jornal cerrado em rede - jan-jun 2014

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Centro Nacional de Agroecologia Dom Tomás Balduíno Agroecologia O ministro Gilberto Carvalho prometeu se empenhar para o fortalecimento do Cedac. Página 25 Personagem do Cerrado “A gente está conseguindo produzir e vender hoje por causa da Cooperativa, da Rede e da assessoria do Cedac.” Flávio Cardoso da Silva Agricultor Familiar. Extrativista. Conselheiro da Coopcerrado. Coopecerrado amplia linha de Pimenta e lança derivados do Pequi Páginas 26 e 28 Página 12 Página 03 Página 07 Mercado Entrevista Página 16 Agroecologia Controle ecológico de formigas Página 20 Negócios Site do MDA divulga participação da Coopecerrado na APAS 2014 Página 18 Agrotóxico A morte silenciosa no campo Cedac: 14 anos em defesa da agroecologia e dos povos do Cerrado O geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves fala sobre a importância das populações tradicionais para o meio ambiente e para um mundo melhor. Movimentos Sociais do Campo Discutem Ampliação do Cedac 9ª Edição Janeiro a Junho 2014 www.emporiodocerrado.org.br Carlos Pereira Carlos Pereira Carlos Pereira Carlos Pereira Arquivo Cedac Carlos Pereira

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O JORNAL CERRADO EM REDE é uma publicação da COOPCERRADO – Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares, Extrativistas, Pescadores, Vazanteiros e Guias Turísticos do Cerrado

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  • Centro Nacional de Agroecologia Dom Toms Balduno

    Agroecologia

    O ministro Gilberto Carvalho prometeu seempenhar para o fortalecimento do Cedac.

    Pgina 25

    Personagem do CerradoA gente est conseguindoproduzir e vender hoje por

    causa da Cooperativa, da Redee da assessoria do Cedac.

    Flvio Cardoso da SilvaAgricultor Familiar. Extrativista.Conselheiro da Coopcerrado.

    Coopecerrado amplia linhade Pimenta e lanaderivados do Pequi

    Pginas 26 e 28 Pgina 12

    Pgina 03

    Pgina 07

    Mercado Entrevista

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    Agroecologia

    Controle ecolgico de formigas

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    NegciosSite do MDA divulgaparticipao da Coopecerradona APAS 2014

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    Agrotxico

    A morte silenciosano campo

    Cedac: 14 anos em defesa da agroecologia e dos povos do Cerrado

    O gegrafo Carlos Walter Porto-Gonalvesfala sobre a importncia das populaestradicionais para o meio ambiente e paraum mundo melhor.

    Movimentos Sociais do Campo Discutem Ampliao do Cedac

    9 EdioJaneiro a Junho2014

    www.emporiodocerrado.org.br

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  • O projeto do Centro Nacional deAgroecologia Dom Toms Balduno nas-ceu da experincia desenvolvida ao lon-go de 14 anos pelo CEDAC - Centro deDesenvolvimento Agroecolgico doCerrado e a Rede de ComercializaoSolidria de Agricultores Familiares eExtrativistas do Cerrado, que atuamcomo organizao scio-produtivaagroecolgica, orgnica e agroextrati-vista de mais de 3600 famlias agroex-trativistas em 74 municpios dos estadosde Gois, Minas Gerais, Bahia e Tocantins.

    Em 2003 foi implantado pelo CEDACum Centro de Formao em Agroeco-logia numa rea cedida pela Embrapa,onde esto instalados sistemas demons-trativos de produo orgnica animale vegetal. Neste Centro so realizadoscursos em alternncia para agricultoresfamiliares e extrativistas do Cerrado,pesquisa, experimentao, inovaotecnolgica e difuso. Com o trminoda cesso da rea pela Embrapa, oCEDAC, a Rede, o MST, a CONTAG,FETRAF, FETAEG, o INCRA-GO, a Prefeiturade Goinia e a CPT, vem discutindo acriao de projeto para apoiar e estru-turar um dos maiores desafios da agri-cultura familiar camponesa, que a dis-tribuio e a comercializao com agre-gao de valor da produo agroeco-lgica camponesa, frente aos mercadosinstitucionais como PAA e o PNAE assimcomo o mercado convencional e org-nico.

    O projeto de ampliao do Centroter como estrutura os seguintescomponentes:

    Centro de Referncia em Pesquisa e

    Formao em Agroecologia; Centro deDistribuio da Produo AgroecolgicaCamponesa - (recepo, classificao,embalagem e expedio); Centro deComercializao da Agroecologia Cam-ponesa - vendas para mercado institu-cional, orgnico, convencional); Centrode Produo de Insumos Agroecolgicose Orgnicos - compostos farelados, or-gnicos, caldas, extratos, biofertilizantes;e Centro de Armazenamento e Logsticada Produo Agroecolgica Campone-sa.

    Esses componentes permitem, emconjunto, promover dentro de uma reade 150 hectares da Embrapa, a produofamiliar de horticultores, filhos de agri-cultores assentados de Goinia e regio,a produo com certificao orgnicade hortalias e frutas em sistema co-munitrio direcionados para os merca-dos institucionais (PAA e PNAE) de Goi-nia, Aparecida de Goinia, Anpolis eentorno de Braslia e mercados con-vencionais. Possibilitando a organizaode um espao estratgico de distribuioe comercializao de produtos da agri-

    cultura familiar camponesa no Cerrado,alm de viabilizar a permanncia e am-pliao das aes de formao e pes-quisa em agroecologia e agroextrati-vismo no Centro.

    Resultados a serem alcanados:Capacitao de 1000 famlias por

    ano; Quatro cursos de vero para jovense mulheres agroextrativistas; Estgiosde vivncia para formao de tcnicos;Resgate e conservao de sementes emudas crioulas; Visitas educacionaispara crianas e jovens das redes de en-sino destes municpios; Vitrine de tec-nologias apropriadas agricultura fa-miliar camponesa, agroecolgica, or-gnica e agroextrativista; Assessoria tc-nica para 5000 famlias; Produo demquinas e equipamentos adaptados agricultura familiar camponesa; Pro-duo de Insumos Orgnicos e Agroe-colgicos para agricultura familiar; Cer-tificao Orgnica pelo SPG/CEDAC de300 famlias por ano; e Viabilizao deComercializao de Produtos da Agri-cultura Familiar via PAA e PNAE.

    O JORNAL CERRADO EM REDE umapublicao da COOPCERRADO

    Cooperativa Mista dos AgricultoresFamiliares, Extrativistas, Pescadores,

    Vazanteiros e Guias Tursticos do CerradoCNPJ: 05.573.158/0001-74

    Ministrio doMeio Ambiente

    CoopCERRADoVia de Acesso,

    Qd. rea Lt. 4 gleba Fazenda Retiro,Goinia-GO, CEP: 74770-470.

    Telefone: (62) 3202-7515e-mail: [email protected]

    www.emporiodocerrado.org.br

    Conselho Editorial:Osmar Alves de Sousa

    So Domingos/GOGualdino Pereira de Morais

    So Domingos/GOAilton Silva de OliveiraSanta F de Minas/MG

    Alamilton Cruz de OliveiraHeitora/GO

    Flavio Cardoso da SilvaGois/GO

    Orlio Araujo da SilvaItabera/GO

    Adalberto Gomes dos SantosLassance/MG

    Clemente Adriano da SilvaLassance/MG

    Edio:Alessandra Karla da Silva

    Coordenadora Tcnica do Cedacproduo Executiva:

    Marcelo Jacinto do EgitoCoordenador Tcnico da Coopcerrado

    Jornalista Responsvel:Carlos Pereira - MTB-GO -1255

    Diagramao:Joo Spada

    Fotografias:Carlos Pereira - Cedac

    Marcelo Jacinto do EgitoJoo Caetano

    Reprodues da internetTiragem:

    3.000 exemplaresimpresso:

    Grfica Moura LtdaCnpj: 06.302.743/0001-00

    Apoio:

    Governo dos Estados Unidos

    da Amrica

    Editorial

    Centro Nacional de Agroecologia Dom Toms Balduno

    Alessandra Karla da Silva, coordenadora tcnica do Cedac, apresentando o projeto do Centro de Agroecologia

    Estamos chegando a 14 anos de muita luta em defesa daAgroecologia no Cerrado com um grande obstculo a superar:a manuteno da rea onde durante este tempo todo osagricultores familiares trocaram experincias em diversoscursos entre si e com os tcnicos do Cedac o Centro de De-senvolvimento Agreoecolgico do Cerrado. Esta edio am-pliada tem como foco principal esta situao que vemsugando as energias de todos os envolvidos na Rede.

    Em busca da manuteno deste espao, a luta em defesado Cedac foi ampliada com o envolvimento dos diversosmovimentos sociais do campo. Desta unio surgiu a propostade ampliao do Centro de Agroecologia do Cedac quepassar a se chamar Centro Nacional de Agroecologia DomToms Balduno, uma justa homenagem quele que, emvida, sempre fez a defesa da luta pela terra e dos povos tra-

    dicionais do Cerrado e enxergou com profundidade a im-portncia desta experincia para a nossa vida e para aproteo do Bioma.

    Diversas reunies foram realizadas em busca de uma al-ternativa e a proposta que apresentamos nesta ediosurgiu deste debate. Esperamos que, em pleno ano inter-nacional da Agricultura Familiar, Camponesa e Indgena,possamos fechar este 2014 com uma boa notcia: a manu-teno do Centro onde ele foi estruturado, em rea cedidaem comodato pela Embrapa. Nesta edio, apresentamos aproposta da nova estrutura e os desdobramentos comvrias entrevistas, entre elas, uma com o ministro GilbertoCarvalho, defensor da ampliao da produo agroecolgicae que se manifestou em defesa do Centro Nacional deAgroecologia Dom Toms Balduno.

    14 anos de Cedac

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  • Est em curso um debate para aampliao das aes do Centro Nacio-nal de Agroecologia Dom Toms Bal-duno, coordenado pelo Cedac-Centrode Desenvolvimento Agroecolgicodo Cerrado. Com a presena do ministroGilberto Carvalho, vrias entidades li-

    Movimentos sociais do campo de Gois discutem com o Cedac a ampliao do CentroNacional de Agroecologia Dom Toms Balduno

    Unio em defesa do CedacCentro Nacional de Agroecologia

    gadas aos movimentos sociais do cam-po do Estado de Gois: FETAEG, CPT,CONTAG, MST e FETRAF, como tambmo INCRA-GO, se reuniram em Goiniapara discutir detalhes desta ampliao.Durante a reunio, vrios representan-tes das entidades falaram da impor-

    Eu fiquei muito feliz de receberas informaes sobre o Cedac queno conhecia profundamente.Sabia da existncia, mas no sabia da extenso e daprofundidade do trabalho, docarter de inovao que estetrabalho tem. Eu estou muitoencantado e me coloco desde j,como um advogado pra tentarajudar na permanncia destainstituio na rea onde estinstalada hoje pertencente a

    O ministro Gilberto Carvalho, secretrio-geral daPresidncia da Repblica, disse que gostou doque viu e prometeu se empenhar para ofortalecimento do Cedac.

    agroecolgica, afirmou ainda que oCedac desenvolve um trabalhofundamental para a preservaoprodutiva do Cerrado

    Eu sempre digo que no hmais como a agricultura familiarsobreviver se ela no fizer estatransio pro orgnico e proagroecolgico. Uma entidadecomo o Cedac, em um bioma tofrgil como o Cerrado que estsendo destrudo, e que visa apreservao do bioma de formaprodutiva, de convivncia de umpadro de agricultura que preservao meio ambiente e d qualidadede vida ao agricultor familiar, tantodo ponto de vista de sade comosocial e econmico, ter todoapoio nosso.

    tncia do trabalho desenvolvido peloCedac com agroecologia, produo or-gnica e conservao do Cerrado juntoa camponeses, agricultores familiarese extrativistas. O Centro Nacional deAgroecologia, agora Dom Toms Bal-duno, uma homenagem coletiva auma pessoa muito importante que nos defendia a causa camponesa e in-dgena, mas acreditava na grande po-tncia da unio dos movimentos sociaisno campo. Pensando em Dom TomsBalduno, o Centro Nacional de Agroe-

    cologia que j um espao de cons-truo coletiva de saberes entre agri-cultores e tcnicos, formao, troca deexperincia em agroecologia e agroex-trativismo, ampliar seu processo deformao, tendo foco especial nos jo-vens. Os movimentos sociais se mani-festaram em defesa do Centro Nacionalde Agroecologia e a sua continuidadena rea em comodato com a Embrapa,j que toda a rea foi preparada parareceber os agricultores para cursos deagroecologia.

