declaraÇÕes ao jtm do novo embaixador do brasil … · foto jtm pub director josé rocha dinis...

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FOTO JTM PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4320Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 10 PATACAS As “prendinhas” eleitorais em “De Fonte Limpa” Págs. 2 e 3 Última Fong Chi Keong vai dar “lição” aos moradores do Flower City Prédios na San Ma Lou preocupam moradores A Associação dos Moradores denuncia que muitos prédios da Avenida Almeida Ribeiro que estão abandonados representam um perigo público. Pág. 9 Lei Man Chao explica o que o separa da FAOM O candidato à AL diz, em en- trevista ao JTM, que a sua lista é mais prática que a de Kwan Tsui Hang e que defende os mais pobres. Pág. 7 Novo Macau quer manter envio do programa eleitoral por correio A Associação Novo Macau entregou uma carta na Comissão Eleitoral a pedir para que o programa eleitoral das listas volte a ser enviado através do correio. Isto porque, em 2009, o Gover- no parou de enviar as cartas de informação aos eleitores sobre os programas dos candidatos, porque considerou tratar-se de um desperdício. A sensibilização é feita por outras vias, como a Internet ou jornais. A ANM defende que, embora cause des- perdício, é mais simples e justo. Sugere que seja melhorada a forma de envio, como remeter uma só carta para cada morada. Medicina chinesa na lista de terapêuticas não convencionais regulamentadas A medicina tradicional chinesa passou a fazer parte da lista de terapêuticas não convencionais, cujo exercício é regulamenta- do por uma proposta de lei que a Assembleia da República portuguesa aprovou na quarta-feira. Inicialmente, a proposta de lei, que visava regulamentar uma legislação com quase dez anos (Lei 45/2003), reconhecia como terapêuticas não conven- cionais a acupunctura, a homeopatia, a osteopatia, a naturo- patia, a fitoterapia e a quiropraxia. Na proposta aprovada na quarta-feira foi incluída a medicina tradicional chinesa. Países africanos “frustrados” com resultados do Fórum Macau DECLARAÇÕES AO JTM DO NOVO EMBAIXADOR DO BRASIL EM PEQUIM As “contas” às obras que faltam fazer Numa altura em que estão a de- correr vários projectos para obras grandes, arquitectos mostram preocupação quanto à capacidade de fiscalização do Governo. Pág. 5 C entrais Sobreviventes da maré de rendas altas Pág .13

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Page 1: DECLARAÇÕES AO JTM DO NOVO EMBAIXADOR DO BRASIL … · FOTO JTM PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4320• Sexta-feira, 26 de

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JTM

PUB

Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4320• Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 10 PATACAS

30anos ao serviçode Macau

As “prendinhas”eleitorais em“De Fonte Limpa”

Págs. 2 e 3 Última

Fong Chi Keongvai dar “lição” aosmoradores do Flower City

Prédios na San Ma Loupreocupam moradoresA Associação dos Moradores denuncia que muitos prédios da Avenida Almeida Ribeiro que estão abandonados representam um perigo público. Pág. 9

Lei Man Chao explicao que o separa da FAOMO candidato à AL diz, em en-trevista ao JTM, que a sua lista é mais prática que a de Kwan Tsui Hang e que defende os mais pobres. Pág. 7

Novo Macau quer manter enviodo programa eleitoral por correioA Associação Novo Macau entregou uma carta na Comissão Eleitoral a pedir para que o programa eleitoral das listas volte a ser enviado através do correio. Isto porque, em 2009, o Gover-no parou de enviar as cartas de informação aos eleitores sobre os programas dos candidatos, porque considerou tratar-se de um desperdício. A sensibilização é feita por outras vias, como a Internet ou jornais. A ANM defende que, embora cause des-perdício, é mais simples e justo. Sugere que seja melhorada a forma de envio, como remeter uma só carta para cada morada.

Medicina chinesa na lista de terapêuticasnão convencionais regulamentadasA medicina tradicional chinesa passou a fazer parte da lista de terapêuticas não convencionais, cujo exercício é regulamenta-do por uma proposta de lei que a Assembleia da República portuguesa aprovou na quarta-feira. Inicialmente, a proposta de lei, que visava regulamentar uma legislação com quase dez anos (Lei 45/2003), reconhecia como terapêuticas não conven-cionais a acupunctura, a homeopatia, a osteopatia, a naturo-patia, a fitoterapia e a quiropraxia. Na proposta aprovada na quarta-feira foi incluída a medicina tradicional chinesa.

Países africanos “frustrados” com resultados do Fórum Macau

DECLARAÇÕES AO JTM DO NOVO EMBAIXADOR DO BRASIL EM PEQUIM

As “contas” às obrasque faltam fazer Numa altura em que estão a de-correr vários projectos para obras grandes, arquitectos mostram preocupação quanto à capacidade de fiscalização do Governo. Pág. 5

Centrais

Sobreviventes da maréde rendas altas

Pág .13

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02 JTM | LOCAL Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Helder Almeida (editor), Fátima Almeida, Pedro André Santos, Sandra Lobo Pimentel e Viviana Chan • Secretária Redacção: Susana Diniz • Colaboradores: Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

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• • • DO BAÚ DE RECORDAÇÕES

Do nosso Baú de Recordações publicamos hoje uma foto de 1984, de um torneio de hóquei em campo que então decorreu no Campo Desportivo do Tap Seac.

Segurança quer-se informado – IO julgamento do quarto caso conexo ao de Ao Man Long envolve dois arguidos mediáticos que consigo trouxeram alguma confusão ao Tribunal Judicial de Base.

Segurança quer-se informado – IIApesar da ausência de Joseph Lau, o magnata de Hong Kong, a sua companheira, Yvonne Lei, tem vindo a apresentar-se em todas as sessões do julgamento, sem abdicar da sua “entourage” composta na maioria por seguranças.

Segurança quer-se informado – IIIAs longas sessões são faladas e traduzidas em português e cantonês, e os seguranças mantêm-se na sala ao lado da companheira de Lau. No entanto, são línguas que não dominam.

Segurança quer-se informado – IVA curiosidade surgiu na 9ª sessão e um dos seguranças acabou por abordar a jornalista do JTM que está a fazer a cobertura do julgamento no sentido de o ajudar a perceber o que se estava a passar.

Segurança quer-se informado – VPara além do espanto por um ex-membro do Governo de Macau estar a cumprir pena de prisão de quase 30 anos na cadeia, o segurança também não sabia do que iam acusados os arguidos, inclusivamente, Joseph Lau. “Agora já percebi porque está aqui tanta gente!”.

Obama e o embaixador com raízes de Macau“De Fonte Limpa” apurou, segundo informações do Club Lusitano da Califórnia, que o filho de Doreen da Luz Harper, (esta pertencente à associação) chamado Keith Harper, foi nomeado pela Administração Obama como embaixador para o posto na Suíça, facto que deixou satisfeitos os membros do Club.

Jason Chao comenta o aumento do tamanhoA partir de 20 de Julho, a RAEM ganhou mais espaço com a inauguração do novo Campus da Universidade de Macau na Ilha da Montanha. O presidente da Associação Novo Macau, Jason Chao, não deixou passar a efeméride e publicou, através do Facebook, palavras de celebração pelo aumento do tamanho de Macau. “Parabéns, a partir de hoje o tamanho do território administrado por Macau aumentou um quilómetro quadrado”, podia ler-se.

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | LOCAL 03

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Prendinhas eleitorais-I O dia das eleições vai-se aproximando e os candidatos a um lugar na Assembleia Legislativa não poupam esforços no sentido de convencer o eleitorado a votar neles na hora decisiva. É campanha eleitoral? Talvez. É sabido que se o for, é proibido, mas como dizia a rábula dos Gato Fedorento sobre o professor Marcelo Rebelo de Sousa, “pode-se fazer. Só que é proibido”.

Prendinhas eleitorais-IIUma busca na internet permite achar facilmente os “rebuçadinhos” que alguns candidatos já começaram a distribuir, recentemente. Por exemplo, o deputado Mak Soi Kun, conhecido como “líder” dos imigrantes da cidade de Jiangmen, distribuiu caixas de “prendas” em nome de Associação dos Amigos de Jiangmen. Na caixa da “prenda”, ao meio, aparece a imagem do deputado. Alguns cibernautas queixam-se de campanha ilegal.

Prendinhas eleitorais-II Um outro cibernauta carregou uma foto de uma caneca com a imagem de Chan Meng Kam. Segundo disse o cibernauta, a sua mãe recebeu esta “prenda” recentemente. Já na segunda-feira, “De Fonte Limpa” publicou a imagem de um cartaz gigante que foi colocado na Avenida da Praia Grande com a imagem de Kuan Vai Lam, presidente da Associação de jogos com Responsabilidade de Macau e... candidato à AL...

Caixa com alimentos com a imagem do candidato à AL, e já deputado, Mak Soi Kun

Pessoas fazem fila para receberem as prendas O marketing eleitoral de Chan Meng

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04 JTM | LOCAL Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

Empregado utilizava dados dos cartões dos clientes para comprar passagens aéreas

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EMPREGADO DE RESTAURANTE USOU CARTÃO DE CRÉDITO DE CLIENTES PARA COMPRAR VIAGENS

Cartões de crédito “copiados à mesa”Um empregado de um hotel foi detido pelas autoridades por suspeita de ter copiado os dados dos cartões de crédito dos clientes, aproveitando depois para comprar passagens aéreas pela internet

É um crime que dá que pensar já que pode acontecer a qualquer

pessoa, e muitos certamente que muitos não irão reparar, pelo menos a curto prazo.

As autoridades recebe-ram a participação de dois cidadãos que relataram que tinham sido adquiridos bi-lhetes de avião com os seus cartões de crédito através da internet, em Abril e Maio, só

que não os tinham comprado. Após algumas investigações, os agentes constaram que as duas vítimas tinham algo em comum: comeram recente-mente no mesmo restaurante.

No local, conseguiram identificar um suspeito, um empregado, que mais tarde terá contado como fazia. Se-gundo terá dito, aproveitava--se dos pagamentos com car-tão de crédito para copiar os dados dos clientes, que usava posteriormente para comprar bilhetes de avião através da internet.

Ao todo foram adquiridos 12 bilhetes, com preços en-tre quatro e seis mil patacas, acrescentaram as autorida-des, que eram depois vendi-

dos a amigos por preços mais reduzidos.

“Correio” de droga no táxiOutro caso descrito pela

PSP diz respeito a um homem que foi detido por posse de droga. O caso ocorreu duran-te a madrugada de quarta--feira, quando agentes numa operação “stop” o intercepta-ram num táxi.

Como se apresentou ner-voso, o passageiro, um resi-dente de Macau de 52 anos, foi revistado pelos agentes que encontraram dois sacos com “ice” e ainda uma lata de alumínio com um comprimi-do de “magu”.

Segundo o indivíduo terá afirmado, recebeu 500 dóla-res de Hong Kong umas ho-ras antes de uma mulher para transportar a droga para um quarto de hotel na Taipa.

Amigo denunciou amigoUm homem fez queixa à

polícia alegando que o amigo consumiu droga na casa-de--banho do seu apartamento. As autoridades foram ao lo-cal e encontraram um saco com uns restos de pó branco, confirmando-se mais tarde que se tratava de “ketamina”.

A droga foi comprada em Zhuhai a troco de cem ren-minbis, contou o detido.

Pedro André Santos

Comentador indeciso sobre queixa

O colunista do jornal “Informação” (“Son Pou”, em chinês) e Ou Mun, Anthony Wong Tung continua indeciso sobre se irá apresentar queixa contra a polícia, por suspeitar de estar a ser escutado ilegalmente. O Gabinete do Secretário para a Segurança já negou que tenha efectuado escutas, mas Wong não ficou convencido. “Quando a minha conversa tem palavras sensíveis, se falo de assuntos ou de pessoas que por alguma razão são consideradas sensíveis, a polícia corta a ligação imediatamente”, referiu, em declarações à TDM. O colunista, que está atento a assuntos militares, acrescentou ainda que irá falar com o advogado e a família para se decidir se avança.

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | LOCAL 05

A primeira ilha artificial a ser construída, no âmbito da ponte do Delta

OBRAS DESDOBRAM-SE NO TERRITÓRIO MAS DERRAPAGENS E ATRASOS PREOCUPAM

As “contas” de anos de construçãoA remodelação do Terminal Marítimo do Porto Exterior junta-se a outras obras em curso e projectadas para um futuro próximo. No entanto, a factura a pagar engloba congestionamento, trânsito e a cidade transformada num estaleiro. Para além da polémica dos atrasos nas obras, o Comissariado de Auditoria não tem deixado passar em branco as derrapagens nos orçamentos que, no caso do Terminal de Pac On, ultrapassou cinco vezes o inicialmente previsto, apontando ainda aos gabinetes da Administração erros de planeamento e fiscalização, legitimando a questão sobre se haverá capacidade para não errar nas grandes obras que se avizinham

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JTMSandra Lobo Pimentel

As obras lançadas no território tentam acompanhar o desenvol-vimento, mas as contas não são

feitas apenas no papel. O custo das obras na vida dos residentes e visitantes tam-bém tem peso.

O arquitecto José Maneiras lembra que as “obras de grande envergadura condicionam sempre a vida da cidade, o que é preciso é planificar a execução da obra minimizando os danos e inconve-nientes para os cidadãos”.

Num comentário aos projectos em curso e em perspectiva, lembrou que o desenvolvimento da cidade implica no-vas infra-estruturas que venham “actua-lizar o seu funcionamento” e isso implica “sacrifícios de parte a parte”.

Já Mário Duque, entende que “a cres-cente complexidade associada às maté-rias do ordenamento territorial é inevitá-vel e prende-se hoje em dia com respostas técnicas, igualmente complexas”.

