jornal aabml. n. 22. jun. 2015
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Leiam mais uma edição do Jornal dos Amigos da Biblioteca de Mateus Leme.TRANSCRIPT
Jornal dos Amigos da Biblioteca - Centro - Mateus Leme / MG
ano
3 - nº 2
2 - Jun.
/ 2015
JORNAL AMIGOS DA BIBLIOTECA
AABML
NOVIDADES DO ACERVO
EDITORIAL
A associação de Amigos da Biblioteca de Mateus
Leme (AABML) é uma associação de natureza civil,
sem f ins lucrat ivos. Funciona à Rua dos
Funcionários, 23 - Centro - Mateus Leme. A AABML
tem como missão a garantia de acesso à informação
e ao conhecimento, como forma de impulsionar o
desenvolvimento sociocultural da cidade de Mateus
Leme. Entre seus objetivos estão: estimular o gosto
pela leitura e a difusão da literatura, contribuindo
para a formação de leitores críticos e criativos. Para
atingir estes fins, a AABML promove diversas
atividades, incluindo conversas com escritores,
rodas de leitura, semanas culturais, parcerias com
outras associações de cunho sociocultural e
ambiental. Entre outros serviços oferece, o projeto
Compartilhando Livros, assinatura de revistas
(Época, Pequenas Empresas & Grandes Negócios e
Galileu), compra de livros e aluguel de uma
copiadora. Para continuar desenvolvendo esse
trabalho, ela necessita da sua ajuda. Com a pequena
quantia mensal de R$ 5,00 você contribui com essa
iniciativa e se torna um amigo da biblioteca. A
contribuição poderá ser entregue no endereço acima
citado, pois no momento não temos um voluntário
para efetuar a coleta.
Em 2015 a AABML já investiu R$ 623,29 na compra
de novos livros para Biblioteca Pública.
ØFaveiro de Wilson: plano de ação Nacional para a Conservação dp Faveiro de Wilson
ØO apanhador no campo de centeio/ J. D. Salinger
ØColeção Wendy e AmigasØHomens são de marte-mulheres são de vênus/
John GrayØA divina revelação do inferno/ Mary BaxterØLobos de Calla v. 5/ Stephen King ØCanção de Suzanna v. 6/Stephen King ØAs terras devastadas v. 3/Stephen KingØMago e vidro v. 4/ Stephen King
Tradicional Cavalhada de Mateus Leme
Mateus Leme realiza mais um ano a Tradicional Cavalhada no mês de junho, quando comemora-se o dia de Santo Antônio, o padroeiro da cidade. São Sebastião é celebrado na mesma data. A cidade torna-se toda engalanada, meios-fios pintados de branco, monta-se barraquinhas, e enfeita-se a Praça Benedito Valadares com bandeirinhas coloridas e também as ruas por onde passam as bandeiras de Santo Antônio e de São Sebastião em procissão.
Em Mateus Leme a Cavalhada retrata o Auto de Floripes. São dois grupos de cavaleiros com doze corredores cada um, inspirados nos doze pares de França organizados pelo Imperador Carlos Magno para combater os invasores chamados também de Mouros.
A Cavalhada teve origem na invasão dos mouros ou islâmicos, ocupando a Europa pela Espanha e Portugal a partir da Arábia e do norte da África.
As lutas t ravadas dos europeus expulsando os mouros tornou-se motivo de comemoração entre os nobres com elegantes corridas de cavalos, tiração de argolinhas e premiação. Os portugueses t razem a cavalhada para o Brasil ainda no tempo da colônia. De cidade para cidade pode variar a forma da festa.
José Martins
Antônio Evaristo - Idalina MoreiraExpedita Moreira e José Moreira
DESDOBRAMENTOSFLORBELA
2 Jornal Amigos da Biblioteca
Filha de uma relação extraconjugal de
J o ã o M a r i a E s p a n c a ( u m d o s
introdutores do Cinematógrafo em
Portugal) com Antonia Conceição Lobo,
que a abandonaria ainda criança,
Florbela D'Alma da Conceição Espanca
nasceu em 8 de dezembro de 1894, em
Vila Viçosa, Portugal. Exatos trinta e seis
anos depois, despedia-se deste mundo
voluntariamente, tendo-o transformado
um pouco, deixando nele a marca de
suas palavras doces, de suas palavras
duras que, como seu fumo, lhe fugiram
por entre os dedos, mas que, ao
contrário do mesmo, não se dissolveram
pelo ar.
Mais conhecida por sua poesia,
Florbela também escreveu boa prosa.
Além de seu “Diário do Último Ano” e de
a l g u m a s c a r t a s p u b l i c a d a s
postumamente, há dois livros de contos.
“As Máscaras do Destino” é dedicado
a o s e u i r m ã o A p e l e s , m o r t o
prematuramente num acidente de avião,
e traz textos soturnos carregados de
imagens sombrias e dolorosas, quase
aterrorizantes, refletindo a dor do luto
irrecuperável, o qual a autora cumpria.
