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Literacia Financeira: O Contexto de
Portugal no Mundo
Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industria
2016/2017 – 1º semestre
Coordenação Geral: Prof º Manuel Firmino Torres e Prof ª Sara Pinho Ferreira
Coordenação MIEGI: Prof º Luís Guimarães
Supervisor: Prof ª Maria Dulce Lopes Monitor: Hermano Rodrigues Maia
Equipa 1MIEGI04_3
José Óscar Carvalho Novais 201606934
Leonor Gamelas Neves Lopes de Magalhães 201606938
Mafalda Lopes Rebelo Nunes 201606942
Maria Francisca de Azevedo e Silva 201606945
Mariana da Costa Fong Vieira Gomes 201606948
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA E GESTÃO INDUSTRIAL
LITERACIA FINANCEIRA: O CONTEXTO DE PORTUGAL NO MUNDO I
Resumo
A falta de literacia financeira é uma preocupação crescente em todas as entidades
governamentais por todo o mundo. Este facto comprova-se através das várias atitudes e medidas
que, atualmente, são implementadas de maneira a contrariar as baixas taxas de literacia financeira.
Neste contexto, e devido às diferenças existentes entre as várias regiões do globo, este trabalho
foca-se na análise e comparação dos diferentes níveis de literacia financeira em vários países e,
consequentemente, nas razões por detrás deste problema, bem como nos diversos processos
adotados por cada instituição governamental.
Desta forma, fez-se uma comparação entre a situação global, mais concretamente dos EUA,
Alemanha, África, China e Austrália, e a de Portugal baseada em estudos levados a cabo por várias
instituições financeiras.
De forma geral, os países mais desenvolvidos apresentam uma maior percentagem de
indivíduos financeiramente aptos para interpretar e tomar decisões económicas, sendo que nos
restantes países estas percentagens também têm vindo a aumentar. Por exemplo, no caso da
Alemanha, em que 66% dos indivíduos são financeiramente letrados e no caso de Botswana, em
que a percentagem tem vindo a aumentar nos últimos anos, sendo que em 2016 atingiu os 52%.
(Standart & Poor's, 2016)
Palavras-chave
Literacia financeira; Economia; Crescimento Económico; Educação Financeira; Crise.
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LITERACIA FINANCEIRA: O CONTEXTO DE PORTUGAL NO MUNDO II
Abstract
The lack of financial literacy is a growing issue to every government entity, all around the
world. This is proved by all the measures that, nowadays, are being implemented with the objective
to combat the low rates of financial literacy.
In this context, and because of the differences between the multiple regions of the globe, this
work focuses on the analysis and comparison of the different levels of financial literacy all over
the world and, consequently, on the reasons behind it as well as in/on the various processes adopted
by each government institution.
In this way, a comparison was made between the overall situation, more specifically the US,
Germany, Africa, China and Australia, and the Portugal's based on studies carried out by various
financial institutions.
