pódio - 11 de julho de 2014

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Muy amigo O atacante Neymar falou pela primeira vez após sofrer a lesão que o tirou da Copa. Disse que perdoa o colombiano Zuñiga, que ficou com vergonha da derrota humilhante do Brasil para a Alemanha e que vai torcer pela Argentina dos amigos Messi e Mascherano. Podio E4 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014 [email protected] MONTAGEM DE KLINGER SANTIAGO/SOBRE FOTOS DE DIVULGAÇÃO

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Muy amigoMuy amigoMuy amigoO atacante Neymar falou pela primeira vez após sofrer a lesão que o tirou da Copa. Disse que perdoa o colombiano Zuñiga, que fi cou com vergonha da derrota humilhante do

Brasil para a Alemanha e que vai torcer pela Argentina dos amigos Messi e Mascherano. Podio E4

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014 [email protected], SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014 [email protected]

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E2 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

CHARGE

HERÓIS DA COPA* MARCUS VINÍCIUS PESSOA

Se Pelé simboliza o profi ssionalismo máximo de um jogador de futebol, Gar-rincha é o maior representante do futebol arte, onde um grande drible vale tanto quanto um gol.

Depois de ter sido dispensado nas peneiras de Fluminense, Vasco e São Cristóvão, pois era classifi cado “torto” pelos treinadores, Mané fez um teste no Botafogo, em 1953. Na primeira jogada, meteu a bola entre as pernas de Nilton Santos, que saiu de campo e pediu a contratação imediata do atacante.

“Eu não quero ter que enfrentar esse cara de jeito nenhum!”

Nascia ali um dos maiores times de futebol de todos os tempos, o Botafogo de Garrincha, que tinha o maior esquadrão do Brasil na década de 50, com vários craques como Didi, Quarentinha, Amarildo, Zagallo, Nilton Santos. Em 1957, Garrincha ajudou o Botafogo a vencer o Campeonato Carioca com a maior goleada em uma fi nal, 6 x 2 no Fluminense, garantindo sua vaga na seleção que disputaria a Copa de 58.

Era o início de uma das maiores du-plas do futebol mundial. Ao lado de Pelé, Garrincha conduziu a seleção ao primeiro título mundial em 1958.

Mas a verdadeira Copa de Gar-rincha foi a de 1962, no Chile. Após perder Pelé na segunda partida, Mané assumiu o comando do time e, ao lado de Amarildo, levou o Brasil ao bicampeonato mundial.

Após a Copa do Chile, Garrincha começou sua decadência. Ficou no Botafogo até 1965, quando se transferiu para o Corinthians, onde não brilhou e começou a vagar por várias equipes. Depois de pendurar as chuteiras em 1972. Muito debilitado pelo alcoolismo, Garrincha morreu aos 49 anos em 1983, vítima de cirrose.

GARRINCHA: “O ANJO DAS PERNAS TORTAS”

* MARCUS VINÍCIUS PESSOA É REDATOR PUBLICITÁRIO

ARTILHARIA

Tabela da Copa do Mundo

6GOLS

JAMES RODRÍGUEZCOLÔMBIA

OITAVAS DE FINAL OITAVAS DE FINAL

54

SEGUNDA30/0617h00Porto Alegre - Beira-Rio

ALEMANHA

ARGÉLIA

2

1

53

SEGUNDA 30/0613h00Brasília - Mané Garrincha

FRANÇA

NIGÉRIA

2

049

SÁBADO 28/0613h00Belo Horizonte - Mineirão

BRASIL

CHILE

1

1

50

SÁBADO 28/0617h00Rio de Janeiro - Maracanã

COLÔMBIA

URUGUAI

2

0

52

DOMINGO 29/0617h00Recife - Arena Pernambuco

COSTA RICA

GRÉCIA

1

1

51

DOMINGO 29/0613h00Fortaleza - Castelão

HOLANDA

MÉXICO

2

155

TERÇA 01/0713h00São Paulo - Itaquerão

ARGENTINA

SUÍÇA

1

0

56

TERÇA 01/0717h00Salvador - Fonte Nova

BÉLGICA

ESTADOS UNIDOS

2

1

60

SÁBADO 05/0713h00Brasília - Mané Garrincha

ARGENTINA

BÉLGICA

1

0

58

SEXTA 04/07 13h00Rio de Janeiro - Maracanã

FRANÇA

ALEMANHA

0

1

QUARTAS DE FINAL

57

SEXTA 04/07 17h00Fortaleza - Castelão

BRASIL

COLÔMBIA

2

1

59

SÁBADO 05/07 17h00Salvador - Fonte Nova

HOLANDA

COSTA RICA

0

0

62

QUARTA 09/07 17h00São Paulo - Itaquerão

ARGENTINA

HOLANDA

0

0

SEMIFINAL

61

TERÇA 08/07 17h00Belo Horizonte - Mineirão

BRASIL

ALEMANHA

1

7

3º LUGAR FINAL

64

DOMINGO 13/07 16h00Rio de Janeiro - Maracanã

ALEMANHA

ARGENTINA

63

SÁBADO 12/07 17h00Brasília - Mané Garrincha

BRASIL

HOLANDA

PÊNALTIS: BRASIL 3 X 2 CHILE

PÊNALTIS: COSTA RICA 5 X 3 GRÉCIA

PÊNALTIS: HOLANDA 5 X 3 COSTA RICA

Paulo Vinícius CoelhoO tabu

Dos 23 convocados pela Argenti-na, 20 jogam no exterior e só três em clubes do país. Os reservas Orión e Maxi Rodriguez atuam pelo Newell’s, o volante Gago no Boca Ju-niors. Em toda a história das Copas, só uma vez uma seleção campeã tinha a maioria dos jogadores em clubes do exterior - a França de Zidane, da Juventus, de Turim.

Em 2010, a Espanha foi campeã com 20 dos 23 convocados em clubes espanhóis. Em 2006, a Itália venceu com 100% do elen-co na Série A. Em 2002, o Brasil

tinha 13 de clubes nacionais, dez jogando no exterior.

Parece coincidência, mas pode ser um símbolo. Quanto mais forte um campeonato nacional, maior a chance de jogadores fi carem por mais tempo no país, de a seleção manter identidade no estilo de jo-gar. Isso unido à formação de se-leções desde o sub-17 leva a bons resultados em médio prazo.

Ontem, a presidente Dilma dis-se que o futebol precisa crescer internamente para lotar estádios e manter jogadores no país. O

discurso é bom, mas a CBF tem de fazer o papel de toda federação esportiva: difundir.

O verbo não indica entregar uma bola em cada clube, mas espalhar conhecimento.

Josep Guardiola deu duas pales-tras em Buenos Aires nos últimos 2 anos. Não veio nenhuma vez ao Brasil. Esse intercâmbio é funda-mental. A CBF tem essa obrigação. Trazer gente importante para cá, levar técnicos daqui para está-gios no exterior. E também tentar trazer um pouco do ambiente do

mês da Copa para o dia a dia. De convidar o mundo e o país para manter a festa.

O 7 a 1 fez com que isso pareça impossível.

Há 10 anos, o Campeonato Alemão tinha 33 mil pessoas de média de público. Hoje, são 45 mil por jogo, festa em todos os estádios e trabalho estruturado para a seleção ser forte. Só três dos 23 convocados jogam no exterior. Se o tabu for mantido, a Alemanha estará a um jogo de ser campeã.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Só uma vez uma seleção campeã tinha a maioria dos jogadores em clubes do exterior Josep Guardiola deu duas palestras em Buenos Aires nos últimos dois anos. Não veio nenhuma vez ao Brasil. Esse inter-câmbio é funda-mental. A CBF tem essa obrigação

PÊNALTIS: ARGENTINA 4 X 2 HOLANDA

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E3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

Mundial do Brasil perto de bater recorde de gols

Se jogo da fi nal e disputa de terceiro lugar tiverem mais de quatro gols, a Copa de 2014 baterá a de 1998 (França), que lidera com 171 tentos

A média de gols da Copa do Mundo de 2014 su-biu após as semifi nais. E olha que uma delas,

entre Holanda e Argentina, terminou empatada em zero a zero. Tudo isso por conta dos 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil. Além de elevar a média de tentos para 2.69 por jogo, a melhor desde 1994, deixa o Mundial do nosso país perto de se tornar o de maior número de gols da história.

Até aqui foram marcados 167 gols. A Copa do Mundo com maior número de estu-fadas na rede foi a de 1998, na França, que teve 171 ten-tos. Portanto, se a decisão do terceiro lugar e a fi nal, juntas, apresentarem mais de quatro gols, o Mundial do Brasil pas-sará a ser o recordista. Difi cil-mente uma Copa vai superar, em média de gols, a edição de 1954, na Suíça, que acabou com 5.38 por partida.

A Alemanha desbancou a Holanda e a Colômbia e passou a ter o ataque mais positivo da Copa do Mundo, com 17 gols anotados. Ho-landeses e colombianos mar-caram 12 até aqui. Apesar de ter perdido esse posto, a

Colômbia ainda tem o líder o artilheiro do torneio: James Rodríguez com seis gols.

