jovem socialista 467

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SOCIALISTA JOVEM NÚMERO 467 Director Bruno Julião Equipa de Redacção Diogo Leão, Tiago Barbosa Ribeiro, Luísa Fernandes, Pedro Sousa, Rui Miguel Pires, Vítor Reis ORGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA Directiva de Retorno pág.2 > AFECTOS E DESAFECTOS ONESES reúne em Lisboa pág.2 > Cá POR DENTRO Pedro Nuno Santos e Congresso Nacional pág.3 > EDITORIAL A MARCA DE PEDRO NUNO SANTOS Grande entrevista ao líder da JS nestes últimos quatro anos

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9 de Julho de 2008

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Page 1: Jovem Socialista 467

socıalıstaJoVEM NÚMERO 467

Director Bruno Julião Equipa de Redacção Diogo Leão, Tiago Barbosa Ribeiro,Luísa Fernandes, Pedro Sousa, Rui Miguel Pires, Vítor Reis

ORGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA

Directiva de Retorno pág.2

> afEctos E DEsafEctos

ONESES reúne em Lisboa pág.2

> cá Por DEntro

Pedro Nuno Santos e Congresso Nacional pág.3

> EDıtorıal

A MARCA DE PEDro nUno santosGrande entrevista ao líder da JS nestes últimos quatro anos

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tendo em conta o trabalho desen-volvido nos últimos dois anos e a proximidade ganha nas variadíssimas reuniões realizadas, bem como nas tarefas por todos desempenhadas,

foi o momento de se fazer um balanço, lançar novas ideias e estabelecer novos objectivos para o futuro. A ONESES e os Núcleos de Estudantes Socialistas são projectos de todos, estratégicos, sendo ferramentas de extrema utilidade e efici-ência para a JS, que marcará no futuro a partici-pação dos estudantes na política.

Para além de um balanço, a reunião serviu essencialmente para uma análise do trabalho realizado até ao momento, lançando sugestões

para o futuro. O momento serviu também para apresentar e saudar os novos núcleos criados e em criação. Houve ainda um momento de troca de experiências e de boas práticas entre os núcle-os de estudantes socialistas.

A reunião coordenada pelo Secretário Nacional Jorge Cristino contou ainda com a presença do Secretário-Geral, Pedro Nuno Santos.

AfectosPedro Nuno SantosEste é um momento de balanço, ideal para recordar o que havia sido proposto e avaliar até onde nos levou o esforço desenvolvido nos últi-mos anos. Os últimos mandatos terão colocado a JS na ordem do dia em assuntos marcadamen-te de esquerda. A despenalização da IVG e o foco posto sobre o casamento homossexual fo-ram importantes batalhas por mais igualdade e dignidade humanas. Mas os mandatos do Pedro Nuno ficam também associados a temas que nos são caros, como a emancipação jovem, não só no resultado do programa Porta 65, como também na luta contra a precariedade laboral.

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por Luísa [email protected]

Desafectos&

Cá Por Dentro

Alberto João JardimO Presidente Regional, numa visita a um Centro Social Madeirense, numa localidade perto de Caracas afirmou, referindo-se ao Governo da República, que a Madeira iria continuar a traba-lhar “até que nosso Senhor se lembre de afastar aqueles que são uns filhos das trevas”… será impressão, ou este discurso assemelha-se ver-tiginosamente aos discursos daqueles profetas de rua que tentam mobilizar transeuntes com discursos inflamados…

Directiva de RetornoA proposta legislativa que estabelece as novas regras de facilitação da expulsão dos imigrantes ilegais foi votada favoravelmente em assembleia plenária do Parlamento Europeu, em Estrasbur-go. A votação encerrou um processo negocial que durou anos. A nova legislação comunitária aperta o cerco aos imigrantes ilegais permitindo, por exemplo, a sua expulsão para países por onde passaram antes de entraram em território europeu, ficando ainda proibidos de regressar à Europa durante cinco anos. Os ilegais poderão ainda ficar presos até um máximo de 18 meses. Felizmente Portugal tem uma legislação huma-nista e equilibrada que confere mais garantias que as mínimas que são consagradas na Directi-va e a lei portuguesa não vai mudar.

a JS de Torres Vedras organizou um jantar convívio e uma Acção de Sensibilização para a problemática das doenças sexualmente transmissíveis,

acompanhada da distribuição de preservativos.A iniciativa decorreu no dia 4 de Julho, ás 19h30 na Feira de São Pedro. Em continuação do traba-

lho que tem sido levado a cabo pela JS de Torres Vedras, com a prática de acções de sensibiliza-ção e debates incidentes sobre várias temáticas tendentes a esclarecer e beneficiar os torreenses, a JS de Torres Vedras decidiu que, uma vez mais, deveria estar junto da população, sensibilizando-a para a importância do uso do preservativo.

