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EIXO TEMÁTICO 4 CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

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EIXO TEMÁTICO 4

CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO

DA COMUNIDADE

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III Encontro Estadual de Atenção Básica:

20 anos da Estratégia Saúde da Família em

Mato Grosso do Sul

EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

PERTURBAÇÕES NO CAMPO ENERGÉTICO: EXPERIÊNCIA DEPRATICANTES DE TOQUE TERAPÊUTICO

Ani Fabiana Berton / UFMSIlda Estefani Ribeiro Marta / UFMS

INTRODUÇÃOO diagnóstico de enfermagem denominado Campo deEnergia Perturbado foi incluído na taxonomia da NorthAmerican Nursing Diagnosis Association (NANDA) no anode 1994 (NANDA, 1994). Em 2014, a NANDA realocou essediagnóstico para um nível que requer validação, uma vezque as pesquisas atuais enfocam intervenções e não opróprio diagnóstico (HERDMAN; KAMITSURI, 2014). Aexistência do campo de energia humano não é reconhecidapela ciência hegemônica. Em estudos recentes sobre asracionalidades médicas vemos que, as maiores diferençasentre as medicinas tradicionais e a medicina ocidentalcontemporânea se referem à morfologia, a noção de corpopode ser muito distinta, como no caso dos meridianos epontos de acupuntura na medicina tradicional chinesa e aescala de corpos, indo do mais denso ao mais sutil, namedicina ayurvédica (LUZ, 2012). Enquanto praticantes detoque terapêutico, terapia integrativa e complementar,temos a intenção de harmonizar os corpos sutis ou campode energia humano. A realização do toque terapêuticoenvolve quatro fases: centralização, avaliação, reequilíbrioe reavaliação do campo energético. Na fase de avaliação docampo energético, o terapeuta desliza suas mãos aaproximadamente cinco centímetros do corpo do paciente,em busca de sinais que indiquem perturbações do campoenergético, dentre eles, diferenças de temperatura esensação de formigamento (KRIEGER, 1995). Este relatotem por objetivo apresentar nossas percepções/sensaçõesdurante a fase de avaliação do campo energético humano.

DESENVOLVIMENTO Durante quase trinta anos, as autoras do presente relatode experiência, vem realizando a avaliação do campo deenergia humano ao aplicar toque terapêutico no contextode diversos projetos de extensão, desenvolvidos nasdiversas instituições de ensino nas quais atuaram comodocentes. Rotineiramente, após cada atendimentorealizado, as sensações/percepções detectadas foramanotadas em um diário de campo. Os dados apresentadosnesse relato foram obtidos em consultas a essas anotaçõese categorização das mesmas nos diversos tipos desensações/percepções que indicam perturbação do campoenergético.

RESULTADOS/IMPACTOS Constatamos que metade das percepções/sensações sereferem a sensações nas nossas mãos, seguidas pelassensações ou manifestações em outras partes do nossocorpo, compreensão intuitiva, e visualizações. Dentre assensações nas mãos registramos alterações detemperatura, sensações de congestão, formigamento,agulhadas, pequenos choques elétricos, dor, sensação deaspereza e vibração. No que se refere à sensações oumanifestações em outras partes do corpo registramos dor,queimação, pressão, calor, opressão no peito, náusea,tontura, bocejos e contrações musculares. Por meio dacompreensão intuitiva relatamos angústia e tristeza. Registramos ainda visualização do fluxo de energia nosmeridianos.

CONSIDERAÇÕES FINAISOs dados aqui relatados indicam a possibilidade e anecessidade de investigações que possam auxiliar navalidação do diagnóstico de enfermagem Campo de EnergiaPerturbado. Muitas percepções/sensações aqui relatadassão características definidoras deste diagnóstico deenfermagem. Outras tais como, dor e aspereza nas mãos, sensações e manifestações em outras áreas do corpo e asvisualizações, não constam na descrição desse diagnósticoe também não são descritas na literatura sobre estatemática. É necessária a realização de pesquisas quecomparem as percepções/sensações entre diferentesterapeutas e a validação com dados objetivos dos pacientes.

REFERÊNCIASHERDMAN, T. H.; KAMITSURI, S. (Orgs.). NANDA International NursingDiagnoses: definitions and classification, 2015-2017. 10th ed. Oxford: WileyBlackwell, 2014.KRIEGER, D. O toque terapêutico: versão moderna da antiga técnica daimposição das mãos. São Paulo: Cultrix, 1995.LUZ, M. T. Estudo comparativo de racionalidades médicas: medicina ocidentalcontemporânea, homeopática, chinesa e ayurvédica. In: Luz MT, Barros NF.Racionalidades médicas e práticas integrativas em saúde: estudos teóricos eempíricos. Rio de Janeiro: UERJ/ IMS/LAPPIS, 2012. p. 25-47.NANDA. Nursing diagnosis: definitions & classification 1995-1996.Philadelphia: NANDA, 1994.

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MEDICINA TRADICIONAL CHINESA, TAI CHI CHUAN, XIANG GONG, LIANGONG E QI GONG COMO ALTERNATIVAS NA PROMOÇÃO DE SAÚDE EM

PONTA PORÃ MS.Carlos Alberto Urizar / Prefeitura Municipal de Ponta Pora

Nilmar de Oliveira Alves / Prefeitura Municipal de Ponta Pora

INTRODUÇÃOA Academia da Saúde de Ponta Porã vem oferecendo aulasde Karate, Teatro, Dança, Medicina Tradicional Chinesa –Tai Chi Chuan, Xiang Gong, lian Gong, Qi Gong como formade Promoçao da Saúde,

DESENVOLVIMENTOA Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina TradicionalAyurveda- Yoga são as formas mais antigas de curaetambém prevenção as doenças. No caso da MedicinaTradicional Chinesa que abrange as tecnicas de acuputura,moxa, auriculo terapia, fitoterapia, Tai Chi Chuan, XiangGong, Lian Gong, Qi Gong , do in e outras praticas, estãobaseados na circulação de energia vital no corpo humano etambém na religião tauista conforme segue: No principioera o TAO e o TAO se manifestou na forma de YIN e YANG. Yin é Yang é escuro Claro feminino Masculino noite DiaNegro Branco No corpo Humano a energia vital o QIposui caminho que são chamados de Meridianos econforme o modo de vida de cada pessoa em algum pontodo caminho da energia pode haver excesso ou falta deenergia. No caso do excesso deve -se sedar ou seja tirar oexcesso, no caso de falta deve-se tonificar para que aenergia volte a fluir. Isso é feito com agulhas, automassagem ou movimentos como do Tai Chi Chuan ou XiangGong, Qi Gong, com essas praticas a pessoa expulsa aenergia perversa ou seja a doença e recupera sua saúde.

RESULTADOS/IMPACTOSA principio começamos oferecendo essas atividades apenasna Academia da Saúde e depois estendemos essasatividades ao CAPS. Principalmente no CAPS II a aceitaçãodessas praticas foi bastante positiva e a adesão aumentacada dia. Já dá para perceber nos pacientes do CAPS II adiminuição da pressão arterial, e melhoria na qualidade dosono, diminuição da ansiedade e nervosismo, contribuindopara a melhoria da saúde fisica e mental dessas pessoas.Certos pacientes com problemas de movimentação depernas e braços estão apresentando um quadro positivo.Motivados por estes resultados estamos iniciando a IEscola de Agentes Comunitarios em Saúde Mental eMedicina Tradicional Chinesa.

CONSIDERAÇÕES FINAISPretendemos implantar em Ponta Porã e futuramente emPedro Juan Caballero – Paraguai, através da Academia daSaúde, essas praticas seguindo a Politica Nacional dePromoção da Saúde e a Politica Nacional de PraticasIntegrativas e Complementares do SUS – P.I.C como formasalternativas de Promoção da Saúde, enchendo praças,clubes, ruas com essas praticas.

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IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE ATENDIMENTO INTEGRAL ÀS PESSOASCOM DOENÇA FALCIFORME, TRAÇO FALCIFORME EM CORUMBÁ

Claudia Natacha Bassi Dagel / CMS

INTRODUÇÃOTeve por objetivo capacitar todos os profissionais de saúdedo município de Corumbá sobre o Protocolo, que foiinstituído em decorrência da falta de conhecimento dosprofissionais de saúde sobre a doença na região o quecausou sequelas graves e mortes. O projeto teve comoprotagonista a Acodfal - Associação Corumbaense dep e s s o a s c o m D o e n ç a F a l c i f o r m e e o u t r a shemoglobinopatias que propôs a parceria junto à SecretariaMunicipal de Saúde de Corumbá. A doença falciforme éuma doença crônica, hereditária, caracterizada pelapresença de uma hemoglobina anormal, que sobdeterminadas condições de desoxigenação, polimeriza,deformando as hemácias, causando deficiência notransporte de oxigênio e gás carbônico e outrascomplicações clínicas, com comprometimento progressivode diferentes órgãos. A mortalidade é alta se não tiveratendimento e acompanhamento multiprofissional emultidisciplinar a ser realizado por profissionaisadequadamente preparados. Tem indicação desde 2015para ser acompanhada também pelas equipes da AtençãoBásica (BRASIL,2015)

DESENVOLVIMENTOA metodologia utilizada foi de fazer rodas de conversa, pormeio de Educação Não Formal (DAGEL, 2017), realizadasnas unidades de saúde especificamente para abordar oProtocolo de Atendimento Integral às Pessoas com DoençaFalciforme, Traço Falciforme e outras hemoglobinopatiasna Rede Municipal de Saúde de Corumbá/MS (CORUMBá,2016), envolvendo todos os profissionais da unidade desaúde. A proposta foi de aproximar os profissionais desaúde e os pacientes com doença falciforme atendidos pelarede municipal de saúde de Corumbá.

RESULTADOS/IMPACTOSOs encontros ocorreram entre setembro de 2017 esetembro de 2018, envolvendo 27 equipes da AtençãoBásica e mais um grupo específico de médicos do ProgramaMais Médicos, somando mais de 350 profissionais desaúde. Os membros da Acodfal que realizaram ascapacitações, invertendo a ordem da educação em saúde.Neste caso foram os usuários que capacitaram osprofissionais de saúide, a partir de suas experiências doadoecimento e com base no documento: "Doençafalciforme: diretrizes básicas da linha de cuidado" doMinistério da Saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAISCom esta capacitação a Acodfal mostrou que o controlesocial pode e deve ser protagonista na busca da melhoriado atendimento dos profissionais de saúde, no que dizrespeito à atenção integral de uma doença crônica e comgraves sequelas como a doença falciforme, o traçofalciforme e outras hemoglobinopatias.

REFERÊNCIASBRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DepartamentodeAtenção Hospitalar e de Urgência. Doença falciforme: diretrizes básicas dalinha de cuidado – Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doenca_falciforme_diretrizes_basicas_linha_cuidado.pdf > Acesso em 05/11/2018.CORUMBÁ. Resolução n° 3, de 19 de dezembro de 2016. Institui o protocoloatendimento integral às pessoas com doença falciforme, traço falciforme e outrashemoglobinopatias na rede pública municipal de saúde de Corumbá/MS.DiárioOficial do Município de Corumbá, MS, Ano V, Edição No 1087, quarta-feira, 21d e D e z e m b r o d e 2 0 1 6 . D i s p o n í v e l e m <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:MM1ZCgvZTMoJ:do.coru m b a . m s . g o v . b r / p o r t a l / e d i c o e s / d o w n l o a d / 1 4 4 1 + & c d = 3 & h l = p t -BR&ct=clnk&gl=br&client=ubuntu > Acesso em 07/11/2018.DAGEL, Claudia Natacha Bassi. Pessoas com doença falciforme em Corumbá-MS: educação não formal, participação popular e politicas públicas. 2017. 109f.Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Mato Grosso doS u l , C o r u m b á / M S . 2 0 1 7 . D i s p o n í v e l e m <https://ppgecpan.ufms.br/claudia-natacha-bassi-dagel-pessoas-com-doenca-falciforme-em-corumba-ms-educacao-nao-formal-participacao-popular-e-politicas-publicas-2/> Acesso em 07/11/2018.

