pódio - 6 de julho de 2014

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MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014 [email protected] NÃO ESTÁ FÁCIL PARA NINGUÉM A Argentina venceu a seleção belga pelo placar mínimo e em alguns momentos do jogo sofreu pressão do adversário. Já a Holanda, só conseguiu eliminar a zebra Costa Rica nos pênaltis. Agora, a Albiceleste e a Laranja Mecânica se enfrentam na semifinal. Após 16 anos as equipes se enfrentam em fase mata-mata da Copa do Mundo. O último confronto foi pelas quartas de final em 1998, com vitória holandesa por 2 a 1. Pódio E4 e E5 Os oito minutos do primeiro tempo, Higuaín acertou chute de primeira e decretou a vitória argentina O goleiro Krul entrou no jogo somente nos pênaltis e defendeu duas cobranças na vitória holandesa FOTOS: FIFA

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Pódio - 6 de julho de 2014

Cautela

MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014 [email protected]

NÃO ESTÁ FÁCIL PARA NINGUÉM

A Argentina venceu a seleção belga pelo placar mínimo e em alguns momentos do jogo sofreu pressão do adversário. Já a Holanda, só conseguiu eliminar a zebra Costa Rica nos pênaltis. Agora, a Albiceleste e a Laranja Mecânica se enfrentam na semifi nal. Após 16 anos as equipes se enfrentam em fase mata-mata da Copa do Mundo. O último confronto foi pelas quartas de fi nal em 1998, com vitória holandesa por 2 a 1. Pódio E4 e E5

Os oito minutos do primeiro tempo, Higuaín acertou chute de primeira e decretou a vitória argentina

O goleiro Krul entrou no jogo somente nos pênaltis e defendeu duas cobranças na vitória holandesa

FOTOS: FIFA

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Page 2: Pódio - 6 de julho de 2014

E2 MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

CHARGE

HERÓIS DA COPA* MARCUS VINÍCIUS PESSOA

Paulo Roberto Falcão foi um dos maio-res craques que o mundo viu jogar. Era meio-campo naquela histórica seleção de 1982, que acabou perdendo a Copa depois de mostrar ao mundo o futebol arte.

O ex-jogador ainda tem de respon-der, vez por outra, à pergunta: por que a seleção perdeu a Copa de 1982? O motivo foi o futebol envolvente apre-sentado por aquela equipe, com estilo de toques de primeira e ultrapassagens que encantou imprensa, torcedores e até adversários. Forma de atuar que, para muitos, foi herdada pelo Barcelona e pela seleção espanhola.

Pela primeira vez na história, 24 países participavam de uma Copa. A seleção

estreou contra a União Soviética. A vitória por 2 x 1, de virada, veio no segundo tempo, com gols de Sócrates e Éder. A segunda partida foi diante da Escócia, um consistente 4 x 1, com gols de Zico, Oscar, Éder e Falcão. No terceiro duelo, contra a Nova Zelândia, goleada por 4 x 0. Anotaram Zico, duas vezes, Falcão e Serginho.

Na segunda fase, 12 equipes seguiram na disputa, divididas em quatro grupos. O Brasil caiu ao lado de Argentina e Itália. Eram três campeões mundiais e uma vaga na semifi nal.

O Brasil venceu o clássico com a Argentina, que era a então campeã do mundo, por 3 x 1. A decisão de

quem se classificaria para a semi-final ficou entre a “Canarinho” e a “Azzurra”.

A seleção começou atrás no placar, com um gol de Paolo Rossi aos cinco minutos. Sócrates igualou sete minu-tos depois. Ainda na primeira etapa, Rossi pôs os italianos na frente.

O Brasil foi buscar o empate aos 23 do segundo tempo com o golaço de Falcão. No entanto, o camisa 20 da Itália estava inspirado naquela tarde e anotou o terceiro dele e dos italianos aos 29 minutos. A campanha brasileira terminou com quatro vitórias e uma derrota, com 15 gols marcados e cinco sofridos.

Falcão: a maravilhosa seleção de 1982

* MARCUS VINÍCIUS PESSOA É REDATOR PUBLICITÁRIO

ARTILHARIA

Tabela da Copa do Mundo

6GOLS

OITAVAS DE FINAL OITAVAS DE FINAL

54

SEGUNDA30/0617h00Porto Alegre - Beira-Rio

ALEMANHA

ARGÉLIA

2

1

53

SEGUNDA 30/0613h00Brasília - Mané Garrincha

FRANÇA

NIGÉRIA

2

049

SÁBADO 28/0613h00Belo Horizonte - Mineirão

BRASIL

CHILE

1

1

50

SÁBADO 28/0617h00Rio de Janeiro - Maracanã

COLÔMBIA

URUGUAI

2

0

52

DOMINGO 29/0617h00Recife - Arena Pernambuco

COSTA RICA

GRÉCIA

1

1

51

DOMINGO 29/0613h00Fortaleza - Castelão

HOLANDA

MÉXICO

2

155

TERÇA 01/0713h00São Paulo - Itaquerão

ARGENTINA

SUÍÇA

1

0

56

TERÇA 01/0717h00Salvador - Fonte Nova

BÉLGICA

ESTADOS UNIDOS

2

1

60

SÁBADO 05/0713h00Brasília - Mané Garrincha

ARGENTINA

BÉLGICA

1

0

58

SEXTA 04/07 13h00Rio de Janeiro - Maracanã

FRANÇA

ALEMANHA

0

1

QUARTAS DE FINAL

57

SEXTA 04/07 17h00Fortaleza - Castelão

BRASIL

COLÔMBIA

2

1

59

SÁBADO 05/07 17h00Salvador - Fonte Nova

HOLANDA

COSTA RICA

0

0

62

QUARTA 09/07 17h00São Paulo - Itaquerão

ARGENTINA

HOLANDA

SEMIFINAL

61

TERÇA 08/07 17h00Belo Horizonte - Mineirão

BRASIL

ALEMANHA

3º LUGAR FINAL

64

DOMINGO 13/07 16h00Rio de Janeiro - Maracanã

VENCEDOR JOGO 61

VENCEDOR JOGO 62

63

SÁBADO 12/07 17h00Brasília - Mané Garrincha

PERDEDOR JOGO 61

PERDEDOR JOGO 62

PÊNALTIS: BRASIL 3 X 2 CHILE

JAMES RODRÍGUEZCOLÔMBIA

PÊNALTIS: COSTA RICA 5 X 3 GRÉCIA

Paulo Vinícius Coelho

A terceira cicatriz

Uma das perguntas mais frequen-tes da história das Copas é por que a Holanda não venceu a Alemanha na fi nal de 1974. As cicatrizes expli-cam. Beckenbauer foi apresentado ao planeta na Inglaterra em 1966, mas era jovem e sua seleção levou a virada na prorrogação contra os donos da casa.

Quatro anos depois, Schnellinger tirou forças de onde não tinha, empatou com a Itália no último minuto, mas levou três gols na prorrogação e perdeu a maior par-

tida da história das Copas. Ficou em terceiro lugar.

Beckenbauer e Netzer tiraram o gosto de derrota da boca ganhando a Eurocopa de 1972. Aquela equi-pe fi cou conhecida como a maior seleção alemã de todos os tempos e, um pouco mexida, começou a disputa de sua Copa em casa.

Beckenbauer nega até hoje ter pedi-do o afastamento de Netzer, mas não eram amigos. Paul Breitner liderou motim e já confi rmou no programa “Bola da Vez”, da ESPN, que o time não

estrearia na Copa se não resolvesse a pendenga pelo prêmio.

