pódio - 14 de julho de 2014

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Em boas mãos O título de campeã Mundial coroou a seleção que apresentou o melhor futebol da Copa do Mundo no Brasil. Após 24 anos, os alemães voltam ao topo do mundo e reinam nos próximos 4 anos como os donos da melhor bola do planeta Pódio D4 e D5 AGÊNCIA EFE/FOLHAPRESS

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 14 de julho de 2014

Em boas mãos

O título de campeã Mundial coroou a seleção que apresentou o melhor futebol da Copa do Mundo no Brasil. Após 24 anos, os alemães voltam ao topo do mundo e reinam nos próximos 4 anos como os donos da melhor bola do planeta Pódio D4 e D5

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Page 2: Pódio - 14 de julho de 2014

D2 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

CHARGE

HERÓIS DA COPA* MARCUS VINÍCIUS PESSOA

Ele foi o primeiro jogador a atingir a marca de mil gols, é o primeiro e único a vencer três Copas do Mundo, foi eleito o atleta do século 20, é o maior artilheiro da história da seleção e ainda é conhecido com o Rei do Futebol.

Da pequena cidade mineira de Três Corações até o topo do mundo, Pelé começou a trilhar sua carreira vitoriosa no Santos, onde chegou com 15 anos. Seus gols chamaram a atenção do país, quando já marcava muitos gols pelo santos e pela seleção brasileira.

Em 1958 foi convocado para sua primeira Copa do Mundo. No Mundial da

Suécia, Pelé assombrou o mundo com go-laços e técnica incrível. Marcou 6 gols no campeonato, inclusive um de seus mais emblemáticos, chapelando um zagueiro dentro da área. Pelé era campeão do mundo com apenas 17 anos.

Após o Mundial, Pelé explodiu defini-tivamente pelo Santos. Com Coutinho ao seu lado no ataque, o Rei conquis-tou todos os títulos que um jogador poderia conquistar.

Na Copa de 1962, Pelé sofreu uma contusão muscular no jogo contra a Tchecoslováquia e deu adeus ao tor-neio. Em 1966, na Copa da Inglaterra,

Pelé era a grande esperança do Brasil pelo tricampeonato. Porém, caçado em campo, sofreu com a marcação dos rivais e viu a seleção ser eliminada ainda na primeira fase.

Em um jogo contra o Vasco, em 1969, o Rei fi nalmente alcançou seu gol 1.000, mas a sua redenção defi nitivamente viria em 1970. Pelé sabia que seria sua última chance de vencer uma Copa do Mundo e ele não a deixou passar. Pelé liderou seleção do era tri e Pelé coroado como o maior jogador de futebol de todos os tempos. Em 1977, deu adeus à bola sendo o primeiro e único Rei do Futebol.

O Rei Pelé

* MARCUS VINÍCIUS PESSOA É REDATOR PUBLICITÁRIO

ARTILHEIRO

Tabela da Copa do Mundo

6GOLS

JAMES RODRÍGUEZCOLÔMBIA

OITAVAS DE FINAL OITAVAS DE FINAL

54

SEGUNDA30/0617h00Porto Alegre - Beira-Rio

ALEMANHA

ARGÉLIA

2

1

53

SEGUNDA 30/0613h00Brasília - Mané Garrincha

FRANÇA

NIGÉRIA

2

049

SÁBADO 28/0613h00Belo Horizonte - Mineirão

BRASIL

CHILE

1

1

50

SÁBADO 28/0617h00Rio de Janeiro - Maracanã

COLÔMBIA

URUGUAI

2

0

52

DOMINGO 29/0617h00Recife - Arena Pernambuco

COSTA RICA

GRÉCIA

1

1

51

DOMINGO 29/0613h00Fortaleza - Castelão

HOLANDA

MÉXICO

2

155

TERÇA 01/0713h00São Paulo - Itaquerão

ARGENTINA

SUÍÇA

1

0

56

TERÇA 01/0717h00Salvador - Fonte Nova

BÉLGICA

ESTADOS UNIDOS

2

1

60

SÁBADO 05/0713h00Brasília - Mané Garrincha

ARGENTINA

BÉLGICA

1

0

58

SEXTA 04/07 13h00Rio de Janeiro - Maracanã

FRANÇA

ALEMANHA

0

1

QUARTAS DE FINAL

57

SEXTA 04/07 17h00Fortaleza - Castelão

BRASIL

COLÔMBIA

2

1

59

SÁBADO 05/07 17h00Salvador - Fonte Nova

HOLANDA

COSTA RICA

0

0

62

QUARTA 09/07 17h00São Paulo - Itaquerão

ARGENTINA

HOLANDA

0

0

SEMIFINAL

61

TERÇA 08/07 17h00Belo Horizonte - Mineirão

BRASIL

ALEMANHA

1

7

3º LUGAR FINAL

64

DOMINGO 13/07 16h00Rio de Janeiro - Maracanã

ALEMANHA

ARGENTINA

1

063

SÁBADO 12/07 17h00Brasília - Mané Garrincha

BRASIL

HOLANDA

0

3

PÊNALTIS: BRASIL 3 X 2 CHILE

PÊNALTIS: COSTA RICA 5 X 3 GRÉCIA

PÊNALTIS: HOLANDA 5 X 3 COSTA RICA

PÊNALTIS: ARGENTINA 4 X 2 HOLANDA

Paulo Vinícius Coelho

VITÓRIA DO SORRISO O título mundial da Alemanha

é merecido. O país que mais fez para revelar jogadores, mantê-los dentro de seu campeona-to, ganhar títulos de clubes e de seleções.

Mas o futebol total esbarrou numa marcação benfeita, por duas linhas próximas sem es-paço para se jogar atrás dos volantes. O retrato do estilo mais moderno também esbarra na falta de espaço e isso foi

o modelo da Copa com maior número de gols da história. Em 56% das partidas, quem teve mais tempo de posse de bola não conseguiu vencer.

Durante os primeiros 45 mi-nutos, só Thomas Muller con-seguia quebrar as linhas ar-gentinas, jogando atrás delas algumas vezes.

A Alemanha quebrou essa re-gra, mas demorou muito para conseguir isso. A Alemanha mar-

cou 18 gols e foi campeã com o melhor ataque. Um terço de bola parada, mais do que a média do Mundial. Só 23% nasceram de faltas, escanteios e pênaltis.

Mario Gotze marcou seu pri-meiro gol pela seleção alemã no amistoso contra o Brasil, há três anos. E o mais importante de todos na fi nal da Copa, um jogo depois de massacrar a seleção brasileira. Comemorou sorrindo.

Contraste com o choro do

Brasil e depois da derrota da Argentina. Pela terceira Copa seguida, não venceu o time do craque, mas o conjunto. O melhor do Mundial ficou em terceiro lugar, Arjen Robben. E Neymar, que teria mesmo dificuldade para ser protago-nista aos 22 anos, sucumbiu pela ausência de jogo coleti-vo. A lição da Copa é que o futebol total, em conjunto, é o que faz sorrir.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Mario Gotze marcou seu primeiro gol pela seleção alemã no amistoso contra o Brasil, há 3 anos. E o mais importante de todos na fi nal da Copa, um jogo de-pois de massacrar a seleção brasileira

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Page 3: Pódio - 14 de julho de 2014

D3MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Na Série D, Ituano chega como um dos favoritosAo bater o Santos na fi nal da última edição do campeonato paulista, o Ituano é apontado como um dos favoritos ao acesso

Finalizada a Copa do Mundo de 2014, o PÓDIO continua a peleja e hoje traz um breve resumo das equipes do grupo A7 da Série D, a única competição nacional

em que o Amazonas tem um representante no segundo semestre deste ano. O Princesa do Solimões estreia na competição no próximo domingo, diante do Santos-AP.

Com representantes de cinco Estados - Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Paraná - o grupo A7 abriga o campeão paulista de 2014. Favorito a uma das duas vagas, o Ituano tem ao seu lado o Brasil, a Cabofriense, o Guarani de Palhoça e o Maringá.

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Campeão paulista de 2014 em cima do Santos nas cobranças de grandes penalidades, o Ituano chega para disputar a Série D com moral. Esta é a segunda vez que o clube participa do certame nacional, mas a primeira como um dos grandes favoritos ao acesso à terceira divisão.

Desfalcada principalmen-te do comandante do esta-dual, Doriva, que assumiu a equipe do Atlético-PR para o decorrer da Série A, o téc-nico de Galo é Fahel Júnior, que após a realização de três amistosos, deu indícios do time que deve inicar a competição nacional. A equi-pe deve formar com Diego;

Alex, Luizão, Airton e Diogo; Gercimar, Jackson Caucaia, Clayson e Cristian; Marceli-nho e Ricardinho.

O meio-campista Cristian é a principal estrela do elen-co do Galo. A estreia do time na Série D será contra o Brasil de Pelotas, no próxi-mo sábado (19), às 14h, no Novelli Junior, em Itu.

Ituano-SP

Treinando desde o dia 5 de maio, o time gaúcho fez vá-rios amistosos antes da sua estreia na Série D. O coman-dante da equipe é o treina-dor Rogério Zimmermann. O Brasil disputa a competição por ter sido rebaixada na Série C de 2013.

A estreia do time Xavante será contra o Ituano, atual campeão Paulista, no próxi-mo sábado, dia 19. O sonho de regressar às principais di-

visões começará no estádio Novelli Júnior, às 14h, na ci-dade de Itu. Paralelamente, o Brasil também disputará a Copa RS, que terá início no próximo mês.

O Brasil de Pelotas acer-tou com seu principal reforço para a competição nacional na semana passada. Trata-se de Jenner Zottele, mais conhe-cido como Zotti. Aos 29 anos, o jogador chega com status de titular e conta com passa-

gens pelo Atlético-MG, Ipatin-ga e Cabofriense, adversário do Xavante na primeira fase da Série D. Seu último clube foi o CRAC-GO.

O lateral esquerdo Eduar-do Brock foi outro jogador contratado para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. O atleta de 23 anos tem passagens por Grêmio, Juventude, Novo Hamburgo e mais recente-mente o Aimoré.

Brasil-RS

De olho em uma vaga na Série C de 2015, a Cabo-friense se prepara desde o dia 2 de junho para a estreia na Série D do Brasi-leirão, que acontece no dia 20 de agosto. Enquanto os jogadores treinam diaria-mente em dois turnos para a competição nacional, a diretoria do clube se movi-menta para reforçar ainda

mais o elenco.Ao todo, o clube já anun-

ciou 11 reforços para a disputa da Série D do Bra-sileirão. Ernani, Pessanha, Léo Silva, Marcel, Marcelo Régis, Caio Cezar, Nill, Jo-nes, Sassá, Kaká e Santiago chegaram para compor o grupo com os demais jo-gadores que fi caram após o término do Cariocão.

O técnico do clube ca-rioca é o remanescente da campanha do estadual Alexandre Barroso. A Cabo-friense estreia na Série D diante do Guarani de Palho-ça, no estádio Alair Correa, em casa. A equipe garantiu vaga para a competição nacional após terminar o campeonato estadual na quarta colocação.

Cabofriense-RJ

Debutante na Série D, o Bugre Palhocense estreia na competição no dia 19 de julho contra a Cabo-friense, no Rio de Janeiro. A estreia em casa será no dia 27 de julho diante do Maringá. O time vive situ-ação inusitada. Apesar de

disputar a última divisão do campeonato nacional, a equipe do interior cata-rinense disputará, simul-taneamente, a segunda divisão do certame local.