“A mudança de escala dos sistemas e da natureza dos problemas obriga frequentemente a modelos mais adap-tados e eficientes de intervenção onde a inovação é inevitável”, comentou o arquitecto.

Também Maria José de Freitas reco-nhece o “custo” de ter a cidade transfor-mada num estaleiro, dando como exem-plo o Metro Ligeiro. “Tem um grande impacto em termos de vivência urbana da cidade e está a provocar grandes en-traves e congestionamentos na ilha da Taipa, é visível. Mas penso que apesar de tudo ainda se está a conseguir controlar”.

A arquitecta sublinhou as questões

relacionadas com as drenagens e es-coamentos, que “têm causado imensa preocupação”, especialmente em alturas como esta, “deviam ter sido previstas com antecedência”.

A obra do Metro Ligeiro ainda não chegou a Macau, mas, “futuramente, quando se estender à península, as me-didas devem ser muito mais exigentes e rigorosas e tomadas com mais cuidado”, adverte.

Apesar dos congestionamentos, José Maneiras entende que as obras reque-rem sempre uma ponderação de médio e longo prazo. “Se não se fizerem hoje, acabam por ser feitas mais tarde e ainda com mais sacrifícios, com outro estágio de desenvolvimento e outra carga demo-gráfica”, reforçou.

GDI e GIT envoltos em críticas A capacidade de fiscalização e acom-

panhamento de todos os projectos equacionados coloca-se às entidades competentes da RAEM, até porque as construções não têm estado livres de po-lémicas.

O Comissariado de Auditoria (CA) não deixou passar as derrapagens nos orçamentos do Terminal de Pac On, sob responsabilidade do Gabinete para o De-senvolvimento de Infra-estruturas (GDI), nem do Metro Ligeiro, a cargo do Gabi-nete para as Infra-estruturas de Transpor-tes (GIT).

No caso do novo terminal marítimo, o custo de execução final representa cin-co vezes mais do que o inicialmente pre-visto. Já no Metro Ligeiro, a derrapagem financeira apontava para cerca do triplo do estimado.

Há ainda o atraso nas obras e o CA apontou falhas de gestão, fiscalização e planeamento dos gabinetes do Governo, o que legitima a questão sobre se haverá capacidade de resposta para fiscalizar os projectos que aí vêm.

Mário Duque entende que “se o co-nhecimento e os recursos humanos das estruturas que lidam com essas questões na RAEM não acompanham o ritmo des-se desenvolvimento, em termos técnicos e em termos de dispositivos de governa-ção, em todas as suas vertentes e impli-cações (...) sendo os mesmos, não serão naturalmente suficientes”.

Perante as derrapagens e atrasos, Ma-ria José de Freitas considera que “custa muito que não haja justificações para isso e que não sejam encontrados responsá-veis. Obras desta natureza e envergadura têm que ser feitas com planeamento”.

Lembra que por causa do desenvolvi-mento excepcional de Macau, “os preços de construção civil foram alterados”, e deviam ter sido feitos “estudos de via-bilidade que no fim comportassem e in-tegrassem esses valores para se projectar no futuro o custo”.

“Para mim é estranho que todas estas derrapagens aconteçam da mesma for-ma, no mesmo tipo de obras de grande envergadura”.

Maria José de Freitas lembra que o

custo da obra deve ser calculado com ri-gor, até porque se assim não for, os clien-tes reclamam. “Temos que fazer esses cálculos com ponderação e cuidado”, e é por isso que entende que “devia haver um pedido e uma averiguação de res-ponsabilidades, algo fundamental numa sociedade que se pretende transparente”.

Areia é um “bem precioso”Mário Duque considera que “aos

meios de fiscalização antecede a capa-cidade de avaliar acertos técnicos”, e dá como exemplo os novos aterros. “Existe percepção suficiente de que a ocupação do meio hídrico é particularmente sensí-vel num cenário de aquecimento global e de subida do nível do mar”.

O arquitecto adverte que “quan-to mais volume hídrico se ocupa, mais inundam as zonas estuarinas baixas”, considerando que é preferível ocupar “espaços permanente ou temporaria-mente inundáveis porque é aí que é pos-sível guardar a drenagem urbana” evi-tando inundações”.

Também realça a importância da areia como “um bem precioso, que geralmente faz falta nos locais de onde é retirada e que não deve ser utilizada para encher aterros”, reforçando que “as cidades cos-teiras e estuarinas continuam a ser as que têm mais vantagens mas também as que estão sujeitas a maiores riscos”.

Os benefícios que podem colher têm o reverso da medalha, ou seja, “as con-sequências de más ou falta de decisões têm mais graves repercussões”. “Os ne-cessários meios humanos e técnicos são um requisito obrigatório que emerge do princípio de prevenção da governação”.

Relativamente à ponte que ligará Zhuhai, Macau e Hong Kong, o arquitec-to não compreende “porque não circulam comboios, apenas carros, e que, naquele comprimento, com condições reduzidas de auxílio, possíveis acidentes, por falha humana, sejam potencializados ao núme-ro de automobilistas em circulação”.

Outra vertente que põe em causa é “a necessidade de criar exorbitantes áreas de estacionamento para os veículos que não têm autorização para circular nas re-giões onde chegam”.

Grandes obras em curso e projectadas

TERMINAL MARÍTIMO DO PAC ON, TAIPAProjecto encomendado em 2006, mas as obras só foram iniciadas em 2011 e a conclusão deverá ocorrer este ano. O orçamento das obras ronda os 3,2 mil milhões de patacas, cinco vezes mais do que inicialmente previsto

REMODELAÇÃO DO TERMINAL MARÍTIMO PORTO EXTERIORCom um custo de 87,4 milhões de patacas, a obra de melhoramento do terminal do Porto Exterior finalmente saiu do papel. A remodelação será feita em cinco fases e está previsto que seja concluída em Julho de 2014

METRO LIGEIROA primeira fase do sistema de metro de superfície já sofreu duas revisões de orçamento, estando previsto que custe 11 mil milhões de patacas, montante que não inclui as duas estações intermodais na Taipa e na zona da Barra com um custo combinado de 1,3 mil milhões de patacas

HOSPITAL DAS ILHASA construção do novo hospital público só deve arrancar no segundo semestre de 2014 e a conclusão está prevista ocorrer por fases entre 2017 e 2019. O Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas esteve para arrancar em 2011 e o orçamento inicial é de 400 milhões de patacas

PONTE ZHUHAI-MACAU-HONG KONGAprovada pelo governo central chinês em 2003, a ponte que ligará Zhuhai, Macau e Hong Kong conta com um percurso de 38 quilómetros e vai custar 1,98 mil milhões de renminbis à RAEM, incluindo uma ilha artificial que servirá de suporte à ponte

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06 JTM | LOCAL Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares seleccionados da lista de espera de habitação económica abaixos mencionados:

ANÚNCIO [ N.º 129/2013 ]

De acordo com os termos do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, o Instituto de Habitação (IH) informa os representantes dos agregados familiares acima referidos, através de ofícios, para se dirigirem pessoalmente ao IH, sita na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau (perto da Escola Primária Luso-Chinesa do Bairro Norte), no dia 19 de Agosto de 2013, às horas fixadas nos respectivos ofícios, para escolha das fracções de habitação económica disponíveis de T2 na zona de Macau.

Nessa altura, os agregados familiares da lista de espera acima referidos devem apresentar os documentos comprovativos (originais e cópias) abaixo mencionados, para efectuar a nova verificação dos requisitos da candidatura da aquisição de habitação económica. Caso as respectivas informações afectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existirem mudanças da composição dos agregados familiares acima referidos, este Instituto irá suspender, imediatamente, o procedi-mento da escolha de habitação económica:

1. Documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar e os seus cônjuges (caso houver) registados no boletim de candidatura de habitação económica.

2. Prova de casamento (aplicável aos indivíduos casados. Caso tenha entregue ao IH, nos últimos três meses, não é necessário a entregar de novo).

3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamente preenchidos e assinados.

De acordo com os termos do n.º 2 do artigo 13.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002, caso os agregados familiares da lista de espera acima referidos não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, por motivo não justificado, implica a perda do direito de escolha e passagem automática para o último lugar da lista geral; ou após a apreciação dos dados apresentados, verifique que não reunirem com os requisitos da candidatura, os agregados familiares seleccionados serão excluídos na lista geral.

* Em caso da 2.ª convocação, os agregados familiares seleccionados que não tenham comparecido no IH, no dia e horas fixados, e apresentado os documentos acima referidos, para escolha de habitação ou não pretendam adquirir nenhuma das fracções de habitação económica disponíveis no momento podem optar entre, serão excluídos na lista geral, de acordo com os termos das alínea a) do artigo 14.º do decreto-lei acima referido, com as alterações introduzidas pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002 e alínea 2 do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011.

No intuito de proporcionar os agregados familiares seleccionados para terem mais conhecimentos sobre as informações das fracções de habitação económica disponíveis, o IH juntamente os ofícios enviará em anexo o catálogo com descrições das fracções para venda, tabela dos preços, rácio bonificado, pontos de observação, informações sobre a fracção de modelo. Caso os agregados familiares seleccionados não tenham recebido os ofícios remetidos pelo IH, até sete dias antes da data fixada, poderão dirigir-se ao IH sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) ou consultar através do telefone n.º 2859 4875, durante o horário de expediente.

O Presidente,Tam Kuong Man

24 de Julho de 2013

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Francis Tam explicou que o Governo tem muitas opções

DADOS DO SEGUNDO TRIMESTRE

Lucros da Sands China subiram 204%

Em comunicado, a em-presa refere que obteve um EBITDA (resultados

antes de juros, impostos, de-preciação e amortizações) ajus-tado de 654,8 milhões de dó-lares (495 milhões de euros), o que representa um aumento de 54,8% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

As receitas líquidas da San-ds China também atingiram, entre Abril e Junho, 2,07 mil milhões de dólares, mais 39,9% do que no mesmo período de 2012.

A Sands China, que foi a primeira empresa norte-ame-ricana a entrar no mercado de Macau, detém cinco empreen-dimentos no território - Vene-tian, Sands Cotai Central, Four Seasons, Plaza Casino e Sands Macau.

O presidente da empresa, Sheldon Adelson, cujo suces-so em Macau tornou-o no 9.º

homem mais rico da América, segundo a revista Forbes, cons-tatou, em conferência telefóni-ca com analistas e investidores, aquando da divulgação dos resultados, que os empreendi-mentos em Macau “estão a re-ceber mais pessoas que gastam mais dinheiro”.

A empresa está a ser inves-tigada pelas autoridades norte--americanas depois de um ex--executivo ter acusado a Sands China de ter feito negócio com a máfia local, tolerado pros-tituição nos seus empreendi-mentos e ter feito pagamentos inapropriados a um advogado de Macau que também é depu-tado.

A Sands nega estas acusa-ções, mas admitiu recentemen-te a possibilidade de falhas no cumprimento das leis anticor-rupção norte-americanas na sequência de uma análise aos seus registos. JTM/Lusa

A operadora de jogo Sands China, subsidiária da norte-americana Las Vegas Sands, anunciou ontem lucros líquidos de 487,6 milhões de dólares no segundo trimestre, mais 204% face a igual período de 2012

JOGO

Renovações das concessões em 2015O secretário para a Economia e Finanças de Macau, Francis Tam, disse anteontem que o Governo vai discutir em 2015 com as operadoras de jogo a renovação das concessões, que expiram entre 2020 e 2022

Oano de 2015 será a altura apropriada para discutirmos

com as operadoras de jogo a forma de renovar as conces-sões”, disse em declarações aos jornalistas chineses à margem de um evento.

Em relação à forma como será efectuada a renovação das concessões, Francis Tam explicou que o Governo tem “muitas opções, podendo negociar um contrato a cur-to prazo renovável a cada cinco anos ou lançar um concurso”.

As actuais três conces-sões - Sociedade de Jogos de Macau, Wynn e Galaxy

- e as três subconcessões de jogo - Venetian, MGM e Me-lco Crown - expiram entre 2020 e 2022.

“Antes de Junho de 2022, se as concessionárias não puderem operar mais de-vido a falência ou a outras razões, as subconcessioná-

rias poderão continuar a operar”, garantiu ao acres-centar que o Governo “irá, nesse caso, encontrar outra empresa para ocupar o lu-gar da concessionária de modo a se manter a opera-ção da subconcessionária”.

JTM/Lusa

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | LOCAL 07

Viviana Chan

Já foi assistente do deputado Chan Meng Kam, entre 2006 e 2007, e presidente da Associação Novo Macau, e é actualmente o número um da lista de Aliança da Democracia de Sociedade. Lei Man Chao começou a participar nas eleições para a Assembleia Municipal em 1993, durante a governação portuguesa, e mais tarde candidatou-se à Assembleia Legislativa depois da criação da RAEM. Admite que não irá conquistar um lugar, mas considera que as eleições são uma boa plataforma para sensibilizar para as ideias políticas

LEI MAN CHAO EM ENTREVISTA AO JTM

“Votos comprados são votos válidos em Macau”

Já participa nas eleições à AL des-de a criação da RAEM, qual é o objectivo desta vez?- Não queria candidatar-me, mas a

apresentação de uma moção para dis-cutir a contratação de estudantes não residentes foi rejeitada, iniciativa da deputada da Federação das Associa-ções dos Operários de Macau, Kwan Tsui Hang. Estamos contra a contrata-ção de estudantes não residentes, tra-ta-se do mesmo problema da importa-ção de trabalhadores não residentes. Mas já fizemos muitos movimentos para apoiar os trabalhadores, sobre-tudo os trabalhadores da construção. Até já fiz greve de fome para defender os trabalhadores não residentes, por-que muitos empreiteiros ou patrões não lhes pagavam o salário.

- Uma posição muito diferente das outras associações tradicionais de Macau. Porquê?