Havia marcas espalhadas pelos corpos daquela seleção vencedora contra a encantadora Holanda, que voltava à Copa depois de 36 anos de ausência e só porque o árbitro não validou um gol legal de Verheyen, da Bélgica, nas eliminatórias. Se o juiz não errasse, Cruyff jamais disputaria um Mundial.

O maior perigo da semifi nal contra a Alemanha é esse. Jamais uma sele-ção perdeu três semifi nais seguidas

e esta geração de Lahm, Schweins-teiger, Klose, Podolski e Mertesacker já caiu nesta fase duas vezes. Todos estes estavam em 2006 e mais Kroos, Neuer, Boateng, Thomas Mül-ler, Khedira e Özil em 2010.

Terça (8), será preciso dosar a juventude e saber a hora certa de acelerar e trocar passes. Essa medida às vezes a seleção não tem. Quem vencer será a seleção mais vezes fi nalista de Copas --hoje há empate 7 x 7. A Alemanha sempre morre de medo do Brasil.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Nunca uma seleção perdeu três vezes seguidas a semifi nal, mas a Alemanha tem medo do Brasil O maior perigo da se-mifi nal contra a Ale-manha é esse. Jamais uma seleção perdeu três semifi nais segui-das e esta geração de Lahm, Schweinsteiger, Klose, Podolski e Mer-tesacker já caiu nesta fase duas vezes

PÊNALTIS: HOLANDA 5 X 3 COSTA RICA

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Page 3: Pódio - 6 de julho de 2014

E3MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

Tragédias têm assombrado a seleção brasileira A equipe, além de superar a desconfi ança da torcida, convive com morte de parentes e agora a ausência de Neymar

A seleção brasileira che-gou à Copa do Mundo com pompa. Campeã da Copa das Confede-

rações em cima da até então toda poderosa Espanha, torcida a favor e um clima de total confi ança. Tanto que o coorde-nador técnico Parreira chegou a afi rmar que o Brasil estava com as mãos na taça.

Mas, uma nuvem negra se instalou no ambiente canarinho antes mesmo do inicio dos jogos do Mundial e insiste em perma-necer assombrando o Brasil. A primeira má notícia foi no dia 25 de maio, quando Nei Canabarro, cunhado do técnico Luiz Felipe Scolari morreu aos 72 anos ví-tima de um câncer. Na ocasião, Felipão deixou a concentração brasileira em Teresópolis e foi dar apoio à irmã Cleonice no velório e enterro em Canoas, interior do Rio Grande do Sul.

Passados apenas 14 dias, o comandante canarinho teve que conviver com outra morte na família. O sobrinho de Luiz Felipe Scolari, o empresário Tarcísio Schneider, 48, estava em um carro que colidiu com uma carreta na BR-285, tam-bém no Rio Grande do Sul, e

morreu na hora. A dois dias do jogo de estréia na Copa dian-te da Croácia, Felipão decidiu não ir ao enterro e permanecer concentrado com os jogadores na Granja Comary.

O clima pesado talvez ex-plique a fraqueza emocional do elenco e a insistência de Luiz Felipe Scolari em re-

correr a ajuda da psicóloga Regina Brandão.

Perda duplaUm dia após a seleção brasi-

leira perder Neymar por fratura na vértebra esquerda, depois de uma joelhada do colom-biano Zuniga, pelas quartas de fi nal da Copa do Mundo, e fi car

órfã de seu principal jogador e artilheiro no Mundial, teve que conviver com mais uma notícia desagradável. O late-ral-esquerdo Marcelo foi infor-mado na manhã deste sábado (5), do falecimento do avô, um dos principais incentivadores de sua carreira.

Pedro Vieira da Silva Filho morreu por volta das 8h (de Manaus) de ontem. De acordo com a assessoria de imprensa da atriz Clarice Alves, mulher de Marcelo, o avô do lateral lutava contra o tumor na me-dula. Além disso, ele estava internado na UTI do hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro com uma pneumonia.

No último dia 18, quando a seleção brasileira estava de folga, o lateral chegou a vi-sitá-lo no local. O avô foi um dos grandes responsáveis pela carreira de Marcelo. Era ele, por exemplo, que levava o lateral para treinos e peneiras.

A comissão técnica liberou Marcelo para deixar a concen-tração da seleção brasileira na Granja Comary e se juntar à fa-mília, mas o lateral não aceitou. Clarice confi rmou que o jogador não irá ao enterro de seu avô.

BOA NOTÍCIANem só de notícia ruim conviveram os jogadores brasileiros na preparação para a Copa. No dia 5 de ju-nho, o meia Oscar foi liberado para acom-panhar a esposa no parto de sua fi lha Júlia

AP

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Page 4: Pódio - 6 de julho de 2014

E4 MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

O atacante Higuaín enfi m marcou seu primeiro gol nesta Copa do Mundo. Na

tarde de ontem, a Argentina contou com gol de seu camisa 9 para derrotar a Bélgica por 1 a 0, no Mané Garrincha, que-brando um jejum de 24 anos para garantir a classifi cação para a semifi nal do torneio.

Presente em todos os jogos da equipe de Alejandro Sabella neste Mundial, Higuaín vinha sofrendo com as cobranças por não balançar a rede, mas marcou o gol da vitória logo aos oito minutos de partida, quando mandou de primeira para a rede. A vitória fez a Argentina ultrapassar as quar-tas de fi nal da Copa pela pri-meira vez desde 1990, quando alcançou a decisão.

Já a Bélgica, que até deu espaços demais a Messi, ainda tentou sobreviver insistindo

no fi m, mas não conseguiu evi-tar a eliminação. O criticado sistema defensivo argentino se segurou até o fi m para festejar a classifi cação.

Portanto, a Argentina tem compromisso da semifi nal na quarta-feira, às 16h (de Manaus), na cidade de São Paulo (SP). O adversário será a Holanda, que bateu a Costa Rica na tarde de ontem.

Gol no começoA Bélgica não teve uma aten-

ção tão especial com Lionel Messi, que tentou aproveitar a liberdade dada pelo adversá-rio. Logo aos dois minutos, o camisa 10 avançou com a bola pela direita e fez a invertida para a esquerda, onde Lavezzi recebeu com liberdade, mas, em vez de chutar, preferiu tentar o passe para Higuaín, facilitando para a defesa.

A equipe de Alejandro Sa-

bella começou o jogo com uma postura mais forte na marca-ção, trabalhando para impedir a saída do adversário do sis-tema defensivo. A estratégia surtiu efeito rapidamente. Aos oito, os argentinos roubaram a bola no meio-campo, e Messi trabalhou individualmente até servir a Di María, que tentou o passe para Higuaín. A bola desviou na defesa, mas o ata-cante girou na área e fi nalizou de primeira, acertando o canto direito do goleiro Courtois, sem chance de defesa.

A partir daí, a Bélgica bus-cou formas para responder, mas esbarrou no sistema de-fensivo do adversário, que teve mudanças em relação ao jogo passado. Demichelis atuou entre os titulares, no lugar de Fernández, enquan-to Basanta assumiu o lugar do suspenso Rojo. No meio-campo, Sabella ainda colocou

Biglia na vaga de Gago.Como não conseguia se

aproximar da área adversá-ria, a Bélgica enfi m ameaçou em chute de longe, aos 25 minutos, quando De Bruyne

dominou a bola pela inter-mediária e soltou um chute forte, exigindo a defesa de Romero. A resposta argenti-na foi imediata, pois Messi fez lançamento nas costas

de Kompany para Di María, que dominou e chutou, mas acertou o zagueiro. Depois da jogada, o atacante argentino reclamou de dores na coxa direita e precisou de cuida-dos dos médicos.

