necessidades especiais de educacao parceria entre a escola e o cri uma estrategia para a inclusao...

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    Ficha Tcnica

    TtuloNecessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    EditorDGE Direo-Geral da Educao

    Direo de Servios de Educao Especial e de Apoios Socioeducativos

    Superviso de contedosFilomena Pereira, Manuela Micaelo e Fernanda Croca (DGE)

    AutoriaCRPG - Centro de Reabilitao Profissional de Gaia

    Equipa de trabalhoJernimo Sousa (coord.)

    Andreia Mota e Srgio Fabela

    ColaboraoAssociao do Porto de Paralisia Cerebral:

    Diana Lisboa, Isabel Rute, Pedro Quintas, Sandra FerreiraCERCIFAF Coop. de Educ. e Reabilitao de Crianas Inadaptadas de Fafe, CRL:

    Anita Costa e Orlanda CostaCERCIGAIA Coop. para a Educ. e Reabilitao de Cidados Inadaptados, CRL:Helena Martins e Mnica Almeida

    Colaborao na validao da adequao de orientaes e instrumentosAE de Cabeceiras de Basto, AE Dr. Costa Matos, AE de Fafe,

    AE Fontes Pereira de Melo, AE de Gondomar, AE Rodrigues de Freitas,AE Soares dos Reis e AE Vila dEste

    Design da CapaIsabel Espinheira / Direo-Geral da Educao

    Paginao, Arte-nal, Impresso e AcabamentoEditora CERCICA

    Rua Principal 320-320A, Livramento2765-383 Estoril

    ISBN978-972-742-388-0

    Depsito Legal399781/15

    2015

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    Lista de acrnimos e siglas

    AE Agrupamento de Escolas

    CAO Centro de Atividades Ocupacionais

    CRI Centro de Recursos para a Incluso

    CEI Currculo Especfico Individual

    DGE Direo-Geral da Educao

    EE Educao Especial

    ELI Equipa Local de Interveno

    F Formulrio

    I Instrumento

    NEE Necessidades Educativas Especiais

    PEI Programa Educativo Individual

    PIIP Plano Individual de Interveno Precoce

    PIT Plano Individual de Transio

    RTP Relatrio Tcnico-Pedaggico

    SNIPI Sistema Nacional de Interveno Precoce na Infncia

    TIC Tecnologias de Informao e ComunicaoUAM Unidades de Apoio Especializado para a Educao de Alunos com Multidefi-

    cincia e Surdocegueira Congnita

    UEE Unidades de Ensino Estruturado para a Educao de Alunos com Perturba-es do Espectro do Autismo

    Para facilitar a leitura, e apenas quando no possvel adotar linguagem neutra,

    so utilizados certos termos no masculino para designar, indistintamente,

    os gneros feminino e masculino.

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    NDICE

    1| INTRODUO ................................................................................. 4

    2 | DINMICAS DE TRABALHO DA PARCERIA ............................................... 5

    Referenciao ................................................................................ 6

    Avaliao das potencialidades e expectativasde desenvolvimento e de necessidades de apoio ....................................... 9

    Elaborao do Programa Educativo Individual (PEI) ...................................14

    Organizao, implementao e monitorizao do PEI ................................19

    Avaliao dos resultados ...................................................................27

    Transio para a vida ps-escolar ........................................................31

    3| RECOMENDAES PARA O DESENVOLVIMENTO DA PARCERIA......................39

    ANEXO| RECURSOS INDICATIVOS ............................................................40

    Formulrios ilustrativos ....................................................................42

    Exemplos de instrumentos.................................................................51

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    1| INTRODUO

    O presente trabalho surge na sequncia da realizao do EstudoAvaliao das Polti-

    cas Pblicas Incluso de Alunos com Necessidades Educativas Especiais: O Caso dosCentros de Recursos para a Incluso (CRI), realizado em 2014 por iniciativa da Dire-o-Geral da Educao (DGE). Dele resultou um significativo e substantivo conjunto deconcluses e recomendaes, visando consolidar e aprofundar o modelo de educaoinclusiva em vigor em Portugal.Foram consideradas para o desenvolvimento deste roteiro algumas recomendaesque apontavam no sentido de: Ser disponibilizado um documento orientador das prticas, contendo orientaes

    sobre a organizao, o planeamento e a monitorizao dos apoios e interveneseducativas;

    Se promover uma estreita e continuada articulao entre todos os intervenientes emtorno do aluno apoiado, atuando de forma intencional e estruturada como equipa deapoio ao desenvolvimento e autodeterminao dos alunos, ancorada permanente-mente na abordagem biopsicossocial;

    Serem disponibilizados aos alunos apoios abrangentes, facilitadores das aprendiza-gens, do desenvolvimento funcional e da dinamizao da qualidade das interaescom os seus contextos de vida, domnios a considerar na avaliao dos impactos dasintervenes e na avaliao dos alunos;

    Serem disponibilizados apoios dos CRI combinando virtuosamente apoios diretos e

    indiretos, aos alunos, s famlias e a outros atores intervenientes; Ser assegurada a existncia de um plano individualizado de interveno por cada

    aluno com necessidades educativas especiais (NEE), contendo de forma integrada ecoordenada as intervenes dos Agrupamentos de Escolas (AE) e dos CRI, em conso-nncia com o Programa Educativo Individual (PEI);

    Serem cuidadas de forma adequada as fases de transio - entre escolas, entre ciclosde educao, para a vida ps-escolar.

    O roteiro que se apresenta de seguida visa apoiar a concretizao dessas e de outrasrecomendaes do Estudo. Orienta e mobiliza a parceria AE e CRI para uma interven-o planeada e estruturada em moldes colaborativos.

    Na organizao deste roteiro optou-se pela apresentao das intervenes da parceriacentrando-se nas dinmicas de preparao, desenvolvimento e avaliao dos percur-sos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.Este novo instrumento de apoio prolonga e desenvolve as disposies e orientaesconstantes de outros documentos de referncia existentes, particularmente o docu-mento Educao Especial - Manual de Apoio Prtica1, complementando-os e apro-fundando-os.A parceria AE/CRI configura-se como um pilar essencial do modelo da educao inclu-siva, como alavanca fundamental para o seu desenvolvimento. Envolvendo natural-

    mente tambm todos os outros atores, constituem-se como parceria alargada para aincluso.

    1 Direco-Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular (2008). Educao Especial - Manual de Apoio Prtica.Mem Martins: DGIDC.

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    Dinmicas de trabalho da parceria

    2 | DINMICAS DE TRABALHO DA PARCERIA

    Neste captulo so apresentadas as dinmicas, organizadas pela sequncia das inter-

    venes com o aluno, e os envolvimentos de trabalho da parceria. A transio para avida ps-escolar tratada de forma autnoma, pela relevncia que assume no con-texto da educao inclusiva.

    Referenciao

    Avaliao daspotencialidades eexpectativas de

    desenvolvimento e denecessidades de apoio

    Elaborao do PEI

    Organizao,implementao e

    monitorizao do PEIAvaliao dos resultados Transio para a vidaps-escolar

    Fig. 1. Dinmicas de trabalho da parceria centradas no aluno e seus contextos

    Por cada dinmica de trabalho so identificados os objetivos, os participantes, asorientaes de trabalho, uma sntese das responsabilidades e intervenes dos AE edos CRI e recursos a utilizar, como formulrios e instrumentos . Estes recursos,propostos a ttulo meramente ilustrativo, so apresentados em anexo. Para facilitara consulta encontram-se numerados sequencialmente (Fn. formulrios | In. ins-trumentos).

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    REFERENCIAO

    Objetivos A referenciao visa identificar, de forma precoce e sempre que oportuno, os alunos1

    que apresentem dificuldades significativas na realizao de atividades nos seus con-textos de vida, que afetem direta ou indiretamente o seu processo de aprendizageme de desenvolvimento.

    A realizao precoce da referenciao visa assegurar que o aluno tenha acesso aosapoios adequados.

    Participantes Pais ou encarregado de educao Docente titular de turma/ diretor de turma/outros docentes

    Diretor do AE2

    Docente de educao especial (EE) Pessoas/entidades que conheam o aluno, tais como psiclogo do AE, tcnicos de

    sade, tcnicos de ao social, profissionais da entidade que engloba o CRI Outras pessoas relacionadas com o aluno

    Orientaes de trabalho A referenciao pode ser efetuada pelos seguintes atores, entre outros: Encarregados de educao; Servios de interveno precoce; Docentes; Tcnicos dos servios de sade, da segurana social, da educao, incluindo os

    tcnicos do CRI.

    A referenciao efetuada atravs do preenchimento de formulrio prprio(exemplo apresentado em anexo F1). Idealmente seria apresentado no AE at6 meses antes do incio do ano letivo, de modo a assegurar que nesse momentoestejam criadas as condies para a disponibilizao dos apoios ao aluno.

    A pessoa ou entidade que procede referenciao deve, no formulrio disponvelpara o efeito: Descrever os comportamentos do aluno que evidenciam dificuldades na realizao

    de atividades e na participao nos seus contextos de vida e os possveis impactosno seu desempenho;

    Indicar qualquer outra informao considerada relevante para a eventual identi-ficao de NEE;

    Anexar ao formulrio eventual documentao que suporte a compreenso dasdificuldades sinalizadas, tais como, relatrios clnicos, relatrios teraputicos/psicolgicos, relatrios tcnicos da segurana social ou de outros servios da co-

    munidade.

    1 A designao aluno abrange igualmente crianas integradas na educao pr-escolar ou, que no o estando, seromatriculadas neste nvel de educao no ano letivo seguinte.

    2 A designao AE abrange tambm as escolas no agrupadas.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaReferenciao

    Quando a referenciao efetuada por um docente do aluno ou pelo Conselho deTurma, no formulrio de referenciao sero disponibilizadas as seguintes infor-maes pedaggicas: Preocupaes do docente/ Conselho de Turma relativas ao desempenho escolar

    do aluno que justificam a eventual necessidade de medidas educativas e apoios; Evidncias que sustentem a pertinncia da referenciao (produtos de aprendi-

    zagem do aluno, registos das avaliaes, etc.); Aes j implementadas pelo/s docente/s para melhorar o processo de ensino e

    de aprendizagem [adequao de metodologias, estratgias, organizao da salade aula, utilizao de tecnologias de informao e comunicao (TIC), apoioindividualizado ao aluno, recurso a tutorias, trabalho a pares, etc.].