Sensibilizar para as DSTs

DiscriminalizaçãoO cannabis é a substância mais consumida na UE. Diariamente, 3 milhões de pessoas na União Europeia consomem cannabis, sendo que nos países com a experiência da discriminalização das drogas leves, esta procura terá sofrido uma diminuição. À luz desta experiência e ainda que os estudos não sejam conclusivos quanto à rela-ção de causalidade entre um fenómeno e outro, a JS é a estrutura capaz de colocar novamente na mesa, a discussão da discriminalização.

Estudantes Socialistas do Ensino Superior reunem em Lisboa

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Bruno Julião Director Jovem [email protected]

O rapaz que aos 18 anos se tornou presidente da mesa de uma Assembleia de Freguesia cedo mostrou vocação para a política. Nestes últimos quatro anos deixou a sua marca. Independentemen-te de sabermos bem que os sucessos alcançados pela nossa organização nestes últimos mandatos são fruto de um tra-balho colectivo, ninguém pode negar a capacidade mobilizadora de Pedro Nuno Santos. A Juventude Socialista uniu-se em torno das equipas que liderou e já não é a mesma estrutura, altamente dividida, de 2004. Uma vez que há resultados políticos e boa projecção mediática, conclui-se que esta situação é boa para a JS. Pedro Nuno Santos não é um político qualquer: deixou a sua marca na JS e vai, com toda a certeza, deixar a sua marca no PS e no país.

Aproxima-se a nossa reunião magna. O Porto vai receber os delegados vindos de todo o país para eleger novos órgãos nacionais e debater um programa políti-co. Ora quem está na política é inevita-velmente adepto destes momentos que permitem a participação activa de todos os militantes. Vamos então fazer política, discutir moções, apresentar propostas, subscrever opiniões ou expor alternativas, isto é, desfrutar do XVI Congresso Nacio-nal da Juventude Socialista.

EDITORIAL

Pedro Nuno Santos e Congresso Nacional

aJuventude Socialista de Fafe, no âm-bito do Dia Mundial de Luta Contra a Droga, promoveu no fim da semana passada, uma ampla campanha de sensibilização e informação sobre os

riscos do consumo de Droga, direccionada em parti-cular aos jovens do concelho de Fafe.

Sob o lema “Consome a Vida, Depende Só de Ti”, esta campanha arrancou no dia 26 de Junho (Quin-ta – Feira), data em que se assinalou o Dia Mundial da Luta Contra a Droga –, com a colocação de outdoors na cidade de Fafe que procuram transmitir particularmente aos jovens uma mensagem clara e incisiva sobre os factores de risco associados ao consumo de drogas.

No dia 27 de Junho (Sexta – Feira), a Juventude Socialis-ta de Fafe dinamizou esta campanha em vários espaços nocturnos da cidade de Fafe. Equipas de jovens socialistas distribuíram mais de mil pulseiras alusivas ao Dia Mundial de Luta contra a Droga, com o objectivo de sensibilizar os frequentadores destes espaços para os perigos do uso/abuso de subs-tâncias psicoativas, para tirarem partido da noite sem arriscar a vida. Foram igualmente distribuídos autoco-lantes e folhetos informativos sobre os riscos do consumo de Cannabis, Ecstasy, Cocaína e Heroína, e bases para copos a alertarem para o efeito da mistura de droga com álcool.

Na tarde de 28 de Junho (Sábado), às 15:30h, a JS – Fafe promoveu uma sessão de debate e informa-ção no Café H7 sobre a realidade e problemática da Droga a nível nacional, distrital e local, aberta em particular aos jovens de Fafe.

Durante esta tertúlia, em que os jovens fafenses puderam discutir o papel das drogas na sociedade actual, esteve presente o Dr. Filipe Coelho, téc-

nico do Centro de Respostas Integradas de Braga do Instituto da Droga e Toxicodependência, que abordou os novos consumos de droga e álcool entre os jovens, os factores de risco e protecção, desafian-do a uma atitude mais pró – activa na prevenção primária desta problemática, e a uma conjugação de esforços desde a família, escola e entidades ligadas à prevenção e tratamento da toxicodependência.

Na tertúlia esteve igualmente presente a En-fermeira Cândida Povo, que fez uma abordagem prática das intervenções locais ao nível das estraté-gias, tratamentos e redução de danos causados pelos efeitos negativos do consumo de drogas, designada-

mente o programa municipal de metadona.Como a problemática da Droga tem

uma infiltração profunda no teci-do social não só urbano mas

também rural, a Juventude Socialista de Fafe, através

dos seus militantes e simpatizantes espalha-dos pelas freguesias do concelho de Fafe, promoveu também esta campanha em freguesias do concelho. Foi o caso da freguesia de Go-

lães, onde os jovens socialistas de Golães

distribuíram pela comunidade informação

para minorar os riscos da Droga juntos dos jovens da

freguesia, e ao mesmo tempo fornecer algumas sugestões aos pais e

educadores sobre como falar com os filhos e jovens sobre drogas.

