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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL SEMIRAMIS YONARA VALADARES LIMA INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS NO TEMPO DE PEGA DO GESSO DE CONSTRUÇÃO MOSSORÓ-RN 2013

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Page 1: Monografia Andlêr

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIIENTAIS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

SEMIRAMIS YONARA VALADARES LIMA

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS NO TEMPO DE

PEGA DO GESSO DE CONSTRUÇÃO

MOSSORÓ-RN

2013

Page 2: Monografia Andlêr

SEMÍRAMIS YONARA VALADARES LIMA

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS NO TEMPO DE

PEGA DO GESSO DE CONSTRUÇÃO

Monografia apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,

Departamento de Ciências Ambientais e

tecnológicas para a obtenção do título de

Bacharela em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dra. Sc. Marilia Pereira

de Oliveira – UFERSA

MOSSORÓ-RN

2013

Page 3: Monografia Andlêr

SEMÍRAMIS YONARA VALADARES LIMA

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS NO TEMPO DE

PEGA DO GESSO DE CONSTRUÇÃO

Monografia apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,

Departamento de Ciências Ambientais e

Tecnológicas para a obtenção do título de

Bacharela em Engenharia Civil.

Page 4: Monografia Andlêr

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e

Catalogação Da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA.

L732i Lima, Semíramis Yonara Valadares.

Influência da adição de substâncias orgânicas no tempo

de pega do gesso de construção / Semíramis Yonara

Valadares Lima. – Mossoró, RN : 2013. 61f. : il.

Orientador: Profº. Dr. Sc. Marilia Pereira de Oliveira.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal Rural

do Semi-Árido, Graduação em Engenharia Civil, 2013.

1. Gesso. 2. Tempo de pega. 3. Aditivos Orgânicos.

I. Título.

CDD: 691.9 Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo

CRB-5/1033

Page 5: Monografia Andlêr

AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida, pelas oportunidades, pelas bênçãos e pela família que me deu.

Aos meus pais, Rosângela Silva Valadares Lima e Francisco Valadares Filho pelo fato

de nunca me abandonar e sempre aconselhar para o melhor caminho.

Ao meu esposo, Jônatas Marques de Andrade, por sempre me apoiar em todos os

momentos.

Aos amigos que estiveram presentes em todas as situações.

A minha orientadora, Marilia Pereira de Oliveira, pela paciência e amizade que foi

muito importante durante todo o trabalho.

Page 6: Monografia Andlêr

RESUMO

O gesso é um dos mais antigos materiais de construção utilizado pelo homem.

Algumas de suas propriedades lhe confere vantagens, como estabilidade volumétrica,

isolamento térmico e acústico, e resistência ao fogo. Este trabalho teve como objetivo

estudar a influência de algumas substâncias orgânicas (limão, leite em pó e clara de

ovo) no tempo de pega do gesso de construção. Os teores encontrados que retardam o

início de pega para 1 h foram: 0,33% do suco de limão, 1% do leite em pó e 2,33% da

clara de ovo. O tempo de pega foi acompanhado por meio da agulha de vicat. Em

relação à consistência das pastas observou-se que quando a relação a/g permanece

constante, a fluidez das pastas de gesso aumenta com a adição do suco do limão e clara

de ovo, melhorando a trabalhabilidade das referidas, porém, em presença do leite em pó

esta propriedade é prejudicada.

Palavras-chave: Gesso. Tempo de pega. Aditivos orgânicos.

.

Page 7: Monografia Andlêr

ABSTRACT

The plaster is one of the oldest construction materials used by man. Some of its

properties confer advantages such as volumetric stability, thermal and acostic isolation

and fire resistance. This research intended to study the influence of some organic

substances (lemon, milk powder and the white of an egg) in the setting time of the

plaster construction. The concentrations found that delay the onset of handle for 1 h

were 0.33% of lemon juice, 1% of milk powder and 2.33% off the white of an egg. The

setting time was monitored by a Vicat needle. In relation to the consistency of the pastes

was observed that when the ratio a/g remains constant, the fluidity of the plaster binders

increases with the addition of lemon juice and the white of an egg improving the

workability of these, however, in the presence of milk powder, this property is impaired.

Keywords: Plaster. Setting time. Organic additives.

Page 8: Monografia Andlêr

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Casa feita de gesso apresentada pelo Sindicato da indústria do gesso do

Estado de Pernambuco, durante o evento Casa Cor em Recife.......................................17

Figura 2 - Pirâmide de Quéops........................................................................................18

Figura 3 – Extração da Gipsita........................................................................................20

Figura 4 - Cristais do hemidrato alfa: cristais grandes (em torno de 20 μm), bem

formados e sem poros......................................................................................................22

Figura 5 – Cristatis do hemidrato beta: Cristais pequenos (menor que 10 μm), mal

formados e porosos..........................................................................................................23

Figura 6 - Curva típica de calor de hidratação de pastas de gesso..................................27

Figura 7 – Forro de gesso................................................................................................32

Figura 8 - Acabamento de gesso......................................................................................32

Figura 9 - Curva de calor de hidratação de pastas de gesso em presença de ácido

cítrico...............................................................................................................................34

Figura 10 - Curva de calor de hidratação de pastas de gesso em presença de caseína....35

Figura 11 - Panteão de Roma..........................................................................................36

Figura 12 - Estrutura química do ácido cítrico................................................................39

Figura 13 - Relação entre pH e fator de retardamento das pastas de gesso.....................40

Figura 14 - Variação da condutividade versus tempo para a hidratação da suspenção de

sulfato de cálcio hemidratado à 50 g/l e à 20ºC em uma solução pura e na presença de

aditivos, com uma concentração incial de 1000 ppm......................................................41

Figura 15 - Modelo de micela de caseína........................................................................42

Figura 16 - Pesagem do gesso para preparação dos moldes............................................43

Page 9: Monografia Andlêr

Figura 17 - Limoeiro do qual foi retirado os limões utilizados nos experimentos..........44

Figura 18 - Limoeiro do qual foi retirado os limões utilizados nos experimentos..........45

Figura 19 - Medição da água e do aditivo para preparo da solução................................45

Figura 20 - Pesagem de 5 g de leite em pó......................................................................46

Figura 21 - Adição de 5 g de leite em pó a 300 g de gesso.............................................46

Figura 22 - Ovo utilizado nos experimentos...................................................................47

Figura 23 - Clara de ovo separada da gema.....................................................................47

Figura 24 - Adição de 5 mL de clara de ovo à 150 mL de água de amassamento..........48

Figura 25 - Descanso por 2 min da pasta de gesso com adição de 1,5 mL do suco do

limão................................................................................................................................50

Figura 26 - Mistura homogênea da pasta com adição do suco do limão.........................50

Figura 27 - Realização do ensaio de tempo de pega através da agulha de Vicat............51

Figura 28 - À esquerda tem-se a pasta de gesso com adição de 1,5 mL do suco do

limão................................................................................................................................52

Figura 29 - À direita tem-se a pasta de gesso com adição de 5 g do leite em pó (caseína).

É possível visualizar claramente a diferença de consistência das pastas.........................52

Figura 30 - Pasta de gesso com adição de 6 mL de clara de ovo....................................53

Figura 31 - Influência do suco de limão na pega.............................................................54

Figura 32 - Influência do leite em pó na pega.................................................................55

Figura 33 - Influência da clara de ovo na pega................................................................55

Page 10: Monografia Andlêr

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Exigências Físicas e Mecânicas do gesso para Construção Civil..................28

Tabela 2 - Exigências físicas do gesso para construção civil..........................................29

Tabela 3 - Quantidade de material utilizado na preparação das pastas...........................49

Tabela 4 - Tempos médios de início e fim de pega para cada teor de aditivo.................53

Page 11: Monografia Andlêr

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

a.C. – Antes de Cristo

a/g – Quantidade de água/peso gesso;

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral;

GC – Gesso Controle;

GL – 1 – Gesso e Limão (concentração 1);

GL – 2 – Gesso e limão (concentração 2);

GL – 3 – Gesso e limão (concentração 3);

GLP – 1 – Gesso e Leite em Pó (concentração 1);

GLP – 2 – Gesso e Leite em Pó (concentração 2);

GLP – 3 – Gesso e Leite em Pó (concentração 3);

GCO – 1 – Gesso e Clara de Ovo (concentração 1);

GCO – 2 – Gesso e Clara de Ovo (concentração 2);

GCO – 3 – Gesso e Clara de Ovo (concentração 3);

g – grama;

g/l – Gramas/litro;

h – Hora;

Kg – Quilograma;

Kg/m³ - Quilograma/metro cúbico;

KPa – Quilo pascal;

LTDA – Sociedade limitada;

mL – Mililitro;

min – Minuto;

mm – Milímetro;

mg/mL – Miligrama/mililitro;