    Sempre que possvel, a pessoa/servio que efetua a referenciao recolhe aprova-o formal do encarregado de educao para a referenciao que pretende efetuar,atravs da assinatura deste no formulrio.

    A referenciao entregue no AE que o aluno ir frequentar ou que frequenta. O AE disponibiliza apoio, sempre que solicitado, no preenchimento do formulrio de

    referenciao. O CRI apoia eventuais dificuldades de pessoas que procurem ajuda para efetuar a

    referenciao. Nas situaes de crianas apoiadas pelo Sistema Nacional de Interveno Precoce

    na Infncia (SNIPI): A Equipa Local de Interveno (ELI) assegura o envio do formulrio de referencia-

    o, at 31 de maro, ao diretor do AE que a criana ir frequentar no ano letivo

    seguinte; Ao formulrio deve ser anexado o Plano Individual de Interveno Precoce (PIIP),

    bem como outra documentao relevante. Quando o formulrio de referenciao for submetido por outra pessoa que no o

    encarregado de educao do aluno: O AE contacta a famlia, informando-a sobre a referenciao e solicitando autori-

    zao para iniciar o processo de verificao das NEE; Este contacto ser efetuado preferencialmente de modo presencial, com a recolha

    da assinatura do encarregado de educao; Quando no for possvel de forma presencial, o contacto pode ser efetuado por

    outras vias e a autorizao pode ser oral, desde que se assegure que no primeiromomento da fase da avaliao realizada reunio onde o encarregado de educa-o possa autorizar formalmente o processo.

    Ao encarregado de educao entregue cpia do formulrio de referenciao con-tendo registo de entrada no AE.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    Sntese das responsabilidades e intervenes

    AE CRI

    Toma a iniciativa de referenciar alunos

    com eventuais necessidades educativasespeciais. Recebe, valida conformidade com pres-

    supostos e apoia quando necessrio.

    Referencia eventuais situaes de ne-

    cessidades educativas especiais. Apoia eventuais dificuldades de pes-

    soas que procurem ajuda para efetuara referenciao.

    Recursos indicativos Formulrio de referenciao (F1)

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    Dinmicas de trabalho da parceriaAvaliao das potencialidades e expectativas de desenvolvimento e de necessidades de apoio

    AVALIAO DAS POTENCIALIDADES E EXPECTATIVASDE DESENVOLVIMENTO E DE NECESSIDADES DE APOIO

    Objetivos Caracterizar a funcionalidade (biopsicossocial) do aluno numa perspetiva abrangen-

    te e integrada, descrevendo:

    As alteraes das funes e/ou estruturas do corpo;

    Os nveis de participao do aluno no contexto escolar e noutros contextos de vida;

    A forma como os fatores ambientais, ligados ao seu contexto de vida, facilitam aaprendizagem e o desenvolvimento ou se constituem como seus obstculos.

    Verificar se se est perante uma situao de aluno com NEE. Descrever de forma sucinta o percurso de desenvolvimento do aluno, identificando

    as competncias adquiridas ao longo da sua vida, nos contextos escolar e de vidaem geral.

    Identificar as potencialidades de desenvolvimento e as necessidades de apoio doaluno.

    Identificar as expectativas do aluno e do encarregado de educao relativamente participao do aluno no contexto escolar e nos restantes contextos de vida.

    Participantes

    Aluno

    Encarregado de educao e outras pessoas relacionadas com o aluno

    Docente titular de turma/ diretor de turma/outros docentes

    Diretor do AE

    Coordenador/ docente de EE Psiclogo do AE

    Tcnico/s do CRI

    Pessoas/entidades que conheam o aluno, tais como pares do aluno, tcnicos desade, tcnicos de ao social

    ELI (quando a criana acompanhada pelo SNIPI)

    Orientaes de trabalho

    A avaliao, na sequncia da referenciao, implica 3 etapas-chave. Se se estiverperante uma situao de NEE, estas 3 etapas-chave iro contribuir de forma decisivapara a elaborao do PEI.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    Avaliao do perfilde funcionalidadee identificao demedidas/ apoios

    Identificao daspotencialidades,expectativas enecessidades

    Elaborao doRelatrio

    Tcnico-Pedaggico

    Elaboraodo PEIEM SITUAO DE NEE

    Fig. 2. Etapas-chave

    Avaliao do perfil de funcionalidade e identificaode medidas e apoios

    Aps receo do formulrio de referenciao o diretor do AE verifica se a informao

    solicitada est disponvel e encaminha-o posteriormente para a equipa responsvelpela avaliao. Se no existir ainda autorizao da famlia, esta contactada para autorizar o incio

    do processo de avaliao especializada. A equipa responsvel pela avaliao analisa a informao disponibilizada sobre o

    aluno. Caso se considere que o aluno no apresenta NEE, a equipa identifica e mobiliza os

    apoios disponibilizados pela escola que mais se adequem, registando tal facto noRelatrio Tcnico-Pedaggico (RTP).

    Quando necessrio, so solicitados documentos complementares - ex.: relatrios deprofissionais que estejam a apoiar ou que tenham apoiado o aluno - e/ou avaliaoem domnios tcnicos especficos.

    Para avaliao em domnios tcnicos especficos em que o aluno no seja acompa-nhado, o CRI pode ser um parceiro privilegiado. O envolvimento de tcnicos do CRInesta fase de avaliao poder ser relevante para a elaborao e implementaodo PEI.

    A dinmica decorre num contexto de equipa pluridisciplinar, considerando de formaintegrada as potencialidades, expectativas e necessidades do aluno.

    A equipa organiza reunio para: Partilhar e analisar a informao disponvel sobre o aluno; Recolher informao complementar sobre o aluno, considerado nos seus contex-

    tos de vida: alteraes nas funes do corpo; o desempenho e o modo como o ambiente responde, influenciando esse de-

    sempenho; caractersticas dos contextos (fatores ambientais) famlia, relaes de vizi-

    nhana, estabelecimento de educao pr-escolar, escola.

    Identificar outra informao a recolher, nomear responsveis por essa recolha edefinir prazo para o efeito.

    Depois de reunida e analisada toda a informao, verifica-se se se est perante umasituao de NEE.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaAvaliao das potencialidades e expectativas de desenvolvimento e de necessidades de apoio

    Conclui-se pela existncia de uma situao NEE que requer apoios especializadosquando se verifica que: O aluno apresenta alteraes nas funes e/ou estruturas do corpo; Da interao entre o aluno e os seus contextos de vida emergem:

    dificuldades na execuo de tarefas, nos diferentes domnios de vida; limitaes significativas ao nvel da participao nas atividades de vida diriacomparativamente ao que expectvel para o seu nvel etrio;

    barreiras ambientais que condicionam a participao do aluno nos diferentescontextos de vida, designadamente, o contexto escolar;

    potencialidades de desenvolvimento correspondentes ao diferencial entre o de-sempenho atual e o potencial, se apoiado.

    Se o aluno no necessita de respostas educativas no mbito da educao especial,sero mobilizados os apoios do AE que mais se adequem situao e/ou apoios dacomunidade.

    Identificao das potencialidades, expectativas e necessidades uma alavanca para a definio do PEI A definio das medidas educativas e dos apoios especializados a mobilizar resulta

    de uma avaliao aprofundada das potencialidades, expectativas e necessidades doaluno.

    Para o efeito, relevante o contributo dos diferentes atores (ex.: pais, docentes)que interagem com o aluno, bem como de tcnicos de domnios especializados,cuja interveno seja necessria em cada caso. Os diferentes profissionais, bem

    como os pais, participam na reunio de avaliao, a qual tem como finalidade: Recolher informao sobre o percurso de desenvolvimento do aluno; Explorar as percees e expetativas do encarregado de educao, famlia e do-

    centes acerca das capacidades e das dificuldades do aluno; Descrever o desempenho atual do aluno nos seus contextos de vida, identifi-

    cando o que consegue fazer, o que consegue fazer com apoio, o que conseguiriafazer com apoio ou com alterao nos contextos e o que tem dificuldades ou noconsegue realizar;

    Identificar estratgias j implementadas pela famlia e docentes para potenciaras capacidades do aluno e para fazer face s dificuldades deste, indicando osresultados obtidos;

    Identificar os recursos pessoais e sociais e as competncias adquiridas que pode-ro facilitar o desenvolvimento do aluno;

    Descrever de forma abrangente as potencialidades, expectativas e necessidadesdo aluno, tendo em conta o seu projeto educativo e de vida;

    Explorar em que medida cada interveniente pode atuar como facilitador do pro-cesso de desenvolvimento do aluno;

    Sistematizar informaes relevantes para a elaborao e implementao do PEI.

    Para a mobilizao dos profissionais dos AE e dos CRI, nesta fase, ser consideradaa possibilidade dos mesmos darem continuidade ao apoio prestado ao aluno, casoseja necessria a sua interveno. A relao de trabalho estabelecida entre aluno eprofissionais nesta fase de avaliao ser uma mais-valia para uma eventual inter-veno futura.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    Nesta reunio os intervenientes so convidados a refletir sobre as representaesque tm acerca do problema. Podero emergir diferentes percees do mesmo,da sua intensidade e da forma como este se manifesta. Para a dinamizao destareunio podem ser usadas perguntas-tipo como as apresentadas no instrumentoPorteflio de questes para a explorao das potencialidades e recursos pessoais e

    sociais (em anexo I2). A avaliao realizada recorrendo a dois tipos de mtodos, complementares entre

    si: Mtodos formais - baseados na utilizao de instrumentos de avaliao validados

    e aferidos. Mtodos ecolgicos mtodos baseados na recolha de evidncias observveis em

    relao ao nvel de desempenho do aluno nos seus diferentes contextos de vida,identificando os diferentes fatores ambientais (facilitadores e barreiras) queconcorrem para explicar o seu atual quadro de funcionalidade. A recolha de infor-mao sobre o funcionamento do aluno em contexto poder ser realizada atravsda observao direta (em sala de aula, refeitrio, recreio, locais da comunidade,entre outros) ou atravs do cruzamento de fontes de informao, nomeadamente,pais e outras pessoas de referncia que tenham experincias comuns com o aluno.

