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[ 1 / 6 ] Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018 Índice Evolução do Mercado e dos Encargos do SNS com Medicamentos p.1 Conjuntura Macroeconómica e Política p. 3 Conjuntura Legislativa e Regulamentar p. 3 Estudos e Publicações p.4 Destaques na Comunicação Social p. 4 Tema destaque – Análise do Mercado Ambulatório 2017 – Parte II p. 5 Evolução do Mercado e dos Encargos do SNS com Medicamentos Mercado Ambulatório Evolução do Mercado Farmacêutico Em Abril, o mercado ambulatório registou crescimento homólogo, quer em valor, +9,4%, quer em volume, +8,8%, com vendas de 157,8 M€ (PVA), resultado da dispensa de 20,7 milhões de embalagens. Todavia, face ao mês anterior, o volume de vendas reduziu em -0,56 milhões de embalagens, o que se traduziu em menos 3,46 milões de euros. No acumulado do ano, o mercado regista um crescimento homólogo de 3% em valor e 2,8% em volume, resultando num preço médio unitário de 7,45 euros, com uma dinâmica homóloga de +0,2%. Em termos absolutos estas variações traduzem-se num acréscimo de 19 milhões de euros e 2,4 milhões de embalagens vendidas. A dinâmica de crescimento em valor, no acumulado do ano de 2018, resulta do crescimento de ambos os segmentos de mercado, marca e genéricos, que contribuem com 1,7 p.p. e1,5 p.p., respectivamente, para a variação homóloga em valor registada. As classes terapêuticas (ATC3) no Top 7 de vendas, em valor, são as que abrangem os medicamentos usados na terapêutica das doenças crónicas mais comuns, e totalizam 27,3% das vendas no YTD 2018. O destaque no mês de Abril mantêm-se na classe dos Anticoagulantes Orais, que assumindo 4,15% de quota em valor, registam um crescimento homólogo de 40%. Em sentido inverso, os Antihipertensores (ARAs), na sexta posição de vendas, registam uma redução de -13,1% em valor e de -2,5% em volume, e os Antidislipidémicos, que na 3ª posição, estão a reduzir -12,3% em valor, apesar crescerem em volume em 5%. Mercado de Genéricos e Mercado Generificado O mercado de genéricos registou, em Abril, vendas de 31,6 milhões de euros (a PVA), correpondente a um crescimento homólog de 14,1%, resultado da dispensa de 6,46 milhões de embalagens, o que corresponde também a um crescimento homólogo de 11,6%. No YTD 2018, o mercado dos medicamentos com classificação formal de genéricos cresce, totalizando 127,8 M€, com a venda 26,4 milhões de embalagens, que equivale a variações de +7,5% e +5,4%, respectivamente, face ao mesmo perido de 2017. O preço médio unitário, no YTD subiu para os 4,84 €, V.H. de +2,0%. Mercado (PVA) Abr.18 V.H. (%) YTD 2018 V.H. (%) M. Valor (M€) 157,8 9,4% 644,7 +3,0% M. Volume (M. Emb.) 20,7 8,8% 86,6 +2,8% Preço médio unitário 7,63 +0,5% 7,45 +0,2% Fonte: IMS; Valores a PVA

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Page 1: Nº42 Abril 2018 Boletim de Conjuntura - apifarma.pt · Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018 Conjuntura Macroeconómica e Política Evolução dos Indicadores Económico-Financeiros

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Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018

Índice Evolução do Mercado e dos Encargos do SNS com Medicamentos p.1

Conjuntura Macroeconómica e Política p. 3

Conjuntura Legislativa e Regulamentar p. 3

Estudos e Publicações p.4

Destaques na Comunicação Social p. 4

Tema destaque – Análise do Mercado Ambulatório 2017 – Parte II p. 5

Evolução do Mercado e dos Encargos do SNS com Medicamentos

Mercado Ambulatório

Evolução do Mercado Farmacêutico

Em Abril, o mercado ambulatório registou crescimento homólogo, quer em

valor, +9,4%, quer em volume, +8,8%, com vendas de 157,8 M€ (PVA),

resultado da dispensa de 20,7 milhões de embalagens. Todavia, face ao mês

anterior, o volume de vendas reduziu em -0,56 milhões de embalagens, o

que se traduziu em menos 3,46 milões de euros.

