olhar(es) nº37

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Nesta edição Bibliotecando Animação Sociocultural em Ação A Voz dos Ex-alunos O Conselho Geral e a Democracia Crianças Invisíveis O Futuro em reflexão Grandes Autores em Debate Aprender lá fora p. 2,3 p.2 p. 4 p. 5 p. 5 p. 6 p.7 p. 8 ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ No dia 4 de dezembro, os alunos do 10ºano do Curso de Animação Socio- cultural dinamizaram a atividade Hora do Conto na Biblioteca, para um grupo de crianças da EB1 com JI do Reguengo Grande. p. 2 HORA DO CONTO Pelo quarto ano consecutivo, realizou-se a Festa do Cartão dos Alunos de EMRC da Es- cola Secundária da Lourinhã, que decorreu na noite de sexta-feira, dia 19 de outubro. O obje- tivo desta festa consistiu na distribuição/ renovação do cartão de aluno de EMRC, instituído na escola. Houve muita animação, música, cor e alegria! Sempre que os alu- nos de EMRC se juntam, a festa acontece naturalmente… Foi uma forma muito feliz de dar as boas vindas aos novos alunos e mostrar o orgulho em ser aluno de EMRC no secundá- rio. Decorreu durante a festa, no auditório da escola, uma reunião com os pais, onde fo- ram apresentadas os temas a desenvolver ao longo do ano nas aulas de EMRC e tam- bém o plano anual de atividades. Aguardemos pelas próximas festas! 4.ª Festa do Cartão dos Alunos de EMRC da Secundária da Lourinhã Olhar(es) digital : www.aelourinha.pt Dezembro de 2012 Publicação trimestral N.º 37 Coordenação: Isabel Vaz Ana Ribeiro

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Jornal da Escola Secundária da Lourinhã de Dezembro de 2012

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Page 1: Olhar(ES) nº37

Nesta edição

Bibliotecando Animação Sociocultural em Ação A Voz dos Ex-alunos O Conselho Geral e a Democracia Crianças Invisíveis O Futuro em reflexão Grandes Autores em Debate Aprender lá fora

p. 2,3 p.2 p. 4 p. 5 p. 5 p. 6 p.7 p. 8

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

No dia 4 de dezembro, os alunos do 10ºano do Curso de Animação Socio-cultural dinamizaram a atividade Hora do Conto na Biblioteca, para um grupo de crianças da EB1 com JI do Reguengo Grande. p. 2

HORA DO CONTO

Pelo quarto ano consecutivo, realizou-se a Festa do Cartão dos Alunos de EMRC da Es-cola Secundária da Lourinhã, que decorreu na noite de sexta-feira, dia 19 de outubro. O obje-tivo desta festa consistiu na distribuição/

renovação do cartão de aluno de EMRC, instituído na escola. Houve muita animação, música, cor e alegria! Sempre que os alu-nos de EMRC se juntam, a festa acontece naturalmente… Foi uma forma muito feliz de dar as boas vindas aos novos alunos e mostrar o orgulho em ser aluno de EMRC no secundá-rio. Decorreu durante a festa, no auditório da escola, uma reunião com os pais, onde fo-ram apresentadas os temas a desenvolver ao longo do ano nas aulas de EMRC e tam-bém o plano anual de atividades. Aguardemos pelas próximas festas!

4.ª Festa do Cartão dos Alunos de EMRC da Secundária da Lourinhã

Olhar(es) digital : www.aelourinha.pt

Dezembro de 2012 Publicação trimestral

N.º 37

Coordenação: Isabel Vaz Ana Ribeiro

Page 2: Olhar(ES) nº37

A Biblioteca Escolar (BE) procura criar ou incrementar o gosto pelo livro e pela

leitura e desenvolver a literacia numa perspectiva de agrupamento, isto é, tendo

em vista todos as crianças/alunos, cujas idades se estendem dos três aos dezoi-

to, dezanove anos. Apesar da dispersão geográfica dos vários estabelecimentos

de ensino que compõem o Agrupamento, o que condiciona significativamente a

presença das escolas nas bibliotecas, tem sido desenvolvido um esforço para que

todos os alunos possam experienciar a vivência nestes espaços, ter a possibilida-

de de aceder aos livros para leitura na sala de aula ou em casa e participar em

actividades de animação de leitura.

Sugestões de leitu-ra para férias de

Natal Para a interrupção de Natal, a Biblioteca disponibi-liza as boas leituras de que dispõe. Desde as obras de leitura obrigatória a outras clássicas e a novidades edi-toriais recentíssimas, tudo pode ser requisitado para bons momentos de leitura. Ficam algumas sugestões, de entre as aquisições mais recentes.

