pagamentos em exportaÇÃo de soja

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PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA Tanto o exportador como o importador devem evitar os riscos de natureza comercial a que estão sujeitas as transações internacionais. Ao remeter a mercadoria ao exterior, o exportador deve tomar precauções para receber o pagamento . Por sua vez, o importador necessita de segurança quanto ao devido recebimento da mercadoria, nas condições acertadas com o exportador. Definir com clareza a forma de pagamento que devera ser observada em uma operação de exportação é de fundamental relevância para ambas as partes. Os tipos de pagamento podem ser: Pagamento antecipado, Cobrança Documentária e Carta de Crédito. Se for usada a Carta de Crédito B emitida por um banco, denominado “banco emissor”, na praça do importador, a seu pedido, e representa um compromisso de pagamento do banco ao exportador da mercadoria. Na Carta de Crédito, são especificados o valor, beneficiário (exportador), documentação exigida, prazo, portos de destino e de embarque, descrição da mercadoria, quantidades e outros dados referentes à operação de exportação. Uma vez efetuado o embarque da mercadoria, o exportador entrega os documentos a um banco de sua praça, denominado “banco avisador”, que, via de regra, é o mesmo banco com o qual negociou o câmbio. Este, após a conferência dos documentos requeridos na carta de crédito, efetua o pagamento ao exportador e encaminha os documentos ao banco emissor no exterior. O banco emissor

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Page 1: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

Tanto o exportador como o importador devem evitar os riscos de natureza comercial a que estão sujeitas as transações internacionais. Ao remeter a mercadoria ao exterior, o exportador deve tomar precauções para receber o pagamento.

Por sua vez, o importador necessita de segurança quanto ao devido recebimento da mercadoria, nas condições acertadas com o exportador. Definir com clareza a forma de pagamento que devera ser observada em uma operação de exportação é de fundamental relevância para ambas as partes.

Os tipos de pagamento podem ser: Pagamento antecipado, Cobrança Documentária e Carta de Crédito.

Se for usada a Carta de Crédito B emitida por um banco, denominado “banco emissor”, na praça do importador, a seu pedido, e representa um compromisso de pagamento do banco ao exportador da mercadoria.

Na Carta de Crédito, são especificados o valor, beneficiário (exportador), documentação exigida, prazo, portos de destino e de embarque, descrição da mercadoria, quantidades e outros dados referentes à operação de exportação. Uma vez efetuado o embarque da mercadoria, o exportador entrega os documentos a um banco de sua praça, denominado “banco avisador”, que, via de regra, é o mesmo banco com o qual negociou o câmbio.

Este, após a conferência dos documentos requeridos na carta de crédito, efetua o pagamento ao exportador e encaminha os documentos ao banco emissor no exterior. O banco emissor entrega os documentos ao importador que, assim, poderá efetivar o desembaraço da mercadoria.

O recebimento do pagamento pelo exportador depende apenas do cumprimento das condições estabelecidas na carta de credito. O pagamento por Carta de Crédito envolve, por conseguinte:

o importador que, após as negociações iniciais com o exportador, solicita a abertura da carta de crédito;o banco emissor da carta de crédito, responsável pelo pagamento ou pelo aceite da letra de câmbio;o banco avisador, que informa o exportador sobre a abertura de crédito, confere a documentação apresentada pelo exportador e efetua o pagamento ou aceite da letra de

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câmbio; eo exportador.É importante notar que as instituições financeiras trabalham com documentos e não com mercadorias. Por exemplo, o banco confere os dados do Conhecimento de Embarque para verificar se as mercadorias estão de acordo com a descrição contida no crédito documentário.

Se o Conhecimento de Embarque for fraudado, não haverá responsabilidade do banco. A Carta de Crédito deve explicitar as formas de pagamento, ou seja, se trata de pagamento:

à vista (se a documentação estiver em ordem, o exportador recebe o pagamento de imediato);por aceite de letra de câmbio (o banco sacado dará o “aceite” e devolverá a letra de câmbio ao exportador, que poderá negociar o seu desconto na rede bancária);por diferimento (pagamento efetuado na data designada na Carta de Crédito); epor negociação (negociação da Carta de Crédito com um banco).No caso do pagamento por negociação, a carta pode ser restrita ou irrestrita. Na primeira, a designação do banco avisador é determinada e especificada na Carta de Crédito pelo banco emissor. Na carta irrestrita, o banco avisador é de livre escolha do exportador. Evidentemente, a segunda alternativa aumenta o poder de negociação do exportador com os bancos.

Para Minervini (1997), a negociação concretiza-se quando o banco avisador confirma que os documentos apresentados pelo exportador estão de acordo com as exigências da Carta de Crédito e os envia ao banco emissor, que, por sua vez, efetua o reembolso ao banco avisador.

A Carta de Crédito é em geral de caráter irrevogável, exceto quando dela constar expressamente que é revogável. O seu cancelamento ou sua modificação serão permitidos apenas com a prévia anuência do exportador. A grande vantagem de uma Carta de Crédito irrevogável é que o pagamento ou aceite da letra de câmbio são garantidos pelo banco emissor.

