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1 NRespostas fevereiro / março 2013 Ano VI • Nº 26 • fevereiro/março 2013 • R$ 8,90 soluções para o mundo empresarial Roberto Shinyashiki Como ter sucesso em tempo de grandes mudanças Mario Sergio Cortella Do mal será queimada a semente Motivação A arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo Entrevista exclusiva com Dado Schneider Pedro Mandelli É muita competência para minha cabeça

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fevereiro / março 2013 • A revista N Respostas é uma publicação da N Produções, e objetiva oferecer soluções para o mundo empresarial. Editora-chefe: Renata Araujo, Arte: Leticia Marchini, Diretor Executivo: Jose Paulo Furtado

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1NRespostasfevereiro / março 2013

Ano VI • Nº 26 • fevereiro/março 2013 • R$ 8,90

soluções para o mundo empresarial

Roberto ShinyashikiComo ter sucesso em tempode grandes mudanças

Mario Sergio CortellaDo mal será queimadaa semente

MotivaçãoA arte de fazer

as pessoas experimentarem

o seu máximo

Entrevista exclusiva comDadoSchneider

Pedro MandelliÉ muita competênciapara minha cabeça

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WaldezLudwigCapital Humano e Alta Performance

Uma sociedade competitiva;O que há além da competência;Os quatro saberes essenciais;A construção do talento;Carreiras em evolução;As origens do poder pessoal;Adapte-se ou desapareça.

Como fazer de sua empresa uma organização baseada em talentos;

A gestão do capital intelectual como estratégia competitiva;

Como liderar através da gestão da informação e do conhecimento.

TOP 10 Empresarial, dia 25 de abril de 2013 às 18h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (61)

Informações e vendas:

ApoioPatrocínio

Marketing & Comunicação

Em abril: Inovação, competência, talento e muitos resultados! Não perca!

EugênioMussak

Metacompetência

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3NRespostasfevereiro / março 2013

Quero voltar ao passado, num de-terminado momento do meu curso superior em Administração, quando eu estava entre o primeiro e o último semestre. Consegue entender isso? Eu explico. Já tinha terminado todas as matérias específicas, como marke-ting, planejamento, RH, logística, mas fui deixando para trás tudo aqui-lo que se relacionava a números, ma-temática, finanças, estatística. Pois é, sempre tive muitas dificuldades com números. Engraçado que comecei a justificar, para meus pais, namorada e amigos, que o curso de Admi-nistração não deveria ter essas matérias, que elas não eram necessárias... Parecia que eu queria convencer as pessoas de que eu tinha razão em não me esforçar para passar nessas matérias. Certo era que não iria formar, pois as regras para alcançar o diploma eram claras: eu teria que concluir todas aquelas matérias. Então deci-di pagar professor particular, quebrar a cabeça horas após horas em exercícios, me empenhar, estudar e en-frentar o medo que eu tinha dos números.Pasmem! Passei com notas altíssimas em todas essas matérias. Já há muitos anos sou formado em Admi-nistração de Empresas e quero compartilhar com vo-cês as lições que aprendi com esse episódio em minha vida e as aplicações delas ao dia a dia das empresas.Primeira delas: pare de dar desculpas! O tempo que se perde nas empresas com pessoas tentando justificar por que não fizeram determinadas tarefas, por que não cumpriram o prazo, por que não bateram a meta é ab-surdo. Pessoas que gostam de dar desculpas, em geral, são boas nisso. Hoje entendo que quem quer fazer ar-ruma um jeito, quem não quer, arruma uma desculpa.Segunda lição: capacitação é fundamental para con-

quistar resultados na vida. Se não sabe, procure quem sabe! Garra, esforço e dedicação são qualidades de vencedo-res. Cabe a você, que está sendo desa-fiado, encontrar os caminhos para os objetivos traçados. A boa notícia é que com o conhecimento você ganha auto-confiança e isso lhe fará diferente onde quer que você esteja. Por isso, corra! Construa sua carreira com desafios, não com acomodação. Não pare de aprender. Se está em alguma posição

na qual já domina tudo, já se sente como uma refe-rência, talvez seja a hora de procurar novos desafios em outras áreas. Se parar de aprender vai parar de crescer, cuidado!Por último, foque nos resultados e não na dor durante o percurso. Tenho certeza de que assim muita gente vai ser inspirada pelo seu exemplo. Hoje em dia, sei que temos que nos desenvolver por nossos pontos fortes. Se você tem dificuldade em al-guma habilidade, foque no que é bom. Contudo, se estiver exercendo um papel no qual esse ponto fraco é muito exigido, não dê desculpas, faça o que tem que ser feito! Pode ser difícil, mas não é impossível. Nada é impossível! Vá em frente e dê o melhor de você. Isso lhe trará autoconfiança para enfrentar todos os desa-fios que tiver na vida.

Um abraço,

José Paulo FurtadoDiretor da Revista N Respostas

twitter.com/[email protected]

Não dê desculpas,

Carta ao LeitorN Palavras

dê o melhor de você!

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www.nrespostas.com.br4 NRespostas

N Respostas é uma publicação da N Produções

Diretor-Executivo:José Paulo Furtado

Direção de Arte/Editoração:Letícia [email protected]

Editora-Chefe:Renata Araú[email protected]

Jornalista responsável:Cid Furtado Filho DRT DF 1297

Revisão:Denise Goulart

Fotografia:Telmo Ximenes • Adda Raquel • Anderson Marques • Aliram Campos • Murilo Nunes • Ilustrações e fotos: Stock Photos

Reportagem:Renata Araújo

Colaboradores desta edição:Augusto Cury • Carlos Hilsdorf • Christian Barbosa • Eduardo Ferraz • Eduardo Tevah Lucas Gonçalves de Araújo • Luciano Pires Mario Sergio Cortella • Pedro Mandelli Rivadávia Drummond Neto • Roberto Shinyashiki

Diretora Financeira:Ana Paula Abí[email protected]

Diretor Comercial:José Paulo [email protected]

www.nproducoes.com.br

Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas:

SHCGN 704/705, Bl. E, nº 17 Ed. Mª Auxiliadora, sala 401 CEP 70730-650 Brasília-DFTel./Fax: 61 3272.1027

e-mail: [email protected]

Como anunciar: 61 3272.1027, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h [email protected]

A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados.

Tiragem: 20.000 exemplares.

[email protected]

Conheci a revista N Respostas na pa-lestra do Godri e Rodrigo Cardoso, edi-ção de abril/maio 2012.

Na ocasião, como ainda agora, eu estava em busca de desenvolvimento. Desenvolvimento da liderança. Desen-volvimento da comunicação. Desen-volvimento da produtividade. Enfim, desenvolvimento pessoal e profissional.

Quando li a N Respostas fiquei mara-vilhado. Tudo o que eu precisava e es-crito pelos maiores especialistas do país estava ali.

Gostaria de ter acesso a outras edições, o que devo fazer?

Adão Dias AlvesGoiânia - GO

Prezado Adão, agradecemos seu interesse em nossa revista. Todas as edições anteriores da revista N Respostas encontram-se disponíveis no

segunte link:

http://issuu.com/revista_nrespostas/docs

Ou, se preferir, basta ler o QR Code abaixo, que o enviará direto à pagina com todas as edições anteriores da nossa revista.

Obrigado pela participação,Equipe N Respostas

Leitor

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www.nrespostas.com.br6 NRespostas

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CoLunistas

Capa

seções

Índice

12. Motivação - A arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo

por Eduardo Tevah

18. AugusTo cuRy Inteligência emocional e profissional

22. pEdRo MANdElli Além da hierarquia

26. RobERTo shiNyAshiki dicas de campeão

34. RiVAdáViA dRuMMoNd NETo gestão do conhecimento e inovação

38. MARio sERgio coRTEllA Filosofando

3. N pAlAVRAs Não dê desculpas, dê o melhor de você!

9. ENTREVisTA dado schneider

20. N FlAshEs Quem passa pelos eventos da N produções

24. ETc Entretenimento, trabalho, casa

28. N iNVEsTiMENTos Perfil dos brasileiros: conservadores para

aplicar e agressivos para gastar!

32. clubE N Encerrando 2012 e abrindo 2013 com

chave de ouro

Ano VI • Nº 26 • fevereiro / março 2013

16. coMpoRTAMENTo – carlos hilsdorf por que suas ideias não são aceitas?

25. gEsTão do TEMpo – christian barbosa por um 2013 diferente

30. lidERANçA – luciano pires liderança é a habilidade de inspirar e provocar

as pessoas a fazer acontecer

36. gEsTão dE pEssoAs – Eduardo Ferraz Melhore a gestão de sua equipe em 2013 reno-

vando seus conceitos

Respostas

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www.nrespostas.com.br8 NRespostas 8 www.nrespostas.com.br8 NRespostas

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Você deixou uma carreira bem-sucedida na publicidade para se tornar professor e palestrante, por quê?

Há vinte anos eu li que no futuro as pessoas venderiam conteúdo e eu me capacitei para isso. Adquiri uma grande experiência profissional e cuidei de solidificar a minha forma-ção acadêmica. Eu hoje vendo con-teúdo. Quando me perguntam se eu sou da área de vendas, eu respondo sim. Eu vendo o produto mais difícil de ser vendido, que é a ideia. E te-nho vendido muito.Enquanto palestrante, você gosta de dizer que sua fala é “desmotivacional”. isso já é uma

inovação da sua parte, não é mesmo?

Nós estamos no final da era das papa-gaiadas do palco. Então, eu faço essa ironia porque dar as mãos não moti-va ninguém, né? O que motiva uma pessoa, um profissional, é ele enten-der o que está acontecendo ao redor dele para poder ter instrumentos para mudar e evoluir. Se ele não entender o que está acontecendo à volta dele, ele vai apenas bater palmas na palestra, entrar na gritaria do palestrante e não vai se motivar. A pessoa pode estar motivada durante a apresentação, mas no outro dia não restou nada.durante sua palestra, quando você coloca uma informação que

preocupa e inquieta, em seguida, coloca outra que acaba sendo tranquilizadora. Essa é uma forma diferente de motivar.