    Embrapa. Espero convencer oscompanheiros da Embrapa a fazeruma parceria, porque, para oGoverno Federal, esta gente quevoluntariamente se dedica a estacausa, que a causa do futuro, onovo padro de desenvolvimentosustentvel, s pode merecer dagente o apoio de toda forma paraajudar a viabilizar cada vez maisesta instituio e no prejudic-la.

    Gilberto Carvalho, defensor daampliao da produo

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  • Centro Nacional de Agroecologia

    O Cedac uma experincia impor-tante pra gente porque , alm de trazeruma conscincia ambiental, busca tam-bm o social. De todas as experinciasque a gente conhece no Estado de Gois,no discriminando e desconsiderandoas outras, o Cedac uma instituio queagrega os agricultores camponeses. Aprtica, a luta, a insistncia do Cedacnesta experincia junto a Rede de Agri-

    uma luta contra um giganteque o agronegcio. Nsprecisamos cada dia mais buscaralternativas sustentveis para aagricultura e a pecuria. Ns temosum trabalho, desenvolvido peloCedac, que j caminhou muito. Nsj temos resultados deste processo.O Cedac pra ns em Gois muitoimportante para os trabalhadores eagricultores porque se apresentacomo alternativa pra buscar umaproduo sustentvel, umacomercializao justa e um produtolimpo oriundo da agriculturafamiliar.

    Elias Dngelo Borges, da Contag ConfederaoNacional dos Trabalhadores na Agricultura

    Douneto Ribeiro da Costa, da Escola Familiar Agrcola deGois e CPT - Gois, diz que a experincia do Cedac aque mais se identifica com os movimentos sociais docampo

    Todas as iniciativas que vo ao en-contro de desenvolver experincias deconstruir alternativas na forma de pro-duo de alimentos saudveis e que tam-bm possa preservar e conviver com oequilbrio da natureza, preservando omeio ambiente e tudo que ele tem paranos oferecer, aos seres humanos e aoconjunto das espcies, ns entendemosque so muitos importantes. Estas ex-perincias esto sendo desenvolvidas edisseminadas em todo o planeta. No

    Valdir Misnerovicz - MST, Via Campesina - diz queexperincias como a do Cedac esto ocorrendo em todoo mundo e so fundamentais para a produo dealimento com qualidade

    mundo todo h vrias iniciativas queesto sendo feitas por agrupamentos,associaes, cooperativas, apoiados porONGs, por governos locais, enfim: hhoje um debate muito interessante, emescala mundial sobre a necessidade derepensar o processo de produo na agri-cultura. Est cada vez mais claro, cientifi-camente sendo comprovado, e a prprianatureza, a cada dia, vem nos dandolies didticas importantes de que estemodelo, baseado no agroqumico, naproduo da monocultura, invivel,tanto do ponto de vista econmico, comodo ponto de vista ecolgico. Ento ne-cessrio que se discuta e se construa al-ternativas. Esta iniciativa do Cedac umaalternativa importante, porque o Cedac,alm de organizar e estimular a organi-zao, a cooperao entre os camponeses,contribui para sistematizar experinciasque existem e vai estimulando a criaode novas experincias. E isto tudo sendocolocado a servio de um projeto deconstruo de uma agricultura diferen-ciada que possa, alm de produzir ali-mentos em quantidade para alimentar ahumanidade, possa tambm produzirum alimento diferenciado, saudvel ecom esta responsabilidade ecolgica toimportante neste momento. Ento ns,enquanto organizao do MST, Via Cam-pesina, louvamos esta iniciativa, apoiamose entendemos que ela vem se somar asoutras iniciativas que esto sendo de-senvolvidas em todo o mundo na atuali-dade.

    cultores Familiares e Extrativistas do Cer-rado que faz dele uma instituio im-portante para a produo camponesa e a experincia no estado de Gois quemais se identifica com os movimentossociais do campo.

    Para Douneto esta aproximao doCedac com os movimentos sociais vaiampliar as conquistas para o homem docampo. importante e necessrio estaunio dos movimentos sociais com o Ce-dac. Os movimentos sociais precisammostrar para o sistema de agriculturaempresarial que possvel fazer esta ex-perincia da agricultura familiar e orgnicana prtica, da produo agroecolgicaque embasa toda a estrutura da susten-tabilidade, da agroecologia, agrofloresta,agrocultura, produo orgnica, produode insumos, defesa das sementes e mudascrioulas, dos animais de raas crioulas,da biodiversidade do Cerrado, da defesada produo de gua no campo, da qua-lidade de vida e alimentos saudveis nocampo e na cidade. Ento a gente nopode esquecer que esta instituio, oCedac, d bons frutos e, junto com osmovimentos sociais no campo, poderampliar as conquistas. fundamental acontinuidade do Cedac.

    Eu vejo o Cedac como uma expe-rincia muito boa e com possibilidadede fortalecer a agricultura familiar. Nsprecisamos de assessoria pra continuara produo de alimentos saudveispara a populao brasileira. Acreditoque a ampliao do Cedac com a par-ticipao de outros movimentos sociaisdo campo fortalece tanto o Cedaccomo as organizaes ligadas lutapela agricultura familiar que vo inte-grar o projeto. Ento eu vejo com bonsolhos e estamos firmes, a FETAEG, aFederao do Trabalhadores na Agri-cultura do Estado de Gois e os sindi-catos a ela filiados esto dispostos aenfrentar este novo desafio de uniodos movimentos sociais do campo naparceria com o Cedac.

    Alair Luiz dos Santos, presidente da Fetaeg Federao dos Trabalhadores na Agricultura doEstado de Gois, presente na reunio afirma que a oCedac importante para o agricultor familiar e vaitrabalhar em funo da parceira.

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  • Temos uma grande preocupao navida que capacidade da gente produziralimentos com qualidade e quantidadesuficientes para as pessoas se alimentareme se nutrirem sem trazer nenhum riscoou prejuzo para a vida. Alimentos saud-veis. Ento eu acredito que ter uma insti-tuio como o Cedac, com esta experinciade recolher da sabedoria popular, do co-nhecimento das pessoas que praticam al-gum tipo de atividade na terra, produzindoalimentos paras as pessoas, uma expe-rincia que deve ser cada vez mais reco-nhecida, reforada, porque ela parte deum outro ponto: reconhecer a experinciareal das pessoas que sabem produzir epreservar o espao onde devem continuarproduzindo por muito tempo. Ter umainstituio como esta que valoriza o co-nhecimento popular e, que ao mesmotempo, aprimora e aperfeioa conheci-mentos para a produo agroecolgica,no deve ser encarada como uma ondade momento. Este um processo que agente tem convico que necessriopara garantir a produo de alimentoscom qualidade e quantidade.

    As pessoas que moram no campo, nopodem mais produzir s naquela pers-pectiva de subsistncia. Este tempo jpassou. Precisam ter uma vida com melhorqualidade, produzir e comercializar. Entose este conhecimento do Cedac aperfeioaa produo do homem do campo paraproduzir alimentos saudveis, isto deveser apoiado fortemente. Por todos ns,sobretudo pelos governos municipais, es-

    muito importante que a genteconsolide, amplie e fortalea estaexperincia do Cedac. O bioma Cerrado de extrema importncia para a regioCentro-Oeste. Com este conhecimentoque o Cedac tem do Cerrado e o que obioma pode proporcionar em termosde sustentabilidade no s do meioambiente, mas tambm de famlias, oCentro cumpre um papel muitoimportante e por isso que o Incratabalha e apoia a consolidao desteprojeto.

    Esta reunio aqui, com os diversosmovimentos sociais do campo, com oministro Gilberto Carvalho, deixa claro aimportncia que o Cedac tem. Eu vejoesta ampliao do Cedac seestendendo aos outros movimentossociais com muitos bons olhos. O quedepender de ns daremos apoio.Estamos aqui para contribuir. S com osomatrio de todos os esforos queconseguiremos avanar nesta luta pelapreservao do Cerrado, pelasustentabilidade, pelo casamento danecessidade fazendo com qu aagricultura familiar se desenvolva, osassentamentos rurais tambm, masgarantido que o Cerrado sejapreservado. Isto muito importante.Por isso ter todo o nosso apoio.

    taduais e federal. Ns sabemos que tmoutras instituies que produzem emgrande escala, mas destruindo o meioambiente com a aplicao de agrotxico.Ns temos, aqui no Cedac um contrapontonecessrio, que produz com a famlia semdestruir a natureza trabalhando com aagroecologia. Ao produzir alimentos comqualidade, estas famlias tambm produ-

    Jorge Tadeu,superintendente do Incraem Gois, afirma que orgo est a disposiopara fortalecer o Cedac.Para ele o Centro degrande importncia para aproteo do Cerrado

    O Cedac fundamental porque eleinstrumentaliza todos os setores impor-tantes para a produo da agriculturafamiliar, tais como a produo, comer-cializao e a proteo do Cerrado naperspectiva de extrair os seus frutos semdestru-lo, alimentando, gerando maisrenda para os agricultores familiares.Ento nessa situao de insero quevejo a importncia do Cedac neste con-texto da agricultura familiar.

    Ailtamar tambm fez a defesa da per-manncia do Cedac na rea da Embrapa,j que no local existe uma grande reacultivada para pesquisa.

    de fundamental importncia a ma-nuteno do Centro. Na rea do Cedacexistem vrias experincias e atividades

    Ailtamar Carlos da Silva, advogado e ex-superintendente do Incra em Gois, tambm se pronunciou em defesa do Cedac

    zem dignidade para elas. Esta ampliao do Cedac com a parti-

    cipao de outros movimentos sociais um caminho natural. Uma experinciaque d certo, que mostra que faz sentidona vida das pessoas, na vida de entidades,que esto preocupadas com a produoagroecolgica, protegendo a vida delas etambm o meio ambiente. Ento, claroque uma experincia como esta, que jtem resultados extraordinrios na qualifi-cao, na formao de pessoas que resis-tem fortemente no campo, sobretudopara os jovens, que tem vontade de irpara o campo, mas precisam ter preparo,conhecimento mais adequado. Se estaexperincia, ao longo dos seus mais de10 anos tem conseguido resultados alta-mente positivos, mostrando que a partirde pequenos produtores, grupos de fa-mlias, possvel extrair a grande riquezado Cerrado protegendo-o de um modosustentvel. Preservar, mas no um pre-servar sem vida, numa redoma, fechado.Preservar, mas ao mesmo tempo, gerandoaquilo que as pessoas precisam para pro-duzir. Sejam os frutos do Cerrado, ou aproduo de alimentos que convivambem com o Cerrado. Ento, no vamoscomear esta unio do zero. Temos umaexcelente experincia j desenvolvida peloCedac com resultados positivos que precisase estender para outros movimentos so-ciais. Vai ganhar mais adeses, absorvermais conhecimento e vai potencializar aatividade de mais famlias neste imensoCerrado brasileiro.

    sendo desenvolvidas nesta perspectivade dar garantia de comercializao eproduo, manejo e renda para as fa-mlias que vivem da agricultura familiar,e isto tudo buscando proteger o Cer-rado.

