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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Administração
A SEGURANÇA NO TRABALHO COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS COM OS TRABALHADORES
Leonardo Gontijo Vieira Gomes
Belo Horizonte 2010
Leonardo Gontijo Vieira Gomes
A SEGURANÇA NO TRABALHO COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS COM OS TRABALHADORES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Fundação Dom Cabral, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Roberto Patrus-Pena
Belo Horizonte 2010
FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Gomes, Leonardo Gontijo Vieira
G633r A segurança no trabalho como responsabilidade social das empresas com os trabalhadores / Leonardo Gontijo Vieira Gomes. Belo Horizonte, 2010.
132 f. : il. Orientador: Roberto Patrus Mundim Pena Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Programa de Pós-Graduação em Administração 1. Acidentes de trabalho. 2. Occupational Health and Safety Advisory
Services – Normas. 3. Controle de qualidade. 4. Responsabilidade social da empresa. 5. Segurança do trabalho. I. Pena, Roberto Patrus Mundim. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Administração. III. Título.
CDU: 331.823
A todos os Josés, Joãos, Antônios, Marias, Pedros, Orlandos e Elizetes, cidadãos brasileiros que perderam suas vidas no exercício de seu trabalho e também a tantos outros marcados para sempre por um acidente.
AGRADECIMENTOS Ao chegar ao fim de mais uma jornada, diversos sentimentos se misturam. O
primeiro, o de dever cumprido e da colheita dos frutos de grande esforço e
dedicação; o segundo, o de que toda caminhada vale a pena, mesmo com as
dificuldades e desafios; e o terceiro, o de que a jornada em busca do conhecimento
nunca se acabará, pois o fim de um trabalho é o início de reflexões sobre a
abrangência e infinidade de nossa ignorância.
Tenho certeza de que evoluí de forma mais intensa como ser humano e como
acadêmico e de que tudo isso contribuirá para que eu possa ser um professor
melhor e mais humano, objetivo principal de toda a minha dedicação ao realizar o
mestrado.
Aprendi que, mesmo no desenvolvimento de uma tese de autoria formalmente
única, na verdade nunca se realiza nada sozinho. Comigo estiveram, durante todo
esse tempo, minha família, especialmente meus pais (por fomentar a importância do
estudo), meus avôs (pelo legado como docentes) e meus tios Marco Antônio e
Maurício Gomes, que sempre me incentivaram na busca do conhecimento. A todos
minha gratidão.
Agradeço à Carolina, que esteve sempre comigo desde o planejamento desta
jornada e que por todo tempo me incentivou e apoiou, mesmo que isto tenha nos
privado de vários momentos juntos; a meus colegas de mestrado e a toda equipe de
apoio do PPGA pela troca de informações e aflições; e a meu amado irmão,
Eduardo, pela simples presença. Muito obrigado por propiciarem as condições para
realização deste objetivo e por respeitarem meu tempo para confecção da tarefa.
Por fim, não posso deixar de registrar minha profunda gratidão e admiração
ao professor Dr. Roberto Patrus Mundim Pena, orientador e tutor, pela permanente
atenção e contribuições teóricas e profissionais, sempre pautadas pelo bom senso,
pela ética, e cuja postura e atuação na área acadêmica é um exemplo de dignidade
profissional a ser seguido. Sua constante leitura crítica muito me ajudou a colocar o
pensamento em movimento e a entender que fazer uma pesquisa requer muito mais
do que um tema e alguns dados. Agradeço também ao CNPQ pelo apoio à
realização do projeto de pesquisa que abarca essa iniciativa.
Espero que o que foi construído e aqui registrado, além de fazer parte da
minha evolução pessoal e acadêmica, possa contribuir para o enriquecimento de
novos trabalhos e servir de estímulo para novos autores.
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é analisar a relação da certificação em conformidade com
a norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho em empresas que
possuem unidades no Brasil. Para alcançar tal objetivo, foram mapeadas as
empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 e identificadas
essas empresas certificadas em conformidade com a mesma norma, as quais
disponibilizaram publicamente dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes
e depois da certificação. A seguir, foi localizada e comparada a forma de divulgação
das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizaram os dados
antes e depois da certificação, e comparados os valores das taxas de acidentes de
trabalho das empresas que disponibilizaram os dados antes e depois da certificação.
Do ponto de vista teórico, foi utilizado o modelo de Responsabilidade Social de
Schartwz e Carroll de 2003, segundo o qual se buscou relacionar saúde e segurança
no trabalho. Em seguida, foram discutidos os acidentes do trabalho, suas
concepções, seus indicadores e a norma OHSAS 18001. A investigação, durante a
qual foram utilizadas as pesquisas do tipo documental, foi exploratória. Os principais
resultados apontam para um relativo nível de eficácia da certificação OHSAS 18001
na redução de acidentes e, certamente, abrem caminhos para novas investigações
em estudos futuros. A principal contribuição deste estudo é a proposta de um
modelo de matriz de divulgação das taxas de acidentes de trabalho.
Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Certificação OHSAS. Responsabilidade
social. Público interno. Segurança no Trabalho.
ABSTRACT The scope of this dissertation is to investigate and analyze under the OHSAS 18001
rules the relation between certification and accidents rates in Brazilian companies. To
achieve such a goal the companies certified under the OHSAS 18001 rules were
mapped; then the companies under those same rules and that publish publicly the
accidents rates before and after certification were identified. The following procedure
was to find out how the accidents rates were published by companies that exposed
those data before and after certification and compare such rates with companies that
publish accident rates before and after certification. The theoretical basis of this
investigation was the Social Responsibility (SCHARTWZ & CARROLL, 2003) model
according to which health and security in companies were related. It followed a
discussion of accidents in companies. The study was exploratory and based upon
bibliographical and documental research. The results point at a satisfactory level of
efficacy of OHSAS 18001 for the reduction of accidents what indicates an
enhancement in what following the law and the norms of OHSAS are concerned and
certainly give room to new investigations in future studies. The main contribution of
this research is the suggestion of a model of divulgation of accidents rates in work.
Key-words: Accident at work. Certification OHSAS. Social Responsibility. Internal
public. Safety work
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 As três dimensões da RSE - Revisão do modelo da Pirâmide
de Carroll .....................................................................................
20
FIGURA 2 Dimensão exclusivamente econômica ........................................ 21
FIGURA 3 Proporção entre os custos diretos e indiretos dos acidentes de
trabalho .......................................................................................
23
FIGURA 4 Dimensão exclusivamente legal .................................................. 24
FIGURA 5 Dimensão exclusivamente ética .................................................. 27
FIGURA 6 Interface entre as dimensões ...................................................... 29
FIGURA 7 Pirâmide de Henrich (1959) ......................................................... 34
FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ........................................................ 35
FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) .............................................................. 35
FIGURA 10 Classificação das concepções de acidentes segundo Reason
(1997) ..........................................................................................
37
FIGURA 11 Classificação das concepções de acidentes segundo Hollnagel
(2000) ..........................................................................................
38
FIGURA 12 Abordagens do fator humano na saúde e segurança segundo
Neboit (2003) ...............................................................................
39
FIGURA 13 Fatores de acidentes segundo Michael (2008) ........................... 41
FIGURA 14 Classificação dos acidentes do trabalho quanto ao afastamento 45
FIGURA 15 Modelo sistema de gestão OHSAS 18001 .................................. 51
FIGURA 16 Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de
acidentes Taxa de Frequência .................................................
55
FIGURA 17 Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de
acidentes - Taxa de Gravidade ...................................................
56
FIGURA 18 Compilação das empresas certificadas ....................................... 63
FIGURA 19 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela
Albras ..........................................................................................
67
FIGURA 20 Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz e Carroll
(2003) aplicado à Albras ..............................................................
68
FIGURA 21 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela
Alcoa ............................................................................................
69
FIGURA 22 Matriz da forma de divulgação da taxas de gravidade pela
Alcoa ............................................................................................
70
FIGURA 23 Detalhamento da dimensão do modelo Schwartz; Carroll (2003)
aplicado à Alcoa ..........................................................................
71
FIGURA 24 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela
Anglo América Níquel ..................................................................
72
FIGURA 25 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela
Anglo América Nióbio ..................................................................
73
FIGURA 26 Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll
(2003) aplicado à Anglo América ................................................
74
FIGURA 27 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela
Klabin .........................................................................................
75
FIGURA 28 Detalhamento da dimensão do modelo de Schwartz; Carrol
(2003) aplicado à Klabin ..............................................................
76
FIGURA 29 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela
Samarco ......................................................................................
77
FIGURA 30 Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll
(2003) aplicado à Samarco .........................................................
78
FIGURA 31 Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os
dados da taxa de frequência .......................................................
79
FIGURA 32 Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os
dados da taxa de gravidade ........................................................
80
FIGURA 33 Matriz da forma sugerida para que as empresas divulguem os
dados da taxa de frequência e de gravidade ..............................
90
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Taxa de Frequência com afastamento de empregado FCAE –
Empresa Albras ...........................................................................
81
GRÁFICO 2 Taxa Frequência com afastamento terceiro FCAT – Empresa
Albras ..........................................................................................
82
GRÁFICO 3 Taxa Frequência com afastamento E + T – Empresa Alcoa ....... 83
GRÁFICO 4 Taxa de Gravidade com afastamento E + T – GCAET –
Empresa Alcoa ............................................................................
83
GRÁFICO 5 Taxa Frequência com afastamento Empregados FCAE
Empresa Anglo América ..............................................................
84
GRÁFICO 6 Taxa Frequência com afastamento empregado FCAE –
Empresa Anglo América ..............................................................
85
GRÁFICO 7 Taxa de Frequência com afastamento de empregados mais
terceiros (FCAET) Empresa Klabin .........................................
86
GRÁFICO 8 Taxa Frequência com e sem afastamento empregado e
terceiros FCSAET Empresa Samarco .....................................
87
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Grupo e unidade de empresas que possuem dados de
acidentes disponíveis antes e depois da certificação ..................
64
LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
BRTÜV Brasil TUV
BSI British Standards Institution
BVQI Bureau Veritas Quality International
CAT Comunicação do Acidente do Trabalho
CEMIG Companhia Enérgica de Minas Gerais
CIPA Comissão interna de Prevenção de Acidentes
CNAE Código Nacional de Atividade Econômica
CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CPFL Companhia Paulista de Força e Luz
CVRD Companhia Vale do Rio Doce
DNV Det Norske Veritas
FAP Fator Acidentário de Prevenção
FCAV Fundação Carlos Alberto Vanzolini
ILO International Labor Organization
ISO International Organization for Standardization
JBIC Japan Bank for International Cooperation
LR Loyd’s Register
LRQA Lloyd's Register Quality Assurance
MPAS Ministério da Previdência e Assistência Social
MS Ministério da Saúde
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NAAC Nippon Amazon Aluminium Co. Ltd
NTEP Nexo Técnico Epidemiológico
NUPEGS Núcleo de Pesquisa em Ética e Gestão Social
OHSAS Occupational, Health and Safety Management Systems (Sistemas de
Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho)
OIT Organização Internacional do Trabalho
ONU Organização das Nações Unidas
ORTN Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional
PDCA Planejar, Executar, Verificar e Atuar
PIB Produto Interno Bruto
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
RH Recursos Humanos
RSE Responsabilidade Social da Empresa
SAT Seguro de Acidentes do Trabalho
SGS Sistema de Gestão de Segurança
SGSST Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho
SST Segurança e Saúde no Trabalho
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 14
2 A SEGURANÇA DO TRABALHO À LUZ DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E O MODELO DE SCHWARTZ E .CARROLL .............................................................................................
19
2.1 Dimensão econômica .......................................................................... 20
2.2 Dimensão legal ..................................................................................... 24
2.3 Dimensão ética ..................................................................................... 26
2.4 Interface entre as dimensões .............................................................. 28
3 ACIDENTES DO TRABALHO E A CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001 ... 30
3.1 Definições e tipos de acidentes do trabalho ..................................... 32
3.2 Concepções e causas dos acidentes do trabalho ............................ 36
3.3 Métodos de investigação e prevenção dos acidentes de trabalho . 40
3.4 Indicadores utilizados para divulgação dos índices de acidentes do trabalho ............................................................................................
43
3.5 O sistema de gestão baseado na Norma Internacional OHSAS 18.001/ 2007 ..........................................................................................
49
4 METODOLOGIA .................................................................................... 53
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 58
5.1 Mapeando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 ...........................................................................
58
5.1.1 Primeiro passo: Consulta ao Anuário ................................................ 58
5.1.2 Segundo passo - Conferindo os dados com outras fontes de
consultas - Pesquisa em órgãos certificadores ................................
59
5.1.3 Terceiro passo - Revista Exame ......................................................... 61
5.1.4 Quarto passo - Pesquisa no livro Indicador de Desenvolvimento
Humano Organizacional IDHO: novas dimensões da cultura
corporativa ............................................................................................
61
52 Identificando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam publicamente dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da certificação ...........................................................................................
62
5.2.1 Primeiro passo - Em busca dos dados disponíveis ......................... 62
5.2.2 Segundo passo - Estratificação dos dados disponíveis antes e
depois da certificação ..........................................................................
63
5.2.3 Detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados
disponíveis antes e depois da certificação .......................................
64
5.3 Localizando e comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação ............................................................
66
5.3.1 Detalhamento Empresa 1 – ALBRAS ................................................. 66
5.3.2 Detalhamento Empresa 2 – ALCOA .................................................... 68
5.3.3 Detalhamento Empresa 3 - ANGLO AMERICA unidade níquel ........ 71
5.3.4 Detalhamento Empresa 4 - ANGLO AMÉRICA unidade nióbio ........ 73
5.3.5 Detalhamento empresa 5 – KLABIN ................................................... 74
5.3.6 Detalhamento Empresa 6 – SAMARCO .............................................. 76
5.3.7 Comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação ..........................................................................
78
5.4 Comparando os valores das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação ...........................................................................................
80
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 88
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 95
APÊNDICES ....................................................................................................... 108
ANEXO ............................................................................................................... 129
14
1 INTRODUÇÃO
Mudar o panorama atual das condições de segurança e da saúde do
trabalhador brasileiro não constitui um desafio apenas do governo mas também da
sociedade. Deve envolver, por isso, trabalhadores, empresários e poder público. A
melhoria da segurança e das condições do ambiente de trabalho faz cair o custo
social, porque diminui os acidentes de trabalho, valoriza a autoestima dos
trabalhadores e promove melhor qualidade de vida.
A preocupação com o problema dos acidentes do trabalho e a necessidade
de dar segurança ao trabalhador levaram a Organização Internacional do Trabalho
(OIT) a considerar a adoção de medidas preventivas no ambiente laboral como um
de seus objetivos. Não obstante os esforços da OIT, que dedica ao tema inúmeras
convenções e recomendações, além de manter programa permanente de
cooperação técnica para a segurança e saúde do trabalhador, as estatísticas dos
acidentes do trabalho ainda são alarmantes. Estima-se que 6.000 trabalhadores
morrem a cada dia no mundo, devido a acidentes e doenças relacionadas com o
trabalho (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2008). “Além disso, a
cada ano ocorrem 270 milhões de acidentes do trabalho não-fatais, que resultam
em um mínimo de três dias de falta ao trabalho e 160 milhões de casos novos de
doenças profissionais” (BRASIL, 2008b).
Só em 2007, no Brasil, 2.717 trabalhadores morreram em decorrência de
acidentes de trabalho. Nesse mesmo ano, 537.457 acidentes de trabalho foram
registrados no Brasil, com um total de 8.383 trabalhadores incapacitados; 310
trabalhadores faleceram durante o trajeto trabalho-residência; 1.636 se
aposentaram por invalidez decorrente de acidentes no trabalho e 3.786 por doenças
profissionais (ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO, 2008).
De acordo com Santana, Nobre e Waldvogel (2005), os acidentes de trabalho
ainda não são considerados prioridade no país, apesar de suas consequências
indesejadas. Evidência disso é a escassez de dados oficiais sobre esses acidentes
devidos, em parte, às inadequações do sistema de registro e ao fato de se
restringirem aos trabalhadores com carteira de trabalho.
Diante desse quadro, a forma atual de gestão em relação à saúde do
15
trabalhador se mostra insuficiente, pois não abrange os efeitos da reestruturação
produtiva, que pode impactar a vida e a saúde daqueles que trabalham em
condições inseguras e precárias e também daqueles que perderam seus empregos
(CORCETTI; BEHR, 2008).
O tema acidente do trabalho no meio acadêmico e organizacional constitui
terreno fértil para estudos e busca de oportunidades para novas ações.
Pesquisadores interessam-se pelo estudo do relacionamento das empresas com a
saúde e a segurança dos trabalhadores, considerando que esta é uma das
importantes dimensões da responsabilidade social corporativa com o público
interno. Para as empresas, trata-se de uma responsabilidade básica de gestão de
recursos humanos, prevendo, dessa forma, a adoção de padrões, normas e acordos
internacionais (ISO 9001; OHSAS 18001; SA 8000; Global Compact; OIT) com o
intuito de atender a auditorias, certificações e códigos de conduta.
De acordo com Goldman (2002) quanto maior o número de estudos tendo
como tema diminuição de acidentes de trabalho, maior será a conscientização dos
segmentos sociais, com relação a evitar que este problema permaneça sem receber
a devida atenção.
O objeto desta pesquisa são o conceito e a aplicação prática da
responsabilidade social para com o público interno em relação à “saúde e segurança
no trabalho”, isto é, a busca pela melhoria da segurança do trabalho. Acrescente-se,
ainda, que a difusão de informações sobre acidentes do trabalho e gestão em saúde
e segurança do trabalho e a melhor compreensão dos assuntos envolvidos
contribuem para o desencadeamento da melhoria das condições e do ambiente de
trabalho e, consequentemente, para a redução das taxas de acidentes e doenças do
trabalho no Brasil (AYRES; CORRÊA, 2001).
A pesquisa desenvolvida para esta dissertação soma esforços com um grupo
de autores que vem pesquisando a Responsabilidade Social com o Público Interno
(FURTADO, 2006; FRANÇA, 2005; COELHO, 2004; MATTONI, 2007; NAPOLEÃO,
2007; SANTOS, 2007; OLIVEIRA, 2005; NAGLI, 2008; PATRUS-PENA, 2004).
Grande parte desses trabalhos se insere no esforço de produção coletiva do Núcleo
de Pesquisa em Ética e Gestão Social (NUPEGS), vinculado ao Programa de Pós-
Graduação em Administração da PUC Minas. Inicialmente, o referido núcleo se
propôs a pesquisar os diversos temas relacionados com público interno, a saber:
- Relações com Sindicatos;
16
- Relações com Trabalhadores Terceirizados;
- Gestão Participativa;
- Compromisso com o Futuro das Crianças;
- Compromisso com o Desenvolvimento Infantil;
- Valorização da Diversidade;
- Compromisso com a Equidade Racial;
- Compromisso com a Equidade de Gênero;
- Política de Remuneração;
- Benefícios e Carreira;
- Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e a Empregabilidade;
- Comportamento diante de Demissões;
- Preparação para Aposentadoria e Cuidado com Saúde;
- Segurança e Condições de Trabalho.
Num segundo momento, esta pesquisa procurou rever a produção do
NUPEGS, analisando suas pesquisas transversalmente, a partir das variáveis
(GRAMISCELLI; ASSBÚ; PATRUS-PENA, 2003; CASTRO; PACHECO; PATRUS-
PENA, 2009; GOMES; VENUTO; BYRRO, 2009; RAMOS, 2009; TANURE;
PATRUS-PENA; CARVALHO NETO, 2009). Casos únicos ou comparados, objeto do
primeiro momento das pesquisas desses autores, foram analisados em conjunto, a
partir de uma ou duas variáveis. Pretendeu-se, assim, organizar a produção
científica do grupo e analisar as hipóteses levantadas nos estudos exploratórios, em
um universo maior de empresas. Para esta etapa da pesquisa, o CNPQ vem
fomentando a pesquisa intitulada “Responsabilidade Social Empresarial com os
Trabalhadores: das pesquisas exploratórias de caso único às pesquisas descritivas
de casos múltiplos”, coordenada pelo orientador desta dissertação.
Nessa perspectiva, a presente pesquisa procurou aprofundar uma das
variáveis das pesquisas do NUPEGS sobre a Responsabilidade Social com o Público
Interno: a saúde e segurança do trabalhador. Portanto, o objetivo geral deste trabalho
é analisar a relação da certificação, em conformidade com a norma OHSAS 18001,
com as taxas de acidentes de trabalho em empresas que possuem unidades no
Brasil. Para alcançar esse objetivo foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos:
• (1) Mapear as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS
18001;
17
• (2) Identificar as empresas certificadas em conformidade com a norma
OHSAS 18001 que disponibilizam publicamente dados sobre as taxas de
acidentes do trabalho antes e depois da certificação;
• (3) Localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes do
trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da
certificação;
• (4) Comparar as taxas de acidentes de trabalho das empresas que
disponibilizam os dados antes e depois da certificação;
Ao mapear as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS
18001, ofereceu-se uma contribuição prática no sentido de organizar os dados das
empresas certificadas, o que facilitará pesquisas futuras. Ao se identificarem as
empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que
disponibilizam publicamente dados sobre acidentes do trabalho antes e depois da
certificação e ao se localizar e comparar a forma de divulgação dos valores das
taxas de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e
depois da certificação, oferece-se uma contribuição prática, tendo em vista que
futuramente se poderão ranquear as empresas mais transparentes no que diz
respeito aos aspectos da saúde e segurança do trabalhador, bem como se permitirá
aos investidores, à sociedade civil e aos acionistas o acesso a dados confiáveis
sobre possíveis oportunidades de investimento e embasamento para discussões e
cobranças, assim como se subsidiarão programas de melhorias nos aspectos
ocupacionais das empresas.
Esta dissertação está dividida em seis capítulos. O primeiro é esta introdução.
No segundo capítulo apresenta-se o modelo de responsabilidade social de Schwartz
e Carroll e sua relação com o tema segurança do trabalho. No terceiro capítulo
discute-se o assunto acidentes do trabalho e a norma OHSAS 18001. No quarto
capítulo apresentam-se e discutem-se a metodologia e os procedimentos adotados
para se conduzir esta pesquisa que utilizou-se da pesquisa documental que
contemplou regulamentos, normas de conduta, códigos de ética empresariais,
jornais, boletins, balanços sociais das empresas e outros tipos de publicações das
empresas pesquisadas.
. No quinto capítulo contemplam-se a análise dos dados e a discussão sobre
os resultados apurados com a pesquisa realizada. Por fim, no último capítulo,
tecem-se as considerações finais deste estudo que constatou que poucas empresas
18
publicaram seus dados antes e depois da certificação OHSAS 18001 e as que os
divulgaram o fizeram de forma não uniforme, não demonstrando claramente a que
unidades correspondiam as taxas de acidentes.Por outro lado a ausência de
informações permitiu a sugestão de uma matriz para forma de divulgação das taxas
de acidentes.
