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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Navegação Autónoma Desafios Sociais e Legais Projeto FEUP 2016/2017 Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação: Grupo 3 Supervisor: Jorge Barbosa Monitor: Pedro Barbosa Autores: André Esteves [email protected] Lucas Stein [email protected] Catarina Figueiredo [email protected] Rita Silva [email protected] João Bernardo Sousa [email protected]

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Navegação Autónoma

Desafios Sociais e Legais

Projeto FEUP 2016/2017

Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação:

Grupo 3

Supervisor: Jorge Barbosa Monitor: Pedro Barbosa

Autores:

André Esteves [email protected] Lucas Stein [email protected]

Catarina Figueiredo [email protected] Rita Silva [email protected]

João Bernardo Sousa [email protected]

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“Navegação Autónoma” - Desafios Sociais e Legais

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Resumo

Este relatório - produzido no âmbito da Unidade Curricular Projeto FEUP –

visa abordar a temática da navegação autónoma relacionada com o seu impacto a

nível social e legal. Pretende explorar o conceito do tema - introduzindo-o do ponto

de vista técnico; levantar questões éticas, discuti-las e referir dificuldades que estas

tecnologias poderão ter do ponto de vista legal.

Este relatório tem como objetivo, não só aprofundar um pouco mais sobre o

tema em questão, como também abordá-lo de todas as perspetivas possíveis, de

forma a expandir o conhecimento anormal, no que toca às questões éticas e sociais,

que normalmente são desconhecidas por parte do cidadão comum.

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Palavras-Chave

Navegação autónoma

Veículos autónomos

Tecnologia

Acidentes

Navegação aérea

Navegação aquática

Navegação rodoviária

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Lista de Figuras

Figura 1 - Exemplo de um carro autónomo, Volvo S60 “Drive Me” .(fonte: Ortiz,

Mario. 2014)

Figura 2 - Fotografia do avião Boeing 777 (Flight 214) da Asiana Airlines depois da

queda ( Fonte : Novarro. 2013).

Figura 3 - Navio cruzeiro da Norwegian Sky(Fonte : Blackfist. 2016)

Figura 4 - Tesla modelo S ( Fonte: Intel Free Press. 2012).

Figura 5 - Esquema do acidente com o carro tesla modelo S ocorrido na Flórida em

Maio deste ano. ( Adaptado de Heisler 2016)

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Índice Resumo……………………………………………………………………………………………….2

Palavras-chave………………………………………………………………………………………3

Lista de Figuras .................................................................................................................. 4

Índice ................................................................................................................................... 5

Introdução ........................................................................................................................... 6

Cronologia dos Avanços Científicos ............................................................................. 7

Futuro da Navegação Autónoma .................................................................................... 9

Diversidade na navegação autónoma .......................................................................... 11

Navegação Terrestre.................................................................................................. 11

Navegação Marítima e Subaquática ......................................................................... 12

Navegação Aérea ....................................................................................................... 12

Aspeto Técnico e Informático .......................................................................................... 13

Veículos Autónomos ........................................................................................................ 15

Exemplos de Acidentes ............................................................................................. 16

Vantagens e desvantagens ........................................................................................... 22

Questões Sociais, Legais e Éticas …………………………………………………………….23

Conclusão ......................................................................................................................... 25

Lista de referências bibliográficas .................................................................................. 25

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Introdução

A navegação autónoma é um tema pertinente e está cada vez mais presente

na vida das pessoas. É importante ressalvar que este tema não se resume apenas

aos tão falados automóveis autónomos – como o self-driving car da Google – mas

também é pertinente nos mais variados meios de transporte – tais como aviões,

barcos, veículos sobre carris e até cadeiras de rodas.

Este tipo de navegação consiste em meios de deslocamento inteligentes que

permitem aos utilizadores e mercadorias movimentarem-se sem qualquer

intervenção humana.