No acumulado do ano, o mercado regista um crescimento homólogo de 3%

em valor e 2,8% em volume, resultando num preço médio unitário de 7,45

euros, com uma dinâmica homóloga de +0,2%. Em termos absolutos estas

variações traduzem-se num acréscimo de 19 milhões de euros e 2,4 milhões

de embalagens vendidas. A dinâmica de crescimento em valor, no

acumulado do ano de 2018, resulta do crescimento de ambos os segmentos

de mercado, marca e genéricos, que contribuem com 1,7 p.p. e1,5 p.p.,

respectivamente, para a variação homóloga em valor registada.

As classes terapêuticas (ATC3) no Top 7 de vendas, em valor, são as que

abrangem os medicamentos usados na terapêutica das doenças crónicas

mais comuns, e totalizam 27,3% das vendas no YTD 2018. O destaque no

mês de Abril mantêm-se na classe dos Anticoagulantes Orais, que

assumindo 4,15% de quota em valor, registam um crescimento homólogo de

40%. Em sentido inverso, os Antihipertensores (ARAs), na sexta posição de

vendas, registam uma redução de -13,1% em valor e de -2,5% em volume,

e os Antidislipidémicos, que na 3ª posição, estão a reduzir -12,3% em valor,

apesar crescerem em volume em 5%.

Mercado de Genéricos e Mercado Generificado

O mercado de genéricos registou, em Abril, vendas de 31,6 milhões de euros (a PVA), correpondente a um crescimento homólog de 14,1%, resultado da dispensa de 6,46 milhões de embalagens, o que corresponde também a um crescimento homólogo de 11,6%. No YTD 2018, o mercado dos medicamentos com classificação formal de genéricos cresce, totalizando 127,8 M€, com a venda 26,4 milhões de embalagens, que equivale a variações de +7,5% e +5,4%, respectivamente, face ao mesmo perido de 2017. O preço médio unitário, no YTD subiu para os 4,84 €, V.H. de +2,0%.

Mercado (PVA) Abr.18 V.H. (%) YTD 2018 V.H. (%)

M. Valor (M€) 157,8 9,4% 644,7 +3,0%

M. Volume (M. Emb.) 20,7 8,8% 86,6 +2,8%

Preço médio unitário 7,63 +0,5% 7,45 +0,2%

Fonte: IMS; Valores a PVA

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Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018

A Quota de Mercado Generificado, no mercado ambulatório comparticipado, que abrange os medicamentos formalmente classificados como “genéricos”, e ainda as “cópias” e “originais” cuja patente já expirou, atingiu, no 1º trimestre de 2018, os 86%, em termos de volume unitário.

Evolução dos Encargos do SNS

De acordo com os dados disponibilizados pelo CEFAR, os encargos do SNS

com medicamentos dispensados na farmácia totalizaram, em Março de

2018, 106,3 M€, a que corresponde um aumento de 10,8% face ao mês

anterior, mas a uma redução homóloga de -3%, em linha com a redução de

-3,3%, no número de embalagens dispensadas no mesmo período de 2017,

para os 13,6 milhões.

Em Março, o número médio de embalagens por receita médica foi de 1,77,

o que representa uma redução de -0,9% face a igual período do ano

transacto. Já o encargo médio por receita aumentou em relação a Fevereiro

para os 14,02 € representando uma variação de 0% em termos homólogos.

