monografia

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LE CORBUSIER E O BRUTALISMO EUROPEU Após um tempo viajando pela América Latina, Le Corbusier encontra em outros arquitetos uma visão diferente do seu modernismo e é influenciado principalmente na linguagem de Oscar Niemeyer e Lucio Costa, sendo colaborador no desenvolvimento do projeto do Ed. Gustavo Capanema. Essa viajem dá ao arquiteto nova visão de como os arquitetos latinos encontraram sua estética e ideologia baseados nos problemas e características locais, sendo que neste momento, a linguagem racionalizada chega ao limite com sua extensa aplicação “caixa de sapato” em toda América do Norte e Europa, Le Corbusier não é tão bem visto, pois sua estética já está banalizada.

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Capela De São Pedro Paulo mendes da ROcha

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Page 1: Monografia

LE CORBUSIER E O BRUTALISMO EUROPEU

Após um tempo viajando pela América Latina, Le Corbusier encontra em outros

arquitetos uma visão diferente do seu modernismo e é influenciado principalmente na

linguagem de Oscar Niemeyer e Lucio Costa, sendo colaborador no desenvolvimento

do projeto do Ed. Gustavo Capanema. Essa viajem dá ao arquiteto nova visão de

como os arquitetos latinos encontraram sua estética e ideologia baseados nos

problemas e características locais, sendo que neste momento, a linguagem

racionalizada chega ao limite com sua extensa aplicação “caixa de sapato” em toda

América do Norte e Europa, Le Corbusier já não é tão bem visto, pois sua estética já

está banalizada.

A Unidade de Marselha de Le Corbusier (1947) marca o início de uma nova

fase do arquiteto perante ao movimento moderno, onde ele adota de uma linguagem

mais plástica, bruta e crua de sua própria arquitetura. Alguns textos afirmam que a

construção da Unidade marca o início do “movimento” Brutalista, outros afirmas que

esse movimento se inicia na Inglaterra com os Smithsons e a escola em Hunstanton –

Norfolk (1954), pois nesta a pura linguagem brutalista está toda exposta, desde da

estrutura aparente ao conduites elétricos à mostra.

Inegável a influência de Le Corbusier nos projetos ditos brutalista na Europa e

indiretamente no Brasil, pois sua obra funcionou com uma reação à sua própria

estética moderna racionalizada, a “caixa de sapato”, sendo dentre outros “movimentos

que, acompanhando o processo de revisão cultural de toda uma parte da cultura

ocidental, definem como progresso situações precedentemente superadas e levadas

novamente à cena revestidas de novos significados para defender velhas posições”.

LINA BO BARDI. Mirante das Artes, São Paulo, n.1 p10.

Page 2: Monografia

Após a 2ª Guerra Mundial as cidades perdem suas identidades com a grande

destruição de edifícios e monumentos, Fernando Freitas Fuão em seu texto

Brutalismo: A ultima trincheira do movimento moderno, nos explica o movimento

europeu:

“Para os partidários do Novo Brutalismo a ética estava no trabalhar uníssono com os

novos cenários culturais do pós-guerra, na contemporaneidade da linguagem

arquitetônica, na tecnologia e nas mudanças sociais. Era preciso criar uma arquitetura

que criticasse e solucionasse os danos causados pelas quatro funções: Habitar,

trabalhar, recrear-se e circular. O novo brutalismo, não deveria ser uma linguagem

formal, mas um modo experimental de situar-se e atuar frente ao tema, ao programa, e

aos materiais de um projeto. “

Neste mesmo texto, o autor deixa claro que o arquiteto Vilannova Artigas

negava qualquer tipo de influência do movimento moderno Europeu, dizendo que a

arquitetura brasileira buscava em sua própria história e condicionantes sociológicas e

ambientais a sua arquitetura, mas sem negar a influência de Le Corbusier ao

desenvolvimento desta arquitetura.

“O Genial arquiteto, para crítica especializada, abandonava os princípios do

racionalismo; refugiava-se nos termos estritos de sua definição de arquitetura e

orientava os arquitetos do mundo inteiro, conhecido o seu prestígio, na direção de um

tratamento exclusivamente plástico das formas. “La’ architecture este le jeu, savant,

correct et magnifique des volumes assembles sous la lumiere” ( A Arquitetura é um

magistral, correto e magnifico jogo de volumes montados sob a luz) Vilanova Artigas,

Uma Falsa Crise. Acrópole, São Paulo, n.319. pp21-22, jul. 1965.

