tecnologia 26/08/2011

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O contato cada vez mais cedo com softwares americanos pode dificultar a comunicação entre diferentes gerações >> Pág. 5 COMPORTAMENTO >> Pág. 5 Tecnologias brasileiras que conquistaram fama mundial >> Págs. 3 e 4 www.ojornalweb.com Jobs renuncia à presidência da Apple >> Pág. 8 Escolas americanas estão abandonando a escrita à mão >> Págs. 6 e 7 Tecnologia Torre de babel >> Pág. 5 SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 Vinci tablet, um produto feito para inserir crianças e bebês ao mundo da tecnologia

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TECNOLOGIA 26/08/2011

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O contato cada vez mais cedo

com softwares americanos pode

dificultar a comunicação entre

diferentes gerações >> Pág. 5

DISPUTA

CMYK

| SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com | TECNOLOGIA8

COMPORTAMENTO

>> Pág. 5

Tecnologias brasileiras

que conquistaram

fama mundial

>> Págs. 3 e 4

Steve Jobs, 56, anunciounesta quarta-feira que deixa-rá a presidência-executiva daApple, cargo que ocupavadesde 1997. Sua saída levan-ta dúvidas sobre o futuro damaior empresa de tecnologiado mundo.

Os motivos não foram re-velados, mas o executivo estádesde janeiro de licença mé-dica -- a terceira nos últimossete anos.

"Sempre disse que, se che-gasse o dia em que não pode-ria mais cumprir meus deve-res e expectativas, eu seria oprimeiro a avisá-los", disse Jobsem comunicado (leia abaixo) àdiretoria da Apple. "Infeliz-mente esse dia chegou."

Jobs passou por um trans-plante de fígado há dois anose, em 2004, descobriu quetinha uma forma rara de cân-cer no pâncreas.

Nas suas raras apariçõesneste ano, como no lança-mento do iPad 2, em março,

ele pareceu ainda mais magroque o normal.

Apesar de estar de licençadesde o início de janeiro (nemele nem a Apple explicarama razão), o momento do anún-cio foi considerado surpreen-dente, aumentando aindamais os questionamentossobre o estado da sua saúde.

Segundo o "Wall StreetJournal", o executivo conti-nuava envolvido nos últimosmeses na empresa e na estra-tégia de desenvolvimento deprodutos --nova versão do iPaddeve chegar às lojas nos pró-ximos meses, assim como omais recente iPhone.

TROCA DE

COMANDO

Jobs afirmou que pretendecontinuar como empregado,diretor e presidente do conse-lho da Apple e recomendouque Tim Cook, 50, que o subs-

titui desde janeiro, assuma apresidência definitivamente.

A direção da Apple confir-mou que tanto Cook será onovo presidente-executivocomo que Jobs comandará oconselho.

Cook está na empresadesde 1998 e foi o responsá-vel por transformar a cadeiade fornecedores da Apple, tor-nando-a mais eficiente. Masnão tem o perfil de "show-man" de Jobs.

Ainda que Jobs continuetrabalhando, não se sabe qualo impacto que sua saída terános rumos da empresa, emque ele era a principal forçacriativa.

Ele teve papel fundamen-tal no renascimento da linhaMac e no desenvolvimento deprodutos como iPad, iPod eiPhone, que inicialmente pa-reciam supérfluos, mas quese tornaram fenômenos demassa, transformando a in-dústria em torno deles.

Samsung usa filme"2001" como argumento jurídicocontra Apple

www.ojornalweb.com

Para se defender em umprocesso relacionado apatentes movido pela

Apple, advogados da Samsungusaram como argumentouma cena do filme "2001:uma Odisseia no Espaço", de1968, dirigido por StanleyKubrick.

Segundo a empresa, o de-sign do iPad e de tablets atu-ais seria inspirado nos dispo-sitivos fictícios que aparecem

no filme. A Apple, portanto,não poderia alegar que criouesse design.

"O tablet do clipe tem umformato retangular, bordasestreitas, uma superfície pre-dominantemente plana, umaparte traseira plana e uma es-pessura fina", diz parte do do-cumento citado pelo FossPatents, ressaltando as seme-lhanças entre os dispositivosdo filme e os tablets atuais.

Jobs renuncia

à presidência

da Apple

>> Pág. 8

Escolas americanas

estão abandonando

a escrita à mão

>> Págs. 6 e 7

Tecnologia

Torre de

babel >> Pág. 5

SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011

Steve Jobs renuncia à presidência da Apple

Na cena citada pelos advogados da Samsung, que está no YouTube, dois astronautas comem enquanto usam computadores muito parecidos com os atuais tablets

Vinci tablet, um produto feitopara inserir crianças e bebêsao mundo da tecnologia

Como escolher a sua?

Hoje eu abri meus e-mails e recebi 4 propagan-das de lojas oferecendo máquinas fotográficas apreços "acessíveis" e cada loja com 30 tipos dife-rentes de modelos e marcas de câmeras. É ótimo ter-mos tantas opções de escolha assim, mas ao mesmotempo é confuso demais. "Como eu escolho?" "Porque essa é mais barata que a outra?" "Eu realmentepreciso de tantos megapixels assim?" "O que megapi-xels, afinal?" "Quanto mais fina melhor?" e a perguntaderradeira: "Qual é a melhor"?

Não existe, de fato, uma "melhor". Irá dependerde quais recursos você mais gostaria de usar, e quefotografias você gosta de clicar. Não é uma ciênciaexata, mas há algumas dicas que podem ajudarmuito na hora de comprar sua câmera compacta.

O que devemos prestar atenção na hora de es-colher nossa compacta:

o Com mais megapixels , você terá imagensmaiores e com possibilidades de melhores resoluções.Mas o tamanho do arquivo irá aumentar, ficammaiores, mais pesados e necessitam de mais espaçopara armazenar. Se você não pretende imprimir/rev-elar fotos maiores que 20×30 cm, uma câmera de10 Megapixels já será interessante.

o Zoom óptico X Zoom Digital. Esqueça oZoom Digital, finja que ele nem existe. O único que

conta é o Zoom óptico (que preserva a qualidadeóptica em toda extensão da lente, o zoom digital éum zoom que distorce a foto ,deixando com um as-pecto mais granulado (quando usado ao máximo)

o Baterias podem causar muitas dores decabeça. Se você viajar muito, prefira câmeras compilhas, pois assim você poderá ter algumas recar-regaveis e algumas normais para caso esteja emalgum lugar sem eletricidade. Se não for o caso,uma câmera com bateria interna recarregável porusb é uma ótima opção também, pois assim poderárecarregá-la no próprio computador ou por qual-quer cabo USB comum. :D

O pesquisador destaca quehá diversas vertentes saudo-sistas de olho na catarse deuma das formas mais antigasda expressão humana, quetambém questionam o fim daletra personificada, em detri-mento do uso das letras deforma ou apenas as virtual-mente digitadas.

