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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Administração A SEGURANÇA NO TRABALHO COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS COM OS TRABALHADORES Leonardo Gontijo Vieira Gomes Belo Horizonte 2010

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-Graduação em Administração

A SEGURANÇA NO TRABALHO COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS COM OS TRABALHADORES

Leonardo Gontijo Vieira Gomes

Belo Horizonte 2010

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Leonardo Gontijo Vieira Gomes

A SEGURANÇA NO TRABALHO COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS COM OS TRABALHADORES

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Fundação Dom Cabral, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Dr. Roberto Patrus-Pena

Belo Horizonte 2010

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FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Gomes, Leonardo Gontijo Vieira

G633r A segurança no trabalho como responsabilidade social das empresas com os trabalhadores / Leonardo Gontijo Vieira Gomes. Belo Horizonte, 2010.

132 f. : il. Orientador: Roberto Patrus Mundim Pena Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,

Programa de Pós-Graduação em Administração 1. Acidentes de trabalho. 2. Occupational Health and Safety Advisory

Services – Normas. 3. Controle de qualidade. 4. Responsabilidade social da empresa. 5. Segurança do trabalho. I. Pena, Roberto Patrus Mundim. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Administração. III. Título.

CDU: 331.823

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A todos os Josés, Joãos, Antônios, Marias, Pedros, Orlandos e Elizetes, cidadãos brasileiros que perderam suas vidas no exercício de seu trabalho e também a tantos outros marcados para sempre por um acidente.

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AGRADECIMENTOS Ao chegar ao fim de mais uma jornada, diversos sentimentos se misturam. O

primeiro, o de dever cumprido e da colheita dos frutos de grande esforço e

dedicação; o segundo, o de que toda caminhada vale a pena, mesmo com as

dificuldades e desafios; e o terceiro, o de que a jornada em busca do conhecimento

nunca se acabará, pois o fim de um trabalho é o início de reflexões sobre a

abrangência e infinidade de nossa ignorância.

Tenho certeza de que evoluí de forma mais intensa como ser humano e como

acadêmico e de que tudo isso contribuirá para que eu possa ser um professor

melhor e mais humano, objetivo principal de toda a minha dedicação ao realizar o

mestrado.

Aprendi que, mesmo no desenvolvimento de uma tese de autoria formalmente

única, na verdade nunca se realiza nada sozinho. Comigo estiveram, durante todo

esse tempo, minha família, especialmente meus pais (por fomentar a importância do

estudo), meus avôs (pelo legado como docentes) e meus tios Marco Antônio e

Maurício Gomes, que sempre me incentivaram na busca do conhecimento. A todos

minha gratidão.

Agradeço à Carolina, que esteve sempre comigo desde o planejamento desta

jornada e que por todo tempo me incentivou e apoiou, mesmo que isto tenha nos

privado de vários momentos juntos; a meus colegas de mestrado e a toda equipe de

apoio do PPGA pela troca de informações e aflições; e a meu amado irmão,

Eduardo, pela simples presença. Muito obrigado por propiciarem as condições para

realização deste objetivo e por respeitarem meu tempo para confecção da tarefa.

Por fim, não posso deixar de registrar minha profunda gratidão e admiração

ao professor Dr. Roberto Patrus Mundim Pena, orientador e tutor, pela permanente

atenção e contribuições teóricas e profissionais, sempre pautadas pelo bom senso,

pela ética, e cuja postura e atuação na área acadêmica é um exemplo de dignidade

profissional a ser seguido. Sua constante leitura crítica muito me ajudou a colocar o

pensamento em movimento e a entender que fazer uma pesquisa requer muito mais

do que um tema e alguns dados. Agradeço também ao CNPQ pelo apoio à

realização do projeto de pesquisa que abarca essa iniciativa.

Espero que o que foi construído e aqui registrado, além de fazer parte da

minha evolução pessoal e acadêmica, possa contribuir para o enriquecimento de

novos trabalhos e servir de estímulo para novos autores.

Page 7: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

RESUMO

O objetivo desta pesquisa é analisar a relação da certificação em conformidade com

a norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho em empresas que

possuem unidades no Brasil. Para alcançar tal objetivo, foram mapeadas as

empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 e identificadas

essas empresas certificadas em conformidade com a mesma norma, as quais

disponibilizaram publicamente dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes

e depois da certificação. A seguir, foi localizada e comparada a forma de divulgação

das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizaram os dados

antes e depois da certificação, e comparados os valores das taxas de acidentes de

trabalho das empresas que disponibilizaram os dados antes e depois da certificação.

Do ponto de vista teórico, foi utilizado o modelo de Responsabilidade Social de

Schartwz e Carroll de 2003, segundo o qual se buscou relacionar saúde e segurança

no trabalho. Em seguida, foram discutidos os acidentes do trabalho, suas

concepções, seus indicadores e a norma OHSAS 18001. A investigação, durante a

qual foram utilizadas as pesquisas do tipo documental, foi exploratória. Os principais

resultados apontam para um relativo nível de eficácia da certificação OHSAS 18001

na redução de acidentes e, certamente, abrem caminhos para novas investigações

em estudos futuros. A principal contribuição deste estudo é a proposta de um

modelo de matriz de divulgação das taxas de acidentes de trabalho.

Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Certificação OHSAS. Responsabilidade

social. Público interno. Segurança no Trabalho.

Page 8: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

ABSTRACT The scope of this dissertation is to investigate and analyze under the OHSAS 18001

rules the relation between certification and accidents rates in Brazilian companies. To

achieve such a goal the companies certified under the OHSAS 18001 rules were

mapped; then the companies under those same rules and that publish publicly the

accidents rates before and after certification were identified. The following procedure

was to find out how the accidents rates were published by companies that exposed

those data before and after certification and compare such rates with companies that

publish accident rates before and after certification. The theoretical basis of this

investigation was the Social Responsibility (SCHARTWZ & CARROLL, 2003) model

according to which health and security in companies were related. It followed a

discussion of accidents in companies. The study was exploratory and based upon

bibliographical and documental research. The results point at a satisfactory level of

efficacy of OHSAS 18001 for the reduction of accidents what indicates an

enhancement in what following the law and the norms of OHSAS are concerned and

certainly give room to new investigations in future studies. The main contribution of

this research is the suggestion of a model of divulgation of accidents rates in work.

Key-words: Accident at work. Certification OHSAS. Social Responsibility. Internal

public. Safety work

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 As três dimensões da RSE - Revisão do modelo da Pirâmide

de Carroll .....................................................................................

20

FIGURA 2 Dimensão exclusivamente econômica ........................................ 21

FIGURA 3 Proporção entre os custos diretos e indiretos dos acidentes de

trabalho .......................................................................................

23

FIGURA 4 Dimensão exclusivamente legal .................................................. 24

FIGURA 5 Dimensão exclusivamente ética .................................................. 27

FIGURA 6 Interface entre as dimensões ...................................................... 29

FIGURA 7 Pirâmide de Henrich (1959) ......................................................... 34

FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ........................................................ 35

FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) .............................................................. 35

FIGURA 10 Classificação das concepções de acidentes segundo Reason

(1997) ..........................................................................................

37

FIGURA 11 Classificação das concepções de acidentes segundo Hollnagel

(2000) ..........................................................................................

38

FIGURA 12 Abordagens do fator humano na saúde e segurança segundo

Neboit (2003) ...............................................................................

39

FIGURA 13 Fatores de acidentes segundo Michael (2008) ........................... 41

FIGURA 14 Classificação dos acidentes do trabalho quanto ao afastamento 45

FIGURA 15 Modelo sistema de gestão OHSAS 18001 .................................. 51

FIGURA 16 Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de

acidentes Taxa de Frequência .................................................

55

FIGURA 17 Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de

acidentes - Taxa de Gravidade ...................................................

56

FIGURA 18 Compilação das empresas certificadas ....................................... 63

FIGURA 19 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela

Albras ..........................................................................................

67

FIGURA 20 Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz e Carroll

(2003) aplicado à Albras ..............................................................

68

FIGURA 21 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela

Alcoa ............................................................................................

69

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FIGURA 22 Matriz da forma de divulgação da taxas de gravidade pela

Alcoa ............................................................................................

70

FIGURA 23 Detalhamento da dimensão do modelo Schwartz; Carroll (2003)

aplicado à Alcoa ..........................................................................

71

FIGURA 24 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela

Anglo América Níquel ..................................................................

72

FIGURA 25 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela

Anglo América Nióbio ..................................................................

73

FIGURA 26 Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll

(2003) aplicado à Anglo América ................................................

74

FIGURA 27 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela

Klabin .........................................................................................

75

FIGURA 28 Detalhamento da dimensão do modelo de Schwartz; Carrol

(2003) aplicado à Klabin ..............................................................

76

FIGURA 29 Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela

Samarco ......................................................................................

77

FIGURA 30 Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll

(2003) aplicado à Samarco .........................................................

78

FIGURA 31 Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os

dados da taxa de frequência .......................................................

79

FIGURA 32 Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os

dados da taxa de gravidade ........................................................

80

FIGURA 33 Matriz da forma sugerida para que as empresas divulguem os

dados da taxa de frequência e de gravidade ..............................

90

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Taxa de Frequência com afastamento de empregado FCAE –

Empresa Albras ...........................................................................

81

GRÁFICO 2 Taxa Frequência com afastamento terceiro FCAT – Empresa

Albras ..........................................................................................

82

GRÁFICO 3 Taxa Frequência com afastamento E + T – Empresa Alcoa ....... 83

GRÁFICO 4 Taxa de Gravidade com afastamento E + T – GCAET –

Empresa Alcoa ............................................................................

83

GRÁFICO 5 Taxa Frequência com afastamento Empregados FCAE

Empresa Anglo América ..............................................................

84

GRÁFICO 6 Taxa Frequência com afastamento empregado FCAE –

Empresa Anglo América ..............................................................

85

GRÁFICO 7 Taxa de Frequência com afastamento de empregados mais

terceiros (FCAET) Empresa Klabin .........................................

86

GRÁFICO 8 Taxa Frequência com e sem afastamento empregado e

terceiros FCSAET Empresa Samarco .....................................

87

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Grupo e unidade de empresas que possuem dados de

acidentes disponíveis antes e depois da certificação ..................

64

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LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

BRTÜV Brasil TUV

BSI British Standards Institution

BVQI Bureau Veritas Quality International

CAT Comunicação do Acidente do Trabalho

CEMIG Companhia Enérgica de Minas Gerais

CIPA Comissão interna de Prevenção de Acidentes

CNAE Código Nacional de Atividade Econômica

CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CPFL Companhia Paulista de Força e Luz

CVRD Companhia Vale do Rio Doce

DNV Det Norske Veritas

FAP Fator Acidentário de Prevenção

FCAV Fundação Carlos Alberto Vanzolini

ILO International Labor Organization

ISO International Organization for Standardization

JBIC Japan Bank for International Cooperation

LR Loyd’s Register

LRQA Lloyd's Register Quality Assurance

MPAS Ministério da Previdência e Assistência Social

MS Ministério da Saúde

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NAAC Nippon Amazon Aluminium Co. Ltd

NTEP Nexo Técnico Epidemiológico

NUPEGS Núcleo de Pesquisa em Ética e Gestão Social

OHSAS Occupational, Health and Safety Management Systems (Sistemas de

Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho)

OIT Organização Internacional do Trabalho

ONU Organização das Nações Unidas

ORTN Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional

PDCA Planejar, Executar, Verificar e Atuar

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PIB Produto Interno Bruto

RAIS Relação Anual de Informações Sociais

RH Recursos Humanos

RSE Responsabilidade Social da Empresa

SAT Seguro de Acidentes do Trabalho

SGS Sistema de Gestão de Segurança

SGSST Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho

SST Segurança e Saúde no Trabalho

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 14

2 A SEGURANÇA DO TRABALHO À LUZ DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E O MODELO DE SCHWARTZ E .CARROLL .............................................................................................

19

2.1 Dimensão econômica .......................................................................... 20

2.2 Dimensão legal ..................................................................................... 24

2.3 Dimensão ética ..................................................................................... 26

2.4 Interface entre as dimensões .............................................................. 28

3 ACIDENTES DO TRABALHO E A CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001 ... 30

3.1 Definições e tipos de acidentes do trabalho ..................................... 32

3.2 Concepções e causas dos acidentes do trabalho ............................ 36

3.3 Métodos de investigação e prevenção dos acidentes de trabalho . 40

3.4 Indicadores utilizados para divulgação dos índices de acidentes do trabalho ............................................................................................

43

3.5 O sistema de gestão baseado na Norma Internacional OHSAS 18.001/ 2007 ..........................................................................................

49

4 METODOLOGIA .................................................................................... 53

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 58

5.1 Mapeando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 ...........................................................................

58

5.1.1 Primeiro passo: Consulta ao Anuário ................................................ 58

5.1.2 Segundo passo - Conferindo os dados com outras fontes de

consultas - Pesquisa em órgãos certificadores ................................

59

5.1.3 Terceiro passo - Revista Exame ......................................................... 61

5.1.4 Quarto passo - Pesquisa no livro Indicador de Desenvolvimento

Humano Organizacional IDHO: novas dimensões da cultura

corporativa ............................................................................................

61

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52 Identificando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam publicamente dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da certificação ...........................................................................................

62

5.2.1 Primeiro passo - Em busca dos dados disponíveis ......................... 62

5.2.2 Segundo passo - Estratificação dos dados disponíveis antes e

depois da certificação ..........................................................................

63

5.2.3 Detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados

disponíveis antes e depois da certificação .......................................

64

5.3 Localizando e comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação ............................................................

66

5.3.1 Detalhamento Empresa 1 – ALBRAS ................................................. 66

5.3.2 Detalhamento Empresa 2 – ALCOA .................................................... 68

5.3.3 Detalhamento Empresa 3 - ANGLO AMERICA unidade níquel ........ 71

5.3.4 Detalhamento Empresa 4 - ANGLO AMÉRICA unidade nióbio ........ 73

5.3.5 Detalhamento empresa 5 – KLABIN ................................................... 74

5.3.6 Detalhamento Empresa 6 – SAMARCO .............................................. 76

5.3.7 Comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação ..........................................................................

78

5.4 Comparando os valores das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação ...........................................................................................

80

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 88

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 95

APÊNDICES ....................................................................................................... 108

ANEXO ............................................................................................................... 129

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14

1 INTRODUÇÃO

Mudar o panorama atual das condições de segurança e da saúde do

trabalhador brasileiro não constitui um desafio apenas do governo mas também da

sociedade. Deve envolver, por isso, trabalhadores, empresários e poder público. A

melhoria da segurança e das condições do ambiente de trabalho faz cair o custo

social, porque diminui os acidentes de trabalho, valoriza a autoestima dos

trabalhadores e promove melhor qualidade de vida.

A preocupação com o problema dos acidentes do trabalho e a necessidade

de dar segurança ao trabalhador levaram a Organização Internacional do Trabalho

(OIT) a considerar a adoção de medidas preventivas no ambiente laboral como um

de seus objetivos. Não obstante os esforços da OIT, que dedica ao tema inúmeras

convenções e recomendações, além de manter programa permanente de

cooperação técnica para a segurança e saúde do trabalhador, as estatísticas dos

acidentes do trabalho ainda são alarmantes. Estima-se que 6.000 trabalhadores

morrem a cada dia no mundo, devido a acidentes e doenças relacionadas com o

trabalho (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2008). “Além disso, a

cada ano ocorrem 270 milhões de acidentes do trabalho não-fatais, que resultam

em um mínimo de três dias de falta ao trabalho e 160 milhões de casos novos de

doenças profissionais” (BRASIL, 2008b).

Só em 2007, no Brasil, 2.717 trabalhadores morreram em decorrência de

acidentes de trabalho. Nesse mesmo ano, 537.457 acidentes de trabalho foram

registrados no Brasil, com um total de 8.383 trabalhadores incapacitados; 310

trabalhadores faleceram durante o trajeto trabalho-residência; 1.636 se

aposentaram por invalidez decorrente de acidentes no trabalho e 3.786 por doenças

profissionais (ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO, 2008).

De acordo com Santana, Nobre e Waldvogel (2005), os acidentes de trabalho

ainda não são considerados prioridade no país, apesar de suas consequências

indesejadas. Evidência disso é a escassez de dados oficiais sobre esses acidentes

devidos, em parte, às inadequações do sistema de registro e ao fato de se

restringirem aos trabalhadores com carteira de trabalho.

Diante desse quadro, a forma atual de gestão em relação à saúde do

Page 18: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

15

trabalhador se mostra insuficiente, pois não abrange os efeitos da reestruturação

produtiva, que pode impactar a vida e a saúde daqueles que trabalham em

condições inseguras e precárias e também daqueles que perderam seus empregos

(CORCETTI; BEHR, 2008).

O tema acidente do trabalho no meio acadêmico e organizacional constitui

terreno fértil para estudos e busca de oportunidades para novas ações.

Pesquisadores interessam-se pelo estudo do relacionamento das empresas com a

saúde e a segurança dos trabalhadores, considerando que esta é uma das

importantes dimensões da responsabilidade social corporativa com o público

interno. Para as empresas, trata-se de uma responsabilidade básica de gestão de

recursos humanos, prevendo, dessa forma, a adoção de padrões, normas e acordos

internacionais (ISO 9001; OHSAS 18001; SA 8000; Global Compact; OIT) com o

intuito de atender a auditorias, certificações e códigos de conduta.

De acordo com Goldman (2002) quanto maior o número de estudos tendo

como tema diminuição de acidentes de trabalho, maior será a conscientização dos

segmentos sociais, com relação a evitar que este problema permaneça sem receber

a devida atenção.

O objeto desta pesquisa são o conceito e a aplicação prática da

responsabilidade social para com o público interno em relação à “saúde e segurança

no trabalho”, isto é, a busca pela melhoria da segurança do trabalho. Acrescente-se,

ainda, que a difusão de informações sobre acidentes do trabalho e gestão em saúde

e segurança do trabalho e a melhor compreensão dos assuntos envolvidos

contribuem para o desencadeamento da melhoria das condições e do ambiente de

trabalho e, consequentemente, para a redução das taxas de acidentes e doenças do

trabalho no Brasil (AYRES; CORRÊA, 2001).

A pesquisa desenvolvida para esta dissertação soma esforços com um grupo

de autores que vem pesquisando a Responsabilidade Social com o Público Interno

(FURTADO, 2006; FRANÇA, 2005; COELHO, 2004; MATTONI, 2007; NAPOLEÃO,

2007; SANTOS, 2007; OLIVEIRA, 2005; NAGLI, 2008; PATRUS-PENA, 2004).

Grande parte desses trabalhos se insere no esforço de produção coletiva do Núcleo

de Pesquisa em Ética e Gestão Social (NUPEGS), vinculado ao Programa de Pós-

Graduação em Administração da PUC Minas. Inicialmente, o referido núcleo se

propôs a pesquisar os diversos temas relacionados com público interno, a saber:

- Relações com Sindicatos;

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16

- Relações com Trabalhadores Terceirizados;

- Gestão Participativa;

- Compromisso com o Futuro das Crianças;

- Compromisso com o Desenvolvimento Infantil;

- Valorização da Diversidade;

- Compromisso com a Equidade Racial;

- Compromisso com a Equidade de Gênero;

- Política de Remuneração;

- Benefícios e Carreira;

- Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e a Empregabilidade;

- Comportamento diante de Demissões;

- Preparação para Aposentadoria e Cuidado com Saúde;

- Segurança e Condições de Trabalho.

Num segundo momento, esta pesquisa procurou rever a produção do

NUPEGS, analisando suas pesquisas transversalmente, a partir das variáveis

(GRAMISCELLI; ASSBÚ; PATRUS-PENA, 2003; CASTRO; PACHECO; PATRUS-

PENA, 2009; GOMES; VENUTO; BYRRO, 2009; RAMOS, 2009; TANURE;

PATRUS-PENA; CARVALHO NETO, 2009). Casos únicos ou comparados, objeto do

primeiro momento das pesquisas desses autores, foram analisados em conjunto, a

partir de uma ou duas variáveis. Pretendeu-se, assim, organizar a produção

científica do grupo e analisar as hipóteses levantadas nos estudos exploratórios, em

um universo maior de empresas. Para esta etapa da pesquisa, o CNPQ vem

fomentando a pesquisa intitulada “Responsabilidade Social Empresarial com os

Trabalhadores: das pesquisas exploratórias de caso único às pesquisas descritivas

de casos múltiplos”, coordenada pelo orientador desta dissertação.

Nessa perspectiva, a presente pesquisa procurou aprofundar uma das

variáveis das pesquisas do NUPEGS sobre a Responsabilidade Social com o Público

Interno: a saúde e segurança do trabalhador. Portanto, o objetivo geral deste trabalho

é analisar a relação da certificação, em conformidade com a norma OHSAS 18001,

com as taxas de acidentes de trabalho em empresas que possuem unidades no

Brasil. Para alcançar esse objetivo foram estabelecidos os seguintes objetivos

específicos:

• (1) Mapear as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS

18001;

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• (2) Identificar as empresas certificadas em conformidade com a norma

OHSAS 18001 que disponibilizam publicamente dados sobre as taxas de

acidentes do trabalho antes e depois da certificação;

• (3) Localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes do

trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da

certificação;

• (4) Comparar as taxas de acidentes de trabalho das empresas que

disponibilizam os dados antes e depois da certificação;

Ao mapear as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS

18001, ofereceu-se uma contribuição prática no sentido de organizar os dados das

empresas certificadas, o que facilitará pesquisas futuras. Ao se identificarem as

empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que

disponibilizam publicamente dados sobre acidentes do trabalho antes e depois da

certificação e ao se localizar e comparar a forma de divulgação dos valores das

taxas de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e

depois da certificação, oferece-se uma contribuição prática, tendo em vista que

futuramente se poderão ranquear as empresas mais transparentes no que diz

respeito aos aspectos da saúde e segurança do trabalhador, bem como se permitirá

aos investidores, à sociedade civil e aos acionistas o acesso a dados confiáveis

sobre possíveis oportunidades de investimento e embasamento para discussões e

cobranças, assim como se subsidiarão programas de melhorias nos aspectos

ocupacionais das empresas.

Esta dissertação está dividida em seis capítulos. O primeiro é esta introdução.

No segundo capítulo apresenta-se o modelo de responsabilidade social de Schwartz

e Carroll e sua relação com o tema segurança do trabalho. No terceiro capítulo

discute-se o assunto acidentes do trabalho e a norma OHSAS 18001. No quarto

capítulo apresentam-se e discutem-se a metodologia e os procedimentos adotados

para se conduzir esta pesquisa que utilizou-se da pesquisa documental que

contemplou regulamentos, normas de conduta, códigos de ética empresariais,

jornais, boletins, balanços sociais das empresas e outros tipos de publicações das

empresas pesquisadas.

. No quinto capítulo contemplam-se a análise dos dados e a discussão sobre

os resultados apurados com a pesquisa realizada. Por fim, no último capítulo,

tecem-se as considerações finais deste estudo que constatou que poucas empresas

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publicaram seus dados antes e depois da certificação OHSAS 18001 e as que os

divulgaram o fizeram de forma não uniforme, não demonstrando claramente a que

unidades correspondiam as taxas de acidentes.Por outro lado a ausência de

informações permitiu a sugestão de uma matriz para forma de divulgação das taxas

de acidentes.

