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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 2016 0

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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MURMIAP

MANUAL DE USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E INSUMOS NA

ATENÇÃO PRIMÁRIA DE FORTALEZA

1ª EDIÇÃO

FORTALEZA

FEVEREIRO/2016

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

2

“O que mais me surpreende na

humanidade, são os "homens". Porque

perdem a saúde para juntar dinheiro.

Depois perdem dinheiro para recuperar a

saúde. E por pensarem ansiosamente no

futuro, esquecem do presente de tal

forma que acabam por não viver nem o

presente nem o futuro. E vivem como se

nunca fossem morrer...

... E morrem como se nunca tivessem

vivido ”

Dalai Lama

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária de Saúde de Fortaleza (MURMIAP) - 2016. Célula de Atenção Primária; Célula de Assistência Farmacêutica; Célula de Atenção à Saúde Mental; 110 páginas

1.Uso Racional de Medicamentos; 2. Terapêutica; 3.Padronização na prescrição de Medicamentos; 4. Elenco de medicamentos da atenção primária em saúde; 5. Atenção Primária à Saúde.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Prefeitura de Fortaleza

Secretaria Municipal de Saúde

Coordenadoria de Políticas e Organização das Redes de Atenção à

Saúde

Célula de Atenção Primária á Saúde

Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra

Prefeito de Fortaleza

Maria do Perpétuo Socorro Martins Breckenfeld

Secretária de Saúde do Município

Lúcia Carvalho Cidrão

Secretária Executiva

Maria Imaculada Ferreira Fonseca

Coordenadora de Políticas e Organização das Redes de Atenção à Saúde- COPAS

André Luiz Benevides Bomfim

Gerente da Célula de Atenção Primária à Saúde – CEAPS

Magno de Souza Sampaio

Gerente da Célula de Assistência Farmacêutica – CELAF

Carolina Aires de Castro

Gerente da Célula de Atenção à Saúde Mental – CEASM

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Célula de Assistência Farmacêutica

Magno de Souza Sampaio

Gerência da Célula de Abastecimento

Saullo Diego de Moura de Oliveira

Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional I

Elida Flávia Peixoto Landim

Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional II

Olavo Honório Pitombeira Júnior

Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional III

Osvaldina Nogueira de Menezes

Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional IV

Rômulo José dos Reis Gomes

Lawrence Pinheiro Marinho

Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional V

Thiago Luciano Ayres Sampaio

Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional VI

Georgeline Medeiros Silveira

Farmacêutica da Farmácia Viva Lúcia Gurgel

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Equipe de Elaboração

André Luiz Benevides Bomfim

Gerente da Célula de Atenção Primária à Saúde – CEAPS

Andreia Maluf Favaro

Farmacêutica da Célula de Atenção à Saúde Mental

Antonio Carlos Araújo Fraga

Farmacêutico da Célula de Vigilância Sanitária de Fortaleza

Emilio Rossetti Pacheco

Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza

Frederico Fernando Esteche

Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza

Helaine Cristina Alves de Vasconcelos

Farmacêutica da Célula de Assistência Farmacêutica

Leandro Araujo Da Costa

Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza

Magda Moura de Almeida

Médica de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza

Magno de Souza Sampaio

Gerente da Célula de Assistência Farmacêutica – CELAF

Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro

Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza

Otenberg Nogueira De Souza Júnior

Médico de Família e Comunidade

Rafaela Yasmine de Sousa Ferreira

Residente de Medicina de Família e Comunidade da Regional I

Roberto Ribeiro Maranhão

Médico de Família e Comunidade da Unidade Lineu Jucá Regional I

Talita Rodrigues de Souza

Farmacêutica da Célula de Assistência Farmacêutica

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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SUMÁRIO

I. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. VIII

II. PREFÁCIO .............................................................................................................. IX

1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA ... 11

1.1 Atenção Primária em Saúde ........................................ ..........................................12

1.2 Estruturação da Assistência Farmacêutica ............................................................ 14

1.3 Elenco de Medicamentos Padronizados no Município de Fortaleza ...................... 17

2. INFORMAÇÕES ÚTEIS .......................................................................................... 21

2.1 Dicas para Prescrição Racional de Medicamentos ................................................ 22

2.2 Medicamentos Sujeitos ao Controle Especial ........................................................ 24

2.3 Classificação de Risco dos Medicamentos na Gravidez e Amamentação ............ 27

3. COMPONENTE DESCENTRALIZADO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA...... 31

3.1 Orientações sobre os Medicamentos Essenciais Padronizados............................ 32

Ácido Acetilsalicílico .................................................................................................... 34

Amoxicilina / Amoxicilina + Clavulanato....................................................................... 36

Beclometasona ............................................................................................................ 38

Budesonida .................................................................................................................. 40

Carbonato de Cálcio + Colecalciferol .......................................................................... 42

Captopril ...................................................................................................................... 44

Cefalexina .................................................................................................................... 46

Cloreto de Sódio .......................................................................................................... 48

Enalapril ....................................................................................................................... 50

Gliclazida ..................................................................................................................... 52

Ibuprofeno ................................................................................................................... 54

Levodopa + Benzerazida ............................................................................................. 56

Levodopa + Carbidopa ................................................................................................ 58

Losartana ..................................................................................................................... 60

Metformina ................................................................................................................... 62

Miconazol .................................................................................................................... 64

Omeprazol ................................................................................................................... 66

Permetrina ................................................................................................................... 68

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Prednisona/ Prednisolona ............................................................................................ 70

Prometazina................................................................................................................. 72

Ranitidina ..................................................................................................................... 74

Sais para Reidratação Oral ......................................................................................... 76

Sinvastatina ................................................................................................................. 78

Sulfametoxazol + Trimetoprima ................................................................................... 80

4. COMPONENTE ESTRATÉGICO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ............... 83

4.1 Programa de Controle do Tabagismo .................................................................... 85

4.2 Programa de Atenção Integral à Criança e Adulto com Asma ............................... 85

4.3 Programa de Insulinas e Insumos para Diabetes .................................................. 86

4.4 Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS ................................... 88

4.5 Programa de Tuberculose e Hanseníase .............................................................. 89

4.6 Programa de Alimentação e Nutrição .................................................................... 90

4.7 Programa de Cuidado com a Mulher ..................................................................... 91

5. MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS ..................................................................... 93

5.1 Fitoterápicos no Sistema Único de Saúde ............................................................. 94

5.2 Farmácia Viva Lúcia Gurgel................................................................................... 95

5.3 Medicamentos Fitoterápicos Disponíveis para Prescrição .................................... 96

Creme de Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão) .............................................. 96

Elixir de Aroeira 7% (Myracrodruon urundeuva Allemão) ........................................... 96

Elixir de Erva Cidreira (Lippia Alba) ............................................................................ 97

Pomada de Confrei a 5% (Symphytum officinale L.) .................................................. 97

Sabonete Líquido de Alecrim Pimenta (Lippia sidoides Cham) .................................. 98

Tintura de Alecrim Pimenta a 20% (Lippia sidoides Cham) ........................................ 98

Tintura de Malva Santa a 20% (Plectrantus barbarus Benth) ..................................... 99

Xarope de Chambá (Justicia pectoralis Jacq) ............................................................ 99

Xarope de Guaco (Mikania glomerata Sprengel) ...................................................... 100

6. INSUMOS PARA TRATAMENTO DE FERIDAS .................................................. 101

6.1 Princípios Básicos no Tratamento de Feridas ..................................................... 102

6.2 Tipos de Feridas mais Comuns na Atenção Primária .......................................... 103

6.3 Tipos de Curativos Realizados na Atenção Primária ........................................... 106

6.4 Insumos Padronizados para Curativos no Município ........................................... 106

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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APRESENTAÇÃO

O Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária de

Saúde de Fortaleza (MURMIAP), em sua 1ª edição, traz a relação de medicamentos padronizados

pela Assistência Farmacêutica do Município, representando mais uma importante contribuição no

campo da assistência à saúde nos serviços da comunidade.

O Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Saúde de Fortaleza

é fruto do trabalho dedicado aos atuais e futuros profissionais de medicina de família e comunidade e

tem por objetivo servir como instrumento de consulta rápida, orientando a equipe de saúde, em

especial aos médicos, com relação aos itens medicamentosos disponíveis para prescrição, e

padronizar as condutas referentes à prescrição desses medicamentos na rede básica assistencial.

É fundamental que todos os profissionais de saúde que realizam assistência primária no

município e em especial os prescritores tomem conhecimento e se conscientizem da política

institucional referente à padronização e indicação de uso dos medicamentos normatizados neste

manual, priorizando a prescrição dos medicamentos aqui relacionados. Consulta recente ao

Conselho Federal de Medicina reforçou a obrigatoriedade do médico, quando trabalhando em uma

instituição pública ou privada, seguir as normas por ela emanadas. Esta é uma contribuição para a

disseminação do conhecimento técnico e o fortalecimento de estratégias para a efetivação do

controle de medicamentos na esfera pública, com apoio de todos os envolvidos.

O principal desafio ao uso racional de medicamentos na atenção básica é a falta de

acesso dos profissionais de Saúde à informação de qualidade e isenta de conflito de interesses.

Muitas unidades básicas de saúde não possuem sistema informatizado com acesso à internet para

busca de evidências, comprometendo a pesquisa sistemática por fontes confiáveis de informação.

A contínua atualização das informações do conhecimento científico torna necessária a

reedição deste manual a cada dois anos, para permitir atualizações do elenco de medicamentos

disponíveis, através da incorporação de novas tecnologias e substituição daquelas que se mostram

menos eficazes e em desuso na atenção primária em saúde.

Célula de Atenção Primária à Saúde do Município de Fortaleza

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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PREFÁCIO

É com satisfação que a Coordenadora de Políticas e Organização das Redes de Atenção

à Saúde apresenta o Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária

de Saúde de Fortaleza (MURMIAP), em sua 1ª edição, um dos produtos estratégicos na promoção

do uso seguro e racional dos medicamentos na atenção primária em saúde. Este manual pretende

cumprir sua missão junto à sociedade, tornando-se referência para atividade de seleção e

padronização de medicamentos, no contexto da assistência farmacêutica no município de Fortaleza.

As Células de Atenção Primária à Saúde e Assistência Farmacêutica compuseram

equipes de trabalho, para realização de análise crítica na elaboração das diretrizes e protocolos de

recomendação para utilização racional de medicamentos. Desta forma, mostra a amplitude do

comprometimento da gestão e a responsabilidade na obtenção de um consenso para tomada de

decisões estratégicas no nível primário de saúde.

Nesta primeira edição, foi incluída a lista de medicamentos padronizados pela Assistência

Farmacêutica do Município, orientações sobre assistência à saúde no município, informações úteis

sobre a utilização de medicamentos em crianças, gestantes e idosos, como realizar uma boa

prescrição de medicamentos, classificação de risco dos medicamentos na gravidez e na

amamentação, bem como informações sobre medicamentos sujeitos ao controle especial,

medicamentos fitoterápicos disponíveis no município e insumos para o tratamento de feridas.

Ressaltamos que os protocolos de recomendação de utilização, resultante deste trabalho,

estarão brevemente disponibilizados em versão eletrônica na internet, no site da Secretaria Municipal

de Saúde, no ícone “Downloads”, onde ficará disponível para consulta pública dos leitores a fim de

receber críticas e sugestões para seu aperfeiçoamento em: http://www.fortaleza.ce.gov.br/sms. Em

caso de dúvidas, sugestões ou comentários, envie um e-mail para ([email protected]).

Este material destina-se a ser um relevante instrumento na disseminação de informações para a

comunidade científica e um norteador para orientações aos prescritores.

Assim, estaremos seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde, quanto às

atividades relacionadas à seleção e padronização, política institucional para dispensação de

medicamentos, farmacovigilância e educação continuada à equipe da saúde. Desta maneira,

construindo os padrões das práticas para o uso seguro e racional do medicamento.

Desejamos a todos que aproveitem bem o manual!

Célula de Atenção Primária à Saúde do Município de Fortaleza

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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ASSISTÊNCIA

FARMACÊUTICA NO

MUNICÍPIO DE FORTALEZA

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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1. ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

O Relatório Dawson, em 1920, preconizou a organização do sistema de atenção à saúde

em diversos níveis, criando a concepção moderna de Atenção Primária em Saúde (APS) (MENDES,

2012). Em Alma-Ata, 1978, a Conferência Internacional sobre APS, organizada pela Organização

Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), representou um

marco histórico da APS (GIOVANELLA, 2008).

A conferência de Alma-Ata definiu a APS como:

Cuidados essenciais baseados em métodos de trabalho e tecnologias de

natureza prática, cientificamente críveis e socialmente aceitáveis,

universalmente acessíveis na comunidade aos indivíduos e às famílias, com a

sua total participação e a um custo suportável para as comunidades e para os

países, à medida que se desenvolvem num espírito de autonomia e

autodeterminação (UNICEF, 1979).

Nos anos seguintes, houve um embate entre as concepções de APS abrangente e

seletiva. A concepção de APS abrangente ou integral, defendida pela Declaração de Alma-Ata, foi

questionada por órgãos internacionais por ser pouco propositiva. A APS seletiva prevaleceu nos

países em desenvolvimento com ações organizadas em programas verticais focalizados utilizando

recursos limitados e de custo reduzido com finalidade de combater as principais doenças

(GIOVANELLA, 2008).

Na última década surgiu um movimento de renovação da atenção primária, estimulado

pela OMS e OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), com objetivo de alcançar os Objetivos

do Milênio acordados nas Nações Unidas. Vários documentos foram publicados, entre eles,

“Renovação da Atenção Primária em Saúde nas Américas” (OPAS/OMS, 2005) e “Atenção Primária

à saúde: Agora Mais do que Nunca” (OMS, 2008), com uma atualização da concepção abrangente

de APS, estratégia utilizada para reorganizar os sistemas de saúde (GIOVANELLA, 2008). Neste

projeto adotaremos a concepção de APS abrangente ou integral.

A APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde é compreendida

como uma forma de organização dos serviços de saúde, com objetivo de integrar todos aspectos

desses serviços, a partir do ponto de vista da população, o que implica a articulação da APS como

parte e como coordenadora de uma Rede de Atenção à Saúde (RAS). Responde às necessidades de

saúde da população, através de serviços preventivos, curativos, reabilitadores e de promoção de

saúde. A Atenção Primária integra os cuidados, lida com o contexto e influência as respostas das

pessoas a seus problemas de saúde. Essas perspectivas estão em harmonia com as diretrizes do

Sistema Único de Saúde (MENDES, 2012).

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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A Atenção Primária tem características diferentes dos outros níveis de atenção, como

priorização dos problemas mais frequentes, simples ou complexos, que surgem em fases iniciais,

portanto menos definidos; maior proporção de pacientes em tratamento continuado; maior variedade

de diagnósticos e maior dedicação à prevenção de doenças e promoção à saúde (TAKEDA, 2004).

As quatro principais características da Atenção primária são: porta de entrada para o

sistema de saúde, primeiro contato; continuidade do cuidado, longitudinalidade; integralidade da

atenção e coordenação do cuidado às necessidades dos indivíduos, famílias e comunidade. Outras

características são a centralização na família, orientação na comunidade e a valorização da cultura.

Alguns elementos não são únicos da Atenção Primária, porem são essenciais, como registro

adequado, continuidade de pessoal, a qualidade clínica e a comunicação dentro da equipe e com os

pacientes. As suas três funções essenciais são: a resolubilidade, a comunicação e a

responsabilização (STARFIELD, 2004).

No Brasil a Estratégia de Saúde da Família foi adotada como politica de estado para

expansão da APS, com um papel importante na organização do Sistema Único de Saúde (SUS). A

ESF apresenta características únicas em relação à APS de outros países, como a presença de

equipes multiprofissionais. O crescimento do número de equipes de saúde da família trouxe a

medicina de família e comunidade para o centro da discussão da saúde no Brasil, principalmente no

campo da formação médica (SAMPAIO, 2012).

Diante da grande cobertura populacional da estratégia de saúde da família e da necessidade

de reformulação, fortalecimento e adequação de formação de recursos humanos para atuar

na atenção primária, o governo brasileiro aprovou em outubro de 2013 a Lei 12.871, que tem

como um dos eixos principais a formação médica brasileira.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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2. ESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

MISSÃO: prestar assistência farmacêutica de qualidade aos usuários e profissionais da saúde, da rede pública de Fortaleza, contribuindo na ampliação do acesso e utilização racional dos medicamentos essenciais. VISÃO: contribuir com a Política Nacional de Medicamentos através da aquisição, informação, produção, dispensação e controle de medicamentos, garantindo para os usuários da rede básica de atenção, medicamentos confiáveis, promovendo saúde à população, com segurança e eficácia. VALORES: responsabilidade, respeito mútuo, dedicação ao trabalho e competência científico – profissional.

De acordo com a Política Nacional de Medicamentos, a Assistência Farmacêutica (AF)

pode ser definida como: “Grupo de atividades relacionadas com o medicamento destinadas a apoiar

as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos

em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a

eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a difusão de

informações sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente

e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos”.

A organização e estruturação da AF, nos diferentes níveis de atenção, tem-se dado,

principalmente, a partir de um ciclo logístico do medicamento, que abrange todas as etapas inerentes

ao seu gerenciamento: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e

dispensação. Essas etapas, apesar de guardarem certa independência, devem estar articuladas, de

modo a assegurar o gerenciamento adequado dos medicamentos, atendendo às necessidades e

agregando valor às ações e serviços da atenção básica. Selecionar os medicamentos com base

técnico/científica, considerando segurança, eficácia e custo/efetividade e gerenciar de forma

adequada os recursos financeiros, implica no desenvolvimento de ações estruturantes com

planejamento realizados para curto, médio e longo prazo.

A AF está inserida nos diversos níveis de atenção à saúde (primária, secundária e

terciária) assumindo importância fundamental no sistema de saúde devido à sua transversalidade

com as demais ações e programas de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde tem como meta

ampliar o acesso aos medicamentos para a atenção primária de saúde e a sua utilização racional.

A Organização Mundial de Saúde estima que, no mundo, mais da metade de todos os

medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inapropriadamente, e que metade dos

pacientes não os usa, corretamente. Portanto, é gasto muito dinheiro que, ao invés de benefícios,

pode trazer sérios riscos à saúde. O uso racional dos medicamentos requer que “o usuário receba

medicamentos apropriados para sua situação clínica, nas doses que satisfaça as necessidades

individuais, por um período adequado e ao menor custo possível para ele e sua comunidade”.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

15

Embora tenha uma definição bastante simples, o uso racional de medicamentos, engloba

um objetivo com muitos obstáculos a ser alcançado atualmente. A prescrição e dispensação dos

medicamentos são, sem dúvida, as etapas que mais impactam diretamente sobre o uso racional,

devendo ser permanentemente qualificadas, a fim de melhorar a previsão orçamentária do município

e os indicadores de saúde da população atendida.

É no momento da prescrição que é possível ao prescritor escolher a opção mais efetiva

para o tratamento do seu paciente, sem riscos e no menor custo possível. É no momento da

dispensação que deve ocorrer uma boa interação entre o profissional farmacêutico e o usuário. Esse

é o momento em que o paciente deve receber todas as informações e orientações sobre o uso

correto do medicamento, de modo a contribuir com a adesão ao tratamento.

Algumas estratégias para o uso racional de medicamentos são acessíveis e passíveis de

implementação, tais como a seleção adequada, a elaboração de formulário terapêutico, a

farmacovigilância e a educação dos usuários quanto aos riscos da automedicação.

As medidas regulatórias adotadas nos países também contribuem para o uso racional de

medicamentos. Podem-se destacar, entre elas, os critérios adotados para a concessão de registro

que devem considerar a sua segurança, eficácia e as condições de fabricação. Outra medida é a

revisão da classificação de medicamentos sob prescrição, restringindo a venda livre de

medicamentos que possam apresentar qualquer risco ao usuário.

Uma das estratégias mais adequadas para a promoção do uso racional de medicamentos

está relacionada à produção de conhecimento, elaboração de informações com base em evidências

e divulgação de fontes confiáveis e acessíveis de consulta.

É importante que as condutas terapêuticas sejam uniformizadas de maneira a tornar

impessoais as decisões de escolha de medicamentos utilizados e para facilitar o desenvolvimento de

trabalhos de educação continuada com os prescritores, dispensadores e usuários.

RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS PARA PROVIMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Assistência Farmacêutica representa hoje uma das áreas com maior impacto financeiro

no âmbito do SUS de uma forma geral, o que também é uma realidade nas secretarias estaduais de

saúde (SES) e sua gestão neste âmbito se reveste de fundamental importância.

O acesso aos medicamentos depende de um financiamento sustentado. Ao se definir a

política de assistência farmacêutica e os medicamentos a serem disponibilizados nos diferentes

programas de saúde, em qualquer instância gestora do SUS, deverão ser assegurados os recursos

financeiros que viabilizem as ações de saúde e a sua continuidade.

O financiamento da Assistência Farmacêutica é de responsabilidade das três esferas de

gestão do SUS e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Conforme estabelecido na

portaria GM/MS número 204/2007, os recursos federais são repassados na forma de blocos de

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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financiamento, entre os quais os blocos de financiamento do custeio da assistência farmacêutica, que

é atualmente constituído por três componentes:

COMPONENTE BÁSICO: Destina-se à aquisição de medicamentos e insumos no

âmbito da atenção básica em saúde e àquelas relacionadas a agravos e

problemas de saúde específicos, inseridos na rede de cuidados da atenção

básica, sendo composto de uma parte financeira fixa (valor per capta pactuado na

Comissão Intergestores Bipartite - CIB, como contrapartida de estados e

municípios) e uma parte financeira variável (valor per capta pactuado de forma

centralizada ou descentralizada, destinados a aquisição de medicamentos e

insumos para os programas de cobertura de hipertensão, diabetes, asma e rinite,

saúde mental, saúde da mulher, alimentação e nutrição e combate ao tabagismo).

COMPONENTE ESTRATÉGICO: Destina-se ao financiamento para o custeio de

ações de assistência farmacêutica nos programas de endemias de abrangência

nacional, tais como tuberculose, hanseníase, malária, leishmaniose, doença de

chagas, doenças sexualmente transmissíveis, hemoderivados e imunobiológicos.

COMPONENTE EXCEPCIONAL: Destina-se ao financiamento dos programas de

atendimentos dos agravos presentes na tabela de procedimentos ambulatoriais a

nível estadual e executados conforme Protocolos Clínicos e Diretrizes

Terapêuticas, publicados pelo Ministério da Saúde.

Após o processo de descentralização da atenção básica aos municípios, os mesmos

passaram a ser os responsáveis diretos pelas ações de saúde neste âmbito. Assim o repasse

financeiro ficou vinculado à implementação das atividades relacionadas à reorientação da assistência

farmacêutica. A partir de então foi possível planejar a aquisição dos produtos medicamentosos de

acordo com as demandas prioritárias, ampliando o acesso dos usuários do sistema de saúde aos

medicamentos básicos, promovendo assim o uso racional.

O elenco de medicamentos para atenção básica seria constituído por dois componentes:

COMPONENTE ESTRATÉGICO: Contempla o conjunto de medicamentos e produtos,

cuja responsabilidade pelo financiamento e/ou aquisição é do ministério da saúde. Dentre eles,

hipertensão e diabetes, inclusive insulina; asma e rinite; saúde da mulher; Alimentação e Nutrição e

combate ao tabagismo.

COMPONENTE DESCENTRALIZADO: Constituído pelo incentivo aos medicamentos

essenciais, definidos num elenco mínimo e obrigatório que deve constar na Relação Nacional de

Medicamentos Essenciais, financiado com recursos do ministério da saúde, estados e municípios.

A dispensação do medicamento para o usuário da Atenção Básica é realizado a partir de

uma prescrição médica, para um período de até 30 dias do tratamento prescrito.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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3. ELENCO DE MEDICAMENTOS PADRONIZADOS NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA

Medicamentos são importantes recursos terapêuticos capazes de curar doenças,

minimizar sintomas, prevenir patologias ou alterar sistemas fisiológicos. Medicamentos essenciais

são aqueles que satisfazem às necessidades prioritárias no processo do cuidado à saúde de uma

população. Eles devem ser selecionados com o objetivo de atender aos problemas de relevância em

saúde pública, devendo ser consideradas as evidências de eficácia e segurança, assim como, dados

das relações custo-efetividade e custo-benefício.

A seleção de medicamentos possibilita ganhos terapêuticos e econômicos, sendo os

ganhos terapêuticos aqueles relacionados à promoção do uso racional e à melhoria da qualidade

terapêutica, e os econômicos aqueles que se referem à racionalização dos custos dos tratamentos.

Dessa forma, a lista padronizada de medicamentos favorece a qualidade na

assistência, uniformizando as condutas terapêuticas, tornando impessoais as decisões de escolha

dos medicamentos e facilitando a educação continuada de prescritores, dispensadores e usuários.