    Para Ailtamar a unio dos Movi-mentos sociais vai fortalecer o Centro.

    louvvel esta unio dos movi-mentos sociais em defesa do Cedac.Estas entidades tem papis diferentesdo Cedac no processo da agriculturafamiliar, mas todas elas podem con-tribuir para o avano do Centro. uma juno de esforos para fortalecera agricultura familiar, a proteo doCerrado, as famlias assentadas e oextrativismo.

    Z do Carmo, advogado e professor da UFG Foi advogado da CPT, da Federao deTrabalhadores na Agricultura e MST.

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  • O Cedac muito importante navida do agricultor familiar campons.Primeiro porque ele resgata as riquezase as culturas tradicionais do campo,do Cerrado. A questo das sementescrioulas. Tudo isso aliado a proteodo meio ambiente. Este Centro j temuma histria em Gois. Pr ns ele uma referncia dentro do processo daagricultura familiar camponesa no sen-tido de voc buscar no Cerrado a riquezaque ele tem sem destru-lo, seja na pro-duo orgnica ou no trabalho com oextrativismo. O Cedac uma entidadehoje muito importante para manter oque resta do Cerrado vivo. Esta polticado Cedac de manter vivo o Cerradocom o extrativismo do Pequi, do Baru,Jatob, etc muito importante. O Cen-tro j tem levado para as comunidadeseste processo importantssimo de pro-duo agroecolgica e extrativista muitorico que temos aqui em Gois e emoutros estados do Brasil.

    O coordenador geral da Federaoda Agricultora familiar, defende a am-pliao e a continuidade do Centroafirmando que o Cedac uma das en-tidades mais importantes do pas.

    uma experincia que tem quecontinuar devido a importncia queela tem para o agricultor familiar ex-trativista campons. No pode parar.No pode acabar. Esta uma defesaque ns dos movimentos sociais e sin-dicais estamos fazendo. preciso am-pliar, expandir esta experincia com osoutros movimentos sociais. A semente

    Antnio Pereira Chagas, Coordenador Geral da Fetraf -Federao dos Trabalhadores na Agricultura Familiar noEstado de Gois, diz que o Cedac assiste scomunidades tradicionais do campo e uma entidademuito importante para manter o Cerrado vivo.

    Isidoro Revers (Galego) - Historiador - Mestre em Histria dasSociedades Agrrias. Assessorou Dom Toms na Diocese daCidade de Gois junto s comunidades rurais. Integrou a CPT Comisso Pastoral da Terra regional e nacional

    O fato do Cedac dar o tributo a DomToms um reconhecimento importante.Tenho certeza que Dom Toms, no co-nhecimento das lutas das organizaes,das entidades, ele teve um reconheci-mento profundo naquilo que foi sendocriado, gestado pelo Cedac, principal-mente na questo da reforma agrria eda agricultura familiar. Com todas as ten-ses que ele foi percebendo dentro dasorganizaes dos trabalhadores em re-lao a que tipo de reforma agrria, DomToms dizia que este modelo do Cedac a melhor prtica agrcola que pode seradotada pelos assentamentos de ReformaAgrria no Cerrado. Porque este modelodo Cedac prope uma relao direta coma natureza. O assentado, o agricultor con-vive com a prpria natureza, ele umcoletor daquilo que a natureza lhe oferecee devolve prpria natureza na medidaem que ele a preserva. Ento h umasintonia entre o trabalhador e a naturezae a natureza com o trabalhador. Isto muito importante, porque o mundo viveem funo do mercado. Ns temos mi-lhes de pessoas que passam fome mas,ao mesmo tempo, produzimos trs vezesmais alimentos do que a humanidadeprecisa. Onde est o problema. T naproduo porque produz alimentos con-taminados, cheios de agrotxicos pro-duzidos por um pacote tecnolgico ge-rado pelas grandes empresas. Ento, oCedac dar o nome de Dom Toms aoCentro um reconhecimento impor-tncia dele neste processo. Porque eleajudou a construir esta histria de pro-duo com integrao entre o ser humanoe a natureza. Ento, esta ampliao doCedac com a participao dos outrosmovimentos sociais do campo muito

    importante. Ns estamos vivendo ummomento extremamente delicado: estaconjuntura da agricultura mundial e bra-sileira pautada pelo agronegcio. Os agri-cultores familiares vivem esta tenso seentram na produo com o modelo doagronegcio ou se partem para outrotipo de produo. Os assentados da re-forma agrria tambm vivem esta mesmatenso porque o poder pblico, na polticamacro, favorece a produo baseada noagronegcio, ou seja: estimula e fora osprprios assentados e agricultores fami-liares a seguir este modelo. Ento, estaexperincia construda pelo Cedac deproduo, convivendo com a natureza,d uma resposta frente a esta tenso emostra aos agricultores familiares umaalternativa ao agronegcio: o agroextra-tivismo. Por isso que esta ampliao doCentro, com a participao dos diversosmovimentos sociais do campo que estocorrendo agora muito importante.

    j foi plantada pelo Cedac com muitasexperincias boas para garantir inclusivea nossa juventude e as mulheres nocampo. A experincia do Cedac ajudaa gente a crescer combinando a pro-duo e a permanncia das famliasno campo, com proteo do meio am-biente e gerao de renda. Isto pra ns muito importante. Contribui pra man-ter o homem no campo e quem sabedaqui a 30, 40 anos, neste processoque est sendo construdo, o Centrovai mostrar pra sociedade o quanto eleest sendo importante para o agricultorfamiliar campons, para o Cerrado,Gois e para o Brasil.

    Conhea a nossa linha de produtos eexperimente a qualidade e as delciasfeitas com o sabor e o valor nutritivo dacastanha do baru e outras especialidades

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    Centro Nacional de Agroecologia

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  • O Centro de Desenvolvimento Agroecolgico do Cerrado uma associaosem fins lucrativos, criada em 2000, hoje credenciada no SIATER/MDA comoentidade de assistncia tcnica e extenso rural e considerada comoassociao de Utilidade Pblica Estadual pelo decreto n15.988/2007.Tem como objetivo principal a assessoria tcnica agricultura familiarcamponesa no Cerrado, baseada no notrio saber das populaesagroextrativistas sobre um territrio como saber fundamental.

    14 anos construindo bens comuns

    CEDAC

    Curso de Formao de Monitores em Agroecologia no Cedac

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  • Unidade de produo de pimentaUnidade de produo de aafroUnidade de manejo de produtos florestaisUnidade de produo de vassourasUnidade de produo de leiteUnidade de produo de capim-limo/carquejaUnidade de tanque-redeUnidade de bucha

    CEDAC

    Um complexo integrado para assessoria ao Agricu Durante todo ano, a estrutura mon-

    tada no Cedac utilizada para visitastcnicas, intercmbios, cursos e en-contros com o objetivo de discutir aagroecologia com comunidades e ins-tituies. So realizados cursos parainiciantes, de produo agroecolgicae orgnica para Ncleos Comunitrios,alm de encontros de planejamentoe avaliao scio produtiva. O Centroconta com alojamento masculino efeminino com sala de aula e refeitriopara 50 Pessoas. Foi adquirido tam-bm um micronibus utilizado notransporte dos agricultores para oscursos.

    Dentro do programa de formaode monitores tcnicos agroecolgicosso realizados dois encontros anuais.O monitor tcnico responsvel poracompanhar, orientar e organizar aproduo agroecolgica, o crdito, omanejo sustentvel e a comercializaode tudo que produzido pelo seu n-cleo comunitrio.

    Ater agroecolcgicaO Cedac atua em vrias reas de as-

    sessoria com o objetivo de acompanharas famlias e fortalecer o trabalho co-munitrio desenvolvido pelo monitor(a)em relao ao manejo dos agroecossi-temas familiares com o objetivo deproduzir alimentos saudveis.

    Assistncia Tcnica Agroecolgica eComunitria

    Tcnicos do Cedac visitam constan-temente os municpios dando assis-tncia aos ncleos comunitrios e aosmonitores de cada regio contribuindopara a capacitao das famlias e tra-balhando para garantir bons resultadosna produo agroecolgica e o manejosustentvel do Cerrado. Entre os obje-tivos deste acompanhamento est abusca constante de produzir conser-vando o solo e a gua com baixo custode produo sem a utilizao de agro-txicos, ou seja: produo orgnica emanejo sustentvel.

    Atividades Scio-produtivas em Rede

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  • ultor Familiar Unidades Demonstrativas Agroecolgicas Vegetal

    Equipamentos e Mquinas

    Entidades parceiras do Centro Nacional de Agroecologia Dom Toms BaldunoSecretaria da Agricultura Familiar do Ministrio do DesenvolvimentoAgrrio - SAF/MDA;

    Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministrio doDesenvolvimento Agrrio - SDT/MDA;

    Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria - INCRA;

    Programa Nacional de Florestas do Ministrio do Meio Ambiente -PNF/MMA;

    Fundo Nacional do Meio Ambiente do Ministrio do Meio Ambiente -FNMA/MMA;

    Fundo Nacional sobre Mudana do Clima do Ministrio do MeioAmbiente - FNMC/MMA;

    Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano deDesenvolvimento - BID/FUMIN;

    Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome - MDS;Fundao Banco do Brasil;

    Fundao Luterana; Coordenadoria Ecumnica de Servio - CESE/BA;

    Hilfswerk der Evangelischen Kirchen Schweiz - HEKS/Sua;

    Misereor/Alemanha;

    Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - Funbio;

    Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB;

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria - EMBRAPA;

    Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hidricos do Estadode Gois - SEMARH;

    Prefeitura de Goinia;

    Conselho Estadual de Segurana Alimentar e Nutricional - CONSEA/GO;

    Rede de Comercializao Solidria - RCS;

    Federao dos Trabalhadores Rurais de Minas Gerais - FETAEMG;

    Federao dos Trabalhadores Rurais de Gois - FETAEG;

    Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST;

    Confederao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG;

    Federao dos Trabalhadores(as) na agricultura familiar - FETRAF;

    Comisso Pastoral da Terra - CPT

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  • reas de AtuaoCapacitao de agroextrativistas e tcnicosem agroecologia, produo orgnica emanejo sustentvel do Cerrado; Assessoriaa processos de auto gesto desde a or-ganizao comunitria, produo, bene-ficiamento, crdito e comercializao;Pesquisa e inovao aplicada a tecnologiasvoltadas a produo agroecolgica eagroextrativista; Certificao OrgnicaParticipativa em Rede- SPG/CEDAC; e As-sessoria luta territorial dos agroextrati-vistas do Cerrado;

    Nossas comunidades, cultura e genteHoje o Cedac presta assessoria a mais de3600 famlias que integram a Rede deComercializao Solidria tendo comointegrantes dessa rede: Pescadores eGuias Tursticos, Vazanteiros, Assentados,Pequenos Agricultores, Extrativistas eQuilombolas

    rea de Abrangncia A rea de abrangncia do Cedac foi divi-dida em trs territrios em quatro estados:Bahia, Gois, Minas Gerais e Tocantins.

    Territrio Goiano: GO: Gois, Faina,Silvnia, Heitora, Guap, Jandaia,Araguapaz, Aruan, Goiansia, FazendaNova, Cromnia, Mairipotaba,Porangatu, Trombas, Itabera,Montividiu do Norte, Novo Brasil, NovoPlanalto, Campinau, Mutunopolis,Bonoplis, Uruau, Baliza, Uirapuru,Itumbiara, Itapirapu, Niquelndia.TO: Araguau.MG: Limeira do Oeste e Campina Verde.

    Territrio Mineiro: MG: Augusto deLima, Buritizeiro, Buenoplis, Corinto,Ibia, Lassance, Varzea da Palma,Jequita, Buritis de Minas, Santa F deMinas, Brasilndia, Paracatu, SoRomo, Urucuia, Ponto Chique,Riachinho, Pintoplis, Bonfinoplis deMinas, So Francisco.