"Os Estados Unidos estãoeliminando, talvez, porque jáachem desnecessário. Se a pes-soa com o teclado identifica asletras, é capaz de ler, de digi-tar uma mensagem, então, jáestá alfabetizada. O próximopasso será eliminar a escrita àmão, praticamente ninguémvai escrever, todos vão digitarno teclado. É a coisa horrível datecnologia, mas é o próximopasso. Se já estão adotando a eli-minação da letra cursiva, o pró-ximo passo será a eliminaçãoda escrita à mão. Agora tem osproblemas. A letra cursiva temcertos atributos que a letra tipode imprensa não tem. Ela iden-tifica em primeiro lugar a pes-soa. A assinatura revela tudo. Se

a pessoa, por exemplo, faz umaassinatura e, no fim, uma sériede círculos, circundado os tra-ços, sabemos que é uma pessoaextremamente egocêntrica,que está construindo ummundo fechado para ela.Existem aspectos da personali-dade que são transparentes epassam para o formato da letra.A grafologia, por exemplo, nãopoderá ser feita", diz o pesqui-sador.

E acrescenta: "O brasileirofica procurando saber o que foifeito lá fora para fazer aqui.Mas, também, quem pode dis-cutir com o argumento aderi-do por mais de 40 estados ame-ricanos? O mais provável é queisso se irradie pelo mundo. Paraabandonar o ensino da letra es-crita, eles alegam perda detempo. Se a criança se alfabe-tizou com a letra de imprensa,já sabe ler, porque ir gastarmais tempo com a letra cursi-va? Mas é preciso lembrar queela está treinando, mexendocom seus hábitos psicomoto-res, e aí é só perceber a Teoria

Piagetiana (Jean Piaget 1896-1989) do desenvolvimento psi-comotor até o desenvolvimen-to mental, até o estágio dasoperações formais. Escreverenvolve desenvolvimento dehábitos psicomotores. A psi-comotricidade não existeplena numa criança de seisanos de idade. Ela vai se desen-volvendo aos poucos, o desen-volvimento é lento. Agora, ló-gico que é mais fácil desenharuma letra tipo bastão, do quetentar imitar uma letra cursi-va. Porque então se começa aalfabetizar com esse tipo deletra? Simplesmente pelo de-senvolvimento psicomotor dacriança".

O que nos resta agora éaguardar os primeiros resulta-dos dessa experiência. Por en-quanto, continua tudo comodantes. De promissor nissotudo, por enquanto, além do´boom´ na pulverização dos jáquase indispensáveis tablets,temos a valorização de quemse dedica a trabalhar a letracursiva como arte.

Arte escrita

A calígrafa Adriana Me-nezes, que há mais de 10anos tem como profissão ex-clusiva caligrafar álbuns econvites de casamento, ga-rante não ter medo das mu-danças.

"A procura pela letra es-crita à mão é muito gran-

de. Trabalho com canetabico de pena e aprimoroesse trabalho constantemen-te. Estudei em colégio defreira, essa letra que tenhohoje é fruto de muito cader-no de caligrafia, que fiz atéa 6ª série. Pode até diminuir,mas a escrita a mão não vaiacabar nunca", acredita A-driana.

CM

YK

| SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.comTECNOLOGIA 7| SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com | TECNOLOGIA2

O professor Lemos, doutor em Língua Portuguesa, diz que ofim do ensino da letra cursiva já era esperado pelo desuso

Múltiplos olhares

em Cores Pixels

Em comemoração ao dia 19 de agosto de 2011,Dia Mundial da Fotografia, alunos do curso de fo-tografia do SENAC, realizaram uma exposição fo-tográfica nas instalações da Instituição em Maceió,com múltiplos olhares sobre a realidade, vida, cores,sorrisos... Um desafio para alunos do curso básicode fotografia.

Tendo como Curadoria o professor GustavoBoroni, os alunos dos curso de "Inicialização àFotografia(Fotografia Básico)" do SENAC em Alagoas,apresentam juntos e pela primeira vez a exposiçãoCOLETIVO1: Múltiplos Olhares em cores Pixel. Emuma rica paleta de cores, fotografias que impres-sionam pelos ângulos e enquadramentos, apresen-tando em solo alagoano todo um processo criativoestimulado durante as aulas.

IMAGEM DIGITAL Gustavo Boroni

**Publicitário, Relações Públicas, Fotógrafo e Professor de [email protected]

www.gustavoboroni.com.br

CÂMERAS FOTOGRÁFICAS DIGITAIS

IMG - IMAGEM DO DIA

''A fotografia é a poesia da

imobilidade: é através

da fotografia que

os instantes deixam-se

ver tal como são.''

Peter Urmenyi

FOTO*CORES*GRAFIA

TÍTULO: OlharesFOTOGRAFIA: Letícia MariaMARCA: NIKONMODELO: D80

Incentivando a produção das Artes Visuaisem Alagoas, os autores das imagens maisinteressantes, poéticas, inusitadas ou cria-tivas, avaliadas por mim, serão publicadasaqui na coluna.Uma ótima oportunidade pa-ra novos aspirantes a fotógrafos da era dig-ital, mostrar sua visão em Cores Pixels. Enviea fotografia em 300 dpi para [email protected], especificandoMarca/modelo da câmera e um breve títu-lo . Boa Sorte e Bons clicks : D

Registro do cotidiano

em CoresPixel

Da letra escrita à tecla

CM

YK

SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com | TECNOLOGIA6 | SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.comTECNOLOGIA 3

EDUCAÇÃO

Escolas americanas estãoabandonando a escrita à mão

Questionando se o lápis e opapel estão mesmo ultrapas-sados, estudiosos e críticos ana-

lisam se a cognição infantil não fica-rá comprometida com a novidade.Até a grafologia pode entrar para a his-tória em um futuro não muito dis-tante

Esses dias, a notícia de que osEstados Unidos estariam tirando docurrículo o ensino da letra cursiva,escrita a mão, para substituí-la pelouso escorreito do teclado dos compu-tadores, melhor dizendo, dos tablets,gerou bastante surpresa e incômodo.

Não sem razão. Nossa geração podeestar protagonizando a gênese de umatransformação que, pelo andar da car-ruagem, pode digitar um ponto finalem mais um capítulo da história dahumanidade escrita a pena e lápis,em pergaminho e papéis.