Esta relação de medicamentos destina-se ao uso exclusivo dos pacientes atendidos

nas unidades próprias da rede municipal de saúde, sendo disponibilizados nas unidades conforme o

perfil assistencial das mesmas. Cada medicamento foi designado pela denominação comum

brasileira (DCB) acompanhado de concentração, forma e apresentação farmacêuticas, conforme

apresentado a seguir:

MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA

Aciclovir 200mg Comprimido

Ácido Acetilsalicílico 100mg Comprimido

Ácido Fólico 5mg Comprimido

Ácido Valpróico 500 mg Comprimido

50mg/ml Solução Oral

Albendazol 400mg Comprimido

40mg/ml Suspensão Oral

Alendronato (Sódico) 70mg Comprimido

Alopurinol 300mg Comprimido

Amiodarona (Cloridrato) 200mg Comprimido

Amitriptilina (Cloridrato) 25 mg Comprimido

Amoxicilina 50 mg/ml Suspensão Oral

500mg Cápsula

Amoxicilina + Clavulanato de Potássio 50mg+12,5mg/ml Suspensão Oral

500mg+125mg Comprimido

Anlodipino (Besilato) 5mg Comprimido

Atenolol 50mg Comprimido

Azitromicina 40mg/ml Suspensão Oral

500mg Comprimido

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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA

Beclometasona (Dipropionato) 50mcg e 250mcg Aerossol Oral

Benzilpenicilina Benzatina 1.200.000 UI e

600.000UI Pó p/ Solução Injetável

Benzilpenicilina Procaína+Potássica 300.000UI+100.000UI Pó p/ Solução Injetável

Biperideno (Cloridrato) 2 mg Comprimido

Budesonida 50 mcg Aerossol nasal

Captopril 25 mg Comprimido

Carbamazepina 200 mg Comprimido

20mg/ml Suspensão Oral

Carbonato de Cálcio 1250 mg* Comprimido

Carbonato de Cálcio + Colecalciferol 600 mg + 400 UI Comprimido

Carbonato de Lítio 300 mg Comprimido

Carvedilol 6,25mg/25 mg Comprimido

Cefalexina 50 mg/ml Suspensão Oral

500 mg Cápsula

Ciprofloxacino (Cloridrato) 500 mg Comprimido

Claritromicina 500 mg Comprimido

Clomipramina (Cloridrato) 25 mg Comprimido

Clonazepam 2,5 mg/ml Solução Oral

Cloreto de Sódio 0,9% Solução Injetável e Nasal

Clorpromazina (Cloridrato) 25mg e 100 mg Comprimido

40 mg/ml Solução Oral

Dexametasona 0,1% Creme Dermatológico

0,1mg/ml Solução Oral

Diazepam 5 mg Comprimido

5 mg/ml Solução Injetável

Digoxina 0,25 mg Comprimido

Dipirona Sódica

500 mg Comprimido

500 mg/ml Solução Oral

500 mg/ml Solução Injetável

Doxazosina (Mesilato) 2 mg Comprimido

Enalapril (Maleato) 5mg e 20 mg Comprimido

Noretisterona (Enantato) + Estradiol (Valerato)

50mg+5mg/ml Solução Injetável

Eritromicina 500 mg Comprimido

50 mg/ml Suspensão Oral

Espiramicina 500 mg Comprimido

Espironolactona 25 mg Comprimido

Fenitoína 100 mg Comprimido

Fenobarbital 100 mg Comprimido

40 mg/ml Solução Oral

Finasterida 5 mg Comprimido

Fluconazol 150 mg Cápsula

Fluoxetina (Cloridrato) 20 mg Comprimido

Folinato de Cálcio 15mg Comprimido

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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA

Furosemida 40 mg Comprimido

Glibenclamida 5 mg Comprimido

Glicazida MR** 30 mg Comprimido

Haloperidol 1 mg e 5 mg Comprimido

2 mg/ml Solução Oral

Haloperidol (Decanoato) 50 mg/ml Solução Injetável

Hidroclorotiazida 25 mg Comprimido

Ibuprofeno 600 mg Comprimido

50 mg/ml Suspensão Oral

Isossorbida (Mononitrato) 40 mg Comprimido

Itraconazol 100 mg Cápsula

Levodopa + Benserazida 100mg + 25mg

Comprimido Birranhurado/Cápsula HBS***

200mg + 50mg Comprimido

Levodopa + Carbidopa 200mg + 50mg e 250 mg + 25mg

Comprimido

Levonorgestrel + Etinilestradiol 0,15mg + 0,03mg Comprimido

Levotiroxina (Sódica) 25 mcg e 100 mcg Comprimido

Lidocaína (Cloridrato) 2% Geléia

Loratadina 1 mg/ml Xarope

10 mg Comprimido

Losartana 50 mg Comprimido

Medroxiprogesterona 150mg/ml Solução Injetável

Metformina (Cloridrato) 500 mg Comprimido

Metildopa 250 mg Comprimido

Metoclopramida (Cloridrato) 10 mg Comprimido

4 mg/ml Solução Oral

Metronidazol

100mg/g Creme Vaginal

250 mg Comprimido

40mg/ml Suspensão Oral

Miconazol (Nitrato) 2% Creme Vaginal

2% Creme Dermatológico

Nistatina 100.000 ui/ml Suspensão Oral

Nitrofurantoína 100 mg Comprimido

Noretisterona 0,35mg Comprimido

Nortriptilina (Cloridrato) 25 mg Cápsula

Ondansentrona (Cloridrato) 4 mg Comprimido

Óleo mineral 100% Solução Oral

Omeprazol 20 mg Cápsula

Paracetamol 500 mg Comprimido

200 mg/ml Solução Oral

Permetrina 1% Loção Cremosa

5% Creme Dermatológico

Pirimetamina 25 mg Comprimido

Prednisolona 3 mg/ml Solução Oral

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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA

Prednisona 5mg e 20 mg Comprimido

Prometazina (Cloridrato) 25 mg Comprimido

25 mg/ml Solução Injetável

Propranolol (Cloridrato) 40 mg Comprimido

Propiltiouracila 100 mg Comprimido

Ranitidina (Cloridrato) 150 mg Comprimido

15 mg/ml Solução Oral

Sais para Reidratação Oral 27,9 g Pó p/ solução Oral

Salbutamol (Sulfato) 100 mcg/dose Aerossol Oral

Sinvastatina 20 mg e 40 mg Comprimido

Sulfadiazina de Prata 500 mg Comprimido

1% Pasta

Sulfametoxazol + Trimetoprima 400 mg + 80 mg Comprimido

40 mg + 8 mg/ml Suspensão Oral

Sulfato Ferroso 40 mg de ferro Comprimido

25 mg/ml de ferro Solução Oral

Tiamina (Cloridrato) 300 mg Comprimido

Timolol (Maleato) 0,5% Solução Oftálmica

Varfarina (Sódica) 5 mg Comprimido

* Equivalente a 500mg de cálcio elementar.

** Liberação Modificada.

***HBS: Hydrodynamically Balanced System (Sistema de Liberação Prolongada).

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. BRASIL. Assistência Farmacêutica Municipal – Diretrizes para estruturação e processos de organização. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmácia. – São Paulo, 2013. 72pg.

2. BRASIL. CONASS. Assistência Farmacêutica no SUS. Coleção pra entender a gestão do SUS. Brasília: CONASS, volume 7, 2011. 186pg.

3. FORTALEZA. Comissão Intergestores Bipartite. Resolução nº 17, de 01 de outubro de 2015. Dispõe sobre a atualização da Relação de Medicamentos Essenciais de Fortaleza. Diário Oficial do Município, Poder Executivo, 22 dez. 2015.

4. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Relatório de Gestão, 2010. Fortaleza, 2010b. Disponível em: <http://www.saudefortaleza.ce.gov.br>. Acesso em: 05 outubro 2015.

5. Universidade Aberta do SUS. Uso racional de medicamentos [Recurso eletrônico] / Universidade Aberta do SUS; Alexandra Crispim Boing, Ana Paula Veber, Fabíola Stolf. – Florianópolis: UFSC, 2010. 52 pg.

6. WALTER SJJ. Reflexões sobre o uso racional de medicamentos. Revista Pharmacia Brasileira nº 78 - Setembro/Outubro 2010.

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

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DICAS PARA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS

A prescrição médica é uma relação terapêutica importante entre o médico e o paciente e

representa o produto da perspicácia diagnóstica e da capacidade terapêutica do médico que fornece

instruções destinadas ao alívio ou a restauração da saúde do paciente. Entretanto, mesmo a

prescrição escrita dentro dos melhores padrões científicos atuais pode tornar-se inútil, se não utilizar

parâmetros racionais de escolha terapêutica e fornecer instruções adequadas sobre como

administrar os medicamentos prescritos. A prescrição constitui documento legal pelo qual se

responsabilizam quem prescreve, quem dispensa o medicamento e quem administra, estando sujeito

a legislações de controle e vigilância sanitários.

Ao ser atendido em uma instituição de saúde, o doente se entrega por inteiro nas mãos

daqueles (profissionais e instituição), em quem deposita confiança para a resolução do seu problema

de saúde e espera que estes sejam resolvidos, ou minimizados, sem que nenhum agravo adicional

ocorra, decorrente da sua passagem pela instituição.

Os agravos adicionais são denominados eventos adversos relacionados à medicamentos

e são a principal causa de doenças iatrogênicas e podem ser resultantes de causas evitáveis e não

evitáveis relacionadas a medicamentos. O potencial iatrogênico da prescrição “per si” decorre de

erros na escolha da dose, na via de administração, na freqüência ou na interação dos fármacos.

As causas evitáveis incluem aquelas resultantes do uso inapropriado de medicamentos e

sua redução requer uma melhor compreensão das causas e fatores de risco associados ao erro na

provisão do cuidado ao paciente e as causas inevitáveis estão relacionadas às condições intrínsecas

do paciente.

Superar as falhas e problemas requer o reconhecimento de que toda atividade de

assistência à saúde possui pontos frágeis que podem comprometer a segurança do paciente e que a

chave para reduzir o risco é criar um ambiente que elimine a cultura da culpa e punição e os

substitua por uma cultura de vigilância e cooperação, expondo dessa forma os pontos fracos que

podem concorrer para causar o erro.

A adoção de práticas profissionais baseadas em protocolos e evidências clínicas, a boa

qualidade da comunicação entre os profissionais que prestam assistência ao paciente, a abertura

para se aprender a partir das falhas ocorridas e a compreensão de que devemos tornar a assistência

brasileira mais segura, nos torna parte atuante no processo que conduz à maior segurança na saúde.

O ato de prescrever constitui uma etapa no processo de cuidado com o paciente. Baseada

no processo de decisão para qualquer atitude técnica em qualquer campo do conhecimento, a

Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe seis etapas básicas para se alcançar uma terapêutica

efetiva:

Definição clara do problema de saúde.

Especificação dos objetivos terapêuticos.

Seleção do tratamento mais eficaz e seguro para um paciente específico.

Prescrição, incluindo medidas medicamentosas e não medicamentosas.

Informação sobre a terapêutica para o paciente.

Monitoramento do tratamento proposto.

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A Organização Mundial da Saúde considera que a prescrição por nome genérico é um dos

indicadores para avaliar a qualidade da prescrição de medicamentos, pois promove o uso racional, a

redução dos custos dos medicamentos, com consequente melhoria do acesso, da adesão, do

respeito ao tratamento, da diminuição dos erros de medicação.

Para que os resultados da prescrição sejam efetivos, é preciso facilitar e promover a

cooperação ativa entre os profissionais envolvidos. Para garantir o uso racional de medicamentos e

evitar erros de prescrição e medicação, faz-se necessário seguir algumas recomendações:

1. Conheça bem as indicações da terapia instituída para seu paciente.

2. Utilize sempre letra legível usando letra de forma clara, por extenso e sem rasuras ou opte

pela prescrição impressa.

3. Escrever o nome do medicamento, segundo a Denominação Comum Brasileira (DCB),

lembrando que a prescrição pelo nome genérico é obrigatória no sistema público de

saúde.

4. Especificar forma farmacêutica e concentração do medicamento, via de administração,

intervalo entre as doses e a duração do tratamento.

5. As doses devem adotar os sistemas de registros de pesos e medidas oficiais brasileiros.

6. A prescrição de medicamentos com a indicação “usar se necessário”, “se necessário” ou

“quando necessário”, necessita que no mínimo sejam especificados a dose máxima e o

intervalo mínimo entre as doses. Essa forma de prescrição denota que o médico abdicou

do seu dever, transferindo o julgamento da necessidade do medicamento para outro.

7. Evitar o uso de abreviações e evite utilizar fórmulas químicas para denominar os

medicamentos nas prescrições (ex: HCTZ, Fe2SO4, AAS, SMT+TMP).

8. Usar receituário específico para prescrição de fármacos sujeitos ao controle especial e

para os antimicrobianos quando a aquisição dos mesmos for de responsabilidade do

usuário.

9. Estar atento para grafias de números com zeros ou vírgulas evitando erros de dosagem.

10. Assinar e colocar o carimbo legível permitindo identificar o profissional prescritor.

11. Nome por extenso, endereço e telefone do prescritor são desejáveis, de forma a

possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso

dos medicamentos prescritos.

12. A data da prescrição também é outro item importante, pois além de registrar as

atualizações realizadas durante o tratamento do seu paciente, valida a utilização correta

das receitas de medicamentos controlados pelo órgão sanitário regulador, por meio de

receituário específico.

13. Nos retornos identifique alergias e outros problemas de medicação que possam

eventualmente estar interferindo na eficácia terapêutica e na adesão à terapia, tais como

interações medicamentosas, reações adversas ou intoxicações.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. LUIZA VL, GONÇALVES CBC. A Prescrição Medicamentosa. In: FUCHS, F.D.; WANNMACHER, L. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010.

2. MADRUGA CMD. Manual de orientações básicas para prescrição médica. Brasília, 2ª edição, CRM-PB/CFM, 2011. 62pg.

3. NERI EDR, VIANA PR, CAMPOS TA. Universidade Federal do Ceará. Hospital Universitário Walter Cantídio. Dicas para uma boa prescrição hospitalar. Fortaleza, 2008. 38pg

4. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia para a boa prescrição médica. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL

Segundo a Organização Mundial da Saúde, medicamentos psicotrópicos são substâncias

que agem no sistema nervoso central, produzindo alterações de comportamento, humor e cognição,

possuindo grande propriedade reforçadora, sendo, portanto, passíveis de autoadministração, o que

caracteriza a idéia de fármacos que levam à dependência física ou psíquica.

Os medicamentos psicotrópicos podem ser divididos em 4 categorias principais.

Os ansiolíticos sedativos, particularmente os benzodiazepínicos, são utilizados para a

farmacoterapia dos distúrbios de ansiedade.

Os antidepressivos (agentes que elevam o humor) e os antimaníacos ou estabilizadores do

humor (notavelmente os sais de lítio e determinados anticonvulsivantes) são utilizados no

tratamento dos distúrbios afetivos do humor e condições relacionadas.

Os antipisicóticos ou neurolépticos são utilizados no tratamento de doenças psiquiátricas

muito graves - as psicoses e a mania, exercendo efeitos benéficos sobre o humor e o

raciocínio, porém muitos neurolépticos clássicos estão associados ao risco de efeitos

colaterais característicos que estimulam doenças neurológicas, enquanto os antipisicóticos

modernos estão associados a um ganho ponderal e a efeitos metabólicos adversos, como

diabetes.

No entanto, na prática clínica, essas distinções por categorias tornaram-se menos válidas

pelas seguintes razões: vários medicamentos de uma classe serão utilizados para tratar problemas

anteriormente atribuídos a outra classe.

Por exemplo; alguns antidepressivos (Fluoxetina, Clomipramina) são também utilizados

para tratar uma ampla faixa de Transtornos de Ansiedade. Neurolépticos Atípicos (Olanzapina,

Risperidona), são também utilizados para estabilizar a fase maníaca do THB e parecem ter também

alguma atividade como Antidepressivos.

Então se torna necessário ter uma visão mais ampla sobre as diversas aplicabilidades

dos medicamentos que agem sobre o SNC, conhecidos como psicofármacos.

Assim a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, através da Portaria 344/98 e

da RDC 58/07, regulamenta a venda comercialização, dispensação de Medicamentos Sujeitos ao

Controle Especial. Elas legislam sobre controle da prescrição e dispensação dos seguintes grupos de

medicamentos: entorpecentes, psicofármacos, antiretrovirais, retinóides de uso sistêmico,

imunossupressores, anabolizantes e psicotrópicas – que exigem formulários de receita específicos e

se diferenciam quanto às exigências para a prescrição convencional dos medicamentos.

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O MS implantou, em 1999, o Programa para a Aquisição dos Medicamentos Essenciais

para a área de Saúde Mental, o qual tem como objetivo a reestruturação da assistência psiquiátrica

em curso no país. Este Programa impõe a necessidade de reversão do modelo de assistência

vigente, como a implantação de uma rede de serviços ambulatoriais, com acessibilidade e

resolubilidade garantidas.

O elenco de medicamentos que compõe o Programa, consta na Relação Nacional de

Medicamentos Essenciais, desde a versão publicada em 1999, e são considerados essenciais ao

tratamento de transtornos mentais dos pacientes atendidos na rede ambulatorial do SUS.

No Município de Fortaleza são padronizadas pela assistência farmacêutica básica para

atendimento das demandas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), as seguintes classes de

medicamentos sujeitos ao controle especial:

Antidepressivos: amitriptilina, clomipramina, fluoxetina, nortriptilina.

Ansiolíticos: clonazepam, diazepam.

Anticonvulsivantes: ácido valpróico, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital.

Antiepilético: clonazepam.

Antimaníacos: carbonato de lítio.

Antiparkinsoniano: biperideno.

Antipisicóticos: clorpromazina, haloperidol.

TIPOS DE RECEITUÁRIO

LISTA B1: Substâncias Psicotrópicas (notificação de receita de cor azul)

Formulários de Notificação de Receita B, de cor azul, são fornecidos por profissional, hospital

ou ambulatório. A quantidade máxima a ser prescrita corresponde ao quantitativo necessário

Para 60 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso de

medicamento para uso injetável.

LISTA C1: Substâncias Sujeitas ao Controle Especial (receita cor branca em 2 vias)

Formulários de Notificação de Receita C, de cor branca, são fornecidos por profissional,

hospital ou ambulatório. A quantidade máxima a ser prescrita corresponde ao quantitativo

necessário para 60 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso

de medicamento para uso injetável.

A receita e a notificação devem conter dados obrigatórios do prescritor e do paciente. A

receita de controle especial deverá ser preenchida pelo prescritor, manuscrita com letra legível e sem

rasuras ou digitada. Já a notificação de receita deverá ser preenchida pelo prescritor, manuscrita com

letra legível e sem rasuras. A posologia deve ser expressa com algarismos arábicos, por extenso e

sem emendas. A validade das receitas é de 30 dias a contar da data de emissão e deverá ser

atendida uma única vez dentro deste prazo. Uma exceção ocorre com os medicamentos

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anticonvulsivantes e antiparkinsonianos, pois podem ser prescritos para até seis meses de

tratamento.

São padronizadas para atendimento da saúde mental as seguintes apresentações

farmacêuticas de medicamentos:

Ácido Valpróico

Comprimido de 500mg

Solução Oral de 50mg/mL Amitriptilina

Comprimido de 25mg Biperideno

Comprimido de 2mg Carbamazepina

Comprimido de 200mg

Suspensão Oral de 20mg/mL Carbonato de Lítio

Comprimido de 300mg Clomipramina

Comprimido de 25mg Clonazepam

Solução Oral de 2,5mg/mL

Clorpromazina

Comprimido de 25mg e 100mg

Solução Oral de 40mg/mL Diazepam

Comprimido de 5mg

Solução Injetável de 5mg/mL Fenitoína

Comprimido de 100mg Fenobarbital*

Comprimido de 100mg

Solução Oral de 40mg/mL Fluoxetina

Cápsula de 20mg Haloperidol

Comprimido de 1mg e 5mg

Solução Oral de 40mg/mL

Solução Injetável de 50mg/mL Nortriptilina

Comprimido de 25mg

Legenda: Medicamento pertencente à lista B1 Medicamento pertencente à lista Lista C * Pertence à lista B1, mas fica sujeito à prescrição da receita de controle especial em 2 vias.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. BRASIL. Assistência Farmacêutica Municipal – Diretrizes para estruturação e processos de organização. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmácia. – São Paulo, 2013. 72pg.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico sobre substancias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 27 de dezembro de 1998.

3. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Célula de Vigilância Sanitária. Orientações para a dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial. 2015.14pg.

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Classificação de Risco dos Medicamentos na gravidez e amamentação

1. RISCO PARA USO DE MEDICAMENTOS NA GRAVIDEZ

A primeira linha de informação para qualquer produto comercializado que venha a ser

utilizado por gestantes e nutrizes consiste em relatos de eventos adversos às agências regulatórias.

A notificação e o relato de uma possível ligação entre o medicamento e um evento adverso particular,

é frequentemente a primeira indicação de problemas, às vezes muito raros para serem identificados

nos ensaios clínicos pré-comercialização.

As referências mais comuns do uso de medicamentos nessas situações provêm de

relatos de casos observados e relatados por médicos cuja paciente ou mais de uma, tenham feito

uso de um medicamento em particular coincidentemente com o período da gestação ou durante a

amamentação. Tal informação é, na realidade, um dado observacional não podendo ser considerado

de caráter definitivo ou conclusivo no que diz respeito ao risco associado ao medicamento nessas

circunstâncias. É possível encontrar na literatura relatos com conclusões divergentes, muitas vezes

por que outros fatores possam ter sido levados em consideração, ou pelo contrário, ignorados

durante as análises feitas sobre o assunto.

Também é importante considerar que os dados obtidos a partir de estudos com animais

não podem ser, integralmente, extrapolados para humanos. Esses dados provêm da interpretação

dos dados observados pelos autores ou compilação das análises de outrem, existindo dessa forma

sempre a possibilidade de uma avaliação incorreta ou inconsistente com as intenções do autor.

Nenhum medicamento está isento de riscos, independentemente da via de administração.

O efeito potencial dos medicamentos sobre o feto e neonato varia de acordo com a idade

gestacional. Portanto, antes de se administrar qualquer medicamento em uma mulher grávida, deve-

se valorizar a relação risco-benefício, considerando que o fato de não tratar determinadas patologias

poder ser tanto ou mais perigoso para o feto que o medicamento em questão.

O Food and Drug Administration (FDA) estabeleceu 5 categorias para indicar o potencial

de teratogenicidade do medicamento durante o período gestacional:

CATEGORIA DEFINIÇÃO

A

Refere-se a medicamentos e substâncias para as quais os estudos controlados em

mulheres não têm mostrado risco para o feto durante o primeiro trimestre, não

havendo nenhuma evidência de risco em trimestres posteriores, sendo bastante

remota a possibilidade de dano fetal.

B Os estudos realizados em animais não demonstraram risco fetal, mas não há

estudos controlados em mulheres ou animais grávidos que mostrem efeitos

adversos (que não seja uma diminuição na fertilidade), não sendo confirmado em

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estudos controlados em mulheres no primeiro trimestre (e não há nenhuma

evidência de um risco em trimestres posteriores).

Também se aplica aos medicamentos nos quais os estudos em animais mostraram

efeitos adversos sobre o feto, mas os estudos controlados em humanos não

demostraram riscos para o feto.

Podemos considerar os medicamentos e substâncias incluídas nessa categoria

como de prescrição com Cautela.

C

Os estudos em animais têm demonstrado que esses medicamentos podem exercer

efeitos teratogênicos ou é tóxico para os embriões, mas não há estudos

controlados em mulheres ou não há estudos controlados disponíveis em animais

nem em humanos. Este tipo de medicamento deve ser utilizado apenas se o

benefício potencial justificar o risco potencial para o feto. Podemos considerar os

medicamentos incluídos nessa categoria como de prescrição com Risco.

D

Já existe evidência de risco para os fetos humanos, mas os benefícios em certas

situações, com o nas doenças graves ou em situações que põem em risco a vida,

e para as quais não existe outra alternativa terapêutica – para os quais fármacos

seguros não podem ser utilizados ou são ineficazes – podem justificar seu uso

durante a gravidez, apesar dos riscos. Podemos considerar os medicamentos e

substâncias incluídas nessa categoria como de prescrição com Alto Risco.

X

Os estudos em animais ou humanos têm demonstrado que o medicamento causa

anormalidades fetais ou há evidências de risco fetal baseada em experiências em

humanos ou ambos. O risco supera claramente qualquer possível benefício. Os

medicamentos e substâncias dessa classe são contra-indicados em mulheres

gestantes e são considerados como de prescrição com Perigo.

Para indicar o potencial de teratogenicidade dos medicamentos relacionados neste

manual foram utilizadas informações sobre teratogenicidade definidas pelo FDA. Estes

medicamentos estarão indicados com a letra correspondente à classificação do FDA mais um

asterisco. Dois asteriscos indicam que a informação não está disponível ou não existem dados para o

uso.

Exemplo:

2. RISCO PARA USO DE MEDICAMENTOS NA AMAMENTAÇÃO

O leite materno é fundamental para a saúde da criança pela sua disponibilidade de

nutrientes e substâncias imunoativas. A amamentação favorece a relação afetiva mãe-filho e o

desenvolvimento da criança, do ponto de vista cognitivo e psicomotor. Apresenta, também, a

propriedade de promover o espaçamento das gestações e de diminuir a incidência de algumas

doenças na mulher.

Apesar da excelência do leite materno, existem ocasiões em que o profissional de saúde

deve considerar o risco/benefício da terapia medicamentosa na mãe que amamenta. A

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29

recomendação para interromper a amamentação na vigência de tratamento medicamentoso da nutriz

é muito comum, apesar de, na maioria das vezes, ser possível compatibilizar o tratamento com a

manutenção da amamentação. Profissionais de saúde com frequência são influenciados pelos efeitos

teratogênicos de uma minoria de drogas usadas durante a gestação.

Mas é importante lembrar que, enquanto a placenta permite a passagem de drogas para

o feto, o epitélio alveolar mamário funciona como uma barreira quase impermeável.

A maioria das drogas passa para o leite materno, mas em pequenas quantidades; e

mesmo quando presentes no leite, as drogas poderão ou não ser absorvidas no trato gastrointestinal

do lactente. Só excepcionalmente, quando a doença materna requer tratamento com medicações

incompatíveis com a amamentação, esta deve ser interrompida.

Na maioria dos casos, os níveis dos fármacos e/ou seus metabólitos no leite materno

estão diretamente relacionados com a dose do medicamento utilizado pela mãe. Além da quantidade

da substância presente no leite e das consequências disso para o lactente, importa considerar, ainda,

o intervalo de tempo entre a administração do medicamento e seu aparecimento no leite materno.

Em relação aos medicamentos excretados no leite materno, as recomendações são de

que a amamentação seja efetuada antes da administração do fármaco a mãe, entretanto alguns

medicamentos podem estar presentes no leite materno, mesmo num período posterior a sua

administração, sendo capaz de exercer um efeito tardio ao que era esperado.

As drogas podem ser administradas à mãe por diversas vias, tais como oral, injetável

(venosa ou intramuscular), retal ou vaginal, aerossol e tópica (pomadas e cremes). Uma vez no

sangue materno, os medicamentos podem ser excretados parcialmente para a glândula mamária e,

daí, para o leite. Assim, a presença e/ou a concentração da droga no leite dependerá, dentre outros

fatores, da via de administração à mãe. O fator determinante da quantidade de droga que aparece no

leite é sua concentração no sangue materno, exceto se for um medicamento de aplicação tópica

diretamente na mama.

É valido lembrar também que o conteúdo de um medicamento no leite materno pode

variar dependo do período da lactação. O colostro substância que é secretada antes da excreção do

leite, possui uma concentração relativamente menor de gorduras e açúcares.