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PERCURSOS DE UMA EXPERIÊNCI FORMADORA: PROJETO"PERUSORRISO"

Eliete de Freitas / UFMSMariana Souza Izidre / UFMSIndia Mara Sgnaulin / UFMS

INTRODUÇÃOO adoecimento infantil é um processo que pode serencarado como ameaçador, visto que a criança sofre nãoapenas como os sinais e sintomas da doença, mas tambémcom o nova realidade que passa a vivenciar, comoprocedimento invasivos, medicamentos quimioterápicos esofrimento dos cuidadores. Isso pode influenciarnegativamente no processo de cura da doença, causandoestresse e sobrecarga emocional nos pacientes. (LEPRI,2008; WRIGHT, 2015.) Nesse contexto, identifica-se anecessidade de quebrar o paradigma biomédico, deixandode olhar apenas para a patologia e voltando as ações deenfermagem para o indivíduo de forma holística.

DESENVOLVIMENTOA partir da observação do trabalho da equipe de psicologiado Centro de Tratamento Onco-Hematológico Infantil(CTOHI) de um Hospital de Campo Grande, as acadêmicasde Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá viram anecessidade de realizar o projeto “PeruSorriso”, que levamáscaras de heróis e perucas de princesas para auxiliar noentendimento e aceitação da curso da doença, tornando anova rotina mais suave e fortalecendo o emocional dacriança. Os materiais são confeccionados pelas discentes,com lãs, fitas de cetim e miçangas recebidas por meio dedoação. Ao serem finalizadas, são entregues aodepartamento de psicologia do CTOHI.

RESULTADOS/IMPACTOSForam entregues 15 perucas e 15 mascaras. Durante aentrega pode-se observar uma das crianças que recebeu amáscara de um herói, após passar por um procedimentoinvasivo e doloroso, colocou-a e se sentiu no personagem,fortalecido e destemido, pronto para seguir firme notratamento. De maneira lúdica, entendeu que oprocedimento é necessário e que ele conseguiria enfrentá-lo, assim como o herói em suas histórias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O fato de envolver acadêmicos de enfermagem, tanto noprocesso de criação quanto na entrega dos materiais, temcomo objetivo mudar o olhar dos alunos, tendo comoenfoque principal o ser humano que está sendo cuidado.Enfatizando a necessidade de prestar um cuidadohumanizado, integral e sistematizado. Estimulandoneurotransmissores que auxiliam no bem estar psicológicoe por conseguinte, fortalecendo o sistema imunológico eajudando assim, no processo de cura da doença. Palavraschaves: Humanização da Assistência. Enfermagem.Empoderamento. Saúde da Criança.

REFERÊNCIASLEPRI, P. M. F. A criança e a doença: da fantasia à realidade. Rev. SBPH,v11, n2. Rio de Janeiro, 2008.WRIGHT, L. M.; LEAHEY, M. Enfermeiras e famílias: guia para avaliação eintervenção na família. 5 ed. São Paulo: Roca, 2015.

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INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL COM UM GRUPO DO SCFV DE UM CRAS:RELATO DE EXPERIÊNCIA

Giovana da Luz de Oliveira / UFMSThais Barros de Andrade / UFMS

INTRODUÇÃOO presente trabalho tem propósito relatar a experiênciaobtida durante o estágio obrigatório em Psicologia Social,no Centro de Referência e Assistência Psicossocial – CRAS.O objetivo é analisar a intervenção psicossocial realizadacom um grupo de adolescentes, de idade entre 12 e 14anos, do Serviço de Convivência e Fortalecimento deVínculos – SCFV sobre aspectos que envolvem gênero,sexualidade e afetividade nas relações sociais.

DESENVOLVIMENTOAs atividades se desenvolveram em cinco encontros, noperíodo de dois meses, uma vez por semana e com duraçãode uma hora com o grupo em questão. Elaborou-se umcronograma de atividades para os encontros, sendo que: noprimeiro realizou-se uma aproximação com o grupo,através de uma dinâmica de apresentação e de um jogo deperguntas e respostas; no segundo procurou-se estabelecero contrato terapêutico e propor uma reflexão acerca doafeto e sexualidade, através da dinâmica dança com balõese dinâmica com balões; o terceiro encontro buscou-sesuscitar o debate acerca do que eles pensam e conhecemsobre seus próprios gêneros, bem como compreenderquestões sobre o feminino e o masculino, por meio da apresentação de dois vídeos e da dinâmica mitos xverdades sobre gêneros; no quarto encontro aprasentou-seo curta-metragem "Eu não quero voltar sozinho", buscandoentender a concepção do grupo sobre a homossexualidadee discutir tais opiniões, levando em consideração apossibil idade de construções estereotipadas epreconceituosas, realizando também a oficina de concordox discordo x tenho dúvidas acerca da homossexualidade e aapresentação de um videoclipe de uma música de PablloVittar, no último encontro buscou-se fazer o grupo refletirsobre as perspectivas de futuro, discutindo temas comofamília, vida profissional, filhos etc, por meio de umdesenho sobre o futuro profissional, através da dinâmica "Afamília que tenho e a família que gostaria de ter" e daadinâmica sobre custos para cuidar de um bebê, realizandotambém um fechamento e cofraternização, além de umaconversa para obter devolutiva. Todas as atividades tinhamo proposito de suscitar o debate entre os adolescentesacerca das temáticas, procurando compreender suasconcepções dos temas, assim como proporcionar umareflexão acerca dos temas.

RESULTADOS/IMPACTOSA partir disso, mesmo nos encontros em que osparticipantes ficaram mais quietos, distraídos ou que nãoparticiparam efetivamente, foi possível trazer debates ediscussões sobre os temas propostos, promovendo umatroca significativa de experiências entre o grupo, éimportante ressaltar que houve momentos que alguns delescompartilharam situações, experiências e sentimentosbastante pessoais. Da mesma modo que teve imprevistosque resultaram em adaptar o cronograma inicialmenteproposto e realocar as atividades, foi possível promoveruma ref lexão que contemplou os objet ivos daintervenção, na qual os integrantes da oficina questionarame discutiram fatos que envolvem o assunto abordado e indoalém, debatendo temas como “machismo” e “estupro”.

CONSIDERAÇÕES FINAISDesse modo, foi possível perceber que algumasexpectativas construídas inicialmente acerca do grupoforam alteradas com o contato com os mesmos e com asdevolutivas recebidas sobre as atividades. A intervençãoevidenciou a relevância do debate sobre as temáticas paraa promoção da equidade de gênero.

REFERÊNCIASAFONSO, M. L. M.; FADUL, F. M. O trabalho com grupos no PAIF: um diálogointerdisciplinar com a Oficina de Intervenção Psicossocial. Pesquisas e PráticasPsicossociais, São João del-Rei, v. 10, n.1, 2015.BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. TipificaçãoNacional de Serviços Socioassistenciais. Brasília, Secretaria Nacional deAssistência Social, Reimpressão 2013.CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Centro de Referência Técnica emPsicologia e Políticas Públicas (CREPOP). Referência técnica para atuação do(a)psicólogo(a) no CRAS/SUAS / Conselho Federal de Psicologia (CFP). -- Brasília,CFP, 2007.CRUZ, L. R.; GUARESCHI, N. O Psicólogo e as Políticas Públicas de AssistênciaSocial. São Paulo: Vozes, 2010.GOMES, M. A. Família em situação de vulnerabilidade social: questão depolíticas. Ciência e Saúde. Fortaleza: UEC, 2005. P.357-363.GONÇALVES. M. G. Psicologia, Subjetividade e Políticas Públicas. São Paulo:Cortez, 2010.INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo demográfico.Brasília: IBGE, 2001. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 24 demaio de 2018.MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME –Secretaria. Nacional de Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social.2004.MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME.Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social - CRAS.Brasília, 2009.NOGUEIRA, M. J. Sexualidade e gênero na adolescência: uma perspectivaeducacional. 2008. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Centro de PesquisasRené Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte.SAWAIA, Bader B. Família e afetividade: a configuração de uma práxis ético-politica. In ACOSTA, A. R.; VITALLE, M.A. F. (org) Família: redes, laços e politicaspúblicas. 5ª ed. São Paulo: Cortez/CEDPE PUC-SP, 2010XIMENES, V. M.; PAULA, L. R. C. de; BARROS, J. P. P. Psicologia Comunitária ePolítica de Assistência Social: diálogos sobre atuações em comunidades.Psicologia Ciência e Profissão, Brasília, v. 29, n.4, 2009. p. 689-699. Disponívelem: <http://www.scielo.br/pdf/pcp/v29n4/v29n4a04.pdf >. Acesso em: 06 set.2014.YAMAMOTO, O. H.; OLIVEIRA, I. F. Política social e Psicologia: uma trajetória de25 anos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2010.

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GRUPO TERAPÊUTICO DE LUTOGisele Paquer Camargo / Prefeitura Municipal de Anastacio

Éverton Villazante Constantino / CMSAlexandra Sousa e Silva / Prefeitura Municipal de Anastacio

Kaique Ferreira de Souza / Prefeitura Municipal de Anastacio

INTRODUÇÃOO Grupo Terapêutico de Luto está vinculado à SecretáriaMunicipal de Saúde de Anastácio – MS e acontece noCentro de Especialidades Médicas - CEM, com usuários doSUS encaminhados pelos ESF's de referência ou por livre eespontânea procura dos mesmos. Tem como objetivoauxiliar as pessoas no tratamento do luto a lidarem esuperarem a dor da perda de um ente querido. Osencontros tem a duração de uma hora, acontece uma vezpor semana e é facilitado por uma psicóloga.

DESENVOLVIMENTOO grupo terapêutico é aberto e surgiu da grande demandade pacientes que buscam o serviço de saúde mental domunicípio com essa queixa. Nos encontros são tratados detemas relacionados ao luto através de dinâmicas de grupoe roda de conversa onde os participantes tem aoportunidade de refletir sobre a perda, sobre o sentido davida e de como buscarem novas formas de viver com aausência do ente querido. No grupo eles tem aoportunidade de partilhar sentimentos e pensamentos decomo cada um vive esse momento. Aprendem a lidar com ador e como elaborar as fases do luto. No encerramento decada encontro os participantes se abraçam e deixam umapalavra de força e incentivo para cada um, esse momentochamamos de resgate emocional porque as reuniões sãoenvolvidas por muita emoção.

RESULTADOS/IMPACTOSO grupo conta atualmente com 10 participantes ativos e foiobservada melhora emocional significativa nos mesmos,que tem elaborado melhor o processo do luto. Relatam quetem a oportunidade de serem ajudados e ao mesmo tempoajudarem o outro a superar suas dores e encontrar novosentido à vida. Houve melhora na socialização e, com isso,o incentivo a outras pessoas que conhecem e quenecessitam da mesma ajuda. O trabalho tem recebido apoiodos profissionais dos ESF's, que estão recomendando àcomunidade local que participem das reuniões semanaisem busca de tratamento e orientação.

CONSIDERAÇÕES FINAISO trabalho tem se solidificado como mais um serviço darede de saúde mental do município, oferecendo apoiodirecionado às pessoas enlutadas que procuramatendimento. Espera-se atingir um número cada vez maiorde usuários atendidos e oferecer formas diversificadas decuidado para que possam superar sua dor e reencontrar umnovo sentido e, reconhecendo ao mesmo tempo que a mortefaz parte da vida.

