jovem socialista 466

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SOCIALISTA JOVEM ORGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA NÚMERO 466 Director Bruno Julião Equipa de Redacção Diogo Leão, Luísa Fernandes, Rui Miguel Pires, Tiago Barbosa Ribeiro, Vítor Reis XVI CONGRESSO NACIONAL DA 18, 19 E 20 DE JULHO NO PORTO JUVENTUDE SOCIALISTA Edição especial do Jovem Socialista com Moção Global de Estratégia e Proposta de Alteração de Estatutos de lista candidata a sufrágio na próxima reunião magna da nossa organização

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3 de Julho de 2008

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socıalıstaJoVEM

ORGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA

NÚMERO 466Director Bruno Julião

Equipa de Redacção Diogo Leão, Luísa Fernandes, Rui Miguel Pires, Tiago Barbosa Ribeiro, Vítor Reis

XVI Congresso naCIonal da

18, 19 e 20 de Julho no Porto

JuVEntudE socıalısta

Edição especial do Jovem Socialista com Moção Global de Estratégia e Proposta de Alteração de Estatutos de lista candidata a sufrágio na próxima reunião magna da nossa organização

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XVI Congresso Nacional da Juventude Socialista

Delegados Inerentes

Caras e Caros Camaradas, Nos próximos dias 18, 19 e 20 de Julho realiza-se, na cidade do Porto, o XVI Congresso Nacional da Juventude Socialista. Este é o momento de excelência da nossa organização. A participação e empenho de todos os militantes será decisivo para que este congresso seja um palco privilegiado de participação e discussão política dos jovens socialistas. Faço, em meu nome pessoal e em nome de todos os membros da Comissão Organizadora do XVI Congresso Nacional da Juventude Socialista, um apelo à participação de todos os militantes neste processo de forma consciente e informada.Nesta edição especial do Jovem Socialista, dedicada ao XVI Congresso Nacional da JS, publicamos a Moção Global de Estratégia do candidato a Secretário Geral da JS, o camarada Duarte Cordeiro, que tem como título “Agir por + Igualdade”, bem como a sua Proposta de Alteração Estatutária.

Numa altura em que o processo do Congresso Nacional se aproxima do fim, relembro os cama-radas que o prazo limite para a apresentação de moções sectoriais termina no próximo dia 12 de Julho. Aproveito ainda para endereçar um convite a todos os militantes da Juventude Socialista que venham assistir aos trabalhos do XVI Congresso Nacional, que terá lugar na Alfândega do Porto. Este é um momento de maior importância para a nossa estrutura, onde ficarão definidas as linhas de orientação geral da JS para os próximos 2 anos, onde o debate político se quer partici-pado e plural, pois isso é o que faz de nós a maior Juventude Partidária do nosso país. Desejo a todos um óptimo Congresso Nacional.

A Presidente da COCAna Margarida Lourenço

Alexandre PereiraAna BrásAna Margarida Lou-rençoAndré FerreiraAndré GarciaAndré GomesAndré Pinotes BatistaAntónio CaracolAntónio FantasiaArtur PatuleiaAugusto LeiteBerto MessiasBrigite GonçalvesBruno GomesBruno JuliãoBruno LoureiroBruno PachecoBruno RamosBruno TeixeiraBruno VelosoCarla CerqueiraCarlos LevezinhoCatarina Mendes

Catarina Oliveira MendesCélia PessegueiroCláudia FerreiraDaniel BastosDavid MartinsDavide AmadoDécio SantosDiogo CoelhoDiogo LeãoDiogo MonteiroDuarte CordeiroEdgar VallesEstela BelchiorFátima FreitasFernando MorgadoFrancisco AndréFrancisco CésarFrancisco ReigotaFrederico CastroFrederico VieiraGlória AraújoGonçalo AmaralGonçalo Gomes

Helder SimõesHélio FazendeiroHernâni LoureiroHugo CharrãoHugo CostaHugo CristóvãoHugo GasparHugo PiresHugo SerrasIsabel SantosIvo OliveiraJanete BentoJesuino AzevedoJoão ÁlvaroJoão AntónioJoão BarataJoão MorenoJoão PinaJoão PortugalJoão RibeiroJoão RosetaJoão Tiago HenriquesJoão TorresJoão Tralhão

Jorge CristinoJorge GrifoJorge SilvaJorge Tiago TeixeiraJosé BarãoJosé Dias FerreiraJosé Diogo Maga-lhãesJosé LouroJosé Miguel OliveiraLuis CoelhoLuis DiasLuis NunesLuis PintoLuís SáLuís SoaresLuís TestaMarco AmaroMarco CandeiasMarco GóisMarco RamalhoMarco RodriguesMarco SousaMarcos Sá

Maria do Carmo JesusMariana FrancoMariana Geraldes Mariana MatosMário PaivaMicaela CamachoMiguel EstevesMiguel HoraMiguel PiresMiguel Prata RoqueMonique RodriguesNuno AntãoNuno AraújoNuno BarretoNuno BatistaNuno FerreiraNuno GonçalvesNuno InácioNuno LinoNuno SáNuno SilvaNuno ToméNuno VenturaOrlando Figueira

Osório SilvaPatricia MonteiroPaula Cristina de SousaPaulo CoelhoPedro AlmeidaPedro AlvesPedro BastosPedro CardosoPedro FolgadoPedro Manuel SousaPedro Nuno SantosPedro PachecoPedro PintoPedro SousaPedro TelesPedro Vale SilvaPedro VazRafaela TeixeiraRenato RibeiroRicardo CiprianoRicardo CruzRicardo LinoRicardo Luz

