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PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL: UMA ANÁLISE DO CONSELHO DE TRANSPORTE DO MUNICIPIO DE BELÉM NO PERÍDO DE 2005/2015.1
Jefferson Franco Rodrigues2
Olinda RODRIGUES da Silva3
RESUMO.
O presente estudo analisa o papel do Conselho de Transporte do Município de Belém (CTMB) no período de 2005 a 2015, com o objetivo de identificar os limites e desafios do controle social nessa instância de participação na atualidade. A fim de alcançar este objetivo foi realizada a pesquisa bibliográfica e exploratória em livros, revistas, artigos, monográficas com o intuito de compreender a discursão sobre as categorias de análise: controle social e democrático e conselhos de políticas urbanas; pesquisa documental a partir de fontes como: atas das reuniões publicadas do Diário Oficial do Município de Belém e lei de criação do Conselho com a finalidade de resgatar informações acerca do CTMB; e a pesquisa de campo realizada por meio de técnicas como: questionário e entrevistas semiestruturadas realizadas com os Conselheiros do CTMB. Para compreender o objeto da pesquisa o método de abordagem utilizado na investigação foi o dialético e o método de procedimento o histórico. Verificou-se assim, que o CTMB, no que diz respeito a participação e ao controle social, tem se caracterizado como um espaço de caráter limitado e restrito, não possibilitando o aumento do poder de influência dos cidadãos organizados na agenda pública local. O impacto para a sociedade orna-se evidente, visto a fragilidade que se detecta no âmbito dos espaços de discussão e implementação das políticas urbanas nessa área. As dificuldades que se estabeleceram entre os sujeitos com interesses divergentes interferiram na atuação e qualidade da representação dos conselheiros, fragilizando o exercício de fiscalização e controle social.
Palavras-chave: Controle social, Conselhos de políticas urbanas, transporte e mobilidade urbana.
ABSTRACT.
This study analyzes the role of the Council of the Municipality of Bethlehem Transport (CTMB) in the period 2005-2015, with the aim of identifying the limits and challenges of social control that instance of participation today. In order to accomplish this was carried out bibliographic and exploratory research in books, magazines, articles, monographs, etc., in order to understand increasing discussion about the categories of analysis: social and democratic control and urban policy councils; desk research from sources such as minutes of meetings published in the Official Gazette of the Municipality of Bethlehem, creating law, etc., in order to retrieve information about CTMB; and field research using techniques such as questionnaires and semi-structured interviews with the Directors of CTMB. To understand the object of research the approach method of the research was the dialectical and historical procedure method. It was thus that the CTMB appeared as a limited and restricted character of space, not to increase the power of influence of organized citizens in local public agenda. The impact on society of course, because the weakness is detected within the spaces for discussion and implementation of urban policies. The difficulties that occurred among subjects with divergent interests interfere in performance and quality of representation of directors, weakening the exercise of supervision and social control. Key words: Social Control Councils of urban policy, transport and urban mobility.
1 Trabalho desenvolvido com o apoio do Programa PIBIC/UFPA. 2 Graduando do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Pará. Bolsista PIBIC/CNPQ. E-mail: [email protected] 3 Docente da Faculdade de Serviço Social, Universidade Federal do Pará. E-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
A construção das políticas
públicas no Brasil tem um histórico
marcado por uma cultura autoritária
imposta à sociedade civil, que durante
décadas manteve-se ausente dos
espaços decisórios. Nas cidades
brasileiras esses debates vêm se
constituindo com a consolidação da
Constituição Federal de 1988.
Na Amazônia esse cenário não
era diferente, tomemos como exemplo
o Estado do Pará que durante sua
trajetória política sempre teve em sua
gestão governos autoritários que
dificilmente abriam espaços para a
participação dos movimentos sociais
de caráter popular.
Ao longo do tempo, esse
cenário de autoritarismo foi se
modificando e, atualmente já é
possível identificar alguns municípios e
estados criando espaços de
participação da sociedade civil para a
gestão das políticas publicas.
Notadamente que, o fato da
participação estar legitimada em lei,
não necessariamente e imediatamente
materializa mudanças e
transformações abruptas no
comportamento dos sujeitos coletivos
e individuais, tudo isso depende da
construção de uma nova cultura de
participação política e, obviamente de
uma mudança de mentalidade sobre
os direitos de cidadania e, sobretudo,
da correlação de forças existente em
cada espaço social.
Atualmente, a democratização
das relações entre Estado e sociedade
é uma realidade concreta ao nível
formal. Porém, recente, necessitando
de investimentos a fim de lograr
diálogos entre os diversos sujeitos
sociais que disputam interesses no
âmbito das políticas de Estado.
A escolha por analisar o
Conselho de Transporte do Município
de Belém (CTMB) justifica-se por
considerar que ele, o conselho, vem
na esteira de um processo de luta dos
movimentos sociais em intervir na
política de Transporte e Mobilidade
Urbana e na agenda governamental,
que por um longo período de tempo
ficou somente sob a responsabilidade
do governo.
Neste sentido este trabalho tem
como objetivo: realizar um estudo
sobre as categorias de análises
controle social e controle democrático;
e investigar o controle social no
Conselho de Transporte do Município
de Belém no período de 2005-2015.
MÉTODO
O artigo fundamenta-se na
teoria social proposto por Karl Marx o
materialismo histórico-dialético, pois se
entende que para explicar a realidade
e os seus complexos sociais, não
basta somente compreender o
aparente-imediato que é posto através
do primeiro contato com o objeto de
estudo, e sim é preciso ter uma análise
de totalidade e entender que há algo
além da imediaticidade desse objeto.
Sendo assim, esta teoria permite que o
pesquisador possa ir além da
aparência do fenômeno, do imediato e
do empírico, possibilitando apreender
a essência e não apenas a descrição
do real. Segundo Santana e Silva
(2013, p.189) esta teoria é
“comprometida em desvelar o
imediatamente posto, revelar suas
particularidades na totalidade da vida
social”.
O método de procedimento é o
histórico, no qual, possibilita estudar
as origens dos acontecimentos
passados e explicar os seus reflexos
na atualidade. E, o método utilizado
para compreender a realidade
estudada é o dialético. Este permite
analisar e dar ênfase as contradições
da realidade, numa perspectiva
histórica, possibilitando a
compreensão da realidade
socioeconômica. De acordo com Gil
(1999, p.32) “a dialética fornece as
bases para uma interpretação
dinâmica e totalizante da realidade, já
que estabelece que os fatos sociais
não possam ser entendidos quando
considerados isoladamente, abstraídos
de suas influências políticas,
econômicas, culturais etc.”
Por ser uma pesquisa
preliminar, o objetivo principal é
aprimorar os assuntos e conteúdos
sobre as categorias de análises:
participação, controle social e
democrático e conselhos de políticas
urbanas. A fim de alcançar este
objetivo este trabalho se propôs
realizar uma pesquisa bibliográfica-
documental a partir de uma
abordagem qualitativa e quantitativa.