Fundado em 15 de feve-reiro de 1928, o Guarani se profi ssionalizou somen-

te em 2000. Treinado por Amaro Junior, o clube man-dará seus jogos no estádio Renato Silveira, na cidade de Palhoça. A vaga para a Série D foi conquistada após o clube disputar a Copa Santa Catarina e terminar na terceira colocação.

Guarani de Palhoça-SC

Fundado há apenas qua-tro anos, o Maringá disputa sua primeira competição nacional na história. Sob o comando de Claudemir Stu-rion, a equipe abriu o caixa e se reforçou bastante para disputar a Série D do cam-peonato brasileiro.

O goleiro Daniel Olivei-ra (ex-Arapongas – PR); o zagueiro Gustavo (ex-Mar-cílio Dias – SC); os laterais Thiago Gasparino (ex-Mon-te Azul - SP) e Paulinho (ex-Metropolitano – SC); o

volante Eurico (ex-Brusque – SC); e os meio-campis-tas Rafael Mineiro e Ruy (ambos ex-Arapongas – PR), além do atacante Eydison (ex-Brusque – SC) são algu-mas das aquisições feitas pelo clube paranaense.

Do time vice-campeão no Campeonato Paranaense deste ano, fi caram o goleiro Ednaldo; os zagueiros Fabia-no, Marcelo Xavier e Juni-nho; os laterais Fernandinho e Luan; O lateral direito Klis-ley; os volantes Zé Leandro

e Serginho Paulista; o meia-atacante Max; e o atacante Felipe, que já atuou no campe-onato amazonense em 2013, quando o Princesa derrotou o Nacional na fi nal.

A equipe titular deve for-mar com Ednaldo; Serginho Paulista, Fabiano, Juninho e Fernandinho; Zé Leandro, Almeida, Eurico e Max; Eydi-son e Baiano. A estreia do Maringá será na segunda rodada, às 16h, no estádio Renatão, em Palhoça-SC, contra o Guarani.

Maringá-PR

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Page 4: Pódio - 14 de julho de 2014

D4 D5MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Com a vitória sobre a Argentina por 1 a 0, os alemães repetiram o Brasil e a Itália e conquistaram o tetracampeonato 24 anos depois do último título

Essa foi realmente a Copa das Copas para a Alemanha. No Brasil, a seleção se sentiu em

casa. Construiu o seu próprio centro de treinamento, dançou com índios e vestiu a camisa de clubes locais. Para completar, superou a Argentina por 1 a 0 na prorrogação da fi nal da Copa do Mundo, no Maracanã, e garantiu o tetracampeonato mundial. O gol histórico foi marcado por Gotze.

Para os argentinos, este Mun-dial teve o mesmo desfecho daquele de 1990. Perderam novamente uma fi nal para a Alemanha. Os sul-americanos já começam a ser fregueses dos europeus, já que, caíram diante do mesmo adversário nas quartas de fi nal de 2006, nos pênaltis, e de 2010, com uma goleada por 4 a 0.

Desta vez, a Alemanha en-controu tantas difi culdades quanto em 2006. Viu uma Argentina bem postada na defesa e disposta contra-ata-car com o talento de Lionel Messi. O grande destaque da partida, entretanto, foi Gotze, que aproveitou um cruzamen-to de Schurrle aos sete mi-nutos no segundo tempo da prorrogação, matou no peito e bateu cruzado para fazer o gol do título.

Campeã em 1954, 1974, 1990 e agora 2014, a Alema-nha chegou à quarta conquista 24 anos após a terceira, exa-tamente como haviam feito a

também tetracampeã Itália e o pentacampeão Brasil.

O jogo Na semifi nal, Bernard foi

escalado no Brasil para jogar na ponta direita aproveitar a lentidão de Höwedes, que atua pela esquerda do setor defensivo alemão. A Argenti-na apostou nisso no começo da fi nal. Com mais qualidade do que o Brasil, Zabaleta e os

atacantes argentinos começa-ram o jogo aproveitando esses espaços, e esse era o escape argentino contra a pressão ale-mã. Apesar da maior posse do time europeu no início, foi exatamente por aquele espaço “vazio” que Lavezzi surgiu livre para cruzar para Higuaín, que marcou aos 29 minutos. O lance foi anulado corretamente por impedimento.

Na defesa, a Argentina formava uma linha de cinco defensores, com Mascherano recuado, para tentar evitar que

o toque de bola alemão resul-tasse em passe profundo para alguém livre na área. Na única oportunidade que a formação abriu espaço, Romero fez bela defesa em chute de primeira de Schürrle. Além dessas chances, outras duas boas na primei-ra etapa: para a Alemanha, Höwedes acertou a trave após escanteio; do outro lado, Higua-ín recebeu livre, após cabeçada para trás de Kroos, mas bateu torto cara a cara com Neuer.

Na segunda etapa, Messi, logo de cara perdeu ótima chance, nas costas de Boateng, batendo cruzado rente à trave de Neuer. Ele sabia que teria que chamar a responsabilida-de no ataque para dar o tão sonhado título Mundial a seu país. Mas não conseguiu. Pela terceira fi nal seguida, 90 minu-tos não bastaram para defi nir o novo campeão Mundial.

A Alemanha tentou repetir a tática imposta contra a Ar-gélia: gol logo de cara, e de novo com Schürrle. Mas, dessa vez, Romero evitou. A solução, então, foi repetir o que a Argen-tina tentou antes: lançamento para a área para um atacante livre. Götze, matou no peito, bateu forte e baixo. A bola passou por Romero. Lembrou o gol de Iniesta, no segundo tempo da prorrogação da fi nal de 2010. Assim como há quatro anos, um chute cruzado decidiu a Copa do Mundo no fi nal do tempo extra. Götze entra para a história saindo do banco.

INCENTIVOAntes de entrar em campo e marcar o gol do título da Copa do Mundo, Götze ouviu um pedido do técnico da Alema-nha. “Mostre que você é melhor que o Messi”, foi o que disse Joachin Löw para o atacante

Tostão

Título merecido

Apesar dos sete gols contra o Brasil, a Alemanha mostrou a mesma difi culdade de outras partidas, de criar chances de gol, mesmo com o domínio do jogo e da bola. Já a defesa da Argentina, tão criticada antes do Mundial, foi, mais uma vez, o ponto forte. Seus defensores são melhores do que diziam, além de serem muito bem protegidos pelo meio-campo. Como a Argentina não conseguiu contra-atacar bem, houve poucas chances de gol dos dois lados, e o jogo terminou em

0 a 0. Na prorrogação, em uma bela jogada de Schürrle, Götze fez um belo gol. Os destaques foram os zagueiros Boateng, Hummels e Garay. A Argentina merece aplausos, por enfrentar, no mesmo nível, a Alemanha e ter tido chance de vencer. Por seu talento, Messi foi discreto.

O time alemão começou a se formar em 2006. Esperou chegar ao mais místico estádio do mundo, para ser campeão. Enquanto isso, no Brasil, por causa do marketing espetacu-

loso, da indústria do entrete-nimento e da prepotência, as coisas aconteceram antes dos fatos. O time ganhou a Copa das Confederações como se tivesse vencido a Copa do Mundo. Teve uma atuação heroica, contra a Espanha, no momento errado. Não dá para ser herói dois anos seguidos. A turma do oba-oba, por desconhecimento e/ou por otimismo exacerbado e/ou para aumentar a audiência, foi cúm-plice dessa mentira. Raríssimos foram os que, antes do Mundial,

criticaram Felipão e o time, como Mauro Cezar Pereira, da Espn Brasil.

Antes do Mundial e até o jogo contra a Alemanha, a maioria estava otimista com o Brasil, por entender que seria uma enorme vantagem decidir em casa, mes-mo contra seleções mais fortes e sem ter apresentado um futebol convincente nos cinco primei-ros jogos. Agora, a maioria dos que eram otimistas critica os que não conseguiam enxergar a realidade.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Foi uma Copa espetacular, inesquecível O time alemão co-

meçou a se formar em 2006. Esperou chegar ao mais místico estádio do mundo, para ser campeão

Após 24 anos de jejum, Alemanhaé tetracampeã Mundial

O Mundial de 2014 ganhou um argumento a mais para ser considerado a Copa das Copas. Com o gol marcado por Götze aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação, o tor-neio igualou o recorde histórico de bolas nas redes da história da competição.

Até então, a Copa com mais gols havia sido a de 1998, disputada na França, quando

houve 171 estufadas nas re-des em 64 partidas (média de 2,67 por jogo). O Mundial de 2002 (Coreia do Sul e Japão) teve 161 movimentações de placares, e o de 2006 (Ale-manha) teve 147.

A Copa de 1998 teve 36 partidas com três ou mais gols, três a menos do que a edição deste ano. Houve 19 empates, contra apenas 13

do Mundial de 2014.O gol que fez da Copa de

2014 a recordista neste as-pecto ainda confi rmou a Ale-manha como melhor ataque da competição. O time eu-ropeu marcou 18 vezes, dez a mais do que a fi nalista Argentina. O segundo time mais efi ciente do Mundial é a Holanda (15 bolas nas redes), e a Colômbia anotou 12.

Copa iguala recorde de gols

A Copa do Mundo do Braisl teve mais uma que-bra de escrita. Ao bater a Argentina, a Alemanha foi a primeira seleção da eu-ropa a conseguir ganhar um Mundial em continen-te americano.

Antes disso, só a Es-panha tinha conseguido ganhar fora da Europa, em 2010, na África do Sul. Nas vezes em que a Copa foi disputada no con-tinente americano, só sul-americanos tinham sido campeões. Foi assim em 1930 e 1950, com Uruguai campeão dentro de casa e no Brasil, em 1962 e 1970, com Brasil campeão no Chile e no México, em 1978 e 1986, com Argen-tina ganhando em casa e no México, e com o tetra-campeonato brasileiro nos Estados Unidos em 1994.

Alemanha vence na Ámerica

Mario Gotze comemora o gol que deu o título à Alemanha

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Capitão da Alemanha, Philipp Lahm era um dos mais emocionados com o título da seleção após a vitória sobre a Argentina, por 1 a 0, na prorrogação. Um dos líderes da atual geração alemã, o lateral comemorou o fato de ter realizado um sonho de in-fância neste domingo.

“Estou em plena carreira. A

primeira Copa que participei foi em 1990, quando criança e já virou um sonho ganhar a Copa. E agora cheguei ao sonho”, disse em entrevista exibida pelo SporTV.

O lateral também falou sobre a trajetória da ge-ração alemã até o título na Copa. Para Lahm, os últimos dois anos da se-leção foram incríveis e o

crescimento da Alemanha como equipe foi um dos pontos altos.

“Para nós, os últimos dois minutos foram in-críveis. Foi inacreditável. Não importa talentos in-dividuais, tem que ter uma boa equipe. Fomos crescendo, continuamos nosso caminho e fomos campeões”, analisou.

Lahm comemora sonho de criança

JUCA KFOURI

Um tetra épico

ACABOU A COPA que se ima-ginava um vexame fora dos es-tádios e uma apoteose brasileira dentro, com a consagração do hexacampeonato.Deu-se exata-mente o inverso.

A seleção brasileira registrou seu maior fiasco em 100 anos de história e, embora a Copa tenha sido, futebolisticamente falando, de grande qualidade, o legado esportivo que deixa é a tardia, e urgente, reforma de métodos de gestão na podre

estrutura de poder da CBF e suas apaniguadas federações, com a tradicional cumplicidade dos clubes, todos, perdão,pelo chavão, farinhas do mesmo saco da corrupção e incompetência.