Neste instante, os torcedo-res presentes no Mané Garrin-cha aproveitaram para gritar “ole, ole, olá, Neymar, Ney-mar”, em apoio ao atacante da seleção brasileira, que está fora da Copa por conta de fratura na vértebra. Enquanto isso, Di María recebeu aten-dimento médico no lado de fora do campo e voltou para a partida, mas não suportou as dores e teve de ser substituído por Enzo Peres.

A Argentina voltou à eta-pa fi nal dominando. Assim, na primeira jogada da etapa fi nal, Higuaín pegou a bola perto da linha de fundo, na esquerda, puxou para o meio

da área e fi nalizou, mas acer-tou a marcação.

Pouco depois, depois de um contra-ataque mal organiza-do pela Bélgica, Higuaín ar-rancou em velocidade, tocou por entre as pernas de Kom-pany e soltou um chute forte, carimbando o travessão. Ao perceber a difi culdade de sua seleção, Marc Wilmots fez logo duas alterações, reco-locando na equipe dois joga-dores que já foram titulares, Mertens e Lukaku, nas vagas de Mirallas e Origi.

Os argentinos suportaram a pressão até o fim, como no chute de fora da área de De Bruyne, que desviou na zaga e enganou o goleiro, mas foi para fora. Messi até teve a chance de am-pliar nos acréscimos, mas Courtois defendeu o chute do astro, que não fez falta para a equipe de Sabella.

Argentina volta às semifi nais após 24 anosDesde 1990, hermanos não chegavam tão longe num Mundial. Higuaín tratou de decretar triunfo argentino diante da Bélgica

CÉLIO MESSIAS / STR/GAZETA PRESS

FICHA TÉCNICAARGENTINABÉLGICA

Local:

Árbitro:

Estádio Mané Garrin-cha, em Brasília (DF)

Nicola Rizzoli (ITA)

Argentina: Romero; Za-baleta, Demichelis, Garay e José Basanta; Mascherano, Lucas Biglia e Messi; Lavezzi (Palacio), Di María (Enzo Peres) e Higuaín (Gago) Técnico: Alejandro SabellaBélgica: Courtois; Alderwei-reld, Van Buyten, Kompany e Vertonghen; Witsel, Fellaini, Mirallas (Mertens), De Bruyne e Hazard (Chadli); Origi (Lukaku) Técnico: Marc Wilmots

Gols: ARGENTINA: Higuaín, aos 8 minutos do primeiro tempo

Cartões Amarelos: Biglia (Argen-tina). Hazard, Alderweireld (Bélgica)

10

Higuaín chegou para o duelo contra a Bélgica, válido pelas quartas de fi nal da Copa do Mundo, com a titularidade con-testada por muitos torcedores da Argentina. Porém, foi do camisa 9 o gol da classifi cação albiceleste, aos oito minutos da primeira etapa, após um passe desviado de Di María.

Depois do feito, o dianteiro do Napoli-ITA mostrou tran-quilidade e procurou não de-

sabafar com quem questiona-va seu potencial. “Nunca me apavorei, pois sei lidar com a pressão. Estou muito feliz por isso. Um grande momento chegou e pude corresponder. Porém, nada disso aconte-ceria sem a presença deste grupo maravilhoso. Não te-nho palavras para descrever o que a seleção signifi ca para mim”, disse o atacante.

Adiante, Higuaín expôs oti-

mismo ao tratar da ansiedade em fi gurar na fi nal da Copa do Mundo. “Teremos as semis pela frente, mas sei que pode-mos chegar adiante. Mesmo sofrendo nas eliminatórias e durante o início do Mun-dial, reunimos forças para atingirmos o limite dentro das quatro linhas. Não dá para escolher Costa Rica ou Holanda, mas vamos chegar com força, independente do

adversário”, avisou.Além de balançar a rede

defendida por Courtois na primeira etapa, Higuaín foi responsável por um belo lance no segundo tempo: em con-tragolpe rápido, aos dez mi-nutos, o camisa 9 se livrou do zagueiro e capitão Kompany com uma bela “caneta”, mas acabou carimbando o traves-são dos diabos vermelhos em sua fi rme fi nalização.

Atacante argentino fez as pazes com o golAtacante argentino mostra habilidade ao dominar a bola no peito

WAGNER MEIER/ AGIF/GAZETA PRESS

RECORDAÇÃOApós vencer a Bélgica, a Argentina enfrentará a Holanda nas semifi nais e o duelo trás boas lem-branças aos hermanos. Em 1978, a Abiceleste conquistou o primeiro título Mundial em cima do próximo rival

Gonzalo Higuaín fez o gol solitário da vitória

Albiceleste sobre a Bélgi-ca no Mané Garrincha

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Page 5: Pódio - 6 de julho de 2014

E5MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

Tim Krul saiu do banco no último minuto da prorrogação, só para a disputa de pênaltis.

E cumpriu sua missão. O go-leiro defendeu dois pênaltis após o empate sem gols dian-te da Costa Rica e garantiu a atual vice-campeã mundial na semifi nal da Copa do Mun-do, enfrentando a Argentina na próxima quarta-feira, no estádio de Itaquera, em São Paulo (SP).

Bryan Ruiz e Umaña des-perdiçaram suas cobranças e colocaram fi m ao sonho do time que sai do torneio como melhor defesa. Na noite de ontem, na Fonte Nova, os ca-ribenhos contaram com gran-des defesas do goleiro Keylor

Navas e também com a trave, que parou Sneijder, duas vezes, e Van Persie durante o tempo normal e extra.

A grande surpresa da compe-tição só não conseguiu ser efi -ciente nos pênaltis, perdendo dois, enquanto Van Persie, Ro-bben, Sneijder e Kuyt converte-ram. Os centro-americanos, no entanto, saem marcados por terem se classifi cado na chave que tinha Uruguai, Itália e In-glaterra e ainda pode reclamar de pênalti não-marcado diante dos holandeses.

O time laranja, entretanto, teve depois da prorrogação a efi ciência nas fi nalizações que lhe faltou ao longo de mais de 120 minutos em Salvador (BA). Agora, encara a Argentina

no estádio de Itaquera com o objetivo de buscar sua quarta fi nal de Mundial e, enfi m, con-quistar o título.

Estilo diferenteA Holanda mostrou que não

abre mão de basear sua es-tratégia nos contra-ataques, mas, diante da retranca da Costa Rica, compactou mais seu time, colocando todos os seus jogadores entre as in-termediárias. Van Gaal armou a equipe no 3-4-3, com Kuyt na ala direita, Blind do outro lado e o volante Wijnaldum saindo do lado de Sneijder como surpresa para se juntar aos pontas Robben e Depay e ao centroavante Van Persie.

Os caribenhos, por sua vez,

alternavam-se no 4-5-1 ou no 5-4-1, com González sendo za-gueiro ou volante de acordo com a pressão dos europeus. A surpresa do Mundial, contudo, começou a se incomodar por tanto esperar o time laranja no seu campo e começou a avançar para ajudar o solitário Campbell na frente. Acabou dando espaço para sofrer.