- Os patrões sabem que os trabalha-dores não residentes são mais vulne-ráveis na defesa dos seus direitos, até porque pedem salários mais baixos, assim, prejudicam os direitos dos tra-balhadores residentes. Isso vai resul-tar que os patrões vão preferir contra-tar os não residentes e baixar o nível dos salários aos residentes. Por isso, sempre dissemos que os trabalhado-res não residentes e residentes devem ser tratados de uma forma equivalen-te, sobretudo nos salários. Desde que haja esta igualdade, os direitos dos trabalhadores residentes estarão as-segurados. Porque os patrões não vão conseguir ter mais lucro quando con-tratam não residentes. Mas tenho que salientar que, à partida, somos contra a importação de trabalhadores não re-sidentes.

- É uma lista que defende os di-reitos dos operários. Como se dife-rencia das associações dos operários, como a FAOM?

- Somos mais práticos. A FAOM re-presenta mais a classe média, mas nós queremos ajudar mais a classe baixa. Tomamos medidas mais directas para resolver os problemas, como contac-tarmos directamente os empregado-res e forçá-los a dar uma resposta. Porque não podemos chamar a polícia para deter os patrões, por isso, temos que fazer movimentos sociais para forçá-los a agir. Já fizemos manifesta-ções, greves, entrega de cartas, entre outras.

- Já foi o presidente da Associação Novo Macau. Porque decidiu sepa-rar-se dos deputados da ANM nas eleições?

- Fui a eleições para a Assembleia Municipal, pela primeira vez, com Au Kam San, em 1993, e decidi candida-tar-me sozinho em 2001 nas eleições à AL. Temos ideias semelhantes na política, mas temos objectos diferen-

tes. Por exemplo, eles [ANM] repre-sentam mais a classe média, enquanto eu represento a classe baixa. Isso é a minha personalidade e estilo.

- Como avalia a estratégia da Novo Macau com três listas?

- É muito perigosa, porque podem perder um lugar. E o risco é maior para Au Kam San e Chan Wai Chi. Esta nova estratégia da Novo Macau é uma péssima opção.

- Qual é o programa eleitoral para esta eleição? Que tema quer defen-der na AL se for eleito?

- O sufrágio universal do Chefe do Executivo e mais do que metade dos lugares para os deputados eleitos por via directa, cancelando os lugares para deputados eleitos por via indi-recta.

- E os nomeados?- Pode diminuir o número dos

deputados nomeados pelo Chefe do Executivo, mas como a Lei Básica pre-vê isso, é difícil cancelar. Mas para os

deputados eleitos por via indirecta não vejo nenhuma representativida-de deles. Porque eles não precisam de ser responsáveis por qualquer comu-nidade. Representam um privilégio político.

- O segundo candidato da lista é Ng Sek Io, o activista conhecido por ser o primeiro residente de Macau a pisar as ilhas Diaoyu. Do que resul-tou esta combinação?

- Conheci Ng Sek Io já em 2000, e na altura houve muitas manifestações de operários. Como disse, deu-se a rejeição da moção sobre a contratação de estudantes não residentes, e isso fez-me juntar a este amigo.

- Diz-se que os deputados têm muita vantagem nas campanhas, por-que já são conhecidos. E quem nun-ca foi eleito, como compete com essa situação?

- Sou muito “arrogante” sobre isso, ou seja, estou muito confiante no que já fiz para ajudar as pessoas, por isso,

não estou preocupado em ganhar vo-tos.

- Há muitos rumores sobre a cor-rupção eleitoral, associações a distri-buir presentes aos eleitores, que co-mentário faz sobre esta situação?

- Confesso que para ir a eleições é preciso dinheiro. Como eu sempre disse, os votos comprados são votos válidos em Macau. As leis em Macau mesmo prevendo que não se pode fa-zer isto, e não se pode fazer aquilo, na realidade, em termos de fiscalização, o que o Governo tem feito? Como têm as entidades judiciais julgado isto? Está à vista de todos. É por isso que digo que os votos comprados são vá-lidos.

- Pode explicar isso melhor?- Comprar os votos, no aspecto ju-

rídico, é ilegal, no aspecto moral, não é correcto, mas qual é a penalização que pode ser imputada aos candida-tos? O que tem feito o organismo de fiscalização? Quando não vejo nada a ser feito, tenho que aceitar esta reali-dade. Anteriormente, fizemos denún-cias e queixas, mas pediam-me pro-vas, e como posso ser eu a ter provas se as autoridades também não fizeram investigação para obtê-las?

- Em relação aos presentes, vão apresentar queixa?

- Temos que encarar esta situação de forma mais prática, ou seja, ser mais prático em enfrentar o resultado das eleições. Até falando mais egois-ticamente, participar nas eleições é só para sensibilizar as pessoas para a nossa associação.

- Quantos lugares gostava de con-quistar na AL?

- Tentamos ganhar mais votos, só isso. Sinceramente, vamos ter muita dificuldade em conquistar mesmo um lugar. Mas vamos tentar à mesma.

- Já participou em todas as elei-ções para a AL na era da RAEM. Não quer mesmo conquistar o lugar? O que deseja então?

- As eleições são uma boa platafor-ma de sensibilização, por isso, quere-mos dar publicidade às nossas ideias.

- O atraso na educação cívica, pode contribuir para a má qualidade dos eleitores?

- A falha no regime é fundamental. Porque o Chefe do Executivo foi elei-to por centenas pessoas, por isso, o Chefe do Executivo toma conta destas pessoas. Como o número dos deputa-dos eleitos por via directa representa 41% da AL, mas depois da reforma política, a proporção fica apenas a 42%. Ou seja, a representatividade da população não foi aumentada.

- Muitos empresários candidata-ram-se ao sufrágio universal, pensa que eles podem representar o inte-resse de uma maioria da população?

- Tenho dúvidas sobre isso. Os em-presários tentam maximizar o lucro, isso é natural, mas como é que vão os empresários equilibrar a política e o comércio, isso já não sei.

FOTO

JTM

Confesso que para ir a eleições é preciso dinheiro

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08 JTM | LOCAL Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais

Considerando que não se revela possível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o representante legal da “Sociedade de Obras Ioi Fong, Limitada”, sita na Avenida do Nordeste, Edf. Hoi Pan Garden, Bloco 3, R/C “A”, em Macau, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, Lurdes Maria Sales, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do mesmo código, à notificação do representante legal acima referido para no prazo de 15 (quinze) dias, exercer, por escrito, os direitos de audiência e de defesa, em relação à eventual infracção abaixo indicada:

Por o referido empregador não ter efectuado o pagamento das contribuições dos 14 ex-trabalhadores nos períodos abaixo indicados:

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 75/2013

(Exercício do direito de defesa)

Tendo eventualmente cometido infracções ao disposto do artigo 42.º do Decreto-Lei n.º 58/93/M – Regime da Segurança Social, de 18 de Outubro.

Do facto acima referido, de acordo com o n.º 2 do artigo 49.º do mesmo Decreto-Lei, o não pagamento das contribuições decorridos 60 dias após o termo dos prazos previstos no artigo 42.º, é punido com multa de MOP$500,00 a metade do valor das contribuições em dívida.

Assim, pode exercer o seu direito de defesa por escrito no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação do presente edital. A notificação da acusação em causa pode ser levantada no DIT, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221-279, edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, dentro das horas de expediente, sendo também permitida a consulta dos respectivos processos n.os 3830/2012, 3849/2012, 4016/2012, 4299/2012, 4664/2012 e 5803/2012. A falta de apresentação da defesa escrita pelo notificado, dentro do prazo acima referido, implica a elaboração do auto de notícia pelo DIT, seguindo a remessa do mesmo para o F.S.S. para os seus efeitos legais.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, aos 22 de Julho de 2013.

A Chefe de DepartamentoLurdes Maria Sales

Nome Períodos que faltam do pagamento1 CHAN CHI UN meados/11/2009 - 31/12/20102 CHAN SIO HONG 9/6/2010 - 31/12/20103 LOI LUN U meados/11/2009 - 31/12/20104 IEONG HEI I 26/5/2010 - 31/12/20105 CHEONG MENG CHU 25/3/2008 - 21/12/20106 CHAN NGAN IONG 4/12/2010 - 31/12/20107 CHEOK KUN 15/5/2010 - 31/12/20108 WONG SEK KAO meados/5/2010 - 31/12/20109 AO IEONG CHEONG 28/4/2010 - 31/12/201010 LAI WAI IENG 5/10/2010 - 31/12/201011 KUOK MEI HOU 29/6/2010 - 31/12/201012 LEI CHENG HA 20/9/2010 - 31/12/201013 LEI IAO FONG 15/7/2010 - 31/12/201014 LEONG IONG HOU 20/9/2010 - 31/12/2010

FOTO

ARQ

UIVOTNR superam

barreira dos 120 mil em JunhoO número de trabalhadores não residentes (TNR) em Ma-cau continua a bater recordes, tendo superado a barreira dos 120 mil em Junho, indicam dados oficiais ontem divul-gados. De acordo com dados da PSP, disponíveis no portal do Gabinete para os Recursos Humanos, no final de Junho, 121.194 trabalhadores do ex-terior integravam o mercado laboral, mais 2.594 do que no mês anterior e mais 18.637 do que no período homólogo de 2012. No intervalo de apenas um ano, Macau ‘ganhou’ as-sim, em média, por dia, meia centena de trabalhadores não residentes, cujo universo re-presenta um quinto da po-pulação de Macau, estimada em 586.300 pessoas, no final do primeiro trimestre. O in-terior da China continua a fi-gurar como a principal fonte de trabalhadores recrutados ao exterior (73.969 ou 61% do total), principalmente para o sector da hotelaria, restau-rantes e similares, construção e comércio, enquanto as Fili-pinas (17.637) e o Vietname (11.225) ocupam, respectiva-mente, o segundo e terceiro lugares da lista.

CANDIDATA À AL

Wong Kit Cheng contra contrataçãode enfermeiros portuguesesA vice-presidente da Associação das Mulheres e enfermeira defendeu, em declarações à imprensa chinesa, que a contratação de enfermeiros em Portugal é uma medida “inadequada” devido a “barreiras culturais”

Apesar de reconhecer a necessidade de Macau de contratar mais enfer-meiros perante o envelhecimento

da população e crescente número de ins-tituições de saúde locais, a candidata às legislativas de 15 de Setembro e vice-pre-sidente da Associação Geral das Mulheres rejeita, porém, a possibilidade de se recru-tarem esses profissionais em Portugal.

Esta possibilidade é admitida pela Ad-ministração local e apoiada pela Associação Luso-Chinesa de Enfermeiros de Macau.

“Servir os doentes é a principal função dos enfermeiros e a comunicação é mui-to importante e, para assegurar a quali-dade desta comunicação, os enfermeiros

necessitam de conhecimentos em chinês, tanto orais como escritos”, disse Wong Kit Cheng em declarações ao diário chinês Ou Mun, citadas ontem pelo Hoje Macau.

Apesar de constatar que o português também é língua oficial da RAEM, a can-didata eleitoral salienta que a “maioria dos residentes só fala chinês”, pelo que considera que haverá “uma barreira lin-guística durante o serviço [dos enfermei-ros portugueses] que é intransponível”.

Além da língua, Wong Kit Cheng apontou ainda “barreiras culturais” à ac-tividade dos enfermeiros portugueses no território.

“Hoje, a enfermagem passa por não só

cuidar da saúde dos doentes mas também por dar apoio psicológico e verbal aos mesmos”, disse, duvidando que os en-fermeiros portugueses consigam oferecer bons serviços em Macau.

Esta candidata às legislativas considera mesmo que a contratação de enfermeiros portugueses poderá “colocar em risco a vida dos cidadãos”, defendendo que o Go-verno deve considerar as reais necessidades da população em vez de procurar preencher apenas as vagas que tem disponíveis.

O Instituto de Acção Social anunciou recentemente que serão contratados 100 enfermeiros nos próximos três anos.

JTM/Lusa

Wong Kit Cheng é também enfermeira

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | LOCAL 09

AVISO

COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO PREDIAL URBANA

1. A única prestação da Contribuição Predial Urbana referente ao exercício de 2012, será cobrada nos meses de Junho, Julho e Agosto do ano corrente.

2. No mês de pagamento, se os Srs. Contribuintes não tiverem recebido o conhecimento de cobrança, agradece-se que se dirijam ao NÚCLEO DE INFORMAÇÕES FISCAIS, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Centro de Serviços da RAEM, trazendo consigo conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança.

3. O pagamento pode ser efectuado, até ao último dia do mês indicado no conhecimento de cobrança (Junho, Julho ou Agosto), nos seguintes locais: - Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Centro de Atendimento Taipa, do Centro de Serviços da RAEM

ou do Edifício Long Cheng;Os impostos/ contribuições poderão ser pagos por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitidos pelo Banco da China ou pelo Banco Nacional Ultramarino (incluindo “Maestro” e “UnionPay”). O montante total de pagamento não pode ser inferior a MOP$200,00 (duzentas patacas), nem superior a MOP$100.000,00 (cem mil patacas). O pagamento através de cartão de crédito ou de débito deve ser efectuado pelo montante total da dívida, sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão.

- Nos balcões dos Bancos a seguir descriminados: Banco da China; Banco Comercial de Macau; Banco Delta Ásia; Banco Industrial e Comercial da China; Banco Luso Internacional; Banco Nacional Ultramarino; Banco Tai Fung, e, Banco Weng Hang.