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ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) EM UMACOMUNIDADE NEGRA EM CAMPO GRANDE MS

Iara Barbosa Ramos / Prefeitura Municipal de Campo GrandePaulo Roberto Haidamus de Oliveira Bastos / UFMS

INTRODUÇÃOO Sistema Único de Saúde (SUS), tem entre seusprincípios, um importante pilar no seu arcabouço, aparticipação popular e controle social. Nesse contexto, aparticipação tanto no diagnóstico, planejamento , execuçãoe avaliação das ações pelo serviço de saúde deve serrealizadas em conjunto com a participação popular, atravésdos espaços de participação da comunidade, ou seja, nãosomente dentro do espaço físico da unidade de saúde.Objetivo do trabalho foi de relatar a experiência doatendimento de uma equipe da Estratégia Saúde da Família(ESF) em uma comunidade negra de seu território(BRASIL, 2006; BRASIL, 2009).

DESENVOLVIMENTOOs problemas das comunidades negras, de acordo com aOrganização Pan-Americana (OPAS), estão diretamenteassociados às desigualdades históricas que remetem apobreza e não favorecem ao acesso efetivo aos serviços desaúde (BRASIL, 2009; BRASIL, 2017). Trata-se de umestudo descritivo, relato de experiência do atendimentomultiprofissional da Atenção Básica e do Núcleo de Apoio àSaúde da Família (NASF), fornecido a Associação Familiarda Comunidade Negra São João Batista, que está na áreade atuação da equipe vermelha da UBSF Botafogo. Acomunidade foi fundada em 2000, recebendo em 2006 ocertificado de comunidade remanescente de quilombo.Desenvolve ações de canto, dança, percussão afrobrasileiraem período contraturno para 100 crianças e adolescentesde baixa renda e/ou com vulnerabilidade social, nãoexcluindo no entanto, crianças/adolescentes não negros.

RESULTADOS/IMPACTOSDe setembro a outubro de 2018, com uma rotina deatendimento semanal na comunidade, foram realizados 7períodos de atendimento com enfermeiro, totalizando 36pacientes entre crianças, adolescente e 4 funcionários dacomunidade. Os pacientes foram atendidos conformeprioridade de casos repassados pela gestão da comunidade,com fichas em armário com chave na sala da assistentesocial. Foram realizadas 4 ações educativas com os temas:higiene corporal, saúde bucal, Sexualidade e Prevenção deIST, Primeiros Socorros. Após consulta de Enfermagem, 5(cinco) pacientes foram encaminhados para o profissionalde Educação Física do NASF, sendo estes atendimentosrealizados em consulta compartilhada, 3 pacientesencaminhados para consulta com Psicóloga do NASF, 4pacientes encaminhados para nutricionista via Sistema deRegulação, 3 pacientes encaminhados para consultamédica no ambulatório.

CONSIDERAÇÕES FINAISA exemplo dos atendimentos extramuro realizados nacomunidade negra da abrangência do território da ESF, ascrianças/adolescentes ficam em contraturno da escola,além da unidade funcionar em horário comercial, mesmoperíodo de período laboral de seus responsáveis, motivoque dificulta o acompanhamento destes em suas unidadesde referência. As políticas públicas de saúde, devematender os grupos especiais, de maneira especial apopulação negra, bem como suas comunidades, a fim deaplicar de fato a equidade. Se partimos da premiss que asunidades de saúde esperam a população vir de encontroaos seus profissionais, não facilitamos o acesso, nãoincluímos os grupos prioritários, não realizamos de fato, osprincípios do SUS.

REFERÊNCIASBRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Aconstrução do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo,Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília: Ministério da Saúde,2006. 300 p. Brasil. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.Relatório de avaliação do plano plurianual 2008-2011. Brasília:Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial; 2009Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.436 de 21 de setembro de 2017. Aprovaa Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes paraa organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).Brasília: Ministério da Saúde; 2017.

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PERCEPÇÕES DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE AACESSIBILIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Jackelina de Lima Rodrigues / UFMSNathalia Miranda Coene / UFMSLethicia Farias Marcino / UFMS

Michelle Goulart Nunes Valadares / UFMSPatrícia Moita Garcia Kawakame / UFMS

INTRODUÇÃOA Atenção Primária em Saúde (APS) é um modeloassistencial de saúde responsável pelos cuidados primáriosdos usuários, que possui como aspecto fundamental aorganização e reorganização dos sistemas de saúde.Considerada a porta de entrada dos usuários nos serviçosde saúde, esse modelo propõe mudanças da prática clínico-assistencial dos profissionais e se orienta a partir atributosessenciais e derivados, cuja atenção no primeiro contato éum deles. Dentro desse atributo estão inseridos o acesso,que é a não restrição da entrada do usuário nos serviços desaúde e a acessibilidade, que é capacidade do usuário obtercuidados de saúde sempre que necessitar, de maneira fácile conveniente (DAMACENO et al., 2016). Dessa forma,foram realizadas entrevistas, como parte de uma atividadereferente ao Diagnóstico Situacional de uma UnidadeBásica de Saúde (UBS), realizada nas aulas práticas emcampo clínico do Módulo de Administração e Organizaçãodos Serviços de Saúde II do Curso de Graduação emEnfermagem da UFMS. Nestas entrevistas foramconsiderados os aspectos geográficos, organizacionais,socioculturais e econômicos dos usuários para ainvestigação do acesso e da acessibilidade dos mesmos noserviço de saúde.

DESENVOLVIMENTOAs entrevistas ocorreram em uma UBS do Município deCampo Grande - MS. Os usuários foram entrevistados narecepção da unidade em dois momentos distintos, sendo oprimeiro antes do atendimento do usuário e o segundo,após o atendimento, a partir de instrumentos previamenteconstruídos.

RESULTADOS/IMPACTOSForam entrevistadas 16 pessoas na atividade referente aoDiagnóstico Situacional, sendo todas mulheres com idadeentre 18 e 62 anos. As percepções sobre a entrevista foramarticuladas com a leitura de um artigo indicado pelaprofessora referente ao acesso na atenção primária. Diantedeste panorama, notamos que a acessibilidade sócio-organizacional possui maior relevância para o paciente,uma vez que procuram mais o serviço para a realização deconsultas médicas, e avaliam positivamente a unidadequando conseguem marcar essas consultas. Alguns fatorescomo filas, demora para marcação de consultas, dificuldadepara a marcação de exames em outros serviços de saúdeforam identificados como dificultadores da acessibilidadedos usuários na unidade. A desarticulação da APS com osoutros serviços de saúde é um dos grandes impasses para aresolutividade das questões de saúde e, apesar de aestrutura ser um aspecto importante, que deve ser levadoem consideração, a acessibilidade do serviço é vista comosatisfatória quando existe um bom acolhimento, umaequipe de profissionais atenciosos e boa relação médico-paciente.

CONSIDERAÇÕES FINAISCom base nestas vivências, nota-se a importância daorganização do processo de trabalho com a inclusão dodiálogo e do vínculo com os usuários. Apesar de aacessibilidade geográfica ser importante, a unidade precisase articular de modo que os atendimentos sejam resolutivose atendam as necessidades de saúde das pessoas que afreqüentam. O bom acolhimento, o vínculo e uma boarelação profissional-paciente possibilitam maior procurapelas Unidades Básicas, melhorando assim as questões deacessibilidade na Atenção Primária em Saúde.

REFERÊNCIASDAMACENO, Adalvane Nobres et al. Acesso de primeiro contato na atençãoprimária à saúde: revisão integrativa. Rev. APS, Juiz de Fora, v. 19, n. 1,p.122-138, Jan./Mar. 2016.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

TECENDO VIDAJéssica Guimarães Costa / Prefeitura Municipal de Costa Rica

INTRODUÇÃO Através da arteterapia a pessoa pode resgatar,desbloquear, e fortalecer potenciais criativos, além depossibilitar a reconstrução e integração da personalidadepor meio de formas de expressões diversas. Portanto, a arteterapia é um meio que ajuda o ser humano a explorar,descobrir e entender seus pensamentos e emoções.Também auxilia no desenvolvimento da autoestima,redução da ansiedade, melhora da qualidade de vida,prevenção e expansão da saúde.

DESENVOLVIMENTO A base do projeto é a arteterapia que utiliza o crochêcomo recurso terapêutico. O projeto foi criado paraatender as mulheres da zona rural com intuito de diminuiros níveis de tensão, estresse emocional e físico, tristezas,angústias e ansiedade. Os encontros são realizados nosalão comunitário da igreja, na região Curralinho,comunidade rural de Costa Rica. O grupo se reúnesemanalmente no período vespertino, com orientação daACS Carla. Os objetivos do projeto é resgatar a auto-estima e auto-confiança, através do recurso da Arteterapia;Estimular a criatividade e expressão, proporcionar acomunicação de idéias e emoções; Facilitar o diálogo dasproduções como forma de reduzir a ansiedade e buscar amaneiras equilibradas de viver.

RESULTADOS/IMPACTOS A prática de desenvolver a arteterapia na comunidaderural, ofereceu benefícios não só emocionais, mas sociais,cognitivos e físicos. Proporcionou a comunicação eliberação de suas emoções. À medida que os problemasvão se resolvendo e cada indivíduo se sente maisconfortável acessando suas emoções, a segurança e oequilíbrio emocional contribuem efetivamente na melhorada qualidade de vida, através de conquistas duradouras noscampos intelectuais, afetivos, emocionais e espirituais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A beleza da arte está na subjetividade, e é exatamenteeste princípio que permite que cada indivíduo, entendamelhor suas necessidades, emoções, desejos, medos eprazeres. A sensação de produzir, ajuda cada uma aresgatar o respeito por si mesma, aumentar a autoestima,apreciar o autoconhecimento e se sentir mais saudável efeliz.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

"FALANDO SÉRIO": O ACOLHIMENTO DA UBSF JARDIM BATISTÃO À SAÚDEMENTAL DA POPULAÇÃO

Johnny Alexandre Ferreira / Prefeitura Municipal de Campo Grande

INTRODUÇÃODiante da oportunidade que se dá aos pacientes que sofremde transtornos mentais de serem acompanhados e tratadosdentro da atenção básica à saúde inserida em suacomunidade, surge a necessidade da abertura das unidadese do correto acolhimento por parte dos profissionais.Sentir-se incluso e devidamente assistido dentro de umarede social é parte fundamental para o tratamento dosdiversos transtornos mentais que assolam a nossapopulação. Evitar que haja internações desses pacientespor longo período passa a ser um desafio de saúde públicae isso possibilita a implantação de novas ideias que podemvir a contribuir com todo o processo de descentralização doatendimento à saúde mental, que é fundamental para adiminuição do desgaste sofrido pelos pacientes.

DESENVOLVIMENTODiante da problemática apresentada, sentiu-se anecessidade de criar um grupo de saúde mental na UBSFJardim Batistão como uma ferramenta para a integraçãodesses pacientes e de aproveitá-lo como um instrumento deinformação, controle e troca de receitas e de periodicidadenas consultas psiquiátricas. Com um trabalho que envolvetoda a equipe, os pacientes cadastrados na área deabrangência da unidade são convidados a participar dasreuniões do grupo que acontecem toda segunda quinta-feira de cada mês. Nessa reunião os profissionais abordamtemas de relevância para o tratamento em forma depalestras e/ou dinâmicas, oferecem consulta farmacêuticapara os pacientes que por ventura tenham dúvidas quanto àadministração dos medicamentos, fazem a troca de receitae orientam sobre a importância de se manter oacompanhamento com o psiquiatra. Os profissionaisenvolvidos (agentes comunitários de saúde, assistentesocial , enfermeiros, técnicos de enfermagem,farmacêuticos, médicos, etc.) se organizam em escalasmensais para atender ao grupo.