MPa – Mega pascal;

m² - Metros quadrados;

N/mm² - Newton/milímetro quadrado;

pH – Potencial hidrogeniônico;

ppm - Partes por milhão;

R$ - Real;

Page 12: Monografia Andlêr

β – Beta;

α – Alfa;

μm – Micrômetro;

ºC - Grau Celsius;

% - Por cento;

’ – Minuto;

” – Segundo;

Page 13: Monografia Andlêr

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 15

2.1 GERAL ..................................................................................................................... 15

2.2 ESPECÍFICOS ......................................................................................................... 15

3 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................16

4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 18

4.1 O GESSO .................................................................................................................. 18

4.1.1 Histórico ............................................................................................................... 18

4.1.2 Processo de produção .......................................................................................... 19

4.1.2.1 Extração .............................................................................................................. 20

4.1.2.2 Moagem .............................................................................................................. 21

4.1.2.3 Calcinação .......................................................................................................... 21

4.1.2.4 Pulverização e embalagem ................................................................................. 24

4.1.3 Gesso para a Construção Civil ........................................................................... 24

4.1.3.1 Gesso para fundição............................................................................................ 24

4.1.3.2 Gesso para revestimento ..................................................................................... 25

4.1.3.3 Gessos especiais ................................................................................................. 25

4.1.4 Mecanismo de Hidratação e Pega do Gesso ...................................................... 26

4.1.5 Propriedades ........................................................................................................ 28

4.1.5.1 Isolamento térmico e resistência ao fogo ........................................................... 29

4.1.5.2 Isolamento acústico ............................................................................................ 30

4.1.5.3 Aderência ao substrato........................................................................................ 30

4.1.5.4 Resistência Mecânica ......................................................................................... 30

4.1.6 Aplicações ............................................................................................................. 30

4.2 PEGA ........................................................................................................................ 32

4.2.1 Fatores que influenciam no tempo de pega da pasta de gesso ......................... 33

4.3 ADITIVOS ............................................................................................................... 35

4.3.1 Histórico ............................................................................................................... 35

4.3.2 Definição ............................................................................................................... 37

4.3.3 Classificação ......................................................................................................... 37

4.3.4 Ácido Cítrico ........................................................................................................ 39

4.3.5 Caseína .................................................................................................................. 41

4.3.6 Albumina .............................................................................................................. 42

5 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 43

5.1 GESSO ..................................................................................................................... 43

5.2 ADITIVOS RETARDADORES .............................................................................. 43

5.3 PREPARAÇÃO DAS PASTAS DE GESSO ........................................................... 48

5.4 ENSAIO DE TEMPO DE PEGA ............................................................................. 50

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 52

6.1 INFLUÊNCIA DOS ADITIVOS NA CONSISTÊNCIA DA PASTA .................... 52

6.2 INFLUÊNCIA DOS ADITIVOS NO TEMPO DE PEGA ...................................... 53

7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 57

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 58

Page 14: Monografia Andlêr

13

1 INTRODUÇÃO

Enquanto a tecnologia vem modificando a história da sociedade, os impactos

ambientais resultantes dessas modificações não podem mais ser avaliados de maneira

isolada dos contextos socioeconômicos, políticos e culturais em que estas

transformações se inserem.

O desenvolvimento e a aplicação de qualquer tecnologia resultam no uso e na

degradação de recursos naturais, com a consequente geração de resíduos, consumo de

energia e de outros insumos.

O gesso se comparado à fabricação do cimento Portland é considerado um

aglomerante menos agressivo ao meio ambiente, pois é produzido em temperatura

relativamente baixa, aproximadamente 150oC, liberando apenas água na atmosfera,

enquanto que, para obter o clínquer do cimento Portland é necessário cerca de 1400oC

de temperatura, liberando gás carbônico.

No Brasil a maior utilização do gesso é em forros, revestimentos e em paredes

divisórias (blocos) ou painéis de gesso acartonado. Ele possui propriedades bastante

atrativas para produção de revestimento, tais como, boa aderência aos substratos,

ausência de retração por secagem, e excelente acabamento superficial. Além disso,

possui boas propriedades térmicas e acústicas, bem como resistência ao fogo.

Composto basicamente por sulfato de cálcio hemidratado (CaSO4.0,5H2O) e

anidros de cálcio, o gesso é resultado da calcinação do mineral gipsita (CaSO4.2H2O) a

aproximadamente 150ºC.

Segundo BALTAR (2009), a quantidade de água necessária

estequiometricamente é de 18,6 g para cada 100 g de gesso. Mas, para que se atinja a

trabalhabilidade adequada, é necessária uma maior quantidade de água de amassamento,

o que acaba provocando o surgimento de poros devido à evaporação da água excedente

e, consequentemente, diminuição da resistência mecânica do produto final.

Sendo assim, almejando-se melhorar a trabalhabilidade no estado fresco e as

propriedades mecânicas no estado endurecido, faz-se o uso de aditivos que conforme

suas características podem desempenhar diferentes funções, tais como: modificadores

do tempo de pega, espessantes, agentes retentores de água, fluidificantes, entre outras.

Page 15: Monografia Andlêr

14

Neste trabalho foi estudada a influência da adição de substâncias orgânicas no

tempo de pega do gesso de construção. O acompanhamento deste tempo foi feito através

da agulha de Vicat e conforme a NBR 12128 (ABNT, 1991).

Page 16: Monografia Andlêr

15

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Estudar a influência de algumas substâncias retardadoras no tempo de pega do

gesso de construção.

2.2 ESPECÍFICOS

- Analisar a influência de substâncias orgânicas retardadoras (suco do limão,

leite em pó e clara de ovo) no tempo de pega do gesso de construção, permitindo manter

a trabalhabilidade das mesmas por um período de tempo maior, já que esta é afetada

pelo rápido endurecimento da pasta;

- Avaliar o percentual de adição que proporciona trabalhabilidade das pastas por

um período de tempo maior.

Page 17: Monografia Andlêr

16

3 JUSTIFICATIVA

O atual aquecimento da construção civil associado à falta de matéria-prima e

mãos de obra qualificada leva o mercado a buscar materiais alternativos cujo processo

executivo seja mais eficiente e veloz, e também necessitem de menor quantidade de

mão de obra.

O gesso pode ser considerado um material de ótima performance do ponto de

vista ecológico, já que pode ser obtido a temperatura relativamente baixas e libera

apenas água na atmosfera.

Possui inúmeras vantagens quando comparado com a argamassa de cimento e

cal aplicada nos revestimentos. Entre elas pode-se citar aplicação em uma única camada

de espessura máxima 5 mm, havendo assim economia de material e mão de obra, uma

vez que os revestimentos tradicionais são aplicados em três camadas (chapisco, emboço

e reboco).

Outra vantagem está relacionada ao tempo de aplicação, uma vez que nas

argamassas tradicionais a camada de emboço deve ser aplicada 3 dias após a aplicação

do chapisco, e o reboco 7 dias após aplicação do emboço, sendo necessário 21 dias para

execução de acabamento decorativo (NBR 7200 (ABNT, 1998)), enquanto que as pastas

de gesso necessitam de apenas uma semana para receber o mesmo acabamento

(HENAO e CINCOTTO, 1997, apud HINCAPIE et al. 1996a).

Com relação à trabalhabilidade, uma das características mais importantes das

pastas e argamassas em geral, possibilita que estas sejam de fácil aplicação. Nas

argamassas, a trabalhabilidade é influenciada pela composição, forma e finura dos

agregados, já o gesso, por ser um material de elevada finura, resulta em pastas de

elevada trabalhabilidade, porém esta é afetada pelo rápido endurecimento deste

material. Com isto, grande parte das pesquisas internacionais sobre gesso está

relacionada a aditivos retardadores (HENAO e CINCOTTO, 1997).

A utilização de aditivos vem sendo empregada com intuito de obter-se produtos

melhorados, com maior valor agregado. Apesar da relevância, existem poucas

publicações relacionadas ao tema no Brasil.

Segundo SINDUSGESSO (Sindicato da indústria do gesso do Estado de

Pernambuco) (2007) uma casa de gesso (figura 1) de 60 m² custa R$ 20 mil, fica pronta

em 15 dias e economiza 30% em relação à alvenaria tradicional.

Page 18: Monografia Andlêr

17

Sendo assim, as habitações de interesse social podem ser favorecidas pelo baixo

custo, rapidez de execução, dentre outras características dos produtos de gesso.

Figura 1: Casa feita de gesso apresentada pelo Sindicato da indústria do gesso do

Estado de Pernambuco, durante o evento Casa Cor em Recife.

Fonte: SINDUSGESSO (Sindicato da Indústria do Gesso do Estado de Pernambuco) (2006).

