material de contabilidade pÚblica

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Page 1: MATERIAL DE CONTABILIDADE PÚBLICA

Conceito de Contabilidade Pública

É o ramo da Ciência Contábil voltado para o registro, o controle e a demonstração dos fatos mensuráveis em moeda que afetam o patrimônio da União, dos Estados e dos Municípios e suas respectivas autarquias e fundações, ou seja, as entidades de direito público interno.

A contabilidade pode ser definida como o sistema de informações capaz de captar, registrar, reunir, divulgar e interpretar os fenômenos avaliáveis monetariamente que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente. A contabilidade pública corresponde à contabilidade aplicada às entidades públicas.

FinalidadeA finalidade da contabilidade pública é determinar procedimentos

normativos para que os fatos decorrentes da gestão orçamentária, financeira e patrimonial das mesmas realize-se em perfeita ordem e sejam registrados sistematicamente, de modo a mostrar, em épocas prefixadas, os respectivos resultados.

Segundo a Abop, Associação Brasileira de Orçamento Público, a contabilidade pública é o ramo da contabilidade que estuda, controla e demonstra a organização e execução dos orçamentos, atos e fatos administrativos da fazenda pública, o patrimônio público e suas variações.

FunçõesDas principais funções da contabilidade pública destacam o

estudo, a orientação, o controle e a demonstração da organização dos orçamentos e sua execução, além de todos os atos e fatos administrativos referentes à fazenda pública. O registro das transações orçamentárias também são analisados dentro da contabilidade pública.

Características Área de ação compreende as três esferas dos governos: federal,

estadual e municipal. Estudar os fatos que afetam o patrimônio público. Objeto de estudo é a gestão do patrimônio público. Instrumento de planejamento e controle da gestão

governamental. Suas normas são definidas pela Lei 4320/64.

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Princípios Fundamentais da Contabilidade Pública

A contabilidade pública constitui o mais complexo ramo da contabilidade, mas seu exercício não difere muito do da contabilidade praticada pelas empresas privadas, pois, apesar de se basear fundamentalmente no orçamento público e em legislações específicas, não pode deixar de seguir os princípios que regem a metodologia contábil.

Por conta das particulares existentes na matéria da contabilidade pública os princípios são aplicáveis de forma adaptada. A Resolução n°750/93 aprovou os princípios fundamentais da contabilidade aplicáveis à contabilidade pública, em razão da importância do assunto.

Princípios aplicáveis a Contabilidade Pública

São princípios aplicáveis a Contabilidade Pública:

Princípio da EntidadeO princípio da entidade reconhece o Patrimônio como objeto da

contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade de diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é verdadeira, pois a soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas em uma unidade de natureza econômica-contábil.

Este princípio aplica-se à contabilidade pública mencionando que o patrimônio de uma entidade não se confunde com o patrimônio de um outra, ou seja, cada uma possui personalidade jurídica própria (orçamento próprio).

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Princípio da ContinuidadeA continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida

ou provável, deve ser considerada quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.

A observância do princípio da continuidade é indispensável à correta aplicação do Princípio da competência, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.

A continuidade é o princípio que determina que os registros contábeis devem ser feitos tendo como fundamento a idéia de que a organização terá vida contínua, pois, se a continuidade da entidade estiver comprometida, os procedimentos contábeis dever ser modificados, exemplo, seus bens devem ser avaliados pelo valor de realização e não pelo valor de custos, como é usual.

Na contabilidade pública, esse princípio, que tem como alicerce a vida ilimitada de uma entidade, poderia ser conceituado como princípio da gestão continuada.

Princípio da OportunidadeO Princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à

tempestividade e á integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originam.

O princípio fundamental da oportunidade determina que os registros contábeis devem ser feitos oportunamente, ou seja, no tempo certo, assim como na extensão correta. A escrituração dos fatos contábeis deve ser tempestiva e íntegra. Consequentemente, aplica-se em sua inteireza à contabilidade pública.

O gestor público, no momento da tomada de decisão, necessita de informações fidedignas, baseadas em registros contábeis realizados de forma cronológica e oportuna. Isso quer dizer que esses registros devem ser elaborados tendo como base os procedimentos técnicos mais adequados para o caso concreto, sempre que possível na data da ocorrência da transação.

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Princípio do registro pelo valor originalOs componentes do patrimônio devem ser registrados pelos

valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.