RESULTADOS/IMPACTOSApesar da resistência que os pacientes de saúde mentalainda têm nos dias de hoje pelo preconceito da sociedadeao abordar o tema, a aceitação e a participação do gruposão satisfatórias. Em média quarenta pacientes passampelos encontros todo mês, a maioria com assiduidade nogrupo mesmo sem a necessidade da troca da receita,justamente pelo vínculo criado pelo acolhimento. Como atroca de receitas e as orientações médicas são constantes,o número de pacientes da área que tiveram necessidade deinternações de longo período decaiu muito. O fato de ter amedicação em dia e o acompanhamento assíduo impede aevasão ao tratamento e ajuda na qualidade de vida dessespacientes.

CONSIDERAÇÕES FINAISAinda há um longo trabalho a se fazer, dentro da atençãobásica, no tratamento de transtornos mentais,principalmente no combate ao preconceito e àdesinformação dentro do tema. Porém, pequenascontribuições das unidades de saúde já fazem grandediferença de maneira positiva na qualidade de vida dospacientes. De tal maneira, permitir novas abordagens quepropiciem a integração dos pacientes é de extremaimportância.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

CONCURSO MUNICIPAL DE DESENHO: AÇÃO INTERSETORIAL IDEALIZADAPELO CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL (COMSEA) DE DOURADOS/MSKátia Gianlupi / Prefeitura Municipal de Dourados

Rita de Cássia Bertolo Martins / UFGDLorraine Aparecida Pinto / Prefeitura Municipal de Dourados

Denise Leize Assunção de Lázari Campinas / Prefeitura Municipal de DouradosGleyson Olsen Rodrigues Apolônio / Prefeitura Municipal de Dourados

Ruth Alves Gomes / Prefeitura Municipal de DouradosRosane Soares Marques / Prefeitura Municipal de Dourados

INTRODUÇÃOA Organização das Nações Unidas para a Alimentação eAgricultura (FAO) anualmente sugere um tema e atividadesem comemoração ao “Dia Mundial da Alimentação - 16 deoutubro”. Neste ano de 2018 foi sugerido a realização deConcurso de Cartazes referentes à seguinte pergunta:“Como o mundo pode erradicar a fome até 2030?” visandoconscientizar a população, principalmente o grupo infanto-juvenil sobre as consequências da fome e os mecanismospara erradicá-la, assim como o combate à pobreza, que sãodois dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)elaborados a partir das metas para o Desenvolvimento doMilênio. Assim, o objetivo desta ação foi descrever como oConselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional(COMSEA) de Dourados se organizou, por meio de suasrepresentações entre as Secretarias Municipais de Saúde,Educação, Assistência Social e Instituições nãogovernamentais, para realizar o 1º Concurso Municipal deDesenho alusivo ao “Dia Mundial da Alimentação”.

DESENVOLVIMENTOEste é um relato de experiência sobre o planejamento eexecução do Concurso Municipal de desenhos. Teve comopúblico alvo crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos queparticipam das atividades socioeducativas em seis Centrosde Referência de Assistência Social (CRAS) do município,sendo um localizado em distrito e um na Aldeia indígena.Inicialmente, foi feita sensibilização dos orientadores dosCRAS através de capacitação in loco, na qual foi abordadoo tema e sua importância para promoção da saúde eprevenção de agravos nutricionais decorrentes da máalimentação, como desnutrição, obesidade e outras doençascrônicas. Os desenhos foram desenvolvidos na primeirasemana de outubro e, posteriormente encaminhados para oCOMSEA para a primeira seleção, tendo como critériospré-estabelecidos que o desenho conteplasse o tema doConcurso, sendo agrupados em três faixas etárias: 5 a 10anos; 11 a 15 anos e 16 a 19 anos. Foram elaborados 42desenhos e selecionados 18, sendo três de cada CRAS. Osselecionados foram expostos na Mostra do Dia Mundial daAlimentação, no Shopping Avenida Center de Dourados,entre os dias 9 e 15 de outubro. Acadêmicos de Nutriçãoorientavam o público sobre o tema e os encaminhavampara a votação do melhor desenho em cada categoria deidade. No dia 16 de outubro, foi realizada a apuração dosvotos.

RESULTADOS/IMPACTOSObteve-se êxito no desenvolvimento desta ação, no quetange à sensibilização e conscientização em relação àtemática, atingindo indivíduos das mais variadas faixasetárias e de diversas classes sociais. Possibilitou ainda, ainclusão de população com elevada vulnerabilidadenutricional e social, beneficiários do Bolsa Família. Aparticipação intersetorial e dos membros do COMSEA foiessencial para o sucesso desta ação educativa. Houveampla participação da população. Cerca de 800 pessoasprestigiaram a Mostra do Dia Mundial da Alimentação evotaram escolhendo o melhor desenho de cada categoria deidade.

CONSIDERAÇÕES FINAISEsta experiência fortaleceu o vínculo entre os diversossetores da Prefeitura Municipal de Dourados e os atoressociais, dando maior visibilidade ao COMSEA e suaimportância diante da sociedade, considerando o impactosocial que o evento proporcionou.

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CONSELHO LOCAL DE SAÚDE: LIMITES E POTENCIALIDADESKeytiane Oliveira Soldera / Prefeitura Municipal de Ivinhema

Patriane Iara Caccia / Prefeitura Municipal de Ivinhema

INTRODUÇÃOO Conselho Gestor Local de Saúde é um órgão colegiadocomposto por representantes dos segmentos da gestão,trabalhador e usuários das Unidades de Saúde. É umainstância de participação que está mais próxima do usuáriodo SUS, podendo discutir o cotidiano dos serviços, onde osconflitos aparecem e devem ser trabalhados na busca demelhoria a Saúde Coletiva (PREFEITURA MUNICIPAL DESÃO PAULO). Com base na importância da participação dousuário na organização do processo de trabalho, a equipede Estratégia de Saúde da Família Piravevê, Município deIvinhema/MS, implantou no ano de 2017 o Conselho GestorLocal de Saúde. O objetivo deste trabalho é demonstrar suaimplantação, execução, bem como, a evolução do processode trabalho e os resultados alcançados.

DESENVOLVIMENTOAtravés de reunião de equipe criou-se o Conselho GestorLocal da E.S.F. Piravevê, onde ficou decidido que seriamconvidados doze usuários com perfil ativo, participativo eopinião crítica construtiva para representar o Bairro. Elesseriam convidados previamente para as reuniões e levariamos assuntos para ali serem debatidos. Além dos usuáriosficou acordado que participariam também doisrepresentantes da Secretaria Municipal de saúde e seisrepresentantes da própria equipe (sendo 50% delestitulares e os outros 50% suplentes). A primeira reuniãoaconteceu no dia 23 de Fevereiro de 2017, no qual aenfermeira da unidade relatou a importância daparticipação dos membros e seu papel de “porta-voz” dacomunidade usuária, lutando para melhorar a qualidade devida e cuidado da população e pelo fortalecimento eaprimoramento do SUS. Na mesma reunião foi pactuadoque os encontros seriam bimestrais ou quando necessário etodas as discussões seriam registradas em ata. Com basenas reuniões todos os relatos, sugestões e propostas foramfiltradas pela equipe de saúde onde se organiza o que é degovernabilidade local. Casos não passíveis de resoluçãopela equipe os membros buscam apoio em outras instânciasde gestão para providências.

RESULTADOS/IMPACTOSAo longo das reuniões realizadas o Conselho gestor tembuscado parcerias que contribuíram com melhoriassolicitadas pelos usuários de nossa comunidade, como:rampa de acesso a cadeirantes, instalação de lâmpadas emárea externa da unidade, contratação de guardas noturnos,devendo este durante a madrugada acolher na unidade desaúde usuários que aguardam transporte paraacompanhamento especializado fora do domicílio,restauração de cadeiras e mesas da unidade, pinturaexterna do prédio. Em relação ao processo de trabalho, umdos anseios pedidos foi a necessidade de exame raio x nomomento que o paciente for encaminhado ao ortopedistapara que haja agilidade no diagnóstico do mesmo. Outrobeneficio encontrado foi o fortalecimento de vínculo emelhoria de comunicação com a população adscrita. Umadas fragilidades que conselho ainda não obteve sucesso foia construção do asfalto em frente a unidade de saúde masque vem lutando na expectativa de sucesso.

CONSIDERAÇÕES FINAISA criação do conselho gestor contribuiu na melhora dasituação de saúde do território, permitindo o acesso àsaúde como direito de todos e garantindo que o usuáriotenha voz ativa no processo de trabalho, através demembros participativos da comunidade.

REFERÊNCIASPREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Direitos Sociais e saúde:fortalecendo a cidadania e incidência pol í t ica. Disponível em:<https://www.direitosociais.org.br/media/uploads/caderno-modulo-4-conselho-gestor.pdf>.

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GRUPO AMOR ETERNO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ESTRATÉGIADE CUIDADO COM GESTANTES.

Larissa Sarate de Melo / Prefeitura Municipal de Antonio JoaoPatrícia Marques Magalhães / Prefeitura Municipal de Antonio Joao

INTRODUÇÃOA gestação é um momento de mudanças que traz consigouma mistura de sentimentos, como medos, mitos, anseios edúvidas. As equipes de atenção básica são as principaisresponsáveis pelo desenvolvimento de ações de cuidadosvoltadas para as gestantes e uma das maneiras para sechegar a este objetivo acontece por meio de gruposeducativos (BARRETO; MALUMBRES, 2016). Atividades deeducação em saúde são recursos que permitem aaproximação entre profissionais e usuários, promovendo ocuidado e contribuindo para a oferta de assistênciahumanizada (HOGA; REBERTE, 2005). A construção doprocesso grupal acontece a partir das interações entreseres humanos de forma dinâmica e reflexiva. A técnica detrabalho com grupos promove o fortalecimento daspotencialidades individuais e grupais, a valorização dasaúde, a utilização dos recursos disponíveis e o exercício dacidadania (HOGA; REBERTE, 2005).

DESENVOLVIMENTOA experiência foi desenvolvida no Município de AntonioJoão – MS, pela equipe multiprofissional do NASF/AB que écomposta por asssitente social, fisioterapeuta,nutricionista, psicóloga e terapeuta ocupacional, ondeparticiparam desta ação os profissionais: nutricionista,psicóloga e terapeuta ocupacional em parceria com aequipe do Centro de Referência de Assistência Social –CRAS. O grupo de gestantes “Amor Eterno” foidesenvolvido entre o período de Fevereiro a Julho desteano, através de encontros quinzenais, na sede do CRAS.Eram ministrados diversos temas relacionados a saúdematerno infantil, desde a gestação até o puerpério. Entreos temas trabalhados, destacam-se a alimentação saudáveldurante a gestação, amamentação, aspectos emocionais dagestação e puerpério e aplicada práticas integrativas ecomplementares, como a Shantala.