Page 19: Monografia Andlêr

18

4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 O GESSO

4.1.1 Histórico

O gesso é um dos mais antigos materiais de construção utilizado pelo homem. A

sua primeira aplicação remonta do 8º milênio a.C., sendo utilizado, nas ruínas da

Turquia e da Síria, como suporte em afresco decorativo e na fabricação de recipientes.

Nas ruínas da cidade de Jericó, no milênio 6º a.C., encontrou-se registro daquele

em moldagens e modelagens. Ele também tem seu papel de destaque na grande

pirâmide erguida por Quéops (figura 2), rei do Egito da 4ª dinastia em 2.800 anos antes

da nossa era.

Figura 2: Pirâmide de Quéops.

Fonte: http://obviousmag.org/archives/2008/01/os_grandes_geni.html, acessado em 20/05/2013.

Theofraste, discípulo de Arístoteles e Platão, citou em seu “Tratado de Pedra” a

existência de gesseiras em Chipre, na Fenícia e na Síria, e mostrava que o gesso era

Page 20: Monografia Andlêr

19

utilizado, como argamassa, para a ornamentação, nos afrescos e na confecção de

estátua. Na África, os bárbaros utilizaram um gesso de altíssima resistência para

construção de barragens e canais.

Na França, foi bastante utilizado na fabricação de sarcófagos decorados, e no

século XVIII, 75% dos hotéis e as totalidades de prédios públicos e populares eram

feitos em panos de madeira e argamassa de gesso (MPGESSO, 2013).

No século XIX, os trabalhos de diversos autores, como o de Van t´Hoff e,

principalmente, o de Lê Chatelier, permitiram uma abordagem científica para a

desidratação da gipsita.

A partir do século XX, em função da evolução industrial, os equipamentos para

a produção do gesso deixaram de ser incipientes e passaram a agregar maior tecnologia.

Esta melhoria tecnológica facilitou as formas de emprego pelo homem, principalmente

após as descobertas de métodos para controlar o tempo de pega que permitiu sua

utilização como material aglomerante na construção civil.

Atualmente é um produto bastante utilizado naquela, principalmente quando se

trata de acabamento interno, tal como revestimento de paredes, já que permite a

produção de componentes com características de isolamentos térmico, acústico e de

proteção ao fogo.

4.1.2 Processo de produção

Segundo Agopyan (1989), o gesso é um dos três aglomerantes disponíveis para a

construção civil no país, os outros dois são o cimento Portland e a cal. A matéria-prima

natural mais empregada para a produção daquele é a gipsita, uma rocha presente em

várias partes do mundo.

O Estado do Rio Grande do Norte foi o pioneiro no Brasil na produção do gesso

desde 1938. Fixou a posição de maior produtor nacional durante 20 anos, sendo liderado

pelo grupo Rosado (RIBEIRO, 2006). O elevado capeamento, da ordem de 20 m, e a

pequena espessura da camada de gipsita, em torno de 5 m, inviabilizaram a

continuidade da atividade mineradora. Em 1990 o Departamento Nacional de Produção

Mineral (DNPM) tornou sem efeito a concessão, na qual o grupo Gesso Mossoró

Page 21: Monografia Andlêr

20

LTDA. (grupo Rosado) era titular, colocando a jazida em disponibilidade para lavra,

mas não houve atratividade para nenhum investidor.

Em 1960, o Estado de Pernambuco ganhou destaque como maior produtor de

gipsita do país, mantendo-se com esta posição até os dias atuais.

De acordo com dados apresentados pelo SINDUSGESSO (Sindicato da Indústria

do Gesso do Estado de Pernambuco) (2013), o Estado de Pernambuco possui uma

reserva estimada em 1,22 bilhões de toneladas daquela rocha, sendo uma das mais

importantes e expressivas do mundo, principalmente pelo alto teor de pureza do gesso.

O processo de produção do gesso envolve basicamente cinco etapas: extração da

gipsita, moagem, calcinação, pulverização e embalagem.

4.1.2.1 Extração

A extração da gipsita (figura 3) engloba equipamentos perfuratrizes, pás

mecânicas, tratores e outros. O desmonte do minério é feita através de explosivos que

gera diferentes tamanhos de blocos.

Figura 3: Extração de gipsita

Fonte: Ribeiro (2004).

Page 22: Monografia Andlêr

21

4.1.2.2 Moagem

Após extração dos blocos de gipsita, esses são britados com intuito de reduzir

sua granulometria, em torno de 20 mm, de modo que se adeque ao forno de calcinação.

4.1.2.3 Calcinação

A produção do gesso se dá pela desidratação térmica da gipsita (equação 1) a

temperaturas relativamente baixas (140ºC-160ºC). A partir desta calcinação, o sulfato

de cálcio diidrato perde água, liberando-a na atmosfera. Com isso obtêm-se o hemidrato

ou gesso (CaSO4.1/2H2O).

CaSO4.2H2O + energia (140ºC) → CaSO4.½H2O + 1,5H2O (1)

Gipsita (diidrato) + calor → gesso (hemidrato) + água

De acordo com o processo de produção, pode-se obter dois tipos de hemidrato.

Se a desidratação é obtida em autoclave a pressões superiores a 100 KPa, ocorre a

formação de um produto bem cristalizado denominado hemidrato α. Já se a desidratação

ocorrer à pressão atmosférica, com pressão parcial de vapor de água baixa, obtém-se um

sólido microporoso, mal cristalizado, denominado hemidrato β (CINCOTTO et al.,

1998). Segundo Kanno (2009), o gesso α (figura 4) possui cristais maiores, bem

definidos, homogêneos e estrutura cristalina levemente diferente dos cristais do gesso β

devido à calcinação ocorrer sob pressão dentro de autoclaves.

Page 23: Monografia Andlêr

22

Figura 4: Cristais do hemidrato alfa: cristais grandes (em torno de 20 μm), bem

formados e sem poros.

Fonte: Kanno (2009).

O gesso beta (figura 5) contém elevada área superficial específica devido a sua

granulometria fina e cristais porosos, necessitando assim de uma elevada quantidade de

água para sua conformação. Sendo assim, constitui um material de baixa resistência

mecânica devido à elevada porosidade. Já o gesso alfa possui uma menor área

superficial específica devido aos seus cristais grandes, bem formados e sem poros.

Como conseqüência da reduzida área específica, a dissolução dos cristais do hemidrato

alfa torna-se mais lenta, e os cristais do diidrato crescem lentamente e de maneira

ordenada, resultando num material de baixa porosidade e com maior resistência

mecânica.

Page 24: Monografia Andlêr

23

Figura 5: Cristais do hemidrato beta: Cristais pequenos (menor que 10 μm), mal

formados e porosos.

Fonte: Kanno (2009).

Dependendo da temperatura e do tempo de permanência no forno pode-se obter

outros produtos como resultado da calcinação. A anidrita III (CaSO4.ɛH2O) é a fase

intermediária do hemidrato e da anidrita II (insolúvel) formada entre 160ºC e 200ºC,

podendo conter água de cristalização variável de 0,06 a 0,11 moléculas de água. Por ser

muito reativa transforma-se em hemidrato com a umidade do ar, processo chamado de

“estabilização do gesso”. Já a anidrita II (insolúvel) é obtida entre temperaturas de

250ºC a 800ºC, enquanto que a anidrita I acima desta última. Essa constitui uma fase

definida, mas não pura, por conter óxido de cálcio devido à dissociação térmica do

sulfato de cálcio a partir de 900ºC. Após resfriamento transforma-se em anidrita II.

Segue abaixo as reações de formação das anidritas citadas (equação 2 e equação 3):

CaSO4.2H2O + energia (160ºC) → CaSO4 + 2H2O (2)

Gipsita (diidrato) + calor → anidrita solúvel + água

CaSO4.2H2O + energia (>250ºC) → CaSO4 + 2H2O (3)

Gipsita (diidrato) + calor → anidrita insolúvel + água

Page 25: Monografia Andlêr

24

4.1.2.4 Pulverização e embalagem

O gesso na forma de pó fino é obtido através da pulverização do material

calcinado em moinhos especiais combinados com crivos. Após este processo, ocorre o

ensacamento em embalagens de sacos multifoliados conforme NBR – 13207 (ABNT,

1994) - gesso para construção civil – Especificações.

4.1.3 Gesso para a Construção Civil

No mercado nacional, pode-se encontrar três tipos de gesso para a construção,

são eles: gesso para revestimento, gesso para fundição e gessos especiais, sendo

regulamentado apenas os dois primeiros.

4.1.3.1 Gesso para fundição

É o gesso utilizado na fabricação de elementos e/ou componentes para a

construção civil (NBR 13207 (ABNT, 1994)), como blocos, placas, divisórias,

elementos decorativos e outros.