A Carta de Crédito também pode ser transferível, isto é, o exportador poderá transferir o valor ou parte do crédito para outros benefícios. Para tanto, a Carta de Crédito deve ser declarada “transferível”, de modo expresso. A omissão desta declaração implica automaticamente o caráter intransferível da Carta de Crédito. O exportador deve verificar antecipadamente todas as exigências da Carta de Crédito para evitar discrepâncias com a documentação em seu poder. Havendo discrepâncias, o exportador deve contatar o importador antes do embarque da mercadoria, para solicitar emendas à Carta de Crédito e evitar, assim, que o banco avisador, no país do exportador, notifique a divergência ao banco emissor.

Neste caso, a garantia de pagamento “firme e irrevogável”, dada pelo banco emissor, ficará temporariamente suspensa. Isto significa que a forma de pagamento por Carta de Crédito se transforma em Cobrança Documentária. De todo modo, o banco avisador deve notificar o exportador de que os documentos não estão de acordo com as exigências, com indicação das discrepâncias, dentro do prazo de sete dias úteis.

Page 3: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

Os exportadores devem, portanto, estar atentos para a necessidade de certificados emitidos por agências ou empresas especializadas, para a data de emissão dos documentos, documentos de embarque e de seguro, se for o caso.

Carta de créditoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

A carta de crédito (em inglês: Letter of credit, ou simplesmente L/C) é um dos instrumentos básicos do comércio internacional, como meio de providenciar ao comprador e vendedor de uma mercadoria, normalmente em países diferentes, um sistema para certificar a segurança de ambos. Consiste de uma carta endereçada pelo banco do comprador, aos custos do comprador, a um vendedor, autorizando-o a dispor de uma determinada quantia de dinheiro desde que se cumpram determinados termos e providenciando condicionalmente ou incondicionalmente o pagamento.

Índice

[esconder] 1 As partes envolvidas 2 Tipos de cartas de crédito 3 Ver também

4 Ligações externas

[editar] As partes envolvidas

O comprador (o qual faz o pedido) O banco do comprador (o emitente) O beneficiário (o vendedor) O banco do beneficiário (avisador e confirmador).

[editar] Tipos de cartas de crédito

Revogáveis (usadas normalmente em situações onde o comprador tem grande poder de negociação).

Irrevogáveis (oferecem mais segurança ao vendedor, são as mais comuns).

Uma carta aberta ou fechada de um comerciante em um lugar, direcionada a outro em outro lugar, solicitando que, caso a pessoa nomeada na carta ou o seu portador compre commodities ou queira dinheiro, qualquer quantia particular ou ilimitada, e que se busque o mesmo ou passe sua promessa, nota ou outro mecanismo, o escritor da carta promete fornecer a ele o dinheiro pelas mercadorias, repagar a ele pela troca, ou dar a ele satisfação como ele requeira, tanto para ele mesmo, quanto para o portador da carta.

Page 4: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

Estas cartas são tanto gerais ou especiais. A primeira é geralmente dirigida aos amigos do emissor ou seus correspondentes, onde o portador da carta pode vir a ir; a outra é dirigida a uma pessoa em particular. Quando a carta é apresentada à pessoa para quem ele está endereçada, esta pessoa pode concordar em fazer o que lhe é pedido—neste caso ele imediatamente se torna compromissado em cumprir todos os acordos lá mencionados—ou ele se nega, neste caso o portador deve retornar a carta àquele que lhe entregou sem qualquer outro procedimento, a não ser que o comerciante para quem a carta está dirigida seja um devedor do comerciante que a deu, neste caso, ele deve fazer com que a carta seja protestada.

O débito que se contrai com uma carta assim, em sua forma mais simples, é entre o mandatário e o mandante; apesar de ser possível também suscitar um débito contra a pessoa que seja fornecida pelo mandatário.

Quando a carta é comprada com dinheiro pela pessoa que quer o crédito no exterior, ou é dada em conseqüência de um cheque em sua conta corrente ou conseguida á crédito de garantias apresentadas pela pessoa que a concede, ou em pagamento de dinheiro devido por ele ao credor, a carta é, em seu efeito, similar a uma nota de troca emitida contra um comerciante exterior. O pagamento do dinheiro por uma pessoa a quem a carta é concedida levanta um débito ou vai na conta entre ele e o emissor da carta; mas não levanta nenhum débito para a pessoa que paga a carta, contra quem o dinheiro é pago.

Quando ela não é comprada, mas na verdade é feita uma acomodação destinada a levantar um débito para com a pessoa acomodada, o compromisso, geralmente é ver pagas qualquer adiantamentos feitos a ele ou garantir qualquer saque aceito ou nota descontada. Neste caso, o acordo com o mandatário gera um débito, tanto contra o emissor da carta quanto contra a pessoa acreditada. O portador da carta de crédito não é considerado obrigado a receber o dinheiro; ele pode usar a carta como ele bem queira e ele contrata uma obrigação somente quando se recebe o dinheiro.

Importância do Comércio Internacional - da Carta de Crédito

As cartas de crédito a importadores dar mais amplamente utilizados e convencionais: o comércio internacional de pagamento e instrumento de financiamento. Fazendo Carta das condições de crédito para permitir diferida ou Comércio Aceitação, uma Carta de Crédito facilita financiamento ao importador.

As cartas de crédito a importadores dar mais amplamente utilizados e convencionais: o comércio internacional de pagamento e instrumento de financiamento.