Ganhou a Alemanha, exemplo de racionalidade em busca da exce-lência, capaz de em apenas 14 anos dar a volta por cima, retornar ao pódio sem jamais ter deixado de disputar as primeiras posições.

Chega ao tetra 24 anos depois de seu tri, a exemplo do que

fizeram as seleções do Brasil e da Itália no mesmo espaço de tempo, com a diferença de tê-lo conquistado com bola em andamento, graças ao golaço de Goetze no segundo tempo da prorrogação de um jogo épico no Maracanã, disputado palmo a palmo, com domínio germânico, melhores chances argentinas e um pênalti de Neuer em Higuaín não assinalado. A Alemanha tem um timaço, repleto de craques, muitos mais que a aguerrida Ar-

gentina, cuja única andorinha não pode mais fazer verão nem lá nem em time nenhum do mundo, porque cada vez mais o futebol é coletivo e depende menos de individualidades, por melhores que sejam e por mais que sigam fazendo diferença.

De certa forma o Maracanã acabou por viver outro Maraca-nazo, mas agora em castelhano. Porque foi desolador ver como ficaram os hermanos em seu último tango no Rio.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Pela primeira vez um time não precisa de pênaltis para chegar ao tetra. Os alemães mereceram por tudo A Alemanha te um

timaço, repleto de cra-ques, muitos mais que a aguerrida Argentina, cuja única andorinha não pode mais fazer ve-rão nem lá nem em time nenhum do mundo

O capitão da Alemanha, Philipp Lahm, não largou a desejada taça de cam-peão Mundial

FOLH

APRE

SS

Alemães comemoram o quarto título Mundial no gramado do templo do futebol, o Maracanã

FICHA TÉCNICAALEMANHAARGENTINA

Local:

Horário:

Árbitro:

Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

15h (de Manaus)

Nicola Rizzoli (ITA)

ALEMANHA: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Howe-des; Schweinsteiger e Kramer (Schurrle); Muller, Kroos e Ozil (Mertesacker); Klose (Gotze)Técnico: Joachim Low

ARGENTINA: Romero; Zaba-leta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia, Enzo Pérez (Gago) e Messi; Lavezzi (Aguero) e Higuaín (Palacio)Técnico: Alejandro Sabella

Cartões amarelos: Schweins-teiger e Howedes (Alemanha); Mascherano e Aguero (Argentina)Gol: ALEMANHA: Gotze, aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação

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Page 5: Pódio - 14 de julho de 2014

D4 D5MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Com a vitória sobre a Argentina por 1 a 0, os alemães repetiram o Brasil e a Itália e conquistaram o tetracampeonato 24 anos depois do último título

Essa foi realmente a Copa das Copas para a Alemanha. No Brasil, a seleção se sentiu em

casa. Construiu o seu próprio centro de treinamento, dançou com índios e vestiu a camisa de clubes locais. Para completar, superou a Argentina por 1 a 0 na prorrogação da fi nal da Copa do Mundo, no Maracanã, e garantiu o tetracampeonato mundial. O gol histórico foi marcado por Gotze.

Para os argentinos, este Mun-dial teve o mesmo desfecho daquele de 1990. Perderam novamente uma fi nal para a Alemanha. Os sul-americanos já começam a ser fregueses dos europeus, já que, caíram diante do mesmo adversário nas quartas de fi nal de 2006, nos pênaltis, e de 2010, com uma goleada por 4 a 0.

Desta vez, a Alemanha en-controu tantas difi culdades quanto em 2006. Viu uma Argentina bem postada na defesa e disposta contra-ata-car com o talento de Lionel Messi. O grande destaque da partida, entretanto, foi Gotze, que aproveitou um cruzamen-to de Schurrle aos sete mi-nutos no segundo tempo da prorrogação, matou no peito e bateu cruzado para fazer o gol do título.

Campeã em 1954, 1974, 1990 e agora 2014, a Alema-nha chegou à quarta conquista 24 anos após a terceira, exa-tamente como haviam feito a

também tetracampeã Itália e o pentacampeão Brasil.

O jogo Na semifi nal, Bernard foi

escalado no Brasil para jogar na ponta direita aproveitar a lentidão de Höwedes, que atua pela esquerda do setor defensivo alemão. A Argenti-na apostou nisso no começo da fi nal. Com mais qualidade do que o Brasil, Zabaleta e os

atacantes argentinos começa-ram o jogo aproveitando esses espaços, e esse era o escape argentino contra a pressão ale-mã. Apesar da maior posse do time europeu no início, foi exatamente por aquele espaço “vazio” que Lavezzi surgiu livre para cruzar para Higuaín, que marcou aos 29 minutos. O lance foi anulado corretamente por impedimento.

Na defesa, a Argentina formava uma linha de cinco defensores, com Mascherano recuado, para tentar evitar que

o toque de bola alemão resul-tasse em passe profundo para alguém livre na área. Na única oportunidade que a formação abriu espaço, Romero fez bela defesa em chute de primeira de Schürrle. Além dessas chances, outras duas boas na primei-ra etapa: para a Alemanha, Höwedes acertou a trave após escanteio; do outro lado, Higua-ín recebeu livre, após cabeçada para trás de Kroos, mas bateu torto cara a cara com Neuer.

Na segunda etapa, Messi, logo de cara perdeu ótima chance, nas costas de Boateng, batendo cruzado rente à trave de Neuer. Ele sabia que teria que chamar a responsabilida-de no ataque para dar o tão sonhado título Mundial a seu país. Mas não conseguiu. Pela terceira fi nal seguida, 90 minu-tos não bastaram para defi nir o novo campeão Mundial.

A Alemanha tentou repetir a tática imposta contra a Ar-gélia: gol logo de cara, e de novo com Schürrle. Mas, dessa vez, Romero evitou. A solução, então, foi repetir o que a Argen-tina tentou antes: lançamento para a área para um atacante livre. Götze, matou no peito, bateu forte e baixo. A bola passou por Romero. Lembrou o gol de Iniesta, no segundo tempo da prorrogação da fi nal de 2010. Assim como há quatro anos, um chute cruzado decidiu a Copa do Mundo no fi nal do tempo extra. Götze entra para a história saindo do banco.

INCENTIVOAntes de entrar em campo e marcar o gol do título da Copa do Mundo, Götze ouviu um pedido do técnico da Alema-nha. “Mostre que você é melhor que o Messi”, foi o que disse Joachin Löw para o atacante

Tostão

Título merecido

Apesar dos sete gols contra o Brasil, a Alemanha mostrou a mesma difi culdade de outras partidas, de criar chances de gol, mesmo com o domínio do jogo e da bola. Já a defesa da Argentina, tão criticada antes do Mundial, foi, mais uma vez, o ponto forte. Seus defensores são melhores do que diziam, além de serem muito bem protegidos pelo meio-campo. Como a Argentina não conseguiu contra-atacar bem, houve poucas chances de gol dos dois lados, e o jogo terminou em

0 a 0. Na prorrogação, em uma bela jogada de Schürrle, Götze fez um belo gol. Os destaques foram os zagueiros Boateng, Hummels e Garay. A Argentina merece aplausos, por enfrentar, no mesmo nível, a Alemanha e ter tido chance de vencer. Por seu talento, Messi foi discreto.

O time alemão começou a se formar em 2006. Esperou chegar ao mais místico estádio do mundo, para ser campeão. Enquanto isso, no Brasil, por causa do marketing espetacu-

loso, da indústria do entrete-nimento e da prepotência, as coisas aconteceram antes dos fatos. O time ganhou a Copa das Confederações como se tivesse vencido a Copa do Mundo. Teve uma atuação heroica, contra a Espanha, no momento errado. Não dá para ser herói dois anos seguidos. A turma do oba-oba, por desconhecimento e/ou por otimismo exacerbado e/ou para aumentar a audiência, foi cúm-plice dessa mentira. Raríssimos foram os que, antes do Mundial,

criticaram Felipão e o time, como Mauro Cezar Pereira, da Espn Brasil.

Antes do Mundial e até o jogo contra a Alemanha, a maioria estava otimista com o Brasil, por entender que seria uma enorme vantagem decidir em casa, mes-mo contra seleções mais fortes e sem ter apresentado um futebol convincente nos cinco primei-ros jogos. Agora, a maioria dos que eram otimistas critica os que não conseguiam enxergar a realidade.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Foi uma Copa espetacular, inesquecível O time alemão co-

meçou a se formar em 2006. Esperou chegar ao mais místico estádio do mundo, para ser campeão

Após 24 anos de jejum, Alemanhaé tetracampeã Mundial

O Mundial de 2014 ganhou um argumento a mais para ser considerado a Copa das Copas. Com o gol marcado por Götze aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação, o tor-neio igualou o recorde histórico de bolas nas redes da história da competição.

Até então, a Copa com mais gols havia sido a de 1998, disputada na França, quando

houve 171 estufadas nas re-des em 64 partidas (média de 2,67 por jogo). O Mundial de 2002 (Coreia do Sul e Japão) teve 161 movimentações de placares, e o de 2006 (Ale-manha) teve 147.

A Copa de 1998 teve 36 partidas com três ou mais gols, três a menos do que a edição deste ano. Houve 19 empates, contra apenas 13

do Mundial de 2014.O gol que fez da Copa de

2014 a recordista neste as-pecto ainda confi rmou a Ale-manha como melhor ataque da competição. O time eu-ropeu marcou 18 vezes, dez a mais do que a fi nalista Argentina. O segundo time mais efi ciente do Mundial é a Holanda (15 bolas nas redes), e a Colômbia anotou 12.

Copa iguala recorde de gols

A Copa do Mundo do Braisl teve mais uma que-bra de escrita. Ao bater a Argentina, a Alemanha foi a primeira seleção da eu-ropa a conseguir ganhar um Mundial em continen-te americano.

Antes disso, só a Es-panha tinha conseguido ganhar fora da Europa, em 2010, na África do Sul. Nas vezes em que a Copa foi disputada no con-tinente americano, só sul-americanos tinham sido campeões. Foi assim em 1930 e 1950, com Uruguai campeão dentro de casa e no Brasil, em 1962 e 1970, com Brasil campeão no Chile e no México, em 1978 e 1986, com Argen-tina ganhando em casa e no México, e com o tetra-campeonato brasileiro nos Estados Unidos em 1994.

Alemanha vence na Ámerica

Mario Gotze comemora o gol que deu o título à Alemanha

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Capitão da Alemanha, Philipp Lahm era um dos mais emocionados com o título da seleção após a vitória sobre a Argentina, por 1 a 0, na prorrogação. Um dos líderes da atual geração alemã, o lateral comemorou o fato de ter realizado um sonho de in-fância neste domingo.

“Estou em plena carreira. A

primeira Copa que participei foi em 1990, quando criança e já virou um sonho ganhar a Copa. E agora cheguei ao sonho”, disse em entrevista exibida pelo SporTV.

O lateral também falou sobre a trajetória da ge-ração alemã até o título na Copa. Para Lahm, os últimos dois anos da se-leção foram incríveis e o

crescimento da Alemanha como equipe foi um dos pontos altos.

“Para nós, os últimos dois minutos foram in-críveis. Foi inacreditável. Não importa talentos in-dividuais, tem que ter uma boa equipe. Fomos crescendo, continuamos nosso caminho e fomos campeões”, analisou.

Lahm comemora sonho de criança

JUCA KFOURI

Um tetra épico

ACABOU A COPA que se ima-ginava um vexame fora dos es-tádios e uma apoteose brasileira dentro, com a consagração do hexacampeonato.Deu-se exata-mente o inverso.