A atual edição apresentou ainda o recorde de prorro-gações em oitavas de fi nal, com cinco em oito jogos. Até então o Mundial de 1990, na Itália, liderava essa estatística com quatro. Levando em con-

sideração todos os resultados, incluindo a fase de grupos o placar de 2 a 1 foi o mais visto em gramados brasileiros até o momento, tendo se repetido 15 vezes. Depois aparece o 1 a 0, com 11 aparições. A maior goleada agora é o “passeio” da Alemanha sobre o Brasil, que desbancou os 5 a 1 que a Holanda aplicou na Espanha.

ALEMANHAOs germânicos foram responsáveis por 17 gols nesta Copa do Mundo de 2014. Com goleadas de 4 a 0 para cima de Portugal e de 7 a 1 sobre o Brasil, os alemães têm o melhor ataque da competição

Em nota, a Fifa anun-ciou ontem (10) a decisão do Comitê Disciplinar em manter a suspensão de Luis Suárez pela mordida no zagueiro italiano Gior-gio Chiellini, no confronto entre Itália e Uruguai, vá-lido pela primeira fase da Copa do Mundo de 2014. Assim, a apelação uru-guaia para a redução da pena ao jogador foi rejei-tada pela entidade.

A decisão já foi comu-nicada ao jogador e à Associação Uruguaia de Futebol (AUF), mas não é

defi nitiva. Suárez e a en-tidade celeste ainda pode-rão apelar à Corte Arbitral do Esporte, segundo a nota ofi cial da própria Fifa.

O uruguaio foi punido em junho com uma sus-pensão de nove jogos por sua seleção, além de um banimento de quatro me-ses a qualquer atividade relacionada ao futebol profi ssional, incluindo treinamentos em clubes. O comitê tratou Suárez como reincidente, já que o jogador havia mordi-do adversários em outras

Fifa mantém punição a Suárez

O Arsenal anunciou, on-tem (10), a contratação do atacante chileno Aléxis Sánchez. Após ter passado pelos exames médicos em Londres, o atleta assinou pelos Gunners. O tempo de duração do contrato e o valor da transferên-cia não foram divulgados, mas especula-se que o time londrinho tenha de-sembolsado cerca de 37 milhões de euros (R$ 111 milhões) ao Barcelona, clube pelo qual o joga-dor atuava desde 2011. Aléxis se mostrou bastante feliz com o novo desafi o na sua carreira e com a opor-tunidade de poder jogar a Premier League.

“Estou muito feliz por chegar ao Arsenal, um clube que tem um grande treinador, um elenco fan-tástico, um apoio enorme ao redor do mundo e um grande estádio, em Lon-dres. Vou dar o meu melhor para o Arsenal e quero

fazer todos os torcedores felizes”, disse o atacante.

O treinador Arsene Wen-ger comemorou a contra-tação e se derreteu em elogios ao novo reforço.

“Como muita gente viu durante a Copa do Mundo,

Alexis é um jogador fantás-tico. Estamos muito satis-feitos com a chegada dele ao Arsenal Football Club. Aláxis vai adicionar potên-cia, criatividade e muita qualidade ao nosso elenco”, disse o comandante.

Arsenal contrata Alexis Sánchez

OPÇÕESAgora o treinador do Arsenal, Arsene Wenger, terá a sua disposição, além do chileno Alexis Sánchez, os atacan-tes Olivier Giroud, Lukas Podolski e Oxale Chamberlain

Atacante chega para ser titular no time de Londres

Alberto Gilardino é o novo reforço do Guangzhou Ever-grande, da China. Aos 32 anos de idade, o atacante jogará pela primeira vez fora do futebol italiano. Ele próprio anunciou a transfe-rência ontem (10).

Gilardino atuou na temporada passada pelo Genoa. O auge da sua carreira foi entre 2006 e 2007, quando conquistou

com o Milan uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes, e pela seleção da Itália venceu a Copa do Mundo, na Alemanha.

O Guangzhou Evergran-de é o atual campeão chi-nês e da Liga dos Campe-ões da Ásia. O técnico do time é o também italiano Marcelo Lippi, que já traba-lhou com Gilardino quando comandava a Azzurra.

Gilardino rumo ao futebol chinês

Filipe Luís está de mala prontas para Londres, onde vestirá a camisa do Chelsea. Foi o que garan-tiu a imprensa inglesa na manhã de ontem.

De acordo com o jornal “The Sun”, os Blues já chega-ram a um acordo com o Atlé-tico de Madrid e pagaram cerca de 25 milhões de euros pelo lateral esquerdo.

O jogador brasileiro, caso

realmente rume ao time londrino, substituirá Ash-ley Cole, que foi para a Roma. Será a terceira gran-de contratação do Chelsea para a temporada 2014/15. Curiosamente, as três são de jogadores vindos do fu-tebol espanhol. Já foram anunciados como reforços o atacante Diego Costa, ex-Atlético de Madrid, e o meia Fàbregas, ex-Barcelona.

Lateral Filipe Luís é do Chelsea

Lateral esquerdo brasileiro chega ao time de Mourinho

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Defensores brasileiros apenas observam o atacante alemão Tho-mas Müller marcar o primeiro dos sete gols da Alemanha no jogo

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E4 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

Em entrevista coletiva concedida ontem (10), dois dias após a eli-minação da seleção

brasileira na Copa, o craque Neymar surpreendeu ao afi r-mar que torcerá pela Argentina na fi nal contra a Alemanha.

“Pela história que o Messi tem, acho que ele merece ser o campeão, merece o tí-tulo. Estou torcendo por ele sim, é um amigo. Também tenho outro companheiro lá que é o Mascherano”, disse o craque do Brasil.

O jogador aproveitou para falar sobre a entrada de Zuñi-ga, que o tirou da Copa. Ney fraturou uma vértebra.

“De costas eu não consigo me defender. A única coisa que poderia me defender eram as regras. Acabei me machucan-do. Se fossem dois centíme-tros para dentro eu poderia estar de cadeira de rodas. Num momento tão importante da carreira, você acaba sofrendo. Faz parte, aconteceu, vida que segue”, disse chorando.

O atacante ainda afi rmou que não concorda e não aceita a entrada de Zuñiga, que resul-tou na fratura de uma vértebra e a perda das duas últimas partidas da Copa, após o duelo nas quartas de fi nal. “Foi um lance que eu não concordo, não aceito. Não vou falar que foi

maldade porque não estou na cabeça dele para saber. Mas todo mundo que entende de futebol sabe que é uma entrada não é normal”, falou.

No entanto, Neymar disse que perdoa Zuñiga e revelou uma ligação do colombiano, com pedido de desculpas.

“Eu desculparia sim, não sinto ódio, não sinto nada. Ele até me ligou, pediu des-

culpas, falou que não queria me machucar, falou um bo-cado de coisa legal. Desejo que Deus abencoe, que ele tenha sucesso na carreira dele”, completou Neymar.

Como programado, Ney-mar chegou a Teresópolis para se juntar à seleção bra-sileira até sábado, quando o grupo disputará a decisão do terceiro lugar, contra a Holanda.

Jogador brasileiro diz que vai torcer pelo amigo Messi. “Ele merece esse título”

Neymaré argentinona fi nal

Cordial com todos os trei-nadores que enfrentou até aqui na Copa do Mundo, Luiz Felipe Scolari provavelmente não o será no sábado, quando a Seleção disputa o terceiro lugar da competição contra a Holanda, de Louis van Gaal, em Brasília. Ainda na fase de grupos, antes do duelo defi ni-tivo com Camarões, irritado por uma declaração do rival a respeito de um suposto be-nefício pelo horário dos jogos, o brasileiro o ofendeu sem citá-lo nominalmente.

“Algumas pessoas se mani-festaram dizendo que vamos

escolher o nosso adversário. Ou são burras ou mal-inten-cionadas. Se perdermos para Camarões, vamos nos classi-fi car? Não. E os horários dos jogos são escolhidos pela Fifa. Então, vamos parar de endeu-sar A, B ou C. Dão ênfase a uma pessoa que está falando bobagem”, disse Felipão, no mesmo dia em que o holandês questionou o fato de sua chave ser defi nida antes.

“É ridículo. A Fifa sempre faz publicidade falando em Fair Play, mas tem seus truques e isso não é bom, não é Fair Play”, questionou.

Felipão enfrentará ‘desafeto’ Felipão chamou o técnico holandês de burro

Neymar reencontrou os companheiros em Teresópolis ontem (10)

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Tostão

Criaram um monstro Felipão é o responsável pela seleção,

mas não é o criador do nosso atual e medíocre estilo de jogar. Ele pensa como os outros técnicos brasileiros. Criaram um monstro. Não sei quando nem onde isso começou, se foi de dentro para fora, por causa da visão estreita dos treinadores, ou se foi de fora para dentro, por causa da ga-nância pelo lucro, em detrimento da qualidade do futebol. Está tudo inter-ligado, um jogo de interesses. Repito, uma praga nacional. Desaprendemos a jogar coletivamente. Para Felipão e a maioria dos técnicos, trocar passes no meio-campo é frescura, um jogo bonitinho, improdutivo. O futebol bra-

sileiro vive de correria, de estocadas e de jogadas aéreas. Muitas vezes, dá certo. Por motivos óbvios, qualquer técnico da Seleção tem uma ótima estatística. Queremos mais que isso. O mundo, que tanto nos admira, também está triste.