(Brevemente)

BIBLIOTECANDO

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Manhãs na Biblioteca Todas as segundas feiras, de manhã, as crianças do Pré-escolar e os alunos do 1º Ciclo deslocam-se em grupo-turma à Bibliote-ca da Afonso - dado que a da Secundária não dispõe de literatura infanto-juvenil - para parti-cipar numa actividade de animação de leitura, dinamizada pelas professoras bibliotecárias e por diversos colaboradores, como os alunos do 10º ano de Animação Sociocultural ou os de 11º de Apoio à Infância, os alunos do 8º ano de Língua Portuguesa, os alunos da Aca-demia Cultural Sénior, docentes do Agrupamento, Museu da Lourinhã, Lourambi, ESCO…

VEM AÍ A V EDIÇÃO DO PALAVRAS SENTIDAS. ESTÁ ATENTO. PARTICIPA!

DEIXA A TUA MARCA PARA A POSTERIDADE!

Leituras pelos alunos de Animação Sociocultural Participando nas “Manhãs na Biblioteca”, os alunos do 10º ano de Animação Sociocultural iniciaram a sua incursão pelas atividades especí-ficas da sua opção formativa. Começaram por animar a histó-ria do “Patinho Feio” para alunos da Moita dos Ferreiros, cativando-os com as imagens, as vozes e a músi-ca, com o apoio das suas professoras Carolina Cruz e Cecília Ogando. Na semana da Feira do Livro, ofereceram a literatura e o livro, através de histórias animadas. Na terça feira, dia 4 de dezembro, foram dois grupos de crianças do Reguengo Grande, que se deslocaram à Biblioteca da Secundária. Os jovens animadores, iniciando e terminando a actividade com música e dança com todos, apresentaram a história A que sabe a Lua?, de Michael Grejniec, através de um espectáculo de fantoches, que a todos prendeu, pequenos e crescidos. De salientar que os adereços necessários e, inclusiva-mente, o próprio teatro (fantocheiro) foi construído pelos alunos, com o apoio e orientação da sua professora de Animação Daniela Amorim, incansável no dinamismo e no exemplo. Acompanharam as crianças também na decoração de marcadores e na requisição de li-vros para leitura em casa. Nos dias 6 e 7 de dezembro, os mesmos alunos da Secundária levaram esta activi-dade às crianças da Moita dos Ferreiros e da Marteleira, acompanhados sempre pelos professores. Foram excelentes experiências para os alunos crescidos e momentos felizes para os mais pequenos.

Page 3: Olhar(ES) nº37

Editorial Num tempo de escassez material, sobreleva-se nas nos-sas vidas aquilo que realmente as justifica. O Natal está aí. As campanhas de solidariedade sucedem-se nos meios de comunicação soci-al, atropelam-nos nos supermer-cados, nos clubes, nas igrejas, na rua… Mais do que em qual-quer outro momento do ano, somos chamados, acordam-nos a ajudar, a amar o próximo, que não conhecemos, mas que sa-bemos estar lá, algures. Uma vez mais, não sem razão, podemos criticar-nos sugerindo que o Natal deveria ser todo o ano, querendo com estas pala-vras dizer que deveríamos ser sempre solidários, estar sempre alerta para apoiar quem de nós possa precisar. Também podemos, não sem razão, afirmar que, para ajudar, não precisamos de pensar so-mente nos que estão longe. Na verdade, também mais perto podemos fazer a diferença, tam-bém mais perto podemos tornar mais felizes as vidas de tantas pessoas. Basta, para isso, des-centrarmo-nos, estar atentos nas nossas escolas, nas nossas casas, nas nossas terras, aos nossos colegas, amigos, familia-res, vizinhos… e ouvi-los, dar-lhes as palavras e os gestos de que precisam. Num tempo de escassez materi-al, aquilo que podemos dar e não tem custos é o melhor que temos: atenção, dedicação, amor. O grande desafio é ajudar e, maior ainda, descobrir a quem e como. Quantos dos nossos cole-gas, amigos e familiares sofre-rão em silêncio, disfarçando sentimentos, camuflando situa-ções? Ousemos, pois, sair do nosso egoísmo e VER o outro. Descobriremos que, na ajuda, no amor que damos ao próximo, quem sai mais recompensado somos nós mesmos, pelas sen-sações de satisfação e de felici-dade plenas que experimenta-mos, pela vivência verdadeira do amor humano. A todos, a equipa do Olhar(es) deseja um Santo Natal e um Feliz 2013 .

