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    PLANEJAMENTO E CONTROLE DA

    PRODUO NA INDSTRIA DEBORRACHA VOLTADA PARA AMINERAO - UM ESTUDO DE CASO

    Geraldo Cardoso de Oliveira Neto (UNINOVE)[email protected]

    Luiz Eduardo de Carvalho Chaves (UNIP)[email protected]

    Jos Benedito Sacomano (UNIP)[email protected]

    As mudanas do cenrio socioeconmicos tem evoluido acentuamenteapartir da dcada de setenta, com o surgimento da manufatura enxuta.

    Assim as empresas comearam a adotar critrios rigorosos deavaliao do mercado, principalmente por que deixou de ser regido

    pela oferta e no mais pela demanda. O Planejamento e Controle daProduo vem se adaptando s necessidades de atendimento aosclientes que passaram a exigir responsividade, agilidade ecustomabilidade. importante relatar, que no Brasil tanto as prticasde Planejamento e Controle da Produo quanto a respectiva teoriamantm uma defasagem razovel em relao as econmias centrais, noque diz respeito chegada do aparato terico e tambm a aplicao detcnicas complementares s respectivas modalidades de abordagem damanufatura. A empresa de fabricao de borracha de pequeno porte

    percebeu a necessidade de implementar o Planejamento e Controle daProduo de maneira estratgica para o atendimento as necessidadesdos clientes em meados de 2009, considerada tardia por parte dosautores e consultores, at esse perodo somaram-se a perca de 500clientes por deficincia no atendimento. Portanto esse artigo objetiva

    mostrar a estruturao dos setores, suas inter-relaes e o fluxoprodutivo do Planejamento e Controle da Produo na Indstria deArtefatos de Borracha que fornece para o setor de Minerao. Almdisso, contribuir com a lacuna existentes nas bibliografias sobre oassunto e na prtica organizacional frente ao segmento pesquisadoalmejando orientar os empresrios a fim de no adiar tal atitude. Emespecfico apresenta-se- a classificao da estratgia de manufaturarelacionada ao sistema de produo, afim de evidenciar a maneira

    pelo qual a empresa estruturou a estratgia de atendimento aomercado.

    Palavras-chaves: Planejamento e Controle da Produo; Industria deartefato de Borracha; Minerao; Estratgia da Manufatura.

    5, 6 e 7 de Agosto de 2010

    ISSN 1984-9354

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    Energia, Inovao, Tecnologia e Complexidade para a Gesto SustentvelNiteri, RJ, Brasil, 5, 6 e 7 de agosto de 2010

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    1. Introduo

    O Planejamento e Controle da Produo (PCP) nas ultimas dcadas, e at mesmo

    considerando o sculo XX, teve uma evoluo muito acentuada, tanto em termos cronolgicos

    como se olharmos as mudanas paradigmticas que ocorreram nesse perodo.

    Na dcada de 50 e 60, o PCP, considerado convencional, por se limitar apenas sparedes internas da fbrica e empurra a produo, em 1970 Joseph Orlick nos EUA,

    desenvolve o MRP (Material Requeriment Planning), que evolui para o MRP II

    (Manufacturing Resourse Planning), cujas principais caractersticas esto na determinao do

    Plano Mestre de Produo (PMP) que detalham tempos, materiais e classificao de itens pais

    e filhos. O MRP II tornou-se um padro importante no PCP, tendo esse evoludo para os

    sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), que suporta as atividades dos diversos

    processos de negcios que se desenvolviam nas empresas, devido globalizao e novasformas de organizar o trabalho. A partir da, o paradigma de puxar a produo, focadas as

    necessidades de mercado impe um ambiente Just In Time, com reduo de desperdcios, lay

    out celular, operador multifuncional, set up reduzido e qualidade total.

    Nessa evoluo, j possvel determinar as metas de produo, principalmente

    voltadas s necessidades dos clientes de maneira puxada, surge ento o CONWIP (constant

    work-in-process), que um sistema hbrido, podendo trabalhar de maneira puxada e

    empurrada, tambm surgiu na segunda metade da dcada de 70 o OPT (Optimized

    Production Tecnology) ou teoria das restries, cuja principal preocupao na ateno aos

    gargalos a fim de melhorar o desempenho organizacional.

    Godinho (2004) relata sobre as mudanas paradigmticas - Manufura gil,

    Customizao em Massa, Manufatura Responsiva, Manufatura Enxuta e Manufatura em

    Massa Atual, classificadas atravs de quatro elementos: os direcionadores de mercado que

    possibilitam, requerem a implementao de um determinado Paradigma Estratgico da Gesto

    da Manufatura (PEGEM), os princpios que fundamentam e norteiam um PEGEM, os

    capacitadores que representam as ferramentas, tecnologias e metodologias a serem

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    empregadas em cada PEGEM e os objetivos de desempenho da produo a fim de atingir

    objetivos pr-estabelecidos.