Que quase ninguém mais escrevea mão, isso é fato. Na era do "Ctrl c +Ctrl v", as letras artisticamente dese-nhadas e imortalizadas em manus-critos do século XVI, por exemplo,hoje estão restritas a poucas letrascheias de rococós, estampadas em en-velopes de convites de casamento.Cartas e missivas foram substituídaspelos práticos e-mails. Aquele bilhe-tinho previamente perfumado? Setransformou em torpedo mesmo.

Logo, o que há pouco tempo pare-cia inquestionável, hoje é realidadeem curso. O argumento dos partidá-rios da ideia de que o ensino da letraescrita está ultrapassado, e que o verbo"digitar" superou a conjugação do "es-crever" é forte. Provavelmente um ca-minho sem volta. No mundo inteiro,principalmente em países desenvol-

vidos, o uso do livro didático já é com-binado com tablets que comportaminfinitamente mais informações queos cadernos e livros carregados emmochilas por estudantes do passado.

Modismo tecnológico

O projeto-piloto aplicado no Estadode Indiana, na região centro-oeste dosEUA, que prevê a adesão de outros 40

Estados participantes do CommonCore Stated Standards Initiativa(Iniciativa para um Padrão Comumde Currículo), movimento que visa apadronização do ensino básico nosEstados Unidos, por enquanto, é op-cional. Mas a recomendação é que asescolas deixem de ensinar a letra cur-siva aos seus alunos e se "foquem emáreas mais importantes".

Difícil não ficar nostálgico diante

da iminência do que pode represen-tar, em um futuro não tão distanteassim, o fim da escrita manual. E o queserá da assinatura pessoal que iden-tifica nossos documentos? Estaremosmesmo fadados aos chips e tarjas? Ea grafologia, com seus estudos quegarantem decifrar a alma humanapelos traços revelados nas letras cur-sivas? Será o seu fim? E os cadernosde caligrafia? Ainda existem?

HISTÓRIA

7 tecnologias que nasceram no Brasil

Quando o assunto é o Brasil, reclamamos da cor-

rupção e da impunidade na política, dos problemas

na educação e da sensação de insegurança. Quando

se trata dos demais países, achamos que a imagem

da nação que é passada a eles é resumida em fute-

bol, samba e favelas.

No mundo da tecnologia, entretanto, isso não é

bem assim. O Brasil é bastante respeitado na área

e tornou-se com o tempo um grande berço de ino-

vações que alcançaram todo o globo.

Radiotransmissão: o padre pioneiro

Há alguns anos, os trens ma-glev já existiam em outros paí-ses, até mesmo em escalas comer-ciais, como é o caso da China.Mas isso não impede o Brasil deter sua participação: o MaglevCobra, desenvolvido pelaUniversidade Federal do Rio de

Janeiro, é um promissor projetona área de transporte público.

Movimentando-se através delevitação magnética, os trens ma-glev têm problemas de consumopara manter-se fora do chão. É aíque entra o dedo dos cientistasbrasileiros: teoricamente, o pro-

jeto nacional não tem consumoalgum, exceto um gasto em ni-trogênio em estado líquido, umproduto barato para universida-des (cerca de R$ 0,80/litro). Até aimplantação do sistema seria maisem conta do que um sistema demetrôs, por exemplo.

Maglev Cobra: o trem sustentável

Bina: quem está me ligando?

Todas as vezesque seu telefonetocar e um pe-queno aparelhoinformar qual éo número dequem está efe-tuando a ligação,agradeça ao eletrotécnico mineiro NélioNicolai, inventor do Bina, o popular identifi-cador de chamadas.

Mundialmente utilizado, o aparelho é capazde rastrear quem está efetuando a chamadaatravés da identificação de sinais e modulaçõesde frequência. Projetado e patenteado em1977, mas lançado só cinco anos depois, oBina significa que “B (o receptor) identifica onúmero de A (quem está ligando)”.

Ainda na década de 1980, Nicolai recebeuo reconhecimento internacional pela invenção.Em seguida, entrou em uma polêmica sobredireitos autorais com operadoras brasileiras,que vendiam seu aparelho sem a devida au-torização.

Um protótipo do modelo uti-lizado por Landell. Quando pen-samos em avanços na ciência,logo imaginamos a modernida-de, os aparelhos revolucionáriose as descobertas recentes. Mas oBrasil já era um expoente na áreahá muito tempo, como no caso dopadre gaúcho Roberto Landell deMoura, que é um dos responsáveis

pelo invento do rádio.É isso mesmo: em 1900, o bra-

sileiro fez a primeira transmis-são de voz através de uma má-quina sem a ajuda de fios, utili-zando ondas eletromagnéticas emodulação do som. A técnica eratentada por cientistas de todomundo, mas foi Landell o primei-ro a ter êxito.

Infelizmente, o governo brasi-leiro não o ajudou na continuida-de do projeto e apenas algumasde suas patentes foram reconhe-cidas aqui e nos Estados Unidos– ao contrário do italianoMarconi, considerado mundial-mente como o inventor do rádio,que foi devidamente financiadoe desenvolveu de vez a tecnologia.

Conheça algumas inovações que nasceram por aqui e conquistaram fama mundial

Os Estados Unidos anunciaram o fim do ensino da letra cursiva nas

escolas para que os alunos sejam alfabetizados nos computadores

EEuuddeess CCaavvaallccaannttee

EDITOR DE TECNOLOGIA

Quem tem mais de 30anos de idade tem oprivilégio de ter vivi-

do o antes e o depois das mu-danças que a tecnologia im-pôs às nossas vidas. Ao con-versar com crianças e adoles-centes dá pra sentir o cho-que cultural entre as gera-ções desses dois momentos.A tecnologia transformou vá-rias faces de nossas vidas, alinguagem também acompa-nhou essas mudanças.

Em vários momentos dahistória, a juventude ficoumarcada pelo uso de gírias.Mesmo antes dos temposdos “brasas“ e dos “moras”dos anos 60, o uso de gíriassempre foi o grande baratopara se identificar na galera.Mas o fenômeno a se cons-tatar agora é a criação de gí-rias com a mistura de ter-mos técnicos da informáticaao vocabulário comum dodia a dia. Como a maioriados softwares são produzi-dos pelos americanos, o in-glês é dominante nesse novocenário.

Não devemos ser xenófo-bos; afinal, o uso de pala-vras estrangeiras invade oBrasil desde o descobrimen-to. Ainda bem, caso contrá-rio, ainda estaríamos falan-do alguma língua indígena.Para os desinformados, ébom avisar que o nosso idio-ma é formado a partir de lín-guas estrangeiras, a exem-plo do latim, tupi, iorubá,

francês, inglês e italiano.Com o tempo, o próprioidioma possui um processonatural de seleção de pala-vras que descarta o que lheé excessivo.

