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Deputados exigem mais transparência na Fundação Macau PÁG 4 Caso de burla “transformou” dinheiro e ouro em arroz, fruta e sal PÁG 6 “Kaifong” querem medidas para travar inflação e melhorar qualidade de vida PÁG 7 “C-Shop” da Praia Grande vai comercializar produtos culturais e criativos CENTRAIS DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3886 | TERçA-FEIRA, 25 DE OUTUBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS Agência Fitch avisa bancos de Hong Kong A agência de notação financeira Fitch alertou os bancos de Hong Kong para a possibilidade de enfrentarem riscos crescentes devido à cada vez maior exposição de crédito à China. Os bancos de Hong Kong poderão enfrentar um corte de rating uma vez que o aumento dos seus empréstimos à China torna a sua carteira de crédito mais arriscada. As instituições bancárias passaram a realizar mais crédito desde que a cidade se tornou o centro de negócios offshore de renminbis da China. A sua exposição poderá aumentar para cerca de 35% dos activos bancários de Hong Kong em 2012, de acordo com a Bloomberg. “Os bancos de Hong Kong irão provavelmente perder alguma da sua força histórica de forte capitalização e baixo apetite ao risco se o crescimento rápido dos empréstimos à China os levar a diminuir os seus padrões de concessão de crédito”, disse Sabine Bauer, director da Fitch para as instituições financeiras. Wikileaks suspende actividade Julian Assange anunciou ontem que a Wikileaks vai suspender a divulgação de documentos secretos para se concentrar na recolha de fundos. Assange explicou que o bloqueio imposto por empresas financeiras como a Visa, Mastercard, Western Union e Paypal está a colocar em causa a viabilidade do site que se especializou em fugas de informações. Estas empresas suspenderam os contratos com o site depois de em Novembro a Wikileaks ter começado a divulgar milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos. Segundo Assange, esse bloqueio retirou-lhe a quase totalidade dos rendimentos e agora, para sobreviver, a Wikileaks precisa de fazer uma “recolha de fundos agressiva para retaliar”. Julian Assange fez o comunicado numa conferência de imprensa em Londres, onde se encontra retido à espera da conclusão de um processo de extradição para a Suíça, para responder a acusações de abusos sexuais. “Uma das soluções é prover os tribunais com assessores de qualidade” PÁGS 2 E 3 JOÃO NUNO RIQUITO EM ENTREVISTA AO JTM PÁG 5 Incumprimento salarial origina meia centena de queixas por mês CENTRAIS Bruxelas lança concurso para abrir programa académico em Macau

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Jornal Tribuna de Macau

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Page 1: JTM 26-10-2011

Deputados exigemmais transparênciana Fundação Macau Pág 4

Caso de burla “transformou”dinheiro e ouro emarroz, fruta e sal Pág 6

“Kaifong” querem medidas para travar inflação e melhorar qualidade de vida Pág 7

“C-Shop” da Praia Grandevai comercializar produtos culturais e criativos centrais

Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3886 | terça-feira, 25 De outubro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Agência Fitch avisa bancos de Hong Konga agência de notação financeira fitch alertou os bancos de Hong Kong para a possibilidade de enfrentarem riscos crescentes devido à cada vez maior exposição de crédito à china. os bancos de Hong Kong poderão enfrentar um corte de rating uma vez que o aumento dos seus empréstimos à china torna a sua carteira de crédito mais arriscada. as instituições bancárias passaram a realizar mais crédito desde que a cidade se tornou o centro de negócios offshore de renminbis da china. a sua exposição poderá aumentar para cerca de 35% dos activos bancários de Hong Kong em 2012, de acordo com a bloomberg. “os bancos de Hong Kong irão provavelmente perder alguma da sua força histórica de forte capitalização e baixo apetite ao risco se o crescimento rápido dos empréstimos à china os levar a diminuir os seus padrões de concessão de crédito”, disse Sabine bauer, director da fitch para as instituições financeiras.

Wikileaks suspende actividadeJulian assange anunciou ontem que a Wikileaks vai suspender a divulgação de documentos secretos para se concentrar na recolha de fundos. assange explicou que o bloqueio imposto por empresas financeiras como a visa, Mastercard, Western union e Paypal está a colocar em causa a viabilidade do site que se especializou em fugas de informações. estas empresas suspenderam os contratos com o site depois de em Novembro a Wikileaks ter começado a divulgar milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos. Segundo assange, esse bloqueio retirou-lhe a quase totalidade dos rendimentos e agora, para sobreviver, a Wikileaks precisa de fazer uma “recolha de fundos agressiva para retaliar”. Julian assange fez o comunicado numa conferência de imprensa em londres, onde se encontra retido à espera da conclusão de um processo de extradição para a Suíça, para responder a acusações de abusos sexuais.

“Uma das soluções é prover os tribunais com assessores de qualidade”Págs 2 e 3

JOÃO NUNO RIQUITO Em ENtREVIStA Ao jtm

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Incumprimento salarial

origina meia centena

de queixas por mêscentrais

Bruxelas lança concurso

para abrir programa

académico em Macau

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pág 02 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNal TRIbUNa de macaU

local (...) “Acho que lei de contratação pública não é má, mas é velha. É muito pouco sofisticada e a forma como está regulada já deu 30 voltas” (...) - Idem

(...) “Por muito que tentem convencer-me que não é o caso, tenho a certeza de que são precisos mais juízes e funcionários” (...) - João Nuno Riquito

PAULO BARBOSA

À ‘caça’ de Mahler pelo mundoNascido em coimbra, foi na cidade do Mondego e em bolonha que João Nuno riquito estudou Direito, antes de vir ensiná-lo para Macau, em 1991. a partir de 1999, abriu escritórios em Portugal e Macau, viajando muito frequentemente entre os dois locais. com o escritório recheado de obras do pintor russo Konstantin bessmertny e de outros artistas, o advogado preenche os tempos livres ouvindo música, de preferência ao vivo. De entre todos os compositores, Gustav Mahler é o favorito. “Sobretudo nos últimos dois anos, porque se celebraram consecutivamente os 150 anos do nascimento e os 100 anos da morte, ando à ‘caça’ de Mahler por onde quer que ele esteja”, conta. riquito já ouviu as sinfonias do austríaco “nos sítios mais extraordinários”, como no festival da Primavera de Praga deste ano. o advogado conta os dias até 11 de Novembro, quando a filarmónica de berlim tocará a nona sinfonia de Mahler no centro Nacional de artes Performativas de Pequim.

joÃo NUNo RIQUIto Em ENtREVIStA Ao jtm

“contratação pública é uma área essencial”Radicado em Macau há 20 anos, o advogado de Coimbra defende que, à falta de contratação de mais juízes, os tribunais deviam ser providos com “assessores de qualidade”. João Nuno Riquito considera que tem havido “um esforço” da Administração para começar a recorrer aos procedimentos previstos para a contratação pública. Mas persistem muitos erros numa área que julga ser “essencial” na RAEM

Na recente abertura do ano judiciário, voltou-se a falar em carências no número de juízes e funcionários judiciais. Acha que a activi-

dade dos tribunais corresponde às exigências actu-ais da RAEM?

-Tenho a certeza de que não corresponde. Se cor-respondesse, isso significaria que estaríamos numa situação semelhante, por hipótese, à do Delaware [Estado norte-americano], que é mais conhecido por ser uma praça ‘offshore’, mas onde, desde que o pro-cesso entra em Primeira Instância até que é julgado em Supremo Tribunal Estadual, decorrem seis meses. No dia em que a Justiça de Macau estiver nesse pon-to - salvo aquilo que, por natureza, precisar de mais de seis meses para ser tratado -, então acho que esta-remos com um sistema judiciário capaz de servir as necessidades que vêm sendo geradas.

-Esta questão resolver-se-ia com mais juízes e funcionários?

-Por muito que tentem convencer-me que não é o caso, tenho a certeza de que são precisos mais juízes e funcionários. Já que fala de funcionários, ouvi com atenção as palavras do senhor Procurador [na abertura do ano judiciário] e julgo até que terá havido um erro de tradução, porque ouvi dizer que há funcionários do Ministério Público que estão a dar consultas jurídicas... Mas percebo que haja problemas e sensibilidades no re-crutamento de juízes e acho que há outras soluções, a par da continuada formação com vista a que quem te-nha mérito e vocação chegue a juiz. Uma delas é prover os tribunais com assessores de qualidade. Temos este sistema em que o juiz faz tudo: administra o tribunal, exerce o poder disciplinar sobre os funcionários, despa-

cha processos escritos, organiza as audiências, realiza-as, escreve sentenças, bate as sentenças no computador, tem que estudar. Isto não tem que ser assim. Se há sensi-bilidades políticas, e não vejo bem porque tivesse que as haver, quanto ao recrutamento dos juízes portugueses (uma solução que defendo como auxiliar e temporária), então, pelo menos, haveria a possibilidade de recrutar juristas a quem fosse reconhecida qualidade para dar assistência aos juízes na preparação das sentenças.

-O elevado número de arquivamentos pode ter origem em processos de instrução dirigidos defi-cientemente pelo Ministério Público?

-Não sei se é imputável a problemas de instrução, mas temo tanto um número excessivo de arquivamen-tos por dificuldade de gestão de processo, quanto temo um número significativo de prescrições e ainda mais o saber que, quando qualquer das coisas acontece, a ten-tação dos legisladores é prolongar os prazos de prescri-ção. É, por exemplo, aquilo que se está a verificar em Portugal. No que ao processo crime diz respeito, há ‘x’ tempo para que se investigue, para que se conclua pela existência de fundamentos indiciários suficientemente fortes para a apresentação da acusação e para que seja exercido o exercício de censura ético-jurídica. Porque ao fim de dois anos, esse juízo de censura já não tem a mesma eficácia social que tem se for exercido num tem-po mais próximo dos factos que justificam esses juízos. Preocupam-me os arquivamentos que possam suscitar questões, sobretudo se não forem devidamente justifi-cados. Esta é uma questão fundamental: o que quer que seja que a justiça faça, não pode fazer-se à custa de um dever de fundamentação rigorosa das decisões.

-Foi referido que no último ano judiciário hou-ve uma diminuição das pendências, ao contrário do que tinha acontecido nos anos anteriores. Nota isso na sua actividade?

-Tenho estatísticas da minha actividade e confio nas que são apresentadas. Fiquei a saber que há uma redução do número de pendências, mas não penso que a questão se resolva pela melhoria dos grandes núme-ros, sem prejuízo que esta seja necessariamente uma coisa boa. Acho que a questão não está estudada em Macau, mas é sabido que os custos directos da morosi-dade da Justiça em Portugal são equivalentes a 3% do PIB. A verdade é que num sistema jurídico como o de Macau, que serve uma sociedade e uma economia em transformação e expansão aceleradas, e onde há acto-res vários que são estranhos ao seu conhecimento (ou

por razões históricas de reduzida formação cívica, ou por razões de uma nova história, que tem a ver com o facto de indivíduos e corporações estrangeiras estarem interessados a continuarem a actuar em Macau), se não tivermos um sistema capaz de fundamentar as decisões e dar resposta aos problemas das pessoas, vão-se desen-volvendo sub-sistemas de justiça e sistemas alternativos de justiça, o que obviamente não é bom para Macau.

-O Presidente do TUI frisou que foi batido o re-corde de processos que deram entrada nos tribunais da RAEM (17.558). Estamos numa sociedade mais conflituosa, ou isto é normal, tendo em conta que há mais visitantes e residentes?

-Não me admiraria que significasse as duas coi-sas. Macau está maior, mais povoado e mais comple-xo. Tudo isso são coisas boas. Até podia ser que isto [o aumento de processos] pudesse significar uma maior confiança e disponibilidade das pessoas para recorrer aos instrumentos formais da justiça para prevenir os seus conflitos.

-Verifica-se que há um acréscimo do contencio-so administrativo, com recursos que custam muito aos cofres da RAEM. Já foi argumentado que tal acontece porque muitos quadros da Administração fazem erros por desconhecimento da lei. Faltam ju-ristas competentes nos serviços públicos?

-A área da contratação pública é muito importan-te no Direito de Macau. Quando se fala de contratação pública não se fala só do que se tem falado mais recen-temente. Para se perceber a importância da contrata-ção pública em Macau, basta pensar que a larguíssima maioria dos prédios são objecto de contratação pública, de contratos de concessão por arrendamento. Também a indústria motora de Macau é objecto de contratação pública. Dada a existência de uma série de restrições naturais em Macau - que têm a ver com a sua reduzida dimensão e com o facto de não ter águas territoriais e ter fronteiras altamente controladas - a contratação pública é uma área essencial. E vai-se tornando mais essencial com o crescimento económico, que traz também a ex-pectativa de um melhor nível de prestações públicas, que a Administração não realiza por si mesma e que transforma em objecto de concessão ou de licenciamen-to. Acho que lei de contratação pública não é má, mas é velha. É muito pouco sofisticada e a forma como está re-gulada já deu 30 voltas. Não sei se há ignorância quanto às regras, mas sei que o procedimento é um factor es-sencial de confiança na contratação pública. O rigor e transparência no tratamento desse procedimento são a melhor garantia de que não há legítimas questões rela-tivamente a como se atribuem as concessões e quais são os resultados dos recursos, ou os poderes regulatórios sobre, diferenciadamente, concessões e licenciamentos. Estou a falar, por exemplo, de um debate que tem apa-recido na imprensa sobre o licenciamento, aqui há dois ou três anos, dos operadores de transporte marítimo de passageiros entre Macau e o exterior.

-Esses procedimentos de que fala são cumpri-dos nos concursos públicos?

-Numa terra com os recursos que Macau tem, há muita justificação plausível mas, ao fim do dia, mui-to pouca margem para desculpa. É óbvio que há um esforço por parte da Administração para começar a recorrer aos procedimentos que a lei prevê para a con-tratação pública. Quem siga o Boletim Oficial vê que vários serviços da Administração estão a lançar cada vez mais a mão para as regras e procedimentos pró-prios da contratação pública. O que é bom e o que era raro. Não é natural que se cometam erros. Natural seria que a Administração se dotasse novamente dos meios necessários para evitar que aquilo que provavelmente é uma boa intenção suscite depois questões desneces-sárias quanto ao cumprimento dos procedimentos.