    Neste artigo apresenta-se como objetivo geral as etapas do Planejamento e Controle da

    Produo de Produtos de Artefatos de Borracha voltados minerao e proporcionar s partes

    envolvidas um maior conhecimento de sua cadeia. O que justifica tal estudo a falta de

    informao nestes segmentos quando em atividades conjuntas. Os autores conhecem vrias

    empresas de borracha que fornecem para a minerao e atuam ativamente no mercado

    asseveram que o conhecimento isolado nesse segmento, mas que iro dar subsdios para que

    se conhea o funcionamento do PCP desta grande engrenagem.

    Em especfico ser classificada a estratgia de manufatura relacionada ao sistema de

    produo em uma indstria de borracha fornecedora para o segmento de minerao, alm de

    compartilhar conhecimentos sobre Minerao e Borracha e no final apresentar-se- um

    modelo que mostra a importncia da fabricao de artefatos de borracha para a minerao.

    2. Referncias bibliogrficas

    2.1. A estratgia de manufatura relacionada ao sistema de produo

    Antes de apresentar os conceitos, as atividades e os sistemas de PCP, imprescindvel

    conhecer a estratgia da produo que sustenta o planejamento estratgico, que est

    literalmente ligado ao atendimento s necessidades dos clientes.

    Conforme Maccarthy e Fernandes (2000), baseado na necessidade do cliente

    necessrio estabelecer o ambiente apropriado. Os ambientes de manufatura so: make to stock

    ( produo para o estoque), assembly to order (montagem sob encomenda), make to order

    (fabricao sob encomenda) e engineering to order (projeto sob encomenda). Conforme

    Martins e Laugeni (2005) so esclarecidos:- Make to stock: So produzidos produtos padronizados baseados em previses de demanda e

    nenhum produto customizado produzido. Apresentam a vantagem da rapidez na entrega dos

    produtos, mas geram altos nveis de estoque.

    - Assembly to order: Ocorre sempre que as empresas conhecem os subconjuntos, mas o

    produto final configurado pelo cliente. Costuma-se estocar os subconjuntos, montando na

    solicitao.

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    - Make to order: O produto final desenvolvido a partir dos contatos com o cliente e os

    prazos de entrega costumam ser longos, pois os produtos costumam ser projetados ao mesmo

    tempo que esto sendo produzidos.

    - Engineering to order: O projeto, a produo de componentes e a montagem final so feitos a

    partir de decises do cliente. Este como se fosse uma extenso do make to order.

    Godinho (2004) relata que aps classificar resposta a demanda, conforme os sistemas

    apresentados, possvel identificar quais os Paradigmas Estratgicos da Gesto de

    Manufaturas (PEGEMs) esto associados e os nveis de repetitividade. Essa anlise

    importante para definir o tamanho e os tipos de lead time dos sistemas de produo (portanto

    define-se tambm o tempo de resposta a tais sistemas). Segundo Martins e Laugeni (2005),

    de suma importncia a integrao do PCP estratgia de manufatura havendo a necessidade

    de estabelecer relao entre os objetivos ganhadores de pedidos, ou critrios competitivos.

    Portanto, as decises tomadas pelo/ no sistema de PCP afetam a competitividade da empresa e

    repercutem no desempenho percebido pelo cliente. Essas decises referem-se s atividades

    bsicas de planejar e controlar e podem ser caracterizadas conforme o Quadro 1.

    Decises Caracterizao Caracterizao Caracterizao CaracterizaoHorizonte dePlanejamento

    Longo Prazo Mdio Prazo Curto Prazo

    Perguntas O qu Quando Quanto Com qu

    Ambiente de manufatura Make to Stock Make to Order Assemble to Order Engineering to Order

    Operao do sistema Gerenciamento e

    controle da demanda

    Planejamento e controle

    dos recursos internos

    Planejamento e controle

    dos recursos externos

    Quadro 1. Modelo de integrao do sistema de PCP estratgia de manufatura (fonte: Martins e Laugeni(2005) apud. PEDROSO, M.C (1996).

    A seguir sero esclarecidos o relacionamento entre os PEGEMs e os nveis de

    repetitividade dos sistemas de produo conforme Godinho (2004):

    - Manufatura em Massa Atual (MMA) est relacionada ao nvel de repetitividade produo

    em massa, uma vez que este PEGEM tem o objetivo ganhador de pedido a produtividade e

    portanto, trabalha com altos volumes de produo, nenhuma diversidade e baixa/mdia

    diferenciao, que est relacionada com a poltica de make to stock (fabricao para estoque).

    - Manufatura Enxuta (ME) tambm pode trabalhar com nvel de repetitividade de produo

    em massa, porm o foco desse PEGEM so os sistemas repetitivos, e esse tem como objetivo

    a flexibilidade de curto prazo, deseja uma alta diferenciao permitindo tambm ao menos

    uma pequena diversidade. Este PEGEM no indicado para alta diversidade, que est

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    relacionada com a poltica de produo para o estoque, inferiores ao MMA, outras vezes,

    tambm associadas a assembly to order (montagem sob encomenda) e make to ordem 1

    (fabricao sob encomenda), que podem tentar a reduo de estoques.