Page 3: Monografia

A capela de Ronchamp segue essa nova premissa do arquiteto, onde sua

localização em alta topografia exibe uma importante característica adotada por Paulo

Mendes da Rocha em toda sua obra, principalmente na capela de São Pedro, a

arquitetura como modificadora paisagem, representação do ser humano e seus

avanços tecnológicos e de conhecimento. Ela se integra a paisagem de modo

naturalmente construído, segue as linhas do terreno até o pico criado pela sua

cobertura. A obra não expõe a natureza dos materiais utilizados e dificulta a separação

de arquitetura e estrutura, onde tudo é o edifício, a arte.

Tanto na Capela de Ronchamp quanto nos edifícios de Chandigard (1951), Le

Corbusier expressa sua referência nos arquitetos Brasileiros, e cria o ponto máximo de

sua nova arquitetura que será, novamente, tão estudada. Em Chutigard ele cria

edifícios de porte Brutalista, onde a exposição do concreto, que é um material barato e

adequado ao clima da Índia, junto à estrutura transformam o edifício em pura

monumentalidade, com o uso plástico da forma evidenciado por essa nova estética.

Sendo assim, pode-se dizer que seus edifícios se confundem entre escultura

(arte) e arquitetura. Ele propôs no plano diretor da cidade a criação de uma grande

praça cívica com os 4 edifícios do poder público, no ponto mais alto do terreno,

simbolizando assim a própria Acrópole de Atenas. Essa racionalização urbana é posta

em contraste com a estética escultórica de seus edifícios, sendo estes edifícios de

liberdade criativa simbólica ao povo indiano.

Nesse período Brutalista, a arte fica intrínseca na arquitetura, e a engenharia

não é algo à parte e sim um conjunto de todo a obra, onde a arquitetura têm que

responder que satisfazer os desejos de uma sociedade, e não o mero apelo estético,

estas premissas aparecerão em toda obra de Paulo Mendes.

Page 4: Monografia

Reidy e O MAM Rio

Daniele Pisani em seu texto: “Paulo Mendes da Rocha – A construção de um horizonte

discursivo no início da carreira do arquiteto”, relata que a maior referência para o

desenvolvimento da linguagem do arquiteto é o edifício do MAM/ RJ de Reidy e o

parque do flamengo projetado por Burle Max.

No MAM/RJ, Reidy faz da estrutura do edifício a própria arquitetura, com

pórticos estruturais em concreto aparente, suspendendo todo o Museu, cria uma

linguagem de monumentalidade acessível e plástica.

“Com seu nítido e monumental sistema estrutural de pórticos enfileirados, o corpo

expositivo do MAM/RJ constitui, de fato, o emblema de uma arquitetura cuja

configuração formal é inseparável da organização espacial e da função estrutural”

(DP . p 53) .

Essa linguagem será muito usada por Paulo Mendes da Rocha, onde a

estrutura nunca será desassociada da arquitetura, e sempre de modo emblemático e

usando os recursos tecnológicos ao extremo.

Page 5: Monografia

O MAM/RJ foi inserido junto ao parque do flamengo, projetado por Burle Max,

interferindo na paisagem natural e criando uma paisagem modificada pelo homem,

símbolo da sociedade ali representada.

“É nesse sentido que a obra se coloca como manifesto: é o ato de fé na capacidade

do homem em empregar recursos técnicos a seu favor, para transformar o seu

país.”(DP .p.53)

Essa obra marca o desenvolvimento da arquitetura de Paulo Mendes, que

junto às suas experiências com seu pai Paulo de Menezes Mendes da Rocha,

engenheiro civil e professor, ao qual Paulo Mendes da Rocha atribui sua visão de que

“(...) a natureza – para nós homens (...) é uma coisa fabricada (...)” e que nunca viu a

paisagem como “(...) puro e simples fato natural”, desenvolvem sua linguagem própria

e marca de uma arquitetura puramente brasileira, já que a maior inspiração dita pelo

arquiteto era a cidade de São Paulo, fruto do desenvolvimento da sociedade e suas

vontades, marcada em suas paisagens artificiais.

A Proposta vencedora do clube Paulistano, projeto de Paulo Mendes da Rocha,

demonstra de forma clara a influência recebida do MAM/RJ com sua estrutura sendo a

arquitetura, e com criação de novos espaços associados à malha urbana que se

descobrem ao adentrar no edifício, cria-se paisagens artificiais.

“Na Arquitetura de Paulo Mendes da Rocha, a continuidade espacial homogênea,

não hierárquica, é ainda um indicio inequívoco de luta contra as tendências do

individualismo e isolamento em favor do estilo comunitário cívico, tão defendido por

Artigas”.(Denise Chini Solot. A Paixão do Início na Arquitetura de Paulo Mendes da

Rocha p.6)

Vilanova Artigas – Ética e Ideologia

Artigas se formou na faculdade de engenharia da PUC, e dela trouxe toda sua

experiência ao uso da estrutura ao máximo de sua capacidade, integrou a família

artística Paulistana, onde uniu seus conhecimentos da engenharia com a arte que

aprendeu no Liceu de Belas Artes.