A sensação que me dá é de que ¾ (três quartos) da audiência se moti-va e ¼ se deprime. Porque encarar a realidade não é mesmo para qual-quer um. Costumo dizer que pessoas que não conseguem se mexer são as-sim por natureza. Paciência, foge ao meu alcance. Agora, estando diante de uma plateia, eu tenho a obriga-ção de explicar, de detalhar a reali-dade porque eu sei que uma pessoa pode não estar enxergando alguma coisa que eu vou ajudá-la a enxergar. E isso é motivador para ela.

dado schneider é um ex-publicitário que virou executivo de marketing, depois se tornou consultor de comunicação e marketing e hoje dá palestras e aulas sobre comportamento, mudança, marketing e comunicação. com sólida formação acadêmica, é mestre e doutor em comunicação, pós-graduado em marketing. gosta de ser apresentado como uma pessoa inovadora. “Eu fui um profissional inovador, um consultor inovador, sou um palestrante inovador e um professor inovador”. como mais novo professor da N Escola de gestão, dado schneider vem inovar também o conteúdo do programa de desenvolvimento gerencial – pdg. Falando com exclusividade para a N Respostas, Dado afirma: “Comunicação não é o que se diz, é o que os outros ouvem!”

Schneider

por Renata Araújo

Entrevista

Dado

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[Entrevista]

E como se dá uma comunicação eficaz?Eu começo sempre explicando co-municação com algo aparentemente tão simples de fazer que qualquer um se sente apto a realizar esse tra-balho. Só que comunicação envolve conhecimento e técnica. Ela se cer-ca de atividades complexas, como finanças e logística. Mas ela parece muito simples de se fazer. Isso tal-vez possa ser a maior armadilha da comunicação, porque pessoas des-qualificadas, não qualificadas ou ini-ciantes se sentem aptas a realizar o trabalho da comunicação.

Você usa muito a frase: “comunicação não é o que se diz”...Isso, comunicação não é o que se diz, é o que os outros ouvem, o que os outros entendem. Eu começo ex-plicando a comunicação. Mostrando a relação emissor – mensagem – re-ceptor. Quando não conhecemos o receptor da mensagem, corremos o risco de usar uma linguagem que

não seja adequada ao receptor e aí ele não compreende a mensagem. Essa é a base dos problemas na comunica-ção. Às vezes falamos uma linguagem rebuscada, sofisticada ou simples de-mais por desconhecer como funciona a cabeça de quem ouve a mensagem. Isso pode provocar problemas.Vou te dar um exemplo: quando um médico dá uma entrevista numa rá-dio, ele normalmente usa termos técnicos da medicina que só algumas poucas pessoas entendem. Ele se sen-te na obrigação de falar corretamente do ponto de vista médico, mas se esquece que ele está numa rádio e que existem ouvintes leigos. Então, se o radialista (profissional de co-municação) não fizer perguntas cons-tantes, os ouvintes não entenderão metade das explicações do médico. Tem razão! Talvez a maioria das pessoas que estão ouvindo não entenda.

Isso acontece muito nas organiza-ções. Da porta para fora e da porta para dentro. Por exemplo: tem muito líder e gestor que se comunica com seus subordinados utilizando meios que não são os mais adequados para o momento. Por exemplo, grandes decisões e mudanças sendo faladas por e-mail... Elas devem ser faladas ao vivo! Muitas vezes, as empresas recorrem ao e-mail porque “deixa registrado”, mas se esquecem de que ouvido é melhor do que lido. Quem lê, não estando na presença de quem escreveu, pode tirar suas próprias conclusões. Que podem ser dife-rentes daquelas iniciais de quem es-creveu. Outra coisa, agora da porta para fora, as empresas não pesquisam adequadamente o seu público-alvo e acabam utilizando uma linguagem que não é compreensível a ele. Na propaganda, isso existe e é muito comum. O publicitário às vezes uti-

liza uma linguagem sofisticada que só outros publicitários entendem, mas o público em geral não entende quase nada daquilo. Isso significa que tudo depende do entendimento de como funciona o processo de comunicação desde seu início, desde sua base.Aí está a importância da percepção do outro e estar atento a isso, à percepção do outro no processo de comunicação, é isso?

Exatamente. Você falou a palavra certa, a palavra mágica: percepção! A gente costuma, em comunicação, dizer que “a percepção é a realida-de”. Você pode repetir o que acabei de falar?A percepção é a realidade.Viu? Acabei de garantir que o recep-tor compreendeu corretamente a mi-nha informação, a minha mensagem. Não adianta só emitir a mensagem, tem que se certificar de que ela che-gou corretamente. Mas isso não é disseminado dentro de organizações, então, por exemplo: em uma empre-sa com funcionários bastante humil-des, se os diretores os chamarem de colaboradores, existe o risco de os mesmos não entenderem; porque se reconhecem como funcionários ou empregados. Eles podem não saber quem são esses tais colaboradores, e ficam achando que são umas outras pessoas. Eu já fiz essa pesquisa, entre-vistando gente dentro da empresa. Eu perguntei para um funcionário: “você entendeu que esse discurso era pra você, né?” “Não, entendi que era para uns fornecedores dessa empresa, uns colaboradores aí...” E eu disse: “mas vocês são os colaboradores!” E ele: “Não, nós somos os empregados”. Ou seja, o diretor não utilizou a lingua-gem do público-alvo. Da mesma for-ma, existem empresas que acham que todo mundo lá fora sabe tudo a res-peito de seus produtos e serviços, mas

“Essa é a base dos problemas na

comunicação. Às vezes falamos uma linguagem rebuscada, sofisticada ou simples demais.”

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as pessoas não têm uma ideia clara do que eles sejam. Às vezes achamos que todo mundo pensa exatamente como nós, e não é bem assim...como é que você trabalha isso com os executivos que nunca se atentaram para este fato?

Eu procuro sensibilizá-los da distân-cia que existe entre emissor e recep-tor. Eu os ensino a se colocarem no lugar dos receptores das mensagens deles. Mostro que eles têm sempre que se colocar no lugar de quem vai receber a mensagem, a ordem, as li-berações... Então, eu sempre uso o jogo de palavras: não é foco no re-ceptor, é foco do receptor. É preciso parar de olhar as coisas de dentro para fora e começar a olhar de fora para dentro. O gestor deve se acostumar a não olhar para o público-alvo da mensagem dele com um olhar de dentro para fora e sim de fora para dentro. Eu os ensino a se colocarem no lugar de quem recebe a mensa-gem. Isso é muito difícil, pois as pessoas não têm esse hábito. Mas apenas por falta de hábito! Quem, com o tempo, se habitua a fazer, acha a coisa mais fácil do mundo.

logicamente, quem consegue adquirir esse hábito acaba sendo melhor sucedido em todas as suas atividades, certo?

Exato. Conquista-se atenção, admi-ração e respeito através de uma co-municação de qualidade. Funciona assim: a gente só presta atenção em quem a gente respeita e a gente só respeita quem a gente admira. Então, para conquistar a atenção, a gente tem que conquistar a admiração pri-meiro. Se a pessoa se colocar distante do receptor da mensagem, ela não vai gerar atenção, as pessoas podem fin-gir prestar atenção, por uma questão apenas de respeito, mas elas não estão prestando a devida atenção. Na gran-

de maioria dos discursos longos, quando terminados, se perguntar-mos para os ouvintes, poucos sa-berão dizer o que foi dito. Poucos saberão responder. Mas se for a fala de uma pessoas que o ouvinte ad-mira, ele terá mais facilidade. Vai depender, também, da capacidade de conquistar.isso tem a ver com um carisma inato ou com um comportamento que pode ser desenvolvido?Com desenvolvimento e treino. Vou dar um exemplo: você está com o controle remoto da TV na mão, você vai trocando de canal freneticamen-te, com 1 ou 2 segundos no máxi-mo para cada canal lhe conquistar. Por que você para em alguns canais e em outros não? Porque alguns lhe conquistaram, de alguma forma. É essa admiração que eu falo, tá? Da capacidade de conquistar instanta-neamente.E então, que tipo de técnica pode ser treinada para isso? postura, entonação de voz?

Não, não, o mais importante é sem-pre se colocar no lugar de quem está recebendo a mensagem. Se eu for fa-lar com desembargadores, eu vou uti-lizar uma linguagem formal; se for fa-

lar com surfistas, vou usar uma outra linguagem. A entonação, a postura etc. são complementares. A lingua-gem é o mais importante! E a gente só consegue se colocando no lugar de quem vai receber essa mensagem.

Então você deve se dedicar a conhecer o público-alvo... isso, logicamente, a gente pode fazer um link aí com as dificuldades da liderança e da relação de trabalho entre a geração y e x?

Isso eu abordo muito isso porque nós estamos vivendo uma ruptura de lin-guagem. Quem tem mais de 32 anos fala de um jeito, quem tem menos fala de outro. Os bons gestores mais jovens se dão bem quando entendem como funciona a cabeça de uma pes-soa mais velha. Porque liderar é obter mais das pessoas, não é? E eu só posso obter mais de uma pessoa se eu a co-nheço. Isso serve para quem é mais novo e para quem é mais velho.Esse raciocínio também é um grande diferencial na solução de conflitos de geração?

Sem dúvida, e é, ainda, um exercício de humildade pessoal e profissional. Colocar-se no lugar do outro. Tudo isso gira em torno da importância da adequação à linguagem da pessoa com quem você quer se comunicar, a quem nós, da comunicação, chama-mos tecnicamente de receptor.Que mensagem você quer deixar para o nosso leitor?Nós estamos em um período de ex-cesso de trabalho que faz com que as pessoas prestem menos atenção umas às outras, se prendam mais a e-mails para registrar tudo o que foi falado e acabam não prestando atenção no que as pessoas estão realmente querendo dizer. Vale, então, um alerta: jamais tentem resolver um conflito por e--mail. Conflito se resolve ao vivo ou, no máximo, por telefone.

“Jamais tentem resolver um conflito por e-mail. Conflito se resolve ao vivo

ou, no máximo, por telefone.”