    - Manufatura responsiva (MR) a mais indicada para tratar a diversidade, uma vez que o

    objetivo engloba a alta variedade de coisas distintas como ganhador de pedidos, est

    associada ao nvel de repetitividade semirrepetitivo a qual envolve uma mdia diversidade e

    uma alta diferenciao, mas possvel que trabalhe em ambientes repetitivos e no

    repetitivos, utiliza-se de polticas assembly to order (montagem sob encomenda) e make to

    ordem 1e 2 (fabricao sob encomenda), pois a poltica de produo para estoque em sistema

    com alta diversidade muito custosa.

    - Customizao em Massa (CM) e Manufatura gil (MA) tambm esto relacionadas a nveis

    baixssimos de repetitividade (sistemas semirrepetitivos, no repetitivos e grandes projetos),

    os objetivos s podem ser alcanados em ambientes com baixos graus de repetitividade.

    Portanto, os objetivos ganhador de pedido so customabilidade e agilidade, esto associados a

    alta diversidade com poltica assembly to order (montagem sob encomenda), make to order 1e

    2 (fabricao sob encomenda) e Engineering to Order (engenharia sob encomenda).2.2. Planejamento e Controle da Produo

    Neste tpico apresentar-se- a conceituao, as atividades e os sistemas de PCP.

    Segundo Zaccarelli (1979), a programao e controle da produo (PCP) consistem,

    essencialmente, em um conjunto de funes inter-relacionadas que objetivam comandar o

    processo produtivo e coorden-lo com os demais setores administrativos da empresa, onde a

    necessidade da programao e controle da produo surge quando a produo deixa de ser

    realizada em regime artesanal assumindo uma especializao do trabalho edepartamentalizao. Torna-se ento necessrio comunicar aos departamentos produtivos

    quais operaes devem ser executadas em cada dia para resultar nos produtos finais

    desejados.

    Os sistemas de Planejamento e Controle de Produo so sistemas que provm

    informaes de diversas reas do sistema de manufatura, e suportam o gerenciamento eficaz

    do fluxo de materiais, da utilizao da mo de obra e dos equipamentos, coordenao das

    atividades internas, passando a ser agente para a integrao da produo. Sacomano e Fusco(2007) definem produo como um processo atravs do qual bens ou servios so gerados por

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    meio de transformao de recursos. Tais sistemas so constitudos de entradas, processo de

    converso e sadas (Figura 1).

    Figura 1: Esquemas dos sistemas de produo (Fonte: Sacomano e Fusco, 2007)

    Conforme Sacomano e Resende (2000), as atividades do PCP devem ser executadas

    seguindo uma ordem:

    1) Previso de demanda - as anlises das futuras condies de mercado e previso da

    demanda futura so da maior importncia para a elaborao do Planejamento de Longo Prazo.

    Mesmo em indstrias que fabricam produtos sob encomenda, onde no se faz nenhum estudo

    formal de previso de demanda, a alta direo pode fazer conjecturas sobre o estado da

    economia e seu impacto nos negcios futuros da empresa.

    Segundo Buffa & Sarin (1987), as previses de demanda podem ser classificadas em

    Curto Prazo: esto relacionadas com a programao da produo e decises relativas ao

    controle do estoque, Mdio Prazo: o horizonte de planejamento varia aproximadamente de

    seis meses a dois anos e Longo Prazo: o horizonte de planejamento se estende

    aproximadamente h cinco anos ou mais e auxilia decises de natureza estratgica, como

    ampliaes de capacidade, alteraes na linha de produtos, desenvolvimento de novos

    produtos etc. Aps estudar a previso da demanda necessrio estabelecer o planejamento.

    2) Planejamento de Recursos de longo prazo - feito pela alta administrao, com a

    finalidade de fazer previso dos recursos necessrios (equipamentos, mo de obraespecializada, capital para investimentos em estoque), que geralmente no so passveis de

    aquisio no curto prazo.

    3) Planejamento agregado de produo - estabelece nveis de produo, variao de

    tamanho de equipe de trabalho, tempo extra e tempo ocioso, variao de nveis de estoque,

    aceite de pedidos para atendimento futuro e utilizao da capacidade. O horizonte do Plano

    Agregado de Produo pode variar de 6 a 24 meses, dependendo da atividade industrial.

    4) Planejamento mestre da produo - O Planejamento Mestre da Produo (PMP) ocomponente central da estrutura global, gerado a partir do plano agregado de produo,

    Entradas

    RecursosMateriaisDadosEnergia

    CustosVariveis

    Processo deConverso

    TransformaoMquinasInterpretaoHabilidade

    Custos Fixos

    Sadas

    Produtos teisBensConhecimentoServios

    Receitas

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    desagregando-o em produtos acabados, guiar as aes do sistema de manufatura no curto

    prazo, estabelecendo quando e em que quantidade cada produto dever ser produzido dentro

    de certo horizonte de planejamento e exige uma avaliao das necessidades de mo de obra,

    equipamentos e materiais para cada tarefa a realizar.

