oabrj - tribuna do advogado de janeiro de 2013

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OABRJ - Tribuna do Advogado

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Page 1: OABRJ - Tribuna do Advogado de Janeiro de 2013
Page 2: OABRJ - Tribuna do Advogado de Janeiro de 2013

TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 2

RECADO DO PRESIDENTENesta edição

TRIBUNA DO ADVOGADO

Diretor:Felipe Santa Cruz

Superintendentede Comunicação:Marcelo Moutinho([email protected])

Editor:Marcelo Moutinho - MTB 18.955([email protected])

Reportagem:Patrícia Nolasco([email protected])Cássia Bittar([email protected])Renata Loback([email protected])

Fotografia:Francisco Teixeira e Lula Aparício

Publicidade:Ricardo Cariello([email protected])Tel: (21) 2272-2049

Projeto gráfico:Victor Marques([email protected])

Impressão: Ediouro

Tiragem: 132.000 exemplares

Departamento deJornalismo e Publicações:Av. Marechal Câmara, 1507º andar - CasteloRio de Janeiro - CEP: 22020-080Tels: (21) [email protected]

Jornal fundado em 1971 por José Ribeiro de Castro Filho

OAB - Seção do Estado do Rio de JaneiroAv. Marechal Câmara, 150 - Tel: (21) 2730-6525

Trabalho já começou FELIPE SANTA CRUZ

Neste primeiro Editorialda TRIBUNA que assinocomo presidente da OAB/RJ,

gostaria antes de tudo de agradeceraos colegas pela confiança deposita-da na atual diretoria. Os advogadosreafirmaram a aprovação do modelode administração que vem sendo im-plantado na Seccional desde 2007, fa-zendo uma inequívoca opção pelacontinuidade do trabalho desenvol-vido sob a liderança de Wadih Da-mous.

Já no início de janeiro, começa-mos a honrar os compromissos as-sumidos durante a campanha, reno-vando a prestação de serviços comoo plano odontológico e o Recorte di-gital até o fim de nosso mandato.

Assinamos, também, o contratode aluguel do imóvel onde, ainda esteano, será inaugurada uma Casa doAdvogado nos moldes da já existentena Lapa. Localizada ao lado do Fó-rum Central, a nova Casa facilitará odia a dia dos advogados que militamna área cível, assegurando total es-trutura para suas atividades.

A garantia dos benefícios e amanutenção das diretrizes delinea-das nos últimos seis anos, porém, nãosignificarão estagnação. Pelo contrá-rio. Nossa meta é manter as conquis-tas, possibilitando novos avanços.

Vamos investir fortemente napreparação dos colegas para o pro-cesso digital, que representa umamudança de paradigma não só parao Judiciário, mas também para aadvocacia. É preciso conectar osadvogados com o momento espe-cial que vive o Rio de Janeiro,abrindo janelas de oportunidadeprofissional.

Buscaremos o diálogo com as pre-sidências dos tribunais, a fim deobter melhorias na prestação, sobre-tudo na primeira instância e nos jui-

Conheça os novos dirigentes daSeccional e o presidente da Caarj A TRIBUNA traçou perfis da nova diretoria da OAB/RJ e do presidenteda Caarj, com detalhes sobre suas experiências profissionais, aspreferências pessoais e os planos para a gestão. Páginas 5 a 12

Anuidade é corrigida após seisanos de reajustes abaixo da inflaçãoEm razão de dívidas tributárias de R$ 331,9 milhões deixadas poradministrações anteriores a 2007, além do aumento do custo deserviços oferecidos, a anuidade da OAB/RJ foi reajustada em 16,9%este ano. A correção repõe as perdas inflacionárias entre 2006 e 2012.Nesse período, a inflação segundo o IGP-M foi de 52,3% e o reajusteda anuidade, já somado o índice deste ano, de 52,8%. Página 13

Sede da OAB/RJ passa a sechamar Edifício Sobral PintoEm cerimônia realizada na calçada emfrente ao prédio da Ordem no dia 11 dedezembro, a sede da Seccional foi batiza-da com o nome do jurista e defensor dosdireitos humanos Heráclito FontouraSobral Pinto. O evento contou com aexibição do documentário Sobral – O

homem que não tinha medo, dirigido pela cineasta e neta do jurista,Paula Fiúza. Páginas 14 e 15.

zados especiais, onde a situação émais grave. Neste sentido, já estive-mos reunidos com a presidente elei-ta do Tribunal de Justiça, desembar-gadora Leila Mariano, que se mostroureceptiva às demandas da OAB/RJ.

Outra linha de atuação será amaior aproximação com a classe, in-clusive por meio de novos instrumen-tos, como as redes sociais. Quere-mos prestar informações em temporeal, abrindo canais diretos com o advo-gado para ouvir sugestões e críticas.Temos plena consciência de que nãoconstruímos sozinho uma gestão.

E não fugiremos das responsabi-lidades que a presidência impõe, pormais que possam soar antipáticas.O aumento dos custos com os bene-fícios aos advogados, que são pagospela Ordem, e dívidas tributárias dei-xadas por diretorias anteriores, já emfase de execução fiscal, nos obriga-ram, infelizmente, a reajustar a anui-dade.

A correção foi feita com base noíndice do IGP-M acumulado nos úl-timos anos, já que os valores vinhamsendo majorados abaixo da inflaçãodesde 2007. Houve um pequenoacréscimo de meio ponto percentualpara provisionamento do pagamentodos débitos herdados. Esse ajuste foinecessário neste primeiro momen-to, e nossa meta é manter o valor empatamares mais baixos nos próximosdois anos.

Até porque administraremos comrigor os recursos da OAB/RJ, cortan-do despesas e otimizando os gastos,tendo sempre como premissa a ga-rantia da excelência dos serviços dis-ponibilizados aos colegas.

Temos muitos projetos, a gestãoacaba de se iniciar, mas já estamostrabalhando a todo vapor. Os ad-vogados podem estar certos deque a Seccional continuará evolu-indo. E de que disposição não vai fal-tar à diretoria.

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 3

OAB/RJ garanteplano odontológicoe Recorte digital

para os advogadosaté o fim de 2015

Cumprindo compromisso assu-mido em campanha, o presidente daOAB/RJ, Felipe Santa Cruz, renovouno início de janeiro o convênio quegarante aos advogados adimplenteso plano Goldental, de assistênciaodontológica, e o Recorte digital, ser-viço de envio de diários oficiais per-sonalizados por e-mail. Com a me-dida, os colegas contarão com os doisbenefícios por mais três anos.

Contratado em 2008, o planoodontológico, que é administrado pelaGoldencross, cobre serviços diagnós-ticos, periodontia, radiologia e emer-gências, entre outros, e foi um dosserviços mais elogiados da últimagestão da Caarj, sendo utilizado atu-almente por mais de cem mil advoga-dos, que dispõem de mais de 600 pon-tos de atendimento.

“Esse convênio universalizou aassistência odontológica, levando oserviço gratuito a todos os inscritosna OAB/RJ. Anteriormente, só se ofe-recia serviço de odontologia na capi-tal, o que colocava os advogados dointerior, que pagam a mesma anui-dade, de fora”, observa Felipe.

Já por meio do convênio com o Re-

Casa do Advogado ao lado do Fórum será inaugurada em agostoO presidente da OAB/RJ, Felipe SantaCruz, assinou, no dia 14 de janeiro, ocontrato de aluguel do imóvel ondefuncionará uma Casa do Advogadopara atender aos colegas que militamnas imediações do Fórum Central.O novo espaço, localizado no número64 da Avenida Erasmo Braga,funcionará nos moldes da Casa doAdvogado da Rua do Rezende, naLapa, e contará com escritórioscompartilhados, ponto fixo decertificação digital, posto da Centralde Atendimento ao Público eserviços de cópia e impressão,entre outros. A previsão é de quea casa seja inaugurada em agosto,como parte das comemorações doMês do Advogado.“Esse é um centro de atendimentoidealizado para atender os advogadosda capital, do interior, das comarcasregionais. Pensamos nos colegas queusam muito o tribunal e precisam deum facilitador para seu exercícioprofissional”, declarou Felipe, apósassinar o contrato. Ele destacou a

importância dos escritórios comparti-lhados. “Antes disponibilizadossomente na sede da Seccional, ondesempre foram muito utilizados, osescritórios compartilhados serãoagora, com as casas da Rua doRezende e da Avenida Erasmo Braga,espalhados por todo o Centro do Rio,interligados com o transporte gratui-to”, observou.Para o presidente da Caarj, MarcelloOliveira, a nova Casa representaráuma importante vitória para osadvogados mais jovens, que estãolutando para montar seus escritórios,mas que ainda não têm recursos parase estabelecer em local permanente.“A Caarj estará sempre ao lado daOAB/RJ na execução de políticas paraos colegas que mais precisem deapoio", disse.Felipe Santa Cruz anunciou que aindaem 2013 será inaugurada umanova Sala do Advogado dentro doFórum, com 70 computadores eserviços de digitalização, cópia ecertificação digital.

corte digital, disponibilizado desde2007 e ampliado em 2012, cerca de 87mil advogados do Rio de Janeiro re-cebem por e-mail (particular ou daSeccional) publicações de diários ofi-ciais de todos os estados brasileirosescolhidos. Com o serviço Recorte di-gital escritório, é possível ainda agru-par as suas publicações com as decolegas, parceiros ou sócios.

Para ter acesso ao serviço, bastaestar com a inscrição ativa e com to-dos os débitos relacionados àSeccional quitados até 2011. Os co-legas em situação irregular rece-berão avisos a fim de que possamsolucionar suas pendências com aOrdem.

Segundo Felipe, oferecer o Recor-te digital é, além de efetivo retorno

da anuidade aos colegas, uma reali-zação pessoal. “Desde os anos 1990,quando tomei conhecimento dessetipo de serviço, passou a ser um so-nho possibilitar o acesso gratuito atodos os advogados. Com muito tra-balho, conseguimos, participandoefetivamente da administraçãoWadih Damous, e agora, como pre-sidente, realizá-lo”, afirmou.

Para receber as publicações, énecessário se cadastrar na árearestrita do Portal da OAB/RJ(www.oabrj.org.br).