    Territrio Nordeste: GO: SoDomingos, Flores de Gois, Guarani,Planaltina, Formosa, Mamba,Damianoplis, Vila Boa, Divinoplis, SoJoo DAlianaMG: Chapada Gacha, Januria, Formo-so.BA: Cocos.TO: Lavandeira.

    Assessoria tcnica agricultura familiarcamponesa no Cerrado

    Atuao em 64 municpios nos estados de Gois, Minas Gerais,Tocantins e Bahia

    Rede de Comercializao Solidria

    Gesto CompartilhadaAtravs de Instrumentos Cooperativos da Rede:

    Coopcerrado - Organizao da produo; Beneficiamento;Transporte; e Comercializao

    Rede Cred - Linhas de crdito para custeio, investimento,capital de giro, fundos rotativos e poupana

    CEDAC - Assessoria Tcnica, Certificao Orgnica e ATERAgroecolgica

    Conselho Poltico da Rede Monitores Ncleos comunitrios

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    Do Cerradopara sua mesa

  • Jornal Cerrado em Rede porque osenhor se interessou pela GeografiaSocial?

    Carlos Walter Eu entendo que o es-pao geogrfico que a gente vive tem asmarcas de grupos sociais que grafam aterra com suas culturas e tradies. Istome fez ficar muito prximo de movimen-tos que lutam pela terra, pela valorizaodas culturas tradicionais, pelo respeitoao meio ambiente, agricultura familiar,produo agroecolgica e justia nocampo.

    Jornal Cerrado em Rede o senhortem uma relao muito forte com aRede. Como se deu este contato?

    Carlos Walter Esta aproximao foiem consequncia de trabalhos que jdesenvolvia antes dentro do mesmo uni-verso da Rede. H muito tempo queacompanho este processo. Fui assessordo Chico Mendes. Acompanhei o movi-mento dos seringueiros na Amaznia. Otrabalho da Rede, do Ce-dac, conheci em um en-contro no Norte de MinasGerais.

    Jornal Cerrado emRede Qual a importn-cia do conhecimento dospovos tradicionais?

    Carlos Walter Estas co-munidades tm muito co-nhecimento. O conheci-mento no est s na es-cola, na universidade. Estna vida. Ningum vive sem conhecimento. uma necessidade. O modo como aspessoas produzem comida, implica tam-bm no modo como elas produzem co-nhecimento sobre como produzir comida.Ento a agricultura est diretamente li-gada ao processo cultural de uma co-munidade. Se observarmos a geografiade um prato de comida podemos per-ceber isto: de onde vem o arroz, o feijo.De onde vem o prato. de argila, dealumnio? Ou seja, veio de alguma reaque no necessariamente urbana. Estaminha compreenso de que o conheci-mento est tambm na vida destas co-munidades que me levou a ter respeitoa estas populaes que esto vivendono campo.

    Jornal Cerrado em Rede - o que re-presenta para o senhor o conhecimentotradicional destas comunidades?

    Carlos Walter - Estas comunidades temum conhecimento fundamental hoje paraa humanidade. As reas ricas em guahoje so as chamadas reas no desen-volvidas onde esto estas populaes.As reas ricas em biodiversidade como aAmaznia e o Cerrado. O que significaento desenvolvimento. acabar comtoda esta riqueza. O que o Planeta estfazendo hoje. Esta desordem ecolgica.Climtica, onde est havendo secas eperodos chuvosos prolongados em re-gies que antes no sofriam estas mani-festaes da natureza. Calor e frio muitointensos. O clima ficou errtico. O Homempensou que iria dominar a natureza eela est reagindo a sua depredao. Agente s pode falar em dominar a natu-reza se no nos considerarmos partedela. Mas eu sou natureza. Eu dependode gua. Do ferro que est no feijo. Do

    zinco que est nos alimentos e nas dife-rentes formas de comida. Isto tudo sig-nifica dizer que eu tambm sou natureza. muito contraditrio esta ideia de do-minar a natureza. Dominar algo ou al-gum fazer aquilo que eu quero quefaa. Dominar subestimar o outro. Destaforma a gente explora destruindo. Deuma tonelada de rocha, tiro, destruindoa rocha, apenas cinco gramas de ouro.

    Jornal Cerrado em Rede o quefazer ento?

    Carlos Walter - Repensar o nosso modode vida. Segundo dados da ONU, 20 porcento da populao mais rica do mundoconsomem, anualmente, mais de 84 porcento da matria e energia existentes

    Professor de Geografia Social da UniversidadeFederal Fluminense, Carlos Walter dedica a suavida ao reconhecimento das populaestradicionais do campo. Ex-assessor de ChicoMendes, autor de vrios livros, o pesquisador colaborador e conselheiro do Cedac, da Rede eda Coopcerrado em diversos projetos. Nestarica entrevista, Carlos Walter, de formaapaixonada, fala sobre a importncia daspopulaes tradicionais para o meio ambientee para um mundo melhor; da situao caticado planeta que vive em funo doconsumismo desenfreado. Faz crticas adevastao do Cerrado que vem sendoengolido pelo agronegcio e afirma que oreconhecimento do conhecimento daspopulaes tradicionais de todo o mundo onico caminho para salvar o planeta.

    Entrevista/Carlos Walter Porto-Gonalves

    No tem defesa do Cerrado sem os Povos do Cerrado

    Na agricultura familiarso produzidos produtosimportantes que noesto presentes noagronegcio, como amandioca, por exemplo.

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  • no planeta. E as pessoas acham que oproblema ecolgico porque tem muitagente pobre. Como? Se os pobres con-somem s 16 por cento da matria eenergia anual. O problema ento no a pobreza na frica, na Etipia. Um bebno estilo de vida norte americano equi-vale, em consumo, a 177 etopes. Ento este estilo de vida que est destruindoo planeta. Ghandi dizia: pra desenvolvera Inglaterra foi necessrio o planetainteiro. O que ser necessrio ento pradesenvolver a ndia. Ou seja, impossveltentar levar para o mundo inteiro o pa-dro de vida norte-americano, este padrode vida que est sendo vendido tododia nas televises, no rdio, nos shoppings.E a gente vive da iluso que vai poderparticipar disso.

    Jornal Cerrado em Rede E os pro-dutos ecolgicos?

    Carlos Walter - Esta ideia de criar pro-dutos ecolgicos complicada. O carroecolgico por exemplo. Se todo mundotiver um carro o trnsito ficar insupor-tvel. Ento no este o caminho. Umcarro s pode ser chamado de ecolgicose ele durar mais que o outro. Esta polticadas empresas de consumo, de ter sempreo novo, o carro do ano, a ltima tecno-logia. Isto est destruindo o planeta. Almpada fluorescente quando foi des-coberta durava 10 mil horas ligadas in-terruptamente. 14 meses. Ela foi lanadano mercado durando s mil horas. En-quanto a gente tiver uma sociedadepreocupada em ganhar dinheiro, explo-rando a natureza e os homens, no tere-mos um planeta ecolgico.

    Jornal Cerrado em Rede - Estamosno ano internacional da Agriculturafamiliar A Agricultura familiar umcaminho para melhorar o planeta?

    Carlos Walter - Com Certeza. A agri-cultura familiar, entre outras vantagens,ela responsvel por 70 por cento doque consumido no pas. Na agriculturafamiliar so produzidos produtos impor-tantes que no esto presentes no agro-negcio, como a mandioca, por exemplo.O agronegcio j t definido na prpriapalavra, um negcio. Visa lucro, somentelucro. Os eucaliptais por exemplo. Nin-gum come eucalipto. 53 por cento darea cultivada no mundo t sendo utili-zada para alimentar o gado. Para produziruma protena animal voc consome 7protenas vegetais. Ento se alimentassediretamente as pessoas com estas pro-tenas vegetais se alimentaria muito maisgente no mundo. Que tipo de modelode consumo este que a carne tem quet mesa. Que se coma carne, mas no

    nestas propores como se a carne fosseo principal alimento. O agronegcio uma agricultura irracional que subor-dinada a lgica de empresas capitalistasonde o ganhar dinheiro mais importantedo que preservar o planeta. As regiesricas do planeta, onde tem vida, biodi-versidade, gua cristalina, so as reasonde esto os ndios, os quilombolas, ospovos tradicionais e a agricultura familiar.

    Jornal Cerrado em Rede - Qual a im-portncia de um Centro Agroecolgicocomo Cedac, por exemplo?

    Carlos Walter - Fundamental por todo

    significado que tem hoje pra humanidade. uma grande contribuio para as po-pulaes camponesas e a agricultura fa-miliar. O conhecimento das caractersticaslocais. Contribui para que o homem docampo aprenda a lidar com a natureza esuas sutilezas. No como o agronegcioque homogeniza tudo e precisa de agro-txico para produzir. A permannciadesta experincia do Cedac fundamentalpara a humanidade. uma das expe-rincias mais ricas deste pas. Umas dasmais importantes de todo o mundo. Aspessoas ainda no tm ideia da impor-tncia do trabalho desenvolvido peloCedac. Infelizmente nossos meios de co-munio esto todos comprados. Quemmanda na notcia so os intervalos co-merciais, os patrocinadores. Imagine seas pessoas recebessem a informao ade-quada sobre alimentos saudveis, agri-cultura agroecolgica, sobre esta expe-rincia do Cedac. Estas populaes as-sistidas pelo Cedac no tem espao namdia.

    Jornal Cerrado em Rede - o senhor

    foi assessor do Chico Mendes. Comofoi esta experincia?

    Carlos Walter - Chico Mendes era muitooriginal. Ele foi responsvel por um novoparadigma. Com novas perspectivas dosprocessos da relao da sociedade coma natureza. Antes de Chico a gente tinhaa unidade de conservao ambientalonde faz-se o decreto da rea e tira aspessoas do local. a ideia de que a natu-reza precisa ser preservada como se oser humano no fizesse parte da natureza.O Chico conseguiu mostrar que o co-nhecimento dos povos das florestas fundamental para a preservao destasflorestas. Na Amaznia tem inscriesrupestres com onze mil e duzentos anos.Ou seja, tinha gente habitando a florestaquando ela estava comeando a se formar.Imagine ento a contribuio que estaspopulaes deram para manter a florestaviva. Os seringueiros foram levados nofinal do sculo 19 para colher borracha.No entendiam nada de floresta. A que t a importncia do Chico Mendesque soube organizar os seringueiros paraproteger a floresta. Chico foi aprendendo

    Se as pessoasconhecessem umpouco mais dacultura do pas,respeitariam maisesta experinciado Cedac.

    Professor Carlos Walter e Dom Toms Balduno em evento na sede do Cedac

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  • a conviver com a floresta observando,conversando com os ndios. Ele era filhode ndio. Ento ele herdou esta tradiode 12 mil anos atrs. O Chico no separavaa luta pela preservao da natureza daluta social. Acabou perdendo a vida nestaluta sendo assassinado. Chico foi umgrande homem.

    Jornal Cerrado em Rede - Em 2006foram criadas duas reservas extravistasem Gois, a Lago do Cedro em Aruane a Recanto das Araras em So Do-mingos mas at hoje no foram lega-lizadas. o senhor considera essenciaisestas reservas para a proteo do Cer-rado?