Já “O Dominó Preto”, escrito antes de
“As Máscaras do Destino” e publicado
somente em 1982, tem um tom menos
fúnebre com forte presença feminina: as
m u l h e r e s , q u a n d o n ã o s ã o a s
protagonistas, são fator determinante na
ação dos personagens masculinos.
Sempre às voltas com problemas
financeiros e dificuldades para publicar
seus livros, Florbela também traduziu,
para garantir o seu sustento, romances
românticos da língua francesa para a
portuguesa.
Em vida, a autora viu publicada bem
menos que a metade de sua frondosa
produção: os livros de sonetos “Livro de
Mágoas” em 1919 e “Livro de 'Sóror
Saudade'” em 1923; e o já mencionado
“As Máscaras do Destino” (1928). Viriam
depois “Charneca em Flor”, que ela
tanto lutou para que viesse a publico,
lançado um ano após a sua morte;
“Juvenília”, com 28 poemas então
inéditos (1932), “Reliquiae” (1934) e a
série de dez poemas “He hum não
querer mais que bem querer”, título
emprestado de um famoso verso de
Camões.
Além dos seus dois livros de contos, o
acervo da Biblioteca Pública Geraldo
Alves de Oliveira conta com os livros
“Sonetos”, coletânea de poemas
extraídos dos livros citados acima; e
“Trocando Olhares”, preciosa seleta de
escritos realizados provavelmente entre
1915 e 1917, antes da publicação de seu
primeiro livro, que só viram a luz dos
olhos dos leitores pela primeira vez em
1994, graças à Maria Lúcia Dal Farra.
Aos leitores e, especialmente, aos
diagramadores, a poeta sugeria um
respiro durante a leitura de sua poesia,
uma pausa entre as duas primeiras e as
duas últimas estrofes, como podemos
perceber no trecho de uma carta sua,
publicada no livro Correspondência, de
1930: “Eu gostava mais de que ficassem
as duas quadras de cada soneto dum
lado da folha e os dois tercetos do outro
lado. Fica o soneto menos duro, lê-se
melhor. Assim o soneto todo numa
pág ina , dum jac to , não gos to ,
francamente.”
Em 2012 foi lançado nos cinemas de
Portugal o longa-metragem Florbela, de
Vicente Alves do Ó, que se passa num
período pouco produtivo de sua breve
vida. Já em seu terceiro casamento,
entediada de viver no campo, Florbela
se hospeda na casa de seu irmão em
Lisboa, levando vida boêmia, teve crises
de incertezas quanto ao seu talento e
conheceu alguns movimentos sociais da
época.
No Brasil o filme começa a ser
comercializado agora, em DVD, após
ser exibido em algumas mostras e não
passar pelo circuito comercial (cinemas
de shoppings centers).
Mesmo com notáveis falhas no
trabalho de edição e outras um pouco
m a i s b r a n d a s n o r o t e i r o , a
s u p e r p r o d u ç ã o e x t r e m a m e n t e
melodramát ica – escolha mui to
previsível , se considerarmos os
acontecimentos na vida da escritora –
serve para despertar em possíveis
futuros leitores a curiosidade de
conhecer melhor a obra da focalizada. O
filme, por si só, não se basta, visto que
joga pouca luz na obra de Florbela,
dando maior ênfase a suposições e
licenças poeticobiocinematográficas
m e i o d e s r e s p e i t o s a s – q u i ç á ,
infundadas.
Tanto sua prosa quanto sua poesia
estão repletas de dor, mágoa, solidão,
amargura, perfume, frustração, entrega
irrestrita ao amor, elegância, erotismo, e
também de uma busca incessante e
intensa, apesar das adversidades, pela
realização de seus sonhos.
A poeta não conseguiu pouco no
tempo e no espaço em que viveu. Não
foi a dona-de-casa exemplar nem a mãe
(sofreu dois abortos espontâneos) que a
sociedade esperava que ela fosse,
embora talvez o quisesse ser e fosse um
tantinho mais feliz o sendo. O tal destino
não o quis.
Escreveu, pensou profunda e
perturbadoramente sobre a pouca
alegria que sua vida a fornecia. Foi ser
poeta, função mais comum e aceita
quando exercida por homens, naquela
época . Mas qua l de les te r ia a
sensibilidade e a vivência necessárias
pa ra re f l e t i r sob re e expo r as
desventuras que ela sofria naquele
contexto? Só ela mesma. Pré-feminista,
femininíssima, dura, irritável, passional,
melancólica, sofrida, esperançosa,
desesperada... É inútil tentar descrever
Florbela Espanca. Bem melhor é lê-la e
cantá-la.
Texto : Matheus Matheus
www.fb.com/felinosdefellini
Bibliografia consultada:
*Discurso do Outro e Imagem de Si, tese
de Zina C. Bellodi
*As Múltiplas Faces do Feminino,
introdução de Fábio Mario da Silva para O
Dominó Preto .