Para o desenvolvimento deste
trabalho foi adotado a pesquisa
qualitativa, de acordo com Minayo
(1994, p.21) a sua preocupação está
centrada em um nível da realidade que
não pode ser quantificado, trabalhando
desta forma “[...] com o universo de
significados, motivos, aspirações,
crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos
e dos fenômenos [...]”. Permite ir além
do superficial buscando o
aprofundamento do objeto de estudo.
O primeiro momento da
pesquisa destinou-se ao levantamento
bibliográfico, sendo um instrumento
que esteve presente em todo o seu
período da pesquisa. Este foi realizado
através da literatura regional e
nacional, sobre o tema abordado, em
artigos, livros, teses, monografias,
relatórios, dissertações, etc., com o
objetivo de identificar elementos que
venham a subsidiar a discursão e o
entendimento sobre as categorias de
análises estudadas.
A pesquisa documental de
acordo com Gil (2008, p.51) “vale-se
de materiais que não receberam ainda
um tratamento analítico, ou que ainda
podem ser reelaborados de acordo
com o objeto da pesquisa.” Sendo
realizado em atas das reuniões dos
Conselhos, regimento interno, leis,
planos, projetos, etc. que
possibilitando resgatar informações
acerca dos conselhos de políticas
urbanas, com o objetivo de conhecer a
sua organização e estrutura, bem
como, discursões e deliberações
realizadas nos Conselhos.
O trabalho de campo foi
realizado através de técnicas como:
observação, questionário e entrevistas
semiestruturadas. E, a amostra foi
qualitativa de corte intencional. Os
dados serão examinados a partir da
análise de conteúdo. Com esta técnica
serão observados os seguintes itens:
a) quem são os participantes dos
conselhos que assumem os espaços
de debate e deliberações? b) qual a
noção de participação e controle que
se materializa nos discursos dos
conselheiros? c) Quais os espaços
alternativos de participação e controle
para estabelecer o diálogo com os
representantes pelo conselho?
RESULTADOS
1. A Participação como um controle social: notas para debates.
No Brasil o debate sobre a
participação da sociedade na gestão
pública do Estado voltou à tona com o
período de redemocratização do país
que resultou na consolidação da
Constituição Federal de 1988. No
período de luta pela redemocratização
da sociedade brasileira eclodiram
diversos movimentos de contestação
frente à ditadura militar instaurada no
país e a sua maneira de governar, no
período de 1964 a 1979. Durante esse
período “o controle social foi exclusivo
do Estado sobre a sociedade civil por
meio de decretos secretos, atos
institucionais e repressão a qualquer
expressão política desta”. (CORREIA,
2002, p. 123).
A sociedade civil com objetivo
de por fim ao poder autoritário dos
militares e a busca por acesso e
garantias de direitos sociais,
econômico e políticos, passou a se
organizar junto aos movimentos
sociais e outros atores sociais, como
as Bases da Igreja Católica, as
associações de moradores,
sindicalistas, etc. Constitui-se desta
forma nos anos 70/80 um processo de
reivindicação, expressão e luta. Os
“[...] novos atores sociais e políticos,
que não só lutavam por políticas
públicas que os atendam, mas por
serem reconhecidos como sujeito [...]”
(TEIXEIRA, 2001, p. 22).
Os objetivos das luas sociais
visavam construir novas formas de
encarar o Estado, visando mudar as
regras do controle social e de alterar a
forma de fazer política no país. “O fim
do regime militar e a volta das eleições
livres, com legítimos representantes da
sociedade civil, eram os objetivos
centrais de todas as ações”. (GONH,
2012, p. 53). A luta resultou na
promulgação da CF/1988 que trouxe
avanços sociais importantes como:
[...] mecanismos de democracia semidireta – como a municipalização, o plebiscito, o referendo e a ação popular, seguidos da
construção de um pacto federativo (com a descentralização de responsabilidades da esfera federal para a estadual), bem como de mecanismos de controle democrático - como os Conselhos de Políticas Públicas e de defesa de Direitos, de caráter deliberativo e representação paritário do Estado e da Sociedade na sua composição (PEREIRA, 2002, p. 149)
A expressão controle social não
é analisada de forma unívoca. Os
autores Correia (2002) e Campos
(2006), ao analisarem a expressão
“controle social” afirmam que ela pode
ser concebida a partir de diferentes
sentidos, segundo as distintas
concepções de Estado. Sendo o
controle social analisado do ponto de
vista teórico e político em duas
concepções: uma relacionada ao
controle do Estado sobre a sociedade
e a outra ao controle da sociedade civil
sobre as ações do Estado.
Controle social é um conceito clássico, criado e utilizado, no século XIX, pelo sociólogo francês Emile Durkheim. Com esse conceito ele se referia ao controle do Estado sobre os indivíduos. [...] quando nos referimos ao controle dos cidadãos sobre o Estado, têm-se usado “controle democrático”, isto é, que vem do povo, pelo povo e para o povo. (PEREIRA, 2015)4
Seguindo a ordem acima, a
primeira concepção é compreendida
na perspectiva de “estado restrito”5
4 Informação obtida através da realização de uma entrevista on-line com a Profa. Dra. Potyara Pereira da UNB. Em: 30/01/2015. 5 “Segundo Marx, o Estado é um organismo de dominação de classe, um organismo de
(concepção de Marx sobre o Estado e
sociedade), onde o Estado controla os
cidadãos em face dos interesses
particulares da classe dominante. Este
controle tem como objetivo amenizar
os conflitos de classes existentes na
sociedade, tornando-se um mediador
de conflitos. Sendo que esta primeira
forma de controle está relacionada aos
mecanismos de repressão destinados
à manutenção da ordem. “Trata-se de
um controle exercido verticalmente, de
cima para baixo, de forma centralizada
e quase sempre autoritária”.
(CAMPOS, 2006, p. 104)
Este é o tipo de controle
presente na sociedade capitalista, no
qual há o controle do capital exercido
pelo Estado sobre a sociedade, desde
o século XlX já realizava sobre a
sociedade da época, mediante a suas
formas de organização, produção e
através de suas estruturas de poder.
No decurso do desenvolvimento humano, a função do Controle Social foi alienada do corpo social e transferida para o capital, que adquiriu assim o poder de aglutinar os
opressão de uma classe por outra; é a criação de uma ‘ordem’ que legaliza e fortalece a opressão, diminuindo o conflito de classes [...]. [...]. Como o Estado nasceu da necessidade de refrear as oposições de classe, mas como nasceu, ao mesmo tempo, em meio ao conflito dessas classes, ele é, via de regra, o Estado da classe mais poderosa, daquela que domina do ponto de vista econômico e que graças a ele se torna também classe politicamente dominante e adquire assim novos meios para explorar a classe oprimida” (LÊNIN, p. 25 e 31, apud, CARVALHO; IAMAMOTO, 1983, p. 108)
indivíduos num padrão hierárquico estrutural e funcional, segundo o critério de maior ou menor participação no controle da produção e da distribuição (MÉSZÁRIOS, 2002, p. 991)
O modo de produção capitalista
precisa de formas de controle social
para que haja uma aceitação da ordem
dominante pelos membros da
sociedade. Neste sentido o Estado
capitalista teria como objetivo
assegurar a manutenção ampliada e
hegemônica do capital em detrimento
da força de trabalho. (CORREIA,
2002).