    Carlos Walter - Sim, so essenciais. OCerrado foi oferecido ao agronegcio.As pessoas no imaginam o crime queesto cometendo devastando o Cerradopara o agronegcio. Olhe no mapa doBrasil e veja onde nascem os rios So

    Francisco, Tocantins, Araguaia, Xingu, Ma-deira, Rio Grande que forma o Rio Paran,o rio Paraguai onde est a bacia do pan-tanal. Estes rios todos nascem no Cerrado.O Cerrado uma caixa Dgua. H qua-renta anos atrs, esta grande chapadado Cerrado na verdade as terras gerais,onde o gado pastava. O agricultor nofazia agricultura na chapada. Fazia nofundo do vale, na vereda. Por isso o livrode Guimares Rosa. Grande Serto achapada e a vereda o fundo do vale.Guimares Rosa foi profundo na com-preenso da lgica camponesa. O grandeserto e a vereda. Esta lgica que tra-balhada pelo Cedac. De produzir man-tendo o Cerrado em p. Se as pessoasconhecessem um pouco mais da culturado pas, respeitariam mais esta experinciado Cedac. Quando o agrobusiness des-cobre que pode furar um poo e captargua a 180 metros para utilizao emum piv central, 70 por cento da guacaptada se desperdia e se perde. muitodesperdcio de gua. Como as reas soplanas, virou um bom negcio pro agro-business. Sendo rea plana no se gastamuita energia. Foi o fil mignon para oagronegcio. Pegou estas chapadas parafazer a monocultura de soja, eucaliptoonde tinha diversidade de espcies. Nonordeste tem agricultura. No Cerrado:agronegcio. A agricultura em Gois temmuito trator. Produz muitos gros e muitossem-terra porque concentra terra empoucas mos.

    Jornal Cerrado em Rede - As reservasextrativistas no Cerrado. Qual a im-portncia delas para a proteo doBioma.

    Carlos Walter Pelas mesmas razesque tem na Amaznia. O Cerrado tambm rico em biodiversidade biolgica. Ricona diversidade cultural do seu povo. Omais antigo fssil arqueolgico encon-trado no Brasil Luzia, encontrado noCerrado de Minas Gerais. 11.500 anos.Ento o Cerrado ocupado h muitosanos. Tem muita cultura.

    Jornal Cerrado em Rede - porque ademora na consolidao das Resexs?

    Carlos Walter No prioridade doGoverno Federal. Os governos tem sidossequestrados pelo agronegcio. No con-seguem enxergar mais a riqueza existentedo Cerrado e seus povos. Um hectarede Cerrado muito rico. O Cedac mostraisso. Os conselheiros da Coopcerrado,que so agricultores familiares, campo-neses, tambm podem mostrar a riquezade produo agroecolgica, do extrati-vismo no Cerrado. Chico Mendes, na sualuta na Amaznia resumiu tudo em umabonita frase: no tem defesa da floresta

    Chico Mendes,na sua luta naAmaznia resumiutudo em umabonita frase: notem defesa dafloresta sem ospovos dafloresta.

    sem os povos da floresta. Esta mesmafrase aplicada no Cerrado: no temdefesa do Cerrado sem os Povos do Cer-rado. Estas populaes tradicionais pres-tam um enorme servio humanidade,exatamente pela diversidade de produomantendo o Cerrado vivo em contrapontoa esta produo homognea do agro-negcio que vai matando o Cerrado esua rida biodiversidade. O campons dia-loga com a natureza. Ele planta sem des-truir. J o agronegcio, alm de produziruma nica cultura em uma enorme rea,

    utiliza no processo de produo, fungicidae agrotxico, destruindo o Cerrado e suarica biodiversidade. O governo Federalprecisa inverter a sua lgica de incentivoa produo de alimentos.

    O camponsdialoga com anatureza. Ele plantasem destruir

    Reserva Extrativista Recanto das Araras - So Domingos-GO.

    Entrevista/Carlos Walter Porto-Gonalves

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  • Receitas Agroecolgicas

    Seguir os princpios daAgricultura Orgnica fundamental para se ter umproduto de qualidade nomercado. O que se busca nesteespao manter vivo para oagricultor familiar a importnciadestes princpios no s para omercado, mas tambm para omeio ambiente e para o serhumano. Alimentos produzidoscom tcnicas utilizando insumosnaturais, em vez da utilizao deagrotxicos, so essenciais para amelhoria da qualidade de vida. bom lembrar que o Cedac,entidade que assessora a Rede,vem oferecendo assistnciatcnica s famlias cooperadascom cursos no Centro deDesenvolvimento Agroecolgicodo Cerrado, e visitas dos tcnicosnas reas de produo doagricultor familiar.

    Controle ecolgico de formigas

    As formigas se comunicam utilizandoodores, feromnios, cheiros por isso al-gumas prticas que alteram estes fatoresas desorientam. Outro fator que muitasvezes as formigas se orientam por de-terminadas substncias, deixadas por ou-tras formigas precedentes, estas subs-tncias podem ser alteradas com a utili-zao de alguma substncia que altereo ambiente. Tambm de conhecimentoque as formigas tm preferncia porsolos cidos, pois estes favorecem o cres-cimento dos fungos, os quais elas se ali-mentam. Neste sentido a utilizao daCal Virgem tem sido eficiente, pois alteraos odores, e neutraliza o ambiente desa-tivando algumas substncias.

    Materiais necessrios:1 - Cal virgem - 2 kg 2 - gua - 10 litros.

    Como fazerEsquente a gua, em seguida coloque

    a cal virgem sobre o olheiro que quercontrolar, fechando as demais sadas doformigueiro de forma a aumentar a efi-cincia do combate, e por fim derrame a

    Para adotar medidas de controleeficazes importante lembrar que asformigas cortadeiras no se alimentamdiretamente das folhas cortadas e simda massa de fungos que cresce sobreas folhas armazenadas no ninho. Algunsmtodos de controle das colnias quepodem ser usados.

    Materiais necessrios1 - Usar 5 a 8 laranjas ou limes

    mofados (mofo verde) modos;2 - Deixar fermentar 4 a 5 dias em

    gua (10 litros) com um pouco de me-lado, acar mascavo, caldo de canaou acar branco (5 colheres);

    3 - Aps 5 dias misturar bem o pro-duto e diluir.

    Como fazerDiluir a mistura em 30 litros de gua

    e aplicar em todos os olheiros. Depoisde uma semana repetir a aplicao.

    Forma de atuaoAs laranjas e os limes mofados

    possuem os fungos Penicilium digita-tum e Penicilium italicum que causamo mofo verde e azul respectivamente,os quais destroem o fungo criado pelasformigas para se alimentar.

    Mofo de Limo eLaranja

    A manipueira ou manipeira um l-quido de cor amarelada que sai da man-dioca depois dela prensada, durante afabricao da farinha. Se ela for despejadana natureza, provoca a poluio do soloe das guas (rios, riachos e audes), noentanto ela possui muitas substnciasque podem ser utilizadas como aduboou no controle de pragas.

    Materiais necessrios1 - Utilizar 2 litros de manipueira no

    formigueiro para cada olheiro, repetindoa cada 5 dias.

    Como fazerFazer um suco de aspecto leitoso, ex-

    Calda de manipueira

    gua de Cal

    AgriculturaOrgnica

    Recomenda-se a utilizao de equi-pamentos de proteo individual(Epi), evitando o contato dos produtoscom a pele, os olhos e tambm a suainalao. o trabalhador dever la-var-se em gua corrente aps a apli-cao. Recomenda-se utilizar pulve-rizadores tratorizados e ou costaisque no foram utilizados agrotxicossintticos, pois podem reagir com asformulaes naturais, inibindo o seuefeito. Na agricultura orgnica no permitido o uso de equipamentosde aplicao de caldas utilizadas emreas convencionais.

    Qualquer dvida, entrar em contato imediatamente

    com a cooperativa0800 646 7515 ou

    (62) 32027515

    16Fo

    tos: Rep

    rodu

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    Internet

  • migueiros em horrio em que ambos osformigueiros estejam em plena atividade,de preferncia com boa parte do formi-gueiro a procura de alimento, fora doolheiro. Deve-se trocar a maior quantidade

    possvel de terra de um formigueiropelo outro, quanto mais substituir-mos a terra maior ser a desorien-tao das formigas. Deve-se tomarcuidado para no pegar terra domesmo formigueiro, um formiguei-ro existe vrios olheiros. E deve-setrocar terra de todos os olheirospossveis e fechar os demais.

    Forma de atuaoCom a troca da terra e de odores,

    em consequncia, as formigas sedesorientam. Boa parte morre dolado de fora dos formigueiros, ou-tros entram em formigueiro inimigoe acabam morrendo tambm. Estprtica necessita de repetio, e

    se possvel, de realizao de mais de umaprtica ao mesmo tempo. De forma aenfraquecer e acabar com o formigueiroem menor prazo de tempo.

    As formigas se comunicamutilizando feromnios, cheiros,por isso algumas prticas quealteram seus odores as deso-rientam. Este mecanismo dealterao de odores pode serusado no combate das formi-gas.

    Formigas se reconhecem pe-los cheiros, formigas inimigas(de outra colnia) apresentamodores diferentes, e estes odo-res servem para orient-las sejano caminho ou na entrada doolheiro.

    Materiais necessrios1 - Troca de terra entre for-

    migueiros

    Como fazerRealizar a troca da terra entre os for-

    As formigas se comunicam esfregandoas antenas umas nas outras, com a in-teno de sentir os odores e feromnios,das quais utilizam para se comunicar.Este comportamento pode ser usadode forma a combat-las, entre as prticasagroecolgicas existentes e menos nocivaao meio ambiente se encontra o plantiode espcies toxicas nos olheiros dos for-migueiros.

    Espcies utilizadas:1 - Comigo-ningum-pode 2 - Avels 3 - Mamona4 - Feijo-de-porco5 - Gergelim

    Plantas txicas

    Comigo Ningum Pode

    Avels

    trado quando se espreme a mandiocaralada. A manipueira, enquanto formicidadeve ser aproveitada nas primeiras 24horas aps sua produo. Ela pode serusada pura ou diluda. Utilizando 2 litrosda mistura por olheiro, e o fechando emseguida com terra, repetindo a cada 5dias a operao at atingir completa-mente o controle.

    Forma de atuaoA manipueira contm substncias

    como o cido ciandrico (HCN). O qual txico para insetos e at animais e hu-manos, mas a sua correta utilizao auxiliano combate de pragas e evita seu descartepoluindo o meio ambiente.

    gua quente sobre a Cal de forma queele penetre no formigueiro. Quanto maisprofundo a cal penetrar maior ser a efe-tividade do controle.

    Forma de atuaoA utilizao de cal no controle das for-

    migas foi testado no CEDAC - Centro deDesenvolvimento Agroecolgico do Cer-rado, e obteve-se um bom controle. Noentanto, esta prtica mostrou-se maiseficiente em formigueiros jovens, noobtendo bons resultados em formigueirosantigos. Fato este explicvel que, quantomais antigo o formigueiro mais profundoele se encontra, e com um maior nmerode cmaras. Para ser efetivo a cal teriaque atingir todas as cmaras, o que setorna mais difcil quanto maior o formi-gueiro.

    Desorientao

    17

  • Agrotxicos

    O VENENO NOSS O mundo invisvel que nos toca

    Segundo dados da Anvisa, a AgnciaNacional de Vigilncia Sanitria, o Brasil o maior consumidor de agrotxicosno mundo. Somente em 2010, cercade 1 bilho de litros de agrotxicoforam utilizados, movimentando maisde sete bilhes de dlares. Diantedeste quadro assustador, o jornal Cer-rado em Rede abre mais um espaopara o debate com o quadro: O VenenoNosso de Cada dia O Mundo Invisvelque nos Toca. Alm de abrir o debatesobre os malefcios da produo comagrotxico, tanto para a natureza, comopara quem produz e consome, vamosapresentar aqui um estudo do Cedacmostrando como o agrotxico age con-taminando e destruindo o ser humanoe seu habitat.

    Os agrotxicos fazem parte do cultivoagrcola de muitos pases com o objetivode eliminar pragas que infestam asplantaes. No existe uso seguro deagrotxicos pois estes contaminam osalimentos, as pessoas e a natureza, ge-rando um desequilibrio ecolgico aolongo dos anos. O Ministrio da Sadeadverte que os agrotxicos esto emsegundo lugar como os maiores cau-sadores de intoxicao no Brasil.