A Juventude Socialista de Fafe – www.jsfafe.blogspot.com –, pretendeu assim no âmbito do Dia Mundial de Luta contra a Droga, envolver, sensibi-lizar, alertar e informar a sociedade fafense para o flagelo da Droga, procurando particularmente junto dos jovens consciencializá-los para o problema das drogas, promovendo uma cidadania responsável e saudável, e assim melhorar a saúde pública e au-mentar a qualidade de vida.

>> A JS Lisboa e a JS FAUL organizaram um Debate sobre Circo com Animais, com a presença da Dra. Leonor Galhardo (Bióloga, Consultora do Euro Group For Animals e Autora de Estudo: “Animais em circos - legislação e controlo na União Europeia”). A iniciativa decorreu no dia 25 de Junho, pelas 21h, na sede do PS FAUL.

BREVES

>> A Juventude Socialista da Penha de França inaugurou o seu site na internet:www.js-penhadefranca.com

>> A Concelhia de Braga da JS, voltou este ano a festejar com os camaradas e amigos mais um S. João de Braga, com muita musica e cumprindo toda a tradição, que faz desta festa uma das marcas do con-celho. A festa decorreu na sede do Partido Socialista, no passado dia 23 de Junho.

Campanha sobre os riscos do consumo de droga

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Estes quatro anos a liderar a Juventude socialista valeram a pena?

Claro que sim, foi uma grande experiência. Nós tivemos vitó-rias importantes e batalhas que ficaram por concluir, mas que não deixam de ser também vitó-rias. Destaco três que marcaram o nosso combate. Em primeiro

lugar, obviamente, a vitória no referendo da Interrupção Volun-tária da Gravidez. Chamei-lhe “a batalha da vida da JS”. A JS foi fundamental para esta vitória, nomeadamente com a criação do Movimento Jovens Pelo Sim que foi promovido pela Juven-tude Socialista e que foi um dos Movimentos mais importantes

da campanha. Desta vez, ao contrário do referendo de 2008, os jovens participa-ram mais e votaram maioritariamente Sim, isto é, foram determinantes para a vitória do Sim e estou certo que a campanha do Movimento Jovens Pelo Sim foi decisiva. Esta foi a nossa vitória mais importante. Depois, a introdução na agenda política nacional do casamento entre pessoas do mesmo sexo e dos direitos LGBT. Apesar do casamento ainda não ser hoje uma realidade, a JS desempe-nhou, nos últimos anos, um papel importantíssimo no debate sobre esta matéria.

…Estes foram temas com grande impacto mediático, mas a Js produziu muito mais estes anos…

Claro, a par destas questões civilizacionais e de forma menos mediática dada a natureza dos temas que já aludi, foi o trabalho que a JS dedicou à Emancipação Jovem. Conceito este que existe hoje graças à JS. Há batalhas que foram sempre da JS ao longo dos últimos quatro anos, nomeadamente a luta contra os falsos recibos verdes, contra a precariedade no emprego jovem ou contra os estágios não remunerados. É uma luta menos mediática, mas importante e que é trava-da junto do Partido Socialista e do Governo. Por exemplo, a JS desempenhou um papel importante nesta revisão laboral. A nova proposta de Código Laboral tem como prioridade a luta contra a precariedade no emprego jovem e um dos

seus pontos é a proibição dos estágios extra-curriculares não remunerados. Esta última exigência não estava na agenda de nenhuma organização de juventude, nem de nenhum partido, apenas na da JS, e será agora realidade em Portugal.

com a luta política desempenhada pela Js em prol destes temas, consi-deras que a Js ganhou um espaço próprio na opinião pública e na opi-nião publicada? como achas que a Js é vista aos olhos dos portugueses, particularmente dos jovens?

O estudo divulgado pelo presidente da República mostra um distanciamento da população em geral face à vida política. Os próprios partidos que estão diaria-

mente na Comunicação Social já sofrem deste distanciamento. As organizações de juventude partidárias não têm esse tempo de antena diário, logo a sua expo-sição mediática é muito menor que a de um partido. As juventudes partidárias têm dificuldades em estar permanentemente na Comunicação Social, mas julgo que é consensual que a JS, nos últimos quatro anos, foi a juventude partidária em destaque. Foi a única que fez política, que se fez notar e as outras juventu-des partidárias não se conseguiram aproximar da exposição que, apesar de tudo, a JS conseguiu ter.

tenho de te perguntar também que objectivos havias proposto inicial-mente que não conseguiste alcançar ou que consideras que terão ficado aquém do que tinhas inicialmente previsto?

O objectivo que achava possível há quatro anos e que não foi concretizado foi a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Achava, ingenuamente talvez, que seria possível com o Partido Socialista e com uma ampla maioria de esquerda no Parlamento, que a esquerda pudesse permitir a igualdade para to-dos os portugueses em matéria de casamento. Isso foi conseguido em Espanha e em Portugal não, como tal assumo a derrota.

consideras então que será inevitável a sua legalização na próxima legis-latura…apesar da última tomada de posição pública sobre a matéria por parte da líder do PsD?