No Brasil, o controle social do
Estado sobre a sociedade foi exercido
hegemonicamente no período da
ditadura militar no Brasil através do
fechamento dos canais de participação
política, desmantelamento das bases
de organização e representação das
classes subalternas, disseminação do
medo, prisões e torturas,
acompanhadas de amplos programas
de assistência e previdência social que
reatualizam as estratégias de
integração social, configurando a
chamada segurança social (ABREU,
2002, p. 121).
Através do processo de
democratização que ocorreu nas
décadas de 1970 e 80 que culminou
na consolidação da CF/1988, a
sociedade civil brasileira passou a ter
garantido o direito ao controle social
“democrático”. A partir da “Carta
Cidadã” os mecanismos de controle
social – Conselhos e Conferências –
tornaram-se institucionalizados e
“trouxeram consigo a legalidade da
participação social na perspectiva do
controle social ‘democrático’. Ou seja,
na perspectiva da sociedade civil
participar da formulação e fiscalização
das políticas sociais e públicas”.
(CALVI, 2008, p. 288).
Tem-se neste momento da
implementação da CF/88 um Estado
regulador e garantidor de direitos
sociais com a ampliação da
participação da sociedade, a
universalização e a democratização
das políticas públicas. Entretanto,
percebe-se que na década de 90 o
projeto do governo foi de integração ao
grande capital, tendo como modelo de
gestão a regulação da economia no
contexto neoliberal. O que coloca em
xeque os diretos sociais conquistados
com a CF/1988.
Neste projeto, a classe dominante pretende destruir qualquer empecilho que atrapalhe a reprodução ampliada da acumulação do capital [...]. Neste contexto, é exigida a desregulamentação do Estado e a volta do mercado como regulador da economia e da sociedade. Este giro neoliberal implica o corte de gastos sociais e desmonte das políticas públicas, e a desuniversalização e à privatização dessas políticas com focalização dos recursos nas áreas populacionais consideradas de risco. (CORREIA, 2002, p. 128).
Portanto, o Capital se utiliza
hegemonicamente do Estado para
controlar as classes subalternas e
suas organizações. No entanto, o
controle social do capital desenvolve-
se de forma contraditória, ou seja, ele
confronta-se com as lutas e
mobilizações sociais.
[...] de forma a viabilizar outras formas de controle social, que passam a coexistir e relacionar-se com ele. Isto é, controle social do capital não consegue destruir por completo as lutas emancipatórias dos trabalhadores. Deste modo, ele acaba transferindo potencialidades de controle para as classes trabalhadoras possibilitando a construção de um tipo de controle distinto do controle social do capital. (CALVI, 2008, p. 114).
É frente a esse controle social
hegemônico do Estado que é
analisada a segunda concepção do
controle social o “Democrático”. Em
favor dos seus interesses particulares
a sociedade civil tem possibilidades de
intervir nas ações governamentais.
Esta concepção está fundamentada na
concepção de “Estado ampliado”6 em
Gramsci. O Estado apesar de
representar hegemonicamente os
interesses da classe dominante tende
6 “O Estado em Gramsci é ampliado por incorporar além da sociedade política a sociedade civil com seus aparelhos de hegemonia que mantêm o consenso. Assim, para manter o consenso, o Estado incorpora demandas das classes subalternas. No Estado ampliado, essas buscam espaços na sociedade civil na tentativa de criar uma contra-hegemonia através da ‘guerra de posições’.” (CORREIA, 2004, p. 164)
a incorporar as demandas das classes
subalternas.
O controle social nesta
perspectiva ocorre a partir da “atuação
da sociedade civil organizada na
gestão das políticas públicas no
sentido de controlá-las para que estas
atendam, cada vez mais, às demandas
sociais e aos interesses das classes
subalternas. ” (CORREIA, 2002, p.
121). Ou seja, a sociedade civil tem a
possibilidade de intervir na agenda
governamental dirigindo as suas ações
e os gastos do Estado na direção dos
interesses da maioria da população.
A lógica do controle social é de que quem paga indiretamente os serviços públicos, por meio de impostos é a própria população; portanto, ela deve decidir onde e como os recursos públicos devem ser gastos, para que tais serviços tenham maior qualidade e atendam aos interesses coletivos, não ficando à mercê de grupos clientelistas e privatistas (CORREIA, 2002, p. 124).
O controle social torna-se
necessário porque na atual conjuntura,
os interesses capitalistas tendem a ser
dominantes. O fundo público brasileiro
é um exemplo, onde o modelo de
produção neoliberal utiliza este fundo
a seu favor, no financiamento do
capital, em contrapartida aos
financiamentos dos serviços públicos.
Como afirma Correia (2002, p. 128) “É
determinante controlar os recursos
públicos numa conjuntura de
diminuição de gastos sociais e
enxugamento do Estado”. O controle
dos recursos públicos torna-se um
desafio para a sociedade, criando
resistências à privatização,
mercantilização e redução das
políticas sociais e públicas, tendo
como objetivo a construção de sua
hegemonia.
Desta forma o controle
democrático exercido pela sociedade
são ações desenvolvidas pela
sociedade civil nos conselhos, tendo
como objetivo o monitoramento, a
fiscalização e a avaliação da
sociedade sobre as ações
desenvolvidas sobre determinada
política pública e/ou social, garantindo
sua influência na agenda
governamental. (CAMPOS, 2006).
Para o autor este controle possui três
dimensões: a política, a técnica e a
ética.
[...] a política, relacionada à mobilização da sociedade para intervir nas agendas do governo; a técnica voltada para a fiscalização da gestão dos recursos para a avaliação das ações governamentais e para a discussão, inclusive, do grau de afetividade destas na vida dos destinatários e a ética, por associar gestão participativa à construção de novas relações sócio-políticas e econômicas fundadas nos ideais da solidariedade, da soberania e da justiça social. (CAMPOS, 2006, p.104)
O autor Teixeira (2002) também
analisa a participação como um
instrumento que a sociedade pode se
utilizar para controlar as ações do
Estado. Participando dos espaços
públicos a sociedade pode definir
critérios e parâmetros a ação pública.
Para o autor existem duas dimensões
básicas que podemos entender o
controle social “democrático”. A
primeira refere-se a ‘’accountability’’
quando ocorre a prestação de contas
por determinado grupo que ficou
responsável pela execução de uma
política pública, “conforme parâmetros
estabelecidos socialmente em espaços
públicos próprios”. E, a segunda é
advinda da primeira, e visa
responsabilizar os agentes políticos
por suas ações de acordo com as leis
e padrões éticos internos. Já que estas
foram decididas em nome da
sociedade, então cabe a mesma
exercer o controle para ficar informada
sobre o que esta acontecendo. De
acordo com Teixeira,
O controle social do Estado é um mecanismo de participação dos cidadãos que, para ser efetivo, deve ter como alvos não apenas os centros periféricos, mas sobretudo aqueles que se destinam às decisões estratégicas e ao próprio sistema econômico. [...] o controle social deve estender-se para o sistema econômico, submetido cada vez mais às leis do mercado, apesar de algumas limitações legais existentes, facilmente burladas pelo poder dos lobbies e pela influência política dos seus agentes. (TEIXEIRA, 2002, p. 38)
Concorda-se com Calvi (2008,
p.115 e 121) quando analisa que o
controle social e democrático
possibilidade a sociedade civil a
participar na elaboração, fiscalização e
implementação das políticas sociais.