19
2 A SEGURANÇA DO TRABALHO À LUZ DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E O MODELO DE SCHWARTZ E CARROLL
Medidas de gestão voltadas para a Segurança no Trabalho podem prevenir
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, além de antecipar fatos inoportunos
que possam vir a prejudicar o bom andamento das atividades normais, preservando
a saúde dos colaboradores (BRUZON et al., 2005). O tema acidentes de trabalho é
abordado nessa pesquisa à luz da questão da responsabilidade social da empresa
(RSE) com seu trabalhador. Entende-se por Responsabilidade Social uma forma de
conduzir os negócios de tal maneira que a empresa se torne parceira e co-
responsável pelo desenvolvimento social (INSTITUTO ETHOS, 2007).
A Responsabilidade Social Empresarial pode ser voltada para os públicos
externo (comunidade, clientes, fornecedores) ou interno (acionistas e
trabalhadores). Patrus-Pena e outros (2005) constataram que a percepção da
responsabilidade social como um processo sistêmico, do qual faz parte tanto a
dimensão externa quanto a interna, ainda está distante do universo da gestão,
ficando restrita aos gestores entusiastas da ideia ou àqueles que lidam com
programas sociais.
Segundo Zurlo (2009), na responsabilidade social interna predominam os
programas de Recursos Humanos (RH), nos quais se inserem o investimento e o
treinamento sobre a temática segurança no trabalho e os programas de previdência
complementar. Cheibub e Locke (2002) acrescentam que, do ponto de vista interno,
uma empresa socialmente responsável deve assegurar uma atmosfera de justiça
nas relações de trabalho que acontecem em seu interior, tratando seus
trabalhadores como pessoas dignas de respeito e consideração e pagando salários
que permitam condições de vida razoáveis.
O tema segurança no trabalho e seu oponente, os acidentes do trabalho,
podem ser pensados a partir do modelo de RSE de Schwartz e Carroll (2003).
Esses autores sugerem um modelo composto por três dimensões centrais
econômica, legal e ética , que são dispostas em um diagrama de Venn, que se
amplia em sete categorias intituladas: exclusivamente econômica, exclusivamente
legal, exclusivamente ética, econômico-ética, econômico-legal, legal-ética e
econômico-legal-ética, que resultam da sobreposição das três dimensões principais,
20
conforme a Figura 1.
Figura 1: As três dimensões da RSE - Revisão do modelo da Pirâmide de Carroll Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
2.1 Dimensão econômica
Para Schwartz e Carroll (2003), a dimensão econômica da RS (FIG. 2) diz
respeito a como a empresa se relaciona com a concorrência, os acionistas, os
consumidores, os empregados, a comunidade e o ambiente físico, pois esses
fatores podem influenciar amplamente a economia no que diz respeito à produção
de bens e aos serviços com margem de lucro e retorno de capital aos acionistas
(PINTO; LARA, 2003). Enfim, a dimensão econômica da RS abrange as obrigações
da empresa em ser produtiva e lucrativa ao atender às expectativas dos acionistas
de obter retorno sobre o investimento na empresa e sobressair em relação à
concorrência. Os demais papéis dos negócios são atributos derivados dessa
premissa básica que é o lucro.
21
Figura 2: Dimensão exclusivamente econômica Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
Essa visão econômica destaca que os custos dos acidentes de trabalho são
raramente contabilizados, mesmo em países com importantes avanços no campo da
prevenção. No Brasil, ainda não se conhece o custo real para o país da ocorrência
de acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho. O Economista José Pastore
estimou em R$ 20 bilhões anuais e, desse total, 2,6 bilhões são recursos
disponibilizados pelo governo, através do Seguro Acidente de Trabalho (SAT);
outros 2,5 bilhões são provenientes das indenizações com familiares dos
trabalhadores e cinco bilhões do mercado informal. As empresas arcam com a
metade da conta 10 milhões de reais por ano (ANUÁRIO BRASILEIRO DE
PROTEÇÃO, 2008).
Além das repercussões negativas causadas pelo acidente do trabalho, os
gestores devem despender esforços com a investigação e análise dos custos do
acidente, que se relacionam, claramente, com o custo da produção. De acordo com
Machline (1984), os custos advindos do acidente se classificam em indiretos e
diretos. Os indiretos são aqueles que envolvem todas as despesas de perda com a
redução da produção, danos causados a equipamentos, ferramentas e materiais,
reprogramação do trabalho, lucros cessantes, custo do tempo perdido pelos colegas
de trabalho que param seu serviço para socorrer o acidentado, custo dos primeiros
socorros médicos e outros fatores que variam de acordo com o ramo de atividade da
empresa. Já os custos diretos se relacionam com os gastos e as obrigações da
22
empresa para com os funcionários expostos aos riscos, assim como com os gastos
com a assistência médico-hospitalar e com as indenizações pagas aos acidentados
e ao Instituto de Previdência Social.
Entretanto, conforme argumentam Pontes e Honório (2008), é alarmante a
falta de compreensão por parte dos gestores em relação aos custos diretos e
indiretos dos acidentes de trabalho, algo que pode comprometer a saúde financeira
da organização, a imagem da empresa e, muitas vezes, seu clima organizacional e
até sua sobrevivência. Compreender que os mesmos fatores que ocasionam
acidentes estão, também, criando perdas de eficiência, gerando problemas de
qualidade, causando aumento dos custos e colocando em risco a imagem da
empresa é imprescindível para os executivos atuais. Fato muito interessante e a ser
apontado é que os empresários, normalmente, visualizam somente os custos diretos
relacionados aos acidentes do trabalho, sem se dar conta de que os custos indiretos
podem ser de três a dez vezes maiores que o custo direto (HINZE, 1997).
Brauer (1994), após estudos realizados sobre muitos acidentes, estabeleceu
a proporção média de 1:4 entre os custos diretos e os custos indiretos, na indústria
americana de seu tempo. Dessa proporção emergiu a analogia com um iceberg, que
passou a ser utilizada na gestão administrativa: a parte visível de um iceberg, 1/5 de
seu volume, representa os custos diretos dos acidentes; a parte submersa e
invisível, 4/5 do volume total, representa os custos indiretos (Fig. 3).
23
Figura 3: Proporção entre os custos diretos e indiretos
dos acidentes de trabalho Fonte: BRAUER, 1994.
Oliveira (2001) destaca que, em casos de acidentes do trabalho, há de levar
em consideração os custos das ações trabalhistas, civis (dano moral),
previdenciárias, tributárias e penais advindas dos acidentes do trabalho. Tais
ocorrências podem levar empresas sólidas a estado de insolvência patrimonial,
chegando, em alguns casos, a resultar em processo falimentar.
A alta incidência de acidentes do trabalho também resulta em alto custo para
a Previdência Social. As despesas com benefícios previdenciários, nos primeiros
oito meses de 2008, somaram 126,9 bilhões de reais um crescimento de 4,1% em
relação ao mesmo período em 2007, totalizando um déficit para a Previdência
Social, naquele ano, de cerca de 24,9 bilhões de reais. Além disso, o Ministério da
Previdência e Assistência Social (MPAS) gasta atualmente quase R$ 9,8 bilhões ao
ano com aposentadorias especiais e custos com acidentes de trabalho. Adicionados
aos custos indiretos, esse valor pode chegar a R$ 40 bilhões ao ano, segundo
dados de 2007 do MPAS (BRASIL, 2008a).
Enfim, as consequências dos acidentes de trabalho são negativas e
acarretam inúmeros custos diretos e indiretos para empresa , empregado e para o
Estado. Portanto, a orientação quanto a esses custos bem como à identificação das
lacunas para se evitarem acidentes de trabalho e doenças e implantarem-se
programas de segurança é um grande desafio que exige competência dos futuros
gestores (SCHWAB; STEFANO, 2007).
Como se percebe, o tema da segurança no trabalho pode ser analisado pelo
24
prisma exclusivamente econômico, mas esse não é o único. Outro foco possível de
análise, valendo-se do modelo de Schwartz e Carroll (2003), é o exclusivamente
legal.
2.2 Dimensão legal
A dimensão legal, de acordo com Schwartz e Carroll (2003) (FIG. 4), requer
que o negócio atinja suas metas econômicas respeitando os aspectos regulatórios
do Estado e cumprindo as leis em todas as instâncias. Esse critério toma como base
a ideia de que as políticas públicas, por meio de leis e regulamentações, definem a
responsabilidade empresarial.
Figura 4: Dimensão exclusivamente legal Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
Orchis, Yung e Morales (2002) destacam que, com relação aos “Cuidados
com saúde, segurança e condições no trabalho”, atualmente, as empresas são
obrigadas, legalmente, à implementação e à manutenção de condições adequadas
quanto à segurança e à saúde ocupacional de seus funcionários, configurando a
prática dessa variável um mero cumprimento da lei. Ao ser exercida, nada mais faz
que respeitar as determinações do Ministério do Trabalho (MTE), que exige adoção
25
de práticas que zelem pela vida dos trabalhadores. Essas determinações também
limitam a ocupação de seus funcionários a oito horas diárias ou até menos,
conforme as características da atividade desenvolvida (ORCHIS; YUNG;
MORALES, 2002)
Do ponto de vista legal, Lima (1985) relata que as origens de uma legislação
específica sobre segurança no trabalho, no Brasil, remontam ao século passado,
mas só na segunda metade do século XX é que houve proposição da intervenção
do Estado, buscando conciliar, como árbitro, os interesses conflitantes. O Estado,
então, pressionado pelas manifestações populares, por frações da classe política
nacional e também pela política internacional, editou o Decreto Legislativo 3.724, de
15 de janeiro de 1919, que definia, de forma restritiva, o que era acidente de
trabalho e quais eram as responsabilidades das empresas.
Moreira (2003) pondera que o Brasil, na década de 1970, em razão do grande
número de acidentes, estabeleceu um modelo de segurança e saúde no trabalho
(SST), que, apesar de várias adaptações, ainda está em voga até os dias atuais.
Dentre suas características está o uso de todo um arcabouço legal e regulamentar
que, a partir de 1978, passou a ser representado principalmente pelo Capítulo V da
CLT e pelas Normas Regulamentadoras (NR).
Conforme Durand (2000), “a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA) foi a primeira manifestação organizada de atividades preventivas contra
acidentes do trabalho no Brasil”. Com o aparecimento da CIPA, “a prevenção de
acidentes do trabalho no território brasileiro ficou institucionalizada, pois, até então, a
ideia da prevenção de acidentes era incipiente e divulgada por algumas pessoas
preocupadas com os problemas de acidentes” (DIAS, 2000, p. 47)
Lima (1985) destaca que as ideias da prevenção de acidentes fortaleceram-se
a partir da iniciativa privada, cuja sensibilidade pelos problemas de acidentes foi
despertada, começando, de fato, o movimento de prevenção de acidentes do
trabalho no Brasil. Apesar de ter um início confuso, devido às instruções para seu
funcionamento, a resistência, por parte de alguns empresários, à CIPA foi se
fortalecendo ao longo dos anos, vindo a se tornar a instituição mais tradicional no
campo da prevenção de acidentes do trabalho.
Conforme Nascimento (2009), com a promulgação da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, a proteção jurídica ao trabalhador passou a
ter uma importância ainda maior. O Capítulo II "Dos Direitos Sociais" (Art. 6º e
26
7º), faz referências à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas
de Saúde, Higiene e Segurança (inciso XXII - art. 7º da Constituição da República
Federativa do Brasil, de 05/10/1988 e Seguro Contra Acidentes de Trabalho, a cargo
do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer
em dolo ou culpa (inciso XXVIII art. 7º CF/88).
Seguindo a linha analítica de pensamento deste estudo, a segurança no
trabalho, à luz da responsabilidade social da empresa, também é analisada, a
seguir, a partir de uma dimensão ética.
2.3 Dimensão ética
A dimensão ética (FIG. 5) é abrangente. Ela implica uma preocupação que
ultrapassa as decisões estratégicas tomadas no ambiente interno das empresas. Ela
exige que se pensem essas estratégias também se levando em conta os impactos e
as consequências dessas decisões para o público externo, uma vez que se
caracteriza como comportamento antiético quando decisões permitem à empresa
obter ganhos à custa da sociedade (SCHWARTZ; CARROLL, 2003). Para Pinto e
Lara (2003), o processo de tomada de decisões deve considerar as consequências
de suas ações no curto e médio prazo, respeitando o direito de terceiros, cumprindo
deveres e evitando prejudicar os outros, ou seja, considerar a dimensão ética para
definição da conduta aceitável bem como os interesses do público externo, os
grupos privados interessados, os concorrentes e os funcionários da organização. O
domínio ético refere-se às responsabilidades da empresa perante a população em
geral e das partes interessadas (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009).
27
Figura 5: Dimensão exclusivamente ética Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
Segundo Patrus-Pena et al. (2005), a ética implica três dimensões
complementares: não se prejudicar, não prejudicar o outro e não deixar que o outro
o prejudique. Sussekind, Maranhão e Vianna (1999) ressaltam que, quando ocorre
um acidente, além do prejuízo à vítima ou aos que dela dependem economicamente,
a sociedade também sofre as consequências, pois o número de pessoas inutilizadas
aumenta, total ou parcialmente para o trabalho, diminuindo inclusive a produtividade
nacional. Orchis, Yung e Morales (2002) asseveram que, investindo em prevenção,
haverá uma redução na incidência de acidentes, o que acarretará na diminuição de
despesas com tratamento médico, indenizações, multas, paralisação da produção e
perda da qualidade do produto.
Para Bohlander, Snell e Scherman (2003), dirimir as implicações para todas
as partes interessadas que não participam do processo de decisão e que, muitas
vezes, apenas sentem as consequências, é prioritário. Adotar programas que
incentivem a construção de relacionamentos transparentes e duradouros, aprimorar
o diálogo com os superiores hierárquicos, estabelecer metas e prazos realistas
podem ajudar a diminuir o estresse e as doenças decorrentes do trabalho, além de
contribuir para o clima de confiança nas relações do trabalho.
Para Dias (2000), entender o processo de transição da saúde para a doença
dos trabalhadores, a forma como se dão os adoecimentos, os acidentes e os
acontecimentos fatais e como são planejadas, organizadas e implementadas as
necessidades de saúde dos trabalhadores pode ser considerado uma construção
28
social.
Diante do exposto, Dejours (1987) afirma que estamos vivendo uma guerra
econômica, onde em nome da sobrevivência utilizam-se no mundo do trabalho
métodos cruéis que excluem os que não estão aptos ou os que já não podem
contribuir com desempenhos adequados em termos de produtividade, o que pode
gerar o sofrimento psicológico dos trabalhadores, o medo da incompetência, o
receio de não estarem à altura das novas exigências ou de se mostrarem incapazes
de enfrentarem adequadamente as situações incomuns ou incertas.
Corcetti e Behr (2008) argumentam que o rótulo de competente atribuído a
quem produz acima do que foi determinado, e que segue um ritmo de trabalho
excessivo, já não é o ideal, pois, a longo prazo, isso pode acarretar fadiga ou
adoecimento e ser avaliado como sinal de doença. Levando-se em conta o aspecto
ético, a demissão não pode ser a medida imposta àqueles que não se adaptam às
exigências do trabalho, ou seja, deve-se inverter a lógica organizacional que
privilegia a busca pela competitividade a qualquer custo, e passar a considerar a
saúde como valor básico de uma ética organizacional.
2.4 Interface entre as dimensões
As ações socialmente responsáveis praticadas pelas empresas dificilmente
são classificadas em apenas uma das dimensões, uma vez que existe um
entrelaçamento das dimensões puramente econômica, legal e ética; logo a ação
responsável está na interseção entre as três dimensões citadas nos tópicos
anteriores, conforme Figura 6. Zelar pela SST é, ao mesmo tempo, preocupar-se em
respeitar a lei, evitar prejuízos econômicos e favorecer a realização das pessoas,
com saúde, no trabalho. Para Schwartz e Caroll (2003), a dimensão integrada da
gestão traz enormes benefícios para as empresas, trabalhadores e sociedade.
29
Figura 6: Interface entre as dimensões Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
Após a apresentação e a discussão sobre a interlocução sobre as dimensões
da segurança e saúde do trabalho, a partir do modelo de Schwartz e Carroll (2003),
no próximo capítulo abordam-se os acidentes do trabalho e a certificação OHSAS
18001.
30
3 ACIDENTES DO TRABALHO E A CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001
Ao longo da história humana, muitas mortes, doenças e mutilações de
trabalhadores tiveram como causa direta ou indireta seu ambiente de trabalho.
Desde as épocas mais remotas, atividades laborais apresentam riscos em potencial,
frequentemente concretizados em lesões que afetam a integridade física, a saúde
do trabalhador (MELO JR.; RODRIGUES, 2005).
Como bem salientam De Cicco e Fantazzini (1986), a preocupação com o
ambiente de trabalho data de muitos anos. Há referências ao tema na antiga
sociedade egípcia, encontradas no denominado Papiro Seler II, datado de 2360
a.C., que alude às condições de trabalho entre os operadores de fornos, tecelões,
pedreiros e lavadeiras. Hipócrates (460-357 a.C.) e Plínio (23-79 d.C.) também
indicaram, em seus trabalhos, a ocorrência de doenças pulmonares em mineiros
(AYRES, 2001). Cabral (2002) comenta sobre o que se considera a primeira
iniciativa de uso de equipamentos de proteção individual, quando escravos
utilizavam tecidos (bexigas de carneiro) na frente do rosto, para evitar a inalação de
partículas. De Cicco e Fantazzini (1986) acrescentam que, em 1556, Georg Bauer
publicou em latim uma obra denominada De Re Metallica, na qual, além de estudos
relacionados à extração de metais, menciona aspectos relacionados a doenças e
acidentes do trabalho, como a “asma dos mineiros” provocada por poeiras. Em
1567, Aureolus Theophrastur Bembastur Von Hohenheim apresentou a primeira
monografia relacionando trabalho com doença (NOGUEIRA, 1981). Em 1700, foi
publicada a obra De Morbis Artificium Diatriba (Sobre as Doenças dos
Trabalhadores, escrita pelo médico Bernardino Ramanzzini, conhecido como o pai
da medicina do trabalho) (MOREIRA, 2003).
De acordo com Michael (2008), nas primitivas sociedades, o homem já sofria
acidentes enquanto trabalhava para prover as necessidades de sua subsistência.
Esses acidentes só chamaram a atenção dos governantes quando, em virtude do
seu elevado número, atentaram para as dimensões de um problema social e de
saúde pública. Isso ocorreu após a Revolução Industrial com as descobertas de
novas fontes de força, como o vapor e a eletricidade.
Com o processo de industrialização e consequente inserção de máquinas nos
ambientes laborais, os trabalhadores enfrentaram riscos de acidentes de trabalho
31
nunca antes pensados, durante o manuseio das máquinas. Desde então, o homem
vem estudando meios e formas para diminuir e prevenir os acidentes do trabalho,
conforme pontua Schwab e Stefano (2007). A falta de procedimentos seguros das
fábricas e a mão-de-obra composta por crianças e mulheres geraram problemas
ocupacionais graves (NOGUEIRA 1981).
O clamor contra as condições de trabalho precárias cresceu a ponto de levar
os homens públicos a regularem, por meio de leis, a celebração do contrato de
trabalho. Era o começo da intervenção do Estado no mundo do trabalho assalariado
(ALBERTON, 1996). Segundo Lucca e Fávero (1994), as referidas leis tiveram
grande oposição do empresariado da época.
Araújo (2001) ressalta que, durante a revolução industrial, com a invenção da
máquina a vapor, a implantação precária de indústrias em galpões e o início da linha
de montagem e produção os valores de segurança e saúde ocupacional foram,
muitas vezes, deixados em segundo plano. Trabalhadores eram submetidos a
jornadas desgastantes sem descanso, com baixos salários e condições ambientais
de baixa qualidade. Tal situação acabou por ensejar a edição, no parlamento
britânico, em 1802, do que se chamou “Lei de Saúde Moral dos Aprendizes” que
determinava a jornada de trabalho de 12 horas diárias, proibindo o trabalho noturno,
e ainda tornando obrigatória a ventilação no local.
Outro marco da nova postura estatal foi a publicação, em 1833, do Factory
Act (que se aplicava às indústrias têxteis em que se usasse força hidráulica ou a
vapor), que proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos, obrigava as fábricas
a terem escola para os trabalhadores menores de 13 anos e limitava a jornada de
trabalho (DE CICCO; FANTAZZINI, 1986). Após a Primeira Guerra Mundial, foram
iniciados os primeiros esforços de natureza científica para a proteção do
trabalhador, abarcando a prevenção como o objetivo maior a ser alcançado, quando
se trata de acidentes ou doenças do trabalho (LUCCA; FÁVERO, 1994).
No próximo tópico, abordam-se os acidentes do trabalho, seus tipos e
concepções.
32
3.1 Definições e tipos de acidentes do trabalho
O conceito de acidente do trabalho tem diversas nuances e vem evoluindo ao
longo dos últimos anos, sempre no sentido da ampliação de sua aplicação e em
busca de maior proteção aos trabalhadores. Não faz muito tempo que determinadas
situações passaram a ser equiparadas a acidentes do trabalho, das quais a mais
relevante foi, sem dúvida, o acidente de trajeto ou de percurso (GLOBAL
SEGUROS, 2009). Basicamente, existem três vertentes em relação à conceituação
dos acidentes do trabalho: a técnica, a legal e a prevencionista.
A conceituação técnica se baseia na Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que apresenta a seguinte definição para acidente do trabalho:
“Acidente do Trabalho é a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não,
relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão à
pessoa” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 2). Dentro
dessa mesma vertente, para a OIT, acidente do trabalho é todo o acontecimento
inesperado e imprevisto, incluindo os atos de violência, derivados do trabalho ou
com ele relacionado, do qual resulta uma lesão corporal, uma doença ou a morte de
um ou vários trabalhadores (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO,
2008).
Muitas vezes, os acidentes são vistos apenas como eventos que provocam
danos pessoais. Porém, o que fazer com as perdas materiais, os transtornos e os
custos que geram? Visando a sanar essa lacuna de interpretação, utiliza-se a
definição legal de acidente de trabalho do artigo 19 da Lei n. 8.213, de 24 de julho
de 1991: “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente". (BRASIL,
1991, p. 10). Também são considerados como acidentes do trabalho pela legislação
brasileira:
a) o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do
segurado;
b) a doença profissional, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício
do trabalho peculiar a determinada atividade;
c) a doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em consequência das
33
condições especiais em que o trabalho é realizado e que resulte em prejuízos à
saúde (BRASIL, 1991).