    5) Planejamento de materiais a atividade atravs da qual feito o levantamento

    completo das necessidades de matrias para a execuo do plano de produo. A partir das

    necessidades vindas de lista de materiais, das exigncias impostas pelo PMP e das

    informaes vindas do controle de estoque (itens em estoque e itens em processo de

    fabricao), procura-se determinar quando, quanto e mais materiais devem ser fabricados e

    comprados.

    6)Planejamento e controle da capacidade - a atividade que tem como objetivo calcular a

    carga de cada centro de trabalho para cada perodo futuro, visando prever se o cho de fbrica

    ter capacidade para executar um determinado plano de produo para suprir uma

    determinada demanda de produtos e servios.

    7) Programao e sequenciamento da produo a atividade de programao que

    determina o prazo das atividades a serem cumpridas, ocorrendo em vrias fases das atividadesde planejamento da produo. De posse de informaes tais como: disponibilidade de

    equipamentos, matrias-primas, operrios, processo de produo, tempos de processamento,

    prazos e prioridades das ordens de fabricao; as ordens de fabricao podero ser

    distribudas aos centros produtivos onde ser iniciada a execuo do PMP. Segundo Martins

    (1993), os objetivos da programao e sequenciamento da produo so: aumentar a

    utilizao de recursos, reduzir o estoque em processo e reduzir os atrasos no trmino dos

    trabalhos. Para Resende (1989), a programao acontece em duas fases: programao nonvel de planejamento da produo e programao no nvel de Emisso de Ordens.

    8) Controle da produo e materiais - tem como objetivo acompanhar a fabricao e

    compra dos itens planejados, com a finalidade de garantir que os prazos estabelecidos sejam

    cumpridos. Fernandes (1991) comenta que o Planejamento da Produo est relacionado: o

    que produzir, comprar e entregar; quanto produzir, comprar e entregar; quando produzir,

    comprar e entregar e quem e/ou como produzir.

    Aps compreender as atividades de PCP, necessrio elaborar um sistema de

    planejamento e controle da produo, o qual dever estar em consonncia com as estratgias

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    globais da organizao, buscando uma perfeita interao com os demais sistemas da empresa.

    O objetivo maior o cumprimento das metas previamente acordadas. Existem alguns mtodos

    nos quais os sistemas de planejamento podem e devem ser fundamentados entre eles, MRP II,

    JUST IN TIMESistema Toyota de Produo e OPTOptimized Production Techology ou

    TOC ( Theory of ConstraintsTeoria das Restries), mas, neste artigo, ser evidenciado o

    MRP II.

    MRP II Manufacturing Resources Planning- surgiu no incio dos anos 80 que tomava

    como base o conceito de clculo de necessidades, que permite o clculo das quantidades e dos

    momentos em que so necessrios os recursos de manufatura, ou seja, materiais, mo de obra,

    equipamentos etc.; tudo isso objetivando baixo estoque x eficincia na entrega. O MRP II

    dispara ordens de produo de acordo com o cronograma da fabricao dos produtos finais.

    As necessidades dos componentes so calculadas a partir dos produtos finais, ou seja, feita a

    chamada exploso dos produtos finais.

    2.3. Minerao e Borracha

    Minerais so substncias de origem inorgnica e natural que ocorrem na natureza no

    estado slido, com uma composio qumica definida e uma estrutura interna de tomos naforma de arranjo geomtrico, Alecrim (1982). Da sua explorao retiramos o ouro, ferro,

    mangans, etc. e este segmento chama-se minerao.Conforme Wikipdia minerao, 2008, a

    vida de uma explorao mineira (mina ou pedreira) composta por um conjunto de etapas que

    se pode resumir a: desmonte do minrio, remoo do minrio, fragmentao primria,

    granulao, moagem, desmonte, concentrao, que o produto final. Uma observao que

    em todas as fases existem inmeros produtos que so produzidos pela indstria de Artefato

    de Borracha.Para a fabricao de um artefato de borracha, em princpio deve-se seguir uma

    especificao ou norma (ABNT, ASTM, etc.), mas muitas vezes, informaes tcnicas sobre

    o produto e sua aplicao, as condies a que vai ser exposta, o interperismo, abrasividade,

    uma amostra do produto, enfim, informaes que possam levar o qumico a formular

    adequadamente. Um artefato de borracha a unio de diversos produtos qumicos, orgnicos,

    inorgnicos, minerais, ativos, cidos, bsicos, solvente, polares, apolares, etc., ou seja, eles

    devem ser escolhidos de modo a serem perfeitamente compatveis e processveis para quehaja uma interao entre os produtos da formulao. Todos os produtos da formulao so

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    classificados da seguinte forma:Elastmeros, Cargas, Plastificantes, Auxiliares de processo,

    Corantes, Agentes de proteo, Ativadores, Agentes de vulcanizao, Aceleradores,

    Inibidores, Regenerados e Outros.