Sem ter tantos colegas pró-ximos, a multidão de defenso-res costarriquenhos começou a errar passes e entregar a bola ao rival perigosamente na en-trada de sua área. E expunham ainda mais a falta de noção de marcação. Por sorte, contaram com o goleiro Keylor Navas, que fez duas grandes defesas no mesmo lance ao rebater

as fi nalizações de Depay e Van Persie. Aos 27, parou Van Persie de novo.

RetrancaA Costa Rica voltou do in-

tervalo ainda mais disposta a se defender, convicta de que não poderia se empolgar como antes e ir à frente, deixando espaços para os rápidos rivais. Irritou tanto os holandeses que, em rara aparição no ataque, viu González cabecear por cima do travessão, aos 19. Para manter o fôlego no único que jogaria na frente, o técnico Jorge Luis Pinto trocou o cansado Camp-bell por Ureña.

A reta fi nal do tempo nor-mal, porém, foi de imposição holandesa para dar trabalho a

Navas nem que fosse na marra. Com Sneijder e Kuyt ajudando Robben e Blind pelas pontas, os comandados de Van Gaal deixaram só seus três zaguei-ros atrás do meio-campo e se dispuseram a defi nir logo a classifi cação. Enfi m, conse-guiram animar a partida.

Aos 36 minutos, Sneijder acertou a trave em cobrança de falta. Dois minutos depois, Navas fez milagre ao defen-der chute à queima-roupa de Van Persie na pequena área. O centroavante ainda deu uma furada bisonha no mesmo lugar, de frente para a meta e, já nos acréscimos, a bola atravessou a área até Van Persie chutá-la e Tejeda desviá-la no travessão.

Kru(e)l, Holanda espanta zebra costa-riquenha

FIFA

Seleção holandesa lutou para furar o bloqueio defensivo da Costa Rica durante os 90 minutos, mas vitória só chegou nos pênaltis

A pressão holandesa continuou e, com quatro minutos de prorrogação, Navas já tinha realizado outra grande defesa em cabeçada de Vlaar e visto um desvio de sua zaga deixar a bola passar rente à trave. A Costa Rica, con-tudo, cansou de sofrer e se aproveitou do cansaço ho-landês para se espalhar no campo e afastar o perigo do campo de defesa.

Aos sete minutos do primeiro tempo, ainda viu Ureña ser deslocado por Vlaar na grande área e o árbitro ignorar o pedido de pênalti, assim como o encontrão sem bola de Martins Indi em Bryan Ruiz. O perigo laranja, no en-tanto, já estava contido e não apareceu nem quando Van Gaal trocou o zagueiro Martins Indi por Huntelaar, que pouco fez.

O segundo tempo da prorrogação foi da Costa Rica. Bolaños começou a entrar na área driblando quem quisesse, prendendo seu time no campo holan-dês e, nessas investidas, Ureña só não marcou o gol da classifi cação aos 11 minutos porque o goleiro Cillessen fez grande defe-sa com os pés. Aos 13, no desespero, Sneijder ainda acertou o travessão.

Dedo do técnicoCom a certeza de deci-

são nos pênaltis, Van Gaal abriu mão do goleiro Cilles-sen para apostar em Krul debaixo das traves nas co-branças. E o reserva defen-deu as cobranças de Bryan Ruiz e Umaña, contando com as conversões de Van Persie, Robben, Sneijder e Kuyt para ser herói holan-dês em Salvador.

Decisão ficou para os pênaltisREUTERS/FOLHAPRESS

Louis Van Gaal mostrou ousadia ao tirar o goleiro titular no último minuto da prorrogação

FICHA TÉCNICAHOLANDACOSTA RICA

Local:

Árbitro:

Fonte Nova, em Salvador (BA)

Ravshan Irmatov (Uzbequistão)

Holanda: Cillessen (Krul); Vlaar, De Vrij e Martins Indi (Huntelaar); Kuyt, Wijnaldum, Sneijder e Blind; Robben, Van Persie e Depay (Lens) Técnico: Louis Van Gaal

Costa Rica: Navas; Gamboa (Myrie), Acosta, González, Umaña e Díaz; Tejeda (Cubero), Borges, Bryan Ruiz e Bolaños; Campbell (Ureña) Técnico: Jorge Luis Pinto

Pênaltis: HOLANDA: Van Persie, Robben, Sneijder e Kuyt converteram COSTA RICA: Borges, Gonzalez e Bolaños converteram. Bryan Ruiz e Umaña perderam

Cartões Amarelos: Martins Indi e Huntelaar (Holanda); Díaz, Umaña, González e Acosta (Costa Rica)

43

PP

00

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Page 6: Pódio - 6 de julho de 2014

E6 MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

Tetra da Itália e cabeçada de Zidane na fi nalSeleção italiana garantiu o quarto título mundial ao derrotar a França na decisão por pênaltis

Ícone da conquista francesa em 1998, Zinedine Zidane também marcou a Copa do Mundo de 2006, disputada

na Alemanha. Mas, dessa vez, a imagem que o francês passou ao mundo foi negativa. O cra-que conseguiu levar a França a outra fi nal de Mundial. Mas em vez de se consagrar de-fi nitivamente, Zidane acabou perdendo a cabeça: caiu na provocação do italiano Marco Materazzi, agrediu-o e acabou expulso no seu último jogo em Copas. No fi m, a Itália venceu nos pênaltis e comemorou o tetracampeonato.

A conquista foi uma consa-gração do sistema defensivo dos italianos. A Azzurra termi-nou a Copa com apenas dois gols sofridos, a melhor marca da história dos Mundiais. Não à toa, o zagueiro e capitão Fa-bio Cannavaro foi eleito pela Fifa como o melhor jogador do mundo em 2006.

Na primeira fase, os italianos não tiveram muitas difi culda-des. Foram duas vitórias, sobre Gana e República Tcheca, e um empate diante dos Estados Unidos. Nas oitavas de fi nal, um jogo duro contra a Austrália, mas o meia Francesco Totti

salvou a pátria ao marcar, de pênalti, já nos acréscimos da partida. Diante da Ucrânia, nas quartas de fi nal, os italianos fi zeram 3 a 0, sem grandes problemas, e eliminaram a úl-tima zebra do torneio.

Uma pedreira apareceu no meio do caminho da Itália na semifi nal. O adversário era a Alemanha, dona da casa, trei-nada por Jürgen Klinsmann e que conquistara a torcida jo-gando um futebol envolvente. O jogo foi duro e o 0 a 0 per-durou no tempo regulamentar. Mas, na prorrogação, coube a Fabio Grosso abrir o placar. E

Del Piero marcou o segundo dos italianos, acabando com o sonho alemão.

Consolo AlemãoA Alemanha ainda chega-

ria ao terceiro lugar, vencen-do Portugal, e terminaria a Copa com o melhor ataque da competição, com 14 gols. Miroslav Klose se tornou o ar-tilheiro ao marcar cinco vezes. Os números da Copa também mostraram que os alemães cumpriram muito bem o de-safi o de organizar o Mundial pela segunda vez. No total, 3.359.439 torcedores compa-

receram aos 12 estádios.Depois de uma primeira fase

irregular, com dois empates e uma vitória, a França engrenou a partir das oitavas de fi nal, quando conseguiu uma bela vitória por 3 a 1 sobre a Es-panha. Nas quartas de fi nal, o adversário foi o Brasil. Melhor para Zidane e Thierry Henry.