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

LER É CRESCER Alunos e professores de Português responderam positivamente ao desafio lan-

çado pela Biblioteca e criaram esculturas humanas alusivas à leitura. O resultado foi

uma exposição de fotos muito interessantes, a que foi dado o título Ler é Crescer, da-

do que a leitura é determinante para o desenvolvimento pessoal e intelectual de todos.

Esta exposição, patente nas escadas que dão acesso à Biblioteca, poderá ser

apreciada até ao final do 1º período.

BIBLIOTECANDO

FEIRA DO LIVRO Entre 3 e 7 de dezembro, teve lugar a já tradicional Feira do Livro da Escola Secundária. Foram muitas as centenas de livros de vários géneros, para várias idades e interesses que pudemos apreciar e/ou adquirir. Este ano contámos com algu-mas notações diferentes, como com-plemento à Feira: . Os alunos da Educação Espe-cial criaram envelopes com motivos natalícios para embrulhar os livros, com a ajuda da sua professora, Carmen Rodrigues. Para eles, um agradecimento es-pecial, pois contribuíram para tornar os nossos presentes mais originais e brindar os compradores com uma bonita oferta. . Os alunos de Artes Visuais do 11ºano e a sua professora, Ana Sanches, dese-nharam e pintaram quadros, marcadores de leitura, etiquetas para acompanhar os pre-sentes. Estas obras originais foram vendidas a preços simbólicos para angariar fundos para a sua viagem a Madrid. . Também estes últimos alunos criaram os cartazes para divulgação da Feira. Obrigada, Artistas, vocês tornam as nossas vidas mais bonitas. Fazendo um balanço da Feira, o interesse pelos livros era visível nos muitos alunos que aí se deslocavam e que os apreciavam demoradamente. Este interesse, no entanto, não se traduziu em compras, que reduziram de uma forma drástica, com-parativamente com os anos anteriores. É a tão discutida crise, real e comprovada. Se valeu a pena o esforço enorme? Valeu, não materialmente, como se pode imaginar, mas pelo convívio com o livro, pela possibilidade de se apreciar e pela certeza de que ainda se ambiciona leitura e cultura.

PÓLOS DA BIBLIOTECA NA MOITA E NA ATALAIA A Biblioteca Escolar (Secundária, Dr. Afonso R. Pereira e Reguengo Grande) está a

desenvolver esforços, com o objectivo de criar duas bibliotecas, pólos das já existen-

tes, para as EB1 e JI da Atalaia e da Moita dos Ferreiros. Estas escolas dispõem cada

uma de cerca de 100 alunos ávidos de leitura e de salas devolutas que poderão ser

aproveitadas para o efeito. A Biblioteca escolar disponibiliza algum espólio documental

para equipar estas bibliotecas, o que, conciliado com mais alguma participação do

Agrupamento, com o esforço de docentes, de pais que se ofereceram e desenvolve-

ram já esforços para angariar fundos, Juntas de Freguesia e Câmara Municipal e,

eventualmente, algumas empresas sediadas no Concelho, permitirá abrir até ao final

deste ano estes dois espaços de aprendizagens tão profícuas.

APELO À COMUNIDADE A TODOS, COMUNIDADE ESCOLAR E EXTRA-ESCOLAR, FAZEMOS UM APELO:

SE TIVEREM LIVROS OU DVDs INFANTO-JUVENIS EM BOM ESTADO DE CON-

SERVAÇÃO QUE JÁ NÃO TENHAM INTERESSE PARA VÓS OU PARA AS VOSSAS

FAMÍLIAS, OFEREÇAM-NOS, ENTREGANDO-OS EM QUALQUER DAS BIBLIOTE-

CAS DO AGRUPAMENTO. ELES ENRIQUECERÃO AS BIBLIOTECAS QUE PRE-

TENDOMOS CRIAR. OBRIGADA.

Page 4: Olhar(ES) nº37

O meu nome é Andreia Ma-

tias e é com muito orgulho que me apre-

sento como uma das ex-alunas da Esco-

la Secundária da Lourinhã.

O que pareciam três longos anos

tornaram-se rapidamente numa bruta

efemeridade. O primeiro dia de aulas, o

receio da dita “praxe” que nos esperava,

foi sem dúvida um dia para recordar com

um sorriso na cara. A entrada confiante

escondia uma tentativa de saída sorratei-

ra, mas que teve imensa piada (no dia a

seguir!). A cara pintada, os braços risca-

dos, o labirinto de uma escola nova, dita-

vam a minha entrada no 10º ano, no cur-

so de Ciências e Tecnologias.