Um banco emite uma carta de crédito de importação (L / C) em nome do comprador ou importador, nas seguintes condições:

a) Quando um importador está importando itens no seu próprio país

Page 5: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

b) Qualquer ato de mercadorias, onde os produtos da nação é vendido para outro comercialmente

c) Quando o exportador da Índia, que está executando um contrato fora do seu próprio país precisa importar itens de uma terceira nação a nação, onde está realizando o negócio.

O primeiro dos três é a base mais geral para obter uma carta de crédito no comércio hoje. Há certos encargos e pagamentos relacionados com esse tipo de comércio embora. A emissão de taxas bancárias as despesas candidatos para a abertura da carta de crédito. A taxa cobrada depende do crédito do requerente, e principalmente constituída por:

A) Os encargos de funcionamento: Isto inclui a promessa e encargos procedimento para o tempo da carta de crédito.

Encargos B) Aposentadoria: Isso é para ser remunerado quando o tempo de carta de crédito termina. O banco oferece a carta analisa o projeto de acordo com UCPDC (Uniform Customs and Practice para Créditos Documentários) e encargos fiscais com base no custo de itens.

Existem também alguns riscos que estão ligados ao abrir este tipo de conta.

riscos Basic composto por: capacidade financeira do importador, dos produtos envolvidos o exportador, o risco país ea ameaça de câmbio. risco de preço é outro fator essencial relacionada com todas as formas de comércio internacional. Todos os bancos avaliam seus riscos sobre os critérios acima referidos, antes da emissão da carta de crédito.

Import cartas de crédito aos importadores a mais amplamente utilizada e aceita mecanismo de pagamentos do comércio mundial e instrumento de negócio. Pela estruturação Carta das condições de crédito para permitir diferida ou Comércio Aceitação um L / C pode ser operado para oferecer financiamento para o importador. comercial mais proeminente global tem um monte de dinheiro envolvido e se feito de forma adequada poderá criar um volume de negócios capaz de executar o orçamento de um estado nação, pelo que é importante que seja gerido com cuidado.

Aspectos de um Crédito DocumentárioA +

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Page 6: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

As operações internacionais amparadas em cartas de crédito, aparentemente são bastante simples,

porém a prática mostra o contrário.

Para que uma transação comercial internacional seja realizada com sucesso, tanto o exportador quanto o

importador devem atentar para alguns dados que identificam e amparam a venda. Qualquer dado omitido

ou pouco esclarecedor nos documentos exigidos em uma carta de crédito pode tornar-se um péssimo

negócio, principalmente para o exportador.

Pode-se definir a carta de crédito como sendo uma ordem de pagamento condicionada, isto é, o

exportador fará jus ao recebimento , se atender a todas as exigências por ela estipuladas.

Vale salientar que, por ser a modalidade de pagamento mais segura, é fundamental o conhecimento

sobre todos os trâmites de uma carta de crédito.

O objetivo deste artigo é demonstrar os procedimentos realizados pelas instituições financeiras desde a

solicitação de abertura de um crédito documentário pelo importador até sua liquidação, ou seja, até o

recebimento do dinheiro pelo exportador.

Para obter o resultado esperado, esse artigo aborda as características gerais de uma carta de crédito, as

funções e obrigações das partes intervenientes, entre outros aspectos importantes.

No fim do século XIX, era comum a prática de negócios baseados em cartas de crédito emitidas por

grandes comerciantes, cujo patrimônio dava respaldo às transações. Assim, os documentos com feições

de carta de crédito circulavam livremente sem a interveniência das instituições financeiras.

A versão moderna do crédito surgiu no início do século passado. Como o instrumento envolvia parceiros

comerciais desconhecidos e instituições financeiras, e não existiam normas reguladoras, viu-se a

necessidade de padronizar o instrumento internacionalmente.

Após a Primeira Guerra Mundial, houve um crescente aumento na utilização do crédito documentário e os

bancos norte-americanos começaram a exigir que os bancos europeus assumissem a responsabilidade

pelos pagamentos das exportações feitas para aquele continente. Ao mesmo tempo, os exportadores

europeus exigiam que um banco europeu confirmasse o pagamento das importações feitas pelos Estados

Unidos.

Em 1929 foi aprovado um primeiro projeto de regras e usos uniformes relativos ao crédito documentário,

aceito apenas por algumas associações, mas recusadas pelos norte-americanos e ingleses.

Em 1951, devido ao grande fluxo de negócios ocasionado pelo processo de reconstrução do pós-guerra,

uma nova versão recebeu a adesão de grande parte dos países envolvidos no comércio internacional.

A integração dos mercados às Regras uniformes ocorreu com a revisão do 1962, que contou com a

adesão dos países, ao incluírem e adotarem os procedimentos prescritos como regra para análise e

conferência dos documentos negociados amparados pelas cartas de crédito.

Uma operação internacional está sujeita a riscos maiores do que de uma transação no mercado

Page 7: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

doméstico. Deve-se levar em consideração características como idioma, costumes, legislações diferentes

entre os países negociadores.

Os riscos estão relacionados tanto com a capacidade de pagamento e idoneidade do comprador, quanto

com os aspectos econômicos, políticos e cambiais de país do importador.