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Capa

são aproximadamente 9 horas da manhã, toda sua equipe já chegou ao trabalho e cada um está em sua

posição para iniciar a realizar suas tarefas. Todos conhecem tecnicamente seu trabalho, boa parte deles

têm experiência na função e você, líder, está ali ao lado deles. Tudo pronto para cada um fazer o seu melhor?

infelizmente, não. Em uma recente pesquisa, feita por um dos mais consagrados institutos de pesquisa do

Brasil, surgiu um dado verdadeiramente estarrecedor: 78% dos brasileiros admitem que não dão o seu melhor

no trabalho. Não, não é um sonho, é um pesadelo... Arredondando, a cada 5 membros da sua equipe, 4 irão

fazer o básico. irão fazer o mínimo necessário para manter o seu emprego e, seguramente, estarão com o relógio no modo cronômetro em contagem regressiva

para ver quanto tempo falta para irem embora. só uma a cada cinco pessoas que trabalha com você irá fazer o

seu melhor, irá buscar a excelência, irá um pouco além do que a sua tarefa exige. Essa é a verdade, nua e crua.

por Eduardo Tevah*

A arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo

Motivação

*Eduardo Tevah é empresário e um dos mais renomados

palestrantes do brasil. www.eduardotevah.com.br

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1. O líder sabe fazer, mas não sabe como fazer os outros fazerem.

A grande maioria das pessoas hoje chamadas de líderes têm formação técnica e justamente por conhecerem bem o de-talhamento do trabalho a ser realizado foram guindadas a cargos de gerência. É o famoso grande vendedor que vira gerente... É o melhor profissional da linha de produção que é promovido a encarregado do setor, é o famoso técnico competente de informática que vira gerente de TI. Pes-

soas com alta competência técnica, mas sem nenhuma competência humana. Eles sabem fazer mas não

sabem como fazer os outros fazerem, e como a maioria das empresas não investe profunda-mente na capacitação dessas pessoas, acabam

tendo desempenhos muito abaixo da necessi-dade competitiva da organização. Para ter

sucesso como líder, é preciso habilidade humana além da habilidade técnica.

2. O conceito de entrar em uma empresa e fazer car-reira parece cada vez mais distante.

Nunca houve tamanha mobilidade de pessoas en-

tre as empresas. Pode-se afirmar hoje que as pessoas parecem prontas a trocar de emprego por qualquer 10% a mais que ofereçam ou por um horário mais flexível. A antiga fidelidade à em-presa parece dar lugar à

busca individual pelo melhor

o mais rápido possível, mesmo que isso quase sempre re-sulte em um futuro altamente duvidoso, porque ninguém consegue fazer carreira e evoluir se não houver um investi-mento de tempo e doação ao lugar onde atuam.

3. Fazer o trabalho com excelência não oferece nenhuma perspectiva de ganhos imediatos.

Quando falamos em participação nos lucros e remunera-ções variáveis, estamos falando de uma minoria absoluta das organizações. Na grande maioria, fazer o trabalho com excelência não oferece nenhuma perspectiva de ganhos imediatos, ou seja, fazer o básico ou fazer o melhor leva ao mesmo salário no final do mês. Assim, só apostam em fazer o melhor aqueles que têm um projeto de vida mais longo e que conseguem enxergar ali uma perspectiva de carreira ou de aumento de ganhos.

4. Qualificação inadequada.

Para completar, vivemos a maior escassez de mão de obra da história recente do Brasil. Em uma palestra minha, falei sobre a falta de mão de obra qualificada. No final da pales-tra, o prefeito da cidade, que estava no evento, disse que eu estava enganado, que ali na cidade dele já faltava mão de obra desqualificada. Eles nem procuravam mais um pe-dreiro, servente era raro. O que eles precisavam era do auxiliar do servente de pedreiro e isso já era uma rarida-de. Ouvi de um empresário uma afirmação dramática mas verdadeira. Ele me disse: “Eu simplesmente tenho que me contentar com pouco porque é menos pior ter uma pessoa desmotivada do que não ter ninguém e a empresa não anda se essas posições não estiverem ocupadas”.O cenário parece nebuloso, mas oferece uma perspectiva de diferenciação da concorrência e de vantagem competiti-va fantástica para quem sair do famoso discurso de que “as

“Fazer o básico ou fazer o melhor leva ao mesmo salário no final do mês.”

Nesse cenário, cabe a você se perguntar: como vou enfrentar uma concorrência feroz, como posso fugir da guerra de preços, como alcançar minhas metas se mi-nha equipe não está empenhada? Calma, existe um caminho para isso e a supera-ção passa por duas expressões-chaves: liderança e motivação. Se existe um líder inspirador, ele encontrará o caminho desde que conheça “a arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo”.Quando falamos em motivação, é preciso entender quais são os maiores obstácu-los nesses tempos em que estamos vivendo. Entre tantos fatores que prejudicam a existência de motivação dentro das organizações, podemos citar os seguintes:

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www.nrespostas.com.br14 NRespostas

pessoas aqui fazem a diferença” para “aqui é um lugar onde as pessoas se sentem inspiradas a fazer a diferença”. E tudo tem um início: a figura da lide-rança. Sim, em um lugar onde exista um líder inspirador, os números se invertem completamente e podemos afirmar que ali 80% das pessoas fa-zem o seu melhor. Você pode não acreditar nisso, mas a minha carrei-ra como empresário e consultor de grandes empresas do país tem mos-trado que isso é viável.Para reforçar a afirmação, uma re-vista de circulação nacional na área de negócios também divulgou uma pesquisa mostrando que a grande maioria das pessoas pede demissão do seu chefe e não da empresa. Não é que eles não gostem de trabalhar lá, não é que o salário e os benefícios sejam ruins, é que não existe nada pior do que trabalhar ao lado de um líder que só reclama, que é um pes-simista por natureza, que cobra coi-sas que não pediu, que não cria um espírito de equipe e que faz com que colegas se vejam como concorrentes e não como engrenagens da mesma máquina. Trabalhar assim 44 horas por semana se torna um inferno e quando o despertador toca pela ma-nhã, não existe alegria por ir traba-lhar e o único pensamento que pas-sa na cabeça dessa pessoa é: “fazer o quê, né? Tem que trabalhar”, e lá vai ela para mais um dia.O debate sobre motivação das pessoas no trabalho tem sido muito caloroso e com correntes diferentes de pen-samento. Muitos acreditam que nin-guém motiva ninguém, que a motiva-ção é algo que vem de dentro de cada um. Outros acreditam que, de fato, existem pessoas automotivadas (uma minoria), mas que a grande maioria só faz o seu melhor quando lhes mos-tram que vale a pena fazer a diferen-

ça. Eu pertenço ao segundo grupo. Concordo que existem pessoas automotivadas (que serão futuros empreendedores), mas a grande maioria precisa de um toque, uma razão, uma causa para fa-zer seu trabalho com ma-estria. Quando me afir-mam que ninguém motiva ninguém, eu pergunto: e o chefe ruim tem o poder de desmotivar? Nessa hora, as pessoas respondem afirmativa-mente e fica claro que quem pode desmotivar também pode motivar.A partir desse momento, gostaria de passar dicas 100% práticas de coisas que um líder pode fazer para ser ins-pirador, sugerindo a você, que exerce posição de hierarquia, uma reflexão sobre quais você poderia incorporar para se tornar ainda mais eficaz. A lis-ta não é por ordem de importância...

ElogiosBoa parte das organizações tornou cultural que fazer um trabalho com maestria é algo que não passa de uma obrigação. Creio que está errado. Fa-zer uma tarefa bem feita é uma obri-gação, mas fazer acima do esperado é algo que precisa ser valorizado, re-conhecido. Pode ser um simples pa-rabéns, show de bola, que trabalho bem feito, algo que não dura mais que 5 segundos, mas é um momento em que o líder mostra que está vendo e reconhece o esforço extra. Pessoas que percorrem a milha extra, como alguns autores preferem chamar, fa-rão isso uma, duas, três vezes no má-ximo, mas desistirão em seguida se virem que isso não é valorizado. Isso é verdade porque os próprios colegas tendem a queimar aquela pessoa que está puxando o padrão para cima, e se ela não tiver o apoio da liderança, em seguida retorna ao padrão medíocre (médio) dos outros.

ComandoNão existe como ser líder sem ter que, de vez em quando, sentar com cada um e fazer uma correção de rota, mostrar que algumas atitudes não estão corretas. O problema é que algumas pessoas fazem isso no meio do expediente, na frente dos cole-gas e na maioria das vezes criticam a pessoa e não a tarefa mal executada. Com isso, conquistam a antipatia não apenas do criticado, mas de todos os colegas que não gostam de ver um companheiro de trabalho ser tratado assim. Elogio em público, crítica em particular; para mim, essa é a regra nº 1 da liderança eficaz. E crítica se faz no final do expediente, para dar tempo para a pessoa refletir. O líder eficaz critica com competência, mas critica mesmo. Infelizmente, conhe-ço pessoas que têm medo de criticar para serem bonzinhos e a equipe aca-ba se sentindo meio perdida porque sentem a fraqueza daquele que nor-malmente é o comandante.

ExemploAfirmo em meus workshops: estamos vivendo o fim da era dos discursos e o início absoluto da era do exemplo. As pessoas não vão mais fazer o que você fala, irão fazer o que você faz. O verdadeiro líder tem força de traba-lho, pega junto, vai à frente, mostra

Capa

“Quem pode desmotivar

também pode motivar.”

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como se faz. Infelizmente, boa parte dos líderes não entende que seus re-sultados caíram porque se afastaram demais da equipe ou porque eles se tornaram reféns do seu computador, passando mais tempo respondendo e--mails ou enviando relatórios do que estando junto com a equipe e com seus clientes.

Reconhecimento e valorizaçãoVenceram a meta do mês? Alcança-ram a produtividade esperada? Con-quistaram um cliente importante? Obtiveram uma certificação de quali-dade? Festejem, chegaram lá!!!! Isso, contudo, não é realidade da maioria das empresas. Quando vencem uma meta, já começam a cobrar a seguin-te e a equipe vive constantemente em pressão, não tendo nunca o momen-to de celebrar as façanhas alcança-das. Guarde uma coisa: se você não aprender a comemorar as vitórias, sua equipe vai achar natural perder, porque não faz a mínima diferença vencer ou não. Celebre: um jantar, um champanhe, uma pizza, um bolo, um belo discurso realçando a dedicação de cada um. Isso motivará cada um a seguir buscando a vitória e, principalmente, sentir profunda-mente cada derrota.