    Para se ter uma idia existe cerca de200 tipos de agrotxicos diferentes e oBrasil um dos principais consumidores.Alis, muitos desses compostos soproibidos em outros pases, mas noBrasil so utilizados em larga escalasem uma preocupao em relao aosmales que podem causar.

    Os princpios ativos dos agrotxicospodem ser altamente txicos e assimcausar alteraes no sistema nervosocentral alm de gerar mutaes gen-ticas de graus elevados e que podemter como consequncia neoplasias.

    O brasileiro consome, em mdia, 5,2litros de agrotxicos por ano. Os maioresutilizadores de agrotxicos esto naspropriedades acima de 100 hectares,ou seja, o agronegcio.

    O BRASIL LIDER MUNDIAL NO CONSUMO DE AGROTXICOS

    De acordo com levantamento do Sis-tema Nacional de Informaes Txico -Farmacolgicas da Fundao OswaldoCruz, foram registrados 11.641 casos deintoxicao por agrotxicos no Brasil, em2009, com 188 bitos. Dados das prprias

    indstrias de agrotxicos apontam que,desde 2008, o Brasil assumiu o posto demaior consumidor de agrotxicos emtodo mundo, com um mercado que mo-vimentou mais de US$ 7 bilhes, naqueleano.

    Agrongocio, Agrot

    No h uso seguro para o meio ambiente em relao a aplica para os trabalhadores haver contaminao alimentar e amb

    O desenvolvimento na agricultura noserviu para aliviar a fome no mundo. Ao con-trrio, acelerou o processo de eroso do solocom um aumento de cerca de 200 por centono uso de agrotxicos e nos custos de produo.Foi responsvel tambm por 30 a 40 por centode aumento de doenas como tumores e m

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    o da

    Internet

  • Abamectina: um tipo deinseticida e acaricida quepertence a classe toxicol-gica I, bastante utilizado nasplantaes de batata, algo-do, crisntemo, cravo, figo,ervilha, manga, feijo, melo,melancia, pimento, moran-go, tomate, uva, citros, ma-mo, pssego, pepino entreoutros. Esse agrotxico causatoxicidade reprodutiva doIA e dos seus metablitos.

    Acefato: um inseticidaque pertence a classe toxi-colgica III e que utilizadocom frequncia em planta-es de couve, amendoim,brcolis, fumo, crisntemo,repolho, melo, tomate, soja,rosa, citros e batata.

    Pode causar neurotoxici-dade que causa o aumentode clulas carcinognicas.

    Glifosato: bastante utili-zado no combate a ervasdaninhas no cultivo de nec-tarina, ma, banana, pra,pssego, cacau, caf, trigo,cana de acar, ameixas, en-tre outras. O efeito desse in-seticida altamente txicoe pode causar efeitos neu-rolgicos.

    Inseticidas Combate aosInsetos

    Organoclorados Essetipo de agrotxico est proi-bido desde 1985, pois essesprodutos deixam resduospermanentes nos tecidosgordurosos de mamferos,aves e peixes. Dessa formase uma pessoa consome um animalcontaminado passa a estar contaminadotambm. O veneno capaz de perma-necer por mais de 100 anos no meioambiente.

    Organofosforados e Carbamatos Depois que a intoxicao acontece osseus efeitos se manifestam em at 24

    horas. Esse tipo de agrotxico faz parte dogrupo chamado de inibidores e os seusefeitos fisiolgicos podem causar reaesesquizofrnicas.

    Herbicidas Combate a Ervas Daninhas

    Paraquat Um tipo de composto alta-

    mente txico e que ataca grave-mente todos os tecidos do orga-nismo. A intoxicao pode acon-tecer por ingesto ou ento porinalao. Se por acaso esse com-posto for consumido em estadopuro basta uma colher de chpara levar a bito.

    Glifosate Uma classe de agro-txico que apresenta um nvelde toxicidade relativamente baixopara o ser humano, porm cujaingesto acidental pode causarvmitos, nuseas e outros tiposde distrbios gastrointestinais.

    Clorofenxicos Durante asua fabricao liberada umasubstncia conhecida como dio-xina que deve ser mantida isolada.No caso de ela contaminar esseherbicida a mistura torna-se can-cergena.

    Rodenticidas Combate aosRoedores

    Fluoracetato de Sdio Dentretodos os tipos de agrotxicos cer-tamente a categoria dos rodenti-cidas a mais venenosa de todase o Fluoracetato de Sdio em par-ticular o pior de todos. O seuuso proibido no Brasil, porm,em outros pases como EstadosUnidos, Nova Zelndia e Europao seu uso ainda liberado.

    Fosfeto Bastante utilizadopara a proteo de sementes queficam em estoque antes do plan-tio. O uso domstico para o com-bate de ratos bastante comum,mesmo sendo um composto proi-bido no pas. Quando esse com-posto entra em contato com agua ou com a saliva libera a fos-

    fina, um gs venenosssimo.Hidroxicumarnicos Esses produtos

    so granulados e dessa forma dificilmentepassam despercebidos a ponto de seremingeridos por acidente. Nos seres hu-manos a toxicidade desses produtos relativamente baixa, porm, podem cau-sar hemorragias. (Reproduo internet)

    SO DE CADA DIA Tipos de agrotxicos mais utilizados e perigosos

    xico e Agrocncer

    ao de agrotxico. Ou seja, mesmo com proteo especial biental.

    formao por contaminao de alimentos.Segundo dados da SINITOX/Fiocruz de 23.350

    tentativas de suicdio por trabalhadores rurais,ligados a intoxicao por agrotxico, ocorreram1876 mortes. Na dcada de 60, com a introduodos agrotxicos, houve o aumento de vriasdoenas entre elas diversas formas de cncer.

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  • A Coopcerrado participou neste pri-meiro semestre, em So Paulo, da FeiraAPAS 2014, a principal feira envolvendosupermercados no mundo, movimen-tando mais de 5 bilhes de reais. ACoopcerrado foi destacada em matriasdo site do MDA, Ministrio do Desen-volvimento Agrrio. Com o ttulo: Coo-perativas mostram como agricultura fa-miliar pode ser rentvel, publicada nodia 06-05-14, o texto informa que ascooperativas participaram da Feira Apas2014 apresentando variedade e quali-dade dos produtos da agricultura familiare da produo orgnica.

    A matria afirma ainda que o fatura-mento anual de cooperativas que pro-duzem e comercializam produtos or-gnicos e da agricultura familiar com-provam que investir no setor bastanterentvel. Na Apas 2014, a CampanhaBrasil Orgnico e Sustentvel montouum estande de 100 m2, para promoveros produtos de seis empreendimentosda agricultura familiar, de certificaoorgnica e selo de comrcio justo. Acoordenadora do Brasil Orgnico e Sus-tentvel, Laura de Souza, explicou quea ideia foi colocar os pequenos produ-tores em contato com o mercado. "Que-remos mostrar que os produtos tmpadro de qualidade. Tambm temos oobjetivo de ampliar os mercados paraos produtores e fortalecer a alimentaosaudvel, produzida de forma susten-tvel, destacou.

    Coopcerrado e novos mercados

    Coopcerrado destaque em site doMinistrio do Desenvolvimento Agrrio

    Uma das selecionadas pela campanhapara participar da Apas 2014, a Coope-rativa Mista de Agricultores Familiares,Extrativistas, Pescadores, Vazanteiros eGuias Tursticos do Cerrado (Coopcer-rado), aproveitou a oportunidade paraampliar os negcios, destaca o texto.Atualmente, a maior parte das vendas

    institucional, para o PAA e o Pnae,mas a cooperativa j est ganhando es-pao em grandes redes, como o Po deAcar e Walmart. "O Brasil Orgnico eSustentvel e a feira servem como vitrinepara mostrarmos a qualidade dos nossosprodutos", avalia Abidoran de Souza,assessor de comercializao da Coop-cerrado.

    Com sede em Goinia, a Coopcerradoexiste h 13 anos e tem faturamentoanual de R$ 2,5 milhes. Rene 3,6 milfamlias em 70 municpios de Gois, To-cantins, Bahia e Minas Gerais. A coope-rativa comercializa mais de 200 produtosentre eles, muitos a base de baru - umacastanha tpica do Cerrado, conservasde pimenta e de pequi. A produo daagricultura familiar a etapa final detodo um trabalho que gera renda eajuda a manter as pessoas no campo evalorizar o trabalho delas, ressaltou Abi-doran.

    Em outra matria do site do MDAcom o ttulo: Produtos do Cerrado ocu-pam lugar de destaque na feira de ne-gcios em supermercados Apas, a

    Coopcerrado novamente destacada.Parte do tempo, o cerrado um jardim;outra parte um pomar, mas o tempotodo ele uma farmcia. O dito popular,muito conhecido na Chapada dos Gui-mares, em Gois, explica o xito dosprodutos elaborados h 13 anos pelas3,6 mil famlias de agroextrativistas queformam a Coopcerrado. Trata-se de umavasta rede comunitria de agricultoresfamiliares, extrativistas, pescadores eguias tursticos, presentes em 70 muni-cpios de quatro estados brasileiros, des-taca o site do MDA.

    Expanso do mercado daCoopcerrado.

    Os produtos tpicos desse importantebioma brasileiro e seus derivados, muitosdos quais usados em medicamentos fo-ram apresentados na 30 edio da Apas(Congresso e Feira de Negcios em Su-permercados) que realizada em SoPaulo. Esta a terceira vez que partici-pamos do evento e a expectativa sem-pre positiva porque eventos deste tiponos abrem as portas para novos merca-

    Negcios

    Stand coletivo Brasil Orgnico Sustentvel - APAS 2014

    Produtos Emprio do Cerrado na APAS 2014

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    Fotos: arquivo

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  • avanar. Temos recebido todo o apoiologstico para participar de eventoscomo este da Apas, onde estamos pre-sentes no estande coletivo do Ministrio,ressalta Abidoran.

    ProdutosSo mais de 200 produtos, entre

    barras de cereais, biscoitos e condimentoscomo aafro, colorau e gergelim, almde conservas, explica Abidoran, sobre aCoopcerrado. Os produtos levam a marcaEmprio do Cerrado e resultam de umprocesso de organizao comunitria

    dos, explica o assessor de comerciali-zao da Coopcerrado, Abidoran deSouza Barros. No ano passado, fechamostrs grandes contratos com redes na-cionais Po de Acar, Wal Mart eMundo Verde , mas as redes regionais

    tambm so importantes para ns e fe-chamos alguns negcios aqui, acres-centa. Presente nos estados de Gois,Tocantins, Minas Gerais e Bahia, a Coop-cerrado um instrumento coletivo daRede de Comercializao Solidria deAgricultores Familiares e Extrativistasdo Cerrado. O trabalho e a colaboraodo Ministrio do Desenvolvimento Agr-rio (MDA) tem sido determinante parao fato de nunca termos deixado de

    Conhea a nossa linha de produtos e experimente a qualidade e as delcias feitas com o sabor e o valor nutritivo

    da castanha do baru e outras especialidades

    que busca construir relaes mais justase sustentveis. J estamos em fase finalde certificao para trabalhar com pro-dutos orgnicos. O mercado orgnico o que mais cresce no mundo e, por isso,j utilizamos a cultura agroecolgica nanossa produo, onde no utilizamosagrotxicos, nem fertilizantes.

    CerradoMarcado, principalmente, pelo clima

    tropical e por uma estiagem que se es-tende por cerca de cinco meses, o BiomaCerrado o segundo maior do Pas e

    considerado o mais rico do mundo emdiversidade.