O mercado de câmbio é um ambiente abstrato onde são realizadas as operações decorrentes de

comércio exterior. O contrato de câmbio é o documento que formaliza este comércio. Nele consta,

obrigatoriamente, dentre outras informações, a moeda estrangeira, a taxa contratada, o valor

correspondente em moeda nacional, o nome do comprador e do vendedor.

Uma vez que o mercado de câmbio é regulamentado pelos Bancos Centrais de cada país e todas as

instituições financeiras seguem uma regra uniforme, que padroniza a análise e conferência dos

documentos, deve-se observar o conceito e porte do banco emissor, para avaliar o risco de não

cumprimento do crédito documentário, pois existem muitos bancos pequenos e regionais. O ideal é a

emissão por bancos tradicionais e com grande patrimônio, considerados banqueiros de primeira linha.

De todas as modalidades de pagamento existentes, a carta de crédito é a que oferece maior respaldo ao

exportador, pois envolve uma operação garantida por um ou mais bancos, que se responsabilizam pelo

pagamento ; e oferece, também, garantias ao importador, pois estabelece que suas determinações serão

cumpridas pelo exportador.

 

ANÁLISE DA DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO DA CARTA DE CRÉDITO

O crédito documentário ou carta de crédito é uma modalidade de pagamento bastante comum, pois

oferece garantias maiores tanto para o importador, quanto para o exportador.

Pode-se definir a carta de crédito como uma ordem de pagamento condicionada, isto é, o exportador

somente fará jus ao recebimento se atender a todas as exigências por ela estipuladas.

Consiste em uma operação creditícia, através de bancos intermediários, decorrente de uma venda

internacional. O mecanismo dessa operação, apesar de parecer complexo, não apresenta maiores

dificuldades : após a conclusão do contrato de compra e venda entre o exportador e o importador,

ajustados os termos e condições da negociação, o importador solicita ao seu banco que seja aberto um

crédito em moeda estrangeira em favor do exportador na praça deste. Desta forma, o banco expede a

carta de crédito, através da qual fica o exportador notificado de que lhe foi aberto um crédito, por conta e

ordem do comprador, assegurando desse modo que o preço lhe será pago por ocasião da entrega dos

documentos, se cumpridos todos os termos contratuais da carta.

As regras relativas às cartas de crédito e à sua emissão estão normatizadas na Brochura 600 da Câmara

de Comércio Internacional – CCI (International Chamber of Commerce - ICC).

A CCI é uma organização que não possui vínculos e não depende de governo de qualquer país. Ela

representa negócios e relações comerciais em nível mundial e tem sua sede em Paris.

As principais funções da Câmara de Comércio Internacional são : promover o comércio mundial e os

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investimentos, representar a comunidade comercial em todo o mundo, harmonizar as práticas e

terminologias de uso do comércio, entre outras.

As atividades desta organização cobrem um amplo aspecto, que vão desde a arbitragem, solução de

conflitos, defesa do livre comércio até seminários, estudos e publicações.

LEVANTAMENTO DAS FUNÇÕES ESPECÍFICAS DAS PARTES INTERVENIENTES

O crédito documentário apresenta os seguintes intervenientes e suas funções :

a) Aplicante ou Tomador (Applicant) : tomador do crédito, importador. Solicita ao banqueiro emissor a

abertura da carta de crédito ;

b) Beneficiário (Beneficiary) : beneficiário da carta de crédito, exportador. Deve cumprir todas as

condições exigidas para que possa receber o valor do crédito ;

c) Banco Emitente (Issuing Bank) : responsável pela abertura do crédito em favor do exportador e pela

condução da operação. Age a pedido e em conformidade com instruções do importador ;

d) Banco Avisador (Advising Bank) : banco na praça do exportador a quem cabe avisar a abertura do

crédito ao exportador, mediante verificação preliminar da autenticidade do crédito sob aviso ;

e) Banco Negociador (Negotiating Bank) : banqueiro responsável pelo recebimento dos documentos para

análise e conferência e pagamento ao exportador ;

f) Banco Confirmador (Confirming Bank) : banco que, a pedido do banco emitente ou do beneficiário,

ratifica os termos de crédito assumido, adicionalmente às obrigações do banqueiro emitente. Ambos são

co-responsáveis pelas garantias bancárias.

g) Banco Reembolsador (Reimbursement Bank) : banqueiro instruído e/ou autorizado a providenciar o

reembolso relativo à autorização de reembolso emitida pelo banco emissor.

h) Banco Designado (Nominated Bank) : banco a quem o crédito está restrito, isto é, a instituição

financeira determinada no crédito. Se o crédito indicar que é disponível junto a qualquer banqueiro, trata-

se de crédito livremente negociável. Assim, se o beneficiário entregar os documentos ao banco de sua

preferência, este banco escolhido é considerado o Banco Designado, cabendo pagar ou aceitar saques

de acordo com as condições do crédito.

i) Banco Pagador (Paying Bank) : é o mesmo que o Banco Designado, se aceitar a designação, cabe o

compromisso de pagar.

CARACTERÍSTICAS DA CARTA DE CRÉDITO

Revogável ou Irrevogável

Crédito revogável é aquele que pode ser modificado ou revogado sem prévia anuência do beneficiário.