In general, most developed countries have a higher percentage of financially capable
individuals that can make economic decisions, and in other countries these percentages have also
been increasing. For example, the percentage of financial literate adults in Germany is around 66%
and, in the case of Botswana, the percentage has been growing in the last years and nowadays it is
around 52%. (Standart & Poor's, 2016)
Key words
Financial literacy; Economy; Economic Growth; Financial Education; Crisis
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Índice
1. Introdução......................................................................................................................... 1
2. Conceito ........................................................................................................................... 2
3. Literacia Financeira em Portugal ..................................................................................... 3
3.1. Literacia Financeira portuguesa em relação à média europeia ..................................... 5
4. Literacia Financeira no Mundo ........................................................................................ 7
4.1. Literacia Financeira na Alemanha e Estados Unidos da América ................................ 7
4.2. Literacia Financeira na Austrália .................................................................................. 9
4.3. Literacia Financeira em África ................................................................................... 10
4.4. Literacia Financeira na China ..................................................................................... 12
5. Recomendações .............................................................................................................. 14
5.1. Importância da literacia financeira ............................................................................. 14
5.2. A nível nacional .......................................................................................................... 14
5.3. Medidas tomadas ao nível do ensino .......................................................................... 15
6. Conclusão ....................................................................................................................... 17
7. Bibliografia..................................................................................................................... 19
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Índice de Figuras
Figura 1 - Literacia Financeira (3 em 4 respostas certas) em Portugal por 5 segmentos .............. 4
Figura 2 - Diferentes variações de literacia financeira em todo o mundo (% de adultos
financeiramente letrados) ................................................................................................................ 7
Figura 3 – Literacia Financeira por idade (% de pessoas, por grupo de idade, que responderam
corretamente às questões do inquérito) ........................................................................................... 9
Figura 4 - Análise dos resultados dos estudantes de Xangai ....................................................... 13
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Índice de Tabelas
Tabela 1 - Resultados da FinScope no acesso à literacia e produtos financeiros em África .. 11
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Abreviaturas
ASIC - Australian Securities and Investments Commission
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
CNSF - Conselho Nacional de Supervisores Financeiros
DECO - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor
EUA – Estados Unidos da América
GFLEC - Global Financial Literacy Excellence Center
IGFE – International Gateway for Financial Education
INFE - International Network on Financial Education
MHFI - McGraw Hill Financial
OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico
PNFF - Plano Nacional de Formação Financeira
REF - Referencial de Educação Financeira
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LITERACIA FINANCEIRA: O CONTEXTO DE PORTUGAL NO MUNDO 1
1. Introdução
No mundo atual em que a população é frequentemente confrontada com conceitos relacionados
com a economia, nomeadamente através das notícias quer da televisão quer dos jornais (em geral
através de todos os meios de comunicação social), a literacia financeira assume uma importância
capital na medida em que é ela que revela se as pessoas estão aptas, ou não, para saber interpretar
conceitos de furor económico tais como: juros, inflação, entre outros.
Neste sentido, a literacia financeira é algo que devia ser considerado essencial na educação de
qualquer pessoa e que começou a entrar no léxico dos portugueses, especialmente, após o início
da crise financeira mundial de 2008 e a sua importância foi-se acentuando com a crise económica
pela qual Portugal passou a estar confrontado, sobretudo, a partir de 2011, com muitas famílias a
terem que passar a tomar mais consciência em relação ao orçamento familiar.
Com o aumento dos impostos e a consequente redução do salário disponível, e com o aumento
do desemprego que atingiu muitas famílias, a necessidade dos cidadãos em ajustarem os seus
gastos aos seus rendimentos fez com que o tema da literacia não fosse absorvido de uma forma
natural pelos portugueses, mas sim imposta pelas situações reais da vida de cada pessoa, de cada
agregado familiar (António Santos, 2015).
Desta forma, este trabalho assenta na questão da literacia financeira e dos vários aspetos que
esta envolve como, por exemplo, a educação financeira, as estratégias de promoção e
desenvolvimento da literacia financeira, os fatores que influenciam a literacia e como estes se
comportam entre si e o comportamento financeiro dos indivíduos na tomada de decisão, entre
outros.
Assim, este trabalho inicia-se com uma breve introdução ao tema central, seguindo-se com uma
análise mais profunda da literacia financeira de diversos países, comparando-a com a situação
portuguesa. De seguida, discute-se os resultados obtidos em diversos inquéritos e retiram-se as
respetivas conclusões.
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2. Conceito
De forma a melhor compreender o conceito de literacia financeira, pode proceder-se a uma
análise separada dos dois conceitos.
Assim, entende-se literacia como "1 - a capacidade de ler e escrever; alfabetismo. 2 - capacidade
de usar a leitura e a escrita como forma de adquirir conhecimentos, desenvolver as próprias
potencialidades e participar ativamente na sociedade." (Dicionário Porto Editora, 2016).
Sem aprofundar muito o segundo conceito, sabe-se que este está relacionado com a área das
finanças, tratando-se por isso de um assunto mais geral na área económica.
