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FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA Gabinete de Mestrados e Doutoramentos

DissertaoCaracterizao do Sono dos Estudantes Universitrios do Instituto Superior Tcnico

Ana Paula Fonseca Cunhal Melo Henriques

Mestrado em Medicina do Sono

Lisboa, 2008

A impresso desta dissertao foi aprovada pela Comisso Coordenadora do Conselho Cintifico da Faculdade de Medicina de Lisboa em reunio de 17 de Junho de 2008

-1-

FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA Gabinete de Mestrados e Doutoramentos

DissertaoCaracterizao do Sono dos Estudantes Universitrios do Instituto Superior Tcnico Mestrado em Medicina do SonoDissertao orientada pela Professora Doutora Teresa Paiva

Todas autor,

as no de

afirmaes cabendo

efectuadas

no

presente

documento so da exclusiva responsabilidade do seu qualquer de responsabilidade pelos Faculdade Medicina Lisboa contedos

nele apresentados. Com toda a gratido e respeito

-2-

NDICEPag. Agradecimentos ndice de Tabelas ndice de Grficos Siglas/Abreviaturas 0- Resumo /Abstract -----------------------------------10,12 1- Introduo ------------------------------------------14 2- A Importncia do Sono ------------------------------16 3- Hbitos e Distrbios do Sono em Estudantes Universitrios ------------------------------------193.1- Estudos Epidemiolgicos------------------------19 3.2- Hbitos dos Estudantes Universitrios ---------22

4- Relao Entre o Sono e o Sucesso Escolar -----------23 5- Hipteses de Trabalho ------------------------------26 6- Metodologia-----------------------------------------266.1- Local de Estudo--------------------------------26 6.2- Amostra---------------------------------------26 -3-

Pag.6.3- Instrumentos e Medidas------------------------34 6.3.1- ndice de Qualidade de Sono de Pittsburgh---36 6.3.2- Escala de Sonolncia de Epworth-------------36 6.4- Variveis------------------------------------36 6.5- Anlise Estatstica---------------------------37

7-Resultados -----------------------------------------387.1-Estatstica Descritiva -----------------------38 7.2-Estastica Analtica -------------------------66

8-Discusso-------------------------------------------87 9-Concluses e Recomendaes -------------------------94 10-Anexos --------------------------------------------97Anexo 1- Carta Enviada aos Alunos -----------------98 Anexo 2- PSQI ------------------------------------100 Anexo 3- ESE -------------------------------------102

Referncias Bibliogrficas-4-

AGRADECIMENTOSEm primeiro lugar minha orientadora Professora Doutora Teresa Paiva, pelo encorajamento permanente, exigncia, rigor e clareza, contribuindo assim para o meu aperfeioamento e com quem tenho tido o privilgio de trabalhar e de ir construindo laos de amizade Aos participantes, estudantes do Instituto Superior Tcnico de

Lisboa, personagens principais deste trabalho. Ao Instituto Superior Tcnico e ao Gabinete de Gesto e

Planeamento pelo seu apoio e colaborao neste estudo. Doutora Marta Paile por toda a sua colaborao, interesse e apoio na divulgao dos inquritos on-line. Ao meu filho Miguel pela sua ajuda preciosa na elaborao do

inqurito e tratamento estatstico. Ao meu filho Luis pela sua ajuda nas tradues dos artigos. Ao meu marido e restante famlia por todo o seu apoio e incentivo nos momentos difceis. Aos colegas de mestrado pelo apoio, encorajamento e troca de

impresses nas dificuldades dirias.