Para Bartolomeu (2002), a diferença principal entre a definição legal e a
técnica é que, na definição legal, ao legislador interessou definir o acidente com a
finalidade de proteger o trabalhador acidentado, por meio de uma compensação
monetária, garantindo-lhe o pagamento, enquanto estiver impossibilitado de
trabalhar em decorrência do acidente, ou a indenização, se tiver sofrido lesão
incapacitante permanente. Note-se que o que caracteriza o acidente é a presença
do ferimento, mas deve-se lembrar de que o ferimento é apenas uma das
consequências do acidente. A definição técnica destaca que o acidente pode
ocorrer, sem provocar lesões (NOSELLA, 1989).
Costa (1995, p. 311) lembra que:
do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho é uma ocorrência inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais.
Muitas vezes o acidente parece ocorrer sem ocasionar lesão ou danos, o
que, a princípio poderia contradizer a definição acima apresentada. Nosela (1989)
chama esses acidentes de incidentes ou de "quase-acidentes". Preservando a
definição, Binder e Almeida (2003) os denominam de "acidentes sem lesão ou
danos visíveis”.
De acordo com Binder e Almeida (2003), a visão prevencionista dos
acidentes deve ser buscada em todas as empresas. A visão prevencionista foi
agregada à norma OHSAS 18001 (2007), que define acidente como evento
indesejável que resulta em morte, problema de saúde, ferimentos, danos e outros
prejuízos. Para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se por utilizar a definição
prevencionista e técnica contida na NBR 14.280/ 2001, com a contida na norma
OHSAS 18001.
Para os efeitos do conceito de acidentes no trabalho definidos acima, é
necessário que ocorram lesões ou perturbações funcionais, com ou sem
afastamento do empregado do local de trabalho. Existem, porém, acidentes que não
provocam lesão. Nesse contexto, outro termo importante para este trabalho é o de
“quase acidente”, definido como um evento não previsto que tenha potencial de
34
gerar acidentes (OHSAS 18001, 2004).
Benite (2004) pondera que o conhecimento sobre a definição dos termos
acidente e quase acidente é de fundamental importância, porém também se faz
necessário conhecer a relação entre os dois termos para que se possa ter uma ação
mais eficiente na área de Saúde e Segurança do Trabalho (SST). Um dos estudos
que se empenhou para fazer essa distinção, usando o ferramental estatístico foi o
realizado por Heinrich em 1959, no qual o pesquisador analisou um número
significativo de eventos e desenvolveu a proporção apresentada na Figura 7, na
qual, para cada grupo de 330 eventos, 300 não resultam em danos (quase
acidentes), 29 resultam em lesões menores e 1 resulta em morte ou lesões
incapacitantes (BENITE, 2004).
Figura 7: Pirâmide de Henrich (1959) Fonte: BRAUER, 1994.
Brauer (1994) relata que Fletcher, em suas pesquisas sobre controle total de
perdas, também desenvolveu a proporção similar a de Heinrich, apresentada na
Figura 8 a seguir.
35
Figura 8: Pirâmide de Fletcher (1972) Fonte: BRAUER, 1994.
Ainda de acordo com Brauer (1994), Bird, diretor de segurança de serviços
de engenharia da Insurance Company North América, em uma grande pesquisa
realizada em 1969, analisou 1.750.000 ocorrências informadas por
aproximadamente 300 empresas, resultando na seguinte proporção de 300
acidentes sem lesões para 29 acidentes com lesões leves e um acidente com lesão
incapacitante conforme apresenta a FIG. 9.
Figura 9: Pirâmide de Bird (1969) Fonte: BRAUER, 1994.
Nosella (1989) destaca que a exata proporção entre os diversos tipos de
eventos não é o importante, mas sim o conhecimento de que as lesões sérias
ocorrem menos frequentemente do que as lesões menos graves. Pontes (2008)
36
pondera que é uma distorção uma empresa despender dinheiro e pessoal apenas
para o controle dos raros eventos que resultam em danos pessoais sérios e
incapacitantes, e que há uma imensa quantidade de eventos de menores
proporções, mas que podem causar sérios danos e consequências laborais, ou seja,
deve-se priorizar a prevenção em todos os níveis e aspectos.
Waldvogel (2001, p. 36) relata que, atualmente, os tipos de acidentes de
trabalho não estão “mais associados apenas às atividades realizadas dentro do
ambiente de trabalho”, ou seja, os tipos de acidentes predominantes não
correspondem mais àqueles relacionados diretamente com os processos intrínsecos
ao trabalho.
Os riscos potenciais de acidentes do trabalho estão aumentando também em
decorrência da distância entre as residências dos trabalhadores e o local de seu
trabalho. Isso faz com que a violência presente nos centros urbanos, o tráfego
caótico das grandes cidades e rodovias, além da má conservação dos veículos que
nelas circulam resultem em um número significativo de acidentes no percurso para
chegar à empresa ou para voltar para casa. Jurza (2001) reforça essa observação,
quando constata que, quanto ao local dos óbitos, a via pública é o maior local de
acidentes de trabalho fatal.
Após os esclarecimentos sobre os conceitos de acidentes do trabalho, trata-
se, a seguir, das concepções e das causas acerca dos acidentes do trabalho.
3.2 Concepções e causas dos acidentes do trabalho
Os acidentes do trabalho constituem fenômeno de facetas múltiplas. Sua
ocorrência costuma destacar três faces: a existencial, a técnica e a jurídica.
Concomitantemente ao drama existencial que desencadeia para as vítimas, os
colegas de trabalho e os familiares, os acidentes costumam ser seguidos de
iniciativas técnicas, visando à compreensão de suas causas e podem ensejar ações
também na esfera cível e penal (VILELA; IGUT; ALMEIDA, 2004).
Segundo Vilela, Igut e Almeida (2004), predominam, no Brasil e no mundo, a
visão de que acidente é evento simples com origens unicausais. Prevalece também
o pensamento de que os acidentes decorrem de falhas humanas, ações ou
37
omissões dos trabalhadores, de intervenções que desrespeitam normas de
segurança, talvez por estes estarem com problemas psicológicos ou fadiga. Em
resumo, atribui-se sempre a responsabilidade exclusiva pelos acidentes aos
trabalhadores.
Existem algumas propostas de sistematização das concepções de acidentes
na literatura. Reason (1997) destaca duas concepções de acidentes: "da
engenharia" e a "organizacional" (FIG. 10). A concepção da engenharia, que ainda
se encontra pouco difundida no Brasil, utiliza cálculos probabilísticos para estudar
determinados eventos e falhas mecânicas e organizacionais. A concepção
organizacional estuda o acidente associado às escolhas estratégicas adotadas pela
forma de gestão da empresa e considera que o erro é muito mais consequência do
que causa dos acidentes. Essa concepção propõe a análise dos acidentes para
além da simples identificação de falhas humanas, assim ampliando o estudo para as
inúmeras tomadas de decisões antes de o acidente ocorrer.
Figura 10: Classificação das concepções de acidentes segundo Reason (1997) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de REASON, 1997
Hollnagel (2000) propõe duas outras concepções: a da gestão do desvio de
desempenho e a da gestão da variabilidade de desempenhos (FIG. 11). A gestão do
desvio do desempenho procura as origens dos acidentes nos sinais e pistas
deixados pelas pequenas falhas no sistema de gestão e amplia os aspectos causais
dos acidentes para limites distantes do local do evento. Já a gestão da variabilidade
38
de desempenhos compreende o erro, não apenas de forma negativa mas também
de forma estratégica para futuros aprendizados, planejamento e concepção de
programas preventivos. Na análise do acidente, essa gestão busca informações
técnicas e organizacionais do sistema de gestão e do contexto sócio-político-
econômico da empresa. Assim é que a compreensão de um fator de risco (ruído, por
exemplo) pode ser visto diferentemente por um recém-admitido e um trabalhador já
adaptado à função.
Figura 11: Classificação das concepções de acidentes segundo Hollnagel (2000) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de HOLLNAGEL, 2000.
Uma nova forma de entender as concepções de acidentes foi inserir a
variável fator humano na saúde e segurança. Neboit (2003) descreve quatro
enfoques dentro dessa perspectiva, a saber: o da unicausalidade, o da
multicausalidade, o da sistêmica e o da confiabilidade humana (FIG. 12). A
multicausalidade representou o rompimento com a visão unicausal acerca de
acidentes, que procurava identificar apenas um ato ou atitude como responsável
pelo acidente. Assim, a perspectiva multicausal serviu de alicerce para o surgimento
do enfoque sistêmico e o da confiabilidade humana, que ampliaram a forma de
conceber o fenômeno acidente do trabalho. A visão sistêmica introduz ideias de
confiabilidade dos equipamentos, de sua manutenção e da ergonomia. Por sua vez,
o enfoque da confiabilidade humana concentra-se nos aspectos da evolução
individual e organizacional dos trabalhadores à medida que explica melhor o
39
sistema de gestão da empresa e explora aspectos da evolução tecnológica em favor
da diminuição do índice de erros.
Figura 12: Abordagens do fator humano na saúde e segurança segundo Neboit (2003) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de NEBOIT, 2003.
Por meio de um modelo psicoorganizacional para compreender os acidentes,
Llory (1999) insere outra perspectiva que associa aspectos de diferentes escolas. A
novidade é que ela alia a compreensão de aspectos da história organizacional
dentro dos quais o acidente ocorreu, os aspectos técnicos presentes nos acidentes
e a dimensão subjetiva, tanto em nível individual, quanto no das relações
hierárquicas estabelecidas, historicamente, nas situações de trabalho.
Pontes (2008) pondera que, embora cada abordagem tenha seu espaço e
sua importância, elas não possuem métodos eficientes para promover uma atuação
segura. Uma solução passaria pela mudança de comportamento dos líderes,
mediante treinamento para tal, que replicariam, por via de exemplos, como agentes
multiplicadores, as formas seguras de atuar.
Battmann e Klumb (1993) enfatizam o componente comportamental presente
nos acidentes de trabalho. Entretanto Oliveira (1999) pondera que o comportamento
dos empregados é apenas um dos fatores causais dos acidentes do trabalho e que
não pode ser considerado o mais importante ou o único responsável pelas
consequências dos acidentes
Nesse sentido, Oliveira (2003) postula que a organização da produção e o que
dela decorre: fazer o quê, por quê, como, onde e especialmente por quem, sempre
foi tarefa indelegável da empresa e não dos trabalhadores. Não se concebe que o
40
trabalhador, em nenhuma empresa brasileira, em face da cultura do trabalho ainda
predominante no Brasil, disponha de poderes para decidir, individualmente, como
deve comportar-se no trabalho, independentemente das determinações normativas
impostas pela empresa. O que se afigura como mais provável, nesse particular, são
as falhas de controle que a empresa exerce sobre o trabalho em decorrência de
deficiências em seu sistema de organização, em especial em relação à organização
formal do trabalho.
Oliveira (1999) acrescenta que é certo que o trabalhador age, de um lado,
orientado pelos ditames da empresa, de outro, em função das condições de trabalho
mas também, e principalmente, pela consciência que ele tem da realidade em que
está inserido.
Após os esclarecimentos sobre as concepções acerca dos acidentes do
trabalho, no próximo tópico abordam-se os métodos de investigação dos acidentes
de trabalho.
3.3 Métodos de investigação e prevenção dos acidentes de trabalho
O estudo sobre acidentes requer muitos cuidados em termos da metodologia
a ser utilizada durante sua realização, devido à complexidade caracterizada pelo
elevado número de variáveis envolvidas em sua ocorrência e à multiplicidade de
seus enfoques e interpretações.
No Brasil, grande parte das investigações sobre acidentes realizadas por
força de normas legais pela maioria das empresas ainda se baseia na concepção
dicotômica de ato inseguro (este entendido como atitude indevida do elemento
humano) e de condições inseguras (inerentes às instalações: máquinas e
equipamentos). Frequentemente atribui-se ao trabalhador a culpa pelo evento
(BINDER; AZEVEDO; ALMEIDA, 1994).
Para fins de prevenção de acidentes, de acordo com Michael (2008), existem
informações de importância fundamental para a compreensão dos acidentes. São os
chamados fatores de acidentes que se distinguem de todos os demais que
descrevem o evento. Eles são: o agente da lesão, a condição insegura, o ato
inseguro e o fator pessoal inseguro (FIG. 13). Agente da lesão é aquilo que, em
41
contato com a pessoa, determina a lesão; condição insegura em um local de
trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança do trabalhador; ato
inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou
inconscientemente a riscos de acidentes; e o fator pessoal inseguro é a
característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro e que, em muitos casos,
também cria condições inseguras ou permite que elas continuem existindo.
Figura 13: Fatores de acidentes segundo Michael (2008) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de MICHAEL, 2008.
Conforme ensinamentos de Oliveira (2003), sob o ponto de vista
prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se retirado a tempo, teria
evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis. Na maioria das vezes, são
causados e, portanto, possíveis de prevenção, com a eliminação, a tempo, de suas
causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais (humanos) ou materiais das
condições nos locais de trabalho.
Vincular a prevenção dos acidentes somente ao erro do trabalhador torna-se
secundário. O que deve ser levado em conta e, por todos os meios possíveis,
valorizados e cuidadosamente estudados são os aspectos do comportamento, isto
é, o que havia de errado no ambiente, nas relações de trabalho e ainda nas
motivações do trabalhador que interferiam, direta ou indiretamente, no
relacionamento dele com o todo de seu trabalho, definindo posturas traduzidas em
atitudes corretas ou equivocadas (OLIVEIRA, 2003b).
42
Ainda de acordo com Oliveira (2003a), a figura do Ato Inseguro, se for usada
para responsabilizar e até mesmo para culpar trabalhadores pelos acidentes
sofridos, em algumas empresas, oculta as reais causas de agravos à saúde do
trabalhador que podem estar visíveis ou ocultas. A abordagem da segurança do
trabalho, valendo-se do ponto de vista exclusivamente do Ato Inseguro, pode ser tão
nociva à gestão da segurança no trabalho, quanto a abordagem que desconsidera
totalmente os possíveis erros humanos. Para Santana, Nobre e Waldvogei (2005),
adotar práticas de gestão de segurança do trabalho que relacionam exclusivamente
a ocorrência de acidentes do trabalho ao comportamento do trabalhador é tratar o
fenômeno de forma parcial.
Considerando-se a importância e a gravidade do fenômeno acidentes do
trabalho, assumem relevância as concepções de gestão de acidentes que
preconizam a detecção de riscos, antes que os acidentes aconteçam. Há vários
métodos desenvolvidos com base na prevenção, e, para investigações simples, o
método de escolha é constituído pelas inspeções de ambientes e de condições de
trabalho, capazes de identificar perigos decorrentes, entre outros, de problemas de
segurança de máquinas, postos de trabalho, layout, limpeza, ambiente físico,
presentes e visíveis de maneira permanente nos ambientes de trabalho (BINDER;
ALMEIDA, 1997).
De acordo com Almeida e Gonçalves Filho (2009), uma forma utilizada para a
gestão preventiva dos acidentes do trabalho é a técnica de árvore de causas, já
difundida nas empresas do Brasil. Trata-se de método baseado na teoria de
sistemas, o qual aborda o acidente do trabalho como fenômeno complexo e
pluricausal. Para Binder e Almeida (1997), sua utilização exige a reconstrução
detalhada da história do acidente, registrando-se os fatos, de forma imparcial, para
retrospectivamente, a partir da lesão sofrida pelo acidentado, identificar a rede de
fatores que culminou no acidente do trabalho. Costella, Guimarães e Cremonini
(1999) asseveram que, identificados os fatores de acidente e avaliados os fatos e as
variações dos acontecimentos, de forma imparcial, a construção da árvore não é
senão o estabelecimento das ligações lógicas existentes entre esses aspectos,
realizadas, retroativamente, a partir da lesão. Esse processo permite identificar a
maioria das causas, inclusive as anteriores à lesão.
Segundo Oliveira (1999), o processo de análise das causas dos acidentes
será otimizado, se o departamento de segurança do trabalho estiver atrelado aos
43
setores operacionais, que é de onde provêm os riscos de acidentes. Esse
procedimento diminui o distanciamento entre quem planeja, que são os profissionais
de segurança e saúde, via de regra subordinados ao setor de recursos humanos, e
quem executa as ações, que nas indústrias são os gerentes de operações.
Conforme Costella, Guimarães e Cremonini (1999), os métodos de
investigação utilizados para a realização de estudos sobre os acidentes do trabalho
normalmente deveriam ser baseados em pesquisas locais, transversais,
longitudinais.
Os estudos locais se limitam a um departamento de uma organização. Já os
estudos transversais referem-se à comparação entre amostras de departamentos de
uma empresa, ou entre diferentes empresas que comportam certas características
particulares. São geralmente utilizados os coeficientes de correlação para indicar a
associação entre as variáveis dependentes (em geral a frequência e a gravidade dos
acidentes) e as variáveis independentes (que podem ser as características do
departamento ou empresa, o turno de trabalho, o dia da semana etc.).
Por fim, nos estudos longitudinais, analisam-se as modificações ocorridas no
decorrer de um determinado período, em uma organização ou em parte dessa
organização, em busca de indícios para uma explicação sobre aumento ou
diminuição das taxas de frequência e gravidade dos acidentes ocorridos, em função
das variações ocorridas ao longo do período analisado. Após os esclarecimentos
sobre as investigações e a análise de causa dos acidentes, detalham-se os
indicadores e as formas utilizadas para divulgação dos índices de acidentes do
trabalho.
3.4 Indicadores utilizados para divulgação dos índices de acidentes do trabalho
De acordo com Cardella (2007), o monitoramento é a atividade essencial para
a melhoria dos dados, pois produz indicadores, símbolo criado para representar uma
realidade. Para Webster (1995), conhecidos os riscos de acidente, as empresas
devem procurar eliminá-los ou minimizá-los, por meio da adoção de medidas
preventivas. Reunir um conjunto de estatísticas confiáveis que permitam calcular e
44
acompanhar a evolução dos indicadores de acidentes é a primeira medida para a
prevenção dos acidentes.
Sabe-se que retratar 100% dos acidentes ocorridos nas empresas é uma
tarefa árdua que pode ser superada com o uso de indicadores. Há diversos
indicadores que podem ser construídos para medir o risco no trabalho. A OIT utiliza
três indicadores para medir e comparar a periculosidade entre diferentes setores de
atividade econômica de um país (ILO, 1999): o índice de frequência, o índice de
gravidade e a taxa de incidência. A Norma Brasileira Regulamentadora 14280,
estabelecida pela ABNT, define a metodologia para os cálculos e utiliza apenas as
duas primeiras taxas, bem como estabelece os conceitos referentes aos tipos de
acidentes e afastamentos. (CASTRO; ÁVILA; MAYRINK, 2002).
O problema presente em análises, pesquisas e comparações sobre acidentes
do trabalho é que as taxas divulgadas pelas empresas não são uniformes. Para
efeito legal, os acidentes de trabalho são classificados a partir do critério de
afastamento ou não do trabalho. Bensoussan (1988) explica a classificação legal
(FIG. 14), destacando que qualquer acidente, mesmo aquele sem lesão, já ocasiona
perda de tempo para a normalização das atividades, podendo ocasionar, ainda,
danos materiais. Não existe a necessidade legal de comunicação aos órgãos da
Previdência Social, quando não há lesão que ocasione o afastamento do
trabalhador, se este retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, no
horário normal. O acidente sem afastamento (a) é aquele em que o acidentado,
embora tenha sofrido uma lesão, pode retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia
seguinte, em seu horário regulamentar de entrada.
Ainda de acordo com Bensoussan (1988), ocorrido o acidente e não
acontecendo o retorno do acidentado ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte
de trabalho, no horário normal, passa-se a considerar esse acidente como acidente
com afastamento; (b) a consequência pode ser a morte do acidentado (b1) ou sua
incapacidade (b2) para o trabalho. A incapacidade pode ser permanente (b21),
quando o acidentado ficar afastado de sua ocupação habitual por mais de um ano,
ou temporariamente, (b22) o que consiste na perda de capacidade para o trabalho,
por um período limitado de tempo, nunca superior a 1 ano (FIG.14).
45
Figura 14: Classificação dos acidentes do trabalho quanto ao afastamento Fonte: BENSOUSSAN, 1988.
Para o presente trabalho definem-se taxa de frequência de acidentes com
afastamento, taxa de frequência de acidentes sem afastamento e taxa de gravidade
com afastamento tanto dos empregados próprios quanto de terceiros.
A taxa de frequência de acidentes expressa o número absoluto de acidentes
mês a mês, em uma determinada empresa. É o número de acidentes por milhão de
horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. O indicador mede o
número de acidentados com afastamento do trabalho por milhão de horas-homem
de exposição ao risco, no período, e tem a finalidade de monitorar o grau de
segurança do ambiente de trabalho. Logo, valores menores indicam resultados
melhores (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001).
Acidente de Trabalho
Sem afastamento (a)
Com afastamento (a)
Morte (b1)
Incapacidade (b2)
Permanente (b21)
Temporária (b22)
46
A taxa de frequência é obtida pela fórmula:
(1)
Legenda: NAC = Número de acidentes (tanto os com perda de tempo quanto os sem perda de tempo) 1.000.000 representa uma média de horas trabalhadas HHT = Homens Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco (número geralmente fornecido pelo órgão de pessoal) sendo o somatório de todas as horas trabalhadas, incluindo horas extras (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001) 1
Para ficar mais clara a conceituação, exemplifica-se: para uma empresa (X)
que possui 30 colaboradores e cada empregado trabalha 180 horas por mês e teve
três acidentes no mês, sua TF será assim calculada:
Empresa X TF = 3 x 1.000.000 / 5400 HHT = 30 x 180 = 5400 TF = 5,55
Ou seja, para cada milhão de homens-horas trabalhadas, a empresa teve três
acidentes; se forem três pequenas lesões com um simples atendimento
ambulatorial, o resultado da taxa de frequência é de 5,55; se forem duas mortes e
uma lesão incapacitante, o resultado permanece o mesmo. Por isso a taxa de
frequência não consegue precisar a gravidade de uma lesão.
A taxa de frequência de acidentados sem afastamento é o número de
acidentados com lesão sem afastamento por milhão de horas-homem de exposição
ao risco, em determinado período, e tem a finalidade de monitorar o grau de
segurança do ambiente de trabalho. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2001).
1 Quando não for possível determinar a quantidade real de homens horas trabalhadas, a legislação estabelece um padrão de 200 horas-mês para cada trabalhador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001).
TF = NAC X 1.000.000
HHT
47
A taxa de frequência sem afastamento é obtida pela fórmula:
(2)
Legenda: NAC = Número de acidentes (sem perda de tempo) 1.000.000 representa uma média de horas trabalhadas HHT = Homens Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco (número geralmente fornecido pelo órgão de pessoal) sendo o somatório de todas as horas trabalhadas, incluindo horas extras. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001)2
A taxa de frequência de acidentados com afastamento é o número de
acidentados com lesão e afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao
risco, em determinado período (NBR 14.280).