Mas abusar do inglês éproblemático. É comum vergarotas que procuram blu-sas pink, para ficar in, jáque, hoje, acordou tão down.Rapazinhos que, quando vãopara night com seu brother,curtem um som hard core…No trabalho, há pessoas queestartam projetos, fazemback up dos papers queestão workstation e termi-nam com um coffee break,Salvo em seu Day offs, of

course e dão o feedback.No ambiente de traba-

lho, vê-se os profissionais co-municando-se dessa forma:

Até aí nenhum proble-ma, pois o pessoal da áreaentende isso perfeitamente.E se o pessoal não for daárea?

Na intenção de estar emharmonia com a linguagem

de seu grupo, as pessoas têmque ter cuidado para não seexpôr ao ridículo linguístico.Uma espécie de tentativa in-sana de falar de forma a sesentir privilegiada. E o maisengraçado é que muitas des-sas pessoas só conhecemessas e mais uma meia dúziade palavras em inglês.

A cada dia, o cenário sótende a piorar, porque,quanto mais nova a criança,mais cedo o contato com atecnologia. Estar diante decrianças que aprendem a te-clar antes mesmo de saberler e escrever pode nos colo-car em uma nova torre debabel.

É uma geração que estáaprendendo o bê-á-bá nas ja-nelas dos games dos tablets,iphones e playstations. E,por isso, o neologismo es-trangeiro entre os jovens dehoje é muito mais frequen-te do que em outros tempos.

Ao mesmo tempo que oavanço da tecnologia crianovas formas de falar, nos-sas gírias antigas vão fican-do ultrapassadas.

Dona Marilene, avó doThiago de 8 anos, afirma quenão consegue entender oneto ou ser compreendida:

“Outro dia, reclamei com

meu neto para não tocar

mais num assunto e man-

dei ele virar o disco. Ele

não compreendeu. Eu sou

dos tempos do vinil e ele é

da época dos CDs, que só

têm um lado.”

“Piorou quando eu quissaber se ele tinha me enten-dido. Perguntei se tinhacaído a ficha. Depois me to-quei que ele nunca tinhavisto um orelhão de ficha.Quando ele tava muito dana-do, perguntei se tinha baixa-do um espírito ruim nele.Ele me disse que fez down-load. Meu Deus, tô muito de-satualizada.”

Já a estudante CarlaPatrícia, de 18 anos, relata oseu pequeno problema: “Atéhoje não consegui explicarpara minha avó que não co-nheci meu novo namoradopelo iogurte” .

CAPA

Crianças estão aprendendo o bê-á-bá nas janelas dos games dos tablets,

iphones e playstations. E, por isso, o neologismo estrangeiro entre os

jovens de hoje é muito mais frequente do que em outros tempos

CM

YKTECNOLOGIA4 | SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com | TECNOLOGIA 5| SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com |

“Mim fala português”

- “… já mandei printar.’’

- ‘‘… tem que setar o

parâmetro.’’

- ‘‘… upa o arquivo.’’

- ‘’… zipa antes de mandar.”

Antes da década de 1970,quando o assunto era combustí-vel para automóveis, ninguémimaginava que haveria uma al-ternativa real para a gasolina.Foi aí que aí que o engenheiroUrbano Ernesto Stumpf desen-volveu e patenteou uma sériepeças que constituíam o motora álcool, abrindo as portas doetanol para o mundo.

Cinco anos depois, após a pri-meira grande crise do petróleo,o governo brasileiro entendeu anecessidade de apostar na inven-ção e lançou o Pró-Álcool, um pro-grama nacional que incentivavao uso do combustível em veículosbrasileiros.

O plano deu certo: atualmen-te, o país é o segundo maior pro-dutor, o maior exportador e o pri-

meiro a atingir o uso sustentávelem etanol. O sucesso também égarantido pelos investimentosagrícolas na coleta da matéria-

prima (no nosso caso, a cana-de-açúcar), mas a política sustentá-vel brasileira também é reconhe-cida lá fora.

Imagine-se per-dido em alto-marou vítima de umdesastre natural.Sem água potávelpara beber, a desi-dratação é inevitá-vel. É aí que surgeuma das salvações,que no futuropode estar em seukit salva-vidas: umcanudo que filtra a urina e a deixa própriapara consumo.

O curioso aparato é de invenção brasileira,do jornalista e empresário Ricardo Fittipaldi.O canudo realiza duas filtragens, que eliminamresíduos e substâncias da urina, além de umapurificação, que a deixa livre de bactérias e ou-tros organismos que poderiam ser prejudi-ciais. Seu uso principal seria em situações derisco, como resgates, além de ser presençaobrigatória em kits de sobrevivência.

O invento gerou polêmica, pois a maiorianão achou o H2Life nada higiênico, apesar dasgarantias do Inmetro, que aprovou totalmen-te o produto.

O Dodge 1800, primeiro carro a álcool no Brasil

Etanol: um substituto real para a gasolina

Na E3 de 2010, o mundo foiapresentado ao Project Natal (re-batizado de Kinect), uma revolu-cionária tecnologia para os videogames. A proposta todo mundo jáconhece: jogar no console daMicrosoft sem a ajuda de contro-les, utilizando apenas comandosfeitos pelos movimentos do corpo

do jogador, que é rastreado porum sensor especial.

O que pouca gente conhece é queum brasileiro é a cabeça por trás doaparelho: o engenheiro curitibanoAlex Kipman, que vivia há mais dedez anos nos Estados Unidos quan-do teve a ideia para o aparelho.

A ideia veio de uma forma cu-

riosa: durante as férias em suaterra natal, ele se inspirou na vidasem tecnologia, botões e apare-lhos em excesso – e utilizou essepensamento para inovar na áreae dar controle total ao corpo do jo-gador. O “Natal” do nome tam-bém não é coincidência: a cidadeé uma das favoritas de Kipman.

Kinect: toque tupiniquim no Xbox 360

H2Life: a água potável que vem de você mesmo

O aparelhoportátil da Sony,que revolucionoua indústria fono-gráfica ao dar li-berdade às pessoasde ouvirem o quequiserem com umaparelho que podeser carregado nobolso, tem suasorigens em terrasbrasileiras. Nascido na Alemanha e criado noBrasil, Andreas Pavel desenvolveu em 1972 oprimeiro reprodutor estéreo de áudio portátil(utilizando as finadas fitas cassete), sob o nomede stereobelt.

