorde nas vendas e nos lucros, e líder das 12 fábricasde pneus da multinacional alemã em eficiência e qualidade. Texto Margarida Cardoso
José Carvalho Neto lidera umaempresa que passou de importadoraa exportadora de conhecimento
O "Temos um percurso de melhoria con-tínua que tem que ver com a tecnologia, a
organização, o desenvolvimento e a moti-
vação da força de trabalho", explica o pre-
sidente da empresa, José Carvalho Neto.
Se há um segredo para o desempenhoobtido "está nos trabalhadores", sublinha.
"Boa formação, bom ambiente de
trabalho, comunicar bem internamentee oferecer uma remuneração adequada,acima da média", são trunfos decisivos
para manter a equipa motivada, "a parti-cipar ativamente no processo de melho-ria contínua", refere o gestor, habituadoa vestir diariamente uma camisa com o
logotipo da Continental, tal como muitosdos 1650 trabalhadores da empresa. "A
melhor utilização da capacidade instalada
faz a diferença", defende. Foi assim que a
Continental fechou 2011 com crescimentos
de 25,6% nas vendas, 11,4% nos lucros e
55,8% no valor acrescentando bruto, paravencer o ranking da EXAME, no sector da
química, pelo sexto ano consecutivo.À frente da empresa desde o final de
2011, em substituição de António Lopes
Seabra, agora responsável pela região daÁsia e Pacifico de pneus para viaturas de
passageiros e comerciais ligeiros da Con-
tinental, José Carvalho Neto considera quea sua reintegração na Continental, aos 67
anos, "foi perfeita". Mas já conhecia a
zoo01<uo:
casa, de onde saiu em 2000. entregando a
presidência a António Lopes Seabra. parair chefiar as operações da multinacionalno México e passar, depois, pelo grupoAmorirn.
B mil pneus diários éa produção na fábrica
9 em Lousado, 99% para exportação
Exportar conhecimento
O investimento de 63 milhões de euros
em equipamento c 20 milhões em infraes-
Iruluras até 2013 "segue a bom ritmo''. A
expansão permitiu criar 450 postos de
trabalho no último ano e deverá dar lu
gar a um novo pacote de investimentos.
A unidade de Lousado, Famalicâo, mos-tra, assim, que continua a ser estratégica
para a Continental, apesar de ter custos de
mão de obra cinco vezes superiores aos da
China c da Malásia o 200"',acima da Ro-
ménia. Tem. também, a geografia contra
si, uma vez que a procura de pneus temvindo a concentrar-se no Norte da Eu-
ropa. Mas estes são velhos desafios que a
equipa da segunda maior fábrica europeiado grupo germânico está habituada a en-frentar com sucesso. "Os investimentos
provam a confiança do acionista. Temos
cumprido c ultrapassado as exigênciasque nos apresentam", explica José Car-valho Neto.
Em 1992. quando a fabrica de Lousado
entrou no universo da Continental, "era
apenas importadora de conhecimento.
Hoje, é a grande exportadora de conhe-cimento e todas as unidades do grupopedem apoio a Portugal", diz. O contri-buto de Famalicâo na industrialização dos
processos de desenvolvimento é. Lambem,
decisivo. Os colaboradores portuguesessão frequentemente chamados a apoiaroutras unidades do grupo. Alguns, assu-
mem mesmo a liderança de outras fábricas
e. neste momento, além de Lopes Seabra,
na China, há portugueses à frente da Con-tinental no Brasil e na Roménia.
Conquistar a América
A produzir mais de 70 mil pneus por dia,alimentando um movimento diário de 150
camiões, a fábrica fechou 2011 com um re-corde de 16. 1 milhões de pneus vendidos
e um lugar no grupo dos maiores expor-tadores nacionais. Habituada a exportardireta e índiretamente 99% da produção.
a fábrica de Lousado depende em 95% da
Europa e em mais de 35% dos fabricantes
automóveis. Em 2012. ressentindo-se da
crise nos seus principais mercados, teve
uma paragem de produção em junho c
um abrandamento no ritmo de trabalho
no final do ano. No entanto, apesar de não
atingir os objetivos de produção e vendas
definidos devido a envolvente externa, a
empresa vai melhorar os seus resultados
finais e obter, mais uma vez, um lucro re-corde, "beneficiando de melhorias inter-nas". A isto. soma a liderança destacada
no grupo para o Quality Avvard, da Con-tinental.
Fie! a estratégia dos últimos anos, con-tinua a apostar na oferta de pneus cada vezmais complexos, com incorporação tec
nológica e mais valor acrescentado. Está.
também, a avançar em novas geografias.Brasil e Extremo Oriente estão na rota da
empresa e 2013 "Irará a entrada em forçanos Estados Unidos" para servir clientes
como a Chrysler e a Honda. Alguns nichos
de mercado, como os pneus de inverno,em que a Continental é líder com um fortecontributo da sua fábrica portuguesa, é
outra via de crescimento.
Exportações a crescerNa balança comercial portuguesa, o sector
da industria química, borracha e plástico
ocupou o terceiro lugar do prato das cx
portações em 2011. com um total de 5,2mil milhões de euros. mais 20.9% do queno ano anterior. É um resultado obtido
apesar de alguns constrangimentos lo-gísticos apontados pelos operadores ao
desenvolvimento da lileira, designada-mente a falta de integração entre os poios
químicos de Matosinhos. Estarreja e Sities
e entre estes poios e a infraestrutura por-tuária nacional.
Um relatório do Ceíic - Conselho
Europeu da Industria Química destaca a
segurança, eficiência e susfentabilidadeda logística como fatores críticos para o
futuro do sector na Europa, que responde
por 41% do comércio mundial de produtos químicos e emprega 1,2 milhões de
pessoas nesta fileira onde os custos de
trabalho por empregado cresceram 36%
em dez anos. O