A seleção brasileira registrou seu maior fiasco em 100 anos de história e, embora a Copa tenha sido, futebolisticamente falando, de grande qualidade, o legado esportivo que deixa é a tardia, e urgente, reforma de métodos de gestão na podre

estrutura de poder da CBF e suas apaniguadas federações, com a tradicional cumplicidade dos clubes, todos, perdão,pelo chavão, farinhas do mesmo saco da corrupção e incompetência.

Ganhou a Alemanha, exemplo de racionalidade em busca da exce-lência, capaz de em apenas 14 anos dar a volta por cima, retornar ao pódio sem jamais ter deixado de disputar as primeiras posições.

Chega ao tetra 24 anos depois de seu tri, a exemplo do que

fizeram as seleções do Brasil e da Itália no mesmo espaço de tempo, com a diferença de tê-lo conquistado com bola em andamento, graças ao golaço de Goetze no segundo tempo da prorrogação de um jogo épico no Maracanã, disputado palmo a palmo, com domínio germânico, melhores chances argentinas e um pênalti de Neuer em Higuaín não assinalado. A Alemanha tem um timaço, repleto de craques, muitos mais que a aguerrida Ar-

gentina, cuja única andorinha não pode mais fazer verão nem lá nem em time nenhum do mundo, porque cada vez mais o futebol é coletivo e depende menos de individualidades, por melhores que sejam e por mais que sigam fazendo diferença.

De certa forma o Maracanã acabou por viver outro Maraca-nazo, mas agora em castelhano. Porque foi desolador ver como ficaram os hermanos em seu último tango no Rio.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Pela primeira vez um time não precisa de pênaltis para chegar ao tetra. Os alemães mereceram por tudo A Alemanha te um

timaço, repleto de cra-ques, muitos mais que a aguerrida Argentina, cuja única andorinha não pode mais fazer ve-rão nem lá nem em time nenhum do mundo

O capitão da Alemanha, Philipp Lahm, não largou a desejada taça de cam-peão Mundial

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Alemães comemoram o quarto título Mundial no gramado do templo do futebol, o Maracanã

FICHA TÉCNICAALEMANHAARGENTINA

Local:

Horário:

Árbitro:

Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

15h (de Manaus)

Nicola Rizzoli (ITA)

ALEMANHA: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Howe-des; Schweinsteiger e Kramer (Schurrle); Muller, Kroos e Ozil (Mertesacker); Klose (Gotze)Técnico: Joachim Low

ARGENTINA: Romero; Zaba-leta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia, Enzo Pérez (Gago) e Messi; Lavezzi (Aguero) e Higuaín (Palacio)Técnico: Alejandro Sabella

Cartões amarelos: Schweins-teiger e Howedes (Alemanha); Mascherano e Aguero (Argentina)Gol: ALEMANHA: Gotze, aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação

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D6 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Terminada a fi nal da Copa do Mundo, a Fifa entregou os prêmios individuais da competição. Com a

cara fechada após uma atuação abaixo do esperado na decisão, Messi, ganhou o prêmio de melhor jogador. Sorridente com o título, o alemão Manuel Neuer foi o goleiro mais efi ciente.

Decisivo em boa parte do Mun-dial, Messi apareceu pouco na semifi nal, apesar do triunfo nos pênaltis sobre a Holanda. Na der-rota por 1 a 0 para a Alemanha, o craque teve bons momentos, mas mostrou limitação física e não con-seguiu resolver para seu time.

Já Neuer manteve o ótimo nível apresentado ao longo de toda

a competição. O goleiro teve segurança nas bolas que chega-ram à sua meta e demonstrou efi ciência nas sempre precisas saídas do gol. Terminou o Mun-dial tendo buscado a bola na rede em quatro oportunidades.

PromessaO prêmio de melhor jogador

jovem da Copa do Mundo foi con-cedido dado ao volante francês Paul Pogba, de 21 anos.

Para conquistar o prêmio, o ca-misa 19 francês superou o compa-nheiro Raphaël Varane, zagueiro, e o meia holandês Depay.

No Mundial, Pogba começou quatro das cinco partidas da França, entrando na outra ainda

no primeiro tempo. Autor de gol na vitória contra a Nigéria nas oitavas de fi nal, ele é considerado pela imprensa francesa como o futuro do futebol do país.

Pogba já deixou há muito tempo de ser uma promessa. Formado nas categorias de base do Le Ha-vre, ele trocou o clube francês pelo Manchester United aos 16 anos, em acordo polêmico, que chegou a ser investigado pela Fifa.

Sem receber oportunidades em três temporadas na Inglaterra, o meio-campista não hesitou e arrumou as malas, assinando com a Juventus em 2012. No clube ita-liano, Pogba ganhou status de es-trela exibindo técnica, imposição física e excelente fi nalização.

Prêmio de consolo: Messi é eleito o melhor da CopaO goleiro alemão Manuel Neuer recebe Luva de Ouro e o volante francês Pogba é o melhor jogador jovem do Mundial

A Colômbia não passou em branco está Copa do Mundo. Pode até parecer ironia, mas a Fifa anunciou que a seleção defendida por Zúñiga ganhou o prêmio Fair Play (jogo limpo).

Pelo regulamento , disputam a honraria apenas as seleções que alcançaram, pelo menos, as oitavas de fi nal do Mundial.

Zúñiga foi o responsável por

encerrar a participação de Ney-mar no Mundial. Nos minutos fi nais da partida diante do Brasil, o jogador acertou uma joelhada nas costas do prin-cipal astro da seleção, que sofreu uma fratura na terceira vertebra lombar. Na ocasião, o árbitro espanhol Carlos Velas-co aplicou a lei da vantagem e não advertiu o lateral direito.

Colômbia leva prêmio Fair PlayNeymar levou a Chuteira de Bronze

como 3° principal artilheiro da Copa do Mundo. Ele fi cou na frente de Lionel Messi, que também anotou quatro gols, em razão de ter dispu-tado menos jogos. Thomas Müller (cinco gols), fi cou com a Chuteira de Prata. O artilheiro e dono da Chu-teira de Ouro é James Rodríguez, da Colômbia, com seis tentos marcados em cinco jogos disputados.

O último sul-americano a ser ar-tilheioro de uma Copa foi Ronaldo, autor de oito gols em 2002. O uru-guaio Diego Forlán anotou cinco em 2010 e dividiu o topo dos goleadores com Thomas Müller, David Villa e Wesley Sneijder.

O recordista de gols em uma Copa é o francês Just Fontaine, que anotou 13 em 1958. O segundo é o alemão Gerd Müller, que fez dez em 1970.

James é o artilheiro do Mundial

Manuel Neuer e Lionel Messi recebem a premiação após a fi nal da Copa do Mundo no Brasil

Colombiano comemorando um dos seus seis gols na Copa

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D7MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Jogadores apoiamEm coletiva após a derrota para a Holanda por 3 a 0, técnico canarinho negou que suas estratégias estejam ultrapassadas

permanência de FelipãoLuiz Felipe Scolari não

quer sair da seleção brasileira, tanto que se colocou à disposi-

ção da CBF para continuar no cargo. No seu último dis-curso nesta Copa do Mundo, falou para seus jogadores erguerem a cabeça pensan-do em 2018, e ganhou apoio para permanecer.

Uma das principais esperan-ças de evolução para daqui quatro anos, no Mundial da Rússia, Oscar foi um dos que apoiou a continuidade do tra-balho de Luiz Felipe Scolari.

“O Felipão tem condições de continuar e é lógico que quero que ele continue. Já ganhou Copa do Mundo pela seleção, chegou a semifi nais e é um grande cara”, disse, mostrando-se irritado com os questionamentos ao chefe.

Reciclagem? Mesmo com as críticas ao

fi nal da campanha brasileira na Copa, o treinador disse não precisar de reciclagem e lembrou a própria trajetória.

“Disputei três Copas do Mundo e sempre cheguei en-tre os quatro melhores. Ganhei uma e cheguei na semifi nal nas outras duas. Portanto, não estou em uma situação em que possa fi car lamentando a minha vida inteira. No futebol, muitas vezes um minuto ou uma situação qualquer inver-tem tudo”, afi rmou.

O treinador voltou a afir-mar que a campanha do Brasil foi positiva, ape-

sar da humilhante derrota diante da Alemanha.

“O resultado de 7 a 1, como já falamos, é o pior da história. Sei disso, mas tenho que ver o lado positivo. Nas Copas do Mundo de 2006 e 2010, não chegamos entre os quatro melhores, algo que conseguimos agora. Eu vejo meu lado positivo. A pessoa que cai e não levanta é der-rotada”, declarou.

Questionado se precisa se

reciclar no exterior, o técnico negou.

“Eu? Em 2013, ganhei a Copa das Confederações. Isso significa que os outros treinadores deveriam ter vindo se reciclar no Brasil? Não. Ganhamos a Copa das Confederações e ficamos entre os quatro melhores do Mundial. Nossa equipe tem uma dificuldade a mais porque estamos revelando menos e o time ainda é novo”, alegou.

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O Felipão tem condições de continuar e é lógico que quero que ele con-tinue. Já ganhou Copa do Mundo pela seleção, chegou a semifi nais e é

um grande cara

Oscar, jogador da seleção brasileira

“Já deu”. Foi assim que o atacante Fred falou sobre seu futuro na seleção bra-sileira após a Copa.

Junto com o técnico Luiz Felipe Scolari, ele foi o único que teve uma vaia individua-lizada na partida de sábado (12), mesmo começando o jogo no banco. Ele também passou a Copa inteira sendo criticado por não se movi-mentar muito em campo.

“Aqui no Brasil se faz mui-to isso. Quando se ganha, criam um Deus. Quando perde, culpam um ou dois. A culpa é de todos por esses resultados, coletiva”, disse o jogador do Fluminense.

Completando 31 anos em outubro, Fred não pretende mais vestir a camisa da se-leção, mas ainda acha que pode jogar em alto nível no Tricolor Carioca.

“Hoje falaram muito que não me movimentava, mas se eu voltar ao meu clu-be e marcar muitos gols, vão falar que não estavam passando a bola para mim”, disse o jogador.

Ainda sobre tática, res-pondeu com um simples “não” quando perguntado se sentiu-se muito isolado no ataque no esquema de Luiz Felipe Scolari.

‘Ciclo na seleção acabou’, diz Fred

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O atacante Fred fez apenas um gol na Copa do Mundo e tem sido perseguido pela torcida

Em quarto lugar e com um futebol muito abaixo da expectativa, a seleção brasileira deixou a Copa do Mundo disputada em casa sob críticas e diante de uma crise dentro de campo. Fora das quatro linhas, no entanto, um desempenho pode ser considerado po-sitivo: a participação nas redes sociais.

Com muito Instagram e pouco ataque, os jogadores do Felipão postaram mais no site de compartilhamen-to multimídia do que fi nali-zaram na Copa: foram 500 fotos contra 111 chutes a gol, um valor quatro vezes e meio maior.

Em campo, o campeão foi Neymar: o atacante chutou

18 vezes a gol e, mesmo lesionado e fora dos dois últimos jogos, terminou o Mundial como a artilheiro da seleção. Na internet, David Luiz levou o título: o zagueiro cabeludo postou 55 fotos.

TítuloLonge do pódio nos gra-

mados, a seleção pode co-memorar o título nas redes sociais. Até a disputa de terceiro lugar contra a Ho-landa, os jogadores brasi-leiros acumulavam mais de 65 milhões de curtidas nas 500 fotos postadas.