RESULTADOS/IMPACTOSO grupo “Amor Eterno” desenvolveu durante os encontrosum espaço de reflexão, apoio, troca de experiências esentimentos, bem como o aprimoramento de vínculos enteas futuras mamães e os profissionais envolvidos. Nestesencontros também houve momentos de informações eesclarecimentos sobre os direitos das gestantes, domomento do parto e pós-parto. No decorrer dos encontros,à medida que iam estreitando vínculos com a equipe, asgestantes sentiam-se mais a vontade para expor suasdificuldades, entraves e angústias que muitas vezesultrapassam nossos campos de atuação. Esta demanda nosfez buscar apoio e realizar encaminhamentos necessáriosintersetorialmente para poder atende-las em suaintegralidade, dando o suporte de acordo com asnecessidades apresentadas. Mesmo após o encerramentodo grupo, as gestantes procuravam as profissionais porvontade própria para apresentarem seus bebês e paratirarem dúvidas, pois o vínculo adquirido proporcionou umsentimento de segurança, fazendo com que elas buscassemas orientações adequadas dos profissionais e estimulando aprática de hábitos mais saudáveis e consequentemente umamelhor qualidade de vida ao binômio mãe-filho.

CONSIDERAÇÕES FINAISO trabalho em grupo possibilita uma maior aproximaçãoentre profissional e o público alvo, neste caso específico asgestantes, permitindo estreitar vínculos e discutir assuntosrelevantes, tornando as orientações mais direcionadas aosseus interesses e anseios, o que muitas vezes não acontecedentro da rotina de atendimentos individuais dentro deuma Unidade Básica de Saúde. Este foi um projeto pontual,e trouxe a realidade local muitas possibilidades decontinuidade, pois se mostrou eficaz a aproximação entrecomunidade e profissionais

REFERÊNCIASREBERTE, L. M.; HOGA, L. A. K. O DESENVOLVIMENTO DE UM GRUPO DEGESTANTES COM A UTILIZAÇÃO DA ABORDAGEM CORPORAL. TextoContexto Enferm 2005 Abr- Jun; 14(2) :186-92. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/tce/v14n2/a05v14n2.pdf>. Acesso em: 23/10/2018.MALUMBRES, P, H.; BARRETO, I. C. H. C. Grupo de gestantes: o relato de umaexperiência. Enfermagem Revista, v. 19, n. 1, 2016. Disponível em:<http://periodicos.pucminas.br/index.php/enfermagemrevista/article/view/11635/1031>. Acesso em: 23/10/2018.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

DENTISTA MIRIMLaura Leticia Volce / Prefeitura Municipal de Costa Rica

Nilsa Francisca de Souza Pereira / Prefeitura Municipal de Costa Rica

INTRODUÇÃOO programa de Saúde da família iniciou-se no Brasil comoestratégia no ano de 1994, por meio de uma parceria entreo Ministério da Saúde e o fundo das Nações Unidas para ainfância/UNICEF. A estratégia mostra que oferece ásfamílias serviços de saúde preventiva e curativa em suaspróprias comunidades resulta em melhorias importantesnas condições de saúde da população. O projeto tem comobase e orientação alguns conceitos de Atenção Primariaque tem como um dos principais objetivos, a promoção dasaúde, prevenção, diagnostico, tratamento, reabilitação e amanutenção da saúde, nesse projeto em especifico a SaúdeBucal. Priorizando essa definição é que desenvolvemos onosso projeto “ Dentista Mirim. ”

DESENVOLVIMENTOO Projeto “ Dentista Mirim” é realizado na unidade deSaúde do ESF Sonho Meu III, todas as quintas –feiras, porum período de 03 meses aproximadamente, sendo 03meses no período matutino e 03 meses no períodovespertino. Contando como o apoio da equipe do NASF,Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Dentro docronograma está incluso palestras, avaliaçõesodontológicas, tratamento e oficinas praticas. Serãobeneficiadas as crianças de 06 a 12 anos de idade, dentroda área de abrangência do ESF Sonho Meu III e os pais ouresponsáveis que poderão acompanhar as crianças.

RESULTADOS/IMPACTOSForam avaliados treze crianças, totalizando 364dentes.Sendo estes 119 dentes obturados, 82 dentescariados, 128 dentes hígidos e 35 dentes com indicação deextração dentária. Esse foi o CPOD dessas 13 crianças.

CONSIDERAÇÕES FINAISCapacitar essas crianças para serem dentistas mirins nasua comunidade, escola e nas suas casas. Transformandopara melhor a saúde bucal de todos através dosconhecimentos adquiridos no projeto. Assim, essas criançasserão semente para um desenvolvimento no cuidado com asaúde. “Acolher é receber bem, com atenção edisponibilidade para escutar, valorizar as particularidadesde cada caso, buscar uma forma de compreende-lo esolidarizar-se com ele”

REFERÊNCIASCaderno de Atenção Basica/Nº17/ Saude Bucal/Ministerio da saudeOdontologia Geral Esther m. wilkinsprojeto de intervenção de saude bucal, rosana hollanda de paula gonçalves

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PROTAGONISMO DO CONTROLE SOCIAL NO CONSELHO MUNICIPAL DESAÚDE-CORUMBÁ

Léia Vilalva de Moraes / CMSNely Ramona da Costa Santos / CMS

INTRODUÇÃOA finalidade é apresentar o resultado do trabalho doControle Social do Conselho Municipal de Saúde deCorumbá, no qua l rea l i zou 2 a t i v idades queproporcionaram a população benefícios e resolutividadesdas propostas deliberadas. As Conferências Livres deSaúde da Mulher e da Vigilância em Saúde aconteceramem territórios que possuem poucas políticas públicas, taiscomo as zonas ribeirinhas e rurais de Corumbá. A Semanada Saúde foi outra temática que o Controle Socialdesenvolveu, seguindo recomendação do ConselhoNacional de Saúde que promoveu essas atividades visandoo fortalecimento dos conselhos municipais de saúde. OControle Socal considerou o aspecto da territorialização, procurando conhecer as condições de infra-estrutura e seusrecursos sociais de cada território, bem como olevantamento dos problemas e das necessidades de cadacomunidade.

DESENVOLVIMENTOA Conferência Livre de Saúde da Mulher desenvolveu comotema central os "Desafios para a Integralidade comEquidade", foram mobilizadas 100 mulheres das zonasrural e ribeirinha, com faixa etária de 13 a 70 anos,mulheres trabalhadoras rurais, pescadoras, catadoras deiscas e do lar , que expuseram os problemas do seuterritório, e baseados na escuta e nas demandasapresentadas o Controle Social elencou seus anseios enecessidades visando promover a resolução dos problemasde saúde dos territórios trabalhados. A Conferência Livrede Vigilância em Saúde mobilizou 352 pessoas, 166trabalhadores do SUS, e 186 usuários do SUS. com o temacentral "Política Nacional de Vigilância em Saúde e oFortalecimento do SUS no Direito á Proteção e a Promoçãoda Saúde do Povo Brasileiro", esta conferênciaespecificamente trabalhou o que é vigilância em saúde ecomo o Sistema Único de Saúde promoverá saúde dequalidade a população. Através desta conferência ostrabalhadores de saúde expuseram em suas propostas asaspirações para a melhoria das condições de trabalho. ASemana da Saúde também foi uma atividade que o ControleSocial promoveu, com a participação de liderançascomunitárias e acadêmicos que debateram em Rodas deConversas a Saúde Coletiva da população.

RESULTADOS/IMPACTOS Nas 2 conferências livres as propostas deliberadas econsolidadas para efetivação junto a Secretaria de Saúdeforam a construção do aterro sanitário, demanda Livre paraqualquer usuário dos territórios da zona rural e ribeirinha serem atendidos em qualquer UBS da cidade, construçãoda UBS em São Gabriel/região rural, implantação da Mesade Negociação do SUS , e a articulação da Saúde com aAssistência Social para o enfrentamento e a acumulaçãodos vetores prejudiciais a saúde. Na semana da saúde ostemas debatidos que foram concretizados são: Inicio da Implantação do conselhos locais de acordo com Programade Melhoria ao Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, ea continuidade do debate sobre o tratamento da saúdemenos invasiva com o Simpósio sobre " O Drama doCotidiano: Violência Obstétrica a outra dor do parto".

CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos as atividades que foram desenvolvidaspossibilitaram resultados satisfatórios, porque sensibilizoua população e permit iu que o Controle Socia ldesempenhasse o papel de integrar a sociedade com aadministração pública visando solucionar os problemas e asdeficiências sociais com efetividade.

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SHANTALA "TOQUE DE AMOR"Liliane Bueno Rodrigues / Prefeitura Municipal de Costa Rica

Roberta Rodrigues Butzhy Andrade / Prefeitura Municipal de Costa Rica

INTRODUÇÃOShantala é uma técnica de massagem de origem Indianaaplicada em bebês com intuito de favorecer o vínculo entremãe e filho. Tem como objetivo promover o relaxamento dobebê, aliviar cólicas abdominais, ampliar a respiraçãoestimular a consciência corporal. Além de favorecer oacompanhamento da criança durante a puericultura.

DESENVOLVIMENTOO projeto Toque de Amor foi implantado no E.S.F. SonhoMeu III com intuito de acompanhar o desenvolvimento dosbebês da unidade, proporcionando aos mesmo todos osbenefícios da Shantala. Recomenda-se que a massagemseja feita a partir de um mês, devido a mumificação doumbigo, e aconselha-se que se faça a massagematé completar um ano de vida. Porém até os seis meses aaceitação da criança e maior. São realizados encontrosquinzenais onde é ensinado as técnicas de massagem eorientações para que seja realizada em casa no ambienteem que a criança se sente mais à vontade. Para realizar amassagem nos bebês dentro da unidade utilizamoscolchonetes, toalhas, óleo corporal dermatologicamentetestado para bebê. O ambiente tem que estar emtemperatura agradável, já que a massagem é aplicada coma criança nua, a luminosidade do ambiente também é degrande importância quanto mais baixa mais confortável.Existem algumas restrições para a aplicação da shantala,se a criança estiver em estado febril ou com febre, sehouver lesões cutâneas, logo após a refeição, logo após avacinação, ou se o bebê estiver com algum problema nasarticulações, ossos frágeis ou fraturas nesses casos não seaplica as técnicas de massagem shantala. Para quepossamos identificar se há alguma restrição para aaplicação da massagem a criança ao chegar na unidade ésubmetida a triagem.

RESULTADOS/IMPACTOSFoi observado que os bebês participantes do projeto Toquede Amor apresentaram melhora na qualidade do sono,alivio das cólicas, percepção corporal mais apuradaconsequentemente refletindo no bom desenvolvimentomotor, além de consolidar o vínculo mãe e filho. Através dashantala o bebê pode se sentir seguro e protegido como sepudesse relembrar o estado em que estava presente noventre da mãe. É uma sensação única de conforto econfiança favorecida pela integração que a massagempromove intensamente.

CONSIDERAÇÕES FINAISPode-se observar que com a aplicação deste projeto noE.S.F. Sonho Meu III o grande valor que se tem as práticasmanuais. A shantala promove acima de tudo ofortalecimento do vínculo entre mãe e filho, estabelecendoassim laços de confiança entre eles. Além de permitir oacompanhamento do desenvolvimento da criança.

REFERÊNCIASLeboyer,F. Shantala: uma arte tradicional de massagem para bebês. 8. ed.São Paulo: Ground, 2009.

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DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE SAÚDE DOS TRABALHADORES ETRABALHADORAS NA ATENÇÃO BÁSICA DE CORONEL SAPUCAIA-MS

Lucia Suemi Yuhara / Prefeitura Municipal de Coronel Sapucaia

INTRODUÇÃOA elaboração de diagnósticos e análises de situação desaúde pelas equipes são ferramentas fundamentais para oplanejamento e a definição de prioridades e estratégias deintervenção. Os sistemas de informação locais disponíveisnão possuíam informações fidedignas com relação aocupação e trabalho. O objetivo deste trabalho foi de obterdados reais do perfil produtivo da população coberta pelasEquipes Saúde da Família do município de CoronelSapucaia/MS.