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2 A SEGURANÇA DO TRABALHO À LUZ DA RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E O MODELO DE SCHWARTZ E CARROLL

Medidas de gestão voltadas para a Segurança no Trabalho podem prevenir

acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, além de antecipar fatos inoportunos

que possam vir a prejudicar o bom andamento das atividades normais, preservando

a saúde dos colaboradores (BRUZON et al., 2005). O tema acidentes de trabalho é

abordado nessa pesquisa à luz da questão da responsabilidade social da empresa

(RSE) com seu trabalhador. Entende-se por Responsabilidade Social uma forma de

conduzir os negócios de tal maneira que a empresa se torne parceira e co-

responsável pelo desenvolvimento social (INSTITUTO ETHOS, 2007).

A Responsabilidade Social Empresarial pode ser voltada para os públicos

externo (comunidade, clientes, fornecedores) ou interno (acionistas e

trabalhadores). Patrus-Pena e outros (2005) constataram que a percepção da

responsabilidade social como um processo sistêmico, do qual faz parte tanto a

dimensão externa quanto a interna, ainda está distante do universo da gestão,

ficando restrita aos gestores entusiastas da ideia ou àqueles que lidam com

programas sociais.

Segundo Zurlo (2009), na responsabilidade social interna predominam os

programas de Recursos Humanos (RH), nos quais se inserem o investimento e o

treinamento sobre a temática segurança no trabalho e os programas de previdência

complementar. Cheibub e Locke (2002) acrescentam que, do ponto de vista interno,

uma empresa socialmente responsável deve assegurar uma atmosfera de justiça

nas relações de trabalho que acontecem em seu interior, tratando seus

trabalhadores como pessoas dignas de respeito e consideração e pagando salários

que permitam condições de vida razoáveis.

O tema segurança no trabalho e seu oponente, os acidentes do trabalho,

podem ser pensados a partir do modelo de RSE de Schwartz e Carroll (2003).

Esses autores sugerem um modelo composto por três dimensões centrais

econômica, legal e ética , que são dispostas em um diagrama de Venn, que se

amplia em sete categorias intituladas: exclusivamente econômica, exclusivamente

legal, exclusivamente ética, econômico-ética, econômico-legal, legal-ética e

econômico-legal-ética, que resultam da sobreposição das três dimensões principais,

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conforme a Figura 1.

Figura 1: As três dimensões da RSE - Revisão do modelo da Pirâmide de Carroll Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

2.1 Dimensão econômica

Para Schwartz e Carroll (2003), a dimensão econômica da RS (FIG. 2) diz

respeito a como a empresa se relaciona com a concorrência, os acionistas, os

consumidores, os empregados, a comunidade e o ambiente físico, pois esses

fatores podem influenciar amplamente a economia no que diz respeito à produção

de bens e aos serviços com margem de lucro e retorno de capital aos acionistas

(PINTO; LARA, 2003). Enfim, a dimensão econômica da RS abrange as obrigações

da empresa em ser produtiva e lucrativa ao atender às expectativas dos acionistas

de obter retorno sobre o investimento na empresa e sobressair em relação à

concorrência. Os demais papéis dos negócios são atributos derivados dessa

premissa básica que é o lucro.

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Figura 2: Dimensão exclusivamente econômica Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

Essa visão econômica destaca que os custos dos acidentes de trabalho são

raramente contabilizados, mesmo em países com importantes avanços no campo da

prevenção. No Brasil, ainda não se conhece o custo real para o país da ocorrência

de acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho. O Economista José Pastore

estimou em R$ 20 bilhões anuais e, desse total, 2,6 bilhões são recursos

disponibilizados pelo governo, através do Seguro Acidente de Trabalho (SAT);

outros 2,5 bilhões são provenientes das indenizações com familiares dos

trabalhadores e cinco bilhões do mercado informal. As empresas arcam com a

metade da conta 10 milhões de reais por ano (ANUÁRIO BRASILEIRO DE

PROTEÇÃO, 2008).

Além das repercussões negativas causadas pelo acidente do trabalho, os

gestores devem despender esforços com a investigação e análise dos custos do

acidente, que se relacionam, claramente, com o custo da produção. De acordo com

Machline (1984), os custos advindos do acidente se classificam em indiretos e

diretos. Os indiretos são aqueles que envolvem todas as despesas de perda com a

redução da produção, danos causados a equipamentos, ferramentas e materiais,

reprogramação do trabalho, lucros cessantes, custo do tempo perdido pelos colegas

de trabalho que param seu serviço para socorrer o acidentado, custo dos primeiros

socorros médicos e outros fatores que variam de acordo com o ramo de atividade da

empresa. Já os custos diretos se relacionam com os gastos e as obrigações da

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empresa para com os funcionários expostos aos riscos, assim como com os gastos

com a assistência médico-hospitalar e com as indenizações pagas aos acidentados

e ao Instituto de Previdência Social.

Entretanto, conforme argumentam Pontes e Honório (2008), é alarmante a

falta de compreensão por parte dos gestores em relação aos custos diretos e

indiretos dos acidentes de trabalho, algo que pode comprometer a saúde financeira

da organização, a imagem da empresa e, muitas vezes, seu clima organizacional e

até sua sobrevivência. Compreender que os mesmos fatores que ocasionam

acidentes estão, também, criando perdas de eficiência, gerando problemas de

qualidade, causando aumento dos custos e colocando em risco a imagem da

empresa é imprescindível para os executivos atuais. Fato muito interessante e a ser

apontado é que os empresários, normalmente, visualizam somente os custos diretos

relacionados aos acidentes do trabalho, sem se dar conta de que os custos indiretos

podem ser de três a dez vezes maiores que o custo direto (HINZE, 1997).

Brauer (1994), após estudos realizados sobre muitos acidentes, estabeleceu

a proporção média de 1:4 entre os custos diretos e os custos indiretos, na indústria

americana de seu tempo. Dessa proporção emergiu a analogia com um iceberg, que

passou a ser utilizada na gestão administrativa: a parte visível de um iceberg, 1/5 de

seu volume, representa os custos diretos dos acidentes; a parte submersa e

invisível, 4/5 do volume total, representa os custos indiretos (Fig. 3).

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Figura 3: Proporção entre os custos diretos e indiretos

dos acidentes de trabalho Fonte: BRAUER, 1994.

Oliveira (2001) destaca que, em casos de acidentes do trabalho, há de levar

em consideração os custos das ações trabalhistas, civis (dano moral),

previdenciárias, tributárias e penais advindas dos acidentes do trabalho. Tais

ocorrências podem levar empresas sólidas a estado de insolvência patrimonial,

chegando, em alguns casos, a resultar em processo falimentar.

A alta incidência de acidentes do trabalho também resulta em alto custo para

a Previdência Social. As despesas com benefícios previdenciários, nos primeiros

oito meses de 2008, somaram 126,9 bilhões de reais um crescimento de 4,1% em

relação ao mesmo período em 2007, totalizando um déficit para a Previdência

Social, naquele ano, de cerca de 24,9 bilhões de reais. Além disso, o Ministério da

Previdência e Assistência Social (MPAS) gasta atualmente quase R$ 9,8 bilhões ao

ano com aposentadorias especiais e custos com acidentes de trabalho. Adicionados

aos custos indiretos, esse valor pode chegar a R$ 40 bilhões ao ano, segundo

dados de 2007 do MPAS (BRASIL, 2008a).

Enfim, as consequências dos acidentes de trabalho são negativas e

acarretam inúmeros custos diretos e indiretos para empresa , empregado e para o

Estado. Portanto, a orientação quanto a esses custos bem como à identificação das

lacunas para se evitarem acidentes de trabalho e doenças e implantarem-se

programas de segurança é um grande desafio que exige competência dos futuros

gestores (SCHWAB; STEFANO, 2007).

Como se percebe, o tema da segurança no trabalho pode ser analisado pelo

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prisma exclusivamente econômico, mas esse não é o único. Outro foco possível de

análise, valendo-se do modelo de Schwartz e Carroll (2003), é o exclusivamente

legal.

2.2 Dimensão legal

A dimensão legal, de acordo com Schwartz e Carroll (2003) (FIG. 4), requer

que o negócio atinja suas metas econômicas respeitando os aspectos regulatórios

do Estado e cumprindo as leis em todas as instâncias. Esse critério toma como base

a ideia de que as políticas públicas, por meio de leis e regulamentações, definem a

responsabilidade empresarial.

Figura 4: Dimensão exclusivamente legal Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

Orchis, Yung e Morales (2002) destacam que, com relação aos “Cuidados

com saúde, segurança e condições no trabalho”, atualmente, as empresas são

obrigadas, legalmente, à implementação e à manutenção de condições adequadas

quanto à segurança e à saúde ocupacional de seus funcionários, configurando a

prática dessa variável um mero cumprimento da lei. Ao ser exercida, nada mais faz

que respeitar as determinações do Ministério do Trabalho (MTE), que exige adoção

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de práticas que zelem pela vida dos trabalhadores. Essas determinações também

limitam a ocupação de seus funcionários a oito horas diárias ou até menos,

conforme as características da atividade desenvolvida (ORCHIS; YUNG;

MORALES, 2002)

Do ponto de vista legal, Lima (1985) relata que as origens de uma legislação

específica sobre segurança no trabalho, no Brasil, remontam ao século passado,

mas só na segunda metade do século XX é que houve proposição da intervenção

do Estado, buscando conciliar, como árbitro, os interesses conflitantes. O Estado,

então, pressionado pelas manifestações populares, por frações da classe política

nacional e também pela política internacional, editou o Decreto Legislativo 3.724, de

15 de janeiro de 1919, que definia, de forma restritiva, o que era acidente de

trabalho e quais eram as responsabilidades das empresas.

Moreira (2003) pondera que o Brasil, na década de 1970, em razão do grande

número de acidentes, estabeleceu um modelo de segurança e saúde no trabalho

(SST), que, apesar de várias adaptações, ainda está em voga até os dias atuais.

Dentre suas características está o uso de todo um arcabouço legal e regulamentar

que, a partir de 1978, passou a ser representado principalmente pelo Capítulo V da

CLT e pelas Normas Regulamentadoras (NR).

Conforme Durand (2000), “a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

(CIPA) foi a primeira manifestação organizada de atividades preventivas contra

acidentes do trabalho no Brasil”. Com o aparecimento da CIPA, “a prevenção de

acidentes do trabalho no território brasileiro ficou institucionalizada, pois, até então, a

ideia da prevenção de acidentes era incipiente e divulgada por algumas pessoas

preocupadas com os problemas de acidentes” (DIAS, 2000, p. 47)

Lima (1985) destaca que as ideias da prevenção de acidentes fortaleceram-se

a partir da iniciativa privada, cuja sensibilidade pelos problemas de acidentes foi

despertada, começando, de fato, o movimento de prevenção de acidentes do

trabalho no Brasil. Apesar de ter um início confuso, devido às instruções para seu

funcionamento, a resistência, por parte de alguns empresários, à CIPA foi se

fortalecendo ao longo dos anos, vindo a se tornar a instituição mais tradicional no

campo da prevenção de acidentes do trabalho.

Conforme Nascimento (2009), com a promulgação da Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988, a proteção jurídica ao trabalhador passou a

ter uma importância ainda maior. O Capítulo II "Dos Direitos Sociais" (Art. 6º e

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7º), faz referências à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas

de Saúde, Higiene e Segurança (inciso XXII - art. 7º da Constituição da República

Federativa do Brasil, de 05/10/1988 e Seguro Contra Acidentes de Trabalho, a cargo

do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer

em dolo ou culpa (inciso XXVIII art. 7º CF/88).

Seguindo a linha analítica de pensamento deste estudo, a segurança no

trabalho, à luz da responsabilidade social da empresa, também é analisada, a

seguir, a partir de uma dimensão ética.

2.3 Dimensão ética

A dimensão ética (FIG. 5) é abrangente. Ela implica uma preocupação que

ultrapassa as decisões estratégicas tomadas no ambiente interno das empresas. Ela

exige que se pensem essas estratégias também se levando em conta os impactos e

as consequências dessas decisões para o público externo, uma vez que se

caracteriza como comportamento antiético quando decisões permitem à empresa

obter ganhos à custa da sociedade (SCHWARTZ; CARROLL, 2003). Para Pinto e

Lara (2003), o processo de tomada de decisões deve considerar as consequências

de suas ações no curto e médio prazo, respeitando o direito de terceiros, cumprindo

deveres e evitando prejudicar os outros, ou seja, considerar a dimensão ética para

definição da conduta aceitável bem como os interesses do público externo, os

grupos privados interessados, os concorrentes e os funcionários da organização. O

domínio ético refere-se às responsabilidades da empresa perante a população em

geral e das partes interessadas (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009).

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Figura 5: Dimensão exclusivamente ética Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

Segundo Patrus-Pena et al. (2005), a ética implica três dimensões

complementares: não se prejudicar, não prejudicar o outro e não deixar que o outro

o prejudique. Sussekind, Maranhão e Vianna (1999) ressaltam que, quando ocorre

um acidente, além do prejuízo à vítima ou aos que dela dependem economicamente,

a sociedade também sofre as consequências, pois o número de pessoas inutilizadas

aumenta, total ou parcialmente para o trabalho, diminuindo inclusive a produtividade

nacional. Orchis, Yung e Morales (2002) asseveram que, investindo em prevenção,

haverá uma redução na incidência de acidentes, o que acarretará na diminuição de

despesas com tratamento médico, indenizações, multas, paralisação da produção e

perda da qualidade do produto.

Para Bohlander, Snell e Scherman (2003), dirimir as implicações para todas

as partes interessadas que não participam do processo de decisão e que, muitas

vezes, apenas sentem as consequências, é prioritário. Adotar programas que

incentivem a construção de relacionamentos transparentes e duradouros, aprimorar

o diálogo com os superiores hierárquicos, estabelecer metas e prazos realistas

podem ajudar a diminuir o estresse e as doenças decorrentes do trabalho, além de

contribuir para o clima de confiança nas relações do trabalho.

Para Dias (2000), entender o processo de transição da saúde para a doença

dos trabalhadores, a forma como se dão os adoecimentos, os acidentes e os

acontecimentos fatais e como são planejadas, organizadas e implementadas as

necessidades de saúde dos trabalhadores pode ser considerado uma construção

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social.

Diante do exposto, Dejours (1987) afirma que estamos vivendo uma guerra

econômica, onde em nome da sobrevivência utilizam-se no mundo do trabalho

métodos cruéis que excluem os que não estão aptos ou os que já não podem

contribuir com desempenhos adequados em termos de produtividade, o que pode

gerar o sofrimento psicológico dos trabalhadores, o medo da incompetência, o

receio de não estarem à altura das novas exigências ou de se mostrarem incapazes

de enfrentarem adequadamente as situações incomuns ou incertas.

Corcetti e Behr (2008) argumentam que o rótulo de competente atribuído a

quem produz acima do que foi determinado, e que segue um ritmo de trabalho

excessivo, já não é o ideal, pois, a longo prazo, isso pode acarretar fadiga ou

adoecimento e ser avaliado como sinal de doença. Levando-se em conta o aspecto

ético, a demissão não pode ser a medida imposta àqueles que não se adaptam às

exigências do trabalho, ou seja, deve-se inverter a lógica organizacional que

privilegia a busca pela competitividade a qualquer custo, e passar a considerar a

saúde como valor básico de uma ética organizacional.

2.4 Interface entre as dimensões

As ações socialmente responsáveis praticadas pelas empresas dificilmente

são classificadas em apenas uma das dimensões, uma vez que existe um

entrelaçamento das dimensões puramente econômica, legal e ética; logo a ação

responsável está na interseção entre as três dimensões citadas nos tópicos

anteriores, conforme Figura 6. Zelar pela SST é, ao mesmo tempo, preocupar-se em

respeitar a lei, evitar prejuízos econômicos e favorecer a realização das pessoas,

com saúde, no trabalho. Para Schwartz e Caroll (2003), a dimensão integrada da

gestão traz enormes benefícios para as empresas, trabalhadores e sociedade.

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Figura 6: Interface entre as dimensões Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

Após a apresentação e a discussão sobre a interlocução sobre as dimensões

da segurança e saúde do trabalho, a partir do modelo de Schwartz e Carroll (2003),

no próximo capítulo abordam-se os acidentes do trabalho e a certificação OHSAS

18001.

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3 ACIDENTES DO TRABALHO E A CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001

Ao longo da história humana, muitas mortes, doenças e mutilações de

trabalhadores tiveram como causa direta ou indireta seu ambiente de trabalho.

Desde as épocas mais remotas, atividades laborais apresentam riscos em potencial,

frequentemente concretizados em lesões que afetam a integridade física, a saúde

do trabalhador (MELO JR.; RODRIGUES, 2005).

Como bem salientam De Cicco e Fantazzini (1986), a preocupação com o

ambiente de trabalho data de muitos anos. Há referências ao tema na antiga

sociedade egípcia, encontradas no denominado Papiro Seler II, datado de 2360

a.C., que alude às condições de trabalho entre os operadores de fornos, tecelões,

pedreiros e lavadeiras. Hipócrates (460-357 a.C.) e Plínio (23-79 d.C.) também

indicaram, em seus trabalhos, a ocorrência de doenças pulmonares em mineiros

(AYRES, 2001). Cabral (2002) comenta sobre o que se considera a primeira

iniciativa de uso de equipamentos de proteção individual, quando escravos

utilizavam tecidos (bexigas de carneiro) na frente do rosto, para evitar a inalação de

partículas. De Cicco e Fantazzini (1986) acrescentam que, em 1556, Georg Bauer

publicou em latim uma obra denominada De Re Metallica, na qual, além de estudos

relacionados à extração de metais, menciona aspectos relacionados a doenças e

acidentes do trabalho, como a “asma dos mineiros” provocada por poeiras. Em

1567, Aureolus Theophrastur Bembastur Von Hohenheim apresentou a primeira

monografia relacionando trabalho com doença (NOGUEIRA, 1981). Em 1700, foi

publicada a obra De Morbis Artificium Diatriba (Sobre as Doenças dos

Trabalhadores, escrita pelo médico Bernardino Ramanzzini, conhecido como o pai

da medicina do trabalho) (MOREIRA, 2003).

De acordo com Michael (2008), nas primitivas sociedades, o homem já sofria

acidentes enquanto trabalhava para prover as necessidades de sua subsistência.

Esses acidentes só chamaram a atenção dos governantes quando, em virtude do

seu elevado número, atentaram para as dimensões de um problema social e de

saúde pública. Isso ocorreu após a Revolução Industrial com as descobertas de

novas fontes de força, como o vapor e a eletricidade.

Com o processo de industrialização e consequente inserção de máquinas nos

ambientes laborais, os trabalhadores enfrentaram riscos de acidentes de trabalho

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nunca antes pensados, durante o manuseio das máquinas. Desde então, o homem

vem estudando meios e formas para diminuir e prevenir os acidentes do trabalho,

conforme pontua Schwab e Stefano (2007). A falta de procedimentos seguros das

fábricas e a mão-de-obra composta por crianças e mulheres geraram problemas

ocupacionais graves (NOGUEIRA 1981).

O clamor contra as condições de trabalho precárias cresceu a ponto de levar

os homens públicos a regularem, por meio de leis, a celebração do contrato de

trabalho. Era o começo da intervenção do Estado no mundo do trabalho assalariado

(ALBERTON, 1996). Segundo Lucca e Fávero (1994), as referidas leis tiveram

grande oposição do empresariado da época.

Araújo (2001) ressalta que, durante a revolução industrial, com a invenção da

máquina a vapor, a implantação precária de indústrias em galpões e o início da linha

de montagem e produção os valores de segurança e saúde ocupacional foram,

muitas vezes, deixados em segundo plano. Trabalhadores eram submetidos a

jornadas desgastantes sem descanso, com baixos salários e condições ambientais

de baixa qualidade. Tal situação acabou por ensejar a edição, no parlamento

britânico, em 1802, do que se chamou “Lei de Saúde Moral dos Aprendizes” que

determinava a jornada de trabalho de 12 horas diárias, proibindo o trabalho noturno,

e ainda tornando obrigatória a ventilação no local.

Outro marco da nova postura estatal foi a publicação, em 1833, do Factory

Act (que se aplicava às indústrias têxteis em que se usasse força hidráulica ou a

vapor), que proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos, obrigava as fábricas

a terem escola para os trabalhadores menores de 13 anos e limitava a jornada de

trabalho (DE CICCO; FANTAZZINI, 1986). Após a Primeira Guerra Mundial, foram

iniciados os primeiros esforços de natureza científica para a proteção do

trabalhador, abarcando a prevenção como o objetivo maior a ser alcançado, quando

se trata de acidentes ou doenças do trabalho (LUCCA; FÁVERO, 1994).

No próximo tópico, abordam-se os acidentes do trabalho, seus tipos e

concepções.

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3.1 Definições e tipos de acidentes do trabalho

O conceito de acidente do trabalho tem diversas nuances e vem evoluindo ao

longo dos últimos anos, sempre no sentido da ampliação de sua aplicação e em

busca de maior proteção aos trabalhadores. Não faz muito tempo que determinadas

situações passaram a ser equiparadas a acidentes do trabalho, das quais a mais

relevante foi, sem dúvida, o acidente de trajeto ou de percurso (GLOBAL

SEGUROS, 2009). Basicamente, existem três vertentes em relação à conceituação

dos acidentes do trabalho: a técnica, a legal e a prevencionista.

A conceituação técnica se baseia na Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), que apresenta a seguinte definição para acidente do trabalho:

“Acidente do Trabalho é a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não,

relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão à

pessoa” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 2). Dentro

dessa mesma vertente, para a OIT, acidente do trabalho é todo o acontecimento

inesperado e imprevisto, incluindo os atos de violência, derivados do trabalho ou

com ele relacionado, do qual resulta uma lesão corporal, uma doença ou a morte de

um ou vários trabalhadores (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO,

2008).

Muitas vezes, os acidentes são vistos apenas como eventos que provocam

danos pessoais. Porém, o que fazer com as perdas materiais, os transtornos e os

custos que geram? Visando a sanar essa lacuna de interpretação, utiliza-se a

definição legal de acidente de trabalho do artigo 19 da Lei n. 8.213, de 24 de julho

de 1991: “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço

da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão

corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente". (BRASIL,

1991, p. 10). Também são considerados como acidentes do trabalho pela legislação

brasileira:

a) o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do

segurado;

b) a doença profissional, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício

do trabalho peculiar a determinada atividade;

c) a doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em consequência das

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condições especiais em que o trabalho é realizado e que resulte em prejuízos à

saúde (BRASIL, 1991).

Para Bartolomeu (2002), a diferença principal entre a definição legal e a

técnica é que, na definição legal, ao legislador interessou definir o acidente com a

finalidade de proteger o trabalhador acidentado, por meio de uma compensação

monetária, garantindo-lhe o pagamento, enquanto estiver impossibilitado de

trabalhar em decorrência do acidente, ou a indenização, se tiver sofrido lesão

incapacitante permanente. Note-se que o que caracteriza o acidente é a presença

do ferimento, mas deve-se lembrar de que o ferimento é apenas uma das

consequências do acidente. A definição técnica destaca que o acidente pode

ocorrer, sem provocar lesões (NOSELLA, 1989).

