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ADALTO FURLANETTO PLANEJAMENTO PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Criciúma, 2004

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ADALTO FURLANETTO

PLANEJAMENTO PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Criciúma, 2004

1

ADALTO FURLANETTO

PLANEJAMENTO PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Monografia apresentada à Diretoria de Pós-Graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, para a obtenção do título de Especialista em MBA de Gerência da Produção. Prof. Orientador: Msc. Dino Gorini Neto

Criciúma, 2004

2

AGRADECIMENTOS

A Deus,

por conceder a todos os seus filhos a capacidade infinita de realizar tudo o que lhes

foi imaginado, apesar de que muitas vezes não saibamos aproveitar da melhor forma

esta capacidade;

Aos meus pais e meus familiares,

pelo apoio constante, pelo suporte e conforto do lar em todos os momentos de

execução deste trabalho;

Ao orientador Dino Gorini Neto,

pelo conhecimento, clareza e disponibilidade demonstrados durante todas as etapas

de desenvolvimento deste trabalho;

Aos professores e funcionários da Diretoria de Pós-Graduação da UNESC,

pela oportunidade de aquisição e troca de conhecimento;

A todos,

que contribuíram de alguma forma para a conclusão de mais esta etapa em minha

vida.

3

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar os conceitos necessários para se entender de forma geral, o que é e para que serve o Planejamento Programação e Controle da Produção (PPCP). É um trabalho bibliográfico e que tem como fechamento às diretrizes para a estruturação do sistema de PPCP em empresas que não o possuem ou que o utilizam mas de forma informal. Realizou-se inicialmente uma pesquisa bibliográfica, buscando os conceitos individualmente de planejamento, programação e controle no âmbito da produção. Nesta fase procurou-se identificar e entender estas três ações dentro dos sistemas produtivos mais comuns utilizados nas empresas. De posse dessas informações e com base em outras teorias existentes desenvolveu-se, conforme mostra no capítulo quatro, um roteiro que permite a implantação e estruturação de um sistema de PPCP.

Palavras-chave: Planejamento da Produção, Controle, Programação, Cadeia Produtiva.

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SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................

1 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO.......................................................................

1.1 Conceito e Finalidade de Planejamento da Produção.........................................

1.2 Fases do Planejamento da Produção..................................................................

1.2.1 Previsão de Vendas .........................................................................................

1.2.2 Capacidade de Produção .................................................................................

1.2.3 Elaboração do Plano de Produção...................................................................

2 PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO .......................................................................

2.1 Conceito e Objetivos da Programação da Produção...........................................

2.2 Fases da Programação da Produção..................................................................

2.2.1 Emissão e Liberação de Ordens ......................................................................

2.2.2 Liberação da Produção ....................................................................................

2.3 Análise da Capacidade de Produção ..................................................................

3 CONTROLE E ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO........................................

3.1 Conceito de Controle da Produção .....................................................................

3.2 Finalidades ou Funções do Controle da Produção..............................................

5

3.3 objetivos e Fases do Controle da Produção........................................................

3.4 Métodos de Controle da Produção......................................................................

3.5 Tipos ou Níveis de Controle da Produção ...........................................................

4 ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE PPCP..........................................................

4.1 O Diagnostico Atual da Situação Referente ao PPCP ........................................

4.1.1 A Comunicação e o Relacionamento Entre as Áreas Com a Produção/PPCP

4.1.2 Os Dados da Produção e o Ambiente no Planejamento e Controle da

Produção...................................................................................................................

4.1.3 O PPCP Atual...................................................................................................

4.2 Estabelecimento de Objetivos Para a Estruturação do PPCP.............................

4.3 A Definição e Descrição dos Subsistemas Necessários .....................................

4.3.1 A Definição dos Subsistemas...........................................................................

4.3.2 A Descrição dos Subsistemas..........................................................................

4.4 A Informatização do Sistema de PPCP...............................................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................

REFERÊNCIAS.........................................................................................................

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LISTA DE SIGLAS

CP – Controle da Produção

CQ – Controle da Qualidade

MP – Matérias-primas

OC – Ordem de Compra

OM – Ordem de Montagem

OP – Ordem de Produção

OS – Ordem de Serviço

PA – Produtos Acabados

PCP – Planejamento e Controle da Produção

PMP – Plano-mestre de Produção

PP – Planejamento da Produção

PPCP – Planejamento Programação e Controle da Produção

RM – Requisição de Materiais

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Finalidades do planejamento da produção...............................................

Figura 2 – Subfatores que determinam a capacidade de produção ..........................

Figura 3 – Origem do planejamento-mestre da produção .........................................

Figura 4 – A influência dos sistemas de produção na elaboração do plano de

produção ...................................................................................................................

Figura 5 – O plano de produção para encomenda ....................................................

Figura 6 – O plano de produção contínua ou seriada ...............................................

Figura 7 – O fluxo de informações da programação da produção............................

Figura 8 – Hierarquização dos planos.......................................................................

Figura 9 – As finalidades da liberação da produção..................................................

Figura 10 – O controle como um processo cíclico.....................................................

Figura 11 – Os padrões de controle ..........................................................................

Figura 12 – Os principais métodos de CP.................................................................

8

INTRODUÇÃO

O sucesso e sobrevivência de uma empresa depende entre outros fatores

da eficiência com a qual produz seus produtos ou serviços. A falta de conhecimento

da área da produção, desde a venda do produto até as informações pertinentes ao

controle produtivo, pode resultar na ineficiência da empresa.

Assim sendo é necessário que as empresas trabalhem na busca

constante do aperfeiçoamento de seus sistemas de produção. Para isto é importante

que haja integração entre todas as áreas da empresa, onde cada uma conheça e

tenha liberdade de opinar nas ações das outras.

1.1 Origem do trabalho

As empresas surgem e normalmente crescem desordenadamente em

virtude de falta de planejamento e organização sistêmica. Na área produtiva

geralmente desenvolvem-se fluxos produtivos os quais por não serem definidos e

organizados como sistemas pecam no quesito eficiência e eficácia. Muitas vezes até

existem sistemas informais de razoável desempenho, mas enquanto não totalmente

organizados dificilmente alcançarão todo resultado que se é possível.

Dentro deste contesto, o trabalho pretende orientar no sentido de abordar

o Planejamento de Programação e Controle da Produção (PPCP) sob o ponto de

vista de um sistema de apoio ao fluxo e as áreas da produção. Também mostrará

9

que, através dele, se faz a ligação da produção com as áreas de vendas, finanças e

marketing das empresas.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Desenvolver uma seqüência ordenada de ações para a estruturação de

um sistema de planejamento, programação e controle de produção.

1.2.2 Objetivos específicos

- Buscar fundamentação teórica sobre planejamento, controle e programação da

produção;

- Detalhamento das ações a serem desenvolvidas durante a estruturação do

PPCP.

1.3 Justificativa

O planejamento, programação e controle da produção com a função de

fornecer informações e proporcionar feedback para comandar e controlar o sistema

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produtivo, torna possível uma minuciosa análise de toda a empresa, ao comparar o

planejado com o realizado.

Assim sendo, estas funções são muito importantes para que as empresas

sobrevivam no ambiente competitivo atual.

Este trabalho tende a contribuir para isto de forma teórica e também

prática. Na parte teórica, inicialmente está listado de forma ampla os concertos do

PPCP. E finalizando este trabalho, encontra-se um roteiro de aplicação prática da

estruturação do sistema de planejamento, programação e controle no fluxo

produtivo.

11

1 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO

Ao ser considerada como forma predominante de organização, o

planejamento da produção ocupa uma parte significativa das ciências que estudam

os processos produtivos. Fazer com que as empresas funcionem em sintonia é o

desejo dobrado daqueles que durante um ciclo de desenvolvimento trabalham

estruturando uma organização.

As empresas não trabalham sem ter um objetivo claro a cumprir. Este

objetivo deve ser planejado com base em uma previsão de vendas que não

ultrapasse a sua capacidade de produção. Com vista nestes dois fatores o

planejamento da produção trabalha com as máquinas, as matérias-primas e a mão-

de-obra, proporcionando um resultado de produção que alcance os objetivos da

empresa.

1.1 Conceito e Finalidade de Planejamento da Produção

Segundo pressupostos teóricos pesquisados, para que o processo

produtivo possua o sincronismo desejado, são necessárias as costuras entre os

conceitos de planejamento entre os setores. A comunicação franca intersetorial

vitaliza a capacidade organizacional por permear as informações desde o cliente até

o pós-venda.

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O planejamento da produção é o estabelecimento a priori daquilo que a empresa deverá produzir, tendo em vista, de um lado, a sua capacidade de produção e, de outro lado, a previsão de vendas que deve ser atendida. O PP é um conjunto de funções integradas que visam orientar o processo produtivo em função dos objetivos da empresa e dos recursos empresariais disponíveis (CHIAVENATO, 1990, p. 44).