Crédito irrevogável somente poderá ser cancelado ou alterado mediante prévia anuência de todas as

partes interessadas. Entretanto, se o exportador não embarcar a mercadoria, deixar vencer os prazos da

carta, estará provocando o cancelamento da carta. Todo e qualquer crédito que não seja expressamente

declarado revogável é considerado irrevogável.

Transferível ou Intransferível

Usualmente as cartas de crédito são intransferíveis. No crédito transferível o banco é autorizado a pagar o

total ou parte do seu valor a um ou vários segundos beneficiários, em conformidade com instruções

emanadas do primeiro beneficiário. Para ser considerado transferível deve conter expressamente a

designação “transferível” (transferable). Qualquer outra expressão deve ser desconsiderada.

Page 9: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

À vista ou a Prazo

Quando a carta de crédito é à vista, o exportador recebe o pagamento do banco negociador contra a

apresentação dos documentos exigidos, desde que eles estejam “sem discrepâncias”. Na carta de crédito

a prazo, o exportador entrega os documentos exigidos ao banco negociador, porém somente receberá o

pagamento no vencimento.

 

FORMAS DE UTILIZAÇÃO

Por Pagamento (By Payment)

O pagamento é efetuado contra apresentação e conferência dos documentos pelo banco emissor. De

acordo com a Publicação 600, o banco emitente tem sete dias úteis após o recebimento para analisar os

documentos e recusá-los, se for o caso de apontar discrepâncias.

Por Pagamento Diferido (By Deferred Payment)

Quando no crédito é preestabelecido o vencimento da obrigação.

Por Aceite (By Acceptance)

O beneficiário apresenta a documentação juntamente com um saque a prazo, emitido contra o banco

nomeado na carta de crédito. O banco aceitará o saque, devolvendo-o ao beneficiário. Este pode

aguardar até seu vencimento ou desconta-lo na rede bancária.

Por Negociação (By Negotiation)

O banqueiro negociador tem a prerrogativa de poder “negociar” o crédito (atribuir valor, pagar

antecipadamente com desconto), a partir da análise dos documentos, uma vez que estes estejam de

acordo com os termos e condições estabelecidas no crédito documentário, independentemente da análise

do banco emissor.

 

CONCLUSÃO

Não restam dúvidas que existem dificuldades, tanto por parte do exportador quanto por parte do

importador, em conseguir conviver com os mecanismos do crédito documentário, uma vez que existe um

grande leque de opções que podem dar uma feição “sob medida” aos seus negócios.

Vale salientar que, apesar da carta de crédito exigir um pouco mais de conhecimento das partes

envolvidas, essa modalidade de pagamento fornece segurança para o comprador e o vendedor,

principalmente em um período conturbado como o atual.

Observa-se que as empresas normalmente não possuem um profissional conhecedor do assunto, o que

acaba prejudicando o desenrolar da negociação através de uma carta de crédito.

Alguns cuidados devem ser tomados anteriormente à abertura do crédito. É essencial que todos os

termos da carta de crédito sejam estipulados por escrito, de preferência na fatura proforma, evitando

assim correções posteriores e perda de tempo e dinheiro consumido por renegociações e emendas.

Cabe ao banco verificar se os documentos apresentados estão de acordo com os termos do crédito

Page 10: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

documentário. Cabe ao exportador e ao importador negociarem estes termos para que tudo ocorra de

acordo com o planejado.

É de suma importância que os profissionais de comércio exterior tenham o conhecimento e o acesso às

publicações que amparam esta modalidade de pagamento, uma vez que as instituições bancárias não

são responsáveis pelo contrato particular entre o exportador e o importador e as condições ali impostas.

Estudo das garantias nos contratos mercantis internacionais

Vanessa RugaiEstudante de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo/SP.Inserido em 22/4/2007Parte integrante da Edição no 224Código da publicação: 1786

Por várias razões, nem sempre os compradores

conseguem crédito junto aos seus fornecedores. Uma forma

de viabilizar o negócio será oferecer ao fornecedor o amparo

de uma garantia ou um aval bancário, de sorte a assegurar-

lhe o pagamento da operação. Tais instrumentos de garantia

também podem ser utilizados para dar proteção ao

comprador que antecipa um pagamento e deseja assegurar a

devolução do dinheiro em caso de não embarque. Ou,

simplesmente, deseja assegurar o recebimento de uma

indenização no caso de non-performance de um contrato de

fornecimento de bens ou serviços.

AVAL

É uma obrigação internacional assumida por uma Instituição

Financeira, a fim de garantir o pagamento de um título de

crédito aceito ou sacado contra o cliente. Assegura ao

Page 11: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

exportador o pagamento assumido pelo importador, nos

prazos e condições negociadas.

O aval se destina à Empresas importadoras que necessitam

de aval de um banco nacional como garantia para o

financiamento obtido junto ao exportador.

Este tipo de garantia possui algumas vantagens, como por

exemplo, permitir ao importador fazer negócios com

empresas exportadoras que não queiram assumir os riscos

comerciais.

O aval pode ser concedido em:

1. Título de crédito (saque) emitido pelo exportador.

2. Nota Promissória emitida pelo importador.

FIANÇA

É um contrato através do qual o BANCO (neste caso, o fiador)

garante o cumprimento da obrigação de seu cliente (o

afiançado), junto a um credor em favor do qual a obrigação

deve ser cumprida (o beneficiário).