    Esta dinmica de avaliao pode ser apoiada por instrumentos de avaliao como osapresentados a ttulo indicativo em anexo.

    Elaborao do Relatrio Tcnico-Pedaggico Desta dinmica de avaliao resulta o Relatrio Tcnico-Pedaggico (RTP).

    O RTP contm Descrio do perfil de funcionalidade do aluno, identificando alteraes nas estru-

    turas e/ou funes do corpo, limitaes da atividade e restries participaoe fatores ambientais.

    Deciso sobre elegibilidade dos apoios de educao especial. Recomendaes: Para a elaborao do PEI, tratando-se de uma situao de NEE; Para encaminhamento para os servios do AE adequados, se no se estiver peran-

    te uma situao de NEE. Quando possvel e pertinente, podem ser identificadosoutros servios da comunidade.

    As potencialidades, expectativas e necessidades do aluno sero depois registadas noPEI, documento que formaliza as necessidades de apoio identificadas.

    Aps elaborao do RTP, a informao recolhida e a proposta de deciso so par-tilhadas com o encarregado de educao que, caso concorde, procede respetivaassinatura. Caso no concorde, a equipa procura explorar os fundamentos destaposio e, em conjunto, verifica se h novos dados que justifiquem a alterao daproposta da deciso. No havendo consenso, o encarregado de educao, em docu-mento elaborado para o efeito e devidamente assinado, declara a sua discordncia,indicando as razes que fundamentam a sua opinio.

    Aps assinatura do RTP pelos intervenientes, este enviado ao diretor. No existindo concordncia por parte do encarregado de educao, o diretor poder

    organizar reunio conjunta com os intervenientes, para clarificar os argumentos queoriginam a divergncia.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaAvaliao das potencialidades e expectativas de desenvolvimento e de necessidades de apoio

    Quando adequado, so explorados outros tipos de apoios/ medidas que podem sermobilizados para responder s dificuldades identificadas pelos encarregados deeducao, bem como as consequncias da discordncia na mobilizao dos apoiosprevistos para alunos com NEE.

    Permanecendo a discordncia do encarregado de educao, poder o mesmo recor-

    rer Direo-Geral dos Estabelecimentos Escolares, do Ministrio da Educao eCincia, fundamentando as razes da mesma.

    Sntese das responsabilidades e intervenes

    AE CRI

    Analisa a informao constante do for-mulrio de referenciao e anexos.

    Assegura a autorizao da famlia parainiciar processo de avaliao.

    Envolve ativamente os vrios interve-nientes nas dinmicas de avaliao.

    Identifica eventuais necessidades deinformao adicional (ex. avaliaesespecializadas complementares).

    Mobiliza o apoio do CRI para a realiza-o das avaliaes especializadas.

    Determina se se est perante situaode NEE.

    Identifica recomendaes para a elabo-rao do PEI. Elabora o RTP.

    Participa nas dinmicas de avaliaodas potencialidades, expectativas enecessidades.

    Efetua avaliaes especializadas com-plementares.

    Participa na tomada de deciso sobrese se est perante situao de NEE.

    Apoia na identificao de recomenda-es para a elaborao do PEI.

    Contribui para a elaborao do RTP.

    Recursos indicativos Porteflio de questes para a explorao das potencialidades, expectativas e neces-

    sidades na perspetiva do aluno (I1) Porteflio de questes para a explorao das potencialidades e recursos pessoais e

    sociais (I2) Avaliao do contexto escolar e comunitrio (I3) Levantamento de necessidades de apoio do sistema familiar (I4) Relatrio Tcnico-Pedaggico (F2)

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    ELABORAO DO PROGRAMA EDUCATIVOINDIVIDUAL (PEI)

    Objetivos Identificar objetivos de aprendizagem, respostas e medidas educativas de apoio a

    implementar.

    Identificar objetivos ao nvel de outras dimenses da funcionalidade do aluno comimpacto nos processos de aprendizagem, bem como as respetivas respostas e medi-das de apoio a implementar.

    Contratualizar objetivos, respostas e medidas de apoio aprendizagem e ao desen-volvimento da funcionalidade, envolvendo o aluno, o encarregado de educao, aescola e o CRI.

    Participantes Aluno

    Encarregado de educao e outras pessoas relacionadas com o aluno

    Docente titular de turma/ diretor de turma/ outros docentes

    Docente de EE

    Psiclogo do AE

    Tcnico/s do CRI

    Orientaes de trabalho A elaborao do PEI visa a estabilizao da informao previamente recolhida e

    analisada, bem como a consolidao de um quadro comum partilhado entre todosos intervenientes acerca do aluno e das suas interaes com os contextos. Decorreem contexto de equipa colaborativa, definindo claramente objetivos comuns detrabalho, responsabilidades, e a concertao das intervenes posteriores.

    O PEI elaborado com base nas potencialidades e expectativas de desenvolvimentoe necessidades de apoio previamente identificadas.

    O PEI um documento formal que: Descreve o perfil de funcionalidade do aluno; Sumaria as potencialidades, expectativas e necessidades identificadas; Estabelece os objetivos; Define as medidas educativas e apoios especializados a ativar.

    Constitui-se como o instrumento de contratualizao e responsabilizao entre osintervenientes no processo de desenvolvimento educativo do aluno.

    Os objetivos so definidos tendo em conta o ponto de partida do aluno, os recursosdo meio ambiente, as necessidades do aluno, as preocupaes e prioridades do alu-no, do encarregado de educao e dos docentes.

    Os objetivos correspondem s expectativas dos intervenientes e so partilhados egeridos em equipa.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaElaborao do PEI

    Os objetivos especficos so definidos de modo SMART, formulados como resultadosesperados para o aluno, centrados nas atividades e na participao e incluindo osque decorram da eliminao/ reduo de barreiras ou potenciao de facilitadoresdo contexto (e no por rea de especialidade de interveno).

    S Especficos(specific)

    Formulados de forma concreta e precisa Descrevem o resultado esperado Relativos atividade e participao do aluno Com significado para o aluno

    M Mensurveis(measurable)

    Permitem verificar se foram alcanados Podem ser verificados de modo qualitativo ou quantitativo, atravs de

    evidncias formais (ex.: testes) ou ecolgicas (ex.: observao do com-portamento em contexto real)

    A Atingveis(attainable)

    Podem ser alcanados, considerando os potenciais do aluno e a atuaoque se pode ter sobre os seus contextos de vida

    R Realistas(realistic)

    Pretendem alcanar os nveis de desenvolvimento possveis face aos meiosdisponveis

    T Temporais(time-bound)

    Esto calendarizados Est especificado at quando que cada objetivo ser alcanado

    Fig. 3. Objetivos SMART

    Quando da avaliao resultar a identificao de vrias potencialidades, expectativase necessidades de interveno, pode ser necessrio selecionar os objetivos a traba-lhar no ano letivo.

    Para a priorizao desses objetivos podem ser utilizados critrios como:

    Potencial de desenvolvimento: seleo dos objetivos em que se perspetive maiordiferena entre o estado atual e o estado expectvel;

    Pr-requisitos: seleo de objetivos que necessitem de ser trabalhados para quese possa investir posteriormente na explorao dos objetivos seguintes;

    Ponto de alavancagem: seleo de objetivos que, pela sua natureza, ao serempromovidos estaro a desenvolver indiretamente outros.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    O PEI contm

    Identificao do aluno; Resumo da histria escolar e outros antecedentes relevantes; Caracterizao dos indicadores de funcionalidade e do nvel de aquisies e difi-

    culdades do aluno; Fatores ambientais que funcionam como facilitadores ou como barreiras parti-

    cipao e aprendizagem; Potencialidades, expectativas e necessidades; Definio das medidas educativas e apoios especializados a implementar; Discriminao dos contedos, dos objetivos gerais e especficos a atingir e das

    estratgias e recursos humanos e materiais a utilizar; Nvel de participao do aluno nas atividades educativas da escola; Distribuio horria das diferentes atividades previstas; Identificao dos tcnicos responsveis; Identificao dos documentos anexos ao PEI; Definio do processo de avaliao da implementao do PEI; Data e assinatura dos participantes na sua elaborao e dos responsveis pelas

    respostas educativas a aplicar.

    O PEI redigido de forma clara, com terminologia e formulao acessveis, assegu-rando que seja entendvel por todos os intervenientes.

    Em situaes de transio entre ciclos ou de mudana de estabelecimento de ensino

    dever ser includo um objetivo que promova uma adequada transio. Considerando a idade do aluno, o nvel de escolaridade frequentado e o tipo de

    apoios que necessita, includa no seu PEI uma etapa sobre a participao ematividades de orientao e desenvolvimento de carreira, tendo em vista apoiar oprocesso de transio para o mercado de trabalho, ensino superior, etc. (vd.secoTransio para a Vida Ps-escolar).

    Na identificao de medidas educativas e de apoios especializados a implementar,so considerados: Os apoios a prestar diretamente ao aluno; Os apoios de consultoria que visam habilitar os contextos de participao do

    aluno, que podem ser prestados, entre outros, a: profissionais do AE (ex.: docentes, assistentes operacionais), pessoas relacionadas com o aluno (ex.: pais, irmos, outros familiares), profissionais de entidades que intervenham no mbito da implementao do

    PEI (ex.: responsveis por estgios).

    Caso seja proposta a medida Adequaes Curriculares Individuais, em documento

    anexo ao PEI so discriminadas as adequaes previstas, designadamente: na orga-nizao e disposio da sala de aula; nos materiais didticos; nas atividades; nasestratgias de ensino-aprendizagem; nos instrumentos de avaliao; nos contedoscurriculares.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaElaborao do PEI

    A ativao da medida ser efetuada de forma dinmica ao longo da intervenoeducativa priorizando-se as adequaes de natureza mais instrumental e recorren-do s adequaes ao nvel dos contedos e objetivos apenas quando os outros tiposde adequaes manifestamente no respondem s necessidades diferenciadas doaluno1.