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JORNal TRIbUNa de macaU terça-feira, 25 de outubro de 2011 pág 03

local(...) “No dia em que as ‘performances’ das Faculdades de Direito, dos Tribunais e da Administração forem tão seriamente avaliadas quanto os casinos (...) teremos uma visão mais clara” (...) - Idem

(...) “A única voz que ouvi – e agora tenho ouvido menos – acerca das dificuldades do bilinguismo é a do Procurador Geral da RAEM. Mas julgo que é uma voz absolutamente isolada” (...) - João Nuno Riquito

“Sobretudo ao nível do ensino do Direito de Macau, não se pode ter pretensões de saber o que quer que seja com

significado sem dominar o Português”

Bilinguismo: “uma realidade admirável”João Nuno Riquito pugna pelas vantagens do bilinguismo e sustenta que apenas a “voz” do Procurador Geral o considera um “factor de atraso”. Em entrevista ao JTM, o causídico lança fortes críticas à qualidade local do ensino do Direito

O bilinguismo é um dado garan-tido nos tribunais da RAEM?

-É uma realidade admi-rável. Digo-o sob a perspectiva de um não-bilingue que fala português e acho que diria a mesma coisa se a minha perspectiva fosse a de um não-bilingue de língua chinesa. Agora, há coisas que não podem ser imputadas nem ao bi-linguismo, nem à falta dele. As leis são publicadas em português e em chinês. Se as pessoas não as lêem, não é por não serem bilingues. Se os tribunais não despacham mais depressa, julgo que não é por serem bilingues, como são. De todo o modo, a questão tem sido pos-ta por uma voz da região, que diz que o bilinguismo é um factor de atraso no despacho dos tribunais. Eu não julgo que seja, mas, se for, a lei tem uma res-posta muito simples. Esta não é acabar com o bilinguismo, é criar as condições para que os tribunais despachem mais e melhor num ambiente bilingue.

-Quer especificar de quem é essa voz que referiu?

-A única voz que ouvi – e agora tenho ouvido menos – acerca das difi-culdades do bilinguismo é a do Procu-rador Geral da RAEM. Mas julgo que é uma voz absolutamente isolada e que se tornou ainda mais isolada quando, no ano passado, pouco tempo depois daquelas que foram as suas interven-ções mais significativas sobre essa ma-téria, o presidente da RPC disse aquilo que disse na região sobre o bilinguismo no sistema jurídico. Não quero acredi-tar que a posição do senhor Procurador seja ditada pelo facto de que ele pró-prio não seja bilingue. Porque o bilin-guismo significa justamente isso. Não é que não falar duas línguas seja um ‘handicap’, mas que dominar qualquer uma delas deve ser suficiente. Talvez as preocupações do Procurador com o bilinguismo tenham a ver com o fac-to de este não estar suficientemente desenvolvido para que ele, que não é bilingue, possa operar nas melhores condições no ordenamento.

-A contratação do futuro director da Faculdade de Direito da Universi-dade de Macau tem estado envolta em polémica. Acha correcto que o domí-nio do Português e da matriz jurídica da RAEM não sejam pré-requisitos?

-Não sei de quem se trata [o direc-tor], mas tenho a seguinte ideia: o Di-reito é uma coisa muito séria, mas não mata ninguém, ou mata pouca gente, porque a pena de morte já foi abolida e porque normalmente o Direito não trata de questões de vida ou de morte. Se o fi-zesse, provavelmente as coisas eram tra-tadas com mais seriedade. A menos que me demonstrem que ser director de uma Faculdade de Direito significa ter apenas funções administrativas e que a gestão administrativa não tem o que quer que seja a ver com aquilo que se ensina e com

a área da docência em causa, acho que é um disparate. Pode ser que achem que não tenha, mas eu acho que tem sempre. Digo isto a propósito de uma Faculdade de Direito como digo a propósito de um hospital. Não acho que um hospital pos-sa ser administrado apenas por não-mé-dicos. É evidente que para se ser adminis-trador de uma sociedade cuja actividade é distribuir electricidade, não tem que se ser electricista, mas tem que se saber alguma coisa do negócio. Senão, a gente pode ter as melhores qualidades de ges-tão, mas não sabe aquilo que está a gerir. Isto é muito mais assim quando aquilo que está em causa é a ciência, é a investi-gação fundamental e a administração de formação académica. Obviamente que o director de uma Faculdade de Direito local deveria ser versado no Direito de Macau e deveria, para estar em melhores condições, ser professor dessa faculdade. Até porque, mesmo sob o ponto de vista da gestão, isso resolveria uma série de problemas. De resto, também acho que, sobretudo ao nível do ensino do Direito de Macau, não se pode ter pretensões de saber o que quer que seja com significa-do sem dominar o Português.

-Mas isso não contradiz o princí-pio de que o conhecimento de apenas uma língua devia ser suficiente?

-Sob o ponto de vista constitucio-nal da RAEM, o bilinguismo significa que qualquer das línguas oficiais deve idealmente bastar. Mas há áreas em que é inequívoco que o domínio de ambas, não tendo que ser obrigatório, constitui um factor de qualidade que é, em mui-tos casos, indispensável. E julgo que, ao nível da docência, isso é assim. Não sei o que é que justificou esta opção, ou sequer que se considerasse isto como uma coisa admissível.

-Tendo em conta os estagiários que vão chegando à profissão, como avalia a qualidade do ensino do Di-reito local?

-Pouca coisa é seriamente avaliada em Macau. A ‘performance’ dos casinos

é seriamente avaliada. No dia em que as ‘performances’ das Faculdades de Direi-to, dos Tribunais e da Administração fo-rem tão seriamente avaliadas quanto os casinos (o que requer outros parâmetros, não tão simplificadamente quantitativos quanto os que são utilizados para avaliar a indústria do jogo), teremos uma visão mais clara. A única coisa que avalio é a má sorte de, nas entrevistas que tenho vindo a fazer para pessoas que me hon-ram apresentando candidaturas a estágio, não ter encontrado aquilo que procuro. A primeira característica de qualquer ope-rador de Direito é saber muito de Direito, que não é propriamente ‘rocket science’ [uma ciência difícil de apreender], mas que, apesar de tudo, é uma coisa que tem os seus rigores. Talvez seja má fortuna minha, mas vejo que há vários colegas que estão disponíveis como eu, porque é do seu interesse e da profissão ter es-tagiários e contribuir para a formação de colegas mais novos. Também eles se queixam da mesma má fortuna, por isso, se calhar não é só má fortuna.

-O curso da Faculdade de Ciên-cias e Tecnologia, nos moldes actuais, tem cabimento em Macau?

-Quanto à Faculdade de Ciências e Tecnologia, acho que já está tudo dito e, tanto quanto sei, nada foi feito. E algu-ma coisa tem que ser feita. É certo que o sistema que temos é liberal e ainda bem. Temos vivido nestes tempos de bonança, mas não sei quanto é que, por um curso cuja existência foi aprovada pelo Governo, as ‘crianças’ e os seus pais andam a pagar há não sei quantos anos. A verdade é que o insucesso des-se curso está mais do que comprovado, durante o tempo suficiente para que neste mesmo sistema liberal, no míni-mo, se exigisse que houvesse algum rigor na publicidade. Ou seja, que as pessoas não fossem enganadas. Menos mal que nenhum dos licenciados aí é advogado, menos mal que nenhum é juiz ou magistrado do Ministério Pú-blico. Menos mal que nenhum está

em condições de poder organizar um concurso público. Isto é um embuste, porque as pessoas pagam. Sou sensível a esta matéria, porque fui trabalhador estudante e dou por muito bem pago tudo aquilo que gastei, acho que fui be-neficiário de uma formação académica excelente. Penso que boa parte dos alu-nos da Faculdade de Direito da UM, pelo menos durante muitos anos, po-diam orgulhosamente dizer a mesma coisa. Podiam aqueles que tinham pago as propinas e podia a Administração que, a muitos, pagou as propinas. As coisas hoje já não estão com a qualida-de que deviam ter, apesar do esforço de muitos colegas da Faculdade.

-Quais são as consequências das deficiências na formação?

-Não há o ganho que tinha que ha-ver para o sistema se ir dotando local-mente dos recursos de que necessita e para que vá havendo cada vez menos justificação para que o senhor Procu-rador se queixe do bilinguismo, para que os advogados se queixem de que os juízes estão assoberbados de trabalho e verbalizem as queixas que os juízes não podem fazer. Isto não é um investimen-to que se salde em dois dias, nem em dois anos, mas é o único investimento seguro. Era ter reguladas, assentes, pro-movidas as Faculdades de Direito, de maneira a que os recursos locais possam ser formados com qualidade.

-Estão em curso várias revisões legislativas. Há alguma área do Direi-to carecida urgentemente de reforma?

-A reforma do Código Comercial foi má. Essa é uma área em que, na minha opinião, há necessidades de desenvol-vimento do sistema. Os procedimentos da reforma administrativa – e isto vale sobretudo na área do direito comercial – são demasiado simplificados, aqui e além excessivamente académicos, ser-vindo pouco as necessidades existentes. Isto tem que ser uma coisa séria, até por-que as reformas devem ser para um Di-reito que vai durar e, para que ele dure, é preciso saber o que é que as pessoas que investem e que arriscam entendem que são bloqueios e necessidades. Às vezes, surgem umas convicções de que é preciso reformar porque não há refor-ma há muito tempo. O primeiro dever dos reformadores é dizer: ‘Chegámos à conclusão da necessidade da reforma por causa disto.’ E este ‘isto’ não é algo que tenha acontecido anteontem. Segu-ramente que há coisas para fazer na área das sociedades, designadamente no que diz respeito aos grupos de sociedades.

-Na RAEM há o princípio de con-vocar consultas públicas nos proces-sos de tomada de decisão. As consul-tas genéricas para assuntos técnicos levam a algum lado?

-A consulta pública é relevante, mas não é esta consulta pública. Na maior parte dos casos, esta consulta ser-ve como uma aparência de legitimação de decisões que já estão tomadas ou que vão ser tomadas. Uma coisa é a consulta com vista à reforma, outra é a validação plebiscitária de quaisquer soluções. A História não revelou pior sistema do que o da consulta popular. Os sistemas plebiscitários são os em que não é pre-ciso pensar muito porque, consultada a população, esta diz que é isto que quer.

P.B.

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pág 04 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

localVISITANTES DA MIF COM MAIS UM DÍGITO. a 16ª edição da feira internacional de Macau registou 95 mil visitantes e não 9.500 como tinha sido inicialmente indicado, corrigiu ontem a organização do evento. relativamente ao ano anterior, os visitantes cresceram 17 por cento.

NOVO HOSPITAL COM CONSULTADORIA. A companhia cPGconsultants (Macau) vai receber 10,6 milhões de patacas pela prestação de serviços de consultadoria técnica relacionados com a primeira fase do novo Hospital das ilhas. a assinatura do contrato foi ontem autorizada por despacho do chefe do executivo.

há 1.300 ENtIdAdES à ESpERA dE ApRoVAÇÃo dE fUNdoS

Exigida mais transparência na Fundação MacauVários deputados quiseram saber os critérios de atribuição de fundos à Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau e a produções cinematográficas. O presidente da Fundação Macau respondeu que “segue a lei”

A Fundação Macau (FM) esteve “na berlinda” na reunião plenária de on-

tem da Assembleia Legislativa (AL) , com vários deputados a questionarem o presidente da Fundação, Wu Zhiliang, sobre os critérios utilizados para a distribuição de apoios finan-ceiros a várias entidades. Uma das questões que o deputado Au Kam Sam (que tinha efec-tuado uma interpelação em Julho) queria ver respondida prendia-se com a atribuição de vários subsídios à Universida-de de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM). Os critérios para serem atribuídos fundos a produções cinematográficas também foram questionados.

“A fundação decide a pro-porção dos apoios a distribuir segundo a lei”, assegurou Wu Zhiliang, que recusou que a UCTM tivesse sido mais be-neficiada que outras entidades privadas. O deputado tinha sugerido que houve interes-ses à mistura porque “alguns

dirigentes da Fundação e do Conselho de Administração da UCTM são membros do Conselho de Curadores” des-sa mesma instituição de ensi-no superior.

Segundo dados avançados por Wu Zhiliang, “estão mais de cinco mil associações ins-critas na Fundação e há 1.300 pedidos pendentes”. Por isso, explicou que era difícil com-parar casos. “Uma exposição pode custar milhões mas outra de cariz diferente pode custar menos. Nós apresentamos as nossas exigências e também sabemos quanto dinheiro é necessário para cada activida-de”, garantiu aos deputados. Wu Zhiliang esclareceu ainda que muitas vezes se pergunta “que determinada actividade tenha de acontecer num hotel de cinco estrelas” ou que “se-jam distribuídas tantas lem-branças nas cerimónias”.

Sobre o apoio dado à UCTM, e depois de Au Kam San ter criticado o valor elevado das

propinas apesar da instituição receber muitos apoios, o presi-dente da FM esclareceu que os fundos atribuídos destinavam-se principalmente a “instalações escolares” e à criação de infraes-truturas que também “são de acesso público como a bibliote-ca e o pavilhão desportivo”.

Sobre os apoios concedi-dos para formações, como os 70 milhões de patacas dados à As-sociação dos Trabalhadores da Indústria de Jogos de Fortuna e Azar de Macau, para formar quem pretenda trabalhar no sector, apesar de estar satura-

do, Wu Zhiliang assegurou que também “são exigidos relatórios para que a Fundação saiba o nú-mero de participantes e os mon-tantes utilizados e relatórios de auditoria”. Diz também que, até ao momento, “não foi apresen-tada nenhuma reclamação”.