Por causa do desprezo pelo meio-campo, não temos um craque neste setor. Se Kroos, Schweinsteiger e outros armadores fossem formados no Brasil, seriam escalados, desde as categorias de base, de meias ofensivos, para atuar próximos ao gol. Schweinsteiger era um meia habilidoso e criativo que se trans-formou em um volante, para o time ter mais o domínio do jogo e da bola.

Contra a Alemanha, o Brasil jogou com cinco atrás (quatro defensores mais Luiz Gustavo), quatro na frente (Hulk e Bernard, pelos lados, e Oscar, próximo a Fred) e apenas Fernandinho, em um enorme espaço no meio-campo. Enquanto isso, a Alemanha, com todos os jogadores muito próximos, tinha três no meio-campo, mais Müller e Özil pelos lados, que voltavam para marcar e chegavam na frente. Os cinco atacavam e defendiam. Eram cinco contra um.

Há 15 anos, falo sobre isso. Tenho a sensação de que estou sendo repetitivo e que não há nenhuma importância se falo ou não falo disso. Cansei.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Para Felipão e a maio-ria dos técnicos, trocar passes no meio-campo é frescura, um jogo bo-nitinho, improdutivo. O futebol brasileiro vive de correria, de estocadas e de jogadas aéreas

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Dos 20 jogadores de linha chamados por Feli-pão, apenas Maxwell ain-da não foi a campo pela seleção brasileira nesta Copa do Mundo. A última chance do lateral-esquer-do de atuar é no sábado, na disputa do terceiro lugar, mas dificilmente se concretizará, já que o treinador vai levar força máxima à Brasília, para enfrentar a Holanda.

Além dele, somente os goleiros reservas também não tiveram o gostinho de atuar pela seleção na-

cional em uma Copa do Mundo em casa.

Na estréia, contra a Cro-ácia no dia 12 de junho, os onze titulares foram Júlio César; Daniel Alves, Dante, David Luiz e Mar-celo; Luiz Gustavo, Pauli-nho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Até o momento, além deles, já jogaram Ra-mires, Hernanes, Bernard, Willian, Jô, Fernandinho, Maicon, Henrique e Dante. O único que ainda aguar-da uma oportunidade no time é o lateral esquerdo reserva canarinho.

Maxwell é o único que não jogou

BRONCA O atacante Neymar afirmou que vai dar o troco e também xingará o seu empre-sário Wagner Ribeiro por ter criticado o técnico da seleção brasileira Luiz Felipe Scolari

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E5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

Após um empate sem gols com a Argentina no tempo regular e na prorrogação da

semifi nal da Copa do Mun-do, a Holanda foi eliminada pelos Hermanos nos pênaltis. Agora, resta à Laranja Me-cânica disputar o terceiro lugar com o Brasil. Mas o técnico Van Gaal considera o duelo desnecessário, pois acredita que as seleções que perdessem no Mundial não deveriam jogar pelo terceiro e quarto lugares, já que só há um prêmio, que é a taça.

“Acho que esse jogo nunca deveria ser jogado. Digo isso há 10 anos, mas vamos ter de jogar. Você tem a chance de perder duas vezes seguidas e, se isso acontecer, você vai para casa como um perdedor, mesmo depois de ter feito uma Copa do Mundo maravilhosa”, criticou o treinador.

Van Gaal também se vê em desvantagem contra o Brasil por ter menos tempo para re-cuperar o elenco.

“É injusto também porque

temos um dia a menos para nos recuperar, isso não é fair play. Não são condições justas de jogo”, reclamou o comandante.

Na Copa de 1998, os holan-deses perderam a semifi nal para o Brasil e disputou a

terceira posição com a Croá-cia, perdendo por 2 a 1. Como precisa seguir o cronograma da Fifa, a equipe embarcou para Brasília na noite ontem (10), onde enfrenta a seleção brasileira no próximo sábado, às 16h (de Manaus), no está-dio Mané Garrincha.

Técnico holandês é contra a disputa e afi rmou que seu time está prejudicado por ter um dia a menos de descanso que o Brasil

Para Van Gaal, disputa de 3º lugaré desnecessária

TÍTULO: Para Van Gaal, disputa de 3º lugar é desnecessáriaSUTIÃ: Técnico holandês é contra a disputa e afi rmou que seu time está

prejudicado por ter um dia a menos de descanso que o Brasil

Após um empate sem gols com a Argentina no tempo regular e na prorrogação da semifi nal da Copa do Mundo, a Holanda foi eliminada pelos Hermanos nos pênaltis. Agora, resta à Laranja Mecânica disputar o terceiro lugar com o Brasil. Mas o técnico Van Gaal considera o duelo desnecessário, pois acredita que as seleções que perdessem no Mundial não deveriam jogar pelo terceiro e quarto lugares, já que só há um prêmio, que é a taça.

“Acho que esse jogo nunca deveria ser jogado. Digo isso há 10 anos, mas vamos ter de jogar. Você tem a chance de perder duas vezes seguidas e, se isso acontecer, você vai para casa como um perdedor, mesmo depois de ter feito uma Copa do Mundo maravilhosa”, criticou o treinador.

Van Gaal também se vê em desvantagem contra o Brasil por ter menos tempo para recuperar o elenco.

“É injusto também porque temos um dia a menos para nos recuperar, isso não é fair play. Não são condições justas de jogo”, reclamou o co-mandante.

Na Copa de 1998, os holandeses perderam a semifi nal para o Brasil e disputou a terceira posição com a Croácia, perdendo por 2 a 1. Como precisa seguir o cronograma da Fifa, a equipe embarcou para Brasília na noite ontem (10), onde enfrenta a seleção brasileira no próximo sábado, às 16h (de Manaus), no estádio Mané Garrincha.

Nada de ressaca. Holanda já treinou visando terceiro lugar (coordena-da)

Na última quarta-feira (9), por volta das 19h30 (de Manaus), a Holanda dava adeus ao sonho de seu primeiro título mundial após perder para a Argentina nos pênaltis, na semifi nal da Copa do Mundo. Entretanto, isso não diminuiu o ritmo para o dia seguinte. Na manhã de ontem (10), os jogadores já pegavam duro no batente mais uma vez.

O técnico do time, Louis Van Gaal, não deu descanso a nenhum atleta e colocou todos pra treinar no gramado do Pacaembu. A ação pode até parecer antagônica ao discurso do treinador, que chegou a dizer que não deveria existir disputa pelo terceiro lugar em uma Copa do Mundo

No sábado, a equipe laranja medirá forças com o Brasil, em Brasília, no Mané Garrincha, na disputa pelo terceiro lugar do Mundial de 2014.

Argentina não terá chance contra a Alemanha, diz Robben (coordena-da)

O atacante Robben, da seleção holandesa, disse que não vê possibilidades de a Argentina vencer a Alemanha na fi nal da Copa do Mundo, no próximo domingo (13), no Maracanã, e levar o título para a casa.

“A Alemanha será campeã do mundo, eu tenho certeza. A Argentina não tem chance”, disse Robben em entrevista para a revista alemã Kicker.

A Alemanha luta pelo seu quarto título mundial. Ganhou em 1954, 1974 e 1990. A Argentina, por sua vez, luta pelo tri. Foi campeã em 1978 e 1986.

Sobre a eliminação da Holanda, Robben falou em azar. A equipe coman-dada pelo técnico Louis van Gaal caiu nos pênaltis diante da Argentina, depois de empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.

“Pênaltis não são apenas um jogo de pura sorte. Nós mostramos isso contra a Costa Rica (nas quartas de fi nal). Nós fi zemos um bom trabalho naquela partida. Nós tivemos também uma má sorte, infelizmente. Isso

DE NOVONa Copa do Mundo de 1998, os holandeses perderam a semifi nal para o Brasil e disputa-ram a terceira posição com a Croácia. Acaba-ram perdendo por 2 a 1. Agora a Laranja en-cara os donos da casa

Apesar de se declarar contrário a disputa, Van Gaal treinou a equipe em busca do terceiro lugar

Robben aponta título alemão

A Holanda deu adeus ao sonho de seu primeiro título mundial após per-der para a Argentina nos pênaltis. Entretanto, isso não diminuiu o ritmo para o dia seguinte. Na manhã de ontem (10), os jogado-res já pegavam duro no batente mais uma vez.

O técnico do time, Louis Van Gaal, não deu descanso a nenhum atle-ta e colocou todos pra treinar no gramado do Pacaembu. A ação pode até parecer antagônica ao discurso do treinador, que chegou a dizer que não deveria existir dis-puta pelo terceiro lugar em uma Copa.

Nada de ressaca na Holanda

título mundial após per-der para a Argentina nos pênaltis. Entretanto, isso não diminuiu o ritmo para o dia seguinte. Na manhã de ontem (10), os jogado-res já pegavam duro no batente mais uma vez.