Até há bem pouco tempo este tipo tecnologias pertencia apenas ao

imaginário das obras de ficção científica, mas nos últimos anos tem vindo a tornar-

se cada vez mais real e presente na vida de todos. Sendo uma temática tão recente

para a maioria da população, é normal que do ponto de vista social e legal se gerem

dúvidas e receios.

É importante perceber quais são os benefícios e quais são os pontos menos

favoráveis relativos a este tema, assim como de que forma a navegação autónoma

poderá alterar hábitos e rotinas e enfim, a vida de todas as pessoas uma vez que a

mobilidade a necessidade de deslocamento são pontos centrais na nossa

sociedade.

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Cronologia dos Avanços Científicos

Até há bem pouco tempo, a navegação autónoma existia apenas na

imaginação. Lendas de tapetes “mágicos” que voavam sozinhos eram comuns. Um

dos primeiros projetos de um veículo autónomo foi desenhado por Leonardo Da

Vinci por volta do ano 1978. Era um carrinho que através de molas e engrenagens

de relógio era capaz de conduzir o veículo por um percurso predeterminado.

É provável que o primeiro meio de transporte a utilizar um sistema semi-

autónomo tenha sido o barco, através de um sistema de cordas chamado “auto-

leme” que permite manter a rota compensando os desvios que o vento causa.

A nível do transporte aéreo, apenas uma década após a invenção do avião

foi desenvolvido o sistema de piloto automático. Wiley Post foi a primeira pessoa a

voar sozinha à volta do mundo e este feito não teria sido possível sem o piloto

automático que o permitia, através de um giroscópio automático, voar e navegar

simultaneamente. Durante a segunda guerra mundial foram utilizados sistemas

parecidos para manter foguetes e mísseis alemães na rota de Londres e de

Antuérpia, por exemplo.

Na área do transporte terrestre, hoje em dia quando se aborda o tema dos veículos

autónomos pensa-se primeiro no próprio veículo e só depois nas estradas. É normal

que se pense assim, é teoricamente mais fácil e mais barato adaptar os veículos

novos a milhões de estradas já construídas do que o contrário. Mas na era do pré-

computador - anos 20, 30 e 40 - não se pensava assim.

A americana General Motors chegou a apresentar um protótipo de

autoestrada inteligente que aplicava sistemas de controlo usados dos caminhos de

ferro em automóveis - por exemplo, controlo de velocidade e controlo de colisão

automáticos.

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Segundo este protótipo, os veículos também não precisariam de intervenção

humana, pois ao entrar na autoestrada, conectar-se-iam magneticamente ou através

de carris à própria estrada, o que permitia o veículo seguir o caminho

automaticamente.

Este tipo de sistemas tinham o mesmo objetivo que os veículos autónomos

têm atualmente. Aumentar o sentimento de segurança, reduzir o tempo dos

deslocamentos melhorando o fluxo do tráfego e reduzindo congestões e reduzir a

sinistralidade.(Weber 2014)

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Futuro da Navegação Autónoma

A empresa NuTonomy prevê ter, já em 2018, táxis equipados com navegação

autónoma.

Os táxis irão estar abertos ao público, em Singapura, e a empresa pretende

estender este tipo de serviço para mais 10 cidades à volta do mundo em 2020. A

empresa recentemente entrou em fase de testes no distrito nortenho de Singapura.

Delphi e MobilEye pensam conseguir proporcionar ao público, de forma

simples, fácil e eficaz, serviços com viaturas autónomas no arranque de 2019.

Ambas as empresas declararam que vão trazer ao mercado público um

sistema completo de navegação autónoma (SAE level 4), facultado para ser usado

numa grande variedade de automóveis em 2019.

O diretor-executivo da Ford anuncia disponibilização de carros integralmente

autonomizados para serviços de mobilização em 2021.