A outra questão que Au Kam San queria ver respon-dida prendia-se aos critérios usados para financiar produ-ções cinematográficas. E dava como exemplo o filme “Histó-ria de Auge” que recebeu mais de oito milhões de patacas em subsídios, enquanto outro fil-

me , “Macau Stories”, apenas tinha recebido 100 mil. Mas Wu Zhiliang defendeu, por seu lado, que o filme “História de Auge” tinha por base a “histó-ria única de Macau” e ajudou a “promover” a região. E disse que nem para o “Macau Sto-ries”, em que foram solicita-dos mais de quatro milhões de patacas, nem para o “História de Auge”, em que foram pedi-dos mais de 10 milhões, foram aprovados os montantes to-tais. Os critérios de escolha, no entanto, ficaram por saber.

H.A.

cASo doS tRAbAlhAdoRES dESpEdIdoS

IH descarta responsabilidades

ApRESENtAÇÃo dE VáRIoS dIplomAS EStá AtRASAdA

criticada ausência de Florinda chanA Secretária para a Administração e Justiça não esteve na AL para responder aos deputados. Coube à directora dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional, Chu Lam Lam, fazer o balanço da reforma jurídica

Discutiam-se na Assembleia Legislativa (AL) os atrasos consecutivos na prepa-ração de vários diplomas legais há mui-

to prometidos, como a Alteração à Lei sobre a Declaração de Rendimentos e Interesses Patri-moniais, ou o Regime Geral de Apoio Judici-ário, mas a Secretária para a Administração e Justiça, não marcou presença, o que foi critica-do por alguns deputados.

A explicação oficial veio da parte da direc-tora dos Serviços de Reforma Jurídica e Direito Internacional, Chu Lam Lam, que disse que Florinda Chan estava “em missão oficial, fora de Macau”, sem contudo precisar onde.

“A Secretária devia assumir a responsabi-lidade mas ela não está cá, está a fugir às ques-tões!”, acusou Pereira Coutinho, que foi secun-dado nas críticas por Chan Wai Chi.

Chu Lam Lam fez depois o resumo da legis-lação apresentada pelo Governo. Vinte propostas de lei já apresentadas à AL, entre as quais, sete constam do plano legislativo e as restantes 13 cons-tituem propostas não previstas no plano. Contam-se 10 propostas que já passaram pela aprovação na especialidade da AL, nove que se encontram na fase de apreciação na especialidade e uma na agenda para o debate e votação na generalidade.

Quanto à Alteração à Lei sobre Declaração

de Rendimentos e Interesses Patrimoniais, que estava prevista para o primeiro semestre, Chu Lam Lam explicou que “de momento estão em curso os trabalhos relativos à proposta de lei, que já foi apresentada ao Conselho Executivo para discussão”.

Quanto ao Regime Geral de Apoio Judici-ário, “está em fase de elaboração, estando na 3ª fase, pois teve que ser aperfeiçoado”, referiu aquela directora.

Os trabalhos relativos à revisão do Regime Jurídico do Sistema Financeiro encontram-se fi-nalizados, disse Chu Lam Lam. Mas, “devido à sua íntima relação com os Regimes Jurídicos das Actividades de Investimento Cambial com Alavancagem e de Intermediação Financeira, a proposta de lei será submetida à AL em conjun-to com os dois diplomas referidos”, assegurou.

Outo diploma focado foi o referente ao Método de Determinação do Prémio de Con-cessão, que está intimamente ligado à revisão da Lei de Terras. “A segunda consulta sobre a revisão desta Lei foi concluída em Fevereiro deste ano. De momento, os trabalhos residem no estudo das opiniões recolhidas e no apro-fundamento e aperfeiçoamento do conteúdo do projecto de revisão”, esclareceu.

H.A.

Pereira Coutinho acusou o Instituto da Habitação de ter despedido ilegalmente um grupo de trabalhadores. Mas aquele organismo refere que o grupo foi contratado para trabalhos temporários

O Instituto da Habitação (IH) descartou respon-sabilidades no caso le-

vantado pelo deputado José Pereira Coutinho, quanto ao despedimento de um grupo de trabalhadores que estavam em-pregados por aquela entidade mas que tinham sido contrata-dos por uma associação.

“Esses trabalhadores não pertenciam ao pessoal recrutado pelo IH, sendo apenas designa-dos pela Associação de Gestão de Macau para prestarem servi-ço no IH. Nos termos do acordo celebrado entre as duas partes, cabia à associação assegurar o pagamento das suas remune-rações, enquanto que o IH só se obrigava a pagar a essa entidade 55 patacas por cada hora de ser-viço prestada por trabalhador”, esclareceu o vice-presidente do IH, Kuoc Vai Han.

Segundo foi explicado, aquele grupo foi contratado para

trabalhos temporários e provisó-rios, “face à falta dos recursos humanos”. Kuok Vai Han disse ainda que “a respectiva adjudi-cação teve em consideração que aquela associação tinha organi-zado cursos de formação para os trabalhadores do IH e realizado estudos sobre a situação de pré-dios, conhecendo as exigências relativas à introdução de dados habitacionais”.

Por seu lado, o director dos Serviços de Administração e Fun-ção Pública, José Chu, explicou que “o contrato de tarefa não con-fere qualquer vínculo funcional à Administração” e que juridica-mente, aquelas ligações de traba-lho “qualificam-se como contra-tos de prestação de serviços”.

Para aperfeiçoar o regime jurídico da função pública, foi assegurado que o Governo já iniciou estudos sobre a diversi-dade de formas de contratação.

H.A.

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JORNal TRIbUNa de macaU terça-feira, 25 de outubro de 2011 pág 05

localDOENÇAS DEBATIDAS EM FÓRUM. especialistas locais, de Hong Kong e do interior da china participaram, em Macau, num fórum que visou sensibilizar a população para problemas associados às doenças cardiovasculares. o evento foi promovido pela associação de intervenções cardiovasculares de Macau.

TRÂNSITO “DIFÍCIL” DEVIDO AO GPM. o director dos Serviços para os assuntos de tráfego, Wong Wan, admitiu que este ano os trabalhos de reordenamento do trânsito devido ao Grande Prémio serão mais “difíceis”. o prognóstico é sustentado pela realização de várias obras na cidade.

SEctoR dA coNStRUÇÃo ESpEcIAlmENtE VISAdo

Empreitadas vão ter mais regrasDe modo a controlar as responsabilidades de gestão numa obra, está a ser previsto que em todas as empreitadas passe a existir um contrato escrito entre empreiteiro e subempreiteiro. A criação de um organograma e a obrigatoriedade dos subempreiteiros passarem a ter um registo de início de actividade são outras novidades

As empreitadas vão ter de obedecer a mais re-gras formais, para evitar algumas confusões. Segundo afirmou ontem na Assembleia Legis-

lativa o director da DSAL, Shuen Ka Hung, vai passar a ser obrigatória a realização de um contrato escrito entre os empreiteiros e os subempreiteiros, todos os subempreiteiros vão ter de possuir um registo de iní-cio de actividade e terá de passar a existir um orga-nograma que clarifique as relações numa empreitada. Só falta a data para a apresentação destas propostas de lei.

Por enquanto, são apenas “estudos e discussões”,

nas palavras do director da DSAL. Mas, numa altura em que a divisão de tarefas numa empreitada é cada vez mais especializada, com a existência de várias su-bempreitadas, o objectivo é controlar de forma eficaz a responsabilidade de gestão das obras por parte de empreiteiros e subempreiteiros.

Na última reunião do grupo de trabalho interde-partamental discutiu-se a possibilidade de passar a existir, nos sectores de actividade onde existam rela-ções de empreitada e subempreitada, nomeadamente na construção, a celebração “de um contrato formal, por escrito, para regulamentar aquelas relações, obri-

gando ambas as partes a determinarem concreta-mente o âmbito de gestão por parte do empreiteiro e seus subempreiteiros”, segundo Shuen Ka Hung. A duração da empreitada também deve ficar estipulada nestes termos.

Outra medida a ser estudada é a clarificação das relações na empreitada através de um organograma (um gráfico que descreva a estrutura hierárquica).

A terceira novidade anunciada prende-se com a obrigatoriedade de todos os subempreiteiros passa-rem a ter um registo de início de actividade.

H.A.

dAdoS RElAtIVoS A tRAbAlhAdoRES NÃo RESIdENtES ENtRE 1999 E SEtEmbRo dE 2011

Falta de salário motiva 49 queixas por mêsNo total, de 1999 a 2011, os trabalhadores não residentes denunciaram 7.023 casos de ilegalidades laborais relativas a retenção de salários, o que dá uma média de 49 queixas por mês. Por outro lado, já foram condenados 114 patrões que empregavam trabalhadores em situação ilegal, mas apenas três cumpriram pena de prisão e nenhum perdeu as autorizações de contratação ou a possibilidade de concorrer a concursos públicos ou a subsídios

De 1999 até Setembro deste ano foram apresentadas cerca de 49 queixas por mês na Direc-

ção dos Serviços para os Assuntos La-borais (DSAL), por trabalhadores não residentes em Macau, que protestaram contra a retenção de salários, por parte dos patrões, e outros descontos à remu-neração não justificados. No total, são 7.023 queixas, sendo que em menos de metade, 3.015 casos, os empregadores acabaram por cumprir as obrigações antes da queixa chegar a tribunal. Os dados foram avançados ontem numa sessão da Assembleia Legislativa (AL), pelo director da DSAL, Shuen Ka Hung, que respondia a uma interpela-ção feita em Julho pela deputada Kwan Tsui Hang.

Os mesmos dados mostram que do número total de queixas apresen-tadas, 395 passaram para a alçada dos tribunais e outras 3.613 foram consi-deradas improcedentes ou estão em investigação. Por outro lado, o Gabine-te de Recursos Humanos, desde 2007, altura em que foi criado, até Setembro de 2011, recebeu 423 queixas de traba-lhadores não residentes.

Foram também conhecidos os da-dos relativos a sentenças judiciais sobre trabalho ilegal: de Janeiro a Setembro deste ano já houve 114 empregadores condenados, mas apenas três cumpri-ram efectivamente pena de cadeia (a mais curta foi de um mês e a mais ele-

vada de nove meses), segundo Shuen Ka Hung.

A 13 de Julho, a deputada Kwan Tsui Hang chamava a atenção para os abusos de vários patrões e denunciava retenções ilegais de salários e cobranças abusivas, bem como situações em que trabalhadores não residentes ficavam sem os documentos de identificação e cartões ATM, ou eram obrigados sob violência e ameaça de despedimento a pagar uma quantia monetária mensal ao empregador. A deputada exigiu sa-ber qual o tipo de fiscalização efectua-da, bem como quais os incentivos que existem para os trabalhadores não resi-dentes, alvos destas situações, denun-ciarem o caso sem sofrer qualquer tipo de coação por parte do patrão.MAIS 43 INSPECTORES. O director da DSAL garantiu que o Executivo está empenhado na defesa dos direitos la-

borais e assegurou que o sector vai ser alvo de uma regulação mais apertada. Neste momento, segundo adiantou, estão em formação 43 inspectores esta-giários, que vêm reforçar a equipa de fiscalização já existente. Por outro lado, garantiu que tem sido uma preocupa-ção dos serviços que dirige informar os trabalhadores, principalmente os não residentes naturais da Indonésia e da Tailândia, dos direitos que possuem.

Mas os deputados queriam saber de que modo podia um trabalhador apresentar uma queixa e ter a garantia de que não sofre represálias. “O que está desenhado na lei é diferente, temos de estudar incentivos à denúncia. Mas de qualquer modo, quando há uma si-tuação irregular ela deve ser denuncia-da!”, disse apenas. Sem se explicar de forma clara aos deputados, Shuen Ka Hung acabou apenas por referir que a

actual legislação “garante os interesses dos trabalhadores não residentes quan-do estes são lesados”, uma vez que “se apresentarem uma queixa nós fazemos o acompanhamento”. Questionado so-bre a situação das empregadas domés-ticas, respondeu de forma lacónica: “não posso responder a isso, porque não tenho autorização”.

Numa resposta a uma interpe-lação feita pelo deputado Lee Chong Cheng, a 20 de Julho, o director da DSAL avançou que neste ano, até Se-tembro, 114 patrões já foram condena-dos por empregarem trabalhadores em situação ilegal (a trabalhar com visto de turista). Mas no mesmo período de tempo, nenhum empregador, nem mesmo os reincidentes, foi punido com sanção acessória, ou seja, com a revo-gação total ou parcial da autorização de contratação, de requerimento de novas contratações, de participação em concursos públicos ou com a perda da possibilidade de concorrer à atribuição de subsídios públicos.ELEVAR SANÇÕES. Shuen Ka Hung assegurou que o Executivo estava, ain-da assim, disponível para elevar as san-ções a aplicar os empregadores que con-tratem trabalhadores em situação ilegal, de modo a dissuadir a prática. Admitiu ainda a possibilidade de se poder avan-çar com penas “superiores a dois anos”, para os empregadores, enquanto que os trabalhadores ilegais devem continuar “a ser criminalizados e punidos mas com sanções administrativas”.

Os dados da DSAL mostram ain-da que há cerca de 800 pessoas que não pagaram as multas por trabalho ilegal, relativas a 2010. Até Setembro de 2011, havia mesmo 823 casos acumulados. Na maior parte, isto acontece por causa dos visados residirem fora de Macau, sendo que não têm qualquer bem que possa ser penhorado na RAEM.

Actualmente, estão em vigor três diplomas que têm como objectivo com-bater a contratação de ilegais: a Lei da Imigração Ilegal e da Expulsão, a Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes e o Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal.

H.A.

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pág 06 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

PedRO AndRé SAntOS

localGRIPE AFECTA MAIS UMA ESCOLA. os Serviços de Saúde foram notificados ontem de mais um caso de infecção colectiva de gripe no ensino pré-escolar. foram afectados pelo menos cinco alunos do Jardim infantil da caritas, na areia Preta, sendo que nenhum tinha sido submetido à vacina anti-gripal.

MAIS 110 BOMBEIROS. o corpo de bombeiros realizou ontem a cerimónia da tomada de posse do 14º curso de formação de instruendos das forças de Segurança de Macau. o curso foi concluído por 110 instruendos, que agora passaram a reforçar os efectivos dos bombeiros.