A taxa de frequência com afastamento é obtida pela fórmula:
(3)
Legenda NAC = Número de acidentes (com perda de tempo) 1.000.000 representa uma media de horas trabalhadas HHT = Homens Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco (número geralmente fornecido pelo órgão de pessoal) sendo o somatório de todas as horas trabalhadas, incluindo horas extras. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001).
A taxa de frequência expressa o número absoluto de acidentes, mês a mês,
em uma determinada empresa, porém não se pode visualizar unicamente pela taxa
de frequência a gravidade desses acidentes, se for apenas um pequeno corte no
polegar ou um acidente de grande proporção que causou uma amputação. Assim,
para que o gestor e a fiscalização consigam visualizar a gravidade dos acidentes em
determinada empresa, a NBR 14680/01 estabeleceu a metodologia para cálculo da
taxa de gravidade, na qual a quantidade de dias de afastamento do trabalho é
considerada para o cálculo (CARDELLA, 2007).
A taxa de gravidade visa exprimir, em relação a um milhão de horas-homem
de exposição ao risco, os dias perdidos3 e dias debitados4 por todos os acidentados
2 Quando não for possível determinar a quantidade real de homens horas trabalhadas, a legislação estabelece um padrão de 200 horas-mês para cada trabalhador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001). 3 São considerados dias perdidos os dias subsequentes ao da lesão, em que o empregado continua incapacitado para o trabalho (inclusive dias de repouso remunerado, feriados e outros dias em que a
TF = NAC X 1.000.000
HHT.
TF = NAC X 1.000.000
HHT.
48
vítimas de incapacidade permanente (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2001).
A taxa de gravidade é obtida pela fórmula:
(4)
Legenda: TG= Taxa de gravidade NDP = Número de dias perdidos por acidentes NDD = Número de dias debitados (somente quanto existe perda de alguma parte do corpo ou incapacidade permanente) 1.000.000: média de horas trabalhadas adotada pela Norma Brasileira. HHT = Homens-Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco
A taxa de gravidade mede a intensidade de cada acidente ocorrido, a partir da
duração do afastamento do trabalho, permitindo obter uma indicação da perda
laborativa, devido à incapacidade. É pela definição de taxa de frequência e pela de
gravidade, que se pode avaliar se uma empresa implementa uma eficiente política
voltada para a preservação da saúde e segurança de seus colaboradores
(CARDELLA, 2007).
Para facilitar a compreensão dos indicadores, traça-se o seguinte exemplo: A empresa X com 100 colaboradores apresentou no mês corrente uma TF = 80 e TG
= 8; já a empresa Y obteve uma TF = 10 e a TG de 500. Considerando-se esses
indicadores, pode-se fazer a seguinte análise: a empresa “X” registra acidentes de
pouca gravidade, sendo este o motivo da elevada taxa de frequência; contudo,
devido ao registro dos pequenos acidentes, a taxa de gravidade é baixa. Já a
empresa “Y” apresenta uma baixa taxa de frequência e uma alta taxa de gravidade,
significando que os acidentes leves não estão sendo devidamente registrados e que
somente os acidentes com afastamento foram cadastrados.
Após a descrição da questão dos acidentes do trabalho, na próxima seção
abordam-se o sistema de gestão da norma OHSAS 18001 /2007 e sua interface com
as dimensões do modelo de RSE de Schwartz e Carroll.
empresa, entidade ou estabelecimento estiverem fechados e os dias subsequentes ao da lesão, perdidos exclusivamente devido à não disponibilidade de assistência médica ou recursos de diagnóstico necessários (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001). 4 Os dias perdidos devem ser debitados por morte ou incapacidade permanente, total ou parcial, de acordo com o estabelecido no ANEXO.
TG = NDP+NDD X 1.000.000
HHT.
49
3.5 O sistema de gestão baseado na Norma Internacional OHSAS 18.001/ 2007
Visando a garantir boas condições de trabalho, saúde e segurança a seus
funcionários, uma empresa socialmente responsável deve cumprir rigorosamente as
obrigações legais e ter metas para alcançar a excelência nesse setor. As
certificações a respeito do tema (ex.: OHSAS 18001, BS 8800; ISO 16001 e SA
8000) são ferramentas adequadas para esse intento (INSTITUTO ETHOS, 2007).
Segundo a OIT (2008), os sistemas de gestão de SST, ao lado dos sistemas de
gestão da qualidade e gestão ambiental, constituem iniciativas voluntárias das
organizações para a melhoria da qualidade dos produtos, do meio ambiente e dos
ambientes de trabalho, com vistas a superar as limitações do modelo comando-
controle tradicional. Eles não têm por objetivo substituir a estrutura legal, pois a
implementação destes tem como requisito mínimo a conformidade com a legislação
pertinente.
Para Barreiros (2002), o Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no
Trabalho (SGSST) é um conjunto de iniciativas que engloba políticas, programas e
processos ligados ao negócio da organização para auxiliá-la a estar em
conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas no que diz
respeito à SST e, ao mesmo tempo, dar credibilidade à sua própria concepção
filosófica para conduzir suas atividades com ética e responsabilidade social.
Segundo Cooper (2000), a qualidade do sistema gestão de segurança do
trabalho depende da confiança entre a liderança e os empregados, começando pela
responsabilidade partilhada por todos. Uma maneira mais prática de se fazer a
gestão em segurança no trabalho é por intermédio da elaboração de formas criativas
de conscientização, motivação e transmissão de confiança ao conjunto de
empregados, a começar pelo exemplo da diretoria e da distribuição de
responsabilidades.
A norma Sistema de Gestão de Higiene e Segurança, ou OSHAS 18.001, é
referência para o desenvolvimento deste trabalho. Como não há uma compreensão
padronizada sobre o conceito de sistema de gestão da segurança de saúde no
trabalho (SST), como existe das áreas da qualidade (ISO 9000) e do meio ambiente
(ISO 14000), diversos modelos de sistemas de gestão de SST foram publicados por
organismos de padronização, associações da indústria e de profissionais da
50
segurança e saúde no trabalho, dentre os quais cabe destacar:
a) a norma BS 8800-Guia para sistemas de gestão da segurança e saúde no
trabalho (BRITISH STANDARDS INSTITUTION, 1996);
b) as diretrizes relativas aos sistemas de gestão da segurança e saúde no
trabalho- ILO OSH 2001 (OFICINA INTERNACIONAL DEL TRABAJO, 2001) e a
OHSAS 18001 Especificação para sistemas de gestão da segurança e saúde no
trabalho (BRITISH STANDARDS INSTITUTION, 1996).
O Modelo de sistema de gestão da SST, de acordo com a norma OHSAS
18001, caracteriza-se por incorporar o princípio da melhoria contínua; permitir a
integração da gestão da segurança e saúde no trabalho com outros sistemas de
gestão (qualidade e meio ambiente) da empresa; demonstrar o comprometimento da
alta direção com o atendimento das disposições da política e dos objetivos
estabelecidos; auxiliar a organização a demonstrar às partes interessadas que é
dada maior ênfase à prevenção do que às ações corretivas (SERBITIZER;
BAICHOO, 1999).
De acordo com Costa (2006, p. 74), “para atender à demanda das
organizações por uma norma reconhecida para SGSST de abrangência
internacional, foi constituído um grupo de trabalho coordenado pela Instituição
Britânica de Padrões (BSI), integrado por organismos” certificadores internacionais,
como a Fundação Norueguesa (DNV), entre outros, e de entidades nacionais de
normalização da Irlanda, Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. Esse grupo se
reuniu na Inglaterra e criou a primeira "norma" para certificação de SGSST de
alcance global, a OHSAS 18001, que foi publicada pela BSI em abril de 1999. Trata-
se de uma especificação que tem por objetivo prover as organizações com os
elementos de um Sistema de Gestão da SST eficaz, de forma a auxiliá-las a
alcançar seus objetivos de segurança e saúde ocupacional.
Em 1998, várias entidades certificadoras se organizaram para elaborar a
Diretriz OHSAS Occupational, Health and Safety Management Systems que,
após revisão em 2007, passou a ser denominada Norma Internacional. Esse
documento tornou-se uma referência para a organização e a certificação de Sistema
de Gestão de SSO (COSTA, 2006).
A Norma OHSAS 18.001/2007, embora ainda não pertença ao sistema de
normas internacionais ISO, passou por revisão, de forma a se tornar mais alinhada
às normas de sistema de gestão da qualidade (ISO 9.001/2000) e ambiental (ISO
51
14.001/2004), facilitando a integração entre as três normas (OHSAS, 2007).
De acordo com Vergara e Branco (2001), a Norma OHSAS 18.001 tornou-se
uma referência para as organizações que pretendem implementar e certificar o
sistema de gestão de SST, alinhado aos conceitos dos sistemas de gestão da
qualidade e ambiental.
Para se obter êxito na implementação do sistema de gestão de SST,
recomenda-se adotar os princípios do PDCA Planejar, Executar, Verificar e Atuar
(FIG. 21), cuja base passa pela sedimentação dos valores e compromissos a
serem assumidos pela liderança da organização.
Hinze (1997) destaca que o envolvimento da alta administração é
fundamental para a implantação de uma cultura de segurança na organização. De
acordo com OHSAS (2007), a alta gerência deve prover os recursos essenciais à
implementação, ao controle e à melhoria do Sistema de Gestão, incluindo recursos
humanos, financeiros, qualificações específicas e tecnologia. A Figura 15 representa
o desenho do modelo OHSAS (2007).
Figura 15: Modelo sistema de gestão OHSAS 18001 Fonte: OHSAS, 2007.
Diante do exposto, a implantação de um sistema de gestão em conformidade
com a norma OHSAS 18001 pode fornecer uma resposta às necessidades das
organizações em atender a obrigações relativas à saúde e segurança, de maneira
eficiente, proporcionando redução do número de acidentes, dos custos trabalhistas,
conformidade com a legislação, melhor gerenciamento dos riscos associados à
52
saúde e segurança, maior vantagem competitiva e melhoria na performance geral da
organização (BRASIL, 2008b).
Existe uma forte interface entre os requisitos da norma OHSAS 18001 e as
dimensões propostas por (SCHWARTZ; CARROLL, 2003). Em outras palavras, a
implementação da norma de forma adequada atende aos requisitos legais,
econômicos e éticos, sendo um instrumento de RSE relativo ao tema SST, nas três
dimensões do modelo de RSE de Schwartz e Carroll. Do ponto de vista econômico,
a norma enfatiza a importância de se contabilizarem os custos dos acidentes de
trabalho; permite a empresa controlar o nível de desempenho da SST; e destaca
que a análise dos custos do acidente relaciona-se diretamente com o custo da
produção e diminui os custos com o seguro de acidentes de trabalho. Quanto à
dimensão legal, a norma requer que o negócio obedeça às leis em todas as
instâncias e também leva em consideração as legislações aplicadas aos
fornecedores. Em relação à dimensão ética, a norma OHSAS 18001 requer que as
empresas levem em consideração as diversas partes interessadas; estimulem o
desenvolvimento e compartilhem soluções de prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais entre empresas, além de ajudarem na relação transparente e ética
com os empregados, fornecedores e governo.
53
4 METODOLOGIA
O objetivo geral da pesquisa proposta foi analisar a relação da certificação em
conformidade com a norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho em
empresas que possuem unidades no Brasil. Para alcançar tal objetivo foram seguidos
os seguintes procedimentos estratégicos:
• mapear as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS
18001;
• identificar as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS
18001 que disponibilizam, publicamente, dados sobre as taxas de acidentes
do trabalho antes e depois da certificação;
• localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes do
trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da
certificação;
• comparar as taxas de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam
os dados antes e depois da certificação.
Nesta pesquisa valeu-se da classificação proposta por Silva e Menezes (2000),
segundo a qual as pesquisas podem ser classificadas de acordo com alguns critérios:
• quanto à forma de abordagem do problema: quantitativa ou qualitativa;
• quanto aos procedimentos técnicos: pesquisa bibliográfica, documental,
experimental (de campo), levantamento, estudo de caso ou ex-post facto.
Quanto à forma de abordagem do problema, adotou-se, nesta investigação, a
pesquisa qualitativa caracterizada pela descrição, compreensão e interpretação dos
fatos. Como considera Martins (1994), a pesquisa qualitativa busca levantar todas as
possíveis variáveis existentes, tentando vislumbrar, em sua interação, o real
significado da questão sob exame. Em linha semelhante, argumenta Gil (1994) que
os estudos qualitativos possibilitam a análise contextualizada de fenômenos sociais
e sua dinâmica ou, ainda, permitem descrever a complexidade de determinado
problema e analisar a interação das variáveis envolvidas.
Quanto aos procedimentos técnicos, utilizou-se a pesquisa documental. A
análise documental contemplou regulamentos, normas de conduta, códigos de ética
empresariais, jornais, boletins, balanços sociais das empresas e outros tipos de
54
publicações das empresas pesquisadas.
Para atingir o primeiro objetivo, que é mapear as empresas certificadas em
conformidade com a norma OHSAS 18001, foram realizados os seguintes passos:
consulta ao anuário da Revista Proteção; conferência dos dados com outras fontes
de consultas (Pesquisa em órgãos certificadores); depois, conferiram-se os dados
encontrados na edição da Revista Exame de julho de 2008, na qual constam as 500
maiores empresas do país (Exame, 2008). Por fim pesquisou-se o livro “Indicador de
desenvolvimento humano organizacional IDHO” (TACHIZAWA; GARRET, 2008).
Para atingir o segundo objetivo, que é identificar as empresas certificadas em
conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam, publicamente, dados
sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da certificação, primeiro
realizou-se uma pesquisa documental nas empresas certificadas, estratificaram-se e
compilaram-se os dados disponíveis antes e depois da certificação. Por fim,
realizou-se o detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados
disponíveis antes e depois da certificação.
Para atingir o terceiro objetivo, o de localizar e comparar a forma de
divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os
dados, antes e depois da certificação, seguiram-se alguns passos. O primeiro foi
realizar uma pesquisa documental em jornais, boletins, folders e, principalmente, em
balanços sociais das empresas certificadas. O segundo passo foi organizar e
comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes disponíveis antes e depois
da certificação. Por fim, procedeu-se à compilação da forma de divulgação das taxas
de acidentes das empresas selecionadas que possuem dados disponíveis, antes e
depois da certificação. Para facilitar o entendimento e possibilitar comparações entre
as empresas que divulgam os dados antes e depois da certificação em
conformidade com a norma OHSAS 18001, propuseram-se, como método de
trabalho, duas matrizes macro, sendo uma para taxa de frequência e uma para taxa
de gravidade, conforme Figura 16 e 17. Isso porque os instrumentos de divulgação
das empresas das taxas de frequência e de gravidade são subdivididos em outros
parâmetros diferentes do modelo de Bensoussan (1988).
55
Figura 16: Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de acidentes Taxa de Frequência Fonte: Elaborado pelo autor.
No caso da matriz de análise deste estudo, a taxa de frequência pode estar
vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que
divulga os dados (a1), aos dados dos empregados contratados, mais os
terceirizados de forma unificada (a3) e apenas aos dados dos empregados
terceirizados (a2). Nessa matriz de análise, a taxa de frequência sem afastamento
(b) pode estar vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela
empresa que divulga os dados (b1); com os dados dos empregados contratados
mais os terceirizados de forma unificada (b3) e apenas os dados dos empregados
terceirizados (b2). Também nessa matriz de análise, a taxa de frequência com
afastamento (c) pode estar vinculada apenas aos dados dos empregados
contratados pela empresa que divulga os dados (c1); com os dados dos
empregados contratados mais os terceirizados de forma unificada (c3) e apenas aos
dados dos empregados terceirizados (c2).
56
Figura 17: Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de acidentes Taxa de Gravidade Fonte: Elaborado pelo autor.
Neste estudo, a matriz de análise da taxa de gravidade (d) pode estar
vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que
divulga os dados (d1), ou aos dados dos empregados contratados mais os
terceirizados de forma unificada (d3), ou apenas aos dados dos empregados
terceirizados (d2). A taxa de gravidade sem afastamento (e) pode estar vinculada
apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que divulga os dados
(e1), ou aos dados dos empregados contratados mais os terceirizados de forma
unificada (e3) ou apenas aos dados dos empregados terceirizados (e2). Também
nessa matriz de análise, a taxa de gravidade com afastamento (f) pode estar
vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que
divulga os dados (f1), ou aos dados dos empregados contratados mais os
terceirizados de forma unificada (f3), ou apenas aos dados dos empregados
terceirizados (f2).
57
Godoy (1995) destaca que a pesquisa documental é constituída pelo exame
de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser
reexaminados com vista a uma interpretação nova ou complementar. Pode oferecer
base útil para outros tipos de estudos qualitativos. De acordo com Gil (1994), as
fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador dados
suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamentos de campo,
sem contar que, em muitos casos, só se torna possível a investigação social a partir
de documentos.
A coleta de dados foi feita por meio de informações secundárias e estas
obtidas por meio de pesquisa documental e do levantamento de estudos publicados
em jornais, revistas, livros, sites de empresas e instituições, acerca do tema ora
estudado. Neste estudo, entende-se documento como definido por Richardson
(1999), que assevera ser toda base de conhecimento fixado materialmente e
suscetível de ser utilizado para consulta, estudo ou prova. É importante considerar,
como afirmam Vergara e Branco (2004), que a utilização de dados secundários em
uma pesquisa possui pontos positivos, como a redução de custos para sua
execução e limitações, uma vez que utilizam dados já existentes, ficando as análises
restritas às informações coletadas originalmente e, portanto, passíveis de dados
incompletos, imprecisos e com falhas na coleta.
No próximo capítulo abordam-se os acidentes do trabalho e a certificação
OHSAS 18001.
58
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A análise dos dados é apresentada de acordo com cada um dos objetivos
específicos definidos no capítulo quatro. Inicialmente, mapearam-se as empresas
certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001. Em seguida,
identificaram-se as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS
18001 que disponibilizam, publicamente, dados sobre acidentes do trabalho antes e
depois da certificação. O terceiro item de análise dos dados corresponde ao terceiro
objetivo, ou seja, localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes
do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da
certificação. Finalmente, respondeu-se ao quarto objetivo que é estudar e comparar
as taxas de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes
e depois da certificação.
5.1 Mapeando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001
Para atingir o primeiro objetivo de mapear as empresas certificadas em
conformidade com a norma OHSAS 18001, foram necessários alguns passos: no
primeiro, consultou-se o anuário da Revista Proteção; no segundo conferiram-se os
dados com outras fontes de consultas pesquisa em órgãos certificadores; depois,
conferiram-se os dados encontrados na edição da Revista Exame, de julho de 2008
(CAETANO; ANTUNES, 2008), na qual constam as 500 maiores empresas do país;
no quarto passo, pesquisou-se o livro “Indicador de desenvolvimento humano
organizacional IDHO” (TACHIZAWA; GARRET, 2008).
5.1.1 Primeiro passo: Consulta ao Anuário
A primeira fonte de pesquisa para levantamento das empresas certificadas foi
59
a leitura e a pesquisa do Anuário Brasileiro de Proteção (2008). Nele são divulgadas
as empresas certificadas em Segurança e Saúde do Trabalho (SST). Trata-se de
uma publicação da Revista Proteção que surgiu em dezembro de 1987, com o
objetivo de propagar as informações em Saúde e Segurança do Trabalho. A Revista
Proteção tem abrangência nacional e edição mensal. Seu conteúdo editorial é
composto por artigos técnicos, reportagens, entrevistas e colunas que atendem aos
interesses dos técnicos e engenheiros de segurança, higienistas ocupacionais,
médicos e enfermeiros do trabalho, cipeiros, gerentes de RH, fonoaudiólogos,
fisioterapeutas e administradores, entre outros profissionais. Sua tiragem é de doze
mil exemplares/mês (ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO, 2008).
Segundo o Anuário Brasileiro de Proteção de 2008, a lista das empresas
certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 foi elaborada a partir de
informações coletadas nas certificadoras e empresas. Foram 478 empresas
certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que pertencem a 343
grupos empresariais. Isso porque existem grupos empresariais, como a Alcoa, que
possuem diversas empresas (Alcoa São Paulo; Alcoa Juriti; Alcoa tubarão, etc.)
5.1.2 Segundo passo - Conferindo os dados com outras fontes de consultas -
Pesquisa em órgãos certificadores
Como o Anuário não é uma fonte oficial e como ainda não existe fonte alguma
que compile oficialmente as empresas certificadas em conformidade com a norma
OHSAS 18001, optou-se pela busca de novas fontes de informações em páginas da
internet, a saber:
a) sítio da internet do Centro de Qualidade de Saúde, Segurança e
Produtividade QSP, que, criado em fevereiro de 1991 por um grupo de empresas,
professores universitários e consultores, é uma organização não-governamental que
conta, atualmente, com mais de 1.500 clientes (CENTRO DA QUALIDADE, 1997);
b) sítio da Brasil TUV- BRTÜV, organismo certificador credenciado pelo
INMETRO, sendo assim parte integrante do sistema brasileiro de avaliação da
conformidade (BRASIL TUV, 2009);
c) sítio na internet da British Standards Institution, BSI Brasil, empresa
60
multinacional com sede no Reino Unido (Inglaterra), que atua como provedora de
serviços técnicos desde 1901 (BRITISH STANDARDS INSTITUTION BRASIL,
2009);
d) sítio da internet da Bureau Veritas Quality International, BVQI, grupo
internacional dedicado à realização de serviços de avaliação de conformidade, nas
áreas de Qualidade, Segurança e Saúde Ocupacional, Meio Ambiente e
Responsabilidade Social, presente em 140 países e com mais de 700 escritórios e
laboratórios (BUREAU VERITAS QUALITY INTERNATIONAL, 2009);
e) sítio da internet da Det Norske Veritas Certificadora Ltda, DNV, uma
fundação independente com o objetivo de salvaguardar a vida, a propriedade e o
meio ambiente (DET NORSKE VERITAS, 2009);
f) sítio da internet da DQS do Brasil Associação Alemã para Certificação de
Sistemas de Gestão (DKS DO BRASIL, 2009);
g) sítio da internet da Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV), instituição
privada, sem fins lucrativos, criada, mantida e gerida pelos professores do
Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. Tem como objetivo desenvolver e disseminar conhecimentos científicos
e tecnológicos inerentes à Engenharia de Produção, à Administração Industrial, à
Gestão de Operações e às demais atividades correlatas que realiza, com total
caráter inovador (FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI, 2009);
h) sítio da internet da Loyd’s Register (LRQA), Fundado no Reino Unido, em
1985, o Lloyd's Register Quality Assurance (LRQA), empresa do Grupo Lloyd's
Register (LR) (LOYD’S REGISTER, 2008);
i) sítio da internet da SAS Certificadora. A SAS tem auditores sediados em
diversas cidades brasileiras (SAS CERTIFICADORA, 2009);
j) sítio da internet da SGS ICS Certificadora Ltda, há 70 anos atuando no
Brasil (SGS ICS CERTIFICADORA, 2009).