-5-

NDICE DE TABELASPag. Tabela 1 Sexo ----------------------------------------28 Tabela 2 Idade ---------------------------------------29 Tabela 3 Estado Civil --------------------------------29 Tabela 4 Morada --------------------------------------30 Tabela 5 Ano de Curso --------------------------------33 Tabela 6 Mdia de Curso ------------------------------38 Tabela 7 Reprovaes ---------------------------------39 Tabela 8 Cadeiras em Atraso --------------------------40 Tabela 9 Horas de Estudo Semanais --------------------41 Tabela 10 Carga Horria Semanal ----------------------41 Tabela 11 Frequncia das 1 Aulas da Manh -----------42 Tabela 12 nicio das Aulas s 8h e Final s 18h ------43 Tabela 13 Total de Testes ----------------------------44 Tabela 14 Total de Exames ----------------------------44 Tabela 15 Testes e Exames Semana e ao Sbado -------45 Tabela 16 Horas de Deitar Semana e Fim-de-Semana ---46 Tabela 17 Horas de Levantar Semana e Fim-de-Semana -48 Tabela 18 Horas de Sono Semana e Fim-de-semana -----50,51 Tabela 19 Latncia Semana e Fim-de-semana ----------52 Tabela 20 ndice de Qualidade de Sono de Pittsburg----53 Tabela 21 Escala de Sonolncia de Epworth-------------54 Tabela 22 Horas de Desporto Semanais -----------------55

-6-

Pag. Tabela 23 Computador no Quarto e Horas de Computador em Lazer ----------------------------------56 Tabela 24 Fumador -----------------------------------57 Tabela 25 Caf e Coca-Cola Dia ----------------------58 Tabela 26 Ingesto Diria de lcool -----------------59 Tabela 27 Drogas ------------------------------------60 Tabela 28 Refeies Dia -----------------------------62 Tabela 29 Horrio das Refeies ---------------------62 Tabela 30 Local das Refeies -----------------------63 Tabela 31 Distribuio por Sexo ---------------------67 Tabela 32 Distibuio por Curso ---------------------69,70,71,72 Tabela 33 Cursos IST, Ranking -----------------------73 Tabela 34 Distribuio por Mdia de Curso -----------74 Tabela 35 Distribuio por Horas de Estudo Semanais-76,77 Tabela 36 Horas de Estudo Semanais dos Alunos dos do IST, Ranking de Hbitos, Sono e Trabalho Escolar -----------------------------------78 Tabela 37 Distribuio por Carga Horria Semanal ----80 Tabela 38 Distribuio pela Frequncia das Primeiras Aulas Da Manh ----------------------------81 Tabela 39 Distribuio por PSQI ---------------------82 Tabela 40 Distribuio por ESE ----------------------83 Tabela 41 Distribuio por Fumador ------------------84 Tabela 42 Distribuio por Consumo de lcool --------85 Tabela 43 Distribuio por Consumo de Drogas --------86

-7-

NDICE DE GRFICOSPag. Grfico 1 Amostra -----------------------------------27 Grfico 2 Sexo --------------------------------------28 Grfico 3 Estado Civil ------------------------------30 Grfico 4 Morada ------------------------------------31 Grfico 5 Distibuio por Curso ---------------------32 Grfico 6 Distribuio por Ano de Curso -------------33 Grfico 7 Mdia de Curso ----------------------------39 Grfico 8 Total de Testes e Exames ------------------44 Grfico 9 Horas de Deitar Semana ------------------47 Grfico 10 - Horas de Deitar ao Fim-de-Semana ---------47 Grfico 11 Horas de Levantar Semana ---------------49 Grfico 12 - Horas de Levantar ao Fim-de-Semana -------49 Grfico 13 Mdia de Horas de Sono -------------------51 Grfico 14 Latncia de Sono -------------------------52 Grfico 15 ndice de Qualidade de Sono de Pittsburg--53 Grfico 16 Escala de Sonolncia de Epworth-----------54 Grfico 17 Computador no Quarto ---------------------56 Grfico 18 Fumador ----------------------------------57 Grfico 19 Consumo Mdio Dirio de lcool -----------59 Grfico 20 Consumo Mdio de Drogas por Ms ----------61 Grfico 21 Local das Refeies por Semana -----------63

-8-

SIGLAS / ABREVIATURASEng Engenharia ESE Escala de Sonolncia de Epworth FS Fim-de-Semana GEP Gabinete de Estudo e Planeamento GH Hormona de Crescimento H - Hora IST Instituto Superior Tcnico PRL Prolactina PSQI ndice de Qualidade de Sono de Pittsburg REM Sono Paradoxal SDE Sonolncia Diurna Excessiva SLP Sono Lento Profundo TSH Tirotropina UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte UK Universidade de Newcastle Upon Tyne