VOX POPULi

KATHARINE PETER(Turista canadiana)

-O que a motivou a visitar Macau?-Desta vez vim visitar amigos. Moro em

Hong Kong desde a década de setenta e es-tive em Macau pela primeira vez em 1977. O facto de ter amigos aqui foi o motivo que me fez visitar a cidade mais três vezes du-rante os últimos dez anos. Gosto mesmo muito de Macau. Muitas coisas foram re-novadas, mas sinto-me muito feliz por ver que os edifícios antigos foram preservados. Penso que isso já se tornou em algo de es-pecial em Macau.

-O que é que Macau tem de mais atrac-tivo?

-Aprecio muito a Casa do Mandarim, que acabei de visitar. Sei que nem toda a gente pode morar numa casa como a do Manda-rim, mas não deixa de ser um exemplo do típico património privado chinês. Também fui ontem ao Templo de A-Má e ao Jardim de Lou Lim Ieoc e gostei imenso. Por outro lado, confesso que não gosto nada de casi-nos.

-Considera que esta é uma cidade de la-zer e turismo?

-Julgo que sim. E acho que há muitos par-ques que nos permitem sentar e descansar um pouco. Também existem muitas placas com informações turísticas e acho que isso é suficiente para encontrarmos os monu-mentos.

-Nota grandes diferenças relativamente aos tempos antigos?

-Sim, sobretudo o facto de Macau atrair actualmente muitos mais turistas.

-Se pudesse, o que mudaria em Macau?-Penso que os taxistas poderiam ser mais

amigáveis. Aborrecem-se muito com os pas-sageiros se os percursos não forem longos. Não sei porquê.... Por volta das 17 ou 18 ho-ras é difícil apanhar um táxi em Macau.

V.C.

“Muito feliz por ver que

os edifícios antigos

foram preservados”

Meia escondia “ketamina”uma operação “stop” realizada pelas autoridades na madrugada de segunda-feira levou à descoberta de “ketamina”, que estava escondida no interior de uma meia de um indivíduo. o caso desenrolou-se na avenida Dr rodrigo rodrigues quando uma equipa de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) mandou parar um veículo onde estavam três homens. um deles, de apelido chao, evidenciou comportamentos suspeitos, pelo que as autoridades procederam a uma revista vindo a descobrir 1.45 gramas de “ketamina” numa meia. Noutra operação “stop”, efectuada na mesma madrugada na rua cidade de Sintra, foi detectada cocaína na posse de um passageiro de um táxi. o homem, residente da raeM, terá confessado que as 0.44 gramas de cocaína tinham sido oferecidas por um amigo num casino situado no NaPe.

bURlA tERá RENdIdo 300 mIl pAtAcAS

arroz e fruta a peso de ouroUma mulher foi lesada em 300 mil patacas, para além de ouro, numa burla alegadamente orquestrada por duas mulheres e uma espécie de vidente que visava “abençoar” os bens para atrair boa fortuna

O caso não é pioneiro mas não deixa de ser insó-lito. Uma mulher pretendia que os seus bens fossem “abençoados” por uma espécie de vi-

dente para que tivesse boa fortuna, mas acabou por ficar sem 300 mil patacas em dinheiro e ainda ouro, avaliado em cerca de 60 mil.

Segundo foi explicado ao JTM, a vítima procura-va o alegado vidente na zona do Fai Chi Kei quando foi abordada por outra mulher que lhe disse que sa-bia onde o mesmo se encontrava já que era amiga da neta. As três encontraram-se posteriormente, e ficou estabelecido que os valores em questão, as 300 mil patacas e o ouro, seriam colocados no interior de um saco para que o vidente os pudesse “abençoar”.

A mulher dirigiu-se então ao banco para levan-tar o dinheiro e o ouro, tendo colocado tudo dentro de um saco que entregou à neta que posteriormente o levou para o avô fazer o “feitiço” da fortuna. Havia apenas um pequeno detalhe: A mulher não poderia abrir o saco até chegar a casa, caso contrário a “ma-gia” não resultaria.

Quando chegou à sua habitação contou a histó-ria ao marido, que achou tudo muito suspeito e re-solveu abrir o saco, só que em vez de dinheiro e ouro

encontrou arroz, fruta e sal. NOITE COM VERSÕES DIFERENTES. Noutro caso investigado pelas autoridades, um visitante de Xangai apresentou queixa por roubo após ter sido “aliviado” de 165 mil dólares de Hong Kong duran-te uma noite que passou com uma mulher que tinha conhecido no mesmo dia. Segundo contou à polícia, poucas horas depois de ter trocado números de tele-fone, recebeu uma chamada da mulher e acabaram por passar a noite juntos. Porém, quando acordou a mulher tinha desaparecido, juntamente com o di-nheiro.

O caso ocorreu no final de Setembro, mas a mu-lher só foi agora detectada pelas autoridades, quando se encontrava num casino. Terá confessado que ficou com o dinheiro, mas não assumiu o roubo já que, se-gundo a sua versão, o montante foi-lhe oferecido pela noite em questão.

Vítima encontrou arroz e fruta num saco que deveria ter dinheiro e ouro

bombEIRoS com mEIoS REfoRÇAdoS

Mais 10 viaturas de salvamentoO Corpo de Bombeiros aumentou a sua capacidade de resposta nas operações de salvamento com a aquisição de 10 viaturas

Ao longo do corrente ano, o Corpo de Bombeiros com-prou oito ambulâncias,

uma viatura auto-equipamento de salvação em altura e uma viatu-ra auto-transporte de material de emergências.

Segundo os Bombeiros, três das novas ambulâncias já entra-ram em funcionamento no primei-ro semestre e as restantes cinco estão em fase de testes. Com este reforço, os “Soldados da Paz” pas-sam a contar com um total de 33 ambulâncias, o que permite res-ponder de forma mais eficaz às exigências do desenvolvimento social, nomeadamente em termos dos serviços de primeiros socorros pré-hospitalares.

As novas ambulâncias têm um espaço maior na carruagem e estão equipadas com portas anti-infecção, por forma a diminuir a

probabilidade de propagação de doenças transmissíveis.

No domínio do combate aos incêndios, uma das viaturas ad-quiridas permitirá melhorar a ca-pacidade de resposta em casos de salvamento em edifícios de gran-de altura.

Já a viatura auto-transporte de material de emergências será

utilizada, principalmente, em aci-dentes que envolvam grandes de-sabamentos.

Além do reforço de meios, o Corpo de Bombeiros sublinha que já criou vários grupos especializa-dos com vista a fazer investigações sobre áreas como o socorro técnico e o equipamento, bem como realizar acções de formação profissional.

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JORNal TRIbUNa de macaU terça-feira, 25 de outubro de 2011 pág 07

localSEMINÁRIO ABORDA TRATADO DA UE. Joana Mendes, professora assistente da universidade de amesterdão, vai ser a oradora do próximo seminário “Jean Monnet”, que decorrerá quinta-feira, pelas 15 horas, no auditório ii da universidade de Macau. “Participação e Papel da lei depois de lisboa: uma visão legal sobre o artigo 11 do tratado da ue” é o tema do evento.

CENTRO ECUMÉNICO FECHA PARA MANUTENÇÃO. o centro ecuménico Kun iam será fechado temporariamente a partir de hoje, devido a obras de manutenção para garantir a boa qualidade dos serviços e das instalações. os principais trabalhos de manutenção prolongam-se por 180 dias. Desde a abertura ao público, o centro recebeu mais de 1.26 milhões de visitantes.

ViViAnA CHAn

PAULO BARBOSA

BrevesTrabalhadores da SJM queixam-se de injustiça cerca de 30 trabalhadores do Grand lisboa reuniram-se no domingo, na zona de lazer da rua da Praia Manduco, para protestar contra alegadas situações de injustiça salarial. os trabalhadores dos balcões de câmbio instalados no casino asseguraram que, embora já desempenhem aquelas funções há mais de cinco anos, só beneficiaram de um aumento salarial de 500 patacas desde a abertura do Grand lisboa. em contrapartida, segundo disseram os queixosos, os “croupiers” e funcionários com cargos de chefiam viram os seus salários crescer todos os anos. a SJM já prometeu dar uma resposta satisfatória às reivindicações.

Macau e Índia vão assinaracordo em matéria fiscalos Governos de Macau e da Índia vão celebrar, em breve, um acordo que prevê a troca de informações em matéria fiscal para prevenir a evasão fiscal. o mais recente acordo do género foi firmado com a austrália, em Julho, mas foi em abril que Macau atingiu o mínimo de 12 acordos necessários para “satisfazer as normas internacionais de transparência e de troca de informações fiscais”. a ocDe reconheceu, no final de Setembro, que Macau “satisfaz os padrões internacionais” no campo das leis e regime de fiscalização para o intercâmbio de informação fiscal.

Hospital público alerta para terapias alternativaso Serviço de oncologia do centro Hospitalar conde de São Januário (cHcSJ) apelou à população para não “acreditar facilmente” nas terapias alternativas. De acordo com os Serviços de Saúde, o alerta foi motivado pelo caso de uma mulher de meia idade que recorreu à urgência do cHcSJ, onde lhe foi detectado um tumor, com corrimento sanguíneo. a doente afirmou que o tumor tinha sido descoberto há mais de seis meses, no entanto, “como tinha medo de consultar o médico, acreditou erradamente nas recomendações de amigos” que a levaram a procurar tratamento junto de um mestre de “Qigong” (um exercício físico chinês para manter boa saúde) que, segundo ouviu dizer, “podia curar todos os tipos de doenças”. os Serviços de Saúde sublinharam que a paciente perdeu a oportunidade de tratar a doença através de intervenção cirúrgica. “as terapias adequadas tomam como base principal a intervenção cirúrgica, quimioterapia e radioterapia”, frisaram, notando que, embora existam casos de sucesso em métodos como “Qigong”, ervas chinesas, crioterapia, termoterapia ou fototerapia, estes terão obrigatoriamente de ser confirmados através de “rigoroso ensaio clínico” e o “reconhecimento de especialistas mundiais”.

moRAdoRES QUEREm mEdIdAS mAIS foRtES

Inflação na agenda dos “Kaifong”A União Geral das Associações dos Moradores considera que o Governo deve dar prioridade ao combater à inflação. Uma dirigente da associação sugeriu uma série de medidas para travar a discrepância entre os rendimentos e os preços

Ng Sio Lai, vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau

(UGAMM), exortou o Governo a im-plementar mais medidas práticas para evitar o aumento da inflação e melhorar a qualidade de vida dos residentes, em particular das famílias mais carencia-das. O apelo da dirigente dos “Kaifong” surgiu na sequência da divulgação de dados oficiais que indicam que a taxa de inflação em Macau atingiu os 5,11 por cento nos últimos 12 meses terminados em Setembro, face ao ciclo anual ime-diatamente anterior. Os Serviços de Es-tatística e Censos revelaram ainda que o índice de preços no consumidor subiu 6,51 por cento em Setembro, comparati-vamente ao mês homólogo de 2010.

Confrontada com estes números, a mesma responsável defendeu, em de-clarações citadas pelo jornal “Ou Mun”, que o Governo deveria aumentar o apoio às famílias mais vulneráveis, melhorar a distribuição das pensões e continuar com

o plano de comparticipação pecuniária, os subsídios para complemento salarial e os benefícios fiscais. Ng Sio Lai consi-dera mesmo que estas medidas devem ser anunciadas antes da divulgação das próximas Linhas de Acção Governativa.

Outro aspecto exigido pela vice-presidente dos “Kaifong” passa pelo estabelecimento de um mecanismo de ajuste automático que determine de for-ma “científica e razoável” o índice de subsistência em Macau, ou seja o valor do risco social, para garantir que “as cor-recções devidas” sejam “atempadas e adequadas”. Ng Sio Lai alega que a falta de mecanismo de actualização automá-tica do valor do risco social em Macau entra em contradição com o crescimento muito rápido da economia local.

Ng Sio Lai considera que as medidas formuladas pelo Governo para combater a inflação devem ter em conta o nível mé-dio de rendimentos dos residentes e o ín-dice dos preços ao consumidor. Insistindo na intensificação do combate à inflação, a responsável dos “Kaifong” argumentou, por um lado, que o nível médio de ren-dimentos dos residentes não cresceu ao mesmo ritmo da inflação e, por outro, que os aumentos já influenciam a quali-dade da vida dos cidadãos de Macau.

Devido aos “elevados preços dos produtos de primeira necessidade em Macau”, Ng Sio Lai salientou que o Governo devia apostar não só na ex-pansão dos canais de importação e di-minuição da burocracia, mas também reforçar a fiscalização do mercado.

dEpUtAdoS dIScUtEm dIplomA SobRE VEÍcUloS EcolÓGIcoS

Um problema de conceitoUma comissão da especialidade esteve ontem reunida pela primeira vez para analisar a alteração ao Regulamento do Imposto sobre Veículos Motorizados. Aspectos como o “tecto” estabelecido para o benefício fiscal e o próprio conceito de carro ecológico suscitaram dúvidas

Depois da aprovação na generalidade, a 27 de Julho, decorreu

ontem a primeira reunião de análise na especialidade da alteração ao Regulamento do Imposto sobre Veículos Mo-torizados. O diploma reduz o imposto praticado na com-pra de veículos considerados ecológicos em 50 por cento.

O limite máximo para o usufruto da redução de imposto por parte dos com-pradores de carros ecológi-cos atinge as 60.000 patacas,

embora alguns deputados tenham ontem defendido que não deveria haver um “tecto” para este benefício fiscal. “Pensava que se trata-va de uma proposta simples, mas os colegas apresentaram muitas dúvidas, por se tratar de uma proposta de redução fiscal”, revelou Chan Chak Mo aos jornalistas, no final da reunião do grupo que está a analisar o diploma.

O presidente da 2.ª Co-missão Permanente elencou as dúvidas apresentadas pe-los deputados e assessores jurídicos. Uma delas prende-se com a definição dos crité-rios a que devem obedecer os

chamados veículos ecológi-cos, que serão definidos por despacho do Chefe do Exe-cutivo caso reúnam “as nor-mas ecológicas de emissão de gases poluentes”. Segun-do Chan Chak Mo, os asses-sores quiseram esclarecer se os critérios em causa são os “ecológicos universalmente reconhecidos, ou os reconhe-cidos no despacho do Chefe do Executivo”.