Para Tubino (2000, p.25) “planejamento Estratégico da Produção:

consiste em estabelecer um plano de produção para determinado período (longo

prazo) segundo as estimativas de vendas e disponibilidade de recursos financeiros e

produtivos”.

Segundo Chiavenato (1990, p. 44) “a finalidade do planejamento da

produção é obter simultaneamente a melhor eficiência e eficácia do processo

produtivo. Em suma , o planejamento da produção procura definir antecipadamente

o que se deve fazer, quando fazer, quem deve fazer e como fazer”.

Figura 1 – Finalidades do planejamento da produção

O que fazer Produtos/Serviços

Quanto fazer

Capacidade de Produção

Quando fazer

Quem deve fazer Unidades de Produção/Assessoria

Como fazer Processos de Produção

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 45.

O Planejamento da Produção é uma previsão do que a empresa irá

produzir baseado na capacidade de produção da empresa e referente a uma

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previsão de vendas a ser atendida, tornando-se um conjunto de funções integradas

com o objetivo de orientar e coordenar o processo produtivo, integrando máquinas,

pessoas, matérias-primas e materiais. Na essência o planejamento da produção

define com antecedência o que, quando, quem e como se deve produzir.

1.2 Fases do Planejamento da Produção

As empresas são partes de uma sociedade e tem com ela, sobretudo, a

interna, um forte compromisso. Cada grupo organizado tem características próprias

quanto à missão, valores e ética, que constituem verdadeiros desafios.

Para Russomano (1979, p. 41) “como um organismo, o planejamento da

produção exerce um certo número de funções a fim de cumprir sua missão. Nem

sempre, entretanto, todas essas funções estão sujeitas à chefia de um só

departamento”.

Segundo este mesmo autor, podemos listar as seguintes funções do

planejamento da produção:

- planejamento e controle de estoques;

- emissão de ordens;

- programação das ordens de fabricação;

- movimentação das ordens de fabricação;

- acompanhamento da produção.

Segundo Chiavenato (1990, p. 46) o planejamento da produção obedece

as seguintes fases:

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a) Elaboração do plano de produção;

b) Programação de produção (máquinas, materiais e mão-de-obra);

c) Emissão de ordens de produção;

d) Liberação da produção.

Apresenta, ainda, os principais fatores determinantes do plano de

produção:

a) Previsão de vendas: que constitui a expectativa de vendas da empresa;

b)Capacidade de produção: que representa o potencial produtivo da

empresa;

c) Disponibilidade de Matérias-primas (MP) no mercado fornecedor;

d)Recursos Financeiros que a empresa tem a sua disposição para adquirir

matérias-primas e demais recursos para produzir.

No planejamento da produção existem algumas etapas a serem seguidas,

sendo a principal delas a elaboração de um plano de produção. O plano de

produção de uma empresa deve estabelecer o que a empresa deve produzir dentro

de um determinado período, geralmente é determinado pelo tipo de produto a ser

fornecido ou em outros casos se for produção sob encomenda, pelo tamanho do

fornecimento encomendado.

Dentro deste plano de produção ainda há três fatores determinantes a

serem trabalhados que são: a previsão de vendas, que irá estabelecer uma

expectativa de produção para a empresa; a capacidade de produção, que

estabelece o quanto à empresa pode produzir, e a disponibilidade de matérias-

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primas que são os subsídios brutos para a produção e que dependem do mercado

fornecedor.

1.2.1 Previsão de Vendas

A previsão de vendas dentro de uma empresa forma a base para o

planejamento da produção, vendas e finanças da empresa. Ela representa o volume

de produtos ou serviços que a empresa se dispõe a colocar no mercado durante um

determinado período da sua capacidade de produção.

A previsão de vendas deve especificar cada produto/serviço da empresa e as vendas previstas para cada mês do exercício. Essa quantidade de vendas prevista mensalmente representa a quantidade de produtos/serviços que deve ser produzida e colocada a disposição do órgão de vendas para a entrega aos clientes (CHIAVENATO, 1990, p.48).

A previsão de vendas geralmente é elaborada pelo departamento de

marketing ou vendas da empresa. A forma pode ser por métodos qualitativos ou

quantitativos, sendo que pela primeira forma citada baseia-se no julgamento de

gerentes ou profissionais de vendas da empresa em vistas a vendas passadas, já na

forma quantitativa leva-se em conta dados e valores históricos obtidos através dos

períodos passados de funcionamento da empresa ou do mercado.

Os métodos de previsão de demanda podem ser qualitativos, quantitativos ou mistos. Os primeiros, exclusivamente intuitivos, baseiam-se no julgamento dos gerentes e vendedores da empresa, bem como na opinião dos consumidores e fornecedores. Nos métodos quantitativos os dados futuros são obtidos a partir de dados históricos que são plotados, ajustados a curvas representativas e extrapolados (RUSSOMANO, 1995, p. 127).

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1.2.2 Capacidade de Produção

Um dos grandes equívocos existentes pe a falta de integração entre os

setores da organização. A ausência de comunicação entre áreas. Suprimentos

demandam informações de vendas que por sua vez depende da administração da

fábrica nos dados de capacidade produtiva.

A capacidade de produção da empresa constitui o potencial produtivo de que ela dispõe; é aquilo que a empresa pode produzir em condições normais. Em outras palavras representa o volume ideal de produção de produtos/serviços que a empresa pode realizar. Contudo, nem sempre esse volume ideal significa o volume máximo de produção que a empresa pode suportar em um regime intensivo de horas extras e de utilização ininterrupta de equipamentos. O volume ideal de produção representa um nível adequado de atividades que permita o máximo de lucratividade e o mínimo de custos, de produção, de mão-de-obra, de manutenção etc (CHIAVENATO,1990, p. 49).

A capacidade de produção da empresa depende, por sua vez, de quatro

subfatores, a saber: a capacidade instalada, a mão-de-obra disponível a matéria-

prima disponível e os recursos financeiros. Vejamos cada um desses quatro fatores:

a) Capacidade instalada: é a quantidade de máquinas e equipamentos que a empresa possui e o potencial de produção que eles permitem alcançar. A capacidade instalada representa a produção possível, se todas as máquinas e equipamentos estiverem plenamente disponíveis e em funcionamento ininterrupto. b) Mão-de-obra disponível: é a quantidade de pessoas com que a empresa pode contar para executar o plano de produção. As máquinas não funcionam sozinhas e dependem dos operários habilitados para operá-las e mantê-las em funcionamento. c) Matéria-prima disponível: representa a matéria-prima básica, os materiais e insumos que os fornecedores entregam à empresa para abastecer a produção. d) Recursos financeiros: a capacidade financeira de fazer investimentos em produção, compras de matérias-primas, aquisição de máquinas e equipamento é um importante subfator da capacidade produtiva (CHIAVENATO,1990, p. 51).

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Figura 2 – Subfatores que determinam a capacidade de produção

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 51.

Segundo Chiavenato (1990, p. 51) “a capacidade de produção da

empresa precisa ser convenientemente aplicada e explorada para tornar os recursos

empresariais (ou fatores de produção) rentáveis e evitar o desperdício de tempo, de

esforços e de dinheiro”.

Um bom planejamento estratégico da produção deve preocupar-se em balancear os recursos produtivos de forma a atender à demanda com uma carga adequada para os recursos da empresa. Se os recursos disponíveis e previstos não forem suficientes, mais recursos deverão ser planejados, ou o plano reduzido. Por outro lado, se os recursos forem excessivos e gerarem ociosidade, a demanda planejada poderá ser aumentada ou os recursos excessivos poderão ser dispensados e transformados em capital. De qualquer forma é importante analisar a necessidade futura de capacidade e confrontá-la com a capacidade atual e a previsão de expansão pretendida (TUBINO, 2000, p. 58).

Existem várias formas de se obter a capacidade de produção de um

plano. Depende basicamente de como este plano foi obtido, de como foram

agrupados os produtos em famílias dentro da unidade de negócio, e de qual nosso

interesse em consolidar os recursos em grupos (departamentos, células, máquinas

etc) para análise.

Segundo Tubino (2000, p. 58) uma rotina que pode ser seguida para esta

análise é apresentada a seguir:

Capacidade de Produção

Capacidade instalada

Mão-de-obra disponível

Matéria-prima disponível

Recursos financeiros

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1. identificar os grupos de recursos a serem incluídos na analise;

2. obter o padrão de consumo (horas/unidade) de cada família incluída no

plano para cada grupo de recursos;

3. multiplicar o padrão de consumo de cada família para cada grupo de

recursos pela quantidade de produção própria prevista no plano para

cada família;

4. consolidar as necessidades de capacidade para cada grupo de

recursos.