Felipe Santa Cruz, Michel Stolnicki (um dosproprietários do imóvel) e o tesoureiro da OAB/RJ,Luciano Bandeira, na assinatura do contrato

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 4

A Central de Atendimento OAB/RJ – Caarj, inaugurada em 2010 para integrar e ampliar

os serviços de comunicação das duas instituiçõescom o público, alcançou em 2012 números que acolocaram em posição de destaque entre os servi-ços da Seccional e da Caixa, batendo recorde deligações: 361.291, sendo 284.255 recebidas e 77.036realizadas. Das chamadas recebidas, 91,5% sedestinaram à OAB/RJ e 8,5%, à Caarj.

A presteza no serviço também fica clara nosbalanço final do ano: das chamadas recebidas,93,9% foram atendidas em até 60 segundos e

Em 2012, Centralde Atendimentobateu recorde:361 mil ligações87,1%, em até 20 segundos. “Esse nível nos colocaacima da média praticada nos call centers, que éde 80% das chamadas atendidas em até 20 segun-dos. A Central ultrapassou sua primeira proposta,que era de unificar o serviço para facilitar o aten-dimento ao advogado, para cada vez mais aperfei-çoar esse atendimento, através do aumento da es-trutura e da qualificação dos funcionários, a fimde garantir uma pronta resposta às demandas doscolegas”, afirma o presidente da Seccional, FelipeSanta Cruz.

Em 2011, a Central teve papel importante na

ajuda às vítimas da tragédia provocada pela chuvana Região Serrana, entrando em contato telefônicocom os advogados residentes nas regiões afeta-das. Nessa época, 1.253 ligações foram feitas comesse fim.

A Central dispõe de 17 pontos físicos, aber-tos de segunda a sexta-feira, de 8h às 20h,mais do is pontos de super v i são , que ,quando necessário, também fazem o aten-dimento. As demandas podem ser recebidas pelotelefone (21) 2730-6525 ou pelo [email protected]

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 5

“Política não se faz com ódio, pois não éfunção hepática. É filha da consciência, irmãdo caráter, hóspede do coração”, disse certavez Ulysses Guimarães, em uma de suas fa-mosas tiradas. É com esse espírito que seidentifica Felipe Santa Cruz, recém-empos-sado presidente da OAB/RJ, aos 40 anos.

Admirador do Senhor Diretas, um dosmais hábeis políticos brasileiros, Felipe dizespelhar-se no estilo conciliador de Ulysses, quepresidiu a Assembleia Nacional Constituinte eera também advogado. “Sua capacidade de criarpontes onde havia divergências é uma caracterís-tica na qual me reconheço”, afirma o novo diri-gente da advocacia fluminense ao iniciar o pri-meiro de seus três anos de mandato.

Filho único de Ana e Fernando Santa Cruz,ele desaparecido político aos 26 anos, em 1974,Felipe deseja que os fatos e responsabilida-des do passado sejam esclarecidos pela Comis-são da Verdade, mas não quer que seus própriosfilhos, Lucas, Beatriz, Maria Eduarda e JoãoFelipe, cresçam, como ele, angustiados pelabusca de informações sobre o paradeiro doavô. “Só quero paz e verdade, e que a históriada bravura de um jovem idealista lhes seja con-tada como uma lembrança de família”.

Felipe desembarcou no Rio de Janeiro com15 anos, vindo do Rio Grande do Sul. No pei-to, trouxe a paixão pelo Internacional. É Ad-vogado militante desde que se formou pelaPUC-Rio, em 1997. Ainda na faculdade, pre-sidiu o Centro Acadêmico de Direito e o Di-retório Central de Estudantes. Na época, lu-tou por melhorias no ensino e participou deatos em defesa da democracia, como o movi-mento pelo impeachment do então presiden-te da República, Fernando Collor de Mello.

Do início da militância profissional, Feli-pe traçou, ao longo de 15 anos, uma bem su-cedida carreira como advogado trabalhista –é um dos sócios do escritório Stamato, SantaCruz, Saboya. Foi professor universitário efez mestrado em Direito e Sociologia pela

Espírito conciliador,vocação política edefesa da classe

Universidade Federal Fluminense (UFF) –defendeu tese sobre Direito do Trabalho. Al-guns ex-professores, como Carlos Alberto Di-reito, Celso de Melo e Marcelo Trindade, tor-naram-se referências.

Casado com a advogada tributarista Da-niela Gusmão, foi eleito em 2006 conselheiroda Seccional na chapa encabeçada por WadihDamous, e dirigiu o Departamento de Apoioàs Subseções (DAS) entre 2007 e 2009, coor-denando a implantação do projeto OAB Sé-culo 21, que modernizou as representações daOrdem em todo o estado. Foi, também, responsá-vel pela criação do Recorte digital e pelo ofereci-mento do plano odontológico, entre outros ser-viços. Três anos depois, os colegas elegeramFelipe para a presidência da Caarj.

Assumiu a nova função em 2010 com pla-nos ambiciosos para a entidade, sufocada pordívidas de gestões anteriores e à beira do co-lapso financeiro. “A Caarj não é plano de saú-de, é uma caixa de assistência para ampararos advogados nos momentos de necessidade.Deve atender a todos, e não somente a unspoucos”, afirmou na ocasião.

Em sua gestão, escalonou e renegociou pa-gamento de débitos com fornecedores, sa-nou dívidas bancárias, reduziu custos e es-tendeu a rede de serviços e benefícios aosadvogados. Criou projetos como o Nascer, queauxilia advogadas que se tornam mães, e oAprender, voltado à educação dos filhos.

Na presidência da OAB/RJ, Felipe clara-mente assume a defesa dos interesses corpo-rativos dos advogados. “As seccionais devem vol-tar-se para a prestação de serviços relacionadosao dia a dia do profissional, como cursos de capa-citação para os advogados lidarem com o pro-cesso eletrônico”, exemplifica. Ele tem comoprincipais diretrizes e desafios a manuten-ção e o reforço dos projetos bem-sucedidos eo foco em lutas pelo melhor funcionamentodo Judiciário, principalmente na primeirainstância e nos juizados especiais.

FELIPE SANTA CRUZ - PRESIDENTE

Confira, nesta e nas próximas páginas, os perfis dos novos dirigentes da OAB/RJ e do presidente da Caarj

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 6

‘Portas do meugabinete estão

abertas paraos advogados’

PATRÍCIA NOLASCO

O senhor anunciou a renovação, por maistrês anos, do Goldental. Os demais convêni-os, serviços e benefícios serão mantidos nasua gestão?

Felipe Santa Cruz – Durante seis anos dagestão de Wadih Damous, fui seu principal cola-borador e juntos construímos essa política que éde retorno da anuidade em serviços. Minha elei-ção foi muito baseada na confiança da advocaciana continuidade desse trabalho. É um compro-misso renovar todos esses serviços que já ofere-cemos e vamos ter novidades em breve, caminha-mos no sentido de efetivação das promessas decampanha. Assinei contrato de aluguel da Casa doAdvogado junto do Fórum Central. Assim comotemos a casa na Rua do Rezende que atende oscolegas da Justiça do Trabalho, conseguimos oimóvel do antigo restaurante Chamego do Papai,que todos os advogados conhecem. Ali haverá sa-las de atendimento da OAB/RJ, com escritórioscompartilhados, computadores e serviços parafacilitar a vida dos colegas que militam no Cível.Estas já são medidas desta gestão, estamos a ple-no vapor e não vamos tirar o pé do acelerador. Foiassim que trabalhamos nos seis anos com Wadihe é assim que trabalharemos nos três anos emque terei a honra de presidir a Ordem. A novaCasa do Advogado vai passar por uma obra e nos-sa previsão é que esteja aberta em agosto, no Mêsdo Advogado.

Houve reajuste da anuidade. Por quê?Felipe – Ninguém gosta de começar a gestão

aumentando anuidade, e reajustamos meio pontopercentual acima da inflação, infelizmente. Mas é

importante lembrar que, considerado o períodode seis anos em que estamos aqui, nós apenascorrigimos pelo IGP-M, ou seja, a anuidade, emseu valor real, é idêntica à que era quando o grupoliderado por Wadih venceu a eleição, em 2006. Sa-bemos da dificuldade de muitos colegas em pagá-la, sabemos que temos que tratar essa anuidadede forma sagrada, com muito cuidado. Eu me com-prometo, ao longo dos próximos três anos a tentarconstruir a possibilidade de chegarmos ao finaldeste triênio com uma anuidade mais baixa. Háalgumas dificuldades; temos uma folha de pesso-al alta, devemos observar a estabilidade de funci-onários antigos. Precisamos fazer correções naestrutura salarial da Seccional, temos que cortardespesas, mas sempre é possível reduzir custosainda mais e ser mais eficiente. Agora, a anuida-de está sendo reajustada e sei que isso causa al-guma incompreensão. Mas, chamo a atenção, con-siderando que o valor real é o mesmo de seis anosatrás, para tudo o que fizemos: a Casa do Advoga-do, a ampliação do transporte gratuito, o Recortedigital, o Goldental e o maior programa do Brasilde inclusão digital, para citar alguns. Só a OAB doRio de Janeiro dá gratuitamente o token de assina-tura digital. Em 2012, ficamos em primeiro lugarno Brasil, saímos do 11º para o 1º lugar em núme-ro de inscritos capacitados para a inclusão digital.Então, temos serviços de grande qualidade pelomesmo valor que se cobrava em 2006, quando nadadisso existia. Vamos trabalhar ainda mais, cortarainda mais, para manter a anuidade em valoresnum patamar que seja razoável, de acordo com aspossibilidades da advocacia.

Houve também o problema das dívidastributárias herdadas de 2005 e 2006...