Costa (1995, p. 311) lembra que:

do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho é uma ocorrência inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais.

Muitas vezes o acidente parece ocorrer sem ocasionar lesão ou danos, o

que, a princípio poderia contradizer a definição acima apresentada. Nosela (1989)

chama esses acidentes de incidentes ou de "quase-acidentes". Preservando a

definição, Binder e Almeida (2003) os denominam de "acidentes sem lesão ou

danos visíveis”.

De acordo com Binder e Almeida (2003), a visão prevencionista dos

acidentes deve ser buscada em todas as empresas. A visão prevencionista foi

agregada à norma OHSAS 18001 (2007), que define acidente como evento

indesejável que resulta em morte, problema de saúde, ferimentos, danos e outros

prejuízos. Para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se por utilizar a definição

prevencionista e técnica contida na NBR 14.280/ 2001, com a contida na norma

OHSAS 18001.

Para os efeitos do conceito de acidentes no trabalho definidos acima, é

necessário que ocorram lesões ou perturbações funcionais, com ou sem

afastamento do empregado do local de trabalho. Existem, porém, acidentes que não

provocam lesão. Nesse contexto, outro termo importante para este trabalho é o de

“quase acidente”, definido como um evento não previsto que tenha potencial de

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gerar acidentes (OHSAS 18001, 2004).

Benite (2004) pondera que o conhecimento sobre a definição dos termos

acidente e quase acidente é de fundamental importância, porém também se faz

necessário conhecer a relação entre os dois termos para que se possa ter uma ação

mais eficiente na área de Saúde e Segurança do Trabalho (SST). Um dos estudos

que se empenhou para fazer essa distinção, usando o ferramental estatístico foi o

realizado por Heinrich em 1959, no qual o pesquisador analisou um número

significativo de eventos e desenvolveu a proporção apresentada na Figura 7, na

qual, para cada grupo de 330 eventos, 300 não resultam em danos (quase

acidentes), 29 resultam em lesões menores e 1 resulta em morte ou lesões

incapacitantes (BENITE, 2004).

Figura 7: Pirâmide de Henrich (1959) Fonte: BRAUER, 1994.

Brauer (1994) relata que Fletcher, em suas pesquisas sobre controle total de

perdas, também desenvolveu a proporção similar a de Heinrich, apresentada na

Figura 8 a seguir.

Page 38: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

35

Figura 8: Pirâmide de Fletcher (1972) Fonte: BRAUER, 1994.

Ainda de acordo com Brauer (1994), Bird, diretor de segurança de serviços

de engenharia da Insurance Company North América, em uma grande pesquisa

realizada em 1969, analisou 1.750.000 ocorrências informadas por

aproximadamente 300 empresas, resultando na seguinte proporção de 300

acidentes sem lesões para 29 acidentes com lesões leves e um acidente com lesão

incapacitante conforme apresenta a FIG. 9.

Figura 9: Pirâmide de Bird (1969) Fonte: BRAUER, 1994.

Nosella (1989) destaca que a exata proporção entre os diversos tipos de

eventos não é o importante, mas sim o conhecimento de que as lesões sérias

ocorrem menos frequentemente do que as lesões menos graves. Pontes (2008)

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pondera que é uma distorção uma empresa despender dinheiro e pessoal apenas

para o controle dos raros eventos que resultam em danos pessoais sérios e

incapacitantes, e que há uma imensa quantidade de eventos de menores

proporções, mas que podem causar sérios danos e consequências laborais, ou seja,

deve-se priorizar a prevenção em todos os níveis e aspectos.

Waldvogel (2001, p. 36) relata que, atualmente, os tipos de acidentes de

trabalho não estão “mais associados apenas às atividades realizadas dentro do

ambiente de trabalho”, ou seja, os tipos de acidentes predominantes não

correspondem mais àqueles relacionados diretamente com os processos intrínsecos

ao trabalho.

Os riscos potenciais de acidentes do trabalho estão aumentando também em

decorrência da distância entre as residências dos trabalhadores e o local de seu

trabalho. Isso faz com que a violência presente nos centros urbanos, o tráfego

caótico das grandes cidades e rodovias, além da má conservação dos veículos que

nelas circulam resultem em um número significativo de acidentes no percurso para

chegar à empresa ou para voltar para casa. Jurza (2001) reforça essa observação,

quando constata que, quanto ao local dos óbitos, a via pública é o maior local de

acidentes de trabalho fatal.

Após os esclarecimentos sobre os conceitos de acidentes do trabalho, trata-

se, a seguir, das concepções e das causas acerca dos acidentes do trabalho.

3.2 Concepções e causas dos acidentes do trabalho

Os acidentes do trabalho constituem fenômeno de facetas múltiplas. Sua

ocorrência costuma destacar três faces: a existencial, a técnica e a jurídica.

Concomitantemente ao drama existencial que desencadeia para as vítimas, os

colegas de trabalho e os familiares, os acidentes costumam ser seguidos de

iniciativas técnicas, visando à compreensão de suas causas e podem ensejar ações

também na esfera cível e penal (VILELA; IGUT; ALMEIDA, 2004).

Segundo Vilela, Igut e Almeida (2004), predominam, no Brasil e no mundo, a

visão de que acidente é evento simples com origens unicausais. Prevalece também

o pensamento de que os acidentes decorrem de falhas humanas, ações ou

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omissões dos trabalhadores, de intervenções que desrespeitam normas de

segurança, talvez por estes estarem com problemas psicológicos ou fadiga. Em

resumo, atribui-se sempre a responsabilidade exclusiva pelos acidentes aos

trabalhadores.

Existem algumas propostas de sistematização das concepções de acidentes

na literatura. Reason (1997) destaca duas concepções de acidentes: "da

engenharia" e a "organizacional" (FIG. 10). A concepção da engenharia, que ainda

se encontra pouco difundida no Brasil, utiliza cálculos probabilísticos para estudar

determinados eventos e falhas mecânicas e organizacionais. A concepção

organizacional estuda o acidente associado às escolhas estratégicas adotadas pela

forma de gestão da empresa e considera que o erro é muito mais consequência do

que causa dos acidentes. Essa concepção propõe a análise dos acidentes para

além da simples identificação de falhas humanas, assim ampliando o estudo para as

inúmeras tomadas de decisões antes de o acidente ocorrer.

Figura 10: Classificação das concepções de acidentes segundo Reason (1997) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de REASON, 1997

Hollnagel (2000) propõe duas outras concepções: a da gestão do desvio de

desempenho e a da gestão da variabilidade de desempenhos (FIG. 11). A gestão do

desvio do desempenho procura as origens dos acidentes nos sinais e pistas

deixados pelas pequenas falhas no sistema de gestão e amplia os aspectos causais

dos acidentes para limites distantes do local do evento. Já a gestão da variabilidade

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de desempenhos compreende o erro, não apenas de forma negativa mas também

de forma estratégica para futuros aprendizados, planejamento e concepção de

programas preventivos. Na análise do acidente, essa gestão busca informações

técnicas e organizacionais do sistema de gestão e do contexto sócio-político-

econômico da empresa. Assim é que a compreensão de um fator de risco (ruído, por

exemplo) pode ser visto diferentemente por um recém-admitido e um trabalhador já

adaptado à função.

Figura 11: Classificação das concepções de acidentes segundo Hollnagel (2000) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de HOLLNAGEL, 2000.

Uma nova forma de entender as concepções de acidentes foi inserir a

variável fator humano na saúde e segurança. Neboit (2003) descreve quatro

enfoques dentro dessa perspectiva, a saber: o da unicausalidade, o da

multicausalidade, o da sistêmica e o da confiabilidade humana (FIG. 12). A

multicausalidade representou o rompimento com a visão unicausal acerca de

acidentes, que procurava identificar apenas um ato ou atitude como responsável

pelo acidente. Assim, a perspectiva multicausal serviu de alicerce para o surgimento

do enfoque sistêmico e o da confiabilidade humana, que ampliaram a forma de

conceber o fenômeno acidente do trabalho. A visão sistêmica introduz ideias de

confiabilidade dos equipamentos, de sua manutenção e da ergonomia. Por sua vez,

o enfoque da confiabilidade humana concentra-se nos aspectos da evolução

individual e organizacional dos trabalhadores à medida que explica melhor o

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sistema de gestão da empresa e explora aspectos da evolução tecnológica em favor

da diminuição do índice de erros.

Figura 12: Abordagens do fator humano na saúde e segurança segundo Neboit (2003) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de NEBOIT, 2003.

Por meio de um modelo psicoorganizacional para compreender os acidentes,

Llory (1999) insere outra perspectiva que associa aspectos de diferentes escolas. A

novidade é que ela alia a compreensão de aspectos da história organizacional

dentro dos quais o acidente ocorreu, os aspectos técnicos presentes nos acidentes

e a dimensão subjetiva, tanto em nível individual, quanto no das relações

hierárquicas estabelecidas, historicamente, nas situações de trabalho.

Pontes (2008) pondera que, embora cada abordagem tenha seu espaço e

sua importância, elas não possuem métodos eficientes para promover uma atuação

segura. Uma solução passaria pela mudança de comportamento dos líderes,

mediante treinamento para tal, que replicariam, por via de exemplos, como agentes

multiplicadores, as formas seguras de atuar.

Battmann e Klumb (1993) enfatizam o componente comportamental presente

nos acidentes de trabalho. Entretanto Oliveira (1999) pondera que o comportamento

dos empregados é apenas um dos fatores causais dos acidentes do trabalho e que

não pode ser considerado o mais importante ou o único responsável pelas

consequências dos acidentes

Nesse sentido, Oliveira (2003) postula que a organização da produção e o que

dela decorre: fazer o quê, por quê, como, onde e especialmente por quem, sempre

foi tarefa indelegável da empresa e não dos trabalhadores. Não se concebe que o

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trabalhador, em nenhuma empresa brasileira, em face da cultura do trabalho ainda

predominante no Brasil, disponha de poderes para decidir, individualmente, como

deve comportar-se no trabalho, independentemente das determinações normativas

impostas pela empresa. O que se afigura como mais provável, nesse particular, são

as falhas de controle que a empresa exerce sobre o trabalho em decorrência de

deficiências em seu sistema de organização, em especial em relação à organização

formal do trabalho.

Oliveira (1999) acrescenta que é certo que o trabalhador age, de um lado,

orientado pelos ditames da empresa, de outro, em função das condições de trabalho

mas também, e principalmente, pela consciência que ele tem da realidade em que

está inserido.

Após os esclarecimentos sobre as concepções acerca dos acidentes do

trabalho, no próximo tópico abordam-se os métodos de investigação dos acidentes

de trabalho.

3.3 Métodos de investigação e prevenção dos acidentes de trabalho

O estudo sobre acidentes requer muitos cuidados em termos da metodologia

a ser utilizada durante sua realização, devido à complexidade caracterizada pelo

elevado número de variáveis envolvidas em sua ocorrência e à multiplicidade de

seus enfoques e interpretações.

No Brasil, grande parte das investigações sobre acidentes realizadas por

força de normas legais pela maioria das empresas ainda se baseia na concepção

dicotômica de ato inseguro (este entendido como atitude indevida do elemento

humano) e de condições inseguras (inerentes às instalações: máquinas e

equipamentos). Frequentemente atribui-se ao trabalhador a culpa pelo evento

(BINDER; AZEVEDO; ALMEIDA, 1994).

Para fins de prevenção de acidentes, de acordo com Michael (2008), existem

informações de importância fundamental para a compreensão dos acidentes. São os

chamados fatores de acidentes que se distinguem de todos os demais que

descrevem o evento. Eles são: o agente da lesão, a condição insegura, o ato

inseguro e o fator pessoal inseguro (FIG. 13). Agente da lesão é aquilo que, em

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contato com a pessoa, determina a lesão; condição insegura em um local de

trabalho são as falhas físicas que comprometem a segurança do trabalhador; ato

inseguro é a maneira pela qual o trabalhador se expõe, consciente ou

inconscientemente a riscos de acidentes; e o fator pessoal inseguro é a

característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro e que, em muitos casos,

também cria condições inseguras ou permite que elas continuem existindo.

Figura 13: Fatores de acidentes segundo Michael (2008) Fonte: Elaborado pelo autor a partir de MICHAEL, 2008.

Conforme ensinamentos de Oliveira (2003), sob o ponto de vista

prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se retirado a tempo, teria

evitado o acidente. Os acidentes não são inevitáveis. Na maioria das vezes, são

causados e, portanto, possíveis de prevenção, com a eliminação, a tempo, de suas

causas. Estas podem decorrer de fatores pessoais (humanos) ou materiais das

condições nos locais de trabalho.

Vincular a prevenção dos acidentes somente ao erro do trabalhador torna-se

secundário. O que deve ser levado em conta e, por todos os meios possíveis,

valorizados e cuidadosamente estudados são os aspectos do comportamento, isto

é, o que havia de errado no ambiente, nas relações de trabalho e ainda nas

motivações do trabalhador que interferiam, direta ou indiretamente, no

relacionamento dele com o todo de seu trabalho, definindo posturas traduzidas em

atitudes corretas ou equivocadas (OLIVEIRA, 2003b).

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Ainda de acordo com Oliveira (2003a), a figura do Ato Inseguro, se for usada

para responsabilizar e até mesmo para culpar trabalhadores pelos acidentes

sofridos, em algumas empresas, oculta as reais causas de agravos à saúde do

trabalhador que podem estar visíveis ou ocultas. A abordagem da segurança do

trabalho, valendo-se do ponto de vista exclusivamente do Ato Inseguro, pode ser tão

nociva à gestão da segurança no trabalho, quanto a abordagem que desconsidera

totalmente os possíveis erros humanos. Para Santana, Nobre e Waldvogei (2005),

adotar práticas de gestão de segurança do trabalho que relacionam exclusivamente

a ocorrência de acidentes do trabalho ao comportamento do trabalhador é tratar o

fenômeno de forma parcial.

Considerando-se a importância e a gravidade do fenômeno acidentes do

trabalho, assumem relevância as concepções de gestão de acidentes que

preconizam a detecção de riscos, antes que os acidentes aconteçam. Há vários

métodos desenvolvidos com base na prevenção, e, para investigações simples, o

método de escolha é constituído pelas inspeções de ambientes e de condições de

trabalho, capazes de identificar perigos decorrentes, entre outros, de problemas de

segurança de máquinas, postos de trabalho, layout, limpeza, ambiente físico,

presentes e visíveis de maneira permanente nos ambientes de trabalho (BINDER;

ALMEIDA, 1997).

De acordo com Almeida e Gonçalves Filho (2009), uma forma utilizada para a

gestão preventiva dos acidentes do trabalho é a técnica de árvore de causas, já

difundida nas empresas do Brasil. Trata-se de método baseado na teoria de

sistemas, o qual aborda o acidente do trabalho como fenômeno complexo e

pluricausal. Para Binder e Almeida (1997), sua utilização exige a reconstrução

detalhada da história do acidente, registrando-se os fatos, de forma imparcial, para

retrospectivamente, a partir da lesão sofrida pelo acidentado, identificar a rede de

fatores que culminou no acidente do trabalho. Costella, Guimarães e Cremonini

(1999) asseveram que, identificados os fatores de acidente e avaliados os fatos e as

variações dos acontecimentos, de forma imparcial, a construção da árvore não é

senão o estabelecimento das ligações lógicas existentes entre esses aspectos,

realizadas, retroativamente, a partir da lesão. Esse processo permite identificar a

maioria das causas, inclusive as anteriores à lesão.

Segundo Oliveira (1999), o processo de análise das causas dos acidentes

será otimizado, se o departamento de segurança do trabalho estiver atrelado aos

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setores operacionais, que é de onde provêm os riscos de acidentes. Esse

procedimento diminui o distanciamento entre quem planeja, que são os profissionais

de segurança e saúde, via de regra subordinados ao setor de recursos humanos, e

quem executa as ações, que nas indústrias são os gerentes de operações.

Conforme Costella, Guimarães e Cremonini (1999), os métodos de

investigação utilizados para a realização de estudos sobre os acidentes do trabalho

normalmente deveriam ser baseados em pesquisas locais, transversais,

longitudinais.

Os estudos locais se limitam a um departamento de uma organização. Já os

estudos transversais referem-se à comparação entre amostras de departamentos de

uma empresa, ou entre diferentes empresas que comportam certas características

particulares. São geralmente utilizados os coeficientes de correlação para indicar a

associação entre as variáveis dependentes (em geral a frequência e a gravidade dos

acidentes) e as variáveis independentes (que podem ser as características do

departamento ou empresa, o turno de trabalho, o dia da semana etc.).

Por fim, nos estudos longitudinais, analisam-se as modificações ocorridas no

decorrer de um determinado período, em uma organização ou em parte dessa

organização, em busca de indícios para uma explicação sobre aumento ou

diminuição das taxas de frequência e gravidade dos acidentes ocorridos, em função

das variações ocorridas ao longo do período analisado. Após os esclarecimentos

sobre as investigações e a análise de causa dos acidentes, detalham-se os

indicadores e as formas utilizadas para divulgação dos índices de acidentes do

trabalho.

3.4 Indicadores utilizados para divulgação dos índices de acidentes do trabalho

De acordo com Cardella (2007), o monitoramento é a atividade essencial para

a melhoria dos dados, pois produz indicadores, símbolo criado para representar uma

realidade. Para Webster (1995), conhecidos os riscos de acidente, as empresas

devem procurar eliminá-los ou minimizá-los, por meio da adoção de medidas

preventivas. Reunir um conjunto de estatísticas confiáveis que permitam calcular e

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acompanhar a evolução dos indicadores de acidentes é a primeira medida para a

prevenção dos acidentes.

Sabe-se que retratar 100% dos acidentes ocorridos nas empresas é uma

tarefa árdua que pode ser superada com o uso de indicadores. Há diversos

indicadores que podem ser construídos para medir o risco no trabalho. A OIT utiliza

três indicadores para medir e comparar a periculosidade entre diferentes setores de

atividade econômica de um país (ILO, 1999): o índice de frequência, o índice de

gravidade e a taxa de incidência. A Norma Brasileira Regulamentadora 14280,

estabelecida pela ABNT, define a metodologia para os cálculos e utiliza apenas as

duas primeiras taxas, bem como estabelece os conceitos referentes aos tipos de

acidentes e afastamentos. (CASTRO; ÁVILA; MAYRINK, 2002).

O problema presente em análises, pesquisas e comparações sobre acidentes

do trabalho é que as taxas divulgadas pelas empresas não são uniformes. Para

efeito legal, os acidentes de trabalho são classificados a partir do critério de

afastamento ou não do trabalho. Bensoussan (1988) explica a classificação legal

(FIG. 14), destacando que qualquer acidente, mesmo aquele sem lesão, já ocasiona

perda de tempo para a normalização das atividades, podendo ocasionar, ainda,

danos materiais. Não existe a necessidade legal de comunicação aos órgãos da

Previdência Social, quando não há lesão que ocasione o afastamento do

trabalhador, se este retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte, no

horário normal. O acidente sem afastamento (a) é aquele em que o acidentado,

embora tenha sofrido uma lesão, pode retornar ao trabalho no mesmo dia ou no dia

seguinte, em seu horário regulamentar de entrada.

Ainda de acordo com Bensoussan (1988), ocorrido o acidente e não

acontecendo o retorno do acidentado ao trabalho no mesmo dia ou no dia seguinte

de trabalho, no horário normal, passa-se a considerar esse acidente como acidente

com afastamento; (b) a consequência pode ser a morte do acidentado (b1) ou sua

incapacidade (b2) para o trabalho. A incapacidade pode ser permanente (b21),

quando o acidentado ficar afastado de sua ocupação habitual por mais de um ano,

ou temporariamente, (b22) o que consiste na perda de capacidade para o trabalho,

por um período limitado de tempo, nunca superior a 1 ano (FIG.14).

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Figura 14: Classificação dos acidentes do trabalho quanto ao afastamento Fonte: BENSOUSSAN, 1988.

Para o presente trabalho definem-se taxa de frequência de acidentes com

afastamento, taxa de frequência de acidentes sem afastamento e taxa de gravidade

com afastamento tanto dos empregados próprios quanto de terceiros.

A taxa de frequência de acidentes expressa o número absoluto de acidentes

mês a mês, em uma determinada empresa. É o número de acidentes por milhão de

horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. O indicador mede o

número de acidentados com afastamento do trabalho por milhão de horas-homem

de exposição ao risco, no período, e tem a finalidade de monitorar o grau de

segurança do ambiente de trabalho. Logo, valores menores indicam resultados

melhores (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001).

Acidente de Trabalho

Sem afastamento (a)

Com afastamento (a)

Morte (b1)

Incapacidade (b2)

Permanente (b21)

Temporária (b22)

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A taxa de frequência é obtida pela fórmula:

(1)

Legenda: NAC = Número de acidentes (tanto os com perda de tempo quanto os sem perda de tempo) 1.000.000 representa uma média de horas trabalhadas HHT = Homens Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco (número geralmente fornecido pelo órgão de pessoal) sendo o somatório de todas as horas trabalhadas, incluindo horas extras (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001) 1

Para ficar mais clara a conceituação, exemplifica-se: para uma empresa (X)

que possui 30 colaboradores e cada empregado trabalha 180 horas por mês e teve

três acidentes no mês, sua TF será assim calculada:

Empresa X TF = 3 x 1.000.000 / 5400 HHT = 30 x 180 = 5400 TF = 5,55

Ou seja, para cada milhão de homens-horas trabalhadas, a empresa teve três

acidentes; se forem três pequenas lesões com um simples atendimento

ambulatorial, o resultado da taxa de frequência é de 5,55; se forem duas mortes e

uma lesão incapacitante, o resultado permanece o mesmo. Por isso a taxa de

frequência não consegue precisar a gravidade de uma lesão.

A taxa de frequência de acidentados sem afastamento é o número de

acidentados com lesão sem afastamento por milhão de horas-homem de exposição

ao risco, em determinado período, e tem a finalidade de monitorar o grau de

segurança do ambiente de trabalho. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2001).

1 Quando não for possível determinar a quantidade real de homens horas trabalhadas, a legislação estabelece um padrão de 200 horas-mês para cada trabalhador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001).

TF = NAC X 1.000.000

HHT

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A taxa de frequência sem afastamento é obtida pela fórmula:

(2)

Legenda: NAC = Número de acidentes (sem perda de tempo) 1.000.000 representa uma média de horas trabalhadas HHT = Homens Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco (número geralmente fornecido pelo órgão de pessoal) sendo o somatório de todas as horas trabalhadas, incluindo horas extras. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001)2

A taxa de frequência de acidentados com afastamento é o número de

acidentados com lesão e afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao

risco, em determinado período (NBR 14.280).