Desta forma, no acumulado dos 3 primeiros meses de 2018, os encargos do

SNS com medicamentos no ambulatório totalizam 311,4 M€, com a dispensa

de 40,6 milhões de embalagens e uma taxa média de comparticipação de

64%. Em termos homólogos, estes valores representam um crescimento de

1,4% em valor e de 1,7% em volume, resultando num preço médio unitário a

reduzir em termos homólogos -0,3%, para os 7,67 euros.

Mercado Hospitalar

Evolução do Mercado Hospitalar do SNS

De acordo com a monitorização do mercado Hospitalar de

medicamentos do SNS, que a APIFARMA realiza mensalmente junto dos

seus associados, verifica-se que o mesmo mantêm a tendência de

crescimento, com uma variação homóloga no 1ºT 2018 de +4,9%, apesar

das flutuações mensais que se verificam.

Realizando uma extrapolação directa para o mercado total, estima-se

que em 2017 este tenha totalizado 1.183 M€, e no acumulado de 2018

(Jan.-Mar.) seja de 293 M€.

Dívida das Entidades Públicas à Indústria Farmacêutica

O valor da dívida das entidades públicas à Industria Farmacêutica,

monitorizada pela APIFARMA junto das suas associadas, registou em

Março uma redução de 75,4 M€, com a dívida total em 858,3 M€ e de

dívida vencida em 621,8 M€, a qual continua a ser a grande parcela,

representando 72,4% do total. Esta redução resultou de uma injecção

extraordinária de capital junto dos hospitais, cf. anunciado pelo MS.

De acordo com a DGO, os pagamentos em atraso dos hospitais EPE a

fornecedores externos reduziram em 319 M€ em Março, totalizando 705

M€.

Fonte: INFARMED e CEFAR (valores a PVP);

Fonte: APIFARMA - empresas associadas (medicamentos e de DiV)

Dívida das Entidades Públicas à Indústria Farmacêutica (M€)

Fonte: APIFARMA - empresas associadas (62)

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Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018

Conjuntura Macroeconómica e Política

Evolução dos Indicadores Económico-Financeiros

De acordo com os dados mais recentes do INE, o taxa de desemprego

do 1.º trimestre de 2018 foi 7,9%. Este valor é inferior em 0,2 pontos

percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior e em 2,2 p.p. ao do trimestre

homólogo de 2017. A taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) foi

21,9%, o valor mais baixo da série iniciada no 1.º trimestre de 2011.

A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor foi 0,4% em

Abril de 2018, taxa inferior em 0,3 p.p. à do mês anterior. A

desaceleração do IPC reflecte em parte um efeito de base, tendo-se

observado aumentos significativos dos preços de alguns produtos em

Abril de 2017 no período da Páscoa, em particular nas classes

Restaurantes e hotéis e Transportes. A variação média dos últimos doze

meses fixou-se em 1,1%, taxa inferior em 0,1 p.p. à registada no mês

anterior.

De acordo com a DGO, a execução orçamental do SNS revela que no

acumulado a Março, o saldo do SNS foi de -93,6 M€, representando uma

melhoria de 6,1 milhões de euros face ao período homólogo, resultado

do aumento em 3,6% da receita, superior em 0,4 p.p. à V.H. na despesa,

que aumentou 3,2%. Todavia representa uma importante detioração face

ao saldo de Fevereiro, de -4,2 M€.

O maior contributo para o aumento da despesa ficou a dever-se aos itens

habituais: fornecimentos e serviços externos (2,0 p.p., que inclui os

produtos vendidos em farmácia), e despesas com pessoal (com um

contributo de 0,6 p.p.). Já o aumento das receitas resultou,

essencialmente, das transferências correntes.

A dívida, em resultado da injecção extraordinária de capital, reduziu, com

os pagamentos em atraso do SNS a totalizarem 715 M, mas ainda assim

acima dos valores registados em Março de 2016 ou 2017.