Deste modo, pode definir-se literacia financeira como a capacidade de entender o
funcionamento do dinheiro no mundo quotidiano. Ou seja, como um indivíduo orienta a sua vida
para o ganhar, gerir e, posteriormente, o investir e distribuir pelos outros.
Por outras palavras, a literacia financeira consiste na educação e na compreensão relativa a
diversas áreas financeiras, focando-se tanto na habilidade pessoal e na eficácia para gerir o
dinheiro, como no conjunto de conhecimentos que permitem uma correta tomada de decisões.
Os critérios de literacia financeira vão desde a gestão do orçamento familiar, ao planeamento
das despesas e escolha de serviços e produtos financeiros adequados, à aplicação de poupanças e
recurso ao crédito em condições que lhes sejam vantajosas.
A falta de literacia financeira constitui uma barreira para a inclusão financeira e o acesso a
produtos financeiros, como investimentos, créditos ou empréstimos. Considera-se, por isso, fulcral
para um bem-estar económico tanto a nível pessoal, como ao nível da sociedade, tornando-se assim
um requisito quase obrigatório para viver bem em comunidade.
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3. Literacia Financeira em Portugal
Portugal tem uma literacia financeira de 26%, enquanto que a média global é de 33%. (Paula
Brito,2015)
Em 2016, a Standard & Poor’s realizou um estudo em 144 países para apurar o nível de literacia
financeira da população, fazendo questões relacionadas com diversificação de risco, inflação, juros
e juros compostos. Em Portugal, apenas um quarto dos portugueses foi bem-sucedido.
Analisando este estudo, de acordo com Frederico Moura Martins (2016), os homens
portugueses possuem mais conhecimentos financeiros que as mulheres, sendo que a classe que
possui mais rendimentos é a classe com maior literacia financeira.
Também se concluiu que é no setor terciário que se encontram pessoas com maiores
conhecimentos financeiros face aos outros setores e que em Portugal, o grupo etário entre os 15 e
os 34 anos destaca-se nos resultados de literacia financeira quando comparado com
outras faixas etárias.
Relativamente ao mundo relacionado com o trabalho, é a população empregada e que trabalha
por conta de outrem que apresenta maior literacia financeira face à população desempregada e
aqueles que trabalham por conta própria, respetivamente.
Naturalmente, os portugueses que recorreram ao crédito possuem um maior conhecimento
financeiro face a quem não possui nenhum empréstimo e aqueles que
realizam poupanças também se encontram mais financeiramente informados.
Um nível baixo de literacia financeira é também, em geral, uma característica das pessoas que
revelam uma atitude negativa relativamente à importância que atribuem ao planeamento do
orçamento familiar. (Banco de Portugal, 2010).
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Figura 1 - Literacia Financeira (3 em 4 respostas certas) em Portugal por 5 segmentos
Fonte: ComparaJá.pt (2016)
Para concluir acerca do grau de literacia financeira da população portuguesa, o Banco de
Portugal realizou um inquérito que consistia em 94 questões de escolha múltipla incidindo sobre
cinco grandes áreas temáticas: inclusão financeira, planeamento de despesas e poupança, gestão
da conta bancária, escolha de produtos bancários e compreensão financeira.
No que diz respeito à inclusão financeira, em Portugal, cerca de 11% dos inquiridos não têm
conta bancária, dos quais 10% são trabalhadores por conta de outrem, mais de metade tem idades
entre 16 e 24 anos ou mais de 70 anos e 74% são população não ativa.
Relativamente ao planeamento de despesas e poupança, quando questionados sobre a
importância do planeamento das receitas e despesas, 51% dos entrevistados consideram esta tarefa
“muito importante” e 38% acham-na “importante”, existindo uma relação positiva entre
esta perceção e o nível de escolaridade. Contudo, 11% consideram esse planeamento “pouco
importante” ou “nada importante”.