Ricardo MirandaRicardo NascimentoRicardo RaminhosRita MartinsRita Susana NevesRogério SousaRui DuarteRui MacedoRui MoreiraRui RoqueRui SousaSandra Marisa CostaSandra MartinsSérgio PepeTânia RodriguesTiago CoraisTiago GodinhoTiago GonçalvesTiago SilvaTito SantosValter JanuárioVitor AlmeidaVitor Íria

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AGIR POR + IGUALDADEMOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA

1º subscritor - duarte cordeiro

1. Apresentação O mandato dos órgãos nacionais da Juventude Socialista que se inicia com o XVI Congresso Nacional coincidirá com um período decisivo para a nossa estrutura, para o Partido Socialista e para o país. O próximo mandato será marcado pelas Eleições Regionais nos Açores e pelas Eleições Europeias, Legislativas e Autárquicas em 2009. Em todos estes momentos colocam-se à JS duas tarefas fundamentais: esclarecer os cidadãos e os militantes do que foi feito nos Governos, Parlamentos e órgãos autárquicos nos respectivos mandatos e de acrescentar novos objectivos e propostas aos programas políticos do PS.

Para esclarecer os cidadãos temos de assegurar que nós próprios constituímos uma organização esclarecida e preparada para o debate. Temos de saber o que foi feito para podermos defender de forma consciente e crítica o trabalho realizado, mas também para sermos capazes de ir mais longe e acrescentarmos ao programa do PS as medidas necessárias à melhoria da qualidade de vida dos jovens e das jovens portugueses. Contudo, estes objectivos só fazem sentido se apresentarmos uma perspectiva crítica na análise ao trabalho do PS e na defesa de novas ideias e medidas. À JS interessa particularmente perceber o que foi feito no capítulo da redução das desigualdades sociais e das desigualdades de direitos entre os cidadãos, de forma a habilitar-se a acrescentar as suas propostas em reforço desses objectivos. A redução das desigualdades, a promoção da igualdade, figura como um fim nos Estatutos da Juventude Socialista como objectivo e princípio orientador. A esmagadora maioria dos militantes da JS aderiram a esta estrutura movidos pela vontade de construir uma sociedade mais justa, mais solidária, menos desigual e menos discriminatória. A promoção da igualdade é o valor que nos distingue da direita conservadora e que caracteriza o projecto político de uma organização de juventude que se reclama do socialismo democrático. Agir por mais igualdade é procurar perceber a governação do PS e os seus bons resultados, mas é também evitar o deslumbramento com os nossos feitos. Passa por assumirmos a nossa insatisfação com a desigualdade social no nosso país. Passa por percebermos que reduzimos as desigualdades em diversas áreas, mas também que esses resultados não nos devem satisfazer, particularmente perante um aumento considerável do custo de vida que tem prejudicado os mais desprotegidos socialmente. Passa por procurarmos relembrar as pessoas do ponto de partida em que encontrámos o País, mas também por não ignorarmos as dificuldades que os portugueses sentem diariamente e para cuja redução temos de contribuir. Passa por não desperdiçarmos o que alcançámos, nem por deixar de apoiar os que mais precisam das políticas públicas. As recentes dificuldades que o País tem atravessado têm revelado que os Portugueses contam com o desempenho pelo Estado de um papel de regulação da economia e de promoção de políticas sociais de apoio aos mais desfavorecidos, e que a consciência política dos Portugueses é contrária a intervenções neo-liberalizantes, que procuram reduzir o Estado a um mínimo insensível e incapaz de dar respostas aos problemas sociais da comunidade. Em termos económicos estamos envoltos num contexto internacional exigente. Este momento representa uma boa oportunidade para reflectirmos sobre o nosso papel, como jovens socialistas, no contexto económico internacional e no papel que nos é reservado na sua ultrapassagem. A ninguém é alheia a actual turbulência macroeconómica originada nos EUA. Foi a existência de mercados desregulados e excessivamente liberalizados que permitiu a criação de produtos financeiros de alto risco associados a habitações de pessoas com poucos rendimentos. Esta desregulação e liberalismo surge após anos e anos de confiança num sistema sem regras e que acreditava nos ajustamentos automáticos do mercado. Foi a critica constante às intervenções do Estado que permitiu que esta crise tivesse acontecido sem que o Estado pudesse ou tivesse a capacidade de a controlar. Essa incapacidade permitiu a movimentação de capitais com fins meramente especulativos que inicialmente sobrevalorizaram esses produtos financeiros, os chamados “subprime”, para depois os desvalorizar ao ponto de fazer rebentar uma bolha especulativa de preços que acabou por criar consequências gravíssimas na vida de milhares de pessoas, que perderam as suas casas. No contexto desta crise, os especuladores enriqueceram sem produzir ou criar riqueza e à custa dos mais desfavorecidos. Esses capitalistas e os seus capitais especulativos “fugiram” para os mercados de matérias-