É composto basicamente por hemidrato β (CaSO4.0,5H2O), podendo conter

frações de anidrita solúvel (CaSO4.εH2O) (PERES; BENACHOUR; SANTOS, 2001,

apud PINHEIRO, 2011).

Conforme NBR 13207 (ABNT, 1994), existem dois tipos de gesso para

fundição, cuja diferença está na sua granulometria: o gesso fino para fundição, quando

seu módulo de finura é menor que 1,10; e o gesso grosso para fundição, quando seu

módulo de finura é maior que 1,10.

Ainda conforme a NBR 13207 (ABNT, 1994), os tempos de pega para esses dois

gessos devem ser: entre 4 e 10 min para o início de pega e entre 20 e 45 min para o final

da pega.

Page 26: Monografia Andlêr

25

4.1.3.2 Gesso para revestimento

É o gesso produzido para revestimentos de paredes, lajes e tetos. É composto

essencialmente por hemidrato β (CaSO4.0,5H2O) e anidrita insolúvel (CaSO4), podendo

conter aproximadamente 2% de impurezas, tais como, sílica, argilas, óxido de ferro e

alumínio, entre outros (PERES; BENACHOUR; SANTOS, 2001, apud PINHEIRO,

2011).

Ele pode ser produzido com duas granulometrias diferentes: o gesso grosso para

revestimento, com módulo de finura maior que 1,10; e o gesso fino para revestimento,

com módulo de finura menor que 1,10 (NBR 13207 (ABNT, 1994)). O tempo de pega é

adequado, quando o início de pega é maior que 10 min e o fim de pega é maior que 45

min (NBR 13207 (ABNT, 1994)).

4.1.3.3 Gessos especiais

Esses gessos são produzidos a partir dos gessos básicos, com adições de

substâncias auxiliares, que conferem ao gesso produzido características necessárias a

aplicações específicas (PINHEIRO, 2011).

Segundo Peres, Benachour e Santos (2001, apud PINHEIRO, 2011), as

substâncias auxiliares, tais como agregados finos, aditivos e corantes, possuem as

seguintes finalidades:

(i) Agregados finos: Geralmente são utilizados em argamassas autonivelantes,

massas de acabamento e cola de gesso. Os agregados usados são areias e pó de

calcário, com granulometria bem definida;

(ii) Aditivos: Objetivam a modificação de propriedades específicas do material

produzido. Em geral, os aditivos usados são retardadores de pega, para manter a

trabalhabilidade do material por um período de tempo maior; os retentores de

água; os reforçadores de aderência, que melhoram a aderência das pastas de

gesso; os plastificantes, que aumentam a fluidez das pastas com intuito de se

obter melhoras na resistência mecânica; entre outros.

Page 27: Monografia Andlêr

26

4.1.4 Mecanismo de Hidratação e Pega do Gesso

Os trabalhos de Lê Chatelier e Lavosier demonstraram que a conformação do

gesso se dá pelo processo de “dissolução-precipitação”. Segundo Kanno (2009) este

processo foi confirmado em 1969 por Ridge e Beretka e envolve a dissolução dos

cristais do hemidrato na água seguido da nucleação e crescimento dos cristais do

diidrato.

A hidratação do gesso ocorre a partir do momento que este entra em contato com

a água, e pode ser observada pela seguinte reação (equação 4):

CaSO4.0,5H2O + 1,5 H2O → CaSO4.2H2O + calor (4)

Gesso (hemidrato) + água → gipsita (diidrato) + calor

O mecanismo acima envolve três etapas (OLIVEIRA, 2009):

(i) Fenômeno químico da dissolução: Ao entrar em contato com a água, o

hemidrato dissolve-se originando uma solução supersaturada de íons

Ca+2

e SO4-2

. Essa, por sua vez, originará hidratos que compõem os

núcleos dos diidratos (CaSO4.2H2O);

(ii) Fenômeno físico da cristalização: Os íons se depositam sobre os núcleos

dos diidratos sob forma de agulhas entrelaçadas;

(iii) Fenômeno mecânico do endurecimento: Ocorre com o aumento do

número de cristais que se precipitam.

Portanto, o hemidrato que esta em contato com a água, originando uma solução

supersaturada de íons Ca+2

e SO4-2

, começa a cristalizar sob a forma de diidrato. Este,

por ser menos solúvel do que os cristais do hemidrato, vai se acumulando até atingir um

número crítico de cristais, dando início ao tempo de pega. Com a continuação do

processo, ocorrerá o entrelaçamento dos cristais do diidrato e o ganho de resistência

mecânica, tendo então o endurecimento do gesso. Esse fenômeno físico é também

denominado de pega do gesso.

Segundo Murat et al. (1975, apud HINCAPIE e CINCOTTO, 1997), é possível

obter-se dois tipos de composição cristalina: cristais formados a partir de poucos

Page 28: Monografia Andlêr

27

núcleos, possuindo tamanho grande, ou a partir de numerosos núcleos, possuindo

tamanho pequeno. Para cristais formados a partir de numerosos núcleos, o tempo

necessário para que esses cresçam e fiquem entrelaçados uns com os outros, será menor.

Portanto, o seu tempo de pega também será menor (BALTAR, 2009).

A presença de impurezas no meio aceleram a pega por funcionarem como

núcleo de cristalização (CLIFTON, 1973; LEWRY; WILLIAMSON, 1994c; JOHN;

apud ANTUNES, 1999).

A hidratação é um processo exotérmico que libera energia em forma de calor. Os

hemidratos e as anidritas (CaSO4) são as fases responsáveis pela liberação de calor

durante a hidratação do gesso. A quantidade de anidrita presente no gesso deve ser a

menor possível, pois uma quantidade elevada pode ocasionar problemas, como

microfissuras e alterações no seu tempo de pega, provocando um endurecimento mais

rápido. Para evitar o excesso de anidrita deve-se controlar a temperatura de calcinação

que não deve ultrapassar 160 ºC.

Clifton (1973, apud ANTUNES, 1999), estudou as fases da reação de hidratação

do gesso e analisou a influência de vários aditivos modificadores de pega na reação. O

mesmo explicou o fenômeno da pega das pastas de gesso através das curvas do calor de

hidratação (figura 6) obtidas por meio da calorimetria pseudo-adiabática (HINCAPIE e

CINCOTTO, 1997).

Figura 6: Curva típica de calor de hidratação de pastas de gesso

Fonte: Antunes (1999)

Page 29: Monografia Andlêr

28

A interpretação dessas curvas calorimétricas foi demonstrada por Clifton (1973,

apud ANTUNES, 1999), e segue abaixo:

1) Ocorre uma pequena hidratação seguida do período de indução (período

de formação dos núcleos de cristalização) que é finalizada com o início

de pega. Conforme Ridge (1959, apud HINCAPIE e CINCOTTO 1997),

este início é definido como o tempo necessário para que a taxa de

elevação de temperatura seja maior do que 0,1 ºC/min;

2) Há uma elevação rápida da temperatura, isto é, uma evolução rápida da

reação de hidratação, ocorrendo precipitações dos hidratos e formações

dos cristais;

3) Nesta região a reação atinge o ponto de máximo incremento de

temperatura, com a conclusão da hidratação, e consequentemente, o final

da pega. A seguir, a velocidade de reação decresce progressivamente

(JOHN; CINCOTTO, 2007, apud PINHEIRO, 2011).

4.1.5 Propriedades

O gesso possui diversas propriedades que viabiliza seu uso na construção civil.

Segundo a NBR 13207 (ABNT, 1994) - gesso para construção civil – Especificações,

NBR 12127 (ABNT, 1991) – Gesso para Construção – Determinações das propriedades

físicas do pó, e NBR 12129 (ABNT, 1991) – Gesso para Construção – Determinação

das propriedades mecânicas, ele deve atender as seguintes propriedades físico-mecânica

(tabela 1):

Tabela 1: Exigências Físicas e Mecânicas do gesso para Construção Civil.

Determinações Físicas e

Mecânicas

Unidade Limites

Resistências a Compressão Mpa >8,4

Dureza N/mm² >30,00

Massa unitária Kg/m³ >700,00

Fonte: NBR 13207.

Page 30: Monografia Andlêr

29

Ainda segundo a NBR 13207 (ABNT, 1994) – gesso para construção civil – o

gesso deve atender as seguintes exigências físicas (tabela 2):

Tabela 2: Exigências físicas do gesso para construção civil.

Classificação do Gesso Tempo de Pega (min)

(NBR 12128)

Módulo de

Finura

Início Fim (NBR

12127)

Gesso fino para revestimento >10 >45 <1,10

Gesso grosso para

revestimento

>10 >45 >1,10

Gesso fino para fundição 4 - 10. 20 – 45 <1,10

Gesso grosso para fundição 4 - 10. 20 – 45 >1,10

Fonte: NBR 13207.