- Nas máquinas ATM da rede Jetco de Macau, assinaladas com a indicação “Jet payment”;- Por pagamento electrónico (“banca on-line”), no Banco da China, no Banco Nacional Ultramarino ou no

Banco Tai Fung, através dos endereços: www.bocmacau.com, www.bnu.com.mo e www.taifungbank.com, respectivamente;

- Por pagamento telefónico “banca por telefone”, no Banco da China ou no Banco Tai Fung.4. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três

dias, à da sua entrega nas Recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da “Direcção dos Serviços de Finanças”, nos termos das alíneas 2) e 3) do n.º 1 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008.Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP$50.000,00, deverá o mesmo ser visado, nos termos da alínea 4) do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado.

5. Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa, cheque bancário ou cheque por correio registado para a Caixa Postal 3030. Note-se que não se pode enviar dinheiro, mas apenas ordem de caixa, cheque bancário ou cheque, devendo incluir-se um envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, a fim de se enviar posteriormente o respectivo conhecimento, comprovando o pagamento. Lembre-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 4, relativamente aos cheques. - O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no

conhecimento de cobrança.6. Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quasquer encargos adicionais aos contribuintes pela

prestação do serviço de cobrança.7. Para sua comodidade, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo.Aos 24 de Maio de 2013.

A Directora dos ServiçosVitória da Conceição

Direcção dos Serviços de Finanças

ANÚNCIO

[ N.º 130/2013 ]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar a representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação social abaixo indicada, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Por causa da representante do agregado familiar acima mencionada se recusar a assinar o contrato de arrendamento, sem motivo justificativo, a respectiva candidatura será excluída na lista geral de espera, de acordo com os termos da alínea 3) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º141/2012.

Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa,

no dia 12 de Abril de 2013, a solicitar ao interessado acima mencionado para apresentar por escrito a sua contestação pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, entretanto não o fez. Nos termos dos n.º 1 do artigo 46.º do Regulamento Administrativo n.º 25/2009 (Atribuição, Arrendamento e Administração de Habitação Social) e alínea 3) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012, assim como da decisão do despacho do signatário, exarado na Informação n.º 0063/DHP/DHS/2013, a respectiva candidatura foi excluída da lista geral de espera por IH.

E de acordo com o disposto no n.º 9 do Despacho n.º 34/IH/2013, publicado no Boletim Oficial

da RAEM, n.º 22, II Série, de 29 de Maio de 2013 e no artigo 155.º do Código do Procedimento Administrativo, cabe recurso hierárquico necessário da respectiva decisão adminstrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 30(trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, o recurso hierárquico tem efeito suspensivo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública,Chan Wa Keong

23 de Julho de 2013

Nome 5023707LAM KUAI IENG

N.º do boletim de candidatura

INSALUBRIDADE E FISSURAS NOS EDIFÍCIOS DENUNCIADA PELA ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES

Preocupações na Almeida RibeiroApesar de ser uma das mais movimentadas zonas da cidade, a Avenida Almeida Ribeiro apresenta sinais de abandono que podem criar outros problemas a moradores e visitantes. A Associação dos Moradores alertou para a existência de prédios abandonados com fissuras e acumulação de lixo e plantas tendo até ocorrido queda de tectos. As cheias são outro problema e é pedido ao Governo que tome medidas

• • • BREVES

O que mais preocupa os residentesnas normas de emissão de gasesA Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental e a Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego recebe-ram 226 questões, opiniões e suges-tões para a elaboração da proposta da “Elaboração de Normas de Emis-são de Gases de Escape de Veículos em Circulação e o Aperfeiçoamento do Regime de Inspecções de Macau”. Segundo um comunicado, as opiniões apresentadas revelaram que as ques-tões respeitantes ao lançamento de medidas suplementares é o que mais apreensão causa. Mas também há preocupação com o regime de inspec-ções e valores-limite de emissão de veículos.

Provas para ingressonos SAFP realiza-se amanhãA prova de conhecimentos (escrita) do concurso centralizado de ingres-so externo para a carreira de técnico superior (área de informática) nos Serviços de Administração e Função Pública vai realizar-se pelas 10:00 de amanhã, com uma duração de três ho-ras. O concurso destina-se ao preen-chimento de 52 lugares vagos e dos que vierem a verificar-se no prazo de dois anos nos serviços públicos, na categoria de técnico superior de 2.ª classe, 1.º escalão, da carreira de téc-nico superior na área de informática. De acordo com a lista definitiva, há 1.184 candidatos admitidos.

Moradores denunciam várias fissurase problemas de higiene em muitos edifícios antigos na Avenida

Viviana Chan

O presidente da Associação dos Moradores da Ave-nida Almeida Ribeiro, Lei Wai Kin, revelou alguns dos problemas que afectam os bairros antigos que

circundam a avenida. Nos muitos prédios tradicionais, lamenta que “por causa

de falta de gestão, manutenção e limpeza”, tenham surgido várias fissuras nos edifícios e sendo que muitos tectos che-garam a cair, segundo disse ao jornal Ou Mun. Lei Wai Kin disse ainda que o interior de muitos edifícios está cheio de lixo.

Além dos estragos na estrutura dos prédios, o abandono leva ao “crescimento de ervas e plantas e presença de bi-chos, que podem ameaçar a segurança na zona”.

A maior preocupação prende-se com as alturas de ocor-rência de tufões e na época com perigo elevado de surgi-mento de dengue. “É um problema de salubridade e até pode afectar a saúde dos moradores dos prédios contíguos”, disse.

O representante dos moradores lembrou ainda que de-vido ao desenvolvimento económico da cidade, a zona che-gou a tornar-se menos comercial do que antigamente, e co-meçou a degradar-se.

“Para além disso, sofremos sempre com as cheias, em-bora haja mais pessoas a voltar para a zona”. As lojas come-çam a regressar à zona, mas as condições não melhoraram, “continuam más”.

Os moradores sugerem que o Governo tome medidas e acompanhe este caso, indicando uma possível revisão da lei de gestão dos prédios que obrigue os proprietários a fa-zerem manutenção do seu património.

Outra sugestão seria a de libertar estes espaços aban-donados para comércio. Em relação às cheias, quer que o Executivo melhore a rede esgotos e fiscalize os restauran-tes para não escoarem águas poluídas, especialmente, com óleo.

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10 JTM | LOCAL Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

Fátima Almeida e Viviana Chan

Alguns não têm medo por acreditarem que as décadas dedicadas aos pequenos negócios os vão salvar. Outros preparam-se para fechar as portas devido às rendas altas que são cobradas no Largo do Senado e ruas adjacentes. Numa altura em que mais espaços são esventrados para acolher marcas de luxo, o JTM falou com alguns dos detentores do comércio tradicional para saber como resistem à mudança no coração da cidade. Sobrevivem sobretudo os que são donos do seu espaço

SÃO SOBRETUDO OS PROPRIETÁRIOS DE ESPAÇOS QUE CONTINUAM NEGÓCIOS TRADICIONAIS

Sobreviventes da maré de rendas altas

Já escondida entre as grandes lojas, a “I Lei Bici-cletas Limitada” continua a ser um espaço que guarda os sonhos de criança, em longas prate-

leiras. Meninas e meninos esticam os braços, como se pudessem tocar no céu, para chegar ao seu brin-quedo favorito. É talvez a audácia dos petizes que melhor encontra a magia no centro da cidade, que se vai cobrindo de gigantes cartazes a anunciar novos luxos, à medida que o tempo passa. As suas vozes persistentes empurram os pais para dentro do esta-belecimento. Há bonecas e ainda heróis que convi-vem entre relógios de pulso, despertadores, lanter-nas, mochilas e imaginação.

Há mais de 80 anos naquele espaço, a loja da fa-mília de Lo Kin Tong viu o Leal Senado vestir muitas roupas diferentes. Sobretudo nos últimos dez anos. O espaço do lado, que hoje alberga uma loja de rou-pa de marca internacional, já serviu para guardar riquexós de aluguer e um restaurante de noodles. “Na altura em que assumi este negócio da minha família, há 30 anos, as lojas eram todas antigas. Nos últimos dez anos, é que as lojas que eram de madei-ra começaram a ser reconstruídas em cimento”, re-feriu o proprietário desta loja que resiste ao tempo.

Mas nem todas mudaram. O largo do Senado esconde nas suas costas uma velha loja de madeira, cujos troncos seguram centenas de panelas, copos, tijelas, colheres, e tudo o que os lares precisam ao sabor tradicional. Antes de chegarmos à centenária “Foc Io Cheong” e sermos recebidas pelo sorriso de dois homens com camisolas semelhantes, deixamos para trás algumas portas fechadas e outras com caracteres vermelhos a informar que encerram em breve porque a renda vai triplicar. “Vamos doar san-gue”, lê-se na banca de uma loja de produtos de pei-xe seco, metaforizando o gesto de ter de dar parte de si, neste caso devido à escalada das rendas.

Embora os preços do mercado imobiliário não parem de crescer, reflectindo-se em alguns dos ne-gócios de rua, o senhor Foc Hyun não sente receio de perder um espaço que tem passado impune ao tempo. Apesar dos seus quase 80 anos não pára um segundo. Assim que chega um cliente estende os braços para o receber e depressa encontra o que lhe é pedido. A primeira evidência nem são as im-ponentes prateleiras de madeira, mas o seu sorriso. “Esta loja tem 100 anos. Já está na quarta geração. Os meus filhos já não vão querer fazer aqui negócio, porque acham que não vai dar dinheiro”, diz Foc Hyun confiante porém que a loja continuará aberta. “O espaço tem um proprietário, mas a loja é como se já fosse nossa, porque a nossa família está cá há 100 anos. O proprietário está no estrangeiro”, disse, notando que já não lhes fazem cobranças há algum tempo.

A experiência tornou-o destemido. “Não preci-samos de ter medo, porque já estamos aqui há mui-to tempo”, refere-nos, enquanto com os braços vigo-rosos puxa caixas de louça. “Os jovens não querem fazer este trabalho, mas tenho irmãos mais novos que ainda podem continuar. Ou se calhar uma pes-soa que não tenha muita escola também pode acei-tar este trabalho”, acredita o senhor Foc, dotando cada palavra de uma genuinidade rara.

O negócio deixou cair os tempos áureos, mas sempre vão aparecendo clientes. “Antigamente havia mais restaurantes que precisavam de louça e vinham aqui, mas agora como fazem tudo no Con-tinente compram mais lá. Porém continuamos a ter coisas diferentes e por isso conseguimos manter alguns dos nossos clientes”, refere Foc Hyun, com alguma nostalgia.

Vive diariamente numa espécie de loja cheia de

cores que o afastam do rebuliço da cidade, mas as décadas que lhe foram caindo no corpo absorvem algumas memórias. “Tenho saudades dos tempos antigos, porque havia muitos negócios e mesmo os serviços do Governo vinham comprar aqui”, recor-da.

A saudade é um sentimento que também acom-panha os dias de Lo Kin Tong que tem visto de frente o Largo do Senado ser esven-trado pelo luxo. Depois do restau-rante Long Kei ter fechado, encerrou portas ainda a loja de sumos Kuok Kei, a antiga relo-joaria e tabacaria, a maioria por não puder suportar as rendas pesadas. Alguns daqueles espaços já deram lugar a grandes lojas de produtos de beleza, malas e jóias. Na área cen-tral do Senado, o senhor Lo é quase um dos únicos a resistir, porque o lugar onde hoje têm uma loja que cativa pela variedade pertence à sua família.

Resistir em espaços próprios

Sem saber números concretos, Lo conta apenas o que ouve dos vizinhos que vão partindo. “Os valores das rendas mudaram muito. Antigamente falava-se em dezenas ou centenas de pacatas, mas agora é impossível. Os novos senhorios podem co-brar uma renda muito elevada. Ouvi dizer que a de algumas lojas novas chega às 600.000 patacas e aos dois milhões”, relata. “Eu consigo continuar aqui porque este espaço é da minha família. Mas imagi-ne que tinha de pagar, por exemplo, uma renda de 150.000 patacas por mês, assim os rendimentos não iriam cobrir as despesas, porque vendemos coisas mais simples, com preços mais modestos”, observa.

Foc Hyun e Foc Bing continuam a mostrar o espírito característico das lojas tradicionais e receber clientes com simpatia

Loja de peixe seco anuncia que vai fechar por não conseguir resistir ao aumento da renda

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | LOCAL 11

Alguns não têm medo por acreditarem que as décadas dedicadas aos pequenos negócios os vão salvar. Outros preparam-se para fechar as portas devido às rendas altas que são cobradas no Largo do Senado e ruas adjacentes. Numa altura em que mais espaços são esventrados para acolher marcas de luxo, o JTM falou com alguns dos detentores do comércio tradicional para saber como resistem à mudança no coração da cidade. Sobrevivem sobretudo os que são donos do seu espaço

SÃO SOBRETUDO OS PROPRIETÁRIOS DE ESPAÇOS QUE CONTINUAM NEGÓCIOS TRADICIONAIS

Sobreviventes da maré de rendas altas

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cores que o afastam do rebuliço da cidade, mas as décadas que lhe foram caindo no corpo absorvem algumas memórias. “Tenho saudades dos tempos antigos, porque havia muitos negócios e mesmo os serviços do Governo vinham comprar aqui”, recor-da.

A saudade é um sentimento que também acom-panha os dias de Lo Kin Tong que tem visto de frente o Largo do Senado ser esven-trado pelo luxo. Depois do restau-rante Long Kei ter fechado, encerrou portas ainda a loja de sumos Kuok Kei, a antiga relo-joaria e tabacaria, a maioria por não puder suportar as rendas pesadas. Alguns daqueles espaços já deram lugar a grandes lojas de produtos de beleza, malas e jóias. Na área cen-tral do Senado, o senhor Lo é quase um dos únicos a resistir, porque o lugar onde hoje têm uma loja que cativa pela variedade pertence à sua família.