-9-

0 RESUMO

A

reduo

de

horas

de As

sono

nos

estudantes jovens A

universitrios e a induzem populao

um de

problema trabalhos

emergente. impostas semelhantes

influncias geraes dos adultos.

culturais

presso

competitiva

nas aos

horrios

portuguesa,

tambm com essa tendncia, tem uma hora de deitar tardia (74% da populao deita-se depois da meia-noite) associada a uma hora de levantar madrugadora. O objectivo deste trabalho foi avaliar a prevalncia de distrbios de sono nos estudantes com os do Instituto Superior Tcnico (IST) e e correlacion-los hbitos dirios, sucesso acadmico

ndices de qualidade de sono. Um questionrio on-line foi enviado para cerca de 8000 alunos; foram obtidas 924 respostas (rcio de 11.6%). O questionrio era composto por questes standard: hbitos de sono, o ndice de Pittsburg de Qualidade de Sono (PSQI), a Escala de Epworth para a Sonolncia diurna (ESE), sucesso e sobrecarga acadmicos, hbitos alimentares e desportivos, consumo de lcool, tabaco e drogas. As estatsticas realizadas foram descritivas, ANOVA 1 e

multivariveis. Os inquiridos foram igualmente distribudos pelos diferentes cursos do IST e pelos anos acadmicos. Houve uma preponderncia do sexo masculino (14.4% do sexo feminino) tpica do IST. O PSQI foi anormal em 83.1%, a ESE em 44.4%. Os estudantes dormiam em mdia 6.7 horas durante a semana e 8 durante o fim-de-semana. Um PSQI 5 implicou uma ESE significativamente mais elevada, menos horas de sono durante a semana e fim-de-semana, mais horas de aulas, testes e exames a horas mais matutinas, piores hbitos alimentares, mais chvenas de caf durante o dia e menor prtica de desporto. As correlaes com um ESE anormal foram as horas de sono, as aulas de - 10 -

aula

matutinas

e

o

consumo

de

caf.

O

sucesso

acadmico

foi

correlacionado com as horas de sono (melhores estudantes 8.8, os piores 7,9h por dia), valores de PSQI e ESE, nmero de testes realizados, (sempre horas de exame, nos aulas e testes demasiado os matutinas alunos mais baixos melhores alunos); melhores

apresentam mais actividades de lazer, deitam-se mais tarde no fimde-semana e usam o computador para lazer durante mais horas. Uma carga acadmica excessiva e maus hbitos alimentares contriburam para piorar os resultados anteriormente descritos. Concluses: Um grupo de factores que incluem a durao do sono, carga acadmica excessiva, horrios acadmicos a comear demasiado cedo, ou a e acabar outros demasiado hbitos tarde, dirios horas de sono, o hbitos sucesso alimentares influenciam

acadmico, a qualidade do sono e a viglia diurna nos estudantes universitrios.

Palavras-chave:

estudantes

universitrios,

distrbios

de

sono,

sucesso acadmico, horrios escolares, hbitos dirios.

- 11 -

ABSTRACTSleep reduction in university students is an increasing problem. The cultural influences and the increased competitive pressure imposed upon young generations induce work schedules similar to adults. The Portuguese population, in line with these trends, has a late bedtime (74% go to bed after midnight) associated with early awakening. The purpose of this work was to evaluate the prevalence of sleep disturbances in students of the Technical University (IST) and to correlate them with daily habits, academic success and load and sleep quality measures. An internet questionnaire was send to the 8000 IST students; 924 answers sleep Epworth were obtained the (rate 11.6%). Sleep It had standard Index and questions: the overload, habits, Pittsburgh Scale Quality (PSQI),

Sleepiness

(ESS),

academic

success

eating and sport habits, alcohol, tobacco and drug consumptions. Statistics: descriptive, ANOVA1 and multivariate. The responders were equally distributed by the different IST

courses and by the academic year. There was a preponderance of males (14.4% females) typical of IST. The PSQI was abnormal in 83.1%, ESS in 44.4%. Students slept on average 6.7 hours during the week and 8h in the weekend. PSQI 5 had significantly higher ESS score, slept significantly less during the week and the weekend, had more classes, tests and exams at earlier hours, had poorer eating habits, more coffee per day and a lower sports practise. The correlates for abnormal ESS were the hours of sleep, the early classes and coffee consumption. The academic success was correlated with the hours of sleep (best students 8.8, worse 7.9h/day), PSQI and ESS scores, number of tests done, tests, classes and exams at too early hours (all lower in best students); best students had more pleasurable activities going to bed latter in the week end and using the computer for fun longer. Excessive academic load and poor

- 12 -

Eating

contributed

further

to

the

negative

results

already

described. Conclusions: A cluster of factors including sleep duration,

excessive academic load, academic schedules starting too early or ending too late, sleep, eating and other daily habits influence academic success, sleep quality and daytime vigilance in University Students.

