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1 NRespostas junho \ julho 2012 Ano V • Nº 22 • junho/julho 2012 • R$ 8,90 soluções para o mundo empresarial Roberto Shinyashiki Aceite as pessoas do jeito que elas são Mario Sergio Cortella Dúvida tem valor? Pedro Mandelli Pense na sua vida do final para o começo – Parte III Silvio Badenes, Diretor da Fundação Getulio Vargas - Brasília Entrevista exclusiva com Como a formação continuada pode impulsionar seu sucesso profissional Alavanque sua carreira A graduação é só o começo!

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junho/julho 2012 • A revista N Respostas é uma publicação da N Produções, e objetiva oferecer soluções para o mundo empresarial. Editora-chefe: Renata Araujo, Arte: Leticia Marchini, Diretor Executivo: Jose Paulo Furtado

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1NRespostasjunho \ julho 2012

Ano V • Nº 22 • junho/julho 2012 • R$ 8,90

soluções para o mundo empresarial

Roberto ShinyashikiAceite as pessoas do jeito que elas são

Mario Sergio CortellaDúvidatem valor?

Pedro MandelliPense na sua vida do final para o começo – Parte III

Silvio Badenes,Diretor da Fundação Getulio Vargas - Brasília

Entrevista exclusiva com

Como a formação continuada pode impulsionar seu sucesso profissional

Alavanquesua carreiraA graduação é só o começo!

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www.nrespostas.com.br2 NRespostas

Construindo equipes de alta performance

Na Gestão Pública: 23 e 24 /08Na Administração Privada: 21/08

Cursosexclusivos

Pedro Mandelli

TOP 10 Empresarial, dia 31 de julho de 2012 às 18h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães

(61) Informações e vendas:

6Xno cartão

até

ApoioPatrocínio

Marketing & Comunicação

N Escola de GestãoA melhor formação, com os maiores especialistas do Brasil

Líder CoachTreinamento 8 horas - 27 de julho

HomeroReis

Em Julho: Mudanças, Equilíbrio e Resultados no Top 10 Empresarial

A velocidade das mudançasMario Sergio Cortella

Resultados & EquilíbrioPor que as pessoas não fazem o que deveriam fazer?

Christian BarbosaC

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José Paulo FurtadoDiretor da Revista N Respostas

mais um ano de atividade da N Produ-ções e tenho constatado a quantidade de empresas em busca de conheci-mento para desenvolver novas compe-tências em seus colaboradores. Seja na iniciativa privada ou nos órgãos públi-cos, o desafio de todas as organizações é construir profissionais e equipes em seus quadros para que as metas e re-sultados sejam alcançados. Claro que sempre foi assim, mas o momento de economia aquecida nos traz um novo cenário, vejamos:Hoje temos emprego sobrando, mas falta gente qualifi-cada e disposta a trabalhar pesado. Gente que entenda que sucesso e construção de carreira só vêm depois de alguns anos e de muito suor. Como bem diz meu amigo e consultor Eduardo Tevah, não fazemos mais recrutamento e seleção de pessoas, agora é busca e apreensão de talentos.Há poucos dias, conversando com uma diretora de RH de uma grande empresa de tecnologia, ela me questio-nava o que as escolas estão fazendo de tão errado que os jovens que chegam para trabalhar não conseguem realizar o básico, a mais simples atividade. Deu-me um exemplo: durante a entrevista de um novo colaborador, perguntou se o mesmo tinha conhecimento profundo de Excel e a resposta foi sim. Na prática a coisa foi di-ferente, o novo colaborador não sabia usar uma macro, uma planilha dinâmica, nem uma fórmula complexa. Para resumir a história: a vaga voltou a ficar aberta, mas a atitude da organização mudou. “Essa empresa vai ter que virar uma escola. Se quisermos profissionais trabalhando aqui, teremos que formá-los. Todos terão que passar por uma trilha de conhecimento e formação para o desenvolvimento de suas funções”.E é exatamente isso que eu estou tentando mostrar:

empresa que não virar escola vai en-trar em colapso em algum momento. E chega de gente acomodada, que para de querer aprender, que acha que já sabe tudo. Esse é o pior tipo para uma em-presa. Cuidado, meu amigo, muito cui-dado... Quando paramos de aprender começamos a morrer.Muitos jovens me perguntam que curso fazer, qual é a profissão que eu indica-ria? O que tem futuro? Fico feliz deles acharem que eu sei a resposta. Não sei. Mas o que eu realmente acredito é que

qualquer profissão é maravilhosa se você...Fizer o que gosta - Não se preocupar com o dinheiro, ou com o reconhecimento. Tenho a absoluta certeza de que para se chegar ao ponto de ganhar dinheiro e ser reconhecido, você terá que passar por muitos obstá-culos, muitas dificuldades e se não gostar do que está fazendo, provavelmente vai desistir.Não tentar saber tudo - Preocupe-se com a qualidade e com a profundidade do que você sabe. Sempre falo: alguém que realmente saiba usar o Excel está emprega-do e bem remunerado. Saber um pouco de Word, um pouco de PowerPoint e um pouco de Excel não vai te levar longe.Não parar de estudar - Terminou sua graduação, pro-cure uma a pós. Terminou a pós, (re)veja o que gosta e que caminho vai seguir e que curso vai fazer nesta área. Nunca pare de aprender. Aprender é como andar de bicicleta, se parar de peda-lar, você cai.Boas pedaladas!

Um abraço,

twitter.com/[email protected]

Caro leitor,

Não pare de aprender para não parar de crescer!

Carta ao LeitorN Palavras

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www.nrespostas.com.br4 NRespostas

N Respostas é uma publicação da N Produções

Diretor-Executivo:José Paulo Furtado

Diretora de Marketing:Roberta [email protected]

Direção de Arte/ Editoração:Letícia [email protected]

Editora-chefe:Renata Araú[email protected]

Jornalista responsável:Cid Furtado Filho DRT DF 1297

Revisão:Denise Goulart

Fotografia:Telmo Ximenes / Anderson Marques / Ali-ram Campos e Murilo Nunes / Ilustrações, fotos e imagem de Capa: Stock Photos

Reportagem:Renata Araújo

Colaboradores desta edição:Christian Barbosa • Demetrius Borel Lucindo • Eduardo Ferraz • Homero Reis • Luis Marins • Mario Sergio Cortella • Pedro Mandelli • Roberto Shinyashiki • Rodrigoh Henriques • Rodrigo Dias da Fonseca

Diretora Financeira:Karla [email protected]

Diretor Comercial:José Paulo [email protected]

www.nproducoes.com.br

Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas:

SHCGN 704/705 Bl. E nº 17 Ed. M.ª Auxiliadora sala 401 CEP 70730-650 Brasília-DFTel/Fax: 61 3272.1027

e-mail: [email protected]

Como anunciar: 61 3272.1027 de 2.ª a 6.ª, das 9 às 18h [email protected]

A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados.

Tiragem: 20.000 exemplares.

[email protected]

“Tive oportunidade de ler cerca de dez exemplares da revista e, em pratica-mente todos, pude constatar, além da altíssima qualidade do seu conteúdo, um verdadeiro show de “ layout”, so-bretudo, com destaque para as mais recentes edições, em seu material de impressão e fotografia.As matérias que achei mais interes-santes e que mais me chamaram a atenção, foram “Apagão de talentos”, publicada no exemplar nº 12, ou-tubro/novembro de 2010 e “Entre o falar e o fazer”, publicada no mais recente exemplar o de nº 21, abril/maio de 2012. Sendo, essa última, não ao acaso, bastante pertinente e relacionada ao que costuma ocorrer

nas metas do serviço público... Por fim, arrogo-me em sugerir, aos produtores e autores da revista, que abordem mais matérias relacionadas ao meio ambiente, pois é um assunto que, a cada tempo e cada vez mais, estará orbitando em todos os passos e em todos os âmbitos dos povos e das nações.Parabéns a toda equipe responsável pela concepção e realização da revis-ta “N”. Apesar de pequena em núme-ro, é grande em talentos.”

Guilherme PereiraGeólogo e Eng. Seg. do [email protected]

Leitor

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5NRespostasjunho \ julho 2012

CoLunistas

Capa

seções

Índice

10. ALAVANQUE SUA CARREIRA. A GRADUAÇÃO É SÓ O COMEÇO

por Renata Araújo

16. RODRIGOH HENRIQUES Fora da caixa

18. pEDRO MANDELLI Além da hierarquia

26. RObERtO SHINyASHIkI Dicas de campeão

34. HOMERO REIS pergunte ao coach

38. MARIO SERGIO CORtELLA Filosofando

3. N pALAVRAS

7. ENtREVIStA Silvio badenes

20. N FLASHES Quem passa pelos eventos da N produções

22. OpINIÃO - Christian barbosa Você gosta da segunda-feira?

24. EtC. Entretenimento, trabalho, casa

28. ECO NOtíCIAS

30. N INVEStIMENtOS Demetrius borel Lucindo

36. CLUbE N

Ano V • Nº 22 • junho / julho 2012

14. RECURSOS HUMANOS - Luis Marins perigos da Complacência

29. MOtIVAÇÃO - Eduardo Ferraz A diferença está em fazer o que se gosta

32. jURíDICO - Rodrigo Fonseca O fenômeno da terceirização da prestação de serviços

Respostas

Page 6: N Respostas 22

www.nrespostas.com.br6 NRespostas

Anuncio Gravo

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7NRespostasjunho \ julho 2012 7NRespostas 7NRespostasjunho \ julho 2012

Entrevista

O senhor sempre se dedicou ao mundo acadêmico?De certa forma, sim. Mas construí minha carreira atuando não apenas como professor. Formei em Enge-nharia Mecânica, pelo IME, no Rio de Janeiro. Fiz mestrado e comecei a dar aulas quando voltei dos Estados Unidos, onde cursei o doutorado. Fui professor no IME, cumprindo com-promisso assumido em contrapartida à bolsa de estudos no exterior. Meu pai era diretor de banco. Eu gos-tava de ações e queria trabalhar na área financeira. Trabalhei em banco. Trabalhei 20 anos na Billiton Metais

S.A., mineradora do grupo Shell, e me aposentei como diretor financei-ro. Mesmo trabalhando na indústria e não sendo professor em tempo in-tegral, continuei dando algumas au-las e orientando alunos em teses de mestrado. Aos 55 anos me aposen-taram. Nas multinacionais é assim: te aposentam muito cedo. Novo de-mais, me sentia desempregado. Tirei a poeira do meu diploma de doutora-do e fui ver se conseguia alguma coi-sa... Então me senti muito à vontade quando cheguei à Fundação, apesar de não estar especificamente na área acadêmica.