O CEO da Ford, Mark Fields, afirma que a empresa pretende ter ao dispor do

público, veículos totalmente equipados com navegação autónoma já em 2021. Estas

viaturas não vão ter qualquer tipo de volante e pedais, e terão como objetivo

fornecer serviços de mobilização. Contudo, a Fields afirma que ainda vai demorar

algum tempo até que seja possível ao cidadão comum a compra deste tipo de carro.

Volkswagen prevê que carros autónomos sejam providenciados no mercado

em 2019.

Johann Jungwirth, diretor da Digitalization Strategy da Volkswagen, conta

com que primeiros veículos autónomos estejam disponibilizados para compra em

2019. Contudo não afirmou que seriam disponibilizados por parte da sua empresa.

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A General Motor’s inferiu que carros autónomos possam ser implantados

antes de 2020.

O dirigente do departamento de previsões e tendências da General Motor’s,

Richard Holman, disse recentemente numa conferência em Detroit que os principais

responsáveis pelo desenvolvimento desta tecnologia têm toda a certeza de que este

tipo de automóvel vai ser frequentemente visto por diversas estradas à volta do

mundo ainda antes de 2020.

BMW vai lançar o “iNext” em 2021.

Na reunião anual de acionistas da BMW, o CEO da empresa afirmou que em

2021 vai ser lançado o primeiro carro elétrico autónomo, denominado por BMW

iNext.

Em suma, uma grande variedade de empresas relacionadas com o mercado

de automóveis inferiram publicamente que grande parte dos veículos equipados

com navegação autónoma vão ser disponibilizados ao público entre 2018 e 2021.

Empresas como a Ford, NuTonomy, Delphi, MobilEye e BMW afirmaram até que os

projetos já estavam a ser desenvolvidos e que iriam ser lançados nos próximos

anos. A BMW, por exemplo, anunciou o lançamento do automóvel autónomo BMW

iNext para 2021.( Forecasts)

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Diversidade na navegação autónoma

Geralmente, quando se refere o tema da navegação autónoma, pensa-se

exclusivamente em automóveis. Pelo contrário, este tipo de navegação é utilizado

em muitos mais tipos de meios de transporte. Diversos exemplos serão

apresentados seguidamente.

Navegação Terrestre

Como já foi referido, este é o tipo de navegação que atualmente concentra

em si o maior foco mediático. É um tema extremamente pertinente uma vez que a

sua evolução e a sua gradual adoção ditarão de que forma as cidades e a

mobilidade da sociedade se vai transformar. É importante referir que o automóvel é

o meio de transporte mais utilizado para deslocações diárias e que qualquer

mudança terá um grande impacto na vida de grande parte da população mundial.

Para além do transporte de pessoas através do automóvel, a navegação

autónoma terrestre está presente na logística - através de, por exemplo, camiões

autónomos - e na área militar e de segurança. Vários exércitos e polícias utilizam

dispositivos autónomos que permitem efectuar tarefas em locais demasiado

perigosos para o acesso aos humanos. Tarefas como a neutralização de bombas ou

a intervenção em cenários de guerra.

Por fim, este tipo de veículos também pode ser utilizado para proveito da

investigação científica, mais uma vez acedendo a locais de difícil penetração

humana - grutas e até a lua, por exemplo.

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Navegação Marítima e Subaquática

A navegação autónoma é utilizada há décadas em meios marítimos e

subaquáticos, principalmente ao serviço de ciências como a biologia e a

oceanografia. Ajuda, por exemplo, ao estudo das ainda tão desconhecidas

profundezas do oceano.

Estas tecnologias são também utilizadas ao serviço das indústrias

petrolíferas, que se servem delas para mapear o fundo do oceano com o objetivo de

detetar os melhores locais para a construção de infra estruturas subaquáticas com

o mínimo prejuízo para o ambiente.