Conjuntura Legislativa e Regulamentar

Legislativa

Alteração ao regime jurídico dos medicamentos de uso humano

- Foi publicado o Decreto-Lei n.º 26/2018 que altera o regime jurídico

dos medicamentos de uso humano, transpondo a Directiva (UE)

2017/1572. A alteração decorre da necessidade de introduzir, no

estatuto do medicamento, as disposições necessárias à

implementação da legislação europeia em matéria de dispositivos de

segurança e boas práticas de fabrico, permitindo a sua identificação

e autenticação, com vista a impedir a introdução de medicamentos

falsificados na cadeia de abastecimento legal.

Fontes: INE, DGO e ACSS

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Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018

Portaria n.º 97/2018 – Foi publicada a portaria que altera pela

primeira vez a Portaria n.º 1429/2007, que define os serviços

farmacêuticos que podem ser prestados pelas farmácias. Os testes

rápidos de VIH-SIDA e hepatite, bem como os cuidados de doentes

ostomizados são alguns dos serviços referidos na portaria.

Deliberação n.º 481/2018 – Foi publicada em 2ª série, a Deliberação

que altera a lista de Notificação Prévia de transacções de

medicamentos para o exterior do país.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 37/2018 – Foi publicada

em 1ª série, do Diário da República, no n.º 53/2018 a criação da

Estrutura de Missão para a Sustentabilidade do Programa Orçamental

da Saúde, que visa acompanhar o desempenho financeiro das

entidades integradas no programa orçamental da Saúde, de modo a

avaliar desequilíbrios orçamentais, promovendo medidas que

favoreçam o equilíbrio e a sustentabilidade. Para a sua coordenação

foi indicado o economista Julian Perelman.

Regulamentar

Medicamentos Comparticipados - Lista dos novos medicamentos

comparticipados com início de comercialização a 1 de Abril, fornecida

pela Direcção de Avaliação das Tecnologias de Saúde (DATS) do

INFARMED.

Infarmed cria um mapa da inovação para definir prioridades até

2019 – Identificação da inovação que deverá entrar nos próximos dois

anos em Portugal, de forma a estabelecer prioridades nos processos

de avaliação e comparticipação e a agilizar a entrada no mercado de

novas tecnologias de saúde, mas também para melhorar a posição

do Estado no processo de negociação de preços com as

farmacêuticas. Para fazer este mapeamento, foi solicitado a cerca de

200 empresas do sector farmacêutico que enviassem informação

sobre os pedidos de financiamento que vão submeter até ao final de

2019, para novas substâncias activas, novas indicações e primeiros

genéricos e biossimilares. Este projecto de Horizon Scanning

arrancou com o sector do medicamento, mas prevê-se que venha a

ser alargado numa fase posterior a outras tecnologias de saúde.

Estudos e Publicações

Programa de Estabilidade 2018-2022 - o Governo aprovou e

publicou o programa de estabilidade para os próximos 4 anos, onde

assume a continuidade da estratégia de política económica e

orçamental definida no Programa de Governo. Um dos focos é a

revisão em baixa do défice para este ano dos 1,1% no Orçamento do

Estado para 2018 para 0,7%. Já o PIB deve crescer 2,3% tanto em

2018 como em 2019. E a dívida pública deverá cair para 122% este

ano e 118% no próximo. No que se refere à programação Orçamental

para a saúde em 2019, verifica-se um aumento previsto de apenas

2,7%, quando simultaneamente se reconhece ser uma das áreas com

mais pressão resultante do envelhecimento.

Health System Review Portugal – O relatório elaborado por peritos

da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e do

Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde, foi

apresentado em Lisboa, na presença do ministro da Saúde, que

solicitou a elaboração do documento. Uma avaliação de peritos

internacionais considerou que o sistema de saúde português precisa

de "estratégias a longo prazo" para combater as consequências da

crise financeira nas famílias portuguesas. O relatório refere ainda que

investimento justifica-se também para fazer face aos desafios do

futuro que não são exclusivos de Portugal mas que aqui parecem ter

um peso maior: o envelhecimento da população e as doenças

crónicas vão aumentar a pressão sobre o sistema.