Em matéria de direitos civis foi sempre a esquerda que esteve na linha da fren-te, a direita veio depois, aceitando as vitórias, não as pondo em causa, e não estaria à espera que o PSD estivesse na vanguarda desta luta como não esteve nunca, ao longo da história, na luta pelos direitos civis. O conservadorismo é uma marca da direita.

Não me passa pela cabeça e acho absolutamente inaceitável que o Partido Socialista adie por muito mais tempo a aprovação do casamento entre pessoas

EntREvistA A PEDro nUno santosNo momento em que se aproxima o Congresso Nacional que irá eleger novos órgãos para a JS, o Jovem Socialista conversou com Pedro Nuno Santos, líder da nossa organização nos últimos quatro anos. Para além do balanço dos mandatos, destacam-se a reafirmação constante dos valores sociais-democratas e as propostas para a governaçãodo país. A entrevista decorreu no bar Politika na sede do PS FAUL e foi conduzida por Bruno Julião.

“Quatro anos a liderar a Juventude Socialista foi uma grande experiência”

“Há batalhas que foram sempre da JS… foram marcas incontornáveis: a IVG, os direitos LGBT e a Emancipação Jovem, pela habitação, na luta contra os falsos recibos verdes, contra a

precariedade no emprego jovem ou contra os estágios não remunerados”

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do mesmo sexo. Não é aceitável que um partido da área social-democrata não reconheça a todos os cidadãos os mesmos direitos.

Em que moldes é que esta matéria pode aparecer para debate?

O debate que irá surgir no período pós 2009 será a distinção entre casamento e união civil registada, isto é, uma espécie de contrato com os mesmo direitos do casamento, mas com outro nome. É a hipocrisia de quem não quer reco-nhecer a plena igualdade e inventar um gueto jurídico para os homossexuais. Este é um combate que tem de se travar dentro do partido socialista. A direita já mostrou claramente qual é a sua opção, incapaz de assumir o pleno direito à plena igualdade, a direita vai propor um gueto jurídico para os homossexuais, o casamento “dos Outros”, mas sem lhe chamar casamento. A esquerda aqui tem de mostrar que é diferente e a esquerda não pode defender e exigir menos que a igualdade que é o casamento para todos independentemen-te da sua orientação sexual. Este casamento em oposição a união civil registada vai ser o debate pós 2009. E um par-tido socialista, um partido de esquerda como o nosso, não pode hesitar neste debate e tem que optar pelo casamento que é a única coisa que garan-te a plena igualdade.

Mas o trabalho da Js foi importante para se avançar também noutras matérias…

Nas outras matérias, nomea-damente nas áreas da Emanci-pação Jovem com os temas do emprego e da habitação que nos ocuparam mais tempo, foram matérias que talvez nos deram menos projecção. Pode haver até a percepção de que não foram prioridades da JS, mas serão sempre. É com alguma frustração que vejo a história da JS confirmada: temos dificuldades em marcar a agenda política e dar visibilidade mediática a estas temáticas. Só a temos quando trabalhamos sobre questões civilizacionais ou quando criticamos o próprio partido. Quando trabalhamos as nossas prioridades não conseguimos ter voz. Esta foi uma dificuldade dos últimos quatro anos e que existiu sempre na JS.

andaste quatro anos a viajar pelo país. Qual é, na tua perspectiva privi-legiada, o estado da nossa organização?

A JS, trinta anos depois da sua formação, vai conseguir ter uma candidatura úni-ca. Só quem viveu a JS nos últimos quatro anos sabe bem aquilo que se conse-guiu em matéria de unificação da estrutura. É uma estrutura unida. A que herdá-mos em 2004 estava altamente dividida. Aliás, o título da nossa primeira moção era “Uma JS” e nós acabamos estes quatro anos verdadeiramente com “Uma JS” e isto é fundamental, porque a JS viveu tempos conturbados. Esta unidade pode às vezes ser percepcionada internamente como uma fraqueza da organização, mas esta unidade é precisamente o contrário: é a força da organização que está mais activa do que estava em 2004, com militantes mais novos e muito dinâmicos. Um exemplo muito claro sobre a capacidade de mobilização da JS que mostra a força e o presente momento da estrutura da Juventude Socialista foi o Comício do PS no Porto. Tratou-se de um momento de grande importância de apoio ao Partido Socialista, ao Secretário-Geral do PS e ao Governo e a JS esteve em força nesse Comício. Fez-se notar de forma maciça e isso permitiu mostrar a força em que estava a nossa organização. E nos últimos meses em todas as iniciativas que organizámos tivemos problemas no que toca a restringir o número de inscrições, uma vez que muitos se queriam inscrever. A JS está como não estava há quatro

anos e a candidatura única da JS é um sinal da unidade e força da estrutura e não o contrário como alguns podem às vezes querer passar.

sempre apresentaste ou foste o primeiro subscritor de Moções Globais de Estratégia marcadamente ideológicas. Qual é o papel da Js na defini-ção de uma política de esquerda no nosso país e nesse quadro quais são os maiores desafios que actualmente se colocam à Js?