    Organizao e disposio do espaoEstratgias de ensino e atividadesRecursos / materiais educativos

    Momentos, formas e critriosde avaliao

    Estruturao do tempoContedosObjetivos

    Maior

    afasta

    men

    todocu

    rrc

    uloco

    mum

    Fig. 4. Hierarquizao dos tipos de adequaes1

    Quando ativada a medida Adequaes no Processo de Avaliao, ao PEI anexadodocumento contendo as especificaes das adequaes.

    Caso seja proposta a medida Currculo Especfico Individual (CEI), no PEI so evi-

    denciados/as: Os motivos que fundamentam esta medida; Os contedos, objetivos e competncias a desenvolver; As estratgias a implementar para promover a interao do aluno com os colegas

    de turma no mximo possvel de situaes e de atividades; As atividades propostas que valorizam a autonomia do aluno, adequadas sua

    faixa etria e teis para a sua vida futura. Aps discusso dos vrios cenrios e elaborao do PEI em equipa, o documento

    dever ser assinado por todos os intervenientes, sendo solicitado ao encarregado deeducao que se pronuncie sobre o mesmo.

    Quando o CEI identificado como medida educativa, pode ser til disponibilizar aoencarregado de educao documento que o esclarea sobre essa medida educativa,bem como os seus impactos.

    Aps assinatura do PEI pelos intervenientes, o titular de turma/ diretor de turmasubmete-o a Conselho Pedaggico, ao que se segue a homologao pelo diretor.

    Na eventualidade de o encarregado de educao no concordar com o PEI, a equipaprocura explorar os fundamentos desta posio e, em conjunto, verifica se h novosdados que justifiquem a alterao da proposta da deciso. No havendo consenso,

    o encarregado de educao, em documento elaborado para o efeito e devidamente

    1 Adaptado de: - Madureira, I. & Leite, T. (2003). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Universidade Aberta. - Leite,T. (2005). Diferenciao Curricular e Necessidades Educativas Especiais. In: Sim-Sim, I. (org.) Necessidades EducativasEspeciais: Dificuldades das Crianas ou da Escola? Lisboa: Texto Editora.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    assinado, declara a sua discordncia, indicando as razes que fundamentam a suaopinio.

    Quando o diretor verifica que no existe concordncia por parte do encarregadode educao, organiza reunio com os intervenientes nesta fase, a fim de proceder clarificao dos argumentos que originam a divergncia. Quando adequado, so

    ainda explorados outros tipos de apoios/medidas que podem ser mobilizados pararesponder s dificuldades identificadas pelo encarregado de educao, bem como asconsequncias da sua discordncia na mobilizao dos apoios previstos.

    Mantendo-se a discordncia do encarregado de educao, este pode recorrer Dire-o-Geral dos Estabelecimentos Escolares, do Ministrio da Educao e Cincia, nostermos da lei, fundamentando as razes da mesma.

    A elaborao e homologao do PEI so concludas no prazo mximo de 60 dias apsa referenciao.

    No caso de alunos com um PEI em implementao aconselhvel a sua reviso nofinal do ano letivo, tendo por base os resultados da avaliao de potencialidades,

    expectativas e necessidades.

    Sntese das responsabilidades e intervenes

    AE CRI

    Coordena a elaborao do PEI, realiza-da de forma colaborativa, envolvendoativamente o aluno, o encarregado deeducao e outros intervenientes.

    Formula os objetivos especficos emconformidade com as potencialidades,expectativas e necessidades identifi-cadas.

    Estabelece com o aluno e o encarrega-do de educao as medidas educativase apoios especializados a ativar.

    Assegura a adequao do PEI s poten-cialidades, expectativas e necessidadesdo aluno e da interao deste com os

    contextos. Assume a responsabilidade pela imple-

    mentao do PEI. Assegura que o PEI otimiza a participa-

    o do aluno na turma e nas dinmicasgerais da escola.

    Disponibiliza apoios para que o aluno, oencarregado de educao e outras pes-soas significativas participem de formaativa na elaborao do PEI.

    Apoia na formulao dos objetivosespecficos, em conformidade com aspotencialidades, expetativas e necessi-dades, visando a maximizao da par-ticipao do aluno nos seus contextosde vida.

    Contribui para a tomada de decisoacerca das medidas educativas e apoiosespecializados a ativar.

    Responsabiliza-se pelo cumprimento

    dos objetivos que lhe ficaram atribu-dos no PEI.

    Recursos indicativos PEI (F3)

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    Dinmicas de trabalho da parceriaOrganizao, implementao e monitorizao do PEI

    ORGANIZAO, IMPLEMENTAO E MONITORIZAODO PEI

    Objetivos Identificar objetivos de aprendizagem, respostas e medidas educativas de apoio a

    implementar. Consolidar uma viso comum entre os diferentes profissionais que vo intervir na

    implementao do PEI sobre: As potencialidades, expectativas e necessidades do aluno; O modo como os contextos de vida influenciam o seu desempenho atual.

    Organizar a implementao do PEI: definir objetivos especficos, estratgias e re-cursos.

    Implementar o PEI, de modo articulado, coerente e convergente entre todos osenvolvidos.

    Avaliar de modo regular o grau de concretizao dos objetivos definidos e o modocomo o processo est a decorrer.

    Monitorizar periodicamente o PEI, analisando os progressos alcanados, a adequaodos servios e recursos mobilizados s expectativas e necessidades dos alunos e asatisfao dos intervenientes.

    Quando necessrio, rever o PEI em funo dos resultados da monitorizao, garan-tindo o ajustamento continuado s necessidades e potencialidades do aluno.

    Participantes Aluno Encarregado de educao e outras pessoas relacionadas com o aluno Docente titular de turma ou diretor de turma (coordenador do PEI) e outros docentes Psiclogo do AE Docente de EE Tcnicos do CRI que apoiam o aluno, incluindo por via da consultoria Outros profissionais que intervenham com o aluno

    Orientaes de trabalhoOrganizao da implementao do PEI Sempre que possvel, manter-se-o os mesmos profissionais do AE e do CRI na ava-

    liao das potencialidades, expectativas e necessidades e na organizao e imple-mentao do PEI.

    No caso de alunos que j tinham um PEI, ser relevante a manuteno da equipade apoio.

    O coordenador do PEI assegura que toda a equipa tem a informao necessria sobreo aluno e inicia a organizao da implementao do PEI.

    A organizao conjunta da implementao do PEI particularmente relevantequando este tenha sido elaborado no final do ano letivo, principalmente quando hmudana substantiva de profissionais intervenientes.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    A organizao da implementao do PEI orientar a equipa na sua atuao emtorno da interao aluno/contextos. As definies presentes no PEI so decom-postas em objetivos especficos de curto-prazo e em estratgias concretas deinterveno.

    A existncia de um plano concreto que integre as atuaes dos vrios profissionaispermitir uma interveno coerente e convergente.

    A organizao da implementao do PEI efetuada pela parceria AE e CRI, podendoser realizadas reunies para o efeito.

    Na reunio de organizao da implementao do PEI participam o coordenador doPEI, restantes docentes do aluno, tcnicos dos CRI que apoiam o aluno e, sempre queadequado, o encarregado de educao e outros adultos significativos.

    Previamente reunio, os elementos da equipa analisam o contedo do PEI e iden-tificam objetivos e aes concretas (no especificadas por reas de interveno),

    visando responder aos objetivos identificados no PEI. Para a dinamizao desta reunio podem ser usadas perguntas-tipo como as apre-

    sentadas no instrumento Porteflio de questes para a definio dos resultadosesperados (em anexo I5).

    Desta reunio resulta um documento que conter informao sobre os objetivos e omodo de serem prosseguidos (exemplo de documento de organizao da implemen-tao do PEI em anexo I6).

    Resultados esperados

    O que se espera observar no desempenho e/ou participao

    do aluno, descrevendo atitudes, capacidades e competn-cias que se pretendem manter ou melhorar, resultantes dasintervenes dirigidas ao aluno e aos seus contextos.

    Forma de verificao

    Especificao do meio de verificao da concretizao doobjetivo (ex.: observao, resultado de prova, etc.) e doindicador (ex.: nmero especfico de vezes que o aluno fazalgo sem apoio; resultado especfico numa prova, etc.).

    Intervenes aimplementar

    Identificao das estratgias especficas a implementar,com enfoque no aluno e nos seus contextos para alcanar

    o resultado esperado.Modalidade efrequncia

    Indicao sobre se a interveno ocorrer na turma, emgrupo, a par ou individualmente e qual a periodicidade.

    Incio e fim dainterveno

    Definio temporal do perodo de implementao das in-tervenes, sendo a data de concluso a prevista para aconcretizao do objetivo.

    Contexto de apoioIndicao dos locais em que sero implementadas as in-tervenes (ex.: sala de aula, refeitrio, sala de apoio,empresa).

    Intervenientes Identificao dos participantes na interveno.

    No que respeita ao objeto de interveno, s modalidades e aos contextos de apoio,so privilegiadas as aes nos contextos reais de vida, capacitando-os.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaOrganizao, implementao e monitorizao do PEI

    Apoios que atuam diretamente nos contextos dos alunos, capacitando-os

    Vantagens Exemplos

    Atuao direta sobre as barreiras comque os alunos se confrontam nos seus

    contextos de vida.Ativao ou reforo dos facilitadores.Aumento da motivao e empenho doaluno e de outros intervenientes pelofacto de se atuar em contexto real.Impacto direto nos desempenhos doaluno.Criao de condies que facilitam atransferibilidade das competncias ad-quiridas pelos alunos para os seus con-textos de participao.Melhoria dos nveis de eficcia e de efi-cincia dos apoios prestados.

    Apoios de consultoria, designadamente famlia, aos docentes e profissionais no

    docentes dos AE, bem como a outros ele-mentos da comunidade que interajam deforma significativa com o aluno, como: aes de apoio s famlias sobre recur-

    sos e servios existentes; grupos de pais que atuem como estru-

    turas de suporte e espaos de partilha; aes para partilha e reconstruo

    coletiva de estratgias mais adequadasao aluno;

    aes para treino prtico de orienta-es sobre como proceder no mbito doapoio ao aluno - como apoiar a sua ali-mentao e deglutio, como promo-ver a sua conscincia fonolgica, etc.;

    aes de informao ou de formaosobre a utilizao de determinado pro-duto de apoio;

    aes de apoio sobre a organizao deespao, tempo e gesto do grupo.