Sendo um dos elementos constitutivos
de uma esfera pública ampliada e
democrática. E que os Conselhos
estão atravessados pelos diferentes
controles sociais existentes no cenário
brasileiro, que se mostram em
permanente contradição e conflito.
2. ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE TRANSPORTE EM BELÉM-PA.
A seguinte pesquisa propôs-se
a realizar o estudo sobre a atuação do
Conselho Municipal de Transporte de
Belém (CMTB) no período de 2005 a
2015, pois este foi o primeiro conselho
de política urbana instituído em Lei no
município. Neste sentido, buscou
estudar o funcionamento, a
composição, a organização, a
participação e o protagonismo dos
conselheiros frente ao controle social
na política de Transporte e Mobilidade
Urbana. Para atingir tais objetivos
foram analisadas as atas das reuniões
extraordinárias disponibilizadas pelo
Diário oficial do Município de Belém
(DOM) e entrevistas semiestruturadas
com dois Conselheiros representantes
da Sociedade Civil.
O CMTB foi criado no município
de Belém através da Lei nº 7873 de 11
de março de 1998, este é um órgão de
caráter Consultivo e Deliberativo, com
finalidade de “promover a gestão
democrática do Sistema de
Transporte”. Com sua criação abriu a
possibilidade para a participação e o
controle social dos atores sociais
locais intervirem na elaboração,
monitoramento, na fiscalização e na
avaliação de políticas públicas e
sociais nessa área, bem como intervir
nas ações governamentais. Ações
estas que para Grazia de Grazia
(2003, p. 53-69), tornam-se “condição
para a conquista dos direitos, da
cidadania, de novas políticas públicas
que incorporem os excluídos e de
novas referências para as cidades”.
O sistema de transporte em
Belém somente será caracterizado
como uma responsabilidade do
município após a consolidação da
Constituição Federal de 1988, com o
seu processo de municipalização e
descentralização político-
administrativo, no qual coube aos
municípios à responsabilidade em
gerenciar os serviços públicos locais,
como consta no Inciso V da CF/88
“Art. 30. Compete aos Municípios: [...]
V - organizar e prestar, diretamente ou
sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de
interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial;”.
E, a criação de espaços públicos como
os Conselhos Municipais para a
gestão de políticas públicas.
A criação do CMTB originou-se
também em decorrência de uma
demanda dos movimentos sociais da
região em participar da gestão pública
municipal, visto durante anos a
população ser excluída no processo de
participação e controle social das
políticas públicas municipais. A política
de Transporte e Mobilidade Urbana do
município de Belém estava sob a
gestão exclusiva do órgão
governamental - a Companhia de
Transporte de Belém (CTBEL). No
entanto, como afirma Vasconcelos
(2009) não houve uma preocupação
no que se refere a “implementar uma
política de enfoque global de longo
prazo, tendo prevalecido a adoção de
uma política pontual e imediatista”, não
respondendo as principais demandas
da sociedade.
Fato este que contribuiu para o
processo de organização, mobilização
e protestos de diversos atores sociais
na cidade frente à carência de
infraestrutura, principalmente ao
Transporte Coletivo e a Mobilidade
Urbana, com o objetivo de
participarem do processo dos
programas e projetos relacionados à
política. Neste sentido, procurou-se
reunir naquele momento atores sociais
da sociedade civil organizada para
intervir na gestão pública e nas ações
do Município em prol da melhoria de
vida da população. (KLAIN, 2012)
2.1 Conselho Municipal de Transporte de Belém-PA (CMTB): Composição, organização e funcionamento no Período de 2005/2010.
Conforme previsto pela Lei nº
7873/1998, Art. 5º, inciso 2º, a
composição do CTMB é paritária, ou
seja, deverá apresenta o mesmo
número de representantes do poder
público e da sociedade civil. Ao
analisar o período de 2005/2015
através das atas de posses, identificou
que há uma paridade entre as
entidades no CTMB, como mostra o
Quadro 01 ao lado.
Quadro 01. Paridade das Entidades.
Fonte: Elaboração própria com base na de criação do conselho - Lei nº 7873/98.
A sociedade civil apresenta
nove entidades e cada uma possui um
conselheiro titular e um conselheiro
suplente. Já o poder público apresenta
oito entidades sendo que cada uma
SOCIEDADE CIVIL PODER PÚBLICO
Comissão dos Birros de Belém (CBB)
Prefeitura Municipal de Belém (PMB)
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. (DIEESE)
Superintendência Executiva de mobilidade urbana de Belém (SEMOB)
Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (SETRANS/BEL)
Secretaria Municipal de
Coordenação Geral de
Planejamento e Gestão
(SEGEP)
Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará (STTREPA)
Secretaria Municipal de Urbanismo (SEURB)
Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Estado do Pará (FAAPA)
Secretaria Municipal de Economia (SECON)
Sindicato dos Taxistas do Município de Belém, Estado do Pará (STAPEPA)
Secretaria Municipal de Saneamento (SESAN).
União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES)
Comando de Policiamento
da Capital (CPC)
Associação Paraense das Pessoas com Deficiência (APPD)
Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DENTRAN)*
Federação
Metropolitana de
Centros Comunitários
(FEMECAM)
Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DENTRAN)*
apresentando um conselheiro titular e
um conselheiro suplente, exceto o
Departamento de Transito do Estado
do Pará (DETRAN) que apresenta dois
conselheiros titulares e dois suplentes.
A respeito da composição do
CTMB identificou-se com a pesquisa
que durante o período investigado o
Conselho permaneceu com o mesmo
número de entidades e conselheiros
titulares e suplentes do poder público e
da sociedade civil desde o ano de sua
criação. Percebe-se que não houve
uma ampliação ou abertura de espaço
no âmbito do CTMB para os que
militam na política de transporte e
mobilidade urbana no município de
Belém ao longo deste período, não
ocorrendo desta forma uma ampliação
da representação no CTMB.
No parecer Nº 001/20147, o
Conselheiro do Sindicato dos Taxistas
do Município de Belém/Estado do Pará
sugeriu a inclusão do Ministério
Público e do Tribunal de Contas no
CTMB “para que atuem como fiscais
da população”, mas até este momento
não foi decidido pelo conselho à
inclusão destes. Os conselheiros A e B
da Gestão 2014/2016 em entrevista
pontuaram a importância da inclusão
de novas entidades ao conselho.