Felipe – Não gosto de ficar preso a esse pro-blema das dívidas. Os problemas da Caarj os ad-vogados conhecem, passei pela presidência e foiuma experiência dura, mas rica de aprendizado.A Caarj tem débitos grandes, dívidas tributárias.A seccional de São Paulo constituiu os mesmosdébitos, mas fez provisionamento para essas exe-cuções fiscais. Isso não aconteceu no Rio, não es-távamos na direção na época e agora temos o de-ver, como gestores, de enfrentar as dívidas e pagá-las. O grande erro que foi o antigo plano de saúdee a forma como foi gerenciado, o modelo antigo degestão da Caixa, com as óticas, as farmácias, ge-raram um passivo ao qual agora a advocacia temque responder. Nós seguiremos na linha que ado-tamos, gerindo uma Caixa voltada para a assistênciasocial, agora com Marcello Oliveira à frente. Vamospagar as dívidas, enfrentando na Justiça o que jul-gamos que não é devido. Tentaremos, nos próxi-mos meses, dar baixa definitiva na inscrição daAgência Nacional de Saúde e acabar de vez com ofantasma que foi esse plano que continua nos as-sustando e perseguindo. Mas não temos medo,vamos conseguir resolver este problema.

Qual será seu foco principal de trabalho?Felipe – O modelo de gestão da Ordem nós

estamos aprimorando. O grande problema, com alimitação de três anos de mandato da presidênciada Ordem, é que boa parte da insatisfação da ad-vocacia é com o Judiciário, e nós não dirigimos oJudiciário. Nesse momento de renovação nas pre-sidências dos tribunais, eu já busquei o diálogo. A

Felipe:“Sempreé possívelreduzircustos eser maiseficiente”

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 7

Ordem está à disposição do Judiciário para cola-borar. Será dura quanto tiver de criticar, mas querdialogar, propor soluções, nós temos uma bandei-ra que está na primeira instância, tanto no Tribu-nal de Justiça como no Tribunal Regional do Tra-balho e na Justiça Federal. Eles precisam investirno atendimento da primeira instância, no anda-mento processual. Juntos vamos enfrentar, e es-pero que com diálogo, o desafio da inclusão digi-tal, que é muito grande e representa uma mudan-ça de paradigma da advocacia e do Judiciário. Ali-ás, a OAB/RJ vai intensificar o trabalho de prepa-ração do advogado para o processo digital. Sabe-mos que esses desafios podem marcar uma novafase da advocacia e estou focado nisso, com muitavontade de que aconteça e possamos ajudar a cons-truir um processo de avanço real na prestação ju-risdicional. Esta semana indicamos os dirigentesdas principais comissões da Seccional, valorosos cole-gas que terão funções importantes, porque o presiden-te não trabalha sozinho e sim em conjunto. Tenhocerteza de que faremos uma grande gestão.

O senhor já teve uma reunião com a futu-ra presidente do Tribunal de Justiça?

Felipe – Já me reuni com ela, e ouso dizer que

a desembargadora Leila Mariano na presidênciado TJ é um sopro de esperança para os advogados.Ela é séria, tem a nossa admiração. Tivemos umareunião de trabalho na qual pormenorizamos osgrandes desafios que enfrentaremos. A Ordemestá disposta a trabalhar com a desembargadora,como também com os dirigentes dos demais tri-bunais Estou esperançoso com a presidência dela,me parece uma magistrada com vocação e real-mente comprometida com o projeto de melhoriado Tribunal de Justiça. Como pessoas de bom sen-so, reconhecemos que o tribunal avançou na se-gunda instância e em outros aspectos, mas preci-sa avançar na primeira instância. A desembarga-dora marcou esta identidade que tem conosco eestamos à disposição para ajudar, para sugerir epara criticar quando for o caso. Têm que ser en-frentados os problemas dos juizados, a falta dejuízes, a situação dos cartórios, o acúmulo de co-marcas por um mesmo magistrado. Queremoseste canal de diálogo para buscar soluções paratantos entraves.

Quais são suas expectativas em relaçãoao Conselho Nacional de Justiça (CNJ)?

Felipe – Há uma política estabelecida em re-

Em sua primeiraentrevista comopresidente da OAB/RJ,Felipe Santa Cruz dizque manterá canalaberto com oJudiciário e quea Seccional vaiintensificar apreparação doscolegas para oprocesso digital

lação ao CNJ, é uma tradição da OAB/RJ ter noConselho um foro importante e temos diálogoaberto com o novo corregedor. O CNJ é parte des-se processo, mas não devemos tratá-lo de formasegmentada. Acho que nosso grande interesse éver avançar, no Judiciário, a justiça no Brasil parao seu cidadão e para o advogado poder exercer asua profissão. Com os presidentes de comissões,estaremos atentos às questões dos tribunais, fa-zendo um trabalho conjunto. Para isso, teremos aComissão de Juizados Especiais e a Comissão deDefesa das Prerrogativas.

Sua mensagem para a advocacia...Felipe – Quero, mais uma vez, agradecer a

honra de presidir a Ordem. Eu me preparei paraisso, com a minha carreira e a minha trajetória,mas é sempre uma honra especial. Já estamos tra-balhando a pleno vapor. A Casa está funcionando,temos muitos projetos e os advogados podem es-perar e confiar em que nós faremos uma gestãoque marque um passo de evolução da nossa enti-dade, lutando sempre por aquilo em que acredita-mos, que é uma Justiça melhor, um Brasil maisjusto, uma sociedade mais fraterna. As portas dogabinete estão abertas.

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 8

RONALDO CRAMER, VICE-PRESIDENTE

O fato de ter sido procurador-geral da Seccio-nal por duas gestões consecutivas será, para o vice-presidente Ronaldo Cramer, um facilitador emsuas novas funções. De aparência tranquila, Cra-mer conciliou a rotina atarefada da Procuradoriacom as aulas de Direito Processual Civil na PUC-Rio, onde se formou, e de Processo Civil da Fun-dação Getúlio Vargas e na Emerj, enquanto tocaseu doutorado na PUC de São Paulo e, diariamen-te, cuida dos clientes do escritório de advocaciamantido em sociedade.

Conhecedor do funcionamento administrativoda Casa e acostumado a peticionar em busca desoluções para as demandas da Ordem junto aoJudiciário e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ),Cramer entende que seu papel será de auxílio aopresidente Felipe na condução das questões e nosprocessos internos da Seccional.

Aos 40 anos, ele acumula seis de experiênciana Procuradoria e como conselheiro. Com Felipe,a quem conheceu no movimento estudantil naPUC, criou a Associação de Advogados do Rio de

Professor conectado como Direito e com sua época

Janeiro para dar voz à oposição e servir de contra-ponto à OAB/RJ nos primeiros anos de 2000. Afá-vel no trato, Ronaldo, como é chamado pelos maispróximos, se vê como alguém tolerante e sempredisposto ao diálogo, mas avisa: “Luto pelo que acre-dito, e pelos meus valores vou até o fim”.

Tricolor “doente”, ele se define também comoum homem de sua geração, plugado no smartpho-ne os sete dias da semana. Diz que, tal como oscolegas mais jovens, não separa seu tempo entrevida privada e vida profissional. “Domenico DeMasi escreveu sobre o ócio criativo muito antes dosmartphone, mostrando a tendência de trabalhardivertindo-se e divertir-se trabalhando. Isso acon-tece muito na minha geração, os advogados dão seuse-mails e número de celular para os clientes e res-pondem durante o fim de semana”.

Segundo ele, a via deve ter mão dupla. “Acredi-to em promover uma mistura saudável entre lazere trabalho, embora ainda não tenha conseguidoisso. Por exemplo, tem colega que na hora do al-moço vai nadar, e não se sente culpado se sair

mais cedo numa segunda-feira se não tiver traba-lho a fazer, e trabalhar sábado se for preciso. Viverintensamente os dois lados, essa é uma caracte-rística da minha geração”.

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 9

MARCUS VINÍCIUS CORDEIRO, SECRETÁRIO-GERAL

O secretário-geral Marcus Vinicius Cordeirogosta de contar uma experiência pessoal marcantepara a escolha da advocacia como profissão. Nosidos de 1969, seu pai, dirigente do Partido Comu-nista Brasileiro (PCB), perseguido e preso peladitadura, estava sendo julgado pelo Tribunal Mili-tar. O defensor Modesto da Silveira, apontandopara Marcus, então com 9 anos, e os irmãos, aindavestidos com o uniforme escolar, encerrou a defe-sa afirmando que a maior aula de Moral e Cívica(matéria obrigatória naqueles tempos) que pode-riam ter seria a absolvição do chefe da família.“Óbvio que o apelo não surtiu efeito para os mili-tares, mas em mim despertou a vontade de umdia utilizar a palavra como instrumento para ques-tionar o poder”, diz.

A militância política começou para MarcusVinicius aos 17 anos, quando, seguindo os passosdo avô e do pai, ingressou no PCB. Fez movimentoestudantil e chegou a presidir o Diretório Acadêmi-co Rui Barbosa, da Faculdade Cândido Mendes. O

envolvimento nas lutas contra a ditadura, pela anistia,pelo fim da censura e pelo Estado Democrático deDireito fortaleceu a vocação para a advocacia.

Foi diretor da Associação Carioca dos Advoga-dos Trabalhistas (Acat), na gestão de CalheirosBomfim, diretor do Sindicato dos Advogados emembro da Comissão da Justiça do Trabalho noInstituto dos Advogados Brasileiros (IAB). No sin-dicato iniciou a convivência com Wadih, auxilian-do na unificação do grupo de oposição à antigadireção da OAB/RJ. Fascinado pelo mundo dasartes, esteve à frente do Departamento de Culturae Eventos da Seccional. Considera sua realizaçãonesta área o lançamento do livro ReminiscênciasJurídicas de Machado de Assis, reunindo contos dogrande escritor que envolvem o mundo jurídico.

No segundo mandato, foi escolhido para re-presentar a advocacia do Rio de Janeiro no Conse-lho Federal, o que considera “uma notável experi-ência pela possibilidade de contato com advoga-dos de todo o Brasil, acarretando um conhecimento

melhor da categoria”. Agora, como secretário-ge-ral da Seccional, além das tarefas próprias do car-go pretende levar à diretoria proposta de uma“agenda de realizações” para fazer o advogadoparticipar mais da entidade. “A intenção é a deque cada advogado encontre a OAB que lhe digarespeito, nela reconhecendo um espaço que é seutambém. Para tudo e tanto, creio que somente otrabalho coletivo tornará isso possível”, salienta.