O técnico do time, Louis Van Gaal, não deu descanso a nenhum atle-ta e colocou todos pra treinar no gramado do Pacaembu. A ação pode até parecer antagônica ao discurso do treinador, que chegou a dizer que não deveria existir dis-puta pelo terceiro lugar em uma Copa.

O atacante Robben, da seleção holandesa, disse que não vê possibilida-des de a Argentina ven-cer a Alemanha na fi nal da Copa do Mundo, no próximo domingo (13), no Maracanã, e levar o título para a casa.

“A Alemanha será cam-peã do mundo, eu tenho certeza. A Argentina não tem chance”, disse Rob-ben em entrevista para a revista alemã Kicker.

A Alemanha luta pelo seu quarto título mun-dial. Ganhou em 1954, 1974 e 1990. A Argen-tina, por sua vez, luta pelo tri. Foi campeã em 1978 e 1986.

Sobre a eliminação da Holanda, Robben falou em azar. A equipe co-

mandada pelo téc-

nico Louis van Gaal caiu nos pênaltis diante da Argentina, depois de empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.

“Pênaltis não são apenas u m

jogo de pura sorte. Nós mostramos isso contra a Costa Rica (nas quar-tas de fi nal). Nós fi zemos um bom trabalho naque-la partida. Nós tivemos também uma má sorte, infelizmente. Isso faz par-te do futebol”, afi rmou.

Pênaltis não são apenas um jogo de

pura sorte. Nós mos-tramos isso contra a Costa Rica. Nós

fi zemos um bom tra-balho naquela partida

Arjen Robben,atacante holandês

Atacante do Bayern de Munique Arjen Robben, da Holanda, foi um dos desta-ques da Copa do Mundo de 2014 e marcou três gols

DIVULGAÇÃO

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FERNANDODANTAS/GAZETAPRESS

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E6 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

Löw elogia time argentinoTécnico da seleção da Alemanha destaca força da zaga argentina. Já Klose, não quer deixar escapar mais um título mundial, uma vez, que viu o sonho “escorregar pelas mãos” em 2002, quando o time alemão perdeu para o Brasil

O meia Toni Kroos, da Alemanha, assegurou a liderança do ranking de efi ciência da Fifa após a disputa das semifi nais da Copa do Mundo de 2014. A média do jogador, que anotou dois gols e teve participação decisiva na goleada de 7 a 1 sobre o Brasil, chegou a 9,79.

O segundo colocado ainda é Karim Benzema, da França, com 9,74 de média. Robben, da Holan-da, Thiago Silva e Oscar, do Brasil, completam a lista dos cinco melhores colocados.

O ranking leva em conta estatísticas como: passes, gols, desarmes e fi naliza-ções em cada partida da Copa do Mundo de 2014, contabilizando médias

para cada atleta ao lon-go da competição. Ainda haverá, no entanto, notas para a fi nal e a disputa do terceiro lugar, o que pode trazer mudanças na lista.

Levando em considera-ção os melhores de cada posição, a seleção da Copa pelo ranking de efi ciência tem três alemães, três ho-landeses, três brasileiros, um francês e um colombia-no. Curiosamente, não há nenhum representante da fi nalista Argentina. O “time ideal” seria formado por Neuer (ALE); Thiago Silva, David Luiz (BRA), De Vrij (HOL) e Hummels (ALE); Kroos (ALE), Oscar (BRA), James Rodríguez (COL) e Wesley Sneijder (HOL); Benzema (FRA) e Robben (HOL).

Kroos lídera ranking de efi ciência

No domingo, às 16h (de Manaus), o es-tádio do Maraca-nã será palco de

uma final de Copa que já se repetiu outras duas ve-zes na história: Alemanha e Argentina. Após a goleada por 7 a 1 sobre a seleção brasileira, o técnico Joachim Löw manteve o discurso sé-rio e elogiou os albicelestes, que triunfaram nos pênaltis sobre a Holanda, após um empate sem gols ao longo de 120 minutos.

“A Argentina é defensi-vamente forte, compacta e bem organizada. No ata-que, possuem jogadores de destaque, como Messi e Hi-guaín. Por isso, precisamos nos preparar bem e olhar para frente, sempre”, expôs o comandante, em entre-vista ao site da Federação Alemã de Futebol.

Relacionado para a entre-vista coletiva da Alemanha, o atacante Miroslav Klose não escondeu seu desejo em conquistar a Copa do Mundo.

Para ele, a longa sequência de anos nos quais a Alema-nha chegou às últimas fases, mas viu o título escapar ainda está engasgado em sua garganta.

“Conhecendo o adversário, agora é a hora de fazer as correções. Acho que é a nossa vez de levar a Copa do Mundo para a Alemanha. Realmente é uma questão bastante emocional. Todos que me conhecem sabem que o meu foco agora é o jogo contra a Argentina”,

declarou.Klose, de 36 anos, defende

a seleção alemã desde 2001. De lá para cá, esteve pre-sente no vice-campeonato mundial de 2002, na Coréia/Japão, e nos terceiros luga-res de 2006, na Alemanha, e 2010, na África do Sul.

Respeito a Ronaldo Maior artilheiro da história

das Copas, com 16 gols, o atacante alemão Miroslav Klose procurou afagar Ro-naldo, segundo maior gole-

ador em Mundiais, com 15 tentos.

“O que tenho para dizer é o mesmo que dissera antes de quebrar seu recorde: que ele é uma lenda do futebol. Jogo na Itália, e muitos por lá dizem que ele é o maior que já viram em campo, é o mais completo atacante. Não só isso, mas ele tam-bém é grande figura humana. Quando fiz o 15º gol (contra Gana), ele me mandou uma mensagem dizendo: ‘Bem-vindo ao clube’. O que posso

dizer agora é que é muito bom estar no clube dos 16 e convido todos a se juntarem a ele”, brincou o centroavan-te da Lazio.

Klose defendeu que a Ale-manha se blinde contra a euforia pela goleada e disse que seu recorde de nada adiantará caso seu time não vença a Argentina. “Sim, fomos banhados por glória após jogo contra Brasil, mas são apenas 24 horas. Em 2002 já perdi uma final, sei como é terrível”, disse.

No antepenúltimo trei-no antes da decisão da Copa contra a Argentina, os alemães resolveram jogar um esporte bem familiar aos brasileiros, o futevôlei. No jogo recre-ativo que praticaram na tarde de ontem (10), em Santa Cruz Cabrália (BA), a rede fi ca baixa, como no tênis, e não alta, como no vôlei e no futevôlei.

Esta variante é prati-cada em algumas partes do Brasil, às vezes com o nome de “pébol”, noutras com o nome de “pênis”, tênis com os pés.

O zagueiro Hummels e o atacante Klose foram os únicos jo-gadores de linha que não participaram da brincadeira. Ficaram pedalando na bicicleta ergométrica.

Segundo o auxiliar técnico da Alemanha, Hansi Flick, todos os jogadores estão à dis-posição para a final.

Futevôlei para descontrair

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Técnico alemão prega respeito ao adversário da fi nal da Copa

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Toni Kross re-centemente se transferiu para o Real Madrid

Toni Kross re-centemente se transferiu para o Real Madrid

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E7 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

transforma zaga argentina Sabella

Os elogios voltados somente a Messi e aos companheiros de ataque também chegaram aos defensores, após exibições seguras

Lateral Pablo Zabaleta deixou o campo san-grando na últi-ma partida dian-te da Holanda

O técnico Alejandro Sabella transformou, com a Copa do Mundo em andamento, uma

defesa de qualidade suspeita em uma das melhores do Mun-dial. Criticada desde o momen-to da convocação, em maio, a zaga argentina tem apenas três gols sofridos em seis partidas. Mais do que isso: nas oitavas, quartas e semifi nal, não foi vazada nenhuma vez.

A Alemanha, adversária da fi nal de domingo (13), no Ma-racanã, levou quatro gols até agora na competição. A Costa Rica sofreu apenas dois, mas

caiu nas quartas de fi nal.“Não é questão de ser ofen-

sivo ou defensivo. É questão de ser equilibrado. Conseguir chegar ao ataque e correr poucos riscos atrás. Quem faz isso bem tem grandes chances de ganhar um jogo de futebol”, explica o lateral Pablo Zabaleta.

Para acertar a seleção de-fensivamente, o treinador foi mudando a escalação duran-te o torneio. Contou também com a “ajuda” de contusões. Federico Fernández era a peça mais insegura da linha de quatro na retaguarda. Foi

substituído por Martin Demi-chelis, zagueiro que saiu de um ostracismo de três anos sem ser convocado para virar titular antes das quartas de fi nal contra a Bélgica.

Sem ser teimoso, Sabella percebeu que os passes erra-dos e a lentidão de Fernando Gago estavam atrapalhan-do a armação e sobrecar-regando Javier Mascherano na cabeça de área. Entrou Lucas Biglia para fechar a marcação no meio-campo.

“Alejandro sempre ressalta a importância de que a gente jogue com inteligência tática.

