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LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS 21/02/2018 Prof. Dr. Marcio C Machado Objetivo principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o capital investido, seja em fábricas, equipamentos, financiamentos de vendas, reservas de caixa ou em estoques. Para atingir o lucro máximo, ela deve usar o capital para que não permaneça inativo. Espera-se que o capital (dinheiro) investido em estoque seja o lubrificante necessário para a produção (matéria- prima) e o bom atendimento das vendas. O importante é otimizar o investimento em estoques (matéria-prima, material em processo – produto acabado).

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Page 1: Logística e Suprimentos€¦ · LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS 21/02/2018 Prof. Dr. Marcio C Machado Objetivo principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o capital

LOGÍSTICA E SUPRIMENTOS

21/02/2018 Prof. Dr. Marcio C Machado

Objetivo principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o

capital investido, seja em fábricas, equipamentos, financiamentos de vendas,

reservas de caixa ou em estoques. Para atingir o lucro máximo, ela deve usar o

capital para que não permaneça inativo. Espera-se que o capital (dinheiro)

investido em estoque seja o lubrificante necessário para a produção (matéria-

prima) e o bom atendimento das vendas. O importante é otimizar o investimento

em estoques (matéria-prima, material em processo – produto acabado).

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Logística e Suprimentos

Página 1

Sumário

CONCEITOS DE LOGÍSTICA E FLUXOS LOGÍSTICOS ............................................................ 3

Logística Empresarial ............................................................................................................................... 4

A Logística como Fundamento para o Comércio ............................................................................... 6

Missão do profissional de logística ...................................................................................................... 8

Atividades de apoio ............................................................................................................................. 9

Estudo de Caso ....................................................................................................................................... 10

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ...................................................................................... 11

Conceito ................................................................................................................................................... 11

Objetivo ................................................................................................................................................... 11

Fluxo De Materiais ................................................................................................................................. 11

Classificação de Materiais ................................................................................................................... 12

DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES ........................................................... 13

Conceituação de Estoques .................................................................................................................... 13

Objetivos da Administração de Estoques .......................................................................................... 13

Dimensionamento de Estoques ............................................................................................................. 14

PREVISÃO DA DEMANDA (CONSUMO) ............................................................................ 18

Técnicas Quantitativas para Calcular a Previsão de Consumo .................................................... 19

Método do último período ................................................................................................................... 19

Método da média móvel ...................................................................................................................... 19

Método da média ponderada ............................................................................................................ 20

Método da média com ponderação exponencial ........................................................................... 21

Exemplo ................................................................................................................................................... 22

Métodos dos mínimos quadrados ....................................................................................................... 23

Exercícios propostos............................................................................................................................... 25

Método da Média Móvel .................................................................................................................. 25

Método da Média Móvel Ponderada ............................................................................................ 26

Método da Média com Ponderação Exponencial ........................................................................ 27

Método dos Mínimos Quadrados .................................................................................................... 29

LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS ........................................................................................... 31

Fatores que influem na localização .................................................................................................... 31

Casos especiais de Localização de Empresas .................................................................................. 31

Cluster .................................................................................................................................................... 31

Condomínio industrial ......................................................................................................................... 31

Consórcio modular .............................................................................................................................. 31

Métodos para Localização de Empresas .......................................................................................... 31

Abordagem Qualitativa .................................................................................................................... 31

Abordagem Quantitativa .................................................................................................................. 31

Método do Centro de Gravidade ...................................................................................................... 32

Exercícios ................................................................................................................................................. 33

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Logística e Suprimentos

Página 2

Método dos Momentos .......................................................................................................................... 35

Exercícios ............................................................................................................................................... 36

Método do Ponto de Equilíbrio ........................................................................................................... 37

Exercícios ............................................................................................................................................... 38

Avaliação de fatores qualitativos ...................................................................................................... 39

Exercícios ............................................................................................................................................... 40

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Logística e Suprimentos

Página 3

Logística e Suprimentos P R O F. D R . M A R C I O C M A C H A D O

CONCEITOS DE LOGÍSTICA E FLUXOS LOGÍSTICOS

A abordagem logística 1 A economia brasileira, ciclicamente, atravessa uma fase de expansão e recessão associada à alta

inflação, tendendo as empresas a crescer acima de seus problemas, graças a uma combinação de

aumentos de produção e preços elevados. Essa conjuntura, entretanto, em certo estágio do

desenvolvimento, leva a uma aproximação dos limites do crescimento econômico, e a indústria sente o

aparecimento simultâneo de vários problemas graves, entrando em um período de concentração e declínio

econômico.

As empresas estão, na medida do possível, eliminando os elementos ineficientes de sua estrutura e se

concentrando na melhoria da qualidade de sua operação.

Para implantar melhoramento na estrutura industrial é necessário dinamizar o sistema logístico, que

engloba o suprimento de materiais e componentes, a movimentação e o controle de produtos e o apoio ao

esforço de vendas dos produtos finais, até a colocação do produto acabado no consumidor.

A administração de materiais está mudando o tradicional “produza, estoque, venda” para um conceito

mais atualizado que envolve “definição de mercado, planejamento do produto e apoio logístico”.

É recomendável que o sistema de materiais, ou seja, de planejamento de materiais e produção, compras,

estoques e distribuição sejam modificadas com a alteração das condições. Caso contrário, deterioram a ponto de se tornarem inúteis.

Os administradores devem coordenar suprimentos, produção, embalagem, transporte, comercialização e

finanças em uma atividade de controle global, capaz de apoiar firmemente cada fase do sistema com um

máximo de eficiência e um mínimo de capital investido.

1 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.11.

“Modernização máquinas/equipamentos,

automação comercial etc.”

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Logística e Suprimentos

Página 4

Segundo Dias2 , “A logística compõe-se de dois subsistemas de atividades: administração de materiais e

distribuição física, cada qual envolvendo o controle da movimentação e a coordenação demanda-

suprimento.”.

Segundo Pozo3, “Logística é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das empresas,

tendo como meta reduzir o lead time entre o pedido, a produção e a demanda, de modo que o cliente

receba seus bens ou serviços no momento que deseja, com suas especificações predefinidas, o local

especificado e, principalmente, o preço desejado”.

Logística Empresarial4 A Logística Empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo

de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos

fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de

serviço adequados aos clientes a um custo razoável

A logística representa uma nova visão empresarial e é entendida como a integração tanto da

administração de materiais como a distribuição física (Figura 1).

FIGURA 1- LOGÍSTICA EMPRESARIAL

A logística procura diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham

bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem ao menor custo possível.

2 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.11.

3 POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2001, p.

13

4 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T.

Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 17 - 38

Logística

Empresarial

Administração

de Materiais

Distribuição

Física

Fornecedores Clientes

Fábrica

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Logística e Suprimentos

Página 5

Subsistemas de Abordagem Logística 5 A logística compõe-se de dois subsistemas:

Administração de Materiais

Compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação desse processo com a

demanda de produtos ou serviços da empresa.