Existe ainda um tipo de fiança que podem ser emitidas com

caráter financeiro por empresas brasileiras a bancos no

exterior a fim de que estes concedam crédito a uma

subsidiária da empresa.

STAND BY LETTER OF CREDIT

É uma carta de crédito que garante o pagamento ao

beneficiário, em caso de inadimplência do tomador. É uma

garantia internacional em formato livre para diferentes tipos

de operações. Pode ser utilizada para dar cobertura à

Page 12: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

transação comercial ou financeira e que tem como finalidade,

usualmente, prevenir uma possível falta de pagamento ou

cumprimento do objeto a que a garantia se refere. Essa carta

pode ser utilizada para operações sucessivas dentro de seu

prazo de validade.

Podemos dizer de outra forma que é uma ordem dada pelo

importador ao seu Banco para que este, perante o

Beneficiário (exportador) assuma o compromisso de pagar,

aceitar ou negociar um efeito com um determinado montante

(valor da mercadoria), desde que o Beneficiário apresente os

documentos exigidos, em conformidade com todos os termos

definidos nesse compromisso (Carta de Crédito).

Dirige-se a empresas com atividade exportadora/importadora

que necessitem de realizar cobranças ou pagamentos e em

que o grau de confiança entre comprador/vendedor seja

muito baixo.

Conhecida como Carta de Crédito ou Crédito

Documentário, é muito usual porque oferece maiores

garantias tanto ao exportador quanto ao importador por ser

uma ordem de pagamento condicional. Ela é emitida por um

banco, a pedido do importador em favor do exportador, que

somente fará jus ao recebimento se cumprir todas as

exigências estipuladas. O exportador tem a garantia de

pagamento de dois ou mais bancos e o importador tem a

certeza de que só haverá pagamento se suas exigências

forem cumpridas. A carta de crédito é uma alternativa para o

exportador que não quer assumir os riscos comerciais de uma

operação, pois ela confere ao banco a responsabilidade pelo

pagamento, mediante o cumprimento dos termos e condições

Page 13: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

do crédito. Os riscos políticos também podem ser eliminados

ou reduzidos, se utilizada uma carta de crédito confirmada.

Neste tipo de crédito um outro banco, geralmente fora do país

do importador, confirma a garantia dada pelo banqueiro

emissor do crédito. Na prática, se o banco emissor não puder

pagar por qualquer motivo, inclusive políticos, o banco

confirmador pagará em seu nome.

A carta de crédito pode ser emitida para pagamento à vista

ou a prazo. Como se constitui em garantia bancária, acarreta

custos adicionais para o importador, que paga taxas e

comissões para abertura de crédito, além de contra garantias

exigidas pelo banco emissor. Na negociação de crédito deve-

se observar o conceito e porte do banco emissor. Existem

muitos bancos pequenos e regionais. Os bancos mais

tradicionais e de grande patrimônio são considerados de

primeira linha. A carta de crédito pode sofrer emendas desde

que aceitas por todas as partes envolvidas a saber: banco

emissor, banco confirmador, tomador de crédito (importador)

e beneficiário (exportador). A CCI definiu normas para

emissão e uso de cartas de crédito divulgadas na Publicação

500, denominadas “Regras e usos Uniformes para Créditos

Documentários”. Essas regras são aceitas em todo mundo.

Os custos para a abertura de uma carta de crédito variam

entre 1% e 4% do valor da carta de crédito. Entretanto,

dependendo do banco e do cadastro do cliente, o custo pode

ser fixo, independente do valor do crédito aberto, e até

mesmo não custar nada. A carta de crédito pode ser

transferida a um ou mais beneficiários. Este, porém, não tem

o poder de efetuar outra transferência. Para que a

Page 14: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

transferência seja possível é indispensável que na carta de

crédito conste a expressão "transferível".

Etapas da Carta de Crédito

Este tipo de operação é composto de várias etapas:

·         Pedido e Negociação

·         Abertura do Crédito

·         Embarque da Mercadoria

·         Documentação e utilização do crédito

Pedido e Negociação

1.      Contatos preliminares – definida a venda o exportador

emite a fatura pró forma. É o momento em que o importador

e exportador negociam os termos e condições do crédito para

fechamento da venda. O exportador recebe a confirmação do

pedido ou assina o contrato mercantil.

Abertura do Crédito

1.      O importador (tomador) abre o crédito em banco de sua

praça (banco emissor).

2.      O banco da praça do importador comunica ao banco da

praça do exportador a existência do crédito sob determinadas

condições.

3.      O banco da praça do exportador comunica ao

exportador a existência do crédito e suas condições.

Embarque da Mercadoria

1.      O exportador (beneficiário) ciente das exigências,

providencia o despacho e embarque da mercadoria.

Page 15: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

2.      A mercadoria é embarcada ao país do importador.

Documentação e utilização do crédito

1.      O exportador recebe o Conhecimento de Embarque (Bill

of Lading ou B/L) que, juntamente com os demais documentos

exigidos pelo crédito, constituem a documentação a ser

apresentada ao banco negociador.

2.      O banco recebe os documentos do exportador, examina-

os e, se estiverem em ordem, efetua o pagamento de

imediato ao exportador, caso o crédito seja à vista.