Saber ocupar os espaços é fundamental. Movimentar-se bem e preencher os vazios do campo”, ressalta Masche-rano, em frase que cairia bem na boca do próprio chefe. A Argentina também foi “bene-fi ciada” com a entrada de Eze-quiel Lavezzi. Quando Sergio Agüero sofreu lesão na coxa, contra a Nigéria, o atacante do Paris Saint-Germain herdou a vaga na equipe. Aceitou se sacrifi car pela causa, sempre voltando para acompanhar o avanço do lateral adversário. Contra a Holanda, Enzo Pérez ofereceu ajuda a Zabaleta na

marcação a Robben e força física para puxar os contra-ataques.Ninguém está imune à volta para auxiliar a defesa. Nem mesmo Lionel Messi.

Há um preço físico para isso. Higuaín foi substituído na me-tade do segundo tempo diante da Holanda. Lavezzi aguentou os 90 minutos, mas, na prorro-gação, estava exaurido e teve de dar lugar a Maxi Rodríguez. Zabaleta era a imagem do can-saço na saída do estádio.

A Argentina vai à fi nal após disputar duas prorrogações a partir das oitavas de fi nal (contra Suíça e Holanda). A

Alemanha passou por isso apenas contra a Argélia.

“Todo mundo está cansado. Eles terem um dia a mais de descanso é uma vantagem, cla-ro. Mas estamos a uma partida do maior momento de nossas vidas. Vamos entregar tudo em campo. Fazer o que Alejandro pedir”, garantiu Higuaín.

Não deixa de ser irôni-co que a Argentina tenha chegado na Copa do Mundo apoiada em um ataque com Di María, Aguero, Messi e Hi-guaín. Mas pode voltar para casa campeã por causa de sua criticada defesa.

Ex-jogador do Bayern de Munique (ALE), Martin De-michelis já foi companhei-ro ou adversário de todos os jogadores da seleção alemã. Ele não se furta de enumerar, um por um, os motivos para acreditar que a Alemanha é favorita para a fi nal da Copa do Mundo, no domingo.

“Eles terão um dia a mais para descansar. Na semi-fi nal, jogaram 30 minutos menos. Estão com um tra-balho que vem acontecendo há mais tempo. Conheço a equipe alemã de A a Z. Acho que eles são favoritos”, re-sumiu o zagueiro.

Atirar o favoritismo para o adversário é um dos truques mais antigos do futebol. Mas os jogadores de Ale-jandro Sabella estão felizes em vestir a carapuça. Até porque sabem que a torcida

brasileira vai apoiar maci-çamente os alemães.

“Eles vêm de uma gran-de vitória e estão mos-trando excelente futebol. Vamos estudar o que é possível fazer”, explicou o volante Lucas Biglia.

A Alemanha ganhou os últimos três confrontos contra a Argentina. A fi -nal de 1990 e as quartas de fi nal de 2006 e 2010. A freguesia recente é mais um motivo para os eu-ropeus serem apontados como favoritos ao título na visão dos argentinos.

“Os 7 a 1 que aplicaram no Brasil não nos assusta, mas causa respeito. Não que-ro falar em vingança. Eles têm o retrospecto de boas vitórias contra a Argentina e temos de lidar com isso. Temos de superar”, discur-sou o volante Mascherano.

Argentina transfere favoritismo Angel Di María realiza treino leve

O capitão e principal líder da equipe, Javier Mascherano, não quer nem saber de favoritismo

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Di María apenas

correu ao redor do

campoApós sofrer lesão de grau 1 na coxa direita nas quartas de fi nal da Copa do Mundo e ter sua participação no res-tante do Mundial considera-da improvável pela imprensa argentina, o meia Angel Di María voltou a treinar na tarde de ontem, na Cidade do Galo, em Belo Horizonte (MG). A esperança da albice-leste em contar com o craque aumenta para a fi nal.

O jogador do Real Madrid e da seleção argentina se contundiu aos 33 minutos da primeira etapa, no jogo contra a Bélgica, ao chutar com força uma bola enfi ada por Messi. O meia até tentou voltar para o jogo, mas sentiu muitas dores, e Enzo Pérez precisou entrar em seu lugar. Mesmo com algumas espe-culações sobre sua saída da Copa, o médico da equipe Martínez tratou de diminuir a intensidade da lesão: “É uma das mais leves entre as lesões musculares”.

Com a classifi cação à fi nal conquistada contra a Holan-da, nos pênaltis, na última quarta-feira, Di María pro-cura entrar em ritmo para jogar a decisão de domingo

contra os bávaros e voltou a campo ontem. Inicialmen-te o craque argentino apenas trotava, mas depois aumentou a velocidade de sua corrida. Enquanto isso, os atletas que atua-ram contra a “Laranja Mecân i ca” fi zeram exer-cícios regenerativos. Os reservas participaram de um treino tático com bola.

Os hermanos voltam a treinar hoje, na Cidade do Galo, em atividades fechadas à impren-sa. Às 11h de sába-do, Messi e companhia viajarão ao Rio de Ja-neiro, e devem fazer um leve treino no Maracanã, no mesmo dia.

O clima entre os atletas é de muita animação, mas eles sabem que superar a força da Alemanha não será nada fácil e, por isso, o técnico Alejandro Sabella tenta conter à euforia de seus comandados.

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E8 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

Aldo Rebelo acredita que o Estado deve ter mais participação nas decisões da CBF e falou sobre a criação de novas leis

Ministro defende intervenção estatal no futebol após 7 a 1

Ministro dos Esportes falou sobre a importância de profi s-sionalizar o esporte

DAN

ILOBORG

ES/PORTALDAC

OPA

Aldo Rebelo acredita que o Estado deve ter mais participação nas decisões da CBF e falou sobre a criação de novas leis

Ministro defende intervenção estatal no futebol após 7 a 1

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, classifi cou a der-rota por 7 a 1 sofrida contra a Alemanha, na

semifi nal da Copa, como uma “mar-ca profunda”, cobrou mudanças na estrutura do futebol brasileiro e defendeu uma intervenção estatal para que essa revolução aconteça.

“O futebol brasileiro precisa de mu-danças. A derrota para a Alemanha expõe, evidencia mais essa neces-sidade”, afi rmou durante entrevista coletiva organizada pela Fifa e o COL (Comitê Organizador Local) do Mundial no Maracanã, ontem (10).

Rebelo defendeu ainda que essa revolução pela qual

o es-

porte precisa passar deve ter o governo como protagonista, com a criação de leis e pressão sobre dirigentes esportivos.Segundo o ministro, o governo não pretende nomear cartolas, mas quer ter um papel mais ativo na CBF e em outras federações esportivas.

“O Estado não pode ser excluído da competência de zelar pelo interesse público dentro do esporte. A Lei Pelé tirou do Estado qualquer tipo de poder de atribuição e poder de in-tervenção. Se depender de mim, não teríamos tirado o Estado completa-mente dessa atribuição. Se depen-der de mim, também, parte dessa atribuição deve voltar”, falou.

O regulamento da Fifa proíbe a ingerência dos governos nos rumos das federações nacionais fi liadas

à entidade. A federação nigeria-na, por exemplo, foi suspensa na quarta-feira (9) porque o Estado decretou o afasta-

mento de toda a cúpula da entidade depois da

queda nas oitavas de fi nal da Copa do

Mundo.Proposta

Entre as possibilidades de in-tervenção estatal nos rumos do futebol brasileiro, o ministro citou a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. O projeto do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) propõe um refi nanciamento das dívidas dos clubes em troca do que Rebelo cha-mou de ações de “modernização dos times”, como o rebaixamento para quem não prestar contas das dívidas e punições para quem não manter salários dos atletas e funcionários em dia.

Rebelo também pediu por uma legislação que permita que jovens menores de 14 anos possam mo-rar em centros de treinamento dos clubes (o que é proibido hoje) e adoção de medidas que diminu-am o fl uxo de garotos brasileiros indo jogar, ainda nas categorias de base, no exterior.

“Nós importamos mão de obra e exportamos da Europa serviços do futebol. Não pode ser assim. Ex-portamos nossos craques, muitos ainda em formação. Fiquei saben-do que parte importante da nossa geração sub-15 já está no exterior. Nossa legislação facilita isso”.

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E9MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

Mais de dez chefes de Estado assis-tirão à fi nal da Copa do Mundo,

domingo (13), entre Alema-nha e Argentina, no estádio do Maracanã, às 16h (hora de Brasília), ao lado da pre-sidente Dilma Rousseff e do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Antes, às 13h (Brasília), a presidente oferecerá um al-moço às autoridades interna-

cionais. Já estão confi rmadas as presenças dos presidentes da África do Sul, Jacob Zuma; da Rússia, Vladimir Putin; do Congo, Denis Sassou-Ngues-so; da República Democrática do Congo, Joseph Kabila; da Hungria, János Áder; do Haiti, Michel Martelly, e da chance-ler alemã, Angela Merkel.

A presença dos chefes de Estado do Gabão, de Trinidad e Tobago, Antígua e Barbu-da, Guiné Equatorial e da

Finlândia já é quase certa, faltando acertar os últimos detalhes da visita ao Bra-sil. Antes de iniciar o jogo, a partir das 14h (Brasília) ocorrerá a cerimônia de en-cerramento, com apresenta-ções da colombiana Shakira, de Ivete Sangalo, Alexandre Pires, Carlinhos Brown, do guitarrista mexicano Carlos Santana e do rapper haitiano Wyclef Jean, além da Escola de Samba Acadêmicos do Gran-

de Rio, que homenageará a subsede da fi nal.