Ele até registrou as patentes em vários paí-ses, mas a Sony iniciou a produção de seu pro-duto anos depois sem a devida autorização ourealização de pagamentos a Pavel. Foi apenasna década de 2000, após muita pressão sobrea empresa, que os royalties foram finalmenteconcedidos ao legítimo inventor do aparelho.

Walkman: o somportátil é coisa nossa

Os mais velhos devem

acompanhar as novidades

no mundo dos mais

jovens

EEuuddeess CCaavvaallccaannttee

EDITOR DE TECNOLOGIA

Quem tem mais de 30anos de idade tem oprivilégio de ter vivi-

do o antes e o depois das mu-danças que a tecnologia im-pôs às nossas vidas. Ao con-versar com crianças e adoles-centes dá pra sentir o cho-que cultural entre as gera-ções desses dois momentos.A tecnologia transformou vá-rias faces de nossas vidas, alinguagem também acompa-nhou essas mudanças.

Em vários momentos dahistória, a juventude ficoumarcada pelo uso de gírias.Mesmo antes dos temposdos “brasas“ e dos “moras”dos anos 60, o uso de gíriassempre foi o grande baratopara se identificar na galera.Mas o fenômeno a se cons-tatar agora é a criação de gí-rias com a mistura de ter-mos técnicos da informáticaao vocabulário comum dodia a dia. Como a maioriados softwares são produzi-dos pelos americanos, o in-glês é dominante nesse novocenário.

Não devemos ser xenófo-bos; afinal, o uso de pala-vras estrangeiras invade oBrasil desde o descobrimen-to. Ainda bem, caso contrá-rio, ainda estaríamos falan-do alguma língua indígena.Para os desinformados, ébom avisar que o nosso idio-ma é formado a partir de lín-guas estrangeiras, a exem-plo do latim, tupi, iorubá,

francês, inglês e italiano.Com o tempo, o próprioidioma possui um processonatural de seleção de pala-vras que descarta o que lheé excessivo.

Mas abusar do inglês éproblemático. É comum vergarotas que procuram blu-sas pink, para ficar in, jáque, hoje, acordou tão down.Rapazinhos que, quando vãopara night com seu brother,curtem um som hard core…No trabalho, há pessoas queestartam projetos, fazemback up dos papers queestão workstation e termi-nam com um coffee break,Salvo em seu Day offs, of

course e dão o feedback.No ambiente de traba-

lho, vê-se os profissionais co-municando-se dessa forma:

Até aí nenhum proble-ma, pois o pessoal da áreaentende isso perfeitamente.E se o pessoal não for daárea?

Na intenção de estar emharmonia com a linguagem

de seu grupo, as pessoas têmque ter cuidado para não seexpôr ao ridículo linguístico.Uma espécie de tentativa in-sana de falar de forma a sesentir privilegiada. E o maisengraçado é que muitas des-sas pessoas só conhecemessas e mais uma meia dúziade palavras em inglês.

A cada dia, o cenário sótende a piorar, porque,quanto mais nova a criança,mais cedo o contato com atecnologia. Estar diante decrianças que aprendem a te-clar antes mesmo de saberler e escrever pode nos colo-car em uma nova torre debabel.

É uma geração que estáaprendendo o bê-á-bá nas ja-nelas dos games dos tablets,iphones e playstations. E,por isso, o neologismo es-trangeiro entre os jovens dehoje é muito mais frequen-te do que em outros tempos.

Ao mesmo tempo que oavanço da tecnologia crianovas formas de falar, nos-sas gírias antigas vão fican-do ultrapassadas.

Dona Marilene, avó doThiago de 8 anos, afirma quenão consegue entender oneto ou ser compreendida:

“Outro dia, reclamei com

meu neto para não tocar

mais num assunto e man-

dei ele virar o disco. Ele

não compreendeu. Eu sou

dos tempos do vinil e ele é

da época dos CDs, que só

têm um lado.”

“Piorou quando eu quissaber se ele tinha me enten-dido. Perguntei se tinhacaído a ficha. Depois me to-quei que ele nunca tinhavisto um orelhão de ficha.Quando ele tava muito dana-do, perguntei se tinha baixa-do um espírito ruim nele.Ele me disse que fez down-load. Meu Deus, tô muito de-satualizada.”

Já a estudante CarlaPatrícia, de 18 anos, relata oseu pequeno problema: “Atéhoje não consegui explicarpara minha avó que não co-nheci meu novo namoradopelo iogurte” .

CAPA

Crianças estão aprendendo o bê-á-bá nas janelas dos games dos tablets,

iphones e playstations. E, por isso, o neologismo estrangeiro entre os

jovens de hoje é muito mais frequente do que em outros tempos

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“Mim fala português”

- “… já mandei printar.’’

- ‘‘… tem que setar o

parâmetro.’’

- ‘‘… upa o arquivo.’’

- ‘’… zipa antes de mandar.”

Antes da década de 1970,quando o assunto era combustí-vel para automóveis, ninguémimaginava que haveria uma al-ternativa real para a gasolina.Foi aí que aí que o engenheiroUrbano Ernesto Stumpf desen-volveu e patenteou uma sériepeças que constituíam o motora álcool, abrindo as portas doetanol para o mundo.

Cinco anos depois, após a pri-meira grande crise do petróleo,o governo brasileiro entendeu anecessidade de apostar na inven-ção e lançou o Pró-Álcool, um pro-grama nacional que incentivavao uso do combustível em veículosbrasileiros.

O plano deu certo: atualmen-te, o país é o segundo maior pro-dutor, o maior exportador e o pri-

meiro a atingir o uso sustentávelem etanol. O sucesso também égarantido pelos investimentosagrícolas na coleta da matéria-

prima (no nosso caso, a cana-de-açúcar), mas a política sustentá-vel brasileira também é reconhe-cida lá fora.

Imagine-se per-dido em alto-marou vítima de umdesastre natural.Sem água potávelpara beber, a desi-dratação é inevitá-vel. É aí que surgeuma das salvações,que no futuropode estar em seukit salva-vidas: umcanudo que filtra a urina e a deixa própriapara consumo.

O curioso aparato é de invenção brasileira,do jornalista e empresário Ricardo Fittipaldi.O canudo realiza duas filtragens, que eliminamresíduos e substâncias da urina, além de umapurificação, que a deixa livre de bactérias e ou-tros organismos que poderiam ser prejudi-ciais. Seu uso principal seria em situações derisco, como resgates, além de ser presençaobrigatória em kits de sobrevivência.

O invento gerou polêmica, pois a maiorianão achou o H2Life nada higiênico, apesar dasgarantias do Inmetro, que aprovou totalmen-te o produto.