A capacidade de produção de uma empresa deve ser considerada como

sendo aquilo que a empresa pode produzir em condições normais, deve representar

o volume ideal de produção de produtos ou serviços que ela possa realizar. Sendo

assim nem sempre este volume ideal será o volume máximo de produção que a

empresa pode suportar, podendo sob o uso de horas extras e uso ininterrupto de

equipamentos aumentar sua capacidade de produção numa eventual necessidade.

O volume ideal de produção representa um nível adequado que permita o máximo

de lucratividade com o mínimo de custos.

A capacidade de produção depende de quatro fatores que são: a

capacidade instalada, que é a quantidade de máquinas e equipamentos que a

empresa dispõe; a mão-de-obra disponível que é a quantidade de profissionais com

que a empresa pode contar para executar suas atividades; a matéria-prima

disponível que são materiais e insumos entregue pelos fornecedores e os recursos

financeiros que são os investimentos em produção, compras de matérias-primas,

aquisição de máquinas e equipamentos que a empresa possa fazer.

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Geralmente a capacidade de produção de uma empresa também sofre

influências por limitações naturais e também por decisões no âmbito do sistema de

produção. Decisões estas relacionadas com a escolha na seqüência do processo,

equipamentos selecionados, mix de produtos, insumos utilizados entre outros

fatores. Também às vezes sofre influências externas como nível de qualidade

exigida e legislação pertinente

1.2.3 Elaboração do Plano de Produção

O planejamento estratégico define as metas a serem cumpridas pela

organização. Este planejamento quando difundido para as áreas afins determinam a

longo prazo bem como agrupam as necessidades previstas de chão de fábrica.

Segundo Tubino (2000) esse plano servirá de base para equacionar os

níveis de produção necessários para atender a demanda. O plano de produção junto

ao planejamento estratégico são realizados em consonância com finanças e

marketing.

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Figura 3 – Origem do planejamento-mestre da produção

Fonte: Tubino, 2000, p. 49.

Apresenta ainda que o plano de produção trabalha com informações

agregadas de vendas e produção, normalmente como agrupamento de produtos em

famílias afins.

O plano de produção ou plano mestre representa aquilo que a empresa pretende produzir dentro de um determinado período. A elaboração do plano de produção depende do sistema de produção utilizado pela empresa. Se a empresa utiliza o sistema de produção sob encomenda, a própria encomenda ou pedido é quem vai definir o plano de produção, pois cada encomenda é em si mesma um plano de produção. Se a empresa utiliza o sistema de produção em lotes ou contínua, a previsão de vendas é transformada em plano de produção (CHIAVENATO, 1990, p. 52).

Estratégias funcionais

Plano financeiro

Plano de marketing

Plano de produção

Planejamento-mestre da produção

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Figura 4 – A influência dos sistemas de produção na elaboração do plano de

produção

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 53.

Conforme Chiavenato (1990, p. 54) da seguinte forma se elabora o plano

de produção em cada um dos sistemas de produção:

a) Sistema de Produção sob encomenda: na produção sob encomenda, cada

produto exige um plano de produção específico, em face do seu tamanho e de sua

complexidade. O próprio pedido ou encomenda serve de base para a elaboração do

plano de produção do produto/serviço.

Figura 5 – O plano de produção para encomenda

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 53.

Plano

de

produção

Produção sob Encomenda

Produção Contínua

Produção em Lotes

Plano de Produção da encomenda

Plano de Produção do conjunto de lotes

Plano de Produção do período (mês ou ano)

Encomenda (pedido ou

contato)

Capacidade de Produção

Outras Encomendas

Plano de

Produção

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b) Sistema de produção em lotes: na produção em lotes, cada lote exige um

plano de produção especifico, que é integrado ao plano mestre de produção. O

PCP verifica os demais lotes de produção em andamento, confrontando-os com

a capacidade de produção já ocupada e a capacidade disponível para executa-

lo. Então, parte-se da previsão de vendas para se conhecer as data de entrega

do produto acabado. Entre o prazo de entrada do lote e as datas de entrega

previstas para vendas, elabora-se o plano de produção do lote. O cálculo da

carga de produção é em função das datas estabelecidas na previsão de vendas.

c) Sistema de produção contínua: na produção seriada ou continua, todo o

processo produtivo está voltado para um único produto. Neste caso, a

capacidade de produção costuma ser expressa em números de unidade

produzidas por dia, semana ou mês. Parte-se, então, da previsão de vendas para

se conhecer as datas de entrega e respectivas quantidades do produto acabado.

A carga de trabalho é calculada para suprir continuamente as quantidades

especificas na previsão de vendas. O plano de produção visa estabelecer

quantas unidades serão produzidas em cada período (dia, semana ou mês) em

cada seção produtiva para a entrega ao cliente ou para estoque no depósito de

produtos acabados.

Figura 6 - O plano de produção contínua ou seriada

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 54.

Previsão de

Vendas

Capacidade de Produção

Plano de

Produção

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Elabora-se o plano de produção a fim de servir de base para nivelar a

produção com estoques, recursos humanos, máquinas e instalações, objetivando o

atendimento da demanda prevista para os produtos ou serviços da empresa. O

plano de produção se utiliza das informações agregadas de vendas e produção para

agrupamentos dos produtos em famílias afins em períodos geralmente de meses ou

trimestres, abrangendo um ou mais anos à frente.

A elaboração do plano de produção tem a ver com o sistema ou sistemas

de produção utilizados na empresa. Se for sistema sob encomenda o próprio pedido

acaba sendo o plano de produção, já se for sistema de produção contínua, a

previsão de vendas é que normalmente ditará o plano de produção. Quando por

ventura na empresa se pratica os dois sistemas, a cada nova encomenda contratada

deve-se rever os planos atuais e adequa-los a nova encomenda.

24

2 PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

2.1 Conceito e Objetivos da Programação da Produção

O acesso das informações acertiva de vendas é uma característica que

permite a fluidez de sistema produtivo. O desafio está centrado em um ambiente que

demanda rápida resposta estruturada por multi usuários.

Programação da produção é a determinação antecipada do programa de produção a médio prazo dos vários produtos que a empresa produz. Ela representa o que ela deve produzir, expresso em quantidades e datas de modelos específicos, é obtido a partir da Estimativa de Vendas. A programação da produção leva em consideração, além da Estimativa de Vendas, vários fatores, tais como: carteira de pedidos; disponibilidade de material; capacidade disponível; etc, de forma a estabelecer, com antecedência, a melhor estratégia de produção (RUSSOMANO, 1995, p.180).

Para Chiavenato (1990, p. 58) “a programação da produção corresponde

ao detalhamento do Plano de produção e a sua transformação em ordens de

produção ou compra que deverão ser executadas cotidianamente pelas respectivas

seções envolvidas”.

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Figura 7 - O fluxo de informações da programação da produção

Fluxo de materiais Fluxo de informações

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 59.

Segundo Chiavenato (1990, p. 59) “a programação da produção passa a

ser a interface entre o planejamento, a execução e o controle da produção”.

Figura 8 - Hierarquização dos planos

Longo prazo

Médio prazo

Curto prazo

Fonte: Tubino, 2000, p. 89.

PLANO DE PRODUÇÃO

PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO e Emissão de Ordens

Compras

Prepa- ração

Mol- dagem

Pré- Mont.

Mon- tagem

Acaba-mento

Almoxarifado de matérias-Primas

Depósito de

Produtos Acabados

Fornece-dores

Plano de produção

Planejamento-mestre da produção PMP inicial

não

sim PMP final

viável

Programação da produção

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Segundo Chiavenato (1990, p. 60) os objetivos da programação da

produção são os seguintes:

a) Coordenar e integrar todos os órgãos envolvidos direta ou indiretamente no

processo produtivo da empresa;

b) Garantir a entrega dos produtos acabados (PA) ao cliente nas datas previstas ou

prometidas;

c) Garantir disponibilidades de matérias-primas (MP) e componentes que serão

requisitados pelos órgãos envolvidos;

d) Distribuir a carga de trabalho proporcionalmente aos diversos órgãos produtivos,

de modo a assegurar a melhor seqüência da produção e o melhor resultado em

termos de eficiência e eficácia;

e) Balancear o processo produtivo de modo a evitar gargalos de produção, de um

lado, e desperdícios de capacidade, de outro;

f) Aproveitar ao máximo a capacidade instalada, bem como o capital aplicado em

MP, PA e materiais em processamento.

g) Estabelecer uma maneira racional de obtenção de recursos, como MP

(Compras), de mão-de-obra (Pessoal), de máquinas e equipamentos

(Engenharia) etc;

h) Estabelecer, através de ordens de produção, padrões de controle para que o

desempenho possa ser continuamente avaliado e melhorado.