DESENVOLVIMENTOO levantamento do perfil produtivo dos trabalhadores etrabalhadoras do município foi realizado coleta dos dadosatravés de entrevistas nos domicílios pelos AgentesComunitários de Saúde (ACS) tendo como instrumentos aFicha de Identificação do Perfil Ocupacional Família,Questionário – Famílias Não Visitadas e Ficha deLevantamento de Atividades Econômicas no Território,elaborados pelos técnicos da Secretaria Municipal deSaúde de Coronel Sapucaia. Para sensibilização dos ACS foirealizado um treinamento abordando o papel dos ACS nasaúde do trabalhador a importância da saúde dotrabalhador, relação do tema com Atenção Básica emSaúde, riscos ou perigos que podem estar presentes nassituações de trabalho, apresentação e orientação quanto aopreenchimento dos formulários.

RESULTADOS/IMPACTOSA coleta de dados foi realizada entre o dia 5 de março de2018 e 13 de abril de 2018. Foram entrevistadas 1665famílias de 2425 famílias cadastradas, representando umpercentual de 69% das famílias. Segundo os dadoscoletados, há 4606 pessoas em idade ativa, destes 896pessoas (19%) relatam que realizam alguma atividadedomiciliar e 2431 pessoas (53%) que relataram realizaratividade produtiva fora do domicílio. Das 896 pessoas querealizam atividade domiciliar, 654 (73%) trabalhaminformalmente. E das 2431 pessoas que relataram realizaratividade produtiva fora do domicílio, 1610 (67%)trabalham informalmente. As 10 principais ocupações doterritório foram: doméstica (360), agricultor (233), pedreiro(206), professor (155), aposentado (146), vendedor (125),auxiliar de serviços gerais (116), comerciante (78),motorista (66) e mecânico (50).

CONSIDERAÇÕES FINAISDiante do estudo realizado conclui-se que temos umaenorme necessidade de desenvolver ações para priorizar asaúde do trabalhador no município. E ainda podemosconcluir que os maiores números de trabalhadores sãoprofissionais domésticas que trabalham de forma formal einformal. Precisamos mudar o olhar do processo saúde-doença através da identificação do trabalho comodeterminante da condição de saúde, estabelecendo o nexocausal dos agravos, e permitindo a intervenção na geraçãodos mesmos. Por fim, a gestão do município está realizandoações a partir do diagnóstico levantado e espera-se que oprocesso de construção da Análise da Situação de Saúde doTrabalhador promova o empoderamento dos sujeitos, oaprimoramento da capacidade de análise para quepossamos implantar um projeto concreto de Saúde doTrabalhador.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

A PRÁTICA DA PINTURA GESTACIONAL NO ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL

Mariana Faria Gonçalves / Prefeitura Municipal de DouradosLuana Maria Tassoni Ferro / Prefeitura Municipal de Dourados

Erotildes Tatiana Chaves Borba / Prefeitura Municipal de Dourados

INTRODUÇÃOA pintura gestacional é um desenho do feto na barriga dagestante, com objetivo de mostrar para a mulher como obebê está posicionado dentro do útero e as estruturas quecompõe a gestação.

DESENVOLVIMENTOA pintura gestacional é realizada desde 2017 pelaenfermeira obstetra para as gestantes que acompanham opré-natal na UBS Vila Rosa (Dourados – MS). Para suaelaboração utiliza-se lápis e tintas específicas para a pele eleva de trinta minutos a uma hora, sendo possível realizarem uma das consultas de pré-natal, preferencialmente noterceiro trimestre de gestação. Ao final do terceiro triestreas gestantes são convidadas a participar da pintura, comouma celebração final do período. Foi solicitado a 3gestantes o relato da experiência que tiveram com apintura gestacional.

RESULTADOS/IMPACTOSComo se pode notar nos relatos, a pintura traz comobenefícios o fortalecimento do vínculo da mãe com o bebê,o envolvimento da família neste processo, a aceitação dachegada de mais um membro na família, além de uma belarecordação da gestação. Entre o relato das gestantes,percebeu-se a importância da pintura como uma prática emsaúde: “Foi emocionante e incrível, pois através da pinturaconseguimos desenvolver nossa imaginação, aprendendosobre a posição que o bebê fica dentro do útero, como sãoas estruturas internas pouco visualizadas e compreendidasnas ultrassonografias”. (G3) “Foi uma experiênciamaravilhosa! Através dela consegui entender como minhabebê estava posicionada no útero, como realmente eraminha placenta e posicionamento, como era a bolsa daságuas”. (G1) “Um cuidado tão delicado, que demonstraclaramente a humanização que a saúde pode ter e o quantoo conhecimento é flexível para ensinar, pois aprendemosmuito com uma simples pintura, obtemos um conhecimentoinesquecível”. (G3) Com a pintura, a mãe ‘materializava’aquele bebê que se mexia no seu ventre, o que pôdeauxiliar no vínculo do binômio: “Parece que meu amor porela aumentou, poder ver os detalhes, o lacinho nacabecinha, a posição que ela estava na minha barriga...fiquei enrolando para tomar banho naquele dia.” (G2)“Senti como se eu estivesse com minha filha ali no colo, emmeus braços, ficava imaginando cada detalhe dela,aumentando ainda mais a vontade de vê-la e poder dar todomeu carinho e amor pra ela”. (G1) A aceitação da chegadade um “irmão mais novo” pela criança que participou dapintura também foi relatada pelas gestantes: “Meu filho de2 anos participou do momento da pintura, ficou encantadoem poder "ver a maninha", queria ficar toda hora pegandonela. Posso dizer que foi um alívio pra mim poder ver queele estava preparado para a chegada dela. Na madrugadameu filho acordou e foi erguendo minha camisolaperguntando, “Cadê minha maninha?”. (G2)

CONSIDERAÇÕES FINAISCom a pintura, gestante e família conseguem ter clareza daposição fetal, de como se estabelece o fluxo de nutrientesda mãe para o bebê pela placenta e da proteção do fetopela bolsa amniótica, demonstrando a importância destaação no cuidado com a saúde. Fica nítido também oestreitamento do vínculo entre profissional e gestante,contribuindo para o processo da humanização.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

ALIMENTANDO O SABER: RELATO DA ABORDAGEM SOBRE A INTRODUÇÃODE FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES COM CRIANÇAS NA ATENÇÃO BÁSICA

DE SAÚDEMarielly Wagner / Prefeitura Municipal de Campo Grande

Datiene Aparecida Rodrigues Bernal / Prefeitura Municipal de Campo Grande

INTRODUÇÃOO Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúdeda Família (NASF), mediante a Portaria GM nº 154, de 24de janeiro de 2008, cuja finalidade é apoiar e ampliar asações das Equipes de Saúde da Família (ESF) naqualificação do cuidado em saúde, a partir do processo deterritorialização e regionalização. O NASF Universitário Afoi criado em janeiro de 2018, apoiando as equipes dasUnidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) MariaAparecida Pedrossian e Jardim Noroeste de Campo GrandeMS. Sendo composto por: nutricionista, fisioterapeuta,psicólogos, terapeuta ocupacional e farmacêutico. Em 10de outubro de 2018 foi realizada uma ação alusiva ao Diadas Crianças na UBSF Jardim Noroeste com apoio do NASFUniversitário A (nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo efarmacêutico). O apoio foi demandado pela equipe da UBSFem reunião de equipe, onde foi pactuado o apoio ematividade coletiva com as crianças com Eixo de Alimentaçãoe Nutrição. A atuação integrada amplia e qualifica asintervenções no território e na saúde de grupospopulacionais. Os hábitos alimentares são criados desdecedo e de forma gradual pelas crianças, dessa forma éimprescindível a prevenção, redução de riscos e problemasdetectados e a promoção de uma dieta saudável (BRASIL,2005). As ações de alimentação e nutrição na APS tantocontribuem para a qualificação como para a garantia daintegralidade da atenção prestada a população. De forma ainteragir e introduzir algum conhecimento alimentar enutricional para as crianças que estavam presentes, foirealizada uma dinâmica apresentando algumas frutas,verduras e legumes para as mesmas.

DESENVOLVIMENTONa ação desenvolvida pelo NASF na UBSF JardimNoroeste, foi apresentada para crianças com faixa etária de4 a 8 anos algumas frutas, verduras e legumes in natura eexplicado seus benefícios. Em um segundo momento, acriança colocava a mão dentro de uma caixa de sentidos(que consiste de uma caixa com um buraco onde o que temdentro a criança não consegue ver), e tentava adivinharqual o alimento que está dentro da caixa através datextura. Após a adivinhação ou não do alimento, anutricionista reforçava qual era o alimento e seusbenefícios. Após a dinâmica foi ofertado laranjas e maçãsàs crianças. MATERIAIS UTILIZADOS: Caixa de sentidos;Frutas: banana, maçã, abacaxi, mamão, kiwi, abacate;Legumes: cenoura, batata, beterraba, chuchu, abobrinha,repolho; Frutas para degustação das crianças: laranja emaçã.

RESULTADOS/IMPACTOSApós a dinâmica feita de forma lúdica para a faixa etária,observou-se o desconhecimento e interesse na variedade defrutas, verduras e legumes apresentado, onde foi explicadoos benefícios destes e ressaltado a importância de ingeri-los.

CONSIDERAÇÕES FINAISVisando a promoção da alimentação saudável no cuidadoda Saúde da Criança, a ação feita no dia da crianças tevegrande impacto pois podemos notar o grande interesse dascrianças em conhecer estes novos alimentos, o que auxiliana introdução destes na alimentação.

REFERÊNCIASBrasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento deAtenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno ealimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,Departamento de Atenção Básica. – Brasília:Editora do Ministério da Saúde, 2009.112 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica,n. 23)Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos /Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde. – Brasília: Editora doMinistério da Saúde, 2005.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EMSAÚDE DA CRIANÇA NA ATENÇÃO BÁSICA

Meyene Duque Weber / UFMSJuliana Teixeira de Almeida / UFMS

Mara Lisiane de Moraes dos Santos / MSLeila Simone Foerster Merey / UFMS

INTRODUÇÃONa organização das Redes de Atenção à Saúde, a AtençãoBásica (AB) é compreendida como coordenadora noprocesso de reorganização e reordenamento dos recursos edemandas da população, com foco na prevenção epromoção de saúde, contribuindo para a supressão deagravos (BRASIL, 2011). O Ministério da Saúde, por meioda Política Nacional de Atenção à Saúde da Criança,sintetiza e objetiva ações integrais à saúde neonatal epediátrica (BRASIL, 2015). Partindo do princípio que a ABé orientadora e um dos pontos centrais do sistema de saúdepara efetividade deste processo, a inserção doFisioterapeuta na AB se destaca como parte fundamentalna precaução e reabilitação de agravos dessa população.Entretanto, esse cenário não faz parte da realidade domunícipio de Campo Grande – MS, cuja ausência de umserviço de acompanhamento e tratamento de fisioterapiapediátrica respiratória, reflete a carência populacional eaumento do número de hospitalizações, que poderiam serminimizadas e muitas vezes até evitadas, caso houvesse odevido cuidado promovido pela rede de atenção a saúde dacriança.