Visitas No período entre 12 e 18 de

julho, o país receberá quase 30 chefes de Estado, além do presidente da Comissão Europeia, José Manuela Bar-roso. Após a fi nal da Copa, os chefes de Estado do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), terão uma reunião

de cúpula em Fortaleza, na terça-feira (15).

No dia seguinte, eles se reunirão com os presidentes dos países da América do Sul. Barroso terá compromissos em Brasília no dia 18 de julho.

Durante a Copa do Mun-do, a chanceler alemã, An-gela Merkel; a presidente do Chile, Michelle Bachelet; o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o

vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, passaram pelo Brasil para apoiar suas seleções, alguns deles apro-veitaram a ocasião para se encontrar também com a presidente Dilma.

No dia 12 de junho, aber-tura da Copa do Mundo, em São Paulo, Dilma também ofereceu um almoço aos che-fes de Estado que vieram assistir ao jogo entre Brasil e Croácia.

Mais de 10 chefes de Estado na final Além da presidente Dilma Rousseff , estão confi rmados Angela Merkel, Vladimir Putin, Jacob Zuma, entre outros líderes

Cristo será iluminado com as cores dos fi nalistas

Alemanha e Argentina se enfrentam na final da Copa do Mundo no próximo domingo (13) no Maracanã e o Rio de Ja-neiro vai homenagear os dois países iluminando o seu maior cartão-postal com suas cores. Amanhã (12), das 19h às 21h, o Cristo Redentor refletirá combinações de verme-lho, preto e amarelo e azul e branco.

As torcidas das duas seleções definirão quais cores permanecerão por mais tempo iluminando a estátua no alto do Corco-vado. Para isto basta os usuários do Twitter escre-verem “Alemanha” ou “Ar-gentina” com a hashtag #ArmsWideOpen (braços abertos, em português) em suas postagens na rede social.

Os votos estão sendo

contabilizados desde o término da partida en-

tre a Argentina e a Ho-landa, na quarta-feira (9). O time que receber mais votos fica com as suas cores mais tem-po refletidas no Cristo Redentor. A iluminação pode mudar no intervalo previsto de acordo com os votos recebidos em tempo real.

HOMENAGEM

Torcedores podem escolher quais cores permanecem por mais tempo no Twitter

MAIS TEMPOOs votos estão sendo contabilizados desde o término da partida en-tre a Argentina e a Ho-landa, na quarta-feira (9). O time que receber mais votos fi ca com as suas cores mais tempo refl etidas no Cristo

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E10 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 201410

Tricia Cabral

Danke, Alemanha!A primeira ideia do que era

uma Copa do Mundo veio até mim no ano de 1986. Mas minha infância e ig-norância não me deixaram conhecer os craques que representaram o Brasil na-quele Mundial. Pelo menos não sofri. A única coisa que me lembro daquela época era de um “tal” de Zico, cujo nome minha avó repetia insistentemente. Aliás, foi esse “Galinho de Quintino” que me fez ver com outros olhos um time rubro-negro chamado Flamengo, com o qual simpatizei graças a minha avó.

Quanto às Copas, só fui me interessar para valer em 1990, quando vi a en-tão Alemanha Ocidental, do ex-jogador e técnico Franz Beckenbauer, ser tricampeã um ano depois da queda do muro de Berlim. A partir dali passei a admirá-los. Só não torço para os alemães se o adversário, obviamente, for o Brasil. Um exemplo é a Copa de 2002, quando ven-cemos os germânicos com todas as honras e conquis-tamos o penta.

Nem observara eu que tanto a Alemanha quanto o Flamengo carregavam o rubro-negro na camisa. Na verdade, foi nesta Copa realizada no Brasil que per-cebi o segundo uniforme da seleção germânica. Sim. Sou leiga em futebol. Per-dão, Brasil.

Jogadores como Podolski, Schweinsteiger, Klose, Khe-dira, Hummels, Neuer são tão meus ídolos no futebol quanto Zico. Há umas duas

Copas também havia ou-tro craque, Michael Ballack , igualmente admirado... e lin-do de morrer. O que eu iden-tifi co nesses caras? Foco, garra, profi ssionalismo, von-tade de vencer. Quanto ao Brasil, queria eu não ser fã só do Neymar. Gostaria de admirar a seleção por com-pleto, mas não consigo. Pelo menos por enquanto.

Esse luto moral pelo qual nós, brasileiros, estamos pas-sando, parece muito pior do que o pênalti que o Zico perdeu naquela Copa em que eu era alienada. Pude ver, muito tempo depois, que a geração do Zico, sim, era guerreira e merecia – mais do que as duas brasileiras que conquistaram campeonatos posteriormente – levantar a taça. Não deu. Nem sempre vai dar. Mas valeu a luta.

No caso do episódio re-cente – o massacre de 7 a 1 sobre a seleção brasileira –, acho que precisamos, daqui para a frente, nos espelhar em seleções como Alema-nha, Holanda e Argentina, e tentar recuperar o Brasil vitorioso que há em nós.

Quanto ao Flamengo sem Zico, talvez tenha havido posteriormente outros craques isolados, mas nenhum como ele. Por esse e outros motivos não me sinto na “obrigação” de torcer mais por nenhum time brasileiro. Como dizia um certo torcedor do Flu-minense, o mestre Nelson Rodrigues, “em futebol, o pior cego é o que só vê a bola”. Danke, Deutschland! (Obrigada, Alemanha!).

[email protected]

No caso do episódio recen-te – o massa-cre de 7 a 1 sobre a seleção brasileira –, acho que pre-cisamos, daqui para a frente, nos espelhar em seleções como Alema-nha, Holanda e Argentina, e tentar recu-perar o Brasil vitorioso que há em nós”

Germânicos desde criancinhaNa partida final da Copa

do Mundo neste domingo (13), no Rio de Janeiro, en-tre a tricampeã Alemanha e a bicampeã Argentina, há brasileiros que vão torcer para os hermanos, mas a maioria vai engrossar a torcida do time europeu, levando em conta a antiga rivalidade entre o Brasil e o país vizinho.

“Final da Copa do Mundo: Brasil será Alemanha”, diz uma torcedora em sua pá-gina do Facebook, acompa-nhada por vários torcedores brasileiros, que manifestam a mesma intenção. Outros brasileiros confessam que são “alemães desde peque-nininhos” para torcer contra a Argentina.

A estudante de direito Ma-rina Alves lembra que cres-ceu considerando a Argenti-na rival do Brasil no futebol, mas reconhece que o país vizinho está jogando melhor

que a seleção brasileira no Mundial. Independentemen-te da rivalidade entre Brasil e Argentina, Marina afirma que torcerá pelo time eu-ropeu porque foi conquis-tada pela competência dos

alemães em campo e pela simpatia dos jogadores. “Eu gosto dos alemães, acho que eles têm carisma e jogam muito bem”.

Além disso, a equipe alemã conquistou muitos torcedo-

res no Brasil ao demonstrar respeito pela seleção brasi-leira depois da vitória por 7 a 1 na semifinal, terça-feira (8) no Mineirão, em Belo Horizonte. “Eles são lindos e educados. Sem dúvida, vou torcer pelos alemães, até por que não quero ver a Ar-gentina tricampeã de jeito nenhum”, afirma a estudan-te Babriela Barbosa.

Por outro lado, há um gru-po de brasileiros que quer ver a taça do Mundial ficar na América Latina. “Essa rixa não faz sentido. Eles são nossos vizinhos, é claro que vou torcer para eles. Eu e toda a minha família”, defendeu Renato Lira, pro-fessor de educação física.

Argentinos e alemães de-cidem a Copa do Mundo domingo, às 15h, no Mara-canã, no Rio de Janeiro. Um dia antes, em Brasília, Brasil e Holanda enfrentam-se na disputa do terceiro lugar.

SECANDO A ARGENTINA

‘O futebol brasileiro precisa de mudanças’O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, cobra mudanças após o massacre de 7 a 1 e defende intervenção estatal no futebol

O ministro do Espor-te, Aldo Rebelo, classificou ontem (10) a derrota por

7 a 1 sofrida contra a Alema-nha, na semifinal da Copa, como uma “marca profun-da”, cobrou mudanças na es-trutura do futebol brasileiro e defendeu uma interven-ção estatal para que essa revolução aconteça.

“O futebol brasileiro pre-cisa de mudanças. A der-rota para a Alemanha ex-põe, evidencia mais essa necessidade”, afirmou o ministro, durante entrevis-ta coletiva organizada pela Fifa e o COL (Comitê Orga-nizador Local) do Mundial no Maracanã.

Segundo o ministro, o ta-manho da goleada que tirou da seleção a possibilidade de ser hexa em casa foi um acidente, que não acon-teceria novamente se as duas equipes se encontras-sem mais uma vez, mas que merece ser analisado para o bem do futuro do futebol brasileiro. “Precisamos exa-minar o motivo e a causa do acidente. É uma marca profunda. A melhor reação

é ver as causas mais du-radouras daquele desastre. Precisamos extrair lições para que o Brasil reponha a seleção no status que ela deve ter. As mudanças são necessárias”.