    Reduo/ eliminao de barreiras arqui-tetnicas.Adaptao de materiais pedaggicos.Reorganizao da disposio espacial dacantina.

    No caso dos apoios diretos aos alunos, a sua disponibilizao ocorrer preferencial-mente nos contextos naturais (sala de aula, refeitrio, recreio, etc.).

    Apoios prestados nos contextos naturais, com todos os outros alunos

    Vantagens Exemplos

    A sala de aula o contexto natural dedesenvolvimento e de promoo da parti-cipao efetiva dos alunos.

    Promove o sentimento de pertena aogrupo e diminuio do estigma associadoao apoio individualizado.

    Os pares do aluno, compreendendo esendo envolvidos nas tarefas, podem agir

    como facilitadores, dando continuidade aalgumas das estratgias identificadas.

    Dinmicas na turma, planeadas com odocente, orientadas para os objetivosdefinidos para o aluno mas que podemcontribuir para o desempenho de outros.

    Interveno (no recreio/intervalo, canti-na, reprografia, bar da escola), com vistaao desenvolvimento das competnciasalvo em contextos reais de aprendizagem.

    Quando existe motivo tcnico que o fundamente, os apoios podem ser dirigidos aum grupo de alunos com as mesmas necessidades ou prestados individualmente,

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    se mais adequado. A opo pela prestao individual do apoio poder ser tomadaquando esse apoio atue como alavanca para a efetiva participao do aluno nos seuscontextos, designadamente o escolar.

    Apoios prestados a grupo de alunos com necessidades idnticas

    Vantagens ExemplosEstabelecimento de relaes interpes-soais com pares que partilham dificulda-des idnticas.Maior facilidade de transferir as compe-tncias para os contextos naturais.Partilha de experincias entre pares.

    Sesses de desenvolvimento pessoal esocial.Sadas comunidade para trabalharcompetncias especficas de um grupode alunos.

    Apoios prestados individualmente

    Vantagens ExemplosFocalizao exclusiva na atividade a de-senvolver com o aluno.Explorao de aspetos que o aluno po-deria ter dificuldade em partilhar emgrupo.Desenvolvimento de competncias quepermitam ao aluno participar nas din-micas da turma.

    Preparao para a participao do alunode modo a que apreenda conceitos quesero pr-requeridos na aula que irfrequentar.

    Quando necessrio, a equipa identifica ainda as condies necessrias para viabilizara implementao das intervenes, por exemplo, atravs do estabelecimento deparcerias com recursos da comunidade.

    Para facilitar a articulao entre os docentes do AE e os tcnicos do CRI que apoiamo aluno, poder ser relevante designar um desses tcnicos do CRI como elementode ligao.

    Este tcnico recolhe e partilha informao junto dos restantes tcnicos do CRI queapoiam o aluno e articula com o docente titular de turma/ diretor de turma (e vi-ce-versa).

    A identificao desse tcnico corresponde, sempre que possvel, ao domnio de in-terveno mais significativo. Na fase de organizao da implementao do PEI seroidentificados os momentos e os moldes em que sero efetuadas as reunies paraacompanhamento e monitorizao do PEI, incluindo as reunies com o encarregadode educao.

    Incluem-se neste planeamento as reunies a realizar no final de cada perodo letivo,bem como em outros momentos-chave identificados (por exemplo, associado ao in-cio da utilizao de determinado produto de apoio, ao incio de determinado apoio,a determinada mudana no corpo docente).

    Poder ser relevante assegurar a presena do docente de EE e do tcnico do CRI de-signado como elemento de ligao com os docentes do AE desse aluno no horrio deatendimento dos encarregados de educao que vier a ser identificado pelo docentetitular de turma/ diretor de turma.

    Nos momentos iniciais de articulao com o encarregado de educao ser recolhidainformao sobre as suas preferncias quanto s formas de contacto (caderneta do

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    Dinmicas de trabalho da parceriaOrganizao, implementao e monitorizao do PEI

    aluno, e-mail, telemvel, presencial), para permitir uma comunicao mais fluidae contnua com a equipa, muito particularmente, com o docente titular de turma/diretor de turma, docente de EE e tcnico do CRI designado como elemento deligao.

    A organizao da implementao do PEI concluda to precocemente quanto pos-svel, de modo a assegurar que os alunos dispem dos recursos e apoios no incio doano letivo.

    Aps a definio dos objetivos especficos e das estratgias poder-se- concluir quealgumas das necessidades so comuns a vrios alunos e que haver vantagens emtrabalh-las em grupo.

    Para sistematizar os apoios a prestar pelo CRI, definidos em conjunto com o AE, eas dinmicas de organizao do trabalho, poder ser til elaborar um documento(exemplo em anexo I7) contendo informaes como: Identificao dos alunos, data de nascimento e nveis de ensino respetivos; Tipologia dos apoios prestados; Frequncia e tempo dos apoios; Identificao nominal dos tcnicos do CRI, indicando qual atua como elemento de

    articulao com os docentes. Nesta fase da organizao, o AE assegura a existncia de espaos fsicos adequados

    prestao dos apoios pelo CRI. Poder ser til designar um tcnico do CRI que articule, de modo mais prximo, com

    os decisores do AE e que apoie a atuao dos tcnicos do CRI (ex.: acolher tcnicos

    que vo apoiar o AE pela primeira vez; elaborar e monitorizar o plano acima refe-rido).

    Implementao do PEI

    A implementao do PEI ocorre no incio do ano letivo (ou aps a sua homologaono caso de alunos referenciados no decurso do ano letivo).

    Quando no existe ainda relao de trabalho anterior entre o aluno e os profissionaisdo AE e do CRI, os primeiros contactos tm tambm como objetivo a construodessa relao, que se pretende que seja baseada na empatia, aceitao mtua econfiana. Sero ainda um momento crucial para promover o envolvimento do alunonos resultados a atingir, designadamente no que respeita ao contexto escolar.

    O primeiro ms de implementao do PEI pode implicar um acompanhamento maisintensivo, de modo a detetar precocemente necessidades de ajuste s modalidadese periodicidade dos apoios.

    Considerando as vantagens dos apoios prestados em sala de aula, poder ser til apartilha do planeamento das atividades pedaggicas com os docentes de EE e os tc-nicos do CRI, de modo a que em conjunto definam estratgias a utilizar para incluiro aluno nas vrias atividades.

    Participao dos alunos com CEI nas dinmicas da turma e da escola No que respeita aos alunos com CEI, e tal como antecipado no PEI, so promovidas

    experincias de interao com os pares da sua turma ou em dinmicas mais geraiscom a comunidade escolar.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    Exemplos de contextos e de estratgias que promovema participao do aluno nas dinmicas da turma

    Participao nas atividades pedaggicas desenvolvidas no contexto da turma, comadaptao dessas atividades em funo do perfil de funcionalidade do aluno, quando

    necessrio.Frequncia de disciplinas com apoio de docente de EE, psiclogo do AE e/ou as-sistente operacional nos momentos em que so desenvolvidas atividades em que oaluno possa participar ativamente.Criao de dinmicas de grupo que permitam o treino de competncias, em parti-cular de socializao, comunicao e autonomia, sadas/visitas de estudo em locaisacessveis para os alunos.Tutoria pelos pares.

    Para promover a mxima participao do aluno nas dinmicas da turma, o docentede EE e os tcnicos do CRI apoiam os restantes docentes na compreenso do perfil

    de funcionalidade do aluno e na definio de estratgias e objetivos em sala de aula. A participao nas visitas de estudo, nas festas escolares e nas atividades desporti-

    vas so exemplos de contextos em que fomentada a incluso dos alunos. A realizao de atividades promovidas pela UAM/UEE1, para todos os alunos da tur-

    ma, pode ser ainda uma estratgia para fomentar a interao entre pares.

    Monitorizao do PEI

    O encarregado de educao e outros adultos significativos so envolvidos em mo-mentos de balano informal, designadamente com o titular de turma/ diretor deturma, docente de EE e tcnico de articulao do CRI, com o objetivo de partilharentre si as estratgias bem-sucedidas que possam ser transferidas para o outrocontexto.

    As estratgias acordadas com a famlia para serem implementadas em casa somonitorizadas com os encarregados de educao, para avaliar o seu impacto nodesenvolvimento do aluno e para as rever, quando necessrio. O envolvimentodos encarregados de educao nesta monitorizao permite que estes se sintamparte integrante no processo e promove a sua responsabilizao na prossecuodos objetivos.

    Sempre que possvel, as reunies com os encarregados de educao so agendadascom antecedncia suficiente, disponibilizando informao prvia sobre os seus ob-jetivos e durao estimada.

    As intervenes efetuadas, de apoio direto ou de consultoria, so registadas no ins-trumento de registo do AE, fsico ou digital.

    O CRI tem acesso ao registo das intervenes efetuadas. Com base neste registo, o instrumento que estabiliza os apoios prestados pelo CRI

    (como o plano anual dos apoios, apresentado a ttulo indicativo em anexo I7) vaisendo atualizado, de modo a que reflita os apoios efetivamente prestados.

    A avaliao do desempenho do aluno efetuada atravs de instrumentos de ava-liao diversificados e adequados s suas caractersticas (ex.: guio de observao

    1 UAM - Unidades de Apoio Especializado para a Educao de Alunos com Multideficincia e Surdocegueira Congnita; UEE -Unidades de Ensino Estruturado para a Educao de Alunos com Perturbaes do Espectro do Autismo.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaOrganizao, implementao e monitorizao do PEI

    direta, construo de porteflios, provas de avaliao, autoavaliao, avaliaopelos pares).

    Previamente reunio de monitorizao, o coordenador do PEI agenda reunio es-pecfica com o encarregado de educao e outros adultos significativos para balanodo perodo letivo e monitorizao do PEI.