Resistir em espaços próprios

Sem saber números concretos, Lo conta apenas o que ouve dos vizinhos que vão partindo. “Os valores das rendas mudaram muito. Antigamente falava-se em dezenas ou centenas de pacatas, mas agora é impossível. Os novos senhorios podem co-brar uma renda muito elevada. Ouvi dizer que a de algumas lojas novas chega às 600.000 patacas e aos dois milhões”, relata. “Eu consigo continuar aqui porque este espaço é da minha família. Mas imagi-ne que tinha de pagar, por exemplo, uma renda de 150.000 patacas por mês, assim os rendimentos não iriam cobrir as despesas, porque vendemos coisas mais simples, com preços mais modestos”, observa.

Naquela tira do Largo do Senado o que de mais visível sobrou da tradição foi a placa com o nome da loja do senhor Lo, que ainda era o tempo do seu avô. “Mesmo aqui já não se mantém o estilo mais antigo. Mas há alguns anos tal era evidente. As lo-jas de riquexó e noodles é que marcavam aquele tempo tradicional”, reforça.

Como ninguém consegue parar a vontade dos proprietários fazerem lu-cros, Lo Kin Tong teme que os ne-gócios mais característi-cos tendam a desaparecer passo a passo. “Penso que será impossí-vel manter os negócios tra-dicionais, por-que mesmo que as pes-soas queiram arrendar os espaços para desenvolver

este tipo de negócios os proprietários vão arrendá--los a outros que paguem mais e nesse aspecto o Governo não pode fazer nada. Mesmo que esteja-mos aqui a fazer negócios durante anos isso não vai pesar para os proprietários”, nota, lamentando, porém, que as lojas mais tradicionais tenham desa-parecido sem que alguém intercedesse.

Na Rua dos Mercadores, uma das lojas do Gru-po de Ginseng e Mariscos Seci Kwongtai anuncia que vai fechar através de caracteres vermelhos desenhados nas bancas e nos toldos transparen-tes. E explica o motivo: “renda triplica”. O dono do estabelecimento está ausente por isso não nos é permitido saber de todos os detalhes. Um dos funcionários dá-nos um cartão que mostra que o grupo tem oito lojas em Hong Kong e três em Ma-cau, sendo que aquela terá de fechar portas por não estar a resistir aos preços praticados pelo mercado imobiliário. “Não é exagero que tenhamos escrito a

triplicar”, diz-nos apontando alguns números por alto. “Actualmente a renda é de cerca 88.000 patacas e vai subir para 260.000”.

Uns metros mais ao lado encontramos outros estabelecimentos do mesmo género. Há cheiro a sal e alguns doentes fazem fila para colher alguns dos milagres da medicina chinesa. Entramos, mas o corrupio de clientes não nos deixa permanecer muito tempo. O responsável pede-nos para ques-tionarmos o senhor da loja da frente que faz parte da mesma família. Nesse espaço gémeo também há algum movimento. Poucas máquinas eléctricas. A maioria das balanças são manuais e pesam de mi-nuto a minuto ervas e bichos secos que em seguida são embrulhados em papéis.

É nas pausas entre os clientes que Kuan Kam Kun conta ao JTM como o tempo mudou. Apesar das mudanças, não sente o negócio afectado, uma vez que a família é detentora dos espaços. “As rendas reflectem o ritmo do mercado imobiliário, quando há mais procura nas zonas onde há mais potenciais clientes aumentam e isto não se pode mudar”, referiu o médico.

Embora veja algumas portas a fechar, Kuan não culpa os preços elevados das rendas. “Depende da maneira como se gerem as lojas. Se eu pagasse uma renda de 200.000 patacas conseguia sobreviver. Não podemos dizer que hoje está a chover não há negó-cios, porque noutras alturas, como, os festivais mui-tas pessoas vêm comprar produtos”, disse.

A família de Kuan Kam Kun tem aquela loja na Rua dos Mercadores há cerca de 60 anos e outra há 30 anos. A história do espaço pode ser também um atractivo, reconhece. “Não se consegue ganhar di-nheiro rapidamente é preciso tempo até conseguir ter muitos clientes”, refere, sem sentir a ameaça que outras lojas enfrentam. “Não estou preocupado. O tradicional está a acompanhar o desenvolvimento

da sociedade. Não é como o sector têxtil que desa-pareceu”, disse o especialista em medicamentos tra-dicionais chineses.

A continuidade do negócio também não consti-tui um problema. “Não precisa de ser o meu filho a continuar pode ser outra pessoa que tenha interesse. Pode ser, por exemplo, outro profissional que venha para aqui continuar este negócio tradicional”, afir-mou Kuan Kam Kun.

Mas nem todos os lojistas vivem dias de fôlego embora continuem a alastrar simpatia quando nos recebem. O senhor Foc Hyun e o tio Foc Bing vão enfrentando a maré com mais paciência. A preocu-pação foi-lhe retirada dos ombros por um proprie-tário ausente que deixou que o tempo e tradição se tornassem os verdadeiros donos daquele espaço tão característico. De outra maneira o peso do lucro po-deria acabar com uma história centenária.

O senhor Lo também nota que os rendimentos que obtêm com sua “I Lei Bicicletas Limitada” – um nome que lembra bem o passado do Largo do Se-nado – são apenas para “manter uma vida estável”. Mais tarde terá que arrendar ou vender o espaço. A quem não sabe. Mas a resposta à pergunta, quanto tempo mais continuará ali a alimentar os suspiros e imaginação das crianças surge na forma de outra questão. “Quanto tempo acha que posso continuar? Comecei aqui quando tinha 30 anos e já cá estou há mais de outros trinta”.

Quando voltamos a caminhar pelo Senado já não encontramos as senhoras que costumavam distribuir papéis a querer-nos cativar para vários restaurantes. Elas também desapareceram. Ontem havia homens a subir escadas de madeira para ter-minar o quanto antes o design de mais uma loja de marcas de luxo que em breve abrirá no coração da cidade, juntando-se à colecção de quadrados que vão apagando a tradição.

Foc Hyun e Foc Bing continuam a mostrar o espírito característico das lojas tradicionais e receber clientes com simpatia

Loja de peixe seco anuncia que vai fechar por não conseguir resistir ao aumento da renda “I Lei Bicicletas” continua a fascinar as crianças com os seus brinquedos

Senhor Kuan diz não sentir o negócio afectado

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Sexta-feira, 26 de Julho de 201312 JTM | ACTUAL

VOLTA AOMUND

COREIA DO NORTEDelegados da Coreia do Norte e da Coreia do Sul terminaram ontem sem acordo o sexto encontro deste mês sobre a reaber-tura do complexo industrial de Kaesong, informou o ministério da Unificação sul--coreano. Os representantes das duas partes não conseguiram chegar a acordo sobre a continuidade das conversações, segundo a agência noticiosa sul-coreana Yonhap. A agência garantiu que os dele-gados de Pyongyang advertiram os repre-sentantes de Seul de que o exército norte--coreano podia ocupar Kaesong e o chefe da delegação do Norte culpou o Sul pelo fracasso nas negociações.

CHINAOs trabalhos de construção de um arra-nha-céus na China, que será o edifício mais alto do mundo, foram suspensos, poucos dias depois do lançamento da primeira pedra, noticiou ontem a imprensa local. “Autoridades relevantes” ordenaram a sus-pensão das obras do Sky City, em Chan-gsha, na província de Hunan, porque “não foram observados os necessários procedi-mentos com vista à aprovação para iniciar a construção”, informou o Xiaoxiang Mor-ning Post, citado pela AFP.

TIMOR-LESTEO ministro dos Negócios Estrangeiros ti-morense, José Luís Guterres, reconheceu ontem que apesar do consumo de droga ser baixo, há tentativas de fazer de Timor--Leste país de trânsito na região. “A preo-cupação do tráfico de droga é internacio-nal e mesmo que o nível de consumo de droga em Timor-Leste seja extremamente baixo, tem havido tentativas de fazer de Timor-Leste país de trânsito para países vizinhos”, afirmou à agência Lusa o chefe da diplomacia timorense. Segundo José Luís Guterres, num esforço conjunto com a polícia da Indonésia e a Interpol, foram detidos vários traficantes.

ESPANHA

Maquinista constituído arguidoO maquinista do comboio que descarrilou anteontem à noite, deixando 78 mortos e 130 feridos, foi constituído arguido pelo juiz de instrução de Santiago de Compostela encarregado do caso, noticiou ontem o jornal El País

Segundo o jornal, o condutor do comboio, Francisco José Garzón Amo, foi chamado a

prestar declarações como arguido.Fontes da investigação informa-

ram que o condutor do comboio, que sofreu apenas ferimentos ligei-ros, reconheceu que ia a uma velo-cidade de cerca de 190 quilómetros por hora numa zona limitada a 80.

Depois do acidente, o maquinis-ta manteve comunicações por rádio em que admitiu que ia a uma velo-cidade muito superior à permitida na curva onde ocorreu o acidente.

Na recta anterior à curva em causa, no entanto, os comboios po-dem atingir os 250 quilómetros/hora.

A chave para esclarecer as cau-sas do acidente estará na ‘caixa ne-gra’, que já foi entregue ao juiz.

O presidente da operadora fer-roviária Renfe, Julio Gómez-Pomar Rodríguez, confirmou ontem que a linha ferroviária onde ocorreu o acidente tem um sistema de segu-rança e assegurou que ainda an-teontem de manhã o comboio aci-dentado tinha sido sujeito a uma revisão.

O responsável afirmou que não demorará muito para que se co-nheçam as causas do acidente, mas sublinhou que a decisão caberá ao juiz, que terá de avaliar todas as provas.

O secretário-geral do sindicato de maquinistas (Semaf), Juan Jesús García Fraile, considerou que o aci-dente tem de dever-se a “um con-junto de circunstâncias”.

“Não sabemos o que poderá ter acontecido, mas teoricamente é mais do que uma coisa, um conjun-to de circunstâncias”, disse o sin-dicalista, que se deslocou à Galiza após o acidente.

Reconhecendo que o sindicato que dirige não teve acesso a qual-quer registo, conversa ou veloci-dades, o responsável destacou que na zona do acidente há “uma curva pronunciada”.

O maquinista que conduzia o comboio estava há três anos no cen-tro de trabalho da Corunha e estava vinculado ao serviço de longa dis-tância.

“É um ferroviário com uma lon-

ga trajectória na condução, desde 1998-2000”, disse García Fraile, su-blinhando que qualquer maquinis-ta, para circular numa via, “tem de conhecê-la”.

O condutor, de 52 anos, operava naquela linha há mais de um ano, disse por seu lado o presidente da Renfe, Julio Gómez-Pomar Rodrí-guez.

Gómez-Pomar acrescentou que o condutor está na companhia “há 30 anos e desde 2000 estava a tra-balhar como maquinista, primei-ro como ajudante de maquinista e desde 2003 como maquinista, es-tando no centro da Corunha desde 2010”.

Maquinista terá admitido que circulava a uma velocidade excessiva

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | ACTUAL 13

OBSERVATÓRIO

O “novo” primeiro-ministro Kevin Rudd assinou há dias um convénio com o seu homólogo da Papua Nova Guiné, pelo

qual os boat people que chegam às praias da Austrália são, de forma sistemática, dirigidos para uma das ilhas daquele seu pequeno vizi-nho. Ali será construído um centro de recolha de refugiados, onde estes ficarão, até ser decidida a sua sorte.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e personalidades e organizações internacionais, ligadas à defesa e protecção de Direitos Humanos, já vieram questionar os fun-damentos éticos e humanitários de tal acordo.

E será interessante acompanhar também o debate interno, no seio das igrejas de todas as confissões religiosas na Austrália, para se ver que posição tomam sobre uma questão que, no plano moral, não podem evitar.

Entretanto, com o aproximarem-se as elei-ções gerais, o tema transforma-se em mais uma bandeira da luta política interna; e a oposição a Kevin Rudd vem dizer que não, que em vez de ficarem (mesmo que provisoriamente) estaciona-dos em território da Papua, a expensas ainda dos contribuintes australianos, os refugiados devem ser recambiados acto contínuo para Java, na In-donésia, o último ponto de contacto com terra, de onde partem as frágeis embarcações que deman-dam às costas australianas.

Há aqui várias questões a dirimir, neste cam-po manifestamente sensível.

A primeira é a de proceder a uma diferencia-ção necessária, constatando que uma situação é a de refugiado político; e outra a de refugiado eco-nómico, em busca de um futuro melhor.

Quanto a estes últimos, é verdade que certos países - mais prósperos e por isso mais apetecí-veis, como destinos de emigração ilegal ou clan-destina - não podem ser investidos na obrigação internacional de resolverem todos os problemas da pobreza no mundo.

Ninguém abre as respectivas fronteiras, inde-finida e indiscriminadamente. E mesmo “nações de imigrantes”, como por exemplo os Estados Unidos têm o hábito de se definir, não evitam o debate interno sobre a legalização de clandesti-nos, como ainda há pouco tempo sucedeu.

Por outro lado, e como questão prévia, há toda a temática do tráfego de seres humanos, da exploração dos mais pobres por redes de crime organizado que promovem essas expe-dições marítimas, em embarcações superlota-das e desprovidas das condições mínimas de segurança.

A resposta a este fenómeno é naturalmente a cooperação internacional no policiamento das ro-tas marítimas, frequentadas por essas redes.

Tem a Austrália cooperado eficazmente com os seus vizinhos - nomeadamente com os países da ASEAN - nesse policiamento?

A fronteira natural que constitui o mar, para os países com as características da Austrália, fa-cilita a auto-imagem de “fortaleza”, abrigada das intempéries do resto do mundo o que, como se está a ver, é uma percepção falsa.

E saber onde está o equilíbrio entre generosi-dade e egoísmo só aos australianos compete de-cidir...

... sabendo que muito tem uma sociedade ge-nerosa a beneficiar de talentos vindos de fora... como a própria América o demonstra...