O conteúdo para agradar os torcedores e fãs era dos mais variados. Desde postagens patrocinadas até mensagens de luto

por morte de ex-compa-nheiros, os comandados de Felipão colocavam fotos de refeições, vídeo com roupeiro dançando e de-clarações de amor para namoradas e esposas após tanto tempo longe de casa. Motivo não faltava para postar.

Ainda assim, a interação em excesso no Instagram não pode ser classificada como uma coisa ruim. A Alemanha, por exemplo, se destacou nas redes sociais com fotos, vídeos e até mensagens em português e chegou à final. O time de Neur, Muller, Podolski e Kroos ainda é apontado como favorito na disputa contra a Argentina.

Seleção posta mais que fi naliza

Neymar publica foto do almoço dos jogadores da seleção no aplicativo de fotos Instagram

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D9MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

vai deixar saudadeMais de 30 mil pessoas comemoram a vitória da seleção da Alemanha, que garantiu o quarto título Mundial do país

FOTOS: DIEGO JANATÃ

A tão esperada final da Copa do Mun-do Fifa 2014 acon-teceu na tarde de

ontem (13) e consagrou o futebol alemão com seu quarto título mundial. A conquista premiou a ge-ração de jogadores enca-beçada pelo capitão Phi-lipp Lahm e o “maestro” Bastian Schweinsteiger, que já buscavam esse ob-jetivo desde o torneio de 2006 que foi realizado na própria Alemanha.

Em Manaus, a torcida ado-tou o país europeu após a eliminação da seleção do Brasil. Muitos chegaram a afirmar que essa foi a me-lhor seleção de futebol que surgiu nos últimos 20 anos. Na Fifa Fan Fest, mais de 30 mil pessoas pularam para comemorar o gol marcado pelo meia atacante Mario Gotze no final do segun-do tempo da prorrogação,

que garantiu a vitória. Durante a

partida, a torcida mostra-va confiança na vitória da equipe comandada pelo es-trategista Joachim Low.

“Apesar de ter vencido a nossa seleção, a Alemanha conseguiu conquistar a tor-cida dos brasileiros com o carinho que tiveram com os torcedores por todos os lugares que passaram. Eles deram show dentro e fora de campo. Mostraram o melhor futebol entre to-das as equipes que dispu-taram a Copa do Mundo e merecem ser campeões”, disse o aposentado José Fernando, 67, que lembrou que os jogadores alemães também aproveitaram a competição para conhecer bem o Brasil. Visitaram vá-rios pontos turísticos e se deliciaram com as belezas naturais do país.

Hermanos, não!Outro fato que motivou

os manauenses a apoiarem os germânicos foi não que-rer ver a seleção de Messi e companhia campeã em pleno Maracanã. Para o professor Paulo Alves, 36,

esse foi o principal

motivo que o fez torcer pela Alemanha, apesar de terem acabado com o sonho do hexacampeonato da sele-ção canarinho.

“Fico triste com o que aconteceu com a seleção do Brasil, mas somos bra-sileiros e não desistimos

nunca. Alemanha e Argen-tina fizeram por merecer chegar à final desta Copa porque são dois times que lutam até o final. Eu acre-dito que a Argentina teve um caminho mais fácil até chegar à decisão. Vou tor-cer pela Alemanha mesmo lembrando que eles tiraram os nossos sonhos, mas pior vai ser aturar os

argentinos se conquista-rem um Mundial em solo brasileiro, em nossa casa”, afirmou o professor.

A festa foi total quando o árbitro italiano Nicola Riz-zoli botou ponto final do confronto. O público que estava presente explodiu de alegria e começou a aplaudir a nova detentora do troféu mais desejado do mundo. Até mesmo os pou-cos torcedores argentinos que estavam no local reco-nheceram que o adversário mereceu o título. Foi o caso do estudante universitário Antonio Marques, 24, que estava torcendo pela vitória dos hermanos porque é fã do camisa 10, Lionel Messi.

“No fi nal das contas, a Alema-nha mereceu o título. Eles joga-ram mais e buscaram a vitória. Espero que o Messi, antes de encerrar a carreira, consi-ga vencer uma Copa do Mundo”, falou o torcedor.

Festa entrou pela noite

A MELHOREm Manaus, a torcida adotou o país euro-peu após a eliminação da seleção do Brasil. Muitos chegaram a afi rmar que essa foi a melhor seleção de futebol que surgiu nos últimos 20 anos

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Grupo Babado Novo animou o público no último Fifa Fan Fest

Na Fifa Fan Fest, mais de 30 mil pessoas pularam para comemorar o gol marcado pelo meia atacante Mario Gotze

FIFA FAN FEST

ram mais e buscaram a vitória. Espero que o Messi, antes de

Antes da Copa do Mun-do, os alemães homena-gearam o Clube de Rega-tas do Flamengo lançando um uniforme inspirado no do time carioca. Isso fez com que muitos torcedo-res da tradicional equipe brasileira começassem a torcer pela Alemanha no torneio. Na fi nal do Mundial, a presença dessa torcida foi marcante no evento da Fifa.

Muitos torcedores ru-bro-negros estavam presentes empurrando a equipe europeia. Era o caso do funcionário públi-co César Oliveira, 39. “Es-tou torcendo pela Alema-

n h a

porque eles fi zeram ho-menagem ao meu time, o Flamengo. Então vim aqui torcer pela vitória deles. Deu certo, jogaram bem e se consagraram campeões”, afi rmou Cé-sar que reformou a ideia de que os nossos herma-nos não poderiam vencer a Copa no Brasil.

Logo após o término da última partida da Copa do Mundo, o ritmo baiano do axé tomou conta da praia da Ponta Negra. No palco da Fifa Fan Fest, as bandas Babado Novo e Jammil e uma noites em-balaram a festa e levan-taram o público presente no local. A torcida apro-veitou o domingo, mesmo sob a forte chuva que

caiu na cidade.

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D10 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 201410

Bares lotados

Otimismo tomava conta dos torcedores que encheram os tradicionais bares germânicos da cidade para torcer pela Alemanha

com fãs do futebol alemão

Na tarde de ontem (13), muitos ma-nauenses foram prestigiar a grande

final da Copa do Mundo Fifa 2014 nos tradicionais bares alemães da cidade. Dois es-pecialmente ficaram lotados de torcedores que espera-vam confiantes uma vitória da seleção da Alemanha. No Frankfurt Bar, rua Palm Adam, Conjunto Shangrilá 3, Parque 10, Zona Centro-Sul, os torcedores começaram a chegar cerca de duas horas antes do pontapé inicial do confronto. Caracterizados com adereços típicos o país europeu, os fãs do belo fu-tebol apresentado pelo time alemão esperavam que fi-nalmente o quarto título mundial fosse conquistado pela equipe comanda pelo treinador Joachim Low.

“A seleção da Alemanha mostrou o futebol mais efi-ciente deste torneio. Tenho certeza que eles vão vencer”, disse a administradora An-dreia Mota, 22.

Com o começo da partida, o clima de festa diminuiu e deu lugar ao nervosismo. Para muitos torcedores, era impossível tirar os olhos da televisão. Esse era o caso do economista Alberto No-ronha, 24. Apaixonado por futebol e admirador do fu-tebol jogado pelos alemães, o torcedor fez questão de explicar porque foi acompa-nhar a final no local. “Achei mais legal vir assistir ao jogo aqui porque posso tor-cer com outros torcedores alemães, comer uma comi-da gostosa típica do país e ainda festejar a vitória

que provavelmente vem, com muita cerveja”.

Outro torcedor que estava no local era o estudante de engenharia civil, Victor San-chez, 22, que não escondia a sua preferência pelo time germânico. O jovem viajou para o Rio de Janeiro para acompanhar a partida entre Holanda e Argentina e sofreu com as gozações argentinas após a histórica derrota so-frida pela seleção brasileira por 7 a 1. “Estou torcendo pela Alemanha porque não dá para torcer pela Argen-tina, eles são muito chatos. Estava no Rio e vi a vitória deles sobre a Holanda. A

cidade foi invadida por eles, até parecia Buenos Aires. Apesar de gostar muito do Messi, não dá para torcer pelo sucesso deles”, expli-cou Victor, que espera acom-panhar a próxima Copa do Mundo que será na Rússia em 2018.

Outro bar que também es-tava lotado para acompa-nhar a final era o Biergarten, avenida do Turismo, Tarumã, Zona Oeste da capital. Com muitos torcedores apoiando a seleção alemã, o clima de estádio podia ser sentido pe-los presentes no local. A tor-cida levou um susto quando o

atacante argentino Higuain abriu o marcador da final, porém, o alívio veio rapida-mente porque o bandeirinha anulou o gol, pois o hermano estava em posição de im-pedimento. Mesmo com a equipe alemã pressionando, o gol não saía e isso deixava o público presente cada vez mais nervoso.

O jornalista alemão Ole Hilgert, 29, estava no bar e não conseguia esconder o nervosismo. Devidamente vestido com o uniforme de sua seleção, Ole acredita-va que o atacante Miros-lav Klose poderia resolver o confronto para o europeu. “Sei que não é uma partida fácil, mas confio na vitó-ria da Alemanha. Temos um time muito bom, com joga-dores que podem resolver como o Muller. Outro que pode fazer o gol do título é Klose que bateu o recorde que era do Ronaldo. Mes-mo no final da carreira, ele pode marcar um e decidir o confronto”, afirmou.

A festa foi total quando Mario Gotze, jogador do Borussia Dortmund, marcou o gol que deu o tão so-nhado tetra campeonato a seleção alemã, premiando o trabalho que começou a ser feito logo após a derro-ta sofrida na fi nal da Copa do Mundo de 2002.

“Esse título foi mais que merecido. Premiou o traba-lho sério feito pelos dirigen-tes alemães que perceberam que precisavam atualizar os métodos de treinamento e formação de jogadores. Con-seguimos evoluir rapidamen-te e o trabalho deu resultado. A quarta estrela veio e agora é só comemorar. Parabéns a todos”, fi nalizou Ole.

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

JORNALISTAOle Hilgert estava em Manaus para fazer a cobertura da Copa do Mundo na capital do Amazonas e como um bom alemão não deixou de assistir à partida decisiva em um bar da cidade

Na hora da partida, nem mesmo a bebida e a comida alemã tiraram a atenção dos torcedores

Com o placar defi nido, foi hora de comemorar a vitória na prorrogação contra o time da Argentina

O bom retros-pecto do time alemão levou

grande número de pessoas aos

bares da cidade

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D11MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Final da Copa divide torcida de manauenses Mesmo não atraindo grande público aos locais de festas, alguns torcedores foram às ruas acompanhar a fi nal do Mundial

Na tarde de ontem (13), a Ale-manha bateu a Argentina com um gol de Mario Götze no segundo tempo da prorroga-

ção. Mas, dois dos principais pontos de encontro da torcida manauense em dias de jogos do Brasil em nada lembraram os momentos tensos dos jogos da se-leção canarinho.

Na rua Santa Isabel, Praça 14, Zona Sul, pouco mais de 50 torcedores acom-panharam a grande fi nal da Copa do Mundo no local. O representante comer-cial Rômulo Stuart, 43 e o administrador Rayson Reis, 30, moradores da tradicio-nal via desde crianças, se uniram para torcer pela seleção da Argentina.

“Não dá para engolir aquele time que deu uma pancada no Brasil por 7 a 1. Para completar, ainda vestiram a camisa do Flamengo”, explicou o antifl amen-guista Rômulo. “Não vou torcer por um time que meteu 7 a 1 no Brasil e ainda jogou com a camisa do Flamengo, não dá. Como um bom botafoguense, não torço para nada rubro-negro”, acompa-nhou Rayson.