Aplicado com perfeição à contabilidade pública, o princípio fundamental do registro pelo valor original preconiza que as transações devem ser registradas por seu valor de entrada, por seu valor de custo, ou seja, tendo o custo como base de valor. Os componentes do patrimônio devem ser escriturados pelos valores originais das transações, expressos a valor presente na moeda do nosso país.

Por esse princípio, os ativos devem ser avaliados pelo valor real da aquisição ou produção e de contratação, com as devidas atualizações; os passivos, pelos valores e compromissos constantes nos documentos comprobatórios da dívida. Logo, como regra geral, todos os bens, direitos e obrigações que compõe o patrimônio público devem ser registrados e avaliados pelos valores de entrada.

Princípio da atualização monetáriaOs efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional

devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

A atualização monetária, não contadiz o princípio do registro pelo valor original porque atualizar monetariamente um valor significa, apenas, reconhecer os efeitos da perda do poder aquisitivo da moeda nacional nos registros contábeis. As demonstrações contábeis passam a ser expressas em termos de moeda nacioanl de poder aquisitivo da data do último balanço, desde que os índices praticados sejam compatíveis com as taxas de inflação.

Princípio da CompetênciaAs receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do

resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

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O princípio da Competência determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do princípio da Oportunidade.

O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

O princípio fundamental da competência menciona que as receitas e as despesas, como elementos que determinam o resultado de uma entidade, devem ser registradas, respectivamente, no momento em que são merecidas (colocação da mercadoria à disposição do cliente) e no momento em que são incorridas de acordo com o fato gerador. Esse princípio também é adotado pelo Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), quando esse órgão conceitua os princípios propriamente ditos da realização da receita e do confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis.

Princípio da PrudênciaO Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para

os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

O Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

A prudência, enquanto princípio fundamental de contabilidade, determina que, se tivermos duas situações igualmente válidas e aceitas pelo consenso contábil, adotaremos a mais conservadora, ou seja, a mais prudente.

Orçamento PúblicoConceito – é a lei de iniciativa do Poder Executivo e aprovada pelo Poder Legislativo, que estima a receita e fixa a despesa para o exercício financeiro, que, nos termos da Lei n°4.320/64, coincidirá com o ano civil.

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O sistema orçamentário, no sentido amplo, é a estrutura formada pelas organizações, pessoas informações, tecnologia, normas e procedimentos necessários ao cumprimento das funções estabelecidas no processo orçamentário (concepção, execução e avaliação) preestabelecido para a administração pública.

O processo orçamentário pode ser definido como o conjunto das funções a serem cumpridas pelo orçamento em termos de planejamento, controle gerencial e controle operacional.

Definição do Orçamento PúblicoA doutrina contábil costuma definir o orçamento público nos

seguintes aspectos:Financeiro – O orçamento público é considerado como o plano de custeios, investimentos, inversões, transferências e receitas, proposto pelo Poder Executivo para um exercício financeiro, e aprovado pelo Poder Legislativo.

Econômico – Na sua mais exata expressão, o orçamento pode ser entendido como o quadro da economia pública, ou seja, como o reflexo da vida do Estado.

Jurídico – O orçamento público é a que estima a receita e fixa a despesa para um determinado exercício financeiro, estabelecendo responsabilidade, compromisso e obrigações para a administração pública.

História do Orçamento Público Um dos marcos fundamentais para a origem do orçamento

público ocorreu no século XIII. Mais precisamente em 1215, na Inglaterra, ele remonta ao momento em que a Carta Magna foi imposta ao rei João Sem-Terra pelos senhores feudais, objetivando limitar os poderes de arrecadação do rei e definir a forma de realização dos gastos. O artigo 12 desse histórico documento preconiza a necessidade de autorização do Conselho dos Comuns para a cobrança de tributo ou subsídio, que deveriam ser razoáveis em seu montante.

Já nos Estados Unidos, a Declaração de direitos do Congresso da Filadélfia, elaborada em 1787, foi que implantou a exigência da prática orçamentária.

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Poucos anos depois, a Constituinte da França de 1789, resultante da Revolução Francesa, consagrou o princípio de que a votação das receitas e despesas seria atribuição dos representantes da nação.

No Brasil, a origem do orçamento está ligada ao surgimento do governo representativo, sendo que a nossa primeira lei orçamentária data de 1827.

Exercícios Propostos de Revisão

1) Dê a definição de orçamento público, descrevendo suas

particularidades.

2) Quais os princípios aplicados à contabilidade pública? Resuma-os.

3) Cite as principais características do orçamento público e suas

funções.

4) Quais as definições do orçamento público?

5) Comente sobre a complexidade da matéria pública em relação a

contabilidade pública.