A Administração de Materiais compõe-se de diferentes atividades (Figura 2):

FIGURA 2 - ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Segundo Ballou6 “a importância da boa administração de materiais pode ser mais bem apreciada

quando os bens necessários não estão disponíveis no instante correto para atender às necessidades de

produção ou operação”.

Distribuição Física

Consiste no transporte eficiente de produtos acabados do final da linha de produção até o consumidor,

incluindo em alguns casos o transporte de matéria-prima da fonte de suprimento ao início da linha de

produção.

Esse conjunto de atividades engloba o transporte de carga, armazenagem, movimentação física de

materiais, embalagens, controle de estoque, seleção de locais para o armazém, processamento de

pedidos e atendimento ao cliente (consumidor final).

Exemplos de diferentes tipos de distribuição física, podem ser vistos na figura 3:

FIGURA 3 – TIPOS DE DISTRIBUIÇÃO FÍSICA

5 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.12.

6 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T.

Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 61.

Compras Recebimento PCP Produção Estoque

Atacado

Consumidor

Final

Varejo

ClientesFábrica

Estoque de

Produto Acabado

Varejo

Entrega Direta

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Logística e Suprimentos

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Podem ser incluídas entre atividades logísticas as seguintes:

Compras

Programação de entregas para a fábrica

Transportes

Controle de estoque de matérias-primas

Controle de estoque de componentes

Armazenagem de matérias-primas

Armazenagem de componentes

Previsão de necessidade de materiais

Controle de estoque nos centros de distribuição

Processamento de pedidos de clientes

Administração dos centros de distribuição

Planejamento dos centros de distribuição

Planejamento de atendimento aos clientes.

A Logística como Fundamento para o Comércio 7 Na economia mundial, sistemas logísticos eficientes formam bases para o comércio e a manutenção de um

alto padrão de vida nos países desenvolvidos.

Um sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar suas vantagens inerentes pela

especialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que ela tem vantagens e pela exportação

desses produtos às outras regiões. O sistema permite então que o custo do país (custos logísticos e de

produção) e a qualidade desse produto sejam competitivos com aqueles de qualquer outra região.

Exemplos: indústria eletrônica japonesa; a agricultura e a indústria de computadores e de aviação

americana.

Custos logísticos são um fator-chave para estimular o comércio. O comércio entre países e entre regiões de

um mesmo país é frequentemente determinado pelo fato de que diferenças nos custos de produção

podem mais do que compensar os custos logísticos necessários para o transporte entre as regiões.

Enquanto os Estados Unidos, o Japão e os membros da Comunidade Econômica Europeia gozam de alto

padrão de vida e trocam mercadorias livremente devido à eficiência de seus sistemas logísticos, a

América do Sul, ainda apresenta sistemas de transportes e armazenagem inadequados para apoiar um

comércio extensivo. Quanto maior e mais sofisticado for seu desenvolvimento, e quanto mais baratas

forem suas movimentações e armazenagens mais livres será a troca de mercadorias e maior será a

especialização do trabalho.

7 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T.

Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 19.

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Logística e Suprimentos

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Razões do interesse pela logística 8

Existe crescente interesse pela administração logística no Brasil, e esse interesse pode ser explicado pelas

seguintes razões:

Rápido crescimento dos custos, particularmente dos relativos aos serviços de transporte e

armazenagem.

Complexidade crescente da administração de materiais e da distribuição física, tornando

necessários sistemas mais complexos.

Mudanças de mercado e de canais de distribuição, especialmente para bens de consumo.

Tendência de os varejistas e atacadistas transferirem as responsabilidades de administração dos

estoques para os fabricantes.

Os custos representam parte importante no processo de decisão na administração logística. Variam muito

em importância de indústria para indústria, à medida que as empresas tentam balancear os custos básicos

de transporte e de manutenção de estoque, de tal maneira que disso resultem custos totais relativamente

baixos. A importância desses custos dependerá das características físicas do produto e de como as

políticas administrativas da empresa consideram a logística; com relação a outras categorias de custos e

objetivos, dependerá da localização; dos recursos da empresa em relação a suas fontes de suprimento e

mercado; e do papel que a empresa pode desempenhar em um sistema logístico.

De acordo com Dias9, “As mudanças efetivas do sistema logístico serão conseguidas pela melhor utilização

do capital ao longo do mesmo, minimizando os estoques, melhorando a distribuição e racionalizando os

esquemas de revenda”.

A natureza das mudanças no sistema logístico varia de setor para setor.

Por exemplo: no setor de compras, o principal objetivo de seu gerente será garantir o material necessário,

no tempo correto, na qualidade exigida, no local exato, nas quantidades e preços certos. Em geral, essa

função é desempenhada colocando-se um pedido, de quantidade específica e produto definido, em

determinado fornecedor, designando o local e a data de entrega desejada.

Em raros casos o gerente de compras leva em consideração a quantidade econômica de produção dos

fornecedores e o estoque físico disponível que eles possuem. Normalmente, as comunicações entre o

gerente de compras e o fornecedor são extremamente deficientes, considerando cada parte somente suas

metas e seus objetivos. O método tradicional de compra, todavia, está sendo alterado à medida que o

preço ou custo do produto sobre os custos de manutenção dos estoques passa a ter maior significado.

8 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.13.

9 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.15 - 16.

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Logística e Suprimentos

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▪ Tendência da parceria:

- Redução do estoque de segurança pela certeza do recebimento da quantidade

especificada, na data estipulada;

- Redução do prazo de entrega e preço;

▪ Reflexos da parceria:

- Melhoria do fluxo de caixa

- Redução do capital investido

- Melhoria do retorno sobre investimento.

Missão do profissional de logística 10

Colocar as mercadorias ou serviços certos no lugar e no instante corretos e na condição desejada ao

menor custo possível. Isto é pode ser conseguido através da administração adequada das atividades-

chaves da logística de transporte, manutenção de estoques, processamento de pedido e de várias

atividades de apoio adicionais.

Atividades logísticas

Atividades primárias (contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou são

essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística (Figura 4):

Transporte: para a maioria das empresas, o transporte é a atividade logística mais importante

simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, porque

nenhuma organização moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas

ou de seus produtos acabados para serem levados, de alguma forma, até o consumidor final. Os modais

utilizados são: rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e o aeroviário.

Manutenção de estoque: Geralmente, não é viável providenciar produção ou entrega instantânea aos

clientes. Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto é necessário manter estoques,

que agem como “amortecedor” entre a oferta e a demanda. O uso de estoque, como regulador de

demanda, resulta no fato de que, em média, ele passa a ser responsável por aproximadamente um a dois

terços dos custos logísticos. Enquanto o transporte adiciona valor de “lugar” ao produto, o estoque agrega

valor de “tempo”. A administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos quanto possíveis, ao

mesmo tempo em que provê a disponibilidade desejada pelos clientes (sem falta).

Processamento de pedidos (start do processo): O custo de processamento de pedidos tende a ser

10 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T.

Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 23 – 25.

“PARCERIA: FORNECEDOR / EMPRESA”

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Logística e Suprimentos

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pequeno quando comparados aos custos de transportes ou de manutenção de estoques. Contudo,

processamento de pedidos é uma atividade logística primária. Sua importância deriva do fato de ser um

elemento crítico em termos de tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.