Mas não deixou de ser uma retomada ao mundo do ensino...Exatamente. A FGV é uma institui-ção dedicada à educação desde seu princípio. Criada em 1944, criada pelo próprio Getúlio Vargas, a Fun-dação tinha como razão, inicialmen-te, treinar funcionários públicos. Ainda no período inicial da Funda-ção, a gente começou a trabalhar na estrutura econômica do país. Ela foi a primeira instituição a fazer o balanço das contas nacionais. Foi a primei-ra a calcular os índices de inflação, na época ainda chamada de caristia. Ela media a caristia. Foi a primeira

Engenheiro formado pelo Instituto Militar de Engenharia – IME, o professor e doutor Silvio badenes aposentou-se aos 55 anos, após ter construído uma carreira que transitou entre a vida acadêmica e a área financeira: bancos e grandes multinacionais. Há quatro anos dirigindo a unidade brasiliense da Fundação Getúlio Vargas, fala em primeira pessoa sobre a instituição, com a naturalidade de quem assumiu para si a missão de contribuir para o desenvolvimento intelectual, social e econômico dos brasileiros. Em entrevista exclusiva à N Respostas, professor Silvio aconselha: “Não perca tempo!”

por Renata Araújo

BadenesSilvio

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escola de administração do Brasil. A primeira escola de pós-graduação em administração, a primeira esco-la de pós-graduação em economia. Então, a gente atua basicamente em administração, economia e direito. E agora, recentissimamente, em mate-mática e história, também... Temos graduação, mestrado e doutorado em administração, economia e direito. Contudo, fomos feitos para treinar e capacitar o funcionalismo público.

E como se deu a vinda da Fundação para brasília?Em Brasília, nossa história também é extensa. Nós estamos aqui desde 1978. Ganhamos um espaço de 30 mil metros quadrados, muito bom, numa área nobre, fizemos um prédio e começamos a dar cursos, na época, de especialização em economia e ad-ministração. Tínhamos também os cursos de mestrado nessas áreas, hoje não os temos mais. Até que, no início da década de 90, surgiram esses cur-sos chamados de MBA.

Aqui em brasília, que funções o senhor assumiu?Estou há nove anos na Fundação e há quatro na direção da uni-dade Brasília. Aqui eu trabalho na parte de gestão de negócios, embora eu dê aulas de matemá-tica financeira. Dou aulas para conhecer o produto que eu ven-do. Lá na ponta você conhece os problemas. Estando aqui, sen-tado, você não sabe o que está acontecendo na sala de aula. Eu dou aula em uma meia dúzia de cursos por ano. De preferência não em Brasília. Dou aulas em São Luís, em Passo Fundo, Por-to Velho... Me beneficio muito com isso. Eu e a Fundação. Dou feedback das coisas que vejo. O melhor dessas viagens é conhe-

cer os professores, ver as dificuldades que eles têm e tentar minimizar essas dificuldades aqui. Essa troca de expe-riências com os professores me ajuda nesse cargo de direção. Aqui as rela-ções são meio unilaterais, o professor e eu como gestor. Viajando, lá, somos dois professores, somos colegas. En-tão me beneficio muito disso.

Fora Rio de janeiro e brasília, onde mais a Fundação atua?Hoje em dia, temos Rio, São Paulo e Brasília com operações próprias. A FGV tinha uma dotação do governo. Foi assim que o Getúlio a instituiu e foi assim até a época do Collor, em 92, quando ele acabou com isso. E aí nós tivemos que viver com as próprias pernas. E a gente que já vendia muita consultoria para o próprio governo, para órgãos públicos e já cobrávamos pelos cursos que a gente dava, pas-samos a viver com nossos próprios recursos. A partir de 1992, a gente teve que realmente ser agressivo para captar recursos. Então criamos uma rede e estamos agora em mais de 100

cidades no Brasil, dando o mesmo curso que é dado no Rio, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Macapá, Rio Branco... O nosso professor viaja. O nosso certificado é o mesmo para o Brasil inteiro. O nosso currículo é o mesmo para o Brasil inteiro e o cor-po docente é também o mesmo. Es-tamos hoje com cerca de 800 cursos e 35 mil alunos. É uma experiência única no mundo, com esse tamanho e capilaridade.

E como vocês conseguem dar aulas em Macapá, por exemplo?Nesses casos, temos conveniados locais, que arranjam a sala de aula e captam o aluno. Nós entramos com o professor, com o currículo e, para aqueles que merecem, o certificado, que é dado por uma das escolas da Fundação. A EBAPE – Escola Brasi-leira de Administração Pública e de Empresas, a EPGE – Escola de Pós--graduação de Economia, a EESP – Escola de Economia do Estado de São Paulo. Quem dá os certificados são

essas escolas. Temos diversas es-colas dentro da Fundação.

Hoje, o foco maior da Fundação são os cursos de MbA?O objetivo da Fundação é o de-senvolvimento do Brasil. Nossa missão, nossa visão é desenvol-ver e levar a educação ao Brasil inteiro. Como é que a gente faz isso? Através do nosso convenia-do, através de pesquisas, através da educação, nos cursos de gra-duação, mestrado, doutorado e especializações. Nós, aqui em Brasília, só damos cursos de MBA. Porque aqui não é uma escola, é uma instituição. O nosso professor viaja, vem dar aula aqui. Nós temos pouquís-simos professores de Brasília. “O diferencial atualmente

está no nome da escola em que o MbA foi cursado.”

[entrevista]

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Porque outra marca registrada nossa é que o professor viaja. O professor aqui de Brasília vai dar aula, por exemplo, em Porto Alegre. Porque o aluno daqui já viu esse professor na graduação, vai chegar aqui e vai ver a mesma fisionomia? Então essa troca ser-ve para ajudar nessa fertilização cruzada, como a gente chama. Os daqui vão dar aula fora e os que vêm para cá são prioritaria-mente do Rio e de São Paulo, mas temos professores da Bahia, de Porto Alegre. Em Brasília, temos cerca de 1.800 alunos, lembrando que não temos aqui gra-duação, só mesmo as especializações e poucos alunos de mestrado.

Qual é a importância de um MbA?Eu diria que há uns 20 anos, ter um MBA no currículo era um plus que o aluno tinha. Ele dizia assim: “Olha, eu tenho um MBA. Tenho uma gra-duação e um MBA”. Aí começou todo mundo a ter um MBA. É quase que uma obrigação, um pré-requisito para quem está no meio corporativo. Não mais só para galgar cargos mais relevantes, mas até mesmo para se admitir um candidato, prefere-se quem tem um MBA. Então, o dife-rencial atualmente está no nome da escola em que ele foi cursado. Se o candidato diz que tem um MBA da FGV, ninguém se preocupa com o restante das instituições que foram frequentadas.

Existe algum processo seletivo para o ingresso nesses cursos?Bem, primeiro o candidato deve ser diplomado. Nós não aceitamos nin-guém nem no último ano, na última cadeira... Depois, nós fazemos en-

trevista. Não há provas, mas todos os alunos são entrevistados. Não são aceitos, em geral, os alunos que não têm experiência administrativa. O recém-formado que tem experiên-cia profissional pode ser aceito, mas aquele jovem, 22 anos, sem experi-ência, a gente orienta para que ele faça um outro curso que oferecemos. O curso de pós-graduação em Admi-nistração de Empresas (PÓS ADM), que não dá titulação de MBA, mas é uma especialização. É mais genérico, aconselhável para quem não tem ex-periência nenhuma na área adminis-trativa. Porque o aluno não vem aqui apenas para aprender, ele vem tam-bém para relacionar-se. Incremen-tar seu network. Se ele vem muito cru, ele tem pouco a contribuir com o grupo e seu aproveitamento tam-bém não será tão bom. Então, ao invés de dizer a esses alunos, “volte daqui a dois anos”, eu digo: “Não per-ca tempo! Faça uma PÓS ADM e na sequência o MBA para aprimoramen-to em uma área específica.”

O que o senhor considera como grande diferencial dos cursos da FGV, em relação aos demais?

Temos convênios internacionais muito bons, muito interessan-tes. Atrelados aos nossos cursos, temos programas que levam os alunos para passar uma, duas semanas em escolas americanas, chinesas, italianas... As pessoas vão, têm uma experiência inter-nacional, mesmo que não saibam falar a língua, tem tradução si-multânea. É uma viagem atraen-te para os alunos. Oportunidade de fazer uma viagem estruturada, com começo, meio e fim. Com pé e cabeça. O aluno faz uma imersão. Ganha um certificado

de lá. Eu já fui em diversos e gostei de todos. Temos para a Flórida, Ca-lifórnia, Portugal, Espanha, China... Você fica na universidade em que está estudando, em geral nas férias deles. Então, tem espaço na universidade para receber os alunos de fora. Isso é uma coisa que funciona mesmo, ape-sar do número enorme de alunos, 35 mil, quem quiser ir, vai.

para os que têm uma necessidade mais urgente de capacitação, a Fundação oferece algum tipo de curso mais pontual?Sim, temos os cursos de pequena du-ração, eminentemente práticos, do tipo: aprenda num dia e coloque em prática no outro. São cursos em geral de 16 a 40 horas. Temos um elenco bastante grande. Por exemplo: lici-tações, direito ambiental, excelência no atendimento a clientes e muitos outros. Eles se diferem bastante do MBA, que é um curso mais profun-do. São cursos para você aprender e sair praticando no dia seguinte e você nem precisa estar formado para par-ticipar.

“O aluno não vem aqui apenas para aprender, ele vem também para

relacionar-se. Incrementar seu network.”