Fazendo parte de um movimento em busca da identidade nacional, o ser

brasileiro, Artigas buscou em sua arquitetura unir ideologia, arquitetura, engenharia e

arte. Com forte cunho político, o arquiteto defendia que não se deveria buscar fora do

país soluções ao nossos problemas e que na nossa terra estaria a solução.

Page 6: Monografia

Com este pensamento, Artigas desenvolve o plano educacional da FAU-USP, que

une seu ideais nacionalistas com o desenvolvimento de arquitetos que defenderam e

apoiaram essa visão. Ele procurava respostas ao caos urbano de São Paulo, queria

também unir a sociedade e extinguir o individualismo que afastavam a população de

sua cidadania. Sua maior premissa

era invocar uma arquitetura que

fosse, não só organizadora do

espaço, mas sim organizadora da

sociedade.

A arquitetura, para Vilanova Artigas tinha que ser “(...) Leal e honesta com à

humanidade no seu conjunto”, e deveria respeitar a natureza, mesmo que criada e

utilizar-se de materiais como eles são, pois somos o que somos e não necessitamos

de falsas camadas para nos mostrar ao mundo.

Após o projeto do clube Paulistano, Paulo Mendes da Rocha é convidado a

lecionar junto à Artigas na FAU-USP de quem recebe grande influência com sua

ideologia e manifestação

política, a quem agradece

pelas críticas e visão.

Na criação do

edifício da FAU-USP,

Artigas consegue

unir sua visão social com a

arquitetura, criando um

edifício de porte monumental que une uma sociedade abaixo de sua cobertura para

Page 7: Monografia

que ali se desenvolva novos pensadores, pensamentos e que no seu grande salão

caramelo tenham espaço para se expressar e impor seus desejos.

Quando ocorre o golpe militar, Artigas, Paulo Mendes e Jan Meitrejan são

cassados por conta do AI-5, algo que mostra o quantos estes 3 arquitetos defendiam

suas posições políticas no desenvolvimento de seus projetos para o coletivo, ou

melhor, para a cidadania.

De Artigas, Paulo Mendes da Rocha leva a visão de que nossa arquitetura

deve ser representação de uma nação e progressista, “no sentido de não continuar

praticando o velho neocolonial ou importante formas dos países estrangeiros(...)”.

O grande conhecimento sob a engenharia de Artigas e Paulo Mendes da

Rocha libertaram suas mentes e permitiu que a arquitetura deles fossem puras e livres

de pré concepções, livres de amarras, onde o domínio estrutural não permite que a

estrutura seja algo a se solucionar e sim algo que já está imposto na arquitetura, não

tendo limites à própria imaginação do homem, uma pura e concreta visão da ideologia

nacional, onde o homem poderia avançar tecnologicamente, institucionalmente e

socialmente até o limite.

“(...) a escola paulista conseguiria transformar com grande criatividade o Brutalismo

“universal”. Indiscutivelmente Artigas e Lina Bo Bardi transfiguram acentuadamente a

linguagem do Novo Brutalismo europeu ao ponto de inaugurar uma linguagem própia e

peculiar, muitas vezes aproximando-se da estética do monstruoso, ou do grotesco (...)”

Page 8: Monografia

Princípios de Ordem

escada

Page 9: Monografia

Solução Estrutural

O conjunto estrutural assim como o tipo de material utilizado nos remete a

época do Brutalismo da escola paulista; tema já referenciado nesta monografia. O

Arquiteto Paulo Mendes da Rocha faz uso do concreto armado animalesco e

ostensível .Sob um só pilar de diâmetro de três metros e dez centímetros a capela

surge estruturada que segundo mendes em outubro de 1987 explica para o

governador “Que apareça transparente para as cumieiras da serra, sólida e cristalina;

organizada estruturalmente, enquanto construção votiva por excelência, sobre um único

pilar”

A solução estrutural começa pela implantação, sob um terreno de leve aclive utiliza-

se o engenho de arrimo em concreto que tem por definição segurar as pressões do

terreno mais alto; portanto no lado sul da edificação é recortado em forma retangular

como plataforma de 3 metros abaixo do nível do Palácio , junto a este arrimo por meio do

processo de junta dilatação que é um processo de separação física entre duas partes de

uma estrutura que permite a movimentação em ambas sem que haja transmissão de

esforços esta apenso a nave da capela, no nível 99,40; onde acontece a missas

cerimoniais e a maior quantidade de fluxos do edifício. A mesma é em estrutura de

concreto e possui angulações e dispares niveis como o 98,40 e 98,60. A solvência

estrutural é por meio de vigotas , porem ele se engasta no pilar , o que impede todos os

Page 10: Monografia

movimentos de rotação e translação entre as pecas fazendo com haja direcionamento de

forças para o núcleo rígido . O mesmo processo estrutural de engastamento acontece com

a parte do coro, o mesmo é solucionado estruturalmente com uma laje de concreto e

armações em aço.