primas, como o petróleo ou os bens alimentares, com o objectivo de repetir os seus lucros. O preço do petróleo está já perto dos 140 dólares, o barril, sem previsão de descida, e a escalada nos preços dos bens alimentares já provoca a fome à população de mais de 40 países. Estima-se que 1/3 do preço do petróleo esteja relacionado com a especulação. De acordo com o Relator da ONU, para o direito à alimentação, o factor mais relevante para o aumento dos preços dos bens alimentares são os capitais especulativos. Obviamente existem outros factores como aumento do preço do petróleo, o aumento da procura na Índia e na China e o aumento da utilização destes bens alimentares para a produção de biocombustíveis, mas a especulação é o único que justifica uma subida tão acelerada dos preços. Para além do aumento dos preços do petróleo e dos bens alimentares estamos também condicionados por um Banco Central Europeu que se recusa a baixar a taxa de juro, e provavelmente continuará a aumentá-la. Está obcecado com a inflação, indiferente ao facto da maioria dos países da UE, como Portugal, verem os seus encargos financeiros com as dívidas das famílias e do Estado a aumentarem. Esta taxa de juro tem como efeito a retracção do consumo e o estrangulamento das famílias mais endividadas, especialmente as com crédito à habitação. Por contraste nos EUA, a Reserva Federal Americana, têm mostrado que é possível ter simultaneamente em consideração o crescimento económico e a inflação procurando a todo o momento estimular o crescimento da economia americana. Portugal está igualmente condicionado por um enorme controlo orçamental, na União Europeia, através do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Estamos obrigados a manter o défice abaixo dos 3%. No inicio de 2005 tínhamos um défice estimado de 6,1% e agora é de 2,6%. Este Pacto não distingue investimento de despesa, para efeitos do défice, o que significa que prejudica os países com maiores necessidades de desenvolvimento. No actual momento em que assistimos a uma contracção das principais economias mundiais, o que previsivelmente fará diminuir as nossas exportações, e o Governo procura compensar esse impacto com um reforço do investimento percebemos que este esforço terá efeitos negativos no controlo do défice. Se a actual conjuntura económica internacional representa a falência dos modelos liberais e demonstra a importância da intervenção do Estado na Economia, a verdade é que a não existência de modelos alternativos força o constante recuo do Estado. A arquitectura e a política económica europeia têm forçado a uma redução das transferências sociais do Estado, à redução da intervenção do Estado Social oferecendo cada vez mais instabilidade e incerteza. Mesmo nos EUA e na Grã-Bretanha, tem sido o Estado a reequilibrar e a restaurar a confiança nos mercados, através da compra de crédito mal parado, nos EUA, e até através da nacionalização de um Banco, na Grã-Bretanha. Torna-se cada vez mais necessário contribuir para encontrarmos soluções nacionais e internacionais que regulem e defendam as economias e as pessoas mais desfavorecidas deste “mercado” e permitam a coabitação com o Estado social. E por mais longínqua que nos pareça a Europa não nos demitimos de ter a nossa opinião, de querer reformar o Pacto de Estabilidade e Crescimento, para que discrimine positivamente o Investimento nos países com maiores necessidades de convergência, ou permitir défices mais elevados, e defender que a União Europeia reforce o seu Orçamento para compensar e reforçar as políticas orçamentais nacionais para a convergência. Mesmo sabendo que Portugal tem hoje todos estes condicionalismos e apenas o Orçamento, como ferramenta de gestão, para promover o nosso crescimento económico, para a JS esse crescimento económico nacional e a redução do défice deverão representar oportunidades para promover a redução da desigualdade social. Neste contexto adverso, Portugal cresceu 1.9% em 2007. Para 2008, mesmo revendo o crescimento em baixa prevemos crescer, 1,5%, tanto como nos anos de 2002 a 2004 somados (Governo PSD). O compromisso com a redução de desigualdade social tem impactos muito positivos no desenvolvimento do país. Geralmente está associado a uma distribuição mais equilibrada entre os rendimentos do trabalho e do capital, com um impacto positivo no consumo e por sua vez na procura e no investimento. De acordo com os resultados da análise do INE, publicada em Janeiro de 2008, quanto aos Rendimentos e condições de vida, verificamos que reduzimos a pobreza em Portugal. Tínhamos em 2004 uma taxa de pessoas de risco de pobreza de 20% (pessoas com

rendimentos abaixo de 60% da mediana do rendimento per capita do nosso país). Em 2005 baixámos para 19% e em 2006 para 18%. Na UE, a 25, essa taxa é de 16% e na vizinha Espanha é de 20%. Também reduzimos o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. De acordo com o indicador que compara o décimo da população portuguesa mais rica com o décimo da população portuguesa mais pobre, Portugal evoluiu de 12,3% em 2004 para 11,9% em 2006. Mas ainda queremos que o PS assuma a redução da taxa de risco de pobreza como um desafio para a próxima Legislatura a par da promoção do crescimento económico e da criação de emprego. Queremos reduzir a taxa de risco de pobreza para 16%, em linha com a média da União Europeia, bem como convergir nos indicadores que medem o peso dos mais ricos sobre os mais pobres. Medidas como o reforço do abono de família, o aumento do salário mínimo, o complemento solidário para idosos, a criação do escalão do IRS de 42% contribuiram para a redução das desigualdades mas continuamos a ser dos países com maior desigualdade social na Europa. Perante esta leitura da conjuntura internacional e nacional, das metas definidas e dos resultados alcançados, temos de pôr as nossas ideias a mexer. Queremos Agir por + Igualdade.

2. Mais e melhor Emprego para tod@s Como referimos, o crescimento económico é o motor de qualquer política de emprego ambiciosa. Perante uma conjuntura económica difícil, e não obstante a identificação de assinaláveis avanços no decurso da governação do Partido Socialista nos últimos três anos, é da maior centralidade reforçar as medidas de promoção da empregabilidade entre os jovens A taxa de desemprego, no início de 2005 foi de 7,5%, quando no início de 2002 era apenas de 4,4%. Apesar da taxa de desemprego em 2007 ter sido de 8,0%, no primeiro trimestre deste ano foi já de 7,6%, ou seja, já começa a ceder para os valores que encontrámos. Esta taxa cohabita com um aumento do emprego, cerca de mais 95.000 postos de trabalho. No entanto estima-se que 20% dos trabalhadores em Portugal tenham contratos de trabalho precários. Estima-se até que a grande maioria dos trabalhadores, especialmente os mais novos, comecem com contratos precários. Neste contexto o Governo reforçou as políticas activas de emprego. Cerca de 30,6% dos abrangidos pelas políticas activas de emprego do IEFP são jovens até aos 25 anos e 60% são jovens até aos 34 anos de idade. Os Estágios profissionais foram 65.857 desde o inicio de 2005 até 2007. Estes têm uma taxa de empregabilidade de cerca de 70%. Os Estágios InovJovem e InovContacto foram cerca de 5.458 até 2007. Os primeiros com uma taxa de empregabilidade de cerca de 90% e os segundos de 46%.