Para além das caracte-rísticas técnicas dos veículos (ou seja, do tipo de motores e das emissões gasosas que estes produzem), alguns de-putados acham que não está suficientemente esclarecido

se, para além dos ligeiros, ou-tros tipos de veículos estarão abrangidos pelo regulamento. “Para lá dos ligeiros, porque é que o Governo não aproveita a oportunidade para abranger outros veículos?”, questionou Chan Chak Mo.

Também suscitou dúvi-das o artigo terceiro do re-gulamento, que define que, passados dois anos sobre a entrada em vigor da lei, “consoante a situação da evolução da política ecoló-gica, será revista a redução do imposto aplicável aos veículos ecológicos”. Há ele-mentos da 2.ª Comissão que defendem que este imposto deveria ser eliminado.

O Executivo de Macau tem anunciado que pretende estimular a venda de veículos motorizados ecológicos, mas tal intenção tem esbarrado na escassez de postos de abasteci-mento para carros eléctricos e nos preços ainda elevados des-tes meios de transporte: cerca de 400.000 patacas por um au-tomóvel eléctrico e 20.000 por um ciclomotor. Talvez por isso se tenham vendido em Ma-cau, até ao momento, escassos automóveis do género.

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pág 08 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

ATFPM AJUDA PENSIONISTAS. a atfPM vai apoiar todos os aposentados e pensionistas, incluindo não sócios, no cumprimento das formalidades necessárias para continuarem a beneficiar da isenção do irS em 2011. Nesse sentido, a associação disponibilizou-se a preencher e entregar os formulários nos Serviços de finanças, bem como ao seu envio para lisboa. Para tal, a associação indicou que os interessados devem dirigir-se à sede da atfPM até 11 de Novembro, de segunda a sexta-feira das 10H00 às 18H45, na posse do cartão de pensionista da cGa, bir da raeM, mais recente nota de abonos da pensão referente a 2010 e da morada em português, constante em facturas da luz ou água.

FRACÇÕES DA TRANQUILIDADE ABERTAS A FAMÍLIAS. os agregados familiares notificados pelo instituto de Habitação (iH) podem visitar a partir de hoje as fracções modelo do edifício de alameda da tranquilidade. No entanto, segundo o iH, só poderão visitar a tipologia indicada no ofício para escolha da fracção. o edifício de alameda da tranquilidade vai proporcionar 880 fracções de habitação económica.

pRopoStAS podEm SER ApRESENtAdAS AtÉ jANEIRo

União Europeia aposta em curso na RaEMA pensar em Macau e na ligação com o Continente, a Comissão Europeia está a lançar um concurso para a abertura de um programa académico. Até ao dia 4 de Janeiro, as instituições de ensino superior do território poderão enviar propostas

A Comissão Euro-peia abriu um concurso para as

instituições de ensino superior de Macau in-teressadas em leccionar um programa sobre a União Europeia. O in-vestimento da Comissão Europeia atingirá um máximo de 650 mil eu-ros, podendo ainda ser atribuída uma bolsa. O dia 4 de Janeiro é a data limite para a apresenta-ção de propostas.

Segundo explicam os Serviços dos Ins-trumentos de Política Externa da Comissão

Europeia, “as propos-tas podem surgir de universidade e outras instituições académicas de ensino superior reco-nhecidas”. O programa académico deve arran-car já no Outono de 2012 ou no máximo a 1 de Ja-neiro de 2013, percorren-do quatro anos lectivos. Aumentar a visibilidade da União Europeia nesta zona do globo, explanar as relações entre Macau e a União Europeia, mas também o modo como os mercados e as deci-sões europeias acon-tecem são alguns dos principais objectivos da iniciativa.

As relações entre a Europa e o Oriente são cada vez mais profun-das, com Macau a as-sumir uma posição de relevo, observa aquele departamento. No en-tanto, “esta crescente interacção está a acon-tecer num contexto de limitada consciência e entendimento sobre a União Europeia”. São poucos os programas académicos disponíveis sobre o tema em Macau

e, por isso, “a visibilida-de sobre a União Euro-peia ainda é limitada”. Os cursos oferecidos por algumas universi-dades, acrescenta ainda a Comissão Europeia, “são raramente uma primeira opção para os

estudantes locais”. Por outro lado, a falta de experiência em Estudos Europeus surge como uma limitação para o seu desenvolvimento futuro.

Ao mesmo tempo, o acolhimento de um nú-

mero cada vez maior de estudantes do Continen-te também torna Macau especialmente atractiva, já que estes poderão le-var os conhecimentos para além da fronteira. A União Europeia é o terceiro maior parceiro

comercial do território. Embora haja poucas empresas do velho con-tinente estabelecidas na RAEM, “as que estão declaram-se satisfeitas com as infra-estruturas e as comunicações”, con-sidera a entidade, num

mAIS dE 2,1 mIlhÕES VISItARAm mAcAU Em SEtEmbRo

Turismo mais “dependente” do continenteMais de 2,1 milhões de pessoas visitaram Macau em Setembro, mais 17,8 por cento face a igual período do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. Apesar dos esforços de diversificação, o peso do mercado da China Continental voltou a aumentar

O aumento do fluxo tu-rístico foi fortemente impulsionado pelo

mercado do Interior da Chi-na, de onde provinham 1,2 milhões de visitantes - ou 57,5 por cento do total -, mais 39,3 por cento do que em Setembro de 2010, de acordo com os da-dos facultados pelos Serviços de Estatística e Censos.

Do universo de visitantes oriundos do Interior da China, 449.098 entraram no território com visto individual, valor que traduz um acréscimo de 31,7 por cento face ao período homólogo de 2010.

Em contrapartida, o núme-ro de visitantes de Hong Kong (582.025) e de Taiwan (101.047) recuou 2,7 e 0,6 por cento, res-pectivamente, numa tendência seguida pelos mercados do Ja-pão e Coreia do Sul, cujo núme-ro de visitantes caiu 12,1 e 9,5 por cento, respectivamente.

Já de Singapura, chega-ram a Macau em Setembro 23.118 pessoas, um valor que representa “um acréscimo no-tável” de 36,2 por cento.

No cômputo dos primeiros nove meses do ano Macau rece-beu mais de 20,6 milhões de vi-sitantes, o equivalente a um au-mento de 11,2 por cento face ao

período homólogo de 2010. O número de visitantes da China Continental (11,7 milhões), de Hong Kong (5,7 milhões) e da Coreia do Sul (302.530) sofreu um aumento de 19,8 por cento, três por cento e 21,4 por cen-to, respectivamente, enquan-to que o número de visitantes de Taiwan (943.742); do Japão (283.224) e da Malásia (221.402) registou quebras de 4,9; 9,2 e 5,6 por cento, respectivamente, em termos anuais.

Até Setembro, foram cer-ca de 11 milhões os visitantes que viajaram para Macau em excursão, perfazendo 53,6 por cento do total.

Por via marítima, entra-ram na RAEM, entre Janeiro e Setembro, mais de 8,1 milhões de visitantes, o que traduz uma subida de 6,7 por cento comparativamente ao mesmo período de 2010.

Mas a maioria, cerca de 11,2 milhões de pessoas, en-trou em Macau pelas frontei-ras terrestres, mais 15,8 por cento do que nos primeiros nove meses de 2010.

Já a via aérea foi opção escolhida por 1,24 milhões de pessoas, valor que espelha um aumento na ordem dos dois por cento em termos anuais, dos quais 1,23 milhões utiliza-ram o Aeroporto Internacional de Macau (mais 1,8 por cento), e cuja maioria era proveniente do Interior da China (37,6 por cento), de Taiwan (35 por cento) e da Malásia (5,8 por cento).

Em 2010, cerca de 25 mi-lhões de pessoas visitaram Macau, o que quer dizer que a manter-se este ritmo de cresci-mento até ao fim do ano o tu-rismo da RAEM vai “bater” um novo recorde.

IRmÃoS dUNlop QUEREm REpEtIR fEIto do pAI Em mAcAU

a velocidade está nos genesOs filhos de Robert Dunlop vêm a Macau para repetir a proeza alcançada pelo pai em 1989. As expectativas de triunfo recaem mais sobre William, que se inspira na trágica história familiar

Os irmãos Michael e William Dunlop não escondem o seu entusiasmo com a es-

treia na corrida de motos do Gran-de Prémio de Macau. Os norte-ir-landeses, que são filhos de Robert Dunlop e sobrinhos do campeão Joey Dunlop, vão tentar repetir a proeza alcançada pelo pai, que triunfou na Guia em 1989.

“Temos muito prazer em acrescentar os nossos nomes aos dos vencedores de troféus que a nossa família já ganhou. Como diria o meu pai, os nossos esfor-ços são para inscrever o nome Dunlop nos livros de História”, referiu William Dunlop ao “Sou-th China Morning Post”.

William começou a correr após a morte do tio Joey, que aconteceu num acidente na Estó-

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pág 08terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

FRACÇÕES DA TRANQUILIDADE ABERTAS A FAMÍLIAS. os agregados familiares notificados pelo instituto de Habitação (iH) podem visitar a partir de hoje as fracções modelo do edifício de alameda da tranquilidade. No entanto, segundo o iH, só poderão visitar a tipologia indicada no ofício para escolha da fracção. o edifício de alameda da tranquilidade vai proporcionar 880 fracções de habitação económica.

DSPA PROMOVE ECO-AQUISIÇÕES NOS SERVIÇOS. a Direcção dos Serviços de Protecção ambiental (DSPa) elaborou “instruções para a eco-aquisição destinadas aos Serviços Públicos”, a ser lançadas no próximo mês, para servirem como referência na aquisição de bens e serviços. a iniciativa visa incentivar à compra de produtos amigos do ambiente.

“RAINHA DO BACARÁ” GANHA 1,3 MILHÕES NO GALAXY. uma jogadora de Hong Kong sagrou-se “rainha do bacará” e arrecadou 1,38 milhões de dólares de Hong Kong, após ter vencido o primeiro torneio daquela modalidade de jogo organizado pelo Galaxy Macau. a competição reuniu cerca de 200 jogadores e distribuiu prémios no valor total de 3.008.888 dólares de Hong Kong.local

pRopoStAS podEm SER ApRESENtAdAS AtÉ jANEIRo

União Europeia aposta em curso na RaEM

INStItUto cUltURAl VAI ARRENdAR ESpAÇo

Produtos criativosvendidos na “c-Shop”O Instituto Cultural pretende alugar um espaço que detém numa área nobre da cidade para a venda de produtos criativos “made in Macau”

O Instituto Cultural (IC) vai arrendar o espaço da “C-Shop”, em pleno centro de

Macau, tendo em vista a comer-cialização de “produtos culturais e criativos originais de Macau”. O edifício fica situado na Av. Dr. Má-rio Soares, bem próximo do centro comercial “New Yaohan” e as can-didaturas têm que ser apresentadas até dia 2 de Dezembro.

De acordo com as regras anun-ciadas, o concurso público prolon-ga-se ao longo de 24 meses, entre 1 de Março de 2012 a 28 de Fevereiro de 2014. O IC não irá estabelecer um preço base, mas antes analisar cada proposta segundo quatro critérios. O mais importante deles, contando 40 por cento para o resultado final,

consiste no plano de gestão e explo-ração comercial (incluindo o projec-to da imagem visual global e o pro-jecto de planeamento do interior do espaço, bem como “a viabilidade, a integridade, a novidade e o contri-buto dos mesmos para a promoção das indústrias culturais e criativas”). Surgem depois, com ponderação de 20 por cento, as especificações dos produtos a serem comercializados pelo concorrente (incluindo o grau de industrialização, o potencial, a diversidade, a originalidade e o teor artístico cultural dos produtos), o currículo e experiência da empresa/sociedade concorrente na explora-ção e gestão (incluindo o seu de-sempenho passado na exploração comercial e a sua experiência na ges-

tão de negócios relacionados com o sector criativo) e o preço proposto pelo concorrente.

Neste concurso público do IC serão apenas consideradas as em-presas inscritas há, pelo menos, um ano, que tenham participações de residentes de Macau no capital social superiores a 50 por cento. Os interessados poderão consultar e obter gratuitamente a cópia do Pro-grama do Concurso e do Caderno de Encargos no edifício sede do IC, localizado na Praça do Tap Seac, antes da data limite para a entrega de propostas e dentro das horas de expediente. A abertura das propos-tas terá lugar no dia 5 de Dezembro, pelas 10 horas, na sala do auditório do IC.

relatório sobre Macau e Hong Kong.

A manutenção de laços estreitos com a cultura portuguesa e o português continuar a ser uma das línguas ofi-ciais é um aspecto que “contribui para a solidez

das relações da União Europeia com Macau e para a sua atractividade como destino turístico, pólo educativo e centro de realização de confe-rências”, sublinha a Co-missão Europeia.

Se o presente já é as-sim, o futuro desenha-se em ascendente. A coope-ração tanto directa como indirecta é “significativa e tende a aumentar, uma vez que Hong Kong e Macau continuam a for-necer uma plataforma para o reforço da coo-peração com a China continental”, acrescen-ta a mesma entidade. Recorde-se que está em curso um Programa de Cooperação na Área Ju-rídica entre a União Eu-ropeia e Macau. Até De-zembro do próximo ano, devem ocorrer mais de 70 acções de formação dirigidas a operadores do Direito de Macau, em áreas como a proprieda-de intelectual, criminali-dade informática, bran-queamento de capitais ou Direitos Humanos.

R.C.

IRmÃoS dUNlop QUEREm REpEtIR fEIto do pAI Em mAcAU

a velocidade está nos genes

nia em 2000, quando o corredor tinha 48 anos. O pai de William acabou por ter o mesmo destino trágico, morrendo aos 47 anos num acidente durante os treinos para o “North West 200” (na Ir-landa do Norte) em 2008.