Navegação Aérea

Também em veículos aéreos a navegação autónoma está presente. Há

muitos anos que é utilizada em aviões - quer de transporte de passageiros, quer de

mercadorias - tecnologias semi-autónomas - o chamado “Piloto Automático”. Neste

caso, diz-se que se trata de uma tecnologia semi-autónoma uma vez que o piloto

humano continua a ter a tarefa de definir a velocidade, altura e direção do veículo

manualmente, e ao Piloto Automático cabe apenas a função de manter constantes

esses parâmetros através do controlo - este sim, autónomo - das asas e motores.

Também se utilizam estas tecnologias militarmente, através dos chamados

“Veículos Aéreos Não Tripulados” ou popularmente conhecidos como “Drones”. É

importante clarificar que nem todos os Drones são veículos autónomos, uma vez

que muitos deles apesar de não possuírem tripulação, continua a ser controlados

por humanos remotamente.

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Aspeto Técnico e Informático

Segundo Sridhar Lakshmanan (professor de engenharia na universidade de

Michigan-Dearborn, e especialista em veículos autónomos) existem três bases

fundamentais para o bom funcionamento de qualquer automóvel equipado com

navegação autónoma.

A primeira é um bom sistema de GPS, como aqueles que já existem no carro

comum de hoje em dia. A orientação dum veículo autónomo é, obviamente, uma

parte vital para esta abrangente tecnologia. Este sistema tem como objetivo decidir

o melhor caminho que o carro deve percorrer. Desta forma, conceitua todas as ruas

possíveis e escolhe o melhor trajeto através da consideração de fatores como

trânsito, possíveis acidentes, entre outros. Assim calcula a forma mais eficaz de

chegar ao destino.

“Human beings are not equipped to process tremendous amounts of prior data

like maps” diz Lakshmanan.

O segundo pilar de um automóvel autónomo é um sistema que permita ao

carro adaptar-se às condições dinâmicas das estradas. Só o sistema de GPS não é

suficiente para construir um carro autónomo. O carro precisa de saber reagir à

realidade dinâmica de situações que acontecem nas estradas, como por exemplo

desvios, trânsito e outros obstáculos. Este tipo de inteligência seria formado a partir

de radares e câmeras que detetassem todas estas variáveis que o rodeavam.

“If you think of the map as having a static view of the world, the sensor system

is providing a dynamic fill-in to that map” diz o entrevistado,

“These two, together, provide what is called a ‘world model’ for that

autonomous vehicle”.

O veículo toma partido de sensores como câmeras, para ver o que o rodeia,

de radares, para detetar tudo o que estiver a menos de 100 metros dele, não sendo

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afetado por questões climatéricas, ao contrário do que acontece com as câmeras, e

por fim de lasers, que varrem continuamente o mundo ao seu redor e fornecem ao

veículo uma visão omnidirecional contínua e tridimensional de seus arredores.

“These sensors are providing you with raw information of the world. You need

very sophisticated algorithms to process all that information, just like a human

would” diz Lakshmanan.

Por fim, a terceira base é um sistema que processe a informação recolhida

pelos outros dois sistemas e que passe à acção, ou seja, um sistema que faz o

automóvel acelerar, desacelerar, travar, virar...

Normalmente isto é conseguido através do CAN, que significa “controller area

network”. Esta rede eletrónica já existe nos carros à décadas, o que significa que,

mecanicamente, os carros do futuro não são muito diferentes dos carros do

presente. ( Pullen , 2015)

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Veículos Autónomos

Os veículos autónomos, também conhecidos como veículos sem condutor,

têm a capacidade de conduzir sozinhos, de transportar pessoas ou outros bens sem

a utilização de um condutor humano, de decidir as melhores opções de ação a

executar de forma a garantir a máxima segurança possível aos passageiros do

veículo em questão. Até aos dias de hoje ainda não existem veículos totalmente

equipados e programados para serem usados. Atualmente, a maioria dos veículos

possuem recursos tecnológicos como travões ABS (Anti-lock Braking System),

comunicação inter-veicular - troca de mensagens entre veículos que facilitam a sua

coordenação - que já automatizam processos específicos do veículo, mas a decisão

final ainda continua a ser do condutor. Em suma, os veículos autónomos têm como

objetivo substituir o condutor humano por um sistema computacional que não

necessite de intervenção em nenhuma das decisões que o veículo tome. Em redor

do mundo têm sido desenvolvidas diversas técnicas para atingir estes objetivos. ¹