OrientaçãoBoa parte das pessoas hoje traba-lha no escuro, sem saber se está agradando ou no que poderia mudar. A maioria das empre-sas burocratizou

tanto a avaliação de desempenho que esfriou o contato entre o líder e os membros da sua equipe. Siga esta dica: a cada 60 dias, sente com cada membro de seu time e por al-guns minutos deixe ele falar sobre o que acha que está fazendo bem e o que pode melhorar. Depois, dê a sua opinião e trace objetivos até a próxima avaliação. Pessoas que re-visam periodicamente sua forma de trabalho estão muito mais perto da excelência.

ProximidadeNão podemos inspirar as pessoas a fazerem o seu melhor se não for pe-las suas próprias razões. O líder de verdade conhece um pouco da vida de cada jogador do seu time e sabe o que “toca” o coração de cada um deles. Usar as próprias razões para fazer alguém se motivar parece ób-vio, mas boa parte dos chefes ainda tenta (e não consegue) mobilizar os outros por suas razões ou pelas da empresa. A motivação é peculiar a cada um e normalmente absoluta-mente diferente. Alguns adorariam se o chefe os convidasse para tomar um café, outros prefeririam rece-ber em dinheiro o valor do café. Parece piada, mas é para lembrar que seres humanos têm razões dife-rentes para fazer o seu melhor.

Ter metas mensuráveisComo saber se

você chegou lá se o parâme-tro é subjeti-vo? Em áreas como vendas e produção, normalmente

a mensuração é mais fácil e a

equipe tem um norte claro. En-

tretanto, se a sua área não tem instru-mentos de mensuração, trate de criar alguns, sejam eles notas de clientes, tempo médio de trabalho, número de telefonemas dados ou algo importan-te inerente ao seu negócio/área. Aqui sim o líder deve investir boa parte da sua inteligência para criar um alvo que possa ser medido. O que não pode ser medido não pode ser cobrado, então por aqui passa um dos maiores focos de motivação. E, junto com a empre-sa, crie mecanismos de recompensar o atingimento desses objetivos.

Oportunidade de crescimentoEm um mundo onde se fala tanto em empregabilidade, as pessoas valori-zam cada vez mais ter um mentor, uma pessoa que as ensina não apenas a realizar uma tarefa, mas também como se relacionar melhor com os outros. Prepara-as para, no futuro, terem posições melhores, seja na própria empresa ou em outro lugar. Sempre seremos gratos àquelas pes-soas que investiram na nossa capa-citação e incentivaram nosso cresci-mento. Também por elas, faremos o nosso melhor.O mundo corporativo tem um cená-rio complexo e nada indica que vai mudar. Teremos cada vez mais con-correntes, operaremos com margens cada vez mais estreitas, a tecnologia irá impactar cada vez mais as organi-zações. O que não vai mudar nunca é que as empresas sempre dependerão do fator humano para se manterem no mercado. Entender de gente é tão importante quanto entender como fazer tecnica-mente o seu trabalho. A recompensa desse líder inspirador será a sua reali-zação plena, não apenas pelo que vai impresso no seu contracheque mas pelo que faz para tornar melhor e mais feliz a vida de todos aqueles que trabalham ao lado dele.

“Elogio em público,

crítica em particular; para mim,

essa é a regra nº 1.”

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www.nrespostas.com.br16 NRespostas

A maioria das pessoas acredita que tem boas ideias, e tem mesmo! Não falo daquelas ideias que possuem um rasgo de genialidade, essas são mais raras; mas falo de boas ideias, ideias que agregam valor. Vale ressaltar que ter boas ideias é uma coisa bem dife-rente de tê-las quando se precisa delas! Isto de desenvol-ver boas ideias sob medida e de acordo com a demanda

é um exercício, consiste no desenvolvimento de uma competência. Competência, aliás, que muito be-

neficia a vida e a carreira de seus possuidores. O fato é que a maioria das pessoas tem boas ideias, dessas que agregam valor, mas poucas dessas

ideias chegam a se mate-rializar para o bem de todos.

Por quê? Há muitas razões para isso, vejamos algumas. Uma primeira e alarmante razão é que as pessoas (mesmo seus supe-riores) muitas vezes não entendem,

“desenvolver boas ideias sob medida e de acordo com a demanda é um exercício, consiste no desenvolvimento de uma competência.”

Com

port

amen

to

Responde:

Carlos Hilsdorfwww.carloshilsdorf.com.br

Por que

não sãosuas ideias

aceitas?

Na empresa em que trabalho, poucas sugestões dadas pelos funcionários são efetivamente aceitas. o que podemos fazer para que nossas ideias sejam melhor aproveitadas?

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17NRespostasfevereiro / março 2013

de fato, o que estão fazendo e sobre o que estão falando. Existe muita representação no ambiente corporativo, es-pécies de atores corporativos que fingem saber o que em verdade ignoram. Esta distorção vem do nosso processo educacional. Pesqui-sas recentes feitas pelos maiores especialistas nas questões cognitivas revelaram que quan-do um aluno universitário, por exemplo, ten-ta explicar um fato novo com base em uma teoria já estudada, enfrenta uma enorme di-ficuldade. Ele está muito mais familiarizado com os exemplos que estudou do que com a realidade própria. O mais alarmante que esses experts constataram foi que a imensa maioria desses alunos oferecem respostas in-crivelmente semelhantes a outros alunos que nunca estudaram a disciplina proposta! Fre-quentemente eles oferecem respostas mono-causais e simplistas! Isso prova uma deficiência crônica do nosso processo de educação, seu fracasso na forma-ção de senso crítico e capacidade de julga-mento criterioso da realidade objetiva. Por isso, não se assuste se uma boa ideia, da-quelas embasadas, conceitualmente corretas e dotadas de extremo bom senso, não esti-ver sendo ouvida e entendida. Há muito mais pessoas despreparadas para ouvir uma boa ideia do que você imagina! As demais causas são mais evidentes, por isso comentarei brevemente. A segunda consiste no comportamento me-díocre de alguns de não deixar que as boas ideias dos outros apareçam. Assim, pessoas que têm o poder de levar sua ideia adiante não o fazem porque a ideia não é delas ou não po-derão se beneficiar ao menos parcialmente de sua autoria. Para manter você “low profile”, essas pessoas impedem suas ideias de cami-nharem dentro da organização. A terceira é a tendência em evitar a implan-

tação de mudanças. Claro que todos sabem que a mudança é a tônica da vida (inclusive cor-porativa), mas aí vem a famo-sa barreira “no meu departa-mento não”! As pessoas são a favor da mudança sempre que esta não envolva muito esfor-ço para ser implantada (mes-

mo quando os benefícios são evidentes) e não obrigue a uma reestruturação da sua zona de conforto. Assim, uma ótima ideia é “apagada” antes que gere esta onda de ações cujo efeito cascata significa: trabalho extra. A quarta requer atenção. O fato de você estar apresentando uma boa ideia não necessaria-mente significa que você está apresentando bem a boa ideia. Se ela for incrível, mas você não tiver a arte de apresentá-la bem, com im-pacto e persuasão, corre o risco de que nin-guém o leve a sério e não per-ceba o valor da ideia. Muitas ideias não são ouvidas porque falhamos ao apresentá-las! Sempre que uma boa ideia não estiver sendo aceita, lembre-se de checar as cau-sas anteriores e guarde esta preciosa citação: “Toda verdade passa por três etapas: primeiro é ridicularizada, depois é violentamente anta-gonizada e por último é aceita universalmen-te como autoevidente”. (Arthur Schopenhauer, O mundo como von-tade e representação)

Carlos Hilsdorf é considerado pelo mercado empresarial um dos me-lhores palestrantes do brasil. Economista, pós-graduado em Marketing pela FgV, consultor e pesquisador do comportamento humano. pales-trante dos congressos Mundiais de Administração (brasil, Alemanha e itália) e do Fórum internacional de Administração (México). Autor dos best sellers Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero (veja: “Guia de Carreira”, Ed. 1832) e 51 Atitudes Essen-ciais para Vencer na Vida e na carreira, referência nacional em desen-volvimento humano.www.carloshilsdorf.com.br

“o fato de você estar

apresentando uma boa ideia não necessariamente

significa que você está

apresentando bem a boa ideia.”

“há muito mais pessoas despreparadas para ouvir uma boa ideia do que você imagina! ”

suas ideias

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www.nrespostas.com.br18 NRespostas

Você pode conviver com milhões de máquinas e não sofrer nenhuma frustração, mas, se conviver com um ser humano, por mais que o ame, haverá decepções im-previsíveis e frustrações ines-peradas. Você também pode conviver com milhares de

animais em perfeita harmonia, mas, se convi-ver com um parceiro, filhos, alunos, amigos, alguns conflitos serão inevitáveis.Todo ser humano sabe que nada é tão belo quanto construir relações sociais saudáveis, fundamentadas em amor inteligente, elogio, apoio, diálogo, tranquilidade, generosidade, investimento em sonhos, reconhecimento de erros. Mas todo ser humano também deve sa-ber que nada pode ser tão angustiante quanto construir relações saturadas de atritos, discór-dias, cobranças, ansiedade, ciúme, controles, medo da perda, necessidade neurótica de estar sempre certo. Veja que para descrever relações doentes usei a palavra saturada, indicando uma frequência quantitativa e qualitativa das dificuldades. Por quê? Porque, por mais saudável e permeada de amor que seja a relação, de vez em quando ela entrará no terreno dos desentendimentos iló-gicos, atitudes tolas, reações injustas, ciúmes débeis, intolerância insana.Reciclar o lixo psíquico determinará a susten-

“por mais saudável e permeada de

amor que seja a relação, de vez em quando ela entrará

no terreno dos desentendimentos.”

uma fonte de prazer

As relações sociais:

ou de dor?