As mortes dos motociclistas irlandeses foram choradas em todo o país, mas, pouco tempo depois, William decidiu que as corridas eram também a sua voca-ção. “A razão pela qual comecei a correr foi a morte de Joey... Não sei porquê, mas é esse o motivo”, con-ta William. “Eu não tinha interesse em motos antes disso, mas no ano

seguinte [após a morte de Joey], comecei a correr”, acrescenta.

Referindo que a vitória de Ro-bert Dunlop em Macau “ainda é lembrada pelos irlandeses”, William confessa que não sabe por que de-morou tanto tempo para competir no Circuito da Guia. “Sempre quis fazê-lo, mas nunca pedi para ir. Teria adorado competir no Supers-port 600 [a corrida disputa-se actu-almente na categoria Superbike], mas estou agora numa equipa com boas máquinas, pelo que a minha confiança na moto Honda é muito alta. Por isso - resume -, agora é o melhor ano para ir”.

William e Michael Dunlop querem “imitar” façanha do pai na Guia

14 já ASSINARAm coNtRAto pARA dIGRESSÃo

Estrelas da NBa quase certas em MacauPelo menos 14 jogadores de primeiro plano da NBA já terão assinado contratos para integrar uma digressão mundial com escala em Macau

A digressão, que incluirá seis partidas em quatro continentes com algu-

mas das maiores estrelas da liga profissional norte-americana (NBA) entrou na fase final de negociações, segundo fontes ci-tadas pelo “site” da ESPN. Ma-cau está confirmada no roteiro das “estrelas” da NBA.

De acordo com as mesmas fontes, 14 dos 18 atletas esco-lhidos para a digressão mun-dial já assinaram o respectivo contrato, sendo que os restan-tes acordos deverão ser forma-lizados nos próximos dias.

A lista de jogadores con-tactados por Cal Darden, em-presário de Atlanta, inclui Der-

rick Rose, actual MVP (jogador mais valioso) da NBA, Kobe Bryant, LeBron James e Dwya-ne Wade. Entre os nomes apon-tados pela ESPN constam ainda

Chris Bosh, Blake Griffin, Rajon Rondo, Paul Pierce, Carmelo Anthony, Kevin Love, Russell Westbrook, Amar’e Stoudemi-re, Chris Paul, Carlos Boozer, Kevin Durant e Kevin Garnett.

Programada para o pe-ríodo compreendido entre 30 de Outubro e 9 de Novembro, a “tour” terá início em Porto Rico e contemplará ainda duas partidas em Londres, uma em Macau e duas na Austrália. Os jogadores deverão receber até um milhão de dólares ameri-canos, estando ainda prevista a entrega de parte dos lucros a instituições de beneficência.

A possibilidade da digres-são foi lançada numa altura em que a greve na NBA amea-ça prolongar-se, devido ao fac-to dos dirigentes das equipas ainda não terem conseguido chegar a acordo com o sindi-cato dos atletas sobre questões como a repartição das receitas e a alteração do tecto salarial dos jogadores.

Kobe Bryant e Derrick Rose devem participar na digressão

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pág 10 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

dESPoRTo“CHICHARITO” RENOVA ATÉ 2016. o mexicano Javier Hernandez assinou um novo contrato com o Manchester united, válido até 2016, anunciou o clube inglês. “chicharito” marcou 23 golos em 55 jogos pelo united, para o qual se transferiu em 2010, proveniente do chivas, do México.

LAzIO ASCENDE à SEGUNDA POSIÇÃO. a lazio, adversária do Sporting no Grupo D da liga europa em futebol, ascendeu à segunda posição da liga italiana, depois da vitória na visita ao bolonha (2-0), no jogo de conclusão da oitava jornada.

Direcção dos Serviços de Finanças

AviSo

CoBRANÇA DA CoNTRiBUiÇÃo ESPECiAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.° da Lei nº. 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.° e o artigo 4.° da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

Localização dos terrenos:– Rua de Henrique de Macedo, nºs 2A a 2C (Edifício Lai Fong);– Rua de Francisco Xavier Pereira, nºs 163 a 165B e Pátio dos Cavaleiro, nºs 11 a 13 (Edifício Mei Lam Garden);– Rua das Lorchas, nºs 142 a 178;– Rua dos Artilheiros, nºs 15 a 15B (Edifício Meng Yuen).

2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias após a recepção da notificação do pagamento, ou, até 31/10/2011, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício Finanças, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.° da Portaria acima mencionada.

Aos, 9 de Setembro de 2011.

A Directora dos Serviços de Finanças,Vitória da Conceição

2ª Vez

Execução ordinária nº Cv2-10-0070-CEo 2° Juízo Cível

Exequente: BANCo NACioNAL ULTRAmARiNo, S.A., com sede em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22, Macau.Executado: LEi UN KUoNg, de sexo masculino, de nacionalidade chinesa, com última residência conhecida na Rua de Tomé Pires, nº 4D, edf. Mei Cheong, 4º andar B, Macau, ora ausente em parte incerta.

Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando o executado, para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar à exequente a quantia de cento e uma mil novecentas e setenta e seis patacas e cinquenta avos (MOP101.976,50) e legais acréscimos, ou no mesmo prazo, deduzir oposição por embargos ou nomear bens à penhora, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso sejam deduzidos embargos.

Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

Macau, aos 07 de Outubro de 2011.

O Juiz,Jerónimo Alberto G. SantosA Escrivã Judicial Principal,

Pun Choi Ieng

“JTM” - 25 de Outubro de 2011

TRiBUNAL JUDiCiAL DE BASE JUízo CívEL

ANÚNCio

ANÚNCio

Faz-se saber que em relação ao concurso público para a execução da empreitada de «Construção do Segmento do Centro da Taipa da 1.ª Fase do Metro Ligeiro – C350», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 37, II Série, de 14 de Setembro de 2011, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.º do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente na sede do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, sita na Rua do Dr. Pedro José Lobo, Edif. Banco Luso Internacional, n.ºs 1-3, 26.º andar, Macau.

Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, aos 20 de Outubro de 2011.

O Coordenador do Gabinete, Lei Chan Tong

gabinete para as infra-estruturas de Transportes

lIGA INGlESA

Villas-Boas desapontado com árbitro

O treinador do Chelsea, André Villas-Boas, mostrou-se desapontado com a exibição do árbitro Chris Foy na derrota dos “blues” com o Queen’s Park Rangers (1-0), na nona jornada da Liga inglesa de futebol

O juiz da partida expulsou o português José Bo-singwa e o marfinense Didier Drogba, além de ter marcado uma grande penalidade duvidosa

do ex-benfiquista David Luiz, que ainda se queixou de uma falta na área do QPR no final do encontro.

“Estou muito desapontado com a exibição de Chris [Foy]. Com nove jogadores, conseguimos controlar as

nossas emoções. Chris e a sua equipa tornaram o jogo emocional e deixara-se levar pelo público e cometeram erros tremendos”, disse Villas-Boas, citado pela AP.

Para o português, a arbitragem “foi pobre, muito pobre”, reconhecendo que, no final, falou com o árbitro e “foi muito agressivo” com Foy após a segunda derro-ta dos “blues” na Liga inglesa.

“Tenho de elogiar os jogadores, porque eles foram fantásticos. Durante 45 minutos, jogámos com nove jo-gadores e para isso é preciso coragem. Isso mostra a força e o comprometimento da equipa”, referiu.

Com esta derrota, o Chelsea desperdiçou a oportu-nidade de subir ao Segundo lugar da “Premier”, ficando a seis pontos do Manchester City e a um do United.

Sporting recebe Braga na Taça de Portugalo Sporting vai receber o Sporting de braga na quarta eliminatória da taça de Portugal, ditou o sorteio realizado na sede da federação Portuguesa de futebol. fc Porto, detentor do troféu, desloca-se a coimbra para defrontar a académica, em mais um encontro entre equipas da liga principal, enquanto benfica terá de viajar à figueira da foz para enfrentar a Naval 1.º de Maio, da liga de Honra. a quarta eliminatória está agenda para 20 de Novembro, domingo, mas o benfica pediu a antecipação do seu jogo para 18 e o fc Porto para 19, em função dos respectivos compromissos na liga dos campeões na semana seguinte.

lIGA poRtUGUESA

Porto goleia e mantém liderançaUm FC Porto bastante renovado e mais dinâmico goleou ao Nacional 5-0, no Estádio do Dragão, e manteve o comando da Liga portuguesa de futebol, a par do Benfica, após a oitava jornada

Defour, Walter, Sapunaru, Kléber e Hulk materializaram em golo a superioridade dos “dragões”,

que, em função de exibições menos con-sistentes nos últimos tempos, se apresen-taram com cinco alterações no “onze”.

Vítor Pereira promoveu a maior revolução da época e Otamendi (subs-tituído por Mangala), João Moutinho (Belluschi), Guarin (Defour), James Ro-driguez (Varela) e Kléber (Walter) fica-ram no banco a ver os substitutos correr e pressionar mais.Curiosamente, o golo surgiu numa altura em que os campe-ões nacionais eram mais pacientes: à en-trada da área, a bola sobrou para Defour (24 minutos), que rematou forte, com a bola a desviar em Luís Neto e a passar por cima do guarda-redes.

O Nacional procurou sempre sur-preender em contra-ataque e foi as-sim que Rondon quase empatou, mas acertou nas malhas laterais. Em cima do intervalo, Mateus surgiu na cara de Helton, mas apareceu Álvaro Pereira a chutar a meias e a bola acabou nas mãos do guarda-redes.

Entre os dois lances, o Porto am-pliou na sequência de canto, com Wal-ter, em fora de jogo ao segundo poste, a emendar cabeceamento de Rolando.

Juliano (46 e 51) ameaçou reduzir, mas errou o alvo, tal como Hulk num reatamento emocionante que prome-teu muito, mas que cedo deu lugar a futebol mais lento e previsível.

A tranquilidade completa do cam-peão só chegou na sequência de um livre de Belluschi, que Marcelo não segurou, com a bola a cair na pequena área onde surgiram dois portistas sozinhos, caben-do a Sapunaru a estocada final (3-0).

Aos 90 Moutinho ofereceu a Kléber o quarto golo, mas o momento mais bo-nito surgiu já aos 92, com um “chapéu” de Hulk que valeu o definitivo 5-0.

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acTUal VoltA AomUNd

EUA RETIRAM EMBAIXADOR DA SÍRIA. o embaixador dos estados unidos na Síria, robert ford, abandonou o país por razões de segurança, na sequência de “ameaças credíveis à sua segurança pessoal”, informou ontem o Departamento de estado norte-americano.

Aposta chinesa nos veículos hibrídos e eléctricos a multinacional japonesa toyota, o maior fabri-cante mundial de automóveis, tem planos para começar a vender veículos híbridos e eléctricos na china em 2013, batalhando no mercado com em-presas como a volkswagen, General Motors e Nis-san. De acordo com uma reportagem do diário “Shanghai Daily”, para a toyota, que produz o seu emblemático híbrido Prius na china desde 2005, a introdução de veículos elétricos e híbridos no mer-cado vai ao encontro da política definida por Pequim de ter nos veículos ecológicos uma prioridade para o futuro desenvolvimento do sector automóvel.

Macedo e Cesário abdicam do subsídio o ministro Miguel Macedo e o secretário de es-tado, José cesário, informaram que «preten-dem abdicar do subsídio de alojamento que lhe é atribuído por lei. Segundo fonte do MNe, José cesário, disse que decidiu abdicar do subsí-dio para não introduzir qualquer tipo de ruído na gestão política da Secretaria de estado que tutela».

Ban Ki-Moon congratula Tunísia por eleiçõeso secretário-geral da oNu, ban Ki-moon, felici-tou a tunísia pela «maneira pacífica e ordenada como desenvolveu a histórica eleição de uma as-sembleia constituinte». em comunicado divul-gado em Genebra, ban afirma que «esta eleição histórica constitui uma etapa importante para a transição democrática tunisina e um avanço impor-tante no processo de transformação democrática na África do Norte e no oriente Médio em geral».

Cavaco ouve hoje o Conselho de EstadoPela oitava vez desde que chegou a belém, o Presi-dente da república ouve hoje o conselho de estado, numa altura em que o orçamento do estado para 2012 e os sacrifícios impostos aos portugueses dom-inam a agenda política. “Portugal no contexto da crise da Zona euro” é o único ponto na agenda do encon-tro do órgão de político de consulta do chefe de es-tado, que se reúne pela primeira vez nesta legislatura.

Balanço do sismo aponta para 272 mortosPelo menos 272 pessoas morreram devido ao sismo de magnitude 7,2 que sacudiu a província oriental tur-ca de van no domingo, afirmaram as autoridades. o balanço anterior indicava 217 mortos e 1.090 feridos.

Direita populista suíça perde deputadosNuma eleição que apenas serviu para actualizar a correlação de forças do peculiar Governo helvético de coligação alargada, a direita anti-imigração do SvP venceu com 25% dos votos, abaixo dos es-perados 30%, perdendo sete lugares no conselho nacional. esta é a primeira vez que o SvP vê o seu resultado piorar nos últimos 20 anos. o resultado surge como uma surpresa, uma vez que a poucos dias do escrutínio as sondagens apontavam para um melhor resultado que o registado em 2007, captan-do 29,3 por cento das intenções de voto, não con-seguindo alcançar a meta histórica de 30 por cento.