Rebelo defendeu ainda que essa revolução pela qual o esporte precisa

passar deve ter o governo como protagonista, com a confecção de leis e pressão sobre dirigentes esportivos. O presidente da CBF, José Maria Marín, e o presidente eleito da federação, Marco Polo del Nero, ainda não foram a público falar sobre a eliminação brasileira. Já o técnico da seleção, Luiz

Felipe Scolari, disse que “o trabalho não foi de todo ruim”.

Segundo Rebelo, o go-verno não pretende nome-ar cartolas, mas quer ter um papel mais ativo na CBF e em outras federa-ções esportivas. “O Estado não pode ser excluído da competência de zelar pelo interesse público dentro do esporte”. “A Lei Pelé tirou do Estado qualquer tipo de poder de atribuição e poder de intervenção. Se depender de mim, não terí-amos tirado o Estado com-pletamente dessa atribui-ção. Se depender de mim, parte dessa atribuição deve voltar”.

RegulamentoO regulamento da Fifa

proíbe a ingerência dos governos nos rumos das federações nacionais filia-das à entidade. A federação nigeriana, por exemplo, foi suspensa na quarta-feira (9) porque o Estado decre-tou o afastamento de toda a cúpula da entidade depois da queda nas oitavas de final da Copa do Mundo.

Para o ministro Aldo Rebelo,

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Maioria dos brasileiros engrossa a torcida do time europeu em razão da rivalidade com hermanos

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SIMPÁTICOSA equipe alemã con-quistou muitos tor-cedores no Brasil ao demonstrar respeito pela seleção brasileira depois da vitória por 7 a 1 na semifi nal, terça-feira (8) no Mineirão, em Belo Horizonte

SEM PALAVRASSegundo o ministro, o tamanho da goleada que tirou da seleção a possibilidade de ser hexa em casa foi um acidente, que não acon-teceria novamente se as duas equipes se encon-trassem mais uma vez

Tricia Cabral, Jornalista, autora do

livro “Cinema Rebelde” e fã da

seleção alemã

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E11MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

Manter jogadores no país para garantir espetáculo

A presidente Dilma Rous-seff defendeu, em entrevista à rede de TV CNN, a “renova-ção” do futebol brasileiro, que deve, segundo ela, parar de ser apenas um exportador de jogadores para times estran-geiros. Depois da derrota da seleção brasileira diante da Alemanha, no Mineirão, na terça-feira (8), ela descartou que as arenas construídas para Copa do Mundo resulta-ram em gastos dispendiosos, mas disse crer que manter os jogadores nos torneios nacionais ajudará a encher os estádios.

“Quando eu falei antes que o futebol brasileiro deve ser renovado, o que eu quis dizer é que o Brasil não pode mais ser apenas exportador de jo-gadores. Exportar jogadores signifi ca que estamos abrin-do mão de nossa principal atração, que pode ajudar a lotar os estádios”, disse.

“Até porque, qual é a maior atração que os estádios no Brasil podem oferecer? Dei-xar a torcida ver os craques. Há anos, muitos jogadores

brasileiros têm ido jogar fora, então renovar o fu-tebol no Brasil depende da iniciativa de um país que é tão apaixonado por futebol”, continuou.

Questionada se o país ven-dido como a sede da Copa do Mundo é diferente do Brasil real - onde as pessoas estão nas ruas pedindo mais edu-cação e infraestrutura - e se a derrota da seleção poderá impactar na avaliação da população às vésperas das eleições presidenciais, disse que “esse Brasil que estão descrevendo não tem nada a ver com o Brasil real”.

“O Brasil real é um Brasil que, de 2003 até hoje, tirou 36 milhões da pobreza, levou à classe média 42 milhões de pessoas. Quarenta e dois milhões de pessoas, para a gente colocar uma dimen-são, equivale à Argentina (...). Essas pessoas que chega-ram à classe média querem, de fato, melhor educação e melhor saúde. Nós estamos nos esforçando imensamen-te para esse processo”.

ESTRATÉGIA

Dilma disse não acreditar que o humor dos brasileiros ao fi nal da Copa do Mun-do pode impactar o humor nacional prolongadamente. Nessa mesma entrevista, cuja primeira parte foi trans-mitida na quarta-feira (9) pela CNN International, Dil-

ma disse compartilhar da dor dos torcedores, mas tentou dissipar o pessimismo resul-tante da partida. A candidata e os estrategistas de sua campanha tentam avaliar o impacto, na campanha elei-toral, do vexame em campo. E discutem como reagir a ele.

Para minimizar esse efei-to negativo, Dilma e seus auxiliares buscaram, logo depois da derrota, fazer manifestações de apoio à equipe brasileira. “Não po-demos fi car crucifi cando nossos jogadores”, diz um assessor presidencial. Além

disso, a estratégia palaciana será seguir mostrando que a Copa, na visão do governo, foi, sim, um sucesso. O fra-casso aventado pela oposi-ção na logística da Copa não aconteceu. O evento ganhou apoio da população e dos torcedores estrangeiros.

Dilma pede apoio à equipe brasileira

Presidente defende que grandes jogadores sejam mantidos no país para que as arenas continuem sendo lotadas por torcedores

DIVULGAÇÃO

Copa do Mundo deixará legado ao futebol femininoMundial feminino será sediado no Canadá no ano que vem e, pela primeira vez, 24 equipes irão participar da disputa da Copa

A segunda Copa do Mun-do organizada pelo Brasil está chegando ao fi m e o próximo

torneio com essa dimensão a ser promovido pela Fifa será a competição feminina de 2015. A apresentação do cartaz ofi cial do torneio que será sediado pelo Canadá foi feita ontem, durante a coletiva diária de imprensa organizada pela entidade máxima do fu-tebol no Rio de Janeiro.

Na ocasião, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo ressal-tou a importância da infraes-trutura deixada pelo Mundial de 2014 para o desenvolvi-mento do futebol feminino no país, como o Centro de Treinamento em São José dos Campos (SP), utilizado pelo atual campeão nacional.

“Eu tenho uma visão otimis-ta da perspectiva do futebol feminino no Brasil. Contamos com ações importantes para isso. Gostaria que um dos le-gados da Copa fosse para o futebol feminino. Criamos uma diretoria da modalida-de, convidamos uma atleta com trajetória vitoriosa, que é a Michael Jackson, criamos um grupo de trabalho na Se-cretaria de Futebol e temos contribuições importantes. Es-tamos construindo um Centro de Treinamento em Foz do Iguaçu, com R$ 17 milhões captados pela lei de incentivo ao esporte, e temos outro que foi reformado para ser opção de base de alguma equipe no Mundial de 2014, em São José dos Campos”, pontuou.

O incentivo aos campeona-tos nacionais de base tam-bém foi lembrado por Aldo Rebelo como uma maneira de

fortalecer o futebol feminino. “Promovemos os campeona-tos escolar e universitário de futebol feminino como uma forma de incentivar a base da modalidade. Além disso, a Caixa Econômica Federal vai continuar apoiando o campe-onato brasileiro e esperamos que os clubes assumam suas parcelas de responsabilida-des”, cobrou.

Membro do Comitê Executi-

vo e da Comissão de Futebol Feminino da Fifa, Lydia Nseke-ra acredita que o Brasil é o país que pode promover ainda mais o futebol feminino pelo mundo. “Temos uma força tarefa para o futebol feminino, para que as 209 confederações fi liadas à Fifa desenvolvam o esporte, também como uma importan-te ferramenta para a educa-ção, desde a base. E o Brasil é o país que pode promover o futebol feminino. Em alguns dias teremos a fi nal da Copa e um legado importante é que usaremos recursos gerados pelo torneio para o desenvol-vimento do futebol feminino, com o fortalecimento da liga brasileira”, afi rmou.

Eleita cinco vezes a melhor jogadora do planeta, Marta, que também é embaixadora da Copa do Mundo de 2014, disse que ainda falta uma mudança na cultura do bra-sileiro em relação ao fute-bol feminino. “São dois anos consecutivos de campeonato brasileiro e a divulgação ainda é pequena, mas temos que dar continuidade ao trabalho que está sendo desenvolvido para avançarmos. Acredito que uma das difi culdades ainda é a cul-

tura do povo voltada apenas para o futebol masculino, mas trabalhamos para aumentar o interesse e que, ao invés de exportarmos jogadoras, importemos as estrangeiras. Essa é a nossa esperança para o futuro”, comentou a camisa 10, que espera conquistar o título mundial no próximo ano e realizar uma boa preparação para as Olimpíadas de 2016 no Brasil.

A Copa do Mundo de futebol feminino de 2015 também

será uma plataforma para o Canadá lançar a candida-tura como sede do Mundial masculino de 2026, segundo Victor Montagliani, presiden-te do Comitê Organizador do país. “Quando você sedia uma Copa sabe que esta será uma experiência única. O Canadá é uma nação emergente no futebol, temos 800 mil jo-gadores registrados, sendo 350 mil mulheres. Então, o torneio feminino será uma grande oportunidade para ce-

lebrarmos o futebol no país e termos uma plataforma de lançamento para nos candi-datarmos a sede da Copa do Mundo masculina em 2026”, projetou.

