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ESTUDO DE CASO: A CAFEICULTURA NA PEQUENA PROPRIEDADE NA COMUNIDADE DE ABELHAS, DISTRITO DE INHOBIM, MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA Claudio de Azevedo Nolasco 2011

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ESTUDO DE CASO: A CAFEICULTURA NA PEQUENA PROPRIEDA DE NA COMUNIDADE DE ABELHAS, DISTRITO DE INHOBIM, MUNICÍP IO DE

VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA

Claudio de Azevedo Nolasco

2011

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Claudio de Azevedo Nolasco

Estudo de caso: a cafeicultura na pequena propriedade na comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim, município de Vitória da Conquista, Bahia

Monografia apresentada à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, como parte das exigências do programa de Pós-Graduação Lato sensu Gestão da Cadeia Produtiva de Café com Ênfase em Sustentabilidade, para obtenção de título de “Especialista”

Orientadora Mônica de Moura Pires

Co-Orientadora Andréa da Silva Gomes

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA 2011

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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Departamento de Fitotecnia e Zootecnia

Núcleo de Apoio à Cafeicultura

DECLARAÇÃO DE APROVAÇÃO

Título: Estudo de caso: a cafeicultura na pequena propriedade na comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim, município de Vitória da Conquista, Bahia Autor: Claudio de Azevedo Nolasco

Aprovado como parte das exigências para a obtenção do Título de ESPECIALISTA, pela Banca Examinadora:

____________________________________________ Prof. Dra. Mônica de Moura Pires, DE – UESC

____________________________________________ Prof. Dr. Ramon Correia de Vasconcelos, DFZ – UESB

____________________________________________ Prof. Hugo Andrade Costa, DEAS – UESB

Curso de Especialização em nível Lato Sensu em: Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em Sustentabilidade

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................... v

RESUMO.............................................................................................................................01

INTRODUÇÃO...................................................................................................................01

MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................07

RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................08

CONCLUSÕES....................................................................................................................20

AGRADECIMENTOS.........................................................................................................21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................21

ANEXO................................................................................................................................24

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v

LISTA DE FIGURAS:

Figura Pág. Figura 01. Nível de escolaridade dos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011................................ 09 Figura 02. Nível de escolaridade dos filhos dos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011........................... 10 Figura 03. Atividades econômicas desenvolvidas pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011...... 11 Figura 04. Mão-de-obra contratada pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011................................ 12 Figura 05. Tratos culturais empregados na lavoura do café pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011............................................................................................................. 13 Figura 06. Fertilizantes utilizados na lavoura do café pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011...... 14 Figura 07. Gastos com adubação pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011................................ 15 Figura 08. Fontes de recursos para investimento na lavoura de café na Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011........................... 16 Figura 09. Qualidades de café obtidas pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011................................ 17 Figura 10. Fatores que influenciam ou interferem na atividade cafeeira, segundo os pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011............................................................................................ 18 Figura 11. Motivos que justificam sua permanência na atividade, segundo os pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011............................................................................................ 19

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ESTUDO DE CASO: A CAFEICULTURA NA PEQUENA PROPRIEDA DE NA

COMUNIDADE DE ABELHAS, DISTRITO DE INHOBIM, MUNICÍP IO DE

VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA

RESUMO: A cafeicultura é uma atividade econômica chave para o município de Vitória da Conquista e Região, todavia é notório o desânimo dos pequenos produtores, devido a fatores como custos de produção, carência de políticas públicas, dificuldade de acesso a crédito e assistência técnica. Nesse contexto, este estudo objetiva analisar a atividade cafeeira no povoado de Abelhas, distrito Inhobim, município de Vitória da Conquista - Bahia, ressaltando aspectos relacionados aos custos de produção, perfil das unidades produtivas e da mão-de-obra, entre outros. A partir de amostragem não probabilística, foram aplicados questionários e posterior tabulação dos dados. Constatou-se que a cafeicultura não garante remuneração satisfatória aos pequenos produtores. O tamanho médio das unidades produtivas é de cerca de 13 ha, sendo 9,1 ha cultivados com café. Em 2009, a produção média foi de 83,6 sacas e produtividade de 10,0 sacas.ha-1. Para 77% dos cafeicultores entrevistados a participação do café na renda familiar é igual ou acima de 50%. A mão-de-obra empregada é composta por vizinhos com idades variando entre 16 e 40 anos. As práticas culturais que mais impactam os custos de produção são a colheita, a adubação e a limpa da roça, sendo que a adubação responde por 43,04% do custo. Em 2010, a quebra da safra de 45,14%, em virtude das condições climáticas desfavoráveis, desestimulou os produtores, com perda na qualidade do produto e queda da receita. Conclui-se que os produtores avaliados necessitam profissionalizar sua gestão objetivando produção mais eficiente e com menores custos, aumento da produtividade e melhores preços. Palavras-chave: Café; cafeicultura familiar; custo de produção

INTRODUÇÃO

O café (Coffea arabica L. e Coffea canephora Pierre), planta da família

Rubiaceae, data sua chegada ao Brasil no início do século XVIII. Já naquela época o café

possuía grande valor comercial e atualmente é uma das commodities mais importantes no

mercado internacional sendo uma das bebidas mais consumidas e apreciadas em todo o

mundo. Mesmo assim, compete com outras bebidas e tem que enfrentar uma série de

preconceitos e intensas campanhas de desvalorização (ENCARNAÇÃO & LIMA, 2003).