3.      O banco do exportador remete os documentos ao banco

do importador (banco emissor).

4.      O banco emissor entrega os documentos ao importador

e reembolsa o banco do exportador.

Após o entendimento das etapas, segue um caso de Crédito

Documentário com pagamento contra a apresentação dos

documentos (à vista):

- O Importador solicita a abertura do crédito ao seu Banco

(Banco Emitente);

- Este solicita a um Banco no país do Exportador que o

notifique, informando-o das condições em que o crédito está

aberto;

- O Exportador analisa os termos da Carta de Crédito

(previamente acordados com o Importador) e procede ao

envio da mercadoria para o destino indicado na Carta de

Crédito;

Page 16: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

- Dentro do prazo estipulado, o Exportador entrega a

documentação requerida ao Banco Designado (normalmente

o Banco notificador).

Se o Crédito Documentário foi confirmado pelo Banco do

exportador (Banco Confirmador) e a documentação

apresentada cumprir integralmente as condições estipuladas:

- O Banco Confirmador paga ao Exportador o valor do crédito

e envia ao Banco Emitente a documentação recebida.

Se o Crédito for apenas notificado:

- O Banco Designado (normalmente o Banco do exportador)

envia a documentação ao Banco Emitente, solicitando o

reembolso imeditato.

Em qualquer dos casos, o Banco Emitente verifica a

conformidade dos documentos em função dos termos da

Carta de Crédito e se não houver qualquer divergência

reembolsa o Banco que lhe remeteu a documentação e

entrega-a ao importador, contra pagamento do valor utilizado.

De posse dos documentos, o Importador procede ao

levantamento da mercadoria.

No caso de um Crédito Documentário contra aceite ou

pagamento diferido (a prazo), o processo operativo é idêntico,

exceto no que se refere ao pagamento que é substituído pelo

aceite de um efeito e/ou diferimento do pagamento para o

prazo acordado.

Vantagens para o importador:

Page 17: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

- Segurança e garantia - recebe a documentação conforme as

suas necessidades, realizando-se o pagamento contra a

apresentação da documentação solicitada;

- Financiamento Comercial - quando o pagamento é a prazo, o

importador obtém por esta via financiamento do exportador;

Vantagens para o exportador:

- Segurança e garantia - assegura-se o recebimento na data

fixada, não dependendo da vontade do importador, mas sim

da apresentação dos documentos nos termos da Carta de

Crédito;

- Financiamento - existe documentação que prova a venda

bem como um instrumento que facilita o financiamento

bancário.

BID BOND

Fiança internacional emitida pelo Banco que garante a

participação do Cliente em concorrência/licitação

internacional (garantia de oferta).

È requerida na fase de licitação, cujo objetivo é cobrir as

eventuais perdas, inclusive multas contratuais, causadas por

um participante que, ao ter sua proposta aceita, se recusa a

ratificá-la em contrato, acarretando atrasos ao projeto do

importador ou mesmo à realização de uma nova concorrência.

Essa garantia é exigida para participação de empresas em

concorrências internacionais. É emitida por um banco

nacional a favor dos organizadores da concorrência (no

exterior) e é acionada caso a empresa solicitante da garantia

se recuse a assinar o contrato depois de ganhar a

Page 18: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

concorrência. É usada para cobrir os gastos referentes ao

processo de concorrência.

É utilizada, portanto, para manter firmes as propostas,

salvaguardando o licitante dos custos decorrentes da não

assinatura do contrato pelo vencedor, com a conseqüente

anulação da concorrência ou chamada do 2º colocado, ficando

garantido pelo seguro, neste caso, o diferencial de preço.

Destina-se a empresas prestadoras de serviços no exterior

e/ou exportadores de mercadorias.

PERFORMANCE BOND

Fiança internacional que garante a execução de serviço ou

fornecimento de bens/mercadorias do Cliente

exportador/prestador de serviços após ganhar a

concorrência/licitação internacional (garantia de

cumprimento). É emitida a favor do importador no exterior.

O objetivo é ressarcir as eventuais perdas causadas pelo

fornecedor por falta de cumprimento das obrigações

constantes no contrato de fornecimento (mercantil) pelo

garantido, inclusive com relação à execução de serviços ou ao

fornecimento de bens pelo fornecedor.

Normalmente é subseqüente ao Bid Bond; isso porque a

Performance Bond garante agora a execução do contrato:

caso não seja executado ou não executado como o previsto,

os contratantes do serviço podem exigir o pagamento da

garantia.

Seu valor corresponde a determinado percentual do preço

base do contrato, valor este associado ao risco decorrente da

Page 19: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

substituição do contratado inadimplente por outro e de

eventual diferença de preço.

Destina-se a Empresas exportadoras que participaram de

concorrência internacional ou que tenham obrigação de

entrega de equipamentos e serviços no exterior e que

possuam linha de crédito aprovada no Unibanco.

ADVANCED PAYMENT BOND

Conhecido também como Refundment Bond Garantia cujo

objetivo é assegurar o reembolso dos pagamentos efetuados

pelo importador de forma antecipada, sendo exigida quando

houver falta de cumprimento das obrigações constantes no

contrato de fornecimento (mercantil) pelo garantido.