Matriarca dos Bhutto foi sepultadaa matriarca da principal dinastia política do Paquistão, begum Nusrat bhutto, foi ontem sepultada no país depois da sua morte, domingo, aos 82 anos num hospital do Dubai, revelaram fontes oficiais paquis-tanesas. o funeral teve lugar no cemitério familiar dos «bhutto», localizado em Garhi Khuda baksh, na província de Sindh, sul do país, disse o porta-voz do Partido Popular do Paquistão, farhatulá babar

Mais 13 mineiros morrem na Chinaas autoridades do nordeste da china confirma-ram ontem a morte de 13 mineiros que ficaram retidos numa mina de carvão a 11 de outubro, de-pois de quase duas semana de tentativas de re-cuperação dos corpos. o acidente ocorreu na localidade de Jixi, na província de Heilongjiang, fronteira à rússia, revelou a agência xinhua. um total de 24 mineiros ficaram retidos dentro da mina no momento do acidente e apenas 11 conseguiram abandonar o complexo antes deste ficar inundado.

poRtUGAl

Segurança Social sem fundosAs receitas da Segurança Social serão insuficientes para pagar pensões a partir de 2030 e o Fundo de Estabilização irá durar apenas até 2040, avançou ontem o Correio da Manhã

De acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2012, entre 2030 e 2035 as

receitas da Segurança Social não chegarão para pagar as reformas dos portugueses, estimando-se que fiquem pouco acima dos 22 mil mi-lhões de euros. Já a despesa deverá ultrapassar os 22,4 mil milhões de euros. Para colmatar o saldo ne-gativo, a proposta do Orçamento

do Estado para o próximo prevê o recurso ao Fundo de Estabilização para garantir o pagamento anual das despesas totais do regime con-tributivo. Mas só até 2040.

Em declarações ao Correio da Manhã, Bagão Félix, ex-ministro da Segurança Social, afirma que “os portugueses têm motivos para es-tar muito preocupados com as suas reformas. As pensões, a partir de

2020 vão ser bastante inferiores”, acrescenta, apontando a relação entre o crescimento demográfico e a estagnação da economia como a razão principal dessa diminuição.

João Cantiga Esteves, profes-sor do ISEG, diz, ao mesmo jornal, que para evitar a ruptura da Segu-rança Social, “vai ser necessário re-duzir o valor da pensão e aumen-tar a idade da reforma”.

coREIA do NoRtE

china pressiona PyongyangA China pediu à Coreia do Norte que se empenhe nas conversações com a Coreia do Sul e Estados Unidos para que seja possível regressar às negociações sobre o seu programa nuclear

De visita a Pyongyang, o vice-primeiro-minis-tro chinês, Li Keqiang, declarou ao primeiro-ministro norte-coreano, Choe Yong-rim, que

Pequim continuará a ser um forte aliado do país. Mas pressionou o regime a avançar com as conversações.

“A China defende que a Coreia do Norte mante-nha um enfoque correcto no compromisso e no diálo-go”, disse Li ao seu anfitrião, no domingo, citado pela agência chinesa Xinhua. Pequim continua a ser um dos poucos (e o mais poderoso) parceiro da Coreia do Norte, que além do isolamento internacional enfrenta uma profunda crise alimentar e está num processo de transição de poder.

Li, que em 2012 deverá ser eleito o sucessor do primeiro-ministro Wen Jiabao, adiantou que é do in-teresse da China que Pyongyang se aproxime de Seul e Washington, evitando a instabilidade na região, re-fere a Reuters. O Norte deverá procurar “resultados rápidos do diálogo e regressar às negociações a seis o mais rapidamente possível para avançar com a des-nuclearização da península”.

A Coreia do Norte tem sido um foco de tensão devido ao seu programa nuclear, testes de mísseis e,

no ano passado, confrontos navais na península que mataram 50 sul-coreanos. Mas recentemente tem ten-tado um tom mais conciliatório com o Sul e com os EUA. Ontem, responsáveis americanos e norte-core-anos deveriam ter-se encontrado em Genebra.

Os diplomatas não esperam grandes avanços, aponta a BBC. Os dois lados partem com posições di-vergentes: os responsáveis norte-coreanos não querem ver pré-condições para o diálogo, mas Washington quer que Pyongyang se comprometa ao desarmamento.

O primeiro ensaio nuclear do Norte foi já há cin-co anos. As negociações multilaterais mediadas por Pequim – que envolvem as duas Coreias, Estados Unidos, China, Japão e Rússia – conseguiram levar Pyongyang a suspender, em 2005, o seu programa em troca de ajuda económica e energética. Em 2009, a Co-reia do Norte abandonou a mesa das negociações um mês antes de realizar um novo teste, fazendo a ONU impor sanções.

ARGENtINA

Reeleição histórica de cristina KirchnerA Presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, conquistou um novo mandato, com uma reeleição histórica por 54 por cento dos votos, logo à primeira volta, em que os eleitores deram pleno crédito às suas controversas políticas económicas pelo sólido crescimento do país

Contem comigo para pros-seguir este projecto”, as-severou aos milhares de

apoiantes que festejavam na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, num discurso em que fez referências muito emocionais ao marido e ex-Presidente Nestor Kirchner, que morreu há um ano. “Tudo o que quero é continuar a ajudar a Ar-gentina a crescer. Quero continuar a mudar a história”, sublinhou.

Este resultado expressa uma drástica mudança no estado de es-pírito do eleitorado, o qual chegou a penalizar Kirchner, durante o primei-ro mandato, com uma taxa de apro-vação de apenas 20%: um escândalo de financiamento partidário, o pro-

longado confronto com os agriculto-res, o constante braço-de-ferro com a imprensa, a cavalgada da inflação criaram uma sucessão de casos que foi erodindo o Governo e a popula-ridade da chefe de Estado – levando muitos críticos a preverem que teria que abandonar o poder antes mesmo de chegar ao fim de mandato.

Mas, com 96 por cento dos vo-tos contados, Kirchner (de centro-esquerda) registava 54 por cento dos votos – e entrou assim para a história como a política mais vota-da desde o regresso da democracia à Argentina, em 1983 –, deixando o mais próximo rival, o socialista Hermes Binner, a uns 36 pontos percentuais de distância.

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pág 12 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

PUBlIcIdadE

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JORNal TRIbUNa de macaU terça-feira, 25 de outubro de 2011 pág 13

Álvaro Santos Pereira atacou várias colmeias e tem agora enxames de abe-lhas de cabeça perdida. (...) O que todas querem com estas conversas da treta são anúncios de mais subsídios, mais benefícios fiscais e nada de reformas a sério. (...) As abelhas não estão incomodadas com a economia. Estão incomo-dadas é com as suas respeitáveis colmeias. António Ribeiro Ferreira in “i”

dit

o

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

25/10/1991

Há 20 anos

ACORDO UNIVERSITÁRIOENTRE MACAU E SHENZHENAs Universidades de Macau e Shenzhen, a Região Económica Especial adjacente a Hong Kong, assinaram um acordo de cooperação académica. O protocolo visa alargar as acções de intercâmbio de docentes e de cooperação académica entre a instituição de ensino superior e Universidades da China, na sequência de acordos já em vigor com estabelecimentos de ensino da República Popular, de Portugal e de países da região, além da Universidade das Nações Unidas, sediada em Tóquio. A Universidade de Macau tem actualmente em preparação um estudo de viabilidade sobre a criação de um centro de estudos na vizinha região de Zhuhai, que não possui estabelecimentos de ensino superior, cujos resultados deverão ser divulgados até ao final do ano lectivo.

BELGAS CONVIDADOSA VIREM INVESTIRA utilização de Macau como porta privilegiada para empresários da CEE estabelecerem os seus negócios na China foi defendida em Bruxelas durante um seminário para apresentar as potencialidades do território. “A localização estratégica, o potencial infra-estrutural, o pragmatismo dos empresários locais e o seu conhecimento da China, especialmente de Cantão, são factores que potenciam a posição de Macau como porta de entrada na República Popular da China”, afirmou o secretário adjunto Vítor Pessoa. O responsável pela pasta da Economia de Macau, que falava a cerca de três dezenas de empresários belgas da Comunidade, abordou o papel da Administração e as iniciativas destinadas a criar condições estratégicas de desenvolvimento durante o período de transição até 1999. Durante o seminário, que decorreu na “Federation des Entreprises de Belgique”, usaram ainda da palavra três empresários do território que defenderam a importância de Macau como porta de entrada na República Popular da China.

Eugénio de Andrade é, porventura, um dos poetas portugue-ses mais lidos e traduzidos (também, na China). Soube usar

a palavra como poucos: “É urgente destruir certas palavras/ ódio, solidão e crueldade / certos lamentos, muitas espadas”...

Frontal e transparente como a sua poesia, assumia não gostar de fado, nem dos sonetos de Florbela Espanca, nem das praias do Algarve, nem das iscas de bacalhau, nem de poesia barroca, nem dos castelos da Baviera, tampouco, de anedotas e jantares com mais do que uma pessoa, e, enunciava, provocato-riamente, outros tantos lugares comuns, eleitos pelas maiorias, enquanto confessava preferir framboesas, Mozart, os ouros e vermelhos de Rembrandt, os esquilos de Central Road, os ver-sos de Cesário e Pessanha, a obra de Li Bai, certamente, os cam-pos da China, que conheceu quando visitou Macau: “Toda a ciência está aqui/ na maneira como esta mulher dos arredores de Cantão / ou dos campos de Alpedrinha / rega quatro ou cinco leiras de couves.(...) O verde dos bambus mais altos é azul / ou então é o céu que pousa nos seus ramos”.

Escreveu de tal modo convincente “como se tudo estivesse certo no universo e só nós estivéssemos a mais”, como neste “Ofício de Paciência” que Macau lhe inspirou, em Outubro de 1990: “Parece que se chama Baía das Pérolas, mas não tenho a certeza. Certo, certo, era tê-la todas as manhãs diante de mim, ao pequeno almoço. À esquerda os barcos a caminho de Hong Kong; à direita, a longuíssima ponte desenhada a traço fino, ligando a cidade à ilha da Taipa. Não sei dizer porquê mas a ponte era da família das garças. Tinha a mesma elegância, a mesma cor de cinza clara, era isso. Antes da ponte havia edi-fícios altos, enfaticamente chamados arranha-céus; para lá da ponte a mesma coisa.

A cidade, estou a falar de Macau, vista de longe tem um perfil enganador. Macau é uma cidade com as tripas de fora, mas isso não se vê do jet-foil que te traz de Hong Kong; nem quando te aproximas da fronteira, vindo da China.

Mas é breve o engano, o carácter da cidade não tarda a revelar-se: os seus rumores, os seus cheiros, a pulsação do seu olhar, o suor do seu corpo vêm ao teu encontro ao dobrar da pri-meira esquina. Porque, na verdade, estamos no Oriente - estes homens, estas mulheres têm na rua a sua casa: aqui trabalham e comem, aqui discutem e riem, aqui fazem dos seus dias um longo ofício de paciência. São pobres, mas não se sentem humi-lhados na sua pobreza. Talvez saibam que há ricos muito mais pobres do que eles. Porque o que lhes sai das mãos trabalhado em abundância de espírito - cerâmica, palha, bambu, comida, caligrafia, pintura, papel, poesia, tecido, pedra, música - tudo revela um saber delicado, subtil, superior.

Vais por estas ruas, por estes becos (com nomes que já não encontras noutras cidades: Rua dos Ervanários, Beco dos Ma-

Angela Merkel ofereceu um urso de peluche ao recém-papá Nicolas Sa-

rkozy, e essa intimidade entre poderosos é simpática.

Outros grandes do Mundo trocam-se presentes pessoais - estou a lembrar-me das garrafas de vinho que José Mourinho enviava a Alex Ferguson nas vésperas de um Chelsea-Manchester United.

Mas, lá está, eu disse “nas véspe-ras”...

Nunca os vi a brindar com taças de tinto durante o jogo.

Ontem, porém, aconteceu uma inti-midade despropositada entre Merkel e

Sarkozy na conferência de imprensa na cimeira europeia.

Já tinha acontecido a simpática oferta do ursinho pelo nascimento de Giulia e já tinha acontecido o encontro da alemã e do francês com o primeiro-ministro ita-liano.

Justamente, a primeira pergunta dos jornalistas foi sobre esse encontro com Berlusconi. Berlusconi, lembro, chefe de Governo de um país da União Europeia, tal como são, nem mais nem menos, os dois a quem se pôs a pergunta.

E foi aí que aconteceu o despropósi-to. Sarkozy pôs um ar de jogador de pé-

tanque em comédia de Marcel Pagnol e deu a deixa a Merkel, que pôs um ar de Marlene Dietrich (sem os mesmos olhos nem pernas, claro) a dizer piada em caba-ré de Berlim, anos 30.

Manifestamente, para eles Berlusco-ni é um Totò.

E é (sem o talento do grande cómico), mas essa não é a questão.

A questão é que com uma Europa que se permite rir oficialmente de outra Europa não vamos lá.

Mais preocupante que a famosa dívi-da é o défice de líderes.

JTM/DN

É urgente o amor

No topo falta grandeza

oPINIãoVEMoS, oUVIMoS

E lEMoS

UM PoNTo É TUdo

Maria Lourenço*

Ferreira Fernandes

rinheiros, Praça das Seis Casas, Travessa da Paixão, Avenida da Amizade, travessa de Sancho Pança), o coração em revolta, como diz o poeta; mas sabe-se lá se com grande razão! Estás cansado. Entras num jardim, há velhos por todo o lado, a jogar, a conversar. Lá para o fundo, uma mulher faz exercícios corpo-rais, ou espirituais, ou ambas as coisas. Mais longe ainda, uma rapariga e uma velha parecem contemplar do muro a cidade, ou o mar. A velha tem os olhos cravados na distância, a rapari-ga leva à boca uma flauta - um fio de música sobe, sobe no ar como estrela de papel. Não tardará que anoiteça”.

Esta peça em prosa do poeta, transcrevo-a porque sei que raros a conhecerão. Está inserida num álbum de fotos de Ma-cau, dessa especialista na eternização do momento, que é Ana Esquível. Edição esgotada.

É como que uma carta de amor dirigida a Macau que, quem ama esta terra, gostaria de ter escrito, respondendo à pergunta, com a qual, o poeta no seu melhor estilo, confronta quem o lê: “Que fizeste das palavras? Das palavras que disseste que flores nasceram?”

Na realidade, as palavras são sementes, germinam em qualquer solo. Arremessadas sem cuidado, geram espinhos, enquanto, lançadas com o saber do semeador, fazem germinar flores.

Que esta invocação de Eugénio Andrade possa inquietar-vos tanto, quanto a mim: das palavras que dissemos que flores - ou cardos - nasceram?

“É urgente destruir certas palavras / ódio, solidão e cruel-dade/ alguns lamentos / certas espadas”...