    Situa-se na regio central no pas, ondefaz limite com a Floresta Atlntica, a FlorestaAmaznica, a Caatinga e o Pantanal. Abran-ge 13 estados brasileiros, em uma rea decerca de 200 milhes de hectares. .Deacordo com o Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Reno-vveis (Ibama), o Cerrado o segundocolocado na lista dos biomas cuja biodi-versidade est ameaada de extino. Oprimeiro a Mata Atlntica, conclui a ma-tria veiculada no site do MDA.

    Abidoran de Souza, assessor de comercializao daCoopcerrado

    Feira APAS 2014

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  • No dia 11 de setembro de 2006, Diado Cerrado o estado reconheceu os mo-dos de vida e cultura associados a umterritrio das populaes extrativistas doCerrado, decretando a criao da ReservaExtrativista Lago do Cedro, no municpiode Aruan/GO e a Reserva ExtrativistaRecanto das Araras de Terra Ronca, nomunicpio de So Domingos/GO, aps16 anos da criao da primeira reservaextrativista na Amaznia.

    Essa conquista vem marcada de sig-nificados, pois em nenhuma outra regiodo Brasil como no cerrado goiano, quese encontra no centro da poltica econ-mica do perverso agronegcio exporta-dor, ignorou-se to absolutamente a ri-queza advinda das diversas culturas cons-trudas em relao profunda com o am-biente, constituindo um imaginrio deinvisibilidade dessas populaes junto sociedade, como se o agronegcio fossea nica alternativa de desenvolvimento.Assim, mesmo encurraladas, essas po-pulaes continuam resistindo, sobrevi-vendo no e do Cerrado, agora, entretantocomo sujeitos polticos organizados quegestam um outro modelo de sustenta-bilidade ainda possvel no Cerrado.

    Essa resistncia transformou-se numa

    aliana de 1238 famlias de extrativistas,pescadores, vazanteiros, guias tursticose agricultores familiares que constituema Rede de Comercializao Solidria deAgricultores Familiares e Extrativistas do

    Cerrado, iniciada em 2000, localizadasem 24 municpios dos estados de Gois,Minas Gerais e Bahia, que buscam de-senvolver processos auto-gestionriosbaseados numa maior autonomia e par-

    Nome da RESEX MunicpioEstado Nmero deFamlias

    rea (ha)

    ESTADO DE MINAS GERAIS

    ESTADO DA BAHIA

    ESTADO DE GOISResex Recanto das Araras de Terra Ronca So Domingos/GO (Decreto de 11/09/06) 130 12.036,62Resex Lago do Cedro Aruan/GO (Decreto de 11/09/06) 160 17.337,616Resex Crrego das Pedras Mamba/GO 20 16.802,97Resex Rio Buritis e Galiota Mamba/GO 60 56.801,2360Resex Rio da Prata Posse/GO 15 12648,0733

    Resex Itaguari Cocos/BA 30 14.000,00Resex Carinhanha Cocos/BA 15 6.000,00

    Resex Sempre Viva Lassance/MG 30 19.411,1785Resex Curimata e Nova Esperana Buenoplis/MG 30 19.070,2810Resex Serra do Muqum Corinto/MG 30 10.802,8294Resex Barra do Pacu Ibia/MG 30 20.000,00

    Total 550 204.910,80

    O jornal Cerrado em Rede abre espao, a partir desta edio, para contar a histria da Redede Comercializao Solidria RCS. Este primeiro texto, de dezembro de 2008, referenteao processo de criao das primeiras Reservas Extrativistas do Cerrado.

    Histria da Rede

    A Rede de Comercializao Solidria conquista asprimeiras Reservas Extrativistas no Bioma Cerrado

    ticipao dos mesmos em relao aosseguintes aspectos: assistncia tcnica,desenvolvida pormeio da formaode agroextrativistasmonitores queacompanham o pla-nejamento da uni-dade familiar paraprocesso de produ-o e manejo;agroindustrializaodos produtos e sub-produtos (resduos),agregando valor egarantindo maior in-sero no mercado;traduo do signifi-cado do saber-fazerdas populaes docerrado, atravs deum marketing pr-prio dos produtos eservios oferecidospela Rede, com mar-ca Emprio do Cer-rado; monitoramen-

    Reserva Extrativista Recanto das Araras de Terra Ronca - So Domingos-GO

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  • to participativo, como ferramenta prpriade controle social dos processos desen-volvidos; e desenvolvimento de estrat-gias de comercializao dos produtos,conciliando preo justo e acesso a novosmercados, como escolas, redes de su-permercados, lojas de produtos naturaise feiras.

    Deste processo de organizao scio-produtiva em rede se fortaleceu a ne-cessidade da luta pela terra, gua e bio-diversidade atravs do reconhecimentodos territrios sustentveis, ou seja, namodalidade das reservas extrativistas.Assim, em janeiro de 2002 a Rede de Co-mercializao Solidria rene-se e elaboraa Carta do I Encontro de AgricultoresFamiliares e Extrativistas do Cerrado, na

    qual prope a criao de reservas extra-tivistas no estado de Gois. No mesmoano, aps um intenso processo de mo-bilizao social junto com os pescadores,vazanteiros e extrativistas do municpiode Aruan e extrativistas de So Domingos encaminhado o ofcio solicitando acriao de reservas extrativistas nestesmunicpios. Entretanto, s em 2003 osprocessos no CNPT/IBAMA so devida-mente formalizados.

    Diante da morosidade do processo aRede de Comercializao Solidria e oCEDAC - Centro de DesenvolvimentoAgroecolgico do Cerrado (entidade queassessora a Rede) desencadearam umadiscusso junto ao INCRA (Gois e na-cional) para aplicao da portaria conjuntaINCRA e IBAMA N155, de 27 de marode 2002, art 1, que visa instituir proce-dimentos e mecanismos visando efetivara compensao de reas de reserva legalnos projetos de assentamento e reformaagrria ou de colonizao do INCRA, re-lativamente aos imveis transferidos parao IBAMA objetivando a criao de uni-dades de conservao.

    Para tanto, realizamos um estudo ondeverificamos que 50 assentamentos darea de abrangncia do INCRA Gois (SR-04), se encontravam sem condies pararegularizao da rea de reserva legalno imvel, totalizando um passivo am-biental em torno de 14.927,63 ha. Comestas informaes, a Rede aumenta apresso junto ao IBAMA e o INCRA, poisde um lado os agricultores assentadosparticipantes da Rede se encontram in-viabilizados de acessar o Pronaf Florestal,bem como licenciar suas atividadesagroextrativistas (manejo do baru, pequi,jatob e favela) para processo agroin-dustrializao e comercializao e por

    outro os pescadores e extrativistas quecontinuam marginalizados e impedidosdo acesso aos recursos naturais limitadospela propriedade privada. Com essaspresses, outras ameaas se configuramvoltadas aos representantes das comu-nidades locais, colocando a tona a disputaem torno destes territrios, que por umlado se configuram na oligarquia amea-ada e por outro os ambientalistas queenxergam a preservao da natureza deforma intocada pelo homem, que se tra-duzem nos lobbies para dentro do Esta-do.

    Em 2005, mudanas internas no

    REPRESENTANTES DO TERRITRIO GOIANOPermino Luiz Ferreira - Jandaia/GoWedson Batista Campos - Aruan/GoJoaquim Vaz da Silva - Itapirapu/GoTerezinha de Paiva da Silva - Gois/GoFlvio Cardoso da Silva - Gois/GoOrlio Arajo da Silva Gois/GoAntnio Francisco da Mata Jandaia/GoREPRESENTANTES DO TERRITRIO NORDESTEFrancisco Carlos de Souza (in Memrian) - Niquelandia/GoOsmar Alves de Souza - So Domingos/GoGualdino Pereira de Morais - So Domingos/GoAcinemar Gonalves Costa - Formosa/GoCludia de Jesus Nonato - So Joo da Aliana/GoREPRESENTANTES DO TERRITRIO MINEIRODeusdete Soares Santana - Paracatu/MGAna Lcia Ferreira Duarte Ibia/MGMozart Pinto de Oliveira - Lassance/MGIdelfonso Rodrigues Duarte - Ibia/MGAdalberto Gomes dos Santos - Lassance/MG

    CNPT/IBAMA sinalizaram para dar cursos demandas de criao das reservas ex-trativistas no Cerrado solicitadas pelaRede, motivando diversas comunidadesextrativistas a buscar esse reconheci-mento. Aps a concluso dos laudos bio-lgico, scio-econmico e fundirio, deu-se prosseguimento as consultas pblicasrealizadas no ms de abril de 2006 nosmunicpios com a participao da socie-dade interessada.

    Atualmente, a Rede tm no CNPT/IBA-MA a solicitao para criao de onzereservas extrativistas nos estados deGois, Minas Gerais e Bahia, que ir pos-sibilitar a concesso de direito real deuso destes territrios para 550 famliasem uma rea total de 204.910,80 ha.

    Assim, como disse a Ministra MarinaSilva esta iniciativa resultado da visodiferente que o poder pblico tem de tra-balhar em parceria, de no ter a pretensode fazer as coisas para as pessoas, mascom as pessoas, afirma-se que o Cerradotem gente e culturas prprias, e que noh defesa do Cerrado sem seus povos.

    Em memria do companheiro Fran-cisco Carlos de Souza que foi assassinadono dia 13 de maio de 2006, no assenta-mento Acaba Vida em Niquelndia/GO,lutando contra retirada de madeira ilegal,arrendamento de reas do assentamentopara o carvoejamento. Os culpados aindacontinuam impunes.

    Assinam:Conselho Poltico da Rede de Comer-

    cializao Solidria de Agricultores Fa-miliares e Extrativistas do Cerrado.

    Reserva Extrativista Lago do Cedro em Aruan-GO

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  • Aos 9 anos, em 1994, fui com meuspais para o acampamento So Carlos,organizado pela Fetaeg no municpiode Gois. Ficamos 3 anos debaixo debarracos de lona at conseguirmos serassentados. Eu cresci, aprendi e me de-senvolvi na luta pela terra.

    Encontrando aCoopcerrado

    Eu estava estudandona escola Famliar Agr-cola. O Orlio (Conse-lheiro da Coopcerrado)era do MST, mas j tinhaum trabalho com o Ce-

    dac. Foi quando surgiu a introduodo baru na alimentao escolar emGoinia. Ele fez um convite para osjovens participarem do projeto decoleta de baru e eu me interessei.To aqui at hoje. Logo em seguidao Cedac conseguiu aprovar um pro-jeto para o incentivo a apicultura.Hoje sou Apicultor tambm. Almda Assessoria tcnica ns ganhamoso material necessrio para iniciar aproduo de mel. Depois virei mo-nitor da Coopcerrado na comuni-dade de So Carlos nos PAs SoCarlos e Burutis. Dois anos depois,em 2001, virei conselheiro. Hoje soutambm diretor da cooperativa decrdito, a Rede Cred.

    A importncia da Cooperativapara o agricultor familiar

    Eu vejo a Cooperativa como anica sada para os agricultores queesto desorganizados. A gente estconseguindo produzir e vender hojepor causa da Cooperativa, da Redee da assessoria do Cedac. A Coop-cerrado fundamental hoje paraorganizar a agricultura familiar noCerrado. Na cooperativa a gentetem auxlio para produzir e certezada venda do que produzido. Sozi-nho a gente fica nas mos de inter-medirios que exploram a gente.

    Alm disso, no tem garantia de comer-cializao como tem na Cooperativa. En-to a Cooperativa trabalha tudo isso como cooperado, da produo a comerciali-zao do que produzido, inserido in-clusive novos produtos de cada regio aserem trabalhados como o extrativismocom frutos, razes e cascas. Coisas queeram jogadas fora e hoje ajudam no or-amento do agricultor familiar extrativista.Casca de rom, maracuj, etc., ento na

    Cooperativa a gente consegueaproveitar melhor tudo queexiste na propriedade. O ger-gelim e o mel, por exemplo,s conseguimos vender compreo bom porque somosmuitos cooperados. O cami-nho da Cooperativa vai atcada regio recolhendo a pro-duo.