FIGURA 4 - RELAÇÃO ENTRE AS TRÊS ATIVIDADES LOGÍSTICAS PRIMÁRIAS PARA ATENDER CLIENTES - O “CICLO CRÍTICO”.

Atividades de apoio11

Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessário para manter os materiais estocados, que

podem ser internamente, na fábrica, como em locais externos, mais próximos dos clientes. Envolve fatores

como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, etc.

Manuseio de materiais: Está associada com a armazenagem e também à manutenção dos estoques. Essa

atividade envolve a movimentação de materiais no local de estocagem, que pode ser tanto estoque de

matérias-primas como de produtos acabados.

Embalagem de proteção: Um dos objetivos da logística é movimentar bens sem danificá-los além do

economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir perfeita e

econômica movimentação sem desperdícios.

Obtenção (Suprimentos): É a atividade que deixa o produto disponível, no momento exato, para ser

utilizado pelo sistema logístico. Trata da seleção de fontes de suprimento; da definição das quantidades a

serem adquiridas, da programação de compras e da forma pela qual o produto é comprado.

A obtenção não deve ser confundida com a função de compras, pois não envolve negociação de preço e

avaliação de vendedores.

Programação do produto: Enquanto a obtenção trata do suprimento (fluxo de entrada), a programação

11 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T.

Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 26 – 27.

Cliente

Processamento dos pedidos dos clientes

(inclui a transmissão)

Manutenção

de Estoque

Transporte

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Logística e Suprimentos

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de produto lida com a distribuição (fluxo de saída). Refere-se às quantidades agregadas que devem ser

produzidas bem como quando, onde e por quem devem ser fabricadas.

Sistema de informações: É a função que permitirá o sucesso da ação logística dentro de uma

organização para que ela possa operar eficientemente. A empresa deverá manter uma base de dados

com informações importantes. Por exemplo: localização dos clientes, volume de vendas, padrões de

entrega e níveis de estoques etc.

Estudo de Caso (adaptado: Ballou, Ronald H.)

Suponha que um fabricante de camisas para homens possa produzir uma camisa, que vale $15,00 por

unidade, na sua confecção em Santa Catarina, a um custo de $8,00/camisa (incluindo matérias-primas).

São Paulo é o maior mercado, consumindo 100.000 camisas/ano. Custos de transporte e armazenagem

de Santa Catarina para São Paulo chegam a $5,00 para cada lote de 50 kg. Cada camisa embalada

pesa 200 gramas.

Como alternativa, a empresa pode produzi-las em Formosa a um custo de $4,00 (incluindo matérias-

primas). As matérias-primas podem ser transportadas de Santa Catarina para Formosa a um custo de

$2,00 por cada 50 kg. Assim que forem fabricadas, elas devem ser despachadas diretamente para São

Paulo, com o custo de transporte e armazenagem de $6,00 por cada lote de 50 kg. Uma taxa de

importação de $0,50 por camisa deve ser considerada no planejamento.

Do ponto de vista da logística/produção/custos, aonde as camisas deverão ser produzidas.

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Logística e Suprimentos

Página 11

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS12

Conceito

A administração de materiais consiste em ter os materiais necessários na quantidade certa, no local certo e

no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa.

Qualquer que seja o sistema de produção utilizado pela empresa - por encomenda, em lotes ou produção

contínua - o processo produtivo é sempre uma complicada transformação de matérias-primas e materiais

em produtos acabados (exemplo: automóvel) ou serviços prestados (exemplo: hospital).

Tanto nas empresas primárias como nas secundárias ou terciárias, o problema de administrar materiais é

sempre crucial. Sejam produtores, fabricantes ou distribuidores (atacadistas ou varejistas), as empresas

estão constantemente às voltas com a localização, obtenção, utilização e movimentação de materiais para

garantir as suas operações.

Objetivo

“O objetivo da administração de materiais deve ser prover o material certo, no local de operação certo,

no instante correto, em condição utilizável e ao custo mínimo”. 13

Fluxo De Materiais

Em todas as empresas, os materiais não ficam estáticos ou parados, eles seguem um movimento incessante

que vai desde o recebimento do fornecedor, passando pelas diversas etapas do processo produtivo, até

chegarem ao depósito de produtos acabados. Os materiais entram na empresa, fluem e transitam através

dela, e saem pelo depósito como produtos acabados com destino à clientela (Figura 5).

FIGURA 5 – FLUXO DE MATERIAIS.

12 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.25 - 38.

13 BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T.

Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas, 1993 p. 61.

Recebimento Etapas do Processo Produtivo

Depósito Produto Acabado

Fornecedores Almoxarifado

Matéria-prima

Produção Produto

Acabado

Clientes

Movimento da Matéria-prima / Produto acabado

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Logística e Suprimentos

Página 12

Classificação de Materiais 14

Os materiais são classificados em função do seu estágio no processo produtivo da empresa. À medida que

passam pelas diversas etapas do processo produtivo, vão sofrendo acréscimos e alterações que provocam

a sua gradativa diferenciação até se tornarem produtos acabados. Exemplo: carteira escolar

MATÉRIAS-PRIMAS (MP) - Constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo

da empresa. Exemplo: ferro

MATERIAIS EM PROCESSAMENTO - São aqueles que estão sendo processados ao longo das diversas

seções que compõem o processo produtivo da empresa. Exemplo: corte/solda

MATERIAIS SEMI-ACABADOS - São os materiais parcialmente acabados, cujo processamento está em

algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram ao longo das diversas seções que

compõem o processo produtivo. Exemplo: pintura

MATERIAIS ACABADOS - São denominados componentes, porque constituem peças isoladas ou

componentes já acabados e prontos para serem anexados ao produto. Exemplo: estrutura

PRODUTOS ACABADOS (PA) - São os produtos, cujo processamento foi completado inteiramente.

Constituem o estágio final do processo produtivo. Exemplo: carteira

IMPORTANTE:

A administração de materiais envolve a totalidade dos fluxos de materiais da empresa, desde a

programação de materiais, compras, recepção, armazenamento no almoxarifado, movimentação de

materiais, transporte interno e armazenamento no depósito de produtos acabados.

Suprimentos (atividade meio)

O conceito de suprimentos envolve a programação de materiais, compras, recepção, armazenagem no

almoxarifado, movimentação de materiais e transporte interno (não incluso armazenamento de produtos

acabados).

14 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.30 - 36.

EM TODAS AS EMPRESAS OS MATERIAIS NÃO FICAM

PARADOS

(O PROCESSO É DINÂMICO)

PROGRAMAÇÃO / AQUISIÇÃO / ESTOCAGEM / DISTRIBUIÇÃO INTERNA

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Logística e Suprimentos

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DIMENSIONAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES

Conceituação de Estoques 15

Estoque é a composição de materiais - matérias-primas, materiais em processamento, materiais

semiacabados, materiais acabados e produtos acabados - que não é utilizada em determinado momento

na empresa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades. ($ - capital investido)

As principais funções do estoque são:

• Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de:

• Aumento repentino da demanda

• Eventual atraso no fornecimento

• Riscos de dificuldades no fornecimento.