Os dados fornecidos complementaram as informações do Anuário Brasileiro
de Proteção 2008. De 478 empresas certificadas no Anuário, passou-se para 687
empresas, e de 343 passou-se para 478 grupos empresariais: dados conseguidos
depois da consulta aos sites dos órgãos certificadores brasileiros. Assim, confirmam-
se e complementam-se os dados divulgados pelo Anuário da Revista Proteção 2008.
61
5.1.3 Terceiro passo - Revista Exame
Foi pesquisado o número especial da Revista Exame, de julho de 2008, no
qual constam as 500 maiores empresas do país. Nesse caso, o site de cada uma
das empresas da publicação foi visitado para tentar encontrar-se alguma informação
adicional. O resultado nada acrescentou em termos de novas empresas certificadas,
reforçando o número de 687 empresas, sendo 478 grupos empresariais.
5.1.4 Quarto passo - Pesquisa no livro Indicador de Desenvolvimento Humano
Organizacional IDHO: novas dimensões da cultura corporativa
Outra fonte de pesquisa foi o livro “Indicador de Desenvolvimento Humano
Organizacional IDHO: novas dimensões da cultura corporativa”, dos autores
Takeshy Tachizawa e Garrett (2008), obra escolhida devido ao fato de ser um livro
de grande relevância, além de bastante utilizado pelos profissionais que atuam na
área de gestão de saúde e segurança do trabalho. Após a consulta, o número de
empresas certificadas permaneceu em 687, sendo também mantidos os 478 grupos
empresariais.
Sendo assim, após seguirem-se os passos da pesquisa, registraram-se 687
empresas que representam 478 grupos empresariais, certificadas em conformidade
com a norma OHSAS 18001. No APÊNDICE A, consta a relação de empresas
certificadas pela OHSAS 18001, o município e o estado a que pertencem.
Como limitação do caminho percorrido, está o fato de não se poder afirmar
que o número encontrado (687 empresas, sendo 478 grupos empresariais) seja o
número exato de empresas certificadas pela OHSAS 18001 no Brasil, porque as
normas de Sistema de Gestão em SST estão fora do Sistema Brasileiro de
Avaliação de Conformidade, ficando esses dados a cargo de cada organismo
certificador. A certificação é uma consequência do processo de implantação, mas
não é obrigatoriedade. Assim, acredita-se que possa haver outras empresas com
seus processos de gestão implantados, ou em processo de implantação, as quais,
pela forma como se pesquisou, não foi possível encontrá-las.
62
5.2 Identificando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam publicamente dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da certificação
Para se atingir o segundo objetivo, que é o de identificar as empresas
certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam,
publicamente, dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da
certificação, seguiram-se alguns procedimentos. O primeiro foi realizar uma
pesquisa documental nas empresas certificadas. O segundo foi estratificar e
compilar os dados disponíveis antes e depois da certificação. Por fim, realizou-se o
detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados disponíveis antes e
depois da certificação.
5.2.1 Primeiro passo - Em busca dos dados disponíveis
De posse do número de empresas certificadas, iniciaram-se o agrupamento e
a busca das informações sobre as estatísticas de acidentes das 687 empresas,
sendo 478 grupos empresariais certificadas, números já mencionados. Essa
pesquisa documental contemplou os jornais, os boletins, os folders e,
principalmente, os balanços sociais das empresas. Foram obtidos dados públicos
nos quais constavam as informações sobre as taxas de acidentes de 14 grupos de
empresas, o que totalizava 38 unidades empresariais.
Vale ressaltar que se desconsideram, para efeito de dados nesta pesquisa,
alguns grupos empresariais, como a Companhia Enérgica de Minas Gerais (CEMIG)
e Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), porque elas divulgam seus dados de
acidentes via Fundação COGE, entidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, cuja missão é promover o aprimoramento da gestão empresarial e da
cultura técnica do setor elétrico, realizando atividades de pesquisa, ensino,
consultoria e desenvolvimento institucional. No caso da Petrobrás e da Vale, foram
desconsideradas, para efeito de dados nesta pesquisa, pois não detalham as
unidades (possuem inúmeras unidades) e os valores, e os anos de certificação são
63
diferentes.
5.2.2 Segundo passo - Estratificação dos dados disponíveis antes e depois da
certificação
Tendo em vista que o interesse da pesquisa é conhecer e comparar as taxas
de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois
da certificação, avançou-se no detalhamento dos dados dos 14 grupos e 38
empresas que divulgaram os dados de acidentes. Após a estratificação e a
compilação dos dados, obtiveram-se dados de 5 grupos e 13 unidades empresariais
que publicaram dados antes e após o período do processo de certificação (FIG. 18).
Figura 18: Compilação das empresas certificadas Fonte: Dados da pesquisa.
Assim, chegou-se aos cinco grupos de empresas, que totalizam 13 unidades
empresariais, conforme o detalhamento a seguir, que disponibilizam, publicamente,
64
os dados antes e após a certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001.
São eles: ALBRAS (Barcarena), ALCOA (Poços, Tubarão e Juriti), ANGLO
AMERICAN (Nióbio e Níquel Goiás e São Paulo), KLABIN (Santa Catarina, São
Paulo e Paraná) e SAMARCO (Mariana e Ubu) (QUADRO 1).
Quadro 1: Grupo e unidade de empresas que possuem dados de acidentes disponíveis antes e
depois da certificação Fonte: Dados da pesquisa.
5.2.3 Detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados
disponíveis antes e depois da certificação
Apenas 13 unidades empresariais, de 5 grupos de empresas, divulgaram os
dados, publicamente, antes e após a certificação em conformidade com a norma
OHSAS 18001. São eles:
a) ALBRAS, Alumínio Brasileiro S/A, é uma companhia brasileira de capital
fechado, sediada no município de Barcarena, Pará, a 40 quilômetros da capital
Belém.A Albrás é o resultado da associação entre a Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD) e a Nippon Amazon Aluminium Co. Ltd. (NAAC) um consórcio de
empresas japonesas formado por trading companies, bancos, consumidoras e
produtoras de alumínio, do qual o banco estatal Japan Bank for International
Cooperation (JBIC) é o maior acionista (ALBRAS, 2007).
b) O segundo grupo selecionado foi a Alcoa Inc., fundada em 1888. É a
principal produtora e gerenciadora mundial de usinas de alumínio primário,
industrializado e alumina. A Alcoa atende aos mercados aeroespacial, automotivo,
65
de embalagens, construção, transporte comercial e industrial (ALCOA
INDICADORES, 2009a).
c) O terceiro grupo selecionado foi a Anglo American, um dos maiores grupos
em mineração e recursos naturais do mundo, operando na África, Europa, América
do Sul e do Norte, Austrália e Ásia. Com unidades operacionais distribuídas nas
cidades de Catalão, Ouvidor, Niquelândia, Barro Alto, Cubatão e sede administrativa
em São Paulo, a Anglo American Brasil atua nos mercados de níquel, nióbio e
fosfatados.
d) O quarto grupo selecionado foi a Klabin, maior produtora, exportadora e
recicladora de papéis do Brasil. Líder nos mercados de papel e cartões para
embalagens, embalagens de papelão ondulado e sacos industriais, também produz
e comercializa madeira em toras (KLABIN, 2009).
e) A Samarco, quinto grupo selecionado para este estudo, possui duas
unidades industriais uma em Mariana/Ouro Preto (MG) e outra em Anchieta (ES).
É uma empresa com processo único de produção, que contempla lavra,
beneficiamento, transporte, pelotização e exportação de minério de ferro. Fundada
em 1977, ocupa hoje a segunda posição no mercado transoceânico de pelotas,
comercializando 100% de seus produtos para mais de 15 países na Europa, Ásia,
África/Oriente Médio e Américas.
Um fator de limitação para este objetivo foi a constatação de que muitos
relatórios disponíveis, pesquisados e analisados não detalharam a unidade
empresarial dos dados obtidos e de que, no período da pesquisa, ocorreram
algumas fusões e aquisições dentro do universo das 678 empresas certificadas,
como foi o caso, por exemplo, da Perdigão-Sadia.
66
5.3 Localizando e comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação
Para atingir o terceiro objetivo, o de localizar e comparar a forma de
divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os
dados, antes e depois da certificação, seguiram-se alguns passos. O primeiro foi
realizar uma pesquisa documental em jornais, boletins, folders e, principalmente, em
balanços sociais das empresas certificadas. O segundo passo foi organizar e
comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes disponíveis antes e depois
da certificação. Por fim, procedeu-se à compilação da forma de divulgação das
taxas de acidentes das empresas selecionadas que possuem dados disponíveis,
antes e depois da certificação.
Na pesquisa documental, vale destacar, foi constatado que o único local em
que são divulgadas as taxas de acidentes são os balanços sociais disponíveis na
internet.
5.3.1 Detalhamento Empresa 1 - ALBRAS
A Albras foi certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001, em
2001 (ALCOA INDICADORES, 2009b). A empresa divulgou os dados desde 3 anos
antes da certificação e até 5 anos depois (ALCOA INDICADORES, 2009b). Os
dados divulgados foram os da unidade de Barcarena (ALBAS, 2007, p. 9, 51).
Em seus relatórios, a Albras divulga apenas a Taxa de frequência com
afastamento dos empregados e de terceiros, excluindo da estatística a taxa de
gravidade (FIG. 19). Até 2006, a Albras divulgava os dados da taxa de frequência
com afastamento dos empregados separados da divulgação da taxa de frequência
com afastamento de terceiros. Em 2007, a empresa começou a divulgar os dados,
não de acordo com a taxa de frequência com afastamento dos empregados e do
afastamento de terceiros e sim com o uso de novos indicadores que impedem a
comparação com os dados anteriores. O indicador divulgado foi a taxa de dias
67
perdidos (BALANÇO SOCIAL de 2007), que não possui definição no referido
balanço (ALBRAS, 2007, p. 39, 50).
Figura 19: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Albras Fonte: Dados da pesquisa.
Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a
Albras (2007) atende às dimensões legal (pois expressa em sua política a
importância de atender aos requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de
desempenho de SST e contabiliza os custos dos acidentes de trabalho), não
contemplando a dimensão ética, tendo em vista que divulga poucos dados de
acidentes e, assim, não deixa claro em quais unidades empresariais isso ocorre, o
que dificulta comparações e prejudica a transparência das informações divulgadas,
por isso a dimensão ética se apresenta com um círculo de menor dimensão (FIG.
20).
68
Figura 20: Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz e Carroll (2003)
aplicado à Albras Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
5.3.2 Detalhamento Empresa 2 - ALCOA
A fonte de consulta para obtenção dos dados foi o Relatório de
Sustentabilidade 2006/2007, que apresenta dados quantitativos sobre o
desempenho econômico, ambiental e social da Alcoa Alumínio S.A., em 2006. O
Relatório abrange as operações das unidades Alphaville-SP, Itapissuma-PE, Juruti-
PA, Poços de Caldas-MG, Sorocaba-SP, Tubarão-SC e Utinga-SP, do Consórcio
Alumar, em São Luís-MA e da AFL do Brasil-MG, além das atividades
administrativas realizadas nos escritórios da capital paulista. Cabe ressaltar que
apenas as unidades Poços de Caldas-MG, Tubarão-SC e Consórcio Alumar, em
São Luís-MA possuem a certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001.
Todas as unidades da Alcoa reportam seus dados por meio de sistemas e
indicadores globais. Ela continuamente revisa as diretrizes e as unidades adotadas
para coletar e atualizar as informações, o que pode implicar a modificação de dados
referentes a anos passados e, talvez, publicados em relatórios anteriores.
A Alcoa publica os dados de forma corporativa, não detalhando as unidades,
o que inviabiliza um detalhamento adequado dos dados. Além disso, o ano de
certificação varia para as unidades certificadas, e três das quatro unidades se
69
certificaram em 2006. Dos cinco grupos de empresas que possuem os dados, o
relatório da Alcoa é o único que divulga os dados de todas as unidades da América
Latina, mas não detalha os métodos usados, nem quais unidades entram no cálculo.
A Alcoa divulgou os dados da taxa de frequência com afastamento dos
empregados junto com os dos terceiros (FIG. 21), bem como a taxa de gravidade
com afastamento dos empregados junto com os dos terceiros (FIG. 22).
Figura 21: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Alcoa Fonte: Dados da pesquisa.
70
Figura 22: Matriz da forma de divulgação da taxas de gravidade pela Alcoa Fonte: Dados da pesquisa.
Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a Alcoa
atende às dimensões legal (pois expressa, em sua política, a importância de atender
aos requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de desempenho de SST e
contabiliza os custos dos acidentes de trabalho), não contemplando a dimensão
ética, tendo em vista que divulga poucos dados e, assim, não deixa claro em quais
unidades empresariais isso ocorre, o que dificulta comparações e prejudica a
transparência das informações divulgadas, por isso a dimensão ética se apresenta
com um círculo de menor dimensão (FIG. 23). Apesar disso, é a única empresa que
divulga a taxa de gravidade de seus acidentes, o que indica um interesse em
demonstrar o detalhamento dos acidentes.
71
Figura 23: Detalhamento da dimensão do modelo
Schwartz; Carroll (2003) aplicado à Alcoa Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
5.3.3 Detalhamento Empresa 3 - ANGLO AMERICA unidade níquel
A Anglo America foi certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001
em 2003. A empresa divulgou os dados antes e depois da certificação, (BALANÇO
SOCIAL, 2004, p. 9, 19; 2005, p. 27; 2006, p. 35; 2007, p. 49 apud ANGLO
AMÉRICA, 2009 ). A Anglo America5 divulga os dados basicamente divididos pelas
unidades de produtos níquel e nióbio; até 2006, divulgava os dados da taxa de
frequência com afastamento dos empregados, frequência sem afastamento dos
empregados e frequência sem afastamento de terceiros (FIG. 24 e 25). Em 2005,
unificou algumas taxas que não ficaram claras nos relatórios consultados. A
empresa não divulga sua taxa de gravidade.
5 Os dados referentes à Anglo American Brasil compreendem os resultados das operações da Copebras e da Anglo American Brasil. Em 2005 e 2006 as operações estavam em período de consolidação.
72
Figura 24: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Anglo América Níquel Fonte: Dados da pesquisa.
73
5.3.4 Detalhamento Empresa 4 - ANGLO AMÉRICA unidade nióbio6
Figura 25: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Anglo América Nióbio Fonte: Dados da pesquisa.
Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a Anglo
América atende às dimensões legal (pois expressa em sua política a importância de
atender os requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de desempenho
de SST), não contemplando a dimensão ética, tendo em vista que divulga poucos
dados de acidentes e, assim, não deixa claro em quais unidades empresariais isso
ocorre, o que dificulta comparações e prejudica a transparência das informações
divulgadas, por isso a dimensão ética se apresenta com um círculo de menor
dimensão (FIG. 26). Apesar disso, é a única empresa que possui a metodologia de
divulgação por unidades de produto, o que pode indiciar o início de um processo de
maior transparência das informações.
6 Apesar de ser do mesmo grupo optou-se por detalhar cada empresa da Anglo América por unidade de produto.
74
Figura 26: Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll (2003)
aplicado à Anglo América Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
5.3.5 Detalhamento empresa 5 - KLABIN
A Klabin (2009), certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001,
em 2004, divulgou os dados, antes e depois da certificação (KLABIN, 2009, p. 63). A
Klabin divulga os dados pelo que se infere, uma vez que o relatório de todas as
unidades de negócios conjuntamente não fica claro (três unidades conjuntas: Santa
Catarina, São Paulo e Paraná) e não separa os dados de empregados e terceiros.
Divulga a taxa de frequência sem afastamento dos empregados e a taxa de
frequência com afastamento de empregados e de terceiro (FIG. 27). A empresa não
divulga sua taxa de gravidade.
75
Figura 27: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Klabin Fonte: Dados da pesquisa.
Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a
Klabin atende às dimensões legal (expressa em sua política a importância de
atender os requisitos legais) e econômica (controla os níveis de desempenho de
SST e contabiliza os custos dos acidentes de trabalho), não contemplando a
dimensão ética, tendo em vista que divulga apenas poucas taxas de acidentes (não
divulga a taxa de gravidade), o que dificulta comparações e prejudica a
transparência das informações divulgadas. Além disso, não deixa claras as
unidades empresariais que estão envolvidas na divulgação das taxas de acidentes e
ainda possui pouca base de histórico de dados, por isso a dimensão ética se
apresenta com um círculo de menor dimensão (FIG. 28).
76
Figura 28: Detalhamento da dimensão do modelo de Schwartz; Carrol (2003)
aplicado à Klabin Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
5.3.6 Detalhamento Empresa 6 - SAMARCO
Com duas unidades industriais uma em Mariana/Ouro Preto (MG) e outra
em Anchieta (ES) , a Samarco é uma empresa com processo único de produção,
que contempla lavra, beneficiamento, transporte, pelotização e exportação de
minério de ferro. Fundada em 1977, ocupa hoje a segunda posição no mercado
transoceânico de pelotas, comercializando 100% de seus produtos para mais de 15
países na Europa, Ásia, África/Oriente Médio e Américas (SAMARCO, 2009, p.
125).
A Samarco foi certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001, em
2004. A Samarco divulga a taxa frequência com e sem afastamento empregado e
terceiros de suas unidades operacionais conjuntamente (FIG. 29). A empresa não
divulga sua taxa de gravidade (BALANÇO SOCIAL, 2002, p. 60; 2004, p. 101; 2007,
p. 125 apud SAMARCO, 2009).
77
Figura 29: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Samarco Fonte: Dados da pesquisa.
Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a
Samarco atende às dimensões legal (pois expressa em sua política a importância
de atender aos requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de
desempenho de SST e contabiliza os custos dos acidentes de trabalho),
contemplando parcialmente a dimensão ética, pois é a única empresa que possui a
metodologia de divulgação da taxa de frequência com e sem afastamento dos
empregados e de terceiros e que deixa bem claras as unidades empresariais
envolvidas na divulgação, o que pode ser indício de um processo de maior
transparência das informações, porém não divulga a taxa de gravidade, por isso a
dimensão ética se apresenta com um círculo de maior dimensão em relação as
demais empresas (FIG. 30).
78
Figura 30: Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll (2003)
aplicado à Samarco Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.
5.3.7 Comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho
das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação
Após localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes do
trabalho das empresas que disponibilizam os dados, antes e depois da certificação
OHSAS 18001, pode-se destacar que a grande maioria dos grupos de empresas,
658 (95,67 %), não possui as estatísticas de acidentes disponíveis. Apenas 14
grupos de empresas possuem dados disponíveis, o que representa apenas (2,93 %)
das empresas levantadas. Desse total, somente cinco grupos de empresas, que
representam apenas 1,05 %, possuem dados disponíveis, antes e após a
certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001, o que inviabiliza um
amplo estudo comparativo. Dos cinco grupos de empresas que divulgaram suas
taxas de acidentes, constatou-se que cada uma divulga de uma forma diferente,
todas divulgam a taxa de frequência e somente a Alcoa divulga a taxa de gravidade.
Isso nos remete à falta de padronização na forma de divulgação dos dados. Diante
disso, propôs-se um modelo de matriz de análise e divulgação dos dados para
serem disponibilizados no balanço social das empresas, detalhado nas
Considerações Finais.
Dos cinco grupos de empresas, a Samarco (2009) foi a única que divulgou
79
sem distinção a taxa de frequência com e sem afastamento dos empregados e
terceiros conjuntamente, e a que possui uma série histórica de dados (FIG. 31 e 32).
A única empresa que manteve a forma da divulgação dos dados, apesar do pouco
histórico de dados, foi a Klabin (2009). As demais empresas, durante o passar dos
anos, mudaram a forma de cálculo das taxas de acidentes e divulgação dos dados,
sem explicar os motivos, o que dificulta uma comparação fidedigna sobre a melhor
forma de divulgação das taxas de acidentes. A Alcoa foi a única empresa que
divulgou os dados de todas as unidades da América Latina, sem divulgar as taxas
apenas das empresas brasileiras.
Em relação à aplicação do modelo de Schwartz e Carroll (2003), destaca-se
que todas atendem às dimensões econômica e legal, deixando a desejar na
dimensão ética, principalmente em relação à transparência na forma de divulgação
dos dados, deixando a desejar com as informações para as partes interessadas. A
Samarco foi a única empresa que atendeu parcialmente à dimensão ética, pois
divulga sem distinção a taxa de frequência dos empregados e terceiros
conjuntamente para as partes interessadas.
Figura 31: Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os dados da taxa de frequência Fonte: Dados da pesquisa.
80
Figura 32: Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os dados da taxa de gravidade Fonte: Dados da pesquisa.
5.4 Comparando os valores das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação
Para atingir o quarto objetivo, o de comparar os valores das taxas de
acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados, antes e depois da
certificação, seguiram-se alguns passos. Primeiramente, realizou-se uma pesquisa
documental utilizando jornais, boletins, folders e principalmente os balanços sociais
das empresas certificadas. O segundo passo foi organizar e comparar os valores
das taxas de acidentes disponíveis, antes e depois da certificação. Na pesquisa
documental foi constatado que o único instrumento de divulgação das taxas de
acidentes são os balanços sociais disponíveis na internet.
Na empresa Albras percebe-se que não existe uma tendência clara sobre
diminuições significativas das taxas de acidentes e a certificação em conformidade
com a norma OHSAS 18001. A certificação ocorreu em 2001. As taxas oscilaram e
tiveram, em 2002, o valor mais baixo (0,86 para taxa de frequência com
afastamento de empregado) e (0,98 em 2006 para taxa de frequência com
81
afastamento de terceiros), conforme demonstram os Gráficos 1 e 2.
Os dados, tanto para empregados quanto para terceiros variaram. Em alguns
anos, a taxa referente aos empregados foi menor que a dos terceiros e em outros
anos ocorreu o inverso. Depois da certificação em 2001, a taxa de frequência jamais
atingiu o recorde de 1998, quando a taxa de frequência de empregados foi de 6,44 e
a de terceiros de 9,96 (GRÁF. 1 e 2).