As propriedades específicas a ele inerentes como elevada plasticidade da pasta,

lisura da superfície endurecida e estabilidade volumétrica torna-o um aglomerante

adequado para construção civil (AGOPYAN, 1989). Além dessas destaca-se isolamento

térmico e acústico, a aderência ao substrato e resistência mecânica.

4.1.5.1 Isolamento térmico e resistência ao fogo

O gesso é um dos materiais de construção com melhor resistência ao fogo.

Como se sabe, o diidrato se decompõe a baixas temperaturas, perdendo de 1,5 a 2

moléculas de água por molécula de sulfato. Assim sendo, durante um incêndio, o calor

gerado pelo aumento da temperatura é consumido na evaporação daquelas moléculas,

retardando a propagação daquele e dos danos à vedação.

Pela facilidade de perda e ganho de água, o diidrato contribui no equilíbrio da

umidade relativa do ar, principalmente de ambientes climatizados.

Page 31: Monografia Andlêr

30

4.1.5.2 Isolamento acústico

Segundo Sousa (2009), o desempenho acústico dos materiais constituídos de

gesso depende da sua capacidade de isolar, absorver ou descontinuar caminhos para

transmissão do som (pontes acústicas).

4.1.5.3 Aderência ao substrato

Possui boa aderência a diferentes tipos de substratos, tais como tijolos, pedras

naturais e ferro, com exceção das superfícies de madeira. Em meio aquoso, o sulfato

corroe os metais ferrosos, sendo necessário, nestas circunstâncias, um tratamento

protetor.

4.1.5.4 Resistência Mecânica

A resistência mecânica é definida como a manutenção da integridade física dos

produtos a base de gesso, quando estes são submetidos à esforços de tração,

compressão, cisalhamento, impacto ou desgaste. As propriedades mecânicas decrescem

com o crescimento da relação água/gesso, na medida em que aumenta a porosidade dos

produtos confeccionados com esse material.

Sendo assim, a influência que a relação água/gesso tem nas propriedades

mecânicas está relacionada, principalmente, a porosidade das pastas.

4.1.6 Aplicações

O gesso encontra aplicações na medicina, na indústria da construção civil e em

outros campos. É usado na agricultura, sob a denominação de gesso agrícola, como

Page 32: Monografia Andlêr

31

nutriente e condicionador de solos. Atua na correção da acidez superficial desses com

alta saturação de alumínio. Isso impede o crescimento do sistema radicular das plantas.

Sendo assim o gesso reage com o alumínio nas camadas mais profundas do solo

reduzindo sua toxicidade.

No setor industrial sua grande aplicação é na produção do cimento, onde é

adicionado ao clínquer como retardador de pega. Seu maior mercado encontra-se nos

seguintes segmentos:

(i) Construção civil: Pré - moldados (placas de forro (figura 7), blocos

divisória, placas de gesso acartonado e decoração) e revestimento de

paredes (figura 8);

(ii) Indústrias diversas: Fundição de peças cerâmicas e metalúrgicas,

aglomerante do giz, moldes na ortopedia, prótese dental, em obras

artísticas e na fabricação de plásticos, além de outros usos potenciais

ainda incipientes no Brasil, como, isolante térmico e acústico em mistura

com outros materiais.

Segundo a Brasil Gypsun Magazine (2010), o Rio Grande do Norte entra cada

vez mais na rota do gesso. Seguindo uma tendência crescente no Brasil, o gesso vem

sendo bastante utilizado, principalmente como blocos para alvenaria interna, e forro em

placas. A escolha deste insumo como material de construção deve-se a fatores como

rapidez na execução, redução de resíduos em comparação às alvenarias cerâmicas

tradicionais, e o conforto térmico.

Page 33: Monografia Andlêr

32

Figura 7: Forro de gesso.

Fonte: http://artedogessoorlando.blogspot.com/2009/07/arte-do-gesso.html, acessado em

20/05/2013.

Figura 8: Acabamento de gesso.

Fonte: http://artedogessoorlando.blogspot.com/2009/07/arte-do-gesso.html, acessado em

20/05/2013.

4.2 PEGA

Pega está relacionada à mudança do estado fluido para o estado rígido (MUNIZ,

2008). Conforme visto anteriormente, a pega das pastas de gesso pode ser explicada

Page 34: Monografia Andlêr

33

pela reação de hidratação que começa no instante em que a água entra em contato com o

pó. A consistência da pasta começa a ser modificada no final do período de indução

devido à presença maciça dos núcleos de cristalização e que vai crescendo

progressivamente com o desenvolvimento da microestrutura, obtendo cada vez mais

resistência mecânica até seu endurecimento total.

Segundo Baltar (2009), dois diferentes tempos de pega têm sido associados ao

endurecimento do gesso: o inicial e o final. O tempo de pega inicial acontece quando os

cristais do diidrato desenvolvem-se o suficiente para suportar seu próprio peso, isto é,

quando a pasta pode ser moldada sem acarretar distorções no molde. Já o tempo de pega

final ocorre quando a maior parte do processo de cristalização chegou ao fim, indicando

que pode haver o desmolde sem quebrar o material (LEINFELDER & LEMONF, 1989

apud BALTAR, 2009).

As pastas, argamassas e concretos de cimento são utilizados antes do início da

pega, isto é, o tempo disponível para seu preparo, transporte e aplicação é o tempo de

início de pega (ANTUNES, 1999). Manipulá-las após este tempo implica em perda de

resistência mecânica como consequência da destruição da microestrutura em formação.

De acordo com a NBR 12128 (ABNT, 1991), o tempo de início de pega é “o

tempo decorrido a partir do momento em que o gesso tomou contato com a água, até o

instante em que a agulha do aparelho de vicat não penetrar mais no fundo da pasta, isto

é, aproximadamente 1 mm acima da base.” Conforme a mesma norma, o tempo de fim

de pega é “o tempo decorrido a partir do momento em que o gesso entrou em contato

com a água, até o instante em que a agulha do aparelho de vicat não mais deixar

impressão na superfície da pasta”.

4.2.1 Fatores que influenciam no tempo de pega da pasta de gesso

Um fator que influencia as propriedades da pasta fresca e endurecida é a relação

água/gesso (a/g). O aumento da relação a/g provoca uma redução das propriedades

mecânicas, devido à relação existente entre teor de água da pasta e porosidade

resultante. No estado fresco, a relação a/g influencia a cinética da reação de hidratação e

o desenvolvimento da microestrutura. No estado endurecido interfere na porosidade da

pasta, e como consequência, nas suas propriedades mecânicas. Quanto mais elevada a

Page 35: Monografia Andlêr

34

quantidade de água de amassamento, maior será o tempo necessário para saturar a

solução, provocando ampliação do período de indução, e consequentemente, retardando

o inicio da precipitação dos cristais de diidrato e, por conseguinte, aumentando o tempo

de pega. Logo, quanto maior a relação a/g, menor a taxa de reação e maior o tempo de

pega (NOLHIER, 1986, apud ANTUNES, 1999).

A matéria-prima e as condições de produção do gesso influenciam seu tempo de

pega. Impurezas presentes na matéria-prima podem alterar o tempo de pega e gessos

obtidos a partir de diferentes processos exibem reatividade diferente (SANTOS, 1998,

apud ANTUNES, 1999).

Os aditivos controladores de pega influenciam na velocidade da reação de

hidratação (acelerando-a ou retardando-a) e, portanto, no tempo de pega. Os

aceleradores elevam a solubilidade do gesso acelerando a hidratação (ANTUNES,

1999). Os retardadores dividem-se em dois grupos: os que prolongam o tempo de

indução da reação de hidratação sem alterar a velocidade da reação, como é o caso do

ácido cítrico (figura 9), e os que diminuem a velocidade da reação, isto é, interferem na

cinética de formação da microestrutura do diidrato, como é o caso da caseína (figura 10)

(HINCAPIE e CINCOTTO, 1997).

Figura 9: Curva de calor de hidratação de pastas de gesso em presença de ácido

cítrico.

Fonte: Hincapie e Cincotto, (1997).

Page 36: Monografia Andlêr

35

Figura 10: Curva de calor de hidratação de pastas de gesso em presença de

caseína.

Fonte: Hincapie e Cincotto, (1997).

A temperatura da água de amassamento também influencia no tempo de pega do

gesso, uma vez que altera a sua solubilidade. Até 45ºC a solubilidade aumenta com o

incremento de temperatura, acelerando a hidratação. Acima desta temperatura tem-se

um efeito contrário (CLIFTON, 1973, apud ANTUNES 1999).

O tamanho das partículas altera a cinética da reação. Com a redução do tamanho

das partículas do material, e consequentemente o aumento de área específica, ocorre

elevação na taxa de hidratação (RIDGE, 1961; MAGNAM, 1973; KARNI; KARNI,

1995, apud ANTUNES, 1999).