O Dodge 1800, primeiro carro a álcool no Brasil

Etanol: um substituto real para a gasolina

Na E3 de 2010, o mundo foiapresentado ao Project Natal (re-batizado de Kinect), uma revolu-cionária tecnologia para os videogames. A proposta todo mundo jáconhece: jogar no console daMicrosoft sem a ajuda de contro-les, utilizando apenas comandosfeitos pelos movimentos do corpo

do jogador, que é rastreado porum sensor especial.

O que pouca gente conhece é queum brasileiro é a cabeça por trás doaparelho: o engenheiro curitibanoAlex Kipman, que vivia há mais dedez anos nos Estados Unidos quan-do teve a ideia para o aparelho.

A ideia veio de uma forma cu-

riosa: durante as férias em suaterra natal, ele se inspirou na vidasem tecnologia, botões e apare-lhos em excesso – e utilizou essepensamento para inovar na áreae dar controle total ao corpo do jo-gador. O “Natal” do nome tam-bém não é coincidência: a cidadeé uma das favoritas de Kipman.

Kinect: toque tupiniquim no Xbox 360

H2Life: a água potável que vem de você mesmo

O aparelhoportátil da Sony,que revolucionoua indústria fono-gráfica ao dar li-berdade às pessoasde ouvirem o quequiserem com umaparelho que podeser carregado nobolso, tem suasorigens em terrasbrasileiras. Nascido na Alemanha e criado noBrasil, Andreas Pavel desenvolveu em 1972 oprimeiro reprodutor estéreo de áudio portátil(utilizando as finadas fitas cassete), sob o nomede stereobelt.

Ele até registrou as patentes em vários paí-ses, mas a Sony iniciou a produção de seu pro-duto anos depois sem a devida autorização ourealização de pagamentos a Pavel. Foi apenasna década de 2000, após muita pressão sobrea empresa, que os royalties foram finalmenteconcedidos ao legítimo inventor do aparelho.

Walkman: o somportátil é coisa nossa

Os mais velhos devem

acompanhar as novidades

no mundo dos mais

jovens

CM

YK

SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com | TECNOLOGIA6 | SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.comTECNOLOGIA 3

EDUCAÇÃO

Escolas americanas estãoabandonando a escrita à mão

Questionando se o lápis e opapel estão mesmo ultrapas-sados, estudiosos e críticos ana-

lisam se a cognição infantil não fica-rá comprometida com a novidade.Até a grafologia pode entrar para a his-tória em um futuro não muito dis-tante

Esses dias, a notícia de que osEstados Unidos estariam tirando docurrículo o ensino da letra cursiva,escrita a mão, para substituí-la pelouso escorreito do teclado dos compu-tadores, melhor dizendo, dos tablets,gerou bastante surpresa e incômodo.

Não sem razão. Nossa geração podeestar protagonizando a gênese de umatransformação que, pelo andar da car-ruagem, pode digitar um ponto finalem mais um capítulo da história dahumanidade escrita a pena e lápis,em pergaminho e papéis.

Que quase ninguém mais escrevea mão, isso é fato. Na era do "Ctrl c +Ctrl v", as letras artisticamente dese-nhadas e imortalizadas em manus-critos do século XVI, por exemplo,hoje estão restritas a poucas letrascheias de rococós, estampadas em en-velopes de convites de casamento.Cartas e missivas foram substituídaspelos práticos e-mails. Aquele bilhe-tinho previamente perfumado? Setransformou em torpedo mesmo.

Logo, o que há pouco tempo pare-cia inquestionável, hoje é realidadeem curso. O argumento dos partidá-rios da ideia de que o ensino da letraescrita está ultrapassado, e que o verbo"digitar" superou a conjugação do "es-crever" é forte. Provavelmente um ca-minho sem volta. No mundo inteiro,principalmente em países desenvol-

vidos, o uso do livro didático já é com-binado com tablets que comportaminfinitamente mais informações queos cadernos e livros carregados emmochilas por estudantes do passado.

Modismo tecnológico

O projeto-piloto aplicado no Estadode Indiana, na região centro-oeste dosEUA, que prevê a adesão de outros 40

Estados participantes do CommonCore Stated Standards Initiativa(Iniciativa para um Padrão Comumde Currículo), movimento que visa apadronização do ensino básico nosEstados Unidos, por enquanto, é op-cional. Mas a recomendação é que asescolas deixem de ensinar a letra cur-siva aos seus alunos e se "foquem emáreas mais importantes".

Difícil não ficar nostálgico diante

da iminência do que pode represen-tar, em um futuro não tão distanteassim, o fim da escrita manual. E o queserá da assinatura pessoal que iden-tifica nossos documentos? Estaremosmesmo fadados aos chips e tarjas? Ea grafologia, com seus estudos quegarantem decifrar a alma humanapelos traços revelados nas letras cur-sivas? Será o seu fim? E os cadernosde caligrafia? Ainda existem?

HISTÓRIA

7 tecnologias que nasceram no Brasil

Quando o assunto é o Brasil, reclamamos da cor-

rupção e da impunidade na política, dos problemas

na educação e da sensação de insegurança. Quando

se trata dos demais países, achamos que a imagem

da nação que é passada a eles é resumida em fute-

bol, samba e favelas.

No mundo da tecnologia, entretanto, isso não é

bem assim. O Brasil é bastante respeitado na área

e tornou-se com o tempo um grande berço de ino-

vações que alcançaram todo o globo.

Radiotransmissão: o padre pioneiro

Há alguns anos, os trens ma-glev já existiam em outros paí-ses, até mesmo em escalas comer-ciais, como é o caso da China.Mas isso não impede o Brasil deter sua participação: o MaglevCobra, desenvolvido pelaUniversidade Federal do Rio de

Janeiro, é um promissor projetona área de transporte público.

Movimentando-se através delevitação magnética, os trens ma-glev têm problemas de consumopara manter-se fora do chão. É aíque entra o dedo dos cientistasbrasileiros: teoricamente, o pro-

jeto nacional não tem consumoalgum, exceto um gasto em ni-trogênio em estado líquido, umproduto barato para universida-des (cerca de R$ 0,80/litro). Até aimplantação do sistema seria maisem conta do que um sistema demetrôs, por exemplo.

Maglev Cobra: o trem sustentável

Bina: quem está me ligando?

Todas as vezesque seu telefonetocar e um pe-queno aparelhoinformar qual éo número dequem está efe-tuando a ligação,agradeça ao eletrotécnico mineiro NélioNicolai, inventor do Bina, o popular identifi-cador de chamadas.

Mundialmente utilizado, o aparelho é capazde rastrear quem está efetuando a chamadaatravés da identificação de sinais e modulaçõesde frequência. Projetado e patenteado em1977, mas lançado só cinco anos depois, oBina significa que “B (o receptor) identifica onúmero de A (quem está ligando)”.