Para além destas medidas o Governo propôs ainda, recentemente, alterações ao código de trabalho com o objectivo de reduzir a precariedade, como por exemplo a alteração da presunção legal de existência dum contrato de trabalho, que facilita a fiscalização, a limitação a três anos a duração do contrato de trabalho a termo certo ou a interditação de estágios profissionais extra-curriculares não remunerados. Os dados estatísticos mais recentes revelam dois factores de particular preocupação quanto ao emprego jovem: por um lado, as taxas de desemprego entre os jovens revelam-se mais elevadas do que em relação às restantes faixas etárias da população activa, e, por outro lado, é também entre as camadas mais jovens da população que encontramos níveis mais elevados de precariedade laboral. Acresce ainda que a população jovem menos qualificada apresenta índices mais elevados de desemprego e de precariedade, permanecendo em ambas as situações durante mais tempo e obtendo prémios salariais mais baixos. É neste contexto difícil que nos parece incontornável um reforço das políticas públicas de empregabilidade jovem, apostando na qualificação, no combate à precarização das relações laborais e na aposta em incentivos para o empreendedorismo jovem. O caminho trilhado pelo governo do Partido Socialista tem apontado precisamente nesse rumo, cumprindo-nos, porém, identificar novas formas de reforçar e diversificar as iniciativas em curso.

2.1. Apoio e diversificação da qualificação O primeiro passo a adoptar no quadro das políticas de emprego passa necessariamente pela aposta na qualificação dos trabalhadores jovens. Apesar de a população jovem actual representar a mais qualificada das gerações de portugueses, que beneficiou das vantagens do

sistema educativo público, aberto a todos, oferecidas pelo regime democrático, há ainda que reconhecer que o nível de qualificação alcançado não é o ideal e implementar medidas destinadas a colmatar as lacunas do sistema. Assegurar um reforço da qualificação acarreta a oferta de melhores perspectivas de carreira, empregabilidade e progressão no mercado laboral aos jovens em situação de menor vantagem. O combate às desigualdades de resultado passa necessariamente pela intervenção a este nível, recuperando para o lote dos trabalhadores qualificados aqueles que, na maior parte das vezes por dificuldades económicas, não puderam concluir o seu percurso de formação. A Juventude Socialista deve, pois, assumir o seu empenho na manutenção e reforço do rumo traçado pelas medidas em vias de implementação pelo governo. Importa desde logo reforçar a indispensável conexão entre a formação formal e o mercado de trabalho, fomentando mecanismos que assegurem a transição do mundo académico para o mundo laboral, articulando as políticas de ensino com as políticas laborais. Não dispensando a dimensão essencial do Ensino Superior associada à transmissão de conhecimento e à investigação, é importante construir um modelo de universidades e politécnicos com uma componente vocacionada para fornecer também uma formação adequada às necessidades do mercado de trabalho e do estudante. Essa melhor estruturação entre as Instituições de Ensino Superior e o mundo do trabalho representa um desafio para ambos os domínios, forçando a academia a quebrar a sua tendência isolacionista ao mesmo tempo que se demonstra ao tecido empresarial as mais-valias que pode retirar da colaboração com investigadores e centros de experimentação universitária e politécnica.

Para além da atenção assente na articulação entre o Ensino Superior e o mercado de traba-lho, é igualmente necessário assegurar que nos diversos níveis de ensino se vai promover o desenvolvimento de parecerias entre o sistema educativo e a sociedade, podendo desta-car-se alguns tipos de programas a promover: • Estágios curriculares nos anos mais avançados do ensino secundário; • Acompanhamento dos gabinetes de orientação profissional e vocacional por entidades externas à escola, diversificando de forma descomplexada o leque de opções à disposição dos alunos e incrementando a quantidade de informação disponibilizada; • Desenvolvimento de colaboração entre escolas e empresas para desenvolvimento de projectos de ensino profissionalizante com uma dimensão prática. • Queremos assegurar a implementação de um Gabinete de apoio à Empregabilidade em todas as Instituições de Ensino Superior até 2013;