A minha escolha deveu-se ao fac-

to de ser um curso abrangente, pois gos-

tava de tudo um pouco, à exceção de

artes, sendo, por isso, passível de reali-

zar exames de outras disciplinas e obter

na mesma uma boa creditação académi-

ca na eventualidade de pretender, no

final, mudar para outra área.

Foi um ano diferente, uma mudan-

ça que todos temos de fazer, mas uma

mudança que acarretou várias coisas.

Por si só, uma escola nova engloba um

novo ambiente que, por vezes, pode ser

constrangedor. Inexequível, pensei eu

após o final do primeiro período, onde as

notas não foram as melhores. No entan-

to, tudo foi melhorando e até com os pro-

fessores fui simpatizando.

Foi, de facto, uma vivência cheia

de recordações. As partidas que se fazi-

am nos balneários, os risos que se ouvi-

am nos corredores eram difíceis de ima-

ginar quando se chega a uma turma

completamente nova e se é o único ele-

mento vindo de uma outra escola. O tem-

po foi passando, as conversas foram-se

criando e chegámos ao final do 10º ano.

Talvez não com a média pretendida, mas

qual seria a média pretendida quando

não se sabe o que se quer seguir?

O 11º ano foi sem dúvida de maior

esforço, exames nacionais... Por vezes,

parecia que faziam de propósito para nos

darem mais trabalho, que já não era pou-

co... As voltas que a Físico-Química e a

Biologia me deram à cabeça. Os mo-

mentos de descreditação pessoal foram

alguns, mas nada que não fosse supera-

do. Sendo uma pessoa muito ativa a ní-

vel desportivo, os treinos e os jogos de

Futsal faziam-me bem. Qualquer despor-

to em sim o faz: corpo são, mente sã!

Já o último ano, o “senior year”, o

ano de todas as decisões, foi sem dúvida

o ano mais fácil. Com menos carga horá-

ria, mais disponibilidade e outra experiên-

cia, começaram de novo as aulas depois

de mais um verão. Foi aqui que começa-

ram todas as dúvidas. Como a média não

era muito má, a escolha por uma vaga no

ensino superior tornava-se apelativa a

uma vasta gama de diferentes cursos.

Estando em Ciências, e pensando que até

gostaria de Química optei por Ciências

Farmacêuticas e lá entrei na minha pri-

meira opção, na Faculdade de Farmácia

de Lisboa.

Hoje, sou aluna do 4º ano, não me

arrependo da minha escolha, embora sai-

ba que o futuro possa não ser o mais riso-

nho. Um dia, quando esse mesmo dia

chegar e tiver que ir em busca do primeiro

emprego, será com muito orgulho que

colocarei o meu percurso académico pela

Escola Secundária da Lourinhã no Curri-

culum Vitae.

Na faculdade, criam-se novas ami-

zades, vive-se num novo meio, é tudo di-

ferente, mas não tenham receio. Quando

entram, são todos caloiros e o objetivo é

igual para todos: integração e adaptação.

No entanto, posso dizer que são

muitas das estórias da secundária que

partilhamos com outras pessoas, no fun-

do, foi onde crescemos, onde aprende-

mos a tomar decisões. Apesar de ter ami-

gos na faculdade, sabe sempre bem ir de

fim de semana e rever algumas caras de

sempre.

É por isso que estudar o suficiente

para não se arrependerem de algo que

talvez queriam e que depois não conse-

guem porque não têm nota não faz de

ninguém “nerd” ou “marrão”, simplesmen-

te, estão a lutar por um futuro vosso, algo

que mais ninguém pode fazer.

Mas uma coisa é certa, os tempos

de Secundária exigem muita festa, muitas

brincadeiras, muitas saídas à noite e mui-

tos jantares, pois, se acham que estudam

alguma coisa no ensino secundário, en-

tão, esperem até chegar à faculdade .

Lutem pelo que querem e, para

aqueles que irão fazer exame de Portu-

guês este ano, aqui fica uma das minhas

frases preferidas de Fernando Pessoa:

“Tudo vale a pena quando a alma não é

pequena.”