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As características edafoclimáticas predominantes no Brasil permitiram que o

cultivo de café se espalhasse rapidamente em quase todo o território nacional. Segundo a

CONAB (2010), os principais Estados brasileiros produtores em ordem de importância são

Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Rondônia e Rio de Janeiro, que

juntos contribuíram com 98,2% da produção nacional estimada para 2010.

O Estado da Bahia ocupou o quarto lugar no ranking nacional em 2010

contribuindo com 4,9% da safra estimada para aquele ano. No Estado há a produção das

espécies arábica e robusta (conillon) que contribuíram em 2010, respectivamente, com

aproximadamente 1,8 milhões e 550 mil e sacas de 60 kg, sendo que para o café robusta, a

Bahia é o terceiro maior produtor, ficando atrás dos Estados do Espírito Santo e de

Rondônia (CONAB, 2010).

A cafeicultura baiana está distribuída em três grandes regiões: O Cerrado, o

Planalto e o Atlântico (CONAB, 2010; DUTRA NETO, 2009). O cultivo no Cerrado

embora seja mais recente, caracteriza-se pelo alto nível tecnológico empregado em

mecanização, irrigação e adubação (MATSUMOTO & VIANA, 2004). Sob essas

condições o custo de produção é considerado mais elevado, quando comparado a níveis

tecnológicos inferiores. No ano de 2009 o cerrado baiano produziu 436 mil sacas em uma

área de 12.800 ha e consequente produtividade de 36,07 sacas.ha-1, correspondendo mesmo

assim, a produtividade 143% superior a média do Estado naquele ano (CONAB 2009).

O Planalto, cujos plantios estão localizados principalmente na Chapada

Diamantina e no Planalto de Conquista, situando-se em uma região de transição e no meio

do semiárido baiano, teve sua produção cafeeira iniciada na década de 1970, em função do

Programa de Renovação e Revigoramento de Cafezais que a partir de estudos sobre

zoneamento climatológico realizados pelo Instituto Brasileiro de Café (IBC), indicou a

potencialidade da Região para o cultivo de café arábica (Coffea arabica L.), planta

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originária das florestas tropicais da Etiópia e Sul do Sudão, localizadas em Altitudes de

1600 a 2000 m, entre as Latitudes de 6º N a 10º N, que apresentam clima ameno e úmido e

temperaturas médias que variam de 17º C a 19º C no mês mais frio e de 22º C a 26º C no

mês mais quente. (CARAMORI et al., 2004; DaMATTA, 2004). O município de Vitória

da Conquista, em particular, situa-se à altitude média de 900 m e apresenta temperatura

média anual de 21º C, condições favoráveis para o cultivo de cafeeiros (MATSUMOTO &

VIANA, 2004). A cafeicultura do Planalto é conduzida sem o uso da irrigação na maioria

das propriedades (DUTRA NETO, 2009). As principais cidades produtoras atualmente são

Barra do Choça, Planalto, Poções, Encruzilhada, Ribeirão do Largo e Vitória da Conquista

(COSTA et al., 2009). O Planalto de Conquista em 2009, apresentava uma produtividade

média de 9,80 sacas.ha-1, produzidas em uma área de 91.373 ha com produção total

estimada em 896 mil de sacas (CONAB, 2009). No Planalto de Conquista os primeiros

plantios de café ocorreram a partir da década de 1970 tornando-se imprescindíveis para o

desenvolvimento da Região.

A região denominada de Atlântico, no extremo Sul da Bahia, fronteiriça com o

Estado do Espírito Santo, cuja produção se baseia no cultivo de café robusta em condição

de sequeiro, localiza-se em altitudes abaixo de 400 m (DUTRA NETO, 2009). No ano de

2009 a região apresentou mesmo com uma retração da área para 22.709 ha, produtividade

média de 23,87 sacas por hectare e com produção estimada em 542 mil sacas (CONAB,

2009).

Para a safra de 2009/2010 a CONAB (2010) estimou a produção baiana de café

beneficiado em torno de 2,3 milhões de sacas (1 saca = 60 quilos), em uma área produtiva

de 139.550 ha, equivalendo a uma produtividade de cerca de 16,5 sacas.ha-1, sendo que

para as duas principais regiões, o Cerrado (Oeste do Estado) e o Planalto, que cultivam o

café arábica, estimou-se uma produção por volta de 1,8 milhões de sacas (CONAB, 2010).

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A região do Cerrado utilizando-se de irrigação e de um pacote tecnológico de alto

nível apresenta uma produtividade média quatro vezes superior àquela observada na região

Planalto, região com baixo nível tecnológico e dependência de boas condições climáticas

para obter melhor patamar de produção, que segundo as previsões da CONAB, vem

apresentando ao longo dos últimos anos níveis de produtividade inferiores aos índices de

produtividade estimados para o Estado.