Keywords:

university

students,

sleep

disturbances,

academic

success, sleep schedules, daily habits.

- 13 -

1 INTRODUOO sono um barmetro preciso do estado mental do sujeito,

respondendo rapidamente s situaes de tenso e ansiedade, algumas vezes antes mesmo de qualquer outro sistema corporal o fazer. Na sociedade actual de 24 horas on-line h questes que se

colocam: Pode uma pessoa habituada a dormir regularmente um certo nmero de horas mudar os seus hbitos de sono? Podemos mesmo reduzir com segurana o nosso tempo de sono e

ganhar, com isso, tempo de viglia precioso? Estudos realizados nos ltimos anos refutaram esta soluo

simplista. As pessoas que reduzem o seu tempo de sono pagam por isso um preo alto, pela sonolncia excessiva durante o dia, e os riscos de depresso, insnia ou acidentes. Muitos que dormem at tarde aos fins-de-semana ou que dormem a sesta durante o dia sempre que possvel, no esto a usufruir de sono de luxo, mas apenas a tentar manter equilibradas as contas do sono (Lavie, 1998).

A presso social e cultural contudo dominante e, neste ltimo sculo, a reduo do tempo de sono atingiu todos os grupos etrios.

Segundo

um

trabalho

realizado

por

Correia

(2003)

no

Instituto

Superior Tcnico (IST) a anlise dos abandonos torna-se pertinente, na medida em que aqueles podero espelhar situaes extremas de insucesso escolar: alunos que desistem definitivamente do curso e da universidade. Contudo, no se pode deixar de ter em conta que muitos alunos abandonam os seus cursos em detrimento de outros da sua preferncia e no tanto por uma questo de mau desempenho. A leitura dos seguintes dados deve ser efectuada nunca perdendo de - 14 -

vista os diferentes significados que os abandonos podero ter e no simplesmente como o resultado de insucesso escolar. De acordo com o estudo efectuado, as principais razes pelas quais os indivduos abandonavam o IST foram o desinteresse, a falta de vocao e as baixas expectativas em relao ao curso.

Verifica-se que a taxa mdia de abandono efectivo global do IST para as geraes em estudo foi de 35,2%. Existe a necessidade de analisar o porqu da desmotivao que foi a causa mais do referida escolar Gabinete em de pelos alunos (de e com piores com nveis um (GEP) de aproveitamento recente 2001/2002 Estudo acordo estudo sobre

Planeamento

Monitorizao e acompanhamento do percurso escolar - diagnstico e preveno do insucesso), acompanhado de um estudo sobre as mudanas internas de cursos, com o qual se poderiam identificar quais as Licenciaturas que servem de porta de passagem para outras e porqu.

Posto

isto,

fazemos e das

nos

captulos

subsequentes consequncias

uma sobre

anlise o

da

importncia do sono, dos hbitos e distrbios de sono em estudantes universitrios, escolar. Do nosso conhecimento existem poucos estudos no contexto do Ensino Superior em Portugal sobre a caracterizao do sono dos estudantes universitrios pelo que julgamos que seria importante, como aluna do Mestrado em Medicina do Sono, levar a cabo uma investigao sobre esta temtica. Os objectivos desse estudo foram: -Caracterizar os hbitos de sono dos estudantes do IST; -Descrever os horrios das aulas, testes e exames; -Caracterizar inqurito; -Avaliar a influncia de horrios de aulas, testes e exames sobre a qualidade do sono; - 15 parmetros qualitativos do sono atravs de respectivas sucesso

-Avaliar relao entre hbitos/perturbaes do sono e o sucesso escolar.