O conteúdo lipídico do leite também difere entre cada amamentação, com as primeiras

frações contendo menos gorduras que as frações finais. Quase sem exceção, um medicamento que

e mais lipossolúvel ira se transferir mais rapidamente, e em maiores quantidades, para o leite

materno do que aquele que for menos lipossolúvel. Dessa forma, medicamentos com baixa

lipossolubilidade e aqueles que são hidrossolúveis difundem-se lentamente para o leite materno e

devem ser preferidos para as mulheres que amamentam.

Embora o conhecimento sobre o uso de drogas durante o período da amamentação

tenha sido muito ampliado, ainda não se conhecem os efeitos no lactente de muitas drogas utilizadas

pela nutriz, principalmente de novos fármacos que estão constantemente entrando no mercado.

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2016

30

Além disso, para muitas drogas novas ainda não há dados suficientes sobre transferência

para o leite materno e segurança para uso no período da lactação. Mas, em geral, há uma tendência

em reduzir o número de drogas consideradas incompatíveis com a amamentação.

As categorias de risco dos medicamentos abordadas neste Manual e seus respectivos

marcadores são os seguintes:

1. USO COMPATÍVEL COM A AMAMENTAÇÃO

Desta categoria fazem parte os fármacos cujo uso é potencialmente seguro durante a

lactação, haja vista não haver relatos de efeitos farmacológicos significativos para o lactente.

2. USO CRITERIOSO DURANTE A AMAMENTAÇÃO

Nesta categoria estão os medicamentos cujo uso no período da lactação depende da

avaliação do risco/benefício. Quando utilizados, exigem monitorização clínica e/ou laboratorial do

lactente, devendo ser utilizados durante o menor tempo e na menor dose possível. Novos

medicamentos cuja segurança durante a amamentação ainda não foi devidamente documentada

encontram-se nesta categoria.

3. USO CONTRAINDICADO DURANTE A AMAMENTAÇÃO

Esta categoria compreende os fármacos que exigem a interrupção da amamentação,

pelas evidências ou risco significativo de efeitos colaterais importantes no lactente.

X. INCOMPATÍVEL COM A AMAMENTAÇÃO

Esta categoria compreende os fármacos que são incompatíveis com a amamentação.

?. SEM DADOS DISPONÍVEIS

Esta categoria compreende os fármacos que ainda não dispõe de literatura que possa

evidenciar a segurança na utilização do mesmo durante a amamentação.

Para indicar o potencial de segurança dos medicamentos relacionados neste manual

foram utilizadas informações indicadas com o símbolo correspondente à categoria de risco.

Exemplo:

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias / Ministério da Saúde, Secretaria da Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. 2ª edição Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 92 p.

2. SCHVARTSMAN C, LEWI DS, MORGULIS RNF, ALMEIDA SM. Manual Farmacêutico 2011/2012. Hospital Albert Einstein. São Paulo, 2010. 480p.

3. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem. Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos. Informações para o uso de medicamentos na gravidez e lactação. Coordenacao Mirian Parente Monteiro. Fortaleza - Ceará, 2008.112p.

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31

COMPONENTE

DESCENTRALIZADO

DA ASSISTÊNCIA

FARMACÊUTICA

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2016

32

Orientações sobre os Medicamentos Padronizados na Atenção Primária

Instruções para Consulta

Traz informações sobre procedimentos

que devem ser orientados aos pacientes

no momento da prescrição e reforçados

durante a dispensação do medicamento

Apresenta o fármaco sobre os

quais as orientações serão

dadas.

Inclui todas as apresentações

comerciais disponíveis pela

assistência farmacêutica no

município de Fortaleza.

Sinaliza a classificação de

risco do medicamento quando

utilizado na gravidez e durante

lactação.

Fornece dados de custo

e consumo com o

medicamento durante a

gestão de compra do

ano de 2014.

Traz informações sobre a

problemática atual na

prescrição do medicamento,

cuidados a serem observados

durante o uso e os perigos

advindos do uso prolongado

do fármaco.

Descreve as indicações de uso

mais frequentes na atenção

primária em saúde e as

respectivas doses posológicas.

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2016

33

Relaciona os efeitos decorrentes das interações com outros medicamentos dispensados pela atenção primária e como conduzir o uso concomitante.

Descreve as reações adversas de ocorrência mais comuns

Lista as fontes utilizada na busca das informações.

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2016

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Nome da Substância

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

100mg Comprimido

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

Adultos

Analgésico e antipirético

Dose usual: 40 a 60mg/kg/dia, VO, 4 a 6 vezes ao dia.

Antiagregante em pacientes arteriopatas (coronarianas,etc.)

Dose usual: 81 a 500mg/dia.

Artrite reumatoide

Dose usual: 3,2 a 6g/dia, VO.

Crianças:

Analgésico e antipirético

Dose usual: 10 a 15mg/kg, VO, 4 a 6 vezes ao dia.

Anti-inflamatório

Dose usual: 60 a 100mg/kg/dia, VO, fracionados em 3 a 4 administrações.

Antiagregante plaquetário

Dose usual: 3 a 5mg/kg/dia, VO, 2 vezes por semana.

ALERTA Problemática

1. Prescrições desnecessárias para prevenção primária de eventos cardiovasculares

em pacientes com baixo e médio risco cardiovascular;

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Evitar o uso nos primeiro e último

trimestres da gravidez (encerramento

prematuro do canal arterial fetal).

- Não há evidências que apoiem o uso de

AAS especificamente no tratamento de

demência associada à doença

cerebrovascular.

- Risco de ulceração gástrica e

sangramento.

- Insuficiência hepática grave e

nefrotoxicidade.

- Risco de desenvolvimento precoce de

degeneração macular relacionada à

idade.

63o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

5o

item no ranking de medicamentos

dispensados em Fortaleza

ÁC

IDO

AC

ETILSALIC

ÍLICO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

35

ORIENTAÇÕES:

Administrar com bastante água ou com alimento a fim de evitar desconforto. A presença do alimento retarda a velocidade, mas não a extensão da absorção.

Orientar que o paciente evite deitar-se dentro de 15 a 30 minutos após a administração.

Reforçar a importância de evitar o uso de bebidas alcoólicas.

INTERAÇÕES COM AAS

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Prednisona Aumenta o risco de

sangramento

gastrointestinal e

ulcerações.

Monitorar a terapia prescrita. Redução gradativa da

dose do AAS juntamente com a dose dos

corticosteróides.

Cetoprofeno

Evitar uso concomitante quando terapia crônica ou

em doses altas. Quando for necessário, monitorar

sinais clínicos (hemorragias) e laboratoriais (TTPA e

INR) de alterações hematológicas.

Furosemida Reduz o efeito diurético Espaçar os horários de administração dos

medicamentos Captopril Reduz a eficácia anti-

hipertensiva

Varfarina Aumenta o risco de

hemorragias Monitorizar evidências de sangramento.

Ibuprofeno Reduz o efeito

antiplaquetário

Uso concomitante deve ser evitado. Caso seja

necessário, orientar a administração do AAS 30

minutos antes ou 8 horas após o ibuprofeno.

TTPA – Sigla em inglês para: Tempo de Ativação Parcial de Tromboplastina; INR – Razão

Normalizada Internacional; AAS – Ácido Acetilsalicílico

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

• Náuseas e vômito. • Dor abdominal. • Úlcera gastrointestinal. • Sangramento. • Broncoespasmo.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de

Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,

2015. 3. Rands G, Orrell M, Spector AE. Aspirin for vascular dementia (Cochrane Review). In: The Cochrane

Library, issue 2, 2009. Oxford: Update Software.

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2016

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Nome da Substancia

AMOXICILINA

AMOXICILINA + CLAVULANATO DE POTÁSSIO

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

500mg Comprimido

50mg/ml Suspensão

500mg + 125mg Comprimido

500mg + 125mg/ml Suspensão

ALERTA

Problemática

1. Prescrições com esquemas prolongados de tratamento sem indicação.

2. Tratamento de amigdalites agudas recorrentes não complicadas.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Hipersensibilidade às penicilinas.

- Colite pseudomembranosa (prolongada

ou significativa) de intensidade leve à

grave pode surgir durante o uso ou em até

2 semanas após a última dose.

- Supercrescimento de microrganismos

resistentes ao medicamento.

- O uso de altas doses de amoxicilina

pode predispor ao risco de cristalúria

(manter hidratação adequada).

Indicações mais frequentes e posologias na APS*

Adultos Infecções causadas por microrganismos sensíveis**

250 a 500 mg por via oral, a cada 8 ou 12 horas.

Profilaxia de endocardite bacteriana

2 g, por via oral, em dose única, de 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que haja

sangramento.

Erradicação de Helicobacter pylori

1 g, por via oral, a cada 12 horas, combinada a claritromicina 500 mg e omeprazol 20 mg, ambos

por via oral, a cada 12 horas, durante 7 a 14 dias.

Associado com Clavulanato: 250 + 62,5 a 500 + 125 mg, por via oral, a cada 8 ou 12 horas Crianças

Infecções causadas por microrganismos sensíveis** (10 opção)

20 a 90 mg/kg, dividido a cada 8 ou 12 horas.

Profilaxia de endocardite bacteriana

50 mg/kg, por via oral, em dose única, 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que haja

sangramento.

15o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

39o item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza

AM

OX

ICILIN

A/A

MO

XIC

ILINA

+ CLA

VU

LAN

ATO

DE P

OTÁ

SSIO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Associado com Clavulanato: 20 a 90 mg/kg de amoxicilina, por via oral, a cada 8 ou 12 horas.

* A dose e a duração do tratamento dependem do local e gravidade da infecção, mas geralmente são eficazes

entre 7 e 14 dias. ** A amoxicilina Associado ao clavulanato (Bactérias produtoras de betalactamase infeccoes

não-graves por Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, E. coli, algumas espécies de klebsiella,

Enterobacter, Helicobacter pylori).

ORIENTAÇÕES:

A alimentação não interfere na ação de amoxicilina, que pode ser ingerida com alimentos.

Recomendar a reconstituição da suspensão com água filtrada ou fervida, até a marca indicada no frasco e agitação do mesmo sempre que for retirar a dose correspondente.

A suspensão oral, após reconstituição, ficará estável por 14 dias se for conservada em geladeira (entre 2ºC e 8ºC).

A suspensão contém açúcar. Utilizar com cautela e informar aos portadores de diabetes.

Informar que as cápsulas não devem ser mastigadas ou partidas.

Reforçar a importância de padronizar os horários para tomada do medicamento até o fim do tratamento e caso esqueça, tomar a dose assim que lembrar e reaprazar os horários.

Os pacientes devem ser alertados para não interromper o uso antes do final do tratamento, mesmo quando houver melhora dos sintomas após a primeira dose.

INTERAÇÕES COM AMOXICILINA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Alopurinol

Aumenta a chance de

desenvolvimento de reações

alérgicas de pele (exantema).

Reduzir a dose de alopurinol ou

terapia farmacológica alternativa

Anticoncepcionais

Hormonais

Reduz a eficácia da terapia

contraceptiva.

Recomendar a utilização de

métodos de barreira durante a

terapia antibiótica

Varfarina Aumenta o risco de

sangramento.

Monitorização intensiva da terapia

concomitante (Tempo protrombina

e INR).

* INR - Razão Normalizada Internacional

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

• Diarréia (3 a 15%) • Náuseas (3%) • Vômitos (2%) • Eritema e Exantema (3%) • Candidíases Mucocutânea (4%)

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Uso indiscriminado de antimicrobianos e Resistência Microbiana. In: Uso racional de medicamentos – Temas selecionados. 1ª edição. Brasília, 2012.

3. Bula do medicamento de referência - CLAVULIN® (Glaxosmithkline).

4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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Nome da Substancia

BECLOMETASONA

DIPROPIONATO

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

50mcg/250mcg Aerossol Oral

ALERTA

Problemática

1. Prescrições para exacerbação aguda de asma e bronquite não asmática.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Os efeitos terapêuticos não são

percebidos imediatamente, portanto não

deve ser usado como medicamento de

alívio durante crises de falta de ar.

- A formulação contém aproximadamente

9mg de álcool/dose.

- O uso concomitante com corticosteróides

sistêmicos deverá ser realizado sob doses

ajustadas.

- Efeitos sistêmicos (retardo do crescimento

em crianças e adolescentes, redução da

densidade mineral óssea, catarata e glaucoma,

principalmente se uso em altas doses).

- Pode causar fenômenos de sensibilização e,

excepcionalmente, efeitos colaterais sistêmicos

típicos da classe terapêutica.

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

CRIANÇAS

Asma – Tratamento após a crise Dose baixa (menores de 12 anos): 100 a 200 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. Dose media/alta (de 5 a 12 anos): 200 a 400 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. Rinite (alérgica moderada e grave e não alérgica) Maiores de 6 anos: 100 microgramas (2 jatos) em cada narina, a cada 12 horas.

Após melhora dos sintomas reduzir a dose para 50 microgramas (1 jato) em cada narina, a cada 12

horas.

ADULTOS

Asma – Tratamento após a crise Dose baixa: 100 a 400 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. Dose media/alta: 400 a 1000 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas.

18o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

132o

item no ranking de medicamentos

dispensados em Fortaleza

BEC

LOM

ETASO

NA

DIP

RO

PIO

NA

TO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

39

Rinite (alérgica moderada e grave e não alérgica)

100 microgramas (2 jatos) em cada narina, a cada 12 horas. Após melhora dos sintomas reduzir a

dose para 50 microgramas (1 jato) em cada narina, a cada 12 horas.

ORIENTAÇÕES

Orientar que o frasco seja agitado sempre antes de usar.

Orientar o paciente quanto ao modo de utilizar corretamente o aerossol e os espaçadores, bem como a realização periódica de manutenção e limpeza dos artefatos, a fim de evitar obstrução.

Alertar que o uso de espaçador nas formas aerossol favorece a ação do medicamento e reduz a ocorrência de efeitos adversos.

Alertar que o enxágue bucal após administração e o uso de espaçador reduzem o risco de candidíase oral, rouquidão e disfonia. Não engolir a água do enxágüe.

Orientar para não interromper o uso abruptamente, devido aos riscos de efeitos adversos importantes.

Orientar para notificar a falta de resposta ao tratamento, para possível ajuste de dose.

INTERAÇÕES COM BECLOMETASONA

As interações descritas na literatura para a beclometasona referem-se à administração sistêmica

deste fármaco. Para a administração nasal não há informação de interações, mas em caso de

absorção sistêmica, interações farmacológicas poderiam ocorrer, especialmente com fármacos

inibidores de enzimas envolvidas no metabolismo da beclometasona.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Candidíase Orofaringeana.

Tosse.

Rouquidão.

Irritação da Faringe.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - CLENIL® (Chiesi).

3. Fortaleza. Secretaria Municipal de Saúde. Célula de Atenção às Condições Crônicas. Guia de bolso para o programa de atenção integral à criança e adulto com asma de Fortaleza. PROAICA – 1ª edição. Ceará, 2015. 16 p.

4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,

2015.

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2016

40

Nome da Substancia

BUDESONIDA

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

50mcg Aerossol Nasal

(equivale a 32 mcg de budesonida por dose).

ALERTA

Problemática

1. Terapia inicial combinada de corticóide inalatório e agonista β-2 de longa

duração no tratamento de asma leve e moderada, sem tentativa prévia de

monoterapia com corticóide inalatório.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Os efeitos terapêuticos não são

percebidos IMEDIATAMENTE,

portanto não deve ser usado como

medicamento de alívio durante crises

de falta de ar.

- Aparecimento de sinais ou sintomas

de hipercorticismo, supressão da

função hipotálamo-hipófise-adrenal ou

inibição do crescimento em crianças.

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

Crianças maiores de 6 anos e Adultos

Rinite alérgica moderada a grave e rinite não alérgica

200 microgramas (4 jatos), em cada narina, a cada 24 horas.

Após alívio dos sintomas reduzir a dose para 100 microgramas (2 jatos), em cada narina, a cada 24

horas. A duração total do tratamento é de 3 meses.

1o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

97o

item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza.

BU

DESO

NID

A

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2016

41

ORIENTAÇÕES

Orientar que o frasco seja agitado suavemente antes de usar em cada aplicação.

Caso permaneça 2 dias consecutivos sem usar, agitar até aparecer uma fina nevoa. Caso permaneça 14 dias consecutivos sem usar, lavar o aplicador e agitar ate aparecer uma fina nevoa.

O efeito do medicamento pode levar alguns dias. Orientar o uso regular e para não interromper o uso abruptamente, devido aos riscos de efeitos adversos importantes.

Orientar sobre a importância de limpar as narinas previamente a aplicação.

INTERAÇÕES COM BUDESONIDA

As interacoes descritas na literatura para a budesonida referem-se à administração sistêmica deste

fármaco. Para a administração nasal não há informação de interações, mas, em caso de absorção

sistêmica, interações farmacológicas poderiam ocorrer, especialmente com fármacos inibidores de

enzimas envolvidas no metabolismo da budesonida (cetoconazol e cimetidina).

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Ressecamento da mucosa nasal

Irritação do conduto nasal

Secreção hemorrágica

Epistaxe.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - BUSONID® (Astrazeneca).

3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,

2015.

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2016

42

Nome da Substancia

CARBONATO DE CÁLCIO

+ COLECALCIFEROL

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

600 mg + 400 UI Comprimido

ALERTA

Problemática

1. Prescrições desnecessárias para prevenção de osteoporose em mulheres sem

fatores de risco.

2. Utilização por tempo prolongado e sem avaliações periódicas.

3. Prescrição de Cálcio sem a associação com a Vitamina D.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Não evidências que justifiquem o uso de

suplemento de cálcio em idades pediátricas

em crianças normais para aumentar o pico da

massa óssea.

- Não está indicada a suplementação de

cálcio de forma rotineira, em pessoas que

fazem ingestão regular e adequada de cálcio,

através da alimentação.

- Há evidências de que o uso isolado de

cálcio, sem a associação de Vitamina D, é

menos eficaz.

- Pode haver redução da absorção de cálcio

se ingerido com espinafre, farelos e cereais.

Algumas preparações cotem aspartame

(contraindicado para fenilcetonúricos).

- Constipação.

- Uso excessivo da Vitamina D pode

causar hipercalciúria e cálculos renais.

Ajustar a dose quando houver

comprometimento renal.

- Formação de cálculos renais e interação

negativa do cálcio com outros nutrientes,

principalmente ferro, zinco, magnésio e

fósforo.

- Concentrações séricas elevadas de

cálcio podem aumentar o risco de infarto

agudo do miocárdio, pela associação

positiva entre a espessura da carótida e a

calcificação da aorta. Cabe destacar que o

mesmo risco não é observado com

consumo de dietas ricas em cálcio.

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

Tratamento da osteoporose 1 a 2 comprimidos ao dia (a depender da avaliação da ingesta de cálcio pela alimentação).

Prevenção de osteoporose em mulheres pós-menopausadas Avaliar a ingesta de cálcio pela alimentação, caso essa ingesta não seja a suficiente (1,2 gr)

prescrever 01 comprimido ao dia.

2o

item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

8o

item no ranking de medicamentos

dispensados em Fortaleza.

CA

RB

ON

ATO

DE C

ÁLC

IO + C

OLEC

ALC

IFERO

L

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Usuários crônicos de Corticosteróides A suplementação com cálcio e vitamina D com 02 comprimidos ao dia, fracionados em 02 tomadas,

deve ser oferecida a todos pacientes em uso de corticosteróides para restaurar um balanço de cálcio

normal e deve ser continuada, enquanto o paciente estiver recebendo corticóides.

ORIENTAÇÕES:

Deve ser administrado com a presença de alimentos. Maior eficácia quando administrado com sucos cítricos. Orientar para evitar uso concomitante de alimentos ricos em fibras, álcool, fumo ou cafeína.

Quando a dose for superior a 600mg de cálcio ao dia, prefere-se o fracionamento da dose em dois horários durante o dia.

Orientar ao paciente que a dose diária recomendada de vitamina D em adultos pode ser obtida pela exposição direta à luz solar (antes de 10:00 da manhã e após as 16:00) e pelos componentes da dieta.

Estimular a prática de exercícios físicos, pela importância na construção e manutenção da massa óssea e prevenção da osteoporose.

INTERAÇÕES COM CÁLCIO E COLECALCIFEROL

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Hidroclorotiazida Aumenta o nível sério de cálcio.

Espaçar os horários de

administração dos

medicamentos.

Digoxina Arritmia e colapso cardiovascular.

Atenolol

Reduz sua efetividade, devido à redução

na absorção.

AAS

Captopril

Fenitoína

* AAS – Ácido Acetilsalicílico

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

Constipação

Dispepsia

Anorexia

Náuseas e vômitos

BIBLIOGRAFIA

1. Bolland MJ, Grey A, Avenell A, Gamble GD, Reid IR. Calcium supplements with or without vitamin D and risk of cardiovascular events: reanalysis of the Women’s Health Initiative limited access dataset and meta-analysis. BMJ. 2011; 342:1-9.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

3. Bula do medicamento de referência - CALTRATE® (Pfizer).

4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,

2015. 5. Pinto Neto A.M et al. Consenso Brasileiro de Osteoporose, revista brasileira de Reumatologia, vol. 42, n

o

06, 2002.

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2016

44

Nome da Substancia

CAPTOPRIL

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

25mg Comprimido

ALERTA

Problemática 1. Prescrição inadequada de uso pela via sublingual. 2. Prescrição sem estratificação de risco cardiovascular global.

3. Prescrições que associam captopril a um bloqueador de angiotensina II em hipertensos.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A dose deve ser ajustada se houver comprometimento renal. - Pacientes que realizaram procedimento cirúrgico têm mais risco de desenvolver angioedema. - Evitar o uso em mulheres em idade fértil.

- Anormalidades hematológicas (efeitos antiplaquetários de redução do tromboxano pela angiotensina).

Indicações mais frequentes e posologias na APS*

Adultos

Urgência Hipertensiva

25 mg, por via oral. Repetir em uma hora se necessário.

Tratamento da Hipertensão Arterial (1º opção)

25mg/dose, via oral, 2 a 3 vezes ao dia. Ajustar a cada 1 – 2 semanas até a dose de 50mg,

via oral, 2 a 3 vezes ao dia.

Insuficiência Cardíaca após Infarto do Miocárdio 6,25mg/dose, via oral, 2 vezes ao dia no 1º dia. Progredir para 12,5mg/dose, via oral, 2 a 3 vezes ao dia. Insuficiência Cardíaca não relacionada ao Infarto do Miocárdio 6,25mg/dose, via oral, 3 vezes ao dia no 1º dia. Progredir para 50mg/dose, via oral, 3 vezes ao dia, após 1 a 2 semanas.

* Mostrou benefícios de nefroproteção (prevenção do surgimento de microalbuminúria) e retardou a progressão

de retinopatia diabética em portadores de diabetes tipo 2. Reduz a progressão da doença renal crônica em

pacientes com nefropatia e portadores de diabetes tipo 1.

Crianças

(<6 meses)

Tratamento da Hipertensão Arterial

0,01 a 0,05 mg/kg/dose, por via oral, 3 vezes ao dia.

(>6 meses)

0,15 a 0,5 mg/kg/dose, por via oral, 3 vezes ao dia.

21o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

1o

item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza.

CA

PTO

PR

IL

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

45

ORIENTAÇÕES

Existe descrita formulação extemporânea (pronto uso) para uso pediátrico.

Os comprimidos podem apresentar leve odor sulfuroso.

Informar que os alimentos diminuem a absorção do captopril. Recomendar que a administração seja realizada 1 hora antes ou 2 horas após a refeição.

A prática da administração sublingual do comprimido de captopril não é recomendada, pois suas características farmacocinéticas não permitem a absorção de doses ideais por essa via, devendo, portanto, ser deglutido.

Recomendar aos pacientes que em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se estiver perto do horário da próxima dose, desconsiderar a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses juntas.

Alertar para recorrer a atendimento médico caso surjam edema de face, transtornos para respirar ou deglutir e rouquidão.

INTERAÇÕES COM CAPTOPRIL

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Metformina Reduz os índices glicêmicos. Monitorizar a glicemia.

Furosemida Disfunção renal quando uso

concomitante e prolongado.

Monitorizar a terapia concomitante. Considerar

redução da dose da Furosemida ou Captopril

caso os níveis de creatinina sérica aumentem.

AAS* Reduz a resposta anti-

hipertensiva e aumenta o risco

de disfunção renal

Monitorar pressão arterial. Considerar terapia

antiinflamatória alternativa (principalmente na

presença de ICC***). AINES**

Antiácidos Reduzem significativamente a

biodisponibilidade Distanciar os horários de tomada em 2 horas.

Sulfametoxazol+

Trimetroprima

Aumenta o risco de

hipercalemia Monitorizar níveis séricos de potássio.

* AAS – Ácido Acetilsalicílico; ** AINES - Antinflamatório Não-Esteróide; *** ICC - Insuficiência Cardíaca Congestiva.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

• Tosse Seca (2%) • Hipotensão Postural (3%) • Exantema (7%) • Hipercalemia, sendo > 5,1 mmol/L (11%)

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - CAPTOSEN® (Pharlab).

3. Camargo EG, Weinert LS, Lavinsky J, Silveiro SP. Prática clínica: nefropatia diabética e bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Ano XV nº 08 Mai/Jun/Jul/Ago 2006.

4. K ME, S B, B HR. The effect of captopril on progression of retinopathy in type 2 diabetes. Diabetes Technol Ther. 2009 Nov; 11(11):711-5.

5. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 6. Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de

Nefrologia. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão VI. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.

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2016

46

Nome da Substancia

CEFALEXINA

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

500mg Comprimido

50mg/ml Suspensão Oral

ALERTA Problemática

1. Prescrições para infecções de garganta de repetição; 2. Prescrições por prazos além do mínimo eficaz.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Pode induzir colite pseudomembranosa

por Clostridium difficile.

- Pode causar diminuição da atividade de

protrombina.

- Usar com cautela nos casos de

insuficiência renal e hepática.

- Risco de superinfecção fúngica ou

bacteriana por microorganismos

resistentes.

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

Adultos

Tratamento de infecções por microrganismos sensíveis*

• 250 a 500 mg, por via oral, a cada 6 horas. Em infecções graves, 1 g, por via

oral, a cada 6 horas, durante 7 a 14 dias.