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Obter as qualificações demandadas pelo mercado de trabalho, atendendo de forma ágil a essa neces-sidade, implica tornar-se um profissional capaz de desenvolver novas habilidades, ideias e comporta-mentos. Implica identificar maneiras dessa apren-dizagem se realizar em consonância com as limi-tações de tempo inerente à vida contemporânea. Reconhecer que é preciso estar em um contínuo processo de aprendizagem, requer humildade para aceitar que sempre se pode aprender novas coisas e novas maneiras de se fazer coisas antigas. Requer também esforço para direcionar energias e deter-minação para alcançar o crescimento profissional e pessoal. Houve um tempo em que se aguardava a conclusão dos estudos, como um divisor de águas. “Vou sair de casa quando concluir os estudos”. Ou, “Meu

filho só se casará quando terminar os estudos...” Esse momento não mais chegará, pelo menos para aqueles que almejam construir uma carreira as-cendente. Não estagnar é uma postura atitudinal e a educação continuada parte do princípio de que nunca é cedo ou tarde demais para se aprender. O aprendizado não deve nem pode se limitar aos canais formais de educação, como escolas e uni-versidades. Os projetos desenvolvidos pela N Produções são exemplo de que se pode ter acesso, de maneira efe-tiva e menos formal, a conteúdos dos mais diversos campos de atuação. A participação nesses eventos, que promovem a educação corporativa, além de proporcionar atualização, tem o poder de alimen-tar o desejo e despertar a necessidade de adquirir conhecimentos mais aprofundados.

Concluir um curso superior é apenas o início da jornada rumo ao sucesso profissional. A graduação apresenta ao aluno os princípios básicos para que ele possa, depois, se desenvolver na área que escolheu. O mercado de trabalho, em constante mutação, exige que as pessoas estejam dispostas a desenvolver, ampliar e atualizar os conhecimentos adquiridos na faculdade. É preciso, a partir da formatura, mergulhar em um processo de educação continuada. As mudanças e as novidades estão surgindo de maneira muito rápida, quem não procurar constantemente saber o que está acontecendo no mundo ficará defasado em relação a seus concorrentes no mercado.

A graduação é só o começo!

Alavanquesua carreirapor Renata Araújo

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Capa

“O simples fato de possuir um certificado de especialista já não o diferencia muito da concorrência. A credibilidade e o reconhecimento da escola de educação executiva frente ao mercado são hoje o grande diferencial nos currículos.”

No mundo dos negócios, o que realmente vale são os Master of Business Administration, os MBA. Esse termo surgiu nos Estados Unidos para des-crever os cursos de mestrado em administração de negócios. No Brasil, esses cursos foram adap-tados à categoria lato sensu. São, portanto, con-siderados especialização, e não mestrado, como indicaria a versão original. Contudo, a sigla MBA tornou-se quase que uma marca, um nome fan-tasia para os cursos de especialização na área de administração de empresas. Esse tipo de curso é destinado a profissionais que já têm bagagem ge-rencial e que estejam em busca de troca de ex-periências, reforço de determinadas habilidades e atualização nas práticas do mercado. Escolas estrangeiras aplicam testes de admissão que de-mandam muito tempo de preparo para as provas e ainda exigem dedicação exclusiva do aluno por dois anos, o que termina por impedir que ele atue profissionalmente por longo período. A vantagem do MBA brasileiro sobre os pro-gramas internacionais está na possibilidade de o aluno não interromper a carreira para dedicar--se aos estudos. Na FGV, por exemplo, a seleção

para admissão se dá por intermédio de entrevis-tas que avaliam o nível dos candidatos, o grau de experiência prática e a maturidade da atuação no mercado de trabalho. Os não admitidos são orien-tados a buscar, dentro da própria instituição, as ferramentas que lhes faltam. Neste caso, o curso generalista de pós-graduação em administração de empresas. Uma pós-graduação em administração também pode proporcionar redirecionamento da carrei-ra. Por vezes, o jovem, ao terminar ensino mé-dio, escolhe um curso superior que, diante de sua imaturidade e inexperiência, imagina que irá re-alizá-lo profissionalmente. Com o transcorrer da vida, ele percebe que não optou pelo caminho que lhe trará maior satisfação e sente necessidade de dar novo rumo à sua vida. Foi assim com Kleber Pina. Formado em Letras/Língua Portuguesa e Literatura, começou a trabalhar com controle de qualidade como agente administrativo e surpre-endentemente apaixonou-se pelas ciências exatas. Matriculou-se em uma turma de MBA de gestão empresarial da FGV. Trocou definitivamente as letras pelos números, tomou gosto pelos estudos

Para profissionais graduados, dar continuidade à formação profissional pode significar matricular-se em um curso cujo pré-requisito seja o porte do diploma, que é classificado basicamente em duas categorias:

Os lato sensu - expressão em latim que sig-nifica “sentido amplo”, adotada pelo sistema educacional para qualificar cursos de pós--graduação com duração mínima de 360 horas. São cursos direcionados para quem quer aper-feiçoar sua atuação no mercado de trabalho. Compreendem as especializações e os MBA. Ao final do curso, o aluno recebe um certificado de conclusão como especialista.

Os stricto sensu, termo latino que indica “sentido restrito”, aprofunda por tempo bem mais prolongado o estudo em um tema bastante específico. Atendem aos anseios de quem quer seguir carreira acadêmica, se aprofundar na construção do conhecimento, tornar-se pesqui-sador, professor. Aí estão inclusos os programas de mestrado e doutorado. Ao término do curso, o aluno obterá um diploma de mestre ou doutor.

1. 2.

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13NRespostasjunho \ julho 2012

e deu continuidade à sua formação acadêmica com um mestrado em engenharia de produção. “Cursar um MBA me deu toda a base teórica que me faltava e que precisei para ingressar num universo profis-sional completamente novo”, afirma Kleber.Como, a rigor, nada diferencia o MBA de uma especialização comum, o Ministério da Educação não mantém registro de quantos cursos do tipo existem no país. Um bom programa precisa se preocupar com sua grade de disciplinas e os pro-fessores não devem apenas ter titulação, é preciso ter experiência, diretiva gerencial prática na dis-ciplina que vai lecionar. A idade dos alunos desse tipo de pós-graduação varia entre 30 e 45 anos, embora já exista alguma procura por jovens na fai-xa dos 25. Existem cursos adequados para todos os profissionais que trabalham com alguma forma de gestão. Alguns são altamente específicos para o setor público, focando planejamento, orçamento e gestão pública. Outros, nas áreas de RH, finanças, saúde, comunicações, podem ser aplicados tanto na iniciativa privada quanto no trabalho em órgãos do governo. Cursar um MBA hoje é fundamental para o profis-sional que busca uma colocação melhor ou almeja postos diretivos gerenciais mais avançados, que impliquem maiores responsabilidades. É essencial para os que se interessam em trocar experiências com outros executivos aprimorar o seu know how e ampliar sua rede de contatos, sua network. É

ainda uma ex-celente alterna-tiva para quem quer dar um up grade em um currículo que, pelos mais di-versos motivos, não conta com

o peso de uma universi-dade renomada, ou uma graduação em algum cur-so considerado “de ponta”. Contudo, o simples fato de possuir um certificado de especialista já não o di-ferencia muito da concor-rência. A credibilidade e o reconhecimento da escola de educação executiva frente ao mercado são hoje o grande diferencial nos currículos. Faz com que o caminho educacional percorrido anteriormente deixe de ter relevância. Por ter carga horária redu-zida, não sendo um curso de tempo integral, a qua-lidade do corpo docente e discente é muitíssimo relevante, já que o bom aproveitamento do curso está muito ligado à troca de experiência e conteúdo. A eficácia dos MBAs está no fato de o conteúdo ser realmente voltado para o mercado. O que se aprende ali é aplicado no dia a dia. Aprende-se com o professor e aprende-se também com os colegas. A preocupação é que todo o contingente de co-nhecimento se transforme em ações concretas que promovam crescimento. Nesse sentido, MBA quer dizer: mais bagagem agora! Assim, ao escolher a instituição na qual buscará ingressar, é preciso levar em consideração alguns fatores como: seu nome e tradição, seus professores e seus alunos. Portanto, desconfie de instituições desconhecidas, com preços muito baixos e acesso irrestrito.

“A vantagem do MbA brasileiro

sobre os programas internacionais está

na possibilidade de o aluno não

interromper a carreira para dedicar-se aos

estudos.”

Atendendo às necessidades específicas do mercado bra-siliense, dentre cursos MBA oferecidos para os segundo semestre de 2012, os mais procurados têm sido:

Banking

Gerenciamento de Projetos

Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil

Gestão de Pessoas

Gestão Empresarial com ênfase em Mercado de Capitais

Gestão Financeira, Controlado-ria e Auditoria

Gestão Financeira com ênfase em Mercados de Capitais

Marketing

Planejamento, Orçamento e Gestão Pública

Setor Elétrico

Pós-graduação FGV

Administração de Empresas

Administração Pública – Cipad

Page 14: N Respostas 22

www.nrespostas.com.br14 NRespostas

De um modo geral, o que o senhor considera como grande defeito na gestão de pessoas?

Perigos da complacência

Responde:

Luis Marinswww.anthropos.com.br

Para vencer os desafios da competi-tividade globalizada, uma empresa só pode ter em seus quadros pessoas excelentes, com obsessão pela quali-dade, obsessão pela excelência. Não dá para vencer com pessoas “mais ou menos”.E nós, brasileiros, temos um grande defeito. Somos excessivamente com-placentes com pessoas que não são excelentes. Somos excessivamente complacentes com quem não agrega

valores à nossa empresa. Somos “bonzinhos” e compla-

centes

demais com pessoas que não querem vencer, que não querem crescer, que não querem se desenvolver pessoal e profissionalmente.E assim, nossas empresas estão cheias de pes-soas pouco excelentes. E nada ou pouco fa-zemos para nos livrar delas. Ouço com fre-quência empresários, diretores, gerentes, supervisores que me dizem: “– Minha tele-fonista é um horror!” e eu respondo: “– Mas ela continua lá?” e sempre vem uma resposta do tipo: “– Ela começou comigo faz muitos anos...”, ou ainda “– Ela tem cinco filhos, mora longe...”, ou ainda pior “– Foi um ve-

reador amigo meu quem a indicou...”. E assim vamos mantendo pessoas de bai-

xa qualidade em nossa empresa! É o vendedor ruim que não vende e ainda fala mal de nossa empresa. É a balco-nista mal educada que trata mal nos-sos clientes. É o motorista desleixado que não cuida do veículo e ainda re-

clama o tempo todo etc.É claro que temos que tentar elevar as

“Quem mantem pessoas de baixa

qualidade na empresa

está fazendo cortesia

com o emprego

dos outros.”

?

!