7 Publicado no Diário Oficial, Ano LV – Nº 12.563.
[...] a gente tem já discutido dentro do conselho da necessidade de trazer um número maior de representante para o conselho [...], mas hoje existem vários segmentos que se fazem, que se fazem necessário estar lá dentro também”. (Conselheiro B) (Grifos dos autores)
Hoje, por exemplo, os motos taxistas querem participar também, o pessoal do alternativo [...] desse transporte que é o complemento do que os ônibus não fazem [...] (Conselheiro A)
A gestão do CTMB será de dois
anos, admitindo apenas uma reeleição
consecutiva por mandato, como costa
na Lei de criação e no regimento
interno. Ou seja, cada Conselheiro
titular ou suplente poderá permanecer
no conselho apenas quatro anos –
totalizando duas gestões. No entanto,
ao analisar as atas de posses de
2005/2015, identificou-se que três
entidades que estão com os mesmos
conselheiros titular e/ou suplente há
dez anos, são estas:
A Comissão de Bairros de Belém
(CBB);
O Sindicato dos Taxistas do Estado do
Pará (STEPA);
E Associação Paraense de Portadores de Deficiência (APPD).
Observando que quatro entidades
estão com os mesmos representantes
há seis anos:
A Federação Metropolitana de Centros
Comunitários (FEMECAM);
O Sindicato dos Trabalhadores em
Transportes Rodoviários do Estado do
Pará (STTREPA),
A Federação das Associações de
Aposentados e Pensionistas do
Estado do Pará (FAAPA) e
O Sindicato das Empresas de
transporte de Passageiros de Belém
(SETRANS/BEL).
Em entevista o Conselheiro A,
que é conselheiro há 15 anos8,
reconhece que o “[...] mandato de
cada conselheiro é durante dois anos,
podendo ser reconduzido por mais um
e depois você tem que indicar outro
[...]”.
É importante destacar que a
organização do CTMB respalda-se na
Lei de criação e no Regimento Interno,
no ultimo consta os grupos de
trabalho.
A presidência do CTMB fica a
cargo do/a presidente SEMOB. E, os
conselheiros dos Órgãos Públicos
serão nomeados pelas autoridades
administrativas e, os representantes
da Sociedade Civil serão indicados
pelos respectivos dirigentes. 8 Informação obtida através do Questionário.
Em entrevista com os
Conselheiros da Gestão 2014/2016 ao
perguntar “Como foi o processo de
Escolha do Conselheiro?”. o
Conselheiro A não respondeu a
pergunta e o segundo informou que a
sua entidade realiza “[...] um debate,
primeiro é a questão da afinidade com
a discurssão. E o segundo é a questão
de no minimo de conteúdo - é
necessário para fazer a discurssão
interna no conselho.”, como consta em
Lei.
Quanto ao funcionamento do
CTMB, este se encontra atualmente
realizando suas reuniões
extraordinárias na Secretaria de
Mobilidade Urbana (SEMOB). O
conselho não apresenta nenhuma
infraestrutura financeira, material e
humana, como por exemplo, uma sala
própria para a realização das reuniões,
equipes técnicas, etc.
Segundo Campos (2006) para
que o conselho seja autônomo e
soberano em suas prerrogativas em
relação à Secretária que está
vinculado, ele precisa apresentar
condições de infraestrutura básicas.
Neste sentido, visando conhecer se há
autonomia do CTMB se perguntou aos
Conselheiros se eles têm uma relação
autônoma com a SEMOB. Para o
Conselheiro A “Sim, o conselho tem
sim!” e o Conselheiro B não respondeu
a pergunta.
As reuniões CTMB
acontecerão “ordinariamente, pelo
menos uma vez a cada mês [...]” e as
reuniões extraordinárias acontecerão
apenas quando necessário (BELÉM,
Lei nº 7873/98). No entanto, pelas
entrevistas obtidas percebeu uma
contradição nas informações a
respeito da reunião do conselho, pois
o Conselheiro A informou que as
reuniões acontecem mensalmente,
mas, segundo a Secretária do
Conselho e o Conselheiro B as
reuniões acontecem de maneira
extraordinária.
“Nós temos feito um calendário que seria mensal as reuniões, uma data, por exemplo, a terceira quarta-feira do mês, tá entendendo?” (Conselheiro A)
“Extraordinariamente, somente. Nós temos
uma reunião ordinária no inicio do ano e o restante é toda extraordinária [...]” (Conselheiro B)
Compreende-se que as
reuniões extraordinárias não são um
espaço suficiente que promova o
diálogo entre o poder público e a
sociedade civil. Segundo Cunha
(2004) o funcionamento do conselho “é
baseado em reuniões ordinárias
mensais abertas e públicas, podendo
ocorrer algumas extraordinárias em
que os conselhos têm direito a voz e
voto e os demais participantes têm
direito a voz [...]”. (CUNHA, 2004, p.
6). Torna-se necessário que o
conselho promova reuniões mensais
para que sejam discutidos os assuntos
voltados a política de transporte e
mobilidade urbana, possibilitando que
os conselheiros possam debater e
propor decisões.
Diante do exposto, a questão
composição, da organização e da
representatividade no conselho é
colocada em xeque, haja vista que
este é um espaço que inaugura a
participação através da representação
em Belém, mas como demostra os
resultados, o Conselho de Transporte
não vem contribuindo com as duas
dimensões da representatividade
ressaltada por Santos (2004, p. 45) a
primeira que “visa chegar ao maior
número de organizações da sociedade
civil” e a segunda “que é ir além das
organizações sociais que compõem
determinado segmento e atingir os
setores não organizados da população
[...]”.
2.2. Protagonismo dos Conselheiros: Reuniões, Pautas e Participação no período de 2005/2015.
A pesquisa em tela buscou
analisar o protagonismo dos
conselheiros através da participação
nas reuniões extraordinárias. Foram
analisadas seis reuniões
extraordinárias durante o período –
2007/2010. As informações do ano de
2005 e 2006 não foram
disponibilizadas no Diário oficial do
Município de Belém. A Tabela 01 e 02
abaixo apresentam as presenças e
ausências dos conselheiros nas
reuniões do CTMB, respectivamente.
Tabela 01. Presenças nas Reuniões Extraordinárias.
Representantes Qtd. %
Sociedade Civil 43 39, 81%
Poder Público 50 46, 29%
Presença Efetiva 93 86, 1%
Presença Ideal. 108 100%
Fonte: Pesquisa Documental, 2014/2015.
Tabela 02. Ausências nas Reuniões Extraordinárias.
Representates Qtd. %
Sociedade Civil 11 10, 18%
Poder Público 4 3,70%
Ausência Efetiva 15 13, 88%
Ausência Ideal 108 100%
Fonte: Pesquisa Documental, 2014/2015.
Como consta na Tabela 01 as
entidades do poder público foram as
mais assíduas em relação à sociedade
civil. Isto se comprova quando é
analisada a Tabela 2 que mostra o
poder público com apenas quatro
ausências nas reuniões analisadas
totalizando quatro ausências. Como
consta nas atas das reuniões
extraordinárias apenas uma entidade –
o DETRAN que faltou as reuniões.
Já os representes da sociedade
civil tiveram 39, 81% presenças.
Sendo que, apenas quatro entidades
participaram efetivamente em todas as
seis reuniões analisadas, são estas: a
CBB, a FAAPA, o DIEESE e a
SETRANS/BEL, como demostra o
Quadro 02 na página seguinte.
As participações das entidades
da sociedade civil no Conselho foram
questionadas pelo Conselheiro B ao
relatar que estas estão “somente para
cumprir tabela”.