Crianças

Tratamento de infecções por microrganismos sensíveis*

• 25 a 50 mg/kg, por via oral, dividido a cada 6 horas. Em infecções graves, 50

a 100 mg/kg, por via oral, dividido a cada 6 horas, durante 7 a 14 dias.

*cocos gram-positivos aeróbios, exceto enterococos; Staphylococcus aureus produtor de penicilinase, mas não

contra os oxacilina-resistentes; Escherichia coli; Proteus mirabilis e Klebsiella pneumoniae

34o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

59o

item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza.

CEFA

LEXIN

A

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

47

ORIENTAÇÕES

Orientar para o uso durante todo o tempo prescrito, mesmo que haja melhora dos sintomas, sob o risco de desenvolvimento de resistência bacteriana e piora do quadro.

Reforçar a importância de padronizar os horários para tomada do medicamento até o fim do tratamento e caso esqueça, tomar a dose assim que lembrar e reaprazar os horários.

Administrar com bastante água ou com alimento a fim de evitar desconforto, pois a presença do alimento retarda a velocidade, mas não a extensão da absorção.

Orientar sobre o modo de reconstituição do medicamento. Informar que a suspensão deve ser agitada antes de administrar. Alertar para a observação cuidadosa da validade do medicamento após a reconstituição (7 a 14 dias, caso tenha sido refrigerada entre 2ºC e 8ºC).

Orientar a busca por assistência médica caso haja o aparecimento de reações adversas dermatológicas.

INTERAÇÕES COM CEFALEXINA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Metformina

Aumenta os níveis

plasmáticos do

Hipoglicemiante

Considerar redução na dose de metformina

ou Monitorizar a associação a fim de

acompanhar a presença dos efeitos

adversos da metformina (diarréia, náuseas,

vômitos, cefaléias).

Aminoglicosídeos Intensifica a

toxicidade renal

Monitorizar a função renal, especialmente

em pacientes nefropatas.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

• Diarréia, náuseas e vômitos (3 a 15%). • Hipersensibilidade Cruzada (10% de pacientes alérgicos a penicilinas) • Urticárias e Dermatites (4%).

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - KEFLEX® (Bagó).

3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015.

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Nome da Substancia

CLORETO DE SÓDIO

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

0,9% Solução Nasal

0,9% Solução Injetável

ALERTA

Problemática 1. Uso indiscriminado nas infecções de vias aéreas superiores. 2. Prescrições de “aplicação nasal conforme a necessidade”. 3. Uso da solução injetável para limpeza de escoriações e ferimentos superficiais.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado USO INJETÁVEL

- Avaliar o uso nos casos de insuficiência renal, cardíaca, hipertensão, condições clínicas e uso de medicamentos que causem retenção de sódio. - Evitar administração excessiva. O aumento da concentração plasmática de sódio não deve exceder 10 mmol/L em 24 horas. - Observar pressão venosa jugular, crepitações em bases pulmonares e, em idosos, pressão venosa central.

USO NASAL

- Nesta via de administração, o cloreto de sódio não apresenta risco conhecido à saúde. - A presença do cloreto de benzalcônio em algumas apresentações pode provocar prejuízo da função mucociliar em pacientes portadores de rinossinusite alérgica, aumentando os casos de rinite medicamentosa, além de afetar a função imunológica (reduz a atividade fagocitária dos neutrófilos).

Indicações mais frequentes e posologias na APS

Solução Nasal:

Fluidificante, Umidificante e Descongestionante Nasal*

Tratamento coadjuvante para os casos de gripes e resfriados, rinites e de quaisquer outras condições

associadas ao ressecamento da mucosa nasal, como nos ambientes fechados, com baixa umidade

do ar e poluição.

* Cloreto de sódio 0,9% administrado como gotas nasais alivia a congestão nasal por ajudar a liquefazer a

secreção mucosa.

14o

item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

72o

item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza.

CLO

RETO

DE SÓ

DIO

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Neonato

1 a 2 gotas em cada narina antes da amamentação.

Crianças e adultos

2 a 6 gotas em cada narina, a cada duas horas.

Solução Injetável

Veículo ou diluente para a administração parenteral de fármacos e para manter desobstrução de dispositivos invasivos (cateteres e cânulas).

Fluido para irrigações estéreis, por exemplo, de olho ou bexiga.

Limpeza geral de ferimentos mais profundos (utilizado como principal cobertura em curativos), queimaduras e suturas cirúrgicas.

Veículo para nebulização de medicamentos.

A concentração e a dose das soluções de cloreto de sódio para uso intravenoso são determinadas

por diversos fatores, incluindo idade, peso, condição clínica e, em particular, o estado de hidratação

do paciente. As concentrações séricas de eletrólitos devem ser cuidadosamente verificadas.

ORIENTAÇÕES

Apesar de algumas apresentações da solução nasal de cloreto de sódio 0,9% conter conservante antimicrobiano (geralmente cloreto de benzalcônio), orientar o doente para evitar contato do conta-gotas com a mucosa nasal para não contaminá-lo e aconselhar a não dividi-lo com outras pessoas.

Escoriações e ferimentos superficiais devem ser limpos com água corrente e sabão neutro.

A solução de cloreto de sódio deve ser armazenada a 25ºC. Entretanto uma breve exposição até o limite de 40ºC não afeta adversamente a preparação.

Aconselhar que a sobra da solução estéril seja descartada, se a utilização seguinte envolver a administração injetável.

INTERAÇÕES COM CLORETO DE SÓDIO

Não é conhecida interação medicamentosa clinicamente relevante pela via tópica.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

O uso tópico deste medicamento não se mostra capaz de produzir algum inconveniente, devido suas características fisiológicas.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Machado AS, Valverde JG, Santana Junior JS, Barreto LG, Nonato GS, Hagenbeck KF, Xavier DV, Brasil JM. Efeitos tóxicos atribuídos ao cloreto de benzalcônio sobre a mucosa nasal e atividade mucociliar. Rev. bras. alerg. imunopatol. 2008;31(1):2-9.

3. Rodrigues C, Silva C. Limpeza de feridas: técnicas e soluções. J. of tissue regeneration e healing. 2012; 1 (1):25 – 31.

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2016

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Nome da Substancia

ENALAPRIL MALEATO

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

5mg e 20 mg Comprimido

ALERTA

Problemática

1. Prescrições sem risco cardiovascular global definido.

2. Prescrições para paciente com baixo risco para doença aterosclerótica.

3. Prescrições que associam enalapril a um bloqueador de angiotensina II em hipertensos.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Iniciar tratamento com dose baixa (ajustar a

cada 2 ou 4 semanas), e monitorar pressão

arterial apos a primeira dose.

- Monitorar potássio sérico, especialmente se

houver insuficiência renal.

- Evitar o uso em mulheres em idade fértil.

- O uso em pacientes com função renal

reduzida pode causar aumento de até

30% da creatinemia, mas a longo prazo

prepondera seu efeito nefroprotetor.

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

ADULTOS

Tratamento da Hipertensão Arterial

5 a 40 mg/dia, por via oral, a cada 12 ou 24 horas. Iniciar com dose ainda menor (2,5 mg) se for

adicionar a um diurético ou em paciente com disfunção renal.

Insuficiência Cardíaca

Iniciar com 2,5 mg por dia, por via oral, a cada 24 horas.

Aumentar a dose a cada 2 a 4 semanas ate alcançar a dose usual de manutenção de 20 mg/dia,

dada em dose única ou dividida em duas doses.

Com disfunção ventricular esquerda assintomática: iniciar com 2,5 mg de 12 em 12 horas até o

máximo de 20 mg/dia em doses dividida.

Prevenção de Cardiopatia Isquêmica*

Iniciar com 2,5 mg, por via oral, a cada 12 horas.

* Eficácia superior aos diuréticos na prevenção de eventos cardiovasculares em pacientes idosos.

ORIENTAÇÕES

A absorção não é influenciada pela presença de alimentos. Entretanto orientar sobre a restrição aos alimentos que contém potássio (inclusive substitutos do sal e suplementos dietéticos).

27o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

11o

item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza.

ENA

LAP

RIL M

ALEA

TO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

51

Orientar cautela na realização de atividades que exigem atenção e coordenação motora, como operar máquinas e dirigir veículos.

Em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se o horário da próxima dose estiver próximo, desconsiderar a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses ao mesmo tempo.

Informar que pressão alta pode não manifestar sintomas e reforçar a importância de não deixar de usar o medicamento diariamente.

INTERAÇÕES COM ENALAPRIL

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Rifampicina Reduz a eficácia do anti-

hipertensivo

Monitorizar a pressão arterial quando uso

concomitante. AINES*

AAS**

Antiácidos Reduz a absorção do

enalapril

Distanciar a tomada dos medicamentos em no

mínimo 2 horas.

Metformina

Aumenta a toxicidade pelo

enalapril (acidose láctica

hipercalêmica)

Ajustar a dose, ou substituir antihipertensivo,

monitorar pressão arterial e sinais e sintomas

específicos.

Clomipramina

Aumenta a toxicidade pela

clomipramina (confusão,

insônia, irritabilidade)

Substituir uma das terapias ou reduzir a dose da

clomipramina.

Furosemida Risco de disfunção renal

quando uso for prolongado.

Monitorizar a terapia concomitante. Considerar

redução da dose da Furosemida ou Enalapril

caso os níveis de creatinina sérica aumentem.

Hidroclorotiazida Risco de hipotensão

postural e efeito nefrotóxico

Observar evidências de hipotensão postural no

início do tratamento. Observar sinais e sintomas

de disfunção renal.

* Antiinflamatório Não Esteroidais; ** Ácido Acetilsalicílico.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Tontura (8%)

Hipercalemia (3,8%)

Cefaléia (5,2%)

Astenia (3%)

Hipotensão Ortostática.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - RENITEC® (Merck Sharp & Dohme).

3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 4. Shah NH, LePendu P, Bauer-Mehren A, Ghebremariam YT, Iyer SV, Marcus J, et al. Proton Pump

Inhibitor Usage and the Risk of Myocardial Infarction in the General Population. PLoS One 10(6): e0124653. 2015

5. Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão VI. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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Nome da Substancia

GLICLAZIDA

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

30 mg Comprimido Liberação Prolongada

ALERTA Problemática

1. Prescrições para diabéticos tipo 1.

2. Prescrições para pacientes com sobrepeso e manifestações leves de

glicemia (< 200mg/dL), sem outras comorbidades.

3. Prescrições para pacientes com glicemia de jejum normal ou próxima do

normal, mas com hemoglobina glicada acima do normal.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- A presenta boa efetividade na redução da

hemoglobina glicosilada (redução de 1 - 2%

no nível sérico de HbA1c).

- Não indicado para o uso em crianças.

- Pacientes idosos embora se beneficiem

mais do uso (melhor tolerabilidade, menor

risco de hipoglicemia e interação com cálcio

coronariano) devem ser monitorizados.

- Falência pancreática secundária, onde

50% dos pacientes podem necessitar de

insulina para um controle glicêmico

adequado em 10 anos de uso.

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

Adultos e Idosos

Tratamento de diabete melito tipo 2. (1ª Opção) *

1 comprimido de 30mg, via oral, uma vez ao dia.

*Tratamento de pacientes quando há perda de peso e teores glicêmicos mais elevados, indicando

secreção deficiente de insulina. Recomendado aos diabéticos com evidencias de falência parcial da

produção de insulina, geralmente magros, oligossintomáticos e com hiperglicemia leve a moderada

(jejum < 300 mg/dl).

Aos pacientes tratados com metformina na dose máxima e que ainda não atingiram o controle

glicêmico recomenda-se acrescentar gliclazida à terapêutica.

4o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

17o

item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza.

GLIC

LAZID

A

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

53

ORIENTAÇÕES

Orientar para a necessidade de administrar o medicamento logo após a primeira refeição do dia, com bastante água, a fim de evitar as seguintes reações gastrintestinais (dor abdominal, náusea, vômito, dispepsia, diarréia e constipação).

Ensinar a reconhecer os sinais de hipoglicemia (palpitações, sudorese, fome, tontura, confusão mental) e ingestão de um pouco de açúcar ou mel (colocados entre a gengiva e a bochecha). Procurar auxílio médico, caso não haja melhora.

Orientar para que se uma dose for esquecida, a dose do horário seguinte não deve ser aumentada.

Informar que bebidas alcoólicas podem provocar hipoglicemia e efeito semelhante ao do “dissulfiram”. Recomendar a redução do consumo de álcool, sempre acompanhado de alimentos, a fim de amenizar o efeito hipoglicemiante do álcool.

INTERAÇÕES COM GLICLAZIDA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Bloqueadores Beta-Adrenérgicos

Altera o metabolismo glicêmico, causando hipoglicemia,

hiperglicemia

Uso concomitante deve ser evitado. Avaliar a troca de

algum dos esquemas terapêuticos. Caso o uso

concomitante seja necessário, monitorar a glicemia e avaliar redução da dose de gliclazida.

Ciprofloxacino

Varfarina Aumenta o efeito anticoagulante

Miconazol Aumenta o efeito hipoglicemiante

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

• Hipoglicemia (5%). • Aumento de peso • Náuseas, vômito e diarréia (5%)*.

* Esses distúrbios podem ser evitados ou reduzidos se a administração for realizada no desjejum.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - DIAMICRON® (SERVIER).

3. Hissa RMN. Estudo comparativo entre vidagliptina e gliclazida em relação às concentrações séricas de triglicerídeos e lipoproteínas correlacionado com estresse oxidative em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 inadequadamente controlados com metformina após 16 semanas. Dissertação de mestrado.Programa de pós-graduação em cirurgia. Universidade Federal do Ceará, 2015.76pg.

4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 5. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2014-2015

[organização Jose Egidio Paulo de Oliveira, Sergio Vencio]. – São Paulo: AC Farmacêutica, 2015. 390pg.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

54

Nome da Substancia

IBUPROFENO

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

600 mg Comprimido

50 mg/ml Solução Oral

Indicações mais frequentes e posologias na APS

Adultos

Analgésico (dor leve a moderada) e antiinflamatório:

400mg, via oral, a cada 4 ou 6 horas. Dose máxima 2400mg/dia

Osteoartrite/Artrite reumatóide:

400-800mg, via oral, a cada 6 ou 8 horas. Dose máxima 3200mg/dia.

Crianças

Analgésico:

7,5 mg/kg dose a cada 6 a 8 horas; Dose diária máxima: 30 mg / kg

Antipirético:

13o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

9o

item no ranking de medicamentos

dispensados em Fortaleza.

ALERTA

Problemática 1. Interações medicamentosas graves e moderadas; 2. Uso indiscriminado em pacientes em terapia anti-hipertensiva, hipoglicemiante e

psicotrópica concomitante, sem monitoramento adequado ou avaliação dos riscos e benefícios.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Usar com precaução em doentes com retenção de líquidos, hipertensão ou história de insuficiência cardíaca. A pressão arterial e o estado cardiovascular devem ser monitorizados durante o curso da terapia. - Em pacientes que fazem uso de drogas psicotrópicas, checar interações medicamentosas antes de prescrever.

- Deve ser evitado nas últimas seis a oito semanas de gravidez para prevenir a gestação prolongada a partir da inibição da síntese de prostaglandinas, o fechamento prematuro do canal arterial, complicações maternas e fetais de atividade antiplaquetária.

- Por ser seletivamente utilizado para o alívio da dor em tratamentos curto. - Pode agravar a hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva e edema. Diminui a eficácia dos anti-hipertensivos e podem causar alteração da função renal quando associados. - A partir de 07 dias de tratamento aumenta o risco de um novo infarto. - Doses elevadas (≥1200mg/dia) foram associadas a um risco aumentado de eventos vasculares.

IBU

PR

OFEN

O

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Mais de 6 meses a 12 anos:

5 mg/kg/dose para a temperatura inferior a 39,2°C, por via oral a cada 6 a 8 horas.

10 mg /kg/ dose para a temperatura superior ou igual a 39,2°C, por via oral a cada 6 a 8 horas; a dose máxima diária recomendada é de 40 mg/kg.

ORIENTAÇÕES

Dentre os antiinflamatórios não-esteroidais é o representante de primeira escolha, pois apresenta eficácia e maior segurança, com menor risco de eventos gastrintestinais.

Orientar a administração com bastante água (>250mL) ou na presença de alimentos.

Reforçar a importância de evitar o uso de bebidas alcoólicas, pelo risco aumentado de ulcerações e sangramento gastrintestinal.

INTERAÇÕES COM IBUPROFENO

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Propranolol

Reduz o efeito

antihipertensivo*

Acompanhar a pressão arterial, a função

cardiovascular e o peso corpóreo

Anlodipino

Captopril

Furosemida

Varfarina

Aumenta a atividade

anticoagulante (risco

de sangramento)

Monitorizar a terapia concomitante ou reduzir a dose

da varfarina.

AAS Reduz o efeito

antiplaquetário

Em caso de uso concomitante, administrar o AAS 30

minutos antes ou 8 horas após a tomada do

ibuprofeno

Hidroclorotiazida Aumenta o risco de

nefropatia aguda.

Monitorização sérica de eletrólitos quando o uso

concomitante não puder ser evitado.

* Os pacientes que utilizam antagonistas do receptor da angiotensina II ou beta-bloqueador ou IECA, e que

exigem uso prolongado (superior a 1 semana) de ibuprofeno devem ter a pressão arterial monitorada mais de

perto após o início, a interrupção ou mudança de dosagem do ibuprofeno.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

• Hipotensão (10%), Tontura (9%), Cefaléia (3%) • Dor epigástrica (9%), Náuseas e vômitos (3%) • Edema (3%), Prurido (3%), Exantema (9%)

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - MOTRIN® (Pfizer).

3. Drugs.com. Ibuprofen Drug Interactions - Drugs.com [Internet]. 2015 [cited 4 September 2015]. Available from: http://www.drugs.com/drug-interactions/ibuprofen.html

4. Kearney PM, Baigent C, Godwin J, Halls H, Emberson JR, Patrono C. Do selective cyclo-oxygenase-2 inhibitors and traditional non-steroidal anti-inflammatory drugs increase the risk of atherothrombosis? Meta-analysis of randomised trials. BMJ. 2006; 332(7553):1302–8.

5. McGettigan P, Henry D. Cardiovascular risk with non-steroidal anti-inflammatory drugs: Systematic review of population-based controlled observational studies. PLoS Med. 2011;8(9).

6. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 7. Risser A, Donovan D, Heintzman J, Page T. NSAID prescribing precautions. Am Fam Physician. 2009;

80(12):1371–8.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Nome da Substancia

LEVODOPA+ BENSERAZIDA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

100 mg + 25mg Cápsula HBS/Comprimido 200 mg + 50mg Cápsula/Comprimido

ALERTA

Problemática 1. Os doentes não respondem a terapia de modo eficaz. 2. Prescrição ineficaz para parkinsonismo induzido por medicamento.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - O tratamento deve ser iniciado gradualmente; a dose deve ser estabelecida individualmente e aumentada gradativamente até a otimização do efeito. - Indução da dopa-descarboxilase ocorre gradualmente entre o 3º e 4º mês de tratamento com levodopa+benserazida, podendo ser necessária readequação de dose. - Pacientes com dificuldade na deglutição devem utilizar as formas dispersíveis.

- Aparecimento de flutuações motoras, movimentos involuntários (discinesia) e redução da mobilidade (acinesia). - Indivíduos com deficit renal podem ter desorientação, confusão mental, ilusão, discinesia e convulsões. - Pode ocorrer perda de resposta clínica após vários anos de tratamento, relacionada à progressão da doença.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: ADULTOS ACIMA DE 25 ANOS Doença de Parkinson De 100 a 200 mg de levodopa e 25 a 50 mg de benserazida (razão 4:1), por via oral, duas vezes ao dia. A dose diária pode ser aumentada gradualmente com 50 a 100 mg de levodopa e 12,5 a 25 mg de benserazida a cada 3 a 7 dias, em 3 a 4 doses divididas. Durante a progressão da doença há a necessidade de aumento de dose para manutenção da eficácia clínica; não exceder a dose diária de 800 mg de levodopa e 200 mg de benserazida.

IDOSO Doença de Parkinson Dose inicial de 50 mg de levodopa e 12,5 mg de benserazida, por via oral, uma ou duas vezes ao dia. Aumentar a dose diária em 50 mg de levodopa e 12,5 mg de benserazida a cada 3 a 4 dias, de acordo com a resposta clínica.

ORIENTAÇÕES

Os comprimidos convencionais devem ser engolidos sem mastigar. Podem ser partidos para facilitar a deglutição e o ajuste posológico.

19o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza. 52

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

LEVO

DO

PA

+ BEN

SERA

ZIDA

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Já o comprimido dispersível não deve ser administrado partido ou mastigado. Deve ser dissolvido em água (copo de aproximadamente 25 - 50 mL) até que se desintegre completamente e produza uma suspensão leitosa. Recomenda-se agitar a suspensão e tomá-la imediatamente.

A cápsula não deve ser administrada aberta, partida ou mastigada.

A substituição do comprimido convencional pelo comprimido dispersível deve preferencialmente ser feita de um dia para outro, iniciando-se com a dose matinal.

A presença do alimento reduz em 15% a velocidade e a extensão da absorção. Assim recomenda-se administrar 30 minutos antes ou 1 hora após as refeições.

Recomendar dieta rica em vitamina B6 (bananas, ovos galados, ervilha, carnes, amendoim e cereais integrais).

O pico de resposta clínica ocorre até o final do 1º mês de tratamento. Orientar para não interromper abruptamente o uso.

Orientar se houver esquecimento da dose: a mesma deverá ser desconsiderada se faltarem 2 horas ou menos até a próxima dose, nunca duplicar a dose.

Orientar que pode ocorrer alteração da cor da urina, passando, em geral, a avermelhada, e tornando-se mais escura, após um tempo em repouso. Outros fluidos ou tecidos corporais também podem se descolorir ou se pigmentar, incluindo a saliva, a língua, os dentes ou a mucosa oral.

Em pacientes com glaucoma de ângulo aberto, recomenda-se medir regularmente a pressão intraocular, pois a levodopa pode aumentá-la.

INTERAÇÕES COM LEVODOPA + BENSERAZIDA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA

Fenitoína Reduz a efetividade (diminui a concentração plasmática máxima

do antiparkinsoniano)

Monitorar o uso concomitante quanto à eficácia terapêutica

e ajustar a dose do antiparkinsoniano caso

necessário ou a modificação da terapia complementar.

Sulfato Ferroso

Haloperidol

Metoclopramida Aumenta a taxa de absorção da

levodopa (efeitos extrapiramidais)

Antiácidos Reduz a extensão de absorção de levodopa na forma HBS* em 32%.

*HBS - Hydrodynamically Balanced System (Sistema de liberação prolongada).

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Ansiedade, Depressão e Distúrbios do sono (particularmente em idosos).

Náuseas, Vômitos e Sedação excessiva (especialmente no início do tratamento).

Movimentos involuntários e episódios psicóticos.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - PROLOPA® - Roche.

3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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Nome da Substancia

LEVODOPA + CARBIDOPA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

250 mg + 25mg Comprimido

ALERTA

Problemática 1. Os doentes não respondem a terapia de modo eficaz. 2. Dificuldade de adequação da forma farmacêutica as necessidades do paciente. 3. Prescrição ineficaz para parkinsonismo induzido por medicamento.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A dose deve ser estabelecida individualmente e aumentada gradativamente até otimização do efeito. - Estudos epidemiológicos demonstraram que pacientes com doença de Parkinson apresentam risco 2–6 vezes maior de desenvolver melanoma do que a população em geral.

- Pode haver flutuação dos sintomas da doença, desorientação, confusão mental e ilusão. - Pode ocorrer perda de resposta clínica apos vários anos de tratamento, relacionada à progressão da doença.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: ADULTOS MAIORES DE 25 ANOS Doença de Parkinson Iniciar com levodopa 125 mg + carbidopa 12,5 mg, uma a duas vezes ao dia, aumentando diariamente em 125 mg de levodopa + 12,5 mg de carbidopa, ou em dias alternados de acordo com a resposta clinica. ORIENTAÇÕES

Os comprimidos podem ser partidos para facilitar a deglutição e o ajuste posológico.

A presença do alimento reduz em 30% a velocidade e a extensão da absorção. Recomendar tomada do medicamento longe das refeições e, particularmente de alimentos ricos em proteínas.

O pico de resposta clínica ocorre até o final da 3ª semana de tratamento. Orientar para não interromper abruptamente o uso.

Orientar para o caso de esquecimento da dose: a mesma deverá ser desconsiderada se faltarem duas horas ou menos até a próxima dose, nunca duplicar a dose.

Orientar que o uso do medicamento poderá dar tonalidade escura a saliva, urina e suor; sabor amargo e sensação de queimação na língua poderão estar presentes.

Orientar que o uso do medicamento poderá dar tonalidade escura a saliva, urina e suor; sabor amargo e sensação de queimação na língua poderão estar presentes.

74o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza. 77

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

LEVO

DO

PA

+ CA

RB

IDO

PA

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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Solução extemporânea de levodopa+carbidopa pode ser preparada com 10 comprimidos (100/25 mg ou 100/10 mg) e 2 g de acido ascórbico em pó para 1 litro de água potável, agitar suavemente por 5 minutos e filtrar. A solução permanece estável por 24 horas a temperatura ambiente e por 7 dias sob refrigeração. Descartar a solução se houver descoloração ou escurecimento.

INTERAÇÕES COM LEVODOPA + CARBIDOPA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA

Fenitoína Reduz a efetividade (diminui a concentração plasmática máxima

do antiparkinsoniano)

Monitorar o uso concomitante quanto à eficácia terapêutica

e ajustar a dose do antiparkinsoniano caso

necessário ou a modificação da terapia complementar.

Sulfato Ferroso

Haloperidol

Metoclopramida Aumenta a taxa de absorção da

levodopa (efeitos extrapiramidais)

Antiácidos Reduz a extensão de absorção de levodopa na forma HBS* em 32%.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Ansiedade, Depressão e Distúrbios do sono (10%).

Discinesia, incluindo movimentos coreiformes e distonia (30% a 80%, graves e dependentes da dose).