A taxa de frequência com afastamento é obtida pela fórmula:

(3)

Legenda NAC = Número de acidentes (com perda de tempo) 1.000.000 representa uma media de horas trabalhadas HHT = Homens Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco (número geralmente fornecido pelo órgão de pessoal) sendo o somatório de todas as horas trabalhadas, incluindo horas extras. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001).

A taxa de frequência expressa o número absoluto de acidentes, mês a mês,

em uma determinada empresa, porém não se pode visualizar unicamente pela taxa

de frequência a gravidade desses acidentes, se for apenas um pequeno corte no

polegar ou um acidente de grande proporção que causou uma amputação. Assim,

para que o gestor e a fiscalização consigam visualizar a gravidade dos acidentes em

determinada empresa, a NBR 14680/01 estabeleceu a metodologia para cálculo da

taxa de gravidade, na qual a quantidade de dias de afastamento do trabalho é

considerada para o cálculo (CARDELLA, 2007).

A taxa de gravidade visa exprimir, em relação a um milhão de horas-homem

de exposição ao risco, os dias perdidos3 e dias debitados4 por todos os acidentados

2 Quando não for possível determinar a quantidade real de homens horas trabalhadas, a legislação estabelece um padrão de 200 horas-mês para cada trabalhador (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001). 3 São considerados dias perdidos os dias subsequentes ao da lesão, em que o empregado continua incapacitado para o trabalho (inclusive dias de repouso remunerado, feriados e outros dias em que a

TF = NAC X 1.000.000

HHT.

TF = NAC X 1.000.000

HHT.

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vítimas de incapacidade permanente (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2001).

A taxa de gravidade é obtida pela fórmula:

(4)

Legenda: TG= Taxa de gravidade NDP = Número de dias perdidos por acidentes NDD = Número de dias debitados (somente quanto existe perda de alguma parte do corpo ou incapacidade permanente) 1.000.000: média de horas trabalhadas adotada pela Norma Brasileira. HHT = Homens-Horas Trabalhadas ou horas de exposição ao risco

A taxa de gravidade mede a intensidade de cada acidente ocorrido, a partir da

duração do afastamento do trabalho, permitindo obter uma indicação da perda

laborativa, devido à incapacidade. É pela definição de taxa de frequência e pela de

gravidade, que se pode avaliar se uma empresa implementa uma eficiente política

voltada para a preservação da saúde e segurança de seus colaboradores

(CARDELLA, 2007).

Para facilitar a compreensão dos indicadores, traça-se o seguinte exemplo: A empresa X com 100 colaboradores apresentou no mês corrente uma TF = 80 e TG

= 8; já a empresa Y obteve uma TF = 10 e a TG de 500. Considerando-se esses

indicadores, pode-se fazer a seguinte análise: a empresa “X” registra acidentes de

pouca gravidade, sendo este o motivo da elevada taxa de frequência; contudo,

devido ao registro dos pequenos acidentes, a taxa de gravidade é baixa. Já a

empresa “Y” apresenta uma baixa taxa de frequência e uma alta taxa de gravidade,

significando que os acidentes leves não estão sendo devidamente registrados e que

somente os acidentes com afastamento foram cadastrados.

Após a descrição da questão dos acidentes do trabalho, na próxima seção

abordam-se o sistema de gestão da norma OHSAS 18001 /2007 e sua interface com

as dimensões do modelo de RSE de Schwartz e Carroll.

empresa, entidade ou estabelecimento estiverem fechados e os dias subsequentes ao da lesão, perdidos exclusivamente devido à não disponibilidade de assistência médica ou recursos de diagnóstico necessários (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001). 4 Os dias perdidos devem ser debitados por morte ou incapacidade permanente, total ou parcial, de acordo com o estabelecido no ANEXO.

TG = NDP+NDD X 1.000.000

HHT.

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49

3.5 O sistema de gestão baseado na Norma Internacional OHSAS 18.001/ 2007

Visando a garantir boas condições de trabalho, saúde e segurança a seus

funcionários, uma empresa socialmente responsável deve cumprir rigorosamente as

obrigações legais e ter metas para alcançar a excelência nesse setor. As

certificações a respeito do tema (ex.: OHSAS 18001, BS 8800; ISO 16001 e SA

8000) são ferramentas adequadas para esse intento (INSTITUTO ETHOS, 2007).

Segundo a OIT (2008), os sistemas de gestão de SST, ao lado dos sistemas de

gestão da qualidade e gestão ambiental, constituem iniciativas voluntárias das

organizações para a melhoria da qualidade dos produtos, do meio ambiente e dos

ambientes de trabalho, com vistas a superar as limitações do modelo comando-

controle tradicional. Eles não têm por objetivo substituir a estrutura legal, pois a

implementação destes tem como requisito mínimo a conformidade com a legislação

pertinente.

Para Barreiros (2002), o Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no

Trabalho (SGSST) é um conjunto de iniciativas que engloba políticas, programas e

processos ligados ao negócio da organização para auxiliá-la a estar em

conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas no que diz

respeito à SST e, ao mesmo tempo, dar credibilidade à sua própria concepção

filosófica para conduzir suas atividades com ética e responsabilidade social.

Segundo Cooper (2000), a qualidade do sistema gestão de segurança do

trabalho depende da confiança entre a liderança e os empregados, começando pela

responsabilidade partilhada por todos. Uma maneira mais prática de se fazer a

gestão em segurança no trabalho é por intermédio da elaboração de formas criativas

de conscientização, motivação e transmissão de confiança ao conjunto de

empregados, a começar pelo exemplo da diretoria e da distribuição de

responsabilidades.

A norma Sistema de Gestão de Higiene e Segurança, ou OSHAS 18.001, é

referência para o desenvolvimento deste trabalho. Como não há uma compreensão

padronizada sobre o conceito de sistema de gestão da segurança de saúde no

trabalho (SST), como existe das áreas da qualidade (ISO 9000) e do meio ambiente

(ISO 14000), diversos modelos de sistemas de gestão de SST foram publicados por

organismos de padronização, associações da indústria e de profissionais da

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segurança e saúde no trabalho, dentre os quais cabe destacar:

a) a norma BS 8800-Guia para sistemas de gestão da segurança e saúde no

trabalho (BRITISH STANDARDS INSTITUTION, 1996);

b) as diretrizes relativas aos sistemas de gestão da segurança e saúde no

trabalho- ILO OSH 2001 (OFICINA INTERNACIONAL DEL TRABAJO, 2001) e a

OHSAS 18001 Especificação para sistemas de gestão da segurança e saúde no

trabalho (BRITISH STANDARDS INSTITUTION, 1996).

O Modelo de sistema de gestão da SST, de acordo com a norma OHSAS

18001, caracteriza-se por incorporar o princípio da melhoria contínua; permitir a

integração da gestão da segurança e saúde no trabalho com outros sistemas de

gestão (qualidade e meio ambiente) da empresa; demonstrar o comprometimento da

alta direção com o atendimento das disposições da política e dos objetivos

estabelecidos; auxiliar a organização a demonstrar às partes interessadas que é

dada maior ênfase à prevenção do que às ações corretivas (SERBITIZER;

BAICHOO, 1999).

De acordo com Costa (2006, p. 74), “para atender à demanda das

organizações por uma norma reconhecida para SGSST de abrangência

internacional, foi constituído um grupo de trabalho coordenado pela Instituição

Britânica de Padrões (BSI), integrado por organismos” certificadores internacionais,

como a Fundação Norueguesa (DNV), entre outros, e de entidades nacionais de

normalização da Irlanda, Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. Esse grupo se

reuniu na Inglaterra e criou a primeira "norma" para certificação de SGSST de

alcance global, a OHSAS 18001, que foi publicada pela BSI em abril de 1999. Trata-

se de uma especificação que tem por objetivo prover as organizações com os

elementos de um Sistema de Gestão da SST eficaz, de forma a auxiliá-las a

alcançar seus objetivos de segurança e saúde ocupacional.

Em 1998, várias entidades certificadoras se organizaram para elaborar a

Diretriz OHSAS Occupational, Health and Safety Management Systems que,

após revisão em 2007, passou a ser denominada Norma Internacional. Esse

documento tornou-se uma referência para a organização e a certificação de Sistema

de Gestão de SSO (COSTA, 2006).

A Norma OHSAS 18.001/2007, embora ainda não pertença ao sistema de

normas internacionais ISO, passou por revisão, de forma a se tornar mais alinhada

às normas de sistema de gestão da qualidade (ISO 9.001/2000) e ambiental (ISO

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14.001/2004), facilitando a integração entre as três normas (OHSAS, 2007).

De acordo com Vergara e Branco (2001), a Norma OHSAS 18.001 tornou-se

uma referência para as organizações que pretendem implementar e certificar o

sistema de gestão de SST, alinhado aos conceitos dos sistemas de gestão da

qualidade e ambiental.

Para se obter êxito na implementação do sistema de gestão de SST,

recomenda-se adotar os princípios do PDCA Planejar, Executar, Verificar e Atuar

(FIG. 21), cuja base passa pela sedimentação dos valores e compromissos a

serem assumidos pela liderança da organização.

Hinze (1997) destaca que o envolvimento da alta administração é

fundamental para a implantação de uma cultura de segurança na organização. De

acordo com OHSAS (2007), a alta gerência deve prover os recursos essenciais à

implementação, ao controle e à melhoria do Sistema de Gestão, incluindo recursos

humanos, financeiros, qualificações específicas e tecnologia. A Figura 15 representa

o desenho do modelo OHSAS (2007).

Figura 15: Modelo sistema de gestão OHSAS 18001 Fonte: OHSAS, 2007.

Diante do exposto, a implantação de um sistema de gestão em conformidade

com a norma OHSAS 18001 pode fornecer uma resposta às necessidades das

organizações em atender a obrigações relativas à saúde e segurança, de maneira

eficiente, proporcionando redução do número de acidentes, dos custos trabalhistas,

conformidade com a legislação, melhor gerenciamento dos riscos associados à

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saúde e segurança, maior vantagem competitiva e melhoria na performance geral da

organização (BRASIL, 2008b).

Existe uma forte interface entre os requisitos da norma OHSAS 18001 e as

dimensões propostas por (SCHWARTZ; CARROLL, 2003). Em outras palavras, a

implementação da norma de forma adequada atende aos requisitos legais,

econômicos e éticos, sendo um instrumento de RSE relativo ao tema SST, nas três

dimensões do modelo de RSE de Schwartz e Carroll. Do ponto de vista econômico,

a norma enfatiza a importância de se contabilizarem os custos dos acidentes de

trabalho; permite a empresa controlar o nível de desempenho da SST; e destaca

que a análise dos custos do acidente relaciona-se diretamente com o custo da

produção e diminui os custos com o seguro de acidentes de trabalho. Quanto à

dimensão legal, a norma requer que o negócio obedeça às leis em todas as

instâncias e também leva em consideração as legislações aplicadas aos

fornecedores. Em relação à dimensão ética, a norma OHSAS 18001 requer que as

empresas levem em consideração as diversas partes interessadas; estimulem o

desenvolvimento e compartilhem soluções de prevenção de acidentes e doenças

ocupacionais entre empresas, além de ajudarem na relação transparente e ética

com os empregados, fornecedores e governo.

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4 METODOLOGIA

O objetivo geral da pesquisa proposta foi analisar a relação da certificação em

conformidade com a norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho em

empresas que possuem unidades no Brasil. Para alcançar tal objetivo foram seguidos

os seguintes procedimentos estratégicos:

• mapear as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS

18001;

• identificar as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS

18001 que disponibilizam, publicamente, dados sobre as taxas de acidentes

do trabalho antes e depois da certificação;

• localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes do

trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da

certificação;

• comparar as taxas de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam

os dados antes e depois da certificação.

Nesta pesquisa valeu-se da classificação proposta por Silva e Menezes (2000),

segundo a qual as pesquisas podem ser classificadas de acordo com alguns critérios:

• quanto à forma de abordagem do problema: quantitativa ou qualitativa;

• quanto aos procedimentos técnicos: pesquisa bibliográfica, documental,

experimental (de campo), levantamento, estudo de caso ou ex-post facto.

Quanto à forma de abordagem do problema, adotou-se, nesta investigação, a

pesquisa qualitativa caracterizada pela descrição, compreensão e interpretação dos

fatos. Como considera Martins (1994), a pesquisa qualitativa busca levantar todas as

possíveis variáveis existentes, tentando vislumbrar, em sua interação, o real

significado da questão sob exame. Em linha semelhante, argumenta Gil (1994) que

os estudos qualitativos possibilitam a análise contextualizada de fenômenos sociais

e sua dinâmica ou, ainda, permitem descrever a complexidade de determinado

problema e analisar a interação das variáveis envolvidas.

Quanto aos procedimentos técnicos, utilizou-se a pesquisa documental. A

análise documental contemplou regulamentos, normas de conduta, códigos de ética

empresariais, jornais, boletins, balanços sociais das empresas e outros tipos de

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54

publicações das empresas pesquisadas.

Para atingir o primeiro objetivo, que é mapear as empresas certificadas em

conformidade com a norma OHSAS 18001, foram realizados os seguintes passos:

consulta ao anuário da Revista Proteção; conferência dos dados com outras fontes

de consultas (Pesquisa em órgãos certificadores); depois, conferiram-se os dados

encontrados na edição da Revista Exame de julho de 2008, na qual constam as 500

maiores empresas do país (Exame, 2008). Por fim pesquisou-se o livro “Indicador de

desenvolvimento humano organizacional IDHO” (TACHIZAWA; GARRET, 2008).

Para atingir o segundo objetivo, que é identificar as empresas certificadas em

conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam, publicamente, dados

sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da certificação, primeiro

realizou-se uma pesquisa documental nas empresas certificadas, estratificaram-se e

compilaram-se os dados disponíveis antes e depois da certificação. Por fim,

realizou-se o detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados

disponíveis antes e depois da certificação.

Para atingir o terceiro objetivo, o de localizar e comparar a forma de

divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os

dados, antes e depois da certificação, seguiram-se alguns passos. O primeiro foi

realizar uma pesquisa documental em jornais, boletins, folders e, principalmente, em

balanços sociais das empresas certificadas. O segundo passo foi organizar e

comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes disponíveis antes e depois

da certificação. Por fim, procedeu-se à compilação da forma de divulgação das taxas

de acidentes das empresas selecionadas que possuem dados disponíveis, antes e

depois da certificação. Para facilitar o entendimento e possibilitar comparações entre

as empresas que divulgam os dados antes e depois da certificação em

conformidade com a norma OHSAS 18001, propuseram-se, como método de

trabalho, duas matrizes macro, sendo uma para taxa de frequência e uma para taxa

de gravidade, conforme Figura 16 e 17. Isso porque os instrumentos de divulgação

das empresas das taxas de frequência e de gravidade são subdivididos em outros

parâmetros diferentes do modelo de Bensoussan (1988).

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Figura 16: Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de acidentes Taxa de Frequência Fonte: Elaborado pelo autor.

No caso da matriz de análise deste estudo, a taxa de frequência pode estar

vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que

divulga os dados (a1), aos dados dos empregados contratados, mais os

terceirizados de forma unificada (a3) e apenas aos dados dos empregados

terceirizados (a2). Nessa matriz de análise, a taxa de frequência sem afastamento

(b) pode estar vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela

empresa que divulga os dados (b1); com os dados dos empregados contratados

mais os terceirizados de forma unificada (b3) e apenas os dados dos empregados

terceirizados (b2). Também nessa matriz de análise, a taxa de frequência com

afastamento (c) pode estar vinculada apenas aos dados dos empregados

contratados pela empresa que divulga os dados (c1); com os dados dos

empregados contratados mais os terceirizados de forma unificada (c3) e apenas aos

dados dos empregados terceirizados (c2).

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Figura 17: Matriz de análise da forma de divulgação dos índices de acidentes Taxa de Gravidade Fonte: Elaborado pelo autor.

Neste estudo, a matriz de análise da taxa de gravidade (d) pode estar

vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que

divulga os dados (d1), ou aos dados dos empregados contratados mais os

terceirizados de forma unificada (d3), ou apenas aos dados dos empregados

terceirizados (d2). A taxa de gravidade sem afastamento (e) pode estar vinculada

apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que divulga os dados

(e1), ou aos dados dos empregados contratados mais os terceirizados de forma

unificada (e3) ou apenas aos dados dos empregados terceirizados (e2). Também

nessa matriz de análise, a taxa de gravidade com afastamento (f) pode estar

vinculada apenas aos dados dos empregados contratados pela empresa que

divulga os dados (f1), ou aos dados dos empregados contratados mais os

terceirizados de forma unificada (f3), ou apenas aos dados dos empregados

terceirizados (f2).

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Godoy (1995) destaca que a pesquisa documental é constituída pelo exame

de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser

reexaminados com vista a uma interpretação nova ou complementar. Pode oferecer

base útil para outros tipos de estudos qualitativos. De acordo com Gil (1994), as

fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador dados

suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamentos de campo,

sem contar que, em muitos casos, só se torna possível a investigação social a partir

de documentos.

A coleta de dados foi feita por meio de informações secundárias e estas

obtidas por meio de pesquisa documental e do levantamento de estudos publicados

em jornais, revistas, livros, sites de empresas e instituições, acerca do tema ora

estudado. Neste estudo, entende-se documento como definido por Richardson

(1999), que assevera ser toda base de conhecimento fixado materialmente e

suscetível de ser utilizado para consulta, estudo ou prova. É importante considerar,

como afirmam Vergara e Branco (2004), que a utilização de dados secundários em

uma pesquisa possui pontos positivos, como a redução de custos para sua

execução e limitações, uma vez que utilizam dados já existentes, ficando as análises

restritas às informações coletadas originalmente e, portanto, passíveis de dados

incompletos, imprecisos e com falhas na coleta.

No próximo capítulo abordam-se os acidentes do trabalho e a certificação

OHSAS 18001.

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5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A análise dos dados é apresentada de acordo com cada um dos objetivos

específicos definidos no capítulo quatro. Inicialmente, mapearam-se as empresas

certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001. Em seguida,

identificaram-se as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS

18001 que disponibilizam, publicamente, dados sobre acidentes do trabalho antes e

depois da certificação. O terceiro item de análise dos dados corresponde ao terceiro

objetivo, ou seja, localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes

do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da

certificação. Finalmente, respondeu-se ao quarto objetivo que é estudar e comparar

as taxas de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes

e depois da certificação.

5.1 Mapeando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001

Para atingir o primeiro objetivo de mapear as empresas certificadas em

conformidade com a norma OHSAS 18001, foram necessários alguns passos: no

primeiro, consultou-se o anuário da Revista Proteção; no segundo conferiram-se os

dados com outras fontes de consultas pesquisa em órgãos certificadores; depois,

conferiram-se os dados encontrados na edição da Revista Exame, de julho de 2008

(CAETANO; ANTUNES, 2008), na qual constam as 500 maiores empresas do país;

no quarto passo, pesquisou-se o livro “Indicador de desenvolvimento humano

organizacional IDHO” (TACHIZAWA; GARRET, 2008).

5.1.1 Primeiro passo: Consulta ao Anuário

A primeira fonte de pesquisa para levantamento das empresas certificadas foi

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a leitura e a pesquisa do Anuário Brasileiro de Proteção (2008). Nele são divulgadas

as empresas certificadas em Segurança e Saúde do Trabalho (SST). Trata-se de

uma publicação da Revista Proteção que surgiu em dezembro de 1987, com o

objetivo de propagar as informações em Saúde e Segurança do Trabalho. A Revista

Proteção tem abrangência nacional e edição mensal. Seu conteúdo editorial é

composto por artigos técnicos, reportagens, entrevistas e colunas que atendem aos

interesses dos técnicos e engenheiros de segurança, higienistas ocupacionais,

médicos e enfermeiros do trabalho, cipeiros, gerentes de RH, fonoaudiólogos,

fisioterapeutas e administradores, entre outros profissionais. Sua tiragem é de doze

mil exemplares/mês (ANUÁRIO BRASILEIRO DE PROTEÇÃO, 2008).

Segundo o Anuário Brasileiro de Proteção de 2008, a lista das empresas

certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 foi elaborada a partir de

informações coletadas nas certificadoras e empresas. Foram 478 empresas

certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que pertencem a 343

grupos empresariais. Isso porque existem grupos empresariais, como a Alcoa, que

possuem diversas empresas (Alcoa São Paulo; Alcoa Juriti; Alcoa tubarão, etc.)

5.1.2 Segundo passo - Conferindo os dados com outras fontes de consultas -

Pesquisa em órgãos certificadores

Como o Anuário não é uma fonte oficial e como ainda não existe fonte alguma

que compile oficialmente as empresas certificadas em conformidade com a norma

OHSAS 18001, optou-se pela busca de novas fontes de informações em páginas da

internet, a saber:

a) sítio da internet do Centro de Qualidade de Saúde, Segurança e

Produtividade QSP, que, criado em fevereiro de 1991 por um grupo de empresas,

professores universitários e consultores, é uma organização não-governamental que

conta, atualmente, com mais de 1.500 clientes (CENTRO DA QUALIDADE, 1997);

b) sítio da Brasil TUV- BRTÜV, organismo certificador credenciado pelo

INMETRO, sendo assim parte integrante do sistema brasileiro de avaliação da

conformidade (BRASIL TUV, 2009);

c) sítio na internet da British Standards Institution, BSI Brasil, empresa

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60

multinacional com sede no Reino Unido (Inglaterra), que atua como provedora de

serviços técnicos desde 1901 (BRITISH STANDARDS INSTITUTION BRASIL,

2009);

d) sítio da internet da Bureau Veritas Quality International, BVQI, grupo

internacional dedicado à realização de serviços de avaliação de conformidade, nas

áreas de Qualidade, Segurança e Saúde Ocupacional, Meio Ambiente e

Responsabilidade Social, presente em 140 países e com mais de 700 escritórios e

laboratórios (BUREAU VERITAS QUALITY INTERNATIONAL, 2009);

e) sítio da internet da Det Norske Veritas Certificadora Ltda, DNV, uma

fundação independente com o objetivo de salvaguardar a vida, a propriedade e o

meio ambiente (DET NORSKE VERITAS, 2009);

f) sítio da internet da DQS do Brasil Associação Alemã para Certificação de

Sistemas de Gestão (DKS DO BRASIL, 2009);

g) sítio da internet da Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV), instituição

privada, sem fins lucrativos, criada, mantida e gerida pelos professores do

Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de

São Paulo. Tem como objetivo desenvolver e disseminar conhecimentos científicos

e tecnológicos inerentes à Engenharia de Produção, à Administração Industrial, à

Gestão de Operações e às demais atividades correlatas que realiza, com total

caráter inovador (FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI, 2009);

h) sítio da internet da Loyd’s Register (LRQA), Fundado no Reino Unido, em

1985, o Lloyd's Register Quality Assurance (LRQA), empresa do Grupo Lloyd's

Register (LR) (LOYD’S REGISTER, 2008);

i) sítio da internet da SAS Certificadora. A SAS tem auditores sediados em

diversas cidades brasileiras (SAS CERTIFICADORA, 2009);

j) sítio da internet da SGS ICS Certificadora Ltda, há 70 anos atuando no

Brasil (SGS ICS CERTIFICADORA, 2009).