Não vou nesta fase dizer como é que acho que a JS deverá agir no futuro. Posso dizer do que conheço da Moção Global de Estratégia da candidatura que vai ao Congresso, que o texto espelha aquela que deve ser a prioridade da JS, do PS e do país. A Moção do Duarte Cordeiro chama-se Agir Por Mais Igualdade e não podia ter acertado melhor no tema. A luta pela igualdade é o maior desafio da esquerda, da JS, do PS e do país. Devemos conseguir construir um país e uma

sociedade mais igual e acho que a próxima liderança acertou na definição da sua prioridade. Acrescento ainda que a Juventude Socialista deve ser uma organização à esquerda do Partido Socialista e deve contribuir mais do que nunca para a renovação e fizemos esse esforço nestes últimos quatro anos e isso está patente nas duas últimas Moções Globais de Estratégia aprovadas em Congresso. A JS deve participar activamente na renovação ideológica e programática da social-demo-cracia portuguesa e europeia, com contributos, propostas concretas em matéria de Eu-ropa e Globalização. É o que fizemos nas últimas duas Mo-ções e tenho a certeza de que continuará a ser preocupação nos próximos dois anos. A JS deve ser uma importante for-ça de renovação à esquerda do Partido Socialista e deve

assumir esta tarefa permanentemente. A JS deve estar à esquerda do Partido Socialista, acho que esta é uma preocupação e uma marca que a JS deve ter.

Já que falas do Ps, umas das “coisas” que pode contribuir para o sucesso político da Js, apesar da sua autonomia, é a relação com o Ps. como foi esta relação nos últimos quatro anos?

A relação com o Partido Socialista foi boa. Em muitos momentos colaborámos de forma estreita. Foram mais os momentos de apoio ao PS. A JS esteve permanente-mente ao lado do Governo, fizemos campanhas públicas de divulgação daqueles que eram os resultados do Governo em matéria de Juventude, assumimos com-bates importantes para a juventude e temos muito orgulho no Governo do PS. Houve também momentos em que a JS estava um pouco à frente ou teve posições diferentes. No caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo a JS está claramen-te à frente do PS, no que toca à Europa, apoiámos o referendo ao Tratado de Lisboa, posição que não foi tão bem aceite pelo PS como deveria ter sido. Isto mostra que a Juventude Socialista é uma organização do Partido Socialista que apoia com orgu-lho o PS e o seu Governo, mas quando tem de ter posições diferentes não se inibe de as defender e assumir publicamente.

Quando falei da relação com o Ps, referia-me também à actividade par-lamentar, uma vez que és também Vice-Presidente da bancada do Ps…

A relação com a Direcção do grupo é excelente. Tenho grande admiração e respeito pelo líder da bancada parlamentar do PS. A JS teve sempre espaço para fazer o trabalho que pretendia ao nível parlamentar e portanto, nesse domínio, não nos queixamos, bem pelo contrário.

“Julgo que é consensual que a JS, nos últimos quatro

anos, foi a juventude partidária em destaque”

Bruno Julião entrevista Pedro Nuno Santos no bar Politika, na sede do PS

“uma espécie de contrato com os mesmo direitos do casamento, mas com outro nome. É a hipocrisia de quem não quer reconhecer a plena igualdade e inventar um

gueto jurídico para os homossexuais.”

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Já falaste dos resultados do Governo em matéria de juventude que a Js divulgou. De uma maneira geral, como avalias o trabalho do Governo até agora? o que gostavas de destacar?

O Governo do Partido Socialista não só conseguiu trazer estabilidade ao país, mas trazer um rumo que o país não tinha. E é um rumo à esquerda, ao contrá-rio do que a esquerda mais conservadora gosta de dizer.

A JS tem muito orgulho nas medidas de esquerda deste Governo. Começo por citar o programa Novas Oportunidades. O maior défice do nosso país é o défice de qualificações. Portugal só conseguirá ser um país desenvolvido e desenvolver-se quando tiver uma população com maiores níveis de qualificação. Nunca se fez um esforço tão grande em matéria de qualificações como neste momento. Isto é um ganho para a competitividade do país, mas também para aumentar os níveis de igualdade entre os nossos cidadãos, pois um importante factor de desigual-dade que subsiste na nossa sociedade tem a ver com os níveis desiguais das nossas qualificações. Esta aposta na qualificação permite não só aumen-tar a competitividade do país, mas também reforçar a igualdade entre os cidadãos portugueses. Outra medida que destaco e que pode aliás, à primei-ra vista, não parecer de esquerda, é o Plano Tecnológico. Só uma esquerda social-democrata como a nossa é que tem consciência de que o Estado tem um papel importante na moderniza-ção do seu tecido produtivo.