Experiência e paixãopelo mundo das artes

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 10

FERNANDA TÓRTIMA, SECRETÁRIA-ADJUNTA

Fernanda Tórtima, secretária-adjunta daSeccional, destacou-se à frente de um dos princi-pais órgãos da entidade, a Comissão de Defesa,Assistência e Prerrogativas. Na presidência daCdap, na qual será mantida nesta gestão, teve atu-ação praticamente sem precedentes na históriada Ordem em defesa dos direitos dos advogados.

Capaz de executar várias tarefas paralelamen-te, Fernanda se divide entre o trabalho na OAB/RJ –preside a comissão e é conselheira desde 2010 - emescritórios no Rio e Brasília e, até pouco tempo, em suafunção na Subcomissão de Crimes e Penas da Câmarados Deputados, criada para propor uma nova orga-nização e uniformização das leis penais vigentes,cujo relatório ainda tramita na Câmara. Eventual-mente, ainda atua como professora visitante depós-graduação na Universidade Cândido Mendes.

No pouco tempo livre que sobra, gosta de pra-ticar atividades de contato com a natureza: “Estarperto do mar é algo que renova minhas energias

Dedicação ao trabalho edestaque à frente da Cdap

para encarar o estresse do dia a dia”.Advogada criminalista, formada pela PUC-Rio

em 2002, Fernanda desde cedo demonstrou suadedicação ao Direito Penal, atuando comomonitora na faculdade e começando a estagiar jáno primeiro período no escritório do qual hoje ésócia: Tórtima Advogados Associados.

Pós-graduada em Direito Penal Econômico pelaUniversidade de Coimbra e com mestrado em DireitoPenal pela Universidade de Frankfurt (Alemanha),foi também professora da UFRJ e integrou o Tri-bunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ em 2009.

Em sua administração na Cdap, alcançou nú-meros impressionantes, que demonstraram ta-lento para montar uma equipe de sucesso. De 2010a 2012, realizou 5.165 despachos, 4.179 ofícios, 206reuniões com advogados requerentes, tendo a co-missão entrado com 72 medidas judiciais. “Quan-do assumi a Cdap, pensei em formas de evitar aburocracia e organizar a equipe. Investimos prin-cipalmente na profissionalização e na contrataçãode pessoas”, conta Fernanda.

Como secretária-adjunta, diz que usará a ex-periência adquirida nos anos à frente da comis-são: “A secretaria tem muita relação com as ques-tões das prerrogativas dos advogados e isso meajudará a auxiliar o secretário-geral da melhor for-ma”. Segundo ela, uma das principais característi-cas da nova gestão será o olhar para o futuro: “Conti-nuaremos o trabalho realizado por Wadih Damous,mas com muito ânimo para ideias novas”.

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 11

LUCIANO BANDEIRA, TESOUREIRO

Luciano Bandeira, tesoureiro da OAB/RJ, for-mou-se pela PUC-Rio em 1994 e concluiu MBApelo IBMEC/RJ em 2001, quando se especializouem Direito Empresarial. Sua principal área de atu-ação é contencioso cível e empresarial, tendo des-taque o patrocínio de ações nas justiças Estaduale Federal e na assessoria preventiva a clientescorporativos.

Luciano trabalhou nos escritórios AméricoChaves Advogados Associados, Almeida MoraesAdvogados Associados e Law Office Carl Kincaide atualmente é sócio de Fisher, Bandeira, OliveiraAdvogados Associados. Foi membro da 3ª Turmado Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ en-tre 2007 e 2009 e, desde agosto de 2012, é auditordo Tribunal de Justiça Desportiva da Federaçãode Futebol do Estado do Rio de Janeiro.

Morador da Barra da Tijuca, bairro pelo qual éapaixonado, foi fundador da 57ª subseção, que pre-

Austeridade na gestãodos recursos da classe

sidiu até 2012. Nesse período, a OAB/Barrafoi administrada com rigor e se consolidou comoa segunda maior do Rio de Janeiro em número deinscritos.

Dedicado à advocacia, que classifica como“estressante, porém compensatória e prazerosa”,Luciano diz ter como válvula de escape a práticade esportes. Torcedor do Flamengo e faixa-pretaem jiu-jitsu, seu hobby hoje é jogar tênis: “Come-cei a praticar tênis mais velho, com uns 35 anosmais ou menos, mas tem sido uma ótima formade combater o estresse”.

Como tesoureiro, Luciano pretende reduzirdespesas e canalizar recursos no aperfeiçoamen-to dos serviços oferecidos pela Seccional. “Que-remos investir nos serviços para, com eles, devol-ver integralmente aos colegas o valor da anuidade.Nosso compromisso é com a gestão correta e cui-dadosa do dinheiro dos advogados”, afirma.

Segundo ele, essa será a principal política dagestão: “Nossa maior preocupação é aprofundaros serviços destinados a facilitar a vida e a ativi-dade do advogado, sem nunca perder o foco nadefesa intransigente das prerrogativas da nossaprofissão”.

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MARCELLO OLIVEIRA, PRESIDENTE DA CAARJ

Um empreendedor. Assim pode ser definido o novo presidente da Caarj,Marcello Oliveira. Com um históricode bons serviços prestados à OAB/RJ,

na nova função ele pretende dar continuidade aotrabalho realizado por Felipe Santa Cruz à frente daCaixa e criar uma série de novos projetos, voltadosprincipalmente à saúde dos advogados.

Marcello graduou-se em Direito na PUC-Rio,em 1997. Foi um dos líderes do movimento estu-dantil de sua faculdade na época do impeachmentdo ex-presidente Fernando Collor. Além de orga-nizar a participação dos estudantes nas passea-tas, presidiu, na PUC-Rio, o Centro Acadêmicode Direito e foi coordenador-geral do DCE. Após agraduação, atuou em sindicatos de professores.

Dedicou sua carreira às áreas cível e empre-sarial e à prática de advocacia consultiva. “Minhaatuação profissional está constantemente voltadaao desenvolvimento de novos projetos nessas áre-as”, afirma Marcello. Além disso, foi professor porcinco anos, tendo lecionado Processo Civil e Di-reito Falimentar na graduação e Direito Privadona pós-graduação da PUC.

Seu espírito empreendedor o levou, há cercade cinco anos, a deixar um tradicional escritóriodo Rio de Janeiro, onde atuou por uma década, paraconstituir a própria banca. “Gosto muito do que faço,do meu trabalho na advocacia, e queria muito ter meupróprio escritório. Não foi nada fácil sair de uma es-trutura organizada em que poderia ter uma vidaconfortável por muitos anos para optar por desen-volver meu próprio negócio. E hoje luto diariamentepelo seu crescimento”, conta.

Na OAB/RJ, foi presidente da Comissão deExame de Ordem entre 2007 e 2009, quando pro-moveu uma profunda reformulação na prova, mu-dando o formato de sua aplicação e introduzindocritérios isonômicos de correção, que eliminarama possibilidade de favoritismos. “Criamos umprocesso verdadeiramente transparente, receben-do todos os candidatos que nos buscaram paranarrar suas dificuldades”, ressalta.

Em 2010, Marcello foi eleito tesoureiro daSeccional, cargo no qual idealizou e executou polí-ticas como a implementação dos sistemas da Totvsde controle financeiro, contábil e orçamentário –tornando a OAB/RJ a primeira seccional a implan-tar semelhante mecanismo de controle das contas– e de processo eletrônico de seleção e inscrição,

além de políticas financeiras que garantiram maisisonomia entre os advogados.

No mesmo ano, assumiu a Coordenação Geraldas Comissões da OAB/RJ. Na função, incentivoua criação e o desenvolvimento de comissões comoas de Direito Ambiental, Igualdade Racial, Pesso-as com Deficiência e Direito Homoafetivo, gru-pos que se destacaram nesse período.

Coordenou também, na Ordem, projetos comoo Fique digital, a Campanha pela Memória e pelaVerdade e a rede de cursos telepresenciais da Es-cola Superior de Advocacia (ESA), além de ter ide-alizado formas de discussão de direitos soci-ais e das minorias na entidade.

Em sua gestão na Caarj, Marcello planeja se-guir duas linhasde ação: a primei-ra, de continuida-de da políticaadotada nas últi-mas gestões daCaixa, e a segun-da, de implanta-ção de novos projetos direcionados ao jovem, àmãe advogada e ao advogado da terceira idade.

“A Caarj de hoje é completamente diferente daque encontramos há seis anos. A instituição saiude uma situação catastrófica, com dívidas astro-nômicas e absoluto descontrole de suas contas.Era uma entidade que socializava prejuízos, masnão os benefícios. O trabalho que se realizou nes-ses últimos anos na Caixa não tem paralelo emoutras seccionais”, afirma ele, citando o ofereci-mento do plano odontológico como um projeto van-tajoso para a advocacia: “Os programas adotadosnas últimas gestões atendem a todos, enquantoaté 2006 somente parcela ínfima da advocacia re-cebia algum benefício”.

Para ele, as duas últimas administrações res-gataram o caráter assistencial da Caarj. “Mante-rei o trabalho de saneamento promovido por FelipeSanta Cruz e desenvolverei novas ações, como asque estimulem a prática de atividades físicas, ti-rando o advogado do sedentarismo, e incentivan-do-o a se alimentar melhor e a realizar periódicasavaliações médicas”, propõe Marcello, salientan-do que a Caarj apostará na melhoria da qualidadede vida dos colegas, a partir da mudança de hábi-tos e de consumo, no trabalho e em casa.

“Esperamos prevenir e reduzir a incidênciade muitos dos males que afetam a profissão, comoproblemas cardíacos e respiratórios, a dependên-cia de substâncias químicas, além de doençasdecorrentes do estresse. A Caarj ajudará os advo-gados a respirar melhor, a se alimentar melhor, adormir melhor e a manter a melhor postura notrabalho”, vislumbra.

Espírito empreendedore disposição para criarnovos projetos na Caixa

Vamos estimular a

prática de exercícios,

tirando o advogado

do sedentarismo

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 13

Anuidade tem reajuste em 2013Valor foi corrigido devidoao aumento do custo dosserviços oferecidos e adívidas tributárias deixadaspor administrações anteriores

A majoração no custo dos serviços oferecidosaos advogados, pelos quais a OAB/RJ paga, e anecessidade de reserva para a quitação dedívidas tributárias de R$ 331,9 milhões dei-xadas por gestões anteriores a 2007 foram osdois motivos centrais do reajuste de 16,9% na anui-dade de 2013.