Gráfico 1: Taxa de Frequência com afastamento de empregado FCAE – Empresa Albras Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A= Ano AC= Ano da certificação FCAE= Frequência com afastamento empregado
82
Gráfico 2: Taxa Frequência com afastamento terceiro FCAT – Empresa Albras Fonte: Dados da pesquisa Legenda A= Ano AC= Ano da certificação, 2001 FCAT= Frequência com afastamento terceiros
Na Alcoa percebe-se que não existe uma tendência clara sobre diminuições
significativas das taxas antes de depois da certificação ocorrida em 2006. Elas
tiveram, em 2008, o valor mais baixo 0,25 para a taxa de frequência com
afastamento de empregados junto com terceiros e 6,99, em 2008, para a taxa de
gravidade com afastamento de empregados junto com terceiros, conforme o que se
apresenta nos Gráficos 3 e 4. A Alcoa (2009b) é a única empresa que divulga a taxa
de gravidade em seu relatório de sustentabilidade. Desde a certificação, as taxas de
gravidade têm declinado ano a ano. Esse dado permitiria inferir que a certificação
em conformidade com a norma OHSAS 18001 promoveu a diminuição da gravidade
dos acidentes se a empresa detalhasse as unidades que fizeram parte do
levantamento. Dados de unidades de caráter administrativo podem mascarar dados
de unidades fabris, porque a incidência de acidentes e sua respectiva gravidade
tendem a ser menores nas áreas administrativas.
83
Gráfico 3: Taxa Frequência com afastamento E + T – Empresa Alcoa Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A=Ano AC=Ano da certificação FCAET = Frequência com afastamento E + T
Gráfico 4: Taxa de Gravidade com afastamento E + T - GCAET – Empresa Alcoa Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A= Ano AC= Ano da certificação GCSAET= Gravidade com e sem afastamento empregados e terceiros
84
A Anglo América7 divulga os dados basicamente divididos pelas unidades dos
produtos níquel e nióbio. Até 2006 divulgava os dados da taxa de frequência com
afastamento de empregados, a taxa de frequência sem afastamento de empregados
e a taxa de frequência sem afastamento de terceiros. Em 2005, unificou algumas
taxas que não foram identificadas nos relatórios consultados.
Na Anglo América Catalão Níquel percebe-se que não existe uma tendência
clara sobre diminuições das taxas. Elas oscilaram e tiveram, em 2002, valor mais
baixo 0,2 taxa de frequência com afastamento dos empregados da unidade níquel
(GRÁF. 5).
Gráfico 5: Taxa Frequência com afastamento Empregados FCAE Empresa Anglo America Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A= Ano AC= Ano da certificação FCAE= Frequência com afastamento empregados
Como o balanço social da empresa não dá detalhes sobre a mudança de
metodologia, não é possível fazer qualquer análise comparativa.
Na empresa Anglo América Catalão Nióbio percebe-se que não existe uma
tendência clara sobre diminuições das taxas. Elas oscilaram e tiveram, em 2002, o
valor mais baixo 0,5 taxa de frequência com afastamento dos empregados 7 Os dados referentes à Anglo American Brasil compreendem os resultados das operações da Copebras e da Anglo American Brasil. Em 2005 e 2006, as operações estavam em período de consolidação.
85
unidade nióbio em 2000; (GRÁF. 6). Não é possível estabelecer comparações entre
as taxas antes e depois da certificação porque não se sabe se as diferenças são
significativas.
Gráfico 6: Taxa Frequência com afastamento empregado FCAE – Empresa Anglo America Fonte: Dados da pesquisa. Legenda: A= Ano AC= Ano da certificação FCAE= Frequência com afastamento empregados
Na Klabin, constata-se que existe uma tendência clara de diminuições das
taxas que oscilaram e que tiveram, em 2007, o valor mais baixo 4,51 taxa de
frequência com afastamento dos empregados e terceiros. Existe pouca base de
dados após o período de certificação em conformidade com a norma OHSAS que
ocorreu em 2006. A Klabin baixou as taxas antes e depois da certificação, porém só
apresenta dados de um período limitado, principalmente após a certificação (GRÁF.
7). O fato de não detalhar as unidades de onde foram compilados os dados dificulta
a análise comparativa.
86
Gráfico 7: Taxa de Frequência com afastamento de empregados mais terceiros (FCAET)
Empresa Klabin Fonte: Dados da pesquisa. Legenda: A=Ano AC=Ano da certificação FCAET = Frequência com afastamento empregados mais terceiros
Na Samarco percebe-se que existe uma tendência clara de diminuições das
taxas. Elas oscilaram e, durante 2005, tiveram o valor mais baixo 0,16 frequência
com e sem afastamento empregado e terceiros. As taxas da Samarco seguem uma
tendência clara de queda antes da certificação, o que pode ser um indício de que o
processo prévio da certificação é importante para se discutirem os temas
ocupacionais e contribuir para a diminuição das taxas de acidentes. Após a
certificação, as taxas não ultrapassaram o valor da taxa de frequência de 0,6
(GRÁF. 8), mantendo-se em patamares baixos, próximos de zero. Depois da
certificação, as taxas jamais alcançaram o recorde da série histórica (2,62, em
1996).
87
Gráfico 8: Taxa Frequência com e sem afastamento empregado e terceiros FCSAET - Empresa
Samarco Fonte: Dados da pesquisa. Legenda: A= Ano AC= Ano da certificação FCSAE= Frequência com e sem afastamento empregado e terceiros
Concluindo, a comparação das taxas de acidentes com e sem afastamento
demonstra que não existe uma uniformidade na forma de divulgação dos dados. O
registro dos acidentes de menor gravidade recebe pouca importância quando as
empresas divulgam suas taxas, pois somente a Alcoa divulgou sua taxa de
gravidade. Assim, não foi possível relacionar resultados nas taxas de acidentes
apenas com a existência da certificação OHSAS 18001. A ausência de dados sobre
as unidades pesquisadas de cada empresa e as mudanças na metodologia utilizada
pelas empresas dificultaram a realização do quarto objetivo da pesquisa. Por outro
lado, a constatação de pouco rigor na divulgação das taxas de acidentes nos
balanços sociais das empresas pesquisadas propiciaram a proposição de um
modelo de matriz de divulgação dos dados, detalhado nas considerações finais, a
seguir.
88
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na perspectiva de contribuir para maior compreensão das questões relativas à
SST, este trabalho buscou analisar a relação da certificação em conformidade com a
norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho em empresas que
possuem unidades no Brasil. Partiu-se da suposição de que as empresas certificadas
em conformidade com a norma OHSAS 18001 teriam maior probabilidade de
apresentar um número menor de taxas de acidentes, o que demonstraria sua adesão
a práticas de gestão de saúde e segurança eficazes e uma visão integrada sobre
Responsabilidade Social com o público interno.
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a relação da certificação em
conformidade com a norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho
em empresas que possuem unidades no Brasil. Após todo o percurso descrito,
pode-se considerar que não foi possível solucionar satisfatoriamente a relação entre
a certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001 e as taxas de acidentes
do trabalho. Poucas empresas publicaram seus dados antes e depois da certificação
e as que os divulgaram o fizeram de forma não uniforme, não demonstrando
claramente a que unidades correspondiam as taxas de acidentes.
Acredita-se que todos os objetivos específicos tenham sido devidamente
respondidos; alguns deles, no entanto, com limites. Em primeiro lugar, ficou claro
que o universo de empresas certificadas vem aumentando no Brasil, conforme
mapeamento feito, que apontou 687 unidades empresariais, sendo 478 grupos de
empresas (objetivo 1 desta pesquisa). Em segundo lugar, e após o mapeamento das
empresas, foi identificado que somente cinco grupos de empresas que representam
13 unidades empresariais certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001
disponibilizam, publicamente, dados sobre acidentes do trabalho, antes e depois da
certificação. Esse fato demonstra a baixa adesão à transparência das informações,
tópico importante dentro da temática responsabilidade social com o público interno,
especialmente se for considerada a dimensão ética do modelo de Schwartz e Carroll
(2003) (objetivo 2).
Posteriormente, procurou-se localizar e comparar a forma de divulgação das
taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados, antes e
depois da certificação (objetivo 3). Os resultados desses procedimentos
89
evidenciaram que, mesmo no universo das empresas certificadas em conformidade
com a norma OHSAS 18001, apenas uma minoria divulga suas taxas de acidentes
e, mesmo assim, sem uma uniformidade na organização dos dados. Dos cinco
grupos de empresas que divulgaram suas taxas de acidentes, constatou-se que
cada uma delas divulga os dados de forma diferenciada, todas divulgam a taxa de
frequência e somente a Alcoa divulga a taxa de gravidade. A falta de padronização
na forma de divulgação dos dados sobre acidentes de trabalho é um resultado
empírico da pesquisa.
Visando sanar essa lacuna e contribuir para a melhor forma de divulgação e
transparência na divulgação das taxas de acidentes, propõe-se uma matriz de
análise e divulgação dos dados para serem disponibilizados no balanço social das
empresas. A matriz representada pela Figura 33 apresenta dados condensados e
dados detalhados. Partindo da célula central, os dados condensados são indicados
à esquerda e os dados detalhados à direita. Os dados condensados indicam a taxa
de gravidade e a taxa de frequência com e sem afastamento conjuntamente,
englobando os empregados e terceiros. Os dados detalhados indicam a taxa de
gravidade e a taxa de frequência com e sem afastamento separadamente. Assim,
atende-se, de forma transparente, às expectativas de todas as partes interessadas
das empresas, tanto a interna, quanto as externas, principalmente aos investidores e
à sociedade civil, que poderão ter um instrumento para comparação, avaliação e
valorização das empresas. O modelo dá liberdade à empresa para divulgar os dados
que julgar pertinentes, simplesmente deixando em branco as células para as quais
não quiser apresentar dados. Julga-se importante e socialmente responsável que a
empresa divulgue todos os dados, tanto de empregados e terceiros separadamente
quanto conjuntamente, bem como as taxas de frequência e gravidade, pois assim
todas as partes interessadas poderão extrair as informações relevantes para suas
tomadas de decisões e avaliações.
A apresentação desta matriz constitui a principal contribuição desta pesquisa.
Sua construção só foi possível graças aos passos realizados durante a investigação.
Do ponto de vista acadêmico, trata-se de uma contribuição para a organização dos
dados e para o levantamento de dados futuros. Constitui uma matriz que pode ser
usada como instrumento metodológico para coleta de dados. Do ponto de vista
empresarial, a matriz pode ser utilizada não apenas para divulgação mas também
para uso interno, facilitando as comparações futuras e a melhoria da gestão
90
ocupacional, sendo mais transparente e de mais fácil visualização que o modelo
sugerido por Bensoussan (1988).
Figura 33: Matriz da forma sugerida para que as empresas divulguem os dados da taxa de frequência
e de gravidade Fonte: Elaborado pelo autor.
Além da divulgação das estatísticas globais da empresa propostas no modelo,
é de toda conveniência que sejam elaboradas estatísticas por setor de atividade, o
que impedirá que a baixa incidência de acidentes em áreas de menor risco venha a
influir nos resultados de qualquer das demais áreas. Faz-se necessário também
distinguir entre estatísticas globais de determinado setor produtivo e elaboradas por
agências governamentais, e estatísticas particulares para uma determinada
organização produtiva, produzida pela própria organização. Os indicadores deverão
ser publicados preferencialmente por unidade empresarial, conforme modelo no
APÊNDICE B, que descreve os indicadores (1-Taxa de frequência de acidentes com
afastamento, 2- Taxa de frequência de acidentes sem afastamento, 3-Taxa de
gravidade). Para cada um deles detalham-se a identidade do indicador, sua
definição, seu objetivo, seus parâmetros, a metodologia de medição, sua análise e
observações. Com isso, espera-se uma padronização que permita a comparação
entre as empresas.
Em quarto lugar, objetivou-se comparar as taxas de acidentes de trabalho das
91
empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação. Constatou-se
grande dificuldade em correlacionar as taxas de acidentes e a certificação em
conformidade com a norma OHSAS 18001. A comparação das taxas de acidentes
com e sem afastamento sugere que não existe uma uniformidade na forma de
divulgação dos dados e, em apenas algumas organizações, o registro dos acidentes
de menor gravidade recebe a devida importância (Alcoa foi a única empresa que
divulgou sua taxa de gravidade). Assim sendo, não foi possível relacionar resultados
nas taxas de acidentes apenas com a existência da certificação OHSAS 18001.
Diante disso podem-se levantar algumas hipóteses: Será que a certificação só
ocorre quando as taxas já estão baixas? Será que se omitem os dados das unidades
que não estão com boas taxas? Existem diferenças entre a divulgação das taxas
das unidades administrativas e a das unidades fabris?
O tema responsabilidade social empresarial, como enfatiza a literatura, vem
tomando cada vez mais espaço no mercado e no cotidiano das organizações, mas
sendo construído gradativamente. A pesquisa confirma o já apontado em outros
trabalhos: que a gestão participativa e transparente de uma empresa socialmente
responsável (dimensão ética do modelo Schwartz e Carroll de 2003) se encontra
muito distante do que as empresas realmente praticam. Não há dúvida de que é
importante garantir condições de trabalho, mas é fundamental rediscutir o que se
espera de uma empresa socialmente responsável nas questões relacionadas à
saúde e segurança do trabalho e, especialmente, à forma de divulgação de suas
taxas de acidentes.
Como demonstrado neste trabalho, qualquer acidente do trabalho acarreta
prejuízos econômicos para o acidentado, para a empresa e para a Nação. Para uma
boa gestão de SST numa organização e, consequentemente, para a redução dos
acidentes, é necessária uma sólida cultura de prevenção que propicie uma boa
compreensão sobre os fatores que determinam a ocorrência de acidentes e doenças
ocupacionais, assim como o conhecimento sobre as opções de controle efetivo dos
riscos existentes. É a cultura que determina e mantém a vontade política e as ações
adequadas de gestão de riscos. Nessa perspectiva, a SST é vista como um aspecto
integrado aos demais aspectos da organização da produção e da gestão dos
negócios da empresa, e não como algo isolado, à parte, secundário.
O modelo da OHSAS pode ajudar na redução de acidentes, desde que sua
implementação seja fundamentada em uma cultura de SST de elevado nível de
92
maturidade e que envolva e utilize, conjuntamente, as três dimensões da
responsabilidade social do modelo proposto por Schwartz e Carroll (2003). Caso
contrário, o resultado será apenas o aumento da burocracia com exigência de
documentos, relatórios e protocolos sem que se chegue a resultados objetivos para
redução de acidentes.
O modelo OHSAS 18001 deve ser complementado com a adoção de uma
abordagem comparativa das taxas de acidentes, utilizando-se como referência as
melhores práticas de gestão disponíveis para o setor econômico. Sem boas
referências, a chance de que a implementação seja bem sucedida se reduz
significativamente.
O sucesso da implementação também está relacionado à razão pela qual se
decidiu pela implementação da norma. Se a decisão for o resultado de um desejo
sincero em melhorar as condições de trabalho, as chances de sucesso aumentam.
Se for resultante de pressões externas e do mercado ou, simplesmente, como forma
de exibição de aspectos positivos da empresa, as chances de sucesso serão baixas
tendo em vista que a temática segurança deverá permear toda cultura
organizacional. Outra razão para o sucesso da implementação da norma está
atrelada às competências internas do pessoal encarregado da organização. Se não
houver a construção de competências adequadas para a implementação da norma
ou se essa implementação for muito dependente de consultoria externa, as chances
de que o sistema continue operando com sucesso se reduzem. A decisão para a
implantação da norma muito tem a ver com os conceitos da responsabilidade social,
especialmente sob a ótica do modelo de Schwartz e Carroll (2003).
A gestão e os programas de segurança e saúde do trabalhador são
concebidos e orientados normalmente para o atendimento à legislação (dimensão
exclusivamente legal do modelo de Schwartz e Carroll 2003) que dispõe sobre a
matéria. No entanto os programas de SST fundamentados nessa dimensão são, via
de regra, incompletos, porque privilegiam as situações de risco que se apresentam
em franco desacordo com a lei e que podem se transformar em objeto de
fiscalização por parte do Ministério do Trabalho e Emprego ou do Ministério Público
do Trabalho.
Outro aspecto negativo dos programas legalistas, que combinados com a
abordagem reducionista dos riscos do trabalho reforçam seu lado negativo, é o fato
de a fiscalização por parte do MTE, em razão do reduzido número de auditores, ser
93
ainda incipiente. Algumas lideranças acreditam que o cumprimento das notificações
do MTE não apenas restabelece a posição de conformidade da empresa em relação
aos instrumentos legais reguladores da segurança e saúde do trabalhador, mas
também os deixa numa condição de terem feito tudo o que era necessário fazer para
criar uma cultura sólida de prevenção.
Espera-se que a repetição periódica do estudo, somada a seu aprimoramento
pela inclusão de novos indicadores, venha a oferecer uma visão dinâmica das
atividades de segurança do trabalho nas empresas certificadas, permitindo a
inclusão de comparações históricas e análises de tendências. Além disso, pode ser
objeto de pesquisas futuras a comparação das taxas de acidentes das empresas
certificadas que divulgam seus dados com empresas não certificadas, ou em
processo de certificação.
Outra possibilidade de estudos futuros é o aprofundamento qualitativo, via
entrevistas com os cinco grupos de empresas, para entender a confiabilidade dos
dados e o porquê daquela forma de divulgação das taxas no balanço.
Outra sugestão para futuras pesquisas é fazer um estudo mais aprofundado
para se conhecerem as causas dos acidentes do trabalho que podem ter origens
ambientais, psicológicas, humanas e materiais, e deverão ser analisadas conforme
sua incidência, frequência e importância.
Também se pode estudar a subnotificação de acidentes nas organizações,
quando estas adotarem indicadores reativos para avaliar comparativamente suas
diferentes unidades. Os gerentes das unidades tendem a não registrar esses
acidentes, para não serem avaliados negativamente.
Outra fonte para estudos futuros seria a comparação das taxas de acidentes
entre os empregados próprios e os terceiros e os riscos advindos da terceirização e
da precarização das condições de trabalho. Além disso, outro tema que ganha corpo
é verificar se as empresas que atrelam a participação nos lucros e resultados ao
indicador diminuição das taxas de acidentes favorece ou não a subnotificação dos
dados que compõem as taxas.
Um último fator importante para estudos futuros seria acompanhar prováveis
mudanças nas taxas de acidentes, tendo em vista as modificações de ordem legal.
Isso porque, no primeiro trimestre de 2007, foi assinado o decreto 6.042/2007 que
regulamenta o Plano Simplificado de Inclusão Previdenciária, o Nexo Técnico
Epidemiológico (NTEP) e o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), esse último já
94
vigorando desde 2009. Com o FAP, as empresas serão monitoradas e receberão
uma classificação anual, feita de forma individualizada com base no indicador de
sinistralidade, calculado pela gravidade, frequência e custos com os acidentes de
trabalho. O FAP funcionará como o coeficiente de flexibilização do Seguro de
Acidentes do Trabalho (SAT).
Por fim, é fundamental lembrar que uma organização é uma instituição
composta de pessoas e, por isso, o sucesso e a efetividade de qualquer programa
depende da iniciativa dos gestores e da colaboração dos funcionários em todos os
níveis hierárquicos. A manutenção da higidez do ambiente de trabalho, de forma que
a atividade do funcionário não lhe acarrete, em curto, médio ou longo prazo, o
comprometimento de sua saúde ou integridade física é uma demonstração do
respeito e da valorização das pessoas. Não há mais espaço ao empresário que trata
seu trabalhador como algo descartável. De fato, investir na segurança do ambiente
laboral refletirá na diminuição de custos com indenizações, na qualidade do produto
e no compromisso da empresa com seu empregado.
Acredita-se que a matriz proposta para a divulgação das taxas de acidentes
visa à eficácia e melhoria contínua e progressiva do processo de gestão de SST e
que atende, conjuntamente, às três dimensões da responsabilidade social do
modelo proposto por Schwartz e Carroll (2003). Trata-se, sem dúvida, de um modelo
que pode aprimorar o desempenho da empresa e do país no que tange ao processo
de gestão, resguardando a competitividade das empresas no mercado, mas,
principalmente, assegurando e poupando a saúde e a vida de trabalhadores.