Santoro (1999) relaciona os objetivos do planejamento da produção como

sendo:

- Minimizar atrasos e não atendimentos de ordens de produção

- Minimizar estoques

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- Minimizar a ociosidade dos recursos produtivos pela alocação eficiente do

trabalho

- Minimizar os “lead-times” da produção

- Distribuir o trabalho, de modo equilibrado (entre os recursos e ao longo do

tempo).

A programação da produção é a etapa de execução do que se planejou

para a produção. Nesta etapa se estabelece através das ordens de produção e

compras, o que será produzido, quando e por quem será produzido. É o

estabelecimento de um roteiro de tarefas para os diversos setores envolvidos no

processo produtivo da empresa. Além disso a programação da produção estabelece

um fluxo de informações entre todas as áreas envolvidas com a intenção de

comandar, coordenar e integrar todo o processo produtivo da empresa.

Além do que já foi mencionado ainda temos outros objetivos muito

importantes na programação da produção, que seriam: garantir a entrega dos

produtos nas datas previstas ou prometidas; garantir disponibilidades de matérias-

primas; distribuir a carga de trabalho de modo a assegurar a mais eficiente

seqüência da produção; balancear o processo produtivo evitando gargalos ou

mesmo desperdícios de recursos; aproveitar ao máximo a mão-de-obra e

capacidade instalada e ainda estabelecer padrões de controle para que o

desempenho possa ser continuamente avaliado e melhorado.

28

2.2 Fases da Programação da Produção

Segundo Chiavenato (1990, p. 62) a programação da produção é

realizada em quatro fases distintas, a saber:

a) Aprazamento.

b) Roteiro

c) Emissão de Ordens.

d) Liberação da Produção, também chamada de liberação de recursos.

Durante as duas primeiras fases da programação da produção que são o

aprazamento e o roteiro, trabalha-se no estabelecimento de datas e prazos a serem

cumpridos mediante uma seqüência de tarefas que cumpram o plano da produção.

O roteiro serve para definir a melhor seqüência do material entre as diversas etapas

do processo afim de que se alcance a melhor produtividade e se cumpram as datas

de entregas.

Aprazamento significa a atribuição de prazos e estabelecimento de datas. Como o plano de produção é muito amplo e dimensionado para uma encomenda de grande porte ou para o exercício de um período de tempo geralmente extenso, a programação procura fragmenta-lo em períodos menores (como dias, semanas e meses) para poder estabelecer datas especificas de execução da produção. Roteiro significa o estabelecimento da melhor seqüência para atender ao plano de produção. Se a empresa pretende produzir um produto que tenha de passar por várias baterias de máquinas ou por várias seções produtivas, o roteiro procura definir a seqüência ou fluxo mais adequado para que a matéria passe pelas diversas etapas do processo produtivo (CHIAVENATO, 1990, p. 63).

Conforme Chiavenato (1990, p. 65) existem vários tipos de ordens a

saber:

- OP – Ordem de Produção: é a comunicação da decisão de produzir, que é

enviada a uma seção produtiva, autorizando-a a executar as tarefas.

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- OM – Ordem de Montagem: corresponde a uma OP destinada aos órgãos

produtivos de montagem.

- OC – Ordem de compra: é a comunicação da decisão de comprar MP ou

materiais, que é enviada ao órgão de compras.

- OS – Ordem de Serviço: é a comunicação sobre prestação interna de serviços,

como serviços de inspeção de qualidade, de manutenção e reparos de máquinas

etc.

- RM – Requisição de Materiais: é a comunicação que solicita MP ou materiais ao

almoxarifado.

Chiavenato (1990, p. 65) diz que “na realidade, a emissão de ordens

envolve a preparação de um grande numero de vias de formulários, cada qual com

uma denominação e destinada a um órgão diferente da empresa, servindo como um

fluxo de informações sobre o que cada um deve fazer”.

A Emissão de Ordens origina-se na Estimativa de Vendas e serve para tomada de providências para se conseguir matérias-primas e peças compradas ou fabricadas; ela se apresenta em duas vertentes conforme a natureza da demanda do item. Em qualquer das vertentes, para emitir as diferentes ordens, o PCP precisa elaborar, inicialmente, o Plano Mestre de Produção, determinação antecipada da melhor estratégia de produção dos vários modelos específicos, em quantidades e datas de entrega (RUSSOMANO, 1995, p. 189).

A emissão e liberação das ordens de produção formam a base de

informações para a coordenação da programação da produção. É a ultima atividade

do PPCP antes do início da produção, e esta etapa permite aos diversos setores

produtivos e de apoio, a executarem suas tarefas de forma coordenada e conforme

planejado.

30

A emissão e liberação das ordens atingem não apenas os setores da

esfera operacional do processo produtivo mas todos os órgãos relacionados com

este processo como, o almoxarifado de matérias-primas, órgãos de compra, o

controle da qualidade e também os órgãos de contabilidade e custos. Assim sendo

existem diversos tipos de ordens, algumas delas são: ordem de produção que é

aquela que vai para a produção propriamente dita autorizando a execução das

tarefas; ordem de montagem para quando no processo existirem montagens; ordem

de compra que é a informação para o órgão de compras providenciar a aquisição de

matérias-primas ou materiais; ordens de serviço que são solicitações para a

execução de serviços internos como inspeções de qualidade e manutenção, e

também classifica-se nestas ordens as requisições de materiais que são pedidos de

materiais ou matérias-primas aos órgãos de estoque e almoxarifado.

2.2.2 Liberação da Produção

A liberação da produção seria a última etapa dentro da programação da

produção. Ela representa a autorização para que os recursos sejam disponibilizados

para a execução das ordens de produção. Ela não apenas expede as ordens como

garante as condições necessárias para a sua execução.

31

Figura 9 – As finalidades da liberação da produção

Produção

Controle de

Qualidade

Almoxarifado

Almoxarifado

Custo

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 80.

Segundo Zaccarelli (1976, p. 245) a liberação da produção não pode ser

entendida como uma função com propósito único. Por liberação da produção,

entende-se um conjunto de funções para:

a) verificar a disponibilidade de materiais, ferramentas e instruções técnicas,

para as ordens de fabricação a serem iniciadas e providenciar para que

fiquem à disposição do operário;

b) decidir sobre a seqüência do processamento das ordens de fabricação;

c) distribuir ordenadamente as vias componentes das ordens de fabricação;

d) coletar informações para controle.

Emissão de Ordens

Liberação

da Produção

1 . Decisão quanto ao processamento das ordens

MP

Materiais e Compo- nentes

Máquinas e Ferramentas

MO

2. Verificação da disponibilidade

de recursos como:

Ficha de Acompanhamento

Ficha de Inspeção

RM

Ficha de Entrega

Ficha de MO

3 . Distribuição

das vias das OPs para os destinatários

32

Em suma a liberação da produção exerce as funções de: verificar a

disponibilidade de materiais, ferramentas e instruções técnicas para que os

operários possam executar suas funções; estabelecer a seqüência da execução das

ordens de fabricação e coletar informações para o controle da execução das ordens.

O executor da liberação da produção poderá ser uma pessoa que já

ocupe alguma outra função dentro do processo produtivo quando a empresa

produzir um único produto e em linha continua, ou ter um executor específico para

isto quando se tratar de produção muito diversificada e com muita variação nos

volumes produzidos.

2.3 Análise da Capacidade de Produção

Dentro do plano de produção considera-se a analise da capacidade de

produção em trabalhar variáveis de longo prazo, tais como compra de equipamentos

e mudanças nas instalações físicas, definições de turnos de trabalho e contratação e

treinamento de mão-de-obra. Para esta análise propõe-se uma rotina que será:

identificar os recursos que seriam críticos ou gargalos; obter padrões de consumo da

variável a ser analisada (horas-máquina/unidade por exemplo); multiplicar os

padrões de consumo de cada produto para cada recurso pela quantidade de

produção em cada período previsto e consolidar as necessidades de capacidade

para cada recurso.

Segundo Tubino (2000, p. 97) a rotina de análise da capacidade produtiva

do PMP seria:

33

1. identificar os recursos a serem incluídos na análise. Como forma de simplificação

pode-se considerar apenas os recursos críticos, ou gargalos;

2. obter o padrão de consumo da variável que se pretende analisar(horas-

máquina/unidade, horas-homen/unidade etc.) de cada produto acabado incluído

no PMP para cada recurso;

3. multiplicar o padrão de consumo de cada produto para cada recurso pela

quantidade de produção em cada período prevista no PMP;

4. Consolidar as necessidades de capacidade para cada recurso.

Conforme Russomano (1995, p. 186) tais medidas dependem de

autorização da Engenharia e são de dois tipos:

- utilizar outra máquina menos carregada;

- passar a comprar algumas peças fabricadas.