A correção repõe as perdas inflacionárias en-tre 2006 e 2012. Nesse período, a inflação segundoo IGP-M foi de 52,3% e o reajuste da anuidade, jásomado o índice deste ano, de 52,8%. Essa dife-rença de meio ponto percentual foi aplicada emrazão da necessidade de provisionamento para aquitação dos débitos tributários (ver box).

"Nenhum gestor gosta de assumir seumandato aumentando valores, mas essa é umaresponsabilidade fiscal da qual não iremos

fugir", declarou o presidente da Seccional,Felipe Santa Cruz, justificando a medida.

De acordo com ele, o reajuste deste ano visatambém a garantir que os serviços prestados aoscolegas, como o Recorte digital e a assistênciaodontológica, continuem primando pela excelên-cia. "Em seu valor real, a anuidade de 2013 é idên-tica à de 2006, quando os advogados não recebiampraticamente nada em termos de serviços. Hoje,a OAB/RJ oferece diversos benefícios aos colegas”,afirma.

“Vale lembrar que esses serviços são pagos pelaSeccional, e os contratos são corrigidos ano a anode acordo com a inflação. E, também, que, do va-lor-base arrecadado com as anuidades, nem tudofica com a OAB/RJ”, observa. Em obediência aosartigos 56 e 57 do Regulamento Geral do Estatuto daAdvocacia, 10% são repassados para o ConselhoFederal, 20% para a Caarj, 3% para o Fundo Cul-tural e 2% para o Fundo de Integração e Desen-volvimento Assistencial dos Advogados. Na prá-tica, a Seccional fica com 65% do valor.

É com esse montante que a entidade mantémo transporte gratuito, o Escritório Compartilhadoe as salas dos advogados em fóruns e serventiasda Justiça, com acesso a computadores, impres-

soras e fotocópias, que demandam gastos compessoal, equipamentos e material de escritório.

Felipe salienta que, após o ajuste neste pri-meiro momento, o objetivo é manter a anuidadeem patamares baixos. "Vamos administrar comtodo o rigor os recursos da Seccional, se precisocortando na própria carne, para reduzir os gastosadministrativos", diz.

Os boletos bancários referentes à anuidade de2013 foram enviados pelos Correios e por e-mail, etambém podem ser retirados nas unidades daOrdem em todo o estado ou impressos pelo Portalda OAB/RJ (www.oabrj.org.br). Os colegas podempagar por boleto bancário ou por cartão de cré-dito, à vista ou em até 12 vezes. Para paga-mento parcelado no cartão, há desconto de 3%em relação ao valor dividido no boleto. Em casode quitação à vista, os valores são de R$ 795 paraaqueles que se inscreveram até 2008, R$ 675,75para advogados inscritos entre 2009 e 2013 eR$ 437,25 para estagiários.

Para receber a ficha de compensação por e-mail, é preciso entrar em contato com a Central deAtendimento OAB/Caarj, pelos telefones (21)2730-6525 ou 2272-6150. A previsão é que até o fimdo mês todos os colegas tenham recebido.

Nas duas citações de execução fiscal de dívida recebidas pelas Seccional, anotificação de maior valor, R$ 239,2 milhões, expedida pela 7ª Vara Federal deExecução Fiscal, teve seu valor contestado em pedido administrativo da Procura-doria da OAB/RJ porque foi calculado por arbitramento do lucro presumido.Concedida a anulação da certidão de dívida, o novo montante está sendo recom-posto com base na contabilidade da Caarj. As taxas não recolhidas em 2005 e2006 foram o Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre oLucro Líquido (CSLL), mais multas pelos anos de não pagamento.A segunda ação, da 2ª Vara de Execução Fiscal do Rio de Janeiro, soma R$ 92,6milhões e refere-se ao não pagamento, também em 2005 e 2006, de PIS, Pasep, Cofinse Contribuição Social, mais multas. Nos dois casos, os tributos que deixaram de serpagos incidem sobre o faturamento da Caarj em relação ao antigo plano de saúde entãocomercializado, o Plasc. De acordo com o procurador-geral, Guilherme Peres, écomum a demora no andamento desse tipo de ação, daí a desagradável surpresaprovocada pelo recebimento das notificações seis anos depois.

Os recursos desembolsados pela Caarj com os diversos benefícios eserviços oferecidos aos advogados aumentaram 31% de 2011 para2012. No ano passado, foram gastos R$ 9,1 milhões, para R$6,3 milhões no exercício anterior. O Goldental, assistênciadentária gratuita à qual têm acesso todos os advogados adimplen-tes, custou no ano passado cerca de R$ 4,3 milhões (os númerosfinais estão sendo contabilizados), enquanto em 2011 foram gastosR$ 3,5 milhões.O Cartão Único de Benefícios, que começou a ser implantado em2011, passou de R$ 360 mil para R$ 4,4 milhões gastos aténovembro de 2012. Se computados os números comparativosapenas entre 2010 e 2011, houve um crescimento de 1.542% nosrecursos aplicados. A projeção realizada na época, de R$ 9 milhõespara 2012, o que já representaria um incremento de 143%, foisuperada em mais de R$ 145 mil.

Seccional recebeu duas citações de execuçãofiscal referentes a débitos de 2005 e 2006

Desembolsos da Caarj em benefíciosaumentaram 31% de 2011 para 2012

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 14

O edifício sede da Ordem dos Advo- gados do Brasil, seção Rio de Janei- ro, passa a se chamar HeráclitoFontoura Sobral Pinto, em homena-gem ao inesquecível advogado, res-

peitado jurista e intransigente defensor dos di-reitos humanos” – está escrito na placa inaugura-da no dia 11 de dezembro pelo então presidente daOAB/RJ, Wadih Damous, para marcar, “de formaque seja indelével”, o tributo da advocacia a Sobral,batizando com seu nome o prédio da Ordem.

“A OAB/RJ expressa o orgulho de todos os ad-vogados, relembrando às novas e futuras gerações,para que nela se inspirem, a história da militânciaprofissional e da participação na vida política bra-sileira do Século 20 deste que foi um dos maioresexpoentes da nossa categoria”, acrescentou Wadih,afirmando que aquele seria o momento culminanteno encerramento de sua gestão, após o cumpri-mento de dois mandatos no comando da Casa.

Na calçada em frente ao prédio, a figura deSobral Pinto, reproduzida nos grandes cartazesque envolviam as colunas e projetada em luzesnas paredes da Ordem, era o cenário da festa dehomenagem. Sobre o chão de pedras portuguesascoberto de carpete, cadeiras e pufes foram dis-postos para acomodar uma plateia de cem pesso-as sentadas – havia outras tantas de pé, nas late-rais – para assistir, num telão, ao documentárioSobral – O homem que não tinha medo, dirigidopela cineasta e neta do jurista, Paula Fiuza, e exi-bido no Festival do Rio.

Emocionado, o então presidente da Caarj,Felipe Santa Cruz, lembrou que na data em quecompletava dois anos de idade, 3 de abril de 1974,Sobral Pinto escrevia uma carta ao ministro daJustiça no governo Geisel, Armando Falcão, “aqueleque não tinha nada a declarar”, cobrando infor-mações sobre o paradeiro de seu pai, Fernando SantaCruz, que desaparecera nas mãos da repressão. “Estacarta é hoje um presente para mim”, afirmou, ressaltandosua satisfação pelo fato de a festa para Sobral se reali-zar na rua, “irmanando a todos”.

Na presença de amigos, advogados que convi-veram com Sobral e familiares, Wadih agradeceu“a sensibilidade” demonstrada pelo ConselhoSeccional ao aprovar, por aclamação, em sua últi-ma reunião de 2012, a proposta de batizar o edifí-cio sede da OAB/RJ com o nome do jurista

“Ao homenagear Sobral Pinto, homenageamostoda a advocacia brasileira, mas particularmenteos heróis que um dia desceram aos porões da di-tadura, às vezes como advogados, às vezes comovítimas, e que o povo brasileiro tem que reveren-ciar pelo papel que tiveram na reconquista da nossademocracia”, discursou o presidente da Seccional,destacando, para as novas gerações, “que se hojepodemos exercer nossa profissão sem medo desermos presos por força das nossas convicções,da nossa atuação como cidadãos, devemos muitoa homens como ele.”

No palco improvisado, tendo o então diretor-tesoureiro da Seccional, Marcello Oliveira, comomestre de cerimônia, antigos colegas, como Mo-desto da Silveira e Eny Raimundo Moreira, conta-ram histórias sobre o jurista. Marcello assinalouque a OAB/RJ há tempos havia criado a MedalhaSobral Pinto para homenagear os advogados quecompletaram 50 anos de profissão. “Essa iniciati-va teve Felipe Santa Cruz como um de seusidealizadores, e é gratificante sentir a emoção doscolegas que a recebem, muitos deles tendo convi-vido com o homem que a inspirou”, contou.

Dirigindo-se a Paula Fiuza, Modesto recordouter conhecido o avô dela durante o processo movi-do em 1935 pelo católico Sobral em defesa dos lí-deres comunistas Luís Carlos Prestes e HarryBerger, presos após a Intentona. O jurista, que viriaa tornar-se amigo de Prestes até o fim da vida, invocoua Lei de Proteção aos Animais para livrá-lo das con-dições desumanas do cárcere. Foi Sobral tambémquem conseguiu libertar a filha de Prestes, AnitaLeocádia, das prisões nazistas.

O presidente do Instituto dos Advogados Bra-sileiros (IAB), Fernando Fragoso, lembrou queSobral Pinto presidiu a entidade, mas deixou ocargo revoltado porque, nos anos da ditadura, oinstituto aceitou os atos discricionários do gover-no. Também participou da cerimônia o advogadoCarlos Alberto Sobral Pinto, neto de Sobral.

Paralelamente às homenagens prestadas aojurista, foi distribuída a nova edição da Revistada OAB/RJ, que traz reflexões sobre os desafiosa serem superados para a democratização das re-lações de trabalho e a problematização das trans-formações urbanas na Zona Portuária da cidade.A publicação está disponível no Portal da Ordem:www.oabrj.org.br.