Pergunta:Thylia Lucio

Supervisora de trade Marketingbrasal Refrigerantes

Recu

rsos

Hum

anos

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15NRespostasjunho \ julho 2012

pessoas, treiná-las, fazê-las ver a sua responsabi-lidade com a empresa. Mas não podemos passar a vida inteira carregando pessoas incompeten-tes em nossa empresa. Quem mantem pesso-as de baixa qualidade na empresa está fazendo cortesia com o emprego dos outros. Não será somente aquela pessoa quem perderá o empre-go. Todos perderão porque, com pessoas pouco excelentes, com certeza, a empresa não sobrevi-verá nestes tempos de competição brutal no mer-cado.Outro efeito não linear da complacência é que os demais colaboradores da empresa, quando veem o excesso de complacência das chefias com quem não é excelente, ficam totalmente desmotivados a exigir mais de si próprios e a buscarem a exce-lência. Afinal, o que ganham em ser excelentes, se quem não é excelente é mantido na empresa e muitas vezes até promovido?Conheço empresas em que os funcionários mais “espertos” já aprenderam que fazer o chamado “marketing interno” ou “saber vender-se bem internamente” ou ainda “ba-jular” as chefias bastam para que fiquem no emprego, in-dependentemente de fazer o trabalho com real competên-cia. Essas pessoas percebem rapidamente que a empresa dá pouco valor ao que realmente ocorre no mercado ou com os clientes. E as pessoas chamadas de “comuns” e “simples” que cumprem o seu dever, fazem as coisas certas e não se preocupam ou não têm a chamada “aptidão” para vender-se internamente ficam para trás nas promoções e nos programas de incentivo tão em moda hoje em dia.É preciso acabar com o conformismo da com-placência aos que não são excelentes. É preciso treinar, treinar e treinar. É preciso exigir com-portamentos de alta qualidade. É preciso exigir de nossos colaboradores a atenção aos detalhes e o follow-up que farão a diferença para nossos clien-tes. E quando percebermos que alguém em nosso

grupo não está disposto ou disponível para empreender a mudança para a qualidade e para a excelência, devemos simplesmente dispensar esse colaborador ou colaboradora.Sei que recrutar e selecionar pessoas excelentes é uma ta-refa penosa, demorada, exige comprometimento, busca, contatos, tempo. Sei que pes-soas excelentes são mais exigentes e exigirão de nós melhor tratamento, melhores condições de trabalho etc. Mas, acredite, não nos resta alterna-

tiva. Ou temos conosco pessoas exce-lentes ou morreremos como empresa, mais cedo ou mais tarde.A complacência é, portanto, fatal. Quando perceber a desídia, a falta de comprometimento, o descaso, o des-cuido dos detalhes, a falta de compro-misso em terminar as tarefas inicia-das, o dirigente deve imediatamente chamar a atenção e exigir de seus su-bordinados a excelência. O dirigente empresarial, hoje, não

pode aceitar e ficar inerte frente a situações que comprometam o futuro da empresa, da marca, do negócio. A complacência com a baixa qualidade e qualificação de nossos colaboradores significará aceitar a derrota por antecipação. E para derrota-dos nenhuma explicação salva, nenhuma desculpa compensa, nenhuma complacência justifica.

Luiz Marins é antropólogo, formado em História, Direito, Ciência política, Negociação, planejamento e Marketing, AntropologiaEconômica e Macroeconomia. www.anthropos.com.br

“Conheço empresas em que os funcionários mais “espertos” já aprenderam que fazer o chamado “marketing interno” ou “saber vender-se bem internamente” ou ainda “bajular” as chefias bastam para que fiquem no emprego.”

“Recrutar e selecionar pessoas excelentes é uma

tarefa penosa, demorada, exige

comprometimento, busca, contatos,

tempo.”

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www.nrespostas.com.br16 NRespostas

Fora da caixaRo

drig

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ques

Não existe nada mais complicado do que a mente de uma mulher para os homens e a mente de um homem para as mulhe-

res. Nada mais complicado, fascinante e impor-tante se você tem um negócio, lidera uma equipe ou simplesmente está tentando arrumar o que fa-zer num sábado à noite.Entender a mente das pessoas é conseguir saber o que elas pensam (bom), por que elas pensam o que pensam (muito bom) e como elas vão se comportar em uma determina-da situação (ainda melhor).Prever comportamentos é ques-tão-chave para líderes e ges-tores de empresas de todos os setores, tamanhos e mercados. Nosso único problema é que sa-bemos pouco sobre a tal mente do cliente e usamos ferramen-tas inadequadas para tentar descobrir o que eles realmente querem.Gerald Zaltman, professor de marketing em Har-vard e autor do livro “Afinal, o que querem os clientes?”, nos lembra que mesmo depois de gastos

milhões em pesquisa de avaliação e grupos focais em busca da opinião dos clientes, 80% dos pro-dutos lançados no mercado morrem em apenas 1 ano. Vale ressaltar: depois de lançar um produto ou serviço com os benefícios que os clientes pe-diram pelo preço que eles disseram estar dispos-tos a pagar, 8 em 10 produtos não conseguem se manter no mercado.

Zaltman nos chama atenção para um princípio simples: nem sempre sabemos o que que-remos e na maioria das vezes estamos apenas reagindo ao es-tímulo das perguntas sendo fei-tas. Para desvendar a mente do cliente, diz o professor, precisa-mos trabalhar as metáforas que eles usam para explicar não do que gostam, mas o PORQUÊ gostam disto ou daquilo.

O uso de metáforas tem seu fundamento nos úl-timos 30 anos de pesquisas nas áreas de ciências cognitivas. Nossos pensamentos não são organi-zados de forma estruturada, hierárquica e linear. Para usar uma metáfora, quando comemos um

do clienteA mente

“Prever comportamentos é questão-chave

para líderes e gestores de empresa de

todos os setores, tamanhos e mercados.”

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cookie não sentimos o sabor da farinha, do açú-car, do leite e do chocolate separados e ordenada-mente. Sentimos tudo, ao mesmo tempo e agora.Nossa mente é tão complexa que, pasmem, um mesmo prato terá seu gosto alterado quando o degustarmos pela segunda vez com uma pessoa querida; mesmo sabendo da baixa performance de um gerente financeiro, daremos mais dinheiro a ele se seu rosto lembrar o de uma criança; ao analisarmos um candidato para qualquer cargo, os candidatos mais altos serão, em média, melhor avaliados, e quando não conseguimos decidir en-tre duas coisas muito boas, basta acrescentar uma versão ruim de uma delas que a decisão é tomada de imediato.Para rir e saber um pouco mais das pegadinhas que as mentes pregam em seus donos, não deixe de ler “Previsivelmente irracional” e “Positiva-mente irracional”, de Dan Ariely.

Bem, tudo parecia perdido na árdua tarefa de decifrar os pensamentos do cliente até o aparecimento do neuroma-rketing. Read Montague e Martin Lindstrom são, sepa-radamente, autores referen-ciais nesta nova área que se propõe a estudar as respostas sensomotoras, cog-nitivas e afetivas aos estímulos de compra usando tecnologias avançadas como a RMF (Ressonância Magnética Funcional).Lindstorm, em seus livros “Buyology – A lógica do consumo” e “Brandwashed”, apresenta acha-dos fantásticos e por vezes assustadores de como os clientes pensam. Começamos a entender, por exemplo, que mar-cas como Coca-Cola, Sony e Apple “acendem” as mesmas áreas do cérebro que imagens religiosas. Outra surpresa é descobrir que a visão está per-dendo espaço na tomada de decisão nas compras. Audição e olfato (música e cheiro) são influen-ciadores extremamente potentes nos pontos de venda. Sexo não vende tanto quanto pensáva-mos. Situações ou imagens com conotação sexu-al prendem rapidamente nossa atenção mas não nos fazem lembrar da marca ou produto como se esperava. Pratos grandes e certa ordem na dis-posição das comidas faz com que comamos bem mais do que estávamos dispostos. Sem saber o que estamos tomando, preferimos Pepsi a Coca, mas quando sabemos nossa mente volta atrás e faz com que a lembrança de beber Coca seja melhor.Entender não O QUE mas POR QUE os clientes compram é a missão de todos aqueles que querem levar suas empresas desta para a próxima década. Hoje, a mente vale mais do que o bolso do cliente.

Rodrigoh Henriques é consultor nas áreas de gestão estratégica e comunica-ção eficaz. Apaixonado pela educação no mundo dos negócios, desenvolveu e coordenou programas de excelência, diferenciação, posicionamento estratégico e comunicação em empresas brasileiras e multinacionais. É diretor-executivo da Dif3rente Educação Corporativa e palestrante nos temas relacionados à mudança, inovação, persuasão e efetividade da comunicação para líderes e liderados. [email protected]

“Um mesmo prato terá seu gosto alterado quando o degustarmos pela segunda vez com uma pessoa querida.”

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www.nrespostas.com.br18 NRespostas

Percebo que há muito pouca gente realmente interessada em si mesma. De modo geral, o que as pessoas sentem é mais pena do que interesse. Quando fazem a lista de atividades e definem o tempo de dedicação a cada item, não são capazes de abrir mão do ócio atual em favor do futuro me-lhor. Acontece que nenhum esforço de busca de realização profissional apresenta resultado antes de cinco ou sete anos. Nenhum. Crescer é um es-forço continuado até que a gente comece a sentir que não é mais aquilo que era antes. Não pense que dando uma bela arrancada de três meses vai ver sua credibilidade crescer. Não acontece abso-

lutamente nada em três meses. Além dis-so, durante o período de esforço continu-ado por vários anos, você precisará rever tudo, visitar várias vezes todos os itens da lista e fazer ajustes.Cuidamos muito mal de nosso crescimen-to e de nossa prosperidade, somos reati-vos ou passivos. Parece até que alguns dão certo por inércia, outros porque ficam quietos. Fomos preparados para viver

com base em duas crenças:

1.O país cresce e leva a gente para a frente.2.São os outros que nos devem atribuir valor.

Por isso as pessoas não se mostram dispostas a in-vestir um tostão ou um minuto da vida para con-quistar valor profissional.

Encontre seus espelhosQuero chamar sua atenção para um ponto: é mui-to difícil crescer sozinho. Sendo assim, além de cultivar a network, escolha pessoas para servir-lhe de espelho. Se conhece alguém que se distingue pelo comportamento ético, mesmo que não seja tão estudioso ou empreendedor, pegue sua faceta ética como exemplo. Observe o que ele faz, anali-se seu padrão ético, veja como age e como faz para ser percebido por essa característica.Outro espelho bom é o da competência. Quem é a pessoa que você reconhece como mais compe-tente naquilo que faz? Ah, mas ela não é ética. Não faz mal, porque nela você vai observar a compe-tência. Esse será seu traço inspirador. Outro espe-

“Nenhum esforço de

busca de realização

profissional apresenta re-sultado antes

de cinco ou sete anos.”