Tais medidas somente surtem efeito quando tomadas antecipadamente, daí a grande utilidade da Verificação da Capacidade. Cumpre observar que o problema torna-se particularmente grave quando a máquina é simultaneamente sobrecarregada e exige um tempo de preparação elevado. Embora com menor preocupação deve-se procurar ocupação para as máquinas subutilizadas (RUSSOMANO, 1995, p. 186).

A verificação da capacidade de produção se faz quantificando o volume

de produção por horas máquinas em condições normais de trabalho. Quando se faz

a verificação da capacidade de produção, normalmente também se consegue

detectar quais máquinas estão sobrecarregadas e quais estão sub-utilizadas,

permitindo assim a tomada de decisão para resolver problemas de gargalos ou

folgas na produção.

34

3 CONTROLE E ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO

3.1 Conceito de Controle da Produção

O controle da produção verifica o cumprimento pelas áreas da produção

do que foi programado com relação a que produzir, quanto e para quando produzir.

O controle atua fazendo comparações de rotina entre o que esta determinado a se

produzir nas ordens de fabricação e o que realmente esta sendo produzido na

pratica. Quando se detecta divergências entre o programado e o produzido solicita

providencias e acompanha o cumprimento destas.

Segundo Pitkowski (1987, p. 76) o Controle da Produção é a verificação

de que a fabricação cumpre o que determina o programa de produtividade, com

relação a:

- Produto especificado;

- Quantidade solicitada;

- Prazo previsto.

O controle de produção (CP) é a última fase do PCP, que acompanha, avalia e regula as atividades produtivas, para mantê-las dentro do que foi planejado e assegurar que atinjam os objetivos pretendidos. Depois de elaborado o Plano de Produção, emitidas as ordens e liberados os recursos, todos os órgãos produtivos de assessorias passam a funcionar integradamente, mas ele precisa ser controlado, para que se assegure que aquilo que foi planejado está sendo executado e que os objetivos estão sendo alcançados. Trata-se de garantir a eficiência e a eficácia do sistema (CHIAVENATO, 1990, p. 84).

35

Figura 13 – O controle como garantia da eficiência e eficácia

Eficiência Eficácia

Produtos ou Serviços

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 84.

Sendo o controle e acompanhamento da produção a última fase do

PPCP, cabe a ele fazer a avaliação dos resultados de eficiência e eficácia do

sistema produtivo, levantando assim informações para o ajuste momentâneo da

produção bem como dados que servirão para planejamentos futuros.

3.2 Finalidades ou Funções do Controle da Produção

Segundo Chiavenato (1990, p. 85) como a última fase do PCP, o CP

apresenta as seguintes finalidades:

- Avaliar e monitorar continuamente a atividade produtiva da

empresa;

- Comparar o programado e o realizado;

- Apontar falhas para a direção da empresa;

- Informar outras seções sobre o andamento das atividades

produtivas.

Planejamento da Produção

Controle da Produção

Execução da Produção

36

Conforme Chiavenato (1990, p. 85-86) o CP procura acompanhar e

verificar, isto é, monitorar, os seguintes aspectos críticos do processo produtivo da

empresa:

- Previsão de vendas e suas possíveis variações;

- Planejamento da capacidade de produção;

- Plano de produção;

- Lista de materiais que compõem os produtos/serviços;

- Planejamento das necessidades de materiais (explosão do PA em

partes e componentes);

- Compras;

- Almoxarifado e estoque de MP;

- Estoque de semi-elaborados ou materiais em vias;

- Programação da produção, envolvendo aprazamento, roteiro,

emissão de ordens e liberação da produção;

- Depósito e estoque de PA.

Segundo Chiavenato (1990, p. 86) Os aspectos problemáticos que

geralmente podem ocorrer no processo produtivo são os seguintes:

- Escassez ou excesso de estoque de MP;

- Escassez ou excesso de estoque de semi-elaborados ou materiais

em vias;

- Escassez ou excesso de estoque de PA;

- Excesso de produtos defeituosos;

- Atraso nos prazos de produção e de entrega ao cliente;

- Custos de produção excessivamente altos;

37

- Ciclo de produção demasiadamente longo;

- Interrupções no ciclo de produção por falta de MP ou componentes;

- Pouca flexibilidade na utilização da capacidade de produção.

Para Chiavenato (1990, p. 86) as medidas de desempenho que o CP

utiliza para avaliar o programa de produção são as seguintes:

- Rotação dos estoques de MP;

- Prazos de entrega dos PA;

- Percentagem de OPs não cumpridas por falta de MP;

- Utilização da capacidade instalada.

Conforme Chiavenato (1990, p. 86) “assim, as finalidades do CP são

realmente muito amplas e cobrem o funcionamento do processo produtivo e dos

órgãos indiretamente relacionados com ele”.

A atividade de controlar a produção passa a ser a de maior abrangência

dentro do PPCP. Compete a ela acompanhar, monitorar, verificar e avaliar

continuamente as atividades produtivas da empresa e sua correlação com os outros

fatores tais como: os prazos de entrega, compras, excesso ou escassez de

matérias-primas, logística e estoques dos produtos acabados ou semi acabados,

reposição para os produtos defeituosos entre outros fatores. Tudo isto torna o

controle da produção a fase do PPCP que mais se relaciona com os outros setores

da empresa.

Basicamente, existem três grupos de recursos necessários ao

atendimento de um programa de produção: maquinas, mão-de-obra e materiais. O

PCP através da programação da produção, antes de liberar as ordens, verifica a

38

disponibilidade destes recursos e, uma vez identificada à existência dos mesmos,

libera as ordens para os setores produtivos.

Segundo Tubino (2000, p. 187) a partir deste ponto, o programa emitido é

acompanhado e controlado pelo PCP através das seguintes funções:

- Coleta e registro de dados sobre o estágio das atividades

programadas;

- Comparação entre o programado e o executado;

- Identificação dos desvios;

- Busca de ações corretivas;

- Emissão de novas diretrizes com base nas ações corretivas;

- Fornecimento de informações produtivas aos demais setores da

empresa (finanças, engenharia, marketing, recursos humanos, etc);

- Preparação de relatórios de análise de desempenho do sistema

produtivo.

Ainda dentro das funções do controle da produção esta a de fornecer

informações referente à produtividade, para os setores de engenharia, finanças e até

para o marketing da empresa. Cabe ao controle de produção a preparação de

relatórios sobre análise e desempenho de todo o sistema produtivo.

3.3 Objetivos e Fases do Controle da Produção

Além de guiar e regular as atividades produtivas da empresa por decisões

e ações o objetivo do controle e acompanhamento da produção é fornecer ligação

39

entre o planejamento e execução destas atividades, identificando as fugas do que se

planejou e fornecendo soluções para que ações corretivas sejam tomadas e

executadas.

Conforme Chiavenato (1990, p. 87) da mesma forma como ocorre com o

controle em geral, o CP apresenta quatro fases distintas, a saber:

a) Estabelecimento de padrões: é a primeira fase do CP que

estabelece os padrões ou critérios de avaliação ou comparação.

Um padrão é uma norma ou um critério que serve de base para a

avaliação ou comparação de alguma coisa.

Existem quatro tipos de padrões:

- Padrões de quantidade: como volume de produção, quantidade de

estoque de MP ou de PA, numero de horas, capacidade de

produção, etc;

- Padrões de qualidade: como controle de qualidade (CQ) de MP

recebida, CQ da produção, especificações do produto, etc;

- Padrões de tempo: como tempo padrão para produzir um

determinado produto, tempo médio de estoque de determinada MP,

etc;

- Padrões de custo; como custos de produção, custos de vendas,

custos de estocagem, etc;

b) Avaliação do desempenho: é a segunda fase do CP e visa a avaliar

o que está sendo feito, monitorando e acompanhando;

c) Comparação do desempenho com o padrão estabelecido: é a

terceira fase do CP, que compara o desempenho com o que foi

estabelecido como padrão de comparação, para verificar se há

40

desvio ou variação, isto é, se há erro ou falha em relação ao

desempenho desejado;

d) Ação corretiva: é a quarta e última fase do CP, que procura corrigir

o desempenho para adequá-lo ao padrão desejado.

As quatro fases do CP podem ser assim representadas:

Figura 10 – O controle como um processo cíclico

1

4 2

3

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 88.

Chiavenato (1990, p. 88) nos diz que “na realidade, o controle é um

processo cíclico e repetitivo. À medida que ele se repete, a tendência é fazer com

que as coisas controladas se aperfeiçoem e reduzam seus desvios em relação aos

padrões desejados”.