Identidade Regional

Entre 27 de novembro de 2012 e 5 de dezembro de 2012, no átrio do PBX da Escola Secundária da Louri-nhã, foram divulgados os trabalhos da turma G do 11º ano, do Curso Profissional de Técnico de Turismo, nu-ma Exposição intitulada “Identidade Regional”. Os trabalhos em carto-lina e sob a forma de um filme, retratavam um pouco de cada região de Portugal (Açores, Madeira, Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), desde a gastronomia aos trajes, das lendas deixadas e reinventadas pelo povo até às tradições que ainda hoje praticamos. Descobrimos que Por-tugal é um cantinho único no Mundo! Tem castelos e ruí-nas, vestígios desde a Idade da Pedra até à Idade Con-temporânea...Tem mar, la-gos e rios, natureza, praia e montanha... Tem cerca de 92.090 kms

2 à espera de

serem descobertos! ...

Carina Santos, 11º G

A voz dos Ex-Alunos

4

Page 5: Olhar(ES) nº37

Falo hoje (24 de Novembro de 2012) do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas da Lourinhã. Os seus membros, Alunos, Encarregados de Educação, funcionários não docentes e os docentes foram eleitos.

Reza a legislação: «Artigo 11.º Conselho geral 1 — O conselho geral é o órgão de direcção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da actividade da escola, assegurando a participação e representação da comunidade educativa, nos termos e para os efeitos do n.º 4 do artigo 48.º da Lei de Bases do Sistema Educativo.» Depois de eleitos, parece que grande parte dos membros do C.G. (e, no caso vertente, interessa-me falar apenas dos professo-res) se esqueceram de que são representantes de todos os professores do Agrupamento. Não está consagrado na lei nem no senso comum que, depois de eleitos, se tornem infalíveis e que não necessitem de auscultar a opinião dos seus pares na comunidade, em relação a alguns assuntos mais relevantes (assegurando a participação da comunidade). Já lá vamos. O nosso Conselho Geral, desde que tomou posse, tem funcionado ao estilo das lojas maçónicas. Já algum membro da comuni-dade tomou conhecimento público das atas das reuniões, das decisões, das recomendações? O que se passa lá dentro é secreto? Estarão a imitar que organismos? Já alguém foi auscultado? E mesmo que a opinião de um ou mesmo meia dúzia de elementos da comunidade tenha sido ouvida, todas as pessoas têm tido a oportunidade de exprimir o que pensam antes das decisões tomadas? Que vergonha para um Agrupamento que tem como principal missão a educação: para a democracia, para o domínio das capacida-des de comunicação e dos conhecimentos necessários para a vida ativa ou para a continuação dos estudos. Que exemplo tem dado o Conselho Geral… Vejamos um caso concreto: apesar de há pouco mais de dez anos se ter levado a cabo um inquérito exaustivo, na Escola Secundária, sobre a vontade que todos os seus elementos teriam para atribuir um nome diferente à nossa Escola, e de esse inquérito nos ter informado que a maioria absolu-ta da comunidade escolar queria manter a designação de Escola Secundária da Lourinhã, eis senão quando, num dia que está no se-gredo de alguns “deuses” apenas, alguém levou uma proposta antiga (e teimosa) ao C.G. para que a Escola passasse a designar-se “Escola Secundária Dr. João Manuel da Costa Delgado”. O que fez o Conselho Geral? Aprovou a proposta na mesma reunião, com o que parece ter sido um voto contra e cinco abstenções. Ninguém mais foi consultado. E o nome já consta nas páginas oficiais do Ministério da Educação. E ninguém informou a comunidade educativa. Porquê? Consciência pesada ou apenas falta de respeito? Para que serve uma Presidente do Conselho Geral, que, ao que consta, é adepta da democracia? Que tipo de democracia? Não ponho em causa o nome do meu falecido amigo João Manuel, que eu muito respeitava e que me retribuía tanto a amizade como o respeito. Sou, no entanto, de opinião que o seu nome faria sentido ou na Escola onde muitos anos lecionou, ou numa das es-colas que agora constituem o Agrupamento (que não é o nosso) ou para a designação do próprio Agrupamento a que pertence a Es-cola Básica do 2º e 3º ciclos Dr. João das Regras. Repugna-me, sim, o comportamento do Conselho Geral do nosso Agrupamento. Não o considero nosso representante. É ver-gonhoso, repito. O Professor decano de todo o Agrupamento Jorge H. Moniz Ribeiro

O Conselho Geral e a democracia (?!)