Temos uma economia assente em sectores de mão-de-obra intensiva, de baixo valor acrescentado, com baixa intensidade tecnológica e nós quere-mos passar para um novo paradigma. Queremos uma economia capaz de produzir maior valor acrescentado, de capital intensivo, com maiores níveis de tecnologia. Isto também se faz com a intervenção do Estado, com incentivos, com estímulos, com políticas que ajudem a economia a passar para outra paradigma. Isto é de esquerda e portanto, o Plano Tecnológico é uma política industrial que só poderia ser conduzida por um partido socialista. Mais exemplos de boas políticas, porque temos consciência do que o PS está a fazer pelo país: uma reforma da Segurança Social que preservou o seu carácter público e universal ao contrário do que se dizia que era possível fazer; uma revisão do Código La-boral que tem como principal prioridade o combate à precariedade no emprego jovem; o maior aumento de sempre do salário mínimo nacional; uma política de natalidade que apoia os jovens casais como não eram apoiados antes; o Complemento Solidário para Idosos que tenta dar resposta aquele que é o grupo etário mais vulnerável da sociedade portuguesa. É um conjunto de políticas que mostra quais são as prioridades. O PS assumiu as suas responsabilidades e governa com rigor, mas não abdicou daquele que é o seu património histórico de lutar pela igualdade e de combater a pobreza.

neste contexto de crise internacional as coisas tornam-se mais compli-cadas…

Sim, o país está a enfrentar dificuldades de uma crise internacional. É dema-gogia e populismo ignorar estes factores exógenos que vão dificultando o caminho que estávamos a fazer. E se nós na política queremos enfrentar os verdadeiros problemas temos que assumir que há neste momento uma crise internacional que está a dificultar o trabalho que o país está a fazer. Mas o PS e o Governo devem aliar ao seu trabalho interno e nacional um discurso de esquerda, alternativo, sobre a Europa e sobre a Globalização. Não basta dizer que há responsabilidades que vêm de Bruxelas e do processo de globalização financeira, é preciso dizer também que nós, o Governo português e o PS, temos respostas para reformar a arquitectura económica europeia e para regular a globalização financeira. Assim, o nosso discurso que responsabiliza o momen-

to internacional pela crise em que vivemos só se pode aceitar caso tenhamos respostas concretas para reformar a Europa também no plano económico, e não só institucional-mente, e para reformar ou regular esta globalização.

fizeste uma análise bastante po-sitiva ao trabalho do Governo, de qualquer modo, na lógica de uma governação à esquerda, que ideias tens sobre outras medidas que o Governo poderia adoptar?

Se é verdade que hoje vivemos algu-mas limitações orçamentais e que, com efeito, nos dificulta o investi-mento no estado social, há algumas políticas de esquerda, no lado das receitas que podíamos adoptar. Pri-meiro, a reposição, mais do que justa, do imposto sucessório que terminou com o Governo de Durão Barroso. Tratava-se de uma importante fonte de receitas e que era bem aceite pelos cidadãos. Julgo também que um governo apoiado por um partido so-

cial-democrata deve limitar ao máximo as políticas de benefícios fiscais, nomeadamente nas áreas da saúde e da educação. Em alternativa o Estado poderia investir mais nestes serviços públicos, pois passaria a ter mais dinheiro para poder providenciar serviços de qualida-de e diminuiria a necessidade dos cidadãos de recorrer ao sector privado. Em terceiro lugar acho urgente, no combate à evasão fiscal, que o governo português termine com o sigilo bancário para fins fiscais. Sugiro, assim, duas medidas do lado da receita e uma para combater a evasão fiscal.

Este Governo ganhou o epíteto de reformista. Que outras áreas gosta-rias de destacar, como passíveis de sofrerem mais reformas?

Portugal tem, na área do ensino superior, uma oferta do sector público que satisfaz as necessidades do país. Hoje não se justifica, como acontecia há uns

“A JS, trinta anos depois da sua formação… é uma

estrutura unida, ao contrário da realidade de 2004.

“Há batalhas que foram sempre da JS… foram marcas incontornáveis: a IVG, os direitos LGBT e a Emancipação Jovem, pela habitação, na luta contra os falsos recibos verdes, contra a

precariedade no emprego jovem ou contra os estágios não remunerados”

“A luta pela igualdade é o maior desafio da esquerda, da JS, do PS e do país… deve ser o centro do programa

eleitoral do PS para 2009”