2.2. Combate à precariedade Uma das principais fontes de preocupação e dificuldades sociais dos jovens portugueses decorre dos desafios levantados pela precariedade laboral. No contexto do recente pacote de revisão das relações laborais, o Governo tem demonstrado estar atento aos sinais recebidos da sociedade e à necessidade de intervir. Cumpre à Juventude Socialista apontar algumas das opções a tomar. A. Erradicação dos estágios profissionais não-remunerados Uma das mais flagrantes formas injustiça e exploração na sociedade portuguesa contemporânea é a que decorre da existência e proliferação de estágios não renumerados de cariz não académico. Aproveitando da situação de fragilidade dos jovens em busca do primeiro emprego, deparamos com verdadeiros cenários de prestação de trabalho a custo zero, com total desrespeito pelos direitos e dignidade dos trabalhadores jovens. Particularmente gritante é a situação com a qual se deparam os jovens que carecem de concluir um período de estágio como condição de inscrição em ordens profissionais em que, por falta de efectiva fiscalização por parte das próprias ordens profissionais e, nalguns casos, complacência com o sistema vigente na prática, deparamos com jovens qualificados sem retribuição pelo trabalho prestado, realidade à qual vem acrescer o pagamento de quantias não negligenciáveis para inscrição nos cursos de estágio. O sistema vigente tem vindo a demonstrar a sua iniquidade, restringindo o acesso a determinadas profissões a quem tem capacidade financeira para suportar o período de estágio, permitindo uma dificultação corporativa no acesso à profissão e fechando os olhos à quase exploração do trabalho qualificado dos jovens profissionais. À realidade descrita, acresce ainda a situação igualmente grave dos estágios profissionais não remunerados e que não representam sequer condição prévia para o exercício de determinadas profissões, em que a necessidade de obter prévia experiência profissional conduz a idênticas situações de aproveitamento da mão-de-obra jovem, sem contrapartidas financeiras de qualquer tipo. Igualmente gravoso é o recurso a expedientes cujos efeitos são idênticos, mas que procuram mascarar situações de exploração com uma aparência de trabalho voluntário. A Juventude Socialista tem, pois, de se empenhar na procura de um novo enquadramento legislativo para a realidade dos estágios profissionais, enquadrando estes aspectos do problema no debate em curso sobre a Reforma das Relações Laborais. Para além da

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intervenção legislativa, contudo, é necessário continuar o caminho do reforço da fiscalização, como forma de prevenir a exploração que grassa em certas áreas profissionais. Finalmente, em relação aos estágios curriculares de cariz obrigatório, que apesar de se encontrarem ainda num período de transição entre a conclusão da formação académica e o início da actividade profissional, a Juventude Socialista deve propugnar pelo reconhecimento desse carácter de transição, através da consagração de políticas de discriminação positiva, através da isenção de propinas, e de bolsas de alojamento e alimentação, quando necessárias a deslocação do local de estudo ou residência. B. Incentivos aos estágios profissionais Ainda no campo dos estágios, mas agora no que respeita à dimensão da promoção de incentivos à sua realização de forma remunerada e como antecâmara para a entrada numa actividade profissional estável, a Juventude Socialista deverá defender o alargamento dos incentivos fiscais às empresas que recebam e assegurem estágios e depois integrem jovens nos seus quadros e, particularmente, um reforço em 5000 vagas por ano do número de jovens abrangidos pelos programas de estágios profissionais. Também no que respeita à Administração Pública, na linha do objectivo de rejuvenescimento e qualificação dos novos trabalhadores dos serviços públicos, se deve reforçar a aposta nos programas de estágios profissionais, quer junto da Administração Central, quer junto da Administração Local e Regional, como via de acesso às funções públicas em caso de conclusão com aproveitamento do período de estágio. C. Fim do recurso abusivo aos recibos verdes Em relação ao recurso abusivo aos recibos verdes, ou seja, à formalização de verdadeiras relações laborais sob a forma de contratos de prestação de serviços, as medidas em discussão por iniciativa do Governo representam um primeiro sinal positivo para a sua erradicação. Assim sendo, para além das alterações ao quadro legal, a Juventude Socialista tem de defender um ainda maior reforço da fiscalização em termos de recursos humanos e meios materiais. A repressão e punição de comportamentos ilegais no domínio das relações laborais são indispensáveis, devendo mesmo apontar-se no sentido do agravamento das molduras contra-ordenacionais, para que não advenha a tentação de interiorizar o pagamento das coimas como custos da actividade desenvolvida. Contudo, é igualmente importante a aposta numa abordagem pedagógica e formativa das entidades empregadoras, incentivando e premiando as boas práticas neste domínio. À semelhança dos prémios para boas práticas de igualdade de género nas empresas, a Juventude Socialista deve apostar na promoção de prémios para boas práticas de integração de trabalhadores jovens e qualificados, recusando o recurso a práticas precarizadoras das relações laborais. D. Reforço da fiscalização No centro de grande parte das medidas de combate à precariedade releva a actuação dos órgãos da Administração Pública responsáveis pela repressão das práticas laborais ilícitas. Assim sendo, impõe-se o aumento das acções inspectivas e de fiscalização com visibilidade, através de um indispensável reforço dos meios financeiros e humanos da recém-criada Autoridade para as Condições de Trabalho, já a partir do Orçamento de Estado para 2009.

2.3. Empreendedorismo No plano das políticas de emprego, a aposta nos incentivos ao empreendedorismo jovem deve igualmente manter-se no centro das prioridades da Juventude Socialista para a criação de emprego. Para além de representar uma fonte essencial da emancipação jovem, a aposta no empreendedorismo jovem é igualmente uma aposta fulcral na promoção do investimento interno e na qualificação do tecido empresarial. A. Plano Nacional para o Empreendedorismo Jovem Assim sendo, urge o estabelecimento de uma visão integrada das múltiplas facetas da questão, através da implementação de um Plano Nacional para o Empreendedorismo Jovem focado, nomeadamente, na articulação com as instituições de ensino secundário e superior, na formação profissional especializada, no incentivo de meios de desburocratização e simplificação de procedimentos administrativos para projectos apresentados por jovens e na articulação com as políticas de desenvolvimento regional, particularmente em zonas mais desfavorecidas do interior. B. Reconhecimento a projectos de excelência Seguindo a mesma lógica referida anteriormente de premiar as boas práticas identificadas no tecido social, o desenvolvimento de parecerias para o empreendedorismo jovem deve igualmente merecer o reconhecimento pelas entidades públicas, motivando as autarquias locais e a administração central a desenvolverem incentivos para o financiamento de projectos

de excelência e inovação, com particular destaque para as áreas cujo desenvolvimento tem vindo a ser promovido pelo actual Governo, as das novas tecnologias de informação e do aproveitamento de fontes de energia renováveis.