Hiperprolactinemia e aumento de TSH

Hiperuricemia

Síndrome neuroléptica maligna tem sido reportada durante a retirada abrupta da levodopa+carbidopa.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - SINEMET® - Merck Sharpe & Dohme. 3. Micromedex

® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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Nome da Substancia

LOSARTANA POTÁSSICA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

50 mg Comprimido

ALERTA

Problemática

1. Primeira opção de escolha para tratamento de hipertensão arterial e insuficiência cardíaca congestiva.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A utilização de losartana no período gestacional pode ocasionar graves defeitos ou a morte do feto em desenvolvimento.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: Crianças (> 6 anos) Hipertensão arterial sistêmica 0,7 mg/kg, por via oral, a cada 24 horas. Adultos Insuficiência cardíaca congestiva • Dose inicial: 12,5 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dobrar a dose a cada 7 dias, se necessário, até 50 mg/dia. Hipertensão arterial sistêmica • Dose inicial 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 25 a 100 mg, por via oral, uma vez ao dia ou dividido a cada 12 horas. Profilaxia de acidente cerebrovascular em paciente com hipertrofia ventricular esquerda • Dose inicial: 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 100mg, por via oral, uma vez ao dia. Associado a hidroclorotiazida 12,5 a 25 mg, por via oral, uma vez ao dia. Nefropatia diabética em pacientes com diabetes tipo 2 e história de hipertensão • Dose inicial: 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 100mg, por via oral, uma vez ao dia de acordo com controle da pressão arterial. ORIENTAÇÕES

Os comprimidos podem ser tomados com ou sem alimentos.

O máximo efeito hipotensor é alcançado após 3 a 6 semanas de tratamento.

Existe descrita formulação extemporânea (pronto uso) para uso pediátrico.*

12o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza. 4

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

LOSA

RTA

NA

PO

TÁSSIC

A

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

61

* Preparação da Formulação Extemporânea para crianças – suspensão oral 2,5 mg/mL: colocar 10 comprimidos de losartana potássica 50mg num recipiente com 10 mL de água purificada, agitar por 2 minutos, deixar em repouso durante 1 hora e agitar por mais 1 minuto; adicionar esta mistura a 190 mL de Ora-plus e Ora-sweet 50/50 e agitar por mais 1 minuto. Armazenar sob refrigeração entre 2 e 8ºC. Estável por até 4 semanas. Agitar bem antes de usar.

INTERAÇÕES COM LOSARTANA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

AINES Reduz a eficácia da terapia anti-

hipertensiva

Monitorizar a pressão arterial quando uso

concomitante. Fluconazol

Rifampicina

Lítio Aumenta a toxicidade pela losartana (fraqueza, tremor,

sede, confusão)

Monitorizar sinais e sintomas específicos.

* AINES – Antiinflamatório Não Esteróide

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

• Diarréia (2%) • Infecção de vias aéreas superiores (8%) • Anemia (2%) • Dor nas pernas (2%) • Tosse (8%) • Hipotensão Ortostática dose dependente (0,5 - 2%) • Hipercalemia (7%)

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - COZAAR® (Merck Sharp & Dohme).

3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

62

Nome da Substancia

METFORMINA CLORIDRATO

Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

500mg Comprimido

ALERTA Problemática

1. Prescrições para paciente diabético sem sobrepeso onde a resistência insulínica não seja fator preponderante.

2. Prescrições onde a mudança no estilo de vida (dieta e exercícios) não estejam associadas ao uso da metformina.

3. Prescrições para pacientes obesos e não diabéticos.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Possui beneficio definido no tratamento de diabetes tipo 2 em pacientes obesos. - Durante períodos de infecções,

cirurgias ou traumas, substituir o uso

por insulina.

- Contraindicada na insuficiência renal.

- Pode haver redução na absorção de vitamina B12. - Não é contraindicada em idosos, mas, quando recomendada, deve-se dar maior atenção às funções renal, hepática, cardiopulmonar e a quaisquer situações que predisponham à acidose láctica.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: Adultos e maiores de 10 anos Tratamento de Diabetes Mellitus Tipo 2.* (1ª Opção) 1 comprimido de 500mg, 2 vezes ao dia, ao desjejum e ao jantar, ou 850mg, 1 vez ao dia.** * Tratamento de diabete tipo 2, em paciente obeso (índice de massa corpórea acima de 30). ** A posologia da metformina deve ser individualizada, tomando como bases a eficácia e a tolerância ao produto. No início do tratamento devem-se medir os níveis plasmáticos de glicose, em jejum, para avaliar a resposta terapêutica à metformina e determinar a dose mínima eficaz para o paciente. Se necessário, elevar a dose semanalmente, com inclusão de 1 comprimido, até que se obtenha controle dos níveis de glicose sanguínea ou ate que se atinja a dose máxima recomendada de 2.550 mg/dia, fracionada em três administrações (desjejum, almoço e jantar). Posteriormente, deve-se medir a hemoglobina glicosilada a cada três meses.

Tratamento de Diabetes Mellitus Tipo 1(dependentes de insulina)* 1 comprimido de 500 mg ou 850 mg 2 a 3 vezes por dia. * A metformina e a insulina podem ser utilizadas em associação, no sentido de se obter um melhor

controle da glicemia. A dose de insulina deve ser ajustada com base nos valores da glicemia.

5o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

2o

item no ranking de medicamentos

dispensados em Fortaleza.

METFO

RM

INA

CLO

RID

RA

TO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

63

ORIENTAÇÕES:

Orientar para administrar com alimentos para reduzir os sintomas gastrintestinais.

A absorção é retardada pela presença de alimentos.

Reforçar a necessidade de aumentar a ingestão de água e evitar uso de bebidas alcoólicas.

Ensinar a reconhecer sintomas de acidose lática (diarréia, hiperventilação, dores ou cãibras musculares, sonolência e cansaço).

INTERAÇÕES COM METFORMINA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Cefalexina Aumenta a

concentração sérica de metformina

Se a associação for necessária, monitorar glicose sanguínea

periodicamente. Avaliar reducao da dose de metformina. Ciprofloxacino

Altera o metabolismo da glicose, com hipoglicemia ou hiperglicemia.

Enalapril Pode causar acidose

láctica e hiperpotassemia

Evitar o uso simultâneo em pacientes com insuficiência renal.

Hidroclorotiazida Furosemida

Intolerância a glicose

O uso simultâneo requer monitorização da glicemia. Ajuste de dose pode ser

necessário na possível manifestação de acidose láctica*.

* Caracterizado por mal-estar, mialgias, dificuldade respiratória, hiperventilação, batimentos cardíacos

irregulares, sonolência, dor abdominal. REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

• Distúrbios do paladar (sabor metálico). • Diarréia, flatulência, dor abdominal, indigestão, náuseas, vômitos. • Anorexia, astenia, fotossensibilidade. • Acidose lática. • Eritema, prurido, urticária.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - GLIFAGE® (Merck S/A).

3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 4. P.R. Vade-Mécum

®. Substâncias de uso terapêutico. 12ª edição. 2007. Prol gráfica, São Paulo.368pg.

5. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2014-2015 [organização Jose Egidio Paulo de Oliveira, Sergio Vencio]. – São Paulo: AC Farmacêutica, 2015. 390pg.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

64

Nome da Substancia

MICONAZOL NITRATO

Apresentações disponíveis no

elenco de medicamentos de Fortaleza:

2% Creme Vaginal

2% Creme Dermatológico

ALERTA Problemática

1. Tratamento sem evidências em mulheres assintomáticas. 2. Tratamento recorrente para vulvovaginite por candida.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado

- Medicamentos à base de óleo que pode enfraquecer os preservativos de látex e diafragmas, oferecer outras medidas de anticoncepção durante o tratamento. - Tratamento de rotina do parceiro sexual é desnecessário, a menos que o parceiro esteja com sintomas de prurido local ou irritação no órgão genital.

- As mulheres com mais de 4 episódios de tratamento por ano, devem ser investigadas para a ocorrência de diabetes uso recorrente de antibióticos, ou imunossupressão.

Indicações mais frequentes e posologias na APS

Adultos

Infecções Cutâneas

• Aplicar nas lesões, 2 vezes ao dia, continuando por pelo menos 10 dias após o local da infecção

estar livre de lesões. Tinha: aplicar, topicamente, nas áreas afetadas, uma vez ao dia.

Vulvovaginite por Candida

• Aplicar 5 g do creme, 1 vez ao dia, durante 10 a 14 dias; ou 2 vezes ao dia, durante 5 a 7 dias.

Crianças e adolescentes a partir de 12 anos

Vulvovaginite por Candida

• Aplicar 5 g do creme vaginal a 2% antes de dormir, durante 3 a 7 dias.

Crianças

Infecções cutâneas

• Aplicar nas lesões, 2 vezes ao dia, continuando por pelo menos 10 dias após o local da infecção

estar livre de lesões. Tinha: aplicar, topicamente, nas áreas afetadas, uma vez ao dia.

ORIENTAÇÕES

Orientar que a dose deve ser aplicada preferencialmente na hora de dormir e que pela manhã deve ser utilizado um protetor diário para proteger a roupa íntima (reter os resquícios de creme não absorvidos).

70o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza.

92o

item no ranking de

medicamentos dispensados em

Fortaleza.

MIC

ON

AZO

L NITR

ATO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

65

Enfatizar que o aplicador deverá ser reutilizado para aplicações posteriores, após lavá-lo com água morna e sabão.

Informar que todo o curso da terapia deverá ser seguido, mesmo que inicie o período menstrual ou as queixas melhorem após o início do tratamento.

Indicar a melhoria dos hábitos de higiene (asseio pessoal e uso de roupas íntimas adequadas) para auxiliar na curar da infecção e evitar a reinfecção.

Orientar para evitar o contato do creme com os olhos, nariz ou boca. Não utilizar em áreas da pele que tem cortes ou arranhões. Em caso de contato acidental, lavar abundantemente o local com água.

INTERAÇÕES COM MICONAZOL

MEDICAMENTO EFEITO CONDUTA

VARFARINA Aumenta o risco de

sangramento.

Quando uso concomitante for necessário, monitorar sinais clínicos de hemorragias

(tempo de protrombina). O ajuste de dose do anticoagulante pode ser necessário em

conformidade com a verificação do INR*.

DIAZEPAM CLONAZEPAM

Aumenta a toxicidade pelos benzodiazepínicos.

Quando uso concomitante for necessário, monitorar sinais clínicos de sedação excessiva

e efeitos hipnóticos. O ajuste de dose do benzodiazepínico pode ser necessário.

ANLODIPINA Aumenta a toxicidade

pelo anlodipino. Observar sinais de hipotensão e sobredose**.

SINVASTATINA Aumenta o risco de

rabdomiólise. Monitorar sinais e sintomas de rabdomiólise e níveis de Creatina-fosfoquinase sérica (CK).

* INR - Razão Normalizada Internacional; ** Caracterizado por fadiga, edema e alterações do ritmo cardíaco.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

• Irritação local • Prurido • Sensação de Ardência • Cólicas abdominais

BIBLIOGRAFIA

1. Bestpractice.bmj.com. BMJ Best Practice [Internet]. 2015 [cited 9 September 2015]. Available from: http://bestpractice.bmj.com/best-practice/monograph/75/treatment/details.html#expsec-5.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

3. Bula do medicamento de referência – NITRATO DE MICONAZOL® (Teuto). 4. Drugs.com. Jantoven and miconazole topical Drug Interactions - Drugs.com [Internet]. 2015 [cited 9

September 2015]. Available from: http://www.drugs.com/drug-interactions/jantoven-with-miconazole-topical-2311-2631-1626-0.html?professional=1.

5. Duncan B, Schmidt M, Giugliani E, Duncan M, Giugliani C. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4th ed. Porto Alegre: Artmed; 2013.

6. Feuerschuette OHM, Silveira SK, Feuerschuette I, Corrêa T, Grando L, Trepani A. Candidíase vaginal recorrente: manejo clínico. FEMINA, 2010, 38(2):31 – 36.

7. Gusso G, Lopes J. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed; 2012.

8. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare, 2015.

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

66

Nome da Substancia

OMEPRAZOL Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

20 mg Cápsula

ALERTA

Problemática 1. Prescrições desnecessárias para proteção gástrica. 2. Utilização por mais de 08 semanas.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Para pessoas em uso de > 1 medicamento, não prescrever omeprazol para proteção gástrica. - Para dispepsia não investigada, revisar as medicações em uso antes de iniciar omeprazol. - Quando a pessoa necessitar de uso continuado de AINE, o omeprazol deverá ser prescrito somente se houver antecedentes de úlcera péptica. - O uso de omeprazol reduz a eficácia dos anticoncepcionais hormonais orais.

- 44% no aumento da incidência de fratura de quadril em pacientes com mais um ano de uso. - Demência - Deficiência de cianocobalamina. - Hipomagnesemia tem sido relatada em tratamentos maiores do que 3 meses. - A gastrite atrófica tem sido bem relatada. - 16% no aumento de incidência infarto de agudo de miocárdio.

Indicações mais frequentes e posologias na APS ADULTOS Dispepsia Não Investigada 01 cápsula de 20 mg em jejum por 04 semanas. O uso poderá ser prolongado por mais 02 semanas de acordo com a avaliação clínica. Dispepsia Investigada Não Ulcerosa 01 cápsula de 20 mg em jejum por 04 semanas. Ulcera Gástrica ou Duodenal (10 opção) 01 cápsula de 20 mg em jejum por 04 semanas. O uso poderá ser prolongado por mais 04 semanas de acordo com a avaliação clínica. Doença do Refluxo Gastroesofágico 01 cápsula de 20 mg de 12/12 horas (em jejum e antes do jantar) por 04 semanas. O uso poderá ser prolongado por mais 04 semanas de acordo com a avaliação clínica. ORIENTAÇÕES

A cápsula deve ser tomada antes das refeições. Maior eficácia quando administrado em jejum.

Quando estritamente necessário, as cápsulas podem ser administradas por via oral misturando os grânulos intactos a suco de frutas e ingeridas imediatamente.

10o item no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza.

3o item no ranking de medicamentos

dispensados em Fortaleza.

OM

EPR

AZO

L

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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INTERAÇÕES COM OMEPRAZOL

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA

Clopidogrel Tem sua eficácia clínica

reduzida aumentando o risco de trombose.

Trocar por outro IBP* ou outra classe gastroprotetora.

Cetoconazol Absorção gastrintestinal do antimicrobiano é reduzida.

Não utilizar antiácidos na terapia com cetoconazol ou reduzir a dose do omeprazol (caso não seja possível a suspensão).

Digoxina Pode aumentar o risco de

toxicidade digitálica (náusea, vômito e arritmia).

Monitorização intensiva da terapia concomitante.

Anticoncepcionais Hormonais

Reduz a absorção de estrógenos comprometendo a

terapia contraceptiva. Espaçar os horários de

administração dos medicamentos.

Levotiroxina Reduz a absorção do

hormônio. *IBP – Inibidor de Bomba de Prótons

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Dor de cabeça (7%)

Dor abdominal (5,2%)

Diarréia (3,7%)

Náuseas e Vômitos (4% e 3,2% respectivamente) BIBLIOGRAFIA

1. Bula do medicamento de referência - LOSEC® - Astrazeneca.

2. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, Duncan MS, Giugliani C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4a edição. Porto Alegre: Artmed, 2013, páginas 811 a 820

3. Gusso GDF, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2012, página 1332

4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 5. O'Donoghue ML, Braunwald E, Antman EM, Murphy SA, Bates ER, Rozenman Y, et al.

Pharmacodynamic effect and clinical efficacy of clopidogrel and prasugrel with or without a proton-pump inhibitor: an analysis of two randomised trials. Lancet. 2009 Sep 19; 374(9694): 989-97.

6. Shah NH, LePendu P, Bauer-Mehren A, Ghebremariam YT, Iyer SV, Marcus J, et al. (2015) Proton Pump Inhibitor Usage and the Risk of Myocardial Infarction in the General Population. PLoS ONE 10(6): e0124653. doi:10.1371/journal.pone.0124653

7. Yang YX, Lewis JD, Epstein S, Metz DC. Long-term proton pump inhibitor therapy and risk of hip fracture. JAMA 2006; 296:2947–2953’

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Nome da Substancia

PERMETRINA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

1% Creme Dermatológico 5% Loção Cremosa

ALERTA

Problemática 1. Heterogeneidade de modos de prescrição. 2. Modo de aplicação não baseado na melhor evidência científica.

Cuidados no uso - A prevalência de pediculose em comunidades vulneráveis no Ceará pode variar de 43% a 28%. Além da falta de eficácia para o tratamento dos ovos dos parasitas, a resistência a permetrina para pediculose tem aumentado nos últimos anos. - Para escabiose, os fabricantes indicam que o creme de permetrina tópica não deve ser aplicado na cabeça. Entretanto uma pequena porcentagem de pacientes tem ácaros na cabeça, principalmente crianças, desse modo, resultando em tratamento incompleto. Assim, aconselha-se realizar a aplicação no couro cabeludo também. - Não deve ser utilizada em crianças menores de 2 meses. Para elas, pode ser prescrito para escabiose pasta d´agua com enxofre da seguinte forma: Enxofre precipitado 5% -10% (ideal 7%) + Pasta D'água q.s.p. 20g: Após o banho, aplicar no corpo todo, do pescoço para baixo. Dar banho após 24 horas e reaplicar o medicamento. Realizar um total de 3 aplicações (3 dias seguidos). Repetir em 7 dias. Tem odor desagradável, mancha a roupa e é pouco prático. - Não é indicado para o tratamento em massa de pediculose. Para tratamentos em massa usar ivermectina. - Casos graves de escabiose com uma grande quantidade de prurido ou crostas pode ser indicativo de outras doenças, tais como a AIDS.

Indicações mais frequentes e posologias na APS Adultos e Crianças acima de 2 anos Escabiose e pediculose corporal

A loção a 5% deve ser aplicada na pele limpa, da cabeça às solas dos pés, deixando em contato por 8 a 14 horas e enxaguar com água abundante, durante o banho.

Aplicar novamente nas mãos se as mesmas forem lavadas em menos de 8 horas

Uma única aplicação é normalmente suficiente para infecções leves.

Em casos moderados a graves deve-se repetir a aplicação após 7 dias (pediculose corporal) ou após 14 dias (escabiose). Duas aplicações de permetrina 5% com um intervalo de uma semana mostrou-se eficaz em 96,9% dos pacientes tratados.

Pediculose do couro cabeludo Aplicar loção a 1% nos cabelos, recém lavados com xampu e ainda úmidos. Saturar o couro

cabeludo e o cabelo e deixar agir por 10 minutos.

Passar a pente fino para remoção dos piolhos e lêndeas. Enxaguar com água abundante. Repetir o tratamento após 7 dias.

Para cabelos longos, utilizar mais de um frasco.

28o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza. 84

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

PER

METR

INA

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ORIENTAÇÕES É necessário investigar infestação em membros da família ou que tiveram contato prolongado

direto de pele-a-pele com a pessoa infestada.

A permetrina é o tratamento tópico mais eficaz para escabiose. Somente para uso externo em pele íntegra. E caso de contato com os olhos e mucosas lavar abundantemente com água corrente.

Orientar a utilização de sabonetes neutros; sabonetes escabicidas aumentam o risco de irritação.

A loção deve ser agitada antes do uso. Aplicar com cuidado nos espaços interdigitais e não lavar as mãos após a aplicação.

O tratamento de pediculose do couro cabeludo deve ser acompanhado de uso de pente fino e troca diária de vestuário e de roupas de cama. As roupas devem ser fervidas e passadas a ferro bem quente para não haver reinfestação.

Para a remoção de cascas de ovos vazias (lêndeas) e ovos mortos, pode-se aplicar solução aquosa de ácido acético (vinagre branco com água em diluição 1:1) no couro cabeludo. Deixar descansar por 20 minutos e utilizar pente fino para a remoção mecânica. As lêndeas podem permanecer nos cabelos por até seis meses e às vezes mais de um ano mesmo sem doença ativa

Após o tratamento da escabiose, a prurido pode permanecer por algumas semanas,aramente significa falha no tratamento (geralmente ocorre por absorção de proteínas do parasita morto) e não é indicativo para repetição do tratamento.

INTERAÇÕES COM PERMETRINA Não há informação de interações medicamentosas com a permetrina devido a administração ser realizada por via tópica.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Prurido, Eritema, Irritação

Erupção Cutânea

BIBLIOGRAFIA

1. Albakri L, Goldman RD. Child Health Update Permethrin for scabies in children. Can Fam Phsysician. 2010;56:1005–6.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

3. Bula do medicamento de referência - NEDAX® (Stiefel). 4. Clark JM. Permethrin Resistance Due to Knockdown Gene Mutations is Prevalent in Human Head

Louse Populations. Open Dermatol J. 2010;4(3):63–8. 5. Goldust M, Rezaee E, Raghifar R, Hemayat S. Treatment of scabies: the topical ivermectin vs.

permethrin 2.5% cream. Ann Parasitol [Internet]. 2013;59(2):79–84. 6. Heukelbach J, Sonnberg S, Becher H, Melo I, Speare R, Oliveira FA. Ovicidal efficacy of high

concentration dimeticone: A new era of head lice treatment. J Am Acad Dermatol.2011;64(4):2010–2. 7. Heukelbach J, Wilcke T, Winter B, Feldmeier H. Epidemiology and morbidity of scabies and pediculosis

capitis in resource-poor communities in Brazil. Br J Dermatol. 2005;153(1):150–6. 8. Pilger D, Heukelbach J, Khakban A, Oliveira FA, Fengler G, Feldmeier H. Household-wide ivermectin

treatment for head lice in an impoverished community: Randomized observer-blinded controlled trial. Bull World Health Organ. 2010;88(2):90–6.

9. Ranjkesh MR, Naghili B, Goldust M, Rezaee E. The efficacy of permethrin 5 % vs . oral ivermectin for the treatment of scabies 1. Ann Parasitol. 2013;59(4):189–94.

10. Speare R, Canyon D V, Heukelbalch J, Shaalan ES. Permethrin. In: Grayson M, editor. The Use of Antibiotics. 6th ed. 2010. p. 2299–305.

11. Speare R, Canyon D. Natural products and their application to the control of head lice: An evidence-based review. In: Brahmachari G, editor. Chemistry of Natural Products: Recent Trends & Developments. Kerala; 2006. p. 277–302.

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Nome da Substancia

PREDNISOLONA FOSFATO SÓDICO PREDNISONA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

3 mg/ml Solução Oral 5mg e 20mg Comprimido

ALERTA

Problemática 1. Prescrições desnecessárias para gripe e outras afecções; 2. Prescrição de altas doses/uso prolongado, podendo gerar eventos adversos.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Não suspender abruptamente os tratamentos prolongados (>14 dias), pelo risco de insuficiência adrenal aguda. - Em doses únicas matinais ou em dias alternados propicia menor supressão do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, com menor ocorrência de efeitos adversos.

- O risco de ulceração gastrintestinal ou hemorragia é aumentado quando o álcool é utilizado concomitantemente ao tratamento. - Considerar tratamentos profiláticos da estrongiloidíase e da osteoporose. - Não indicar vacinação contra vírus vivos se tratamento prolongado.

- Alteração no metabolismo da glicose, retenção de líquidos, osteoporose, ganho de peso, face arredondada. - As crianças que utilizem corticosteróides em longo prazo devem ser monitoradas para obesidade, retardo no crescimento, osteoporose e supressão adrenal. - Pode produzir catarata (cegueira) subcapsular posterior, glaucoma com risco de lesão do nervo ótico e aumento do risco de infecções oculares secundárias por fungos ou vírus.

Indicações mais frequentes e posologias na APS*: Asma (Exacerbação moderada a grave)**

Associar B2-agonista de curta duração se não apresentar melhora imediata ou se crise for grave. Crianças:1-2mg/kg/dia, por via oral, divididos em 2 doses; até no máximo 60mg/dia, durante 3 a 5 dias. Adultos: 40 a 60mg/dia, por via oral, divididos em 2 doses, durante 3 a 10 dias. DPOC

Exacerbação leve a moderada (associar a antibioticoterapia, broncodilatadores, B2-agonistas e anticolinérgicos): 40mg/dia, por via oral, durante10dias. Condições Alérgicas

Pode ser administrada em período curto, com o seguinte esquema: 30 mg no primeiro dia, 25 mg no segundo, 20 mg no terceiro, 15 mg no quarto, 10 mg no quinto e 5 mg no sexto dia.

36º e 52 º itens no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza, respectivamente. 93º e 36º itens no ranking de medicamentos dispensados em Fortaleza, respectivamente.

PR

EDN

ISOLO

NA

FOSFA

TO SÓ

DIC

O/P

RED

NISO

NA

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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71

Reações de Hanseníase Tipo 1 e Tipo 2

Prednisona na dose de 1 a 1,5 mg/kg/dia (excepcionalmente de 1,5 a 2 mg/kg/dia), conforme avaliação clínica (sendo na reação Tipo 2, a droga de segundo opção na ausência da Talidomida), devendo estes pacientes serem referenciados a unidades específicas para acompanhamento conjunto. Desordens Reumáticas e Doenças Inflamatórias***

Crianças: 0,14 a 2mg/kg (4 a 60 mg/m²/dia), por via oral, divididos em 3 ou 4 doses. Adultos: 5 a 60mg/dia, por via oral, divididos em 3 ou 4 doses. .* A prednisona e a prednisolona são utilizados em doses equivalentes miligrama por miligrama. Prednisona tem ação semelhante à prednisolona com duração de ação média e é preferentemente usada em tratamentos prolongados, pela menor potência de supressão do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal. ** Controle e manutenção – Paciente deve ser referenciado para o serviço especializado ***Doenças cujo uso de corticoides pode-se dar para efeito de controles de crises ou como doses de manutenção, sendo prudente a individualização do tratamento e avaliação do risco-benefício relacionado a cada patologia e a cada paciente.

ORIENTAÇÕES

Administrar com alimento para minimizar a irritação gástrica.

Recomendar um aumento na ingestão de proteínas durante o tratamento prolongado.

Não suspender abruptamente este medicamento após uso prolongado (acima de 14 dias) pelo risco de insuficiência adrenal aguda.

INTERAÇÕES COM PREDNISONA E PREDNISOLONA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

AAS* Aumenta o risco de ulceração

gástrica e sangramentos.

No uso concomitante, reduzir gradativamente a dose de uma das terapias.

Fenitoína Reduz a efetividade dos

corticóides. Ajuste da dose do corticóide pode ser necessária.