    Os artefatos de borracha, que so utilizados na minerao, so de tamanhos diversos,

    somente de borracha ou com incertos metlicos, tecidos ou polietilenos. A sua aplicao

    muito variada, sendo empregados para resistncia a abraso, peneiramento, interperismo,.

    amortecedor, resistncia a impactos e outros.

    3. Estudo de Caso

    3.1. Metodologia

    Os procedimentos metodolgicos utilizados no desenvolvimento do presente trabalho

    so de categoria exploratria e descritiva de natureza qualitativa em mtodo do estudo de caso

    em uma indstria de borracha, dentro do segmento de Minerao. Gil (2002) relata que a

    categoria da pesquisa exploratria tem como objetivo principal o aprimoramento de idias ou

    a descoberta de intuies de maneira flexvel que possibilita a considerao dos mais variados

    aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a)

    levantamento bibliogrfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experincias prticas

    com o problema pesquisado; e (c) anlise de exemplos que estimulem a compreenso.Em

    relao natureza metodolgica, Oliveira (1999) enfatiza que existem duas tipologias bsicas:

    a quantitativa e a qualitativa. O mtodo do estudo de caso, segundo Fachin (2003),

    caracterizado por ser um estudo em loco, leva-se em considerao, principalmente a

    compreenso, como um todo, do assunto investigado.

    3.2. Apresentao da empresa

    A Pentec Industrial pioneira e lder em tecnologia antidesgaste no Brasil, alm de

    consolidar os produtos de linha, aprimora-os e desenvolve novos produtos, mantendo em seu

    plantel um departamento de Engenharia e Assistncia Tcnica a altura dos seus 35 anos de

    experincia. Todo seu processo produtivo rastreabilizado e 100% acompanhado pelo

    Planejamento e Controle da Produo (PCP).

    Inicialmente ser esclarecido que tipo de produo utilizada, seu ambiente, ou seja, a

    resposta demanda e aps, identificar quais os Paradigmas Estratgicos da Gesto de

    Manufaturas (PEGEMs) e seu nvel de repetitividade, depois ser apresentada a estrutura

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    departamental da empresa pesquisada, sua hierarquia no plano de produo, produtos diversos

    com o objetivo de ter uma idia da grandeza deste segmento e suas dificuldades.

    3.3. Classificao da estratgia de manufatura relacionada ao sistema de

    produo

    1.A resposta demanda do ambiente de manufatura fabricar sob encomenda (Make to order

    ) porque o produto final desenvolvido a partir dos contatos com o cliente e os prazos de

    entrega costumam ser longos dependendo do produto, pois os produtos costumam ser

    projetados e depois produzidos.

    2.O horizonte de planejamento mdio, a maior pergunta : quando produzir? Porque a

    maior preocupao com o prazo de entrega, e a operao do sistema consiste no

    planejamento e controle dos recursos internos.

    3.Sobre os Paradigmas Estratgicos da Gesto de Manufaturas (PEGEMs), a empresa

    pesquisada classificada como: Customizao em Massa (CM) e Manufatura gil (MA), pois

    a fabricao personalizada e de acordo com um projeto especfico e para tal, a matria-

    prima comprada para cada pedido. Dentro deste contexto, a produtividade se torna um

    diferencial, colocando o prazo de entrega como um fator de satisfao do cliente. Portanto, os

    objetivos ganhador de pedido so customabilidade e agilidade.

    4.Sobre os nveis de repetitividade possvel afirmar que tambm est relacionada a nveis

    baixssimos de repetitividade (sistemas semirrepetitivos, no repetitivos e grandes projetos),

    os objetivos s podem ser alcanados em ambientes com baixos graus de repetitividade.

    Porque o mix de produtos alto com muita troca no processo e poucos produtos em grande

    quantidade.

    3.4 Processo de cotao e compras:

    A empresa em questo dispe em seu quadro funcional de um grupo de profissionais

    treinados e capacitados para atender as demandas dos clientes para peas de desgaste

    fabricadas em borracha. Cerca de 90% de nossos negcios so realizados com mineradoras,

    siderrgicas, pedreiras e cimenteiras em todo territrio nacional.

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    A equipe de vendas composta por 57 profissionais distribudos em gerentes de contas

    (key accounts), representantes regionais, consultoras de vendas (telemarketing), analistas de

    mercados (elaborao de estatsticas), engenharia de aplicao de produto (desenvolvimentos)

    e assistncia tcnica (ps-venda). Os oramentos elaborados na empresa tm a seguinte

    origem: solicitaes diretas dos clientes e solicitaes da equipe de campo (gerentes de contas

    ou representantes).