[...] a gente lamenta infelizmente que dentro da sociedade civil existem duas ou três entidades que não participam efetivamente, tá, inclusive há varias, varias, varias reuniões que não comparecem e isso é ruim, que além de prejudicar, ainda que seja alguém só para cumprir tabela não participa das reuniões, ai logico que a sociedade civil acaba perdendo. (CONSELHEIRO B)
Quadro 02. Frequência das Entidades.
Fonte: Elaboração própria com base nas Atas disponibilizadas no Diário Oficial do Município de Belém.
A presidência do CTMB, como
já foi citada no item anterior, é
realizada pela SEMOB representante
do poder público, como consta na lei
de criação do conselho. No entanto, a
pesquisa possibilitou identificar por
meio das atas e das entrevistas que as
reuniões são conduzidas pelo
presidente do CTMB, como salientam
os Conselheiros A e B em entrevista.
9 Como já foi explicado o DETRAN possui 02 Conselheiros Titulares e 02 suplentes.
[...] a presidente do conselho tem o livre arbítrio para solicitar uma extraordinária, que pode ser feita a qualquer momento. (Conselheiro A).
Sempre é a presidente, pelo regimento interno, é a presidente do conselho que dirige as reuniões. (Conselheiro B)
E de acordo com os mesmo
Conselheiros é a presidência do CTMB
que elabora as pautas a serem
discutidas nas reuniões do conselho
sem a participação dos demais
membros. Caso algum conselheiro
queria propor alguma pauta ele
SOCIEDADE CIVIL PODER PÚBLICO
Sigla Presença Ausência Justificativa Sigla Presença Ausência Justificativa
CBB 6 ---- ---- SEMOB 6 ---- ----
FEMECAM 3 3 ---- SEGEP 6 ---- ----
STTREPA 4 2 ---- SEURB 6 ---- ----
SETRANS/BEL 6 ---- ---- SECON 6 ---- ----
DIEESE 6 ---- ---- SESAN 6 ---- ----
APPD 4 2 ---- CPC 6 ---- ----
STTEPA 4 2 ---- PMB 6 ---- ----
FAAPA 6 ---- ----
DETRAN
9
8 4 ----
UMES 4 2 ----
somente poderá acrescentar durante a
reunião, após a leitura das pautas.
Nota-se que não há um processo
democrático na elaboração das pautas
e que os principais assuntos tratados
no Conselho não correspondem às
reais demandas da população de
Belém.
[...] quem define [a pauta] é a presidente do conselho, ela que delibera a pauta de acordo com aquilo que ela entende [...]” (Conselheiro A)
Bem, a presidente ela repassa para a gente, né... a pauta, e no momento que é feito a leitura da pauta, quem tiver alguma outra pauta que possa ser acrescentada no momento entra como pauta ou se não for possível agenda-se então uma nova reunião para que seja debatida aquela proposta de pauta.” (Conselheiro B)
Em relação às pautas
discutidas no CTMB os conselheiros
A e B informaram que o Conselho não
debate apenas assuntos voltados à
tarifa de transporte público, e sim,
sobre a questão da qualidade do
transporte, da necessidade do
aumento do transporte público, sobre a
questão da acessibilidade, etc.
Não é só a tarifa, ai vem a questão da qualidade do transporte, a qualidade das vias, né..., [...] as questões das qualidades e das necessidades, ai entra as questões da necessidade da acessibilidade, a necessidade do aumento dos condutores, a necessidade do aumento dos trabalhadores, as necessidades do melhoramento das vias, as necessidades das sinalizações, né..., quer dizer das verticais, tudo isso é debatido, tudo isso é objeto [...] de debate do conselho. (Conselheiro B)
Tudo que se relaciona com o transporte, como o trânsito, a melhorias da mobilidade, [...] não é só o transporte, o transporte dentro todo os seus modais, pode ser ele rodoviário, pode ser fluvial, qualquer aspecto nós podemos discutir e deliberar. (Conselheiro A)
Entretendo ao analisar as
pautas das reuniões extraordinárias a
fim de conhecer os principais assuntos
debatidos no conselho durante o
período de dez anos, a pesquisa
identificou que ocorreram dezessete
reuniões extraordinárias, e que as
reuniões tiveram como pautas apenas
os reajustes de passagens do
transporte coletivo, do transporte
hidroviário, das tarifas dos táxis e dos
micro-ônibus. Como mostra o Quadro
03 abaixo:
Quadro 03 - Pautas das reuniões
extraordinárias período de 2005 - 2015.
Fonte: Elaboração própria baseado nas informações do Diário oficial do Município de Belém.
Ao analisar o Quadro 03 se
observa que não foi colocado em
pauta nenhum assunto voltado a
Pautas Pautado
Reajuste da tarifa do serviço de
transporte coletivo por ônibus.
8
Reajuste de tarifa de transporte
hidroviário.
4
Reajuste da tarifa do serviço de
transporte individual de
passageiros por táxi do
Município de Belém.
3
Reajuste da tarifa do serviço de
transporte por micro-ônibus.
2
Política de Transporte e Mobilidade
Urbana para o município de Belém,
tais como: a criação do programa de
participação popular; a criação do
sistema de informação à população
sobre o sistema de transporte; a
expansão e o aperfeiçoamento de
transporte do município; levantamento
e a elaboração de medidas as
reclamações e reivindicações da
população, etc., assuntos que compete
ao CTMB.
Vale ressaltar que as pautas em
sua maioria foram propostas pelos
representantes da sociedade civil.
Desta forma, concorda-se com
Dagnino, Oliveira e Panfichi (2006)
que a sociedade civil não é
homogênea e que é composta por
uma grande heterogeneidade de
atores sociais, incluindo atores
conservadores, que apresentam
diferentes projetos societários.
O transporte coletivo é o meio
de transporte mais utilizado pela
população do município de Belém.
Este meio de transporte obteve oito
propostas de reajuste de sua tarifa. Ao
analisar este reajuste, constatou-se
que: em 2005 o valor da passagem
custava R$ 1,35 (um real e trinta e
cinco centavos) e a meia passagem
R$ 0, 65 (sessenta e cinco centavos) e
no ano de 2015 este valor custa R$
2,70 (dois reais e setenta centavos) e
a meia passagem R$ 1,35 (um real e
trinta e cinco centavos), obtendo um
aumento de 100% as passagens
“inteiras” e a meia passagem 107,69%.
O aumento das passagens
durante esses 10 anos não
acompanhou a qualidade no sistema
de transporte e mobilidade urbana
local, motivos de reclamações e
protestos pela cidade. No estudo
realizado por Amaral no ano de 2013
com lideranças dos movimentos
sociais de Belém a respeito do
transporte público por meio de ônibus,
este identificou que: 100%
consideraram o conforto insatisfatório;
em relação a pontualidade 85,7%
consideram insatisfatório e 14, 3%
regular; 74, 4% das lideranças
avaliaram a limpeza como
insatisfatória, 14, 3% como regular e
14, 3% consideraram bom; em relação
a acessibilidade 85,7% insatisfatória e
14, 3% regular.