Inteligência emocional e profissionalau

gust

o Cu

ry

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19NRespostasfevereiro / março 2013

tabilidade da relação e a poesia do amor. Você sabe reciclá-lo?Não há casais per-feitos, a não ser que estejam separados ou morando em con-tinentes diferentes, portanto, se duas pessoas moram sob um mesmo teto, é impossível não terem

áreas de atritos. Em alguns momentos, duas personalidades, dois mundos vivendo na mes-ma órbita, se chocarão, ainda que suavemen-te. Não há almas gêmeas puras, a não ser na ficção ou em determinado tempo e circuns-tância.Pessoas inteligentes devem entender que suas crises e dificuldades, se bem trabalhadas, em vez de destruir a relação, podem temperá--la e enriquecê-la, mas, se mal trabalhadas, poderão produzir um sabor intolerável. Para alguns, os atritos e o ciúme esfacelam sua mo-tivação, mas as pessoas inteligentes criam no-vas oportunidades diante desses problemas, inclusive para se reciclar. As dores que viven-ciam destroem alguns homens e mulheres, mas as pessoas inteligentes crescem com elas.Quem não quiser passar por estresses nas re-lações sociais não deve escolher um parceiro, amar, ser mãe, educar, trabalhar em equipe, conviver com amigos e participar de eventos. Deve viver isolado, ilhado, sem contato so-cial. Mas saibam que, mesmo ilhado, não se isentará de dificuldades. Por quê? Porque o ser humano é mentalmente tão evoluído e, ao mesmo tempo, tão complicado que, quando ele não tem problema, os cria.Já repararam na nossa incrível habilidade para perturbar a nós mesmos? Quando não temos fantasmas fora de nós, construímos fantasmas

internos. Às vezes, está tudo bem no presen-te, mas nos angustiamos pelo futuro, por coi-sas que não aconteceram. Cada ser humano é um bom diretor de cine-ma. Constrói filmes que sempre o agitam na sua “poltrona”. Damos importância a coisas irrelevantes. Elaboramos engenhosamente preocupações que furtam a tranquilidade. Você é uma pessoa engenhosa no mau sentido da palavra? Não precisamos ter inimigos no teatro social, nós os criamos no teatro psíqui-co. Quais inimigos você constrói?Mesmo mentes inteligentes são complicadas. Mas, por favor, não podemos ser complicadíssimos; caso contrário, adoeceremos. Para evitar conflitos e beber nas fontes excelentes da tranqui-lidade, não adianta se ilhar. Ame, entregue-se sem medo de se decepcionar e chorar. Aprenda a se interiorizar, ex-plorar camadas mais profundas da sua própria mente e se reciclar. O ser humano tem um potencial fascinante para se reconstruir.

“cada ser humano é um bom diretor de cinema. constrói filmes que sempre o agitam na sua “poltrona”.”

“pessoas inteligentes

devem entender que suas crises e dificuldades,

se bem trabalhadas,

em vez de destruir a

relação, podem temperá-la e

enriquecê-la.”

Augusto Cury

Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis

O livro que toda mulher deveria ler antes de se relacionar

Augusto Cury é médico, psiquiatra e escritor. É pesquisador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, abordando a natureza, a construção e a dinâmica da emoção e dos pensamentos. sua teoria é usada como referência em teses de mestrado e doutorado. Atualmente é publicado em mais de 50 países.

Conheça o novo best seller de Augusto Cury:

Mulheres inteligentes – Relações saudáveisAugusto curyEditora Academia

Em Mulheres inteligentes, Relações saudáveis, Au-gusto cury apresenta uma fantástica análise sobre a mulher, suas emoções, reações, seus medos, anseios e desejos. o autor aborda temas muito presentes no universo feminino, como o ciúme, o medo da perda, o excesso de trabalho e os padrões tirânicos de beleza.As mulheres vão conhecer as leis fundamentais das relações saudáveis e os erros capitais de uma relação doente, além de aprender a transformar suas atitudes através do autocontrole dos pensamentos e das emoções. Ao final de cada capítulo, Cury presenteia os homens com frases-conselhos que os farão refletir sobre as mulheres de sua vida para – juntos – construírem uma história de amor singelo e inteligente.

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www.nrespostas.com.br20 NRespostas

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1

2

3

1. Nizan guanaes – um brasileiro de sucesso reconhecido no brasil e no exterior.

2. o formador de opinião luciano pires fala sobre a impor-tância de se desenvolver o senso crítico.

3. Mais de mil e duzentas pessoas visitaram os estandes de nossos parceiros.

4. plateia atenta ao conteúdo e às informações da noite.

5. No intervalo, show de diego Azevedo, participante do The Voice brasil.

6. Nizan Guanaes: “O crescimento do Brasil é o crescimento de todos os brasileiros”.

7. Junior Achievment foi a instituição contemplada com a doação de R$ 1,00 por participante no evento.

8. laurence Alves, Fernanda Fischer, João Antonio Tavares e Juliana cunha representando a oi.

9. Rose Melo e isa coimbra, petrobras prestigiando o Top 10 de encerramento de 2012.

10. Ana claudia isais e kelly cortes marcaram a presença da call Tecnologia.

N Flashes

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21NRespostasfevereiro / março 2013

4

8 9 10

“Chegamos ao final de mais um ano de parceria e com excelentes resultados. Novamente fomos impactados pelos renomados especialistas que participa-ram do Top 10 Empresarial neste ano. Emocionamo-nos, vibramos, apren-demos e até choramos durante as pa-lestras ministradas em diversos temas, mas sempre com foco na promoção da competitividade saudável entre as equipes de trabalho, além do estímulo ao crescimento individual de todos os presentes nos grandes desafios que a vida nos impõe.Nossos mais sinceros agradecimentos por promover eventos de altíssimo nível, proporcionando acesso à infor-mação, a busca da excelência no dia a

dia de pequenas e grandes empresas parceiras do projeto por meio de vá-rios exemplos e métodos para obter a liderança e a motivação. Ressalto ain-da a convivência corporativa (grande marca das equipes de grandes resulta-dos) entre os consultores envolvidos, nos diversos treinamentos realizados ao longo do ano. Por fim, faço uso das palavras do pa-lestrante Nizan Guanaes: quanto mais o Brasil se valoriza, mais suas empre-sas se valorizam também, e por isso é fundamental valorizar o maior capital que uma empresa pode ter: seus fun-cionários. Que venha 2013, com muito mais N Resultados para todos nós!”

José Samuel MagalhãesGerente de Comunicação

Petrobras

o que eles dizem da N produções:

Fotos: Adda Raquel, Aliram Campos e Murilo Nunes

76

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www.nrespostas.com.br22 NRespostas

Um dos maiores focos de atenção dos últimos anos em termos de gestão de pes-

soas são as competências: estou can-sado do monte delas e que na verdade só provam que seremos eternamente incompetentes!! A lista cresce, cres-ce e cada vez que olhamos para ela nos sentimos menores, menores e ao invés de sairmos correndo atrás de buscá-las, temos desistido de tentar preencher este saco sem fundo!!

Como equacionar essa extensa lista? Obvia-mente, tentando reduzi-la. Na verdade, ao olharmos nosso ambiente de trabalho, nota-

mos algumas premissas que precisam ser res-peitadas com todo carinho:1. temos uma equipe de trabalho que depen-de de nossa orientação, entusiasmo, atenção, energia e, principalmente, preocupação com seu desenvolvimento;2. temos pares com os quais precisamos tra-balhar para obter resultados com alta sinergia, pois se eu fizer somente o trabalho de minha área sem olhar o que os que recebem dela re-almente precisam, provavelmente ficarei num vácuo de performance;3. temos chefes que cada vez mais e mais pre-cisam de nossa parceria, cumplicidade na bus-ca de resultados.

“Apesar da lista de com-

petências de sua orga-nização ser

extensa, você pode focar em

apenas três que já estará acertando .”

Além da hierarquiape

dro

Man

delli

É muitacompetência

cabeça!para minha

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23NRespostasfevereiro / março 2013

São essas as arenas em que nossas competências precisam transitar e estarem cada vez mais em estado de arte. Desta forma, a sugestão é que, apesar da lista de competências de sua organização ser extensa, você pode focar em apenas três que já estará acertando na grande maioria, e lá vão elas:1. execução – leiam o livro de mesmo nome, um dos autores é Ran Charan e lá acharão todas as orientações para obter uma performance em ex-celência – este é “o” livro;2. colaboração – que vem cobrir a distância en-tre as áreas. Vocês podem ler tudo sobre colabo-ração escrito nos últimos meses por Gay Hamel e descobrirão como fazer a excelência em sinergia;3. finalmente, velocidade – que, vamos e ve-nhamos, é o que manda na relação com seus su-periores. Aí temos um livro de alguns anos atrás, do Daryl R. Conner, Gerenciando na velocidade das mudanças, que pode lhe dar enormes dicas na compreensão desta competência.Falta ainda uma relação íntima sua com o seu pa-pel no trabalho, falta um requisito que precisa ser somado às competências acima descritas, que sem dúvida é o senso de propriedade sobre o trabalho e os resultados que necessitam aparecer.Esses quatro focos já lhe garantem uma excelente margem para estar presente no topo da lista de melhores de sua organização, pode ter certeza. Não desanime e se dedique a ser o melhor nessas coisas. A lista que a sua organização lhe apresenta nada mais é do que um detalhamento desses fo-

cos. Estude as coisas certas e não jogue fora seu tempo dando tiro para todos os lados em termos de aprendizado. Organizações antigas e modernas precisam de profissionais modernos, diferencia-dos e este é o convite para 2013!! Curtam o novo ano com foco e guardem seu tempo para você!! Esses são meus votos a todos leitores e seguidores.Obrigado por 2012!! Fui muito feliz estando com vocês através da N Produções.

“Estude as coisas certas

e não jogue fora seu tem-po dando tiro para todos os

lados.”

Pedro Mandelli é consultor na área de mudança organizacional, sócio-diretor da Mandelli consultores Associados, é professor da Fundação dom cabral e autor do livro Muito além da hierarquia.