    A demora na construodas Novas Indstrias de Mele leos Vegetais

    A prefeitura de Goinia temque acelerar este processoque vem se arrastando desde2006. A Coopcerrado j inves-tiu na infra-estrutura comocontrapartida, mais de 2 mi-lhes de reais. Algumas m-quinas adquiridas pela Coo-perativa j esto se danifican-do. Isso prejuzo para a Coo-perativa. Os recursos, um mi-lho e 200 mil reais so doMDA e a prefeitura respon-svel pela obra. J se passaram8 anos e nada de iniciar aobra. O processo se perde naburocracia da prefeitura. preciso acelerar o processo.Estas indstrias so muito importantespara a Cooperativa. A Cooperativa hojevende o mel como matria-prima. Coma indstria prpria teremos mais forano mercado. A terceirizao consomequase toda a receita do mel hoje. O en-treposto apcola prev a produo de108 toneladas de mel. J a de leos ve-getais vai melhorar a receita do agricultorcom o extrativismo do pequi, babau,macaba, etc. So produtos que tem emvrias propriedades e que se perdempela inexistncia da indstria. A prefeiturade Goinia tem que agilizar a construodas indstrias.

    Reservas ExtrativistasAs reservas extrativistas que vo dar

    viabilidade para os projetos da Coope-rativa aumentando o leque de produtoscom marca prpria. H 10 anos atrstodo agricultor familiar conseguia fazerextrativismo nas grandes propriedades.Depois que o governo federal criou asreservas mas no indenizou os fazendei-ros, a situao se complicou. Em algumasregies est havendo conflitos. Os fa-zendeiros no deixam mais fazer o ex-trativismo. O governo federal precisa agi-

    lizar o processo. a autonomia da Coo-perativa. A gente vai poder plantar plantasdo extrativismo: o baru, o pequi, etc. Secontinuar deste jeito, no futuro vai serdifcil encontrar matria-prima para asindstrias. O Cerrado est sendo devas-tado pelo agronegcio. muito tempodesde a criao at a regulamentao.Isto desmobiliza.

    CEDAC fundamental a continuidade do Ce-

    dac. A base da Cooperativa o Cedac.Sem a assistncia tcnica, os cursos e oapoio do Cedac a gente no teria comocontinuar o nosso trabalho. Este Centrono pode parar de funcionar. Tem queampliar com a participao dos outrosmovimentos sociais do campo. Sem oCentro de Formao a gente no conse-guiria capacitar o agricultor familiar. Aestrutura do Centro, onde est agora, narea em comodato com a Embrapa, per-mite mostrar ao agricultor todo o processoprodutivo tanto vegetal como animal.Tudo que implementamos junto ao agri-cultor familiar testado antes na reado Centro. O Cedac fundamental hojepara a agricultura familiar no Cerrado.

    Personagem do Cerrado

    Flvio Cardoso daSilva - Agricultor Familiar.Extrativista, plantou 500 mudas debaru em suapropriedade de 38hectares na Cidade deGois.

    Luta pela Terra

    A gente est conseguindoproduzir e vender hoje por causada Cooperativa, da Rede e daAssessoria do Cedac.

    fundamental acontinuidade do Cedac. A baseda Cooperativa o Cedac. Sema assistncia tcnica, oscursos e o apoio do Cedac, agente no teria comocontinuar o nosso trabalho.

    Curso de agroecologia no CEDAC

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  • A Coopcerrado est ampliando omercado de produtos com a marca Em-prio do Cerrado. O pequi a bola davez e j est sendo processado naagroindstria da cooperativa. A Coop-cerrado compra dos cooperados a polpa,o casco do fruto seco e a semente seca.A nova linha j est sendo comerciali-zada em redes de supermercados. ACooperativa est intensificando a di-vulgao junto aos cooperados para aampliao dos grupos de coleta do pe-qui. O pequi, fruto crescido no Cerradobrasileiro, vem conquistando espaono mercado nacional e internacionalsendo exportado para vrios pases domundo.

    Em Lassance (MG), os cooperadosesto animados com o fato da Coop-cerrado estar lanando a linha de pequiem conserva. Rosemeire e Hilda, mo-nitoras da cooperativa na regio afirmam

    que j esto organizando os grupospra coleta de pequi. Recebemos todaa orientao necessria para fazer a co-leta de forma adequada para que o apolpa do pequi chegue na cooperativaem boas condies de higiene para serprocessada na agroindstria. Este novoproduto da Cooperativa vai ser impor-tante pra melhorar nossa renda, afir-mam as duas monitoras.

    Outro que est animado com o lan-amento da linha de Pequi em Conservada Coopcerado o conselheiro da Coo-perativa Ailton Silva de Oliveira. Aquina regio de Santa F de Minas, na re-serva Trs Riachos que tem cerca de 11mil hectares, 15 por cento da reserva de pequi. Um grupo de vinte coopera-dos da regio vai coletar o pequi aqui.Estamos animados.

    Produtos Emprio do Cerrado a basede Pequi

    Neste primeiro momento a Coopce-rado est trabalhando 4 produtos: aPOLPA DE PEQUI em conserva 320 g, oCREME DE PEQUI 320 g, o MOLHO DEPEQUI COM PIMENTA 150 g e o MOLHODE PEQUI 150 g. Todos processados naagroindstria da cooperativa localizadaem Goinia- Go o que possibilita a in-sero dos produtos com competividadeno mercado.

    Pequi Resex - Proteo do Cerradoe valorizao das comunidadestradicionais

    O pequi um fruto que tem origemno Cerrado brasileiro. famoso por suapolpa amarela utilizada na alimentao,mas a sua importncia vai muito almda culinria, sendo hoje um fruto es-sencial para a proteo do bioma Cer-rado. Atravs do extrativismo com acoleta dos frutos quando estes caemdas rvores, populaes tradicionais

    do Cerrado brasileiro sobrevivem e me-lhoram a sua renda com a coleta dopequi sem destruir a natureza. Destemodo o pequizeiro, assim como o ba-ruzeiro e outras plantas nativas do Cer-rado so essenciais para a proteo dobioma. Por isso a criao e regularizaodas Resexs com a manuteno dos po-vos tradicionais nestas reas funda-mental para a proteo do Cerrado quevem sendo devastado dia a dia peloagronegcio. Diante deste quadro que se faz necessrio ampliar a lutapela criao e regularizao das Resexsj criadas pelo governo federal.

    Valorizao do Pequi no Mercado O Pequi utilizado em diversos tipos

    de pratos na culinria. Os mais famososso o pequi com arroz, galinhada compequi; e frango com pequi e milho.Alm da polpa do fruto, pesquisas rea-lizadas por diversas universidades bra-sileiras apontam para a diversificao

    Mercado

    Coopcerradoamplia mercadocom o lanamentoda conserva depequi

    Recebemos toda aorientao necessria parafazer a coleta de formaadequadaHilda, monitora em Lassance - MG

    Este novo produto daCooperativa vai serimportante pra melhorarnossa rendaRosimeire, monitora em Lassance - MG

    Produtos base de pequi Emprio do Cerrado nos supermercados

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  • da utilizao do pequi com o aprovei-tamento da casca, caroo e espinhos,o que pode resultar em uma lucrativi-dade superior outras culturas do agro-negcio, com uma vantagem: o nodesmatamento do Cerrado. Algumaspesquisas apontam que a plantao deum hectare de pequi pode reverter umlucro superior a 4 vezes a uma plantaode soja, por exemplo, em uma rea nasmesmas propores.

    Pequizeiro O pequizeiro uma rvore que habita

    cerrados, cerrades e matas secas aolongo de todo o bioma Cerrado. Florescedurante os meses de agosto a novem-bro, com frutos madurando a partir desetembro at o incio de fevereiro. Comoalimento bastante consumido, sendoconsiderado a carne dos sertanejos. Apolpa e a semente so utilizadas emcomidas tpicas, leos e condimentos.Os frutos devem ser colhidos no cho,quando esto maduros.

    Alm da Cadeia AlimentarA polpa do pequi tambm pode virar

    picol, sorvete, cremes salgados e doces,licores, pat, pastel, biscoito, farinha,risoto, farofa, licor entre outras infini-dades de situaes j desenvolvidaspor diversas pesquisas e experimentosde chefs de cozinha. A casca dopequi moda uma fonte de pro-tenas para rao animal e adubo.Outros estudos j mostram a uti-lizao da polpa do pequi em sa-bo, leo e creme para a pele. Ja castanha produz um leo brancoe extremamente fino que bas-tante utilizado na indstria de

    cosmticos. Algumas pesquisas apon-tam ainda que o pequi tem qualidadesmedicinais que podem atuar como au-xiliar no tratamento do cncer e comoao anti-inflamatria e benficas parao sistema cardiovascular.

    Na regio de Santa F deMinas, na reserva Trs Riachosque tem cerca de 11 milhectares, 15 por cento dareserva de pequi. Um grupode vinte cooperados da regiovai coletar o pequi aqui.Estamos animados. Ailton Silva, conselheiro da Coopecerrado - Santa F - MG

    Polpa: uma camada fina desabor extico que cobre ocaroo. Deve ser comida comcuidado, pois o caroo cheiode espinhos. Como medicinalo leo da polpa tem efeitotonificante, sendo usadocontra bronquites, gripes eresfriados, no controle detumores. comum o leo sermisturado ao mel de abelhaou banha de capivava, emparte iguais, e a misturaresultante a ser usada comoexpectorante.

    Amndoa: A castanhaexistente dentro do caroo muito saborosa; para com-la, basta deixar os caroossecarem por uns dois dias edepois torr-los.

    Folhas: se faz um ch utilizadocomo regulador do fluxomenstrual.

    Flores: so importantes naalimentao de animaissilvestres como a paca, veado.

    Casca: se extrai corantesamarelos empregados emtinturaria, contendoigualmente alto teor detanino.

    Estrutura do Pequi

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  • Mercado

    A Coopcerrado est lanando nomercado a nova linha de pimentasdos produtos Emprio do Cerrado.So cinco novas conservas de pimentade 180 g: cumari, pimenta de cheiro,

    Nova Linha de pimentas Emprio do Cerrado: Conserva de Pimenta Cumari 180 g; Conserva de Pimenta de Cheiro 180 g; Conserva de PimentaMalagueta 180 g; Mix de Pimenta em Conserva 180 g; e Conserva de Pimenta Biquinho 180 g

    malagueta, biquinho e mix de pimenta.Para dar suporte a esta nova linha deprodutos, a Coopcerado realizou nesteprimeiro semestre vrios cursos noCedac, o Centro de Desenvolvimento

    Agroecolgico do Cerrado. Flvio Car-doso da Silva, conselheiro da Coop-cerrado acompanhou os cursos queos cooperados fizeram no Cedac paraa produo de pimenta agroecolgica.

    Coopcerrado amplia linha de pimentas e Rede ter pimenta certificada

    Esta ampliao dos produtos vai trazermais benefcios e melhorar a rendados cooperados. Tanto o Cedac, na as-sistncia tcnica, como a Cooperativa,na estrutura, esto compromissados

    Jos Divino Monitor daCoopcerrado em Lassance (MG).so timos os cursos oferecidospelo Cedac

    Neusvan Moreira Cooperadoem So Domingos (GO). Estougostando desta experincia emcooperativa.

    Ozeias Alves de Lima Cooperado em So Domingos(GO). Desde pequeno fuiaprendendo com o meu pai aproduzir de forma orgnica.

    Reginalda Alves de Jesus Monitora da Coopcerrado (SoDomingos-GO). Com estescursos, vou produzir melhor, deforma orgnica e sem agrotxico

    Pedro Francisco Santana Monitor da Coopcerrado Lassance (MG) A minha mudou para melhor com cooperativa

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