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Dentro dos hábitos de gestão da conta bancaria, 35% dos portugueses entrevistados
afirmam que escolheram o banco em que têm conta devido a recomendações de familiares ou
amigos e 23% devido à proximidade de casa ou do local de trabalho. A remuneração da conta ou
os custos associados são razões apontadas por apenas 9% dos inquiridos.
3.1. Literacia Financeira portuguesa em relação à média europeia
Segundo Filipe Pontes (2015), Portugal encontra-se acima da média dos países europeus no que
respeita ao conhecimento dos conceitos de inflação e de diversificação de risco. Ou seja, 87% dos
portugueses mostram saber o que é a inflação (média de 79% nos países europeus) e 73%
compreendem que a diversificação da carteira de ações quando investem no mercado de capitais
contribui para a redução do risco (média de 63% nos países europeus). Portugal está em linha com
a média dos países europeus na identificação dos juros de um empréstimo (87% dos entrevistados
em Portugal respondem corretamente), no cálculo de juros simples (61%) e de juros compostos
(30%) e na identificação da relação entre remuneração e risco (82%).
Além disso, os resultados para Portugal estão acima da média dos países Europeus em 9 de 12
questões colocadas. Neste contexto, é de destacar que 72% dos entrevistados em Portugal referem
fazer um orçamento familiar (média de 63% nos países europeus); 82% analisaram algum tipo de
informação antes de contratarem um produto financeiro (média de 49% nos países europeus); e
79% afirmam controlar sistematicamente as suas finanças pessoais (média de 71% nos países
europeus). Com resultados ainda ligeiramente acima da média, aparecem: pagamento atempado
de contas (81% dos entrevistados em Portugal) e o facto de os inquiridos não indicarem a
necessidade de recurso ao crédito para fazerem face às despesas quotidianas (84%).
Apesar de a taxa de literacia de Portugal se encontrar numa posição bastante negativa quando
comparada com a taxa a nível global, este facto não é verificado quando se restringe o inquérito à
Europa.
De acordo com o relatório "Educação Financeira na Europa: Tendências de
Desenvolvimentos Recentes" tanto em termos de conhecimentos como em ações
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práticas, Portugal encontra-se acima da média dos países europeus no que respeita à literacia
financeira. Estes dados resultam de um inquérito constituído por 12 questões que pretendia aferir
os comportamentos financeiros (a forma efetiva de gerir as finanças e o orçamento familiar).
(Tiago Freire, 2016)
No entanto, um dos fatores que deve ser melhorado é a passividade na gestão da poupança, pois
apenas de 31% dos inquiridos resulta de um alocação ativa. Esta conclusão foi baseada no facto
de a maior parte dos portugueses ter grande quantidade de dinheiro disponível à ordem em vez de
estar aplicado em investimentos eventualmente rentáveis. (Económico, 2016)
De acordo com o relatório da OCDE, as estratégias que deveriam ser aplicadas para aumentar
a taxa de literacia financeira portuguesa são a implementação do Plano Nacional de Formação
Financeira, mais precisamente a definição de Princípios de Orientadores das iniciativas de
formação financeira a enquadrar no Plano, a dinamização do Portal Todos Contam, o lançamento
da plataforma de e-learning e a atuação conjunta com o Ministério da Educação para a introdução
de conteúdos de educação financeira nos currículos escolares.
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4. Literacia Financeira no Mundo
Considerando os diferentes mercados financeiros mundiais e os contextos económico-culturais
distintos, optou-se por analisar países que representem a diversidade que cada continente pode
apresentar, expondo assim diversos níveis de literacia.
Figura 2 - Diferentes variações de literacia financeira em todo o mundo (% de adultos financeiramente
letrados)
4.1. Literacia Financeira na Alemanha e Estados Unidos da América
Em 2015 foi realizado um inquérito a 150.000 adultos em 148 países nos Estados Unidos pela
Standard & Poor’s Ratings Services em parceria com o Gallup World Poll, o Banco Mundial e o
Centro de Excelência Global de Educação Financeira da Universidade George Washington.