Leia mais sobre o assunto em:

Vida e carreira – um equilíbrio possível?pedro Mandelli e Mario sergio cortellaEditora gente – 2001

Nesta obra, os autores buscam desvendar como conciliar de maneira satisfatória a vida pessoal e familiar com uma carreira bem-sucedida. cortella e Mandelli defendem que não se trata de utopia, ao mesmo tempo que buscam res-saltar que vida pessoal e profissional são elementos que compõem o cotidiano. o livro oferece respostas para diver-sas questões como: ‘como lidar com os problemas no trabalho sem ser atro-pelado pelo estresse?’ e ‘como responder ao alto nível de demanda familiar se há sempre trabalho acumulado à nossa espera?’. Além disso, diversos temas passam em revista – a trajetória profissional e a construção da car-reira; as conexões entre estabilidade e segurança; valores e felicidade; a contribuição da tecnologia, entre outros.

para minha

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www.nrespostas.com.br24 NRespostas

Michel Teló • Ai se eu te pego (If I catch you)David Guetta - ft. Usher

Without You

Adele • Someone like you

Carly Rae Jepsen • Call me Maybe

Gotye feat. Kimbra Somebody that you used to know

Psy • Gangnam Style

Munhoz e Mariano

Camaro Amarelo

Roberto Carlos • O CaraColdplay • Paradise

Rita Lee • Reza

Ao Vivo no Teatro Garagem

• DVD COMPLETO •

Ellen Oléria e Pret.utu

Etc por Renata Araújo[Entretenimento, trabalho, casa]

“Confiança, credibilidade, inteligência, capacidade e liderança são só algumas das qualidades atribuídas a pessoas com boa memória, e isso não tem preço.

porém, eu também, infelizmente, aprendi isso só depois de sen-tir na pele os problemas que um esquecimento pode trazer.”

M U S I C A L - 2 0 1 2

Confira algumas músicas que marcaram 2012

Dicasdo Prof.Renato

Alves

destaque especial para Ellen oléria, vencedora do The Voice brasil, representando brasília.

Page 25: N Respostas 26

25NRespostasfevereiro / março 2013

Como estamos no começo do ano, seria muito útil repensar como foi 2012 e criar um 2013 melhor. Eu acredito que nunca devemos nos contentar em ficar na mesma, algo deve mudar. E se algo deve mudar, a reflexão deve começar com você mesmo, a partir das suas atitudes e escolhas.Para começar a pensar em um 2013 diferente, su-giro que reserve pelo menos uns 20 minutos para esse exercício. Pegue uma folha de papel, coloque na horizontal e escreva no topo 2012. Faça um T na folha e em cada espaço escreva:

• O que fiz e devo continuar fazendo

• O que fiz e não deveria mais fazer

• O que deixei de fazer e devo persistir em 2013

Faça uma lista de coisas para cada um desses es-paços no T e, em seguida, releia os itens. Particu-larmente, sugiro que depois de escrever todos os

itens, retome o exercício no dia seguin-te, revisando tudo o que escreveu.Essa releitura dará um panorama geral de como foi seu ano anterior, das coisas importantes, das circunstâncias, das me-tas que podem ajudar 2013. Essa folha deveria ser anexada na sua agenda para

que você tenha contato com as coisas que quer e as que precisam ser deixadas de lado.Em outra folha ou no verso da mesma folha, pense nas coisas que gostaria de realizar em 2013. Coi-sas realmente viáveis e que possam ser começadas e terminadas (para facilitar o processo de plane-jamento). Depois de listar, faça um X nas metas que proporcionam simultaneamente à sua vida mais equilíbrio (bem-estar, saúde, relacionamen-tos etc.) e resultados (finanças, carreira, bens etc.). Das que tiverem o X marcado, selecione apenas 2 e descreva pelo menos 10 ações práticas que lhe ajudarão a executar esse objetivo.Quando planejo meu ano, eu gosto de escrever uma carta, fechar e deixar para abrir no meio do ano. Não tenho nenhuma pesquisa sobre isso, mas eu adoro ler aquilo que planejei e ver o que andou. Você pode tirar uma cópia dessas folhas e colocar na carta, pois a original deve ficar sempre com você.Experimente fazer e compartilhe os resultados.Só não vale deixar a vida correr frouxa, ou repetir 2012, pois isso se torna um hábito e quando você reparar, estará com 80 anos e reclamando das coi-sas que deixou de fazer. O tempo passa rápido para quem não controla as coisas que faz na vida!

Christian Barbosa é conferencista, empreendedor e sócio da Triad consulting – empresa global de treinamento, consultoria e produtos especializada em produtividade – e master practitioner em programação Neurolinguística. www.christianbarbosa.com.br

“o tempo passa rápido

para quem não controla

as coisas que faz na vida!”

25NRespostas

Por um 2013diferente

como devo me organizar, aproveitando o início do ano para que este seja melhor que o anterior?

Gest

ão d

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Responde:

Christian Barbosawww.christianbarbosa.com.br

Page 26: N Respostas 26

www.nrespostas.com.br26 NRespostas

Até poucos anos atrás, o mundo era muito previsível. Os negócios eram administrados de uma única ma-neira e o sucesso era o resultado de muito esforço. Hoje isso mudou. O mundo tem a inconstância de um vulcão ativo, o que faz com que profissionais de to-

das as áreas sejam desafiados o tempo todo. Garra e determinação já não são mais suficientes para en-frentar os contínuos desafios. Precisamos de muito mais. Tudo acontece ao mesmo tempo, e não necessariamen-te numa ordem determinada. Estamos em plena era do caos e poucas pessoas sabem lidar

com isso.Estabilidade atualmente é uma pa-lavra proibida e acomodação virou

nome feio. Todos nós precisamos ter a ousadia de desbravar novos hori-zontes, sem medo do desconhecido. As transformações são intensas e quem não mudar vai ficar para trás.Certamente, esse cenário desco-nhecido nos cria novas dificuldades e muitos mistérios. Pessoas com grande flexibilidade e curiosidade vão produzir vantagens para si e para suas empresas nessa moderna maneira de viver. Mas os mais rígi-dos e menos abertos vão encontrar mais problemas. Temos de ter claro o seguinte: o fato de vivermos num mundo caótico não pode fazer de nossa vida um caos. É possível e necessário administrar a nossa trajetória. Para isso, temos de ter em mente que não podemos simplesmente deixar essa maneira de viver nos tornar confusos.

Dicas de campeãoRo

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“garra e determinação

já não são mais suficientes para

enfrentar os contínuos desafios.

precisamos de muito mais.”

sucesso

de grandes

Como ter em tempo

mudanças

Page 27: N Respostas 26

27NRespostasfevereiro / março 2013

O mundo exige uma postura iné-dita, um modo original de olhar. Para ser bem claro, precisamos de novos olhos, adaptados à nova realidade mais dinâmica do mun-do.Por isso, pense e aja como os campeões.Os campeões sabem que quem desiste diante das pressões na verdade está comprando hoje, a prazo, duros tempos no futuro. Campeões não adiam. Eles sabem que por trás do aparente conforto do “deixa para depois” tem um custo excessivamente alto para sua vida no amanhã.Esta é uma época diferente. Aqueles que ainda não compreenderam isso veem nas mudanças uma ameaça que torna este mundo cada vez mais difícil e agressivo.Os campeões entendem que este é um período de muito aprendizado. E que quem aprender mais rapidamente poderá desfrutar mais cedo das vitórias.É preciso ter em mente que o movimento

transformador gerado pelo caos da atualidade traz em seu âmago uma nova ordem que se impõe para tudo no mundo e na vida.O campeão sabe que quan-do cria a competência ne-cessária para desfrutar essa nova ordem, ele constrói novas possibilidades de amar e viver em plenitude.Enfim, o campeão sabe que

tudo ainda está em suas mãos!Para um novo tempo precisamos de um novo ser humano, livre das amarras do passado, revitali-zado pelos desafios do presente, pronto para o sucesso da nova era.Do caos está nascendo um novo

indivíduo, centrado nas necessidades que esse momento exige, disposto a conquistar um novo espaço, num ambiente que se movimenta e oscila entre a crise e a oportunidade.

Pense sobre isso!

Um grande abraço,Roberto Shinyashiki

“o fato de vivermos

num mundo

caótico não pode fazer

de nossa vida um

caos.”

“para um novo tempo

precisamos de um novo ser

humano, livre das amarras do passado, revitalizado

pelos desafios do presente.”

sucesso

de grandes

Roberto Shinyashiki psiquiatra e escritor, é empresário, palestrante, doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administração e contabilidade da universidade de são paulo (FEA/usp) e autor de vários livros. www.shinyashiki.com.br

Saiu a nova versão atualizada e ampliada de um grande sucesso de Roberto Shinyashiki:

o sucesso é ser FelizRoberto shinyashikiEditora gente

Neste clássico best-seller que já ajudou mais de 1,5 milhão de pessoas, o autor mostra como a vida pode ser celebrada e aproveitada em sua plenitude. com um novo texto, totalmente reescrito e adequado aos dias de hoje, este livro mostrará a você que, deixando para trás mitos, falsas crenças e ilusões, e abandonando o que o impede de crescer, é possível buscar, encontrar, cultivar e viver a felicidade intensamente. A felicidade não pode ser uma decisão passageira, mas sim uma maneira de viver. Este livro ajuda as pessoas que querem fazer sua vida valer a pena a aproveitar todas as oportunidades para viver de modo feliz. uma obra que já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares.

Page 28: N Respostas 26

www.nrespostas.com.br28 NRespostas

O brasileiro tem certa aversão ao risco, pelo menos na hora de aplicar seu dinheiro. Mes-mo a renda fixa oferecendo

taxas negativas de retorno, ela continua sendo a vedete dos investidores. Há quem diga que essa realidade começou a mudar, pois “houve fuga de capital da poupança”. Tudo bem. Tiraram bastante recurso das poupanças. Mas esses recursos, somados a mais economias, correram para os títulos públicos federais (60% de todo o investi-mento dos brasileiros – pesquisa realizada pelo grupo Economática). Isso acontece mesmo sendo claro que depois de cobrados IR, custódia ou taxas de adminis-tração perde-se um bocado para a inflação. No mercado de ações, apenas 15% dos investidores são pes-soas físicas. Em contraponto,

e paradoxalmente, os meios de crédito/financiamento mais utilizados por esses pseudo-conservadores são o cartão de cré-dito e o cheque especial (segundo dados da Febraban). Considerando que essas moda-lidades representam as taxas mais caras do mercado, pode-se considerar também que ao utilizá-las jogamos fora boa parte do tão suado dinheirinho.Um teste na Economia Clássica nos revela que, em uma situação hipotética, se der-mos R$ 10 mil para uma pessoa e propu-sermos a ela um negócio no qual ela terá

10% de chance de ganhar mais R$ 90 mil e 90% de chan-ce perder todo esse valor, ela preferirá não se arriscar e embolsar os 10 mil. Curiosa-mente, em nova situação hipo-tética, se essa mesma pessoa tiver 10 mil reais para gastar em um negócio que lhe ofere-

N Investimentos

“ortodoxia no aplicar,

aliada ao perfil agressivo no gastar,

pode trazer prejuízos.”