DESENVOLVIMENTOO Projeto de Fisioterapia Cardiorrespiratória Ambulatorialem Pediatria e Neonatologia – Projeto Respira, édesenvolvido na Clínica Escola Integrada da UniversidadeFederal de Mato Grosso do Sul (CEI – UFMS), atenderecém-nascidos, lactentes e crianças maioresencaminhados de outros serviços ou de demandaespontânea, com necessidades de acompanhamentofisioterapêutico. O Projeto teve início no segundo semestrede 2018, cujos atendimentos são realizados por acadêmicosvoluntários sob a supervisão de um profissional. Dentre os27 casos atendidos, 7 foram classificados de acordo comcritérios clínicos específicos com possibilidade dereceberem atendimento na AB, se nela estivesse contido oserviço de fisioterapia. A média de idade das crianças, emmeses, é de 5,8±3,03, enquanto que dois, dos casosreferidos, são crianças mais velhas, onde a média, em anos,é de 3,5±2,12. Tais pacientes procuram o serviço paratratamento de pneumonias comunitárias (3 casos), displasiabroncopulmonar (2), entre outros, cujas condutasdemandam técnicas exclusivamente manuais, e nãonecessitam de monitorização ou atendimento especializado.

RESULTADOS/IMPACTOSOs pacientes supracitados vivem em condições devulnerabilidade ambiental e de saúde, as quais submetem acriança ao risco de atraso no desenvolvimento e/oucomplicações respiratórias. Ao realizar o acompanhamentodessa população, é clara a importância de um serviço narede pública cujo foco seja a prevenção e a promoção desaúde infantil, diminuindo o processo de adoecimento e, sejá instalado, acelerando o processo de recuperação,reduzindo a sobrecarga dos demais níveis de atenção.

CONSIDERAÇÕES FINAISA prevalência de condições de vulnerabil idadesocioambientais nessa população é significativa e, partindodas competências da AB e da Estratégia de Saúde daFamília, esse cenário necessita ser assistido por umaequipe multiprofissional no âmbito domiciliar e nasunidades de saúde, reforçando a qualidade dosatendimentos e promovendo atenção integral.

REFERÊNCIASBrasil. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional deAtenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para aorganização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e oPrograma de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial da União2011.Brasil. Portaria GM nº 1130, de 5 de agosto de 2015. Institui a Política Nacionalde Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS). Diário Oficial da União 2015.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

AÇÃO EDUCATIVA NA PROMOÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS COM PRÉESCOLARES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Rachel Carvalho Lemos / UEMSFabiana Moreira Coutinho / UEMSPaloma Almeida Kowalski / UEMS

João Pedro Arantes da Cunha / UEMSAugusto de Souza Honorato / UEMS

Emily Ruiz Cavalcante / UEMSAdemar Brites Cardoso Filho / UEMS

INTRODUÇÃONo ano de 2017, os acadêmicos da Universade Estadual doMato Grosso do Sul, realizaram uma atividade sobrealimentação saudável com crianças menores de 2 anos nocenário de Interação, Ensino, Saúde e Comunidade(IESC). O propósito dessa ação foi tentar ensinar de formalúdica às crianças de até 2 anos sobre a alimentaçãosaudável.

DESENVOLVIMENTOFoi realizado uma atividade educativa no CentroEducacional Infantil abordando e expondo de forma lúdicao tema "Alimentação saudável e suas formas" para ascrianças de 1 anos até 2 anos, em parceria com asprofessoras e cuidadoras locais. Em uma sala de aulaalguns alunos coletaram as medidas antropométricas dascrianças. Após as coletas das medidas, crianças foramlevadas para outra sala para o segundo momento, estavamassustadas, não interagiam com acadêmicos, outraschoraram, mas aos poucos foram participando dasbrincadeiras. Os acadêmicos foram mostrando algunsdesenhos de frutas, perguntando o nome de cada uma, quais tinham em casa, se comiam ou ja haviam comido. Emseguida foi falado de forma lúdica, fazendo uso de gibis daturma da mônica a respeito da importância de comerfrutas. No último momento foi servida salada de frutas paraelas e todas comeram, algumas até repetiram, relatandonunca terem comido algumas daquelas frutas antes e atépedindo para levar um pouco para seus pais.

RESULTADOS/IMPACTOSClarificou-se, assim, para o grupo a importância dasmedidas antropométricas verificadas no CentroEducacional Infantil, visto que permitiu identificar 3crianças com sobrepeso e uma criança abaixo do peso eestatura indicado para a idade e assim foram cadastradospara informar a família e instituição. Ficou claro para todosno grupo a dificuldade de lidar e prender atençãodessascrianças, porém foi visto que se houver insistecia eformas lúdicas que chamem a atenção delas é possivel simtrabalhar com esse grupo. Dessa forma foi possível ensinare influenciar as crianças de até dois anos sobre aalimentação saudável.

CONSIDERAÇÕES FINAISO propósito dessa ação foi tentar ensinar de forma lúdicaàs crianças de até 2 anos sobre a alimentação saudável. E épreciso destacar a importancia das atividades feitas paraessa faixa etária, pois é atraves de desenhos coloridos,personagens conhecidos prender a atenção e despertar acuriosidade e a ideia de que comer frutas e verduras podeser gostoso e ainda fazer bem para a saúde.

REFERÊNCIASBRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição.Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série B. Textos Básicos de Saúde)BRASIL.Ministerio da Saúde. Guia Alimentar para Crianças Menores de DoisAnos/Secretaria de Politicas de saúde, Organização Pan Americana de Saúde.-Brasília, 2002.152p.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

O USO DAS CAIXAS DE SUGESTÕES/CRÍTICAS E ELOGIOS COMOMECANISMO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

Renata Rigatto / Prefeitura Municipal de Gloria de DouradosEdmara Honorio Santos / Prefeitura Municipal de Gloria de Dourados

Fabricia Izidoro Crizanto / Prefeitura Municipal de Gloria de DouradosDanieli Nogueira da Silva / Prefeitura Municipal de Gloria de Dourados

Rosane Mari Akabane Favero / Prefeitura Municipal de Gloria de Dourados

INTRODUÇÃOO projeto das caixas de críticas, sugestões e elogios daGerência municipal de saúde de Glória de Dourados/MSsurge do anseio em se aprimorar os serviços prestados naAtenção Básica através da valorização dos diversos atores,contribuindo com a gestão dos serviços e dando voz aosusuários. Tem como finalidade tratar adequadamente asdemandas dos usuários no âmbito do SUS, com aparticipação da comunidade e proposição de medidas deresolução de problemas.

DESENVOLVIMENTOAs atividades iniciaram em 2015 com a implantação dascaixas de sugestões, críticas e elogios em alguns setoressob gestão municipal. Foi adaptado questionário baseadoem experiências hospitalar e profissional da AssistenteSocial. Foram utilizados dois modelos de questionáriosvoltados à gestão e a assistência propriamente dita. Emprimeiro momento, os questionários eram recolhidosmensalmente e somente os elogios eram divulgados nosmurais dos serviços. Com o surgimento das manifestações,percebeu-se a necessidade de conduzir as críticas esugestões encaminhadas e consequentemente responder aousuário, auxiliando a tomada de decisão do gestor edivulgando ao usuário as respostas.Surge então anecessidade em se ampliar as discussões para o coletivo,apresentando aos representantes dos diversos setores daatenção básica para a formação de um grupo de trabalho. Oprojeto passa a enfrentar dificuldades de execução devido arotatividade de gestores, inexperiência de gestores eprofissionais, além do “receio” dos envolvidos em receber efazer as ponderações.Fica evidente a necessidade de umprotocolo que contemplasse normas de funcionamento parao serviço e seus desdobramentos, uma vez que as críticas esugestões ainda não eram contempladas nas respostas aousuário. Para tanto, assim que elaborado o protocolo, omesmo foi submetido para aprovação do ConselhoMunicipal de Saúde.O grupo de trabalho teria a finalidadede receber, analisar e encaminhar aos responsáveis dossetores o pedido de averiguação, resolução e divulgação.Com o tempo alcançou-se representatividade de todos ossetores da Atenção Básica.

RESULTADOS/IMPACTOSComo resultados, dentre vários percebidos, a gestão podeperceber maior interação e comunicação entre os diversosserviços da rede e maior adesão as medidas de resoluçãopois as decisões são colegiadas. As equipes de saúde, foramestimuladas a discutir o processo de trabalho segundo aótica também do usuário. Já o usuário pode ter a certezaque sua demanda foi ouvida, muitas tiveram a resolução etodas respondidas.

CONSIDERAÇÕES FINAISO trabalho neste projeto ainda está em construção, uma vezque todos os envolvidos ainda estão habituando-se àscríticas. Como desafio, estuda-se a maneira de inserir ousuário também no processo de discussão das demandasassim como manter o comprometimento do gestor. Noentanto, o que se pode concluir é que tem havido maiorparticipação do usuário, os trabalhadores se sentemreconhecidos com os elogios recebidos e várias medidas demelhorias no ambiente foram adotadas pela gestão a partirda sugestão dos usuários.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

SUCO VERDE: UMA ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO NOS GRUPOS DEACOMPANHAMENTOS DAS ESF’S DAS UNIDADES DE SAÚDE DO

MUNICÍPIO DE PORTO MURTINHO-MSRodrigo Pereira da Silva / Prefeitura Municipal de Porto Murtinho

Ana Paula Bittencourt / Prefeitura Municipal de Porto Murtinho

INTRODUÇÃOO Suco Verde é uma bebida saudável para as pessoas. Asua composição, de base orgânica, define-se peloadicionamento de verduras folhosas e frutas, cujo volumelíquido possui a cor verde. O suco produzido carrega em sia clorofila. E sua mistura serve para desintoxicar oorganismo e otimizar o processo de emagrecimento.Incorpora-lo nas atividades das ESF’s, dos grupos deacompanhamentos, tais como, hiperdia e gestantes,reforçam os princípios do SUS de promoção e cuidado àsaúde dos usuários. Com base nisso, o objetivo dessapesquisa é relatar uma experiência exitosa realizada pelaESF-2, da Unidade de Saúde “Luiz Augusto MirandaCodorniz”, na cidade de Porto Murtinho-MS, indicando osuco verde ao hábito alimentar das pessoas acima de 65anos de idade.

DESENVOLVIMENTOA utilização do suco verde na Atenção Básica, partiu deuma reunião multiprofissional, envolvendo a Coordenaçãoda Atenção Básica, o NASF e o Facilitador da EPS. Umadas pautas da roda de conversa, entre esses profissionais(dentista, psicóloga, nutricionista e professor), discutiu oque poderia ser feito com as verduras e legumesproduzidas na Horta do Hospital Municipal, que desde dejulho de 2018, está consolidada e em funcionamento. Osegundo momento desse projeto é utilizar as verdurascolhidas, como estratégias de intervenção nos programasassistenciais das duas UBS do município., começando pelaESF-2, onde foi realizado a ação. Trata-se de um modelo decoprodução de sujeitos e coletivos com capacidade deanálise e intervenção na realidade, buscando a superaçãodos entraves às mudanças nas instituições de saúde(CAMPOS, et al., 2014).

RESULTADOS/IMPACTOSNa ESF-2, estão cadastradas 385 pessoas com mais de 65anos. A ação realizada em 26/10/2018, no períodomatutino, envolveu 15 pessoas do grupo hiperdia, sendo 6homens e 9 mulheres, indicando a baixa adesão. Todosexperimentaram e gostaram do suco verde. As mulherespediram a receita e os homens disseram que iriam tomá-lonas rodas de tererá, quando possível. Por isso, foi explicadoas propriedades benéficas do suco verde a saúde e nocombate aos fatores de risco das doenças crônicas nãotransmissíveis, tais como, hipertensão, dislipidemia,obseidade, sobrepeso, intolerância à glicosecom alugnscom um pouco de receio. Isso revela o problema de adesãono tratamento desse grupo.