Ação Corretiva

Estabelecimento de Padrões

Avaliação do Desempenho

Comparação do Desempenho com o

Padrão

41

Figura 11 – Os padrões de controle

- Volume de Produção - Nível de Estoque - Nº. de Horas Trabalhadas - CQ de MP - CQ de PA - Especificações de Produto - Tempo Padrão de Produção - Tempo Médio de Estocagem - Padrões de Rendimento - Custo de Produção - Custo de Estocagem - Custo de Padrão Fonte: Chiavenato, 1990, p. 88.

Assim, com o passar do tempo e repetidos ciclos de produção, a tendência do CP é conseguir o aperfeiçoamento do processo produtivo, qualquer que seja o sistema de produção utilizado, mas principalmente quando se trata do sistema de produção contínua e em lotes, já que o sistema de produção por encomenda nem sempre proporciona repetitividade no processo produtivo (CHIAVENATO, 1990, p. 88).

O controle e acompanhamento da produção é um processo constante e

repetitivo e que deve seguir as seguintes fases: estabelecimento de padrões que

sirvam de base para comparação e avaliação; avaliação de desempenho do que

esta sendo feito; comparação de desempenho com o que foi estabelecido como

padrão e ações corretivas para corrigir e adequar os desvios ocorridos ao padrão

desejado. Com o passar do tempo tem-se a tendência de que o controle da

produção consiga o aperfeiçoamento continuo do processo produtivo.

Padrões de Quantidade

Padrões de Qualidade

Padrões de Tempo

Padrões de Custo

Padrões de Controle

42

3.4 Métodos de Controle da Produção

“O CP utiliza uma variedade de métodos para acompanhar e monitorar as

atividades de produção, a saber: controle visual, controle total, controle por

amostragem por exceção e autocontrole” (CHIAVENATO, 1990, p. 89).

Conforme Chiavenato (1990, p. 89) vejamos cada um deles:

- Controle visual: embora pouco valorizado na teoria, é na prática o

método de controle mais utilizado. Nas pequenas e médias empresas é

comum a utilização do controle visual para avaliar a carga de maquinas

e o volume de material a ser trabalhado em cada máquina;

- Controle total: é o controle global, mais amplo e abrangente. Como o

próprio nome indica, ele envolve todos os itens, para comparar a

quantidade programada e a quantidade realizada. Tem a vantagem de

assegurar o controle contínuo de todos os itens, porém deve ter a

praticidade suficiente para não tomar demasiado tempo e não custar

caro;

- Controle por amostragem: é um controle parcial, feito através de

amostras escolhidas ao acaso, isto é, aleatoriamente. Trata-se,

portanto, de um controle que utiliza a técnica estatística de

amostragem. Consiste em verificações sistemáticas ou ocasionais de

determinados itens;

- Controle por exceção: é baseado no Princípio da exceção; é feito sobre

os desvios ou discrepâncias, sobre os erros ou falhas, sobre as

exceções ou anormalidades que ocorrem. Assim, tudo o que ocorre de

acordo com o planejado não é controlado; apenas aquilo que se desvia

43

dos padrões esperados. Todas as comparações são feitas, mas o

controle somente se concentra naquilo que escapa do previsto ou

planejado. Interessa controlar apenas os itens excepcionais, para não

dispersar a atenção do controlador por todos os itens que funcionam

normalmente;

- Autocontrole: é um controle efetuado pelo próprio órgão envolvido na

execução do que foi planejado e programado e não por terceiros. Os

dados são preparados e a comparação dos itens realizados com o que

foi programado é feita pelos próprios responsáveis pela execução. A

vantagem do autocontrole é conscientizar e responsabilizar cada área

pela ação corretiva quando necessária e nunca depender de um órgão

estranho para fazê-lo.

Figura 12 – Os principais métodos de CP

Fonte: Chiavenato, 1990, p. 90.

Segundo Russomano (1979, p. 202) os métodos de acompanhamento

são, basicamente, dois:

Controle Visual

Controle Total

Controle por Amostragem

Controle por Exceção

Autocontrole

Métodos de Controle de Produção

44

Controle por exceção;

Controle global.

Os controles por exceção são aqueles em que, automaticamente, se identificam os itens em desvio e, então, passa-se a acompanha-los. O exemplo mais comum é o estoque mínimo. O método de acompanhamento pelo estoque mínimo pode ser usado pelo planejamento e acompanhamento da produção para controlar a obtenção das matérias-primas e peças em geral. Os controles globais são aqueles em que todos os itens são controlados independentemente do fato de estarem em atraso ou não. Os exemplos mais comuns são o gráfico de Gantt e dispositivos nele baseados (RUSSOMANO, 1979, p. 203).

Temos cinco métodos de controle da produção que são: controle visual

que é o mais utilizado na pratica; controle total que envolve todos os itens

produzidos, porém deve ser feito de forma pratica para que não tome muito tempo e

custe caro; controle por amostragem aonde são controlados aleatoriamente

amostras escolhidas ao acaso; controle por exceção que é feito apenas nos itens

que desviaram do previsto ou planejado e o autocontrole, este é efetuado pelo

próprio órgão responsável pela produção do item. A empresa poderá aplicar um dos

métodos acima ou ainda mais de um deles dependendo do tipo de produto ou

mesmo do processo produtivo implantado.

3.5 Tipos ou Níveis de Controle da Produção

Zacarelli nos diz (1976, p. 263-265) quanto à programação da produção,

tem especial interesse o controle do plano de fabricação, controle das datas de

término e controle das quantidades produzidas:

a) Controle do plano de fabricação: o controle do plano de fabricação é

feito com base nas comparações entre os trabalhos programados e os trabalhos

45

realizados. No caso de produção contínua, esta comparação pode ser feita em

termos de número de unidades. Nos casos em que a produção é muito diversificada,

a comparação só pode ser feita em termos da relação:

número de horas aplicadas nos trabalhos realizados

número de horas previstas para os trabalhos realizados

b) Controle das datas de término: pode ser feitos de diversos modos:

arquivamento de fichas por data de término, ficha de entregas, ficha de progresso e

ficha de progresso para uma lista de ordens.

c) Controle das quantidades produzidas: é de especial interesse para a

programação da produção saber quantas unidades boas resultaram da execução de

uma ordem. Se este número de unidades for pequeno, pode exigir a emissão de

uma ordem urgente para fazer mais unidades de modo a contemplar um certo lote.

d) Outros controles: além do controle do plano de fabricação das datas de

término e das quantidades produzidas, o controle central pode ser incumbido de

coletar, organizar e apresentar dados sobre outros aspectos do processo produtivo.

Conforme Zaccarelli (1976, p. 264-265) apresentamos, uma lista destes

dados que são freqüentemente pedidos:

Quanto à mão-de-obra:

- relação entre horas produzidas e horas totais dos operários da

fábrica;

- relação entre mão-de-obra direta e mão-de-obra indireta;

- relação entre horas extras e horas normais;

Quanto às máquinas:

- relação entre horas disponíveis e horas utilizadas;

46

- número de horas perdidas por falta de trabalho;

- porcentagem de horas perdidas por manutenção;

- porcentagem de horas para corrigir produção defeituosa;

Quanto ao material:

- eficiência na utilização do material;

- rejeições na inspeção de qualidade do material comprado;

- rejeições ocorridas devido à fabricação;

Quanto a trabalhos em processamento:

- valor do material existente em processamento;

- duração do ciclo de fabricação.

Entre os itens a serem controlados na produção devemos dar atenção

aos seguintes: controle do plano de fabricação que é feito comparando os trabalhos

programados com os realizados; controle das datas de término que pode ser feito

pelo arquivamento de fichas por data de término, fichas de entrega e fichas de

processo e controle das quantidades produzidas que visa saber quantas unidades

de boa qualidade foram feitas em uma ordem de produção. Quando o número de

peças boas for pequeno pode haver a necessidade da emissão de uma nova ordem

de fabricação complementar.

Segundo Pitkowski (1987, p.77) existem dois tipos de controle da

produção:

- Durante a fabricação: nesta etapa o Controle da Produção está a cargo

dos órgãos competentes, referindo-se a processos, métodos,

especificações, qualidade, etc, limitando-se o PCP ao

acompanhamento da produção, verificando se a interferência dos

47

outros departamentos não influirão nos resultados previstos

programados. Isto é necessário, pois, se o Controle da Qualidade

detecta uma falha na peça e exige a paralisação da produção, isto trará

reflexos imediatos aos programas estabelecidos e providencias

deverão ser tomadas;

- Ao final da tarefa: o controle da produção pelos resultados obtidos,

somente é visível ao cabo de um período de tempo maior que o

primeiro referente à fabricação. Ao final da tarefa, após completado o

processo de produção, teremos os resultados e as comparações

poderão ser efetuadas, verificadas as variações entre previsão e

realidade e conclusões serão tiradas e analisadas.