    Aps identificar o item que melhor atende aos pr-requisitos contidos nestas

    solicitaes, aberto pelas consultoras de vendas um oramento de vendas onde esto

    identificados os clientes (com dados cadastrais completos), nome do requisitante (contendo

    telefone de contato e/ou e-mail), descrio do produto, quantidades, preo unitrio e total,

    impostos, condio de pagamento, garantia e validade da proposta.

    A proposta copiada ao gerente de contas/representante e enviada ao cliente onde

    passa a haver follow-up pela consultora de acordo buscando compreender se a proposta

    atendeu s expectativas tcnicas e comerciais requisitadas. As propostas perdidas so

    agrupadas e discutidas semanalmente em reunio especfica, buscando entender as causas e

    apresentar um plano de trabalho para que as falhas ou omisses sejam resolvidas.Os oramentos que recebemos e as ordens de compras dos clientes so transformados

    em pedidos de vendas e encaminhados ao PCP, que acompanhar todo o processo que cerca a

    produo at a expedio e em seguida serem encaminhados aos clientes. Trimestralmente

    realizada uma pesquisa de satisfao de clientes focada na disponibilidade, atendimento e

    qualidade.

    3.5. Planejamento e Controle da Produo

    No caso especfico deste trabalho, ser comentado como feita a Programao eControle da Produo da entrada do pedido a sada do produto. O sistema implantado e que

    mais se adapta empresa foi o MRP II. A sua implantao total est prevista para incio de

    2010. O processo de gerenciamento da produo com base na demanda do cliente, ou seja, o

    cliente faz o pedido e em cima deste pedido o PCP far toda a distribuio de documentao.

    Entre o Comercial e o PCP, o mesmo passa pela Engenharia. O fluxo do processo de

    fabricao se passa em 17 fases, conforme abaixo:

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    1. Comercial: O pedido de venda ser colocado no sistema pelo setor comercial, onde, sero

    negociadas todas as datas de entrega por item do pedido e que em primeiro instante dever ser

    respeitado pelo setor de produo.

    2. Abre Ordem de Produo por venda: O PCP abre as Ordens de ProduoPor Venda,

    analisa e abre todas as necessidades de produo geradas pelo setor Comercial. A ordem de

    produo o documento que inicia o processo de produo do produto, relacionando todos os

    componentes e as etapas de fabricao do mesmo. Outro aspecto importante elaborar o

    clculo de custo da produo e gerao das requisies dos materiais. Na gerao de OPs a

    partir dos pedidos de venda, possvel, atravs de parametrizao, gerar Ordem de Produo,

    solicitao de compras, ou nenhum dos dois, para os produtos que no possuem estrutura, mas

    estejam presentes no Pedido de Venda.

    Os tratamentos realizados so gravados no campo especfico, com a seguinte

    classificao: OP gerada normalmente, bloqueado por crdito e liberado posteriormente para

    gerao de OP, bloqueado com a OP gerada anteriormente, bloqueio por crdito. Neste caso, a

    OP no est gerada, Bloqueio de estoque porque a OP no foi gerada, pois a quantidade em

    estoque j se encontra na quantidade suficiente para a demanda e Liberada com a OP nogerada. Liberado aps bloqueio de crdito e OP no gerada por estoque.

    Caso o usurio opte por gerar Solicitaes de Compra e o produto pertencer a um

    Contrato de Parceria, quando o campo respectivo estiver em SIM, ser gerada uma

    Autorizao de Entrega, ao invs da Solicitao.

    3. Customizao na abertura de OP: Ser desenvolvido uma rotina neste procedimento que,

    caso seja identificado algum motivo pelo qual no ir gerar a Ordem de Produo o sistema

    identificar na tela para o usurio que, poder interferir abortando o processo e de acordo como motivo identificado pelo sistema e ajudar o mesmo. Essa etapa importante para analisar a

    disponibilidade ou, se existe alguma inconsistncia de estoque, dever ser feita de forma

    manual para que seja identificado se poder ser utilizado realmente este estoque ou no.

    4. Abre a Ordem de Produo por Venda

    5. Aglutinao: Depois de geradas todas as Ordens de Produo, ser necessrio utilizar a

    rotina de aglutinao de OPs para que sejam aglutinadas as Ordens de Produo de Massas.

    6. Customizao: Ser desenvolvida uma rotina para que sejam feitos os planejamentos das

    Ordens de Produes. Esta customizao ser necessria porque no existe uma quantidade

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    fixa desta necessidade diria, pois, caso existisse, poderamos utilizar a rotina de Ordens de

    Produo por lote econmico quebrando esta necessidade por lotes econmicos, porm a

    necessidade diria pode variar.

    7. Customizao Cadastro de Almoxarifado: Os almoxarifados nos sistemas esto

    amarrados de forma que se definam os tipos de produtos que podem ser movimentados em

    cada almoxarifado, no sendo possvel utilizar tipos de produtos em almoxarifados que no

    estejam cadastrados na amarrao.