Os dados fornecidos complementaram as informações do Anuário Brasileiro

de Proteção 2008. De 478 empresas certificadas no Anuário, passou-se para 687

empresas, e de 343 passou-se para 478 grupos empresariais: dados conseguidos

depois da consulta aos sites dos órgãos certificadores brasileiros. Assim, confirmam-

se e complementam-se os dados divulgados pelo Anuário da Revista Proteção 2008.

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61

5.1.3 Terceiro passo - Revista Exame

Foi pesquisado o número especial da Revista Exame, de julho de 2008, no

qual constam as 500 maiores empresas do país. Nesse caso, o site de cada uma

das empresas da publicação foi visitado para tentar encontrar-se alguma informação

adicional. O resultado nada acrescentou em termos de novas empresas certificadas,

reforçando o número de 687 empresas, sendo 478 grupos empresariais.

5.1.4 Quarto passo - Pesquisa no livro Indicador de Desenvolvimento Humano

Organizacional IDHO: novas dimensões da cultura corporativa

Outra fonte de pesquisa foi o livro “Indicador de Desenvolvimento Humano

Organizacional IDHO: novas dimensões da cultura corporativa”, dos autores

Takeshy Tachizawa e Garrett (2008), obra escolhida devido ao fato de ser um livro

de grande relevância, além de bastante utilizado pelos profissionais que atuam na

área de gestão de saúde e segurança do trabalho. Após a consulta, o número de

empresas certificadas permaneceu em 687, sendo também mantidos os 478 grupos

empresariais.

Sendo assim, após seguirem-se os passos da pesquisa, registraram-se 687

empresas que representam 478 grupos empresariais, certificadas em conformidade

com a norma OHSAS 18001. No APÊNDICE A, consta a relação de empresas

certificadas pela OHSAS 18001, o município e o estado a que pertencem.

Como limitação do caminho percorrido, está o fato de não se poder afirmar

que o número encontrado (687 empresas, sendo 478 grupos empresariais) seja o

número exato de empresas certificadas pela OHSAS 18001 no Brasil, porque as

normas de Sistema de Gestão em SST estão fora do Sistema Brasileiro de

Avaliação de Conformidade, ficando esses dados a cargo de cada organismo

certificador. A certificação é uma consequência do processo de implantação, mas

não é obrigatoriedade. Assim, acredita-se que possa haver outras empresas com

seus processos de gestão implantados, ou em processo de implantação, as quais,

pela forma como se pesquisou, não foi possível encontrá-las.

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5.2 Identificando as empresas certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam publicamente dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da certificação

Para se atingir o segundo objetivo, que é o de identificar as empresas

certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001 que disponibilizam,

publicamente, dados sobre as taxas de acidentes do trabalho antes e depois da

certificação, seguiram-se alguns procedimentos. O primeiro foi realizar uma

pesquisa documental nas empresas certificadas. O segundo foi estratificar e

compilar os dados disponíveis antes e depois da certificação. Por fim, realizou-se o

detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados disponíveis antes e

depois da certificação.

5.2.1 Primeiro passo - Em busca dos dados disponíveis

De posse do número de empresas certificadas, iniciaram-se o agrupamento e

a busca das informações sobre as estatísticas de acidentes das 687 empresas,

sendo 478 grupos empresariais certificadas, números já mencionados. Essa

pesquisa documental contemplou os jornais, os boletins, os folders e,

principalmente, os balanços sociais das empresas. Foram obtidos dados públicos

nos quais constavam as informações sobre as taxas de acidentes de 14 grupos de

empresas, o que totalizava 38 unidades empresariais.

Vale ressaltar que se desconsideram, para efeito de dados nesta pesquisa,

alguns grupos empresariais, como a Companhia Enérgica de Minas Gerais (CEMIG)

e Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), porque elas divulgam seus dados de

acidentes via Fundação COGE, entidade jurídica de direito privado, sem fins

lucrativos, cuja missão é promover o aprimoramento da gestão empresarial e da

cultura técnica do setor elétrico, realizando atividades de pesquisa, ensino,

consultoria e desenvolvimento institucional. No caso da Petrobrás e da Vale, foram

desconsideradas, para efeito de dados nesta pesquisa, pois não detalham as

unidades (possuem inúmeras unidades) e os valores, e os anos de certificação são

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63

diferentes.

5.2.2 Segundo passo - Estratificação dos dados disponíveis antes e depois da

certificação

Tendo em vista que o interesse da pesquisa é conhecer e comparar as taxas

de acidentes de trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois

da certificação, avançou-se no detalhamento dos dados dos 14 grupos e 38

empresas que divulgaram os dados de acidentes. Após a estratificação e a

compilação dos dados, obtiveram-se dados de 5 grupos e 13 unidades empresariais

que publicaram dados antes e após o período do processo de certificação (FIG. 18).

Figura 18: Compilação das empresas certificadas Fonte: Dados da pesquisa.

Assim, chegou-se aos cinco grupos de empresas, que totalizam 13 unidades

empresariais, conforme o detalhamento a seguir, que disponibilizam, publicamente,

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os dados antes e após a certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001.

São eles: ALBRAS (Barcarena), ALCOA (Poços, Tubarão e Juriti), ANGLO

AMERICAN (Nióbio e Níquel Goiás e São Paulo), KLABIN (Santa Catarina, São

Paulo e Paraná) e SAMARCO (Mariana e Ubu) (QUADRO 1).

Quadro 1: Grupo e unidade de empresas que possuem dados de acidentes disponíveis antes e

depois da certificação Fonte: Dados da pesquisa.

5.2.3 Detalhamento das empresas selecionadas que possuem dados

disponíveis antes e depois da certificação

Apenas 13 unidades empresariais, de 5 grupos de empresas, divulgaram os

dados, publicamente, antes e após a certificação em conformidade com a norma

OHSAS 18001. São eles:

a) ALBRAS, Alumínio Brasileiro S/A, é uma companhia brasileira de capital

fechado, sediada no município de Barcarena, Pará, a 40 quilômetros da capital

Belém.A Albrás é o resultado da associação entre a Companhia Vale do Rio Doce

(CVRD) e a Nippon Amazon Aluminium Co. Ltd. (NAAC) um consórcio de

empresas japonesas formado por trading companies, bancos, consumidoras e

produtoras de alumínio, do qual o banco estatal Japan Bank for International

Cooperation (JBIC) é o maior acionista (ALBRAS, 2007).

b) O segundo grupo selecionado foi a Alcoa Inc., fundada em 1888. É a

principal produtora e gerenciadora mundial de usinas de alumínio primário,

industrializado e alumina. A Alcoa atende aos mercados aeroespacial, automotivo,

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65

de embalagens, construção, transporte comercial e industrial (ALCOA

INDICADORES, 2009a).

c) O terceiro grupo selecionado foi a Anglo American, um dos maiores grupos

em mineração e recursos naturais do mundo, operando na África, Europa, América

do Sul e do Norte, Austrália e Ásia. Com unidades operacionais distribuídas nas

cidades de Catalão, Ouvidor, Niquelândia, Barro Alto, Cubatão e sede administrativa

em São Paulo, a Anglo American Brasil atua nos mercados de níquel, nióbio e

fosfatados.

d) O quarto grupo selecionado foi a Klabin, maior produtora, exportadora e

recicladora de papéis do Brasil. Líder nos mercados de papel e cartões para

embalagens, embalagens de papelão ondulado e sacos industriais, também produz

e comercializa madeira em toras (KLABIN, 2009).

e) A Samarco, quinto grupo selecionado para este estudo, possui duas

unidades industriais uma em Mariana/Ouro Preto (MG) e outra em Anchieta (ES).

É uma empresa com processo único de produção, que contempla lavra,

beneficiamento, transporte, pelotização e exportação de minério de ferro. Fundada

em 1977, ocupa hoje a segunda posição no mercado transoceânico de pelotas,

comercializando 100% de seus produtos para mais de 15 países na Europa, Ásia,

África/Oriente Médio e Américas.

Um fator de limitação para este objetivo foi a constatação de que muitos

relatórios disponíveis, pesquisados e analisados não detalharam a unidade

empresarial dos dados obtidos e de que, no período da pesquisa, ocorreram

algumas fusões e aquisições dentro do universo das 678 empresas certificadas,

como foi o caso, por exemplo, da Perdigão-Sadia.

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66

5.3 Localizando e comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação

Para atingir o terceiro objetivo, o de localizar e comparar a forma de

divulgação das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os

dados, antes e depois da certificação, seguiram-se alguns passos. O primeiro foi

realizar uma pesquisa documental em jornais, boletins, folders e, principalmente, em

balanços sociais das empresas certificadas. O segundo passo foi organizar e

comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes disponíveis antes e depois

da certificação. Por fim, procedeu-se à compilação da forma de divulgação das

taxas de acidentes das empresas selecionadas que possuem dados disponíveis,

antes e depois da certificação.

Na pesquisa documental, vale destacar, foi constatado que o único local em

que são divulgadas as taxas de acidentes são os balanços sociais disponíveis na

internet.

5.3.1 Detalhamento Empresa 1 - ALBRAS

A Albras foi certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001, em

2001 (ALCOA INDICADORES, 2009b). A empresa divulgou os dados desde 3 anos

antes da certificação e até 5 anos depois (ALCOA INDICADORES, 2009b). Os

dados divulgados foram os da unidade de Barcarena (ALBAS, 2007, p. 9, 51).

Em seus relatórios, a Albras divulga apenas a Taxa de frequência com

afastamento dos empregados e de terceiros, excluindo da estatística a taxa de

gravidade (FIG. 19). Até 2006, a Albras divulgava os dados da taxa de frequência

com afastamento dos empregados separados da divulgação da taxa de frequência

com afastamento de terceiros. Em 2007, a empresa começou a divulgar os dados,

não de acordo com a taxa de frequência com afastamento dos empregados e do

afastamento de terceiros e sim com o uso de novos indicadores que impedem a

comparação com os dados anteriores. O indicador divulgado foi a taxa de dias

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perdidos (BALANÇO SOCIAL de 2007), que não possui definição no referido

balanço (ALBRAS, 2007, p. 39, 50).

Figura 19: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Albras Fonte: Dados da pesquisa.

Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a

Albras (2007) atende às dimensões legal (pois expressa em sua política a

importância de atender aos requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de

desempenho de SST e contabiliza os custos dos acidentes de trabalho), não

contemplando a dimensão ética, tendo em vista que divulga poucos dados de

acidentes e, assim, não deixa claro em quais unidades empresariais isso ocorre, o

que dificulta comparações e prejudica a transparência das informações divulgadas,

por isso a dimensão ética se apresenta com um círculo de menor dimensão (FIG.

20).

Page 71: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

68

Figura 20: Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz e Carroll (2003)

aplicado à Albras Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

5.3.2 Detalhamento Empresa 2 - ALCOA

A fonte de consulta para obtenção dos dados foi o Relatório de

Sustentabilidade 2006/2007, que apresenta dados quantitativos sobre o

desempenho econômico, ambiental e social da Alcoa Alumínio S.A., em 2006. O

Relatório abrange as operações das unidades Alphaville-SP, Itapissuma-PE, Juruti-

PA, Poços de Caldas-MG, Sorocaba-SP, Tubarão-SC e Utinga-SP, do Consórcio

Alumar, em São Luís-MA e da AFL do Brasil-MG, além das atividades

administrativas realizadas nos escritórios da capital paulista. Cabe ressaltar que

apenas as unidades Poços de Caldas-MG, Tubarão-SC e Consórcio Alumar, em

São Luís-MA possuem a certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001.

Todas as unidades da Alcoa reportam seus dados por meio de sistemas e

indicadores globais. Ela continuamente revisa as diretrizes e as unidades adotadas

para coletar e atualizar as informações, o que pode implicar a modificação de dados

referentes a anos passados e, talvez, publicados em relatórios anteriores.

A Alcoa publica os dados de forma corporativa, não detalhando as unidades,

o que inviabiliza um detalhamento adequado dos dados. Além disso, o ano de

certificação varia para as unidades certificadas, e três das quatro unidades se

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certificaram em 2006. Dos cinco grupos de empresas que possuem os dados, o

relatório da Alcoa é o único que divulga os dados de todas as unidades da América

Latina, mas não detalha os métodos usados, nem quais unidades entram no cálculo.

A Alcoa divulgou os dados da taxa de frequência com afastamento dos

empregados junto com os dos terceiros (FIG. 21), bem como a taxa de gravidade

com afastamento dos empregados junto com os dos terceiros (FIG. 22).

Figura 21: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Alcoa Fonte: Dados da pesquisa.

Page 73: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

70

Figura 22: Matriz da forma de divulgação da taxas de gravidade pela Alcoa Fonte: Dados da pesquisa.

Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a Alcoa

atende às dimensões legal (pois expressa, em sua política, a importância de atender

aos requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de desempenho de SST e

contabiliza os custos dos acidentes de trabalho), não contemplando a dimensão

ética, tendo em vista que divulga poucos dados e, assim, não deixa claro em quais

unidades empresariais isso ocorre, o que dificulta comparações e prejudica a

transparência das informações divulgadas, por isso a dimensão ética se apresenta

com um círculo de menor dimensão (FIG. 23). Apesar disso, é a única empresa que

divulga a taxa de gravidade de seus acidentes, o que indica um interesse em

demonstrar o detalhamento dos acidentes.

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Figura 23: Detalhamento da dimensão do modelo

Schwartz; Carroll (2003) aplicado à Alcoa Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

5.3.3 Detalhamento Empresa 3 - ANGLO AMERICA unidade níquel

A Anglo America foi certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001

em 2003. A empresa divulgou os dados antes e depois da certificação, (BALANÇO

SOCIAL, 2004, p. 9, 19; 2005, p. 27; 2006, p. 35; 2007, p. 49 apud ANGLO

AMÉRICA, 2009 ). A Anglo America5 divulga os dados basicamente divididos pelas

unidades de produtos níquel e nióbio; até 2006, divulgava os dados da taxa de

frequência com afastamento dos empregados, frequência sem afastamento dos

empregados e frequência sem afastamento de terceiros (FIG. 24 e 25). Em 2005,

unificou algumas taxas que não ficaram claras nos relatórios consultados. A

empresa não divulga sua taxa de gravidade.

5 Os dados referentes à Anglo American Brasil compreendem os resultados das operações da Copebras e da Anglo American Brasil. Em 2005 e 2006 as operações estavam em período de consolidação.

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Figura 24: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Anglo América Níquel Fonte: Dados da pesquisa.

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73

5.3.4 Detalhamento Empresa 4 - ANGLO AMÉRICA unidade nióbio6

Figura 25: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Anglo América Nióbio Fonte: Dados da pesquisa.

Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a Anglo

América atende às dimensões legal (pois expressa em sua política a importância de

atender os requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de desempenho

de SST), não contemplando a dimensão ética, tendo em vista que divulga poucos

dados de acidentes e, assim, não deixa claro em quais unidades empresariais isso

ocorre, o que dificulta comparações e prejudica a transparência das informações

divulgadas, por isso a dimensão ética se apresenta com um círculo de menor

dimensão (FIG. 26). Apesar disso, é a única empresa que possui a metodologia de

divulgação por unidades de produto, o que pode indiciar o início de um processo de

maior transparência das informações.

6 Apesar de ser do mesmo grupo optou-se por detalhar cada empresa da Anglo América por unidade de produto.

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Figura 26: Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll (2003)

aplicado à Anglo América Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

5.3.5 Detalhamento empresa 5 - KLABIN

A Klabin (2009), certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001,

em 2004, divulgou os dados, antes e depois da certificação (KLABIN, 2009, p. 63). A

Klabin divulga os dados pelo que se infere, uma vez que o relatório de todas as

unidades de negócios conjuntamente não fica claro (três unidades conjuntas: Santa

Catarina, São Paulo e Paraná) e não separa os dados de empregados e terceiros.

Divulga a taxa de frequência sem afastamento dos empregados e a taxa de

frequência com afastamento de empregados e de terceiro (FIG. 27). A empresa não

divulga sua taxa de gravidade.

Page 78: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

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Figura 27: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Klabin Fonte: Dados da pesquisa.

Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a

Klabin atende às dimensões legal (expressa em sua política a importância de

atender os requisitos legais) e econômica (controla os níveis de desempenho de

SST e contabiliza os custos dos acidentes de trabalho), não contemplando a

dimensão ética, tendo em vista que divulga apenas poucas taxas de acidentes (não

divulga a taxa de gravidade), o que dificulta comparações e prejudica a

transparência das informações divulgadas. Além disso, não deixa claras as

unidades empresariais que estão envolvidas na divulgação das taxas de acidentes e

ainda possui pouca base de histórico de dados, por isso a dimensão ética se

apresenta com um círculo de menor dimensão (FIG. 28).

Page 79: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

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Figura 28: Detalhamento da dimensão do modelo de Schwartz; Carrol (2003)

aplicado à Klabin Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

5.3.6 Detalhamento Empresa 6 - SAMARCO

Com duas unidades industriais uma em Mariana/Ouro Preto (MG) e outra

em Anchieta (ES) , a Samarco é uma empresa com processo único de produção,

que contempla lavra, beneficiamento, transporte, pelotização e exportação de

minério de ferro. Fundada em 1977, ocupa hoje a segunda posição no mercado

transoceânico de pelotas, comercializando 100% de seus produtos para mais de 15

países na Europa, Ásia, África/Oriente Médio e Américas (SAMARCO, 2009, p.

125).

A Samarco foi certificada em conformidade com a norma OHSAS 18001, em

2004. A Samarco divulga a taxa frequência com e sem afastamento empregado e

terceiros de suas unidades operacionais conjuntamente (FIG. 29). A empresa não

divulga sua taxa de gravidade (BALANÇO SOCIAL, 2002, p. 60; 2004, p. 101; 2007,

p. 125 apud SAMARCO, 2009).

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Figura 29: Matriz da forma de divulgação da taxas de frequência pela Samarco Fonte: Dados da pesquisa.

Com base no modelo de Schwartz e Carroll (2003), pode-se dizer que a

Samarco atende às dimensões legal (pois expressa em sua política a importância

de atender aos requisitos legais) e econômica (pois controla os níveis de

desempenho de SST e contabiliza os custos dos acidentes de trabalho),

contemplando parcialmente a dimensão ética, pois é a única empresa que possui a

metodologia de divulgação da taxa de frequência com e sem afastamento dos

empregados e de terceiros e que deixa bem claras as unidades empresariais

envolvidas na divulgação, o que pode ser indício de um processo de maior

transparência das informações, porém não divulga a taxa de gravidade, por isso a

dimensão ética se apresenta com um círculo de maior dimensão em relação as

demais empresas (FIG. 30).

Page 81: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

78

Figura 30: Detalhamento das dimensões do modelo de Schwartz; Carroll (2003)

aplicado à Samarco Fonte: SCHWARTZ e CARROLL, 2003.

5.3.7 Comparando a forma de divulgação das taxas de acidentes do trabalho

das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação

Após localizar e comparar a forma de divulgação das taxas de acidentes do

trabalho das empresas que disponibilizam os dados, antes e depois da certificação

OHSAS 18001, pode-se destacar que a grande maioria dos grupos de empresas,

658 (95,67 %), não possui as estatísticas de acidentes disponíveis. Apenas 14

grupos de empresas possuem dados disponíveis, o que representa apenas (2,93 %)

das empresas levantadas. Desse total, somente cinco grupos de empresas, que

representam apenas 1,05 %, possuem dados disponíveis, antes e após a

certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001, o que inviabiliza um

amplo estudo comparativo. Dos cinco grupos de empresas que divulgaram suas

taxas de acidentes, constatou-se que cada uma divulga de uma forma diferente,

todas divulgam a taxa de frequência e somente a Alcoa divulga a taxa de gravidade.

Isso nos remete à falta de padronização na forma de divulgação dos dados. Diante

disso, propôs-se um modelo de matriz de análise e divulgação dos dados para

serem disponibilizados no balanço social das empresas, detalhado nas

Considerações Finais.

Dos cinco grupos de empresas, a Samarco (2009) foi a única que divulgou

Page 82: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

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sem distinção a taxa de frequência com e sem afastamento dos empregados e

terceiros conjuntamente, e a que possui uma série histórica de dados (FIG. 31 e 32).

A única empresa que manteve a forma da divulgação dos dados, apesar do pouco

histórico de dados, foi a Klabin (2009). As demais empresas, durante o passar dos

anos, mudaram a forma de cálculo das taxas de acidentes e divulgação dos dados,

sem explicar os motivos, o que dificulta uma comparação fidedigna sobre a melhor

forma de divulgação das taxas de acidentes. A Alcoa foi a única empresa que

divulgou os dados de todas as unidades da América Latina, sem divulgar as taxas

apenas das empresas brasileiras.

Em relação à aplicação do modelo de Schwartz e Carroll (2003), destaca-se

que todas atendem às dimensões econômica e legal, deixando a desejar na

dimensão ética, principalmente em relação à transparência na forma de divulgação

dos dados, deixando a desejar com as informações para as partes interessadas. A

Samarco foi a única empresa que atendeu parcialmente à dimensão ética, pois

divulga sem distinção a taxa de frequência dos empregados e terceiros

conjuntamente para as partes interessadas.

Figura 31: Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os dados da taxa de frequência Fonte: Dados da pesquisa.

Page 83: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

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Figura 32: Matriz comparativa da forma que as empresas divulgam os dados da taxa de gravidade Fonte: Dados da pesquisa.

5.4 Comparando os valores das taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação

Para atingir o quarto objetivo, o de comparar os valores das taxas de

acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados, antes e depois da

certificação, seguiram-se alguns passos. Primeiramente, realizou-se uma pesquisa

documental utilizando jornais, boletins, folders e principalmente os balanços sociais

das empresas certificadas. O segundo passo foi organizar e comparar os valores

das taxas de acidentes disponíveis, antes e depois da certificação. Na pesquisa

documental foi constatado que o único instrumento de divulgação das taxas de

acidentes são os balanços sociais disponíveis na internet.

Na empresa Albras percebe-se que não existe uma tendência clara sobre

diminuições significativas das taxas de acidentes e a certificação em conformidade

com a norma OHSAS 18001. A certificação ocorreu em 2001. As taxas oscilaram e

tiveram, em 2002, o valor mais baixo (0,86 para taxa de frequência com

afastamento de empregado) e (0,98 em 2006 para taxa de frequência com

Page 84: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

81

afastamento de terceiros), conforme demonstram os Gráficos 1 e 2.

Os dados, tanto para empregados quanto para terceiros variaram. Em alguns

anos, a taxa referente aos empregados foi menor que a dos terceiros e em outros

anos ocorreu o inverso. Depois da certificação em 2001, a taxa de frequência jamais

atingiu o recorde de 1998, quando a taxa de frequência de empregados foi de 6,44 e

a de terceiros de 9,96 (GRÁF. 1 e 2).