Como destaca Vasconcelos
(2011, p. 301) “[...] a população
usuária do transporte público arca com
o ônus da dívida pública, nos
investimentos para o setor,
fortalecendo a iniciativa privada no seu
processo de acumulação”.
[...] o transporte regular por ônibus opera com visíveis sinais de deterioração, frota insuficiente e envelhecida, ausência de pontualidade, conforto, confiabilidade, segurança, além da superlotação dos veículos, dentre outros fatores que comprometem o nível do serviço ofertado aos usuários. (VASCONCELOS, p. 285).
Ao analisar o item
“Protagonismo dos Conselheiros:
Reuniões, Pautas e Participação”,
constatou-se que no CTMB não vem
ocorrendo uma participação
democrática ou participativa, pois ao
analisar a frequência se constatou que
há uma relativa participação
quantitativa, mas não na mesma
proporção da qualitativa, haja vista que
as pautas ficaram restritas algumas
entidades e a um único tema: o
reajuste de tarifas. Desta forma, a
participação no CTMB caracterizou-se
pela participação gerencial ao
“desconsiderar o coletivo e limita-se ao
atendimento de demandas imediatas
de um grupo [...]” (OLIVEIRA, 2006, p.
71).
3.3. O Conselho Municipal de Transporte - na visão dos Conselheiros.
O seguinte item buscou
analisar, na visão dos conselheiros, o
entedimento a respeito da Política de
Transporte e Mobilidade Urbana e
sobre o papel do Conselho de
Transporte de Belém. Entende-se que
os Conselheiros ao pleitearem
participar do Conselho possuam algum
conhecimento específico a respeito da
política pública que o conselho esta
vinculada e sobre o papel do
Conselho, para que estes possam de
fato propror ações.
A pesquisa identificou que os
conselheiros compreendem o
processo de criação do CTMB, mas
estes não possuem uma clareza sobre
a concepção e papel do conselho,
apresentando apenas uma visão
geral.
[...] o fundamento maior do conselho é justamente planejar e trazer a essas entidades representativas quais as mudanças e o que se vai precisar fazer para a melhoria da mobilidade dentro da atividade de transporte. (Conselheiro A).
O conselho de Transporte [...] veio para atender realmente a necessidade do controle social em cima da questão dos transportes [...] conselho ele foi necessário, é necessário, e certamente será necessário no controle, para que a gente possa estar discutindo. (Conselheiro B)
De acordo Gonh (2011) há uma
ausência de capacitação dos
conselheiros para que a participação
seja qualificada, por exemplo, na
elaboração e gestão das políticas
públicas, principalmente aos
representantes da sociedade civil. Esta
falta de capacitação foi identificada no
CTMB através das falas dos
conselheiros abaixo, em relação às
atribuições, competências e objetivos
do CTMB, pois estes apresentram uma
visão restrita em relação ao que
define a Lei Lei nº 787/1998.
É dentro daquilo que eu digo, hoje como há uma necessidade e há um estudo muito profundo a mobilidade e a melhoria, e como nos temos como seres humanos, o hábito de não cumprir as normas, não executar [...] a faixa esta bem ali, mas você não atravessa na faixa, então o conselho ele é mais ou menos para você discutir esse tipo de tema, e procurar melhorias, está endentando? Achar didáticas que possam melhorar o comportamento do ser humano para que ele evite isso [...] (Conselheiro A) (Grifos dos autores)
[...] decidiu para melhorar a respeito das tarifas públicas, decidiu para melhorar as questões do transporte, decidiu para melhorar a respeito das melhorias de acesso das vias e das sinalizações, se resume isso. (Conselheiro B)
A fim de compreender de que
forma o Conselho contribui para a
Política de Transporte e Mobilidade
urbana do município de Belém na
perspectiva dos entrevistados, haja
vista os dados detalhados no Quadro
03 onde se lê que o CMTB apenas
realiza reuniões extraordinárias com o
objetivo do aumento das tarifas de
transportes em seus diversos modais.
Perguntou-se aos conselheiros
A e B quais as principais conquistas do
Conselho.
No período que eu participei como conselheiro eu acho que uma das maiores conquistas é o próprio da “tarifação”, hoje se a sociedade civil não tivesse representada ali, a gente teria certamente a tarifa pública bem maior, seria bem maior. [...]. Quando houve a questão dos
vinte centavos, onde aqui não houve reajuste. Isso foi significativo para gente, não somente no aspecto político, mas como social. (Conselheiro B) (Grifos dos autores)
Instalar um semáforo naquele cruzamento que é perigoso [...] isso são tudo aquilo que a gente solicita - colocar uma faixa na frente da escola que a gente vê que é necessário, a gente coloca, a gente debate a melhoria, por exemplo do uso de transporte, que é mais debatido [...] (Conselheiro A) (Grifos dos autores).
A através das colocações dos
conselheiros pode-se concluir que o
conselho vem apresentando propostas
que expressam somente discursões
pontuais e imediatistas, em relação à
política de transporte e mobilidade,
não apresentando, portanto,
indicações de políticas com enfoque
global que contemple de fato as
demandas da população e dos
movimentos sociais.
Quanto ao repasse de
informaçãoes como as pautas e
deliberações discutidas no âmbito
interno do CTMB os conselheiros A e
B disseram que acontecem através de
assembleias e/ou reuniões.
O Conselheiro B acrecentou
que estas informações são
repassandas “sempre que tem algum
ponto polêmico a ser discutido [...]”.
[...] como representante do conselho é trazer esse ponto a nível de diretoria, para que a a gente afine a nível de diretoria, para resolver qual a posição que a [entidade] vai estar defendendo dentro do conselho, da forma como ela vai fazer o enfrentamento [...] e após isso [...] nem sempre existe um tempo hábil
para você fazer a articulação com o segmento, você após isso leva para uma reunião ou uma assembleia [entidade] e a gente repassa a titulo de informe e até a titulo de deliberação para que a gente possa tá apresentando no conselho. Então nós temos duas instâncias: primeiro com o corpo diretor e depois com o corpo associativo. (Conselheiro B) (Grifos dos autores)
Ao observar a fala do Conselheiro é
possível verificar que as informações
para a base ocorrem de maneira
restrita. A partir do exposto, concorda-
se com Bravo (2006) que há
“dificuldade do exercício da
democracia participativa”, ao
evidenciar que há muitos obstáculos
no âmbito externo e interno dos
conselhos.
DIFICULDADES.
Encontrou-se dificuldades na
realização da pesquisa de campo no
Conselho de Transporte do Municipio
de Belém (CTMB). Foram emitidos
quatro oficios: o primeiro no dia
13/11/2014 e o último dia 15 de Julho
(segue em anexo) à Presidente do
Conselho e ao Orgão responsável pela
Política de transporte e mobilidade de
Belém objetivando socilitar entrevistas
semiestruturadas com os conselheiros,
acesso aos documentos do Conselho,
tais como: Atas, Cartilhas, Relatórios,
Regimento Interno, entre outros. No
entento até a finalização deste
trabalho nenhum documento foi
entregue.
A investição a respeito do
controle social no CMTB tinha como
objetivo analisar o Perfil dos
Conselheiros para identiicar a faixa
etária, gênero, escolaridadade, renda,
filiação partidária, etc., através das
fichas cadastrais dos conselheiros.