Além da hierarquiape

dro

Man

delli

Parte III

na sua vidaPense

do finalpara o começo

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lho: o da performance, da energia. Mas ela não é ética, não é competen-te. Não faz mal! Obser-ve a performance dessa pessoa.Um quarto espelho: o da disciplina. Não con-funda ser disciplinado com ser metódico. Dis-

ciplinado não é aquele que tem noite certa para fazer as coisas ou usa uma cor de pijama para cada dia da semana, ou tem dia e hora certa para cortar as unhas. Isso é ser metódico. Procure alguém que seja respon-sável por aquilo que está fazendo com a própria vida. Isso requer disciplina, essa pessoa é autodeterminada.Caso esses quatro espelhos estejam em falta em sua rede de relacionamentos, você acabou de me dar um feedback. Muito provavelmente está escolhendo rela-cionar-se com pessoas piores do que você. Essa é uma habilidade negativa que às vezes desenvolvemos como defesa. Cercar-se de pessoas menos capazes é gosto-

so, a gente lidera, é reconhecida por elas, que lustram nosso ego. Para crescer e prosperar, no entanto, deve-mos buscar o relacionamento com pessoas que reco-nheçamos ser melhores que nós, com quem tenhamos o que aprender. Ego polido não faz carreira.

“Para crescer e prosperar, no entanto, deve-mos buscar o

relacionamento com pessoas

que reconheça-mos ser melho-

res que nós.”Pedro Mandelli é consultor na área de mudança organizacional, sócio-diretor da Mandelli Consultores Associados, é professor da Fundação Dom Cabral e autor do livro “Muito além da hierarquia”.

Leia mais sobre o assunto em:

Muito além da hierarquiapedro MandelliEditora Gente - 2001

Em um cenário cada vez mais diversificado, o gestor precisa ter em sua equipe pessoas que sejam autônomas. E façam aconte-cer. para isso, é preciso que cada gestor faça um autodiagnóstico gerencial e transforme-se em um profissional além da hierarquia. Esse conceito, criado pelo renomado professor e consultor Pedro Mandelli, vai ajudá-lo a assumir o perfil de um gestor que valoriza as pessoas e os processos de desenvolvimento próprio e de seus subordinados, tendo como objetivo capacitar a equipe para que todos cresçam profissionalmente e entreguem os resultados. Nesta edição, revista e ampliada, além de pontos-chave da gestão de pessoas, como o entendimento da relação líder-liderado e o respeito ao alinhamento de comportamento em um time, o autor aborda, em um novo capítulo, todos os aspectos da criação de um ambiente de alta performance para toda a organização. Com a aplicação des-ses conceitos, sem dúvida você tem tudo para se tornar um líder muito além da hierarquia.

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1. pedro Mandelli ensinando como Liderar com Alta perfor-mance.

2. Os palestrantes Daniel Godri e Eduardo tevah ansiosos para começarem seus shows.

3. O filósofo Clóvis de Barros Filho com o tema: Confiar para Liderar.

4. Mais de 2.000 pessoas lotaram o auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães para assistir a Eduardo tevah e Daniel Godri.

5. Café e Contatos com Homero Reis, lançando seu novo livro: branca de Neve e os Sistemas Gerenciais.

6. Marçal de Assis, jefferson Ribeiro, kaira Dantas e Claudionor batista, da Secretaria de justiça.

7. Iuton Alencar, Remilson Carvalho, Carlos bueno e Nei Vieira, do Grupo Galois, no top 10 Empresarial de maio.

8. Daniel Godri.

9. Ação social no evento da N Produções: 1 real para cada participante da palestra será doado para uma instituição de caridade, que em abril presenteou a Ápice Down.

10. Eduardo tevah.

N Flashes

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4

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9

“N Produções começa ao telefone. O convite amável e persistente.

Certeza de que esperam por nós. No aeroporto, a presença. Detalhes

na recepção. Carinho no acolhi-mento. Tudo contribui. No evento,

muita gente. Confiantes de que haverá ganho. Transformação. Na

partida, o calor da gratidão. A cer-teza de um encontro próspero. A

esperança de um outro. Em breve.”

Clóvis de Barros Filósofo e palestrante

Janaína e Ricardo RibasAuto Escola Brasiliense

Mariana BittarSupervisora de Talentos Humanos

Laboratório Sabin

“Os eventos Top 10 Empresarial são imprescindíveis para qualquer profissional que quer se destacar dentro de sua organização. Com

temas inovadores dados pelos me-lhores palestrantes do Brasil, os en-contros trazem a segurança de um

conteúdo muito bem embasado, criativo e motivador, possibilitando

crescimento e desenvolvimento com foco na prática profissional.”

“Treino meus funcionários há mais de seis anos e isso tem sido o grande di-

ferencial para nos tornarmos uma em-presa destaque no DF. Os treinamentos periódicos da minha equipe têm resul-tado num amplo sucesso e crescimento

da marca. Aconselho meus amigos empresários a sempre investirem em

conhecimento e treinamento, pois sem isso é impossível uma empresa se

consolidar no mercado atual.”

O que eles dizem da N produções:

Fotos: Aliram Campos e Murilo Nunes

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www.nrespostas.com.br22 NRespostas

Eu tenho feito muito essa pergunta para as pessoas toda vez que tenho a oportunida-de. Uma leitora me enviou um e-mail inte-ressante sobre esse assunto e que pode ser

algo que também esteja acontecendo com você:“...quando eu chego aqui na empresa, começo a planejar as coisas que vou fazer. Crio tarefas no Outlook, deixo tempo vago, mas chega no meio do dia e já me perdi completamente. Chego no fim do dia, não fiz nada do que me planejei, fico com a maior sensação de frustração, cansada, com dor de cabeça e no dia seguinte já fico decepcionada porque tudo vai começar novamente. Fiquei pensando na pergunta que você me fez e acho que o problema não é só com a segunda, é com a terça, a quarta, quinta etc.”Eu perguntei para essa leitora se ela gostava da se-gunda-feira. Eu fiz a mesma pergunta para pessoas que conseguiram entrar no status de “pessoas de alta performance” (baseado em um estudo estatístico de

performance). Sempre pergunto aos exe-cutivos que se tornaram Presidentes se eles gostam da segunda-feira. Não fiz nenhum estudo aprofundado so-bre o assunto, mas posso dizer que em 85% dos casos, as pessoas que amam a segunda-feira têm resultados superiores, se comparados às pessoas que não gostam da segunda-feira.A segunda-feira é o símbolo do primeiro dia de trabalho da semana, mas para alguns será o primeiro dia do martírio semanal,

já para outras, o primeiro dia da realização de seus sonhos, para alguns o primeiro dia para buscar no-vas oportunidades ou o primeiro dia de problema da semana.Claro que têm segundas-feiras que não serão tão boas assim e às vezes até darão uma pontinha de aflição. O problema começa, quando, depois que acaba o Fan-tástico (ou o BBB), surge um desespero, uma angús-tia, uma tristeza pelo dia seguinte. Quem não gosta de nenhuma segunda-feira precisa parar um pouco para refletir sobre a sua vida. É de segunda a sexta que você faz seus sonhos saírem do lugar, poucas pes-soas fazem isso no final de semana.Encare que você passa a maior parte da sua vida no papel profissional. Ficar com este estado de tristeza, desespero ou de conformismo na segunda-feira só piora o seu dia a dia! Aí não tem motivação, gestão de tempo ou programa de incentivo que dê jeito!Tem gente que culpa a empresa, o cargo, o cliente, o tempo, o trânsito por esse estado “cadavérico” que vive na segunda-feira, o que é pior ainda. Essas pes-soas costumam transferir para terceiros a sua própria incapacidade de mudar, de fazer diferente, de buscar alternativas.Para este perfil, a gestão do tempo será inútil, porque todo o tempo que ele poderia escolher priorizar o importante fica abarrotado de urgências e coisas cir-cunstanciais, e neste caso é melhor se conformar ao invés de mudar. O seu poder de escolha, planejamen-to, pró-atividade fica minimizado. Talvez você esteja passando por essa crise agora, tal-

Você gostada segunda-feira?

“Pessoas que amam a segunda-

feira têm resultados

superiores, se comparados

às pessoas que não

gostam da segunda-

feira.”

ChristianBarbosa

Opinião

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vez você esteja sobrevindo aí na empresa enquanto lê este texto. Talvez a sua segunda seja tão insuportável que você está a ponto jogar tudo para o alto. E se você chegou neste ponto, por que não ser ho-nesto com você mesmo e tomar uma atitude? A pior coisa que podemos viver é a auto-hipocrisia. O Brasil vive um momento singular na história, uma época de emprego praticamente pleno em diversos setores. Nunca foram criadas tantas vagas e também oportu-nidades para empreender. Esse é o melhor momento para buscar uma nova alternativa, algo que faça você feliz e que ajude a empresa a ser mais eficiente tam-bém! Se você é líder, pergunte à sua equipe se eles gostam da segunda-feira. Faça algo que permita respostas anônimas, se necessário! Obter 100% de pessoas que amam a segunda-feira vai ser impossível. Seu foco é trabalhar de forma positiva com os que não gostam e são importantes para tornar seu trabalho mais agradável e por consequência a sua própria pro-dutividade e automotivação.Eu amo a segunda-feira, é o primeiro dia da sema-

na para realizar minhas metas! Eu fico ansioso pela segunda e também pela sexta, pelo fim de semana com a minha fa-mília. Eu amo o que faço, e isso me permite criar resultados de forma equilibrada.Você não precisa amar a segunda, mas pode gostar do que ela representa. Se não gosta, basta se perguntar: até quan-do vou ficar sobrevivendo com algo que não gosto? Até quando vou gastar meu tempo à toa?Uma feliz semana e uma excelente segunda--feira!

Christian Barbosa é conferencista, empreendedor e sócio da triad Consul-ting – empresa global de treinamento, consultoria e produtos especializada em produtividade e Master practitioner em programação Neurolinguística. www.christianbarbosa.com.br

“Segunda-feira é o primeiro dia da semana para realizar minhas metas! .”