A cafeicultura além de atuar decisivamente para o saldo positivo da balança

comercial brasileira também é fundamental para a geração de empregos e fixação do

trabalhador no meio rural (ENCARNAÇÃO & LIMA, 2003). Até meados do século XX o

café era a principal atividade econômica do Brasil. Na década de 1950 a cafeicultura

representava cerca de 60 % do total exportado pelo Brasil (COSTA et al., 2009), chegando

a responder por 73,72 % das exportações em 1952 (DUTRA NETO, 2004), todavia, em

2008, essa participação foi de apenas 2,37 % (ABIC, 2009). Essa influência cada vez mais

inexpressiva na balança comercial brasileira vem se devendo a inúmeros fatores, a se

destacar: a crescente industrialização do país; o aumento da renda média da população; a

mudança na conjuntura política cafeeira, no Brasil e no mundo (COSTA et al., 2009;

DUTRA NETO, 2004) e a participação de produtos como suco de laranja, fumo, soja,

açúcar, automóveis dentre outros (DUTRA NETO, 2004).

As mudanças ocorridas no cenário mundial do café, particularmente nas últimas

duas décadas vêm forçando os atores da sua cadeia produtiva a se mobilizarem na busca de

se canalizar os investimentos na melhoria da qualidade do produto e de ganho de eficiência

dos processos envolvidos na cadeia como alternativas para a abertura de novos mercados.

A necessidade de tornar a atividade mais competitiva vem obrigando a busca pela

profissionalização do produtor para que ele possa adotar técnicas e tecnologias modernas

com vistas à redução do custo de produção, respeitando os preceitos sociais, econômicos e

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ambientais e geração de um produto que atenda as exigências do mercado consumidor

(COSTA et al., 2009).

Costa et al. (2009), trabalhando com propriedades do município de Vitória da

Conquista cujas características incluíram área de lavoura de 40 ha e colheita manual em

100% delas, determinaram evolução do Custo Operacional Total - COT (R$/ha), dos

custos com fertilizantes (R$/ha) e da Margem Líquida (R$/ha) do período de Janeiro a

Dezembro de 2008. Os autores constataram que os fertilizantes corresponderam a 27 % do

COT, correlacionando-se de forma positiva com o COT em 98 % dos casos e a margem

líquida foi negativa em todo o período analisado. Os custos de colheita e beneficiamento

corresponderam a 33 %, mão-de-obra com 16 % e outras despesas com 24 % do COT. O

que lhes permitiu concluir que a receita obtida por meio da comercialização do café, não

cobriu o COT dessa commodity na Região durante o período avaliado.

Segundo Oliveira & Vegro (2004), a perenidade da cultura; a característica

bianualidade de produção; o modelo tecnológico empregado nos sistemas de produção; a

escala de produção e o perfil do produtor, familiar ou empresarial, estão entre os principais

fatores que dificultam o processo de coleta de dados para obtenção do custo de produção

da cultura do café.

De acordo com o Censo Agropecuário de 2006 (MDA, 2006), a agricultura

familiar participou com R$ 54 bilhões enquanto a agricultura não familiar participou com

R$ 89 bilhões. O que corresponde, respectivamente a 38 % do Valor Bruto da Produção

gerado (ocupando apenas 24,3 % da área total dos estabelecimentos agropecuários) e 62 %

do Valor Bruto da Produção gerado. Segundo o mesmo estudo, a agricultura familiar

emprega por volta de três vezes mais que a não familiar. A agricultura familiar se encontra

representada em todo o país, com destaque para a Região Nordeste que tem 50 % de suas

propriedades com esse perfil, o que corresponde a 35% da área ocupada com esse tipo de

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estabelecimento em todo o país. Nos empreendimentos familiares nordestinos as atividades

agropecuárias mais exploradas são: cultivos de mandioca (87 %), feijão (70 %), milho (46

%) e Café (38 %) e criação de animais (em torno de 50 %).

Considerando as transformações econômicas, sociais, políticas e culturais das

últimas décadas e os desafios encontrados pela cafeicultura a nível nacional e regional

diante do mercado globalizado, os acordos internacionais e as preferências do consumidor

(SOUZA et al., 2002), esse trabalho busca analisar os fatores-chave que influenciam no

custo de produção da cafeicultura familiar, o nível de satisfação dos produtores e como

eles se inserem no cenário produtivo dessa atividade no município de Vitória da Conquista,

Bahia.

Por ser a agricultura familiar de grande relevância econômica e social para a

Região Sudoeste da Bahia, particularmente para o município de Vitória da Conquista, é

importante se conhecer a fundo os paradigmas que compõem essa atividade.

A cafeicultura é uma atividade econômica chave para o município de Vitória da

Conquista e Região, todavia, essa atividade, em particular entre os pequenos produtores, se

notabiliza pelas baixas produtividades que têm como causas o percentual de lavouras

decadentes e de baixa densidade; déficit hídrico em algumas localidades; adubações que

não atendem às demandas da cultura; tratos culturais ineficientes o que somado a falhas

nas etapas da colheita e do preparo do café; ao mau gerenciamento da cadeia; os baixos

preços do café no mercado e as dificuldades na transferência de tecnologia implicam em

menor receita líquida para os produtores (SOUZA et al., 2002).