95
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APÊNDICE A - RELAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS CERTIFICADAS EM CONFORMIDADE COM A NORMA OHSAS 18001 APÓS MAPEAMENTO NOME DA ORGANIZAÇÃO MUNICÍPIO UF GRUPOS
3M do Brasil Ribeirão Preto SP 1
ABB Osasco SP 2
ABC Indústria e Comércio Uberlândia MG 3 Aché Laboratórios Farmacêuticos Guarulhos SP 4
AC Engenharia e Sistemas Rio de Janeiro RJ 5
Acindar do Brasil Jandira SP 6
Aços Villares Pindamonhangaba SP 7
Aços Villares Mogi das Cruzes SP 7
ADB Aços Relaminados São Paulo SP 8
AEL Engenharia Ltda. Belo Horizonte MG 9
AFL do Brasil Itajubá MG 10
AFL do Brasil São Paulo SP 10
Agco do Brasil Com. e Ind. Canoas RS 11
Agv Engneharia Araucária PR 12
Agfa Gevaert do Brasil Suzano SP 13
Agfa Gevaert do Brasil São Paulo SP 13
Ahlstrom Louveira Louveira SP 14
Aibel Óleo e Gás do Brasil Ltda Macaé RJ 15 Ajinomoto Biolatina Indústria e Comércio Pedemeiras SP 16 Ajinomoto Biolatina Indústria e Comércio Valparaíso SP 16 Ajinomoto Biolatina Indústria e Comércio Laranjal Paulista SP 16 Ajinomoto Interamericana Indústria e Comércio Limeira SP 16
Akzo Nobel São Bernardo do Campo SP 17
Akzo Nobel Itupeva SP 17
Alberto Pasqualini - Refap Canoas RS 18
Albras Alumínio Brasileiro Barcarena PA 19
Alcan Composites Brasil Camaçari BA 20
Alcan Embalagens do Brasil Mauá SP 20
Alcan Packaging do Brasil Diadema SP 20
Alcoa Alumínio Poços de Caldas MG 21
Alcoa Alumínio Sorocaba SP 21
Alcoa Alumínio S/A Juriti PA 21
Alcoa Alumínio S/A Tubarão SC 21
Alcoa Alumínio S/A São Paulo SP 21
Alcoa Alumínio S/A Utinga - Santo André SP 21
Alcoa Alumínio S/A Itapissuma PE 21
Alesat Combustíveis Natal RN 22
Alfaterm Indústria e Comércio Sant de parnaíba SP 23
Alstom Brasil Ltda Taubaté SP 24
Alstom Brasil São Francisco do Conde BA 24
Alstom Brasil - O & M Fortaleza Caucaia CE 24
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Alstom Brasil - O & M Piratininga São Paulo SP 24 Alliance One Brasil Exportadora de Tabacos Santa Cruz do Sul RS 25 Alliedsignal Automotive – TPS/HTT Guarulhos SP 26 Alunorte - Alumina do Norte do Brasil Barcarena PA 27
Amanco Brasil Joinville SC 28
Amboretto Bombas Ltda São Caetano do Sul SP 29
Am consulting Niterói RJ 30
Anglo American Brasil Goiânia GO 31
Anglo American Brasil São Paulo SP 31 Apoio de Macaé Comércio e Serviços Marítimos Macaé RJ 32
Aqua RPS João Monlevade MG 33
Areva Itajubá MG 34
Areva Canoas RS 34
Arkema Química Rio Claro SP 35
Armco do Brasil São Paulo SP 36
Atlantis da Amazonia Manaus AM 37
Atnas Engenharia Niterói RJ 38
Atotech do Brasil Taboa da Serra SP 39
Avon Industrial São Paulo SP 40 Arysta Lifescience do Brasil Indústria Química e Agropecuária Salto de Pirapora SP 41 Atotech do Brasil Galvanotécnica Taboão da Serra SP 42
Bahia Sul Celulose Mucuri BA 43
Bardella Indústrias Mecânicas Guarulhos SP 44
Baxter Hospitalar São Paulo SP 45
Baxter Hospitalar Itapevi SP 45 Bayer Cropscience Bayer - Divisão Bayer Materialscience Belford Roxo RJ 46
BBM Serviços e Transportes Curitiba PR 47 Belgo Mineira - Itaúna Siderúrgica Itaúna MG 48
Belgo Siderurgia Juiz de Fora MG 48 Belgo Mineira - Usina de Monlevade João Monlevade MG 48
Belgo Mineira Sabará MG 48
Belgo Mineira Piracicaba SP 48
Belgo Mineira São Paulo SP
Bic Amazonia Manaus AM 49
Blasting Pintura Macaé RJ 50
BMB - Bekaert Artef. Arames Vespasiano MG 51
BMP Siderúrgica Piracicaba SP 52 BMP Siderurgia - Usina Grande Vitória Cariacica ES 52 BSH Continental Eletrodomésticos Hortolândia SP 53 BSH Continental Eletrodomésticos São Paulo SP 53
BSM Engenharia Macaé RJ 54 Blum do Brasil Ind. e Com. de Ferragens Embú SP 55
Brasal Refrigerantes Brasília DF 56
Brasfond Fundações São Paulo SP 57
110
Brasil Supply Rio de Janeiro RJ 58
Brasken Camaçari BA 59
Brasken Poliolefinas Camaçari BA 59
Briggestone Firestone Santo André SP 60
Btu Condicionadores de Ar Paulínea SP 61
Bueno Engenharia Curitiba PR 62 Bunge Alimentos - Campo Grande Campo Grande MS 63 Bunge Alimentos - Unidade Bauru Bauru SP 63 Bunge Alimentos Moinho Ponta Grossa Ponta Grossa PR 63
Cadam AS Monte Dourado PA 64
Calorisol Engenharia São Paulo SP 65 Camargo Corrêa Equipamentos e Sistema Curitiba PR 66
Caramuru Alimentos Santos SP 67
Caramuru Alimentos Itumbiara GO 67
Carbocloro Indústrias Químicas Cubatão SP 68
Carbone Savoie Brasil Candeias BA 69
Cargill Agrícola Guarujá SP 70 Cargoquimica Mercantil Rodoviário Jundiaí SP 71 Carioca Christiani- Nielsen Engenharia Brasília DF 72 Carioca Christiani- Nielsen Engenharia São Paulo SP 72 Carioca Christiani - Nielsen Engenharia Rio de Janeiro RJ 72
CBC Indústrias Pesadas Jundiaí SP 73 CCPU - Controle de Pragas e Tratamento Fitossanitário Santos SP 74 CCPU - Controle de Pragas e Tratamento Fitossanitário Indianópolis SP 74 CCPU - Controle de Pragas e Tratamento Fitossanitário Cordeirópolis SP 74
Cebrace - Cristal Plano Ltda Jacareí SP 75 Cebrace - Cristal Plano – Caçapava Caçapava SP 75
Celestica Hortolândia SP 76 Cemig Geração e Transmissão S/A - GA/UT Igarapé Belo Horizonte MG 77 Cemig Geração e Transmissão S/A - GA/OE - UHE Jaguará Belo Horizonte MG 77 Cemig Geração e Transmissão S/A - UHE Três Marias Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais-Cemig Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais-Centro de Apoio Prod. (CAP) e Coord. Admin. (CAD) Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/OE - Volta Grande Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/S Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/SM Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/LE - UHE Salto Grande Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig Uh Camargos Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig Uh Itutinga Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/TA UHE Emborcação Belo Horizonte MG 77
111
Cia Energética de Minas Gerais - MS/QL - Gerência de Qualid. de Material e de Fornecedores Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig -Do/Mc Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig (AT/TA) Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig (Uhe - São Simão) Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig Uh Novaponte Belo Horizonte MG 77
Cegelec São Paulo SP 78
Cemon Engenharia Salvador BA 79 Centrais Elétricas Cachoeira Dourada Cachoeira Dourada GO 80 Centro de Retificação de Cilindros do Sul São Francisco do Sul SC 81
Cervejaria Kaiser Brasil Jacareí SP 82 Cetrel - Empresa de Proteção Ambiental Camaçari BA 83 Chem-Trend Indústria e Comércio de Produtos Químicos Valinhos SP 84
Chevron Brasil Duque de Caxias RJ 85 Cia. Auxiliar de Armazéns Gerais - Copersucar Santos SP 86 Cia. Brasileira de Amarras "Brasilamarras" Niterói RJ 87 Cia Brasileira de Metalurgia e Mineração - CBMM Araxá MG 88
Cia do Cimento Itambé Balsa Nova PR 89
Cia. Iguaçu de Café Solúvel Cornélio Procópio PR 90 Cia Refinadora da Amazônia - CRA Agropalma e demais Empresas do Completo Agroindustrial Belém PA 91 Cia. Siderúrgica Paulista - Cosipa Cubatão SP 92 Cia Auxiliar de Armazéns Gerais - Copersucar Santos SP 93
Cia Iguaçu de Café Solúvel Balsa Nova PR 94
CIE Autometal S/A São B. do Campo SP 95
Citrovita Agroindustrial Ltda Santos SP 96
Cimento Rio Branco Cubatão SP 97
Cimento Rio Branco Curitiba PR 97
Cimento Rio Branco Volta Redonda RJ 97
Cle Brasil São Francisco do Sul SC 98 CMI Brasil Serviços de Manutenção de Equipamentos Industriais São Francisco do Sul SC 99
Codemin São Paulo SP 100 Coelce - Companhia Energética do Ceará Fortaleza CE 101
COIMPA Industrial Ltda Manaus AM 102
COIMPA Industrial Ltda Guarulhos SP 102
Columbian Chemicals Brasil Cubatão SP 103
Comercial Automotiva Campinas SP 104 Comércio e Indústrias Brasileiras Coimbra Santos SP 105
Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração - Cbmm Araxá MG 106
Companhia Mineira de Metais Morro Agudo MG 107
Companhia Niquel Tocantins São Paulo SP 108
112
Companhia Paulista de Força e Luz
Campinas paulista piratininga geração RGE SP 109
Conenge - SC Construções e São José SC 110 Conduto - Cia. Nacional de Dutos Duque de Caxias RJ 111 Consórcio de Alumínio do Maranhão Consórcio Alumar São Luís MA 112
Consórcio ULTRATEC / EBE Canoas RS 113 Construcap CCPS Engenharia e Comércio São Paulo SP 114 Construções e Comércio Camargo Corrêa São Paulo SP 115 Construtora Andrade Gutierrez S/A - SP São Paulo SP 116
Construtora Elos Engenharia Salvador BA 117
Construtora Movimento Camaçari BA 118 Construtora Norberto Odebrecht São Paulo SP 119
Contep Engenharia Ltda João Monlevade MG 120
Contratec Engenharia Ltda Porto Alegre RS 121
Converplast Embalagens Ltda Guarulhos SP 122
Cookson Eletronics Brasil São B. do Campo SP 123 Cooperativa de Trabalho de Navegação Marítima Ltda Rio Bonito RJ 124
COPEBRAS Ltda Ouvidor GO 125
COPEBRAS Ltda Catalão GO 125
COPEBRAS Ltda Cubatão SP 125 Copenor - Companhia Petroq. do Norte Camaçari BA 126 COPESUL - Companhia Petroquímica do Sul Triunfo RS 127
Cotesa Engenharia Ltda São José SC 128
Cosan Operadora Portuária Santos SP 129
Croda do Brasil Ltda Campinas - Dist.Ind. SP 130
CROWN Embalagens Aracajú SE 131
CROWN Embalagens Cabreúva SP 131
CROWN Embalagens Venâncio Aires RS 131
CROWN Embalagens Manaus AM 131 CST - Cia. Siderúrgica de Tubarão Serra ES 132 CTE - Centro de Tecnologia Empresarial São Paulo SP 133
D D Williamson do Brasil Manaus AM 134
DAD Engenharia e Serviços Cubatão SP 135
DaimlerChrysler do Brasil Juiz de Fora MG 136
DaimlerChrysler do Brasil São Bernardo do Campo SP 136
DaimlerChrysler do Brasil Campinas SP 136
Danisco Brasil Pirapozinho SP 137 Delphi Automotive Systems do Brasil Porto Alegre RS 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Piracicaba SP 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Jaguariuna SP 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Paraisópolis MG 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Itabirito MG 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Espírito Santo do Pinhal SP 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Jambeiro SP 138
113
Delphi Automotive Systems do Brasil São José dos Pinhais PR 138
Delphi Diesel Systems do Brasil Cotia SP 138
Deten Química S/A Camaçari BA 139 Detronic Desmontes e Terraplanagem S/A Belo Horizonte MG 140
Diagnósticos da América S/A Barueri SP 141
Diagnósticos da América S/A Brasília DF 141
Diagnósticos da América Curitiba PR 141
Diagnósticos da América S/A Duque de Caxias RJ 141
Diagnósticos da América S/A Guarulhos SP 141
Diagnósticos da América S/A Niterói RJ 141
Diagnósticos da América S/A Osasco SP 141
Diagnósticos da América S/A Rio de Janeiro RJ 141
Diagnósticos da América S/A Salvador BA 141
Diagnósticos da América S/A Santo André SP 141
Diagnósticos da América S/A São B. do Campo SP 141
Diagnósticos da América S/A São Caetano SP 141
Diagnósticos da América S/A São Paulo SP 141
Diagnósticos da América S/A Taboão da Serra SP 141
Diagnósticos da América S/A Teresópolis RJ 141
DSND Consub (Siem Consub) Niterói RJ 142 Eagleburgmann do Brasil Vedações Industriais Ltda Campinas SP 143 EAN Brasil - Associação Brasileira de Automação São Paulo SP 144
Eaton – Divisão Transmissões Valinhos SP 145 Edcontrol Sistema de Instrumentação Industrial Macaé RJ 146
Eka Bahia Eunápolis BA 147
Eka Chemicals do Brasil Jundiaí SP 147 Electrom Reparos e Assistência Téc. Trombetas Porto Trombetas PA 148
Eletromecanica DYNA Guarulhos SP 149
Elektro - Eletricidade e Serviço Mogi Mirim SP 150
Elfe Solução em Serviços Ltda Macaé RJ 151 Elkem Participações Indústria e Comércio Serra ES 152
Embrac Empr. Bras. de Cargas Sumaré SP 153 Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. Botucatu SP 154 Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica São José dos Campos SP 154 Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica Gavião Peixoto SP 154
Emerson Process Management Sorocaba SP 155
Emerson Process Management Macaé RJ 155 Empresa Brasileira de Compressores Joinville SC 156
Empresa Bras. de Solda Eletr Rio de Janeiro RJ 157 Emterpel - Empr. de Terraplanagem Cach. do Campo MG 158
Engecampo Engenharia Ltda Porto Alegre RS 159 Engeman Manutenção de Equipamentos Com. E Ind. Ltda Recife PE 160
Engepetrol Ltda Mossoró RN 161
Engineering S/A Serv. Técnicos Rio de Janeiro RJ 162
Enserv - Engenharia e Serviços Araucária PR 163
114
Engevix Engenharia Barueri SP 164 Envision Indústria de Produtos Eletrônicos Manaus AM 165 EPE - Empresa Produtora de Energia Cuiabá MT 166
ERM Brasil Ltda São Paulo SP 167
ERM Brasil Ltda Santana do Parnaíba SP 167
ERM Brasil Ltda Rio de Janeiro RJ 167
ERM Brasil Ltda Salvador BA 167
ERM Brasil Ltda Porto Alegre RS 167
Esbra Environmental Solutions São Paulo SP 168
Estrutural Serviços Industriais Porto Alegre RS 169 Essilor da Amazônia Indústria e Comércio Manaus AM 170
Eternit Anápolis GO 171
Eternit Colombo PR 171
Eternit Goiânia GO 171
Eternit Rio de Janeiro RJ 171
Eternit Simões Filho BA 171 Fábrica Carioca de Catalisadores Santa Cruz RJ 172
Faurecia Automotive do Brasil Quatro Barras PR 173 Faurecia Automotive do Brasil - ASPG Mercusol Porto real RJ 173
Federal-Mogul do Brasil Araras SP 174 Federal-Mogul Electrical do Brasil Diadema SP 174
Ferral Equipamentos Industriais Duque de Caxias RJ 175 Fertilizantes Fosfatados - Fosfértil Araucária PR 176
Festo Automação São Paulo SP 177
Fiamm Latin America Componentes Automobilisticos São Bernardo do Campo SP 178
FIC Distribuidora de Derivados Paulínia SP 179
Fidens Engenharia Belo Horizonte MG 180
Fidens Engenharia Salto de Pirapora SP 180
Fidens Engenharia Oriximiná PA 180
Flexibras Tubos Flexíveis Ltda Vitória ES 181
Flexsys - Indústria e Comércio São José dos Campos SP 182
Flextronics Manaus Manaus AM 183
Fluke Engenharia Macaé RJ 184
Fluke Engenharia Rio de Janeiro RJ 184
FMC Technologies do Brasil Rio de Janeiro RJ 185
Fosfertil Araucária PR 186 Fugro Marsat Serviços Submarinos Macaé RJ 187
Gasocidente do Mato Grosso Cuiabá MT 188
Gemacom Com. e Serviços Juiz de Fora MG 189 Gemalto do Brasil Cartões e Terminais Ltda Pinhais PR 190
GDK Salvador BA 191 Gennari & Peartree Projetos e Sistemas São Paulo SP 192 Genese3000 Integração e Automação Ind. Com. e Serv. Rio de Janeiro RJ 193 Geoplan Assessoria, Planejam. E Perfurações Ltda Rio de Janeiro RJ 194 GEOSOL - Geologia e Sondagens Belo Horizonte MG 195
115
Gertec Engenharia Ltda Salvador BA 196
GKN do Brasil Porto Alegre RS 197
GR Porto de Trombetas PA 198
Granel Química Santos SP 199 GRSA - Grupo de Soluções em Alimentação Porto Trombetas PA 200 Grupo Alexandre Biagi - Uberlândia Refrescos Ltda Uberlândia MG 201 Grupo Andina - Rio de janeiro Refrescos. Unidade RJ Jacarepaguá RJ 202 Grupo CIAL - Cia. Alagoana de Refrigerantes Maceió AL 203
Grupo CVI - CVI Refrigerantes Santa Maria RS 204 Grupo FEMSA - SPAL Indústria Brasileira de Bebidas S/A Campo Grande MS 205 Grupo Guararapes - Refrescos Guararapes Ltda Jaboat. Guararapes PE 206 Grupo Spaipa S/A Indústria Brasileira de Bebidas Curitiba PR 207
Halliburton Serviços Ltda Macaé RJ 208
Harpex Artefatos de Madeira Rio Claro SP 209 Help Services Serviços de Apoio e Manutenção Ltda Rio de Janeiro RJ 210 Help Services Serviços de Apoio e Manutenção Macaé RJ 210
Henkel Jacareí SP 211
Henkel Diadema SP 211
Henkel Itapevi SP 211
Herjack Engenharia e Serviços São Paulo SP 212
Hexion Química Ind. e Com. Paulínia SP 213
Hexion Química Ind. e Com. Cotia SP 213
Hexion Química Ind. e Com. Curitiba PR 213
Hochtief do Brasil S/A São Paulo SP 214
Hydro alumínio Acro S/A Itú SP 215
Iberdrola Energia do Brasil Ltda Ipojuca PE 216
Ideal Standard Wabco Trane Sumaré SP 217 IFC - Internacional Food Company - Ind. de Alimentos Itupeva SP 218
Iesa Óleo & Gás Rio de Janeiro RJ 219
Iharabras Indústrias Químicas Sorocaba SP 220
Iguaçumec Eletromecânica Cornélio Procópio PR 221
Imanam - Indústria de Manuais Manaus AM 222 Imerys do Brasil Com. Extr. Miner. Mogi das Cruzes SP 223
Inapel Embalagens Guarulhos SP 224
Independência Alimentos Nova Andralina MS 225
Independência Alimentos Sant. de Parnaíba SP 225
Indústria Aeronáutica Neiva Botucatu SP 226 Indústrias Químicas Taubaté S/A – IQT Taubaté SP 227
Innova Triunfo RS 228
In- Shore Mergulho Profissional Rio Grande RS 229
Intertek do Brasil Inspeções Santos SP 230
JBR Engenharia Ltda Recife PE 231 Jost Brasil Sistemas Automotivos Caxias do Sul RS 232
JP Manutenção Industrial São Paulo SP 233
JPPA Gerenc. e Projetos S/S L Porto Alegre RS 234
Kannenberg & Cia Santa Cruz do Sul RS 235
116
KBH & C - Kannenberg, Barker, Hail & Cotton Tabacos Vera Cruz RS 236
Kemira Chemicals Brasil Telêmaco Borba PR 237
Keppel Fels Brasil S/A Rio de Janeiro RJ 238
Klabin Telêmaco Borba PR 239
Klabin São Paulo SP 239
Klabin Otacílio Costa SC 239 Klüber Lubrication Lubrificantes Especiais & Cia. Barueri SP 240
Kraton Polymers do Brasil Paulínia SP 241
KS Pistões Nova Odessa SP 242
Kurita do Brasil São Paulo SP 243 Label Press Ind.e Com.da Amazônia Manaus AM 244
Laboratório Atalaia Aparec. de Goiânia GO 245
Laboratórios Pfizer Jandira SP 246
Laboratórios Pfizer Guarulhos SP 246
Laboratórios Wyeth - Whitehall Itapevi SP 247
LG Philips Displays Brasil Manaus AM 248
LG Eletronics de São Paulo Taubaté SP 248
Líder Signature S/A São Paulo SP 249
Líder Taxi Aéreo Air Brasil Belo Horizonte MG 250
Líder Taxi Aéreo S/A Air Brasil Macaé RJ 250
Light Energia Rio de Janeiro RJ 251 LP Empreendimentos Constr. E Manutenção Ltda Rio de Janeiro RJ 252
M&G Fibras e Resinas Ltda Poços de Caldas MG 253
M&G Fibras e Resinas Ltda Cabo de Santo Agostinho PE 253
Madal Palfinger S/A Caxias do Sul RS 254
Magal Indústria e Comércio Monte Mor SP 255 Mahle Componentes de Motores do Brasil Ltda Itajubá MG 256
Mahle Metal Leve S/A São B. do Campo SP 257
Mahle Metal Leve S/A Mogi Guaçu SP 257
Mahle Metal Leve S/A Itajubá MG 257
Malteria do Vale Taubaté SP 258
Manchester Serviços Ltda Macaé RJ 259
Manchester Serviços Ltda Brasília DF 259
Manchester Serviços Ltda Rio de Janeiro RJ 259
Manchester Serviços Ltda Serra ES 259
Mangels Ind. e Comércio Ltda. São B. do Campo SP 260 Manserv Montagem Manutenção São Caetano do Sul SP 261
Marcopolo Caxias do Sul RS 262
Masa da Amazônia Ltda Manaus AM 263
Masisa do Brasil Ponta Grossa PR 264
Masisa Madeiras Rio Negrinho SC 265
Master Sistemas Automotivos Caxias do Sul RS 266
Maxion Sistemas Automotivos Cruzeiro SP 267
Mclane do Brasil Ltda Barueri SP 268
Meadwestvaco Calmar Brasil São Paulo SP 269 Mecanorte Construções e Empreeendimentos Ltda Belo Horizonte MG 270 Mendes Júnior Trading e Engenharia Belo Horizonte MG 271
Metalúrgica Albras Embú SP 272
Método Engenharia São Paulo SP 273
117
M-I Swaco do Brasil Comércio, Serviços e Mineração Ltda Rio de Janeiro RJ 274 Micro Química Indústria e Comércio Diadema SP 275
Milenia Agro Ciências Taquari RS 276
Milenia Agro Ciências Londrina PR 276 Milennium Inorganic Chemicals Mineração Ltda Mataraca PB 277 Mills do Brasil Estruturas e Serviços Barueri SP 278 Mineração Corumbaense Reunida Corumbá MS 279
Mineração Rio do Norte Oriximiná PA 280 Minerações Brasileiras Reunidas Nova Lima MG 281
MIP Engenharia Belo Horizonte MG 282
Mitutoyo Sul Americana Ltda Suzano SP 283 Moinho Pacífico Indústria e Comércio – STPS Santos SP 284 Monsanto do Brasil Ltda./ Flexsys Ind. e Comércio Ltda/ Solutia Brasil Ltda São José dos Campos SP 285 Monsanto do Brasil – Divisão de Sementes Uberlândia MG 285
Monsanto NE Camaçari BA 285
Montcalm Montagens Ind. S/A São Paulo SP 286
Montril Montagens Industriais Catu BA 287 Morais de Castro Comércio e Importação Salvador BA 288
Moura Dubeux Engenharia Recife PE 289 Multibrás Eletrodomésticos - CAM São Paulo SP 290
Multiserv Ltda Serra ES 291
Multiserv Ltda Cubatão SP 291
MWM Motores Diesel São Paulo SP 292
M&G Fibras e Resinas Cabo de Santo Agostinho PE 293 M-I Drilling Fluids do Brasil - Swaco Rio de Janeiro RJ 294
Nalco de Colombia Ltda Suzano SP 295
Navegação Aliança Ltda Porto Alegre RS 296
Navegação Guarita S/A Porto Alegre RS 297
Nemak Alumínio do Brasil Betim MG 298 Neumayer Tekfor Automotive Brasil Jundiaí SP 299 Nikkey Controle de Pragas e Serviços Técnicos Ltda São Paulo SP 300
Niplan Engenharia São Paulo SP 301
Nippon Serviços Camaçari BA 302
NM Engenharia e Anticorrosão São Paulo SP 303