Sede dao nome

Felipe Santa Cruz, WadihDamous, Carlos AlbertoSobral Pinto, Paula Fiuzae Modesto da Silveira

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 13

da OAB/RJ recebee de Sobral Pinto

O documentário arespeito de SobralPinto emocionouos presentes

Durante o ato, foi distribuída anova edição da Revista da OAB/RJ

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OPINIÃO

A tributaçãode empresascontroladase coligadas

A discussão sobre atributação dos lucros au-feridos no exterior porsociedades controladas ecoligadas é um tema deextrema relevância nocenário brasileiro, hajavista que atinge diversasempresas sediadas noBrasil que possuem in-

vestimentos em sociedades estran-geiras que caracterizem uma relaçãode controle e/ou coligação.

A referida tributação era tratadapela Lei 9.532, de 1997, que, de formaacertada, condicionou o pagamentodo tributo à ocorrência de efetiva dis-ponibilização jurídica e econômica dareceita.

MAURÍCIOFARO*

Esta sistemática sofreu profundaalteração com a edição da MedidaProvisória 2.158-35, de 2001, que, emseu artigo 74, estabeleceu a tributaçãodas empresas coligadas e controladas,quando da apuração de seus resulta-dos, independentemente de sua dis-ponibilização jurídica e econômica.

Mesmo nas hipóteses em que o pa-gamento ou crédito de lucro do exteriornão seja distribuído em razão de deci-sões empresariais legítimas (opçãopela formação de reservas e capitaliza-ção, aquisição ou ampliação de outrosnegócios), o tributo seria devido.

A generalidade da tributação decontrolada ou coligada no Brasil, porlucro auferido no exterior por contro-lada ou coligada, é indicativo claro de

que não se pretendeu apenas evitarelisão fiscal, mas majorar resultadoda arrecadação sem considerar as-pectos subjetivos e objetivos do regi-me tributário.

Diante dos prejuízos gerados àsempresas pelo texto contido no artigo74 da MP 2.158-35, muitos contribu-intes suscitaram a inconstitucionali-dade da norma, haja vista a violação aosprincípios constitucionais da irretroati-vidade, anterioridade e vedação ao con-fisco, visto que a personalidade jurídicadas coligadas e controladas é descon-siderada, propondo a tributação di-retamente sobre o patrimônio.

Recentemente, a 3ª Turma do TRFda 3ª Região, no julgamento do pro-cesso nº 2003.61.00.000024-5/SP, soba relatoria do desembargador federalCarlos Muta, reconheceu a arguiçãode inconstitucionalidade da matériae submeteu a questão à análise do Ór-gão Especial do Tribunal, por enten-der que a regra estabelecida pelo ar-tigo 74 da Medida Provisória 2.158-35/2001 fere os artigos 153, inciso III,e 146, inciso III, alínea “a”, da Cons-tituição Federal.

Vale lembrar que se encontra pen-dente de julgamento a Adin nº 2.588,ajuizada pela Confederação Nacionalda Indústria, a qual pretende ver de-clarada a inconstitucionalidade doartigo 74, bem como do parágrafo 2ºdo artigo 43 do Código TributárioNacional (CTN), incluído pela LeiComplementar 104, de 2001.

No julgamento do caso, parte dosministros do Supremo Tribunal Fe-deral (STF) adotou a linha de inter-pretação de que o método de equiva-

lência patrimonial (avaliação de in-vestimentos considerando o valor pa-trimonial proporcional) poderia serutilizado como justificativa para setributar o lucro antes de distribuído.

Sobre este aspecto, impõe-se es-clarecer que o método de equivalên-cia patrimonial não confere ao inves-tidor direito aos lucros das pessoasjurídicas que os tenham gerado, tan-to pelo fato de estes estarem sob aregência da lei estrangeira e do esta-tuto da sociedade que o tiver gerado,quanto pela ideia de que enquanto nãodistribuídos, segundo a lei e o estatu-to que os regem, pertencem àquelaspessoas no exterior e somente pas-sam para seus sócios ou acionistasno momento estabelecido na sua leide regência.

Após dez anos do início do julga-mento da Adin nº 2.588, o STF enten-deu por bem suspender o referidojulgamento, que já contava com ovoto de nove ministros, e reconhe-ceu a repercussão geral do RecursoExtraordinário 611.586, interposto pelaCoamo Agroindustrial Cooperativa.

O referido processo já foi libera-do para inclusão em pauta pelo mi-nistro relator, razão pela qual é gran-de a expectativa dos contribuintespor um desfecho favorável ao jul-gamento dos casos, sobretudo antea patente perda de competitividadeinternacional das empresas brasilei-ras perante o mercado internacionalem decorrência da sistemática atual-mente vigente.

* Mestre em Direito econselheiro da OAB/RJ

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TRIBUNA DO ADVOGADO - JANEIRO / 2013 - 18

PANORAMA

Direito em debateserá transmitidosó pela internet

Aderindo à rede solidária formada para ajudar as vítimas daschuvas ocorridas em Xerém, a OAB/RJ participou, no dia13 de janeiro, da entrega de donativos aos moradoresdeste distrito de Duque de Caxias. A Seccional ajudoutambém na arrecadação dos mantimentos, montando umposto de recolhimento em sua sede.Iniciativa do grupo voluntário Paz, prosperidade e folia, acampanha contou com mais dois postos, localizados em

OAB/RJ entrega donativos avítimas das chuvas em Xerém

Irajá e na Tijuca. Foram entregues 500 quilos de alimentosnão perecíveis – além de uma cesta básica completa, 590 litros deágua, 292 peças de roupas íntimas novas e produtos de higiene,resultado da arrecadação nos três postos.Representando a diretoria da Seccional, o assessor dapresidência Victor Travancas destacou que a maior necessidadedos moradores, no momento, é a questão da moradia. "O cadastra-mento no benefício do aluguel social é urgente", sublinhou.

Em 2013,o progra-maDireitoemdebate

não terá mais transmissão pelaRede Vida, passando a ser exibidoexclusivamente na internet, emlink que pode ser acessado noPortal da OAB/RJ(www.oabrj.org.br). Os endere-ços para as novas edições damesa redonda serão divulgadossemanalmente, às segundas-feiras, no site da Seccional e naTribuna Digital, enviada por e-mailaos colegas cadastrados.

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Da ocupação do estádio Caio Martins aos relatos emocionadossobre a morte de uma presa política, a sessão solene promovidapela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pela OAB/RJ, emdezembro, em homenagem a advogados de presos políticos, foimarcada por lembranças do período da ditadura militar e daatuação da advocacia. No evento, realizado na sede da Seccionalno mesmo dia da homenagem a Sobral Pinto (ver páginas 14 e15), foram colhidos relatos que serão aproveitados pelo grupo detrabalho Ditadura e Sistema de Justiça, da CNV.Ao abrir o encontro, o então presidente da Seccional, WadihDamous, ressaltou a coragem dos advogados presentes, obser-vando que alguns também estiveram nas condições de vítimas:“Esses relatos reconhecem a importância da advocacia, que naépoca não era somente um exercício profissional, era um exercí-cio de bravura, de desprendimento”, disse Wadih.Participaram do evento os advogados Alcione Barreto, EnyRaimundo Moreira, Manoel Martins, José Carlos Tórtima, Modes-to da Silveira, Dyrce Drach, Terezina Gentile, George Tavares,Técio Lins e Silva e Rosa Cardoso – esta, integrante da CNV, deudepoimento por ter defendido militantes, como a presidenteDilma Rousseff.A mesa foi formada pela então presidente da Comissão de DireitosHumanos da Seccional, Margarida Pressburger, pelo coordenador daCNV, Cláudio Fonteles, e pela presidente do grupo Tortura NuncaMais, Vitória Grabois, além de Rosa e Wadih.

Evento na OAB/RJ ressaltabravura da advocaciadurante ditadura militar

Foram inauguradas, no dia 20 de dezembro, as placas comemorativas dos 20 anos daEscola Superior de Advocacia (ESA), completados em setembro, e da instalação da primeirasala-estúdio para transmissão dos cursos telepresenciais. “Essas placas simbolizam nãoapenas o início de uma nova era da ESA, com novos cursos e uma preocupação com ademocratização do conhecimento, como também a efetivação desse modelo de ensino adistância. É um modelo que já é uma realidade de extrema importância pra advocacia doEstado do Rio de Janeiro”, afirmou o então diretor da ESA, Renan Aguiar. As placas foramdescerradas por Renan e pelos então presidente, tesoureiro e procurador-geral da Seccional,Wadih Damous, Marcello Oliveira e Ronaldo Cramer, respectivamente.

Placas marcam ano de avanços da ESA

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“As contas da gestão OCTAVIO GOMES,frente à OAB/RJ, períodos 2001, 2002, 2003,2004, 2005 e 2006, foram julgadas regulares aaprovadas, com louvor, pela Terceira Câma-ra do Conselho Federal da Ordem dos Ad-vogados do Brasil. A OAB Federal não de-tectou qualquer irregularidade nas contas,mormente qualquer sangria (sic.), ou sone-gação de repasses à Caarj. O pedido de Re-visão e respectivo Recurso das contas dagestão OCTAVIO GOMES, feitos pelo pre-sidente Wadih Damous, foram julgados im-procedentes.

A aprovação das contas transitou em julga-do.”

* * *

Texto publicado em cumprimento de tutelaantecipada concedida pela juíza PatríciaRodriguez Whately, da 35ª Vara Cível do Riode Janeiro.

Em ofício ao Conselho Federal,Seccional questiona aprovaçãode contas de gestões anteriores

Diante das duas citações de execução fis-cal de dívida da Caarj, recebidas no final de2012, a OAB/RJ enviou, no dia 21 de dezem-bro, ofício ao Conselho Federal questionandoa “aprovação com louvor” pela entidade das con-tas da Caixa entre os anos de 2001 a 2006, perí-odo que compreende uma dívida de R$ 331,9milhões. O débito é relacionado a Imposto deRenda Pessoa Jurídica, Contribuição Socialsobre o Lucro Líquido (CSLL) e não paga-mento de PIS, Pasep e Cofins, mais multas.