Diante desse cenário, justificou-se a realização desse trabalho que se propôs a

levantar informações relevantes a respeito da economia cafeeira em Vitória a Conquista,

especificamente na Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. Objetivamente, almejou-

se identificar os principais fatores que compõem o custo de produção, analisar o nível de

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satisfação dos produtores, que são informantes-chave para apontar sugestões para futuras

políticas públicas voltadas para a cafeicultura familiar.

MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento de dados foi realizado por meio da aplicação de questionários

(anexo) na comunidade de pequenos produtores do povoado de Abelhas (latitude

15º14’27’’S e longitude 41º00’20’’W), pertencente ao distrito de Inhobim (latitude

14º52’00’’S e longitude 41º06’53”W), município de Vitória da Conquista - BA.

O distrito de Inhobim situa-se a aproximadamente 67 km ao sul de Vitória da

Conquista possui clima predominantemente semiárido, com temperatura média anual de

19,6º C, com mínima 15,1º C e máxima em torno de 23,5º C. O período chuvoso ocorre

entre os meses de novembro e janeiro, sendo a pluviosidade média anual de 717 mm, com

máxima de 1.246 mm e mínima de 301 mm.1

Foram aplicados 13 questionários na comunidade, que segundo o presidente da

Associação de Moradores e Agricultores Familiares de Abelhas, totaliza 30 pequenos

produtores.

Adotou-se amostragem dirigida, não-probabilística para a coleta de dados

primários. Essa escolha decorreu da dificuldade com relação à logística na localidade

estudada, o que inviabilizou a adoção de amostragem probabilística. Considerando ainda

que esse tipo de amostragem preconize que a seleção dos elementos da população para

compor a amostra dependa ao menos em parte do julgamento do pesquisador, os

procedimentos de seleção foram informais e direcionados aos produtores que estavam

1 Centro de Processamento de Dados da Prefeitura Muncipal de Vitória da Conquista – Núcleo de Geoprocessamento – Levantamento agroclimático destinado ao Programa Territórios Municipais da Cidadania

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ativos na cafeicultura. Para tanto, o método amostral empregado foi o intencional e por

exaustão (COSTA NETO, 1977; FONSECA & MARTINS, 2009).

As propriedades avaliadas apresentam tamanho inferior a um módulo rural da

Região do Planalto de Conquista2 que é de 35 ha. As lavouras apresentam cafés com idades

variando entre 03 (três) e 15 anos, sendo cultivados em condição de sequeiro e sem uso de

mecanização. Adotou-se a metodologia estabelecida por Pimentel et al. (2003), como

critério para considerar como pequenos cafeicultores aqueles com área cultivada com café

inferior a 10 ha.

As razões para a escolha das amostras foram: além do enfoque quantitativo, a

avaliação dos produtores que estão efetivamente trabalhando na atividade.

A partir da coleta dos dados primários, partiu-se para sua tabulação com o auxílio

da ferramenta Excel para a confecção dos gráficos. O método estatístico adotado foi o

descritivo, agrupando-se os dados levantados em médias simples de modo a facilitar a

leitura dos mesmos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos produtores avaliados, 39 % estudaram o ensino fundamental incompleto, 23

% cursaram o ensino fundamental completo, 8 % são apenas alfabetizados, 15 % têm

formação de nível médio completo e outros 15 % nível superior completo (Figura 01). Os

produtores com nível de formação maior desempenham o papel de assimiladores e

disseminadores de conhecimentos e informações que são repassadas para os vizinhos.

2 Valor adotado pelos Engenheiros Agrônomos da EBDA, escritório de Vitória da Conquista.

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9

39%

23%

15%

15%

8%

Fundamental incompleto Fundamental completoNível médio completo Nível superior completoAlfabetizado

Figura 01. Nível de escolaridade dos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

Para os produtores entrevistados apesar das dificuldades enfrentadas para

permanecerem na atividade, de não adotarem nenhum tipo de técnica de gerenciamento de

suas atividades e de não fazerem uma separação dos recursos oriundos de outras

atividades, creditam ao cultivo do café é o fator-chave que lhes permitiu além do acesso ao

relativo conforto material, facilmente observado no padrão das residências de todos os

entrevistados, a possibilidade de educar os filhos (Figura 02).

24%

12%

6%9%

49%

Fundamental incompleto

Fundamental completo

Nível médio incompleto

Nível médio completo

Superior

Figura 02. Níveis de escolaridade dos filhos dos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

Page 15: Monografia Claudio_Correções_Finais_01_07_2011

10

Os pequenos produtores investem na educação de seus filhos, sendo que maioria

dos que compõem os estratos de nível fundamental incompleto (49 %), fundamental

completo (24 %) e médio incompleto (12 %) é composta por adolescentes e jovens que

ainda estão em atividade escolar.

Com relação ao perfil das propriedades da comunidade, verificou-se as seguintes

características:

• Tamanho (ha) � 12,9;

• Área com café (ha) � 9,1;

• Arranjos espaciais � 2,0 m x 1,0 m / 3,0 m x 1,0 m / 3,0 m x 1,5 m / 3,5 m x

2,0 m / 4,0 m x 1,0 m / 4,0 m x 2,0 m (2pl/cova);

• Produção média exceto para o ano de 2010 �83,6 sacas;

• Produtividade média exceto para o ano de 2010 (Sacas.ha-1) �10,0;

• Participação na associação de produtores � não: 7,7 % / sim: 92,3 %

Os pequenos produtores de Abelhas exploram aproximadamente 9,1 ha de suas

propriedades com a cafeicultura. Além disso, 46,15 % dos pequenos produtores adotam o

arranjo espacial de 3,0 m x 1,5 m como forma de aumentar o stand de plantas na área e

alcançarem maiores produções.