• Proporcionar economias de escala:

• Através da compra ou produção em lotes econômicos;

• Pela flexibilidade do processamento produtivo;

• Pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda - no processo de

comercialização em empresas comerciais – e entre as etapas de compra, transformação e venda - no

processo de produção em empresas industriais.

Em síntese, funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de

produção e comercialização.

Objetivos da Administração de Estoques

É otimizar o investimento em estoque, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa,

minimizando as necessidades de capital investido em estoques.

CONFLITOS: COMPRAS/PRODUÇÃO/VENDAS x FINANÇAS

COMPRAS - Quantidade elevada – negociar preços/prazos

PRODUÇÃO - Estoque segurança elevado - sem risco de parar a produção

VENDA - Maior variedade - pronta entrega

FINANÇAS - Menor estoque - menor investimento

A Administração de Materiais deverá conciliar da melhor maneira os objetivos dos quatro departamentos,

sem prejudicar a operacionalização da empresa.

15 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.30 - 36.

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Logística e Suprimentos

Página 14

Dimensionamento de Estoques 16

Cada área – seja o almoxarifado de matérias-primas, seja as diversas seções produtivas, ou o depósito

de produtos acabados – tem interesse em aumentar os seus níveis de estoques para garantir sua

segurança e reduzir os riscos de falta de material para trabalhar. Daí surge o conflito com a área

financeira, que pretende reduzir ao mínimo possível o capital investido em estoques e fazê-lo girar

rapidamente para aumentar a rentabilidade do capital da empresa. A tabela 1 exemplifica.

Tabela 1 – Níveis de Estoque

MÍNIMO NÍVEL DE ESTOQUES MÁXIMO

Para Finanças

• menor capital investido

• menores juros e custos de

estocagem

Matérias-Primas

Para Compras

• melhores condições de

compras e descontos

• nenhum risco de falta

Para Finanças

• menor risco de perdas e

de obsolescência

Materiais

• em processamento

• semiacabados

• acabados

Para os Setores

• nenhum risco de falta

• maior segurança

• flexibilidade

Para os Finanças

• menor capital investido

• menor custo de

estocagem

Produtos Acabados

Para o Depósito

• entregas rápidas

• nenhum risco de falta

Dimensionar o estoque significa estabelecer os níveis de estoque adequados ao abastecimento da

produção sem resvalar nos dois extremos: de excessivo estoque ou de estoque insuficiente.

O estoque excessivo: leva ao desperdício de dinheiro e as perdas financeiras decorrentes dos custos

mais elevados de um estoque excessivo.

O estoque insuficiente: paradas e interrupções da produção por falta de materiais, provocando

prejuízos à empresa.

• O dimensionamento de estoques é fundamentado nos seguintes pressupostos:

• Quais itens devem permanecer em estoque?

• Qual o nível necessário para cada item?

• Qual a periodicidade das compras?

• Qual o giro dos estoques?

• Quanto maior o número de itens de estoque tanto maior a complexidade da administração de

materiais.

16 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p.70 - 72.

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Logística e Suprimentos

Página 15

Segundo Dias17, o problema do dimensionamento de estoque reside na relação entre:

• Capital investido;

• Disponibilidade de estoques;

• Custos incorridos; e

• Consumo ou demanda. Para dimensionar o estoque, sob o enforque financeiro, podemos utilizar o índice de retorno de capital:

CAPITALLUCRORC

Que, multiplicado pelas vendas, pode ser escrito da seguinte forma:

CAPITAL

VENDA

VENDA

LUCRO

CAPITAL

LUCRORC

Ou seja:

Podemos visualizar o retorno do capital, da seguinte forma:

Fluxo de retorno de capital (Dias. Marco Aurélio P.)

17 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.26 - 27.

RETORNO DO CAPITAL

RENTABILIDADE GIRO DO CAPITAL

LUCRO VENDA

RECEITA

CIRCULANTE

REALIZÁVEL

PERMANENTE

18 %

10 % 1,8 vezes

(/)

DESPESAS

(-)

180,00 1.800,00

VENDA CAPITAL

1.800,00 1.000,00

(+)

(+)

(/)

RENTABILIDADE

DAS VENDAS

GIRO DE

CAPITAL X RC =

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Logística e Suprimentos

Página 16

Segundo Dias18, para aumentar o retorno sobre o capital é necessário aumentar a relação lucro/venda

e/ou giro de capital.

Vendas 1.800,00

Capital 1.000,00

Giro Capital 1,8 v. aa

Lucro 180,00

Rentabilidade Vendas 10,0 %

Retorno Capital 18,0 %

Para cada $ 1,00 aplicado deve retornar (gerar) $ 1,80 de vendas.

Para a administração de estoque é interessante aumentar o giro de capital e, em consequência, diminuir o

ativo, supondo-se que as vendas permaneçam constantes.

Diminuindo o capital investido em estoques, diminui o ativo;

Aumentando o giro de capital, aumenta o retorno de capital.

O estoque faz parte do Ativo Circulante.

Se reduzirmos os estoques em 20,0%, mantendo as vendas, podemos liberar o capital investido em

20,0%.

Vendas - 1.800,00

Capital - 800,00

Giro Capital - 2,25 v. aa

Lucro - 180,00

Rentab. Vendas - 0,0%

Retorno Capital - 22,5%

CONCLUSÃO: O Giro de Capital aumenta de 1,80 para 2,25 e o Retorno de Capital de 18,0% para

22,5%.

Se reinvestirmos o capital liberado é possível obter aumento das vendas em 25,0%, sem aplicação de novos

recursos, ou seja, voltamos ao patamar inicial ($ 1.000,00).

Acréscimo de Vendas (em percentual) = (2,25 – 1,80) x 100 = 25,0%, ou seja:

1,80

18 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.28 - 29.

RC = Rentabilidade de vendas x Giro de Capital

100 Rentabilidade de vendas Vendas

Lucro

Capital

Vendas capital de Giro

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Logística e Suprimentos

Página 17

Se, Giro Capital = Vendas, então:

Capital

Acréscimo Vendas ($) = Giro Capital x Capital

= 2,25 x 200,00

= 450,00

Prova:

Vendas 2.250,00

Capital 1.000,00

Giro Capital 2,25 v.aa

Lucro 225,00

Rentab. Vendas 10,0%

Retorno Capital 2,5% (2,25 x 10%)

Se houver necessidade de aumentar o capital em 20,0%, qual a consequência em termos de Giro e

Retorno de Capital?

Giro de Capital = Vendas = 1.800,00 = 1,5 vez . aa

Capital 1.200,00

Rentabilidade Vendas = Lucro = 180,00 = 10,0%

Vendas 1.800,00

Retorno de Capital = 1,5 x 10,0% = 15,0%

Com a elevação do capital em 20,0%, o Giro de Capital reduz de 1,8 vez para 1,5 vez aa. Como

consequência o Retorno de Capital, também, reduz de 18,0% para 15,0%.