As conclusões foram obtidas a partir dos resultados do questionário de forma a testar quatro
conceitos: diversificação de risco, inflação, juro e juro composto (em que os juros de um período
são adicionados ao capital e usados para calcular os juros do período seguinte). Eram consideradas
"financeiramente alfabetizadas" as pessoas que tivessem respondido de forma correta a pelo menos
três das cinco questões colocadas.
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Nos Estados Unidos da América, apenas 57% da população foi aprovada no teste, em
comparação com mais de 70% aprovados na Noruega, Dinamarca e Suécia. Apesar do uso
generalizado de produtos financeiros como cartões de crédito, hipotecas e dívidas de estudante,
nos EUA a taxa de literacia financeira foi relativamente baixa.
Os dados também revelaram um novo padrão: na maioria dos países desenvolvidos, incluindo
os EUA, os jovens têm menor pontuação de educação financeira do que as pessoas de meia-idade.
Assim, no ranking global de literacia financeira os americanos ocupam, surpreendentemente,
apenas a 14ª posição.
Já no caso da Alemanha, após a recuperação e reconstrução do país da segunda Grande Guerra,
esta potência tem vindo a ser um dos países economicamente mais poderosos. Quanto à literacia
financeira, avaliando os rankings, encontra-se sempre no topo das tabelas (oitavo lugar em 2015).
Do inquérito concluiu-se que 66% da população manifesta literacia financeira.
Tendo em conta diferentes variáveis, nomeadamente, género, educação, idade e a situação no
mercado de trabalho, pode perceber-se melhor a distribuição da literacia pela população.
Constatou-se uma escassez dos conhecimentos acerca de conceitos financeiros básicos entre as
mulheres, os menos letrados, assim como a população que habita na zona Este do país. Em
particular, aqueles com poucas habilitações literárias e baixos salários do Este apresentam menor
taxa de literacia financeira relativamente aos seus homólogos no Oeste. Curiosamente, não há
disparidade de resultados quanto ao género dentro da própria população do Este. No que concerne
à idade, destacam-se as pessoas de meia idade.
De referir ainda, dentro de mercado de trabalho, pessoas empregadas mostram ter mais literacia
financeira relativamente a estudantes, desempregados e reformados.
Em suma, a literacia financeira neste país está diretamente relacionada com o nível de educação
e habilitações académicas.
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Figura 3 – Literacia Financeira por idade (% de pessoas, por grupo de idade, que responderam
corretamente às questões do inquérito)
Fonte: Standard & Poor’s Ratings Services (2015)
4.2. Literacia Financeira na Austrália
Para a Australian Securities and Investments Commission (ASIC), ajudar a população
australiana a obter o conhecimento, a capacidade e a atitude necessários para tomar decisões
sólidas a nível financeiro é uma prioridade. Para esse objetivo, a ASIC lançou o Australian
Financial Attitudes and Behaviour Tracker, em 2014, que regista as atitudes e os comportamentos
financeiros da população adulta australiana, tendo também um carácter informativo e educativo,
ao promover a literacia financeira através de programas e iniciativas. Este estudo prolongou-se
desde 2014 a 2016.
Dos parâmetros avaliados nesta pesquisa, que inquiria a população com 18 ou mais anos de
idade, destacam-se: a tomada de atitudes financeiras e a boa gestão do dinheiro; o registo das
despesas diárias; a capacidade de planear decisões financeiras antecipadamente; a escolha do
produto final no mercado; a quantidade de informação que procuram e adquirem; e o controlo
financeiro, que inclui a capacidade de poupar e gerir as dívidas.
Este estudo, que foi obtendo cada vez melhores resultados ao longo das quatro fases em que foi
realizado, mostrou que a maioria da população australiana está devidamente educada e instruída
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para que consiga ter controlo sobre as suas finanças e consiga atingir um nível elevado de bem-
estar consigo e com os outros.