Este seguro de Garantia de Adiantamento de Pagamento visa

cobrir o risco de adiantamentos de pagamentos liberados pelo

Contratante, sem a contrapartida imediata de fornecimento,

serviços ou obras. Dessa forma, o Contratante exige o seguro

pelo valor integral do adiantamento, liberando a apólice

quando da compensação do mesmo mediante a aferição de

cumprimento da etapa. Ocorrendo novo adiantamento, é

então baixado o anterior e incluído o novo valor. Este é um

exemplo de adiantamentos não cumulativos, que ocorrem em

regra geral.

RETENTION PAYMENT BOND

Ou Retenção de Pagamento ocorre nos contratos de

construção, em que também é comum o Contratante exigir

uma retenção sobre cada fatura, objetivando caucionar um

determinado valor que lhe permita maior margem de

Page 20: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

negociação ou mesmo para fazer frente a eventuais reparos

ou correções. Nestes casos, os contratos prevêem uma

aceitação provisória e outra definitiva, transcorrendo um

lapso de tempo entre ambas, sendo nesta última devolvida a

parte retida. As retenções sobre as faturas, não fosse o

seguro, acabariam por onerar o preço da obra, pois compelem

o Contratado a obter este diferencial via empréstimo

bancário, com o repasse dos encargos para os preços.

MAINTENANCE BOND

Ou Perfeito Funcionamento ocorre nos casos de

fornecimentos, em que ao invés das retenções, exige-se uma

garantia para o perfeito funcionamento, pelo prazo definido

pelo fabricante. O Seguro-Garantia pode ser utilizado nestes

casos, por um prazo máximo de até 24 meses após o

fornecimento ou entrada em operação.

Existe ainda a análise das Formas de Recebimento das

Exportações, que revelam um pouco do risco contido em tais

operações. São as mais utilizadas:

- Pagamento Antecipado

- Remessa Direta ou Sem Saque

- Cobrança Documentária

- Carta de Crédito (já estudada anteriormente)

Pagamento Antecipado – O importador paga ao exportador,

através de cheque ou ordem de pagamento bancária, antes

do embarque da mercadoria ao exterior. É pouco utilizado por

implicar altos riscos ao comprador. Costuma ocorrer entre

empresas interligadas e também na venda de produtos de

Page 21: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

alta tecnologia fabricados por encomenda, visto representar

uma garantia contra o cancelamento do pedido. São mais

freqüentes os casos de pagamentos antecipados parciais.

Remessa sem saque ou Remessa Direta – O exportador

embarca a mercadoria e envia diretamente ao importador

todos os documentos da operação. O importador, ao receber

os documentos, promove o desembaraço da mercadoria na

alfândega e, posteriormente, providencia o pagamento. Ao

importador o risco é nulo, pois o pagamento só é realizado

depois de recebida a mercadoria. Já o exportador corre todos

os riscos, pois entregou a mercadoria ao comprador sem

nenhuma garantia de pagamento. Por estar baseada na

confiança depositada pelo exportador no importador, este tipo

de pagamento tem sido utilizado entre clientes tradicionais ou

empresas interligadas.

Cobrança Documentária – O exportador embarca a

mercadoria e depois emite uma letra de câmbio. Esta letra,

também chamada de “saque” ou “cambial”, será enviada a

um banco no país do importador, junto com os documentos

do embarque. O pagamento poderá ser à vista ou a prazo,

conforme tenha sido acertado no momento da venda. No caso

da cobrança a prazo, o importador só poderá retirar do banco

os documentos para desembaraço da mercadoria se aceitar a

cambial que lhe será apresentada para pagamento na data do

vencimento. O banco apenas faz a cobrança seguindo à risca

as instruções de cobrança do exportador: cobrança à vista ou

no vencimento, cobrar juros de mora, dar ordem de protesto

por falta de pagamento ou aceite, etc. O banco também pode

fechar a operação de câmbio. O exportador, por sua vez, tem

Page 22: PAGAMENTOS EM EXPORTAÇÃO DE SOJA

a garantia de que a mercadoria somente será entregue ao

importador se suas instruções forem cumpridas. A Câmara de

Comércio Internacional (CCI) definiu as regras, as

responsabilidades das partes nesse processo e usos

uniformes para cobrança documentária na Publicação 522

que são adotadas pela maioria dos bancos que prestam esse

serviço.

As modalidades de pagamento são influenciadas pelas

condições do mercado e pelo grau de confiança entre as

partes - empresas, bancos e países envolvidos. Assim, quando

há condições de mercado e maior oferta, os exportadores são

obrigados a melhorar suas condições de venda. Quando a

situação se inverte e a procura é maior, os exportadores têm

mais poder de barganha, aproximando-se da condição ideal

que é a de receber o pagamento antecipado.

Quando o importador é desconhecido ou encontra-se num

país sem estabilidade política e econômica, as condições para

o exportador não serão favoráveis, ao contrário do que

ocorreria com importadores tradicionais. Outros fatores que

interferem nas condições de venda são a margem de lucro

desejada, a possibilidade de financiamento e os controles do

governo. As modalidades de pagamento são estabelecidas em

contratos de compra e venda internacional ou equivalente, e

determinam a maneira pela qual o exportador receberá o

pagamento por sua venda ao exterior.

(Texto elaborado em janeiro de 2007)

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