Segundo Russomano (1995, p. 304-309) o controle da produção pode ser

exercido em quatro níveis: produção global, ordens de produção, lista de críticos e

desempenho das seções de fabricação:

a) Produção global: onde se faz a comparação entre as quantidades

completadas de produtos ou serviços com as planejadas no Plano Mestre de

Produção. O método em geral utilizado é o Gráfico de Gantt que nada mais é do que

um cronograma onde são assinaladas, simultaneamente, a programação, a

produção e comparação gráfica entre as duas.

b) Ordens de Produção: onde os documentos são arquivados em pastas

representando os dias do mês. Ao se emitir um pedido de compras com entrega

prevista para o dia 20, por exemplo, coloca-se uma cópia do mesmo na pasta do dia

15, prevendo um prazo de 5 dias para exercer a cobrança.

48

c) Lista de Críticos: por mais organizado que seja o sistema de controle

de produção ainda assim poderão ocorrer, eventualmente, falta de peças na Linha

de Montagem produtos ou serviços contratados.

Em seguida, mostraremos alguns exemplos de como isso pode acontecer:

- Uma forte demanda de sobressalente excede a estimativa na qual a

emissão se baseou e causa faltas na montagem;

- Uma pequena alteração no programa de montagem, passando um

produto na frente do ouro, aumenta temporariamente o consumo de

uma peça e causa uma falta;

- O encarregado decide manter seus empregados operando, fazendo

trabalhos antecipados em submontagem, causando uma falta em

alguma peça em comum .

d) Desempenho das Seções de Fabricação: é usual realizar uma reunião

diária entre o pessoal do controle e o pessoal da produção, verificando-se o real

atendimento do programa e as ações corretivas necessárias. É importante

compreender que essa reunião não objetiva criticar quem não está seguindo as

ordens e sim determinar as ações corretivas necessárias e providenciar para que

não ocorram erros futuros.

49

4 ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE PPCP

Neste capitulo está descrito um modelo que permite uma orientação a

organização de um sistema de PPCP. Num âmbito geral tem-se aqui descrito um

roteiro, detalhado em quatro itens básicos, para avaliar-se as seguintes situações:

como é a atual situação de PPCP da empresa; o que se pretende atingir; como são

e quais subsistemas devem fazer parte do todo; como é o todo, e a implantação de

um instrumento de apoio. Com uma análise e estudo sobre estes dados tem-se

condições de estruturar um sistema de Planejamento Programação e Controle de

Produção.

4.1 O Diagnostico Atual da Situação Referente ao PPCP

Inicialmente precisa-se traçar um diagnostico de como atualmente é feito

o planejamento, programação e o controle da produção na empresa. Pode-se iniciar

com uma analise no organograma da empresa, assinalando o que seja referente a

área de produção. Após destacado estas áreas deve-se marcar uma reunião

convocando um grupo de pessoas que trabalhem ou tenham contato com as

atividades das referidas áreas. É desejável que estas pessoas tenham o hábito de

dar opiniões, conheçam o assunto e que sejam participativas. Ao final desta primeira

reunião deve-se ter um grupo formado e comprometido em iniciar o levantamento

das informações necessárias para o início do desenvolvimento do processo.

50

4.1.1 A Comunicação e o Relacionamento Entre as Áreas com a

Produção/PPCP

É necessário descrever de que forma é feita a comunicação entre as

áreas da produção com relação ao fluxo de materiais e atividades entre uma e outra

área. Inicialmente se relacionam as informações que entram, aonde o emissor é uma

pessoa ou área fora da produção. Quem receberá estas informações será uma

outra pessoa ou área, porém agora ligada às execuções das tarefas de produção.

Seguindo um fluxo de produção estas informações são as que permitirão a

execução das terefas em uma ou mais áreas até a conclusão das atividades

produtivas chegando ao final do processo como informações de saída para as áreas

de armazenamento ou expedição.

Ao mesmo tempo em que se listar este fluxo de informações e

relacionamento entre as áreas, deve-se detectar possíveis problemas existentes.

4.1.2 Os Dados da Produção e o Ambiente no Planejamento e Controle da

Produção

Há a importância em se ter levantado as informações sobre os dados

atuais da produção bem como os fatores que ditam o ambiente com relação ao

sistema produtivo.

Referente aos dados da produção aconselha-se conhecer em detalhes a

produção e estabelecer relação entre a sua maneira de funcionar e as

características do PPCP. Para isto é importante levantar:

51

- o volume da produção;

- o tipo de produção e as formas de se produzir;

- os processos produtivos existentes na empresa;

- o numero de estágios da produção;

- o numero de pessoas;

- os recursos utilizados;

- a capacidade de produção;

- os possíveis gargalos do processo;

- os turnos e ou dias de produção.

Quanto ao fator ambiente identifica-se as influências nas suas diferentes

formas levando-se em conta os seguintes itens:

a) Os clientes: a freqüência de seus pedidos, as formas de comunicação,

o tempo entre os pedidos, tipos de produtos e aspectos culturais;

b) Fornecedores: a capacidade de fornecimento, confiabilidade das

entregas, as formas de comunicação, flexibilidade e aspectos culturais;

c) Produtos substitutos: quais outros produtos podem vir a substituir os

atuais. Quais alterações podem se prever referente a este fato;

d) Logística: localização da fábrica em relação aos fornecedores e

consumidores. Características de armazenagem e meios de

transporte;

e) Tecnologia: o que em termos de tecnologia a empresa dispõe para o

sistema de PPCP.

52

4.1.3 O PPCP Atual

É aconselhável fazer uma interpretação da atual situação, de como é

definida esta função hoje, analisando os seguintes fatores:

- Que dados são usados como parâmetro para planejamento e

programação (previsões, pedidos, vendas, dados históricos);

- Como são registrados os dados acima;

- Como é a relação da produção com a área de criação dos produtos

(projeto do produto ou do processo);

- Quais as ferramentas utilizadas (formulários);

- Quem é responsável pelas decisões, que decisões competem ao corpo

operacional da empresa;

- Como se planeja as necessidades de material;

- Como se determina os tamanhos dos lotes, tanto de compra como de

fabricação;

- Como se determina os prazos de conclusão dos lotes;

- Como se ajusta a produção quando ocorrem desvios;

- Como se controla os dados e como se compara o planejado com o

ocorrido;

Com isto se esclarece como é a situação presente podendo-se analisar os

pontos fortes e os fracos, o que funciona e o que poderia ser mudado estabelecendo

assim parâmetros para comparações futuras.

53

4.2 Estabelecimento de Objetivos para a Estruturação do PPCP

Nesta etapa explana-se os objetivos a serem alcançados com a

estruturação do sistema de PPCP. Objetivos estes que serão estabelecidos em

decorrência das necessidades e expectativas das pessoas e do sistema produtivo

em decorrência das dificuldades existentes na atual situação em que se encontra a

empresa.

Inicia-se relacionando as áreas e seus respectivos representantes, que

estão envolvidos com as atividades de planejamento e controle da produção, ou

seja, as pessoas que operam no sistema, se utilizam dele ou que o abastecem com

dados ou informações. Em resumo seriam: o pessoal que opera o PPCP em seus

diversos componentes ou funções; os clientes do PPCP (fábrica, expedição,

contabilidade/finanças); os fornecedores (fábrica, compras, vendas); e outros setores

ou pessoas relacionados, inclusive os níveis superiores de decisão da empresa.

Após relacionados estes setores seus representantes devem ser

convidados a expor:

- Suas necessidades e interesses com relação ao PPCP;

- As necessidades da empresa no que se refira a produção, compras, vendas e

logística;

- As imposições existentes no atual sistema produtivo;

- Uma avaliação sobre os atuais meios tecnológicos utilizados;

- Em geral o que cada um acha de positivo e negativo na atual forma de como são

executadas as atividades relacionadas ao PPCP.

54

De posse dos dados levantados, conforme indicado acima, segue-se

desenhando um fluxograma do atual sistema, relacionando ao lado, através de itens

os pontos comentados pelo grupo e que não estejam, total ou parcialmente inclusos

no sistema. É necessário listar também em outra coluna o que tiver sido relacionado

como sendo negativo neste sistema. Mediante uma análise profunda pelo grupo

neste mapa traçado, é realizada a determinação dos objetivos a serem alcançados

com a nova estruturação do PPCP, ou seja, o que é preciso e pode ser alterado no

atual sistema produtivo da empresa e que venha a trazer benefícios para o todo (a

empresa).