Vendas 1.800,00 1.800,00

Capital 1.000,00 1.200,00

Giro Capital 1,8 1,5

Lucro 180,00 180,00

Rentabilidade 10,0% 10,0%

Retorno Capital 18,0% 15,0%

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Logística e Suprimentos

Página 18

PREVISÃO DA DEMANDA (CONSUMO)19

O dimensionamento dos níveis de estoque está fundamentado na previsão de consumo dos materiais ou

previsão da demanda, que é uma estimativa, a priori, de quanto determinado material/produto será

consumido/vendido durante um determinado intervalo de tempo.

Segundo Dias20, a previsão da demanda (consumo) é o ponto de partida de todo planejamento de estoques.

As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da

demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e qualitativas.

Previsão Quantitativa - tem como base dados (série histórica) e através de modelos matemáticos estima-

se uma tendência.

• Evolução das vendas no passado;

• Variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às vendas (lançamentos, sazonalidade, etc.)

• Variáveis ligadas às vendas (populações, renda, etc.)

• Influência da propaganda.

Previsão Qualitativa - tem como base opiniões, sensibilidade, conhecimento, experiência para estimar a

tendência.

• Opinião dos gerentes;

• Opinião dos vendedores;

• Opinião dos compradores; e

• Pesquisas de mercado.

As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos:

a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas evoluirão no

tempo; segundo a mesma lei observada no passado. Este grupo de técnicas é de natureza

essencialmente quantitativa.

b) Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as mesmas com

outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de

regressão e correlação.

c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado

estabelecem a evolução das vendas futuras.

19 CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração de materiais. SãoPaulo: Makron, McGraw-Hill, 1991, p. 72.

20 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.32 - 36.

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Logística e Suprimentos

Página 19

Na prática, podem ocorrer combinações dos diversos modelos de evolução de consumo.

O conhecimento sobre a evolução do consumo no passado possibilita uma previsão da sua evolução futura. Esta previsão somente estará correta se o comportamento do consumo permanecer inalterável.

Podem alterar o comportamento do consumo: influências políticas e conjunturais; influências sazonais;

alterações no comportamento dos clientes; inovações técnicas; preços competitivos dos concorrentes;

mercado em que opera a empresa; etc.

Técnicas Quantitativas para Calcular a Previsão de Consumo 21

• Método do último período

• Método da média móvel

• Método da média ponderada

• Método da média com ponderação exponencial

• Método dos mínimos quadrados

Método do último período

É o método mais simples e empírico.

Consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor ocorrido no período anterior. Muitas

vezes adiciona-se uma certa quantidade, quando o consumo é relativamente crescente de um período para

outro.

Método da média móvel

É praticamente um método semelhante ao anterior, porém melhorado.

A previsão do próximo período é calculada a partir das médias de consumo dos períodos anteriores.

• Se a tendência for de um consumo crescente, a média futura será menor.

• Se a tendência for de um consumo decrescente, a média futura será maior.

Desvantagens Vantagens

• São influenciadas por valores extremos

• Os períodos mais antigos têm o mesmo peso que os atuais.

• Simplicidade e facilidade de cálculo.

• Admite processamento manual

21 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4ed. São Paulo: Atlas, 1993, p.36 - 43.

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Logística e Suprimentos

Página 20

No método da média móvel a previsão para o próximo período é obtida calculando-se a média dos valores

de consumo de n períodos anteriores.

n

CCCCCCM n4321

Onde: CM = Consumo Médio

C = Consumo nos períodos anteriores

N = Número de períodos

Exemplo:

Ano f f(acum) Ano f f(acum)

2004 100 100 2004 300 300

2005 200 300 2005 200 500

2006 300 600 2006 100 600

C.M. 200 C.M 200

Método da média ponderada

Este método é uma variação do modelo anterior (média móvel) em que os valores dos períodos mais

recentes, em geral, recebem peso maior que os valores correspondentes aos períodos mais antigos.

O valor X i , previsão de consumo, será dado por:

n

i

i

n

i

ii

C

XC

X

1

1

Onde:

C i = peso dado ao i-ésimo valor

X i = unidades consumidas no i-ésimo ano

Os pesos Ci são decrescentes dos valores de consumo mais recentes para os mais antigos. A determinação

dos pesos, ou fatores de importância, deve ser de tal ordem que a soma perfaça 100%.

PERÍODO CONSUMO PESO PRODUTO (X i x C i)

2004 100 2,0 200

2005 200 3,0 600

2006 300 5,0 1.500

SOMA 2.300

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Logística e Suprimentos

Página 21

Ou, Média ponderada = 200 + 600 + 1.500 = 2.300

10,0

Compare os resultados encontrados pelo método da média móvel com o resultado da média ponderada:

Média móvel = 200 Média ponderada = 230

A média ponderada, quando comparada com a média móvel, face ao peso atribuído, apresenta resultado

mais consistente, pois os pesos atribuídos são fortes indicativos para direcionar as tendências das

vendas/consumo. Ao passo que a média móvel ignora essa tendência, atribuindo pesos iguais.

Método da média com ponderação exponencial

Este modelo procura prever o consumo apenas com a sua tendência geral, eliminando a reação exagerada

a valores aleatórios. Ele atribui parte da diferença entre o consumo atual e o previsto a uma mudança de

tendência e o restante a causas aleatórias.

Este método, além de valorizar os dados mais recentes, apresenta menor manuseio de informações

passadas.

Apenas três valores são necessários para gerar a previsão para o próximo período:

- a previsão do último período (X t – 1)

- o consumo ocorrido no último período (X t -1);

- uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes ( )

Exemplo

Previsão = 100

Real = 95

Diferença = 5 mudança de tendência (%)

causas aleatórias (%)

Se a previsão seguinte for:

- 100, então estamos admitindo que a diferença foi devida a causas aleatórias, ou seja, o padrão de consumo não mudou. (100% da diferença foi devida a causas aleatórias)

- 95, então estamos admitindo que a diferença deve ser atribuída a uma alteração de consumo ou mudança de tendência. (100% da diferença foi devida a mudança de tendência)

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Logística e Suprimentos

Página 22

Traduzindo as considerações acima em preceitos matemáticos e estatísticos, para a nova previsão, utilizamo-

nos de uma constante de amortecimento ou coeficiente de ajustamento () e do erro de previsão, que

podemos expressar, através da seguinte fórmula:

FÓRMULA

11

.1

ttt

XXX

Onde:

X t = próxima previsão

= coeficiente de ajustamento (tendência) ou

alteração no padrão de consumo

X t - 1 = consumo ocorrido no último período

X t - 1 = previsão feita no período anterior a do

consumo

Se tomarmos como exemplo a suposição que fizemos anteriormente, e complementarmos informando que

20% da diferença devem ser atribuídas as alterações no padrão de consumo e que 80% devem ser

considerados como variação aleatória, teremos:

X t - 1 = 95 unidades

X t - 1 = 100 unidades

= 20 %

X t = . X t - 1 + ( 1 - ) . X t - 1

X t = 0,20 . 95 + (1 - 0,20) . 100

X t = 19 + 80 X t = 99 unidades

= 20 % (alteração no padrão de consumo ou mudança de tendência)

1 - = 80% (variação aleatória)

pode ser determinada através de cálculos matemáticos e estatísticos. Nos casos mais comuns, a determinação

é verificada empiricamente, os valores utilizados estão compreendidos entre 0 e 1, usando-se normalmente

de 0,1 a 0,3

Exemplo

Qual a previsão de consumo para 2.007, considerando que:

A previsão de consumo para 2006 foi de 230 unidades e o consumo efetivo foi de 210. Considerando que

parte da diferença foi atribuída a uma mudança de tendência, em torno de 10%.