No átrio da Escola, junto ao PBX, encontra-se a decorrer uma Exposição intitulada "Crianças Invisíveis", integra-da no âmbito da disciplina de Área de Integração, do Curso de Animação Socio-cultural. Foi realizada pela turma 10º H, a partir de trabalhos de pesquisa sobre as difíceis condições de vida de muitas cri-anças no mundo, frequentemente alvos de uma autêntica exploração contra a sua dignidade como seres-humanos, assim como sobre a ação da Unicef e de ou-tras instituições na luta por melhores con-dições de vida das mesmas. O projeto teve com base o visiona-mento na aula de uma coletânea de sete curtas-metragens, dirigidas por cineastas de prestígio internacional, oriundos de diferentes países, histórias únicas sobre as crianças nas regiões do mundo de que são originárias, constituindo, no fundo, sete lições de vida. O nome deste filme é precisamente "Crianças Invisíveis", reali-zado em 2005, sendo o titulo escolhido

para a nossa Exposição. Pretende-se chamar a atenção da comunidade escolar para estas crianças que, muitas vezes, parecem "invisíveis" aos nossos olhos... Compete a cada um de nós contribuir para um mundo mais justo e feliz, cooperando para que os futu-ros adultos de amanhã possam viver com mais dignidade e condições...

Apela-se a todos que con-tribuam para as causas que es-tão presentes na Exposição, tra-zendo brinquedos, livros ou ma-terial escolar para a "Associação de Voluntariado de Moita dos Ferreiros" e alimentos para o "Banco Alimentar de Luta contra a Fome", depositando-os nas caixas que lá se encontram para esse efeito, ou ao lado das mesmas.

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

Vamos todos contribuir para um Natal mais Feliz para quem mais precisa da nossa ajuda! A turma do 10º H e a professo-ra da disciplina agradecem, desde já, a vossa colaboração e boa vontade.

Prof.ª Cecília Ogando

CRIANÇAS INVISÍVEIS

Page 6: Olhar(ES) nº37

Crescer. Todos os pais con-tam como é complicado deixar os seus filhos saírem do ninho. Deixá-los bater com a cabeça, deixá-los voar sozinhos. Todavia, ninguém conta o que nós sentimos quando enfrenta-mos o mundo sozinhos, pela primei-ra vez: como tudo parece estranho e ameaçador. A tão esperada liber-dade surge diferente quando vivida. Não corresponde às espectativas. Não existem amigos a entrar e a sair constantemente, nem diverti-mento a toda a hora, nem saídas e jantares todos os dias. Existem res-ponsabilidades. Acordar cedo para ir trabalhar, almoço para fazer, rou-pa para lavar, casa para limpar, contas para pagar. Claro que os nossos pais não nos abandonam, mas o lado duro da vida dá-se a conhecer quando estamos entregues a nós mesmos. Existe também alegria! Não são só responsabilidades, mas a verdade é que, se fizermos uma síntese da vida, existem mais mo-mentos maus que bons. Mas são esses momentos bons que nos em-purram para a frente, que nos levam a continuar, que mostram o bom da vida. E é nesta confusão que se chama vida que vemos o quanto dependemos de quem nos ama.

Cláudia Lopes, Tatiana Rodrigues,12ºD

Responsabilidades Sempre fui apologista de que cada pessoa é uni-camente responsável pelo seu futuro, através das suas escolhas e caminhos traçados. Porém, até que ponto é que as nossas escolhas estão a ser condicionadas pela fraca condição que o nosso país apresenta? Eu, jovem estudante do ensino secundário, pre-tendo prosseguir os meus estudos e vejo as minhas ambições a serem esma-gadas na totalidade, pois não tenho certezas algu-mas, a não ser aquelas que os noticiários me apresentam (de que o pa-ís está mal, o desemprego aumenta, os trabalhado-res têm cada vez mais pesados impostos, etc.). Pergunto, como? Co-mo é que um estudante escolhe um curso superior ou a profissão que preten-de exercer, sabendo que possivelmente não conse-guirá emprego, muito me-nos, na área que verda-deiramente o apaixona? No entanto, a paixão, o sonho em busca da carrei-ra, em muitos casos, já se encontra fora de questão. Atualmente, pensa-se no que dará mais “saída”, como se essa “saída” fos-se a entrada para alguma coisa melhor. Os jovens são isso mesmo, jovens. Não pa-gam impostos e não lhes são cortados subsídios, mas extinguem-lhes os sonhos. Sonhos de um futuro risonho no qual se exerceria uma profissão de que realmente se gos-ta.