4.3 A Definição e Descrição dos Subsistemas Necessários

Na definição das partes que compõem um sistema maior, ou seja os

subsistemas, é importante uma visão sistêmica, tendo como referencial os objetivos

do sistema, as expectativas, as necessidades levantadas e os problemas

detectados.

4.3.1 A Definição dos Subsistemas

Para dar inicio a definição de quais seriam os subsistemas necessários é

aconselhável, dentro do fluxo produtivo, definir o que seriam as saídas, ou seja,

quando acaba uma etapa e o que resulta deste fim (informação, material semi-

acabado) para que seja a entrada da próxima etapa. Este resultado final entre uma

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etapa e o inicio de outra geralmente será o produto semi-acabado ou parte acabada

de determinado componente bem como informações do tipo: o que precisa ser

produzido; quantidades a fornecer e até disponibilidade de estoque ou de matérias-

primas ou componentes para a próxima etapa. Desta forma inicia-se a definição e o

seqüênciamento entre os subsistemas que comporão o todo.

Os subsistemas que forem definidos como integrantes do PPCP irão

satisfazer as expectativas anteriores e posteriores no fluxo produtivo. Para isto é

necessário observar algumas questões básicas e estruturais, tais como:

- Ter flexibilidade do ambiente pois os produtos podem mudar freqüentemente ou

haver oscilações quanto aos volumes a serem produzidos;

- Devem atender aos níveis diferenciados de exigência que satisfaçam tanto a

etapa anterior como a posterior;

- Nível de exigências geral da empresa e da unidade de PPCP como um todo;

- A parte física da fabrica, ou seja, o tipo de layout e distância entre cada área.

Com o exposto até agora pode-se, então, com base na relação de

atividades entre as saídas para uma etapa e entrada para outra, definir quais seriam

os subsistemas necessários. Esta definição é resposta aos objetivos do sistema

geral.

4.3.2 A Descrição dos Subsistemas

Juntamente com um grupo de trabalho um representante de cada

subsistema, que tenha bons conhecimentos na área, irá listar uma serie de

informações para compor a descrição completa do subsistema.

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Inicialmente deve-se proceder da seguinte forma:

- Definir claramente os objetivos e funções do subsistema bem como

problemas e características da atual situação;

- Citar as saídas necessárias para o atingimento destes objetivos os quais

serão as entradas para os subsistemas seguintes;

- Estabelecer as entradas necessárias à geração destas saídas;

- Descrever a execução de suas atividades para que as entradas sejam

transformadas em saídas.

Após ter claramente definido quais são as entradas, saídas e seu

funcionamento detalha-se os seguintes dados referentes a elas:

- Identificar pelo nome o subsistema fornecedor da entrada.

- Identificar pelo nome o subsistema que recebe as entradas.

- O subsistema deve descrever conforme necessita receber as suas

entradas;

- Descreve-se os prazos ou freqüências na transmissão de informações;

- Identificar a forma e o meio para transmitir as informações;

- Descrever o porque da necessidade das informações.

Com estes dados todos listados e a descrição das formas ou

procedimentos de execução em seqüência, temos descrito todo o fluxo produtivo

permitindo assim que seja feito avaliações e se necessário alterações para melhor

adequação do todo. Daí para frente tendo-se o equilíbrio entre os diversos

subsistemas promove-se a conexão, ou seja, ligação entre todos eles. O sistema

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será então definido, sendo operacionalizado em formulários apropriados, indicando

entradas, saídas e todo o processamento com as interligações pertinentes.

Com a conclusão do descrito acima se tem um projeto de um sistema de

PPCP, um desenho ou modelo de funcionamento para um fluxo de operações,

adequado a uma realidade especifica. Resume-se em um conjunto de informações

sobre o que, como e em que seqüência deve-se produzir algo.

4.4 A Informatização do Sistema de PPCP

Após todos os subsistemas detalhados e o sistema de PPCP definido e

montado, é importante avaliar as possibilidades de operacionalização manual ou da

necessidade de auxilio através de processamento eletrónico dos dados. Quando as

empresas são pequenas e com um sistema produtivo relativamente simples fica-se

dentro da realidade de pensar em operar um sistema de PPCP de forma manual.

Porém quando a realidade não for esta torna-se essencial a adaptação e uso de um

software na operacionalização do modelo desenvolvido.

Para a informatização do sistema a questão a ser resolvida passa a ser

então, a escolha e adequação de um software que se adeqüe as características do

sistema de PPCP criado atendendo as exigências deste. Poderá então e com

grande probabilidade, necessitar de alterações e novas adaptações no sistema

criado. Neste momento avalia-se o quão flexível é o sistema, ao ponto de influir e

alterar no rumo dos trabalhos.

Nesta etapa deve-se novamente criar um grupo para opinar e discutir

sobre a escolha do sistema de informática a ser implantado. As pessoas

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representadas neste novo grupo devem possuir: conhecimentos profundos em

PPCP; amplos conhecimentos de informática; conhecimentos na área de

Administração de Materiais e Organização e Métodos. Também é de fundamental

importância para este momento a participação da gerência da empresa.

Além do software terá que ser escolhido e providenciado os

equipamentos e instalações tais como: terminais, impressoras, teclados, cabos,

tomadas, mesas e hardwares compatíveis ao bom funcionamento do software a ser

instalado.

Após estar concluído todas as definições, alterações ou adequações

necessárias entre a parte de informática com o sistema de PPCP, parte-se para a

etapa de implantação. É aconselhável que a implantação ocorra em forma de um

projeto piloto em uma das áreas e venha a se multiplicar para as demais a medida

em que resultados satisfatórios surjam nesta área de teste.

Em estágios mais avançados poderá vir a ocorrer em que um programa

processado eletronicamente, além de armazenar ou transmitir dados e fazer cálculos

poderá assumir a orientação dos trabalhos, ou seja, a partir das entradas fornecidas

os dados serão processados de acordo com uma determinada lógica aonde as

diversas saídas serão geradas. Estas saídas irão direcionar o ritmo e as tarefas a

serem executadas dirigindo assim a produção.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa bibliográfica efetuada verifica-se que o popular

‘’PCP’’ não é apenas Planejamento e Controle da Produção e sim algo mais

completo, conforme citado no trabalho como PPCP , ou seja, Planejamento

Programação e Controle da Produção. Na verdade os dois primeiros P´s existentes

na sigla PPCP são duas ações distintas aonde a primeira é algo mais a nível

estratégico e é definido com a direção ou gerência da empresa, sendo que a

segunda ação já é algo mais a nível operacional e é basicamente efetuado pelo

próprio setor de PPCP sem a necessidade de acompanhamento externo.

Com as três ações bem definidas, ou seja, o que é o planejamento, o que

é a programação e o que seria o controle dentro da produção de uma empresa,

verifica-se também que estabelecendo isto como um sistema de PPCP, cria-se um

fluxo de informações o qual objetiva comandar e coordenar o sistema produtivo,

atendendo assim aos requisitos de prazos, quantidades e qualidade, e também irá

proporcionar feedbacks dos resultados alcançados.

Tendo-se então o conhecimento teórico sobre o PPCP é possível partir

para a prática, estruturando o fluxo para a operacionalização do sistema.

Inicia-se a estruturação traçando-se o diagnóstico de como estaria a

situação referente ao PPCP neste primeiro momento. É importante nesta etapa

identificar como é a comunicação e o relacionamento entre as áreas da empresa

com o fluxo produtivo.

Na seqüência desta parte prática se estabeleceria os objetivos para esta

orientação bem como a definição e descrição de quais subsistemas seriam

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necessários. E como complemento final para esta operacionalização buscaria a

informatização de todo o sistema, iniciando-se por partes até que tudo esteja

sincronizadamente operando e proporcionando os resultados traçados como

objetivos anteriormente.

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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação ao Planejamento e Controle de Produção. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. 116p.

ERDMANN, Rolf Herman. Administração da Produção: planejamento programação e controle. Florianópolis: Papa Livro, 2000. 204p.

ERDMANN, Rolf Herman. Organização de Sistemas de Produção. Florianópolis: Insular, 1998. 216p.

PITKOWSKI, Andre. Planejamento Programação e Controle de Produção. 4. ed. Mogi das Cruzes: O e M, 1987.120p.

RUSSOMANO, Vítor Henrique. Planejamento e Controle da Produção. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1995. 320p.

RUSSOMANO, Vítor Henrique. Planejamento e Acompanhamento da Produção. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1979. 170p.

SANTORO, M.C. Planejamento, Programação e Controle da Produção (introdução e informações básicas), apostila. São Paulo: PRO/Poli/USP, 1999.

TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 220p.

ZACCARELLI, Sérgio Batista. Programação e Controle da Produção. 4. ed. São Paulo: Pioneira, 1976. 180p.