Em 2014, a McGraw Hill Financial (MHFI) elaborou o ranking S&P Ratings Services Global
Financial Literacy Survey com base em entrevistas realizadas em 144 países. Os valores para este
estudo resultam das respostas dadas pelos inquiridos adultos de cada país sobre quatro conceitos
financeiros básicos: aritmética, diversificação de risco, inflação e juros compostos. No ranking, a
Austrália apresentou-se no topo, tendo garantido a 9ª posição, com um índice de literacia financeira
de 64% dos habitantes.
Podemos concluir, pela análise dos estudos acima referidos, que a Austrália é um país que se
destaca a nível mundial no âmbito da instrução da sua população. Isto resulta, entre outras
vertentes, numa elevada capacidade da população adulta em tomar boas decisões a nível
financeiro.
4.3. Literacia Financeira em África
África possui desigualdades acentuadas dentro ou entre os seus países, quer em termos
económicos quer de desenvolvimento humano. Em média, muitos países africanos são
caraterizados pelas baixas percentagens de matrículas nos sistemas de educação, mercados de
trabalho altamente informais e elevados níveis de pobreza.
Algumas pesquisas da FinScope, uma iniciativa da FinmarkTrust para servir e impulsionar
negócios pequenos em países com menores rendimentos, têm sido implementadas em algumas
regiões africanas.
Estas pesquisas em países africanos indicam baixos níveis de acesso da população à literacia
financeira. Por exemplo, no Gana, considerado um dos países com maior nível de rendimento da
região, apenas 56% dos adultos usam algum tipo de produto financeiro.
A FinScope revela também que o conhecimento dos indivíduos sobre produtos e conceitos
financeiros básicos é reduzido, sendo que, por exemplo, muitas pessoas dos países africanos em
estudo nunca ouviram falar em contas poupança. Os resultados da FinScope estão ilustrados na
Tabela 1.
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Tabela 1 - Resultados da FinScope no acesso à literacia e produtos financeiros em África
Fonte: Ana Isabel Cardoso Alves (2014)
A FinScope também detetou diferenças entre o género em vários países de África relativamente
ao acesso a produtos financeiros, em que os homens têm mais acesso do que as mulheres, o que
poderia ser indicador de disparidades financeiras. Outro aspeto, relativo a outros estudos, diz
respeito ao facto de os jovens entre 20 e 24 anos no Gana e no Quénia terem maior acesso a
informação do que os mais novos (15-19 anos). (Ana Isabel Cardoso Alves, 2014).
País
Uso total
de
produtos
financeiros
Atual
poupança
de
dinheiro
Percentagem
de
ignorância
do conceito
"conta
poupança"
Percentagem
de ignorância
do conceito
"seguro
financeiro"
Percentagem de
ignorância do
conceito
"empréstimo"
África do
Sul 77% 37% -- -- --
Suazilândia 63% 66% -- -- --
Lesoto 81% 51% -- -- --
Moçambique 22% 20% 82% 88% 22%
Botsuana 67% -- -- -- --
Zâmbia 37% 46% -- -- --
Namíbia 48% 45% -- -- --
Maláui 45% 74% 54% -- 48%
Quénia 67% 52% 9% 48% --
Uganda 70% 67% -- -- --
Ruanda 47% 54% -- -- --
Tanzânia 46% -- 27% 25% 9%
Gana 56% 64% -- -- --
Nigéria 47% 67% 42% 48% 22%
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A percentagem de população africana a ter acesso a produtos financeiros formais é muito baixa
em bastantes países, existindo elevadas proporções de indivíduos a usar apenas produtos e serviços
informais, ou a ser excluídos dos setores financeiros.
Uma baixa literacia financeira nos países africanos é uma barreira para a sua maior inclusão
financeira no mundo.
4.4. Literacia Financeira na China
De acordo com a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico dos EUA, os
estudantes de Xangai de 15 anos obtiveram a melhor classificação num teste acerca de literacia
financeira com uma diferença, em média, de 103 pontos em relação à média de pontuação dos
outros países, que foi implementado em 2012 em 18 países diferentes.