Destaques na Comunicação Social

Em Abril, o financiamento da Saúde manteve-se na agenda mediática.

Desta vez pela voz do mais alto magistrado da Nação. Marcelo

Rebelo de Sousa afirmou que “houve uma paragem do investimento

na saúde”, com as sucessivas crises no país, “envelhecendo as

estruturas do Serviço Nacional de Saúde”.

Adalberto Campos Fernandes assumiu o subfinanciamento da Saúde

ao mesmo tempo que alertava que “ninguém terá um bom Serviço

Nacional de Saúde se o país não estiver sólido nas contas públicas”.

Neste quadro, Mário Centeno esteve debaixo de fogo no Parlamento

por causa do impacto da política orçamental na Saúde, após a

oposição, em bloco, ter questionado a forma como são atendidas as

crianças com cancro no Hospital de São João (Porto) e os tempos de

espera por consultas da especialidade em vários hospitais do país.

A contestação ecoou também das associações de doentes. A

Fundação Comunidade Contra a Sida alertou que a falta de

financiamento está a ter consequências no tratamento de doentes

com Sida, denunciando que os médicos também se queixam de não

ter liberdade para escolher os medicamentos mais adequados. Já a

Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide alertou

para a existência de situações em que os medicamentos

biotecnológicos dispensados pelas farmácias hospitalares podem não

ser aqueles que foram prescritos pelos médicos.

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Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018

No mesmo sentido, o relatório “Health System Review Portugal”

concluiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de mais

investimento público para atenuar os efeitos da crise, melhorando

infra-estruturas, equipamentos e motivando os profissionais.

No mês em que se assinalou o Dia Mundial da Saúde, o Ministro da

Saúde, na cerimónia destinada a assinalar a efeméride, defendeu

uma mudança que coloque o cidadão no centro do sistema. Para isso,

o Governo criou uma comissão para realizar uma reflexão e análise

técnica sobre o futuro do Serviço Nacional de Saúde.

Nota final para a apresentação pública da Convenção Nacional da

Saúde, uma iniciativa que reúne Ordens profissionais e parceiros da

saúde, que vão trabalhar num “texto-base” para um pacto em torno

da oferta de saúde no país.

Tema Destaque – Análise do Mercado Ambulatório 2017 – Parte II

Para uma análise mais granular do mercado ambulatório de 2017, focalizada no que concerne à indústria farmacêutica, analisamos o mercado com

base nos dados do IMS a PVA.

Classes Terapêuticas 2017

O Top 10, em valor, das classes terapêuticas, cuja evolução está

patente na figura abaixo, não sofreu, em 2017, alterações de

composição face a 2016, continuando a ser constituído pelas mesmas

classes, que englobam os medicamentos usados na terapêutica das

doenças crónicas mais comuns, verificando-se apenas trocas

pontuais na ordem que ocupam. No global, representam 35,5% do

valor do mercado ambulatório, tratando-se de um segmento

comparticipado (98% do valor de vendas são de medicamentos Rx) e

com forte presença de genéricos, 50% do volume corresponde a

medicamentos com classificação formal de genéricos, com apenas 3

classes sem competição genérica: medicamentos para a Diabetes

(inibidores da DPP-IV e insulinas) e os anticoagulantes orais.

O aumento do mercado ambulatório em 1%, a PVA, em 2017, ficou a

dever-se essencialmente ao aumento registado nas classes, por

ordem decrescente de contribuição: anticoagulantes orais (0,8 p.p.),

dos medicamentos antidiabéticos: inibidores da SGLT2 (0,4 p.p.) e

inibidores da DPP-IV (0,2 p.p.) e dos antiasmáticos em associação

(0,2 p.p.).

Considerando as classes com vendas acima dos 10 M€, i.e. com

quota superior a 0,5%, a classe que registou o maior crescimento

homólogo em valor foi a dos inibidores da SGLT2 (+68,4%), seguida

pelos antiasmáticos em associação (+33,9%) e dos anticoagulantes

orais (+28,4%). Em contraciclo a classe terapêutica com maior

redução de vendas em valor foi a dos bisfosfonatos para a

osteoporose (-20,3%).