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anos atrás, a acção social escolar para o sector privado. O estado hoje financia em demasia o ensino superior privado. Os recursos usados para esse fim são fundamentais para tornar menos dispendioso o ensino superior público. É uma proposta polémica, mas assumo-a. Quem quiser estudar no ensino superior pri-vado deve pagar, uma vez que o ensino superior público tem hoje tem condi-ções para dar formação a todos os jovens que a queiram ter. Esta é uma questão fundamental até porque o país tem investido a sério nas qualificações e o ensino superior é um sector fundamental nesse esforço. E, noutra matéria em que a JS foi, uma vez mais, contrária ao Partido Socialista, o segundo ciclo, a JS entende que deve ter uma propina máxima igual para todos os cursos. É inaceitável que ainda haja estudantes que no final do primeiro ciclo tenham que acabar a sua formação porque não têm capacidade financeira para fazer face às propinas exigidas no segundo ciclo, ao contrário doutros colegas que têm condições econó-micas para o fazer. Aliás, o segundo ciclo deveria ter o mesmo custo que o primeiro. Entre outras medidas, sugiro que deve continuar a haver um esforço para valorizar o serviço nacional de saúde, alargando efectivamente a toda a população a medicina dentária.Desde 2005, o PS decidiu apostar na inovação, na ciên-cia e na tecnologia, julgo que em 2009 a prioridade deve ser a igualdade. Este princípio deve ser o centro do progra-ma eleitoral do PS para 2009.

Por seu turno, como tens visto o trabalho da oposição ao governo Ps?

Infelizmente em Portugal temos à direita uma oposição muito fraca que não tem dado ao país mais do que demagogia e populismo. Esta nova liderança pa-recia ser o início de uma nova era no PSD, mas não foi assim. A forma como o PSD tenta destacar o tema do investimento em obras públicas mostra logo, em todo o seu esplendor, a demagogia e o populismo do qual o PSD não consegue sair. Quando Manuela Ferreira Leite diz que há um problema de emergência social que não é verdadeiro e que só é alarmista, quando diz que a prioridade é dar resposta à pobreza, aos novos pobres e não desperdiçar recursos com obras públicas isso não passa de demagogia. Para o país dar resposta à pobreza tem que se desenvolver e para isso precisa de muitas das obras determinantes que já deveriam ter sido lançadas há muito anos atrás. Se queremos dar resposta à pobreza, às dificuldades económicas do nosso país, precisamos de investir nestas infra-estruturas fundamentais. O PSD mostra que não está interessado em discutir os verdadeiros problemas do país.

E à nossa esquerda…

Depois temos à nossa esquerda dois partidos que são conservadores, avessos à mudança, o que contradiz a ideologia de esquerda. Este imobilismo que caracteriza o PCP e o Bloco de Esquerda que não os faz perceber as mudanças que vão existindo na Europa e no Mundo também não lhes permite encontrar as melhores respostas para resolver os problemas do país e dos portugueses. São partidos absolutamente irresponsáveis nas propostas que fazem, conservado-res e sectários porque são incapazes de ver algo de positivo naquilo que o PS apresenta. Tudo o que o PS apresenta e defende é para ser combatido por estes partidos à esquerda. Isto só mostra o seu sectarismo, o seu conservadorismo e a sua irresponsabilidade, considerando uma série de propostas que vão fazendo sistematicamente como se o orçamento fosse elástico e infinito.

tens manifestado posições críticas sobre a Europa, sobre a sua arquitec-tura económica e particularmente sobre as linhas de orientação do Pac-to de Estabilidade e crescimento e do Banco central Europeu. achas que é possível mudar a política europeia nestes domínios?

Uma coisa é certa: a Europa será incapaz de crescer, de criar emprego e de preser-var o seu estado social se não for capaz de alterar a sua arquitectura económica que vai estrangulando as economias nacionais e a economia europeia como um todo e que não permite, não dá espaço para que a economia europeia possa crescer. Esta UE não tem uma política orçamental europeia. Tem um crescimento

residual, pouco mais de 1% do PIB e a politica orçamental continua a ser de base nacional, só que há um Pacto de Estabilidade e Cresci-mento que restringe demasiado as políticas orçamentais nacionais. Portugal não tem folga orçamental porque há um PEC que funciona como um espartilho da sua economia. A par desta ausência de política orçamental euro-peia temos uma política monetária conduzida pelo Banco Central Europeu que tem como único objectivo a estabilidade de preços e que quase não tem compromissos com o cresci-mento económico e o emprego. Esta opção tem criado graves dificuldades ao crescimento das economias europeias e às famílias dos cidadãos europeus. Nós temos uma arquitec-tura económica europeia que é monetarista

e liberal, sempre foi assim. Está obcecada pela estabilidade de preços e não tem como preocupação o crescimento económico e o crescimento do emprego. A so-cial-democracia europeia tem obrigação de propor uma arquitectura económica em alternativa a esta que tenha como principais objectivos estimular o cresci-mento económico e a criação de emprego. Se não formos capazes disto, o estado social europeu vai acabar por definhar e os cidadãos europeus vão continuar a divorciar-se do projecto europeu. A reforma económica da União Europeia, mais do que a institucional, é o maior desafio da social-democracia da Europa.