Ainda na década de 1980, Nicolai recebeuo reconhecimento internacional pela invenção.Em seguida, entrou em uma polêmica sobredireitos autorais com operadoras brasileiras,que vendiam seu aparelho sem a devida au-torização.

Um protótipo do modelo uti-lizado por Landell. Quando pen-samos em avanços na ciência,logo imaginamos a modernida-de, os aparelhos revolucionáriose as descobertas recentes. Mas oBrasil já era um expoente na áreahá muito tempo, como no caso dopadre gaúcho Roberto Landell deMoura, que é um dos responsáveis

pelo invento do rádio.É isso mesmo: em 1900, o bra-

sileiro fez a primeira transmis-são de voz através de uma má-quina sem a ajuda de fios, utili-zando ondas eletromagnéticas emodulação do som. A técnica eratentada por cientistas de todomundo, mas foi Landell o primei-ro a ter êxito.

Infelizmente, o governo brasi-leiro não o ajudou na continuida-de do projeto e apenas algumasde suas patentes foram reconhe-cidas aqui e nos Estados Unidos– ao contrário do italianoMarconi, considerado mundial-mente como o inventor do rádio,que foi devidamente financiadoe desenvolveu de vez a tecnologia.

Conheça algumas inovações que nasceram por aqui e conquistaram fama mundial

Os Estados Unidos anunciaram o fim do ensino da letra cursiva nas

escolas para que os alunos sejam alfabetizados nos computadores

Como escolher a sua?

Hoje eu abri meus e-mails e recebi 4 propagan-das de lojas oferecendo máquinas fotográficas apreços "acessíveis" e cada loja com 30 tipos dife-rentes de modelos e marcas de câmeras. É ótimo ter-mos tantas opções de escolha assim, mas ao mesmotempo é confuso demais. "Como eu escolho?" "Porque essa é mais barata que a outra?" "Eu realmentepreciso de tantos megapixels assim?" "O que megapi-xels, afinal?" "Quanto mais fina melhor?" e a perguntaderradeira: "Qual é a melhor"?

Não existe, de fato, uma "melhor". Irá dependerde quais recursos você mais gostaria de usar, e quefotografias você gosta de clicar. Não é uma ciênciaexata, mas há algumas dicas que podem ajudarmuito na hora de comprar sua câmera compacta.

O que devemos prestar atenção na hora de es-colher nossa compacta:

o Com mais megapixels , você terá imagensmaiores e com possibilidades de melhores resoluções.Mas o tamanho do arquivo irá aumentar, ficammaiores, mais pesados e necessitam de mais espaçopara armazenar. Se você não pretende imprimir/rev-elar fotos maiores que 20×30 cm, uma câmera de10 Megapixels já será interessante.

o Zoom óptico X Zoom Digital. Esqueça oZoom Digital, finja que ele nem existe. O único que

conta é o Zoom óptico (que preserva a qualidadeóptica em toda extensão da lente, o zoom digital éum zoom que distorce a foto ,deixando com um as-pecto mais granulado (quando usado ao máximo)

o Baterias podem causar muitas dores decabeça. Se você viajar muito, prefira câmeras compilhas, pois assim você poderá ter algumas recar-regaveis e algumas normais para caso esteja emalgum lugar sem eletricidade. Se não for o caso,uma câmera com bateria interna recarregável porusb é uma ótima opção também, pois assim poderárecarregá-la no próprio computador ou por qual-quer cabo USB comum. :D

O pesquisador destaca quehá diversas vertentes saudo-sistas de olho na catarse deuma das formas mais antigasda expressão humana, quetambém questionam o fim daletra personificada, em detri-mento do uso das letras deforma ou apenas as virtual-mente digitadas.

"Os Estados Unidos estãoeliminando, talvez, porque jáachem desnecessário. Se a pes-soa com o teclado identifica asletras, é capaz de ler, de digi-tar uma mensagem, então, jáestá alfabetizada. O próximopasso será eliminar a escrita àmão, praticamente ninguémvai escrever, todos vão digitarno teclado. É a coisa horrível datecnologia, mas é o próximopasso. Se já estão adotando a eli-minação da letra cursiva, o pró-ximo passo será a eliminaçãoda escrita à mão. Agora tem osproblemas. A letra cursiva temcertos atributos que a letra tipode imprensa não tem. Ela iden-tifica em primeiro lugar a pes-soa. A assinatura revela tudo. Se

a pessoa, por exemplo, faz umaassinatura e, no fim, uma sériede círculos, circundado os tra-ços, sabemos que é uma pessoaextremamente egocêntrica,que está construindo ummundo fechado para ela.Existem aspectos da personali-dade que são transparentes epassam para o formato da letra.A grafologia, por exemplo, nãopoderá ser feita", diz o pesqui-sador.

E acrescenta: "O brasileirofica procurando saber o que foifeito lá fora para fazer aqui.Mas, também, quem pode dis-cutir com o argumento aderi-do por mais de 40 estados ame-ricanos? O mais provável é queisso se irradie pelo mundo. Paraabandonar o ensino da letra es-crita, eles alegam perda detempo. Se a criança se alfabe-tizou com a letra de imprensa,já sabe ler, porque ir gastarmais tempo com a letra cursi-va? Mas é preciso lembrar queela está treinando, mexendocom seus hábitos psicomoto-res, e aí é só perceber a Teoria

Piagetiana (Jean Piaget 1896-1989) do desenvolvimento psi-comotor até o desenvolvimen-to mental, até o estágio dasoperações formais. Escreverenvolve desenvolvimento dehábitos psicomotores. A psi-comotricidade não existeplena numa criança de seisanos de idade. Ela vai se desen-volvendo aos poucos, o desen-volvimento é lento. Agora, ló-gico que é mais fácil desenharuma letra tipo bastão, do quetentar imitar uma letra cursi-va. Porque então se começa aalfabetizar com esse tipo deletra? Simplesmente pelo de-senvolvimento psicomotor dacriança".

O que nos resta agora éaguardar os primeiros resulta-dos dessa experiência. Por en-quanto, continua tudo comodantes. De promissor nissotudo, por enquanto, além do´boom´ na pulverização dos jáquase indispensáveis tablets,temos a valorização de quemse dedica a trabalhar a letracursiva como arte.

Arte escrita

A calígrafa Adriana Me-nezes, que há mais de 10anos tem como profissão ex-clusiva caligrafar álbuns econvites de casamento, ga-rante não ter medo das mu-danças.