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Os boat peopleda Austrália

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

CHINA

“Fórum Macau deve servirpaíses africanos e Timor-Leste”O novo embaixador do Brasil para a China, Valdemar Carneiro Leão Neto, considera que o Fórum Macau deve servir como instrumento para assistir os países de língua portuguesa em África e Timor-Leste. No caso do Brasil, o representante aponta que a instituição que celebra este ano dez anos, só faz sentido como “um valor adicional às cooperações que já existem”

Estamos a falar de um conjunto de países com sérias necessida-des de desenvolvimento e, por

outro lado, de um outro grupo de na-ções com capacidade financeira para conseguir resultados, e esse deve ser o objectivo crucial do Fórum Macau, no nosso entendimento”. As palavras são do novo embaixador do Brasil para a China, Valdemar Carneiro Leão Neto, que aponta “uma certa frustração por parte dos países africanos envolvidos, ao considerarem que a instituição não conseguiu atingir resultados positi-vos”. Em declarações ao JTM, o re-presentante diplomático do Brasil em Pequim, acrescenta que para a nação sul-americana “a plataforma Macau só faz sentido como um valor adicio-nal aos canais de cooperação que já existem, visto que o Brasil, já tem uma forte ligação com todas as nações en-volvidas, e nas mais diversas áreas”.

Para o embaixador que assumiu o cargo em Pequim há dois meses, “será difícil trabalhar, caso o principal objec-tivo do Fórum seja promover Macau como plataforma”. Valdemar Neto aponta para uma cooperação unilate-ral com a instituição e diz que o Brasil não pretende tirar qualquer benefício

PORTUGAL

Machete recebia 1.250€ por reunião no BPNLigação do novo ministro dos Negócios Estrangeiros ao banco provoca críticas à esquerda. Rui Machete defende-se e fala em “podridão” na política

Enquanto presidente do Conselho Superior da Socie-dade Lusa de Negócios (a dona do BPN), Rui Ma-chete, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros,

recebia 1250 euros por reunião. E, muito provavelmente, como o próprio admitiu nas declarações que prestou na primeira comissão parlamentar de inquérito, o montante, durante alguns anos, foi pago em numerário. Só depois passou a receber em cheque. Ontem, após a cerimónia da tomada de posse e confrontado com a sua ligação ao ban-co, Rui Machete classificou como um reflexo da “podridão dos hábitos políticos” as críticas por ter exercido funções na SLN.

Na 31.ª reunião da comissão parlamentar de inquérito, que decorreu a 2 de Abril de 2009, Rui Machete evidenciou um sintoma comum a muitas pessoas que passaram pela SLN ou pelo BPN: falta de memória. Como presidente do Conselho Superior da SLN, o advogado foi questionado

da mesma. “Esperamos que o Fórum se torne útil como uma ferramenta que apoie os países africanos que fa-lam português e Timor-Leste”, fina-lizou o homem que chega a Pequim um ano antes da celebração de quatro décadas do estabelecimento de rela-ções entre o Brasil e a China.

Relações Sino-brasileirasDurante o encontro com vários

empresários e académicos em Pe-quim, organizado pela Associação de Profissionais Brasileiros na Chi-na, Valdemar Neto lembrou que o crescimento do país asiático teve um profundo impacto nas exportações brasileiras. “Desde 2009 que a China é o principal parceiro económico do Brasil”, apontou o embaixador. De resto, as figuras não deixam dúvidas quanto à dimensão das relações co-merciais: 80 mil milhões de dólares por ano, com um superavit para o Brasil entre os 6 e 7 mil milhões de dólares. Um resultado positivo para a balança comercial brasileira, mas que tem vindo a diminuir desde o ano de 2011, visto que “o crescimen-to chinês está a desacelerar”, explica o embaixador, que aponta que este

fenómeno tem um impacto imediato nas exportações do país.

Mas se um excedente comercial positivo com a China faz do gigante sul-americano uma rara excepção no comércio mundial, a verdade é que o embaixador assegura que o Brasil não está completamente satisfeito com a natureza do comércio entre as duas nações, tendo em conta que 85% das exportações são compostas por recursos naturais, principalmen-te a soja, os minérios e o petróleo. “O principal desafio para o Brasil pren-de-se assim com uma maior diversi-ficação das suas exportações para a China”, assegurou Valdemar Neto, acrescentando que por outro lado, “a China vende para o Brasil uma vas-ta gama de produtos, que colocam a indústria nacional numa situação de alta pressão competitiva”.

De resto, o responsável assegu-ra verificarem-se já alguns sinais de mudança, apontando a abertu-ra de unidades fabris no Brasil por empresas chinesas e o interesse de companhias do gigante asiático em participar no desenvolvimento de infra-estruturas naquele país, como investimentos que podem conduzir a uma maior diversificação das rela-ções económicas.

O Brasil e a língua de CamõesActualmente, existem 15 univer-

sidades com cursos de língua portu-guesa na China continental, e a ideia das autoridades chinesas é duplicar este número nos próximos anos. O diplomata garantiu que a embai-xada vai trabalhar no sentido de apoiar o ensino da língua no país, e considerou a crescente importância do português no País do Meio como motivo de orgulho. Para Valdemar Neto, chegou a hora do Brasil assu-mir a responsabilidade pela propa-gação da língua e cultura lusófona, não deixando antes de assinalar um “respeitoso agradecimento a Portu-gal, pela herança deixada”.

sobre reuniões deste órgão e quando é que o mesmo teve conhecimento da existência do Banco Insular de Cabo Ver-de, que acabou por estar na origem na queda do BPN. Foi na sequência de perguntas feitas pelo antigo deputado so-cialista Afonso Candal que Rui Machete explicou como era o sistema de pagamentos para os membros do Conselho Superior da SLN. “Todos os membros do conselho superior eram remunerados com senhas de presença pagas; agora, não posso precisar se eram pagas em numerário ou em cheque”, começou por explicar o novo ministro dos Negó-cios Estrangeiros, acrescentando: “Penso que houve uma altura em que o banco abriu umas contas e, depois, passou a pagar em cheque, visto que algumas pessoas, como era o meu caso, não queriam ter contas no banco. Não sei dizer--lhe ao certo, mas a remuneração devia ser à volta de 1250 por reunião. Todos – excepto os administradores, evidente-mente –, recebiam senhas de presença”.

Embaixador do Brasil aponta para uma relação unilateral com o Fórum Macau

João Pimentaem Pequim

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14 JTM | DESPORTO Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

FÓRMULA UM

Tudo a postos para o GP da Hungria

Depois dos “Young Drivers Test”, em que a Pirelli apresentou no-vos pneus com tecnologia de

construção do ano passado, mas com compostos de borracha deste ano, to-das as equipas – menos a Mercedes Benz, castigada pelo facto de ter efec-tuado um teste de pneus não autori-zado depois do Grande Prémio de Es-panha - evidenciaram menos desgaste em ambos os pneus testados, macio e intermédio.

Este facto poderá alterar todas as estratégias de corrida, que poderiam ser baseadas em dados obtidos no ano passado, visto que os pneus não se irão comportar da mesma forma.

O Hungaroring é o circuito mais lento de todos os circuitos permanen-tes do calendário da F1, e este ano, com previsões de temperaturas acima dos

33 graus centígrados, as equipas estão mergulhadas num absoluto vazio de dados para estruturarem as suas pres-tações. Por essa razão, as sessões de treinos livres serão altamente impor-tantes.

Pneus que se desgastam menos ofe-recem tempo de pista mais longo, com aderência e competitividade, o que po-derá levar a que a grande maioria das equipas venham a optar por estratégias de duas paragens.

Este facto coaduna-se bem com as novas imposições referentes à velocida-de máxima no “pit lane”, reduzida de 100km/h para apenas 80km/h devido ao acidente que vitimou um repórter de imagem no último Grande Prémio da Alemanha. De qualquer das formas, não gostaria de ser atingido por um pneu de cerca de 16 quilogramas, a sal-titar a 80 km/h...

Esta nova regra vai aumentar em cerca de 4 segundos a estadia dos car-

ros no “pit lane”, no circuito húngaro, o que mais uma vez apontará para uma estratégia de apenas duas paragens, para ser “perder” o menos tempo pos-sível.

As equipas que conseguem gerir a borracha melhor, como a Force Índia e a Lótus, que poderão ficar na pista mais voltas do que as equipas que se sabe não terem grande sucesso na ges-tão dos pneus, devido a carros que são mais “duros” para a borracha.

No entanto, estas equipas, princi-palmente a Mercedes e a Infinity Red Bull, também poderão vir a aproveitar--se do facto dos pneus se desgastarem menos, oferecendo-lhes a possibilidade

de gerirem os pneus de forma a que também eles possam ficar mais tempo na pista, o que é mais importante, com competitividade.

Veremos como as equipas irão reagir a estas alterações, mais profundas do que se poderá pensar numa primeira observação.

Esta é uma (forte) razão para se as-sistir às sessões de treinos livres e às qualificações, para se poder prever com que forma as equipas se comportarão.

As provas de qualificação estão marcadas para as 20h (horário de Ma-cau) de sábado, e a prova será à mesma hora no domingo.*Especialista JTM em Desportos Motorizados

António Ribeiro Martins*

GP da Áustria regressa em 2014

O Grande Prémio da Áustria deve retornar ao calendário da Fórmula 1 na próxima temporada. A Red Bull remodelou o antigo A1 Ring e agora está de regresso como um dos principais e mais modernos circuitos existentes. O retorno do circuito austríaco deve ser aprovado pela FIA até o fim deste ano, quando o conselho mundial definirá oficialmente o calendário para a temporada de 2014. Com as entradas do GP da Rússia, em Sochi, e do GP de Nova Jersey, nos EUA, e o não-cancelamento de nenhuma das etapas do calendário até o momento, a Fórmula 1 pode ter 22 corridas na próxima temporada, o que pode tornar o ano com mais provas em toda a história.

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | DESPORTO 15

SPORTING

Magrão a caminho de Alvalade

O Chelsea de José Mourinho goleou ontem, por 8-1, uma equipa composta pelos melhores jogadores da Liga Indonésia, no último jogo da digressão asiática dos “blues”

Eden Hazard abriu o marcador aos 22 minutos, na conversão de uma grande penalidade. Aos 30 minutos, Ramires fez o 2-0 e o seu primeiro

golo do jogo. Demba Ba fez o 3-0 dois minutos depois e Josh Terry fez o 4-0 mesmo em cima do intervalo.

Mourinho mexeu na equipa ao intervalo, mas isso não impediria a vantagem no marcador de aumentar na segunda parte. Traore fez o 5-0 aos 50 minutos e dois minutos depois, Lukaku assinou o 6-0, ele que viria a fazer o 8-0 aos 66 minutos. Pelo meio, Ramires marcou aos 66 minutos o 7-0 e seu segundo golo do jogo.

E aos 69 minutos, num lance de ataque da Indoné-sia, Kalas coloca inadvertidamente a bola na baliza, fazendo um auto-golo, aquele que viria a ser o único tento dos All Stars da Indonésia.

A equipa de Mourinho joga agora na próxima sex-ta-feira, dia 2 de Agosto, frente ao Inter de Milão, para a Taça Guiness 2013.

Arsenal já terá acordo com Luis SuárezApós inúmeras tentativas, parece que a direcção

do Arsenal conseguiu convencer a homóloga do Li-verpool a vender o passe de Luis Suárez.

Segundo o “The Sun”, os “gunners” já terão chega-do a acordo com o avançado uruguaio, faltando agora acertar com os “reds” os últimos detalhes para que a

transferência possa ser anunciada. Os valores apresentados pelo Arsenal rondam os

46 milhões de euros.

P.A.S.

PREMIER LEAGUE

Chelsea termina digressão asiática com goleada

Gerson Magrão será o próximo reforço do Sporting. O brasileiro está em Lisboa, na companhia do empresário, para acertar a transferência para Alvalade. Segundo a imprensa portuguesa, o esquerdino, de 28 anos, será reforço dos “leões” a custo zero

Gerson Magrão chegou a acordo para rescindir com o Figuei-rense, clube onde estava por

empréstimo do modesto Primavera. O jogador é, por isso, livre para assi-nar por outro clube.

Magrão, recorde-se, já esteve mui-to próximo de ser reforço do Sporting de Braga quando o clube era treina-do por Leonardo Jardim. Na altura os bracarenses não conseguiram chegar às pretensões financeiras do Dínamo Kiev.

O brasileiro tem, de resto, a van-tagem da polivalência, podendo jogar como médio centro ou como lateral esquerdo, o que será um pormenor importante num plantel curto como Leonardo Jardim pretende.

Para além disso, Magrão traz mui-ta experiência internacional. Na Euro-pa já jogou no Feyenoord (Holanda) e no Dínamo Kiev (Ucrânia), tendo re-presentado ambos os clubes por três épocas.

No Brasil representou Cruzeiro, Flamengo, Ipatinga, Santos e Figuei-rense. Na última época começou no Santos, mas acabou por ser dispensa-do, alinhando depois no Figueirense, de onde foi também agora dispensa-do. O jogador não queria jogar a la-teral esquerdo e o treinador Adilson Batista considerou que não estava a justificar o investimento. Por isso, as duas partes acertaram a saída do jo-gador.

Ingleses colocam Atsu na rota do Sporting e do BenficaA um ano de terminar contrato

com o FC Porto, Christian Atsu conti-nua a ser associado a clubes ingleses, mais concretamente ao Liverpool e ao Tottenham, mas a imprensa inglesa avança que o internacional ganês tem novos pretendentes em Portugal.

Segundo o portal TalkSport, Benfi-ca e Sporting estão atentos à situação do jogador, que recentemente confir-

mou que não voltará a jogar pelo FC Porto.

O Liverpool foi o clube que mais interesse mostrou na contratação do jovem jogador, porém, viu todas as propostas apresentadas serem rejeita-das pelos azuis e brancos.