Figura 1 - Exemplo de um carro autónomo, Volvo S60 “Drive Me” .(fonte: Ortiz, Mario. 2014)

1 . "Veículo Autônomo", Wikipédia, A enciclopédia livre, última modificação 4 de Outubro de 2016, acedido em 18 Outubro.

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Exemplos de Acidentes

Acidentes Aéreos

Asiana Airlines

A 6 de julho de 2013, o avião Boeing 777 da Asiana Airlines (Flight 214)

preparava-se para aterrar em San Francisco quando, a alguns quilômetros do

aeroporto, o piloto escolheu uma configuração errado do piloto automático fazendo

com que o avião abrandasse . A tripulação não se apercebeu de que o avião

circulava a uma velocidade bastante reduzida e que se encontrava a descer muito

rapidamente. O avião, que transportava 291 passageiros acabou por cair e partir

uma das asas provocando 3 mortos e 49 feridos em estado grave. Os

investigadores do acidente culparam a tripulação por excesso de confiança nos

sistemas semi-autónomos - o “piloto automático”. Este acidente é um exemplo que

revela os perigos da utilização de sistemas semi-autónomos sem a devida atenção.

É importante ressalvar que a origem deste acidente partiu uma vez mais do fator

humano.(McFarland 2016)

Figura 2 - Fotografia do avião Boeing 777 (Flight 214) da Asiana Airlines depois da queda ( Fonte : Novarro.

2013).

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Acidentes Marítimos

Acidente num barco de cruzeiro

Dezasseis passageiros de um cruzeiro ficaram feridos quando uma manobra

repentina do navio o fez perder o equilíbrio.

A Norwegian Sky com sede em Seattle estava a entrar no Estreito de Juan de

Fuca, que separa a Península Olímpica de Washington de Vancouver Island, no

Canadá, quando foi abalado pelo choque violento. Em seguida, ele começou a

inclinar-se bruscamente para um lado - fazendo com que os passageiros temessem

o naufrágio.

Este navio tinha acabado de terminar um cruzeiro através da Glacier Bay, no

Alasca, mas este acidente deixou um rastro de destruição por todo o navio.

Figura 3 - Navio cruzeiro da Norwegian Sky(Fonte : Blackfist. 2016)

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O capitão do navio disse à Guarda Costeira do Canadá que ele fez uma

rápida alteração de percurso na boca do estreito, no entanto, alguns passageiros

dizem que ele anunciou que o navio com problemas técnicos.

Houve várias lesões físicas nos passageiros, mas muitos outros ficaram

abalados e à procura de respostas.

A Norwegian Cruise Lines disse em comunicado, que o piloto automático

estava desativado enquanto o navio estava a caminho de Victoria, fazendo com que

os lemes balançassem, e forçando o navio a desviar-se momentaneamente.

A empresa diz que o navio vai ser operado manualmente até que a

investigação seja concluída.

A Associated Press informou que o navio, poderia retomar as operações

desde que o seu piloto automático não fosse usado, e assim aconteceu, sendo

operado manualmente o navio tem estado a operar em Seattle tendo partido para

outro cruzeiro no Alasca (ABC NEWS).

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Acidentes Rodoviários

Acidente com Tesla modelo S USA

Figura 4 - Tesla modelo S ( Fonte: Intel Free Press. 2012).