Gráfico 1: Taxa de Frequência com afastamento de empregado FCAE – Empresa Albras Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A= Ano AC= Ano da certificação FCAE= Frequência com afastamento empregado

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82

Gráfico 2: Taxa Frequência com afastamento terceiro FCAT – Empresa Albras Fonte: Dados da pesquisa Legenda A= Ano AC= Ano da certificação, 2001 FCAT= Frequência com afastamento terceiros

Na Alcoa percebe-se que não existe uma tendência clara sobre diminuições

significativas das taxas antes de depois da certificação ocorrida em 2006. Elas

tiveram, em 2008, o valor mais baixo 0,25 para a taxa de frequência com

afastamento de empregados junto com terceiros e 6,99, em 2008, para a taxa de

gravidade com afastamento de empregados junto com terceiros, conforme o que se

apresenta nos Gráficos 3 e 4. A Alcoa (2009b) é a única empresa que divulga a taxa

de gravidade em seu relatório de sustentabilidade. Desde a certificação, as taxas de

gravidade têm declinado ano a ano. Esse dado permitiria inferir que a certificação

em conformidade com a norma OHSAS 18001 promoveu a diminuição da gravidade

dos acidentes se a empresa detalhasse as unidades que fizeram parte do

levantamento. Dados de unidades de caráter administrativo podem mascarar dados

de unidades fabris, porque a incidência de acidentes e sua respectiva gravidade

tendem a ser menores nas áreas administrativas.

Page 86: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

83

Gráfico 3: Taxa Frequência com afastamento E + T – Empresa Alcoa Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A=Ano AC=Ano da certificação FCAET = Frequência com afastamento E + T

Gráfico 4: Taxa de Gravidade com afastamento E + T - GCAET – Empresa Alcoa Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A= Ano AC= Ano da certificação GCSAET= Gravidade com e sem afastamento empregados e terceiros

Page 87: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS … · FIGURA 8 Pirâmide de Fletcher (1972) ... FIGURA9 Pirâmide de Bird (1969) ..... 35 FIGURA 10 Classificação das concepções

84

A Anglo América7 divulga os dados basicamente divididos pelas unidades dos

produtos níquel e nióbio. Até 2006 divulgava os dados da taxa de frequência com

afastamento de empregados, a taxa de frequência sem afastamento de empregados

e a taxa de frequência sem afastamento de terceiros. Em 2005, unificou algumas

taxas que não foram identificadas nos relatórios consultados.

Na Anglo América Catalão Níquel percebe-se que não existe uma tendência

clara sobre diminuições das taxas. Elas oscilaram e tiveram, em 2002, valor mais

baixo 0,2 taxa de frequência com afastamento dos empregados da unidade níquel

(GRÁF. 5).

Gráfico 5: Taxa Frequência com afastamento Empregados FCAE Empresa Anglo America Fonte: Dados da pesquisa. Legenda A= Ano AC= Ano da certificação FCAE= Frequência com afastamento empregados

Como o balanço social da empresa não dá detalhes sobre a mudança de

metodologia, não é possível fazer qualquer análise comparativa.

Na empresa Anglo América Catalão Nióbio percebe-se que não existe uma

tendência clara sobre diminuições das taxas. Elas oscilaram e tiveram, em 2002, o

valor mais baixo 0,5 taxa de frequência com afastamento dos empregados 7 Os dados referentes à Anglo American Brasil compreendem os resultados das operações da Copebras e da Anglo American Brasil. Em 2005 e 2006, as operações estavam em período de consolidação.

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85

unidade nióbio em 2000; (GRÁF. 6). Não é possível estabelecer comparações entre

as taxas antes e depois da certificação porque não se sabe se as diferenças são

significativas.

Gráfico 6: Taxa Frequência com afastamento empregado FCAE – Empresa Anglo America Fonte: Dados da pesquisa. Legenda: A= Ano AC= Ano da certificação FCAE= Frequência com afastamento empregados

Na Klabin, constata-se que existe uma tendência clara de diminuições das

taxas que oscilaram e que tiveram, em 2007, o valor mais baixo 4,51 taxa de

frequência com afastamento dos empregados e terceiros. Existe pouca base de

dados após o período de certificação em conformidade com a norma OHSAS que

ocorreu em 2006. A Klabin baixou as taxas antes e depois da certificação, porém só

apresenta dados de um período limitado, principalmente após a certificação (GRÁF.

7). O fato de não detalhar as unidades de onde foram compilados os dados dificulta

a análise comparativa.

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Gráfico 7: Taxa de Frequência com afastamento de empregados mais terceiros (FCAET)

Empresa Klabin Fonte: Dados da pesquisa. Legenda: A=Ano AC=Ano da certificação FCAET = Frequência com afastamento empregados mais terceiros

Na Samarco percebe-se que existe uma tendência clara de diminuições das

taxas. Elas oscilaram e, durante 2005, tiveram o valor mais baixo 0,16 frequência

com e sem afastamento empregado e terceiros. As taxas da Samarco seguem uma

tendência clara de queda antes da certificação, o que pode ser um indício de que o

processo prévio da certificação é importante para se discutirem os temas

ocupacionais e contribuir para a diminuição das taxas de acidentes. Após a

certificação, as taxas não ultrapassaram o valor da taxa de frequência de 0,6

(GRÁF. 8), mantendo-se em patamares baixos, próximos de zero. Depois da

certificação, as taxas jamais alcançaram o recorde da série histórica (2,62, em

1996).

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Gráfico 8: Taxa Frequência com e sem afastamento empregado e terceiros FCSAET - Empresa

Samarco Fonte: Dados da pesquisa. Legenda: A= Ano AC= Ano da certificação FCSAE= Frequência com e sem afastamento empregado e terceiros

Concluindo, a comparação das taxas de acidentes com e sem afastamento

demonstra que não existe uma uniformidade na forma de divulgação dos dados. O

registro dos acidentes de menor gravidade recebe pouca importância quando as

empresas divulgam suas taxas, pois somente a Alcoa divulgou sua taxa de

gravidade. Assim, não foi possível relacionar resultados nas taxas de acidentes

apenas com a existência da certificação OHSAS 18001. A ausência de dados sobre

as unidades pesquisadas de cada empresa e as mudanças na metodologia utilizada

pelas empresas dificultaram a realização do quarto objetivo da pesquisa. Por outro

lado, a constatação de pouco rigor na divulgação das taxas de acidentes nos

balanços sociais das empresas pesquisadas propiciaram a proposição de um

modelo de matriz de divulgação dos dados, detalhado nas considerações finais, a

seguir.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na perspectiva de contribuir para maior compreensão das questões relativas à

SST, este trabalho buscou analisar a relação da certificação em conformidade com a

norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho em empresas que

possuem unidades no Brasil. Partiu-se da suposição de que as empresas certificadas

em conformidade com a norma OHSAS 18001 teriam maior probabilidade de

apresentar um número menor de taxas de acidentes, o que demonstraria sua adesão

a práticas de gestão de saúde e segurança eficazes e uma visão integrada sobre

Responsabilidade Social com o público interno.

O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a relação da certificação em

conformidade com a norma OHSAS 18001 com as taxas de acidentes de trabalho

em empresas que possuem unidades no Brasil. Após todo o percurso descrito,

pode-se considerar que não foi possível solucionar satisfatoriamente a relação entre

a certificação em conformidade com a norma OHSAS 18001 e as taxas de acidentes

do trabalho. Poucas empresas publicaram seus dados antes e depois da certificação

e as que os divulgaram o fizeram de forma não uniforme, não demonstrando

claramente a que unidades correspondiam as taxas de acidentes.

Acredita-se que todos os objetivos específicos tenham sido devidamente

respondidos; alguns deles, no entanto, com limites. Em primeiro lugar, ficou claro

que o universo de empresas certificadas vem aumentando no Brasil, conforme

mapeamento feito, que apontou 687 unidades empresariais, sendo 478 grupos de

empresas (objetivo 1 desta pesquisa). Em segundo lugar, e após o mapeamento das

empresas, foi identificado que somente cinco grupos de empresas que representam

13 unidades empresariais certificadas em conformidade com a norma OHSAS 18001

disponibilizam, publicamente, dados sobre acidentes do trabalho, antes e depois da

certificação. Esse fato demonstra a baixa adesão à transparência das informações,

tópico importante dentro da temática responsabilidade social com o público interno,

especialmente se for considerada a dimensão ética do modelo de Schwartz e Carroll

(2003) (objetivo 2).

Posteriormente, procurou-se localizar e comparar a forma de divulgação das

taxas de acidentes do trabalho das empresas que disponibilizam os dados, antes e

depois da certificação (objetivo 3). Os resultados desses procedimentos

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evidenciaram que, mesmo no universo das empresas certificadas em conformidade

com a norma OHSAS 18001, apenas uma minoria divulga suas taxas de acidentes

e, mesmo assim, sem uma uniformidade na organização dos dados. Dos cinco

grupos de empresas que divulgaram suas taxas de acidentes, constatou-se que

cada uma delas divulga os dados de forma diferenciada, todas divulgam a taxa de

frequência e somente a Alcoa divulga a taxa de gravidade. A falta de padronização

na forma de divulgação dos dados sobre acidentes de trabalho é um resultado

empírico da pesquisa.

Visando sanar essa lacuna e contribuir para a melhor forma de divulgação e

transparência na divulgação das taxas de acidentes, propõe-se uma matriz de

análise e divulgação dos dados para serem disponibilizados no balanço social das

empresas. A matriz representada pela Figura 33 apresenta dados condensados e

dados detalhados. Partindo da célula central, os dados condensados são indicados

à esquerda e os dados detalhados à direita. Os dados condensados indicam a taxa

de gravidade e a taxa de frequência com e sem afastamento conjuntamente,

englobando os empregados e terceiros. Os dados detalhados indicam a taxa de

gravidade e a taxa de frequência com e sem afastamento separadamente. Assim,

atende-se, de forma transparente, às expectativas de todas as partes interessadas

das empresas, tanto a interna, quanto as externas, principalmente aos investidores e

à sociedade civil, que poderão ter um instrumento para comparação, avaliação e

valorização das empresas. O modelo dá liberdade à empresa para divulgar os dados

que julgar pertinentes, simplesmente deixando em branco as células para as quais

não quiser apresentar dados. Julga-se importante e socialmente responsável que a

empresa divulgue todos os dados, tanto de empregados e terceiros separadamente

quanto conjuntamente, bem como as taxas de frequência e gravidade, pois assim

todas as partes interessadas poderão extrair as informações relevantes para suas

tomadas de decisões e avaliações.

A apresentação desta matriz constitui a principal contribuição desta pesquisa.

Sua construção só foi possível graças aos passos realizados durante a investigação.

Do ponto de vista acadêmico, trata-se de uma contribuição para a organização dos

dados e para o levantamento de dados futuros. Constitui uma matriz que pode ser

usada como instrumento metodológico para coleta de dados. Do ponto de vista

empresarial, a matriz pode ser utilizada não apenas para divulgação mas também

para uso interno, facilitando as comparações futuras e a melhoria da gestão

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ocupacional, sendo mais transparente e de mais fácil visualização que o modelo

sugerido por Bensoussan (1988).

Figura 33: Matriz da forma sugerida para que as empresas divulguem os dados da taxa de frequência

e de gravidade Fonte: Elaborado pelo autor.

Além da divulgação das estatísticas globais da empresa propostas no modelo,

é de toda conveniência que sejam elaboradas estatísticas por setor de atividade, o

que impedirá que a baixa incidência de acidentes em áreas de menor risco venha a

influir nos resultados de qualquer das demais áreas. Faz-se necessário também

distinguir entre estatísticas globais de determinado setor produtivo e elaboradas por

agências governamentais, e estatísticas particulares para uma determinada

organização produtiva, produzida pela própria organização. Os indicadores deverão

ser publicados preferencialmente por unidade empresarial, conforme modelo no

APÊNDICE B, que descreve os indicadores (1-Taxa de frequência de acidentes com

afastamento, 2- Taxa de frequência de acidentes sem afastamento, 3-Taxa de

gravidade). Para cada um deles detalham-se a identidade do indicador, sua

definição, seu objetivo, seus parâmetros, a metodologia de medição, sua análise e

observações. Com isso, espera-se uma padronização que permita a comparação

entre as empresas.

Em quarto lugar, objetivou-se comparar as taxas de acidentes de trabalho das

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empresas que disponibilizam os dados antes e depois da certificação. Constatou-se

grande dificuldade em correlacionar as taxas de acidentes e a certificação em

conformidade com a norma OHSAS 18001. A comparação das taxas de acidentes

com e sem afastamento sugere que não existe uma uniformidade na forma de

divulgação dos dados e, em apenas algumas organizações, o registro dos acidentes

de menor gravidade recebe a devida importância (Alcoa foi a única empresa que

divulgou sua taxa de gravidade). Assim sendo, não foi possível relacionar resultados

nas taxas de acidentes apenas com a existência da certificação OHSAS 18001.

Diante disso podem-se levantar algumas hipóteses: Será que a certificação só

ocorre quando as taxas já estão baixas? Será que se omitem os dados das unidades

que não estão com boas taxas? Existem diferenças entre a divulgação das taxas

das unidades administrativas e a das unidades fabris?

O tema responsabilidade social empresarial, como enfatiza a literatura, vem

tomando cada vez mais espaço no mercado e no cotidiano das organizações, mas

sendo construído gradativamente. A pesquisa confirma o já apontado em outros

trabalhos: que a gestão participativa e transparente de uma empresa socialmente

responsável (dimensão ética do modelo Schwartz e Carroll de 2003) se encontra

muito distante do que as empresas realmente praticam. Não há dúvida de que é

importante garantir condições de trabalho, mas é fundamental rediscutir o que se

espera de uma empresa socialmente responsável nas questões relacionadas à

saúde e segurança do trabalho e, especialmente, à forma de divulgação de suas

taxas de acidentes.

Como demonstrado neste trabalho, qualquer acidente do trabalho acarreta

prejuízos econômicos para o acidentado, para a empresa e para a Nação. Para uma

boa gestão de SST numa organização e, consequentemente, para a redução dos

acidentes, é necessária uma sólida cultura de prevenção que propicie uma boa

compreensão sobre os fatores que determinam a ocorrência de acidentes e doenças

ocupacionais, assim como o conhecimento sobre as opções de controle efetivo dos

riscos existentes. É a cultura que determina e mantém a vontade política e as ações

adequadas de gestão de riscos. Nessa perspectiva, a SST é vista como um aspecto

integrado aos demais aspectos da organização da produção e da gestão dos

negócios da empresa, e não como algo isolado, à parte, secundário.

O modelo da OHSAS pode ajudar na redução de acidentes, desde que sua

implementação seja fundamentada em uma cultura de SST de elevado nível de

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maturidade e que envolva e utilize, conjuntamente, as três dimensões da

responsabilidade social do modelo proposto por Schwartz e Carroll (2003). Caso

contrário, o resultado será apenas o aumento da burocracia com exigência de

documentos, relatórios e protocolos sem que se chegue a resultados objetivos para

redução de acidentes.

O modelo OHSAS 18001 deve ser complementado com a adoção de uma

abordagem comparativa das taxas de acidentes, utilizando-se como referência as

melhores práticas de gestão disponíveis para o setor econômico. Sem boas

referências, a chance de que a implementação seja bem sucedida se reduz

significativamente.

O sucesso da implementação também está relacionado à razão pela qual se

decidiu pela implementação da norma. Se a decisão for o resultado de um desejo

sincero em melhorar as condições de trabalho, as chances de sucesso aumentam.

Se for resultante de pressões externas e do mercado ou, simplesmente, como forma

de exibição de aspectos positivos da empresa, as chances de sucesso serão baixas

tendo em vista que a temática segurança deverá permear toda cultura

organizacional. Outra razão para o sucesso da implementação da norma está

atrelada às competências internas do pessoal encarregado da organização. Se não

houver a construção de competências adequadas para a implementação da norma

ou se essa implementação for muito dependente de consultoria externa, as chances

de que o sistema continue operando com sucesso se reduzem. A decisão para a

implantação da norma muito tem a ver com os conceitos da responsabilidade social,

especialmente sob a ótica do modelo de Schwartz e Carroll (2003).

A gestão e os programas de segurança e saúde do trabalhador são

concebidos e orientados normalmente para o atendimento à legislação (dimensão

exclusivamente legal do modelo de Schwartz e Carroll 2003) que dispõe sobre a

matéria. No entanto os programas de SST fundamentados nessa dimensão são, via

de regra, incompletos, porque privilegiam as situações de risco que se apresentam

em franco desacordo com a lei e que podem se transformar em objeto de

fiscalização por parte do Ministério do Trabalho e Emprego ou do Ministério Público

do Trabalho.

Outro aspecto negativo dos programas legalistas, que combinados com a

abordagem reducionista dos riscos do trabalho reforçam seu lado negativo, é o fato

de a fiscalização por parte do MTE, em razão do reduzido número de auditores, ser

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ainda incipiente. Algumas lideranças acreditam que o cumprimento das notificações

do MTE não apenas restabelece a posição de conformidade da empresa em relação

aos instrumentos legais reguladores da segurança e saúde do trabalhador, mas

também os deixa numa condição de terem feito tudo o que era necessário fazer para

criar uma cultura sólida de prevenção.

Espera-se que a repetição periódica do estudo, somada a seu aprimoramento

pela inclusão de novos indicadores, venha a oferecer uma visão dinâmica das

atividades de segurança do trabalho nas empresas certificadas, permitindo a

inclusão de comparações históricas e análises de tendências. Além disso, pode ser

objeto de pesquisas futuras a comparação das taxas de acidentes das empresas

certificadas que divulgam seus dados com empresas não certificadas, ou em

processo de certificação.

Outra possibilidade de estudos futuros é o aprofundamento qualitativo, via

entrevistas com os cinco grupos de empresas, para entender a confiabilidade dos

dados e o porquê daquela forma de divulgação das taxas no balanço.

Outra sugestão para futuras pesquisas é fazer um estudo mais aprofundado

para se conhecerem as causas dos acidentes do trabalho que podem ter origens

ambientais, psicológicas, humanas e materiais, e deverão ser analisadas conforme

sua incidência, frequência e importância.

Também se pode estudar a subnotificação de acidentes nas organizações,

quando estas adotarem indicadores reativos para avaliar comparativamente suas

diferentes unidades. Os gerentes das unidades tendem a não registrar esses

acidentes, para não serem avaliados negativamente.

Outra fonte para estudos futuros seria a comparação das taxas de acidentes

entre os empregados próprios e os terceiros e os riscos advindos da terceirização e

da precarização das condições de trabalho. Além disso, outro tema que ganha corpo

é verificar se as empresas que atrelam a participação nos lucros e resultados ao

indicador diminuição das taxas de acidentes favorece ou não a subnotificação dos

dados que compõem as taxas.

Um último fator importante para estudos futuros seria acompanhar prováveis

mudanças nas taxas de acidentes, tendo em vista as modificações de ordem legal.

Isso porque, no primeiro trimestre de 2007, foi assinado o decreto 6.042/2007 que

regulamenta o Plano Simplificado de Inclusão Previdenciária, o Nexo Técnico

Epidemiológico (NTEP) e o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), esse último já

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vigorando desde 2009. Com o FAP, as empresas serão monitoradas e receberão

uma classificação anual, feita de forma individualizada com base no indicador de

sinistralidade, calculado pela gravidade, frequência e custos com os acidentes de

trabalho. O FAP funcionará como o coeficiente de flexibilização do Seguro de

Acidentes do Trabalho (SAT).

Por fim, é fundamental lembrar que uma organização é uma instituição

composta de pessoas e, por isso, o sucesso e a efetividade de qualquer programa

depende da iniciativa dos gestores e da colaboração dos funcionários em todos os

níveis hierárquicos. A manutenção da higidez do ambiente de trabalho, de forma que

a atividade do funcionário não lhe acarrete, em curto, médio ou longo prazo, o

comprometimento de sua saúde ou integridade física é uma demonstração do

respeito e da valorização das pessoas. Não há mais espaço ao empresário que trata

seu trabalhador como algo descartável. De fato, investir na segurança do ambiente

laboral refletirá na diminuição de custos com indenizações, na qualidade do produto

e no compromisso da empresa com seu empregado.

Acredita-se que a matriz proposta para a divulgação das taxas de acidentes

visa à eficácia e melhoria contínua e progressiva do processo de gestão de SST e

que atende, conjuntamente, às três dimensões da responsabilidade social do

modelo proposto por Schwartz e Carroll (2003). Trata-se, sem dúvida, de um modelo

que pode aprimorar o desempenho da empresa e do país no que tange ao processo

de gestão, resguardando a competitividade das empresas no mercado, mas,

principalmente, assegurando e poupando a saúde e a vida de trabalhadores.