Inês Félix , 12ºD

Crescer é difícil TARDE DEMAIS

É estúpido e estranhamente curi-oso como damos mais valor às pesso-as depois de elas já terem partido. Ca-da gesto, cada palavra, cada toque, cada olhar retido na nossa memória é agora como uma preciosidade da qual temos medo de nos desfazer. As lembranças, esbatidas, por vezes, não são suficientes para acal-mar a saudade e, se recorrermos a ou-tros meios para lembrarmos o passa-do, percebemos que provavelmente teríamos agido de maneira diferente. Vejo as imagens impressas no papel, oiço vozes e concluo que queria ter procedido de forma distinta. Eu teria simplesmente acariciado a bochecha ou passado a mão pelo ombro. Teria dito palavras gentis, suaves e melodio-sas. Eu teria pedido perdão, eu teria falado abertamente sobre mim, teria paciência, compaixão, teria tocado mais, abraçado mais, beijado mais. É cruel e pateticamente fascinan-te o quanto daríamos para voltar atrás. A vida, talvez? Esta verdade destrói-me e corrói-me por dentro. Os “se” e os “teria feito” surgem frequentemente, porém, inú-teis, destruidores e verdadeiramente torturantes. Nada pode apagar o que já se passou, nada pode voltar a ser feito, nenhum toque, nenhum gesto, nenhu-ma palavra pode voltar a ser dita. A morte tudo leva.

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empurrado para uma recessão sem saída. Quantos de nós ainda acredi-tam num futuro próspero e num em-prego assegurado depois de sairmos duma universidade onde gastaremos mais uns longos meses a estudar e uns longos anos a concluir? Poucos levantariam a mão. Não acredito num futuro que se apresente, brevemente, magnífico aos olhos de cada estu-dante e, para não acreditar na inge-nuidade de um governo, tenho que acreditar na incompetência deste mesmo. Portanto, em que é que fica-mos?

Patrícia Carvalho, 12ºD

Ainda acreditamos num futuro?

A verdade é que à anuncia-

da política de austeridade sucede- -se uma política de extorsão. Não há plano racional de corte na despesa, apenas um plano selvagem de au-mento da receita. A ridícula despro-porção entre o pouco que o Estado vai ganhar e o muito que a população vai perder com algumas medidas só agrava a sensação de um país a ser

Page 7: Olhar(ES) nº37

Os temas presentes na poesia de Fernando Pessoa ortónimo são o con-junto das suas incertezas e diversifica-das personalidades ou a fragmentação do eu que parece inatingível por ser tão enigmático. O poema Não sei Quantas Almas Tenho é o perfeito exemplo da despersonalização. O sujeito poético é plural e tem consciência disso, encon-trando a sua unidade na multiplicidade dos heterónimos. A sua identidade per-dida leva-o ao autoquestionamento pre-sente em Em Toda A Noite o Sono Não Veio. Agora. Culpa Deus que o determinou, as-sim, múltiplo. Exprime também a melan-colia por saber que não há resposta. Só acredita na razão e não nas suas emo-

ções, conduzindo-o à dor de pensar que Ela Canta, Pobre Ceifeira traduz: Ah Poder Ser tu, Sendo eu”, feliz e sem razão aparente para tal. Mas o pesado conhecimento da ciência não o liberta. A poesia, de carácter reflexivo, leva-o à obsessão da análise, à an-gústia existencial, ao desalento, à inquietação, à solidão que consegue ultrapassar, refugiando-se no sonho, na nostalgia de infância (terá havi-do?!). Mas estas soluções falham e acaba por se debater novamente com os problemas que o assolavam inicialmente ou com novas pergun-tas, tornando-se um ciclo vicioso.

Fátima Pereira, 12º D

Apreciação crítica O Primo Basílio

Esta obra de Eça de Queirós retrata o quotidi-ano da população do sé-culo XIX. Eça procura enfrentar a realidade e criticar a sociedade. Ao longo desta crítica, nin-guém escapa, desde indi-víduos da alta sociedade a simples comerciantes. Indiretamente, retrata o quotidiano de Luísa, uma jovem da alta sociedade que pratica o adultério, traindo o seu marido Jor-ge, procurando, assim, a diversão e deixando o verdadeiro amor escapar. O autor, nesta obra, escreve de uma forma verídica e moderna, visto que os hábitos do século XIX não mudaram muito até aos dias de hoje. Eça é visto como um escritor que escreve de uma for-ma diferente, agradável e pormenorizada, de modo a que o leitor entre na sua esfera literária e veja, neste caso, os problemas e críticas apontadas à sociedade. É uma obra extre-mamente agradável de ler, que releva um toque de aventura, despertando o interesse do leitor. Um bom escritor é, sem dúvi-da, aquele que desperta o “pequeno leitor” que existe dentro de cada um de nós, e é esse o feito que Eça consegue des-pertar com a obra O Pri-mo Basílio”. Mélanie Pedreira , 12º D