“A situação de extrema gravidade não cha-ma atenção somente pelos númerosestratosféricos das dívidas, mas também pelatotal falta de conhecimento da sua real dimen-são, eis que a atual diretoria da Caarj foi sur-preendida com a notificação para o pagamentodos débitos, resultado da administração irres-

ponsável dos dirigentes da OAB/RJ e da Caarjno período dos anos de 2001 a 2006”, diz umdos trechos do ofício, assinado pelo então pre-sidente Wadih Damous.

A Seccional requere, no documento, quesejam revistas as normas para prestação decontas ao Conselho Federal e tomadas provi-dências para a responsabilização daqueles queeram dirigentes da OAB/RJ e da Caarj na épo-ca em que não foram feitos os pagamentos.Essas, aliás, serão bandeiras de Wadih em seutrabalho como conselheiro federal.

“A OAB/RJ foi surpreendida com um débi-to fiscal milionário em relação ao qual não setomou nenhuma medida preventiva. Pedimos,portanto, a revisão dessas regras pelo Conse-lho Federal”, explica o procurador-geral daSeccional, Guilherme Peres.

Direito deresposta

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CARTAS [email protected]

Férias“Concordo integralmente com o colega Josué JorgeBaesso (edição de dezembro de 2012 da TRIBUNA)sobre as férias anuais para os advogados, principal-mente aqueles que trabalham por conta própria e quenão podem se ausentar do escritório por conta dosprazos processuais, que só valem para nós, uma vezque para os demais membros do Judiciário não existequalquer prazo a ser cumprido.Sugiro ainda que, durante o recesso forensedestinado aos advogados, os demaisserventuários sejam obrigados a trabalhar, semregime de plantão interno cartorário, aproveitandoa oportunidade da ausência de profissionais nosbalcões, colocando o processamento, sempreatrasado, em dia. Neste último recesso tive aimpressão de que se houve plantão cartorário, foipara colocar a conversa em dia, pois todos osmeus processos não tiveram sequer andamento.Afinal de contas, com exceção do sofrido advoga-do, todos os demais operadores do Direito têmférias integrais, uns até em dobro, licençasremuneradas etc., não sendo concebível que comtoda a morosidade do Judiciário, com todos osatrasos, processos sem andamento por meses, ademora de muitos cartórios para uma simples juntadade petição, até mesmo processos eletrônicos estãolevando meses para liberar um mandado de pagamen-to, fiquem esses serventuários gozando descanso.Assim, solicito que a nova administração possaintervir neste sério problema, aproveitando a nova

presidência do TJ, que já se manifestou no jornal OGlobo sobre as medidas a serem adotadas paraaceleração dos processos, reconhecendo a morosida-de do Judiciário.Aproveito a oportunidade para desejar sucesso à novaadministração e parabenizando a administraçãoanterior”.Zoé Babo (OAB/RJ 73.792)

“Faço minhas as palavras do nobre colega Josué JorgeBaesso, publicadas na edição de dezembro daTRIBUNA. Li com atraso a edição e talvez estecomentário não seja aproveitado em janeiro, masseria bom, aliás, excelente se todos os advogados, viaOAB/RJ, investissem na ideia. Afinal, os serventuários játêm o seu período de férias individuais, não havendonecessidade de paralisarem as atividades no final do ano.Este período é para descanso dos advogados, os quais,devido ao corre-corre frenético do dia a dia, não podemdispor de um período para descanso condizentecom as necessidades físicas e psicológicas. Ficameu apoio ao colega e a sugestão para a OAB/RJ”.José Carlos Baleixo ( OAB/RJ 95.097)

O R D E M D O S A D V O G A D O S D O B R A S I LSeção do Estado do Rio de Janeiro (Triênio 2013/2015)

DIRETORIA DA SECCIONALPresidenteFelipe de Santa Cruz Oliveira ScaletskyVice-presidenteRonaldo Eduardo Cramer VeigaSecretário-geralMarcus Vinicius CordeiroSecretário adjuntoFernanda Lara TortimaTesoureiroLuciano Bandeira Arantes

DIRETORIA DA CAARJPresidenteMarcello Augusto Lima de OliveiraVice-presidenteNaide Marinho da CostaSecretário-geralRoberto Monteiro SoaresSecretário adjuntoRicardo Brajterman TesoureiroRenan Aguiar SuplentesAlexandre Freitas de AlbuquerqueJosé Antonio Rolo FachadaAntônio Silva Filho

CONSELHEIROS EFETIVOSAnderson Bussinger CarvalhoAdriana Astuto PereiraÁlvaro Sérgio Gouvêa QuintãoAntonio Ricardo Correa da SilvaArmando Cesar de Araujo PereiraBurlamaquiBernardo Pereira de Castro MoreiraGarciaBreno Melaragno CostaCamila Freitas RibeiroCarlos Alexandre Donnell MalletCarlos Andre Rodrigues PedrazziCarlos Alberto Menezes Direito FilhoCarlos Henrique de CarvalhoClaudio Sarkis AssisChristiano Falk FragosoDaniele Gabrich GueirosDéa Rita Matozinhos Oliveira

Eduardo Antônio KalacheEduardo Abreu BiondiEduardo Valenca FreitasFábio Nogueira FernandesFilipe Franco EstefanFlávio Villela AhmedFlávio Antonio Esteves GaldinoGabriel Francisco LeonardosGeraldo Antonio Crespo BeyruthGuilherme Rocha Murgel de RezendeGilberto FragaHercilio José Binato de CastroHercules Anton de AlmeidaJansens Calil SiqueiraJonas Oberg FerrazJonas Lopes de Carvalho NetoJose de Anchieta Nobre de AlmeidaJuliana Hoppner Bumachar SchmidtJose Ricardo Pereira LiraJose Roberto de Albuquerque SampaioLeonardo Duncan Moreira LimaLeonardo RzezinskiLuciano Vianna AraujoLuis Guilherme Martins VieiraLuiz Americo de Paula ChavesLuiz Bernardo Rocha GomideLuiz Paulo de Barros Correia Viveiros deCastroMarcelo Cury AtherinoJonas Gondim Do Espirito SantoMarcelo Feijó ChalréoMarcio Vieira Souto Costa FerreiraMarcos BrunoMarcos Dibe Rodrigues Marcos LuizOliveira de SouzaMaria Alicia Lima PeraltaMaria Margarida EllenbogenPressburgerMaurício Pereira FaroMurilo Cezar Reis BaptistaPaula Heleno VergueiroPaulo Cesar Salomão FilhoPaulo Parente Marques MendesPaulo Renato Vilhena PereiraRanieri Mazzilli NetoRaphael Ferreira de MattosRenato Neves Tonini

Roberto Ferreira de AndradeRodrigo Lins E Silva Candido de OliveiraRodrigo Tostes de AlencarRomualdo Mendes de Freitas FilhoRosa Maria de Souza FonsecaRui Teles Calandrini FilhoSamantha PelajoTatiana de Almeida Rego SaboyaVânia Siciliano AietaWanderley Rebello de Oliveira FilhoYuri Saramago Sahione de Araujo PuglieseJoaquim Tavares de Paiva MunizLeonardo Pietro AntonelliAndré Luiz Faria Miranda

CONSELHEIROS SUPLENTESAnderson Elisio Chalita de SouzaSamuel Mendes de OliveiraAdemario Gonçalves da SilvaAdilza de Carvalho NunesAlexandre dos Santos WiderAlfredo Hilario de SouzaAna Amelia Menna Barreto de CastroFerreiraAndré Andrade VizAndré PerecmanisArtur Arruda Lobato Rodrigues CarmoAugusto Carneiro de Oliveira FilhoBruno Garcia RedondoCarlos Eduardo Abreu MartinsCarlos Jose Araujo SilvaCharles Soares AguiarCirilo de Oliveira NetoClaudio Goulart de SouzaClarissa Costa CarvalhoCleber Do Nascimento HuaisCorintho de Arruda Falcao NetoCristiano Franco FonsecaDiogo Campos Medina MaiaFábio Amorim da RochaFernando Jose Alcantara de MendoncaGema de Jesus Ribeiro MartinsGodofredo Mendes ViannaGustavo Mano GonçalvesGustavo Antonio Feres PaixaoHygino Ferreira MarquesIgor Muniz

Ivan de Faria Vieira JuniorJoão Pedro Chaves Valladares PáduaJorge Antônio Vaz CesarJorge Miguel Mansur FilhoJosé Ademar Arrais Rosal FilhoJosé Agripino da Silva Oliveira JoseCarlos Freire Lages CavalcantiJosé Teixeira FernandesJosé Pinto Soares de AndradeLeonardo José de Campos MeloLeandro Saboia Rinaldi de CarvalhoLeonardo Branco de OliveiraLeonardo Schindler Murta RibeiroLeonardo Viveiros de CastroLuiz Alberto GonçalvesLuiz Paulo Pieruccetti MarquesLuiz Roberto GontijoMarcelo Martins FadelMarlos Luiz de Araujo CostaMônica Maria Lanat da SilveiraMonica Prudente GiglioNara da Rocha SaraivaNilson Xavier FerreiraNorberto Judson de Souza BastosOlavo Ferreira Leite NetoPedro Capanema Thomaz LundgrenRafael Milen MitchellRaquel Pereira de Castro AraujoRenata Pires de Serpa PintoRenato Luiz Gama de VasconcellosRenato Ludwig de SouzaRicardo Loretti HenriciRoberto Dantas de AraujoRodrigo Jose da Rocha JorgeRodrigo Garcia da FonsecaRodrigo Maia Ribeiro Estrella RoldanRodrigo Moura Faria VerdiniRodrigo Loureiro de AraujoRodrigo Bottrel Pereira TostesRuy Caetano Do Espirito Santo JuniorSandra Cristina MachadoSaulo Alexandre Morais E SáSergio Ricardo da Silva E SilvaSergio Luiz Pinheiro Sant AnnaValeria Teixeira PinheiroVinicius Neves BomfimWagner Silva Barroso de Oliveira

Wilson Fernandes PimentelAlexandre de Oliveira Venancio de LimaRegina Celia Coutinho Pereira Real

CONSELHEIROS FEDERAISCarlos Roberto de Siqueira CastroCláudio Pereira de Souza NetoWadih Nemer Damous Filho