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APÊNDICE A - RELAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS CERTIFICADAS EM CONFORMIDADE COM A NORMA OHSAS 18001 APÓS MAPEAMENTO NOME DA ORGANIZAÇÃO MUNICÍPIO UF GRUPOS

3M do Brasil Ribeirão Preto SP 1

ABB Osasco SP 2

ABC Indústria e Comércio Uberlândia MG 3 Aché Laboratórios Farmacêuticos Guarulhos SP 4

AC Engenharia e Sistemas Rio de Janeiro RJ 5

Acindar do Brasil Jandira SP 6

Aços Villares Pindamonhangaba SP 7

Aços Villares Mogi das Cruzes SP 7

ADB Aços Relaminados São Paulo SP 8

AEL Engenharia Ltda. Belo Horizonte MG 9

AFL do Brasil Itajubá MG 10

AFL do Brasil São Paulo SP 10

Agco do Brasil Com. e Ind. Canoas RS 11

Agv Engneharia Araucária PR 12

Agfa Gevaert do Brasil Suzano SP 13

Agfa Gevaert do Brasil São Paulo SP 13

Ahlstrom Louveira Louveira SP 14

Aibel Óleo e Gás do Brasil Ltda Macaé RJ 15 Ajinomoto Biolatina Indústria e Comércio Pedemeiras SP 16 Ajinomoto Biolatina Indústria e Comércio Valparaíso SP 16 Ajinomoto Biolatina Indústria e Comércio Laranjal Paulista SP 16 Ajinomoto Interamericana Indústria e Comércio Limeira SP 16

Akzo Nobel São Bernardo do Campo SP 17

Akzo Nobel Itupeva SP 17

Alberto Pasqualini - Refap Canoas RS 18

Albras Alumínio Brasileiro Barcarena PA 19

Alcan Composites Brasil Camaçari BA 20

Alcan Embalagens do Brasil Mauá SP 20

Alcan Packaging do Brasil Diadema SP 20

Alcoa Alumínio Poços de Caldas MG 21

Alcoa Alumínio Sorocaba SP 21

Alcoa Alumínio S/A Juriti PA 21

Alcoa Alumínio S/A Tubarão SC 21

Alcoa Alumínio S/A São Paulo SP 21

Alcoa Alumínio S/A Utinga - Santo André SP 21

Alcoa Alumínio S/A Itapissuma PE 21

Alesat Combustíveis Natal RN 22

Alfaterm Indústria e Comércio Sant de parnaíba SP 23

Alstom Brasil Ltda Taubaté SP 24

Alstom Brasil São Francisco do Conde BA 24

Alstom Brasil - O & M Fortaleza Caucaia CE 24

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Alstom Brasil - O & M Piratininga São Paulo SP 24 Alliance One Brasil Exportadora de Tabacos Santa Cruz do Sul RS 25 Alliedsignal Automotive – TPS/HTT Guarulhos SP 26 Alunorte - Alumina do Norte do Brasil Barcarena PA 27

Amanco Brasil Joinville SC 28

Amboretto Bombas Ltda São Caetano do Sul SP 29

Am consulting Niterói RJ 30

Anglo American Brasil Goiânia GO 31

Anglo American Brasil São Paulo SP 31 Apoio de Macaé Comércio e Serviços Marítimos Macaé RJ 32

Aqua RPS João Monlevade MG 33

Areva Itajubá MG 34

Areva Canoas RS 34

Arkema Química Rio Claro SP 35

Armco do Brasil São Paulo SP 36

Atlantis da Amazonia Manaus AM 37

Atnas Engenharia Niterói RJ 38

Atotech do Brasil Taboa da Serra SP 39

Avon Industrial São Paulo SP 40 Arysta Lifescience do Brasil Indústria Química e Agropecuária Salto de Pirapora SP 41 Atotech do Brasil Galvanotécnica Taboão da Serra SP 42

Bahia Sul Celulose Mucuri BA 43

Bardella Indústrias Mecânicas Guarulhos SP 44

Baxter Hospitalar São Paulo SP 45

Baxter Hospitalar Itapevi SP 45 Bayer Cropscience Bayer - Divisão Bayer Materialscience Belford Roxo RJ 46

BBM Serviços e Transportes Curitiba PR 47 Belgo Mineira - Itaúna Siderúrgica Itaúna MG 48

Belgo Siderurgia Juiz de Fora MG 48 Belgo Mineira - Usina de Monlevade João Monlevade MG 48

Belgo Mineira Sabará MG 48

Belgo Mineira Piracicaba SP 48

Belgo Mineira São Paulo SP

Bic Amazonia Manaus AM 49

Blasting Pintura Macaé RJ 50

BMB - Bekaert Artef. Arames Vespasiano MG 51

BMP Siderúrgica Piracicaba SP 52 BMP Siderurgia - Usina Grande Vitória Cariacica ES 52 BSH Continental Eletrodomésticos Hortolândia SP 53 BSH Continental Eletrodomésticos São Paulo SP 53

BSM Engenharia Macaé RJ 54 Blum do Brasil Ind. e Com. de Ferragens Embú SP 55

Brasal Refrigerantes Brasília DF 56

Brasfond Fundações São Paulo SP 57

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Brasil Supply Rio de Janeiro RJ 58

Brasken Camaçari BA 59

Brasken Poliolefinas Camaçari BA 59

Briggestone Firestone Santo André SP 60

Btu Condicionadores de Ar Paulínea SP 61

Bueno Engenharia Curitiba PR 62 Bunge Alimentos - Campo Grande Campo Grande MS 63 Bunge Alimentos - Unidade Bauru Bauru SP 63 Bunge Alimentos Moinho Ponta Grossa Ponta Grossa PR 63

Cadam AS Monte Dourado PA 64

Calorisol Engenharia São Paulo SP 65 Camargo Corrêa Equipamentos e Sistema Curitiba PR 66

Caramuru Alimentos Santos SP 67

Caramuru Alimentos Itumbiara GO 67

Carbocloro Indústrias Químicas Cubatão SP 68

Carbone Savoie Brasil Candeias BA 69

Cargill Agrícola Guarujá SP 70 Cargoquimica Mercantil Rodoviário Jundiaí SP 71 Carioca Christiani- Nielsen Engenharia Brasília DF 72 Carioca Christiani- Nielsen Engenharia São Paulo SP 72 Carioca Christiani - Nielsen Engenharia Rio de Janeiro RJ 72

CBC Indústrias Pesadas Jundiaí SP 73 CCPU - Controle de Pragas e Tratamento Fitossanitário Santos SP 74 CCPU - Controle de Pragas e Tratamento Fitossanitário Indianópolis SP 74 CCPU - Controle de Pragas e Tratamento Fitossanitário Cordeirópolis SP 74

Cebrace - Cristal Plano Ltda Jacareí SP 75 Cebrace - Cristal Plano – Caçapava Caçapava SP 75

Celestica Hortolândia SP 76 Cemig Geração e Transmissão S/A - GA/UT Igarapé Belo Horizonte MG 77 Cemig Geração e Transmissão S/A - GA/OE - UHE Jaguará Belo Horizonte MG 77 Cemig Geração e Transmissão S/A - UHE Três Marias Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais-Cemig Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais-Centro de Apoio Prod. (CAP) e Coord. Admin. (CAD) Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/OE - Volta Grande Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/S Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/SM Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/LE - UHE Salto Grande Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig Uh Camargos Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig Uh Itutinga Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - GA/TA UHE Emborcação Belo Horizonte MG 77

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111

Cia Energética de Minas Gerais - MS/QL - Gerência de Qualid. de Material e de Fornecedores Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig -Do/Mc Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig (AT/TA) Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig (Uhe - São Simão) Belo Horizonte MG 77 Cia Energética de Minas Gerais - Cemig Uh Novaponte Belo Horizonte MG 77

Cegelec São Paulo SP 78

Cemon Engenharia Salvador BA 79 Centrais Elétricas Cachoeira Dourada Cachoeira Dourada GO 80 Centro de Retificação de Cilindros do Sul São Francisco do Sul SC 81

Cervejaria Kaiser Brasil Jacareí SP 82 Cetrel - Empresa de Proteção Ambiental Camaçari BA 83 Chem-Trend Indústria e Comércio de Produtos Químicos Valinhos SP 84

Chevron Brasil Duque de Caxias RJ 85 Cia. Auxiliar de Armazéns Gerais - Copersucar Santos SP 86 Cia. Brasileira de Amarras "Brasilamarras" Niterói RJ 87 Cia Brasileira de Metalurgia e Mineração - CBMM Araxá MG 88

Cia do Cimento Itambé Balsa Nova PR 89

Cia. Iguaçu de Café Solúvel Cornélio Procópio PR 90 Cia Refinadora da Amazônia - CRA Agropalma e demais Empresas do Completo Agroindustrial Belém PA 91 Cia. Siderúrgica Paulista - Cosipa Cubatão SP 92 Cia Auxiliar de Armazéns Gerais - Copersucar Santos SP 93

Cia Iguaçu de Café Solúvel Balsa Nova PR 94

CIE Autometal S/A São B. do Campo SP 95

Citrovita Agroindustrial Ltda Santos SP 96

Cimento Rio Branco Cubatão SP 97

Cimento Rio Branco Curitiba PR 97

Cimento Rio Branco Volta Redonda RJ 97

Cle Brasil São Francisco do Sul SC 98 CMI Brasil Serviços de Manutenção de Equipamentos Industriais São Francisco do Sul SC 99

Codemin São Paulo SP 100 Coelce - Companhia Energética do Ceará Fortaleza CE 101

COIMPA Industrial Ltda Manaus AM 102

COIMPA Industrial Ltda Guarulhos SP 102

Columbian Chemicals Brasil Cubatão SP 103

Comercial Automotiva Campinas SP 104 Comércio e Indústrias Brasileiras Coimbra Santos SP 105

Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração - Cbmm Araxá MG 106

Companhia Mineira de Metais Morro Agudo MG 107

Companhia Niquel Tocantins São Paulo SP 108

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112

Companhia Paulista de Força e Luz

Campinas paulista piratininga geração RGE SP 109

Conenge - SC Construções e São José SC 110 Conduto - Cia. Nacional de Dutos Duque de Caxias RJ 111 Consórcio de Alumínio do Maranhão Consórcio Alumar São Luís MA 112

Consórcio ULTRATEC / EBE Canoas RS 113 Construcap CCPS Engenharia e Comércio São Paulo SP 114 Construções e Comércio Camargo Corrêa São Paulo SP 115 Construtora Andrade Gutierrez S/A - SP São Paulo SP 116

Construtora Elos Engenharia Salvador BA 117

Construtora Movimento Camaçari BA 118 Construtora Norberto Odebrecht São Paulo SP 119

Contep Engenharia Ltda João Monlevade MG 120

Contratec Engenharia Ltda Porto Alegre RS 121

Converplast Embalagens Ltda Guarulhos SP 122

Cookson Eletronics Brasil São B. do Campo SP 123 Cooperativa de Trabalho de Navegação Marítima Ltda Rio Bonito RJ 124

COPEBRAS Ltda Ouvidor GO 125

COPEBRAS Ltda Catalão GO 125

COPEBRAS Ltda Cubatão SP 125 Copenor - Companhia Petroq. do Norte Camaçari BA 126 COPESUL - Companhia Petroquímica do Sul Triunfo RS 127

Cotesa Engenharia Ltda São José SC 128

Cosan Operadora Portuária Santos SP 129

Croda do Brasil Ltda Campinas - Dist.Ind. SP 130

CROWN Embalagens Aracajú SE 131

CROWN Embalagens Cabreúva SP 131

CROWN Embalagens Venâncio Aires RS 131

CROWN Embalagens Manaus AM 131 CST - Cia. Siderúrgica de Tubarão Serra ES 132 CTE - Centro de Tecnologia Empresarial São Paulo SP 133

D D Williamson do Brasil Manaus AM 134

DAD Engenharia e Serviços Cubatão SP 135

DaimlerChrysler do Brasil Juiz de Fora MG 136

DaimlerChrysler do Brasil São Bernardo do Campo SP 136

DaimlerChrysler do Brasil Campinas SP 136

Danisco Brasil Pirapozinho SP 137 Delphi Automotive Systems do Brasil Porto Alegre RS 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Piracicaba SP 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Jaguariuna SP 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Paraisópolis MG 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Itabirito MG 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Espírito Santo do Pinhal SP 138 Delphi Automotive Systems do Brasil Jambeiro SP 138

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113

Delphi Automotive Systems do Brasil São José dos Pinhais PR 138

Delphi Diesel Systems do Brasil Cotia SP 138

Deten Química S/A Camaçari BA 139 Detronic Desmontes e Terraplanagem S/A Belo Horizonte MG 140

Diagnósticos da América S/A Barueri SP 141

Diagnósticos da América S/A Brasília DF 141

Diagnósticos da América Curitiba PR 141

Diagnósticos da América S/A Duque de Caxias RJ 141

Diagnósticos da América S/A Guarulhos SP 141

Diagnósticos da América S/A Niterói RJ 141

Diagnósticos da América S/A Osasco SP 141

Diagnósticos da América S/A Rio de Janeiro RJ 141

Diagnósticos da América S/A Salvador BA 141

Diagnósticos da América S/A Santo André SP 141

Diagnósticos da América S/A São B. do Campo SP 141

Diagnósticos da América S/A São Caetano SP 141

Diagnósticos da América S/A São Paulo SP 141

Diagnósticos da América S/A Taboão da Serra SP 141

Diagnósticos da América S/A Teresópolis RJ 141

DSND Consub (Siem Consub) Niterói RJ 142 Eagleburgmann do Brasil Vedações Industriais Ltda Campinas SP 143 EAN Brasil - Associação Brasileira de Automação São Paulo SP 144

Eaton – Divisão Transmissões Valinhos SP 145 Edcontrol Sistema de Instrumentação Industrial Macaé RJ 146

Eka Bahia Eunápolis BA 147

Eka Chemicals do Brasil Jundiaí SP 147 Electrom Reparos e Assistência Téc. Trombetas Porto Trombetas PA 148

Eletromecanica DYNA Guarulhos SP 149

Elektro - Eletricidade e Serviço Mogi Mirim SP 150

Elfe Solução em Serviços Ltda Macaé RJ 151 Elkem Participações Indústria e Comércio Serra ES 152

Embrac Empr. Bras. de Cargas Sumaré SP 153 Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. Botucatu SP 154 Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica São José dos Campos SP 154 Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica Gavião Peixoto SP 154

Emerson Process Management Sorocaba SP 155

Emerson Process Management Macaé RJ 155 Empresa Brasileira de Compressores Joinville SC 156

Empresa Bras. de Solda Eletr Rio de Janeiro RJ 157 Emterpel - Empr. de Terraplanagem Cach. do Campo MG 158

Engecampo Engenharia Ltda Porto Alegre RS 159 Engeman Manutenção de Equipamentos Com. E Ind. Ltda Recife PE 160

Engepetrol Ltda Mossoró RN 161

Engineering S/A Serv. Técnicos Rio de Janeiro RJ 162

Enserv - Engenharia e Serviços Araucária PR 163

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114

Engevix Engenharia Barueri SP 164 Envision Indústria de Produtos Eletrônicos Manaus AM 165 EPE - Empresa Produtora de Energia Cuiabá MT 166

ERM Brasil Ltda São Paulo SP 167

ERM Brasil Ltda Santana do Parnaíba SP 167

ERM Brasil Ltda Rio de Janeiro RJ 167

ERM Brasil Ltda Salvador BA 167

ERM Brasil Ltda Porto Alegre RS 167

Esbra Environmental Solutions São Paulo SP 168

Estrutural Serviços Industriais Porto Alegre RS 169 Essilor da Amazônia Indústria e Comércio Manaus AM 170

Eternit Anápolis GO 171

Eternit Colombo PR 171

Eternit Goiânia GO 171

Eternit Rio de Janeiro RJ 171

Eternit Simões Filho BA 171 Fábrica Carioca de Catalisadores Santa Cruz RJ 172

Faurecia Automotive do Brasil Quatro Barras PR 173 Faurecia Automotive do Brasil - ASPG Mercusol Porto real RJ 173

Federal-Mogul do Brasil Araras SP 174 Federal-Mogul Electrical do Brasil Diadema SP 174

Ferral Equipamentos Industriais Duque de Caxias RJ 175 Fertilizantes Fosfatados - Fosfértil Araucária PR 176

Festo Automação São Paulo SP 177

Fiamm Latin America Componentes Automobilisticos São Bernardo do Campo SP 178

FIC Distribuidora de Derivados Paulínia SP 179

Fidens Engenharia Belo Horizonte MG 180

Fidens Engenharia Salto de Pirapora SP 180

Fidens Engenharia Oriximiná PA 180

Flexibras Tubos Flexíveis Ltda Vitória ES 181

Flexsys - Indústria e Comércio São José dos Campos SP 182

Flextronics Manaus Manaus AM 183

Fluke Engenharia Macaé RJ 184

Fluke Engenharia Rio de Janeiro RJ 184

FMC Technologies do Brasil Rio de Janeiro RJ 185

Fosfertil Araucária PR 186 Fugro Marsat Serviços Submarinos Macaé RJ 187

Gasocidente do Mato Grosso Cuiabá MT 188

Gemacom Com. e Serviços Juiz de Fora MG 189 Gemalto do Brasil Cartões e Terminais Ltda Pinhais PR 190

GDK Salvador BA 191 Gennari & Peartree Projetos e Sistemas São Paulo SP 192 Genese3000 Integração e Automação Ind. Com. e Serv. Rio de Janeiro RJ 193 Geoplan Assessoria, Planejam. E Perfurações Ltda Rio de Janeiro RJ 194 GEOSOL - Geologia e Sondagens Belo Horizonte MG 195

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115

Gertec Engenharia Ltda Salvador BA 196

GKN do Brasil Porto Alegre RS 197

GR Porto de Trombetas PA 198

Granel Química Santos SP 199 GRSA - Grupo de Soluções em Alimentação Porto Trombetas PA 200 Grupo Alexandre Biagi - Uberlândia Refrescos Ltda Uberlândia MG 201 Grupo Andina - Rio de janeiro Refrescos. Unidade RJ Jacarepaguá RJ 202 Grupo CIAL - Cia. Alagoana de Refrigerantes Maceió AL 203

Grupo CVI - CVI Refrigerantes Santa Maria RS 204 Grupo FEMSA - SPAL Indústria Brasileira de Bebidas S/A Campo Grande MS 205 Grupo Guararapes - Refrescos Guararapes Ltda Jaboat. Guararapes PE 206 Grupo Spaipa S/A Indústria Brasileira de Bebidas Curitiba PR 207

Halliburton Serviços Ltda Macaé RJ 208

Harpex Artefatos de Madeira Rio Claro SP 209 Help Services Serviços de Apoio e Manutenção Ltda Rio de Janeiro RJ 210 Help Services Serviços de Apoio e Manutenção Macaé RJ 210

Henkel Jacareí SP 211

Henkel Diadema SP 211

Henkel Itapevi SP 211

Herjack Engenharia e Serviços São Paulo SP 212

Hexion Química Ind. e Com. Paulínia SP 213

Hexion Química Ind. e Com. Cotia SP 213

Hexion Química Ind. e Com. Curitiba PR 213

Hochtief do Brasil S/A São Paulo SP 214

Hydro alumínio Acro S/A Itú SP 215

Iberdrola Energia do Brasil Ltda Ipojuca PE 216

Ideal Standard Wabco Trane Sumaré SP 217 IFC - Internacional Food Company - Ind. de Alimentos Itupeva SP 218

Iesa Óleo & Gás Rio de Janeiro RJ 219

Iharabras Indústrias Químicas Sorocaba SP 220

Iguaçumec Eletromecânica Cornélio Procópio PR 221

Imanam - Indústria de Manuais Manaus AM 222 Imerys do Brasil Com. Extr. Miner. Mogi das Cruzes SP 223

Inapel Embalagens Guarulhos SP 224

Independência Alimentos Nova Andralina MS 225

Independência Alimentos Sant. de Parnaíba SP 225

Indústria Aeronáutica Neiva Botucatu SP 226 Indústrias Químicas Taubaté S/A – IQT Taubaté SP 227

Innova Triunfo RS 228

In- Shore Mergulho Profissional Rio Grande RS 229

Intertek do Brasil Inspeções Santos SP 230

JBR Engenharia Ltda Recife PE 231 Jost Brasil Sistemas Automotivos Caxias do Sul RS 232

JP Manutenção Industrial São Paulo SP 233

JPPA Gerenc. e Projetos S/S L Porto Alegre RS 234

Kannenberg & Cia Santa Cruz do Sul RS 235

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116

KBH & C - Kannenberg, Barker, Hail & Cotton Tabacos Vera Cruz RS 236

Kemira Chemicals Brasil Telêmaco Borba PR 237

Keppel Fels Brasil S/A Rio de Janeiro RJ 238

Klabin Telêmaco Borba PR 239

Klabin São Paulo SP 239

Klabin Otacílio Costa SC 239 Klüber Lubrication Lubrificantes Especiais & Cia. Barueri SP 240

Kraton Polymers do Brasil Paulínia SP 241

KS Pistões Nova Odessa SP 242

Kurita do Brasil São Paulo SP 243 Label Press Ind.e Com.da Amazônia Manaus AM 244

Laboratório Atalaia Aparec. de Goiânia GO 245

Laboratórios Pfizer Jandira SP 246

Laboratórios Pfizer Guarulhos SP 246

Laboratórios Wyeth - Whitehall Itapevi SP 247

LG Philips Displays Brasil Manaus AM 248

LG Eletronics de São Paulo Taubaté SP 248

Líder Signature S/A São Paulo SP 249

Líder Taxi Aéreo Air Brasil Belo Horizonte MG 250

Líder Taxi Aéreo S/A Air Brasil Macaé RJ 250

Light Energia Rio de Janeiro RJ 251 LP Empreendimentos Constr. E Manutenção Ltda Rio de Janeiro RJ 252

M&G Fibras e Resinas Ltda Poços de Caldas MG 253

M&G Fibras e Resinas Ltda Cabo de Santo Agostinho PE 253

Madal Palfinger S/A Caxias do Sul RS 254

Magal Indústria e Comércio Monte Mor SP 255 Mahle Componentes de Motores do Brasil Ltda Itajubá MG 256

Mahle Metal Leve S/A São B. do Campo SP 257

Mahle Metal Leve S/A Mogi Guaçu SP 257

Mahle Metal Leve S/A Itajubá MG 257

Malteria do Vale Taubaté SP 258

Manchester Serviços Ltda Macaé RJ 259

Manchester Serviços Ltda Brasília DF 259

Manchester Serviços Ltda Rio de Janeiro RJ 259

Manchester Serviços Ltda Serra ES 259

Mangels Ind. e Comércio Ltda. São B. do Campo SP 260 Manserv Montagem Manutenção São Caetano do Sul SP 261

Marcopolo Caxias do Sul RS 262

Masa da Amazônia Ltda Manaus AM 263

Masisa do Brasil Ponta Grossa PR 264

Masisa Madeiras Rio Negrinho SC 265

Master Sistemas Automotivos Caxias do Sul RS 266

Maxion Sistemas Automotivos Cruzeiro SP 267

Mclane do Brasil Ltda Barueri SP 268

Meadwestvaco Calmar Brasil São Paulo SP 269 Mecanorte Construções e Empreeendimentos Ltda Belo Horizonte MG 270 Mendes Júnior Trading e Engenharia Belo Horizonte MG 271

Metalúrgica Albras Embú SP 272

Método Engenharia São Paulo SP 273

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117

M-I Swaco do Brasil Comércio, Serviços e Mineração Ltda Rio de Janeiro RJ 274 Micro Química Indústria e Comércio Diadema SP 275

Milenia Agro Ciências Taquari RS 276

Milenia Agro Ciências Londrina PR 276 Milennium Inorganic Chemicals Mineração Ltda Mataraca PB 277 Mills do Brasil Estruturas e Serviços Barueri SP 278 Mineração Corumbaense Reunida Corumbá MS 279

Mineração Rio do Norte Oriximiná PA 280 Minerações Brasileiras Reunidas Nova Lima MG 281

MIP Engenharia Belo Horizonte MG 282

Mitutoyo Sul Americana Ltda Suzano SP 283 Moinho Pacífico Indústria e Comércio – STPS Santos SP 284 Monsanto do Brasil Ltda./ Flexsys Ind. e Comércio Ltda/ Solutia Brasil Ltda São José dos Campos SP 285 Monsanto do Brasil – Divisão de Sementes Uberlândia MG 285

Monsanto NE Camaçari BA 285

Montcalm Montagens Ind. S/A São Paulo SP 286

Montril Montagens Industriais Catu BA 287 Morais de Castro Comércio e Importação Salvador BA 288

Moura Dubeux Engenharia Recife PE 289 Multibrás Eletrodomésticos - CAM São Paulo SP 290

Multiserv Ltda Serra ES 291

Multiserv Ltda Cubatão SP 291

MWM Motores Diesel São Paulo SP 292

M&G Fibras e Resinas Cabo de Santo Agostinho PE 293 M-I Drilling Fluids do Brasil - Swaco Rio de Janeiro RJ 294

Nalco de Colombia Ltda Suzano SP 295

Navegação Aliança Ltda Porto Alegre RS 296

Navegação Guarita S/A Porto Alegre RS 297

Nemak Alumínio do Brasil Betim MG 298 Neumayer Tekfor Automotive Brasil Jundiaí SP 299 Nikkey Controle de Pragas e Serviços Técnicos Ltda São Paulo SP 300

Niplan Engenharia São Paulo SP 301

Nippon Serviços Camaçari BA 302

NM Engenharia e Anticorrosão São Paulo SP 303

NM Serviços Brasil Ltda Vitória ES 303

Nokia do Brasil Tecnologia Manaus AM 304 Nordeste Segurança e Transporte de Valores Bahia Salvador BA 305