As famílias necessitam desenvolver outras atividades para complementar a sua

renda, normalmente, mais de uma, conforme pode ser observado na figura 03, uma vez que

os pequenos produtores da região não conseguem viver exclusivamente do café.

Page 16: Monografia Claudio_Correções_Finais_01_07_2011

11

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Café Feijão Mandioca Fruticultura Criação deanimais

Transporte Milho

Atividades desenvolvidas

Par

ticip

ação

(%

)

Figura 03. Atividades econômicas desenvolvidas pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

Devido à sazonalidade da renda oriunda do café e ao tamanho das propriedades,

os produtores, na sua maioria, fazem a exploração de toda a área disponível com destaque

para o cultivo das culturas do feijão, da mandioca e de frutíferas, reproduzindo na

localidade estudada o que foi observado pelo Censo Agropecuário de 2006 (MDA, 2006).

Essas atividades, segundo os produtores, geralmente, também ajudam a manter a

lavoura de café e, em situações como a de 2009/2010 em que ocorreu uma grande perda de

produção e de qualidade da safra em virtude da falta de chuvas regulares, são

imprescindíveis para a manutenção da família.

Para 23 % dos cafeicultores entrevistados a participação do café na renda familiar

corresponde a menos de 50 % e para os demais 77 % dos cafeicultores a atividade entra

com uma participação igual ou acima de 50 %. Quanto maior o nível de dependência das

famílias a atividade cafeeira, mais evidente a dificuldade enfrentada pela mesma numa

situação de quebra de safra.

Geralmente, os membros da família trabalham com o café sem que haja uma

separação dos trabalhos, ressalva feita apenas as aplicações de defensivos que ficam quase

sempre a cargo dos homens.

Page 17: Monografia Claudio_Correções_Finais_01_07_2011

12

Como forma de diminuir os custos, os produtores utilizam ao máximo a mão-de-

obra familiar, sobretudo na colheita do café, contudo, em nenhuma das famílias

pesquisadas foi relatada a retirada dos filhos da escola para trabalhar na lavoura ou nas

outras atividades geradoras de renda desenvolvidas pelas famílias. Segundo os produtores,

a participação dos filhos nas atividades laborais acontece no turno oposto ao da escola.

No período da colheita todos contratam mão-de-obra, que é composta pelos

próprios vizinhos. A maioria dos produtores contrata homens e mulheres indistintamente,

com idades variando entre 16 e 40 anos (Figura 04).

23%

77%Homem Homem e Mulher

Figura 04. Mão-de-obra contratada pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

As práticas culturais recomendadas para a cultura do café são, com maior ou

menor frequência, adotadas pelos produtores de Abelhas, destacando-se a análise do solo, a

calagem, a adubação química e a colheita no pano que são realizadas por todos os

produtores avaliados (Figura 05).

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13

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Anális

e de s

olo

Calage

m

Adub.

quím

ica

Colheit

a (Pano)

Adub.

org

ânica

Uso de

cald

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Arbor

ização

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iciam

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C. mato

(Carp

e Herb

)

Despo

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Sec. (

Chão

)

Sec. (S

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or)

C. mato

(Carp

)

Prática cultural

Fre

quê

ncia

(%

)

Figura 05. Tratos culturais empregados na lavoura do café pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

A análise de solos, embora seja feita por todos os produtores, é considerada por

eles uma prática cara e por isso, nem sempre essa prática é realizada todo o ano e/ou em

toda a lavoura, o que não ajuda na orientação aos produtores de fazerem as correções e

adubações de forma correta. Logo, pode-se inferir que os pequenos produtores da

Comunidade de Abelhas podem estar fazendo sub ou super adubações.

A fertilização do solo é feita por meio das adubações química e orgânica. A

primeira compreende o uso do fertilizante super simples, de formulados, de uréia e de

calcários (como fontes de cálcio e magnésio), e a segunda, se resume ao uso de esterco

bovino, palha de café e em alguns casos o uso de fosfatos de pós de rocha (Figura 06).

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14

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

SuperSimples

Formulado Uréia Esterco Palha de café Pó de rocha

Tipo de adubo

Par

ticip

ação

na

adub

ação

(%

)

Figura 06. Fertilizantes utilizados na lavoura do café pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

A arborização com grevíleas e frutíferas é uma prática comum aos produtores.

Todavia, constatou-se que nas áreas arborizadas com grevíleas devido ao surto de um

parasita conhecido como “enxerto de passarinho” que vem infestando a lavoura de café,

muitos produtores demonstraram o desejo de retirar a arborização devido aos custos

elevados com o manejo desse parasita.