3. Mais e melhor Habitação para tod@s No quadro da emancipação dos jovens e das jovens portugueses, o acesso à primeira habitação deve representar outras das prioridades estruturantes das políticas públicas a promover pela Juventude Socialista. A experiência de anos recentes tem vindo a demonstrar que o impacto de pequenos investimentos públicos neste domínio se repercute de forma extremamente positiva no processo de autonomização profissional, social e familiar dos jovens, começando também a ficar demonstrado o seu papel na recuperação e repovoamento dos centros urbanos das grandes cidades.

3.1. Arrendamento jovem O apoio ao arrendamento da primeira habitação tem representado um traço da política de habitação para jovens nos últimos anos e muito tem contribuído para a emancipação de milhares de portugueses que têm podido beneficiar dos incentivos públicos neste sector. A Juventude Socialista deve manter no topo das suas prioridades o acompanhamento da nova regulamentação dos incentivos, hoje enquadrados através do Programa Porta 65. É neste contexto que cumpre sublinhar a importância do apoiar a criação de mobilidade residencial, procurando estimular estilos de vida mais autónomos por parte dos jovens, diminuindo a excessiva dependência da política de habitação em relação à aquisição de casa própria, de forma a tornar mais justo e eficiente o apoio público ao arrendamento por jovens. Uma das preocupações do novo programa Porta 65 foi precisamente a de assegurar que, perante a necessidade de racionalizar o acesso aos apoios, os critérios de atribuição dos mesmos revestem traços de maior justiça social e se adequam às finalidades do programa. Destacam-se, por exemplo, a regressividade e especificidade do apoio prestado, com uma duração máxima de três anos, de forma a evitar o aumento nos preços da oferta real no mercado de arrendamento, a adequação do montante do subsídio à renda média do distrito e a ponderação do rendimento dos beneficiários. Contudo, não obstante os traços positivos do novo regime, a Juventude Socialista deve desenvolver a sua actuação neste domínio de forma a garantir que nenhum jovem que dele careça seja excluído do programa por falta de disponibilidade de verbas orçamentais. Tendo em conta que houve uma redução em 50%, em relação ao orçamento anual do anterior Incentivo ao Arrendamento Jovem, importa assegurar que o exercício de racionalização e ajustamento operado pela aprovação do novo regime não prejudicará os jovens deles carecidos para acederem à sua primeira habitação.

3.2. Apoio à auto-construção e auto-reabilitação Uma das áreas de intervenção públicas no domínio da habitação que tem sido pouco explorada é a que é representada pela consagração de incentivos à auto-construção e auto-reabilitação, nomeadamente através de incentivos de natureza fiscal, isenções de taxas e emolumentos municipais. Perante os encargos por vezes incomportáveis decorrentes da aquisição de primeira habitação nova, a oferta de incentivos à actuação dos próprios jovens dispostos a empreender autonomamente a tarefa de construção, aproveitando parcelas de prédios rústicos ou urbanos que possam ter chegado à sua posse, ou de recuperação de habitações nos centros urbanos. Neste contexto, cumpre ainda assegurar a criação de condições mais favoráveis à constituição e actuação de cooperativas para auto-construção e auto-reabilitação.

3.3. Bolsas de terrenos para habitação a custos controlados As autarquias locais, para além de representarem as instituições públicas com maior capacidade de influenciar decisivamente o mercado da habitação, são também as entida-des cujas atribuições as habilitam a desenvolver projectos inovadores e revolucionários no plano da habitação para jovens. Para além da sua responsabilização defenderemos a cria-ção de um fundo partilhado entre o Estado e as autarquias para a promoção de habitação para jovens. Desta forma haveria a partilha do risco. A JS entende ser possível identificar um conjunto de medidas eficazes neste domínio: • Em primeiro lugar, as contrapartidas dos empreendedores para a realização de operações de loteamento e licenciamento urbanístico têm de assentar na disponibilização de terrenos urbanizáveis a preços controlados, ou mesmo na cedência de uma parcela dos fogos construídos para habitação jovem a custos controlados (para compra e venda ou arrendamento), particularmente nos casos de alteração recente do uso do solo urbanizado;

• Em segundo lugar, no quadro da reabilitação de centros urbanos despovoados, as autarquias locais devem fomentar a promoção de condições mais acessíveis para a

05 MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA aGıR PoR + ıGualdadE

instalação de jovens e suas famílias, assegurando a revitalização e crescimento económico dos centros históricos das cidades, travando a desertificação e descaracterização dos centros e reduzindo a pulsão urbanizadora nas zonas limítrofes dos seus territórios e nos concelhos vizinhos dos grandes centros urbanos; • Em terceiro lugar, as autarquias devem assumir elas próprias, directamente ou através do seu sector empresarial local, a tarefa de construção a preços controlados de novas habitações, fixando camadas jovens da população nos limites dos seus concelhos.