Fluconazol Aumenta a eficácia dos

corticóides. Observar a ocorrência de efeitos tóxicos*.

* retenção de líquidos, atrofia cutânea, cicatrização prejudicada de feridas, petéquias e equimoses.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

Aumento do apetite, Retenção de fluidos e sódio.

Infecções por bactérias, parasitas, vírus e fungos (dermatomicoses: entre 16% e 43%, aspergilose: 10% a 20% dos pacientes asmáticos).

Nervosismo, cansaço e insônia.

BIBLIOGRAFIA 1. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Memento terapêutico / Ministério da Saúde. Série

B. Textos Básicos de Saúde – Brasília, 2006. 302 pg. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.125, de 7 de outubro de 2010. Aprova as diretrizes para

vigilância, atenção e controle da hanseníase. Diário Oficial da União. 2010; Seção: 39. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento

de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional/RENAME 2010. 2. edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

4. Bula dos medicamentos de referência – METICORTEN® (Merck Sharp & Dohme) e PRELONE (Achê).

5. Cardozo Pereira AL, Bortolini Bolzani FC, Stefani M, Charlín R. Uso sistêmico de corticosteróides: revisão da literatura. Med Cutan Iber Lat Am 2007;35(1):35-50.

6. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015.

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Nome da Substancia

PROMETAZINA CLORIDRATO Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

25 mg Comprimido 25 mg/mL Solução Injetável

ALERTA

Problemática 1. Embora seja de prática clínica comum, diretrizes internacionais para o manejo da

agitação psicomotora não inclui a prometazina como uma das opções farmacológicas. 2. Prescrições realizadas no intuito de obter sedação excessiva no manejo da

agressividade.

3. Preferência pela via intramuscular em detrimento da apresentação oral.

Cuidados no uso Perigos do uso

prolongado - Observar a possibilidade de intoxicação (maior sintoma é delírio) no uso da solução injetável, como hipnossedativa em pacientes propensos a dependência física com benzodiazepínicos e no controle da agitação psicomotora de quadros psicóticos. - Crianças com idade menor do que 2 anos apresentam maior risco potencial de depressão respiratória fatal. - Pode mascara os efeitos ototóxicos de grandes doses de salicilatos.

- Pode levar à hiperpigmentação da pele ou escurecimento que está restrito às áreas do corpo expostas à luz solar. - Pode retardar ou impedir o processo fisiológico de compensação vestibular.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: ADULTOS Anafilaxia 25mg por via oral, intramuscular (profunda) ou intravenosa, a intervalos de 2 horas. Terapia Antineoplásica Antiemética 12,5mg à 25mg por via oral, intramuscular ou intravenosa, a intervalos de 4 a 6 horas. Hiperemese Gravídica 12,5mg à 25mg por via oral, 1 vez ao dia. CRIANÇAS E IDOSOS Anafilaxia e Anti-Êmese 6,25mg à 12,5mg por via oral, intramuscular (profunda) ou intravenosa. Emergência Psiquiátrica Associado aos neurolépticos antipsicótico para auxiliar no controle da agressividade e na redução dos efeitos anticolinérgicos, tais como a distonia aguda.

24o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza. 33

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

PR

OM

ETAZIN

A C

LOR

IDR

ATO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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ORIENTAÇÕES

A administração da solução injetável não deve ser realizada em concentrações acima de 25 mg/mL e em velocidade superior a 25 mg/minuto. Deve ser feita em veia calibrosa, nunca em região da mão ou pulso.

Orientar que a tomada do comprimido deve ser realizada com alimentos para minimizar os incômodos gástricos.

Alertar para notificar imediatamente caso haja sintomas: batimento cardíaco irregular, respiração lenta, incomodo ao respirar, erupção cutânea, prurido, urticária, pele ou olhos amarelados, dor, ardor ou inchaço no lugar da injeção, visão turva, zumbido nos ouvidos, sonolência ou tontura, dificuldade para dormir, nervosismo e depressão.

Orientar para a interrupção do uso 2 dias antes de realizar testes cutâneos de alergia, devido a possibilidade de obtenção de resultados falso-negativos.

Pode afetar a capacidade de realizar atividades que exigem atenção e coordenação motora, como operar máquinas e dirigir.

Recomendar o uso de protetor solar em tratamentos prolongados, devido ao risco de fotossensibilização.

Reforçar a importância de evitar bebidas alcoólicas e outros depressores do sistema nervoso central durante o uso do medicamento.

INTERAÇÕES COM PROMETAZINA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA Propranolol Eleva o risco de aumento da pressão arterial

Avaliar a possibilidade de troca de uma das

terapias por outra classe medicamentosa ou realizar o ajuste de

dose.

Fluoxetina Aumenta a concentração da prometazina

Haloperidol

Fenitoína Reduz a concentração da prometazina

Carbamazepina

Levodopa Reduz a concentração da levodopa

Metoclopramida Aumenta o risco de efeitos extrapiramidais.

Amitriptilina Aumenta o risco de prolongamento do

intervalo QT* Monitorizar a função

cardíaca.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS*

Tontura.

Sedação e Sonolência.

Tremores

Queda da pressão arterial** * Mais comum em idosos.** Mais comum quando utilizada a forma injetável.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. Cadernos de Atenção Básica - Saúde mental. Nº34. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.176pg.

3. Bula do medicamento de referência - FENERGAN® (Sanofi Aventis).

4. Carvalho C.M., Maia Marcia. Tontura e Vertigem. In: Gusso G., Lopes J.M.C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. P 1787-1798.

5. Huf G, Coutinho ESF, Adams CE. Haloperidol mais prometazina para pacientes agitados – uma revisão sistemática. Rev. Bras. Psiquiatr. 2009, 31(3):265-70.

6. Mantovani C, Migon MN, Alheira FV, Del-ben CM. Manejo de paciente agitado ou agressivo. Rev. Bras. Psiquiatr. 2010, 32, suppl 2:S96-103.

7. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015.

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Nome da Substancia

RANITIDINA CLORIDRATO Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

150 mg Comprimido 15 mg/mL Solução Oral

ALERTA

Problemática Prescrições para prevenção de eventos gástricos sem indicação.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Em pacientes idosos, com doença pulmonar crônica, diabetes ou imunocomprometidos, há maior risco de desenvolver pneumonia da comunidade. - Recém-nascidos em uso de ranitidina possuem risco de infecção e morte, pois favorece a proliferação de patógenos e suprime as defesas imunológicas.

- Demência por deficiência de absorção de cianocobalamina (B12). - Pode produzir hipergastrinemia aguda e mascarar sintomas de câncer gástrico.

- Pode aumentar os níveis de transaminases hepáticas.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: CRIANÇAS (1 mês) E ADOLESCENTES Úlcera Gástrica e Duodenal Ativa 2 a 4 mg/kg, por via oral, a cada 12 horas, durante 4 a 8 semanas. Dose máxima: 300 mg. Doença do Refluxo Gastresofágico 2,5 a 5 mg/kg, por via oral, a cada 12 horas. Dose máxima: 300 mg/dia. Esofagite Erosiva 2,5 a 5 mg/kg/dia, por via oral, a cada 12 horas. Dose máxima: 600 mg/dia. ADULTOS Úlcera Gástrica e Duodenal Ativa 300 mg, por via oral, antes de dormir, durante 4 a 8 semanas. Condições Hipersecretórias Gastrintestinais 150 mg, por via oral, a cada 12 horas. Dose máxima diária: 6 g. Doença do Refluxo Gastresofágico 150 mg, por via oral, a cada 12 horas, ou 300 mg antes de dormir, por 6 semanas. Dose de manutenção: 150 mg, por via oral, a cada 12 horas. Esofagite Erosiva 150 mg, por via oral, 4 vezes ao dia, durante até 12 semanas. Dose de manutenção: 150 mg, 2 vezes ao dia, por via oral.

29o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza. 23

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

RA

NITID

INA

CLO

RID

RA

TO

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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Dispepsia Funcional 150 mg, por via oral, a cada 12 ou 24 horas. Dose máxima diária: 300 mg. ORIENTAÇÕES:

Alertar para a possibilidade de demora de alguns dias para o alívio da dor ulcerosa.

Embora os alimentos não interfiram na absorção do fármaco, o comprimido ou solução demonstraram ser mais eficazes quando administrados antes das refeições.

A solução oral não deve ser diluída e nem misturada à outra preparação líquida.

Observar na embalagem se a solução utilizada é preparada com álcool. A preparação de referência contém aproximadamente 7,5% de etanol (álcool) p/p, ou seja, até 405 mg por colher de 5ml (aproximadamente uma colher de chá) o que equivale a cerca de 11 ml de cerveja ou 5 ml de vinho.

Informar aos usuários tabagistas para suspender o uso do cigarro ou, pelo menos, não fumar apos a última dose do dia.

INTERAÇÕES COM RANITIDINA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA

Itraconazol Reduz a absorção gastrintestinal do

antifúngico.

Administrar o antifúngico com bebidas ácidas ou considerar terapia

substitutiva.

Cetoconazol Absorção gastrintestinal

do antifúngico é reduzida.

Não utilizar antiácidos na terapia com cetoconazol ou administrar a ranitidina 2 horas após o antifúnfico (caso não

seja possível a suspensão).

Varfarina Aumenta o risco de

sangramento Monitorar o tempo de protrombina e

sinais de hemorragia.

AAS* Reduz o efeito antiplaquetário

Uso concomitante deve ser evitado. Caso seja necessário, orientar a

administração do AAS 30 minutos antes ou 8 horas após a ranitidina.

*AAS – Ácido Acetilsalicílico

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

Dor abdominal, Constipação/Diarréia

Mialgia, Cefaléia

Reações de hipersensibilidade BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Bula do medicamento de referência - ANTAK® (GlaxoSmithKline).

3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 4. Terrin G, Passariello A, Curtis M, Manguso F, Salvia G, Lega L, Messina F, Paludetto R, Canani RB.

Ranitidine is Associated With Infections, Necrotizing Enterocolitis, and Fatal Outcome in Newborns. Pediatrics, Dez 2011, v.129, n.1, e40-e45;

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Nome da Substancia

SAIS PARA REIDRATAÇÃO Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

Pó para solução Oral (2,6g Cloreto de Sódio +13,5g Glicose Anidra + 1,5g Cloreto de Potássio + 2,9g Citrato de Sódio)

ALERTA

Problemática 1. Prescrição para pacientes com diarréia sem sinais de desidratação.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Cautela em pacientes com baixo débito urinário e hipernatremia. - Em caso de vômito, suspender a reidratação por 10 minutos, recomeçando em velocidade menor. - Uso em pacientes com má absorção de glicose poderá ocorrer agravamento do quadro diarréico. - Usar com cautela em diabéticos.

- A ingestão concomitante com alimentos contendo eletrólitos ou líquidos como sucos de fruta ou alimentos com sal deve ser evitada, para prevenir a ingestão excessiva de eletrólitos e a diarréia osmótica.

Indicações mais frequentes e posologias na APS:

Reposição Hidroeletrolítica na Doença Diarréica Aguda* Crianças

Dose de 75 mL/kg, por via oral, em pequenos volumes no período de 4 horas.

Pode-se aumentar a quantidade caso a criança continue com episódios frequentes de diarréia.

Dose de 200 mL, por via oral após cada episódio de diarréia.

Pode ser administrado na velocidade de 20 mL/kg/hora, por sonda nasogástrica, no período de 6 horas. Adultos

Dose de 200 a 400 mL (de acordo com a perda de fluido), por via oral após cada episódio de diarréia. *Notas: Define-se como diarréia aguda a diminuição de consistência das fezes (líquidas ou semi-líquidas) e/ou aumento na frequência das evacuações para mais de 3, nas próximas 24 horas, com ou sem febre ou vômitos. A diarréia habitualmente dura menos de 7 dias e se prolongar por mais de 14 dias designa-se por diarréia persistente.

30o

item no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza. 51

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

SAIS P

AR

A R

EIDR

ATA

ÇÃ

O

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77

A terapia de reidratação oral é prevista para fornecer 75 mL/kg em 4 horas, após o que deve ser avaliado o estado do paciente. A oferta da solução deve continuar até que cesse a diarréia. Maiores volumes são dados quando esta é muito frequente. Estes sais também se mostraram eficazes em pacientes de cólera.

ORIENTAÇÕES:

Orientar o doente para diluir o conteúdo da embalagem em 1 litro de água potável (filtrada ou fervida).

Composição por litro após preparo: cloreto de sódio 2,6 g (65 mmol), glicose anidra 13,5 g (75 mmol), cloreto de potássio 1,5 g (20 mmol), citrato de sódio diidratado 2,9 g (10 mmol).

Administrar para adultos 200 a 400 mL, por via oral, em pequenos volumes, no período de 4 horas, na medida da tolerabilidade do paciente, ou após cada evacuação líquida.

Administrar para crianças 75 mL/kg, por via oral, em pequenos volumes no período de 4 horas, ou 200 mL após cada evacuação líquida.

Guardar em geladeira por um período máximo de 24 horas após a preparação. Após este período, desprezar toda a solução ainda existente e preparar nova solução.

A alimentação usual deve ser mantida após 4 horas de reidratação. Aconselhar a ingestão de alimentos leves como cereais, banana, legumes cozidos, batata, ervilha, feijão e outros alimentos ricos em carboidratos e sem lactose.

INTERAÇÕES COM SAIS PARA REIDRATAÇÃO Não são conhecidas interações significantes. REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

Raramente foram observadas reações adversas com ingestão das doses recomendadas. A administração de soluções mais concentradas resulta em hipernatremia e hiperpotassemia.

Vômitos (após administração rápida)**.

**Em caso de vômito, suspender a reidratação por 10 minutos, recomeçando em velocidade e quantidade menores e com maior frequencia; suplementação de zinco deve ser feita apos 4 horas de reidratação, tão logo a criança volte a comer; em casos suspeitos de cólera deve-se aumentar a concentração de sódio.

BIBLIOGRAFIA

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Capacitação em monitorização das doenças diarréicas agudas – MDDA: manual do monitor. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 94pg.

3. Bula do medicamento de referência – BABYDRAX (União Química). 4. Lima RM, Dias JA. Gastroenterite aguda. Revista Nascer e Crescer. Revista do hospital de crianças

Maria Pia. 2010, vol XIX, n.º 2.

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78

Nome da Substancia

SINVASTATINA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

20 e 40 mg Comprimido

ALERTA

Problemática 1. Prescrições desnecessárias para prevenção primária de eventos

cardiovasculares em pacientes com risco cardiovascular baixo e intermediário.

2. Prescrições sem tentativa anterior de mudança alimentar no estilo de vida.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A prescrição criteriosa de sinvastatina passa necessariamente pela estratificação do risco cardiovascular do paciente; - A hipertensão arterial como fator isolado não indica o uso da sinvastatina; - Na presença de mialgia investigar os níveis de creatinofosfoquinase e enzimas hepáticas e suspender o uso do medicamento, caso os valores excedam até 5 e 3 vezes os limites superior da normalidade, respectivamente.

- Aumento de enzimas hepáticas e miopatia, incluindo miosite clinicamente importante e rabdomiólise (risco de exacerbação por fatores clínicos ou de uso de interação medicamentosa com fibratos). - Pode provocar resistência a insulina.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: Adultos Pessoas com Risco Cardiovascular alto e muito alto*: Prevenção de cardiopatia isquêmica e dislipidemias Dose de 20 a 40 mg, por via oral, em dose única. Ajustar a dose com intervalo mínimo de 4 semanas. *Na insuficiência renal grave (DCE inferior a 10 mg/mL) ou uso concomitante de fibratos: dose inicial de 5 mg/dia, ate o máximo de 10 mg/dia.

Pessoas com Diabetes

Com níveis de LDL> 190mg/dL;

Com história pregressa de doença cardiovascular;

Sem doença cardiovascular, com 40 a 75 anos, e que possuam um ou mais fatores de risco para doença cardiovascular;

Com estratificação de risco alto ou muito alto. Hipercolesterolemia

22o

item no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza. 13

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

SINV

ASTA

TINA

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Dose usual: 10 a 80mg, VO, 1 vez ao dia. Crianças (< de 10 anos) Dose usual: 10mg, 1 vez ao dia, se tolerar 10mg após 4 semanas. Crianças (> de 10 anos) Dose usual: 10mg, 1 vez ao dia, se tolerar 20mg após 4 semanas. ORIENTAÇÕES:

Deve ser administrado preferencialmente à noite.

A administração em dias alternados pode melhorar a tolerabilidade das estatinas em doentes com mialgias.

INTERAÇÕES COM SINVASTATINA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA

Diclofenaco

Risco de miopatia e rabdomiólise.

Caso a associação seja inevitável acompanhar os sinais de alarme (dor muscular, sensibilidade e fraqueza).

Anlodipina

Ciprofloxacina

Cetoconazol

Varfarina Risco de hemorragia. Monitorizar evidências de

sangramento.

Fenitoína Reduz os efeitos

terapêuticos da sinvastatina. Espaçar os horários de administração dos medicamentos.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:

Miopatia (15%)

Rabdomiólise (15%)

Hepatotoxicidade (7%)

Dor abdominal, náuseas e diarréia (20%)

Constipação (6,6%)

Infecção respiratória do trato superior (3%) BIBLIOGRAFIA

1. Agouridis AP, Kostapanos MS, Elisaf MS. Statins and their increased risk of inducing diabetes. Expert Opin Drug Saf. 2015 Dec;14(12):1835-44.Epub 2015 Oct 5.

2. Armitage, J. The safety of statins in clinical practice. The Lancet 2007 Nov; 370 (9601): 1781-1790. Healthcare, 2015.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

4. Bula do medicamento de referência - ZOCOR® (Merck Sharp & Dohme). 5. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson.

6. Kain V, Kapadia B, Misra P, Saxena U. Simvastatin may induce insulin resistance through a novel fatty acid mediated cholesterol independent mechanism. Sci Rep. 2015 Sep 8;5:13823.

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Nome da Substancia

SULFAMETOXAZOL+ TRIMETOPRIMA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:

400 mg + 80mg Comprimido 40mg + 8mg/ml Suspensão

ALERTA

Problemática 1. Prescrições por prazos além do mínimo eficaz. 2. Prescrições desnecessárias para tratamento de gastroenterites, tratamento de

infecção baixa e alta do trato urinário e infecções do trato respiratório. 3. Desabastecimento de medicamento para tratamento e profilaxia (primária e

secundária) da pneumonia por Pneumocystis jirovecii em adultos e crianças HIV positivo.

Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Não há indicação de uso em quadros

de sinusite e pneumonia aguda

comunitária.

- Tem um importante papel no

tratamento e na profilaxia de infecções

por Pneumocystis jirovecii e Toxoplasma

gondii em pacientes HIV positivos.

- Para diminuir o risco de reações

indesejáveis, a duração do tratamento

com este medicamento deve ser a menor

possível, especialmente em pacientes

idosos.

- Necessário ajuste renal em nefropatas.

- Risco de Hipoglicemia.

- Alterações hematológicas (leucopenia,

neutropenia e trombocitopenia), no uso for

concomitante com o Metrotrexato.

Recomenda-se tratar com ácido fólico.

- Foram observados casos onde houve

comprometimento da função renal, nefrite

intersticial, elevação de compostos

nitrogenados sanguíneos, elevação da

creatinina sérica e cristalúria.

- Desordens hepáticas, tais como necrose

hepática, raros casos de hepatites,

colestase, elevação de bilirrubinas e

transaminases.

Indicações mais frequentes e posologias na APS: Crianças maiores de 1 mês Infecções por Microrganismos Sensíveis*

30 a 50 mg/kg (sulfametoxazol) + 6 a 10 mg/kg (trimetoprima), por via oral, dividido a cada 12 horas, por 5 a 14 dias.

40 a 50 mg/kg (sulfametoxazol) + 6 a 10 mg/kg (trimetoprima), por via oral, dividido a cada 6 a 12 horas, por 5 a 14 dias.

8o item no ranking de gasto com

medicamentos em Fortaleza. 61

o item no ranking de

medicamentos dispensados em Fortaleza.

SULFA

METO

XA

ZOL+ TR

IMETO

PR

IMA

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

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81

Em infecção do trato urinário inferior aguda não complicada o tratamento deve ser realizado por via oral durante 3 dias.

Tratamento de Pneumocistose

75 a 100 mg/kg (sulfametoxazol) + 15 a 20 mg/kg, por via oral ou intravenosa, dividido a cada 6 a 12 horas, durante 14 a 21 dias.

Profilaxia de Pneumocistose

25 mg/kg (sulfametoxazol) + 5 mg/kg (trimetoprima), por via oral, dividido a cada 12 horas, 3 vezes por semana em dias alternados ou consecutivos.

Adultos Tratamento de Infecções por Microrganismos Sensíveis* (Disenteria, Cistite Não Complicada) 800 a 1200 mg (sulfametoxazol) + 160 a 240 mg (trimetoprima), por via oral ou intravenosa, a cada 12 horas, durante 5 a 14 dias. Tratamento de Pneumocistose 75 a 100 mg/kg (sulfametoxazol) + 15 a 20 mg/kg, por via oral ou intravenosa, dividido a cada 6 a 12 horas, durante 14 a 21 dias. Profilaxia de Pneumocistose em Pessoas com Aids 800 mg (sulfametoxazol) + 160 mg (trimetoprima), por via oral, a cada 24 horas ou 3 vezes por semana. Cocos (Branhamella catarrhalis); Bacilos gram-negativos (Haemophilus influenzae (betalactamase positivo, betalactamase negativo), Haemophilus parainfluenzae, E. coli, Citrobacter freundii, Citrobacter spp., Klebsiella oxytoca, Klebsiella pneumoniae, outras Klebsiella spp., Enterobacter cloacae, Enterobacter aerogenes, Hafnia alvei, Serratia marcescens, Serratia liquefaciens, outras Serratia spp., Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Morganella morganii, Shigella spp., Yersinia enterocolitica, outras Yersinia spp., Vibrio cholerae; Outros (Edwardsiella tarda, Alcaligenes faecalis, Pseudomonas cepacia, Burkholderia (Pseudomonas) pseudomallei. Brucella, Listeria monocytogenes, Nocardia asteroides, Pneumocystis carinii, Cyclospora cayetanensis.Escherichia coli, enterotoxicogênica, algumas cepas de shiguella. ORIENTAÇÕES:

Orientar para que o tratamento prescrito seja realizado completamente, mesmo que haja melhora dos sintomas com as primeiras doses.

Reforçar a importância de padronizar os horários para tomada do medicamento até o fim do tratamento e caso esqueça, tomar a dose assim que lembrar, reaprazando os horários.

Orientar que a agitação do frasco deve ser realizada sempre antes de administrar a dose. Após aberto, conservar em temperatura ambiente (15º à 30º C).

Já os comprimidos devem ser administrados de preferência após uma refeição e com bastante líquido, para evitar cristalúria (fator predisponente para infecção urinária).

Orientar para não ingerir bebida alcoólica durante o tratamento, pelo risco de reação tipo “dissulfiram” (caracteriza-se por desconforto abdominal, rubor, vômitos e cefaléia).

Orientar sobre o risco de fotossensibilidade, evitando a exposição à luz solar direta, durante o tratamento medicamentoso.

Orientar a busca por assistência médica caso haja o aparecimento de reações adversas dermatológicas, nas primeiras semanas de tratamento.

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INTERAÇÕES COM SULFAMETOXAZOL+TRIMETOPRIMA

MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL

Amitriptilina Reduz a eficácia antidepressiva

Ajustar a dose dos antidepressivos na terapia concomitante.

Metformina Potencializa os efeitos

hipoglicemiantes Monitorização intensiva da terapia

conjunta (caso seja necessário realizar a troca de um dos medicamentos). Fenitoína

Aumenta o risco de toxicidade pela fenitoína*

Hidroclorotiazida Aumenta a incidência de

trombocitopenia Monitorização intensiva das plaquetas

durante terapia concomitante.

Varfarina Aumenta

consideravelmente o risco de sangramento

Monitorização intensiva do tempo de coagulação.

Enalapril Pode resultar em hiperpotassemia.

Monitorar potássio plasmático ou substituir o antihipertensivo.

* A toxicidade caracteriza-se pela presença de sonolência, ataxia, nistagmo, tremores.

REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS

• Fotossensibilidade. • Náuseas e vômito. • Dor abdominal (2%). • Rash cutâneo (2%). • Urticária (3%).

Portadores de HIV têm o espectro de possíveis eventos adversos com frequência maior e com quadros clínicos diferenciados. São comuns leucopenias, hipercalemia, diarréia, anorexia, aumento de transaminases, rash maculopapular, prurido e febre.

BIBLIOGRAFIA

1. American Academy of Pediatrics Subcomittee on Manegement of Acute Otitis Media. Diagnosis and management of acute otitis media. Pediatrics. 2004;113 (5):1451-65.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.

3. Bula do medicamento de referência - BACTRIM® (Roche).

4. Diretrizes Brasileiras de Rinossinusites. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008;74(2):6-59. 5. Diretrizes para pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em adultos imunocompetentes. J Br

Pneumol. 2004; 30 supl 4:S1-S24. 6. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, Duncan MS, Giugliani C, organizadores. Medicina Ambulatorial:

Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3a edição. Porto Alegre: Artmed, 2004, páginas 1380, 1399.

7. Fauci AS. Manual de medicina de Harrison. 17ª edição. Porto Alegre: AMGH, 2011, páginas 763,764, 634, 635, 647.

8. Gusso GDF, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2012, páginas 1369, 1114, 1121, 1493.

9. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson

Healthcare, 2015. 10. Pedroso EPR, Oliveira RG. Blackbook Clínica Médica. Belo Horizonte: Blackbook Editora, 2007, página

239. 11. Pedroso EPR, Oliveira RG. Blackbook Pediatria. Belo Horizonte: Blackbook Editora, 2005, página 269. 12. World Health Organization. The treatment of diarrhea: a manual for physicians and other senior health

workers. 4th ed. Geneva; 2005.

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COMPONENTE

ESTRATÉGICO DE

ASSISTÊNCIA

FARMACÊUTICA

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COMPONENTE ESTRATÉGICO

Destina-se ao financiamento de ações de AF dos seguintes programas de saúde

estratégicos: Tuberculose, Hanseníase, Malária, Leishmaniose, Doença de Chagas, Doenças

Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids, Lúpus, Mieloma Múltiplo, Doença Enxerto X Hospedeiro,

Hemoderivados, Imunológicos, outras doenças endêmicas de abrangência nacional ou regional e,

ainda, Controle do Tabagismo, Alimentação e Nutrição.