    Esta reunio visa recolher informao sobre o desempenho do aluno no contextofamiliar e social, sobre os progressos observados ou o que permanece igual e sobreas explicaes que os encarregados de educao tm sobre a questo. Nesta reunioparticipam tambm o docente de EE e o tcnico de articulao do CRI.

    Nos momentos de avaliao sumativa (ex.: Conselho de Turma), no final do 1. edo 2. perodos letivos, ser til realizar reunies de monitorizao em que parti-cipam os intervenientes na implementao do PEI, com o objetivo de: Identificar em que medida foram alcanados os objetivos definidos; Identificar as estratgias com impacto positivo no desempenho do aluno e res-

    petivo potencial de transferncia para outras reas de interveno ou contextosde participao; Identificar resultados de natureza sistmica, nomeadamente na famlia, nos pa-

    res, nos profissionais do AE e noutros profissionais da comunidade que participemna implementao do PEI e do PIT do aluno;

    Caracterizar o envolvimento e a satisfao dos intervenientes, designadamentedo aluno, do encarregado de educao e de outras pessoas relacionadas com oaluno;

    Rever as prioridades e expectativas dos alunos, dos encarregados de educao; Identificar eventuais necessidades de reviso do PEI.

    efetuado o registo da monitorizao, analisando o processo de implementao dasmedidas e dos apoios, caracterizando os resultados alcanados e indicando orienta-es para o futuro.

    Grau de alcancedos objetivos Em que medida foram atingidos os resultados esperados.

    Anlise do processoe dos resultados

    Caracterizao sumria das intervenes efetuadas e even-tuais alteraes face ao planeado.Descrio do desempenho do aluno e de progressos obser-vados, nos contextos de participao.Reflexo sobre o envolvimento e a satisfao dos inter-venientes, designadamente do aluno, do encarregado deeducao e outras pessoas significativas.

    Orientaes parao futuro

    Aspetos a considerar nos perodos letivos seguintes e, quan-do necessrio, identificao da necessidade de reviso doPEI.

    No caso de ter sido elaborado o documento de organizao da implementao doPEI (exemplo em anexo I6), o registo da monitorizao pode ser efetuado nessedocumento.

    Para a avaliao do grau de concretizao dos objetivos, a parceria AE e CRI podeestabilizar uma escala quantitativa, que permita depois apurar taxas de eficcia oude sucesso das intervenes, sendo a seguir apresentado um exemplo.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    1O objetivo no foi alcanadoO resultado esperado no se verifica. A atividade ou participao que sepretendia alcanar no , de momento, observada.

    2O objetivo foi alcanado parcialmenteObserva-se o resultado esperado, mas apresentada 1 ou mais das seguintescondies: No consistente ao longo do tempo, No consistente nos diferentes contextos de participao, Para ocorrer necessrio assegurar um nvel de apoio superior ao que

    havia sido definido.

    3O objetivo foi alcanadoO resultado esperado verifica-se, como definido inicialmente. Foi atingido onvel de atividade ou participao prosseguido.

    NI No iniciadoAinda no foram implementadas as aes que visam prosseguir esse objetivo.

    Fig. 5. Exemplo de escala

    Sntese das responsabilidades e intervenes

    AE CRI

    Coordena a organizao da implemen-tao do PEI.

    Mantm comunicao estreita com oCRI, designadamente com o tcnicoidentificado como elemento de articu-lao.

    Articula com os encarregados de edu-cao, de modo a promover a partilhade informao sobre estratgias e re-sultados.

    Sempre que possvel, ausculta o alunosobre a sua perceo acerca do proces-so e resultados a alcanar.

    Estabelece parcerias com recursos dacomunidade que possam ser mobiliza-dos no mbito da implementao doPEI.

    Mantm registo dos apoios prestadospelo CRI.

    Rev os objetivos, intervenes, fre-quncia, modalidade e contextos deapoio, sempre que necessrio.

    Organiza e coordena as dinmicas demonitorizao do PEI e a sua eventualreviso.

    Colabora na organizao da implementa-o do PEI, definindo objetivos especficosde curto-prazo e estratgias concretas.

    Colabora na identificao de modalida-des, frequncias e contextos de apoio.

    Identifica um tcnico por cada alunoapoiado que atue como elemento dearticulao entre os docentes do alunoe os tcnicos do CRI que o apoiam.

    Identifica um tcnico que articula dire-tamente com os decisores do AE, paraquestes de carter organizacional.

    Mantm comunicao estreita com oAE, designadamente com o coordena-dor do PEI e com os docentes do aluno.

    Contribui para a identificao de re-cursos da comunidade que possam sermobilizados no mbito da implementa-o do PEI.

    Implementa os apoios definidos no PEI. Assegura o registo dos apoios prestados. Apoia os encarregados de educao e ou-

    tras pessoas relacionadas com o aluno. Participa nas dinmicas de monitoriza-

    o e de reviso do PEI.

    Recursos indicativos PEI (F3) Porteflio de questes para a definio dos resultados esperados (I5) Organizao da implementao do PEI e monitorizao (I6) Plano anual dos apoios do CRI (I7)

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    Dinmicas de trabalho da parceriaAvaliao dos resultados

    AVALIAO DOS RESULTADOS

    Objetivos Avaliar a implementao do PEI, analisando: os progressos alcanados; a adequao

    dos servios e recursos mobilizados s expectativas e necessidades dos alunos; asatisfao dos diferentes intervenientes.

    Rever o PEI em funo dos resultados atingidos e da identificao de alteraes aonvel das potencialidades, expectativas e necessidades.

    Participantes

    Aluno Encarregado de educao e outras pessoas relacionadas com o aluno

    Docente titular de turma ou diretor de turma (coordenador do PEI) e outros docentes Psiclogo do AE Docente de EE Tcnicos do CRI que apoiem o aluno (incluindo por via de consultoria) Outros profissionais que intervenham com o aluno

    Orientaes de trabalho A avaliao mobiliza todos os profissionais que interagem com o aluno, implicando-os

    na comparao entre o desempenho do aluno e os objetivos previamente definidos. Os resultados da avaliao do PEI, a par das alteraes que tenham ocorrido no alu-

    no e nos contextos, originaro novas potencialidades, expectativas e necessidades,num ciclo continuado que, por sua vez, originar a ativao de novas ou reformula-das medidas educativas e apoios especializados.

    Implementao emonitorizao do PEI

    Avaliao

    dosresultados

    Elaborao

    doPEI

    Avaliao dospotenciais, expectativas

    e necessidades

    Fig. 6. Ciclo Avaliao Implementao - Avaliao

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    O encarregado de educao, o aluno sempre que possvel e outras pessoas com elerelacionadas, participam nas dinmicas de avaliao dos resultados alcanados,criando-se contextos especficos para auscultar a perceo destes, se pertinente.

    Exemplo: reunio organizada pelo coordenador do PEI, com participao de todos os

    envolvidos para recolha de informao que possa contribuir para a posterior avaliaoda equipa pedaggica e de apoio ao aluno.

    Para alm da maior motivao e adeso s medidas e apoios que este envolvimen-to gera, a participao ativa do aluno e encarregado de educao permite aindarecolher informao sobre: O desempenho do aluno no seu contexto familiar e social; As diferenas observadas ou o que permanece inalterado; A perceo do aluno e do encarregado de educao sobre os resultados alcana-

    dos e o porqu de terem sido ou no alcanados; A satisfao do aluno e do encarregado de educao com o processo; As potencialidades, expectativas e necessidades emergentes.

    No momento de avaliao sumativa (ex.: Conselho de Turma) do final do 3. pero-do, ser til realizar reunio de avaliao em que participam os intervenientes naimplementao do PEI, com o objetivo de: Identificar em que medida foram alcanados os objetivos definidos no PEI; Identificar as estratgias que tiveram impacto positivo no desempenho do aluno

    e respetivo potencial de transferncia para outras reas de interveno ou con-textos de participao;

    Identificar resultados ao nvel da famlia do aluno, dos pares, dos profissionaisdo AE e de outros profissionais da comunidade que participem na implementaodo PEI;

    Caracterizar o envolvimento e a satisfao dos intervenientes; Efetuar a reviso do PEI.

    No caso de ter sido elaborado o documento de organizao da implementao doPEI (exemplo em anexo I6), a avaliao dos resultados esperados, associados aosobjetivos, ser um contributo-chave para a avaliao do PEI.

    O coordenador do PEI atua como facilitador da dinmica de discusso da equipa, demodo a favorecer as condies necessrias para assegurar o contributo de todos osparticipantes.

    Nas atividades de explorao dos resultados e impactos, dado que podem surgirresultados paralelos aos previamente definidos, podem ser usadas algumas dasquestes apresentadas no instrumento Exemplos de questes para explorao deresultados e impactos (em anexo I8). Esta explorao ser ainda til para apoiaro levantamento de potencialidades, expectativas e necessidades emergentes.

    efetuada a anlise sobre a relao entre os resultados alcanados e as medidas

    educativas implementadas, para identificao de necessidades de reviso do PEIpara o ano letivo seguinte.

    Na identificao das medidas educativas e dos apoios especializados a implementarno ano letivo seguinte, os intervenientes analisam as seguintes questes-chave:

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    Dinmicas de trabalho da parceriaAvaliao dos resultados

    Face ao atual perfil de funcionalidade do aluno e ao modo como os seus contex-tos se apresentam, mantm-se a necessidade de mobilizar medidas educativas eapoios especializados?

    possvel adotar medidas educativas e apoios especializados de natureza mais

    inclusiva? Que outras aes podem ser efetuadas nos contextos para aumentar a participao

    do aluno?

    Que outras medidas educativas e apoios especializados podem ser ativados parapromover o potencial de aprendizagem e o desenvolvimento do aluno?

    Para a identificao de novas potencialidades, expectativas e necessidades, podemser usadas algumas das estratgias ou recursos apresentados na seco Avaliaodas potencialidades e expectativas de desenvolvimento do aluno e de necessidades

    de apoio. Quando existe um CEI, o relatrio final especifica claramente os conhecimentos e

    competncias alcanadas.

    A avaliao final registada no Relatrio Circunstanciado (exemplo em anexo F4)e pode ser apurada a taxa de eficcia das medidas definidas no PEI.