Perfil dosbrasileiros:

conservadores para aplicare agressivos para gastar!

Luca

s Go

nçal

ves

Page 29: N Respostas 26

29NRespostasfevereiro / março 2013

ce apenas 10% de chance de não pagar nada, contra 90% de chance de ter que pagar R$ 100 mil, a pessoa acaba aceitando o negócio, arriscando perder mais R$ 90 mil além dos R$ 10 mil iniciais. O brasileiro, de um modo geral, é conservador para aplicar e agressivo para gastar!Cito os preciosos comentários do doutor e PhD em Economia Samy Dana (em entrevis-ta ao G1): “somos conservadores na hora de ganhar dinheiro e arrojados na hora de per-der, mas dá para agir de forma mais racional. Temos medo daquilo que não conhecemos. Uma das formas de se proteger é conhecer melhor os instrumentos financeiros. Infeliz-mente, nos ensinos Fundamental e Médio, não existe sequer uma disciplina de finanças ou economia, e muitos cursos do Ensino Su-perior também não têm.”Corre-se um grande risco ao se recusar uma boa oportunidade de aplicação devido ao conservadorismo na hora de ganhar. Em ge-ral, prefere-se tocar todas as estratégias de investimento de forma previsível e tradicio-nal. Tal ortodoxia no aplicar, aliada ao per-fil agressivo no gastar, pode trazer prejuízos

maiores num futuro não muito remoto.Quando chegarmos perto da aposentadoria, as estratégias escolhidas hoje nos revelarão as condições para esse momen-to. Se as escolhas continuarem como nos são descritas nas pesquisas, te-nham certeza de que veremos os aposentados com menor poder de compra e com a velhice comprometida.Ao contrário do que muitos pensam, assu-mir riscos é poder melhorar o futuro. Mais ainda, com taxas de juros negativas, assumir riscos é necessário até mesmo para a simples manutenção de seu padrão de vida. Se cos-tumamos dizer que “não há glória sem sa-crifícios”, também é verdade que NÃO HÁ GANHOS SEM SACRIFÍCIOS.

Lucas Gonçalves Araujo é formado em Estatística e pós-graduado em Agronegócios (unb) e Negócios internacionais (FEA/usp). Agente Au-tônomo de investimentos credenciado pela cVM, foi Analista sênior na diretoria Financeira e de Risco de Mercado no banco do brasil.

“Ao contrário do que muitos pensam, assumir riscos é poder melhorar o futuro.”

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www.nrespostas.com.br30 NRespostas

Essa é a definição a que cheguei após ob-servar alguns líderes em ação, procurar nos dicionários, no trabalho dos grandes

estudiosos do tema, mistu-rar às minhas reflexões e le-var ao forno. Não sei se é a definição ideal, mas ela me satisfaz. Acho legal começar destrinchando-a do jeito que

minha mãe fazia com aquele frango assado, lá em Bauru. Vamos lá.

LIDERANÇA:

Esse é um atributo que pode ser desenvol-vido. Não vejo a liderança como um dom, algo herdado ou mágico. Tampouco como uma coisa só; existem diferentes formas de liderança. Mais importante ainda: a lideran-

ça é um atributo do contexto. Perdido na selva amazônica sem comida e água, você quer ter como líder um experiente executi-vo poliglota de Wall Street ou um experien-te índio analfabeto? Pois é.

HABILIDADE:

É o grau de competência, aptidão, capaci-dade com que um indivíduo persegue de-terminado objetivo. Pode ser aprendida, desenvolvida, treinada.

INSPIRAR:

Muita gente acredita que “inspirar” e “moti-var” as pessoas é a mesma coisa. Não é. Diz o grande palestrante norte-americano Zig Zaglar que “Motivação é como banho. Não dura. Por isso temos de tomá-lo todo dia!”. A inspiração é mais que isso. Inspiração é

“A liderança é um atributo do

contexto.”

Responde:

Luciano Pireswww.lucianopires.com.br

Liderançaa fazer acontecer

e provocar as pessoas

Falar sobre liderança parece algo um tanto “clichê”. Você acha possível definir “liderança” de uma maneira diferente do usual?

Lide

ranç

a

é a habilidade de inspirar

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uma força interior que não precisa de um em-purrão diário. Inspirar é algo espiritual, tem a ver com a capacidade de conexão, eu diria até que de “contaminação” entre as pessoas.

PROVOCAR:

Neste caso, é mexer com os brios, causar incô-modo. Provocar é fazer com que as pessoas se importem, sintam-se desafiadas a fazer aconte-cer. Provocar é tirar as pessoas da indiferença.

FAZER ACONTECER:

Sair da inércia, terminar o que se começa, pra-ticar uma ação, tirar a bunda da cadeira, causar a diferença, provocar uma mudança... AGIR!

Viu só? Liderança é a habilidade de inspirar e provocar as pessoas a fazer acontecer.Nesse contexto, liderança é mais que dar or-dens. É mais que dar exemplos. É mais que orientar. É mais que motivar. É mais que in-timidar. É mais que ensinar. Liderança é saber liberar conscientemente uma força interior que contagia as pessoas.

Luciano Pires é formado em comunicação e pós-graduado em Marketing para executivos. Escreveu e publicou seis livros, entre eles Meu Everest, brasileiros pocotó, Nóis qui invertemo as coisa e o diário de um líder. É palestrante e apresentador de um dos mais importantes podcasts brasilei-ros, o programa café brasil, na Rádio Mundial FM.

“provocar é fazer com que

as pessoas se importem,

sintam-se desafiadas

a fazer acontecer.”

A Agência Sisters completa meia década de dedicação e resultados. Com o tempo veio o reconhecimento e, em 2012 ganhamos o Prêmio Produtora do Ano. Sabemos que ainda há muito para realizar, por isso vamos trabalhar por mais campanhas surpreendentes e junto com nossos clientes comemorar mais conquistas.

SistersMarketingeComunicacao @agenciasisters wwww.agenciasisters.com.br 61 3327-2208

Agência Sisters, resultado que se vê.

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www.nrespostas.com.br32 NRespostas

Foi reafirmando o compromisso em contribuir para o desenvolvimento pessoal e empresarial de seus associa-dos que o Clube N encerrou 2012 e deu início a 2013. Em novembro, a presença de Demétrius Lucindo e Lu-cas Gonçalves, da N Investimentos, foi uma excelente oportunidade de conhecer mais e melhor o universo das transações financeiras. Esclarecendo dúvidas com a fluência de quem transita há anos por esses caminhos, os consultores responderam a perguntas e deram dicas importantes de como lidar com finanças pessoais e cor-porativas. Demétrius alertou: “Não se pode confundir investimento com bem de consumo. Um automóvel, por exemplo, é um bem de consumo. Não pode ser visto como investimento”. Para Lucas Gonçalves, “a bolsa é o melhor negócio do mundo, quando se tem conhecimento adequado de seu funcionamento. Caso

contrário, é o pior negócio para se envolver”. O Café & Contatos de janeiro teve como convidado es-pecial o juiz trabalhista Dr. Rodrigo Dias da Fonseca. Manhã de muitos esclarecimentos e proveito para to-dos os associados que puderam não só aprender como lidar com os conflitos da relação patrão/empregado presentes no cotidiano de qualquer empresa como en-tender um pouco mais de como se forma o raciocínio que norteia as decisões judiciais das causas trabalhistas. Um conselho: “esteja sempre muito atento aos prazos do período de experiência de um novo funcionário, um único dia, a mais ou a menos, pode fazer uma grande diferença no seu bolso”, aconselhou o Juiz.

Clube N – Um clube de resultados para líderes de vi-são. Associe-se você também!

Encerrando 2012 e abrindo 2013 com chave de ouro

Demétrius Lucindo e Lucas Gonçalves no Café e Contatos

de novembro, com os associados

do Clube N

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Dr. Rodrigo Dias da Fonseca,juiz trabalhista, recebe convidados do Clube N no primeiro Café e Contatos de 2013

LEVE CONSIGO UMA BOA LEMBRANÇA DO OLIVER.

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Gestão do conhecimento e inovaçãoRi

vadá

via

Dru

mm

ond

Net

o

Ao examinarmos tendências nos progra-mas internacionais de MBA, observamos que o modelo estadunidense tradicional

denominado Full-Time MBA, com duração de dois anos em regime de dedicação exclusiva, vem perdendo espaço como modelo dominante. Um conjunto de outras ofertas e possibilidades, como o MBA Part Time (em tempo parcial, normal-mente à noite e/ou fins de semana), o Executive MBA (MBA para executivos) e o MBA Online

(totalmente ou parcialmente a distân-cia, ampliado pelas possibilidades da “virtualidade”), vem sistematicamente abocanhando sua fatia no mercado glo-bal tradicionalmente dominado pelos Full-Time MBA.É importante que o leitor situe a pro-blemática no ambiente brasileiro: aqui, o MBA tomou o formato da pós-gra-duação lato sensu e confere aos con-cluintes certificado, diferenciando--se da pós-graduação stricto sensu em administração, cujos concluintes são diplomados como mestres e douto-

res. Autores como Henry Mintzberg, da McGill University, Datar e Garvin, da Harvard Business School, e Jeffrey Pfeffer, da Stanford Graduate School of Management, têm questionado o status quo e criticado as premissas/pilares que tradicio-nalmente sustentam tais programas.Já há algum tempo me debruço sobre o problema e tive a oportunidade de conhecer experiências na Europa, América do Norte, Ásia e África, tendo também participado de colóquios e seminários ex-clusivos sobre o tema, como o MBA Roundtable, na Darden School of Business da Universidade da Virginia, e o Global Colloquium on Participant--Centered Learning, da Harvard Business School.Acirradas pelo declínio no número de matrículas observado nas escolas que compõem os rankings dos 30 melhores programas de MBA do mun-do – segundo publicações como Business Week, The Economist e Financial Times –, as críticas mais contundentes expõem problemas recorren-tes, como o choque de duas culturas (legitimi-dade e aplicação); o declínio do envolvimento dos participantes, mais preocupados com o ne-tworking e atividades sociais e menos envolvidos

“como ensinar

temas como liderança,

globalização, inovação,

criatividade e ética, dentre

muitos outros? ”

e da EducaçãoExecutiva

O futurodo MBA

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com o processo de aprendizado; a composição do corpo de professores (acadêmicos x profissionais de mercado); e o domínio (quase) absoluto de aulas unicamente expositivas, em detrimento das possi-bilidades do guarda-chuva denominado Participant--Centered Learning (PCL) – aprendizado centrado no participante.Como ensinar temas como liderança, globalização, inovação, criatividade e ética, dentre muitos ou-tros? Na tentativa de responder a todas essas críticas e reinventar suas ofertas, novas tendências saltam aos olhos:

• redução do tempo de integralização;• flexibilidade curricular;• importância crescente de rankings e reputação

nos critérios de escolha;• necessidade imperativa de modelos mais centra-

dos no participante (aprendizado experiencial).