Um veículo Tesla Modelo S com o sistema de piloto automático ativado

esteve envolvido num acidente fatal, do qual resultou a morte do condutor. Este

acidente ocorreu em Maio deste ano na Flórida, quando, num cruzamento, um trator

com reboque se atravessou na frente do veículo em questão. Nesta situação, nem o

condutor, nem o sistema de piloto automático evitaram o acidente acionando o

sistema de travagem. O primeiro talvez por distração ou desatenção e o segundo,

devido às condições de iluminação, uma vez que o software do veículo falhou o

reconhecimento do obstáculo ao não ter conseguido distinguir entre a cor branca do

atrelado e um céu particularmente brilhante no momento do acidente.

De acordo com o CEO da Tesla, Elon Musk, o radar do veículo descarta

algumas situações que podem ser dúbias, de forma a evitar travagens

desnecessárias.

Nesta situação em particular, por causa da altura do reboque, bem como o

seu posicionamento na estrada, o veículo passou sob o trailer tendo o primeiro

impacto ocorrido entre o pára-brisas e o reboque.

A Tesla refere que, se o veículo tivesse embatido na parte frontal ou traseira

do reboque, mesmo com alta velocidade, os sistemas de segurança do carro teriam

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sido ativados, evitando o resultado fatal, tal como tivera acontecido noutros

incidentes semelhantes."

A Tesla afirma que o "o desempenho do Piloto Automático tem vindo a

melhorar ao longo do tempo, mas não é perfeito e ainda exige que o motorista se

mantenha atento."

Tesla refere ainda que este sistema de Autopilot já foi usado em mais de 130

milhões de milhas, observando que, em média, um acidente ocorre a cada 94

milhões de milhas nos EUA e em cada 60 milhões de milhas em todo o mundo.

(Jordan 2016)

Figura 5 - Esquema do acidente com o carro tesla modelo S ocorrido na Flórida em Maio deste ano ( Adaptado de Heisler 2016)

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Acidente com Tesla S China

Ao contrário do que se pensava o primeiro acidente fatal com o tesla model s

ocorreu na china em janeiro deste ano e não no mês de maio nos estados unidos da

américa .

Este acidente esteve em investigação até à primeira metade deste ano e no

mês de julho a família da vítima processou a tesla, estas informações apenas

chegaram à media chinesa no mês de setembro. O vídeo do acidente foi gravado

pela câmera do automóvel em questão, este acidente causou a morte do condutor,

um jovem de 23 anos. O acidente deu-se quando o veículo não detetou a presença

de um “streetsweeper truck” na beira da estrada indo contra ele.

A polícia não detetou qualquer sinal de travagem do automóvel antes do

embate, para além disso o veículo estava com o modo piloto automático ativo no

momento do acidente. O vídeo do acidente mostra que o veículo não reduziu a sua

velocidade antes de embate , deste modo confirmando o que foi dito anteriormente.

(Lambert 2016)

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Vantagens e desvantagens

Associado ao desenvolvimento dos veículos autónomos foram encontradas

várias vantagens, entre as quais:

➢ A diminuição de acidentes causados por fatores humanos;

➢ A possibilidade de pessoas com deficiência (motoras ou visuais) poderem

usufruir do automóvel sem auxílio de terceiros;

➢ Acréscimo de produtividade dado que o condutor pode realizar outras tarefas

durante a viagem.

➢ Maior durabilidade dos componentes dos veículos (motor, caixa de

velocidades , suspensão , entre outros) devido à utilização adequada dos

mesmos .

➢ Aumento da capacidade de tráfego das vias de trânsito com a redução das

distâncias entre os veículos, em função de menor tempo de reação dos

mesmos. ¹

Por outro lado, existem também algumas desvantagens ou riscos que serão

seguidamente enunciados:

➢ Severo aumento da taxa de desemprego. Com a chegada dos carros

autónomos milhares de pessoas ficariam desempregadas por todo o mundo

incluindo taxista, condutores de autocarros entre outros.

➢ Tecnologia ainda não se encontra suficientemente desenvolvida e validada

por forma a que os utilizadores tenham confiança na sua utilização, um

pequeno erro de programação pode levar a acidentes piores do que aqueles

causados por fatores humanos.