Os amigos, porém, lamentaram a ausência da seleção brasileira na fi nalís-sima. Para o representante comercial, a Copa acabou na derrota do Brasil para a Alemanha. Segundo ele, o futebol nacional precisa de uma reformulação completa, a começar pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) até o roupeiro.

Torcida divididaNo largo São Sebastião a festa co-

meçou cedo. Às 11h, foi apresentada no Teatro Amazonas a peça “Aykunã e a árvore da sabedoria”, de Leonel Worton. Mas, nem de longe o público presente lembrava aqueles que compareceram e lotaram o local para prestigiar os jogos da seleção brasileira.

De acordo com informações da Po-lícia Militar (PM), cerca de mil pessoas compareceram ao largo para assistir ao duelo entre Alemanha e Argenti-na. No primeiro tempo, os especta-dores procuraram se esconder do sol embaixo de árvores. Muitas cadeiras

colocadas a disposição do público estavam vazias.

Se em jogos do Brasil, o mar ama-relo tomava conta do largo, ontem o colorido era um totalmente diferente. Quase não se via torcedores com ca-misas da seleção canarinho e a torcida se dividiu entre as seleções fi nalistas. Cerca de 10 argentinos cantaram enlou-quecidamente durante toda a partida. Os alemães não deixaram por menos. Castigados pelo sol, os europeus as-sistiram a partida acompanhados de muita cerveja. Eles eram cerca de 15 e, ao fi nal do jogo, tiveram motivos de sobra para comemorar.

No primeiro tempo, os dois lados comemoraram. Os argentinos foram a loucura quando Higuain recebeu cru-zamento da direita e empurrou para o fundo da rede de Neuer. O ata-cante vibrou tanto quanto a torcida hermana no largo. Contudo, o ban-deirinha já marcava impedimento e a euforia deu lugar à decepção.

Nos acréscimos da etapa regula-mentar foi a vez dos alemães pro-vocaram suspiros em sua torcida. Höwedes cabeceou uma bola na tra-ve depois de cobrança de escanteio. Muller, impedido, tentou fi car com o rebote na pequena área, mas o juiz já assinalava posição irregular.

Após um segundo tempo cheio de chances criadas para ambas às equipes, mais um jogo nes-ta Copa do Mundo se arrastava para a prorrogação. Exaustos dentro de campo, os jo-gadores davam mostras de que a possibilidade do campeão ser defi ni-do nas cobranças de grandes penalidades era grande.

Mas, aos sete minu-tos, Schürrle avançou pela es-querda e fez o cruzamento. Götze aproveitou o mau posicionamento da defesa argentina, dominou a bola no peito e desferiu um chute cruzado para repetir o placar da final da Copa do Mundo da África do Sul no Brasil. Os alemães cantaram e vibra-ram o merecido tetracampeonato na “Copa das Copas”.

Coração conquistadoO estagiário João Avelino, 26, vibrou

com o título da seleção alemã. Des-cendentes de germânicos, ele explicou que, além do Brasil, acabou adqui-rindo o amor pela camisa da sele-ção europeia, por conta do país, da cultura e da convivência.

“Eu estou muito feliz, demais, não tenho palavras para descrever a feli-cidade que eu estou sentindo. É mais saboroso vê o título no nosso Maracanã. Infelizmente a seleção não foi, mas não deu para a Argentina e é isso o que importa. Eles jogaram bem, na mesma medida, tanto que eu estava muito nervoso. Eles mostraram um futebol muito bacana. Eu não achava que a Alemanha fosse chegar aonde chegou. Estou muito feliz”, comemorou.

Apaixonado pela Argentina desde criancinha, o fi scal Fabiano Alfaia, 30, fi cou triste com a derrota do seu time, mas afi rmou que no futebol, como em todos os outros esportes, apenas uma equipe pode sair vencedora de campo. Como consolo, ele reconheceu a garra, o amor pelo país e a insistência dos jogadores sul-americanos, que lutaram

até último minuto da partida.

Höwedes cabeceou uma bola na tra-ve depois de cobrança de escanteio. Muller, impedido, tentou fi car com o rebote na pequena área, mas o juiz já assinalava posição irregular.

Após um segundo tempo cheio de chances criadas para ambas às equipes, mais um jogo nes-ta Copa do Mundo se arrastava para a prorrogação. Exaustos dentro de campo, os jo-gadores davam mostras de que a possibilidade do campeão ser defi ni-do nas cobranças de grandes penalidades

Mas, aos sete minu-tos, Schürrle avançou pela es-querda e fez o cruzamento. Götze aproveitou o mau posicionamento da defesa argentina, dominou a bola no peito e desferiu um chute cruzado para repetir o placar da final da Copa do Mundo da África do Sul no para repetir o placar da final da Copa do Mundo da África do Sul no para repetir o placar da final da

Brasil. Os alemães cantaram e vibra-ram o merecido tetracampeonato na “Copa das Copas”.

jogadores sul-americanos, que lutaram até último minuto

da partida.

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ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

Alguns torce-dores alemãs festejaram vi-tória no largo

Torcedora acreditou até o último minuto em vitória

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D12 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

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AÇÃO

A cantora Rihan-na com a atriz Deborah Secco

estavam entre os chamados VIPs

Levemente melhor que a abertura, encerramento da Copa do Mundo no Brasil teve escola de samba e música popular

Antes do último jogo da Copa do Mundo de 2014, o show de encerramento co-

meçou com uma bateria de escola de samba tocando e porta-bandeiras sambando com as bandeiras de cada um dos 32 países participantes do torneio iniciado no dia 12 de junho. Sobre o gramado, uma grande bandeira bra-sileira e quatro esculturas nas extremidades do campo representando os valores li-berdade, solidariedade, pai-xão e diversidade.

Os destaques foram os fi nalistas Argentina e Ale-manha que, além das por-ta-bandeiras, tinham mes-tres-sala vestidos com o uniforme de cada seleção. Eles fi zeram um desafi o de embaixadinhas, tentando chamar a atenção de uma porta-bandeira vestida de dourado representando a taça da Copa.

Após a apresentação, Shakira e Carlinhos Brown subiram ao palco montado no centro do campo e can-taram a música “La la La”, que não é a ofi cial da Copa, mas foi adotada pelos tor-

cedores, principalmente na interpretação da cantora co-lombiana, que visualizaram o clipe da música mais de 200 milhões de vezes.

Depois, o haitiano Wyclef Jean, o brasileiro Alexandre

Pires e o guitarrista mexi-cano Carlos Santana can-taram a música ofi cial “Dar um Jeito”. A brasileira Ivete Sangalo se apresentou em seguida, animando os pre-sentes com as músicas “Festa no Gueto” e “Poeira”.

No fi m, todos os artistas retornaram ao palco. Shakira levou seu fi lho Milan, com o zagueiro espanhol Piqué, também presente no estádio. Os brasileiros cantaram a mú-sica “Peguei um Ita no Norte”, homenageando a festa feita pelo país em mais de 30 dias de competição e com milhões de turistas viajando pelo país para assistir às partidas.

Em seguida, o ex-craque da Espanha Carles Puyol e a top model brasileira Gi-sele Bündchen entraram no gramado do Maracanã para apresentar ao público a cobiçada taça do mundo, entregue logo após o jogo à tetracampeã Alemanha.

Encerramento insosso

a exemplo da abertura

Famosos vão à fi nal no MaracanãA fi nal da Copa do Mundo

foi vista no Maracanã por personalidades internacio-nais da música, do esporte e do cinema. A Fifa divulgou alguns dos nomes que esti-veram entre os 1.582 VIPs e VVIPs da decisão entre Ale-manha e Argentina.

Além dos seis cantores que participaram da cerimônia de encerramento do torneio (Shakira, Wyclef Jean, Santa-na, Ivete Sangalo, Alexandre Pires e Carlinhos Brown), a lista de convidados musicais foi reforçada pela presença de Rihanna.

O ator norte-americano Ashton Kutcher, da série “Two and a Half Men”, ex-marido de Demi Moore, também foi

ao estádio. Os camarotes do Maracanã receberam ainda vários ex-jogadores italianos, como os ex-zagueiros Fabio Cannavaro e Marco Matera-zzi, além de o ex-atacante Christian Vieri.

O astro do basquete norte-americano LeBron James, que acertou na última semana o retorno ao Clevelan Cavaliers, aproveitou as férias da NBA para vir ao Brasil curtir a fi nal da Copa. A lista também teve o ex-zagueiro Carles Puyol, campeão Mundial com a Es-panha em 2010, e a modelo brasileira Gisele Bündchen.

CONVIDADOS

ÍDOLOSOs camarotes do Maracanã receberam ainda vários ex-jogadores italianos, como os ex-zaguei-ros Fabio Cannavaro e Marco Materazzi, além de o ex-atacante Christian Vieri

MÚSICAApós a apresentação, Shakira e Carlinhos Brown subiram ao pal-co montado no centro do campo e cantaram a música “La la La”, que não é a ofi cial da Copa, mas foi adotada pelos torcedores

Deslumbran-te, Gisele Bündchen apresentou a taça ao lado do ex-zagueiro Puyol

Encerramento contou com as participações de Shakira e Carlinhos Brown

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D13MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Foi um sucesso, diz Blatter ao passar sede à RússiaDilma Rousseff aproveitou a cerimônia de encerramento para convidar para as Olimpíadas de 2016, que serão no Rio de Janeiro

O presidente da Fede-ração Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter disse

durante a cerimônia, no está-dio do Maracanã, que marcou a transferência da sede do Brasil para a Rússia que a Copa do Mundo de 2014 foi um sucesso. A solenidade contou com a pre-sença dos presidentes Dilma Rousseff e Vladimir Putin. Na ocasião, Blatter apresentou um certifi cado de transferên-cia simbólica do evento para Putin e entregou bolas ofi ciais da partida autografadas aos dois chefes de Estado.

“A Copa do Mundo da Fifa no Brasil apresentou uma mensagem muito especial – uma mensagem de união, conectando as pessoas, uma mensagem de paz e antidis-criminação”, disse Blatter an-tes do jogo entre Argentina e Alemanha. “A Copa do Mundo em 2014 foi de muito suces-so e certamente veremos um

legado neste país”.A presidenta Dilma desejou

sorte ao povo russo na organi-zação do torneio e disse que o Brasil se orgulha muito de ter recebido a Copa mais uma vez e que o mundo esteve conec-tado com o país por 30 dias, celebrando gols com emoção nas 12 cidades-sede.

“Estou certa de que todos os que vieram ao Brasil, como os turistas e as delegações, levarão de volta as lembran-ças da nossa hospitalidade e alegria, e nós, brasileiros, também teremos memórias inesquecíveis”. Desejo ao povo russo muito sucesso na organização da Copa do Mundo da Fifa 2018”.

O presidente russo agra-deceu a oportunidade de seu país poder realizar a Copa de 2018, disse que o futebol ajuda a solucionar problemas sociais e elogiou a organi-zação do torneio feito pelo Brasil. “Faremos tudo o que

pudermos para organizar o evento no mais alto nível”, completou Putin.

Durante a solenidade, a presidente concluiu seu dis-curso fazendo convite, em nome de todos os brasileiros,

para retornarem ao país para Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016. “Nós, brasileiras e bra-sileiros de todos os cantos deste imenso e adorado país, convidamos todos a voltarem para as Olimpíadas e Parao-

limpíadas 2016, que sediare-mos com a mesma competên-cia e hospitalidade dedicadas à Copa do Mundo”.