Defendemos o tratado de lisboa como reforma institucional necessária, mas não será o tratado per si que aproxima as pessoas da Europa e das

>> Que limite ao máximo as políticas de benefícios fiscais, nas áreas da saúde e da educação;

>> A reposição do imposto sucessório;

>> O fim do sigilo bancário para fins fiscais;

>> O fim da acção social escolar para o ensino superior privado e uma propina máxima para o segundo ciclo igual à do primeiro;

>> Que alargue a toda a população a medicina dentária no sns”

Pedro Nuno Santos propõe ao Governo:

“A JS deve ser uma importante força de

renovação à esquerda do Partido Socialista”

Entre outras medidas do nosso Governo de esquerda, destacam-se as Novas Oportunidades, o Plano Tecnológico, a Reforma Laboral; o maior aumento de sempre do salário mínimo

nacional; a política de natalidade e Complemento Solidário Para Idosos…

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suas decisões. o que deve a Europa fazer nesse domínio?

O Tratado de Lisboa é importante e vem reforçar o poder do Parlamento Europeu, o poder dos parlamentos nacionais e tem como um dos seus objectivos a aproxi-mação dos seus cidadãos às instituições da União Europeia, mas é preciso mais do que isto. Verdadeiramente, a política europeia ainda não vai sendo feita pelo Parla-mento Europeu, mas pelo Conselho Europeu que não é eleito directamente pelos europeus. Assim, a Europa tem sido construída pelos vários líderes nacionais e os povos têm sido pouco envolvidos no processo de construção europeia. Este envol-vimento pode-se fazer de muitas formas. A via referendária é um dos mecanismos, mas até se pode ir mais longe. Defendo aquilo que vem plasmado nas Moções da JS, pois chegámos a um ponto que se quisermos continuar o processo de constru-

ção europeia só o podemos fazer de uma maneira: dando poderes constituintes ao Parlamento Europeu para que dele nasça uma constituição europeia. Depois, poderá ser referen-dada no mesmo dia em todos os países europeus. Deve-se

também prever no texto que a constituição entra em vigor nos países que a referendarem positivamente e cria-se um núcleo associado aos países que dissessem Não à constituição que, depois, no momento certo, poderão aceder ao núcleo mais central do processo de construção. Em 2009 nós temos uma eleição para o Parlamento Europeu e deveria ter sido o ano escolhido para a Europa tomar este rumo. Este seria a forma mais democrática de conseguirmos chegar a uma grande reforma da União Europeia. Esta é uma proposta da JS desde há quatro anos e é ainda válida com os acontecimentos que nós hoje estamos a assistir na Europa.

como gostarias de ver funcionar as institui-ções europeias? a Js também tem uma pro-posta de reforma institucional…

A JS também já se assumiu como federalista e gostaríamos de ver na constituição europeia a referência a um Parlamento Europeu de onde saísse um Governo Europeu que representasse os povos de forma igual e a uma segunda câmara, ou um Senado, onde estivessem representados os países também de forma igual, com um equilíbrio

de poderes entre estas duas câmaras. Portanto, um Governo Europeu saído do Parlamento Europeu que substituísse a Comissão Europeia e um Senado que substituísse o Conselho Europeu. O Senado seria uma Câmara que representa os Estados, o Parlamento Europeu uma Câmara que representa os povos do qual emanaria um órgão executivo, um Governo Europeu. Este federalismo é defendido pela JS já há quatro anos e era o que gostaríamos que viesse a constar numa futura Constituição Europeia, nascida de um Parlamento Europeu com poderes constituintes.E agora Pedro, o que vais fazer em termos políticos e não só?

Continuarei o meu trabalho com deputado na Assembleia da República, obvia-mente não mais como Secretário-geral da JS, sou presidente da concelhia do PS

de São João da Madeira, no distrito de Aveiro, onde terei muito trabalho no próximo ano, pelas razões que são óbvias e voltarei ao meu mestrado. Continuarei a fazer o meu trabalho no Partido Socialista e darei tudo o que pu-der ao PS na Assembleia da República e no meu concelho.

o que te trouxe para a vida política ainda são as mesmas razões que hoje te fazem continuar? Mudou alguma coisa na forma como vês a política?

O que me trouxe para a política foi o combate pela igual-dade e hoje continua a ser para mim o combate prioritá-rio. Por isso é que vim para o PS e não para outro partido. A igualdade é o valor mais importante, o que eu persigo politicamente e é por isso que estou no PS.

A UE deveria ter: “um Senado que seria uma Câmara que representa os Estados, um Parlamento Europeu, como uma Câmara que representa os povos e do qual emanaria

um órgão executivo, um Governo Europeu.”

“Temos uma arquitectura económica europeia monetarista e liberal… obcecada pela estabilidade de preços e não tem como preocupação o crescimento económico

e o crescimento do emprego.”

“Precisamos de respostas para reformar a arquitectura económica

europeia e para regular a globalização financeira.”

“Se queremos dar resposta à pobreza, às dificuldades económicas do nosso país, precisamos de investir em infra-estruturas fundamentais. O PSD não está interessado em discutir

os verdadeiros problemas do país.”