A semifinal contra Portu-gal também terminou em final feliz para os france-ses, com um gol de pênalti de Zidane. Mas, na decisão, o camisa 10 francês não aguentou a provocação de Materazzi e revidou com uma

cabeçada no peito do italia-no. Zidane foi expulso e a imagem de seu destempero rodou o mundo.

Melhor para os italianos, que além de acabarem com o trauma de perder uma Copa do Mundo nos pênaltis, ainda se consagraram tetracampeões mundiais, atrás apenas do Bra-sil. A conquista veio justamente na cobrança de pênaltis, depois que o 1 a 1 perdurou até o fi m da prorrogação. Os italianos não perderam nenhuma cobrança, enquanto os franceses, já sem Zidane, viram Trezeguet bater no travessão.

Capitão da seleção italiana, Zagueri Fá-bio Cannavaro ergue o troféu de tetracampeão Mundial da Azzurra

DIVULGAÇ

ÃO

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Page 7: Pódio - 6 de julho de 2014

E7MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

Eles fi zeram história na ColinaIdolos da história do São Raimundo, os ex-jogadores Santarém e Delmo são homenageados antes da reabertura do estádio Ismael Benigno

Na última quinta-feira (3), o está-dio Ismael Benigno viveu mais um dia

histórico. A praça esportiva foi reinaugurada após dois anos com o clássico Galo-Preto. Antes da partida co-meçar, Santarém e Delmo, ex-jogadores que são ídolos do São Raimundo recebe-ram homenagens, por terem servido com louvor o time dos bucheiros.

Maior artilheiro da histó-ria do São Raimundo Esporte Clube, Nilo Pereira Maranhão ou simplesmente Santarém fi cou marcado pelos gols que fez com a camisa alviceleste do clube. No total, foram 110 gols em 12 anos de serviço ao Tufão da Colina. O ex-atacante ajudou a construir o antigo es-tádio do clube tricampeão do Norte e fi cou emocionado ao ver a beleza da nova Colina.

“Na minha época o futebol era amador. Jogávamos por amor. Eu carreguei tijolo e ajudei a levantar os murros do antigo estádio. Admito que chorei quando vi o resultado fi nal da reforma”, disse San-tarém que tem 75 anos.

Torcedor do clube, Santa-rém espera que nas próximas temporadas possa comemo-rar muitas vitórias de sua equi-pe. O ídolo tentou, mas não conseguiu explicar tudo o que sente pelo clube que defendeu com tanto carinho.

“O São Raimundo é o clube do meu coração. Fiz minha historia no clube. Criei minha família aqui. Não sei como descrever meu sentimento”, fi nalizou Santarém que termi-nou o relato chorando.

Ídolo do triDono da camisa 11 do clube

no fi nal dos anos 90 e começo dos anos 2000, o ex-atacante Delmo é ídolo maior da gera-ção de torcedores que viram o tricampeonato da Copa Norte e o acesso para a segunda divisão do futebol nacional. O atacante se aposentou, mas continuou trabalhando no clu-be como treinador dos times de base. No antigo Ismael Be-nigno, Delmo marcou muitos gols e deixou sua marca. Claro

que não poderia fi car fora da partida de reinauguração do local, onde teve alegrias.

“É um orgulho muito gran-de ver o estádio totalmente reformado. Não só para mim, mas para todos os antigos jo-gadores que atuaram aqui. Os torcedores do São Raimundo estão encantados com a nova casa. Agora precisamos nos conscientizar para cuidar des-se patrimônio que o governo está deixando. É um legado da Copa e temos que cuidar. Espero que com essa nova Colina, o clube possa voltar às primeiras divisões do futebol brasileiro”, disse o ídolo.

Recebendo o carinho dos torcedores em todos os jogos em que está presente, Delmo se diz realizado profi ssional-mente. “O São Raimundo foi muito importante para a mi-nha carreira. Foi aqui que tive

as maiores alegrias, a onde o futebol do Delmo apareceu. Fi-quei sete anos, entre a Série C e B. Ajudei a mostrar o clube e o futebol do amazonas nacional e internacionalmente”, citou o ex-atacante, que admite ser muito bom ver o carinho que a torcida tem por ele.

Acreditando que o novo Is-mael Benigno pode ajudar no surgimento de uma nova era no clube, o centroavante que atuou pelo clube durante 12 anos, sendo três passagens, espera que o Tufão volte a usufruir do patrimônio. Espero que o time volte a treinar e a mandar suas partidas na Colina.

Sobre o futebol amazonen-se, o treinador que tem pas-sagens pelo próprio São Rai-mundo admite que teve uma decadência na última década, aredita em dias melhores.

Lamentando o atual mo-mento vivido pelo clube, o ex-jogador que brilhou na década de 60 acredita que a atual direção deve se movimentar atrás de soluções para os proble-mas que atrapalham o crescimento do time que já foi três vezes campeão da Copa Norte.

“Tenho a vaga impressão que falta dinheiro e pa-trocínio. Infelizmente, não passo mais tanto tempo na sede. Fazia isso antiga-mente porque sou conse-

lheiro. Parece que tudo que entra não é sufi ciente para montar um elenco forte. Acredito que a diretoria deve se movimentar. Ir ao Distrito Industrial atrás de parceiros. Agora é a oportu-nidade, tem que contratar jogador que preste para o elenco do ano que vem”, falou o atacante, um dos maiores ídolos do time da Colina, que fi cou extrema-mente emocionado quando a torcida gritou seu nome antes da partida inaugural do novo estádio começar.

Ídolo Santarém quer Tufão forte

OBRAA Colina foi refor-

mada para servir como Campo de Treinamento Oficial (COT) para as seleções que vieram jo-gar em Manaus durante a Copa do Mundo. Po-rém, nenhuma equipe treinou no local

Delmo fez história no time da Colina. Ele fez parte da era mais vitoriosa do clube alviceleste e até hoje é lem-brado pela torcida

Ex-atacante fi cou emocio-nado com a homenagem

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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E8 MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

Antes de viajar para o Guarujá (SP) ele se encontrou com os companheiros e foi aplaudido de pé. Agora o atacante do Barcelona se recupera da lesão em casa

Neymar lamenta não disputar finais da Copa

Craque da seleção canarinho deixou a concentração da seleção brasileira na Granja Comary de helicóptero ontem pela manhã

Fora da Copa do Mundo após fraturar a terceira vértebra lombar Ney-mar lamentou a lesão,

mas afi rmou que o seu sonho de ser campeão do torneio ainda não acabou.

“Me tiraram o sonho de dis-putar uma fi nal de Copa do Mundo, mas o sonho de ser campeão mundial ainda não

acabou. Faltam dois jogos e tenho certeza de que meus companheiros vão fazer de tudo para levantar esta taça”, disse ao site da CBF.

Ontem (5), ele deixou a Granja Comary, em Teresópolis (RJ), de helicóptero e foi para sua casa no Guarujá, interior paulista. Antes de embarcar, Neymar se reuniu com os jogadores da

seleção no refeitório da Granja Comary. De acordo com a CBF, ele foi aplaudido de pé pela comissão técnica e pelos joga-dores da delegação brasileira.

PuniçãoO Comitê Disciplinar da Fifa

analisa vídeos da dividida en-tre Zuñiga e Neymar que cul-minou na lesão do brasileiro.