P.A.S.

Médio brasileiro pode também actuar com defesa esquerdo

Jackson e Cardozo na rota do Nápoles

O Nápoles está a negociar a contratação de Jackson Martínez, revela o jornal italiano “Corriere della Sera”, avançando pormenores de uma reunião entre representantes do avançado e um dirigente do clube. Oscar Cardozo, do Benfica, está também na lista de potenciais reforços para a próxima temporada. De acordo com o site “Calcioblog”, os italianos são o clube melhor posicionado para contratar o paraguaio que dificilmente ficará nas “águias” na próxima temporada. Depois de ter assegurado a contratação de Higuaín junto do Real Madrid, o Nápoles continua determinado em reforçar um sector de onde saiu Edinson Cavani (Paris Saint-Germain).

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16 JTM | ROTEIRO Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Telejornal + 360° (Diferido) 14:45 RTPi DIRECTO 17:50 Cougar Town - Sr.2 18:15 Caminho das Índias (Repetição) - India - A Love Story (Repeated) 19:00 TDM Talk Show (Repetição) 19:35 Vingança 20:30 Telejornal 21:20 Ler + Ler Melhor 21:30 Cenas do Casamento 22:00 Caminho das Índias (India - A Love Story) 23:00 TDM News 23:31 Portugueses Pelo Mundo

30 FOX SPORTS13:00 Total Rugby 13:30 FINA Aquatics World 2013 14:00 Itu Long Distance Triathlon Championships 15:00 MLB Regular Season 2013 Tampa Bay Rays vs. Boston Red Sox 18:00 Tour De Taiwan 2013 Highlights 18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2013 19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:00 Football Asia 2013/14 20:30 Global Football 2012/13 21:00 X Games Barcelona 2013 22:00 (LIVE) Senior Open Championship 2013 Day 2

31 STAR SPORTS13:00 Inside Grand Prix 2013 13:30 2 Wheels 14:00 Accu-Stats One-Pocket Invitational 2013 15:55 (LIVE) FIA F1 World Championship 2013 - Practice Session 1 Hungarian Grand Prix 17:30 2 Wheels 18:00 Wonderful Wimbledon Lisicki V Radwanska 19:00 German Touring Car Masters 2013 - Brands Hatch 19:55 (LIVE) FIA F1 World Championship 2013 - Practice Session 2 Hungarian Grand Prix 21:30 (LIVE) Score Tonight 2013 22:00 GTS Series Highlights 2013 22:30 STS Series Highlights 2013 23:00 (LIVE) Formula Friday 23:30 Laureus Spirit Of Sport

40 FOX MOVIES12:45 Paul Blart: Mall Cop 14:15 Once Upon A Time 15:05 Ring Of Fire - Part 2 Of 2 16:40 Abraham Lincoln: Vampire Hunter 18:25 2012 21:00 Seeking A Friend For The End Of The World 22:45 Armageddon

41 HBO11:30 Abduction 13:20 Enemy Of The State 15:30 Save The Last Dance 17:30 Moneyball 19:50 Hugo 22:00 The Matrix Reloaded 00:15 The Matrix Revolutions

42 CINEMAX12:05 John Carpenter’S Escape From L.A 13:45 A Few Good Men 16:00 Jason And The Argonauts 17:45 Invader 19:15 The Scorpion King 3: Battle For Redemption 21:00 Epad On Max 21:15 Xiii 22:00 Spartacus: War Of The Damned 23:00 Blood & Chrome 00:30 One Night Stand: Omid Djalili

50 DISCOVERY13:00 Amish Mafia 14:00 What Happened Next? 14:30 Magic Of Science 15:00 The Devils Ride 16:00 Blood Relatives 17:00 Man Vs. Wild 18:00 How Do They Do It? 18:30 How It’s Made 19:00 Dirty Jobs 20:00 How It’s Made 20:30 Everything You Need To Know 21:00 Mythbusters 22:00 I Was Murdered 22:30 Evil 23:00 Nightmare Next Door 00:00 How It’s Made 00:30 Everything You Need To Know

51 NGC12:30 World’s Weirdest 13:25 Cruise Ship Diaries 15:15 When Vacations Attack 17:05 To Catch A Smuggler 18:00 Kung Fu Quest 19:00 Ninja Shrimp 20:00 Ultimate Survival Alaska 21:00 When Vacations Attack 23:00 Inside 00:00 Drugs Inc

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Civilization Lost 16:00 Swamp People 17:00 Duck Dynasty 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers

22:00 How The Earth Made Man 00:00 Cajun Pawn Stars

55 BIOGRAPHY13:00 Confessions: Animal Hoarding 14:00 Big Fat Gypsy Weddings 15:00 My Ghost Story 16:00 My Ghost Story Asia 17:00 Airline USA 18:00 Billy The Exterminator 19:00 Under 21 And Filthy Rich 20:00 Hugh Jack-man 21:00 Celebrity Ghost Stories 22:00 Cursed 23:00 My Ghost Story Asia 00:00 Airline USA

62 AXN13:00 Chuck 13:55 Wipeout Canada 14:45 Falling Skies 15:35 Cash Cab Asia 16:35 The Voice 18:15 CSI: Crime Scene Investigation 19:10 Ncis: Los Angeles 20:05 Criss Angel Mindfreak 20:35 Ebuzz 21:05 Blue Bloods 21:55 The Apprentice Asia 22:55 Falling Skies 23:50 Wipeout Canada 00:45 Ebuzz

63 STAR WORLD12:30 The Gates 13:25 MasterChef US14:20 Got To Dance UK 15:15 Top Chef: Just Desserts 17:05 Bunheads 18:00 Beauty and the Geek Australia 19:50 Girlfriend Confidential: LA 21:40 Nail Files 22:35 Greek 23:30 New Girl 00:25 Ghost Whisperer

82 RTPI14:00 Telejornal Madeira 14:36 Percursos 15:32 Novos Descobridores 16:00 Bom Dia Portugal-Directo 17:00 Grande Reportagem-Sic 2012 17:40 Fernando Alvim - 55 Anos de Fados e Canções 19:00 Depois do Adeus 20:00 Jornal da Tarde-Directo 21:10 O Preço Certo 22:00 Ingrediente Se-creto 22:29 Verão Total-Directo 00:43 Notícias RTP - Madeira (17H00) 01:00 Portugal em DiretoDireto 02:00 Ler +, Ler Melhor 02:06 Baía das Mulheres 03:00 Telejornal 04:00 A Semana de Nuno Morais Sarmento-Directo 04:26 AntiCrise 04:48 Nada a Esconder 05:34 Inesquecível

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO WWW.SMG.GOV.MO

260C / 300C

• • • CÂMBIOS BNU

PATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.94 8.04EURO 10.47 10.60YUAN (RPC) 1.252 1.314

SOCIEDADE PROTECTORA

DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

A programação é da responsabilidade das estações emissoras

23:00HBO

CINETEATROS1 Doraemon The Movie: Nobita in the Secret Gadget Museum14:00 • 17:45

S2 The Wolverine16:45

TORRE DE MACAUMan of Steel (3D)14:00 • 16:30 • 19:00 • 21:30

GALAXYTHEATER 8Despicable Me 2 3D (4/07) - 16:05

THEATER 6Midsummer’s Equation14:20 • 18:40

THEATER VÁRIOSMan of Steel (3D)09:00 • 10:20 • 11:40 • 14:20 • 17:00 • 18:30 • 19:4520:05 • 22:30 • 00:15 • 01:15

THEATER 8Now You See Me - 21:10

THEATER 6Epic 3D - 16:40

THEATER VÁRIOSWorld War Z 3D

10:10 • 13:00 • 15:10 • 16:15 • 17:20

18:20 • 19:30 • 21:05 • 22:00 • 23:15 • 01:20

THEATER VÁRIOSBlind Detective

09:55 • 11:15

Blood & Chrome

• • • HOJE 26/7240C /280C

• • • AMANHÃ 27/7

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | OPINIÃO 17

Dito

Sónia Nunes, in “Ponto Final”

A diferença é também que a minha sobrinha, infanta numa família de colarinho azul, vive num país onde tem tanto a dizer quanto o bebé real. Nasceu livre e igual aos outros, pode ser chefe de cozinha ou Chefe de Estado. Como a irmã e os filhos dos vizinhos. Não consigo lembrar-me de uma história mais feliz que esta.

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

26/07/1993

DIA DO EXÉRCITOCOMEMORADO ONTEMOs militares em serviço em Macau assinalaram ontem o Dia do Exército com uma cerimónia solene no quartel de S. Francisco, sede dos serviços das Forças de Segurança do Território. O programa do Dia do Exército em Ma-cau iniciou-se com o hastear da bandei-ra nacional no quartel de S. Francisco, seguindo-se uma missa no cemitério de S. Miguel Arcanjo e a deposição de uma coroa de flores na cripta dos combatentes. Durante a cerimónia so-lene no quartel de S. Francisco foi lida uma mensagem do chefe do estado--maior do Exército, general Cerqueira da Rocha, e impostas condecorações aos militares em serviço no Território. O programa incluiu ainda visitas às novas instalações do gabinete coorde-nador de segurança, centro de opera-ções de protecção civil e centro de co-municações das Forças de Segurança, completando-se com um pôr-do-sol de confraternização na messe da Taipa.

SUBSÍDIOS DA DSEJA ESCOLAS PARTICULARESNo âmbito dos apoios que a Direc-ção dos Serviços da Juventude vem concedendo regularmente às escolas particulares do Território, foram agora atribuídas a 69 escolas subsídios para aquisição de material didáctico, no va-lor de MOP7.910.102,00. Também no domínio da comparticipação em obras de beneficiação e melhoramentos de escolas, foram concedidas a 64 escolas particulares, que haviam apresentado em Junho as suas candidaturas, sub-sídios no valor de MOP9.627.613.000. os subsídios agora atribuídos, no valor total de MOP17.537.615, começarão a ser entregues às escolas no próximo mês de Agosto.

Desta vez foi de mais, acabamos de viver um mês em que as notícias mais pareciam mos-

quitos de Verão que nos atacam por todos os lados, do que informação que nos permitisse olhar com algum discernimento para o País. O resul-tado é uma sociedade cada vez mais atordoada, desvitalizada e rebocada: atordoada pela confusão, desvitali-zada pela decepção, rebocada pela rotina.

Se calhar, o melhor é mesmo se-guir o conselho de Rolf Dobelli, que recentemente sugeriu num estimu-lante texto publicado no The Guar-dian que as “news is bad f or you – and giving up reading i t will make you happpier” (12.04.2013). A i deia central é que, nos dias de hoje, as no-tícias se tornaram tão tóxicas para a mente, como o açúcar se revelou ser para o corpo.

E propõe, em apoio desta corajo-sa analogia, dez pontos em que vale a pena reflectir, sobretudo depois da semana de excitada e inútil especu-lação noticiosa que Cavaco Silva im-pôs ao País. Esses dez pontos são, na sua perspectiva, que as notícias enganam, são irrelevantes, não expli-cam, são tóxicas para o organismo, aumentam os erros cognitivos, im-pedem de pensar, funcionam como um uma droga, fazem perder tempo, tornam-nos passivos e matam a cria-tividade.

As notícias enganam porque fo-cam sempre o mais pitoresco ou o mais anedótico em qualquer aconteci-mento, em prejuízo do fundamental. As notícias são irrelevantes porque, se pensarmos nas cerca de dez mil novas histórias que as notícias passa-ram nos últimos doze meses, somos incapazes de indicar uma única que nos tenha ajudado a tomar uma boa decisão na nossa vida. Quando toda a gente vive em competição, elas são uma desvantagem competitiva.

As notícias não explicam nada,

elas são como a espuma à superfície das águas e quanto mais prendem a nossa atenção, mais incapazes nos tornam de compreender verdadeira-mente o que se passa e mais insensí-veis nos tornam ao que de facto conta.

As notícias são tóxicas para o nos-so corpo, elas interferem com o nosso sistema límbico (que é o responsável tanto pelas nossas emoções como pe-los nossos comportamentos sociais), podendo alterar a produção de gluco-corticóides, desregulando o sistema imunitário, afectando o crescimento e induzindo diversos problemas de saúde.

As notícias funcionam como uma droga, elas estimulam os circuitos neuronais de “skimming” e multita-refas, bloqueando outros, nomeada-mente os da leitura e do pensamento focado. O que, com o tempo, acaba por alterar a própria estrutura física do cérebro.

As notícias aumentam os erros cognitivos porque em geral valori-zam a confirmação e a repetição do que se sabe, ou se pensa que sabe, em detrimento de tudo o que é diferen-te e surpreende. As notícias inibem o pensamento, porque este requer um tempo de concentração que exige uma atenção contínua. Mas também porque elas afectam a memória, sujei-tando- a a um fluxo ininterrupto de distracções e de insignificâncias.

As notícias são uma perda de tem-po. Todos sabemos, por experiência, que na verdade bastam uns minutos por dia para nos manter informados, o resto é repetição e ruminação que apenas visam alimentar o “infoteni-

Esqueça as notícias– e aproveite para conversar

BEM PELO CONTRÁRIOManuel Maria Carrilho*

mento”. As notícias tornam-nos passi-vos, elas valorizam tão intensamente o que está fora do nosso alcance, que só podem conduzir à resignação e ao conformismo.

Por fim, as notícias matam a criati-vidade. Não há “notícia” de um único criador, seja em que domínio for, que seja um dependente, um obcecado ou um viciado em notícias. As notícias são inimigas da criação, elas colam--nos às ideias gastas e às velhas solu-ções, à sua banalidade e inutilidade.