Os objectivos do presente trabalho so dar a conhecer os resultados obtidos atravs do inqurito aplicado aos alunos do IST.

2-A Importncia do Sono

O ciclo sono-viglia, um dos vrios ritmos biolgicos presentes em seres humanos, do produzido pela aco sendo em conjunto de por diversas vrios estruturas sistema nervoso influnciado

factores endgenos e ambientais. Entre estes os factores sociais, como horrios de trabalho, lazer e outras actividades, parecem ser dos mais importantes. Reconhece-se, nos dias actuais, a importncia do sono como agente restaurador e homeostsico, com ntida influncia sobre o estado vgil do indviduo. Sabe-se que os transtornos seres do sono trazem consigo diversas repercusses ou para os humanos, na provocando de

perda de qualidade de vida, disfuno autonmica, diminuio do desempenho profissional acadmico, aumento incidncia transtornos psiquitricos e diminuio da vigilidade, com prejuzos na segurana pessoal e consequente aumento de acidentes. As pessoas que dormem mal tendem a ter mais morbilidades, menor expectativa de vida e envelhecimento precoce (Danda, et al, 2005). A reduo do sono altera o controlo homeosttico do sono, por

exemplo, uma pessoa que no dorme as horas necessrias durante a noite tem sonolncia no dia seguinte. Essa sonolncia pode ser revertida extendendo o tempo de sono nas noites subsequentes. A reduo do tempo de sono no s diminui a latncia do sono mas tambm leva a um padro de sono diferente durante as subsequentes oportunidades de dormir. O sono de ondas lentas ou sono lento

- 16 -

profundo (SLP) est aumentado nas noites seguintes a uma privao de sono parcial ou total. O sono paradoxal (REM) reintegrado somente depois do SLP ter sido recuperado, sugerindo que este sono SLP favorecido 1998). durante a recuperao do sono (Jean-Louis, et al,

Jean-Louis, et al (1998) referem num outro estudo que a privao do sono geralmente leva a um aumento da fadiga e estado de humor negativo, onde se inclue tenso, confuso, depresso, entre outras. Estes indivduos tambm so caracterizados por uma diminuio do alerta, vigor, memria e uma diminuio da iniciativa uma em actividades dirias. Algumas pesquisas encontraram ligao

entre privao de sono e desempenho humano, marcada pela reduo da vigilidade e um desnimo nas habilidades motoras. Estas observaes tomadas juntas apontam para um ciclo vicioso nas vidas dos estudantes universitrios com srias repercurses. Esta alterao no padro de sono-viglia pode ser o resultado de um nmero de desafios psicossociais a que os estudantes tm que fazer face diriamente. Estes distrbios tornam os desafios dirios cada vez mais difceis j que os estudantes privados de sono esto, presumivelmente, estar. Nas concluses do seu estudo Roth (2004), refere que impedimentos para dormir, podem reduzir o tempo de sono e/ou a abilidade de o manter, afectando tanto a viglia como o sono. As consequncias da diminuio do sono incluem sonolncia excessiva e diminuio do alerta e que o significado clnico desses efeitos so conhecidos por terem implicaes cognitivas, tais como lapsos de ateno e memria. Curcio et al (2006) referem, que estudantes de diferentes nveis educacionais sofrem de privao crnica de sono ou de sono de m qualidade. Foi constatado que funes cognitivas superiores como no to alerta e vigilantes como precisam de

- 17 -

ateno,

memria

ou

execuo

de

tarefas

complexas

se

encontram

comprometidas quando se verificam alteraes dos padres de sono. Evidncias de um processamento de memria dependentes do sono foram encontradas em diversas espcies incluindo humanos e primatas no humanos, gatos, ratazanas, ratos e zebras, usando uma variedade de paradigmas comportamentais. Muito do trabalho inicial e investigando o sono e a memria em humanos focava o aprender de tarefas declarativas (Walker e Stickgold, 2004).