O torneio no próximo ano terá seis cidades-sede (Ed-monton, Moncton, Montreal, Ottawa, Vancouver e Winni-peg) que vão da costa do Atlân-tico a do Pacífi co, passando por cinco fusos. Pela primeira vez, 24 equipes participarão da disputa.

Marta é uma das maiores entusiastas

Eu tenho uma visão otimista da pers-pectiva do futebol feminino no Brasil.

Contamos com ações importantes

para isso

Aldo Rebelo, ministro dos Esportes Jogadora Marta falou sobre as perspectivas quanto ao Mundial Feminino da Fifa, que pela primeira vez terá 24 equipes participando

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E12 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2014

ESPECIAL COPA 2014EDIÇÃO Michele GouvêaTricia Cabral

REPORTAGENS Bruno Mazieri, Thiago Fernando,

REVISÃO Dernando MonteiroGracicleide Drummond

DIAGRAMAÇÃOKleuton silva, Leonardo Cruz, e Marcelo Robert

TRATAMENTO DE IMAGENSAdriano Lima

Torcedores ganeses pedem refúgio

Com visto de turistas para acompanhar a Copa do Mun-do, 178 ganeses apresentaram pedido de refúgio à Polícia Fe-deral (PF) em Caxias do Sul (RS), entre quinta-feira (3) e ontem, 10. A PF na região, no entanto, estima que mais de mil ganeses devem fazer o pedido para continuarem no Brasil defi nitivamente após o encerramento do Mundial.

Segundo o delegado Noerci Melo, chefe da delegacia da PF em Caxias do Sul, os ganeses têm sido atraídos para a re-gião serrana do estado devido a promessa de emprego. Na cidade, acrescentou o delega-do, os estrangeiros encontram abrigo em igrejas e apoio de políticos locais.

“A região da Serra Gaúcha é tida como local que há em-prego. Mas agora já está sa-turado. A gente percebe hoje andando pelo centro da cidade que muitos haitianos, senega-leses, estão vendendo relógios, CDs piratas e outros. Como a região tinha um atrati-

v o d o emprego, eles vie-ram para

cá”, disse o delegado.

Conforme Melo, desde o início da Copa, a de-manda por pedidos de asilo cresceu substancialmente. “A gente direcionou nossos esfor-ços para atender e não deixar os estrangeiros irregular. A partir de hoje, no entanto,

vamos ter que limitar o número de atendimentos. Conseguimos dar atendimento diferenciado, mas não por muito tempo. Ago-ra, vamos receber 20 pedidos de refúgio por dia. Antes, vínhamos atendendo uma quantia bem maior, cerca de 65 diariamen-te”, informou o delegado.

Com o pedido de refúgio, os ganeses conseguem a Carteira de Trabalho e podem buscar emprego no país. De acordo com a Lei 9.474, de 22 de julho de 1997, que criou o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), o estrangeiro que chegar ao território nacional poderá expressar sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migratória que se encontre na fronteira.

Conforme o Itamaraty, todos os vistos emitidos com base na Lei Geral da Copa foram dados somente aos estran-geiros que comprovaram ter adquirido ingressos para os jogos do torneio. Os vistos especiais para a Copa têm validade de 90 dias.

BRASIL PÓS COPA

Mais de 170 ganenses pediram para permanecer no país após o fi m da Copa do Mundo 2014

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Seleção da Argentina terá a companhia de MaradonaÍdolo argentino, Diego Maradona está no mesmo hotel em que a seleção Argentina irá se concentrar para a partida de domingo

A Argentina vai ter a companhia de Diego Maradona antes da fi -nal da Copa do Mundo.

A delegação chega ao Rio de Janeiro neste sábado (12) de manhã e fi cará hospedada em um hotel na Barra da Tijuca onde também está o ex-cami-sa 10. Maradona acompanha

o torneio com a credencial de jornalista. Ele participa diaria-mente do programa “De Zur-da”, transmitido pela emissora estatal venezuelana TeleSur e retransmitido pela TV Pública da Argentina.

Durante todo o Mundial, foi criada a expectativa de os jogadores receberem a visita

de Diego durante a estada na Cidade do Galo, em Vespasia-no (27 km de Belo Horizonte), onde a seleção fez os treina-mentos para o torneio. Mas ele não apareceu.

A coincidência pode gerar um desconforto para os diri-gentes da Associação de Fu-tebol Argentino (AFA). Após a

vitória sobre o Irã, ainda na fase de grupos, o presidente da entidade, Julio Grondona, chamou Maradona de “pé-frio” porque o gol de Messi só aconteceu após o ex-atleta ter ido embora. A resposta do campeão mundial de 1986 foi irada. Ao vivo, em seu progra-ma televisivo, fez um gesto

obsceno para o dirigente.Mas para integrantes su-

persticiosos da comissão téc-nica, como o diretor de sele-ções Carlos Bilardo e o técnico Alejandro Sabella, a presença de Maradona no mesmo hotel pode ser vista como sinal de boa sorte.

Ele era o capitão da sele-

ção argentina na conquista do último título mundial do país, em 1986, justamen-te contra a Alemanha, rival deste ano. Lesionado, estava em campo quatro anos mais tarde, quando os alemães se vingaram na segunda decisão seguida entre as duas equipes.

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Loic Koutana,

Quem são os estrangei-ros e por que Manaus

Ao contrário do que se poderia pensar, os euro-peus são mais numerosos no Brasil. Os alunos do últi-mo ano de estudo, famílias recompostas, viajantes, aposentados à procura de calor e descanso, pesso-as em busca de uma nova carreira profi ssional, gru-pos de amigos em férias... Tudo o que eles querem tentar é a sorte no maior país latino. Segundo dados do Observatório Estatístico da Imigração, o Brasil é o décimo destino europeu favorito entre portugueses, franceses e alemães.

Mas por que Manaus? A maioria dos indivíduos ins-talados em Manaus chega até aqui para mudar radi-calmente suas vidas. Este é o caso de Mathieu. Franco-brasileiro, esse jovem de 27 anos, nascido em São Paulo, passou a maior parte de seus estudos em marketing na Europa, depois de ter deci-dido voltar ao Brasil para se reconectar com suas raízes. No momento Mathieu traba-lha no bar Copacabana, mas pretende iniciar o seu pró-prio negócio em marketing e se estabelecer em poucos anos em São Paulo.

Outro perfi l atípico de famílias que buscam re-construir-se no Brasil é do Stephane, 32, que se ins-talou em Manaus, com sua

esposa brasileira, seguindo uma proposta de trabalho da empresa parisiense de equipamento óptico ost ál-mico. O mesmo ocorreu na vida de David, 38, esse jo-vem pai de um menino de 7 anos, que deixou a Bélgica para estabelecer-se em Ma-naus com a esposa Helene. “No momento, não me arre-pendo de ter que começar uma nova vida aqui. O que nos agrada é a alegria de viver aqui”, disse.

Mas nem todo mundo veio a Manaus para traba-lhar. De fato, João Batista, 27, e Charlie, 28, da Suí-ça, vieram exclusivamente para o turismo. “É verda-de que a Copa do Mundo trouxe-nos aqui este ano. Pagamos um bilhete espe-cial, como a maioria dos turistas, que nos permite fazer um circuito e visitar todo o Brasil. Já visitamos Brasília, Belém, Rio de Ja-neiro, São Paulo e agora estamos aqui em Manaus. Recomendamos a todos os nossos amigos para virem a Manaus, porque nada me-lhor que uma estada na Floresta Amazônica”.

Apesar da derrota da França e da maioria dos países europeus, nenhum turista tem a intenção de interromper a sua viagem e voltar para a Europa por enquanto.

ESTUDANTE DE JORNALISMO

A maioria dos indivíduos instalados em Manaus chega até aqui para mudar radi-calmente suas vidas. Mas nem todo mun-do veio para Manaus para trabalhar, há os que vieram para assistir à Copa”

Brasil defi nitivamente após o encerramento do Mundial.

“A região da Serra Gaúcha é tida como local que há em-prego. Mas agora já está sa-turado. A gente percebe hoje andando pelo centro da cidade que muitos haitianos, senega-leses, estão vendendo relógios, CDs piratas e outros. Como a região tinha um atrati-

v o d o emprego, eles vie-ram para

cá”, disse o delegado.

Conforme Melo, desde o início da Copa, a de-manda por pedidos de asilo cresceu substancialmente. “A gente direcionou nossos esfor-ços para atender e não deixar os estrangeiros irregular. A partir de hoje, no entanto,

Loic Koutana, 19 anos, é estudan-

te de jornalismo na Sorbonne, em

Paris, uma das mais conceituadas

instituições do setor. O parisiense

com raízes inicia uma maratona de colaborações com o jornal Amazonas EM TEMPO, onde

cumpre seu estágio

Torcedores continuam acampados no sambódromo do Rio de Janeiro

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