O argumentário é, como se vê, su-gestivo. O leitor pode conhecer me-lhor a “lente” com que Rolf Robelli revê o mundo lendo “A Arte de Pen-sar com Clareza – 52 Erros de Racio-cínio Que não Deveríamos Cometer”, obra que acaba de ser editada em por-tuguês pela editora Temas e Debates.

O que R. Dobelli – muito inspira-do por N. N. Taleb, o autor do famoso êxito O Cisne Negro – defende neste livro, é uma abordagem fria da racio-nalidade, que valoriza não só a pro-pensão para o erro no comportamento humano, mas também o seu carácter sistemático. As notícias são, por isso, para ele, um excelente material para testar as consequências desta perspec-tiva, porque “a comunicação social é o meio onde a tendência para acredi-tar no relato se dissemina como uma doença contagiosa”( p. 62), tornando frequente o paradoxo de ser melhor a explicar do que a compreender.

Eis pois um bom programa para o mês de Agosto que se aproxima: es-quecer as notícias – e, já agora, apro-veitar para conversar. Aqui, o autor a seguir é Theodore Zeldin, que escre-veu um fantástico “elogio da conver-sa”, editado pela Gradiva. A conversa pode ser o antídoto das notícias: ela pode aproximar da verdade, pode ser explicativa e relevante, estimular o pensamento, a criatividade, desinto-xicar a mente e a explorar as resso-nâncias com o mundo.

JTM/DN

O JTM ERROUNo artigo publicado ontem sobre os acidentes relacionados com os auto-carros públicos, onde se lê que a TCM registou 53% dos acidentes ocorridos deve ler-se antes 19%, como é referido correctamente no texto. E no artigo de opinião, publicado na edição de 24 de Julho sobre “O que falta em Macau?”, é referido erradamente no texto de Fá-tima Branco que “se deveria limitar as entradas dos turistas chineses, saben-do que pouco ajudam no comércio de Macau”, quando deveria ser “limitar as entradas dos turistas chineses, saben-do que ajudam muito no comércio em Macau”. Aos nossos leitores e aos visa-dos apresentamos as nossas desculpas.

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

O campeão era ‘ gay’Morreu anteontem Emile Griffith, o boxeur. Eu tinha

uma vaga lembrança, e antiga. Recorro ao New York Times para aclarar o morto. Exacto, esse Griffith!,

reconheci-o às primeiras linhas. Matou o adversário num combate para campeão mundial dos meios médios. Agora até posso ver o combate, há vídeo. Num sábado de 1962, o ringue do velho Madison Square Garden, em Nova Iorque, com transmissão televisiva. À esquerda, calções brancos, o campeão Kid Paret, cubano; à direita, calções negros, Gri-ffith, o pretendente americano. Era o terceiro combate entre eles, em sucessivos trocas do ceptro mundial. Agora, até ao 12. º round, a mesma partilha de poderio. Mas, eis que Gri-ffith encosta o outro às cordas de um canto. Quem sou para contar, quando Norman Mailer estava, claro, na primeira fila? “O punho direito bate como um bastão de basebol de-molindo uma abóbora.” O vídeo confirma e permite o hor-ror doentio da repetição... O árbitro agarra e afasta Griffith e Kid Paret desliza para o tapete – irá morrer dez dias de-

pois no hospital. Durante algum tempo, a América discute o boxe e depois esquece. Griffith vai partir para outro comba-te... que afinal já começara. Antes de subirem ao ringue, Kid Paret lançara-lhe, desdenhoso: “Maricón!” Há muito que se dizia que Griffith era gay, e era. Numa biografia publicada em 2008, o velho boxeur resumiu os dois combates da sua vida. “Matei um homem e fui desculpado, amei um homem e nunca me perdoaram.”

JTM/DN

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18 JTM | LAZER Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

Agente de Blake Lively desmente gravidezBlake Lively e Ryan Reynolds não estão à espera do primeiro filho, afirma o representante da actriz, citado pelo site Celebuzz. “A história é 100% falsa. Blake não está grávida”, disse o representante. Lively e Reynolds casaram-se a 9 de Setembro de 2012. Desde então, o actor falou sobre o desejo de começar uma família e começaram os rumores. O site Perez Hilton divulgou ontem uma suposta gravidez de Blake, afirmando até que já era possível ver uma “barriguinha”.

Ex-mulher revela que Tim Duncan é bissexualA ex-mulher de Tim Duncan, Amy Duncan, revelou que a estrela da NBA que representa os San Antonio Spurs teve um relacionamento com outro homem, razão do divórcio entre os dois. Amy assegurou ao jornal alemão “Bild” que Duncan, quatro vezes campeão da NBA, comprou inclusive um apartamento para o amante, numa altura em que a ex-mulher também tinha uma relação extraconjugal. “Amy sabia que Duncan era bissexual e Duncan sabia que Amy tinha uma relação extraconjugal. Mas Duncan estava disposto a dar o que Amy queria porque ele não queria que a sua ex-mulher revelasse que era bissexual”, afirmou uma fonte ao site Hollywood King Street.

Sharon Stone e Cat Stevens juntos num musical Sharon Stone e Cat Stevens unirão as suas vozes numa comédia musical para prestar homenagem à organização ecológica Green Cross International, criada pelo ex-presidente russo Mikhail Gorbachev. O espectáculo “2050: The Future We Want”, será apresentado a 3 de Setembro nas Nações Unidas, em Genebra, por ocasião dos 20 anos da ONG fundada pelo Prémio Nobel da Paz para responder aos problemas da degradação do meio ambiente, a pobreza e a insegurança.

“Bieber continua a ser estúpido”, diz Miley CyrusMiley Cyrus considera que Justin Bieber continua a ser “estúpido” por comentar notícias negativas sobre a sua própria vida. Cyrus aconselhou Bieber a dar um tempo na carreira para assim as pessoas não ficarem obcecadas por ele. “Quando estamos parados as pessoas só querem saber da nossa música, querem saber qual é o nosso próximo lançamento. Mas, quando a nossa música é divulgada, só querem falar sobre a nossa vida”, disse. Cyrus, de 23 anos, que também é muito “perseguida” pelos media, revelou outros conselhos para Bieber. “Sempre lhe disse para ficar tranquilo e para não falar sobre as notícias que saem sobre ele, para não alimentar os boatos. Mas continua a ser estúpido...”, concluiu.

Kate e Williamapresentam o filho

George Alexander Louis é o nome do filho do Príncipe William e Kate Middleton. Os duques de Cambridge anunciaram a escolha do nome do filho através de

comunicado oficial, na quarta-feira, dois dias após o nascimento. O bebé real será tratado por Sua Alteza Real o Príncipe George de Cambridge. Após passarem a primeira noite com o filho no Palácio de Kensington, em Londres, Kate e William foram com o herdeiro da coroa britânica

para a casa dos Middleton, em Bucklebury.

Bela e perigosaKoa Marie Turner é uma mulher muito bonita,

ninguém o pode negar. Mas também inspira alguns cuidados já que esta norte-americana é uma lutadora profissional. Para além disso ainda dedica parte do seu tempo à televisão, tendo já realizado alguns trabalhos

como actriz. O segredo para a boa forma vem da prática de Tae Bo e pilates, revelou numa entrevista.

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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 JTM | LAZER 19

Gente Gira Coordenação:Pedro André Santos

Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Francisco Lao

A crise afectou muitos países no mundo, mas Macau foi uma excepção e o território con-

tinua com muito dinheiro. Têm ha-vido muitas alterações nos últimos anos, com hotéis luxuosos, que organizam periodicamente eventos em grande escala, como exposições e feiras de mercado internacional, ou a cerimónia de entrega de prémios de filmes indianos que decorreu recentemente. Tenho

muitos amigos que gostam de ir a hotéis jantar aos esses hotéis, acho que existe uma grande competição no sector. A excessividade de dinheiro muda as pes-soas. Não se preocupam tanto com o resto e pensam apenas quanto dinheiro vão receber no próximo ano. Muitos estão a viver fora mas vêm a Macau só para pe-dir a residência e receber dinheiro. Pessoalmente acho isso muito mau, é tudo ligado ao dinheiro e deveria ser diferente. Sou uma pessoa mais simples, gosto de

ler ou fazer desporto, é um tipo de lazer que não se altera muito.Macau precisa sobretudo de construir bi-bliotecas ou centros para jovens e pessoas idosas, mas talvez não haja espaço porque o território é muito pe-queno. O Governo tem dinheiro, mas para construir mais coisas é muito complicado. Há alguns campos onde se poderia fazer algo, sobretudo para os mais jo-vens, mas o ar é muito poluído e penso que não seria benéfico para eles.

Um prémio deliciosoFoi um domingo preenchido para as meninas da fotografia. Selina, Sofia e Sabrina viram exposições no Museu de Arte, passearam pelo Jardim Lou Lim Ioc para ver as flores de lótus, e tiveram um almoço em Coloane, seguindo-se uma tarde passada a fazer castelos na areia e atirar pedras para o mar. Como forma de as premiar pelo dia, o pai Luís Trabuco ofereceu um delicioso gelado, para alegria das pequenas.Aniversário

animadoCaroline Daniele teve um aniversário muito

animado que foi passado entre amigos

numa festa latina que teve lugar no

“Lion’s Bar”. Uma noite recheada de momentos

divertidos e também muita dança, claro está,

ou não se estivesse numa festa latina.

Parabéns!

Saudades de MacauDaniela Gomes, empresária de 26 anos e nascida em Macau, partiu para Bruxelas em 2009. Apesar de não esconder as saudades que tem de Macau, Daniela é “casada” com o seu negócio e faz sucesso na capital da União Europeia na área do financiamento europeu e lobbying. Na fotografia, Daniela encontra-se ao lado de Viviane Reding, Comissária Europeia para a Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania (também Vice-Presidente da Comissão Europeia). A fotografia foi enviada ao GENTE GIRA por Tim Kohler.

Reencontro especial

Foi um reencontro especial para Vanda

Torrão que não vinha a Macau há mais de dez anos. E para o

álbum de recordações fica uma fotografia

num dos locais mais emblemáticos do

território, as Ruínas de São Paulo, juntamente

com o amigo Telmo Ferreira e a pequena Marta. O momento foi captado por Rita

Serafim, mãe da Marta.

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20 JTM | ÚLTIMA Sexta-feira, 26 de Julho de 2013 • Fecho da Edição • 00:00 horas

Viviana Chan

Depois do presidente da associação dos condóminos do Edifício Flower City ter enviado um comunicado dirigindo críticas ao construtor do prédio, Fong Chi Keong publicou ontem um anúncio no jornal Ou Mun a defender-se. O também deputado diz que não se deixa intimidar e que este caso serve como uma lição “para defender a justiça”

O construtor do Edifício Flower City e proprietário do espaço onde está o Parknshop reagiu ao

comunicado enviado às redacções pelo presidente da associação dos condómi-nos daquele prédio. Num anúncio publi-cado ontem no Jornal Ou Mun, o também deputado indica que Lau Kam Chio “en-ganou a sociedade” ao proferir “palavras falsas” e ao ter “acções traiçoeiras”, afec-tando assim o ambiente do supermerca-do Parknshop, sem ter encontrado uma solução para o problema.

Ao sublinhar que o presidente da as-sociação de condóminos escreveu ao es-tabelecimento comercial a pedir cobran-ça das tarifas de gestão do prédio, Fong Chi Keong diz que a população está a ser enganada. Mas o deputado garante que não se vai deixar intimidar. E fala em justiça. “A parte comercial está isolada das habitações que fica por cima do su-permercado. Não há nenhuma ligação em termos de instalação de água, elec-tricidade, contra incêndio, entrada, saída ou elevadores”, destaca Fong Chi Keong para mostrar que o pedido de Lau Kam

FONG CHI KEONG REAGE ÀS CRÍTICAS NO CASO FLOWER CITY

“As estratégias pobres de Lau Kam Chio nem conseguirão afectar um dos meus cabelos”

Chio não era válido e tinha uma margem difamatória.

Além disso, o deputado frisa que “para reforçar a gestão e os serviços que estão na parte comercial a empresa construtora do edifício [da qual é pro-prietário] nomeou para realizar a gestão a companhia Son Lei”, pagando por isso uma tarifa. Porém, acrescenta, “no final de Maio, Lau Kam Chio, em nome da associação dos condóminos enviou duas cartas a pedir o pagamento da tarifa para a reparação e também para o Fundo de Reparação. O construtor discordou por-que o supermercado está completamente isolado da habitação”.

O deputado tece ainda mais explica-ções sobre o porquê do estabelecimento comercial não ter aceite o pedido. “Por-que se fizer caridade a pessoas rudes sig-nifica que se está a ser muito duro para com a justiça”, lê-se no anúncio publica-do no jornal Ou Mun. “Consultando o Código Civil verifica-se que os pedidos do presidente da associação de condómi-nos não têm suporte jurídico”.

Assim, Fong Chi Keong defende que este é mais um dos casos típicos de Macau cujo método apresentado não conduz ao final dos conflitos. Sentido que Lau Kam

Chio agiu prejudicando a sua “reputação como deputado”, Fong fez questão de su-blinhar que tem “muita coragem para se defender dessa difamação”. “Vou fazer disto uma lição e continuar a usar esta força para defender a justiça. As estraté-gias pobres de Lau Kam Chio nem con-seguirão afectar um dos meus cabelos”, disse, deixando um aviso.

“Sugiro a Lau que dê valor à confian-ça que os moradores depositaram nele.

Ser sincero para servir os condóminos. Não pode trazer essas ideias políticas aos bairros habitacionais. Nem pensar em en-sinar as pessoas a usar estes movimentos radicais para estragar a tranquilidade”.

O deputado diz ainda que o Pa-rknshop “vai assumir a sua responsa-bilidade”. E faz uma promessa. “Como responsável pela construção, em nome pessoal, garanto a todos os proprietários qualidade e segurança”.

Fong Chi Keong