Novartis Biociência Taboão da Serra SP 306

Novelis do Brasil Ltda Candeias BA 307

Novelis do Brasil Ltda Ouro Preto MG 307

Novelis do Brasil Pindamonhangaba SP 307

Novelis do Brasil Santo André SP 307

Núcleo Eng. Consultiva Ltda São Paulo SP 308

Ormec Engenharia São Francisco do Sul SC 309

Owens Corning Fiberglas A.S. Rio Claro SP 310

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118

Pará Pigmentos S/A - PPSA Barcarena PA 311

Parente Andrade Ltda Manaus AM 312

Perdigão Agroindustrial S/A Marau RS 313

Perdigão Agroindustrial S/A Serafina Corrêa RS 313 Pernod Ricard Brasil Indústria e Comércio Cabo de Santo Agostinho PE 314

Peróxidos do Brasil Ltda Curitiba PR 315

Petrobras AB - CR / SMS Rio de Janeiro RJ 316

Petrobrás Distribuidora Rio de Janeiro RJ 316 Petrobras Distribuidora - BR Gerência Industrial Duque de Caxias RJ 316 Petrobras Distribuidora - Gerência de Aeroporto – GASP Guarulhos SP 316

Petrobras Distribuidora - Tejaí Itajaí SC 316 Petrobras / Engenharia / ieabast / Ierg Betim MG 316

Petrobras E&P Operacional Macaé RJ 316 Petrobras Transporte - Transpetro Rio de Janeiro RJ 316

Petrobras - S/Aun-Es Vitória ES 316

Petrobras/Regap Betim MG 316

Petroflex Duque de Caxias RJ 316 Petroflex Ind. e Com. - Fábrica de Triunfo Triunfo RS 316 Petroflex Ind. e Com. - Planta do Cabo de Santo Agostinho Cabo de Santo Agostinho PE 316

Petróleo Brasileiro Macaé RJ 316

Petróleo Brasileiro Salvador BA 316

Petróleo Brasileiro Campinas SP 316 Petróleo Brasileiro - Engenharia/Ieabast/Ierb Cubatão SP 316 Petróleo Brasileiro - Engenharia/Ieabast/Ierl São Francisco do Conde BA 316

Petróleo Brasileiro - Petrobras Canoas RS 316

Petróleo Brasileiro - Petrobras Duque de Caxias RJ 316 Petróleo Brasileiro Engenharia/Ieabast/Iere Rio de Janeiro RJ 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras Engenharia - Implementação de Empreendimentos para o CENPES - IECP Rio de Janeiro RJ 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras - Refinaria Landulpho Alves de Mataripe (RLAM) São Francisco do Conde BA 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras - Serviços Compartilhados Rio de Janeiro RJ 316 Petroléo Brasileiro - Petrobras Fafen Camaçari BA 316 Petróleo Brasileiro - Petrobras Lubnor Fortaleza CE 316 Petróleo Brasileiro - Petrobrás UN-RNCE Natal RN 316 Petróleo Brasileiro - Petrobrás (UN-SEAL/SMS) Aracaju SE 316 Petróleo Brasileiro - Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia do Solimões - UN-BSOL Manaus AM 316 Petróleo Brasileiro - Unidade Reman Manaus AM 316 Petroquímica União /Polibutenos Santo André SP 317

Petroserv Macaé RJ 318

Petrosynergy Maceió AL 319

Phelps Dodge Brasil Ltda Poços de Caldas MG 320

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119

Philips da Amazônia Indústria Eletrônica - PHAM Manaus AM 321 Philips do Brasil – Divisão Walita Varginha MG 321

Philips Eletrônica do Nordeste Recife PE 321 Placas do Paraná S/A - Unidade Jaguariaíva Jaguariaíva PR 322

Plástico Mauá Santo André SP 323 Policlínica Serviços Médicos de Macaé Macaé RJ 324

Polietilenos União S/A Santo André SP 325

Politeno Indústria e Comercio Camaçari BA 326 Polystar Indústria e Comércio de Produtos Sint. Simões Filho BA 327

Polystar Indústria e Comércio Mooca SP 327

Polystar Produtos Sintéticos Simões Filho BA 327

Premium Tabacos do Brasil Santa Cruz do Sul RS 328

Prentiss Química Ltda Curitiba PR 329

Prentiss Química Ltda Campo Largo PR 329

Prince Bike Norte Ltda Manaus AM 330

Procosa Produtos de Beleza Rio de Janeiro RJ 331 Produman Engenharia Manut. E Montagem Ltda Dias D'Avila BA 332

Projectus Consultoria Ltda São Paulo SP 333 Projemar Estudos e Projetos de Engenharia Rio de Janeiro RJ 334

Promon Engenharia São Paulo SP 335

Promosub Engenharia Ltda Macaé RJ 336

Provider Ltda Recife PE 337

Provider Tecnologia de Sist. São Paulo SP 338 Puras do Brasil Sociedade Anônima Porto Alegre RS 339

Q&B Serviços Macaé RJ 340 Qualidados Consultoria e Sistemas Salvador BA 341

Racional Engenharia São Paulo SP 342

RD Engenharia e Comércio Manaus AM 343 Recofarma Indústria do Amazonas Manaus AM 344

Refrescos Guararapes Jaboatão dos Guararapes PE 345

Refrigerantes Minas Gerais Belo Horizonte MG 346 Rexam Beverage Can South America Rio de Janeiro RJ 347 Rexam Beverage Can South America Brasília Gama DF 347 Rexam Beverage Can South America Viamão RS 347 Rexam Beverage Can South America Cabo de Santo Agostinho PE 347

Rexam do Brasil Extrema MG 347

RFS Brasil Telecomunicações Embú SP 348

RGE - Rio Grande Energia S/A Porto Alegre RS 349

Rhodiaco Indústrias Químicas Paulínia SP 350 Rigesa, Celulose, Papel e Embalagens Três Barras SC 351

Rigesa da Amazônia S/A Manaus AM 351

Rio Negro Com. e Ind. de Aço Guarulhos SP 352

Rio Paracatu Mineração S/A Paracatu MG 353

Rip Serviços Industriais Indaiatuba SP 354

Ripasa Celulose e Papel Americana SP 355

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120

Robert Bosch São Paulo SP 356

Robert Bosch Campinas SP 356

Robert Bosch Simões Filho BA 356 S/A Usina Coruripe Açúcar e Álcool (ITURAMA) - MG Iturama MG 357 Sabesp - Cia de Saneamento Básico do Estado de SP / Diretoria Sistemas Regionais São Paulo SP 358 Sabic Innovative Plastics South America Ind.e Com. De Plásticos Ltda Campinas SP 359

Sachs Automotive Brasil Araraquara SP 360

Sadia Chapecó SC 361 SAE Towers Brasil Torres de Transmissão Ltda Betim MG 362

Saint Gobain Abreu e Lima PE 363

Saint Gobain Betim MG 363

Saint Gobain Gravataí RS 363

Saint Gobain Jandira SP 363

Saint Gobain Santa Luzia MG 363

Saint Gobain São J. dos Pinhais PR 363

Saint Gobain Brasilit Ltda Jacareí SP 363

Saint Gobain Vidros Santo Amaro SP 363

Saint Gobain Canalização Ltda Itaúna MG 363

Saint Gobain Mat. Cerâmicos Barbacena MG 363

Saint Gobain Vidros S/A Campo Bom RS 363

Samarco Mineração Anchieta ES 364

Samarco Mineração Mariana MG 364 Sampling Planejamento e Assessoria de Segurança Indústria Macaé RJ 365 Samsung Eletrônica da Amazônia Manaus AM 366 Sandvik Minig and Construction do Brasil S/A São Paulo SP 367

Sanken Metais Ltda Mairiporã SP 368 Sanko - SiderCom., Import e Export, de Prod. Siderúrgicos 369 Sanmina - SCI do Brasil Integration Hortolândia SP 370

Santa Bárbara Engenharia S/A Belo Horizonte MG 371

Santista Têxtil Brasil Paulista PE 372

Santista Têxtil Brasil N. S. Socorro SE 372 Santmac Manutenções Técnicas Macaé RJ 373 Santos Inspection, Serviços Fitossanitários Santos SP 374 Sarpi Sistemas Ambient. Com. Veolia Serv. Amb. - Unid. OSI São Francisco do Sul SC 375

Scania Latin America São Bernardo do Campo SP 376

Schlumberger + Heilig do Brasil Atibaia SP 377 Schlumberger Serviços de Petróleo Macaé RJ 377

Schott Brasil Itupeva SP 378

Setal Óleo e Gás S/A São Paulo SP 379 Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas Santa Cruz RJ 380

Siderúrgica Barra Mansa Centro SP 381

Siderúrgica Barra Mansa Vila Prudente SP 381

Siderúrgica Barra Mansa S/A Barra Mansa RJ 381

Siegwerk Brasil Ind. de Tintas Londrina PR 382

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Siim Tecnologia Ltda Belo Horizonte MG 383

Sika Osasco SP 384

Sistac Sistema de Acesso Itaboraí RJ 385 Skill Auditores, Contadores, Consultores - Grupo Skill São Paulo SP 386 Slila Indústria Comércio e Serviços de Auto Peças Piracicaba SP 387

SMT - Serv. Marít. E Terrestres Vitória ES 388 SPAL Ind. Brás. De Bebidas (Grupo Coca-Cola Femsa) Jundiaí SP 389

Sparrows BSM Engenharia Macaé RJ 390 SPEC Planejamento, Engenharia, Consultoria Belo Horizonte MG 391

Springer Carrier Canoas RS 392

Sociedade Fogas Ltda Manaus AM 393

SOGEFI Filtration do Brasil São Bernardo do Campo SP 394

Solutia Brasil São José dos Campos SP 395

Sorocaba Refrescos Ltda Sorocaba SP 396

Souza Cruz Rio de Janeiro RJ 397 Souza Cruz Trade Marketing & Distribuição Rio de Janeiro RJ 397 Spec Planejamento, Engenharia, Consultoria Ltda Belo Horizonte MG 398

Springer Carrier Ltda Canoas RS 399

SPS-SetPoint Sistemas de Belo Horizonte MG 400

SPS-SetPoint Sistemas de Duque de Caxias RJ 400

Stolt Offshore Macaé RJ 401

Stolthaven Santos Santos SP 402

Stora Enso Arapoti Ind. Papel Arapoti PR 403

Subsea 7 do Brasil Serviços Niterói RJ 404

Sulmeta Construções Ltda Nova Bassano RS 405

Sulzer Brasil S/A Jundiaí SP 406

Superstamp Estamparia Indl Araucária PR 407 Suspensys Sistemas Automotivos Caxias do Sul RS 408 Suzano Bahia Sul Papel e Celulose SA Suzano SP 409

Suzano Papel e Celulose S/A Mucuri BA 409

Suzano Papel e Celulose S/A Suzano SP 409

Suzano Petroquimica São Paulo SP 410

Tafisa Brasil S/A Piên PR 411

Tamarana Metais Ltda Tamarana PR 412

Tass Engenharia Macaé RJ 413

Teaçu Armazéns Gerais Santos SP 414 Teag - Terminal de Exportação de Açúcar do Guarujá Santos SP 415

Techint São Paulo SP 416

Tecnosonda Salvador BA 417 Tecnum & Corporate Empreendimentos Imobiliários São Paulo SP 418 Tedia Brazil Produtos para Laboratórios Rio de Janeiro RJ 419

Teksid Alumínio do Brasil Betim MG 420

Teksid do Brasil Betim MG 420 Tenace Engenharia e Consultoria Ltda Salvador BA 421

Terminal XXXIX de Santos Santos SP 422

Terminais Portuários Paraná PR 423

Termorio Duque De Caxias RJ 424

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Thorga Engenharia Industrial Canoas RS 425 ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo Campo Limpo Paulista SP 426 ThyssenKrupp Metalúrgica Santa Luzia S/A Santa Luzia MG 426

ThyssenKrupp Presta Brasil São J. dos Pinhais PR 426 Tibério Construções e Incorporações São Paulo SP 427

TNT Express Brasil Ltda São Paulo SP 428

TPI - Molplastic São Paulo SP 429

TQM Service Consult. e Manut. Rio de Janeiro RJ 430

Transkompa Várzea Paulista SP 431 Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia - Brasil Rio de Janeiro RJ 432 TRIBEL - Tratamento de Resíduos Industriais de Belford Roxo Belford Roxo RJ 433 TRW Automotive Ltda - Divisão Chassis e Cintos de Segurança Engenheiro Coelho SP 434 TRW Automotive Ltda - Divisão Chassis e Cintos de Segurança Limeira SP 434

TS Tech do Brasil Leme SP 435 TSL - Engenharia, Manutenção e Preservação Ambiental Ltda São Paulo SP 436

Turbotech Engenharia Ltda Lauro de Freitas BA 437

U&M Mineração e Construção Matias Barbosa MG 438

Ucar Produtos de Carbono Candeias BA 439

Umicore Brasil Guarulhos SP 440 União Terminais e Armazéns Gerais Santos SP 441

Unidata Automação Ltda Belo Horizonte MG 442

Unigal Ipatinga MG 443

Unilever Brasil Itaiatuba SP 444

UNIPAR - Comercial e Distrib. Mauá SP 445 UNIPAR - União de Indústrias Petroquímicas Mauá SP 445 Unitech Tecnologia de Informação Salvador BA 446 Usiminas - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais Ipatinga MG 447

Usina Alta Mogiana São Joaquim da Barra SP 448 Usina Terméletrica Norte Fluminense Macaé RJ 449 Unity Assessoria E Planejamento São Caetano do Sul - SP SP 450

UTC Engenharia São Paulo SP 451

Valeo Sistemas Automotivos – Divisão Sistemas Elétricos, Sist. de Limpad. e Transmissões Campinas SP 452

Valeo Sistemas Automotivos Itatibaz SP 452

Valeo Sistemas Automotivos Camaçari BA 452 Valeo Sistemas Automotivos – Valeo Service São Bernardo do Campo SP 452

Valesul Alumínio Rio de Janeiro RJ 453 Vallourec & Mannesmann Tubes - V & M do Brasil Belo Horizonte MG 454

Valtra do Brasil Ltda Mogi das Cruzes SP 455

Vasitex Ind. de Embalagens Guarulhos SP 456

VCP Terminais Portuários S/A Santos SP 457

Vega do Sul - Arcelor Brasil São Francisco do Sul SC 458

Verde Gaia Consultoria Nova Lima MG 459

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Verquímica Indústria e Com. de Produtos Químicos Guarulhos SP 460

Vetco Aibel do Brasil Macaé RJ 461

Vertotech do Brasil Rio de Janeiro RJ 462

Vetrotex Brasil Capivari SP 463

Viação Montenegro - Vimsa Canoas RS 464

VL Corrêa Tecnol. e Qualidade S. Bárbara D'Oeste SP 465

Volvo do Brasil Veículos Ltda Curitiba PR 466 Vopak Brasterminais Armazéns Gerais Santos SP 467

Votorantim - Niquelândia Niquelândia GO 468

Votorantim Cimentos Rio Brando do Sul PR 468

Votorantim Cimentos Caaporã PB 468

Votorantim Metais Ltda São Paulo SP 468

Votorantim Metais Níquel S/A São Paulo SP 468

Votorantim Metais Zinco Três Marias MG 468

Votorantim Metais Zinco Juiz de Fora MG 468

Votorantim Metais Zinco Morro Agudo MG 468

V&M Mineração Brumadinho MG 469

WBS Gerenciamento Salvador BA 470

Wärtsilä Brasil Rio de Janeiro RJ 471 Weatherford Indústria e Comércio Caixas do Sul RS 472 Weatherford Indústria e Comércio Macaé RJ 472

Weiller Construção Civil Ltda Maringá PR 473

Weir do Brasil São Paulo SP 474 Whirlpool S/A - Unid. Eletrodom. São Paulo SP 475

Worktime Assess. Empresarial Salvador BA 476

Zamprogna S/A Importação Porto Alegre RS 477

Zamprogna S/A Importação C. Limpo Paulista SP 477

Zamprogna S/A Importação Guarulhos SP 477

ZP do Brasil Ltda - Div. Sachs Araraquara SP 478

ZP do Brasil Ltda - Div. Sachs São B. do Campo SP 478 ZP do Brasil Ltda - Div. ZF Boge Elastmetall São B. do Campo SP 478

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APÊNDICE B - ROTEIRO DETALHADO PARA FACILITAR O ENTENDIMENTO DA MATRIZ SUGERIDA PARA DIVULGAÇÃO DAS TAXAS DE ACIDENTES 1-IDENTIDADE DO INDICADOR Título: TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTES COM AFASTAMENTO Periodicidade: Mensal / Anual Unidade de Medida: Número/Milhão de Horas Sigla: TFCA 1.1 Definição: È o número de acidentados (pessoal próprio e contratado) com afastamento do trabalho, por milhão de horas-homem de exposição ao risco, no período. 1.2 Objetivo: Monitorar o grau de segurança do ambiente de trabalho 1.3 Fórmula de Cálculo: TFCA= NACA x 1.000.000 Horas-homem 1.4 Definição dos Parâmetros: NACA - número de acidentados com afastamento, no período. Horas-homem - total de horas-homem de trabalho ou exposição ao risco no período, em horas. Corresponde ao somatório das horas durante as quais os trabalhadores ficaram à disposição no período, incluindo as horas extraordinárias. Não incluem o repouso remunerado 1.000.000 - fator de ajuste para um milhão de horas-homem, para permitir comparação entre organizações diferentes. 1.5 Metodologia de Medição: Número de acidentados com afastamento, apropriados pela área de segurança e

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medicina do trabalho. Horas de exposição ao risco (horas efetivamente trabalhadas), apropriadas pela área de recursos humanos (pessoal próprio) ou pela fiscalização dos contratos (pessoal terceirizado). 1.6 Análise: Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos da planta ou com referenciais de excelência (benchmarks). Valores menores indicam resultados melhores. Para permitir comparação, os dados calculados pela metodologia da Occupational Safety and Health Administration OSHA, norte-americana, devem ser multiplicados por 5. 1.7 Observações: - O indicador deve ser apresentado com duas casas decimais. - Acidente com afastamento - é aquele cuja gravidade impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou do qual resulte incapacidade permanente. - O indicador deve ser calculado conjuntamente para pessoal próprio, contratos, departamentos ou negócios específicos. - O cálculo desse indicador obedece às orientações da norma NBR 14280 – Cadastro de Acidentes de Trabalho. 2-IDENTIDADE DO INDICADOR Data: 13.05.09 Título: TAXA DE FREQUÊNCIA DE ACIDENTES SEM AFASTAMENTO Periodicidade: Mensal / Anual Unidade de Medida: Número/Milhão de Horas Sigla: TFSA 2.1 Definição: Refere-se ao o número de acidentados (pessoal próprio e contratado) sem afastamento do trabalho, por milhão de horas-homem de exposição ao risco, no período.

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2.2 Objetivo: Monitorar o grau de segurança do ambiente de trabalho. 2.3 Fórmula de Cálculo: TFSA= NASA x 1.000.000 Horas-homem 2.4 Definição dos Parâmetros: NASA - número de acidentados sem afastamento, no período. Horas-homem - total de horas-homem de trabalho ou exposição ao risco no período, em horas. Corresponde ao somatório das horas durante as quais os trabalhadores ficaram à disposição no período, incluindo as horas extraordinárias. Não incluem o repouso remunerado. 1.000.000 - fator de ajuste para um milhão de horas-homem, para permitir comparação entre organizações diferentes. 2.5 Metodologia de Medição: Número de acidentados sem afastamento, apropriados pela área de segurança e medicina do trabalho. Horas de exposição ao risco (horas efetivamente trabalhadas), apropriadas pela área de recursos humanos (pessoal próprio) ou pela fiscalização dos contratos (pessoal terceirizado). 2.6 Análise: Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos da planta ou com referenciais de excelência (benchmarks). Valores menores indicam resultados melhores. Para permitir comparação, os dados calculados pela metodologia da Occupational Safety and Health Administration OSHA, norte-americana, devem ser multiplicados por 5. 2.7 Observações: - O indicador deve ser apresentado com duas casas decimais.

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- Acidente sem afastamento – é aquele cuja gravidade não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente e do qual não resulte incapacidade permanente. - Acidentes de trajeto - Devem ser tratados à parte, não sendo incluídos no cálculo usual da taxa de acidentes sem afastamento. - O indicador deve ser calculado conjuntamente para pessoal próprio, contratos, departamentos ou negócios específicos. - O cálculo desse indicador obedece às orientações da norma NBR 14280 – Cadastro de Acidentes de Trabalho. 3-IDENTIDADE DO INDICADOR Data: 13.05.09 Título: TAXA DE GRAVIDADE Periodicidade: Mensal / Anual Unidade de Medida: Dias/milhão de horas Sigla: TG 3.1 Definição: É a soma do número de dias perdidos, transportados e debitados, devido a acidentes, do pessoal próprio e contratado, por milhão de homens-hora de exposição ao risco 3.2 Objetivo: Monitorar o grau de segurança do ambiente de trabalho. 3.3 Fórmula de Cálculo TG= (DP + DT + DD) x 1.000.000 Horas-homem 3.4 Definição dos Parâmetros: DP (Dias Perdidos) - dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão pessoal, exceto o dia do acidente e o dia da volta ao trabalho, ocorridos dentro do mês no qual ocorreu o acidente. DT (Dias Transportados) - dias corridos de afastamento do trabalho, em meses

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posteriores àquele no qual ocorreu o acidente, caso o acidentado não tenha retornado ao trabalho dentro do mesmo mês no qual o acidente ocorreu. Esses dias são computados até o limite de 1 (um) ano da data do acidente. DD (Dias debitados) - dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte. Este número é obtido nas tabelas que acompanham a norma NBR 14280. Horas-homem - total de horas-homem de trabalho ou exposição ao risco no período, em horas. Corresponde ao somatório das horas durante as quais os trabalhadores ficaram à disposição no período, incluindo as horas extraordinárias. Não incluem o repouso remunerado. 1.000.000 - fator de ajuste para um milhão de horas-homem, para permitir comparação entre organizações diferentes 3.5 Metodologia de Medição: Número de dias perdidos, transportados e debitados, devido a acidentes do trabalho, apropriados pela área de segurança e medicina do trabalho. Horas de exposição ao risco (horas efetivamente trabalhadas), apropriadas pela área de recursos humanos (pessoal próprio) ou pela fiscalização dos contratos (pessoal terceirizado). 3.6 Análise: Comparação com a meta estabelecida para o período, com valores históricos da planta ou com referenciais de excelência (benchmarks). Valores menores indicam resultados melhores. Para permitir comparação, os dados calculados pela metodologia da Occupational Safety and Health Administration OSHA, norte-americana, devem ser multiplicados por 5 3.7 Observações: - O indicador deve ser apresentado como número inteiro. - Acidentes de trajeto - devem ser tratados à/à parte, não sendo incluídos no cálculo usual da taxa de gravidade. - O indicador deve ser calculado conjuntamente para pessoal próprio, contratos, departamentos ou negócios específicos. - O cálculo deste indicador obedece às orientações da norma NBR 14280 – Cadastro de Acidentes de Trabalho.

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ANEXO A - DIAS DEBITADOS

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001