    O Relatrio Circunstanciado contm

    Avaliao descritiva e quantitativa (ou qualitativa, se CEI) das disciplinas/ com-ponentes curriculares.

    Avaliao do grau de concretizao dos objetivos. Avaliao descritiva do processo e dos resultados obtidos, incluindo aspetos como: A satisfao do aluno e do encarregado de educao sobre o modo como o pro-

    cesso de apoio decorreu; A identificao dos resultados percebidos ao nvel da aprendizagem, da funcio-

    nalidade e da interao do aluno com os seus contextos; A identificao dos resultados percebidos ao nvel da famlia, da escola e de

    outros contextos sociais de participao; A anlise de eventuais alteraes ao previsto e a identificao de possveis ex-

    plicaes para o facto de alguns objetivos no terem sido alcanados (quandoaplicvel);

    A relao entre os resultados alcanados e as medidas educativas e apoios. Orientaes para o ano letivo seguinte: Indicao sobre a necessidade de continuao de apoios especializados, funda-

    mentando-a; Meno s alteraes a introduzir no PEI que ser implementado no ano letivo

    seguinte.

    Depois de concluda a avaliao, o coordenador do PEI rene com o encarregado de

    educao e outras pessoas significativas, para partilha dos resultados atingidos e doRelatrio Circunstanciado.

    Para a elaborao/ reviso do PEI, podem ser usadas como referncia as orientaesda seco Elaborao do PEI.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    A reviso do PEI permite o ajustamento continuado entre: As potencialidades, expectativas e necessidades do aluno (que vo mudando ao

    longo do tempo, tambm fruto dos resultados que vo sendo alcanados); Os objetivos propostos;

    As medidas educativas e os apoios especializados devem ser minimizados, sem-pre que o perfil de funcionalidade do aluno vai permitindo maiores nveis dedesempenho e participao.

    No caso de se prever mudana de estabelecimento de ensino, so criadas as con-dies para apoiar a transio (ex.: promover a autonomia do aluno para efetuaro novo trajeto; partilhar a informao com a equipa que apoiar o aluno no anoseguinte).

    Sntese das responsabilidades e intervenes

    AE CRI

    Coordena a avaliao dos resultados. Promove a participao ativa dos vrios

    intervenientes na avaliao dos resul-tados.

    Avalia a concretizao dos objetivos deaprendizagem do aluno.

    Avalia o alcance dos objetivos relativos

    a outros domnios da funcionalidade. Analisa o impacto das medidas edu-cativas e dos apoios especializados naconcretizao dos objetivos.

    Identifica potencialidades, expectati-vas e necessidades emergentes.

    Identifica orientaes sobre objetivos,medidas e apoios para o ano letivo se-guinte.

    Coordena a elaborao do Relatrio

    Circunstanciado. Aprova Relatrio Circunstanciado em

    sede de Conselho Pedaggico. Coordena a reviso do PEI, com a co-

    laborao do aluno, encarregado deeducao, psiclogo do AE e tcnicosdo CRI.

    Disponibiliza apoio para que o aluno, oencarregado de educao e outras pes-soas significativas participem de formaativa na avaliao de resultados, naidentificao de potencialidades, ex-pectativas e necessidades emergentese na reviso do PEI.

    Participa na avaliao dos objetivos

    do aluno e identifica o contributo dosapoios especializados para esses resul-tados.

    Apoia na identificao de potencia-lidades, expectativas e necessidadesemergentes.

    Participa na identificao de medidas eapoios a recomendar para o ano letivoseguinte.

    Participa na elaborao do Relatrio

    Circunstanciado. Participa na reviso do PEI.

    Recursos indicativos

    PEI (F3) Organizao da implementao do PEI e monitorizao (I6) Exemplos de questes para explorao de resultados e impactos (I8) Relatrio Circunstanciado (F4)

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    Dinmicas de trabalho da parceriaTransio para a vida ps-escolar

    TRANSIO PARA A VIDA PS-ESCOLAROs AE dispem de estratgias e dinmicas para preparar a transio de todos os alunos.No caso de alunos com NEE que necessitem de adaptaes no processo de transio,esses processos so complementados por dinmicas especficas, para as quais estaseco visa contribuir.

    Objetivos Promover o desenvolvimento vocacional dos alunos com NEE. Promover a participao ativa dos alunos nos diferentes contextos associados vida

    ps-escolar. Mobilizar oportunidades de desenvolvimento, diversificao e enriquecimento do

    porteflio de experincias vocacionais do aluno. Desenvolver competncias que permitam aos alunos nveis mais elevados de partici-

    pao em contextos associados vida ps-escolar. Criar condies de equidade na participao dos alunos nesses contextos.

    Participantes Aluno Encarregado de educao e outras pessoas relacionadas com o aluno Diretor de turma/docentes Docente de EE Psiclogo do AE

    Tcnicos do CRI Outros profissionais que apoiam o aluno Profissionais da comunidade (ex.: entidade enquadradora de estgio)

    Orientaes de trabalho1

    As orientaes de trabalho que se seguem referem-se essencialmente a alunos comPEI que seguem o currculo comum. As orientaes de trabalho relativas a alunos comCEI so apresentadas na subseco intitulada A transio de alunos com CEI. Noobstante, sempre que possvel, preconizado o envolvimento de todos os alunos nos

    programas de orientao e desenvolvimento vocacional que so desenvolvidos pelosAE.

    A preparao da transio para a vida ps-escolar acompanha as dinmicas ge-rais do AE no mbito da orientao vocacional. Sempre que necessrio, no PEI acrescentado um objetivo relativo ao desenvolvimento, explorao e investimentovocacional do aluno.

    No mbito da implementao dos programas de orientao desenvolvidos pelo AE,o psiclogo do AE pode identificar necessidades de apoio a prestar pelo diretor deturma, docente de EE e/ou tcnicos do CRI. Esse apoio pode ser mobilizado para:

    Recolha de informao sobre a funcionalidade do aluno; Adaptao das atividades e instrumentos de desenvolvimento vocacional a usar;

    1 Para o desenvolvimento das orientaes e instrumentos desta seco contribuiu de modo significativo o trabalho publicadopela ASSOL - Associao de Solidariedade Social de Lafes - Transio para a vida adulta e autodeterminao(2014/15).

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    Identificao da necessidade de ser prestado apoio direto ao aluno, para a criaode pr-condies que permitam a sua plena participao nos programas de orien-tao e desenvolvimento vocacional desenvolvidos pelo AE.

    Nos ltimos anos de frequncia escolar, no mbito da elaborao/ reviso do PEI,

    so identificados os apoios a mobilizar para facilitar a transio do aluno para avida ps-escolar. No ltimo ano de frequncia escolar, efetuada a preparao do contexto seguinte

    (universidades, centros de formao profissional, centros de reabilitao profissio-nal), quando este conhecido. Podem ser mobilizados, entre outros, os serviosdo Instituto do Emprego e Formao Profissional, para ativao de medidas dequalificao e emprego.

    Esta preparao integrada no PEI, como objetivo, sendo assim alvo de monitoriza-o e avaliao, no mbito das dinmicas nele previstas.

    A preparao do contexto para onde o aluno ir transitar implica uma anlise dessecontexto, a identificao de eventuais barreiras e de estratgias para as eliminar,reduzir ou compensar.

    Essa anlise poder ter como quadro de referncia os seguintes domnios de aces-sibilidades1:

    ACESSIBILIDADES

    Arquitetnica

    Inexistncia de barreiras ambientais fsicas nascasas, nos edifcios, nos espaos ou equipamentosurbanos e nos meios de transporte individuais oucoletivos.

    CONTEXTOSINCLUSIVOS

    Comunicacional Inexistncia de barreiras na comunicao interpes-soal, escrita e virtual (acessibilidade digital).

    Metodolgica Inexistncia de barreiras nos mtodos e estratgiaspedaggicas, de ao comunitria e familiar.

    InstrumentalInexistncia de barreiras nos instrumentos, ferra-mentas e utenslios de educao, formao, traba-lho e lazer, etc.

    ProgramticaInexistncia de barreiras invisveis integradas empolticas pblicas (leis, decretos, portarias) e nor-mas ou regulamentos (institucionais, empresariais,etc.).

    Atitudinal Inexistncia de preconceitos, estigmas, estereti-pos e discriminaes por parte dos intervenientes.

    Fig. 7. Domnios de acessibilidades

    Da anlise do contexto pode resultar a identificao de aes de desenvolvimento,

    cabendo parceria AE e CRI sensibilizar e apoiar os responsveis desse contexto parase tornar verdadeiramente inclusivo.

    1 Adaptado de: - Sassaki, Romeu Kazumi. Incluso Social. I Seminrio de Polticas Pblicas do Municpio de Limeira. SP,Limeira, 24 de setembro de 2003.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaTransio para a vida ps-escolar

    No sentido de apoiar a transio, prestada informao e suporte s famlias (le-gislao, entidades e servios de apoio). A capacitao da rede natural de apoiodo aluno um aspeto central no sucesso da transio.

    promovido o envolvimento da comunidade nos processos de transio dos alunospara a vida ps-escolar, pois dessa forma a comunidade ficar mais conscientedas circunstncias das necessidades educativas especiais, respondendo melhor diversidade.

    Exemplos de estratgias para envolver a comunidade

    Realizar encontros de entidades que acolhem visitas de explorao vocacional eestgios, de modo a: Permitir a partilha de experincias; Reconhecer publicamente o seu contributo para a incluso social dos alunos; Conferir visibilidade social a essas entidades por via da sua divulgao nos stios

    da internet do AE e do CRI.Integrar no Conselho Geral do AE entidades do tecido empresarial e dos serviossociais da comunidade.

    No Relatrio Circunstanciado identificado o contexto em que o aluno dar conti-nuidade ao seu projeto de vida ps-escolar e as condies de participao que foramasseguradas. Quando aplicvel, so ainda mencionados os recursos a mobilizar paraassegurar que a transio bem-sucedida.