No que diz respeito regulao circadiria Roth (2004) refere que o processo circadirio regula o tempo de sono e de vigilia. O ritmo circadirio influnciado pela temperatura corporal, as pessoas tendem a dormir quando a temperatura corporal baixa (ex: a meio do noite) e tendem a estar alerta quando a temperatura corporal alta (ex: ao fim a da tarde). Se h um atraso o no sono que REM at o de dia madrugada, os indivduos podem no dormir tanto como gostariam de noite, avana. porque Numa temperatura normal corporal de sobe medida sono noite sono, ocorre

predominantemente pela madrugada. Contudo, quando h um atraso no sono at de madrugada, o sono REM a fase de sono mais prevalente ocorrendo mais precocemente no perodo de sono.

O

sono

exerce do

efeitos sistema

modulatrios endcrino. A

importantes segregao

na da

maioria hormona

dos de

componentes

crescimento (GH) e prolactina (PRL), aumenta marcadamente durante o sono, enquanto que a libertao de cortisol e tirotropina (TSH) est inibida. Por outro lado, os despertares que interrompem o sono inibem a segregao nocturna de GH e PRL e esto associados ao aumento das concentraes matinais do cortisol e TSH. Efeitos efeitos moduladores s so tambm dos do sono do na eixo de libertao nas endcrina que no esto estes o balano - 18 -

limitados metabolismo

hormonas

hipotalmico-pituitrio; hormonas carbono, apetite e

observveis

controlam

hidratos

hidroelectroltico, leptina orexina e grelina. A perda de sono est associada (Cauter). Jr e Krueger (2004) referem no seu estudo que h uma interaco bidireccional entre o sono e o sistema endcrino. Uma significante poro da segregao diria da hormona de crescimento (GH) est associada ao sono SLP. A segregao de GH ocorre em pulsos atrves de todo o dia, mas o sono profundo SLP depois de se ter iniciado o sono est associado com a maior segregao da GH. Durante o sono a segregao de GH pode ser cerca de dois teros da segregao total diria nas 24h. A privao de sono tende a suprimir a segregao de GH e a grande libertao ocorre quando da recuperao do sono. a distrbios na secreco e metabolismo das hormonas

3-Hbitos

e

Distrbios

do

Sono

em

Estudantes

Universitrios3.1-Estudos EpidemiolgicosSegundo Hicks RA, et al 1991, comparando e examinando at esta data, publicaes prvias, nota-se que num perodo de 20 anos, a mdia de horas de sono relatadas por estudantes universitrios tm baixado cerca de uma hora.

Os mesmos autores em 2001 referem que ao longo de duas dcadas h um aumento substancial da percentagem de estudantes universitrios que relatam insatisfao com o seu sono: ex: 24% em 1978, 53% em 1988 e 71% em 2000. Estudos de laboratrio e sondagens sugerem que vrios factores afectam os padres de sono-viglia nos estudantes universitrios. Estes factores incluem as exigncias sociais e acadmicas, a

- 19 -

diminuio das directivas parentais, a reduo do tempo total de sono, o atraso de fase e o aumento de episdios de sestas.

Neste

estudo,

os

estudantes de humor

que

se

deixaram mais

dormir

na

escola, Existem

revelaram

estados

negativos

elevados.

interaces significativas entre sonolncia e idade, sexo, raa e durao do sono (Jean-Louis G et al 1998). Pelo menos dois teros dos estudantes universitrios relatam

distrbios ocasionais de sono, e cerca de um tero destes relatam regularmente dificuldades de sono severas. O problema ainda mais evidente num estudo recente que descobriu que s cerca de 11% dos estudantes sondados vo de encontro aos critrios de boa qualidade de sono. O resto da amostra tem queixas de sono moderadas ou severas (Brown, et al, 2002).

Os

estudantes

universitrios

so

reconhecidos

por

terem

sono

insuficiente durante a semana e por dormirem longas horas durante os fins-de-semana. De facto os horrios de sono dos estudantes so duas vezes mais variveis do que os da populao em geral e revelam sintomas consistentes de sndrome de atraso de fase. Esta sndrome marcado progressivamente por acordares mais tardios ou faltas escola conduzindo a um pobre desempenho acadmico e sonolncia excessiva durante a semana (Brown, et al, 2002).