➢ Elevado valor de compra que a maior parte da população não tem

possibilidade de suportar.

➢ Parte da população gosta de conduzir , logo não vão aderir ao conceito de

veículos autónomos utilizando carros não autónomos.

➢ Em caso de acidente existe sempre a dúvida de quem é o culpado, se o

condutor ou o fabricante do automóvel.(Goodman 2015)

1. "Veículo Autônomo", Wikipédia, A enciclopédia livre, última modificação 4 de Outubro de 2016, acedido em 18 Outubro.

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Questões Sociais, Legais e Éticas

Uma vez que o tema da navegação autónoma é um tema apenas

recentemente introduzido à maioria da população, é normal que se levantem várias

questões de difícil resolução e que não cabe à tecnologia dar resposta, mas sim a

áreas como a filosofia e a sociologia.

Apesar de na maioria dos aviões se utilizarem este tipo de tecnologias

(conhecidas como “piloto automático” há várias décadas, só nos últimos anos é que

estas vêm sendo aplicados nos automóveis. Na maioria dos países ainda não existe

sequer legislação que permita que veículos circulem nas suas estradas sem

condutor apesar de nos últimos anos se terem feito esforços em sentido contrário.

“O direito internacional proíbia este tipo de veículos através da Convenção de Viena,

que estipulava que a condução de um automóvel teria de ser feita por um condutor

“com as duas mãos no volante” e que teria de “manter o controlo do veículo em

todas as circunstâncias””( Mota, 2016).

Um dos impedimentos para que esta legislação seja criada de forma mais

rápida são os dilemas éticos que os legisladores enfrentam. Por exemplo, numa

situação de acidente iminente deve o veículo proteger em primeiro lugar os seus

passageiros, ou optar por causar o mínimo de danos possível, mesmo que estes

sejam causados nos seus ocupantes?

Imaginemos, se ao entrar num túnel, três crianças correrem para a estrada e

correrem o risco de ser atropeladas, o que deve fazer o veículo? Manter a rota e

atropelar as crianças, ou desviar-se e bater contra o túnel correndo o risco de ferir

ou matar os seus ocupantes?

Esta questão levanta várias preocupações. Deve o veículo ser programado

para salvar o máximo número de vidas independentemente de serem ocupantes do

veículo ou não - que em filosofia seria seguir o ponto de vista utilitarista - ou deve

proteger os seus ocupantes a todo o custo? E quem deve tomar esta decisão? O

governo, o fabricante do veículo, ou o passageiro?

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Este tipo de questões pode não ter apenas uma resposta correta, mas têm de

ser de algum modo resolvidas. “A título de exemplo, a fabricante Mercedes anunciou

que de forma a responder a este problema, os seus automóveis irão em primeiro

lugar evitar a todo o custo situação deste tipo, e em segundo lugar optar sempre

pela saúde dos seus ocupantes, uma vez que todos os intervenientes exteriores ao

veículo estão influenciados por outras variáveis que não podem ser controladas por

este”(Taylor, 2016).

Apesar de todas as dúvidas que a evolução tecnológica vai levantando, é importante

referir que mesmo não sendo perfeita, a navegação autónoma permite retirar da

equação os acidentes que são causados pelo fator humano.

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Conclusão

No desenvolvimento deste projeto, fomos chegando a diversas conclusões relativas

às grandes questões que a navegação autónoma apresenta.

Não é fácil obter respostas claras e matemáticas, quer a nível social quer a nível

ético, uma vez que ao tratarmos destes assuntos estamos à lidar com diversas

variáveis que são incontroláveis ou porque nem a filosofia deu respostas a algumas

destas questões. Existem inúmeras vantagens das quais a humanidade pode

usufruir.

Apesar de todos estes desafios, é inegável que os veículos autónomos são o futuro

- ou mesmo o presente - do nosso mundo. E por isto, é necessária a discussão

destes temas.

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