    8. Tela negociao datas de entrega: Utilizadas diariamente nas reunies do setor comercial

    com o PCP.Na tela, fica a mostra, os pedidos de venda abertos com suas respectivas Ordensde Produo e com as datas previstas de entrega. Na necessidade de alterar a data de entrega,

    dever ser negociada entre o setor comercial e PCP. Ao informar na tela, ser chamado o

    pedido de venda para ser alterado. Os responsveis do pedido e comercial sero comunicados

    por e-mail para que informem o cliente.

    9. Nota de remessa para industrializao: As Ordens de Produes que so terceirizadas

    devero ser enviadas ao setor de compras para que possa ser feita a nota de remessa de

    industrializao.10. Retorno de remessa de industrializao: Ao retornar a nota de terceirizao, a mesma

    dever ser digitada no sistema, informando obrigatoriamente o campo OP no item de

    servio cobrado.

    11. Apontamento da OP terceirizada: Ao confirmar a entrada na nota de retorno de

    industrializao ser apresentada uma tela contendo a Ordem de Produo informada na nota

    de retorno e os itens empenhados da Ordem de Produo. possvel alterar as quantidades de

    acordo com a quantidade devolvida na nota fiscal de retorno. Confirmando, ser feito oapontamento automtico da Ordem de Produo consumindo a quantidade informada na tela

    customizada.

    12. Gerar solicitao de compraspor necessidade para Ordem de Produo: O sistema

    avalia o estoque do almoxarifado no ato da abertura da ordem de produo, para que sejam

    geradas solicitaes de compras automaticamente pela necessidade. Como se trabalha com re-

    suprimento de estoque por ponto de pedido, devemos considerar que as solicitaes geradas

    por esta rotina devem ser os menores possveis e quando geradas, devem ser bem avaliadas,

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    pois, caso aconteam porque ou aumentou muito a necessidade ou existem Ordens de

    Produes com quantidades erradas.

    13. Estoque: Os diversos armazns dos almoxarifados sero controlados pelos responsveis

    locais. Implantando requisio via sistema nos almoxarifados.

    14. As sadas do almoxarifado central da empresa sero feitas de duas formas: 1)

    Apropriao direta: Todos os produtos que forem possveis identificar onde sero utilizados

    ser feito por requisio, ou seja, caso seja requisitado para uma Ordem de Produo ou para

    um centro de custo dever ser informada a Ordem de Produo ou o centro de custo no qual

    ser aplicado e neste momento j baixando o estoque do produto requisitado gerando o custo

    diretamente no centro de custo para que seja rateado no fechamento de estoque ou

    diretamente da Ordem de Produo na qual est sendo utilizado. Caso seja devolvido algum

    produto de uso direto ao almoxarifado central, dever ser feita uma devoluo identificando o

    nmero da Ordem de Produo, o centro de custo que est devolvendo.

    2) Transferncia para o setor: Os produtos que devero manter estoque em setores de

    produes de produtos intermedirios (massas, PU), devero ser transferidos do almoxarifado

    central para o almoxarifado destes setores que so responsveis pelo controle dos saldos. Adevoluo de algum produto destes ao almoxarifado central dever ser feito por transferncia,

    para que volte a fazer parte dele novamente.

    15. Os apontamentos so feitos em duas fases: 1) Os produtos intermedirios devem ser

    apontados pelo setor responsvel, pois o mesmo responsvel pela quantidade produzida dos

    mesmos. 2) Os produtos acabados devem ser apontados, preferencialmente pelo setor

    responsvel pela produo, caso no seja possvel poder ser apontado pelo setor de PCP.

    16. Controle de Qualidade: A baixa e liberao so feitas somente pelos inspetores daqualidade e devidamente registradas na Ordem de Produo.

    17. Depois de liberado pela qualidade e PCP, a nota de Venda ser emitida pelo setor de

    expedio. O que se conclui que o PCP est presente diretamente ou indiretamente nas

    principais decises, como o que produzir, quanto produzir, quando entregar e quanto e o que

    comprar, pois se faz necessrio um gerenciamento minucioso para que as programaes e

    datas sejam cumpridas no prazo determinado. A sequncia da hierarquia Figura 2. demonstra

    claramente o nvel de cronograma mensal ou dirio.

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    Figura 2: Hierarquia dos planos de produo da indstria de artefatos de borracha (Fonte Adaptado peloautor de Corra, Gianesi & Caon (2007)

    Aps conhecer como funciona a rea comercial e o PCP que so as partes importantes

    na relao Minerao/fornecedor de produtos de borracha, a Figura 3 representa os processos

    gerenciais e sua inter-relao nesta empresa em estudo. Na realidade, este fluxograma a real

    departamentalizao da empresa e seus respectivos departamentos interagindo para uma

    melhor formao do todo.