Se Então:

X t- 1 = 210 unidades X t = . X t - 1 + ( 1 - ) . X t - 1

X t - 1 = 230 unidades X t = 0,10 . 210 + (1 - 0,10) . 230

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Logística e Suprimentos

Página 23

= 10 % X t = 21 + 207 X t = 228 unidades

1 - = 90% PREVISÃO PARA 2007 = 228 UNIDADES/ANO

Métodos dos mínimos quadrados

Este método é usado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais perto de todos os dados

coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que minimiza as distâncias entre cada ponto de consumo

levantado.

(Y - Yp)2 = Mínimo

Y = Valor Real

Yp = Valor Mínimos Quadrados

EQUAÇÃO DA RETA

Yp = a + b x

Yp = valor projetado (previsto)

a = constante

b = inclinação da reta (linha)

DUAS EQUAÇÕES

1. y = N.a + x . b

2. x.y = x . a + x2 . b

y = valor do consumo em um tempo x

N = nº de pontos (ano/mês) em estudo

x = tempo medido em incremento, a partir do

ano base. (ano zero)

Para obtermos x, y, x.y e x2 recorreremos a uma tabela, facilitando assim os cálculos, lembrando que

x é o número de períodos a partir do ano base (0).

EXEMPLO:

Determinada empresa quer calcular qual seria a previsão de vendas de seu produto para o ano de 2005.

As vendas dos 5 anos anteriores foram:

2002 = 108; 2003 = 119; 2004 = 110; 2005 = 122; e 2006 = 130.

1 º passo: Ano Y X X2 X . Y

Montar a tabulação 2002

2003

2004

2005

2006

108

119

110

122

130

0

1

2

3

4

0

1

4

9

16

0

119

220

366

520

589 10 30 1.225

+ -

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Logística e Suprimentos

Página 24

2º Passo: (depois das quatro somas) - Substituir os valores nas equações:

y = N . a + x . b 589 = 5 a + 10 b x (-2)

x . y = x . a + X2 . b 1.225 = 10 a + 30 b

- 1.178 = - 10 a - 20 b

47 = 10 b b = 4,7

Substituindo b, em uma das equações, temos

589 = 5 a + 10. (4,7) 5 a = 589 - 47 a = 542/5 a = 108,4

3º passo: Basta substituir a e b na equação da linha reta para encontrar a previsão:

A previsão para 2006 está 5 anos à frente de 2001, logo:

Yp = 108,4 + 4,7 x

Yp = 108,4 + 4,7 . 5

Yp = 108,4 + 23,5 Yp = 131,9 ou Yp = 132

Portanto, previsão vendas (consumo) para 2007 = 132 unidades.

Utilizando as informações anteriores, qual seriam as previsões de 2008 e 2009?

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Logística e Suprimentos

Página 25

Exercícios propostos

1. A empresa “alfa”, com capital de $ 2.000,00, vendeu $ 10.000,00/ano e apresentou rentabilidade (lucro) nas vendas de 10%. Entretanto, em decorrência da má gestão de estoque, para manter o mesmo nível de faturamento e rentabilidade, necessita aumentar o capital em 20%. Qual a consequência em termos de giro de capital e retorno de capital?

2. A empresa “alfa”, com capital de $ 2.000,00, vendeu $ 10.000,00/ano e apresentou rentabilidade (lucro) nas vendas de 10%. Entretanto, em decorrência de uma boa gestão de estoque, manteve o nível de faturamento e rentabilidade, mas com redução no capital em 20%. Qual a consequência em termos de giro de capital e retorno de capital? Qual seria o provável aumento nas vendas se, mantido o novo giro de capital, o capital liberado (20%) fosse reaplicado na empresa?

Método da Média Móvel

3. Os embarques anuais (em toneladas) de tubos soldados, por um produtor a fabricantes de máquinas, são apresentados na tabela abaixo. Compute a média móvel para prever embarques no 12º ano, utilizando como base cálculo os seguintes números de períodos (n):

ANO EMBARQUES

(TONELADAS) a) n = 3

1 2

2 3

3 6

4 10 b) n = 4

5 8

6 7

7 12

8 14 c) n = 6

9 14

10 18

11 19

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Logística e Suprimentos

Página 26

Método da Média Móvel Ponderada

4. Uma empresa de processamento de alimentos usa uma média móvel para prever a demanda do mês

seguinte. As demandas anteriores (em unidades) são mostradas na tabela abaixo. Compute uma média

móvel ponderada de 3 meses, onde os pesos são os maiores para os últimos meses e decrescem de 3, 2 e

1.

Mês Demanda

real

43 105

44 106

45 110

46 110

47 114

48 121

49 130

50 128

51 137

52

5. A demanda nos 9 meses anteriores para um novo lanche de cereais é mostrada na tabela abaixo.

Desenvolva uma previsão para o mês de novembro, usando uma média móvel ponderada dos últimos 5

períodos, onde os pesos são (do mais antigo ao mais recente) 1, 1, 2, 2 e 4.

Mês Unidades

Fev 7.000

Mar 7.600

Abr 7.500

Mai 8.000

Jun 9.200

Jul 8.700

Ago 9.300

Set 11.400

Out 10.500

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Logística e Suprimentos

Página 27

Método da Média com Ponderação Exponencial

6. Um item teve um consumo em 2006 de 200 unidades, com um ajustamento médio de tendência de 90%

e tinha sido previsto um consumo de 220 unidades. Qual seria a previsão de consumo para 2007?

7. Um fabricante de calçados, usando a média exponencial móvel com = 0,1, fez uma previsão de

tendência de janeiro de 440 unidades para calçados femininos. Supondo que as vendas reais foram de

344 unidades em janeiro, qual seria a previsão corrigida de fevereiro?

8. A previsão de demanda para março, de um certo modelo de transistor de uma empresa que fabrica

componente eletrônico, foi de 950 unidades. A demanda real veio a ser 820 unidades. Se a empresa estiver

usando um coeficiente de ajustamento na média exponencial de 10%, pergunta-se:

a) Qual a previsão para abril?

b) Usando a resposta de “a”, suponha que a demanda de abril tenha sido de 980 unidades. Então, qual

seria a previsão para maio?

9. Uma loja tem a seguinte tabulação de vendas

Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Unidades 87 90 100 107 113 123

Estabeleça uma previsão de venda para 2007, pelos seguintes métodos de previsão:

a) Pelo método da média móvel para n = 4

b) Pelo método da média móvel para n = 6

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Logística e Suprimentos

Página 28

c) Pelo método da média móvel ponderada, com os seguintes pesos em ordem crescente (do mais antigo

para o mais recente): 5%, 10%, 10%, 15%, 20% e 40%.

d) Pelo método da média com ponderação exponencial, com um coeficiente de 0,8, sabendo-se que o

previsto para 2006 era de 130 unidades.