A fragmentação do EU

No Espaço há Planetas

Planetas como a Terra

Terra onde vivem os Homens

Homens que poluem a Natureza

Natureza que é bonita como a Magia

Magia têm os Mágicos

Mágicos como Luís de Matos

Luís de Matos um português Famoso

Famoso como o José Malhoa

José Malhoa um Cantor

Cantor de Portugal

Portugal, o país em Crise

Crise de Dinheiro

Dinheiro que está a Desaparecer

Desaparecer como a Justiça

Justiça, fazem os Heróis

Heróis como o Rei D. Sebastião

D. Sebastião que morreu na Guerra

Guerra como a II Guerra Mundial

Na II Guerra Mundial não entrou Portugal

Portugal que era comandado pelo Salazar

Salazar que foi nosso Presidente

Presidente como o Barack Obama

Obama, o primeiro presidente negro dos EUA

EUA onde há Hollywood

Hollywood onde trabalham os Realizadores

Realizadores como Steven Spielberg

Spielberg trabalhou no filme de “O Extraterrestre”

Extraterrestre que vive num outro Planeta

Planeta que fica no Espaço.

Samuel, 12º D

Sentir a dor incessante

De perder quem se ama

Sem saber porquê

É sentir o gume lancinante,

De uma adaga em chama

Rasgar tudo o que se vê.

Se ser forte é viver

Com tal dor,

Então, eu sou fraca,

Pois não quero viver sem amor.

Helena Garcia, 12º D

ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

Page 8: Olhar(ES) nº37

A complementar: Miguel Fernandes, aluno da mesma turma, também fez a apreciação, complementando o relató-rio dos colegas com as seguintes apreciações: - esta empresa hortofrutí-cola encontra-se muito bem posicionada a nível nacional; - é um conjunto de dez empresas que compõem uma cooperativa agrícola; - em jeito de conclusão, este aluno considera que foi muito interessante ver como tudo se processa e os esforços que se têm feito para crescer em tem-pos de crise.

No passado dia 29 de novem-bro de 2012, os alunos das turmas do Curso Profissional de Informáti-ca de Gestão (12ºG) e do Curso Profissional de Gestão e Progra-mação de Sistemas de Informação (10ºI) da Escola Secundária da Lourinhã, acompanhadas pelas docentes Nélia Leitão, Sandra Oli-veira e Susana Santos, realizaram uma visita de estudo à Cooperati-va Primores do Oeste, situada em A-dos-Cunhados, com a finalidade de compreender melhor o funcio-namento de um sistema informati-zado numa empresa. Saídos da Escola Secundária da Lourinhã pelas treze horas e trinta minutos, chegaram ao desti-no por volta das catorze horas e

cinco minutos. No destino, foram recebi-dos por dois funcionários da empresa (um da parte conta-bilística e o ou-tro da parte informática). Feitas as apre-sentações, se-guiram para uma sala onde se realizam, diariamente os leilões, por vol-ta das oito ho-ras e trinta mi-nutos da ma-nhã, que irão influenciar o

Visita de Estudo

8 ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ

preço diário das mercadorias. Após o visionamento de um pe-queno vídeo sobre a história da Cooperativa e do seu sistema in-formático, explicaram o processo de seleção das mercadorias, a pesagem, o embalamento, entre outros. No final, enquanto os alu-

nos do Curso Profissional de Ges-tão e Programação de Sistemas de Informação se dirigiam para o autocarro, os alunos do Curso Profissional de Informática de Gestão deslocaram-se a uma sa-la, no primeiro piso, na qual visio-naram o sistema de cablagem e backup’s existentes na empresa. Saídos dessa sala, os alunos do 12º ano foram para o autocarro, partindo por volta das quatro ho-ras da tarde. Chegaram à Louri-nhã por volta das quatro e quaren-ta e cinco da tarde. Em conclusão, foi uma boa ex-periência para os alunos porque os ajudou a compreender, na prá-tica, para que servem as teorias informáticas lecionadas em aula.

Daniel Antunes, Ilídio Baptista, João Dias e João Rodrigues, 12º G

Lembras-te Luisinha das Bolas de Berlim?

A maresia nos nossos rostos, O tactear na areia grossa, O vento companheiro de sempre, O sol fugidio, espreitando por vezes. As crianças pobres brincando junto às re-des, Adormecidas no cais, As gaivotas salpicando o céu, Nas eternas manhãs de verão sem calor. Tempo de vagares... Atmosfera de neblina... Cheiros da infância... Momentos com paladar: Luisinha, lembras-te das bolas de Berlim?

Margarida Antunes, 12ºD