O cobertura do igreja é feita por uma laje nervurada invertida divida em duas partes

em balanço, e que direciona suas forças para a coluna estrutural. O conceito de um pilar

ter toda esta centralidade e o principio de suportar toda estrutura em sua volta; abrolha em

uma viagem de Paulo Mendes ao Domo de Milão; ele ressalva que “A catedral é aquela

coisa enorme, gigantesca. Pouco a pouco, quando você se aproxima dos pilares, percebe

que eles têm quatro metros de diâmetro. Pertos deles, a catedral aparece pequena”. Este

edifício então é um projeto de referência para o arquiteto, não só pelo caráter estrutural ,

mas além disso; de que os pilares descomunais criam uma visão em forma de

angulações.

A funcionalidade do edifício vem a ser oportuna, e tem características de vão livre.

O caráter de dialogo entre a arquitetura e a engenharia sempre esta explicito nas obras de

Paulo mendes da rocha e que segundo ele “[...] É impossível pensar em transformações

formais se não sabe como realiza-las. Raciocina-se com a engenhosidade possível, não

se pensa com formas autônomas ou independente de uma visão fabril delas mesmas.

Quando o arquiteto risca o papel uma anotação formal , um croqui , está convocando todo

o saber necessário, mecânica dos fluidos , mecânica dos solos , maquinas e cálculos que

sabe que existem para fazer aquilo [...]” ROCHA, MENDES PAULO, Cosac & Naify , 2000,

p 71 . Percebe-se que é uma visão de que arquitetura e engenharia estão entrelaçadas ,

ao projetar eu preciso ter sapiência de ambas.

Page 11: Monografia

ENTORNO

Segundo Solot (1997?, p.4) ,para Paulo Mendes da Rocha o homem é capaz de

transformar significadamente a natureza para torna-la seu “habitat” e por isso, possui

um ideal construtivista de que a intervenção deve ser feita na totalidade do lote

homogeneamente, sem interferir na natureza, malha urbana e arquitetura, porque tudo

é construção e remete a uma rede abstrata de relações espaciais.

Ao receber o convite para projetar a Capela de São Pedro em 1987 Paulo Mendes da

Rocha possuía uma grande responsabilidade, como inseri-la sem que esta afetasse na

paisagem local e não ficasse isolada no terreno, já que este possui uma vasta área de

jardins. Sendo assim, o arquiteto optou por implanta-la junto ao Palácio Boa Vista

como forma de anexo e interligada por um túnel.

O terreno se encontra no alto de uma colina, permitindo uma visão panorâmica da

cidade e fazendo com que o Palácio possa ser avistado através de vários pontos da

cidade, porém, a capela por possuir um gabarito mais baixo e estar em nível diferente,

não pode ser avistada.

O anexo é uma forma histórica na arquitetura de novos projetos

– e não somente em intervenções – como estrutura que

contém programas de caráter distinto daqueles do edifício

principal e, portanto, relaciona-se com o território de maneira

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distinta, mas constitui elemento indissociável do conjunto e

visualmente integrado (RIOS, 2013, p. 29)

O acesso à capela só pode ser realizado por meio automotivo, pois o trajeto para

chegar ao local não possui estrutura para utilização de outros meios e, esta aberta

para visitação apenas em horário de funcionamento do museu ou quando há missas.

A capela permite uma constante visual e distribui o programa em dois níveis

horizontais mais o nível de cobertura, fazendo com que não conflite com o palácio.

Após passar a entrada principal e subir chega-se à esplanada que, concede acesso ao

palácio e a capela, mas que ainda não nos permite perceber o nível abaixo, fazendo

com que se entenda que há apenas aquele nível, porém ao se aproximar da capela,

nota-se que a mesma se estende para baixo.

Por ser um bloco monolítico com seu pilar de 3,10m de diâmetro que não nos permite

dominar o projeto a partir de um único olhar, perde-se a essência de um eixo linear ou

central, sendo assim, acaba por desenvolver-se um eixo sem fim.

Souto (2010, p. 230), sua volumetria difere-se totalmente da volumetria do palácio, já

que, o palácio possui uma arquitetura solida e vertical, enquanto a capela se

apresenta na forma de um prisma com sua cobertura de concreto que parece flutuar

sobre o terreno. Por ser uma construção horizontal que possui aparentemente apenas

um pavimento, acaba se tornando de certa forma submissa ao palácio. A

transparência do vidro que a circunda, permite integrá-la com a paisagem de forma

sólida e cristalina, fazendo com que não haja limite entre a arquitetura e a natureza,

mas sim um plano etéreo da eternidade.