Medicamentos Estratégicos são aqueles utilizados para o tratamento de agravos que

configuram problemas de saúde pública, que tenham impacto sócio-econômico, ponham em risco as

coletividades e cuja estratégia de controle concentra-se no tratamento de seus portadores.

Contemplados em programas do ministério da saúde, dispensados segundo protocolos e normas

estabelecidas, os medicamentos são repassados pelo Ministério aos Estados ou Municípios, de

acordo com previsão de consumo por demanda.

Na rede de atenção primária à saúde de Fortaleza são disponibilizados medicamentos

para o controle de doenças endêmicas transmissíveis, tais como as Doenças Sexualmente

Transmissíveis (incluindo a AIDS), Tuberculose e Hanseníase. Insumos para prevenção de agravos,

dentre os medicamentos e produtos dispensados para os programas de Alimentação, Nutrição e

Cuidado com a Mulher.

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1. PROGRAMA DE CONTROLE DO TABAGISMO

O tabagismo é reconhecidamente um problema de saúde pública, uma doença crônica,

resultante da dependência à droga nicotina, e um fator de risco para doenças cardiovasculares,

infecções respiratórias e neoplasias do pulmão.

O Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) criado com o objetivo de reduzir

o consumo de produtos de tabaco e a prevalência de fumantes (além da morbimortalidade

relacionada) segue um modelo no qual as ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde,

associadas às medidas legislativas e econômicas, se potencializam para prevenir a iniciação do

tabagismo, promover a cessação de fumar e proteger a população da exposição à fumaça ambiental

do tabaco.

O uso de medicamentos tem um papel bem definido no processo de cessação do

tabagismo, que é o de minimizar os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, facilitando a

abordagem intensiva do tabagista. Medicamentos não devem ser utilizados isoladamente, e sim em

associação com outros mecanismos reforçadores do abandono. Dessa forma, o tabagista sente

menos ânsia ao parar de fumar, e se sente mais confiante para por em prática as orientações

recebidas durante as sessões da abordagem intensiva.

Recomenda-se o tratamento farmacológico para todo fumante acima de 18 anos, que

consome mais de 10 cigarros/dia, interessado em parar de fumar. O uso de fármacos aumenta de 2 a

3 vezes a chance de sucesso de acordo com a medicação prescrita, e a escolha do medicamento

deve levar em consideração o grau de dependência à nicotina, experiências pregressas com

fármacos para tabagismo, e a presença de comorbidades.

Um adequado tratamento do tabagismo (abordagem + medicamentos) é mais custo-

efetivo do que o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco. Existem atualmente diversas

classes terapêuticas para o tratamento do tabagismo. Na rede básica de saúde são disponibilizados

para tratamento do tabagismo, os seguintes medicamentos:

1. Nicotina

- Adesivo transdérmico de 7mg, 14mg, 21mg

- Goma de Mascar de 2mg

2. Bupropiona (Cloridrato)

- Comprimido de 150mg

2. PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇA E ADULTO COM ASMA

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, que atinge pessoas

de ambos os sexos, e de todas as idades. Sua prevalência é elevada e ainda cresce em alguns

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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países, girando em torno de 10% da população, sendo mais acentuada em crianças. Além do mais, a

doença representa uma limitação importante para o paciente, seus familiares, a sociedade, e o

serviço público de saúde. Entretanto é passível de controle.

Clinicamente, é caracterizada por aumento da responsividade brônquica a vários

estímulos, com consequente estreitamento dessas vias, dificultando o fluxo aéreo, de modo

recorrente e reversível com ou sem terapia medicamentosa.

Embora sua causa exata seja desconhecida (pode surgir em qualquer fase da vida), a

ocorrência de asma aumenta quando há exposição frequente aos fatores de risco, tais como fatores

genéticos associado aos ambientais, locais com a presença de alérgenos, poeira domiciliar, fumaça

de cigarro, produtos químicos voláteis, animais, entre outros.

O tratamento é composto pelas atividades de: monitorização da função pulmonar,

controle dos alérgenos ambientais, terapia farmacológica com medicamentos para reversão da

inflamação, broncoconstrição e secreção de muco e educação em saúde para uso correto dos

medicamentos e dos dispositivos inalatórios.

Os medicamentos são fundamentais no controle da asma e devem ser iniciados tão logo

seja constatado o início da crise. A necessidade de instituir uma terapia diária, a fim de aliviar a crise

e manter-se sob controle, até tornar-se um paciente assintomático, leva em consideração a

classificação da gravidade da doença.

Pacientes que não conseguem o controle da asma com doses diárias altas de

medicamentos, mesmo utilizando-os corretamente devem ser referenciados para centros

especializados de atendimento.

São disponibilizados para tratamento da asma, os seguintes medicamentos:

1. Budesonida

- Aerossol Nasal de 50mcg

2. Beclometasona

- Aerossol Oral de 50mcg

- Aerossol Oral de 250mcg

3. Salbutamol (Cloridrato)

- Aerossol Oral de 100mcg

3. PROGRAMA DE INSULINAS E INSUMOS PARA DIABETES

O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias

heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos,

proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. O diabetes vem

aumentando sua importância pela sua crescente prevalência e habitualmente está associado à

dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. É um problema de saúde pública

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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza

2016

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considerado condição sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram que o bom

manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações

cardiovasculares e cerebrovasculares.

O DM tipo 2 abrange cerca de 90% dos casos de diabetes na população, seguido em

frequência pelo DM tipo 1, que responde por aproximadamente 8%. Além desses tipos, o diabetes

gestacional também merece destaque, devido a seu impacto na saúde da gestante e do feto.

A programação do atendimento para tratamento e acompanhamento das pessoas com

DM na Atenção Básica deverá ser realizada de acordo com as necessidades gerais previstas no

cuidado integral e longitudinal do diabetes, incluindo o apoio para mudança de estilo de vida (MEV), o

controle metabólico e a prevenção das complicações crônicas.

O tratamento do diabetes mellitus (DM) tipo 2 consiste na adoção de hábitos de vida

saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, moderação no uso

de álcool e abandono do tabagismo, acrescido ou não do tratamento farmacológico. Estes hábitos de

vida saudáveis são a base do tratamento do diabetes, e possuem uma importância fundamental no

controle glicêmico, além de atuarem no controle de outros fatores de risco para doenças

cardiovasculares.

O manejo clínico da insulinização no DM tipo 2, com aporte de múltiplas doses diárias,

deve ser prioritariamente realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS), mas pode ser realizado em

um ambulatório de especialidade em casos específicos, ou com apoio matricial, se for necessário. Já

aqueles que são portadores de diabetes tipo 1, apesar de geralmente ser acompanhada pela

Atenção Especializada, também deve ter seu cuidado garantido na Atenção Básica. É essencial que

a equipe conheça essa população e mantenha a comunicação constante com os demais níveis de

atenção.

Considerado como tratamento farmacológico de terceira linha, as insulinas disponíveis no

SUS são as de ação rápida (regular) e ação intermediária (Neutral Protamine Hagedorn – NPH).

É recomendada a monitorização da glicemia capilar três ou 4 vezes ao dia a todas as

pessoas com DM tipo 1 ou tipo 2 em uso de insulina em doses múltiplas [Grau de Recomendação B].

Em pessoas com bom controle pré-prandial, porém com HbA1c elevada, a monitorização da glicemia

capilar 2 horas após as refeições pode ser útil. Em pessoas com DM tipo 2 em uso de antidiabéticos

orais a monitorização da glicemia capilar não é recomendada rotineiramente. Antes das principais

refeições e no horário de dormir.

A Portaria nº 1.555/2013, garante que sejam disponibilizados para distribuição pela

assistência farmacêutica municipal, os seguintes insumos para diabetes:

1. Insulina NPH

- Frasco ampola 100 UI/ml contendo 10 mL

2. Insulina Regular

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- Frasco ampola 100 UI/ml contendo 10mL

3. Lancetas para Punção Sanguínea Digital

4. Tiras Reagentes para Medida da Glicemia Capilar

4. PROGRAMA DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/AIDS

O Programa Nacional de Combate às doenças transmitidas por via sexual, entre elas a

AIDS, formula políticas, diretrizes e estratégias que orientam ações de promoção da saúde e de

prevenção e assistência frente a esses agravos.

Entre as linhas de atuação do Programa estão:

• Prevenção: estratégias que incentivam o uso do preservativo e de seringas

descartáveis, além da difusão de informações para que o vírus HIV não seja transmitido de mãe para

filho durante a gravidez;

• Diagnóstico: ações que visam à detecção precoce e retardar a manifestação da Aids;

• Tratamento: estratégias que objetivam melhorar a qualidade de vida do paciente por

meio da utilização dos medicamentos antirretrovirais fornecidos gratuitamente pelo SUS.

O elenco de medicamentos para o Programa é definido pela Coordenação Nacional de

DST/Aids, conforme recomendações do Comitê de Assessoramento Técnico em Terapia

Antirretroviral. Após a aprovação (seguindo as normas do Consenso Nacional ou Guia de Tratamento

Clínico do Ministério da Saúde) e aquisição, o MS repassa os medicamentos antirretrovirais às

Secretarias Estaduais de Saúde, que os distribuem às Unidades Dispensadoras de Medicamentos

referenciadas.

Além dos antirretrovirais, o município fornece os medicamentos destinados ao tratamento

das infecções oportunistas, que são de responsabilidade do Distrito Federal, dos Estados e

municípios, conforme pactuação ocorrida nas CIB.

São padronizados para distribuição no nível de atenção básica, no município de

Fortaleza, os seguintes insumos:

1. Preservativo Feminino

- Tubo de poliuretano

2. Preservativo Masculino

- Envoltório de látex número 49 mm

- Envoltório de látex número 52 mm

3. Sulfadiazina de Prata

- Comprimido de 500mg

4. Fórmula Infantil com Ferro para Lactentes

- Lata contendo 400mg

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5. PROGRAMA DE TUBERCULOSE E HANSENÍASE

A tuberculose está definida como prioridade entre as Políticas Governamentais de Saúde,

estabelecendo diretrizes para as ações e fixando metas para o alcance de seus objetivos. As ações

para o controle da tuberculose no Brasil têm como meta diagnosticar, pelo menos, 90% dos casos

esperados e curar, no mínimo, 85% dos casos diagnosticados.

Para alcançar esta meta, o Plano Nacional de Controle da Tuberculose orienta as ações

de controle da doença, objetivando que os doentes sejam diagnosticados e tratados conforme os

protocolos terapêuticos preconizados pela Organização Mundial da Saúde.

O diagnóstico precoce associado ao tratamento eficaz constitui o principal aliado no

combate à doença. O tratamento da tuberculose tem a duração média de seis meses, é

autoadministrado e, em situações especiais, supervisionado pelos serviços de saúde.

O Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase visa eliminar a doença como um

problema de saúde pública, atingindo a taxa de prevalência de menos 1 doente a cada 10.000

habitantes. Para tanto, o eixo principal do Programa é a descentralização das ações de controle da

doença, a fim de ampliar o acesso dos portadores ao diagnóstico precoce e ao tratamento.

Os medicamentos selecionados para o atendimento desse Programa, criado pelo MS,

seguem os protocolos da OMS e são distribuídos gratuitamente pelas equipes de saúde nas UBS. A

hanseníase é uma doença curável quando descoberta precocemente e, se tratada de maneira

adequada, não deixa sequelas.

O tratamento da hanseníase é feito utilizando-se poliquimioterapia, uma associação de

medicamentos para a forma contagiosa da doença (multibacilar) e outra para a sua forma não

contagiosa (paucibacilar). A duração do tratamento é de seis meses a dois anos e envolve, além do

uso correto dos medicamentos, a prevenção de sequelas ou a possibilidade do convívio com elas.

Nesse contexto, reitera-se que o sucesso do tratamento, da adesão do paciente ao

esquema proposto e o acompanhamento dos efeitos positivos e adversos, mais uma vez, está

vinculado ao trabalho e conhecimento integrado das equipes de saúde na produção do cuidado.

São disponibilizados para os programas de tratamento da tuberculose e hanseníase, os

seguintes medicamentos:

1. Etambutol

- Comprimido de 400 mg

2. Isoniazida

- Comprimido de 100 mg

3. Pirazinamida

- Suspensão a 3%

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- Comprimido de 500 mg

4. Rifampicina

- Suspensão a 2%

5. Rifampicina associada à Isoniazida

- Comprimido de 150 mg + 75 mg

6. Rifampicina associada à Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol

- Comprimido de 150 mg + 75 mg + 400 mg +275 mg

7. Blister Multibacilar Adulto* (Rifampicina associada à Clofazimina e Dapsona)

- 2 cápsulas de Rifampicina de 300mg + 3 cápsulas de clofazimina de 100mg + 28 comprimidos

de Dapsona de 100mg.

8. Blister Multibacilar Infantil* (Rifampicina associada à Clofazimina e Dapsona)

- 2 cápsulas de Rifampicina (150mg + 300mg) + 28 comprimidos de Dapsona de 50mg + 16

cápsulas de Clofazimina de 50mg.

9. Blister Paucibacilar Adulto* (Rifampicina associada à Dapsona)

- 2 cápsulas de Rifampicina de 300mg + 28 comprimidos de Dapsona de 100mg

10. Blister Paucibacilar Infantil* (Rifampicina associada à Dapsona)

- 2 cápsula de Rifampicina (150mg + 300mg) + 28 comprimidos de Dapsona de 50mg

11. Talidomida

- Comprimido de 100 mg

* Cada blister contém tratamento para 4 semanas. Tratamento completo de 6 blisteres para a forma paucibacilar e 12 blísteres para a forma multibacilar.

6. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), integra os esforços do Estado

Brasileiro que, por meio de um conjunto de políticas públicas, propõe respeitar, proteger, promover e

prover os direitos humanos à saúde e à alimentação.

A população brasileira, nas últimas décadas, experimentou grandes transformações

sociais que acarretaram impacto na diminuição da pobreza e exclusão social e, consequentemente,

da fome e desnutrição. Por outro lado, observa-se aumento vertiginoso do excesso de peso em todas

as camadas da população, apontando para um novo cenário de problemas relacionados à

alimentação e nutrição.

O aleitamento materno, que deve ser a primeira prática alimentar dos indivíduos, é

recomendando que seja exclusivo até o sexto mês e continuado até o segundo ano de vida. A

introdução de alimentos deve ser feita em tempo oportuno, em quantidade e qualidade adequadas a

cada fase do desenvolvimento infantil. Esse é o momento em que os primeiros hábitos são

adquiridos e formados e a correta inserção dos alimentos tem o papel de promoção à saúde e

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hábitos saudáveis, além de proteger a criança de deficiências de micronutrientes e doenças crônicas

na idade adulta. Entretanto tem sido cada vez mais comum a inserção da alimentação complementar

(transição do aleitamento materno para os alimentos consumidos pela família) antes de concluído os

6 meses, o que prejudica o crescimento .

As deficiências de ferro e vitamina A ainda persistem como problemas de saúde pública

no Brasil: pesquisa nacional realizada em 2006 mostrou que 17,4% das crianças e 12,3% das

mulheres em idade fértil apresentaram hipovitaminose A, enquanto 20,9% e 29,4% desses grupos

populacionais, respectivamente, apresentaram anemia.

As ações de prevenção das carências nutricionais específicas, por meio da

suplementação de micronutrientes (ferro, vitamina A, dentre outros), são de responsabilidade dos

serviços de Atenção Básica, em acordo com o disposto nas normas técnicas dos programas de

suplementação. A reposição da vitamina A é parte integrante do calendário anual de vacinação da

rede básica de saúde.

São disponibilizados para atendimento ao programa de alimentação e nutrição, no

município de Fortaleza, os seguintes insumos:

1. Sulfato Ferroso

- Xarope com 12,5mg/mL

2. Vitamina A

- Cápsula oleosa contendo 100.000 UI

- Cápsula oleosa contendo 200.000 UI

7. PROGRAMA DE CUIDADO COM A MULHER

Atendendo às reivindicações de movimentos populares de mulheres, o MS elaborou o

Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), o qual incorporou como princípios e

diretrizes as propostas de descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, bem como

a integralidade e a equidade da atenção.

Incluem-se neste Programa ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e

recuperação, englobando também a assistência à mulher na clínica ginecológica, no pré-natal, parto

e puerpério, no climatério, no planejamento familiar, na prevenção de DST, câncer de colo de útero e

de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres.

Entre as ações preventivas do Programa destaca-se a dispensação de contraceptivos

(orais, de emergência, injetáveis, dispositivos intrauterino e preservativos masculino e feminino),

buscando promover os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e dos parceiros que as

acompanham.

São disponibilizados para o programa de atenção à mulher, os seguintes insumos

anticoncepção:

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1. Diafragma

- Anel flexível de látex nº 60

- Anel flexível de látex nº 65

- Anel flexível de látex nº 70

- Anel flexível de látex nº 75

- Anel flexível de látex nº 80

- Anel flexível de látex nº 85

2. Dispositivo Intra-uterino

- Dispositivo de cobre tamanho único

3. Enantato de Noretisterona + Valerato de Estradiol

- Solução injetável de (50 mg + 5 mg)/mL

4. Levonorgestrel

- Comprimido de 0,75 mg

5. Levonorgestrel associado à Etinilestradiol

- Comprimido de 0,75 mg

6. Medroxiprogesterona

- Solução injetável de 150 mg/mL

7. Noretisterona

- Comprimido de 0,35mg

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. INCA. Programa Nacional de Controle do Tabagismo. [on line] 2015. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa-nacional-controle-tabagismo/programa-nacional. Acesso em: 05/01/2015.

2. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA (SBPT). Tabagismo. Diretrizes clínicas na saúde suplementar. Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar. 2011.

3. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Célula de Atenção às Condições Crônicas. Guia de bolso para o programa de atenção integral à criança e adulto com asma de Fortaleza. PROAICA – 1ª edição. Ceará, 2015. 16 p.

4. BRASIL. Portaria nº 371, DE 04 de março de 2002. Instituir o Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus, parte integrante do Plano Nacional de Reorganização da Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160pg.

6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. 1ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 84pg.

7. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico. 4ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.150pg.

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MEDICAMENTOS

FITOTERÁPICOS

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1. FITOTERÁPICOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

O uso de plantas medicinais é uma prática que atravessa milênios. Ao longo dos séculos,

produtos obtidos de origem vegetal constituíram as bases para o tratamento de diversas doenças,

devido ao conhecimento de suas propriedades terapêuticas (passadas de geração à geração), quer

de forma tradicional, em espécies vegetais ou mais elaboradas.

O Programa de fitoterápicos na rede SUS baseia-se na concepção metodológica do

Projeto “FARMÁCIAS VIVAS”, idealizado em 1983 pelo professor emérito da Universidade Federal

do Ceará, Francisco José de Abreu Matos, doutor em Farmacognosia, num trabalho que promove

desde então, a utilização correta, baseada em dados científicos, de plantas e seus extratos para o

alívio de diversas enfermidades.

O projeto serviu de modelo para a criação, pelo Ministério da Saúde, da Política Nacional

de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, adotada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Antes, o Ceará,

pioneiro, regulamentou a utilização de plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à

fitoterapia no SUS, a partir da idéia do “Farmácias Vivas”, abrindo espaço para o resgate das

tradições etnofarmacológicas da população nordestina. Assim, surgiram os programas municipais e

estaduais de fitoterapia, implantados junto às Secretarias de Saúde e às comunidades organizadas.

O decreto governamental regulamenta a Lei nº 12.951, de 7 de outubro de 1999, que

dispõe sobre a Política de Implantação da Fitoterapia em Saúde Pública no Estado do Ceará e é

anterior à Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), de 22 de junho de 2006.

A PNPMF no SUS, objetiva garantir à população brasileira o acesso seguro, eficaz e o uso racional

de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o

desenvolvimento de qualidade da cadeia produtiva e da indústria nacional, na perspectiva da

integralidade da atenção à saúde.

A participação do município envolve o desenvolvimento de ações no nível de atenção

primária em saúde, através de trabalhos de educação em saúde em escolas, postos de saúde e

centros comunitários, do incentivo ao cultivo das espécies medicinais, manipulação de fitoterápicos e

dispensação conforme prescrição médica das unidades de saúde, do Programa Saúde da Família,

além do cultivo de espécies vegetais em horto para distribuição e apoio logístico às unidades

hospitalares secundárias, que possuam demanda, estimulando a manutenção e reprodução do

programa, através de financiamento com recursos provenientes do tesouro próprio. Entretanto ainda

existem obstáculos para consolidação de ações dos programa de fitoterapia nos serviços de saúde,

tais como falta de registros de uso clínico e formação de recursos humanos.

As ações que visam à promoção do uso racional das plantas medicinais e dos

fitoterápicos na atenção básica da saúde se revestem de grande importância, porque a população

tradicionalmente as utiliza, com uma diversidade de saberes e práticas, ainda que, muitas vezes de

forma incorreta, e sem a observação de cuidados necessários à garantia da eficácia e segurança.

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2. FARMÁCIA VIVA LÚCIA GURGEL

Criada em homenagem à memória da pioneira na implantação do programa Farmácia

Viva de Fortaleza e mantida em uma parceria entre a Universidade de Fortaleza e a Prefeitura

Municipal, a Farmácia Viva Lúcia Gurgel é uma das principais produtoras de fitoterápicos do Estado.

A produção é disponibilizada para a população local.

Desde a sua implantação, a oficina farmacêutica conta com o Horto Municipal de

Fortaleza como fornecedor de matéria-prima vegetal indispensável à produção dos fitoterápicos, cuja

escolha do elenco de plantas é baseada na comprovação científica da sua atividade medicinal, fácil

plantio, de decorrência local ou regional e de impacto positivo na resolução do quadro epidemológico

das doenças mais prevalentes da região.

Atualmente, a Farmácia Viva Lúcia Gurgel, segue os padrões exigidos pelas boas

práticas de produção de medicamentos fitoterápicos e dá suporte às ações de saúde de treze (13)

postos das Secretarias Executivas Regionais de Fortaleza, CAPS geral da regional VI e Núcleo de

Atenção Médica Integrada. O objetivo é de ampliar o serviço para 93 postos de saúde da capital,

proporcionando assistência integral à saúde, às populações que necessitam de tratamentos eficazes

e pouco onerosos no município.

A oficina fitoterápica, que é a denominação do local onde são manipulados os

medicamentos à base de plantas medicinais, vem aperfeiçoando a produção, visando o aumento

desta e a manutenção da qualidade, eficácia e segurança terapêutica dos remédios. Assume grande

importância porque é nela onde são produzidos os fitoterápicos, prezando sempre pela qualidade

total do produto final.

Além disso, é importante campo de formação de recursos humanos, uma vez que o

estágio em indústria do curso de Farmácia da Universidade de Fortaleza ocorre na referida unidade

farmacêutica. Nesse ambiente, os alunos podem aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos no

que diz respeito à produção, controle e garantia da qualidade de matérias primas e de medicamentos

fitoterápicos, representando, dessa forma, um campo de prática, diretamente imerso na vivência

profissional da cadeia produtiva. Os estudantes e os professores supervisores têm a preocupação

em manter e aprimorar os já elevados padrões de qualidade em todas as operações farmacêuticas

desempenhadas. A comunidade acadêmica e a sociedade se beneficiam não só com um campo

amplo de atuação na área farmacêutica, mas também com o fornecimento de fitoterápicos de eficácia

e qualidade comprovadas, com a valorização de plantas com importante atividade farmacológica

pertencentes à flora regional, tornando possível o uso de recursos naturais na busca pela saúde.

Desde a implantação do programa Farmácia Viva, o Horto Municipal de Fortaleza possui

agrônomos e técnicos devidamente treinados que dão suporte ao fornecimento da matéria-prima

vegetal indispensável à produção dos medicamentos.

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3. MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS DISPONÍVEIS PARA PRESCRIÇÃO

São produzidos os seguintes fitoterápicos: Creme de Aroeira, Elixir de Aroeira, Elixir de

Erva Cidreira, Pomada de Confrei, Sabonete Líquido de Alecrim Pimenta, Tintura de Alecrim

Pimenta, Tintura de Malva Santa, Xarope de Chambá, e Xarope de Guaco. Todos têm eficácia

comprovada pela pesquisa, no tratamento das doenças e seus sintomas, tendo uma ótima aceitação

e credibilidade da população. Os fitoterápicos são dispensados aos usuários mediante prescrição

médica, proporcionando uma assistência integral à saúde.

Creme de Aroeira-do-Sertão a 15% (Myracrodruon urundeuva Allemão)

Uso: Tópico.

Parte Utilizada: Entrecasca.

Ativos: Taninos adstringentes e chalconas.

Apresentação: Bisnaga contendo 50 gramas, acompanhado de aplicador com capacidade de 5g.

Indicações: Antiinflamatório e cicatrizante sobre lesões vaginais e de colo do útero.

Modo de Usar: Aplicar 5 gramas (conteúdo de um aplicador cheio) profundamente, à noite, todos

os dias, durante 10 dias.

Informações ao Paciente: Após o uso, lavar bem o aplicador e depois de seco, conservar em

local fechado, limpo e seco, até o término do tratamento.

Contra-indicação: Gestantes (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança).

Elixir de Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão)

Uso: Oral

Parte Utilizada: Casca

Ativos: Taninos adstringentes e chalconas (urundeuvinas A e B).

Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 150 mL de solução.

Indicações: Antiinflamatório e Cicatrizante no tratamento de gastrite e úlcera.

Modo de Usar: 2 colheres de sopa (15mL) ao dia. Tomar antes das refeições.

Informações ao paciente:

- Orientar a conservação da solução em temperatura ambiente e ao abrigo da luz.

- Informar que o uso a longo prazo pode causar constipação que cessa com a interrupção do uso.

- Reduz a absorção de medicamentos que contenham alcalóide (atropina, hioscina, opiáceos).

Contra-indicações: Gestantes (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança),

pacientes diabéticos (contém sacarose), pacientes em uso de metronidazol (risco de reação tipo

dissulfiram).

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Elixir de Erva Cidreira (Lippia Alba Mill)

Uso: Oral

Parte Utilizada: Folhas

Ativos: Óleos essenciais, sesquiterpenos, monoterpenos.

Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 150 mL de solução.