Jornal Amigos da Biblioteca 3
LI E
RECOMENDO
DICAS DE PORTUGUÊS
Muçarela, mozarela ou mussarela?
http://vestibular.uol.com.br/duvidas-de-
portugues/mucarela-mozarela-ou-mussarela.htm
Atualizada em 28/01/2015, às 11h
Por Dílson Catarino*:
Muçarela, ou mozarela, provém do italiano mozzarella,
diminutivo de mozza, cujo significado é leite de búfala ou de
vaca talhado com uma espécie de fungo chamado mozze.
Muito bem. Então, do italiano mozzarella, com dois zês,
surgiu, no nosso idioma, a palavra mozarela, com um zê
só, já que na nossa língua, não há a duplicação de
consoantes, salvo raras exceções.
Há uma convenção ortográfica na Língua Portuguesa
que transforma o z em c ou em ç: feliz - felicidade;
capaz - capacidade.
Da palavra mozarela surgiu a variante muçarela, com
cedilha, em virtude dessa convenção.
Talvez, como a palavra italiana tem dois zês, nós,
brasileiros, tenhamos simplesmente os trocado
inadvertidamente por dois esses. É, porém, inadequado
ao padrão culto da língua escrever mussarela.
O adequado é escrever MUÇARELA ou MOZARELA.
*Professor de gramática da língua portuguesa,
literatura e redação, desde 1980.
?
Quem pensa enriqueceNapoleon HillUm livro interessante por diversos
motivos. Ele aborda treze passos para o sucesso e também aborda em diversos capítulos a importância de influenciarmos nossa mente inconsciente através de emoções positivas e pensamentos que nos ajudam a alcançar nosso objetivo.
Napoleon Hill deixa bem evidente a importância da busca pelo seu desejo. Durante todo o livro ele cita a importância de ter um grupo de pessoas para te ajudar no seu propósito. Ele chama isso de Mente Mestra e sugere a você ajudar e ser ajudado nesse grupo, tanto na fase de planejamento como na execução dos seus planos para o sucesso.
Outra parte interessante sobre o livro são as histórias de grandes homens da história como Henry Ford e Thomas Edison. Em todos os capítulos são citados diversos personagens que contribuíram de alguma maneira para o desenvolvimento.
Napoleon nasceu em 1883 no estado da Virginia, nos Estados Unidos. E em 1908 teve a oportunidade de entrevistar Andrew Carnegie, o homem mais rico da época. Andrew propôs a Hill a tarefa de investigar entre os homens de triunfo as características do sucesso. Ele dedicou mais de 20 anos para esse feito, gerando a partir de suas pesquisas diversos livros.
Por fim todos querem ficar ricos, poucos conseguem. Qual será o segredo, a fórmula que cria milionários?
Poliana Silveira
4 Jornal Amigos da Biblioteca
ATENDIMENTO AO PÚBLICO
Biblioteca Pública Municipal De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.Telefone: (31) 3535-3902E-mail: [email protected]/Biblioteca Municipal Geraldo Alves de OliveiraContato da Associação Amigos da biblioteca: E-mail: [email protected]/aabml
Jornal Amigos da BibliotecaPublicação da Associação Amigos da Biblioteca
Rua dos Funcionários, 23 – Centro. Mateus Leme/MG
Responsável: Maria Regina de O. AlcantaraColaboradores:
Matheus MatheusMaria Regina AlcantaraJosé Martins dos Santos
EXPEDIENTE
PROJETORESGATE DE LIVROS
POESIA
Levantamentos internos apontam que
existem hoje cerca de 283 livros que não
voltaram às estantes da biblioteca pública
de Mateus Leme. Pensando nisso, a
Biblioteca Pública Geraldo Alves de
Oliveira lança a 2ª edição da Campanha
Resgate de Livros, de 11 de maio, até o
dia 30 de junho de 2015. O projeto tem
como objetivo principal resgatar os livros
em atraso. Para isso, no período da
campanha, todos os l ivros com o
empréstimo em atraso estarão isentos de
suspensão.
Os motivos que levam o cidadão a não
devolver os livros são vários, entre eles:
perda, esquecimento, extravio, furto e
outros. A campanha é uma oportunidade
para que as pessoas que ainda preservam
livros da biblioteca em suas residências
possam regularizar sua situação junto à
biblioteca para usufruir novamente do
acervo, e o livro ficará livre para ser lido
por mais pessoas.
Com esta ação, a coordenação da
biblioteca busca não apenas recuperar as
obras emprestadas e em atraso, mas
também democratizar o uso do livro,
conscientizar a comunidade para que os
livros sejam devolvidos, e voltem a circular
entre os utilizadores de Biblioteca.
Nostalgia
Nesse País de lenda, que me encanta, Ficaram meus brocados, que despi, E as jóias que p'las aias reparti Como outras rosas de Rainha Santa!
Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta! Foi por lá que as semeei e que as perdi... Mostrem-me esse País onde eu nasci! Mostrem-me o Reino de que eu sou Infanta!
O meu País de sonho e de ansiedade, Não sei se esta quimera que me assombra, É feita de mentira ou de verdade!
Quero voltar! Não sei por onde vim... Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra Por entre tanta sombra igual a mim!
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"