Só faltou a taçaAo passar simbolicamente

a sede da Copa do Mundo ao presidente da Rússia, Vladi-mir Putin, a presidente Dilma Rousseff disse que o Mundial no Brasil só não foi perfeito por causa do insucesso da seleção brasileira.

“Nós, brasileiros, guardare-mos a emoção e satisfação de ter realizado um evento muito bem-sucedido, uma Copa que só não foi perfeita porque o hexacampeonato não veio”, disse a presidente.

A partir de agora, com o en-cerramento da Copa no Brasil, frisou Dilma, os olhos estarão voltados para a Rússia “um país especial, de uma cultura rica, e que terá a honra de se-diar o maior dos espetáculos do futebol”.

PRESIDENTEDilma Rousseff disse estar certa de que todos os que estive-ram no Brasil durante a Copa do Mundo irão voltar aos seus países com boas lembranças da hospitalidade e ale-gria do povo brasileiro

Dilma “passou” a Copa para o presidente da Rússia, Vladimir

Apesar do desempenho ruim da seleção brasileira na Copa do Mundo, a presi-denta Dilma Rousseff enviou uma carta aos jogadores e à comissão técnica agra-decendo “os momentos de alegria” proporcionados por eles durante o Mundial.

Na carta, Dilma afi rma que a seleção e o futebol brasileiro “são maiores do que quaisquer resultados passageiros”. “O que per-manecerá mais forte no co-ração do nosso povo serão os momentos de alegria que vocês nos proporcionaram nesta Copa e que, segu-ramente, irão nos garantir em Copas futuras”.

Para a presidente, a cam-panha aquém do esperado servirá como lição. “Todos

nós, sem exceção, sabere-mos aproveitar as lições de agora para melhorar ainda mais o nosso futebol, dentro e fora dos estádios. Assim que vamos ampliar a his-tória de sucesso da nossa seleção”, disse Dilma.

Uma das favoritas à con-quista da Copa, a seleção brasileira fi cou na quarta colocação, sendo que per-deu os dois últimos jogos de goleada – 7 a 1 para a Alemanha, no Estádio Mi-neirão, nas semifi nais, e 3 a 0 para Holanda, na disputa pelo terceiro lugar, no sába-do (12), em Brasília.

Mesmo sem vencer a Copa, a presidente Dilma avaliou, na carta, que o país conseguiu promover “a Copa das Copas”. “Nós, brasilei-ros, não levamos a taça, mas fi zemos a Copa das Copas. Sem vocês (jogado-res e comissão técnica), isso jamais seria possível. Rece-bam nosso carinho e nosso sincero agradecimento”, es-creveu a presidente.

Carta à seleção brasileira

O que permanecerá mais forte no cora-ção do nosso povo serão os momentos de alegria que vocês nos proporcionaram

nesta Copa

Dilma Rousseff , presidente

Presidentes do Brasil e da Rússia receberam bolas comemorativas da Copa do Mundo 2014

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Cantora colombia-na Shakira levou todo seu bom astral à cerimônia de encerramento

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D14 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

Os recordes da CopaO Mundial realizado no Brasil empatou com o da França em número de gols, após a final deste domingo, no Maracanã, e consagrou o atacante alemão Miroslav Klose o maior goleador da história das Copas

Sessenta e quatro anos depois de receber o maior público de uma Copa do Mundo, o es-

tádio do Maracanã, conhecido como “Templo do Futebol”, vai marcar seu nome na história do torneio mais uma vez. Em 1950, na fi nal em que o Brasil foi derrotado pelo Uruguai por 2 a 1, os números ofi ciais da Fifa registram que 173.850 espectadores estavam presen-tes no palco que injustiçou o goleiro brasileiro Barbosa. Ontem, Alemanha e Argenti-na disputaram uma partida de alto nível com 74.738 tor-cedores, capacidade máxima atual do Maracanã.

Os dados ofi ciais, que con-sideram apenas as compras

feitas diretamente com a Fifa, indicam que foram vendidos 4.066 ingressos para residen-tes da Alemanha e 4.461 para argentinos. Os brasileiros com-praram 12.898 ingressos. Nos últimos dias, no entanto, vários argentinos, que “invadiram” o

Rio de Janeiro, e alemães bus-cavam ingressos nas proxi-midades do Maracanã e em locais de grande movimento, como shoppings.

Além dos torcedores, 1.582 espectadores VIPs estiveram em camarotes e tribunas de honra, além de 2,5 mil jorna-listas trabalhando na cober-tura da grande fi nal. A Fifa confi rmou ontem a presença de 10 chefes de Estado para a partida. Antes, em cerimônia fechada, com a presença do presidente da entidade, Jose-ph Blatter, a presidente Dilma transmitiu, simbolicamente, a responsabilidade da realização da próxima Copa para o presi-dente russo Vladimir Putin, que sediará o torneio em 2018.

CHAVE DE OUROO 64º jogo desta Copa do Mundo fez com que o Maracanã coroasse, com chave de ouro, a compe-tição, sendo palco, inclusive, de mais um recorde: maior núme-ro de gols

A Alemanha se tornou a primeira seleção europeia a vencer uma Copa nas Américas

O 64º jogo desta Copa fez com que o Maracanã coroasse, com chave de ouro, a competição, sendo palco, inclusive, de mais um recorde: maior núme-ro de gols, já que a rede balançou uma vez ontem, igualando-se ao Mundial da França de 1998, que também teve 171 gols.

Em público, os 12 es-tádios brasileiros alcança-ram ontem a marca de 3.429.873 torcedores re-cebidos, colocando a Copa no Brasil em segundo lugar entre todas, atrás apenas do torneio realizado em 1994 nos Estados Unidos, que, com estádios maiores, recebeu 3.587.538 em 52 jogos, média de 69 mil tor-cedores por jogo, maior do que a capacidade de dez dos 12 estádios brasilei-

ros. No Brasil, a média até agora está pouco acima de 53 mil espectadores, o que representa 98,4% da capacidade total.

Competência Durante a Copa, outros

recordes foram quebrados: a Alemanha tomou, com muita competência, o pos-to do Brasil como seleção com mais gols em copas, com 223 até agora, contra 221 da seleção brasileira. Além disso, o atacante ale-mão Klose fez seu 16º gol em Copas, contra o Brasil, superando Ronaldo, e se tornando o maior goleador de todas as Copas. Para fe-char sua participação com chave de ouro, a Alemanha se tornou a primeira sele-ção europeia a vencer uma Copa nas Américas.

Haja Copa para tantos gols

Maracanã bateu ontem seu recorde de público, com 74.738 torcedores presenciando o triunfo da Alemanha

O atacante alemão Klose fez seu 16º gol em Copas, superando Ronaldo e se tornan-do o maior goleador de todas as Copas

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D15MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

A Copa-2014 terminou ontem igualando seu maior público e esta-belecendo a segunda

melhor média de espectadores da história. A vitória por 1 a 0 sobre a Argentina, que deu o tetracampeonato mundial à Alemanha, levou ao Maracanã 74.738 pessoas, mesmo público da estreia dos vice-campeões -- 2 a 1 sobre a Bósnia, também no Rio de Janeiro.

Somadas as 64 partidas, o segundo Mundial sediado pelo Brasil teve 3.429.873 pessoas nos estádios, uma média de 53.591. Apenas a Copa do Mundo de 1994, rea-lizada nos Estados Unidos, le-vou mais gente aos estádios.

Vinte anos atrás, a média foi de 68.991 espectadores.

Segundo a Federação Inter-nacional de Futebol (Fifa), a outra Copa jogada no Brasil, em 1950, teve 47.511 pessoas nos estádios por partida. Até 2006, no entanto, a entidade dizia que a competição havia recebido 60.773 espectadores por jogo, uma marca maior que a atual. O título conquistado pela Alemanha neste domingo foi sofrido. Depois de empate no tempo normal por 0 a 0, o meia Götze marcou o gol da vitória aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação. Ele entrou em campo aos 43 minutos do segundo tempo no lugar de Klose.

Felizes por verem fi nal em casaO sonho de ver uma fi nal de

Copa do Mundo é comum aos torcedores de todas as nacio-nalidades, ainda mais quando o torneio é disputado em casa. Mesmo sem o Brasil em campo, a oportunidade de assistir à decisão no Maracanã, no Rio de Janeiro, é comemorada pelos brasileiros, que não escondem a preferência pela Alemanha.

Na entrada do estádio era mais fácil en-

contrar um brasileiro com a camisa da equipe alemã que os próprios europeus, como o caso do investidor Artur Ga-rófano, que escolheu torcer pela Alemanha por conta da rivalidade futebolística com os vizinhos. “Muito pela riva-lidade com a Argentina. Vai dar 2 x 0 para Alemanha, para não ter que aguen-tar os argentinostirando sarro”.

Mesmo sem a Seleção Brasi-

leira em campo, Garófano va-loriza a chance de presenciar um momento histórico para o futebol. “Sensação única vir à fi nal. Tive oportunidade de viajar bastante, estive nas duas semifi nais, mas a fi nal é diferente, mesmo não sendo o Brasil vale muito. Pode ser

que a gente não consi-ga ir em outra, en-

tão tem que apro-veitar, porque aqui é melhor

ainda”, completa.

Copa no Brasil teve o 2o maior público da históriaNo Mundial no Brasil foram realizadas 64 partidas, com mais de três milhões de espectadores nos estádios de todo o país

BRASILEIROS

Além de levar a Alemanha ao quarto título mundial, o gol marcado por Götze aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação na decisão da Copa do Mun-do fez o Mundial do Brasil igualar o recorde de gols marcados em uma mesma edição de Copa.

Com a vitória alemã por 1 a 0, o número de gols na Copa do Brasil chegou a 171 em 64 partidas. É o mesmo número de gols

marcados no Mundial da França, em 1998, que, agora junto com a edição realizada no Brasil, tem o maior número da história das Copas.

A média de gols marca-dos por partida na Copa do Brasil também é alta. São 2,67 gols por jogo, o maior número desde a competição realizada na França, que teve média igual. Na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010,

as seleções marcaram 145 gols e a média foi de 2,27 por jogo. O Mundial de 2006, na Alemanha, teve 147 gols e média de 2,3. Já em 2002, na Coreia do Sul e no Japão, 161 gols fo-ram marcados e a média de gols foi de 2,52.

Desde 1998 a Copa do Mundo é disputada por 32 seleções. Em edições ante-riores, a competição teve menos equipes e jogos. A goleada sofrida pelo Brasil

para a Alemanha, por 7 a 1, na terça-feira (8), pela semifinal, foi a partida com o maior número de gols da competição. O colombiano James Rodríguez é o arti-lheiro com seis gols.

Em junho, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse estar “impressiona-do” com a Copa e desta-cou como qualidades do Mundial o nível técnico e o futebol ofensivo vigente nas partidas.

Copa no Brasil iguala recorde histórico

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Muitos brasileiros se vestiram de torcedo-res alemãs no Maraca

Torcedores alemães foram simpáticos aos brasileiros

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Média de público foi de 53 mil pessoas

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D16 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

ESPECIAL COPA 2014EDIÇÃO Michele GouvêaTricia Cabral

REPORTAGENS Bruno Mazieri, Deny Câncio, Emerson Qua-resma, Isabella Siqueira, Raphael Lobato e Thiago Fernando,

REVISÃO Gracycleide Drumond

DIAGRAMAÇÃOLeonardo Cruz, Mario Henrique Silvae Pablo Filard

TRATAMENTO DE IMAGENSAdriano Lima

Messi é o melhorArgentino Lionel Messi é o mais votado em enquete com especialistas para a seleção do Mundial

Neuer (Alemanha); Lahm (Alemanha), Hummels (Alemanha), Vlaar (Ho-landa) e Blind (Holanda);

Mascherano (Argentina), Kroos (Alemanha) e James Rodríguez (Co-lômbia); Muller (Alemanha), Messi (Argentina) e Robben (Holanda). Essa é a seleção do Mundial de 2014 em enquete promovida pelo Portal da Copa.