Como já foi citado acima não foram
viabilizados nenhum documentos do
Conselho, não sendo possivel analisar
estes itens.
A proposta deste estudo era
também realizar entrevistas com 50%
dos conselheiros. Entretanto, como a
presidência do Conselho não
disponibilizou a relação dos
conselheiros com os seus respectivos
contatos, tivemos que realizar um
levantamento dos atuais conselheiros
com o objetivo de conseguir contato
para a realização das entrevistas.
Somente após a solicitação do último
oficio 13/07/2015 que foi indicado um
conselheiro a realizar a entrevista no
dia 17/07/2015. Para entrevista com
mais um conselheiro foi necessário a
busca nas próprias entidades,
chegando ao segundo entrevistado.
Compreende-se que a
informação e a transparência é o
pressuposto basico da participação
nos espaços públicos. Ao pesquisar a
atuação do CTMB constatou-se que
este orgão não vem divulgando as
reuniões nos meios de comunicação
para a sociedade, e que apenas as
deliberações de suas reuniões
extraordinárias são divulgadas no
Diário Oficial do Muncipio de Belém.
DISCUSSÃO.
A participação nas discussões
de interesse público que convergem
para a implementação de políticas
sociais e públicas foi assegurada em
lei a partir da Carta Constitucional de
1988, e abriu espaço para que a
sociedade civil participasse da
construção de uma agenda comum
entre sociedade e Governo,
influenciando diretamente, no
desenvolvimento humano e social de
todos.
Durante décadas a divisão
política do poder nos estados do norte
brasileiro, e, em especial no município
de Belém, tem oscilado em função dos
interesses de grupos nacionais,
regionais e internacionais, alheios às
necessidades das populações
carentes que normalmente mantêm-se
ausentes das estruturas de poder.
Belém do Pará, a gestão democrática
ainda ressoa como uma grande
novidade, carecendo de investigações,
reflexões e críticas.
Tendo em vista o Conselho de
Transporte do Munícipio de Belém, por
meio dos resultados expostos, este
apresentou um caráter limitado e
restrito, não visando aumentar o poder
de influência dos cidadãos
organizados na agenda pública local.
O impacto para a sociedade é
evidente, visto a fragilidade que se
detecta no âmbito dos espaços de
discussão e implementação das
políticas urbanas. As dificuldades que
se estabeleceram entre os sujeitos
com interesses divergentes
interferiram na atuação e qualidade da
representação dos conselheiros,
fragilizando o exercício de fiscalização
e controle social.
Diante desse quadro é correto
afirmar que o desafio de ampliação da
democracia participativa é um tema
cada vez mais relevante, e que, requer
maior aprofundamento nas reflexões
de ordem acadêmica, especialmente
em experiências oriundas dos espaços
públicos e, em particular no Conselho
de Transportes do município de
Belém. Pois se para a sociedade civil
organizada a experiência possibilitou
um passo a frente no sentido de
avançar no diálogo com o Estado, falta
ainda a garantia de que todas as
decisões tomadas nos espaços
públicos de participação sejam
convertidas em ações executáveis, o
que significa também avançar na
criação de estratégias que possibilitem
o controle da sociedade sobre o
Estado.
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VASCONCELOS, E. M. A. A reestruturação produtiva e as novas formas de organização do trabalho: a experiência do transporte alternativo no municipio de Belém/PA. (Tese de doutorado apresentada ao programa de pós graduação em Ciências Socias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Natal, 2009. ______________, Elisa. A O cotidiano do transporte coletivo: a experiência do movimnto pelo transporte alternativo no municipio de Belém. In: (Org.) Joana V. Santana; Maria Elvira R. de Sá. Políticas Públicas e lutas sociais na Amazônia – enfoques sobre planejamento, gestão e territorialidade. Belém: ICSA/UFPA, 2011, p. 283-332. KLAIN, Jacqueline Southier. O Conselho Estadual de Saúde – CES/PA em foco:
uma análise da participação e do controle social. Jundiaí: Paco Editorial, 2012.
Parecer do Orientador.
O bolsista Jefferson Franco Rodrigues
apresentou compromisso, assiduidade e
competência no período de execução do
plano de trabalho “Participação e controle
social: uma análise do conselho de
transporte do município de Belém no
período de 2005/2015”, superando as
dificuldades encontradas no decorrer da
pesquisa e investindo em publicações.
Belém, 15 de agosto de 2015.
Olinda Rodrigues - Orientadora
PUBLICAÇÕES. (SEGUEM EM ANEXO)
Apresentação do Artigo: “Controle
Social: um estudo sobre os conselhos
de políticas urbanas da região
metropolitana de Belém (RMB)” no 2º
Encontro Internacional e 9º Encontro
Nacional de Política Social (ENPS)
realizado pelo programa de Pós-
Graduação em Política Social –
Vitória/Espirito Santo nos dias 04 a 07
de Agosto de 2014.
Apresentação do Artigo “Movimentos
Sociais Urbanos e Conselhos de
Políticas Urbanas da RMB” no X
Seminário Regional de Formação
Profissional e Movimento Estudantil do
Serviço Social realizado na UFMA,
São Luís/MA, nos dias 29 de outubro a
1 de novembro de 2014.
Apresentação do Artigo “A
Participação Social e Cidadania: os
conselhos de políticas urbanas da
RMB e a garantia dos direitos sociais”
no evento “V SEMINARIO
INTERNACIONAL DERECHOS
HUMANOS, VIOLENCIA Y POBREZA:
la situación de los niños y
adolescentes en América Latina hoy”
na Universidad Nacional de Lanús
(UNLA) em Buenos Aires nos dias 26,
27 y 28 de novembro de 2014.
Apresentação do Artigo
“Democratização E Gestão Pública Na
Amazônia: A Experiência Da Cidade
De Belém-Pa” no 3º Encontro
Internacional e 10º Encontro Nacional
de Política Social (ENPS) realizado
pelo programa de Pós-Graduação em
Política Social – Vitória/Espirito Santo
nos dias 22 a 25 de Junho de 2015.
Apresentação do Artigo “Planejamento
Participativo No Estado Do Pará:
Análise A Partir Da Percepção Dos
Sujeitos Sociais” no 3º Encontro
Internacional e 10º Encontro Nacional
de Política Social (ENPS) realizado
pelo programa de Pós-Graduação em
Política Social – Vitória/Espirito Santo
nos dias 22 a 25 de Junho de 2015.
Trabalho “Conselho Municipal de
Habitação de Interesse Social de
Belém-PA: desafios e possibilidades
na efetivação da política de
habitação”. Apresentado noa 67ª
Reunião Anual da SBPC, nos dias 12
a 18 de junho de 2015 na
Universidade Federal de São Carlos –
UFSCar, São Carlos/SP.
Aprovação do Artigo “Participação
Social Nas Políticas Públicas Urbanas
De Belém-Pa: na Perspectiva Dos
Sujeitos Sociais” Na VII Jornada
Internacional de Políticas Públicas
(JOINPP), a ser realizada no dia 5 de
agosto de 2015 na UFMA.