A entidade máxima do futebol divulgará nos próximos dias se Zuñiga será suspenso. De acordo com o código discipli-nar, um atleta é passível de pena mesmo após a partida. Como o árbitro espanhol Car-los Velasco sequer apitou falta no lance, a responsabilidade para julgar a joelhada fi ca a cargo da própria Fifa.

Colombiano Zuñiga se defende nas redes sociais

O colombiano Zuñiga, que deu a joelhada que tirou Neymar da Copa lamentou a lesão do brasileiro nas redes sociais. “Sinto muito por esta situação que re-sultou de uma ação normal de jogo, na qual não tive má intenção, maldade, ou

imprudência. Te admiro, te respeito e te considero um dos melhores jogadores do mundo. Espero a sua recu-peração, que volte logo, para que nos continue animando a ver no futebol um esporte cheio de virtudes e qualida-des”, publicou o jogador.

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DESCULPAS

Matthäus cobra Miroslav Klose titular contra o Brasil

O ex-líbero alemão Lo-thar Matthäus, capitão do título mundial de 1990, co-brou a permanência do ata-cante Klose no time para o jogo contra o Brasil.

“Quando ele está em cam-po, tem o respeito dos za-gueiros, é diferente. Afi nal, ele é o grande artilheiro da

história das Copas, junto com o Ronaldo”, disse Matthäus.

Veterano da Copa de 2002, Klose já marcou 15 gols em Mundiais e igualou a marca do Fenômeno. Ele igualou a marca no empa-te da Alemanha diante de Gana em 2 a 2, no último dia 21, em Fortaleza.

ARTILHEIRO

Avô de Marcelo morre, mas lateral permanece na Granja

O avô de Marcelo, la-teral esquerdo titular da seleção brasileira, morreu na madrugada deste sába-do (5), em um hospital do Rio de Janeiro.

Tido como um dos maiores incentivadores da carreira do atleta, Pedro Vieira da Silva

Filho lutava contra um tumor na medula óssea.

AvalMarcelo foi liberado pela

comissão técnica para ir ao enterro do familiar, mas optou em fi car concentrado com a seleção na Granja Comary

PERDA

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E9MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

FESTA TÍMIDA Dois últimos jogos das quartas de fi nal da Copa do Mundo registraram número menor de torcedores, em Manaus

Diferentemente do que aconteceu no dia do jogo do Bra-sil contra a seleção

colombiana, a maioria do pú-blico que foi assistir aos jogos das quartas de fi nais da Copa do Mundo no Fifa Fan Fest era formada por famílias. Mais calmo do que o normal, o evento foi o programa ideal para quem quis aproveitar o sabadão com os fi lhos.

“Estou achando tudo bem legal. Meus fi lhos estão se di-vertindo com as brincadeiras que tem na Fan Fest. Outra coisa legal é o local onde foi instalada. Podemos aprovei-tar a praia da Ponta Negra também”, disse o motorista Emerson Lima, 28, que es-tava com os fi lhos Pablo, 7, e Enzo, 2.) O pai coruja apenas lamentou os altos preços cobrados pelos pro-dutos vendidos no evento.

Um fato que chamou a atenção foi o baixo número de torcedores que estive-ram presentes, principal-mente durante o primeiro jogo do dia, entre as sele-ções de Argentina e Bélgi-ca. O público só começou a melhorar minutos antes do confronto entre Holanda e Costa Rica começar.

“Preferi chegar apenas para o segundo jogo. A pri-meira partida começa muito cedo em Manaus. Acordei tarde nesse sábado porque ontem a festa pela vitória da seleção brasileira foi até tarde. Na hora do jogo da Argentina, estava com minha família almoçando. Outra coisa também era o forte calor. Agora está mais fresco

e melhor para meus fi lhos”, explicou o bibliotecário An-derson Matias, 33. Seu fi lho Lucas, 13, só era

alegria. Aproveitando todas as brincadeiras do evento, o garoto aprovou a organiza-ção da Fan Fest. Os torcedo-res brasileiros que estavam no local abraçaram a seleção da Costa Rica, que chegou às quartas de fi nal como a grande surpresa do torneio.

Lutando para passar pela forte seleção holan-desa, a equipe caribenha que tem como craque o meiocampista Bryan Ruiz virou a segunda escolha dos torcedores manauen-ses. “Eles mostram muita raça em campo. Isso motiva as pessoas e mostra que não existem mais bobos no futebol. Seria muito le-gal ver a Costa Rica nas semifi nais eliminando a Ar-gentina”, falou o estudante Luiz Silva, 16.

Ponta Negra aprovadaSegundo a empresária

Elizete Mendonça, 37, que estava passeando pela orla do ponto turístico da cidade com os três fi lhos e o ma-rido, a reforma do espaço veio na hora certa e ajudou a embelezar Manaus.

“Aproveitei o belo dia para vir passear com a família. As crianças ado-ram. Após a reforma, tudo melhorou bastante. Ga-nhamos mais uma opção de lazer na cidade. Está mais organizado e segu-ro. Ainda falta melhorar muitas coisas pela cidade, mas estamos no caminho certo”, disse Elizete, que apenas reclamou da falta de estacionamento.

Torcida holandesa marcou presença no

largo São Sebastião e comemorou a vitória

nos pênaltis

Mais calmo do que o normal, a Fifa Fan Fest recebeu uma tímida torcida argentina

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THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

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Sonho é ter fi nal entre latinosTorcedores de vários países

da América Latina vibraram durante todo o jogo de ontem, entre o Brasil e a Colômbia, em um bar especializado em músi-ca latino-americana, no Lago Sul de Brasília. Eram cerca de 200 torcedores, sendo 60% brasileiros, 20% colombianos e 20% de outros países. As torcidas se dividiam a cada lance bonito. Se a jogada era dos craques brasileiros, a co-memoração era feita por cerca de 80% dos torcedores. Se o lance era dos colombianos, ha-via um silêncio dos brasileiros e um grito dos colombianos, que

estavam em minoria na festa. Mesmo sentindo que o jogo estava difícil, os colombianos demonstravam alegria pelo su-cesso que a seleção deles vinha tendo na Copa do Mundo.

Há 16 anos a seleção colom-biana não participava da Copa. A última vez que os colombia-nos disputaram o campeonato foi em 1998, na França. Além disso, a Colômbia nunca tinha conseguido passar da primeira fase do torneio.

A colombiana Carmem Ele-na Ramirez Meneses, 27, que faz mestrado em engenharia civil na Universidade Brasília

há mais de um ano, disse que torceu para a Colômbia, mas reconhece que os brasileiros jogaram melhor o primeiro tempo, embora os colom-bianos tenham melhorado no segundo. Durante todo o jogo, ela tinha esperança na virada do placar. O médi-co argentino Omar Vilca, 40 anos, da cidade de Córdoba, que chegou ontem a Brasília para o jogo de hoje entre a Argentina e a Bélgica, torceu muito pela vitória da seleção brasileira. “Estou torcendo para o Brasil vencer e para que a fi nal seja com a Argen-

tina, com vitória para nós”.A empresária e advogada Pa-

ola Santacruz, natural de Lima (Peru) e radicada em Brasília, também torceu muito para a vitória da seleção brasileira. Paola é uma das sócias do bar que reuniu os torcedores. Ela disse que se sentia emo-cionada por ver pessoas de vários países juntas em uma confraternização como aquela. “Esporte une todos os povos. O mais importante no momento é o espírito esportivo de todos durante essa confraternização entre brasileiros, colombianos e povos de vários países”.Brasil e Argentina é o palpite da maioria dos torcedores

TORCEDORES

Os torcedores que foram aos estádios para acompanhar os jogos das oitavas de

fi nal da Copa do Mundo fi zeram 500 mil ligações telefônicas e enviaram 6,5 milhões de fotos. Com isso, o volume total de co-municações de dados na Copa, até o momento, equivale a 38,5 milhões de fotos com tamanho médio de 0,55 megabyte (MB), segundo balanço apresentado no último dia 2 pelo Sindicato Nacional das Empresas de Tele-fonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).