4.3 ADITIVOS

4.3.1 Histórico

Os romanos já utilizavam em suas obras o concreto simples como material

estrutural. Obras como rodovias, pavimentos e o Panteão (figura 11), na antiga Roma,

Page 37: Monografia Andlêr

36

existem até hoje. Usavam neste concreto certas substâncias que hoje chamaríamos de

aditivos: Albumina (sangue e clara de ovos) e álcalis (cal) (VEDACIT, 2010).

Figura 11: Panteão de Roma.

Fonte: http://asaladogrito.blogspot.com.br/2012/08/um-grito-devastador-panteao-de-roma.html,

acessado em 03/06/2013.

No Brasil, obras históricas como igrejas e pontes ainda permanecem em bom

estado de conservação. Em muitas delas foi utilizado o óleo de baleia na argamassa de

assentamento das pedras com o objetivo de plastificá-la, porém, o desenvolvimento dos

aditivos só foi efetivo com a descoberta do cimento Portland (VEDACIT, 2010).

Em 1824, o inglês Joseph Aspdin patenteou um cimento artificial produzido a

partir da calcinação de um calcário argiloso. Esse recebeu o nome de cimento Portland,

devido à sua semelhança, após a pega, com uma pedra utilizada para construções na ilha

Portland. Em 1873 esse produto passou a receber aditivos, gesso cru e cloreto de cálcio,

com intuito de regular o seu tempo de pega. No final do século, na Alemanha e França,

passou-se a adicionar graxa de cal ao cimento, a qual funcionava como plastificante e

hidrófugo (VEDACIT, 2010).

Depois de diversos estudos feitos com vários materiais, chegou-se a aditivos como

impermeabilizantes, aceleradores e retardadores, os quais começaram a ser

comercializados em 1910.

Page 38: Monografia Andlêr

37

4.3.2 Definição

Segundo Adriolo e Sgarboza (1993, apud MUNIZ, 2008), aditivos são

substâncias adicionadas às misturas de concretos ou argamassas com objetivo de

melhorar certas caraterísticas da mistura básica ou sanar deficiências que não há como

aperfeiçoar com os materiais básicos.

Conforme as normas Norte-Americanas ASTM C125 (apud BAUER, 2011)

aditivo é um “material que não água, agregado ou cimento, empregado como

ingrediente do concreto ou da argamassa, adicionado estes, antes ou durante a mistura”.

Comumente, quando adicionados em pequenas quantidades, inferior a 10%,

melhoram as propriedades das pastas e argamassas empregadas na construção civil

(HENAO e CINCOTTO, 1997).

4.3.3 Classificação

Diversos aditivos podem ser utilizados com distintas funções (BALTAR et al.,

2005; DOMINGUEZ & SANTOS, 2001; PERES et al., 2001, apud BALTAR, 2009):

a) Agentes modificadores do tempo de pega (aceleradores ou retardadores): São

substâncias que agem aumentando ou diminuindo a solubilidade do hemidrato. Possui

finalidade de modificar o tempo de pega da pasta de gesso com intuito de ajustar o seu

intervalo de trabalhabilidade às necessidades do uso.

O sulfato de potássio é um exemplo de reagente que atua como acelerador de

pega (LEINFELDER & LEMONF, 1989, apud BALTAR, 2009).

Em relação aos retardadores de pega, podem ser de natureza orgânica ou

inorgânica. Os retardadores orgânicos mais utilizados são os ácidos carboxílicos,

caracterizados por possuírem grupo funcional – COOH, e as proteínas. Já os

inorgânicos destacam-se os fosfatos e os boratos.

Existe um grande número de substâncias que podem ser utilizadas como

retardadores do tempo de pega do gesso: citratos, acetatos, tartaratos, fosfatos, boratos,

proteínas (albumina, goma arábica, caseína, queratina), etc, que retardam tanto o início

Page 39: Monografia Andlêr

38

como o fim de pega da pasta, possibilitando o mantimento da trabalhabilidade das

mesmas por um período maior (HENAO e CINCOTTO, 1997). Agopyan et al. (1982)

adicionou queratina as pastas de gesso, com intuito de retardar o tempo de pega,

necessário para produção de gesso reforçado com fibras.

Henao (1997) e Dominguez e Santos (2001, apud BALTAR, 2009),

classificaram os aditivos retardadores do tempo de pega, em três grupos, conforme a sua

forma de atuação:

1. Substâncias que reduzem a velocidade de dissolução do hemidrato por

inserirem outros íons na solução comprometendo a solubilidade dos íons

cálcio e sulfato, retardando a saturação da solução. São exemplos dessas

substâncias: os ácidos cítrico, fórmico, acético, láctico, e seus sais

alcalinos como os citratos e acetatos; o ácido bórico, fosfórico, a

glicerina, álcool, éter, acetona e carbonato sódico.

2. Substâncias que originam reações complexas, que por sua vez, resultam

em produtos poucos solúveis ou insolúveis ao redor dos cristais do

diidrato, retardando seu crescimento e, portanto, sua precipitação. Ex.:

boratos, fosfatos, carbonatos e silicatos alcalinos.

3. Produtos orgânicos com massa molecular alta que, adicionados à água,

formam um gel ao redor dos grãos do hemidrato, retardando o contato

daqueles com a água, e consequentemente, a dissolução e cristalização

do diidrato, retardando o tempo de pega. Ex.: queratina, caseína, goma

arábica, a gelatina, a pepsina, a peptona, a albumina, alginatos,

aminoácidos e formaldeídos condensados.

b) Espessantes: São aditivos que objetivam elevar a consistência da pasta de

gesso. Ex.: o amido.

c) Retentores de água: São aditivos que retêm a água de amassamento,

proporcionando uma recristalização homogênea. Alguns derivados de ésteres de

celulose podem ser utilizados com intuito de reter água. De acordo com López (1997,

apud BALTAR, 2009), o poder de retenção de água dependerá das seguintes

características: grau de viscosidade, já que quanto maior o grau de viscosidade dos

ésteres de celulose, maior será o poder de retenção de água; granulometria, quanto mais

fina maior será a capacidade de retenção de água por parte dos ésteres de celulose; e

temperatura, já que quanto maior a temperatura menor o poder de retenção de água.

Page 40: Monografia Andlêr

39

Para uma mesma trabalhabilidade ou consistência, os aditivos retentores de água

diminuem a quantidade de água de amassamento.

d) Fluidificantes: Aditivos utilizados para elevar a trabalhabilidade e fluidez da

pasta ou para reduzir a quantidade de água de amassamento na pasta, com intuito de

elevar a resistência mecânica do gesso no estado endurecido. Ex.: Carbonato de cálcio.

e) Impermeabilizante: Aditivo que confere impermeabilidade ao gesso através da

obstrução dos poros do mesmo.

4.3.4 Ácido Cítrico

O ácido cítrico, ou citrato de hidrogênio, de nome oficial ácido 2-hidroxi-1,2,3-

propanotricarboxílico, é um ácido orgânico fraco, presente nos citrinos. É encontrado

em diversas frutas cítricas, como o limão e laranja, podendo apresentar cerca de 7% no

suco de limão (MORAIS, A. S. et al, 2008). Possui a seguinte fórmula química: C6H8O7

(figura 12). Sua acidez pode ser explicada pela presença dos três grupos carboxilas -

COOH que podem perder um próton em solução.

Figura 12: Estrutura química do ácido cítrico.

Fonte: Lopes (1998).

Há mais de dois séculos o homem obteve conhecimento de como isolar o ácido

cítrico das frutas (foi isolado em 1784 pela primeira vez. O químico sueco Carl Wilhelm

Scheele cristalizou-o a partir do suco do limão), e há mais de 60 anos iniciou-se a

produção mediante fermentação por fungos (LOPES, 1998).

Vários pesquisadores, entre eles, Hincapie e Cincotto (1997) e Henão e Cincotto

(1997), utilizaram o ácido cítrico para retardar o tempo de pega das pastas de gesso. A

concentração encontrada por elas, que retardaram o início de pega em 1 h, foi de 0,03%

Page 41: Monografia Andlêr

40

de ácido cítrico. As primeiras estudaram o efeito de substâncias retardadoras na

hidratação do gesso através de um ensaio calorimétrico simples de laboratório, enquanto

que as segundas avaliaram o tempo de pega das pastas de gesso com e sem retardador

por meio do aparelho de vicat.

Lanzón e García-Ruiz (2012) utilizaram diferentes métodos, entre eles

medições da condutividade elétrica, para avaliar a influência de diferentes

concentrações de ácido cítrico nas pastas de gesso. Através do “método da faca” (the

knife method), os pesquisadores concluíram que concentrações entre 500 ppm e 1000

ppm deste ácido são suficientes para produzir pastas que permanecem trabalháveis por

até 50 min.