Indicações:

- Ansiolítico

- Sedativo leve

- Carminativo (contra gases)

- Colerético (estimula a função da vesícula biliar)

- Antiespasmódico

- Antidispéptico

Modo de Usar: 2 colheres de sopa, 1 vez ao dia.

Informações ao Paciente:

- Conservar a solução em temperatura ambiente, ao abrigo do sol.

- Recomendar que a administração seja feita uma hora antes de dormir, pois o efeito sedativo

pode ser antecedido por um curto período de excitação.

Contra-indicação: Gestantes, Lactantes, Hipotensos, Portadores de Hipotireoidismo (indisponíveis

estudos científicos que estabeleçam segurança).

Pomada de Confrei a 5% (Symphytum officinale L.)

Uso: Tópico.

Parte Utilizada: Folhas.

Ativos: Alcalóides pirrolizidínicos e alantoína.

Apresentação: Pomada lipofílica em pote contendo 30 gramas.

Indicações: Cicatrizante de Ferimentos, Queimaduras, Úlceras de Decúbito,

Úlceras Varicosas.

Modo de Usar: Limpar a área afetada e aplicar a pomada em suaves

massagens, 3 vezes ao dia.

Informações ao paciente:

- Utilizar uma espátula limpa para retirar o produto do frasco.

- Este produto não deve ser aplicado em grandes áreas lesionadas, nem por períodos

prolongados, devido ao risco de produzir venoclusão hepática.

Contra-indicação: Gestantes (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança).

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Sabonete Líquido de Alecrim-Pimenta (Lippia sidoides Cham)

Uso: Tópico

Parte Utilizada: Folhas

Ativos: Timol, carvacrol, quinonas e flavonóides.

Apresentação: Frasco de vidro contendo 100 mL de solução.

Indicações: Dermatomicoses

- Antisséptico ativo contra fungos, bactérias (usado em escabiose infectada, micoses

tais como pé-de-atleta, pano branco e impigem) e larvas do mosquito da dengue

(Aedes aegypti);

- Combate a formação de mau odor nos pés e axilas;

- Desodorante íntimo para lavagens vaginais.

Modo de Usar: Lavar a área afetada com sabão, 3 vezes ao dia.

Informações ao paciente: Guardar o frasco em local protegido da luz e do calor.

Contra-indicações: Bebês menores de 1 ano (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam

segurança).

Tintura de Alecrim Pimenta a 20% (Lippia sidoides Cham)

Uso: Tópico

Parte Utilizada: Folhas

Ativos: Timol, carvacrol, quinonas e flavonóides.

Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 100 mL de solução.

Indicações:

- Antisséptico ativo contra fungo e bactérias (usado em ferimentos e afecções da

pele e das mucosas);

- Micoses (pé-de-atleta, pano branco e impigem);

- Mau odor nos pés e axilas;

- Amigdalite.

Modo de Usar: Limpar a área afetada com água e sabão. Aplicar o produto com o auxílio de

chumaço de algodão, 3 vezes ao dia.

Informações ao paciente:

- Guardar o frasco em local protegido da luz e do calor.

- Produto manipulado com veículo alcoólico. Sua aplicação em áreas lesadas com pele não

íntegra causa bastante desconforto.

Contra-indicações: Bebês menores de 1 ano e Gestantes (indisponíveis estudos científicos que

estabeleçam segurança).

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Tintura de Malva Santa a 20% (Plectrantus barbarus Benth)

Uso: Oral

Parte Utilizada: Folhas

Ativos: Timol, carvacrol, quinonas e flavonóides

Apresentação: Frasco de plástico leitoso contendo 30 mL de solução.

Indicações:

- Estimulante da digestão e do apetite (favorece a produção da bile).

- Hiposecretor gástrico (útil no controle da gastrite, dispepsia);

- Combate o mal-estar (ressaca pós-embriagez).

Modo de Usar: Crianças: 25 gotas, 3 vez ao dia.

Adultos: 50 gotas, 3 vez ao dia.

Informações ao paciente:

- Guardar o frasco em local protegido da luz e do calor.

- Produto manipulado com veículo alcoólico. Proibido para pacientes com restrição de uso.

Contra-indicações: Bebês menores de 1 ano e Gestantes (indisponíveis estudos científicos que

estabeleçam segurança).

Xarope de Chambá a 5% (Justicia pectoralis Jacq.)

Uso: Oral

Parte Utilizada: Folhas

Ativos: Cumarinas

Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 100 mL de solução.

Indicações:

- Broncodilatador útil na asma.

- Expectorante

- Coadjuvante no tratamento da Bronquite.

Modo de Usar: Crianças (0 a 3 anos): 1 colher de chá, 3 vez ao dia.

Crianças (4 a 12 anos): 1 colher de sobremesa, 3 vez ao dia.

Adultos: 1 colher de sopa, 3 vez ao dia.

Informações ao paciente:

- Recomendar a ingestão de bastante líquido e não inibir a tosse (quando é produtiva).

- Aconselhar as administrações junto às refeições, para evitar a irritação do estômago.

- O produto não necessita ser refrigerado.

- Após aberto usar por no máximo 10 dias.

Contra-indicações: Gestantes, Diabéticos e Portadores de distúrbios de coagulação

(indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança).

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Xarope de Guaco a 10% (Mikania glomerata Sprengel)

Uso: Oral

Parte Utilizada: Folhas

Ativos: Cumarinas

Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 100 mL de solução.

Indicações:

- Broncodilatador útil na asma.

- Expectorante

- Coadjuvante no tratamento da Bronquite.

Modo de Usar: Crianças (0 a 3 anos): 1 colher de chá, 3 vez ao dia.

Crianças (4 a 12 anos): 1 colher de sobremesa, 3 vez ao dia.

Adultos: 1 colher de sopa, 3 vez ao dia.

Informações ao paciente:

- Recomendar a ingestão de bastante líquido e não inibir o mecanismo da tosse, quando esta é

produtiva.

- Aconselhar as administrações junto às refeições, para evitar a irritação do estômago.

- O produto não necessita ser refrigerado.

- Após aberto usar por no máximo 10 dias.

Contra-indicações: Gestantes e Diabéticos (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam

segurança).

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. ANTONIO GD, TESSER CD, MORETTI-PIRES RO. Phytotherapy in primary health care. Revista de Saúde Pública. 2014; 48(3): 541-553.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 148 p.

3. CEARÁ. Secretaria de Saúde. Ceará é o primeiro Estado a regulamentar uso da fitoterapia no SUS. [on line] disponível em: http://www.saude.ce.gov.br/index.php/noticias/43765-ceara-e-o-primeiro-estado-a-regulamentar-uso-da-fitoterapia-no-sus. Consulta em: 05/01/2016.

4. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Guia Fitoterápico. Programa Farmácia Viva. 2004.75pg. 5. PIRIZ MA, LIMA CAB, JARDIM VMR, MESQUITA MK, SOUZA ADZ, HECK RM. Plantas medicinais no

processo de cicatrização de feridas: uma revisão de literatura. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.16, n.3, p.628-636, 2014.

6. LIMA FA , BU EA, SOARES MP, ARAÚJO CRF. A fitoterapia e sua inserção no contexto da atenção básica a fitoterapia e sua inserção no contexto da atenção básica. Ver. Saud e Cienc (on line). 2015; 4(2); 120 – 128.

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INSUMOS PARA

TRATAMENTO DE

FERIDAS

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1. PRINCÍPIOS BÁSICOS NO TRATAMENTO DE FERIDAS

Ferida é qualquer lesão, resultante de um traumatismo, de origem extrínseca, violenta e

de natureza acidental ou intencional, que promove a ruptura da integridade da pele e tecidos

adjacentes e que pode apresentar diferentes profundidades, podendo atingir a epiderme, a derme ou

alcançar o tecido celular subcutâneo, a fascia e o tecido muscular.

O Tratamento de feridas se refere à proteção de lesões contra a ação de agentes

externos físicos, mecânicos ou biológicos, tendo com objetivo reduzir, prevenir e/ou minimizar os

riscos de complicações decorrentes, baseando-se no princípio do processo de cicatrização que

envolve um conjunto de processos celulares complexos, interdependentes e consecutivos, cuja

finalidade é restaurar os tecidos lesados, por meio da realização de um curativo.

Antes da seleção e aplicação de um curativo, é necessária uma avaliação completa da

ferida, do seu grau de contaminação, da maneira como esta ferida foi produzida, dos fatores locais e

sistêmicos e da presença de exsudato, como forma de agilizar o processo de cicatrização e assim,

proteger a ferida, reabilitando o tecido cutâneo envolvido. Essa avaliação deve contar com a

presença de uma equipe multiprofissional em saúde, onde se discuta a fisiopatologia da ferida e se

intervenha sobre os fatores causadores, pois via de regra são multifatoriais.

A cicatrização da ferida é otimizada em ambiente úmido, isto porque a síntese do

colágeno e a formação do tecido de granulação são melhoradas, ocorrendo com maior rapidez a

recomposição epitelial e, além disso, não há formação de crostas e escaras. A re-epitelização em

feridas expostas ocorre em 6 a 7 dias, enquanto em feridas úmidas ela é mais rápida, totalizando 04

dias. Uma vez que a migração celular acontece em meio úmido as células epidérmicas no primeiro

caso, necessitam tuneilizar a crosta formada, secretando colagenase, para atingir a umidade.

A finalidade do curativo é: promover a cicatrização da lesão, remover corpos estranhos,

reaproximar bordas separadas, proteger a ferida contra contaminação, promover hemostasia, fazer

desbridamento (remover o tecido desvitalizado) mecânico, químico ou autolítico removendo tecido

necrótico, reduzir o edema, absorver exsudato e edema, manter a umidade da superfície da lesão,

fornecer isolamento térmico, limitar a movimentação dos tecidos em torno da lesão, diminuir a

intensidade da dor e a presença dos fatores que podem retardar a cura da mesma, além do conforto

psicológico proporcionado, pois impede o paciente do contato visual com a lesão exposta.

Inicia-se com a limpeza, que deve ser feita da área menos contaminada para a área mais

contaminada. Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é o tecido perilesional (ao redor da

ferida), enquanto que nas úlceras ou feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da

lesão. Assim, remove-se as crostas e os detritos com cuidado, lava-se a ferida com soro fisiológico e,

quando houver sujidade, somente no início do tratamento (aproximadamente os 3 primeiros

curativos) usa-se uma solução degermante, que deverá ser totalmente removida com SF 0,9% (Soro

fisiológico).

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Após total limpeza da lesão, que envolve a remoção do tecido necrótico, da matéria

estranha, do excesso de exsudato, dos resíduos de agentes tópicos e dos microrganismos existentes

nas feridas, deverá ser colocada a cobertura mais indicada em cada caso com a finalidade de

proteger contra agentes externos, proporcionando conforto e alivio ao paciente portador de ferida.

A técnica de limpeza ideal para a ferida é aquela que respeita o tecido de granulação,

preserva o potencial de recuperação, minimiza o risco de trauma e/ou infecção. O uso de antibióticos

de ação local pode apresentar interferência no processo cicatricial e risco de desenvolver resistência

bacteriana e hipersensibilidade. Por estes motivos as pomadas à base de antibiótico como:

neomicina e cloranfenicol, ou mesmo a aplicação de rifamicina, são contra-indicadas tanto em feridas

abertas, como na cicatrização de feridas cirúrgicas fechadas.

2. Tipos de Feridas mais Comuns na Atenção Primária de Saúde

A classificação das feridas pode ser feita de acordo com sua causa, cirúrgicas e não

cirúrgicas. Quanto à presença ou ausência de ruptura no tecido superficial em:

ABERTAS

- Escoriações: atritos com superfície áspera que atingem somente a epiderme.

- Incisas: são lineares, produzidas por instrumento afiado, resultando em um corte limpo.

- Contusas: bordas irregulares e sem perda de substância, produzidas por uma força

irregular que não rompe a pele, mas causa um dano considerável aos tecidos moles.

- Perfuradas: são profundas em extensão, com bordas que variam em forma e tamanho.

- Penetrantes: constituídas por um orifício de entrada e outro de saída.

FECHADAS

- Esquimoses: são pequenas coleções de sangue nos tecidos, observadas a olho nu.

- Hematomas: grandes coleções de sangue nos tecidos, provocadas por traumatismo.

- ESCORIAÇÕES E MORDIDAS DE ANIMAIS

As escoriações representam um tipo de ferida superficial que atinge somente a pele e são

produzidas pelo atrito de uma superfície áspera ou pontiaguda sobre ela. São pequenos ferimentos

nos quais não ocorre perda de tecidos nem contaminação grosseira. Aqui está incluída a maioria das

feridas produzidas por acidentes domésticos. As escoriações deverão ser tratadas no domicílio com

o auxílio da lavagem com água corrente e sabão, e se não for suficiente, o atendimento em serviços

médicos é indicado, para que os cuidados com a limpeza sejam mais eficientes.

As mordidas de animais são feridas cortocontusas que possuem características próprias

que as diferenciam das humanas: são mais alongadas, muitas vezes em forma de “V”, nunca

possuem vestígios de sucção, apresentam maior profundidade das lesões provocadas pelos dentes e

exibem marcas próprias e naturais de cada espécie animal. Essas feridas ainda podem ser

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contaminadas por uma grande variedade de bactérias e outros patógenos, como vírus, protozoários,

parasitas, entre outros.

Quando o trauma envolver a presença de um corpo estranho nos tecidos moles, deve ser

avaliado a necessidade de proteção contra o tétano. Já quando o trauma envolver mordedura de

animal, deve ser avaliado a necessidade de esquema vacinal para proteção contra a raiva humana.

- QUEIMADURAS

As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes

térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano,

determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais

profundas como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos.

As queimaduras causam danos extensos e são notoriamente complicadas pela perda de

fluidos e infecção da área queimada. Poderão ser tratados nas Unidades Básicas de Saúde apenas

pequenos queimados, em áreas não críticas e não complicados (queimaduras de 1º grau e 2º grau)

com superfície de acometimento menor do que 10%.

- ÚLCERA POR PRESSÃO

São feridas isquêmicas que ocorrem em tecidos moles, normalmente em áreas de

proeminências ósseas. Ocorrem quando uma pressão aplicada à pele excede a pressão capilar

normal, ocasionando diminuição da irrigação sanguínea e, consequentemente, falta de oxigênio e

nutrientes para os tecidos, o que leva à formação do processo inflamatório e morte celular. O termo

“escara” refere-se somente a um tipo de necrose.

CUIDADOS PREVENTIVOS

Limpeza frequente e sempre que necessária, porém sem força ou fricção. Não usar água

quente. Usar sabonete suave;

- Usar hidratantes na pele (óleo triglicerídeos são ideais);

- Não massagear as proeminências ósseas;

- Não deixar a pele em contato com umidade de urina, fezes ou secreções;

- Proteger áreas de fricção com coberturas protetoras;

- Providenciar equipamentos para auxiliar na manutenção da atividade;

- Manter boa hidratação oral e aumentar o consumo de proteínas, carboidratos e

vitaminas, principalmente A, C e E, conforme avaliação individual do paciente;

- Orientar o paciente e familiares sobre os riscos e cuidados;

- Reposicionar a cada 2 horas para pacientes acamados e a cada 1 hora quando

sentado. Descompressão isquiática nos paraplégicos a cada 15 minutos;

- Evitar posicionar sobre o trocânter do fêmur em ângulo de 90º;

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- Usar técnicas corretas para reposicionamento e mudanças de decúbito, estabelecendo

protocolos de horários por escrito para reposicionamentos e usando lençol móvel com duas pessoas

para movimentar o paciente (ao invés de puxar ou arrastar);

- Utilizar colchão especial (para aliviar a pressão) e almofadas (sem orifício no meio, pois

aumentam a pressão na região central), travesseiros ou coxins para reduzir a pressão nas

proeminências ósseas (calcâneos, joelhos);

- Limitar o tempo que a cabeceira da cama fica elevada a mais de 30º, se possível;

A limpeza é o primeiro e um passo importante na preparação do leito da ferida da úlcera

por pressão com vista à cicatrização, removendo resíduos na superfície bem como resíduos de

pensos e permitindo uma maior visualização da ferida para avaliação.

- ÚLCERAS DE MEMBROS INFERIORES

- VENOSAS

Síndrome extremamente frequente, com múltiplos aspectos e numerosas causas. Fatores

predisponentes importantes são ortostatismo, vulnerabilidade da perna a traumas e infeções e os

efeitos do aumento da pressão venosa e a diminuição do fluxo arterial.

O tratamento das feridas de etiologia venosa deve envolver medidas que auxiliem o

retorno venoso, uma vez que estas lesões cicatrizarão mais rapidamente se o edema for reduzido.

Para tal, utilizar-se-ão os seguintes métodos:

- Terapia compressiva: meias compressivas, atadura elástica ou bota de Unna. A escolha

dependerá da cobertura utilizada e do volume do exsudato.

- Repouso: deve ser diário, duas horas no período da manhã e da tarde, ou dez minutos a

cada hora, no mínimo. É imprescindível manter os membros inferiores elevados, acima do nível do

coração, sem fletir os joelhos.

- Exercícios: orientar a realização de 20 exercícios, três vezes ao dia, de elevação e

abaixamento do corpo, apoiando-se nas extremidades dos pés.

- Deambulação: é permitida a deambulação moderada se for seguida de repouso.

- PÉ DIABÉTICO

Denomina-se pé diabético um estado fisiopatológico multifacetado, caracterizado por

lesões que surgem nos pés da pessoa com diabetes e ocorrem como consequência de complicações

crônicas, neuropatia em 90% dos casos, de doença vascular periférica e de deformidades.

Após trauma, onde os dedos são os locais com maior risco de lesão, pode surgir uma

úlcera dolorosa essencialmente isquêmica ou neuroisquêmica, às vezes indolor, quando associada à

insensibilidade.

A técnica de limpeza da úlcera consiste em remover restos celulares, materiais estranhos,

tecido necrótico ou desvitalizado, resíduos de agentes tópicos presentes na superfície da úlcera,

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propiciando a promoção e a preservação do tecido de granulação. Deve ser sempre manuseada de

forma cuidadosa e criteriosa, em toda a extensão e profundidade, podendo ser realizada por irrigação

e limpeza mecânica.

Na prática da unidade de saúde, as úlceras com tecido de granulação podem ser

irrigadas com jato obtido por pressão manual do frasco de solução fisiológica (bolsa plástica)

perfurado com agulha de grosso calibre (40 x 1,2mm ou 25 x 0,8mm). Já para as úlceras com tecido

necrótico infectado a irrigação deverá ser feita com seringa com agulha para aumentar a efetividade

da remoção da população microbiana.

3. Tipos de Curativos Realizados na Atenção Primária

O tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o

tamanho da ferida. Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros, lavagem exaustiva

com solução fisiológica a 0,9% e outros exigem imobilização com ataduras ou uso de medicamentos.

Nos curativos com a presença de orifícios de drenagem a proteção da pele sadia em torno da lesão é

o objetivo principal.

1. Curativo Semi-oclusivo: É comumente utilizado em feridas cirúrgicas, drenos, feridas

exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudável.

2. Curativo Oclusivo: Não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica,

impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir

enfisema e a formação de crosta.

3. Curativo Compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase e ajudar

na aproximação das extremidades da lesão.

4. Curativo Aberto: Realizado em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos. São

feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas e escoriações.

4. Insumos Padronizados para realização de curativos no Município

Para que as Unidades Básicas de Saúde possam realizar de forma adequada os

procedimentos descritos na realização dos curativos foram padronizados para atendimento das

demandas de saúde no município de Fortaleza, a seguinte relação de materiais complementares e

coberturas para curativos a serem utilizadas durante o atendimento na UBS ou no domicílio de

pacientes acamados.

MATERIAIS COMPLEMENTARES

Algodão Hidrófilo – pacote com 500g

Atadura de crepom 10 x 4,5cm – unidade

Atadura de crepom 15 x 4,5cm – unidade

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Atadura de crepom 10 x 4,5cm – unidade

Esparadrapo Comum – rolo

Esparadrapo Microporoso – rolo

Compressa de Gaze Estéril – pacote com 5 unidades

Compressa de Gaze Não-Estéril – pacote com 5 unidades

Luva Estéril Descartável n°7 – par

Luva Estéril Descartável n°7,5 – par

Luva para Procedimento P – par

Luva para Procedimento M – par

Máscara Cirúrgica Descartável – unidade

COBERTURAS PARA CURATIVOS E SOLUÇÕES AUXILIARES

As coberturas são todas as substâncias que são aplicadas como finalização do curativo,

formando uma barreira física, capaz de pelo menos cobrir e proteger o leito da ferida.

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)

Composição — óleos ácidos graxos vegetais poliinsaturados (ácido linoleico, ácido

caprílico e ácido cáprico), vitamina A, vitamina E, lecitina de soja e lanolina.

São componentes estruturais importantes de todas as membranas, seja revestindo uma

célula ou em seu interior.

Triglicerídeos de cadeia média capaz de alterar funções leucocitárias, modificando

reações inflamatórias e imunológicas, utilizado tanto no tratamento de lesões

abertas, como na profilaxia de úlceras de decúbito, formando uma película

protetora sobre a pele.

Ácido linoleico, ácido caprílico, vitamina A e lecitina de soja. Promovem

quimiotaxia dos leucócitos e neo-angiogênese, mantêm o meio úmido e aceleram

o processo de granulação.

Função — Prevenção de úlcera por pressão devido ao poder hidratante. Age no

tratamento de feridas abertas com ou sem infecção.

Indicação — proteção, hidratação, restauração da pele.

Contra-indicação — sensibilidade ao produto.

Técnica do Curativo:

Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com S.F. 0,9 % até se

soltar, realizando-o com cuidado para não promover trauma;

Remover os tecidos desvitalizados circundantes;

Realizar a limpeza com S.F. 0,9%;

Passar AGE sobre o tecido perilesional e sobre a lesão;

Colocar gaze embebida em AGE sobre a lesão;

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Realizar o enfaixamento do local com atadura de crepom.

Freqüência de Troca — cada 24 horas.

Trabalhos mostram que o uso de AGE em lesões de pele leva a uma resposta rápida e

eficiente da cicatrização dentro de poucos dias, com desenvolvimento de tecido de granulação e

intensa angiogênese (proliferação de vasos sangüíneos).

SULFADIAZINA DE PRATA 1%

Composição — sulfadiazina de prata micronizada 1% hidrofílico.

Função — Antimicrobiano tópico de quarta geração, a sulfadiazina de prata confere

características bactericidas imediata (o íon prata precipita proteínas e age diretamente na membrana

citoplasmática da célula bacteriana) e bacteriostáticas residual (libera pequenas quantidades de prata

iônica), agindo diretamente na membrana citoplasmática bacteriana, eficaz contra os germes gram

positivos e negativos, vírus, dermatófitos, fungos e/ou infecções mistas.

Indicação — queimadura, tecido desvitalizado com presença de fibrose e necrose.

Contra-indicação — sensibilidade ao produto, gestantes e crianças menores de 2 meses.

Técnica do Curativo:

Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com S.F. 0,9 % até se

soltar, realizando-o com cuidado para não promover trauma;

Realizar a limpeza com S.F. 0,9% ou água clorada morna (em jato de água

corrente);

Remover os tecidos desvitalizados circundantes e resíduos de pomada (o excesso

deve ser removido completamente);

Passar uma fina camada de pomada por toda a extensão da lesão (5mm de

espessura);

Finalizar a cobertura com a utilização de gaze embebida em óleo hidratante (AGE)

e enfaixar o local com atadura de crepom.

Frequência de Troca — diária a cada 12 horas, ou se saturada. Após este período, a

pomada sofre oxidação e perde seu efeito maior, apresentando aspecto viscoso e esverdeado,

semelhante à secreção purulenta, mesmo sem infecção existente.

CLORETO DE SÓDIO 0,9% (Solução Fisiológica)

- Composição: Cloreto de sódio a 0,9%.

- Ação: Solução isotônica que limpa o leito e mantém a umidade da ferida, favorece o

desbridamento autolítico e a formação de tecido de granulação. Amolece os tecidos desvitalizados.

- Indicação: manutenção da umidade de todos os tipos de feridas.

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- Contra-indicação: não há.

- Técnica do Curativo: irrigar a região com solução fisiológica com fluxo de jato contínuo.

Umedecer as gazes de contato o suficiente para manter o leito da ferida úmida até a próxima troca,

retirar e ocluir com gazes estéreis e secas.

- Frequência de Troca: As trocas deverão ser feitas conforme a saturação das gazes e a

umidade da ferida ou no máximo a cada 24 horas.

SOLUÇÃO ÁLCOÓLICA A 70% (Auxilia a limpeza de curativos)

- Composição: álcool etílico a 70%.

- Ação: Promover anti-sepsia de dispositivos presentes na ferida, remover a flora

bacteriana local, diminuindo assim a colonização por bactérias.

- Indicação: limpeza e desinfecção de dispositivos invasivos fechados (sistemas de

drenos, cateteres e sondas), curativos do coto umbilical.

- Contra-indicação: não usar diretamente sobre a pele.

- Técnica de curativo: iniciar a limpeza da região circunscrita à ferida (tecido perilesional),

com o auxílio de uma gaze estéril, no sentido do local mais limpo para o local mais contaminado, e

desprezando-a em seguida.

Frequência de Uso: Diariamente até a remoção completa do dispositivo.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. BELO HORIZONTE. Secretaria de Saúde. Gerência de Assistência. Coordenação de Atenção à Saúde do

Adulto e do Idoso. Protocolo de Assistência aos Portadores de Feridas. 2006. 52pg.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Procedimentos. Cadernos de Atenção Primária. Nº30 – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 64 pg.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Manual de condutas para tratamento de úlceras em hanseníase e diabetes.2ª edição–

Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 92 pg.

4. FRANCO D, GONCALVES LF. Feridas cutâneas: a escolha do curativo adequado. Ver. Col. Brasil. Cir.

2008; 35(3); 203 – 206.

5. IURK LK, OLIVEIRA AF, GRAGNANI A, FERREIRA LM. Evidências no tratamento de queimaduras. Rev.

Bras. Queimaduras. 2010;9(3):95-99.

6. ODA RM, SALOTTI SRA, GUIMARÃES HCQCP. Manual de normas, rotinas e técnicas de curativos.

1ª.edição. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reynaldo Quagliato, 2004. 36pg.