10. Uma fábrica de produtos eletroeletrônicos computou a seguinte demanda, de um certo modelo, de

aspirador de pó.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

Demanda 650 655 658 714 734 668 690

Estabeleça uma previsão de venda para agosto, através do:

a) Método da média móvel ponderada, com n = 4, utilizando os seguintes pesos (do mais antigo ao mais

recente): 2, 2, 3 e 3.

b) Método da média com ponderação exponencial, com um = 0,3, sabendo-se que a previsão para o

mês de julho era de 680.

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Logística e Suprimentos

Página 29

Método dos Mínimos Quadrados

11. O consumo de um produto nos últimos oito meses foi de, respectivamente, 500, 580, 520, 630, 510,

590, 570 e 560. Calcule, pelo método dos mínimos quadrados, o consumo previsto para os próximos dois

meses.

Mês Y X x2 X . Y

10º

12. Um administrador hospitalar tem estudos de comportamento de demanda de tubos de oxigênio,

conforme a tabela abaixo descrita. Pergunta-se: Pelos métodos dos mínimos quadrados, quais as previsões

de demanda para os meses de outubro e novembro?

Mês Y X X2 X . Y

Jan 15

Fev 9

Mar 40

Abr 20

Mai 25

Jun 25

Jul 15

Ago 35

Set 20

Out

Nov

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Logística e Suprimentos

Página 30

Respostas:

1) GC = 5,0 p/4,17 e RC = 50,0 % p/41,7%

2) GC = 5,0 p/ 6,25 e RC = 5,0% p/62,5%; 25% ou R$ 2.500,00

3) “a” = 17; “b” = 16,25; “c” = 14

4) 132,8

5) 10.130

6) 202

7) 430

8) “a” = 937; “b” = 941

9) “a” = 110,75; “b” = 103,33; “c” = 111,2; “d” = 124,4

10) “a” = 697; “b” = 683

11) 582,16 e 587,64

12) 27,07 e 27,95.

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Logística e Suprimentos

Página 31

LOCALIZAÇÃO DE EMPRESAS

Determinada a capacidade com que a empresa vai operar, buscam-se as alternativas mais adequadas

para a instalação da empresa. Tanto para empresas industriais como para empresas de comércio ou

serviços, existem diferentes fatores que podem definir o local para instalação de uma empresa.

Fatores que influem na localização

▪ Localização dos mercados consumidores.

▪ Localização dos fornecedores e serviços de apoio.

▪ Disponibilidade de mão de obra – escolas técnicas especializadas.

▪ Nível salarial e sindicatos.

▪ Disponibilidade de transporte (logística).

▪ Incentivos fiscais.

▪ Potencial hídrico e energético.

▪ Restrições ambientais.

Casos especiais de Localização de Empresas

Cluster

Agrupamento natural de empresas similares em determinada região geográfica. Ex. Rua São Caetano;

Santa Efigênia, Bexiga etc.

Condomínio industrial

Localização de fornecedores dentro da planta da montadora ou adjacente a ela. A maioria das montadoras

de veículos operam com essa configuração.

Consórcio modular

O fornecedor se localiza dentro da planta da montadora e é responsável por todas as etapas de montagem

de seus itens no produto. Ex.: Planta da VW em Resende, Rio de Janeiro.

Métodos para Localização de Empresas

Existem duas diferentes abordagens para localização de empresas. A abordagem qualitativa e a

quantitativa.

Abordagem Qualitativa

▪ Método de Avaliação Qualitativa de Fatores

Abordagem Quantitativa

▪ Método do Centro de Gravidade

▪ Método dos Momentos

▪ Método do Ponto de Equilíbrio

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Método do Centro de Gravidade

Neste método procura-se avaliar o local de menor custo para a instalação da empresa, considerando o

fornecimento de matérias-primas e os mercados consumidores.

Exemplo:

Na rede a seguir, MP é um ponto de fornecimento de matérias-primas e PA é um ponto de consumo de

produtos acabados.

A localização horizontal (LH) e a localização (LV) são calculadas como mostrado nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1 DISTRIBUIÇÃO DOS LOCAIS

500 Km MP1 PA1 PA2

400 Km MP2 PA3

300 Km PA4

200 Km

100 Km PA5 MP3

0 Km 100 Km 200 Km 300 Km 400 Km 500km

Tabela 2 CUSTOS / QUANTIDADES

LOCAL QUANTIDADE

(tonelada)

CUSTO TRANSP

($ por T por Km)

Localização

(Horizontal)

Localização

(Vertical)

MP1 200 3 100 500

MP2 400 2 200 400

MP3 300 2 500 100

PA1 150 4 400 500

PA2 300 3 500 500

PA3 50 5 300 400

PA4 250 4 100 300

PA5 50 3 100 100

Localização Horizontal (LH) = (200 x 3 x 100) + (400 x 2 x 200) + ... + (250 x 4 x 100) + (50 x 3 x 100) = 1.400.000 = 285,7 km

(200 x 3) + (400 x 2) + (300 x 2) + (150 x 4) +... + (250 x 4) + (50 x 3) 4.900

Localização Vertical (LV) = (200 x 3 x 500) + (400 x 2 x 400) + ... + (250 x 4 x 300) + (50 x 3 x 100) = 1.845.000 = 376,5 km

(200 x 3) + (400 x 2) + (300 x 2) + (150 x 4) +... + (250 x 4) + (50 x 3) 4.900

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Exercícios

1. Uma empresa é abastecida com materiais de dois fornecedores – F1 e F2 – e deve distribuir seus produtos

acabados em três mercados consumidores – M1, M2 e M3. A Tabela 3 apresenta os dados e as coordenadas

horizontal (H) e vertical (V) de cada local. Determinar a posição da empresa E pelo método do centro de

gravidade.

Tabela 3

Local Quantidade (t) Custo Transporte

($/T.KM)

H V

F1 100 0,50 100 900

F2 100 0,50 900 900

M1 50 1,00 100 100

M2 50 1,00 300 500

M3 50 1,00 700 300

LH = 420 e LV = 540

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2. Um fabricante de produtos de higiene pessoal (sabonetes, xampus...) tem 2 plantas industriais, a primeira

em São Paulo e a segunda em Belo Horizonte, e distribui o produto para quatro centros de distribuição

localizados e, Cuiabá, Rio de Janeiro, Vitória e Curitiba. Devido aos elevados custos de distribuição a

empresa pensa em instalar um armazém que abasteceria estes CDs com os produtos das fábricas. Determine

a localização deste armazém geral pelo método do centro de gravidade.

Tabela 4

Localidade Coordenada X Coordenada Y Toneladas por mês

Curitiba 65 40 100

Vitória 127 130 300

Cuiabá 30 120 200

São Paulo 80 70 300

Rio de Janeiro 90 110 100

Belo Horizonte 58 96 400

X = 76,3 e Y = 98,1

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Método dos Momentos

Este método é semelhante ao método do centro de gravidade, com a seguinte particularidade: a

ponderação de um determinado centro (cidade) contra os demais centros existentes em uma determinada

região geográfica. Para cada centro, calcula-se o momento que as demais cidades somadas possuem. O

momento (M) é:

O centro que tiver a menor soma de momentos será o escolhido.