Top 10 em Volume Quota (%)

Analgésicos N/narcóticos 7,6%

Anti-reumáticos NE 5,0%

Tranquilizantes 4,7%

Antidislipidémicos 4,1%

Antidepressores 3,5%

Antiplaquetários 3,4%

Antiulcerosos 3,0%

Betabloqueantes simples 2,5%

Antihipertensores (ARAs) 2,3%

Antihistaminicos sistémicos 2,2%

Top 10 em Valor Quota (%)

Inibidores da DPP-IV 6,4%

Antidislipidémicos 4,7%

Antidepressores 3,6%

Antihipertensores (ARAs) 3,6%

Antipsicóticos 3,5%

Anticoagulantes Orais 3,4%

Anti-reumáticos NE 2,8%

Insulinas 2,7%

Antiepilépticos 2,4%

Antiulcerosos 2,3%

Fonte de dados: IMS Dataview (valor a PVA); Análise APIFARMA

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Boletim de Conjuntura Nº42 Abril 2018

Quando analisado o Top 10 de vendas em volume, a composição e

ordem das classes altera-se substancialmente, com os analgésicos

não narcóticos a ocuparem o primeiro lugar. No global, o Top 10 em

volume totaliza 38,4% das embalagens vendidas, sendo este

segmento de mercado essencialmente composto por medicamentos

comparticipados (87% do volume de vendas é de medicamentos Rx),

e com 41,5% do volume de medicamentos com classificação formal

de genéricos.

Marca versus Genéricos 2017

Analisando o mercado ambulatório por tipo de produto,

nomeadamente se tem genérico ou está protegido, verifica-se que os

vários segmentos tiveram uma evolução diferente em 2017 e que a

segmentação do mercado é distinta quando analisado em valor ou em

volume. Desta forma, em volume o mercado é maioritariamente (64%)

um mercado concorrencial, i.e., mercado com competição genérica

(genéricos e respectivas marcas), já em valor o mercado é 55% de

marcas, sendo 28% de marcas ainda protegidas, que em

contrapartida apenas representaram 7% do número de embalagens

dispensadas.

Já em termos de evolução, as marcas com competição genérica

registaram uma variação homóloga negativa, tendo diminuído mais

em valor que em volume. O segmento que registou o maior

crescimento em valor foi o das marcas protegidas mas em

acompanhamento do aumento do volume de vendas, por outro lado

as marcas desprotegidas aumentaram em valor 3,9%, apesar de

reduzirem em volume -0,1%. Os medicamentos genéricos formais

(MG) registaram um aumento em valor que se deveu essencialmente

à entrada de duas novas DCI no grupo: Olmesartan e

Olmesartan+HCTZ.

Inovação

Considerando como definição de medicamento inovador, todo o

medicamento com nova substância activa ou nova combinação fixa

de substâncias activas, e cuja entrada no mercado ocorreu nos

últimos 3 anos (i.e., entre Jan.2015 e Dez.2017), têm-se que em 2017,

51 novos medicamentos entraram no mercado, originando vendas de

74,1M€, resultado da dispensa de 2,66 milhões de embalagens, o que

corresponde a 3,9% e 1,1% do total do mercado respectivamente.

Em termos de dinâmica, e face a 2016, a quota de inovação reduziu

em valor e volume, em parte resultado de um maior portfólio de

produtos inovadores em 2016, 56.

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) foi fundada em 1975, sucedendo ao Grémio Nacional dos Industriais de Especialidades Farmacêuticas, instituição

criada em 1939. Actualmente, representa mais de 120 empresas responsáveis pela Produção e Importação de Medicamentos para Uso Humano, Vacinas, e Diagnósticos In Vitro

Fonte de dados: IMS Dataview (valor a PVA); Análise APIFARMA