    Quando no possvel identificar previamente a entidade para a qual o aluno irtransitar aps concluso da escolaridade obrigatria, o docente de EE e o tcnico do

    CRI apoiam o aluno e pessoas prximas na identificao de condies que permitama maximizao do potencial de desempenho e de participao do aluno.

    O docente de EE e o tcnico do CRI podem articular posteriormente com o aluno efamlia, no sentido de perceber se foram viabilizadas as condies de participao,apoiando nessa fase se pertinente.

    A transio dos alunos com CEIA transio dos alunos com CEI prev a elaborao de um PIT, dado que estes alunosnecessitaro de um apoio mais intensivo neste domnio.

    Elaborao do PIT Os alunos com CEI com 15 ou mais anos de idade encontram-se em processo de tran-

    sio para a vida ps-escolar pelo que elaborado o PIT.

    Um aspeto central do PIT assenta no desenvolvimento de experincias em contex-to real (estgios). Permitem ao aluno o confronto das suas ideias sobre o mundodo trabalho com as situaes concretas do quotidiano profissional/ ocupacional,permitindo-lhe desenvolver: Percees mais realistas, que apoiem a construo de um projeto adequado s

    suas competncias e potencialidades;

    Competncias pessoais, sociais e profissionais/ocupacionais em contextos natu-rais, com potencial de transferibilidade para oportunidades futuras de incluso.

    Para a elaborao do PIT contribuem todas as informaes prvias sobre potencia-lidades, expectativas e necessidades do aluno, PEI, CEI e relatrios de avaliao.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    O PIT pode incluir aes de desenvolvimento vocacional como as abaixo apresentadas.

    Desmistificao de crenasvocacionaisIdentificao e re/construo de

    interessesAnlise de competncias erecursos pessoais e sociais

    Exploraovocacional

    Investimentovocacional

    Construo do projetoocupacional/profissional

    Experincias em contexto real deatividade ocupacional/formativa/profissional [requer levantamentode necessidades do mercado detrabalho ou oportunidades do

    contexto (ocupao/formao)]

    Identificao das reas ocupacionais/profissionais a investirDefinio de aes necessrias (competncias a desenvolver, adaptaes,equipamentos, entidades parceiras)

    Fig. 8. Aes de desenvolvimento vocacional

    No quadro das atividades de explorao vocacional so implementadas visitas adiferentes contextos.

    O docente de EE e o tcnico do CRI, com o aluno e a famlia, exploram os recursosda comunidade, procurando sensibiliz-los para a incluso do aluno. Mediante operfil de funcionalidade, podem ser abordadas entidades: De carter formativo, como centros de formao profissional, centros de reabi-

    litao profissional; De carter laboral, como entidades pblicas, privadas e cooperativas que possam

    enquadrar experincias profissionais do aluno; De carter ocupacional, como os Centros de Atividades Ocupacionais (CAO).

    Os alunos participam, de acordo com o seu potencial, na identificao das entidadesa visitar e no planeamento das visitas.

    Essas visitas so organizadas pelo docente de EE em colaborao com o tcnico CRI,podendo ser organizadas para um aluno ou para um grupo de alunos.

    A preparao da visita efetuada com os alunos, sendo partilhada informao sobrea entidade a visitar, o tipo de tarefas que sero observadas e os objetivos da visita.

    Aps a realizao da visita efetuado o balano da mesma, incidindo sobre aspetoscomo o que gostaram/ no gostaram, o que mais os surpreendeu e que tarefas seimaginariam a fazer.

    Esta partilha dos alunos trabalhada para desenvolver representaes mais reals-tas sobre contextos profissionais/ocupacionais e diversificar os valores e interessesvocacionais.

    O envolvimento da famlia ao longo do processo de desenvolvimento do projetode vida ps-escolar constitui um fator determinante para a viabilizao da imple-mentao do PIT. Neste mbito, poder ser necessrio reconstruir as expectativase crenas da famlia sobre as competncias do aluno e sobre os contextos profis-sionais/ocupacionais.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaTransio para a vida ps-escolar

    O PIT pode incluir atividades como as apresentadas na seguinte figura.

    1 Prospeo e identificao de locais de estgio, com base nos interesses enas competncias do aluno.

    2 Realizao de contacto para explorao da disponibilidade da entidade.

    3 Realizao de reunio com os responsveis pelo eventual local de estgio,identificando: Mais-valias para a entidade em termos de responsabilidade social, coeso

    e cooperao entre trabalhadores, acesso a perspetivas diferenciadas pelocontacto com outros atores, capacitao para a gesto da diversidade;

    As necessidades e expectativas da entidade, de modo a permitir uma arti-culao sinrgica entre essas e os potenciais, expectativas e necessidadesdo aluno;

    As competncias do aluno (pessoais, sociais e profissionais/ocupacionais)que contribuam para a sua integrao na entidade; O tipo de tarefas que o aluno possa realizar e respetivas estratgias faci-

    litadoras para a sua execuo; O tipo de tarefas que, com aprendizagem e superviso, o aluno possa vir

    a realizar; Restries execuo de outras tarefas; O profissional responsvel pelo estgio (preferencialmente algum que

    acompanhe o aluno de modo prximo durante o estgio), que funcionarcomo pessoa de referncia da entidade para contactos com o docente de

    EE e o tcnico do CRI.

    4 Visita do aluno e do encarregado de educao entidade.A visita do aluno pode prolongar-se com uma fase de explorao do contex-to, permitindo que o aluno e o profissional responsvel pelo estgio, com oapoio do docente de EE e do tcnico do CRI, validem e revejam as tarefas arealizar pelo aluno.

    Fig. 9. Exemplos de atividades de identificao de locais de estgio vocacional

    Para a identificao das tarefas a realizar pelo aluno pode contribuir a anlise dos

    referenciais de formao do Catlogo Nacional de Qualificaes, designadamente osreferenciais adaptados a pessoas com deficincias e incapacidades. De modo global, as mesmas atividades podem ser implementadas no caso de alunos

    cujo PIT integre estgios em centros de formao profissional ou em CAO. No casodos CAO, sempre que possvel so privilegiadas as atividades socialmente teis.

    Quando considerado pertinente por todas as partes, assinada uma declarao decompromisso entre a entidade e o AE, demonstrando o interesse e a disponibilidadede todas as partes na realizao do estgio.

    Atravs do CEI, e em complementaridade com o PIT, so implementadas estrat-gias dirigidas ao aluno e aos contextos em que este se insere, de modo a criar e aconsolidar condies e oportunidades de participao na vida domstica, na vidacomunitria social e cvica, no estabelecimento de relaes interpessoais baseadasna equidade e autonomia e na participao em contextos de carter ocupacionalou profissional.

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    Necessidades Especiais de Educao

    Parceria entre a Escola e o CRI: Uma Estratgia para a Incluso

    privilegiada a implementao de atividades realizadas na comunidade, com vistaa ampliar o leque de experincias de participao dos alunos e a promover a suaautonomia (ex.: visitas a servios pblicos; utilizao apoiada de transportes p-blicos; realizao de compras em espaos comerciais). Tm ainda um considervelpotencial de atuao sobre esses contextos, educando-os para a diversidade e tor-

    nando-os mais inclusivos. Para envolver o aluno na organizao e anlise dessas atividades realizadas na co-

    munidade, pode ser usado o instrumento Atividades na comunidade planeamentoe avaliao (em anexo I9).

    O PIT, elaborado pelo AE (diretor de turma, docentes, docente de EE, psiclogo doAE) com o aluno, o encarregado de educao e os tcnicos do CRI, um documentoque contm o conjunto coordenado das atividades definidas para apoiar e facilitara transio do aluno da escola para as atividades ps-escolares.

    Este documento:

    Contm informao especfica relativa ao processo de transio; Integra os interesses, aspiraes e competncias do aluno e as expectativas do

    encarregado de educao e outros adultos significativos; Consubstancia o projeto de vida do aluno para uma vida em sociedade com

    adequada incluso social, familiar e profissional, sempre que possvel, ou numainstituio que desenvolva atividades de carcter ocupacional;

    Visa promover a capacitao e a aquisio de competncias sociais necessrias incluso comunitria;

    Define as etapas que necessrio percorrer e as aes a desenvolver, desde omomento em que elaborado at concluso do percurso educativo, para queo aluno consiga concretizar o seu projeto de vida.

    A elaborao do PIT em equipa permite a consolidao de um quadro comum rela-tivamente transio, permitindo a definio das responsabilidades dos diversosintervenientes e uma interveno concertada em torno de objetivos comuns.

    O PIT contm

    Expectativas, competncias e potencialidades do aluno relativamente vida ps--escolar;

    Expectativas da famlia e da escola relativamente vida ps-escolar do aluno; reas de investimento; Objetivos; Recursos da comunidade a mobilizar; Incio da implementao e definies relativas avaliao do PIT.

    O PIT elaborado com uma terminologia rigorosa, clara e acessvel a todos os inter-venientes, designadamente ao aluno, quando possvel, e pais.

    semelhana do proposto para o PEI, poder ser til definir objetivos especficos ede curto-prazo no documento de organizao da implementao do PEI (exemplo emanexo I6), assegurando que todos os intervenientes e todas as aes so coerentese convergentes.

    Para apoiar a operacionalizao, cada objetivo do PIT inclui as seguintes definies:resultado esperado; forma de verificao; intervenes a implementar; modalidadee frequncia; incio e fim da interveno; contexto de apoio; intervenientes.

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    Dinmicas de trabalho da parceriaTransio para a vida ps-escolar

    Implementao, monitorizao e avaliao do PIT

    Na sequncia dos contactos e experincias previamente realizadas, celebradoum protocolo entre a entidade que acolhe o estgio e o AE.

    O protocolo de cooperao e a informao sobre as responsabilidades de todas as

    partes so partilhados com o aluno e o encarregado de educao. Para a realizaodo estgio, ser fundamental a tomada de deciso informada, pelo encarregadode educao e pelo aluno.

    O protocolo de cooperao (exemplo de minuta em anexo I10) contm informaessobre:

    Identificao dos intervenientes;

    Responsabilidades de cada interveniente;

    Perodo de implementao do estgio e horrio.

    A definio clara das tarefas a realizar e dos nveis de apoio/ superviso um aspetofundamental para