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Etc por Renata Araújo[Entretenimento, trabalho, casa]

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INFORME

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www.nrespostas.com.br26 NRespostas

Viver em função de mudar alguém traz muita insatisfação, frustração e infelicida-de. E geralmente frustra muitos sonhos de sucesso.O empresário luta para o filho trabalhar na empresa da família; o funcionário quer que seu líder seja diferente; o líder quer que o funcionário seja mais dinâmico; o pai cisma que a filha tem de ser mais calma; a filha insiste para que a mãe pare de cuidar dos outros; e assim vai.Geralmente, procuramos enquadrar os ou-tros em definições pré-estabelecidas, den-tro de padrões que nos interessam. Essa atitude põe a perder a beleza e a rique-za dos relacionamentos entre as pessoas, porque não se consegue admirar o outro em sua plenitude pelo que ele simplesmen-te é. Mas cada um tem a sua história, crenças e

pensamentos, que estão diretamente liga-dos à sua forma de criação. Se a padronização das pessoas fosse possí-vel, o relacionamento entre elas até poderia ser mais fácil, mas com certeza seria mais pobre, porque a riqueza nasce da diversi-dade. Cada um tem um ritmo e um modo de ser. Existem aqueles para os quais basta dizer uma frase que as coisas funcionam bem. Outros precisam de um tempo maior, de uma abordagem diferente, de um trata-mento apropriado, para comprar a sua ideia e colocá-la em prática. Mas é preciso ter em mente que as pessoas são como são, por suas próprias razões, e não para magoar ou para agradar os outros. Alguém não concordar com você não sig-nifica necessariamente que ele está contra você.

“As pessoas são como

são, por suas próprias

razões, e não para magoar

ou para agradar os

outros.”

Aceiteas pessoas

que elas sãodo jeito

“Procuramos enquadrar os outros em definições pré-estabelecidas, dentro de padrões que nos interessam.”

Dicas de campeãoRo

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27NRespostasjunho \ julho 2012

Nossa tendência é esperar res-postas feitas, desejando que as pessoas se relacionem conosco da maneira como gostaríamos. Se não se comportam segundo nossas expectativas, julgamos que estão agindo daquela ma-neira para nos magoar.Muitas vezes, quando o outro não nos dá aqui-lo que desejamos, e da maneira que queremos, temos a sensação de que fomos traídos. Por isso há tantas pessoas que se machucam quando amam, por não perce-berem e não aceitarem a verdadeira essência do outro. Nós precisamos amar e aceitar as pessoas do jei-to que elas são, seja na vida pessoal, amorosa, ou na vida profissional! Ao longo da vida, aprendi que existem diver-sos caminhos para chegar ao mesmo lugar. Não existe um caminho único para todo mundo. Depende muito em que ponto da vida cada um está em termos de compreensão da própria jor-nada. Por isso sofremos quando pretendemos ser do-nos da verdade. Achamos que nosso caminho é o único possível, inclusive para os outros. Dentro das organizações, projetos baseados em “novas” verdades, impostas sobre as crenças es-senciais das pessoas, fracassam justamente por-que os colaboradores recusam qualquer mudan-ça que não considerem como parte da sua visão pessoal. São comuns processos de convencimento que não levam em conta as verdades dos colabora-dores. Não podemos esquecer que a transfor-mação nasce dentro da própria pessoa, e não de fora.

As pessoas mudam quando se comprome-tem, e não porque alguém impõe algo ou as critica. Mas a mudança exige, como primei-ra condição, que elas próprias tenham o de-sejo de transformação e o compromisso com o próprio crescimento. Construa sua felicidade desfazendo a depen-dência que você procura desenvolver nos outros. Quando você é feliz, até mesmo o outro

terá um modelo para se inspirar quando resol-ver mudar.

Um grande abraço,Roberto Shinyashiki

Roberto Shinyashiki é empresário, palestrante e Doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São paulo (FEA/USp). www.shinyashiki.com.br

Saiu a nova versão atualizada e ampliada de um grande sucesso de Roberto Shinyashiki:

O Sucesso é Ser FelizRoberto ShinyashikiEditora Gente

Neste clássico best-seller que já ajudou mais de 1,5 milhão de pessoas, o autor mostra como a vida pode ser celebrada e aproveitada em sua plenitude. Com um novo texto, totalmente reescrito e adequado aos dias de hoje, este livro mostrará a você que deixando para trás mitos, falsas crenças e ilusões, e abandonando o que o impede de crescer, é possível buscar, encontrar, cultivar e viver a felicidade intensamente. A felicidade não pode ser uma decisão passageira, mas sim uma maneira de viver. Este livro ajuda as pessoas que querem fazer sua vida valer a pena a aproveitar todas as oportunidades para viver de modo feliz. Uma obra que já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares.

“Existem diversos

caminhos para chegar ao mesmo lugar. Não existe um caminho

único para todo mundo.”

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Eco por Renata Araújo[notícias]

Responsabilidade social

empresarial é:

Cuidar do hoje com olhar estratégico e perspectiva para o amanhã.

Priorizar uma gestão sustentável e so-cialmente responsável a partir da alta direção envolvendo colaboradores, fornecedores, consumidores, comu-nidade e demais partes interessadas na estratégia de resultados da empresa.

Respeitar a biodiversidade a partir das recomendações desenvolvidas por estudos de impacto ambiental no desenvolvimento de novos empreendimentos.

Promover e colaborar com a preservação das características culturais e ambientais de cada região onde a empresa atue.

Estimular o consumo consciente e responsá-vel através da divul-gação de processos e conceitos sustentáveis.

Promover o crescimento e aprendizado de seus cola-boradores visando ao apri-moramento e à qualidade dos produtos e serviços oferecidos, e favorecendo a capacidade de retenção dos talentos internos.

Ter uma política clara de promoção de cargos e salários, tornando o am-biente seguro e interes-sante para seus gestores e colaboradores.

Envolver a família dos colaboradores e a comuni-dade onde está instalada, promovendo um ambiente positivo e colaborativo.

Ter um canal de comunicação in-terno ativo e receptivo, promoven-do a participação criativa e compro-metimento dos colaboradores para propor soluções e ideias inovadoras.

Atuar além das e determi-nações legais, se posi-cionando como parceiro dos agentes de governo, sociedade e ONGs.

Estar atento aos novos anseios e expectativas dos clientes, sociedade e formadores de opinião, atuando proativamente para atendê-los e surpre-endê-los na apresentação de novidades e soluções.

Ter medidas corretivas, preventivas e inovado-ras em todos os níveis de atuação e relaciona-mento da empresa.

Ouvir todas as partes en-volvidas, promovendo um desenvolvimento justo, equilibrado e sustentável.

Estudar e priorizar o desenvolvimento de produtos e serviços que tragam impactos míni-mos ao meio ambiente.

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Há alguns anos, o publicitário Júlio Ribeiro disse, meio brincando, que provavelmente as melhores empresas para se trabalhar no mundo eram as grandes escolas de samba, pois sempre havia cen-tenas de candidatos por cada vaga para desfilar.O interessante é que nessa história há um fundo de verdade. Tem muita gente que se mata o ano todo para desfilar no Carnaval. Durante meses, a pessoa vai a todos os ensaios, nunca se atra-sa, dedica-se ao máximo, trabalha de madruga-da, compete para ser posicionado nas alas mais destacadas, gasta do próprio bolso em fantasias,

colabora com os outros departa-mentos, canta o samba enredo com emoção e não recebe um centavo por todo esse trabalho! Tudo isso para desfilar por uma hora! Esperam angustiados o resul-tado da votação e quando a escola perde, choram por dias e quando ganha, comemoram como se tives-sem ganho na loteria.Muitas dessas mesmas pessoas não têm a mesma dedicação em seu tra-balho formal. Fazem para o gasto,

chegam atrasadas e não se preocupam se a em-presa está indo bem ou mal.Por que isso acontece? Porque no primeiro caso elas estão automotivadas! Fazem esse esforço porque querem, sem ninguém mandar e dão o melhor de si.Quando estamos em um emprego ou profissão que não gostamos, passar o dia é um martírio e quase tudo é motivo para estresse e insatisfação. Isso tem pouco a ver com dinheiro e, sim, com a falta de aptidão para aquela tarefa.Por isso, o ideal seria procurar profissões em que haja prazer em executar as principais ativi-dades relacionadas a ela. Isso só vai ocorrer se você trabalhar em áreas em que seus principais talentos podem ser aproveitados ao máximo para você se sentir realizado. A remuneração, o aprendizado e o reconhecimento virão como consequência.

Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de pessoas e especialista em trei-namentos e consultorias “in company”, com aplicações práticas da neuro-ciência comportamental, possuindo mais de 30.000 horas de experiência prática. É pós-graduado em Direção de Empresas, especializado em Coor-denação e Dinâmica de Grupos e autor do livro “Por que a gente é do jeito que a gente é?”, da Editora Gente. para mais informações, acesse www.eduardoferraz.com.br.

“Quando estamos em um emprego ou profissão

que não gostamos,

passar o dia é um

martírio e quase tudo é motivo para

estresse e insatisfação.”

A diferença está em fazer o que se gosta

?

!

Pergunta:Renan Rocha

Estagiário de Direito bueno Franco & Castro Advocacia

Mot

ivaç

ão

Responde:

Eduardo Ferraz www.eduardoferraz.com.br

Onde devemos buscar motivação para o trabalho?