Em média, foram enviadas oito mil fotos por minuto no período de maior tráfego de da-dos nas últimas oito partidas. Este desempenho superou em 33% o registrado na primeira fase, quando foram enviadas seis mil fotos por minuto no período de maior tráfego, que é de cerca de uma hora antes do início da partida até o in-tervalo.

Nas oitavas de fi nal, o maior envio de dados foi registrado na partida entre Colômbia e Uruguai, no Estádio do Mara-

canã, com quase 1,4 milhão de fotos enviadas, assumindo o quarto lugar em maior número de tráfego de dados em toda a Copa até agora.

No jogo entre Brasil e Chile, no Estádio Mineirão, 1,1 milhão de fotos foram enviadas, o que signifi cou o maior tráfego de

dados já registrado no estádio de Belo Horizonte. Mas o recor-de de envio de fotos na Copa continua sendo o da partida entre Brasil e Camarões, no dia 23 de junho, no Estádio Nacional, em Brasília, quan-do os torcedores enviaram ou postaram 1,6 milhão de fotos

nas redes sociais.Em segundo lugar, aparece a

partida entre Bélgica e Rússia, disputada no dia 22 de junho, no Maracanã, em que os tor-cedores enviaram 1,5 milhão de fotos, com tamanho médio de 0,55 MB. Na terceira posi-ção, vem o jogo Argentina e Bósnia, também no Maracanã, com pouco mais de 1,4 milhão de fotos. O maior volume de tráfego tem sido observado exatamente nos estádios com maior capacidade de público.

Na rede de telefonia móvel, o maior volume de dados tra-fegados fi cou concentrado na tecnologia 3G. Nas 56 partidas disputadas até agora, foram feitas 3,3 milhões de ligações telefônicas.

Ao todo, 4.738 antenas fo-ram instaladas pelas operado-ras de telefonia nas arenas que recebem jogos da Copa. Para a instalação da infraestrutura de telefonia móvel e banda larga, as prestadoras fi zeram uma parceria para a implantação de um projeto único, com investi-mentos de R$ 226 milhões e infraestrutura compartilhada.

Envio de fotos por celular bate recorde nos estádiosTrinta e oito mil fotos foram compartilhadas até agora por torcedores de dentro dos estádios da Copa do Mundo 2014

MAIS FOTOSO jogo em que mais foram compartilhadas fotos foi entre Brasil e Camarões, em 23 de junho, em Brasília, quando os torcedores enviaram ou postaram 1,6 milhão de fotos nas redes sociais

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Independentemen-te da nacionalida-de, o importante é registrar a Copa

Selfi es são os que mais agradam os torcedores

Celulares disputam a atenção com os jogadores

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E11MANAUS, DOMINGO, 6 DE JULHO DE 2014

Copa ainda pode Mundial que acontece no Brasil tem duas oportunidades de entrar para história: número de gols e recorde de público

A seis jogos do encer-ramento, a Copa do Mundo no Brasil ain-da pode quebrar dois

recordes: o de maior número de gols em uma só edição e o de público em copas com 32 países. As boas médias nos dois quesitos, até agora, in-dicam que a edição de 2014

da Copa tem boas chances de superar essas marcas.

O recorde de gols em uma única Copa foi em 1998, na França, quando a bola balançou as redes 171 ve-zes. A Copa de 2014 teve 158 gols até agora. Para que a marca de 1998 seja superada, os ataques terão

que caprichar mais 14 vezes, em uma média de 2,25 gols por jogo.

A média de gols do Mun-dial atual está em 2,75 gols por jogo. Vale notar, no en-tanto, que as partidas das oitavas de final tiveram re-sultados menos generosos do que na primeira fase.

Resta torcer para que os ataques caprichem mais do que as defesas na retafinal do torneio.

Já o maior público em co-pas é da edição de 1994, nos Estados Unidos, que teve 3.587.538 espectadores e média de 68.991 pagantes. Essa Copa, que contou com

24 seleções, reina absoluta e reinará, pelo menos, até a edição de 2018, na Rússia. Considerando apenas mun-diais realizados com 32 ti-mes, o recorde pertence à edição de 2006, na Alema-nha. Lá, o público total foi 3.359.439.

O público na Copa de

2014, nas próximas parti-das, pode chegar, no máxi-mo, a 520.163 pessoas. O total de público no Brasil até agora é 2.911.381 pessoas. Se todas as entradas forem vendidas, o Mundial do Brasil vai superar, em público, o da Alemanha em mais de72 mil pessoas.

bater dois recordes

Estádio não pode ser só para elitePÓS-COPA

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que o gover-no federal estuda maneiras para que o público de baixa renda não seja afastado dos estádios depois da Copa do Mundo por causa do preço dos ingressos das partidas de futebol.

Segundo Rebelo, já houve uma reunião do ministério com gestores de arenas e presidentes de clubes. “Fi-zemos um levantamento do custo de manutenção des-sas novas arenas e eles são mais elevados. É preciso

uma diversifi cação de re-ceitas para que o pú-

blico de baixa renda não seja excluído

dos estádios”,

afi rmou o ministro.Rebelo lembrou que o go-

verno federal distribuiu 48 mil ingressos da Copa do Mundo para alunos de escolas públi-cas brasileiras participantes do programa Mais Educação e outros 2 mil bilhetes para comunidades indígenas por meio da Funcação Nacional do Índio (Funai) e do Comi-tê Intertribal. “Nosso maior desafi o é depois da Copa. Excluir a população de baixa renda vai contra a natureza do futebol brasileiro, que é de projeção da igualdade”, disse o ministro.

O secretário nacional de Fu-tebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimen-to, também

falou a respeito. “O governo tem a preocupação de que não haja uma elitização das arenas. Algumas delas estão simplesmente trazendo para o Brasil o modelo europeu e implantando. Não acredita-mos que esse seja o caminho adequado”, explicou.

Segundo Nascimento, hou-ve aumento do preço dos in-gressos logo depois da Copa das Confederações, mas de 1 ano para cá eles baixaram. O público dos novos está-dios também tem aumenta-do. “Vamos acompanhar se, depois da Copa do Mundo, os bilhetes vão continuar nes-ta tendência de baixar. O Brasil não é a Inglaterra, a França. Somos diferentes. A

população de baixa renda tem uma importância

muito grande para o nosso futebol”, pontuou o se-cretário.

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Ministro do Esporte, Aldo Rebelo disse que já houve reunião com gestores de novas arenas e clubes para negociar medidas

Se todas as entradas forem vendi-das, o Mundial do Brasil vai supe-rar, em público, o da Alemanha em mais de 72 mil pessoas

custo de manutenção des-sas novas arenas e eles são mais elevados. É preciso

uma diversifi cação de re-ceitas para que o pú-

blico de baixa renda não seja excluído

dos estádios”,

renda vai contra a natureza do futebol brasileiro, que é de projeção da igualdade”, disse o ministro.