Singh e Garg (1997) estudaram o efeito de vários produtos químicos no tempo

de pega do gesso, na resistência à compressão e na microestrutura do referido. As

substâncias foram adicionadas na pasta de gesso a pH variando entre 4 e 12, ajustado

pela adição de HCl ou Ca(OH)2. No caso do ácido cítrico, quanto maior era o valor do

pH, maior era o fator de retardamento da pasta. O momento em que se obteve o maior

fator de retardamento foi com o valor de pH 10. Além deste, este fator caiu (figura 13).

Os autores concluíram que não há relação direta entre o fator de retardamento e

resistência à compressão do gesso, e que a sua força de compressão máxima foi obtida a

pH 7.

Figura 13: Relação entre pH e fator de retardamento das pastas de gesso.

Fonte: Singh e Garg (1997).

Page 42: Monografia Andlêr

41

Badens, Veesler e Boistelle (1999) estudaram a influência de aditivos sobre a

cinética da cristalização e morfologia do cristal de gesso. A figura 14 mostra o efeito do

ácido cítrico sobre a taxa de retardamento.

Figura 14: Variação da condutividade versus tempo para a hidratação da

suspenção de sulfato de cálcio hemidratado à 50 g/l e à 20ºC em uma solução pura e na

presença de aditivos, com uma concentração incial de 1000 ppm.

Fonte: Badens, Veesler e Boistelle (1999).

4.3.5 Caseína

As proteínas do leite podem ser divididas em dois grandes grupos: as caseínas e

as proteínas do soro. As caseínas correspondem a aproximadamente 80% do total de

proteínas do leite, correspondendo a uma concentração média de 24-28 mg/mL.

A caseína é secretada nas células epiteliais da glândula mamária na forma de

micelas (Figura 15), as quais são agrupamentos de diversas moléculas de caseína

associadas a íons como o fosfato de cálcio.

Page 43: Monografia Andlêr

42

Figura 15: Modelo de micela de caseína.

Fonte: Sgarbieri (2005)

Vários pesquisadores, entre eles, Hincapie e Cincotto (1997) e Henão e Cincotto

(1997), utilizaram a caseína para retardar o tempo de pega das pastas de gesso. A

concentração encontrada pelas primeiras que retardaram o início de pega em 1 h foi de

8% de caseína. Já as segundas encontraram o teor de 10% para retardar o mesmo tempo.

4.3.6 Albumina

Albumina refere-se de forma genérica a qualquer proteína que possui

solubilidade em água, é moderadamente solúvel em soluções salinas, e é desnaturada

com a ação do calor. Proteínas desta classe são encontradas no plasma sanguíneo, e

diferenciam-se das outras proteínas plasmáticas por não serem glicosiladas. Substâncias

constituídas por albuminas, como a clara do ovo, são nomeadas albuminóides.

Page 44: Monografia Andlêr

43

5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 GESSO

O gesso utilizado nessa pesquisa foi adquirido em uma loja de materiais de

construção da cidade de Mossoró, vendido em sacos com 40 kg e proveniente do Estado

de Pernambuco. Utilizou-se 300 g de gesso em pó (figura 16) para o preparo de cada

molde.

Figura 16: Pesagem do gesso para preparação dos moldes.

Fonte: Autoria própria.

5.2 ADITIVOS RETARDADORES

Foram escolhias três substâncias consideradas como aditivos retardadores do

tempo de pega: limão (ácido cítrico), leite em pó integral (caseína) e clara de ovo

(albumina). A seleção destas substâncias foi realizada com base na literatura nacional e

internacional.

Page 45: Monografia Andlêr

44

O limão (figura 17) utilizado nos experimentos foi adquirido em uma residência

na cidade de Mossoró. Trata-se de um fruto da espécie Citrus aurantifolia, conhecido

popularmente como limão-galego. Apresenta casca fina e lisa, e no momento da colheita

apresentava cor amarela-clara. A polpa tem de cinco a seis sementes e é rica em suco de

sabor ácido. Bastante comum nos quintais do nordeste e centro-oeste brasileiros, onde a

produtividade de frutos por pé é exuberante. A planta é de porte médio e produz muito o

ano inteiro.

Figura 17: Limoeiro do qual foi retirado os limões utilizados nos experimentos.

Fonte: Autoria própria

Para utilização como aditivo, o suco foi extraído do fruto e peneirado uma vez

(Figura 18). Foram incorporadas as concentrações de 0,5 ml, 1,0 ml e 1,5 ml a água de

amassamento, cuja relação água/gesso foi de 0,5 (figura 19).

Page 46: Monografia Andlêr

45

Figura 18: Peneiramento do suco de limão.

Fonte: Autoria própria.

Figura 19: Medição da água e do aditivo para preparo da solução.

Fonte: Autoria própria.

Page 47: Monografia Andlêr

46

O leite em pó foi obtido no comércio local. Trata-se de uma forma moderna de

consumo de leite, uma vez que desidratado tem sua longevidade prolongada. O leite em

pó é obtido a partir da desidratação do leite, isto é, da extração da água que corresponde

a aproximadamente 90% da massa do leite. Nas indústrias, o processo é realizado pela

evaporação lenta, mantendo as proteínas do produto. Foram incorporadas as

concentrações de 3 g, 4 g e 5 g a 300 g de gesso em pó para o preparo de cada molde

(figura 20 e 21).

Figura 20: Pesagem de 5 g de leite em pó.

Fonte: Autoria própria.

Figura 21: Adição de 5 g de leite em pó a 300 g de gesso.

Fonte: Autoria própria.

Page 48: Monografia Andlêr

47

A parte do ovo (figura 22) utilizado neste experimento foi a clara. A clara do

ovo ou albúmen é a parte transparente da célula de ovo, que circunda a gema e é

formada predominantemente por água e pela proteína albumina. Para utilização como

aditivo, a clara foi manualmente separada da gema do ovo (figura 23). Foram

incorporadas as concentrações de 5,0 ml, 6,0 ml e 10 ml a água de amassamento, cuja

relação água/gesso foi de 0,5 (figura 24).

Figura 22: Ovo utilizado nos experimentos.

Fonte: Autoria própria.

Figura 23: Clara de ovo separada da gema.

Fonte: Autoria própria.

Page 49: Monografia Andlêr

48

Figura 24: Adição de 5 mL de clara de ovo à 150 mL de água de amassamento.

Fonte: Autoria própria.

5.3 PREPARAÇÃO DAS PASTAS DE GESSO

Foram preparadas pastas de gesso controle e pastas de gesso com adições de

limão, leite em pó e clara de ovo. A relação a/g empregadas nos ensaios é constante, e

foi adotada com base no trabalho de Henão e Cincotto (1997), que propôs um fator a/g

de 0,5.

A quantidade de material utilizado na preparação das pastas é apresentada na

tabela 3. Para cada tipo de aditivo foram preparadas pastas de gesso com três

concentrações diferentes.

Page 50: Monografia Andlêr

49

Tabela 3: Quantidade de material utilizado na preparação das pastas.

Tipo Fator (a/g) Gesso

(g)

Aditivo

(mL)

Aditivo

(g)

Água

(mL)

GC 0,5 300 - - 150

GL – 1 0,5 300 0,5 - 150

GL – 2

GL – 3

GLP – 1

GLP – 2

GLP – 3

GCO – 1

GCO – 2

GCO – 3

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

300

300

300

300

300

300

300

300

1,0

1,5

-

-

-

5

6

10

-

-

3

4

5

-

-

-

150

150

150

150

150

150

150

150

GC – Gesso Controle. GL – 1 – Gesso e Limão (concentração 1). GL – 2 – Gesso e limão

(concentração 2). GL – 3 – Gesso e limão (concentração 3). GLP – 1 – Gesso e Leite em Pó

(concentração 1). GLP – 2 – Gesso e Leite em Pó (concentração 2). GLP – 3 – Gesso e Leite em Pó

(concentração 3). GCO – 1 – Gesso e Clara de Ovo (concentração 1). GCO – 2 – Gesso e Clara de Ovo

(concentração 2). GCO – 3 – Gesso e Clara de Ovo (concentração 3).

A quantidade de retardador foi determinada por tentativas, observando-se seu

comportamento na pasta de gesso. No caso do limão e da clara de ovo, preparou-se uma

solução aquosa dos mesmos. Já no caso do leite em pó, foi feita uma mistura manual

com o gesso em pó por aproximadamente 2 min. O gesso ou gesso e aditivo foram

adicionados à solução polvilhando-os por aproximadamente 1 min e deixando em

repouso por 2 min (figura 25). Em seguida, misturou-se por 1 min a fim de obter-se uma

pasta uniforme conforme a NBR 12128 (ABNT, 1991). Todas as misturas foram feitas

manualmente com auxílio de uma espátula metálica (figura 26).