"A procura pela letra es-crita à mão é muito gran-

de. Trabalho com canetabico de pena e aprimoroesse trabalho constantemen-te. Estudei em colégio defreira, essa letra que tenhohoje é fruto de muito cader-no de caligrafia, que fiz atéa 6ª série. Pode até diminuir,mas a escrita a mão não vaiacabar nunca", acredita A-driana.

CM

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| SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.comTECNOLOGIA 7| SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com | TECNOLOGIA2

O professor Lemos, doutor em Língua Portuguesa, diz que ofim do ensino da letra cursiva já era esperado pelo desuso

Múltiplos olhares

em Cores Pixels

Em comemoração ao dia 19 de agosto de 2011,Dia Mundial da Fotografia, alunos do curso de fo-tografia do SENAC, realizaram uma exposição fo-tográfica nas instalações da Instituição em Maceió,com múltiplos olhares sobre a realidade, vida, cores,sorrisos... Um desafio para alunos do curso básicode fotografia.

Tendo como Curadoria o professor GustavoBoroni, os alunos dos curso de "Inicialização àFotografia(Fotografia Básico)" do SENAC em Alagoas,apresentam juntos e pela primeira vez a exposiçãoCOLETIVO1: Múltiplos Olhares em cores Pixel. Emuma rica paleta de cores, fotografias que impres-sionam pelos ângulos e enquadramentos, apresen-tando em solo alagoano todo um processo criativoestimulado durante as aulas.

IMAGEM DIGITAL Gustavo Boroni

**Publicitário, Relações Públicas, Fotógrafo e Professor de [email protected]

www.gustavoboroni.com.br

CÂMERAS FOTOGRÁFICAS DIGITAIS

IMG - IMAGEM DO DIA

''A fotografia é a poesia da

imobilidade: é através

da fotografia que

os instantes deixam-se

ver tal como são.''

Peter Urmenyi

FOTO*CORES*GRAFIA

TÍTULO: OlharesFOTOGRAFIA: Letícia MariaMARCA: NIKONMODELO: D80

Incentivando a produção das Artes Visuaisem Alagoas, os autores das imagens maisinteressantes, poéticas, inusitadas ou cria-tivas, avaliadas por mim, serão publicadasaqui na coluna.Uma ótima oportunidade pa-ra novos aspirantes a fotógrafos da era dig-ital, mostrar sua visão em Cores Pixels. Enviea fotografia em 300 dpi para [email protected], especificandoMarca/modelo da câmera e um breve títu-lo . Boa Sorte e Bons clicks : D

Registro do cotidiano

em CoresPixel

Da letra escrita à tecla

O contato cada vez mais cedo

com softwares americanos pode

dificultar a comunicação entre

diferentes gerações >> Pág. 5

DISPUTA

CMYK

| SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011 | www.ojornalweb.com | TECNOLOGIA8

COMPORTAMENTO

>> Pág. 5

Tecnologias brasileiras

que conquistaram

fama mundial

>> Págs. 3 e 4

Steve Jobs, 56, anunciounesta quarta-feira que deixa-rá a presidência-executiva daApple, cargo que ocupavadesde 1997. Sua saída levan-ta dúvidas sobre o futuro damaior empresa de tecnologiado mundo.

Os motivos não foram re-velados, mas o executivo estádesde janeiro de licença mé-dica -- a terceira nos últimossete anos.

"Sempre disse que, se che-gasse o dia em que não pode-ria mais cumprir meus deve-res e expectativas, eu seria oprimeiro a avisá-los", disse Jobsem comunicado (leia abaixo) àdiretoria da Apple. "Infeliz-mente esse dia chegou."

Jobs passou por um trans-plante de fígado há dois anose, em 2004, descobriu quetinha uma forma rara de cân-cer no pâncreas.

Nas suas raras apariçõesneste ano, como no lança-mento do iPad 2, em março,

ele pareceu ainda mais magroque o normal.

Apesar de estar de licençadesde o início de janeiro (nemele nem a Apple explicarama razão), o momento do anún-cio foi considerado surpreen-dente, aumentando aindamais os questionamentossobre o estado da sua saúde.

Segundo o "Wall StreetJournal", o executivo conti-nuava envolvido nos últimosmeses na empresa e na estra-tégia de desenvolvimento deprodutos --nova versão do iPaddeve chegar às lojas nos pró-ximos meses, assim como omais recente iPhone.

TROCA DE

COMANDO

Jobs afirmou que pretendecontinuar como empregado,diretor e presidente do conse-lho da Apple e recomendouque Tim Cook, 50, que o subs-

titui desde janeiro, assuma apresidência definitivamente.

A direção da Apple confir-mou que tanto Cook será onovo presidente-executivocomo que Jobs comandará oconselho.

Cook está na empresadesde 1998 e foi o responsá-vel por transformar a cadeiade fornecedores da Apple, tor-nando-a mais eficiente. Masnão tem o perfil de "show-man" de Jobs.

Ainda que Jobs continuetrabalhando, não se sabe qualo impacto que sua saída terános rumos da empresa, emque ele era a principal forçacriativa.

Ele teve papel fundamen-tal no renascimento da linhaMac e no desenvolvimento deprodutos como iPad, iPod eiPhone, que inicialmente pa-reciam supérfluos, mas quese tornaram fenômenos demassa, transformando a in-dústria em torno deles.

Samsung usa filme"2001" como argumento jurídicocontra Apple

www.ojornalweb.com

Para se defender em umprocesso relacionado apatentes movido pela

Apple, advogados da Samsungusaram como argumentouma cena do filme "2001:uma Odisseia no Espaço", de1968, dirigido por StanleyKubrick.

Segundo a empresa, o de-sign do iPad e de tablets atu-ais seria inspirado nos dispo-sitivos fictícios que aparecem

no filme. A Apple, portanto,não poderia alegar que criouesse design.

"O tablet do clipe tem umformato retangular, bordasestreitas, uma superfície pre-dominantemente plana, umaparte traseira plana e uma es-pessura fina", diz parte do do-cumento citado pelo FossPatents, ressaltando as seme-lhanças entre os dispositivosdo filme e os tablets atuais.

Jobs renuncia

à presidência

da Apple

>> Pág. 8

Escolas americanas

estão abandonando

a escrita à mão

>> Págs. 6 e 7

Tecnologia

Torre de

babel >> Pág. 5

SEXTA-FEIRA, 26 DE AGOSTO DE 2011

Steve Jobs renuncia à presidência da Apple

Na cena citada pelos advogados da Samsung, que está no YouTube, dois astronautas comem enquanto usam computadores muito parecidos com os atuais tablets

Vinci tablet, um produto feitopara inserir crianças e bebêsao mundo da tecnologia