De acordo com as informações dos produtores o controle de pragas é uma prática

que se realiza eventualmente, embora aproximadamente 70 % dos produtores afirmarem

utilizar agrotóxicos industriais quando necessário e sob a orientação de vendedores desses

produtos. Na prática, existe o convívio dentro do possível com o ataque moderado de

insetos e agentes patogênicos sendo que 92 % dos entrevistados responderam que utilizam

caldas alternativas como a biogeo, o supermagro, a calda bordalesa e o ‘Viça Café’ para o

controle sobretudo de agentes patogênicos, não estando essa prática computada entre as

mais onerosas. Como os produtores não souberam informar seus gastos com o controle de

pragas não foi possível mensurar seu impacto sobre o custo final de produção.

Embora os produtores não façam anotações de seus gastos, com base no

cruzamento das informações obtidas constatou-se que a soma dos gastos dos cafeicultores

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15

da comunidade entrevistados no último ciclo foram de R$ 57.600,00 o que corresponde a

uma média de R$ 4.430,77 por produtor e a um gasto de R$ 486,90.ha-1 (Figura 07).

0,00

500,00

1000,00

1500,00

2000,00

2500,00

3000,00

3500,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Produtor

Gas

tos

no c

iclo

200

9/10

(R

$)

Figura 07. Gastos dos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

A colheita foi a prática cultural que mais influenciou no custo de produção para

92,3 % dos pequenos produtores entrevistados. Normalmente, a correlação entre o número

de latas colhidas e o número de sacas de café beneficiado de 60 kg é de 24 a 26:1. No ano-

safra de 2010 o valor da lata de café colhida variou entre R$ 2,50 e R$ 3,00, o que somado

ao fato de ter sido necessário um número maior de latas de café para compor uma saca de

60 kg de café beneficiado (até 60:1), a operação de colheita que naturalmente já é

dispendiosa foi, segundo alguns produtores, motivo de aumento nos custos de produção.

De acordo com os pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, os recursos

para o custeio são oriundos de outras atividades econômicas exercidas por eles, devido a

dificuldade ao acesso a linhas de crédito.

Conforme se observa na figura 08, todos os produtores afirmaram que utilizam

recursos próprios para custear a roça, sendo que 60 % disseram que fazem uso de parte de

suas economias para manutenção da lavoura ou para a colheita. O PRONAF que poderia

ser uma alternativa acabou tendo uma participação pequena, que de acordo com

Page 21: Monografia Claudio_Correções_Finais_01_07_2011

16

produtores, ocorre devido à burocracia, inacessibilidade devido ao elevado índice de

inadimplência de produtores do município de Vitória da Conquista e pelo fato de que nem

sempre surgem linhas de financiamento destinadas diretamente ao custeio da lavoura de

café o que desestimula muitos produtores.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Recursos prórprios PRONAF Empréstimo pessoal

Recursos

Fo

ntes

(%

)

Figura 08. Fontes de recursos para investimento na lavoura de café na Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

Os pequenos produtores de Abelhas vêm se esforçando na busca pela obtenção de

café de melhor qualidade visando melhores preços e consequentemente, maior receita

oriunda da atividade cafeeira. Dos entrevistados, próximo de 70 % afirmaram já

conseguirem produzir café bebida dura3 e os demais também vêm mobilizando recursos

próprios para a construção de terreiros e despolpadores de café (Figura 09).

3 Segundo a Revista Cafeicultura (2011), a classificação comercial de bebida do café arábica consiste em: • ESTRITAMENTE MOLE: café que se apresenta, em conjunto, todos os requisitos de aroma e sabor

“mole”, porém mais acentuado. • MOLE: café que apresenta aroma e sabor agradável, brando e adocicado. Um café suave e equilibrado. • APENAS MOLE: café que apresenta sabor levemente doce suave, mas sem adstringência ou aspereza de

paladar. • DURO: café que apresenta sabor acre, adstringente e áspero, porém não apresenta paladares estranhos.

Identifica uma bebida encorpada e agradável. • RIADO: café que apresenta leve sabor, típico de iodofórmio. • RIO: café que apresenta sabor típico e acentuado de iodofórmio. Um café de sabor intenso e marcante. • RIO ZONA: café que apresenta aroma e sabor muito acentuado, assemelhando ao iodofórmio o ao ácido

fênico, sendo repugnante ao paladar.

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17

31%

69%

Rio Duro Figura 09. Qualidades de café obtidas pelos pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

Em torno de 70 % dos pequenos produtores beneficiam e aproximadamente 54 %

despolpam e secam seu próprio café, o que reflete no nível de compreensão desses

produtores da necessidade de se produzir café de melhor qualidade para aumentar sua

rentabilidade.

A falta de recursos e de assistência técnica são questões que se resolvidas

certamente proporcionariam ganhos significativos na produtividade, qualidade e

rentabilidade para esses produtores.

De acordo com os produtores, nas safras 2007, 2008 e 2009, as produtividades

alcançadas ficaram em torno das 10 sacas.ha-1 e os preços pagos por seu café não sofreram

grandes oscilações estando em torno de R$ 200,00 a saca para o tipo bebida Rio e R$

250,00 a saca para o tipo bebida Dura. Todavia, no ano de 2010, em virtude das condições

climáticas desfavoráveis, houve quebra de safra de 45,14 %, que se refletiu também na

perda da qualidade do produto colhido por vários produtores. Isso representou uma

redução de aproximadamente 47,5 % da receita direta do café.