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www.nrespostas.com.br30 NRespostas

Em 2008, no auge de uma das mais sérias crises fi-nanceiras mundiais – o SUBPRIME –, fui convidado pelo Correio Braziliense para uma palestra sobre o tema.Auditório absolutamente lotado, pessoas ávidas por informações, algumas desesperadas (ações derreten-do), oportunistas querendo dicas e curiosos.Palestra dada... Quem escutou e fez o sugerido apro-veitou as oportunidades. E hoje está muito mais preocupado, afinal, o valor disponível que tem para

aplicar/ou aplicado hoje é muito, mais muito maior do que dispunha naquela época.Agora encontro as mesmas pergun-tas, só que o Correio ainda não me convidou para respondê-las, quem sabe a N Produções... (Sonha, me-nino.) Enquanto o convite não vem, vou tentar sintetizar neste espaço:1. Em 2008, Fundos DI dos prin-cipais bancos, com taxas de admi-nistração absurdas, foram critica-dos. Hoje eles enfeitaram o pavão

e mudaram o nome, agora chamam CDB, mas você continua recebendo uma merreca e fazendo papel de

bobo, ou seja, recebe menos que a poupança. Mas o gerente do banco não vai dizer isso, ainda que ache o investimento inadequado, é obrigado a bater metas. Se não as bater, colocam outro no lugar e esse tam-bém estará mais preocupado com o emprego e menos com suas aplicações.2. Em 2008, foi sugerida e elogiada a poupança atra-vés dos Planos de Previdência Privada, onde você paga 8,5 e leva 12. Para isso, basta fazer a opção e cálculo corretos. Isso o gerente também não vai fazer, talvez não saiba, ou de novo está preocupado com as malditas metas e vai lhe propor um plano inadequado ao seu perfil, mas muito rentável para o banco.3. Em 2008, a Bolsa estava virando PÓ... E agora no-vamente, OLHA QUE BOM! Empresas boas rende-ram muito, muito, mas muito mesmo. Com certeza absoluta não foi a dica do gerente do banco, aquele das metas, e menos ainda dos fóruns malucos da in-ternet. Essas ações precisaram ser muito bem analisa-das e selecionadas. Os setores e as empresas com boas perspectivas de hoje são muito diferentes dos daquela época.Observem que as dúvidas são sempre as mesmas, e as soluções também, com pequenos ajustes aqui e ali. Basta procurar a assessoria de empresas sérias e

N Investimentos

“Jamais acredite em promessas

miraculosas de espertalhões

que negociam prometendo

ganhos absurdos.”

Investindo

A vingançana crise II

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31NRespostasjunho \ julho 2012

pessoas idôneas, e aí você pode contar com a N In-vestimentos, onde você notará a diferença entre uma ASSESSORIA FINANCEIRA E UM VENDEDOR DE PRODUTOS FINANCEIROS INADEQUA-DOS.Semana passada, o jornal Valor Econômico trouxe reportagem de página inteira abordando exatamen-te este tema (parece até que me estão copiando – que humildade, hein!): tratava-se da mudança de comportamento, na última década, do padrão de investimento nos outros países, onde os investidores desistiram dos gerentes bancários e buscaram pro-fissionais de empresas qualificadas, multiplicando e melhorando enormemente a rentabilidade dos seus investimentos. Este é o objetivo da N Investimentos. ATENÇÃO – Não confunda assessoria com malan-dragem, procure sempre empresas com registro nos órgãos competentes: CVM e Bacen. Jamais acredi-te em promessas miraculosas de espertalhões que negociam prometendo ganhos absurdos através: da

engorda da bicharada, dinheiro em paraísos fiscais, commodities e ações nas Bolsas, pre-catórios que já têm compradores pagando o triplo, títulos de outros países que o dono era alguma pseudo-autoridade, títulos do Império – de 1900 e cacareco – que corri-gidos valem bilhões, e outros tantos objetos, mas com o único objetivo de iludir, afinal, só muda o instrumento. Cuidado especial com métodos infalíveis e nunca deposite valores em contas de tercei-ros, em toda empresa credenciada você pos-sui uma conta própria. Caso você não siga essas regras básicas, é melhor continuar com o gerente das malditas metas, afinal, ele só é ruim de negócio, mas dificilmente desonesto.

Demétrius Borel Lucindo é economista, pós-graduado em Adminis-tração Financeira na FGV e gestor financeiro certificado pela CVM, profissional de mercado desde 1986, quando começou sua carreira profissional, destacando-se em várias instituições financeiras.

“Cuidado especial com métodos infalíveis e nunca deposite valores em contas de terceiros, em toda empresa credenciada você possui uma conta própria.”

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www.nrespostas.com.br32 NRespostas

Responde:

Rodrigo Fonsecawww.diasdotrabalho.com.br

A formatação clássica do vínculo de emprego pres-supõe um contrato firmado diretamente entre empregado e empregador, pelo qual este controla e direciona a prestação de serviços, que se rever-te em seu direto benefício. Trata-se, portanto, de uma relação bilateral.Todavia, a evolução das relações socioeconômicas, a crescente competitividade entre empresas, den-tre outros fatores, fez surgir um novo modelo de relação de trabalho, pelo qual o empregado presta serviços em benefício de um tomador de serviços, distinto do empregador.Ilustrativamente, imagi-nemos uma situação mui-to comum: um faxineiro, empregado de certa em-presa fornecedora de mão de obra, que trabalhe di-retamente em uma escola, com a qual seu empregador mantenha contrato de pres-tação de serviços na área de limpeza. Nesse caso, não será o empregador o benefi-

ciário direto da energia despendida pelo trabalha-dor, mas sim a empresa tomadora de serviços (a escola, neste exemplo). Tem-se aqui uma relação trilateral, e o envolvimento desse terceiro compo-nente fez com que esse fenômeno, cada vez mais corriqueiro, passasse a ser conhecido como tercei-rização.Houve uma resistência inicial da Justiça do Traba-lho em aceitar a terceirização. Porém, ao cabo de decisões divergentes e pronunciamentos contradi-tórios, os tribunais trabalhistas firmaram entendi-mento, hoje amplamente majoritário, admitindo a

terceirização de serviços pelas empresas, desde que em áre-as vinculadas ao que se con-vencionou denominar de sua “atividade-meio”. Nesse caso, a terceirização seria lícita. Em sentido contrário, tem-se con-siderado ilícita a terceirização de serviços referentes à “ati-vidade-fim” da empresa.Dessa maneira, uma cons-trutora poderia, por exem-

?

!

Pergunta: Rodrigo dos Santos

Sócio e Diretor ExecutivoWEb point

O fenômeno da

da prestação de serviços

“Os tribunais trabalhistas firmaram

entendimento, hoje amplamente

majoritário, admitindo a terceirização

de serviços pelas empresas, desde que

em áreas vinculadas ao que se convencionou

denominar de sua ‘atividade-meio’.”

Jurí

dico

terceirizaçãoQuais serviços posso terceirizar na minha empresa?

Homero Reis e Consultores/ UniCeub oferece a mais avançada e profunda iniciativa de formação em Coaching Ontológico disponível no Brasil.O Coaching Ontológico é uma poderosa metodologia que visa não apenas a mudança, mas uma verdadeira transformação nas formas de ser e fazer de indivíduos, grupos e organizações. Este programa é destinado a pessoas que desejam ser reconhecidos como “profissionais do conhecimento”, isto é, descobrir uma nova e prática compreensão do poder da linguagem, da emoção e do corpo como base para a inovação e construção de novas realidades a partir de conversações.

Você será acompanhado durante todo o curso por um Coach Supervisor de forma personalizada.

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Inicio dia 24 de agosto 2012

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33NRespostasjunho \ julho 2012

plo, terceirizar os serviços de limpeza, vigilância e assistência médica, contratando com uma empresa prestadora de serviços o fornecimento de mão de obra nessas áreas. Esta encaminharia faxineiros, guardas noturnos e médicos, que trabalhariam nas dependências e em prol da construtora, porém, seu vínculo de emprego seria mantido com a prestado-ra, que os remuneraria. Trata-se do que se conven-cionou denominar “terceirização lícita”. O mesmo não poderia ocorrer, no mesmo caso, com relação a engenheiros e pedreiros. Como a ati-vidade destes profissionais insere-se diretamente no objetivo social, isto é, na atividade-fim da empresa (construção civil), não se admitiria a terceirização da mão de obra. Assim, se a construtora insistir em arregimentar tais trabalhadores através de empre-sa fornecedora de mão de obra, o Poder Judiciário tende a declarar fraudulento o contrato de forneci-mento de mão de obra e a reconhecer o vínculo de emprego diretamente entre o engenheiro – ou o pe-dreiro – e a construtora, na clássica relação bilateral

antes referida.Esse é o panorama geral e resumido da interpre-tação jurídica hoje do-minante sobre o fenô-meno da terceirização de serviços. Nos casos em que admitida, há di-versas questões relevan-tes, de ordem prática, a serem analisadas, como a definição da responsa-bilidade das empresas prestadora e tomadora de ser-viços pelo pagamento dos direitos do empregado, bem como a possibilidade de terceirização no servi-ço público, temas a serem tratados em um próximo artigo.

Rodrigo Dias da Fonseca é juiz do trabalho do tRt da 18ª Região, ex--presidente da Associação dos Magistrados trabalhistas em Goiás, coor-denador do curso de pós-graduação em Ciências do trabalho da Uniclass e professor universitário. Mantém o blog www.diasdotrabalho.com.br

“Há diversas questões relevantes, de ordem prática, a serem analisadas, como a definição da responsabilidade das empresas prestadora e tomadora de serviços pelo pagamento dos direitos do empregado.”

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Inicio dia 24 de agosto 2012

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www.nrespostas.com.br34 NRespostas

Pergunte ao coachH

omer

o Re

is

Lá vou eu com mais uma história – a de Salomão, filho de Davi, que foi rei em Israel. É uma história bem significativa, olhando-a sob o prisma da ges-tão. Em resumo é assim: com a morte de Davi, Salomão assume o reino. Logo no início de seu reinado, ele tem um encontro com Deus, no qual lhe foi feita uma oferta especial.– Peça o que quiser – disse-lhe Deus – que eu atenderei. Seu pedido não tem limites nem con-dições. Peça, apenas!O jovem rei, diante de tantas possibilidades e cheio que sonhos, aceita a oferta e faz seu mais profundo pedido.– Nada me será útil se não tiver sabedoria para

conduzir a vida e o reino. Por isso, peço que me dê sa-

bedoria para gover-nar – disse ele.

– Como pedistes bem – disse-lhe Deus –, lhe farei mais e lhe darei todas as demais coisas que desejas.Acho esta história provocadora de muitas refle-xões. Imagine-se nessa situação. Imagine que lhe seja feita a mesma oferta. Riquezas, fama, poder etc. O que você pediria?Não é uma questão retórica. É com ela que nos confrontamos todos os dias, fazendo coisas que re-produzem nossos desejos mais secretos. Mas raros são os que se preocupam com adquirir sabedoria; mesmo porque nem sabemos ao certo o que isso significa. Sabedoria é mais que conhecimento. É a capacidade que temos que fazer com que a vida se mantenha em seu sentido mais pleno. É o modo como aplico minha inteligência e minhas emoções em meus relacionamentos, de tal forma que felici-dade e paz se instalem. Sabedoria está relacionada com trajetória de vida e com a plena integração na

naturalidade das coisas. Investimos em conhecimento, mas não nos tornamos sábios.Veja o pedido do rei. Então, veio-me a questão: por que preciso de sabedoria?Quando estava pensando sobre este tema, percebi que o entendimento ge-ral sobre essa distinção está ligado aos domínios da religiosidade ou ao forte apelo místico. Sabedoria não tem nada

“Sabedoria é mais que

conhecimento. É a capacidade

que temos que fazer com que a vida se mantenha em

seu sentido mais pleno.”