“É urgente o amor “!* Professora / Jornalista. Ex-residente em Macau.

Eugénio de Andrade em Macau, foto de António Andrade

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pág 14 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU

lazERBATEMAN DIz QUE CASAMENTO MUDOU A SUA VIDA. o actor Jason bateman revelou que sua mulher amanda anka o transformou e deu sentido à sua vida. “ela foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Parei de beber e comecei a me comportar como uma pessoa decente”, disse ao “contact Music”.

zSA zSA GABOR DEIXOU HOSPITAL. Zsa Zsa Gabor voltou para casa no fim de semana depois de duas semanas internada em um hospital em los angeles. a actriz de 94 anos passou por duas cirurgias no estômago para reparar um tubo gástrico e, enquanto ficou internada, contraiu uma pneumonia.

Beyoncé e Jay z instalam mega berçário para o filho

o casal de cantores Jay Z e beyoncé Knowles está a instalar um grande berçário em casa para o seu primeiro filho. o nascimento é esperado para fevereiro, e a criança vai dispor de um quarto com cerca de 670 metros quadrados no apartamento do

casal de artistas em Nova iorque, segundo a uS Weekly. Mas alguns amigos da cantora de 30 anos têm as suas dúvidas acerca da ideia. «algumas pessoas disseram: não vais ter medo de deixar a criança num quarto tão grande?», acrescentou a fonte. recentemente, beyoncé revelou-se «muito feliz» e considerou que a gravidez surge na altura certa da sua vida.

Viúva de Swayze posa com estátua de cera a viúva do actor Patrick Swayze, lisa Niemi, que esteve casada durante 34 anos antes de o cancro lhe levar o marido, posou para a objectiva numa posse que alude ao filme «Dirty Dancing» junto a uma estátua de cera do marido no Museu Madame tussaud em Hollywood. a viúva de 55 anos juntou-se à figura para tirar uma foto, enquanto recriava uma cena do filme em que a personagem de Swayze explica à personagem de Jennifer Grey a importância do equilíbrio na dança. À revista “People” Niemi afirmou estar «honrada» por inaugurar a estátua. «tornou-se claro para mim que alguém tinha aplicado muito amor a desenhar a obra, em nome de um homem que eu amava muito», disse.

Petra Nemcova não esqueceuo tusnami da Tailândia a supermodelo Petra Nemcova, que ficou gravemente ferida no tsunami de 2004 na tailândia onde passava férias com o noivo, voltou a falar sobre esse momento que alterou a sua vida, já que o fotografo britânico Simon atlee faleceu nessas férias em que a pedira em casamento. “tinha uma vida perfeita e o tsunami virou-a do avesso” disse ao “Daily Mail”, reconhecendo que as oito horas em que esteve empoleirada num coqueiro até ser salva e levada para o hospital tornaram-na mais forte. agora, aos 32 anos de idade, totalmente recomposta, a ex-modelo nascida na antiga checoslováquia recorda como os tailandeses a ajudaram e inspiraram a fundar o “Happy Hearts fund”, que não parou de crescer para apoiar os países devastados por desastres naturais.

Statham louco porHuntington-Whiteley o actor Jason Statham estará a planear propor em casamento a namorada, a actriz rosie Huntington-Whiteley, protagonista do último «transformers» que substituiu Megan fox. «o Jason está louco pela rosie e quer assentar», revelou uma fonte. «eles poderão casar talvez no próximo verão, desde que a rosie diga sim», acrescentou, citada pelo ShowbizSpy.

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40 sTar movies13:00 I Know What You Did Last Summer14:45 A Few Good Men17:10 Mighty Joe Young

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00:00 World’s Deadliest Towns

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54 hisTory13:00 Modern Marvels14:00 Crude16:00 Pawn Stars17:00 The Pickers18:00 Modern Marvels19:00 Life After People20:00 Modern Marvels21:00 Greatest Tank Battles22:00 Battleplan23:00 Hidden Cities00:00 Swamp People

55 BiograPhy channel13:00 Intervention 14:00 Hoarders 15:00 Storage Wars17:00 Flip This House 18:00 Sell This House 18:30 Caesars 24/7 19:00 Hoarders 20:00 Celebrity Ghost Stories 21:00 Gene Simmons: Family Jewels 22:00 Heavy 23:00 Hoarders 00:00 Intervention

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16:35 Leverage 17:25 Ncis: Los Angeles 18:15 CSI: Miami 19:10 Hawaii Five-0 20:05 Criss Angel Mindfreak 20:35 Sony Lifestyle Tv Magazine 21:05 Ncis: Los Angeles 22:00 House 22:55 CSI: Ny 23:50 House 00:45 CSI: Ny

63 sTar WorlD12:10 Junior MasterChef Australia 13:05 Hell’s Kitchen 14:00 The Real Housewives of Beverly Hills 14:55 Melissa & Joey 15:25 Ghost Whisperer 17:15 Australia’s Next Top Model 18:10 Junior MasterChef Australia 19:05 How I Met Your Mother 19:30 Melissa & Joey 20:00 Hell’s Kitchen 20:55 The Real Housewives of Beverly Hills 21:50 Greek 22:45 Junior MasterChef Australia 23:40 How I Met Your Mother 00:05 The Real Housewives of Beverly Hills

82 rTPi13:30 Telejornal Madeira 14:00 Sociedade Civil15:30 Magazine Canadá Contacto 16:00 O Preço Certo 17:00 Jornal Da Manhã17:30 Olhos De Água18:30 Em Reportagem 18:45 Biosfera19:30 Angra Jazz 200620:00 Jornal Da Tarde 21:00 O Conde D´Abranhos 22:00 Magazine Canadá Contacto 22:30 Portugal No Coração 00:45 Operação Triunfo Iii - Diários 01:00 O Preço Certo

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Anuncia-se, nos termos e para os efeitos do artº 65º, nº 1b) e artº 5 s) e u) do Código do Registo Comercial, que, pela Ap.41/12102011, foram registadas na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis da RAEM a dissolução e extinção da sociedade em epígrafe, por encerramento da liquidação, que não possui activo nem passivo a partilhar.

RAEM, 25 de Outubro de 2011

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pág 16 terça-feira, 25 de outubro de 2011 JORNal TRIbUNa de macaU feCHo deSta edição JtM - 01:15HoraS

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INdIaNO cOm 39 mUlHeRes e 94 FIlHOsQUeR cONTINUaR a casaRCom as suas 39 mulheres, 94 filhos e 33 netos, o sexagenário indiano Zionnghaka Chana afirma que isso não é o bastante e quer “aumentar a prole”, que vive num grande prédio do nordeste da Índia, informou a agência indiana Ians. “Eu gostaria de viajar além das fronteiras de Mizoram (a sua região, no nordeste) e da Índia para continuar a au-mentar a minha família”, declarou Chana, de 67 anos, na sua aldeia, em Baktawng. A família de Chana é formada pelo patriarca, as suas 39 esposas, 94 filhos, 33 netos e 14 noras (na Índia, as noras passam a fazer parte da família do marido): no total, 181 pessoas. “Como em qualquer outra igreja, acreditamos na existência de Deus, a única diferença é que o nosso credo permite-nos casar com mais de uma mulher”, contou Nunparliana, um dos seus filhos. A família segue as directrizes de um culto que chamam de “Channa”, que começou com o pai de Zionn-ghaka, Challianchana (morto em 1997): foi criado no início da década de 1930 e, quatro gerações depois, conta com 1.700 membros. Embora não se saiba com toda a certeza quantos filhos teve o fundador Challianchana - que casou com 50 mulheres -, é certo que Zionnghaka é o seu primogénito. A família vive num imóvel de quatro andares e 100 quartos construído numa colina, e as mulheres praticam um sistema de rotação para dormir com o chefe da família. Porém, a mulher mais jovem é a que ocupa a cama mais próxima. Mizoram é uma pequena e remota região do nordeste da Índia, na fronteira com Mianmar (antiga Birmânia) e Bangladesh e onde, ao contrário do hinduísmo predominante no sub-continente, o culto maioritário é o cristianismo, nas suas vertentes protestantes.

gReve em FábRIca cHINesadURa Há Uma semaNaOs trabalhadores de uma fábrica de relógios Citizen em Shenzhen estão em greve há uma semana para exigir melhores condições de trabalho, na segunda paralisação realizada em fábricas da empresa na China, informou on-tem a imprensa oficial. Os 1.178 trabalhadores da fábri-ca Guanxing Precision queixam-se que os empregadores não criaram o sistema de pensões prometido e que têm deduzido dos salários as pausas no trabalho. Em Junho realizou-se outra greve, neste caso de 700 trabalhadores, numa fábrica dos relógios japoneses Citizen, a Xinmin Guanli Precision Timepiece, na cidade de Dongguan, no sul da China. Os grevistas, mais de um terço dos emprega-dos da fábrica com 2.000 trabalhadores, protestaram por a empresa ter pedido para se trabalhar ao fim de semana para recuperar a perda de dois dias após a rutura dos sis-temas de ar condicionado. No ano passado, uma onda de greves afectou numerosas fábricas na China, tendo sido especialmente atingidas as companhias japonesas, neste caso do sector automóvel (Toyota e Honda). O problema foi solucionado em muitos casos com fortes aumentos sa-lariais que foram até aos 60 por cento.

EN PaSSaNT

Conhece-se a história: em Portugal, de há vários anos a esta parte que um membro do Governo ou deputa-do tem direito a uma subsídio de alojamento, quando a sua residência for 100 km afastada de Lisboa, o pre-sumível lugar de trabalho.A polémica já rompera há vários anos, quando uma deputada socialista batalhara pela residência em Pa-ris, para poder ter direito ao subsídio, apesar de toda a família ter residência em Lisboa.Desta vez, os protagonistas foram o ministro Miguel Macedo e o secretário de Estado José Cesário. Em dois dias, acabaram por renunciar ao subsídio.É um direito de que abdicam, o que parece bem, mas sem poderem vir a público anunciar que o fazem “por decisão pessoal”. Isso teria acontecido se o tivessem feito antes das manchetes dos jornais.Mesmo assim, louva-se a decisão. Ambos fazem parte de um governo que retirou os direitos ao subsídio de Natal e férias, que também estavam consagrados na lei, sem que os funcionários tivessem sido tidos, nem acha-dos, na decisão.Isto é, sem poderem tomar qualquer “decisão pessoal”.

josé Rocha Dinis

deNUNcIadas TORTURas a KadHaFIe eXecUÇÕes de cOmbaTeNTes O jornal espanhol “El Mundo” noticiou ontem a existência de vídeos chocantes onde Muammar Kadhafi implora clemên-cia aos seus captores, que lhe chamam “cão” e o agridem violentamente. Golpes, insultos, empurrões e uma pistola aponta-da à cabeça do ex-ditador líbio surgem em numerosos vídeos, gravados pelos pró-prios rebeldes, deixando bem patentes as humilhações que Kadhafi sofreu antes de ser abatido. O ex-ditador terá sido tortura-do e mesmo sodomizado com um pau. Por outro lado, a organização de defesa dos di-reitos humanos Human Rights Watch afir-mou ontem ter descoberto 53 cadáveres num hotel de Sirte, suspeitando tratar-se de combatentes leais a Kadhafi que terão sido executados pelas forças revolucioná-rias. A organização apelou ao Conselho de Transição (CNT) para que “conduza uma investigação ime-diata e transparente sobre o que parece ser uma execução em massa e para que leve os responsáveis perante justiça”. O estado de decomposição dos cadáveres sugere que os homens terão sido mortos entre 14 e 19 de outubro, disse a HRW, precisando que “os corpos estavam agrupados no jardim do hotel (…), aparentemente no sítio onde foram mortos”. “Este massacre parece integrar-se numa série de assassínios, pilhagens e outros abusos cometidos pelos combatentes anti-Kadhafi armados, que se consideram acima da lei”, disse Peter Bouckaert, membro daquela organização. A HRW informou tam-bém ter descoberto, noutro local de Sirte, 10 cadáveres em decomposição de pessoas que aparentemente terão sido executadas.

“decisão pessoal”

peRdÃO da dívIda gRega sUpeRIOR a 50%O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, dis-se ontem que os bancos e outras instituições “terão de aceitar perdas de 50 ou 60 por cento” da dívida grega. Em Julho falava-se de 21 por cento. Só mediante este va-lor é que é possível “garantir que o peso da dívida grega seja sustentável no longo prazo”, disse. Também ontem, a Comissão Europeia disse preferir “claramente” uma abordagem voluntária ao envolvimento do sector pri-vado nas perdas a suportar com a reestruturação da dívida grega, sublinhou o porta-voz do comissário dos Assuntos Económicos e Monetários, Amadeu Altafaj

Tardio. Reunidos domingo em Bruxelas para procurar superar as divergências em torno de uma resposta comum à crise da dívida, os chefes de Estado e de Governo voltam a encontrar-se numa cimeira amanhã, para tentar formalizar as decisões para um acordo abrangente.

sUspeITO de aTROpelaR cRIaNÇa em FOsHaNacUsadO de HOmIcídIO INvOlUNTáRIOUm dos alegados responsáveis pelo atropelamento de uma criança de dois anos em Foshan, sul da China, foi acusado de homicídio involuntário, divulgou ontem a comunicação social local. O caso desta criança, Wang Yueyue, está a chocar a opi-nião pública chinesa e originou uma onda de indignação naquele país. No passado dia 13 de Outubro, numa rua de Foshan, Wang Yueyue foi atropelada duas vezes, primeiro por uma furgoneta e depois por um camião. De acordo com as imagens captadas por uma câmara de vigilância pública, 18 pessoas passaram a seguir pelo local e viram a criança no chão a sangrar, mas não fizeram nada para a ajudar. So-corrida por uma mulher que andava a recolher lixo, Wang Yueyue foi internada, já em coma, num hospital militar de Cantão, mas não sobreviveu aos ferimentos e acabou por morrer na passada sexta-feira. O motorista Hu Jun, 24 anos, que fugiu após o atropelamento, incorre numa pena de prisão entre três a sete anos. Hu Jun entregou-se às autoridades locais três dias depois do incidente.