    Figura 3: Fluxograma da empresa em estudo

    3.6. Dificuldades da Indstria de Artefato de Borracha

    Plano de Produo

    Planejamento Mestre da ProduoMPS Inicial

    MPS Final

    Programao de Produo

    Contrato anualComercial

    PCPGerente Industrial

    Mensal com revisosemanal

    PCP/Comercial

    Mensal com revisodiriaPCP/Produo/Comercial

    Vivel

    Longo prazo

    Mdio prazo

    Curto prazo

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    Produzir artefatos de borracha fora do eixo Rio-SoPaulo tem como maior dificuldade

    a logstica, pois os fabricantes e importadores esto naquela regio, portanto, se no tiver um

    sistema logstico bem controlado e acompanhado, acaba ocorrendo excesso de matria-prima

    ou sua falta no almoxarifado e em ambos os casos a empresa perde. Tambm, os fornecedores

    so empresas multinacionais ou nacionais de mdio ou grande porte, o que dificulta a

    negociao em termos de preo e/ou prazo. Outro fator complicador que a maioria dos

    melhores clientes so empresas grandes ou mdias e os fornecedores de artefatos de borracha

    so de pequeno porte, o que diminui em muito o poder de barganha junto aos clientes que

    acabam sufocando com preos baixos, prazos de entrega muito curtos, indo de encontro ao

    lema de que o melhor negcio aonde os dois lados ganham, ou seja, a to falada parceria

    no colocada muito em prtica.

    A mo de obra outro fator muito negativo, pois como os salrios no so altos, a mo

    de obra diretamente proporcional, necessitando ser treinada e muito bem acompanhada,

    devido a sua limitao, o que faz com que haja muita falha e refugo, principalmente por ser

    uma fabricao manual e com muitas etapas. A maioria das indstrias de borracha familiar e

    sem muita tradio em investimentos na rea de RH, equipamentos, sistemas de manutenoeficientes, consultorias e tem dificuldade de quebrar este paradigma. A empresa em estudo

    uma exceo neste universo de fornecedores de artefatos de borracha. O Mix de produtos

    muito grande e muitas vezes as diferenas so mnimas e, para agravar ainda mais, no h

    uma padronizao no fornecimento e com isso, todos perdem.

    4. Consideraes finais

    Este artigo de uma forma simples e objetiva mostrou uma estrutura real de uma

    indstria de artefato de borracha, com uma viso macro, como no caso da Figura 3, quemostra os processos gerenciais e com uma viso especfica quando detalhou a rea Comercial

    e o Planejamento e Controle da Produo, alm de apresentar as dificuldades da produo.

    Inicialmente os autores recorreram Figura 4, a fim de classificar a estratgia da

    manufatura que se relaciona com o sistema da produo, com o objetivo de mostrar os pontos

    chaves e suas inter-relaes que consiste em fabricao sob encomenda Make to order,

    planejamento de mdio prazo, com o foco no quando produzir, como PEGEMs, a

    Manufatura gil (MA) e Customizao em Massa (CM), com foco na customabilidade e

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    agilidade, os sistemas de resposta demanda so semirrepetitivos, no repetitivos e grandes

    projetos.

    Dando continuidade, em um segundo momento, o estudo de caso mostra o

    Planejamento e Controle da Produo em uma Indstria de Borracha, como se acompanha um

    pedido em todo o seu processo, bem como uma estrutura comercial e finalizando toda a

    estrutura gerencial. Este ponto servir para as duas partes envolvidas, a minerao olhar para

    seus fornecedores de artefatos de borracha no somente pelos seus produtos, mas pela sua

    estrutura e seu potencial. J os fabricantes de artefatos de borracha, podero utilizar como um

    guia geral, pois, tero de, no mnimo, ter uma estrutura bsica similar com a colocada neste

    trabalho e a exigncia ser maior de seus clientes.

    A proposta para estudos futuros deste trabalho a discusso sobre a cadeia destes

    segmentos, sua interao e um maior conhecimento das partes envolvidas. O fortalecimento

    desta cadeia de fornecimento depende necessariamente da interao da minerao e das

    indstrias de Artefatos de Borracha, ou seja, do grau de parceria atingido.

    Figura 4. Sistema global de administrao da produo (Fonte: Azzolini, 2004 e adaptado pelos autores)

    Referncias

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    Estratgia Competitiva

    MINERAO

    INDSTRIA DE ARTEFATO DE BORRACHA

    Avano quanto ao aprimoramento doProcesso de Gesto da produo

    rea de Deciso- Recursos Humanos (Treinamento, Experincia)- Gesto da Qualidade- Organizao

    Comercial PCP - MRPIIAmbiente e estratgia da Manufatura

    - Fabricao sob encomendaMake to Order- Planejamento de mdio prazo com o foco no quanto produzir

    - Sistemas semi repetitivos, no-repetitivos e grandesprojetos

    Paradigma do sistema produtivo- Sistema de fluxo programado que empurra a produo- Manufatura gil e Customizao em Massa

    Adequao dos Paradigmas- Em Qualidade- Em Flexibilidade- Em Custo- Em Variedade

    - Em Produtividade

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