O secretário nacional de Fu-tebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimen-to, também

O público dos novos está-dios também tem aumenta-do. “Vamos acompanhar se, depois da Copa do Mundo, os bilhetes vão continuar nes-ta tendência de baixar. O Brasil não é a Inglaterra, a França. Somos diferentes. A

população de baixa renda tem uma importância

muito grande para o nosso futebol”, pontuou o se-cretário.

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Rússia quer aprender com o Brasil a ‘fazer’ CopaRússia vai receber o Mundial em 2018 e quer detalhes quanto a integração montada pelos órgão de defesa do consumidor

O Brasil vai apresen-tar à Rússia deta-lhes do esquema de integração monta-

do pelos órgãos de defesa do consumidor para atendi-mento do turista consumidor durante a Copa do Mundo. Segundo a secretária nacio-nal do Consumidor, Juliana Pereira da Silva, como será sede do próximo Mundial, em 2018, a Rússia quer saber como o Brasil se organizou para fazer o atendimento a esse tipo de turista.

“Tem que pensar na multi-plicidade cultural dos turistas que serão recebidos”, disse Juliana, em entrevista no Cen-tro Aberto de Mídia, no Forte de Copacabana. Ela destacou que os dois países têm em comum um território grande e um idioma “peculiar”. “Aqui neste continente (América do Sul), só nós falamos portu-guês. Lá, se fala russo. Até

isso a gente discutiu”.Juliana ressaltou que o tu-

rista que vem para o Mundial é muito especializado. “A Copa tem dois grandes públicos: os turistas que adoram a Copa e vão acompanhá-la em qualquer lugar e os tu-ristas executivos, os grandes patrocinadores, os organiza-dores, a mídia internacional. Todo esse legado brasileiro os russos pediram para com-partilhar com eles.”

A discussão do tema Pro-teção do Consumidor Turista interessa ao Brasil e, por isso, o governo brasileiro apresen-tou, em abril, durante confe-rência, em Haia, na Holanda, uma proposta sobre o assunto e mostrou o quanto o turista de hoje é global. Depois da conferência, o Brasil recebeu o convite do governo russo. Juliana Pereira informou que o governo brasileiro já está desenvolvendo esse tipo de

debate com a China e com ou-tros países da América Latina. “Por isso, o nosso legado aqui vai ser compartilhado com ou-tros países.”

Na entrevista, a secretária avalou o funcionamento do esquema de atendimento ao turista consumidor, que come-çou a ser estruturado com os Procons estaduais 15 meses antes da Copa, mas o balanço só vai ser divulgado após o fi m do Mundial.

Juliana citou dois casos que, segundo ela, foram resolvidos em pouco tempo, graças à integração dos órgãos en-volvidos no planejamento. O primeiro envolveu turistas da Colômbia que contrataram a Tesoro Tours, empresa colom-biana credenciada pela Fifa. Em Mato Grosso, a questão fi cou emblemática porque a empresa pagou por um núme-ro menor de vagas que o de turistas e cerca de 250 não tinham onde fi car. A situação foi normalizada após enten-dimento entre a empresa e a Fifa. “A informação que nós temos, até o momento, é que há um consórcio entre a pró-pria agência e a Fifa, pagando todos os hotéis para que os turistas sejam bem assisti-dos”, disse a secretária.

O outro problema foi com torcedores mexicanos que contrataram um voo charter com a empresa norte-ame-

ricana Dinamics, mas fi caram retidos no aeroporto do Recife. “Era uma agência de serviços que estava irregular no Brasil. Mesmo assim, todo trabalho foi feito para sanar o pro-blema”, ressaltou Juliana. De acordo com ela, nos dois casos, foram acionados os órgãos de defesa dos dois países, que atuaram em conjunto com os correspondentes brasileiros.

Apesar de ainda não ter o fechamento do número de atendimentos feitos pe-los esquemas de defesa do consumidor desde o início da Copa, a secretária disse que a maioria eram pedidos de informações sobre retirada de ingressos, acessibilidade e deslocamento dos estádios e das arenas.

A secretária comentou ain-da que o aumento do preço das diárias de hotéis verifi -cado antes do início do tor-neio acabou se revertendo.

De acordo com ela, com a especulação, pediu-se à rede hoteleira que apresentasse notas fi scais referentes aos períodos de alta temporada. “A partir das notifi cações, de maneira inteligente, o setor hoteleiro começou a recuar um pouco da especulação do período pré-Copa”.

Juliana Pereira acrescentou que foram abertas averigua-ções e que alguns casos ain-da estão sendo investigados pela secretaria. “O hotel em que fi car comprovado aumen-to de preços do além do razoável, do ponto de vista econômico, pode ser autua-do”, explicou a secretária. Se-gundo ela, diminuiu o número de reclamações sobre esse tipo de abuso e começaram a surgir promoções em algu-mas cidades, por causa da baixa taxa de ocupação ho-teleira, com o cancelamento de eventos executivos.

INFORMAÇÕESRussos querem infor-mações detalhadas sobre as medidas de defesa de consumidor implementadas durante a Copa do Mundo e que inibiram que algumas situações de exploração fossem evitadas

Segurança no Maracanã falhouRelatórios produzidos pelo

Grupamento Especial de Poli-ciamento em Estádios (Gepe) da Policia Militar (PM) mos-tram falhas na segurança do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, durante jogos da Copa do Mundo. Os documentos foram divulgados pelo Ministé-rio Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ).

Os documentos mostram, in-clusive, que pessoas armadas entraram no estádio sem ser incomodadas, nos jogos entre a Argentina e a Bósnia, no dia 15 de junho, e entre o Chile e a Espanha, no dia 18.

“As revistas apresentaram vá-rias falhas, permitindo que gar-rafas, latas, líquidos diversos e pessoas armadas entrassem no estádio sem ter sua identidade e o competente porte de arma verifi cados. Tal fato foi cons-tatado em razão de policiais militares do Gepe terem sido

abordados por policiais de folga, já no interior do estádio, que solicitavam informações sobre possível acautelamento de ar-mas”, diz um dos relatórios.

Conforme a PM, os policiais

de folga que estavam armados dentro do estádio disseram que não foram abordados pelos se-guranças privados e que os de-tectores de metal do Maracanã não estavam funcionando.

O problema não foi relata-do nos dois jogos seguintes (Bélgica x Rússia, no dia 22, e França x Equador, no dia 25), mas voltou a ocorrer no jogo das oitavas de fi nal, na partida entre Colômbia e Uruguai, no dia 28 de junho.

Ainda segundo os relatórios, não existe controle sobre a au-tenticidade dos ingressos nas primeiras entradas do Maraca-nã, o que permitiu que pessoas com bilhetes falsos invadissem o estádio e praticassem furtos. O número de vigilantes também foi considerado insufi ciente para controlar a entrada dos torcedores.

Foi relatado ainda a entrega de garrafas e latas de bebida aos torcedores nos bares do Maracanã, em vez de fornecer apenas a bebida em um copo descartável. Problemas com torcedores embriagados foram registrados em alguns jogos.

RELATÓRIO

SEM CONTROLEOs detectores de metal do estádio falharam e pessoas armadas conseguiram entrar nas dependências do Maracanã, durante a realização de partidas, sem que fossem abor-dadas pela segurança

O estádio do Maracanã receberá o jogo da fi nal da Copa do Mundo no próximo dia 13 de julho

RICARDO OLIVEIRA

DIVULGAÇÃO

Setor de hotelaria teve que se adequar a valores tabelados

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