CONSIDERAÇÕES FINAISOs 15 usuários do grupo de hiperdia que relataram suasexperiências de vida, abriram um precedente deafetividades a serem amadurecidas. Durante os diálogos,percebeu-se um cl ima humanista e com muitadescontração. As pessoas que estavam ali, não pareciamque precisavam de atendimento e cuidados. Aquelemomento, revelou a importância da continuidade dessasrodas de conversa e do planejamento de atividades laboraisdurante a semana, junto aos profissionais do NASF. Ométodo Paideia colocado em prática, promoveu umambiente humanizado entre profissionais da saúde eusuários. Espera-se, com este projeto, beneficiar acomunidade atendida, através do incremento na adesão aosplanos alimentares que serão construídos; da substituiçãode alimentos inadequados por saudáveis; do fortalecimentode atitudes, melhor controle glicêmico e prevenção decomplicações agudas e crônicas. Isso garantirá maiorqualidade de vida aos aderentes e a redução de custos aoSUS.

REFERÊNCIASCAMPOS G.W.S.; FIGUEIREDO, M.D.; PEREIRA JÚNIOR, N.; CASTRO, C.P. Laaplicación de la metodología Paideia en el apoyo institucional, en el apoyomatricial y en la clínica ampliada. Interface (Botucatu). 2014; 18 Supl 1:983-95.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

COMUNIDADE ESCOLAR NA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: DOCULTIVO À MESA

Tatiana Perassolo / Prefeitura Municipal de Campo GrandeAna Paula Leite Fabrini / Prefeitura Municipal de Campo Grande

Fernanda Maciel Mendes da Costa / Prefeitura Municipal de Campo GrandeAline Neves Costa / Prefeitura Municipal de Campo Grande

Tania Vital da Silva Gomes / Prefeitura Municipal de Campo GrandeRodrigo Borghezan / Prefeitura Municipal de Campo Grande

INTRODUÇÃONas últimas décadas, a população brasileira passou portransformações sociais que acarretaram em mudanças dehábitos de vida, como a má alimentação e o sedentarismo,que contribuíram para o desencadeamento de doençascrônicas. Para isso, as políticas públicas, como a PolíticaNacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e o ProgramaNacional de Alimentar Escolar (PNAE), vêm de encontrocom a necessidade de ações estratégicas que estimulem aautonomia do indivíduo em suas escolhas saudáveis, sejamno resgate de bons hábitos de vida, assim como naprodução e consumo de alimentos com alto valor nutritivo elivre de contaminantes. Diante disto, tais ações sãopautadas nas políticas públicas e tem como embasamento aEducação Alimentar e Nutricional (EAN). Neste contexto, oFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)que gerencia o PNAE, possui entre suas diretrizes, a EANcomo um conjunto de ações formativas, de prática contínuae permanente, transdisciplinar, intersetorial emultiprofissional, que objetiva estimular a adoçãovoluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis quecolaborem com a aprendizagem, o estado de saúde doescolar e a qualidade de vida do indivíduo.

DESENVOLVIMENTOConsiderando a relevância da execução da EAN, asnutricionistas da Superintendência da Alimentação Escolar(SUALE) de Campo Grande/MS participaram destaproposta na Escola Municipal Professor Fauze ScaffGattass Filho com a comunidade escolar. Há alguns anosfoi desenvolvida na unidade a horta pedagógica comoespaço de aprendizagem para os alunos, além de estimularas famílias a cultivarem hortas agroecológicas em suasresidências. Por isso, foi criado o projeto “Horta Escolar eExpansão de Canteiros Verdes” através da produção edoação de mudas de hortaliças e legumes cultivados naescola. Até o momento já foram atendidas famílias daregião, escolas municipais e estaduais, CRAS (Centro deReferência de Assistência Social), CEINF (Centro deEducação Infantil), UBS (Unidade Básica de Saúde) eassociação de moradores. No segundo semestre de 2018,surgiu a necessidade de atender a comunidade escolardentro da instituição e implantou o projeto “Adote seucanteiro”, para que tenham a oportunidade de cultivar umespaço nas dependências da escola, aproximar as famílias etransferir esta tecnologia, recebendo orientação técnica nomanejo do solo e nutricionais dos alimentos.

RESULTADOS/IMPACTOSAo todo são 30 canteiros de tamanhos variáveis, e asinscrições foram divulgadas através das redes sociais e dobanco de dados da escola. Sendo a primeira reunião com20 famílias interessadas para estabelecimento de normas eregras. Entusiasmados e impactados com a proposta, nomesmo dia, os participantes iniciaram a preparação doscanteiros com adubação orgânica, cobertura vegetal eplantio das mudas.

CONSIDERAÇÕES FINAISEsta ação trará diversos benefícios como: valorização dosalimentos orgânicos, mudanças de hábitos alimentares,replicação da tecnologia, envolvimento da família naalimentação escolar, fortalecimento da relação escola ecomunidade, execução de estratégias pedagógicas quelevem uma nova forma de relação do ser humano com ocontexto planetário consolidando as relações entre escola ecomunidade.

REFERÊNCIASBRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. FUNDO NACIONAL DEDESENVOLVIMENTO DA EDICAÇÃO. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.Resolução/CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimentoda alimentação escolar aos alunos da educação básica no âmbito do ProgramaNacional de Alimentação Escolar – PNAE.BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE.DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA. Política Nacional de Alimentação eNutrição / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento deAtenção Básica.Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.

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EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

SEMANA MUNDIAL DO ALEITAMENTO MATERNO: SENSIBILIZAÇÃO EINCENTIVO PARA AMAMENTAR

Thaís Neves de Carvalho / Prefeitura Municipal de BandeirantesPriscila Chamorro Gomes Zacarini / Prefeitura Municipal de Bandeirantes

Iriá Niedermeyer / Prefeitura Municipal de BandeirantesMarciene Esteche de Oliveira / Prefeitura Municipal de Bandeirantes

Danielly da Silva Souza / Prefeitura Municipal de BandeirantesNayara Aparecida Sanches Chagas / Prefeitura Municipal de Bandeirantes

INTRODUÇÃOA semana Mundial da Amamentação comemorada naprimeira semana do mês de agosto trouxe o slogan“Amamentação é a Base da Vida” com o objetivo dereforçar à população a importância da amamentaçãoexclusiva até os seis meses de vida e complementar até 2anos. Para comemorar a semana, uma equipe composta pornutricionista, fonoaudióloga e enfermeiras, em parceriacom o Centro de Referência de Assistência Social nomunicípio de Bandeirantes – MS realizaram uma roda deconversa com relatos de experiências, palestras eexposição de vídeos. O objetivo é sensibilizar, incentivar einformar as gestantes sobre a importância do aleitamentomaterno, esclarecendo as dúvidas e rompendo os estigmasrelacionados ao ato de amamentar.

DESENVOLVIMENTOA roda de conversa ocorreu no auditório do Centro deReferência de Assistência Social (CRAS), onde as gestantesforam convidadas pelos agentes comunitários de saúde edemais membros das equipes multiprofissionais dasunidades de saúde, iniciou-se com o tema direcionado aimportânc ia do le i te materno para a saúde edesenvolvimento das crianças, com demonstração deposições e métodos para evitar e aliviar a dor aoamamentar. No encerramento, vídeos para a sensibilizaçãoda gestante na importância da amamentação na criação dovinculo materno-infantil foram expostos, encerrando aconfraternização com lanches. As ações foram realizadas apartir de um plano de ação da necessidade do público localem conjunto com o CRAS.

RESULTADOS/IMPACTOSO evento recebeu 15 gestantes, grande parte na primeiragestação, dúvidas sobre mitos na amamentação foram asmais esclarecidas.

CONSIDERAÇÕES FINAISNotou-se o interesse e a expectativa das mesmas aosaberem que no ato de amamentar cria-se o vinculo afetivomaterno-infantil. A equipe vivenciou que o conhecimentodas gestantes referentes à amamentação era construídocom base em experiências relatadas por pessoas próximas,porém, com muitos mitos. Notou-se a importância deparcerias com a assistência social do município visandoaproximação das equipes multiprofissionais e oferecendointegralidade nos atendimentos ás gestante.

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Page 27: CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

III Encontro Estadual de Atenção Básica:

20 anos da Estratégia Saúde da Família em

Mato Grosso do Sul

EIXO 4 - CONTROLE SOCIAL E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

EXPERIÊNCIA DA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA NAESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ÍNDIGENA -ESFI

Viviane Alves de Almeida / UFMSLuana Maria Tassoni Ferro / Prefeitura Municipal de Dourados

Mariana Ribeiro Marques / MSFernanda Persi Milanin / UFMS

Rodrigo Domingos de Souza / UFMSEvelly Vitória Azevedo de Souza / UFMS

INTRODUÇÃONa cidade de Dourados/MS a população indígena ébastante numerosa. Os aspectos sociais são precários, quevão desde as condições de moradia, a busca poratendimento de saúde, a dificuldade de adesão eestabelecimento de vinculo, até aos próprios recursos quelhes são proporcionados. Sobretudo, a Estratégia de Saúdeda Família Indígena (ESFI) atua como uma grandeferramenta em saúde nesta comunidade. A cidade contacom quatro unidades de atenção primária indígena,gerenciadas pela Secretaria Especial de Saúde Indígena(SESAI), e o Programa de Residência Uniprofissional emEnfermagem Obstétrica do Hospital Universitário daGrande Dourados (HUGD) foi inserido nas aldeias, paratrabalhar juntamente com equipe, proporcionando umaexperiência de atuação profissional nesta área.

DESENVOLVIMENTOPara contemplar a ementa do programa, foram realizadasconsultas de pré-natal, puericultura, ginecológica,pediátrica, visitas domiciliares e de atividades deatendimento multiprofissional na comunidade. Nas visitasaos domicílios ocorreram abordagens, às gestantes quefaltavam realizar a consulta de pré-natal, acompanhamentodos recém-nascidos de baixo peso, acompanhamento depuérperas, e aos pacientes que finalizaram o tratamento detuberculose. Uma campanha de consulta de enfermagemfoi executada, com o intuito de captar as mulheres para arealização de coleta de preventivo e outros exames.

RESULTADOS/IMPACTOSA rotina do serviço na unidade de saúde indígena édesenvolvida de forma semelhante à das unidades deatenção básica e estratégia de saúde da família. Sobretudoacolher, buscar de vínculo com a comunidade, promover,prevenir e recuperar a saúde, são os principais objetivos daatuação da equipe de saúde indígena. A equipe possui amesma composição, o diferencial é que não possui sistemainformatizado. A informatização e a ligação entre as redesdo serviço de saúde são realizadas na SESAI. Houve umagrande procura pelos atendimentos realizados pelosresidentes. No entanto, comumente há uma falta de buscae adesão, muitas mulheres referem ter vergonha, pois aenfermeira, assim como grande parte da equipe, é indígenae moram na aldeia, e isso causa um desconforto nosindígenas. Então quando são informadas que outrosprofissionais irão realizar os atendimentos, elas seinteressam e buscam atendimento. Nesse cenárioobtivemos uma visão geral de como os indígenas vivem, dascondições de moradia, dos hábitos de vida e dasdependências, principalmente do abuso de álcool Para agrande maioria dos residentes, este foi o primeiro contatocom a população indígena, e várias dificuldades surgiramno início, principalmente com a comunicação. Algunsindígenas são resistentes às tradições e não se envolvemcom os não indígenas, já outros são bastante sociáveis eadaptados a sociedade não índia, possuem até smartphonese afins.

CONSIDERAÇÕES FINAIS“Uma experiencia singular!”, essa é a frase que definiu apassagem dos residentes na aldeia. Conhecendo um poucoa realidade, e desmistificando os conceitos ultrapassadosque tínhamos sobre essa população, aprendemos arespeita-los e conseguimos ampliar nossa visãoprofissional.

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