O teste, que teve duração de 60 minutos, pretendeu avaliar as capacidades dos estudantes em
resolver problemas financeiros e, de seguida, que decisões tomavam para resolver esses mesmos
problemas.
Os resultados mostraram que os estudantes de Xangai que definem uma quantia exata de
dinheiro para economizar regularmente ou que têm, numa determinada altura, dinheiro para poupar
e o fazem, obtiveram melhores resultados no teste do que aqueles que apenas guardam determinada
quantia quando precisam de comprar algo. Isto significa que os primeiros hábitos apresentados
estão associados a um nível de literacia financeira elevado quando comparados aos outros.
(OCDE)
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Figura 4 - Análise dos resultados dos estudantes de Xangai
Fonte: OCDE (2012)
Os resultados obtidos pelos estudantes de Xangai não são surpresa, pois de acordo com a
opinião de Lusardi ao China Daily, EUA, o conhecimento financeiro está associado ao
conhecimento matemático. Este conhecimento atinge parâmetros muito elevados nos estudantes
de Xangai, o que justifica as suas capacidades de decisão financeira, contribuindo para uma
elevada literacia financeira.
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5. Recomendações
5.1. Importância da literacia financeira
A literacia financeira ganhou especial destaque após a crise financeira global que teve início
em 2007/2008 e, foi perante este cenário, que, em 2009, Howard Frank afirmou "As ações dos
indivíduos têm repercussões a nível individual, mas também no futuro da economia.". Assim, para
impedir que haja uma nova crise global e para que as atitudes inconscientes individuais afetem
toda a economia de um país é necessário promover a educação financeira, de modo a aumentar a
literacia financeira dos cidadãos, o que implica não só o melhor bem-estar financeiro desses
mesmos cidadãos como também uma melhor gestão dos bens gerais económicos.
Assim, para tornar conceitos financeiros como gastos, investimentos, poupança, orçamentos e
uso apropriado de crédito, algo menos abstrato para a maioria da população, ou seja, para contrariar
a falta de literacia financeira na generalidade dos indivíduos, entidades nacionais e internacionais,
como por exemplo, DECO e a OCDE, criaram vários programas na temática da educação
financeira., nomeadamente o "OECD Project on Financial Education".
Na sequência deste projeto foram também criadas as redes INFE para, de uma forma mais
prática e eficaz, se divulgar e promover princípios e boas práticas de formação financeira e também
para recolher informações e dados estatísticos que permitem a elaboração de relatórios
comparativos, investigações e instrumentos de política de incremento dos níveis de literacia
financeira e, ainda, a IGFE que se destina à troca de qualquer tipo de informação, desde recursos
e notícias a recursos e programas relacionados com a literacia financeira.
5.2. A nível nacional
Numa tentativa de atingir todos os cidadãos, sem exceção, a DECO para além de publicar
revistas financeiras com uma linguagem simples e acessível criou também, em 2010, uma
campanha conhecida por "Gerir€Poupar – Faça contas à vida" que vigorou até janeiro de 2012 e
que visou melhorar a literacia financeira não só dos adultos, mas também das crianças.
Para avaliar os níveis de literacia financeira em Portugal e para, consequentemente, ser possível
tomar decisões fundamentadas nesses mesmos níveis, o Banco de Portugal elaborou um inquérito
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direcionado à população portuguesa com idade superior a 16 anos. Foi durante este inquérito que
foi criado o Plano Nacional de Formação Financeira que, tal como as iniciativas da OCDE, tem
como finalidade melhorar o conhecimento financeiro da população. Para se conseguir atingir uns
resultados mais eficazes, a população foi segmentada e, para cada um desses segmentos, foi
elaborada uma linha de atuação mais precisa e direcionada. (BP, 2011)
5.3. Medidas tomadas ao nível do ensino
Cada vez mais, os países da União Europeia esforçam-se para implementarem medidas para
aumentar a taxa de literacia financeira da população. Portugal, não sendo exceção, aplica essas
mesmas medidas principalmente na educação.