Exemplo: Em um estudo de localização industrial, foi selecionada a região a seguir, que abrange as cidades

A, B, C e D. Dado que os demais fatores de localização não favorecem nenhuma das cidades com relação

às outras, determinar a localização de mínimo custo de transporte. Supõe-se que o custo unitário de

transporte é o mesmo para qualquer tipo de carga transportada e é independente da origem ou do destino

da carga, sendo igual a $ 2,00 por tonelada por quilômetro transportado ($ 2,00/t.km).

Figura 1

A: ($ 2,00 x 3t x 100 km) + ($ 2,00 x 5t x 400km) + ($2,00 x 5t x 200km) = $ 6.600,00

B: ($ 2,00 x 10t x 100 km) + ($ 2,00 x 5t x 300km) + ($2,00 x 5t x 150km) = $ 6.500,00

C: ($ 2,00 x 10t x 400 km) + ($ 2,00 x 3t x 300km) + ($2,00 x 5t x 450km) = $ 14.300,00

D: ($ 2,00 x 10t x 200 km) + ($ 2,00 x 3t x 150km) + ($2,00 x 5t x 450km) = $ 9.400,00

Portanto, a menor soma de momentos corresponde à cidade B.

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Exercícios

1. Uma empresa vai localizar sua fábrica na região apresentada na Figura 2. Com os dados da Tabela 5,

em que cidade dever ser localizada?

De/Para A B C D E F Custo

$/t/KM

Quant.

Ton.

A 0 100 300 230 150 350 8 10

B 100 0 200 150 50 250 5 15

C 300 200 0 350 250 50 5 30

D 230 150 350 0 100 400 8 20

E 150 50 250 100 0 300 6 15

F 350 250 50 400 300 0 5 10

Cidade B ($ 79.000,00)

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Método do Ponto de Equilíbrio

No método do ponto de equilíbrio são comparadas diferentes localidades em função dos custos totais de

operação (custos fixos + custos variáveis)

Exemplo:

Uma empresa reduziu a provável localização de usa nova fábrica a três localidades: A, B e C. Com os

dados de custos fixos e de custos variáveis, determinar a melhor localização.

Localidade Custo Fixo por Ano Custo Variável Unitário

A $ 120.000,00 $ 64,00

B $ 300.000,00 $ 25,00

C $ 400.000,00 $ 15,00

Representar as retas dos custos totais para cada localidade.

O primeiro ponto de cada reta de custo é calculado para a quantidade Q = 0, e é o próprio custo fixo de

cada localidade.

Depois vamos calcular o custo total para uma quantidade, Q = 20.000 unidades.

Custo total de A = (em $ 1.000,00) = 120 +(64 x 20) = $ 1.400,00

Custo total de B = (em $ 1.000,00) = 300 + (25 x 20) = $ 800,00

Custo total de C = (em $ 1.000,00) = 400 + (15 x 20) = $ 700,00

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Calculando os pontos de intersecção das retas, temos:

Intersecção entre A e B: 120 + 64 x Q = 300 + 25 x Q temos: Q = 4.615 unid.

Intersecção entre B e C: 300 + 25 x Q = 400 + 15 x Q. temos: Q = 10.000 unid.

• Para uma produção de até 4.615 unidades, a melhor localização é A;

• Entre 4.615 unidades e 10.000 unidades, a melhor localização é B;

• Acima de 10.000 unidades a produzir, a melhor localização é C.

Nos pontos de intersecção não há vantagem de custo de uma localidade com relação à outra.

Exercícios

A empresa Transportadora está pensando em construir um centro de distribuição para atender à região do

eixo São Paulo – Rio de Janeiro. Três cidades são candidatas: São Paulo, Rio de Janeiro e Taubaté. A

venda projetada variará entre 500.000 e 700.000 embarques por ano. Em cada uma das cidades

candidatas, foram identificados os custos fixos e variáveis da operação.

Determine onde deverá ser colocado o novo centro de distribuição.

Cidade Custo Fixo Anual Custo Variável/ Embarque

Taubaté $ 2.000.000,00 $ 9,00

Rio de Janeiro $ 3.000.000,00 $ 5,00

São Paulo $ 4.000.000,00 $ 4,00

Rio de Janeiro

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Avaliação de fatores qualitativos

Neste método a empresa pondera os fatores qualitativos de quatro cidades candidatas para sediar sua

nova unidade. Inicialmente é necessário definir os fatores a serem considerados e a cada um deles é

atribuído um determinado peso, sendo que o total dos pesos soma 100. Posteriormente, as pessoas

envolvidas (principais executivos) atribuem a cada uma das cidades uma nota, entre 0 (pior condição) e 10

(melhor condição), para cada um dos fatores. Para cada cidade, toma-se a nota média e, a que apresentar

a melhor pontuação será a localidade escolhida.

Peso Fatores / Notas Médias por fator A B C D

10 Disponibilidade de pessoal 7,5 8,0 6,5 5,0

15 Aspectos sindicais 10,0 5,0 7,0 9,5

20 Restrições ambientais 5,0 7,5 9,0 6,5

15 Qualidade de vida 9,0 8,0 9,5 8,5

15 Suprimento de materiais 6,5 6,0 7,5 8,5

15 Isenção de impostos 5,0 8,0 8,0 8,5

10 Desenvolvimento regional 5,0 6,0 8,0 6,5

Peso Fatores / Notas Médias por fator A B C D

10 Disponibilidade de pessoal 75,0 80,0 65,0 50,0

15 Aspectos sindicais 150,0 75,0 105,0 142,5

20 Restrições ambientais 100,0 150,0 180,0 130,0

15 Qualidade de vida 135,0 120,0 142,5 127,5

15 Suprimento de materiais 97,5 90,0 112,5 127,5

15 Isenção de impostos 75,0 120,0 120,0 127,5

10 Desenvolvimento regional 50,0 60,0 80,0 65,0

Total 682,5 695,0 805,0 770,0

Dentro do critério apresentado, a cidade “C” seria a escolhida.

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Exercícios

A EMPRESA está analisando três diferentes locais para implantação de uma nova unidade de manufatura.

Por razões de sigilo empresarial, os três locais foram codificados como A, B e C e, inicialmente, foram

levantados os custos de operação e transporte, concluindo-se que o local B apresentaria os menores custos.

Para complementar essa análise foram identificados fatores qualitativos, atribuindo-se pontos de 0 a 100

a cada um dos fatores em cada um dos locais.

Que decisão deveria ser tomada quanto à localização de nova unidade industrial?

Fator Peso Pontos: A Pontos: B Pontos: C

Serviço aéreos 5 90 65 50

Modais de transporte 5 65 92 85

Proximidade a mercados 10 95 90 65

Qualidade de vida 15 80 80 75

Disponibilidade de escolas 15 72 95 60

Proximidades a clientes 20 75 91 100

Disponibilidade de pessoal 30 90 65 80

Local A