O baixo nível tecnológico empregado e a dependência de boas condições

climáticas, uma vez que não há o uso de irrigação, impõem à Região do Planalto de Vitória

da Conquista e consequentemente a Comunidade de Abelhas baixa produtividade,

normalmente próxima de 10 sacas.ha-1. Na safra 2009/2010, a seca impôs aos cafeicultores

da comunidade de Abelhas uma produtividade de aproximadamente 6 sacas.ha-1 o que

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18

corresponde a metade da previsão da CONAB que se situa em 12,1 sacas.ha-1 (CONAB,

2010).

Para os pequenos produtores da comunidade de Abelhas, dentre os fatores que

mais dificultam ou interferem nessa atividade destacam-se a falta de recursos de custeio da

safra, particularmente para a aquisição de adubos e tratos culturais e a falta de assistência

técnica foram os mais destacados (Figura 10).

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Recurs

os

Assistê

ncia

técnic

a

Adubo

Tratos

cultu

rais

Incen

tivo g

overn

amen

tal

Chuva

Reduç

ão do

custo

Fatores

Impo

rtânc

ia (

%)

Figura 10. Fatores que influenciam ou interferem na atividade cafeeira, segundo os pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

Embora os cultivos sejam de sequeiro, a falta de recursos para aquisição de

adubos em quantidade adequada e nas fases-chave do ciclo da cultura é apontada como

questão crítica para limitação da produção em patamares em torno de 10 sacas.ha-1.

Apesar das famílias não conseguirem viver exclusivamente do café, todas elas

pretendem permanecer na atividade, estando a satisfação com a atividade em 85 %, haja

vista que a mesma é a principal fonte de renda para a família, sendo apontada ainda pelos

pequenos produtores como sendo a melhor atividade para a região (Figura 11).

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19

0,0

25,0

50,0

75,0

100,0

É a principal fonte de rendada família

É a melhor atividade para aregião

Ajuda manter a família

Justificativa

Imp

ortâ

nci

a (%

)

Figura 11. Motivos que justificam sua permanência na atividade, segundo os pequenos produtores da Comunidade de Abelhas, distrito de Inhobim. UESB, Vitória da Conquista, 2011.

Diversos fatores dificultaram o processo de coleta dos dados para obtenção do

custo de produção da cultura do café, dentre eles a perenidade da cultura; a característica

bianualidade de produção; variáveis como tecnologias empregadas nos sistemas de

produção; escala de produção e os perfis dos produtores se destacam.

O fato dos pequenos agricultores não fazerem anotações e nem aplicarem técnicas

gerenciais em sua atividade, implica na dificuldade deles de identificarem dos riscos de

perdas ou as oportunidades econômicas, uma vez que o produtor não tem conhecimento do

custo de seu produto.

CONCLUSÕES

Os principais fatores que compõem o custo de produção para os pequenos

produtores da comunidade de Abelhas são respectivamente a colheita e a adubação, sendo

que a primeira foi apontada como geradora de prejuízos no período analisado.

Os altos custos, a dificuldade de acesso a crédito, a falta de assistência técnica e a

falta de políticas públicas de incentivo voltadas para os agricultores familiares foram

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20

apontados como principais entraves para o acesso a tecnologias e a produção de café com

melhor qualidade e a baixo custo.

Apesar das dificuldades de se manterem na cafeicultura, o nível a satisfação dos

pequenos produtores da comunidade de Abelhas com a atividade está em 85 %, por ser

essa a principal fonte de renda para a família. O café foi apontado pelos produtores como o

fator preponderante para melhoria de sua qualidade de vida e de sua família.

AGRADECIMENTOS

À Deus por me dar muito mais do que eu poderia pedir e merecer;

À minha família pela base sólida e o apoio constante;

À Ludmila pelo carinho, companheirismo e paciência a mim dispensados;

Aos meus amigos de ontem, de hoje e de sempre pela amizade, apoio e fidelidade;

Aos amigos e colegas de curso representados nas figuras dos caríssimos Gabriel

Fernandes, César Ricardo e Jonahtan Santos por todos os bons momentos vividos durante

esse período e pela força e atenção a mim dispensadas;

Às minhas orientadoras pela atenção, paciência, presteza e pela competentíssima

orientação. Sinto-me feliz e honrado pelo privilégio de tê-las conhecido e ser seu

orientado;

À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, na figura de seus professores e

funcionários, pelas oportunidades que se tornaram ser peças fundamentais na minha

formação profissional e pessoal.