Assim sendo, o Referencial de Educação Financeira para a Educação Pré-Escolar, o Ensino
Básico, o Ensino Secundário e a Educação e Formação de Adultos corresponde a um documento
que tem como objetivo implementar, num contexto educativo e formativo, a educação financeira.
O REF foi elaborado pelo Ministério da Educação em parceria com o Conselho Nacional de
Supervisores Financeiros, constituído pelo Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores
Mobiliários e Instituto de Seguros de Portugal.
Posteriormente, foi elaborado pelo CNSF e a partir do REF, o Plano Nacional de Formação
Financeira, cujos principais objetivos são, evidentemente, o combate à iliteracia financeira, ou
seja, pretende melhorar conhecimentos e atitudes financeiras, apoiar a inclusão financeira,
desenvolver hábitos de poupança, promover o recurso responsável ao crédito e criar hábitos de
precaução, sensibilizando para situações de risco que podem afetar o rendimento.
Todas as metas que o PNFF pretende alcançar são ajustadas de acordo com o nível de ensino,
pois apesar de o conteúdo e os temas serem transversais a todos os níveis educativos, tais como:
Planeamento e Gestão do Orçamento, Sistema e Produtos Financeiros Básicos, Poupança, Crédito,
Ética, Direitos e Deveres; estes são divididos em subtemas para que se adequem à faixa etária dos
estudantes, para que haja uma melhor compreensão deste tema tão complexo pelos mesmos. Desde
modo, para os estudantes mais jovens o PNFF foca-se mais na distinção entre “necessitar” e
“querer” (apesar de se fazer referência desta diferença em todos os ciclos de ensino) e os estudantes
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mais avançados abordam a necessidade de compreensão de formas de aplicação e remuneração da
poupança. (Paulo Alcarva, 2016)
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6. Conclusão
Tendo em conta o objetivo de estudar a literacia financeira de modo global, com maior
destaque para o caso português, estabeleceu-se uma comparação entre os diversos países e
procurou-se justificar as possíveis assimetrias.
Assim conclui-se que, relativamente à população portuguesa, esta apresenta maiores
conhecimentos no que diz respeito ao entendimento sobre a responsabilidade decorrente de um
empréstimo contraído em conjunto com outra pessoa e à compreensão de um extrato bancário,
tendo os entrevistados demonstrado entender o impacto da inflação sobre a evolução temporal do
valor de um depósito a prazo. apresenta maiores conhecimentos no que diz respeito ao
entendimento sobre a responsabilidade decorrente de um empréstimo contraído em conjunto com
outra pessoa e à compreensão de um extrato bancário, tendo os entrevistados demonstrado
entender o impacto da inflação sobre a evolução temporal do valor de um depósito a prazo.
Porém, relativamente ao conhecimento sobre a taxa de juros aplicada aos empréstimos, os
resultados são mais preocupantes, visto que os clientes preferem saber as informações através de
prospetos e escolhem o seu banco por questões de localização ou recomendação de amigos e não
tendo em conta a sua situação económica específica.
A elevada percentagem de respostas incorretas em inquéritos à literacia financeira demonstra a
tendência para os inquiridos sobreavaliarem os seus conhecimentos financeiros e não admitirem a
sua ignorância.
Relativamente a um contexto mundial, o grau de inclusão financeira em Portugal é equivalente
ao de outros países desenvolvidos, onde também inquéritos foram realizados (EUA, Reino Unido,
etc.).
Assim, tal como acontece nos outros países abordados, os piores resultados de literacia
financeira em Portugal concentram-se na população com menores rendimentos e menor grau de
escolaridade, onde predominam as mulheres. Os desempregados e as populações mais jovens em
Portugal apresentam também um nível baixo de conhecimento financeiro, ao contrário do que
ocorre em regiões mais desenvolvidas como por exemplo Xangai, na China.
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Os indivíduos que indicam não possuir conta bancária − que se encontram, por isso, excluídos
do sistema bancário − apresentam também reduzidos níveis de literacia financeira.
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