NM Serviços Brasil Ltda Vitória ES 303
Nokia do Brasil Tecnologia Manaus AM 304 Nordeste Segurança e Transporte de Valores Bahia Salvador BA 305
Novartis Biociência Taboão da Serra SP 306
Novelis do Brasil Ltda Candeias BA 307
Novelis do Brasil Ltda Ouro Preto MG 307
Novelis do Brasil Pindamonhangaba SP 307
Novelis do Brasil Santo André SP 307
Núcleo Eng. Consultiva Ltda São Paulo SP 308
Ormec Engenharia São Francisco do Sul SC 309
Owens Corning Fiberglas A.S. Rio Claro SP 310
118
Pará Pigmentos S/A - PPSA Barcarena PA 311
Parente Andrade Ltda Manaus AM 312
Perdigão Agroindustrial S/A Marau RS 313
Perdigão Agroindustrial S/A Serafina Corrêa RS 313 Pernod Ricard Brasil Indústria e Comércio Cabo de Santo Agostinho PE 314
Peróxidos do Brasil Ltda Curitiba PR 315
Petrobras AB - CR / SMS Rio de Janeiro RJ 316
Petrobrás Distribuidora Rio de Janeiro RJ 316 Petrobras Distribuidora - BR Gerência Industrial Duque de Caxias RJ 316 Petrobras Distribuidora - Gerência de Aeroporto – GASP Guarulhos SP 316
Petrobras Distribuidora - Tejaí Itajaí SC 316 Petrobras / Engenharia / ieabast / Ierg Betim MG 316
Petrobras E&P Operacional Macaé RJ 316 Petrobras Transporte - Transpetro Rio de Janeiro RJ 316
Petrobras - S/Aun-Es Vitória ES 316
Petrobras/Regap Betim MG 316
Petroflex Duque de Caxias RJ 316 Petroflex Ind. e Com. - Fábrica de Triunfo Triunfo RS 316 Petroflex Ind. e Com. - Planta do Cabo de Santo Agostinho Cabo de Santo Agostinho PE 316
Petróleo Brasileiro Macaé RJ 316
Petróleo Brasileiro Salvador BA 316
Petróleo Brasileiro Campinas SP 316 Petróleo Brasileiro - Engenharia/Ieabast/Ierb Cubatão SP 316 Petróleo Brasileiro - Engenharia/Ieabast/Ierl São Francisco do Conde BA 316
Petróleo Brasileiro - Petrobras Canoas RS 316
Petróleo Brasileiro - Petrobras Duque de Caxias RJ 316 Petróleo Brasileiro Engenharia/Ieabast/Iere Rio de Janeiro RJ 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras Engenharia - Implementação de Empreendimentos para o CENPES - IECP Rio de Janeiro RJ 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras - Refinaria Landulpho Alves de Mataripe (RLAM) São Francisco do Conde BA 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras - Serviços Compartilhados Rio de Janeiro RJ 316 Petroléo Brasileiro - Petrobras Fafen Camaçari BA 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras Lubnor Fortaleza CE 316 Petróleo Brasileiro - Petrobrás UN-RNCE Natal RN 316 Petróleo Brasileiro - Petrobrás (UN-SEAL/SMS) Aracaju SE 316 Petróleo Brasileiro - Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia do Solimões - UN-BSOL Manaus AM 316 Petróleo Brasileiro - Unidade Reman Manaus AM 316 Petroquímica União /Polibutenos Santo André SP 317
Petroserv Macaé RJ 318
Petrosynergy Maceió AL 319
Phelps Dodge Brasil Ltda Poços de Caldas MG 320
119
Philips da Amazônia Indústria Eletrônica - PHAM Manaus AM 321 Philips do Brasil – Divisão Walita Varginha MG 321
Philips Eletrônica do Nordeste Recife PE 321 Placas do Paraná S/A - Unidade Jaguariaíva Jaguariaíva PR 322
Plástico Mauá Santo André SP 323 Policlínica Serviços Médicos de Macaé Macaé RJ 324
Polietilenos União S/A Santo André SP 325
Politeno Indústria e Comercio Camaçari BA 326 Polystar Indústria e Comércio de Produtos Sint. Simões Filho BA 327
Polystar Indústria e Comércio Mooca SP 327
Polystar Produtos Sintéticos Simões Filho BA 327
Premium Tabacos do Brasil Santa Cruz do Sul RS 328
Prentiss Química Ltda Curitiba PR 329
Prentiss Química Ltda Campo Largo PR 329
Prince Bike Norte Ltda Manaus AM 330
Procosa Produtos de Beleza Rio de Janeiro RJ 331 Produman Engenharia Manut. E Montagem Ltda Dias D'Avila BA 332
Projectus Consultoria Ltda São Paulo SP 333 Projemar Estudos e Projetos de Engenharia Rio de Janeiro RJ 334
Promon Engenharia São Paulo SP 335
Promosub Engenharia Ltda Macaé RJ 336
Provider Ltda Recife PE 337
Provider Tecnologia de Sist. São Paulo SP 338 Puras do Brasil Sociedade Anônima Porto Alegre RS 339
Q&B Serviços Macaé RJ 340 Qualidados Consultoria e Sistemas Salvador BA 341
Racional Engenharia São Paulo SP 342
RD Engenharia e Comércio Manaus AM 343 Recofarma Indústria do Amazonas Manaus AM 344
Refrescos Guararapes Jaboatão dos Guararapes PE 345
Refrigerantes Minas Gerais Belo Horizonte MG 346 Rexam Beverage Can South America Rio de Janeiro RJ 347 Rexam Beverage Can South America Brasília Gama DF 347 Rexam Beverage Can South America Viamão RS 347 Rexam Beverage Can South America Cabo de Santo Agostinho PE 347
Rexam do Brasil Extrema MG 347
RFS Brasil Telecomunicações Embú SP 348
RGE - Rio Grande Energia S/A Porto Alegre RS 349
Rhodiaco Indústrias Químicas Paulínia SP 350 Rigesa, Celulose, Papel e Embalagens Três Barras SC 351
Rigesa da Amazônia S/A Manaus AM 351
Rio Negro Com. e Ind. de Aço Guarulhos SP 352
Rio Paracatu Mineração S/A Paracatu MG 353
Rip Serviços Industriais Indaiatuba SP 354
Ripasa Celulose e Papel Americana SP 355
120
Robert Bosch São Paulo SP 356
Robert Bosch Campinas SP 356
Robert Bosch Simões Filho BA 356 S/A Usina Coruripe Açúcar e Álcool (ITURAMA) - MG Iturama MG 357 Sabesp - Cia de Saneamento Básico do Estado de SP / Diretoria Sistemas Regionais São Paulo SP 358 Sabic Innovative Plastics South America Ind.e Com. De Plásticos Ltda Campinas SP 359
Sachs Automotive Brasil Araraquara SP 360
Sadia Chapecó SC 361 SAE Towers Brasil Torres de Transmissão Ltda Betim MG 362
Saint Gobain Abreu e Lima PE 363
Saint Gobain Betim MG 363
Saint Gobain Gravataí RS 363
Saint Gobain Jandira SP 363
Saint Gobain Santa Luzia MG 363
Saint Gobain São J. dos Pinhais PR 363
Saint Gobain Brasilit Ltda Jacareí SP 363
Saint Gobain Vidros Santo Amaro SP 363
Saint Gobain Canalização Ltda Itaúna MG 363
Saint Gobain Mat. Cerâmicos Barbacena MG 363
Saint Gobain Vidros S/A Campo Bom RS 363
Samarco Mineração Anchieta ES 364
Samarco Mineração Mariana MG 364 Sampling Planejamento e Assessoria de Segurança Indústria Macaé RJ 365 Samsung Eletrônica da Amazônia Manaus AM 366 Sandvik Minig and Construction do Brasil S/A São Paulo SP 367
Sanken Metais Ltda Mairiporã SP 368 Sanko - SiderCom., Import e Export, de Prod. Siderúrgicos 369 Sanmina - SCI do Brasil Integration Hortolândia SP 370
Santa Bárbara Engenharia S/A Belo Horizonte MG 371
Santista Têxtil Brasil Paulista PE 372
Santista Têxtil Brasil N. S. Socorro SE 372 Santmac Manutenções Técnicas Macaé RJ 373 Santos Inspection, Serviços Fitossanitários Santos SP 374 Sarpi Sistemas Ambient. Com. Veolia Serv. Amb. - Unid. OSI São Francisco do Sul SC 375
Scania Latin America São Bernardo do Campo SP 376
Schlumberger + Heilig do Brasil Atibaia SP 377 Schlumberger Serviços de Petróleo Macaé RJ 377
Schott Brasil Itupeva SP 378
Setal Óleo e Gás S/A São Paulo SP 379 Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas Santa Cruz RJ 380
Siderúrgica Barra Mansa Centro SP 381
Siderúrgica Barra Mansa Vila Prudente SP 381
Siderúrgica Barra Mansa S/A Barra Mansa RJ 381
Siegwerk Brasil Ind. de Tintas Londrina PR 382
121
Siim Tecnologia Ltda Belo Horizonte MG 383
Sika Osasco SP 384
Sistac Sistema de Acesso Itaboraí RJ 385 Skill Auditores, Contadores, Consultores - Grupo Skill São Paulo SP 386 Slila Indústria Comércio e Serviços de Auto Peças Piracicaba SP 387
SMT - Serv. Marít. E Terrestres Vitória ES 388 SPAL Ind. Brás. De Bebidas (Grupo Coca-Cola Femsa) Jundiaí SP 389
Sparrows BSM Engenharia Macaé RJ 390 SPEC Planejamento, Engenharia, Consultoria Belo Horizonte MG 391
Springer Carrier Canoas RS 392
Sociedade Fogas Ltda Manaus AM 393
SOGEFI Filtration do Brasil São Bernardo do Campo SP 394
Solutia Brasil São José dos Campos SP 395
Sorocaba Refrescos Ltda Sorocaba SP 396
Souza Cruz Rio de Janeiro RJ 397 Souza Cruz Trade Marketing & Distribuição Rio de Janeiro RJ 397 Spec Planejamento, Engenharia, Consultoria Ltda Belo Horizonte MG 398
Springer Carrier Ltda Canoas RS 399
SPS-SetPoint Sistemas de Belo Horizonte MG 400
SPS-SetPoint Sistemas de Duque de Caxias RJ 400
Stolt Offshore Macaé RJ 401
Stolthaven Santos Santos SP 402
Stora Enso Arapoti Ind. Papel Arapoti PR 403
Subsea 7 do Brasil Serviços Niterói RJ 404
Sulmeta Construções Ltda Nova Bassano RS 405
Sulzer Brasil S/A Jundiaí SP 406
Superstamp Estamparia Indl Araucária PR 407 Suspensys Sistemas Automotivos Caxias do Sul RS 408 Suzano Bahia Sul Papel e Celulose SA Suzano SP 409
Suzano Papel e Celulose S/A Mucuri BA 409
Suzano Papel e Celulose S/A Suzano SP 409
Suzano Petroquimica São Paulo SP 410
Tafisa Brasil S/A Piên PR 411
Tamarana Metais Ltda Tamarana PR 412
Tass Engenharia Macaé RJ 413
Teaçu Armazéns Gerais Santos SP 414 Teag - Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá Santos SP 415
Techint São Paulo SP 416
Tecnosonda Salvador BA 417 Tecnum & Corporate Empreendimentos Imobiliários São Paulo SP 418 Tedia Brazil Produtos para Laboratórios Rio de Janeiro RJ 419
Teksid Alumínio do Brasil Betim MG 420
Teksid do Brasil Betim MG 420 Tenace Engenharia e Consultoria Ltda Salvador BA 421
Terminal XXXIX de Santos Santos SP 422
Terminais Portuários Paraná PR 423
Termorio Duque De Caxias RJ 424
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Thorga Engenharia Industrial Canoas RS 425 ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo Campo Limpo Paulista SP 426 ThyssenKrupp Metalúrgica Santa Luzia S/A Santa Luzia MG 426
ThyssenKrupp Presta Brasil São J. dos Pinhais PR 426 Tibério Construções e Incorporações São Paulo SP 427
TNT Express Brasil Ltda São Paulo SP 428
TPI - Molplastic São Paulo SP 429
TQM Service Consult. e Manut. Rio de Janeiro RJ 430
Transkompa Várzea Paulista SP 431 Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia - Brasil Rio de Janeiro RJ 432 TRIBEL - Tratamento de Resíduos Industriais de Belford Roxo Belford Roxo RJ 433 TRW Automotive Ltda - Divisão Chassis e Cintos de Segurança Engenheiro Coelho SP 434 TRW Automotive Ltda - Divisão Chassis e Cintos de Segurança Limeira SP 434
TS Tech do Brasil Leme SP 435 TSL - Engenharia, Manutenção e Preservação Ambiental Ltda São Paulo SP 436
Turbotech Engenharia Ltda Lauro de Freitas BA 437
U&M Mineração e Construção Matias Barbosa MG 438
Ucar Produtos de Carbono Candeias BA 439
Umicore Brasil Guarulhos SP 440 União Terminais e Armazéns Gerais Santos SP 441
Unidata Automação Ltda Belo Horizonte MG 442
Unigal Ipatinga MG 443
Unilever Brasil Itaiatuba SP 444
UNIPAR - Comercial e Distrib. Mauá SP 445 UNIPAR - União de Indústrias Petroquímicas Mauá SP 445 Unitech Tecnologia de Informação Salvador BA 446 Usiminas - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais Ipatinga MG 447
Usina Alta Mogiana São Joaquim da Barra SP 448 Usina Terméletrica Norte Fluminense Macaé RJ 449 Unity Assessoria E Planejamento São Caetano do Sul - SP SP 450
UTC Engenharia São Paulo SP 451
Valeo Sistemas Automotivos – Divisão Sistemas Elétricos, Sist. de Limpad. e Transmissões Campinas SP 452
Valeo Sistemas Automotivos Itatibaz SP 452
Valeo Sistemas Automotivos Camaçari BA 452 Valeo Sistemas Automotivos – Valeo Service São Bernardo do Campo SP 452
Valesul Alumínio Rio de Janeiro RJ 453 Vallourec & Mannesmann Tubes - V & M do Brasil Belo Horizonte MG 454
Valtra do Brasil Ltda Mogi das Cruzes SP 455
Vasitex Ind. de Embalagens Guarulhos SP 456
VCP Terminais Portuários S/A Santos SP 457
Vega do Sul - Arcelor Brasil São Francisco do Sul SC 458
Verde Gaia Consultoria Nova Lima MG 459
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Verquímica Indústria e Com. de Produtos Químicos Guarulhos SP 460
Vetco Aibel do Brasil Macaé RJ 461
Vertotech do Brasil Rio de Janeiro RJ 462
Vetrotex Brasil Capivari SP 463
Viação Montenegro - Vimsa Canoas RS 464
VL Corrêa Tecnol. e Qualidade S. Bárbara D'Oeste SP 465
Volvo do Brasil Veículos Ltda Curitiba PR 466 Vopak Brasterminais Armazéns Gerais Santos SP 467
Votorantim - Niquelândia Niquelândia GO 468
Votorantim Cimentos Rio Brando do Sul PR 468
Votorantim Cimentos Caaporã PB 468
Votorantim Metais Ltda São Paulo SP 468
Votorantim Metais Níquel S/A São Paulo SP 468
Votorantim Metais Zinco Três Marias MG 468
Votorantim Metais Zinco Juiz de Fora MG 468
Votorantim Metais Zinco Morro Agudo MG 468
V&M Mineração Brumadinho MG 469
WBS Gerenciamento Salvador BA 470
Wärtsilä Brasil Rio de Janeiro RJ 471 Weatherford Indústria e Comércio Caixas do Sul RS 472 Weatherford Indústria e Comércio Macaé RJ 472
Weiller Construção Civil Ltda Maringá PR 473
Weir do Brasil São Paulo SP 474 Whirlpool S/A - Unid. Eletrodom. São Paulo SP 475
Worktime Assess. Empresarial Salvador BA 476
Zamprogna S/A Importação Porto Alegre RS 477
Zamprogna S/A Importação C. Limpo Paulista SP 477
Zamprogna S/A Importação Guarulhos SP 477
ZP do Brasil Ltda - Div. Sachs Araraquara SP 478
ZP do Brasil Ltda - Div. Sachs São B. do Campo SP 478 ZP do Brasil Ltda - Div. ZF Boge Elastmetall São B. do Campo SP 478
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APÊNDICE B - ROTEIRO DETALHADO PARA FACILITAR O ENTENDIMENTO DA MATRIZ SUGERIDA PARA DIVULGAÇÃO DAS TAXAS DE ACIDENTES 1-IDENTIDADE DO INDICADOR Título: TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTES COM AFASTAMENTO Periodicidade: Mensal / Anual Unidade de Medida: Número/Milhão de Horas Sigla: TFCA 1.1 Definição: È o número de acidentados (pessoal próprio e contratado) com afastamento do trabalho, por milhão de horas-homem de exposição ao risco, no período. 1.2 Objetivo: Monitorar o grau de segurança do ambiente de trabalho 1.3 Fórmula de Cálculo: TFCA= NACA x 1.000.000 Horas-homem 1.4 Definição dos Parâmetros: NACA - número de acidentados com afastamento, no período. Horas-homem - total de horas-homem de trabalho ou exposição ao risco no período, em horas. Corresponde ao somatório das horas durante as quais os trabalhadores ficaram à disposição no período, incluindo as horas extraordinárias. Não incluem o repouso remunerado 1.000.000 - fator de ajuste para um milhão de horas-homem, para permitir comparação entre organizações diferentes. 1.5 Metodologia de Medição: Número de acidentados com afastamento, apropriados pela área de segurança e
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medicina do trabalho. Horas de exposição ao risco (horas efetivamente trabalhadas), apropriadas pela área de recursos humanos (pessoal próprio) ou pela fiscalização dos contratos (pessoal terceirizado). 1.6 Análise: Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos da planta ou com referenciais de excelência (benchmarks). Valores menores indicam resultados melhores. Para permitir comparação, os dados calculados pela metodologia da Occupational Safety and Health Administration OSHA, norte-americana, devem ser multiplicados por 5. 1.7 Observações: - O indicador deve ser apresentado com duas casas decimais. - Acidente com afastamento - é aquele cuja gravidade impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou do qual resulte incapacidade permanente. - O indicador deve ser calculado conjuntamente para pessoal próprio, contratos, departamentos ou negócios específicos. - O cálculo desse indicador obedece às orientações da norma NBR 14280 – Cadastro de Acidentes de Trabalho. 2-IDENTIDADE DO INDICADOR Data: 13.05.09 Título: TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTES SEM AFASTAMENTO Periodicidade: Mensal / Anual Unidade de Medida: Número/Milhão de Horas Sigla: TFSA 2.1 Definição: Refere-se ao o número de acidentados (pessoal próprio e contratado) sem afastamento do trabalho, por milhão de horas-homem de exposição ao risco, no período.
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2.2 Objetivo: Monitorar o grau de segurança do ambiente de trabalho. 2.3 Fórmula de Cálculo: TFSA= NASA x 1.000.000 Horas-homem 2.4 Definição dos Parâmetros: NASA - número de acidentados sem afastamento, no período. Horas-homem - total de horas-homem de trabalho ou exposição ao risco no período, em horas. Corresponde ao somatório das horas durante as quais os trabalhadores ficaram à disposição no período, incluindo as horas extraordinárias. Não incluem o repouso remunerado. 1.000.000 - fator de ajuste para um milhão de horas-homem, para permitir comparação entre organizações diferentes. 2.5 Metodologia de Medição: Número de acidentados sem afastamento, apropriados pela área de segurança e medicina do trabalho. Horas de exposição ao risco (horas efetivamente trabalhadas), apropriadas pela área de recursos humanos (pessoal próprio) ou pela fiscalização dos contratos (pessoal terceirizado). 2.6 Análise: Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos da planta ou com referenciais de excelência (benchmarks). Valores menores indicam resultados melhores. Para permitir comparação, os dados calculados pela metodologia da Occupational Safety and Health Administration OSHA, norte-americana, devem ser multiplicados por 5. 2.7 Observações: - O indicador deve ser apresentado com duas casas decimais.
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- Acidente sem afastamento – é aquele cuja gravidade não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente e do qual não resulte incapacidade permanente. - Acidentes de trajeto - Devem ser tratados à parte, não sendo incluídos no cálculo usual da taxa de acidentes sem afastamento. - O indicador deve ser calculado conjuntamente para pessoal próprio, contratos, departamentos ou negócios específicos. - O cálculo desse indicador obedece às orientações da norma NBR 14280 – Cadastro de Acidentes de Trabalho. 3-IDENTIDADE DO INDICADOR Data: 13.05.09 Título: TAXA DE GRAVIDADE Periodicidade: Mensal / Anual Unidade de Medida: Dias/milhão de horas Sigla: TG 3.1 Definição: É a soma do número de dias perdidos, transportados e debitados, devido a acidentes, do pessoal próprio e contratado, por milhão de homens-hora de exposição ao risco 3.2 Objetivo: Monitorar o grau de segurança do ambiente de trabalho. 3.3 Fórmula de Cálculo TG= (DP + DT + DD) x 1.000.000 Horas-homem 3.4 Definição dos Parâmetros: DP (Dias Perdidos) - dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão pessoal, exceto o dia do acidente e o dia da volta ao trabalho, ocorridos dentro do mês no qual ocorreu o acidente. DT (Dias Transportados) - dias corridos de afastamento do trabalho, em meses
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posteriores àquele no qual ocorreu o acidente, caso o acidentado não tenha retornado ao trabalho dentro do mesmo mês no qual o acidente ocorreu. Esses dias são computados até o limite de 1 (um) ano da data do acidente. DD (Dias debitados) - dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte. Este número é obtido nas tabelas que acompanham a norma NBR 14280. Horas-homem - total de horas-homem de trabalho ou exposição ao risco no período, em horas. Corresponde ao somatório das horas durante as quais os trabalhadores ficaram à disposição no período, incluindo as horas extraordinárias. Não incluem o repouso remunerado. 1.000.000 - fator de ajuste para um milhão de horas-homem, para permitir comparação entre organizações diferentes 3.5 Metodologia de Medição: Número de dias perdidos, transportados e debitados, devido a acidentes do trabalho, apropriados pela área de segurança e medicina do trabalho. Horas de exposição ao risco (horas efetivamente trabalhadas), apropriadas pela área de recursos humanos (pessoal próprio) ou pela fiscalização dos contratos (pessoal terceirizado). 3.6 Análise: Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos da planta ou com referenciais de excelência (benchmarks). Valores menores indicam resultados melhores. Para permitir comparação, os dados calculados pela metodologia da Occupational Safety and Health Administration OSHA, norte-americana, devem ser multiplicados por 5 3.7 Observações: - O indicador deve ser apresentado como número inteiro. - Acidentes de trajeto - devem ser tratados à/à parte, não sendo incluídos no cálculo usual da taxa de gravidade. - O indicador deve ser calculado conjuntamente para pessoal próprio, contratos, departamentos ou negócios específicos. - O cálculo deste indicador obedece às orientações da norma NBR 14280 – Cadastro de Acidentes de Trabalho.
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ANEXO A - DIAS DEBITADOS
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001