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21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ. Indicadores da indústria de café no Brasil. Disponível em: <http://www.abic.com.br/>. Acesso em: 27/9/2010 BRASIL, COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da safra brasileira: Café, 4ª estimativa, dezembro de 2009. Companhia Nacional de Abastecimento. Brasília: Conab, 2009 BRASIL, COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da safra brasileira: Café, 4ª estimativa, dezembro de 2010. Companhia Nacional de Abastecimento. Brasília: Conab, 2010 BRASIL, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. Censo agropecuário brasileiro. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2006. CAIXETA, G. Z. T.; TEIXEIRA, S. M. Economicidade e certificação da cafeicultura familiar na zona da mata de minas gerais. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v.39, n.4, p.317-329, out./dez. 2009. Disponível em: <www.agro.ufg.br/pat>. Acesso em: 21/12/2010 CARAMORI, P. H.; KATHOUNIAN, C. A.; MORAIS, H.; LEAL, A. C.; HUGO, R. G.; ANROCIOLI FILHO, A. Arborização de cafezais e aspectos climatológicos. In: MATSUMOTO, S. N. (Org.). Arborização de cafezais no Brasil. Vitória da Conquista: UESB, 2004. cap.1, p.19-42. COSTA, C. H. G.; CASTRO JÚNIOR, L. G. DE; ANDRADE, F. T.; CHAGAS, I. S. P.; ALBERT, L. H. de B. Composição dos custos e margem líquida da cafeicultura nas principais regiões produtoras de café do Brasil. 47º SOBER, Porto Alegre, 26 a 30/07/2009 COSTA NETO, P. O. Estatística. São Paulo: Edgard Blücher, 1977. 264p. DaMATTA, F. M. Fisiologia do cafeeiro em sistemas arborizados. In: MATSUMOTO, S. N. (Org.). Arborização de cafezais no Brasil. Vitória da Conquista: UESB, 2004. cap.3, p.85-119. DUTRA NETO, C. Café e desenvolvimento sustentável: Perspectivas para o desenvolvimento sustentável no Planalto de Vitória da Conquista. 1. ed. Vitória da Conquista: Ed. do Autor, 2004. 165 p. DUTRA NETO, C. Desenvolvimento regional e agronegócio. 1. ed. Vitória da Conquista: Ed. do Autor, 2009. 187 p. ENCARNAÇÃO, R. DE O.; LIMA, D. R. Café & Saúde Humana. Documentos 1. Brasília – DF, EMBRAPA Café, Abril, 2003. FONSECA, J. S. da; MARTINS, G. A. Curso de Estatística. São Paulo: Atlas, 6ªed. 2009. 320p.

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22

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ANEXO

QUESTIONÁRIO Este questionário se destina ao levantamento de dados sobre a caracterização de unidades de produção de café no município de Vitória da Conquista, para fins de diagnosticar o sistema de produção e os fatores que determinam seu status produtivo. 01 – Nome:____________________________________ Grau de escolaridade:_________ 02 – Cônjuge:__________________________________ Grau de escolaridade:_________ 03 – Filhos:____________________________________ Grau de escolaridade:_________ :____________________________________ Grau de escolaridade:_________ :____________________________________ Grau de escolaridade:_________ 04 – Dados da propriedade: a) Nome da propriedade: ____________________________________________________ b) Localidade:_____________________________________________________________ c) Município: _____________________________________________________________ d) Associação / Cooperativa:__________________________________________________ d) Tamanho da propriedade (ha): _______________ / Área com café (ha): _____________ e) Espaçamento (Arranjo):___________________________________________________ f) Época de colheita: ________________________________________________________ g) Produtividade média:_____________________________________________________ 05 – Atividades produtivas da propriedade: Produção de café Produção de feijão Produção de milho Produção de mandioca

Criação de animais (porco, galinha, gado...) Outra:_____________

06 – Os membros da família trabalham diretamente com a cultura do café: Sim Não 07 – Se sim, qual (is) membro (s) e respectiva (s) atividade (s): __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 08 – Emprega mão-de-obra de funcionários em alguma época? Sim Não 09 – Se sim: a) quantos em média:________________________________________________________ b) a maioria é do sexo: Masculino Feminino c) idade média:____________________________________________________________ d) época (s): ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ e) Onde moram:____________________________________________________________ ____________________________________________________________

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24

10 – Das seguintes práticas, qual (is) costuma fazer: Coleta de solo Análise de solo Calagem Gessagem Adubação química Adubação orgânica (Estercos, pós de rocha...)

Controle do mato ( )capina ( )herbicidas Uso de defensivos industriais (inseticidas, fungicidas...) Uso de caldas (biogeo, supermagro, bordalesa...)

Arborização Colheita ( )solo ( ) pano Despolpa Secagem( )chão( )secador Beneficiamento Armazenamento Classificação

11 – No último ciclo, qual o valor aproximado foi gasto com a lavoura do café: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12 – Qual a(s) prática(s) que mais influenciaram no custo? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 13 – Fonte de recursos financeiros destinados à lavoura: Recursos próprios Crediário em casas comerciais PRONAF Venda de animais e outras culturas

Poupança Empréstimo pessoal em bancos Associação / Cooperativa Outro:_________________

14 – Normalmente, se faz adubação? Sim Não Se sim, qual (is) adubos utiliza e a quantidade: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15 – Como foram as últimas 3 (três) safras? (estimativa média) a) Quantidade colhida:____________________________ b) Produtividade (sacas.ha-1): _______________________ c) Qualidade do café colhido (tipo):__________________ d) Preço médio:_________________________________ 16 – Em sua opinião, o que mais dificulta ou interfere na sua atividade? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 17 – Qual a participação do café na renda da família?______________________________ 18 – Você e sua família conseguem viver exclusivamente da cafeicultura? Sim Não 19 – Você e sua família pretendem continuar apostando na cafeicultura? Sim Não Por que?_________________________________________________________________ _________________________________________________________________