O craque Messi, do Barcelona e da Argentina, foi o mais lembra-do da votação, com 18 escolhas entre os 19 jornalistas ouvidos na enquete. Em seguida fi cou Ja-mes Rodríguez, da Colômbia e do Monaco, autor de 6 gols na Copa, que teve 17 votos.

Abalada por dois vexames na semifi nal e decisão de terceiro lugar, a seleção brasileira, quarta colocada na Copa do Mundo, não conseguiu colocar nenhum jogador entre os melhores da competição. Quem mais se aproximou disso foi Thiago Silva, que perdeu para o holandês Vlaar por apenas um voto (5 a 4). Para o ataque, Neymar foi lembrado por 4 jornalistas, mas fi cou bem distante de conseguir uma vaga no time titular.

No gol, Manuel Neuer, do Bayern de Munique, superou Keylor Navas, do Levante (Espanha) por uma margem pequena: 10 a 8. Eneyama, goleiro da Nigéria que fez uma boa primeira fase, mas falhou em um dos gols da derrota para a França nas oitavas de fi nal, foi lembrado por um jornalista.

Nas laterais, Lahm (16 votos) e Blind (12) não enfrentaram mui-

ta concorrência. Rojo, autor do gol de cabeça que deu vitória para a Argentina sobre a Nigéria, ainda na primeira fase da Copa, recebeu 3 votos.

Disputa empolganteNa zaga, a única disputa empol-

gante foi entre Vlaar e Thiago Silva. Hummels, zagueiro do Borussia Dortmund, reinou soberano, com 15 escolhas. O setor foi o que mais

gerou teve jogadores lembrados. Um total de 14 atletas tiveram ao menos um voto. Além dos citados, também tiveram votação Boateng (Alemanha), David Luiz (Brasil), De-michelis (Argentina), De Vrij (Ho-landa), Garay (Argentina), González (Costa Rica), Kompany (Bélgica), Rafa Márquez (Mé- x i -co), Varane (França), Yepes (Colômbia) e Zapata (Colômbia)

No meio-campo, o mais votado foi James Rodríguez. Mascherano, do Barcelona (15 votos), e Kroos (12), do Bayern de Munique, conquista-

ram as demais vagas. Schweins-teiger, do Bayern de Munique, é o “reserva de luxo” do time, com 5 votos. Matuidi teve dois votos. Também foram lembrados Biglia, Cañete e Fernando Gago (Argen-tina), Cuadrado (Colômbia), Fe-ghouli (Argélia), Hazard (Bélgica) e Khedira (Alemanha), cada um com 1 voto.

Além de Messi, o supera-taque conta com mais dois jogadores do Bayern de Mu-nique: Tho-mas Müller e Robben. O h o l a n - dês, que m o s - trou vigor f í s i c o impressionante p a r a quem está com 30 anos, teve 16 votos. Müller recebeu 14 indicações. Benzema (Fran-ça), Di Maria (Argentina), Luis Suárez (Uruguai), Teo Rodríguez (Co-lômbia) tiveram 1 voto cada um.

VOTAÇÃOPortal da Copa ouviu jornalistas e autores de livros sobre fute-bol que não escala-ram nenhum brasilei-ro em melhor time da competição

O craque Messi, do Barcelona e da Ar-gentina, foi o mais lembrado da votação

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Alemães bem acolhidosEMBAIXADA

Em se tratando de uma Copa do Mundo no Brasil, é até difícil de acreditar que apenas cinco dias depois de a Alemanha arrasar a seleção brasileira com uma goleada de 7 a 1, o pior resultado da equipe na história, e tirar do time o sonho do hexacampe-onato em casa, a torcida bra-sileira apoiaria em peso seus algozes na última partida dos alemães no Mundial.

Mas ontem (13), quando a seleção alemã pisou no grama-do do Maracanã para disputar a fi nal, do outro lado estava a Argentina. E nessa rivalidade com os hermanos não há má-goa por nenhuma goleada que resista. Assim sendo, quando o alemão Mario Götze recebeu um cruzamento dentro da área, matou a bola no peito e chu-tou de primeira para marcar o primeiro e único gol da partida, aos 9 minutos do segundo tem-po da prorrogação, brasileiros e alemães vibraram de euforia na Embaixada da Alemanha, em Brasília.

EmoçõesCerca de 1,4 mil pessoas, en-

tre brasileiros, alemães e con-vidados de outras embaixadas, se reuniram na representação da Alemanha na capital para acompanhar as emoções da fi -nal da Copa do Mundo no Brasil. E, após o último apito do árbi-

tro, os alemães celebraram o tetracampeonato Mundial e os brasileiros respiraram ali-viados pelo simples fato de a Argentina não ter levantado a taça no Rio de Janeiro.

Nascido na Alemanha e fi -lho de pai argentino com mãe brasileira, Gustav Volker Lue-dermann, 75, não escondia a alegria pelo título. Para ele, a taça fi cou com o time que mais merecia pelo futebol apresen-tado no Brasil. “A Alemanha foi espetacular. A tecnologia avançou e o Brasil fi cou para trás e preso só ao talento individual. Mas o Brasil ainda é o maior campeão da Copa do Mundo. Só que precisa se renovar”, analisou.

Gustav contou que torceu pelo Brasil na partida em que a seleção brasileira jogou contra a Alemanha na semifi nal. Mas depois da desastrosa golea-da, focou toda sua torcida na Alemanha e, neste domingo, sentiu-se feliz tanto pelo tí-tulo quanto pela bela Copa organizada pelo Brasil. “Sou 80% brasileiro e 20% alemão”, explicou. Ministro de Assuntos Econômicos e Temas Globais da Embaixada da Alemanha, Christoph Bundscherer não escondia o encantamento por tudo o que seu país vi-veu no Brasil desde o dia 12 de junho, quando a Copa do Mundo começou.

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Cerca de 1,4 mil pessoas, entre brasi-leiros e alemães, se reuniram na

representação germânica

Nas sete partidas disputa-das pela Alemanha, a embai-xada abriu suas portas e em todas as vezes a festa foi grande. “Cada vez foi uma emoção diferente. Como aqui tem muitos brasileiros, é im-pressionante ver como muitas pessoas que antes torciam pelo Brasil hoje vieram com camisas da Alemanha para apoiar o nosso time. Só o que

podemos fazer é agradecer a toda a torcida e ao povo bra-sileiro que nos apoiou não só aqui, mas também no Maraca-nã”, declarou o diplomata.

OrganizaçãoPara Bundscherer, o Mun-

dial de 2014 fi cará marcado, além do título da Alemanha, pelo incrível trabalho realiza-do pelo Brasil na organização

do campeonato. “O Brasil ofe-receu ao mundo uma ótima organização e, acima de tudo, uma hospitalidade extraor-dinária. Para nós alemães, a Copa aqui foi perfeita em todos os sentidos”, ressaltou Christoph Bundscherer.

Aos 38 anos, a brasiliense Tatiana Kalil, vestida com a camisa da seleção brasileira e com duas bandeiras da Ale-

manha ornamentando o pen-teado, destacou a forma como os brasileiros se comportaram na fi nal na torcida pelo time alemão. “Isso chama-se no-breza. Não guardamos rancor. A Alemanha jogou melhor que todos os outros nessa Copa e o que mais me fascina é ver essa torcida brasileira aqui, vibrando pela Alemanha”, ob-servou Tatiana.

Apoio em massa da torcida brasileira

D16 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JULHO DE 2014

MessiMessi é o melhor é o melhorArgentino Lionel Messi é o mais votado em enquete com especialistas para a seleção do Mundial

Neuer (Alemanha); Lahm (Alemanha), Hummels (Alemanha), Vlaar (Ho-landa) e Blind (Holanda);

Mascherano (Argentina), Kroos (Alemanha) e James Rodríguez (Co-lômbia); Muller (Alemanha), Messi (Argentina) e Robben (Holanda). Essa é a seleção do Mundial de 2014 em enquete promovida pelo Portal da Copa.

O craque Messi, do Barcelona e da Argentina, foi o mais lembra-do da votação, com 18 escolhas entre os 19 jornalistas ouvidos na enquete. Em seguida fi cou Ja-mes Rodríguez, da Colômbia e do Monaco, autor de 6 gols na Copa, que teve 17 votos.

Abalada por dois vexames na semifi nal e decisão de terceiro lugar, a seleção brasileira, quarta colocada na Copa do Mundo, não conseguiu colocar nenhum jogador entre os melhores da competição. Quem mais se aproximou disso foi Thiago Silva, que perdeu para o holandês Vlaar por apenas um voto (5 a 4). Para o ataque, Neymar foi lembrado por 4 jornalistas, mas fi cou bem distante de conseguir uma vaga no time titular.

No gol, Manuel Neuer, do Bayern de Munique, superou Keylor Navas, do Levante (Espanha) por uma margem pequena: 10 a 8. Eneyama, goleiro da Nigéria que fez uma boa primeira fase, mas falhou em um dos gols da derrota para a França nas oitavas de fi nal, foi lembrado por um jornalista.

Nas laterais, Lahm (16 votos) e Blind (12) não enfrentaram mui-

ta concorrência. Rojo, autor do gol de cabeça que deu vitória para a Argentina sobre a Nigéria, ainda na primeira fase da Copa, recebeu 3 votos.

Disputa empolganteNa zaga, a única disputa empol-

gante foi entre Vlaar e Thiago Silva. Hummels, zagueiro do Borussia Dortmund, reinou soberano, com 15 escolhas. O setor foi o que mais

gerou teve jogadores lembrados. Um total de 14 atletas tiveram ao menos um voto. Além dos citados, também tiveram votação Boateng (Alemanha), David Luiz (Brasil), De-michelis (Argentina), De Vrij (Ho-landa), Garay (Argentina), González (Costa Rica), Kompany (Bélgica), Rafa Márquez (Mé- x i -co), Varane (França), Yepes (Colômbia) e Zapata (Colômbia)

No meio-campo, o mais votado foi James Rodríguez. Mascherano, do Barcelona (15 votos), e Kroos (12), do Bayern de Munique, conquista-

ram as demais vagas. Schweins-teiger, do Bayern de Munique, é o “reserva de luxo” do time, com 5 votos. Matuidi teve dois votos. Também foram lembrados Biglia, Cañete e Fernando Gago (Argen-tina), Cuadrado (Colômbia), Fe-ghouli (Argélia), Hazard (Bélgica) e Khedira (Alemanha), cada um com 1 voto.

Além de Messi, o supera-taque conta com mais dois jogadores do Bayern de Mu-nique: Tho-mas Müller e Robben. O h o l a n - dês, que m o s - trou vigor f í s i c o impressionante p a r a quem está com 30 anos, teve 16 votos. Müller recebeu 14 indicações. Benzema (Fran-ça), Di Maria (Argentina), Luis Suárez (Uruguai), Teo Rodríguez (Co-lômbia) tiveram 1 voto cada um.

VOTAÇÃOPortal da Copa ouviu jornalistas e autores de livros sobre fute-bol que não escala-ram nenhum brasilei-ro em melhor time da competição

O craque Messi, do Barcelona e da Ar-gentina, foi o mais lembrado da votação

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