Page 51: Monografia Andlêr

50

Figura 25: Descanso por 2 min da pasta de gesso com adição de 1,5 mL do suco

do limão.

Fonte: Autoria própria.

Figura 26: Mistura homogênea da pasta com adição do suco do limão.

Fonte: Autoria própria.

5.4 ENSAIO DE TEMPO DE PEGA

Mediu-se o tempo de início e fim de pega de pastas com três concentrações

diferentes para cada tipo de aditivo selecionado e sem aditivo, através da agulha de

Vicat (figura 27) e conforme NBR 12128 (ABNT, 1991). Os ensaios foram realizados

Page 52: Monografia Andlêr

51

no Laboratório de Ensaios de Materiais (LEMAT) da Universidade Federal Rural do

Semi-árido (UFERSA).

Escolheram-se as concentrações que geram tempo de retardamento do início de

pega de aproximadamente 1 h, para cada uma das substâncias retardadoras, considerado

como o tempo de pega ótimo, com base na literatura de Henão e Cincotto (1997, apud

AGOPYAN 1982, ULLMANS 1985, WIRCHING 1991).

Figura 27: Realização do ensaio de tempo de pega através da agulha de Vicat.

Fonte: Autoria Própria.

Uma análise visual da fluidez da pasta também foi realizada, com intuito de

determinar se os aditivos melhoram ou não a trabalhabilidade daquela.

Page 53: Monografia Andlêr

52

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 INFLUÊNCIA DOS ADITIVOS NA CONSISTÊNCIA DA PASTA

Através de uma análise tátil-visual observou-se uma mudança na consistência

das pastas com o emprego dos aditivos. Com a adição do limão (ácido cítrico) e clara de

ovo (albumina) obteve-se um aumento na trabalhabilidade das pastas (Figura 28 e 30).

Já com a adição do leite em pó (caseína) obteve-se uma pasta com trabalhabilidade

reduzida, tornando-se difícil o seu preparo (figura 29).

Figura 28: À esquerda tem-se a pasta de gesso com adição de 1,5 mL do suco do

limão. Figura 29: À direita tem-se a pasta de gesso com adição de 5 g do leite em pó

(caseína). É possível visualizar claramente a diferença de consistência das pastas.

Fonte: Autoria Própria.

Page 54: Monografia Andlêr

53

Figura 30: Pasta de gesso com adição de 6 mL de clara de ovo.

Fonte: Autoria Própria.

6.2 INFLUÊNCIA DOS ADITIVOS NO TEMPO DE PEGA

Os tempos médios de início e fim de pega das pastas de gesso com adição de

suco de limão, pastas de gesso com adição de leite em pó e pastas de gesso com adição

de clara de ovo são apresentados na tabela 4. Este tempo é a média de duas

determinações realizadas para cada uma das concentrações de aditivos.

Tabela 4: Tempos médios de início e fim de pega para cada teor de aditivo.

Tipo Início de pega Fim de pega

GC 19’48” 37’12”

GL – 1 33’36” 54’36”

GL – 2

GL – 3

GLP – 1

GLP – 2

GLP – 3

GCO – 1

1h 06’ 36”

2 h 06’ 36”

53’24”

1h 27’ 36”

1h 51’36”

37’48”

1h 24” 00”

2h 39’ 00”

1h 30’ 00”

2h 00’ 00”

2h 42’ 00”

57’00”

Page 55: Monografia Andlêr

54

GCO – 2

GCO – 3

45’36”

1h 37’ 48”

1h 10’ 48”

1h 57’ 00”

GC – Gesso Controle. GL – 1 – Gesso e Limão (concentração 1). GL – 2 – Gesso e limão

(concentração 2). GL – 3 – Gesso e limão (concentração 3). GLP – 1 – Gesso e Leite em Pó

(concentração 1). GLP – 2 – Gesso e Leite em Pó (concentração 2). GLP – 3 – Gesso e Leite em Pó

(concentração 3). GCO – 1 – Gesso e Clara de Ovo (concentração 1). GCO – 2 – Gesso e Clara de Ovo

(concentração 2). GCO – 3 – Gesso e Clara de Ovo (concentração 3).

Os resultados de início e fim de pega das pastas de gesso preparadas com

relação a/g de 0,5 e os 3 aditivos selecionados são apresentados nos gráficos das figuras

31, 32 e 33.

Figura 31: Influência do suco de limão no tempo de pega.

Fonte: Autoria própria.

Page 56: Monografia Andlêr

55

Figura 32: Influência do leite em pó no tempo de pega.

Fonte: Autoria própria.

Figura 33: Influência da clara de ovo no tempo de pega.

Fonte: Autoria própria.

A partir dos gráficos apresentados nas figuras 31 e 32 observa-se que teores de 1

mL (0,33%) do suco de limão e 3 g (1%) do leite em pó retardaram o início de pega de

19’48” para aproximadamente 1 h, ou seja, o tempo de pega aumentou em 203,03%. No

caso da clara de ovo, com a concentração de 6 mL o referido retardou o início de pega

de 19’48” para aproximadamente 50 min. Como o aditivo vinha apresentando pequena

Page 57: Monografia Andlêr

56

variação no início de pega a medida que incrementava-se o teor do aditivo, elevou-se a

quantidade para 10 mL, obtendo-se um tempo de início de pega de 1h 37’ 48” (figura

33). Sendo assim, por interpolação, verificou-se que seria necessário uma quantidade de

7 mL (2,33 %), aproximadamente, para retardar o início de pega em 1h.

Para todos os teores de adição ocorreu retardamento do início e fim de pega ao

aumentar-se os teores de aditivos utilizados, ou seja, o período de indução, no qual

inicia a nucleação dos cristais, está sendo influenciado por todos os aditivos.

O crescimento de núcleos do diidrato torna-se mais lento com o aumento dos

teores dos aditivos, possivelmente por inserirem outros íons na solução afetando a

solubilidade dos íons cálcio e sulfato, no caso do suco de limão, e por formarem um gel

ao redor dos grãos do hemidrato, retardando o contato destes com a água, no caso do

leite em pó e clara de ovo. Isto impede, por determinado período de tempo, a formação

daqueles núcleos e precipitação do diidrato.

Hincapie e Cincotto (1997) observaram, durante a utilização do ácido cítrico,

que apenas o período de indução era prolongado, enquanto que a velocidade de reação

após este período acontecia no mesmo tempo que a do GC, chegando inclusive a ser

acelerada. Em relação à caseína, as referidas observaram que tanto o período de indução

como a velocidade de hidratação do início ao fim de pega era prolongado. Em

comparação e a partir da análise das Figuras 30 e 31, pode-se afirmar que as pastas de

gesso com adição de limão (ácido cítrico) e as pastas de gesso com adição de leite em

pó (caseína) comportaram-se de maneira semelhante as substâncias químicas de alta

pureza utilizadas por Hincapie e Cincotto (1997).

De forma geral, pode-se afirmar que há uma diferença considerável na influência

dos diferentes aditivos empregados na pega do gesso, considerando-se o tipo e teor

utilizado, sendo, provavelmente, o mais adequado àqueles que são utilizados em

concentrações menores, sem aumentar o risco de mudança significativa nas

propriedades, bem como na microestrutura do material. Sendo assim, o aditivo que

apresentou o melhor comportamento, em termos de concentrações, foi o limão.

Page 58: Monografia Andlêr

57

7 CONCLUSÃO

A utilização de aditivos orgânicos utilizados neste trabalho mostrou-se

eficiente no retardamento do início e fim de pega das pastas de gesso;

Os aditivos empregados neste trabalho influenciam na reação de

hidratação das pastas de gesso, já que ao aumentar o teor de aditivo o

período de indução é prolongado e, consequentemente, o início de pega é

retardado;

O crescimento de núcleos do diidrato torna-se mais lento com o aumento

dos teores dos aditivos por determinado período de tempo, impedindo a

formação dos núcleos e precipitação do diidrato;

A adição de limão prolonga apenas o período de indução, enquanto que

a velocidade da reação de hidratação permanece constante;

A adição do leite em pó prolonga tanto o período de indução, quanto a

velocidade da reação de hidratação;

Os teores encontrados que retardam o início de pega para 1 h foram os

seguintes: 1 mL (0,33%) do suco do limão; 3 g (1%) do leite em pó; 7

mL (2,33 %) da clara de ovo;

Quando a relação a/g permanece constante, a consistência das pastas de

gesso aumenta com a adição do suco do limão e clara de ovo,

melhorando a trabalhabilidade das referidas, porém, em presença do leite

em pó esta propriedade é prejudicada.

Page 59: Monografia Andlêr

58

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