Outros de

estudos de

epidemiolgicos ansiedade ou de

tm

investigado O

a

ocorrncia insnia (relatada indivduo, orgnico) ou

de tem na um o

distrbios mentais relacionados com sintomas de insnia com o uso escalas depresso. dos uma mental ser termo diferentes apresentados quantidade sintoma significados pelo de ou qualidade dependendo Pode sono) do do sintomas queixa pelo ou clnicos

indivduo. distrbio

referida

(parte

sono

- 20 -

diagnstico

de

um

distrbio

do

sono

(primrio

ou

secundrio)

implicando a necessidade de um processo de diagnstico diferencial. Estudos prvios tm indicado que a insatisfao do sono pode ser o melhor indicador de uma patologia do sono do que a insnia. O objectivo do estudo foi documentar a prevalncia de insnia na populao geral de Portugal e verificar se a insatisfao do sono est mais relacionada com a patologia do que com os sintomas de insnia (Ohayon e Paiva 2005).

Os

estudantes consumo

universitrios de lcool e

so

conhecidos esto

pelos

seus

horrios pobre

muito variveis. Tais horrios a par com outras prticas estudantis (ex: cafena), associados com higiene de sono. Os horrios de sono, o ir para a cama ansioso, o barulho ambiental e estar preocupado ao adormecer contribuem para uma pobre qualidade de sono (Brown et al, 2002).

Num estudo epidemiolgico, Gionotti (1997) relatou que estudantes Italianos em geral, dormiam e que, menos em durante a semana, destes queixavam-se factores, com mais de uma de sonolncia diurna e dormitavam mais frequentemente que a populao decorrncia desempenho havia associao com baixo acadmico, sintomas

ansiedade e depresso e maior uso de lcool, tabaco e cafena (Almondes, et al, 2003).

- 21 -

3.2-Hbitos dos Estudantes Universitrios

De acordo com o estudo de Ban e Lee, (2001), durante esta dcada temos visto uma rpida difuso de computadores e a proliferao de cinema estilos e salas de de video dos at horas tardias durante os a noite. O desenvolvimento desses novos media tem vindo a alterar a cultura e vida jovens adultos incluindo estudantes universitrios. Devido a essas mudanas culturais, os padres de sono dos jovens adultos tendem a tornar-se irregulares e muitos deles experimentam deficincia de sono, o qual pode ter efeitos detrimentes nas actividades dirias incluindo o estudo. Actualmente, tem sido referido que os distrbios de sono tm uma correlao importante com a depresso e que esto associados com um aumento do risco de mortalidade. Nestes dias em que os novos media como computadores e vdeo so divulgados muitssimo e rpidamente, o potencial impacto observado de um pobre e curto sono nocturno na produtividade laboral e na sade entre os jovens adultos merece um estudo adicional.

lcool e drogas ilcitas tm aumentado entre os estudantes e os jovens adultos no UK. Estes aumentos tambm foram notados entre estudantes atravs de universitrios diferentes e uma grande e necessidade examinar estudo universidades faculdades. Neste

apenas 11% dos estudantes no bebiam. Entre os bebedores 61% eram homens e 48% mulheres. A perspectiva dos autores tambm Ingleses. confirma 60% dos estudos homens prvios e 55% que das

mostram que o uso de cannabis comum e est a aumentar entre os estudantes universitrios mulheres referem o uso de cannabis e 20% dos estudantes referem uso regular ( semanalmente ou mais frequente).

- 22 -

Drogas e lcool so tomados principalmente por prazer e eles so percebidos como uma parte normal da vida de muitos estudantes, antes de iniciarem manifestaes de ansiedade. Os seus resultados sugerem uma necessidade para melhor educao acerca de lcool, drogas, e sade em geral nas universidades (Webb et al, 1996).

4- Relao Entre o Sono e o Sucesso Escolar

Deficincia ou distrbios do sono so conhecidos por terem srias consequncias em vrios caminhos. Particularmente, referido que a insnia causa problemas tais como diminuio da concentrao, da memria, diminuio da habilidade para a realizao de tarefas dirias e diminuio da boa disposio e relaes interpessoais. Este estudo tambm mostra que os distrbios de sono esto altamente associados com diminuio da concentrao nas aulas (p 17,5); Nmero de reprovaes com seis opes (0, 1, 2, 3, 4, +4) Nmero de cadeiras em atraso com oito opes (0,1, 2, 3, 4, 5, 6, +6); Tendo em conta o semestre era pedido para referir: Nmero de horas de estudo semanais com sete opes (