CONSELHEIROS FEDERAISSUPLENTESBruno CalfatLuiz Gustavo Antônio Silva BicharaSergio Eduardo Fisher

MEMBROS HONORÁRIOSVITALÍCIOSAlvaro Duncan Ferreira PintoWaldemar ZveiterEllis Hermydio FigueiraCesar Augusto Gonçalves PereiraNilo BatistaCândido Luiz Maria de Oliveira BisnetoSergio ZveiterOctavio GomesWadih Nemer Damous Filho

PRESIDENTES DE SUBSEÇÕESAngra dos Reis - Cid MagalhãesAraruama - Rosana PinaudBangu - Ronaldo BarrosBarra da Tijuca - Ricardo MenezesBarra do Piraí - Denise De PaulaAlmeidaBarra Mansa - Ayrton BiolchiniBelford Roxo - Abelardo TenórioBom Jesus do Itabapoana - LuizCarlos MarquesCabo Frio - Eisenhower Dias MarianoCachoeira de Macacu - RicardoMonteiro RochaCambuci - Tony Ferreira CorreaCampo Grande - Mauro PereiraCampos - Carlos Fernando da SilvaCantagalo - Guilherme de OliveiraCordeiro - Rilley Alves WerneckDuque de Caxias - Geraldo Menezes

Ilha do Governador - Luiz Carlos VarandaItaboraí - Jocivaldo LopesItaguaí - José AnaniasItaocara - Fernando MarromItaperuna - Adair Branco Jr.Leopoldina - Frederico MendesMacaé - Andrea VasconcellosMadureira/Jacarepaguá - Remi MartinsRibeiroFreguesia - Florindo MarcosTaquara - Antonio de Andrade WanderleyMagé - Edison de FreitasMangaratiba - Ilson de CarvalhoMaricá - Amilar DutraMéier - Humberto CairoMendes - Paulo Afonso LoyolaMiguel Pereira - Pedro Paulo SadMiracema - Hanry FélixNilópolis - José Carlos VieiraNiterói - Antonio José Barbosa da SilvaNova Friburgo - Rômulo CollyNova Iguaçu - Jurandir CeulinParacambi - Marcelo KossugaParaíba do Sul - Eduardo LangoniParaty - Heidy KirkovitsPavuna - Antonio Carlos FariaPetrópolis - Antonio Carlos MachadoPiraí - Gustavo de Abreu SantosPorciúncula - Fernando dos Santos VolpatoQueimados - José BôfimResende - Samuel CarreiroRio Bonito - César Gomes de SáRio Claro - Adriana MoreiraRio das Ostras - Alan MacabúSanta Cruz - Milton Ottan MachadoSto. Antônio de Pádua - Adauto FurlaniSão Fidélis - Rodrigo Stellet GentilSão Gonçalo - José MunizSão João do Meriti - Júlia Vera SantosSão Pedro da Aldeia - Júlio César PereiraSaquarema - Miguel SaraivaSeropédica - Fábio Luiz FerreiraTeresópolis - Jefferson SoaresTrês Rios - Sérgio de SouzaValença - Fábio dos Anjos BatistaVassouras - José CiminelliVolta Redonda - Alex Martins Rodrigues

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Em entrevista à TRIBUNA, corregedor do CNJdefende que juízes recebam advogadosAline Carvalho: Muito animadora essanoticia! Realmente precisamos de umainterseção.

Ana Maria de Sant'Anna: Adorei!!! Só querover funcionar. Tem até secretários de juízesque-se recusam a atender advogados.

Morre Carlos Eduardo BosisioDireito em destaque: Dr. Bosisio, notáveljurista do ramo trabalhista, é uma perda queserá sentida por todos aqueles que tiveram aoportunidade de conviver profissionalmentecom o mencionado causídico.

Odir Araujo Filho: A advocacia perde umgrande advogado.

Goldental@advclaudiodias: @OABRJ_oficial, estainiciativa foi genial e se torna cada vez mais útil!

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TRIBUNA DO ADVOGADOÓrgão de Divulgação da OAB/RJAv. Marechal Câmara, 150 - 7º andarCentro - Cep 20020-080 - Rio de Janeiro - RJ

Leila Mariano, presidente eleita do TJENTREVISTA

Principais alvos de críticas dos advogados, o primeiro grau e os juizados especiais receberãoatenção especial, garante a presidente eleita do Tribunal de Justiça (TJ), Leila Mariano.A desembargadora, que toma posse em fevereiro, quer estabelecer pactos institucionaispara reduzir a judicialização em massa e pretende ter uma relação de diálogo com aOAB/RJ. Leia a íntegra da entrevista em www.oabrj.org.br.

MARCELO MOUTINHO

Quais serão seus maiores desafi-os como presidente do TJ?

Leila Mariano - Dado o grande nu-mero de processos em estoque, quasenove milhões, e o ajuizamento anual demais de 2,5 milhões de novas ações, o mai-or desafio é dar conta dessa demanda,mormente se considerarmos que os re-cursos humanos (magistrados, servido-res, auxiliares) já atingiram números má-ximos. Não podemos ampliá-los em ra-zão das limitações orçamentárias e daLei de Responsabilidade Fiscal. Assim,nosso primeiro foco estratégico deve sera efetividade da jurisdição. A intenção éanalisar, primeiramente, as chamadasdemandas de consumo, buscando conhe-cer as causas e não apenas os efeitos dajudicialização em massa, estabelecendopactos institucionais com as concessio-nárias, com a área bancária, com setoresdo mercado e do governo com objetivo daredução dessa judicialização. Outro de-safio é a melhoria da comunicação inter-na e externa, buscando informar a am-bos os públicos nossos números, os pla-nos estratégicos, as medidas de gestão,suas possibilidades e impossibilidades,as realizações em prol do jurisdicionadoe do sistema de justiça. Apenas com es-sas medidas poderemos melhorar a ima-

gem do Judiciário de molde a que ela cor-responda a todo o esforço que é desempe-nhado pelos magistrados e servidores nosdiversos órgãos jurisdicionais e adminis-trativos. Precisaremos ainda estudar ecolocar em prática meios para tornar a tec-nologia disponível mais eficaz, amigável eacessível. Com o processo eletrônico, essapreocupação deve ser redobrada.

A maior parte das críticas dos ad-vogados com relação ao Judiciário es-tadual refere-se à primeira instância.Quais as medidas a serem tomadas?

Leila Mariano - Desde fevereiro de2012 iniciei reuniões com os juízes dasdiversas especialidades buscando conhe-cer os entraves à entrega da jurisdição.Foram identificados problemas macros,como carência de pessoal, dificuldadestecnológicas, excesso de exigências ad-ministrativas e de metas, bem comoquestões pontuais que, se resolvidas, po-deriam redundar em mais rapidez e efe-tividade. Mapeamos essas questões, nemtodas de solução rápida. Todavia, temosque enfrentá-las. Tenho lido as publica-ções da OAB/RJ, suas críticas, algumasprocedentes e que requerem resposta.Insisto, porém, que, no universo do Judi-ciário do Rio, de grande complexidade,as soluções não são fáceis, nem podemser simplistas. Precisam ser construídasouvindo-se magistrados, servidores, advoga-

dos, usuários. A presidência e a Correge-doria têm um compromisso de se dedicaràs questões de 1º grau com prioridade.

E para os juizados especiais, cadavez sob maior demanda, quais serãoas providências?

Leila Mariano – Realmente, os jui-zados especiais estão assoberbados. Seuacervo é de 754 mil processos e, só noúltimo ano, receberam 526,3 mil novosprocessos, representando 11% a mais queem 2011. Porém sua taxa de congestiona-mento não é alta. Foram julgados, até no-vembro de 2012, 692 mil processos, ten-do sido feitas 75 mil audiências e 91 mu-tirões. De qualquer forma, precisam decuidados gerenciais, o que é feito pelaComissão de Juizados Especiais, que tra-ça políticas administrativas. Precisamosmanter e fortalecer as conciliações, in-clusive antecipando essa providênciapara a fase inicial do processo, antes dacitação. Com o congestionamento dosjuizados, as demandas de consumo mi-graram para as varas cíveis, impactandoa análise e o julgamento das ações relati-vas a outros temas, bem como o própriotribunal. Recentemente tivemos uma dis-cussão acerca das divergências numéri-cas de distribuição entre os desembar-gadores cíveis e criminais, o que foi re-solvido com a criação de cinco varas pri-vativas de matéria de consumo. Com suainstalação, haverá maior unificação e es-tabilidade jurisprudenciais.

O corregedor-geral do CNJ, Fran-cisco Falcão, anunciou que apertaráa fiscalização dos juízes chamadosTQQ, que só dão expediente às terças,quartas e quintas, e dos que não mo-

‘Vamos nos dedicar à 1ªinstância com prioridade’

ram nas comarcas onde estão lotados.O que a senhora pensa a respeito?

Leila Mariano - No Estado do Rioapenas residem fora da comarca osmagistrados autorizados pelo ÓrgãoEspecial, na forma da Lei Orgânicada Magistratura. O magistrado deveestar presente em sua comarca e exer-cer a jurisdição de forma plena, du-rante todos os dias da semana. Nãose pode esquecer, todavia, que essemagistrado precisa cumprir horasde capacitação, na forma determi-nada pelo CNJ e pela Escola Nacio-nal de Formação e Aperfeiçoamentode Magistrados (Enfam), de molde apoder atender à exigência constituci-onal que lhe permita concorrer a pro-moção e remoção. Ademais, muitasvezes, ele é convocado à capital, pelaAdministração, a fim de tomar ci-ência de posturas administrativasde interesse do órgão julgador a quepertence, de prestar informações...Não se pode ser radical e inviabili-zar esses afastamentos da comarca,já que indispensáveis ao exercício dajurisdição.

Como será a relação do TJ com aOAB/RJ durante sua gestão?

Leila Mariano - Já tive oportunida-de de conversar com o presidente FelipeSanta Cruz, dizendo a ele que nossa pro-posta é de uma gestão dialógica. O diálo-go e a participação serão a essência. Essediálogo deve ser feito com magistrados,servidores, técnicos, advogados, empre-sários, setor público, enfim, com a soci-edade em geral, buscando-se ouvir, dis-cutir e traçar linhas de ação.