Envie sua pergunta para o coach Homero Reis. participe pelo e-mail: [email protected]

A competência perdidaSabedoria

Buscando o que vale a pena

34 NRespostas

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35NRespostasjunho \ julho 2012

a ver com isso. Encontrar o sentido das coisas e agir mantendo sua integridade é elemento fundamental para se começar a compreender a sabedoria. Por prin-cípio, sabedoria diz respeito ao modo como se cami-nha. É fluir na vida, é ser inspirador.Preciso de sabedoria porque grande parte dos proble-mas que tenho poderia ter sido resolvida se eu fosse capaz de aprender com a minha história, antes de pro-curar me justificar o tempo todo. Preciso entender que sou o criador da maioria dos meus problemas. Di-ficuldades surgem na vida não para nos paralisar, mas para construir espaços de aprendizagem. Sabedoria, portanto, reflete-se no modo como enxergo as coi-sas que me acontecem. Não há azar ou sorte, a não ser a dádiva de se entender que as ocorrências da vida devem nos remeter a questões que preciso aprender. Se estou ligado nisso, começo a entender que existem coisas que posso mudar e outras que tenho que aceitar. Discernir umas das outras me torna sábio.Preciso de sabedoria porque ainda terei que enfrentar novos problemas. Ter a devida calma e serenidade para entender que esta é a mecânica da vida faz-me sábio.

Preciso de sabedoria porque sei que ainda não sou a pessoa que de-veria ser, mas também sei que já não sou mais a pessoa que era. Pre-ciso de sabedoria para entender os tempos e os movimentos da vida, para compreender que nada é ime-diato, que tudo tem seu tempo. Sa-bedoria é entender que posso esco-lher todas as coisas, mas não posso tudo; é estar em paz, também, com as coisas que não escolho.Por fim, em nossa jornada profissional, competência, atitude, informação, são coisas importantíssimas; po-rém, sabedoria é fundamental.

Reflitam em paz!Homero Reis

Homero Reis é bacharel em Administração de Empresas, mestre em Educação, psicanalista clínico, coach master e coach ontológico empresarial e membro da International Coaching Federation. www.homeroreis.com

A competência perdida

“Preciso de sabedoria porque grande parte dos problemas que tenho poderia ter sido resolvida se eu fosse capaz de aprender com a minha história.”

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www.nrespostas.com.br36 NRespostas

Liderar é a arte de fazer escolhas. As certas. As pessoas certas, o preço certo, a hora cer-ta de entrar e sair de um mercado. Liderar é arriscar e tomar para si a responsabilidade do risco.Sobra então apenas uma pergunta: onde os donos e líderes de negócios se encontram? Como e com quem compartilham suas ideias e estratégias antes de tomarem a decisão do que fazer? Como escolhem os seus parceiros estratégicos?“Por que não um clube de empresários?” foi a pergunta que José Paulo, Diretor Executivo da N Produções se fez durante algum tempo. “Por que não criar um ambiente onde empre-sários e gestores do mais alto nível possam trocar experi-ências, ter acesso exclusivo a consultores e conferencis-tas, se desenvolver com eles e com outros líderes de mer-cado de Brasília?”A pergunta transformou-se rapidamente em resposta e esta em mais um serviço oferecido pelo grupo – o Clube N. A partir de agora, todos os grandes empresários e líderes de visão em Brasília terão à sua dis-posição um ambiente para se relacionar, dis-cutir melhores práticas, ter acesso privilegia-do a especialistas das mais diversas áreas do complexo e fascinante mundo da gestão.

Com o lançamento do Clube N, seus asso-ciados poderão desfrutar de cafés da manhã mensais recheados de debates, aprendizado e trocar experiências entre os participantes e um especialista selecionado pela N Produ-ções, além de convite exclusivo a todos os eventos do Top 10 Empresarial.A lista de benefícios ainda inclui almoços de negócios, assinatura de revista N Respostas, ingresso para o maior evento de networking de Brasília, o Stand Up Business, e valores es-peciais para participar dos cursos da N Escola de Gestão.Os cursos de curta duração da Escola de Gestão contam com os melhores e mais re-

nomados facilitadores bra-sileiros, tais como Mario Sergio Cortella (Lideran-ça), Pedro Mandelli (Equi-pes de Alta Performance), Christian Barbosa (Produ-tividade e Gestão do Tem-po), Homero Reis (Coa-

ching) e Eduardo Ferraz (Gestão).Se você é um líder de visão, quer gerar resul-tados ainda melhores para sua empresa e tro-car experiências com os maiores e melhores empresários e especialistas em suas áreas, não deixe de entrar em contato com a N Produ-ções por e-mail ([email protected]) ou por telefone 3272-1027.

a arteLiderar:

de fazer escolhas

“Liderar é arriscar e tomar para si a responsabilidade

do risco.”

Clube N

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37NRespostasjunho \ julho 2012

4. Almoço com Max Gehringer.

5. Café e Contatos com Homero Reis.

6. Almoço com Mauricio de Sousa.

7. Autógrafos com Mario Sergio Cortella.

Fotos 1, 2 e 3: almoço com Eduardo tevah.

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www.nrespostas.com.br38 NRespostas

FilosofandoM

ario

ser

gio

Cort

ella

Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem saber é saber que não sabem. Aliás, só é pos-sível caminhar em direção à excelência

se você souber que não sabe algumas coisas. Porque há pessoas que, em vez de ter humildade para saber que não sabem, elas fingem que sabem. Pior do que não saber é fingir que sabe. Quando você finge que sabe, impede um planejamento adequado, impede uma ação coletiva eficaz. Por isso, a expressão “não sei” é um sinal de absoluta inteligência.

Essa é uma regra básica da vida: quando você está no fundo do poço, a primeira coisa que você precisa para sair de lá é parar de cavar. E a pá que continua cavando é o não ao saber, fingir que sei. Fingir para quem? Não existe autoengano. Isso significa que quando alguém diz “não sei” é um sinal de inteligência. Aliás, a pessoa humilde é capaz de ter dúvida, e isso é motor da mudança. Cuidado com gente que não tem dúvida. Gente que não tem dúvida não é capaz de inovar, de

reinventar, não é capaz de fazer de outro modo. Gente que não tem dúvida

só é capaz de repetir. Cuidado com gente cheia de certeza. Num mundo de velocida-

de e mudança, imagine, se você ou eu somos

cheios de certeza, a dificuldade que isso nos carrega. Claro, você não pode ser alguém que só tem dúvida, mas não tê-las

é sinal de tolice. “Será que estou fazendo do melhor modo? Da maneira mais correta? Será que estou fa-zendo aquilo que deve e pode ser feito?” Repita-se: reconhecer o desconhecimento sobre cer-tas coisas é sinal de inteligência e um passo decisivo para a mudança.Num mundo competitivo, para caminhar para a ex-celência é preciso fazer o melhor, no lugar de, vez ou outra, contentar-se com o possível. E isso exige humildade e exige que coloquemos em dúvida as práticas que já tínhamos. Porque se as práticas que tínhamos e temos no dia a dia fossem suficientes, es-taríamos melhores. Para ser capaz de uma mudança cada vez mais sig-nificativa e positiva, é necessário ter humildade. Só quem acha que já sabe acaba caindo na armadilha pe-rigosa que é não dar passos adiante.

Dúvida

Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor, com mestrado e doutora-do em Educação, professor-titular da pUC-Sp (na qual atuou por 35 anos, 1977/2012), com docência e pesquisa na pós-graduação em Educação: Cur-rículo (1997/2012) e no Departamento de teologia e Ciências da Religião (1977/2007); é professor-convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997) e ensinou no GVpec da FGV-Sp (1998/2010). Foi Secretário Municipal de Edu-cação de São Paulo (1991-1992). É autor, entre outras obras, de “A escola e o conhecimento” (Cortez), “Nos labirintos da moral”, com Yves de La Taille (Pa-pirus), “Não espere pelo epitáfio: provocações filosóficas” (Vozes), “Não nas-cemos prontos!” (Vozes), “Sobre a esperança: diálogo, com Frei Betto” (Papi-rus), “Liderança em foco”, com Eugênio Mussak (Papirus), “Viver em paz para morrer em paz: paixão, sentido e felicidade” (Versar/Saraiva), “Política: para não ser idiota”, com Renato Janine Ribeiro (Papirus), “Vida e carreira: um equilíbrio possível?”, com Pedro Mandelli (Papirus), “Educação e esperança: sete reflexões breves para recusar o biocídio” (PoliSaber).

Leia mais sobre o assunto em:Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre ética, liderança e gestãoMario Sergio CortellaSão Paulo: Vozes, 2007.

“A ideia de trabalho como castigo precisa ser substi-tuída pelo conceito de realizar uma obra... Enxergar um significado maior na vida aproxima o tema da espiritualidade do mundo do trabalho”. Depois do sucesso de “Não nascemos prontos” e “Não espere pelo epitáfio”, Mário Sergio Cortella publica, também pela Editora Vozes, um texto envolvente sobre as inquietações do mundo corporativo. Neste livro o autor desmistifica conceitos e pré-conceitos, e define o líder espiritu-alizado como aquele que reconhece a própria obra e é capaz de edificá-la, buscando incessantemente o significado das coisas.”

tem valor?

38 NRespostas

“Você não pode ser

alguém que só tem

dúvida, mas não tê-las é sinal de tolice.”

Page 39: N Respostas 22

FINALMENTE:

Neste novo livro de Christian Barbosa, você encontrará um profundo estudo sobre como encontrar resultados e equilíbrio na sua vida. Conheça os casos de pessoas que conseguiram. E ainda métodos e pesquisas que ajudam você a sair do lugar e dar um próximo passo na sua carreira e na sua vida.

como conseguir que sucesso na carreira e qualidade de vida andem juntos.

Descubra em que célula da matriz do equilíbrio X resultado você se encontraAprenda como aumentar seu nível de energia pessoal Como selecionar e focar suas ideias Como elaborar planos de ação que funcionam Aprenda a lidar com a procrastinação.

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Page 40: N Respostas 22