Escolas em todo o mundo têm também experimen-tado novos formatos: a London School of Business and Finance (LSBF) oferece um MBA através de mídias sociais, o INSEAD (França) vende conteú-dos educacionais pela Itunes Store da Apple e a Slo-an School of Management (MIT) disponibiliza con-teúdos online sem custo algum pela internet.Diante de todas as questões que aqui exponho, a grande conquista é a ampliação da discussão curri-cular, tradicionalmente e simploriamente associada ao “sequenciamento de disciplinas”. Currículo tam-

bém significa um conjunto de escolhas nos seguin-tes quesitos:

• conteúdo: conceitos, teorias, técnicas, estilos de pensamento, disciplinas obrigatórias e eletivas;

• pedagogia: métodos e processos, aulas expositi-vas, estudos de caso, simulações, jogos e traba-lhos de campo/em equipe;

• arquitetura: estrutura e sequenciamento de dis-ciplinas, percurso formativo do aluno e joint--degrees;

• proposta de valor: propósitos educacionais aos quais o currículo serve e perfil do egresso.

As conclusões nos remetem à necessidade de se reequilibrar o processo na tríplice perspectiva do SABER (fatos, modelos e teorias que conformam o repertório de uma profissão ou prática), FAZER (capacidades e técnicas que possibilitam a prática/execução) e SER (compromissos e propósitos que constituem o caráter de um indivíduo, sua visão de mundo e identidade profissional).

Rivadávia Drummond de Alvarenga Neto é reitor do centro universitário de belo horizonte (uNibh) e professor associado da Fundação dom cabral. concluiu pós-doutorado na Faculty of information studies da universidade de Toronto, onde é pesquisador convidado do knowledge Management Resear-ch centre (kMRc). participou de programas executivos na harvard business school (boston e shanghai) e na darden school of business (universidade da Virgínia).

“diante de todas as questões que aqui exponho, a grande conquista é a ampliação da discussão curricular.”

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www.nrespostas.com.br36 NRespostas

Responde:

Eduardo Ferrazwww.eduardoferraz.com.br

Com a enorme falta de mão de obra qua-lificada, a maioria dos gestores, principal-mente de pequenas e médias empresas, está tendo uma grande dificuldade em

contratar novos talentos e acabam se resignando em manter na empre-sa profissionais que eles acham que deveriam ser demitidos. A verdade é que muitos desses funcio-nários “descartáveis” têm talentos que poderiam ser mais bem aproveitados.

Seguem 7 dicas para obter melhores resul-tados com sua equipe atual.

1. Invista mais tempo para conhecer a personalidade e o desempenho de seus atuais colaboradores

Faça uma análise detalhada de quem é quem em sua equipe. Provavelmente há pessoas com potencial subaproveitado.

2. Dê novos desafios a quem merece

Ao invés de procurar lá fora, dê oportuni-dades aos profissionais com bom histórico em sua empresa. Às vezes você acaba se

Gest

ão d

e pe

ssoa

s

Melhore a gestão de sua equipe em 2013

renovando seus conceitos

Estou insatisfeito com minha equipe, mas não consigo renová-la. como posso contornar essa situação?

“Faça uma análise detalhada de

quem é quem em sua equipe. provavelmente

há pessoas com potencial

subaproveitado.”

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37NRespostasfevereiro / março 2013

Se você não conhece a gente, Sorte Sua. talvez SeuS concorrenteS também não.Quem já montou uma empresa sabe muito bem que no começo é assim mesmo, pouca gente conhece o seu trabalho. mas essa é a oportunidade de sair na frente da concorrência e, com criatividade, conquistar seu público.

aproveite enquanto a gente é novidade,traga sua conta para a Sabah!.

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acostumando com as pessoas e não enxerga seu real potencial.

3. Coloque as pessoas certas nos lugares certos

Procure posicionar as pessoas onde elas possam usar suas características de personalidade mais marcantes na maior parte do tempo. O perfec-cionista gosta de organizar; o extrovertido, de se relacionar; o dominante, de comandar; o im-paciente, de acelerar.

4. Invista em treinamentos

Os bons treinamentos servem principalmente para aprimorar as deficiências técnicas e com-portamentais de sua equipe. Você pode conse-guir resultados significativamente melhores em curto espaço de tempo ao melhorar as habilida-des de seus profissionais.

5. Defina metas claras

Estipule metas para o incremento do fatura-mento, aumento da lucratividade e diminuição de custos, mas seja realista.

6. Proponha bônus individuais por desempenho

Parece óbvio, mas muitas em-presas estipulam metas globais mas não cobram metas individu-ais. A maioria das pessoas conse-gue um desempenho 20 a 30% superior quando as metas são justas, claras e, principalmente, reconhecidas e premiadas indivi-dualmente.

7. Institua a meritocracia

Premie, reconheça e promova os melhores, in-dependentemente do tempo de casa que possu-am. Isso dará um “choque de gestão” e motivará inclusive as pessoas de fora a procurar trabalhar em sua empresa.

Eduardo Ferraz é consultor em gestão de pessoas e especialista em treinamentos e consultoria in company, com aplicações práticas de Neurociência.www.eduardoferraz.com.br

“Você pode conseguir resultados significativamente melhores em curto espaço de tempo ao melhorar as habilidades de seus profissionais.”

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www.nrespostas.com.br38 NRespostas

FilosofandoM

ario

ser

gio

Cort

ella

Não me canso de ouvir e meditar sobre os sábios versos cantados um dia por Nelson Cavaquinho na inspiradora Ju-ízo Final (de Elcio Soares e do próprio

Nelson Cavaquinho): O sol há de brilhar mais uma vez. / A luz há de chegar aos corações. / Do mal será queimada a semente. / O amor será eterno novamente.E ele esperançosamente insiste: É o Juízo Final, a história do bem e do mal. / Quero ter olhos pra ver / a maldade desaparecer. O melhor, porém, é a boa profecia, pois ao final da música deve ser repetido duas vezes o especial de-sejo: O amor será eterno novamente... / O amor será eterno novamente...Piegas? Não. Romântico, belamente romântico e fundamentalmente vital. Ora, se a força está aí, no verso final, por que, então, colocar como título desta reflexão Do mal será queimada a semente? Porque os cuidados com a vida, que podem nos levar à eternidade amorosa, requerem que sejamos ativos na queima da semente

da maldade. Semente? Sim, pois é potência, é pos-sibilidade, é virtual. Somos capazes, porque humanos e livres, da prática deletéria, da ação maldosa, da agres-são danosa. Humanos e livres, pulsões lesivas despontam como cenário e vontade em muitos dos nossos atos e omissões. Semente pode “virar” planta ou árvore ou fruto ou flor; semente,

como o ovo, contém o novo. Se-mente pode “virar” praga ou erva daninha ou veneno ou droga le-siva; semente, como o ovo, pode apodrecer ou ser nefasta.É por isso que o teólogo Leonardo Boff lembra que essa nossa aben-çoada liberdade, quando se torna amaldiçoada liberdade, precisa passar por uma “transfiguração in-teligente”: sem perder a vitalidade que a pulsão agressiva comporta, fazer dessa agres-sividade potencial uma energia que se transfigure em força positiva e virtuosa. Em outras palavras, o impulso como benefício em vez de malefício, ou, mais ainda, como arranque robusto para cuidar da vida, em vez de perder a reverência a ela e banalizar, assim, a convivência condominial que é viver.É nessa hora que precisamos nos educar reciproca-mente para recusar o biocídio.

Do mala semente

Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor, com mestrado e doutorado em Educação, professor-titular da puc-sp (na qual atuou por 35 anos, 1977–2012), com docência e pesquisa na pós-graduação em Educação: Currículo (1997–2012) e no departamento de Teologia e ciências da Religião (1977–2007); é professor-convidado da Fundação dom cabral (desde 1997) e ensinou no gVpec da FgV-sp (1998–2010). Foi secretário Municipal de Educação de são paulo (1991-1992). É autor, entre outras obras, de “A escola e o conhecimen-to” (cortez), “Nos labirintos da moral”, com yves de la Taille (papirus), “Não espere pelo epitáfio: provocações filosóficas” (Vozes), “Não nascemos pron-tos!” (Vozes), “Sobre a esperança: diálogo”, com Frei Betto (Papirus), “Lide-rança em foco”, com Eugênio Mussak (papirus), “Viver em paz para morrer em paz: paixão, sentido e felicidade” (Versar/Saraiva), “Política: para não ser idiota”, com Renato Janine Ribeiro (Papirus), “Vida e carreira: um equilíbrio possível?”, com Pedro Mandelli (Papirus), “Educação e esperança: sete refle-xões breves para recusar o biocídio” (polisaber).

será queimada

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“somos capazes,

porque humanos

e livres, da prática

deletéria, da ação maldosa,

da agressão danosa.”

“semente pode “virar” planta ou árvore ou fruto ou flor; semente, como o ovo, contém o novo.”

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