4. Mais e melhor Educação para tod@s O combate ao abandono e insucesso escolar tem sido o nosso principal objectivo. Cerca de 485.000 jovens, que estavam no mercado de trabalho em 2005, não tinham concluído o 12º ano e 216.000 não tinham mesmo concluído a escolaridade obrigatória. Para um jovem menos qualificado a exposição ao desemprego ou ao emprego precário é maior e mais duradoira. Ao nível do secundário, e especialmente fruto do crescimento da oferta de cursos profissionais, o número de alunos aumentou nos anos lectivos de 2006/2007 e de 2007/2008. O peso estimado dos alunos matriculados nas vias profissionalizantes, de nível secundário, aumentou para 42% em 2008. Esse peso é de 50% nos países OCDE. O número de alunos no Ensino Superior também cresceu em cerca de 17%, muito fruto do aumento da oferta de Cursos de Especialização Tecnológica e da maior integração dos adultos com mais de 23 anos. A taxa de abandono diminuiu de 38% para 36% no ano lectivo de 2006/2007. Até a taxa de retenção diminui de 33% para 25% no mesmo período. Ao nível da formação de adultos mais de 350.000 pessoas inscreveram-se nos Centros Novas Oportunidades, dos quais 50% são jovens.

4.1. Ensino Básico e Secundário A. Defesa da Escola Pública A defesa e melhoria do modelo de escola pública que hoje encontramos entre nós devem representar as principais linhas de orientação política da Juventude Socialista no domínio da educação básica e secundária. O combate às desigualdades inicia-se na escola, através não só da transmissão dos valores essenciais da sociedade democrática em que vivemos, mas também do contributo que a escola oferece no campo da igualdade de oportunidades, permitindo ultrapassar as condicionantes sociais e económicas, oferecendo possibilidades de auto-valorização e crescimento pessoal através da aquisição de conhecimentos em condições de igualdade. Em grande parte, o projecto de sociedade que a JS abraça começa precisamente na escola e no seu inigualável potencial formativo. Assim sendo, são diversas as áreas em que devemos desenvolver a nossa actuação para prosseguir estes objectivos de reforma da escola pública. Número de alunos por turma Na reestruturação da organização e gestão da escola, uma das primeiras iniciativas deve apontar para a redução real e com impacto nacional do número de alunos por turma. Os resultados escolares revelam que as turmas com menos alunos têm maior sucesso escolar, sendo também aí que os índices de abandono escolar são menores. Apostar na existência de pequenas turmas e de um ensino de maior proximidade e atenção conduzirá não só a um reforço da capacidade lectiva dos docentes, como a uma contra-ofensiva dirigida ao insuces-so e ao abandono escolar. Modelo de gestão escolar A Juventude Socialista deve afirmar o seu compromisso com um modelo de gestão escolar aberto e plural, com capacidade de auscultar as preocupações e reco-lher as sugestões de todos os participantes da comunidade educativa e que possa fornecer um primeiro palco de intervenção cívica para as jovens e os jovens portugueses. É, pois, de saudar o maior envolvimento quer dos pais, através das suas associações, quer da própria comunidade vizinha, na qual a escola se insere. Para além da abertura ao exterior, deve sublinhar-se o relevo da participação dos dois principais componentes do mundo escolar: professores e alunos, não dimi-nuindo a sua capacidade de intervenção no acompanhamento da vida da escola. Actividades extra-curriculares O modelo de escola que a Juventude Socialista deve propor, terá de assentar na diversificação da oferta de actividades extra-curriculares pela escola, não só na perspectiva do contributo que pode representar para a conciliação da vida profissional e familiar, mas também da perspectiva do que oferece de enriquecedor aos alunos. B. Combate ao abandono e insucesso escolar O sucesso das medidas de salvaguarda e melhoria da qualidade do sistema de ensino têm de passar necessariamente por uma aposto no combate ao abandono e insucesso escolar. Na primeira linha desta preocupação a Juventude Socialista deve orientar a sua actuação para a redução do impacto dos entraves de ordem económica na conclusão dos estudos de cada jovem. Neste domínio, devem destacar-se os seguintes vectores de actuação:

• Reforço da acção social escolar, dotando-a de mais recursos financeiros e procurando direccionar o investimento com redobrada preocupação em alcançar os agregados familiares mais carenciados, recorrendo, sempre que necessário e possível, a mecanismos de diferenciação geográfica e social que possam atender adequadamente ao contexto particular da comunidade educativa; • Reforço das formas de cooperação entre a administração central e as autarquias locais no incremento dos meios ao dispor da acção social escolar, nomeadamente no domínio da alimentação e transportes. • Implementação de uma política de progressiva gratuitidade dos manuais escolares até ao 12.º ano, através do recurso a mecanismos de empréstimo através da escola, com diferenciação em função do grau de carência dos alunos numa primeira fase, de intervenção prioritária; • Aposta na diversificação das vias profissionalizantes de ensino, atentas as múltiplas vantagens para a conclusão do percurso escolar: preparação para o exercício de actividade profissional, introdução de contrapartida financeira associada ao trabalho prestado ao longo do período formativo, multiplicação de escolhas profissionais com níveis de empregabilidade significativos; • Valorização da reinserção de jovens adultos no sistema escolar, através dos programas em execução pelo actual Governo (Regime de Validação Curricular de Competências e Programa Novas Oportunidades), assegurando a conclusão dos seus estudos ou o reconhecimento de competências profissionais equivalentes, reforçando a sua qualificação e as suas possibilidades de progressão profissional. Associado a esta realidade, cumprirá manter os incentivos aos empregadores para que continuem a apostar na formação dos seus trabalhadores por estas vias, evidenciado os benefícios que também eles podem colher, através de acções de sensibilização; • Especificamente quanto aos Cursos de Educação e Formação (CEFs), deve aferir-se da capacidade de absorção destes cursos técnicos por parte do mercado de trabalho e exigir um reforço de mecanismos de motivação e responsabilização dos alunos; • Revitalização do envolvimento dos pais nos contexto escolares, como forma de diversificar os factores de apoio e motivação aos alunos com pior aproveitamento escolar, integrando-os no projecto educativo e evitando o abandono motivado por dificuldades em ultrapassar problemas de aprendizagem; • Alargamento da rede pré-escolar pública, procurando assegurar o acesso universal e gratuito a curto prazo, como componente essencial quer das políticas de conciliação da vida familiar com a vida profissional, quer como mecanismos de preparação das crianças para o ambiente escolar. Ainda quanto a este ponto, importa assegurar que os horários da rede pré-escolar correspondem aos objectivos de conciliação referidos; • Criação de um programa de apoio a jovens entre os 16 e os 23 que não concluíram o ensino secundário ou não conseguiram entrar na universidade. Este programa consistiria na colocação do jovem, pelo período máximo de um ano, a colaborar com uma entidade municipal mediante uma retribuição simbólica. Esta medida seria complementada com um programa de educação não formal para os jovens beneficiários ajudando-os a não perder de vista os objectivos académicos e contribuindo para aumentar as suas hipóteses de sucesso. • Aumento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano. C. Reforma dos conteúdos curriculares Para além das medidas destinadas a assegurar a manutenção do aluno na escola até à conclusão do seu percurso formativo, importa igualmente garantir a modernização e enriquecimento dos conteúdos ministrados. A Juventude Socialista deve procurar apostas no reforço das seguintes áreas-chave para esta tarefa: a. Educação Para a Cidadania A transmissão dos valores estruturantes da sociedade democrática e a formação de jovens cidadãos e cidadãs representa uma dimensão indispensável ao projecto de escola pública que a Juventude Socialista deve defender. É necessário assegurar a transmissão aos alunos e alunas uma base comum de conhecimentos sobre os direitos e deveres da vida em sociedade, que permita o seu desenvolvimento pessoal, contribua para a construção de uma sociedade inclusiva e livre de discriminações. Neste contexto, a criação de uma disciplina obrigatória de Educação para a Cidadania deve representar um objectivo estratégico da actuação da Juventude Socialista na melhoria da qualidade da formação ministrada nas escolas básicas e secundárias portuguesas. Mais do que um mero conjunto de intenções cuja execução permanece na discricionariedade de cada estabelecimento de ensino, propomos um modelo ambicioso de Educação para a Cidadania assente nos seguintes vectores: • Carácter obrigatório da disciplina, com avaliação, nos vários ciclos do ensino básico e no ensino secundário;

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• Existência de programas pré-estabelecidos, adequando os conteúdos e seu grau de desenvolvimento e complexidade às faixas etárias dos alunos, abandonando o sistema actual de meras orientações generalistas; • Destaque nas componentes formativas para as áreas dos direitos fundamentais, da educação para a inclusão e não-discriminação, do conhecimento das instituições políticas e administrativas, nacionais e europeias, do funcionamento do sistema constitucional e legal, da preservação da memória histórica ligada à construção do Estado de Direito democrático, da preservação do ambiente e da eco-cidadania, • Formação especializada e contínua dos docentes encarregados da leccionação, abandonando a solução da entrega automática da disciplina ao director de turma; • Instituição de formas de interacção com a sociedade civil através de actividades fora do contexto escolar; • Enquadramento dos jovens alunos e alunas no tecido social, através de programas de experimentação de práticas laborais e cívicas, nos anos mais avançados do ensino secundário; • Aposta na transmissão dos valores democráticos através do exemplo histórico e da memória da resistência à Ditadura e da instauração da Democracia. Associado à aproximação dos 100 anos da Instauração da República, é essencial transmitir às novas gerações a carga valorativa do movimento republicano e da mutação cultural e política que representou e que continua representar para a sociedade portuguesa. b. Educação sexual O direito à saúde sexual e reprodutiva de mulheres e homens tem representado um aspecto essencial da actividade política da Juventude Socialista nos últimos anos. Conforme temos vindo a defender há largos anos, o combate às doenças sexualmente transmissíveis, a prevenção de gravidezes indesejadas, a consciencialização para uma sexualidade responsável e a luta contra as discriminações com base na orientação e actividade sexual devem ser abordadas no contexto de uma formação específica e obrigatória, integrada no currículo escolar do ensino básico e secundário. Na sequência da campanha pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez e da necessária abordagem integrada da realidade do planeamento familiar, a premência na reforma da educação sexual tornou-se ainda maior e mais evidente. Apesar dos diversos estudos de revisão do enquadramento curricular da matéria, está ainda por implementar um modelo adequado às necessidades e ajustado à realidade da escola pública portuguesa Assim sendo, a Juventude Socialista deverá bater-se por um modelo de educação sexual inovador e exigente, assente nas seguintes premissas: • Autonomização de disciplina curricular própria para a Educação Sexual a partir do 3.º ciclo do Ensino Básico, sem prejuízo da sua abordagem transversal até esse momento (e, se necessário e adequado, no restante percurso escolar) nas diversas disciplinas cujos conteúdos sejam adequados (Estudo do Meio, Ciências Naturais, Formação Cívica, entre outras) • Assegurar formação específica e contínua do corpo docente nesta área; • Sensibilização das escolas através de missivas oficiais sobre o propósito das políticas educativas nesta área; • Reforço de parcerias com entidades ligadas à saúde e planeamento familiar através de workshops, palestras, cursos de formação para alunos e professores, actividades lúdico-pedagógicas, diversificando os meios para lá dos recursos das escolas; • Previsão de ajustamento das matérias leccionadas aos níveis de ensino (designadamente como a previsão de “Educação para os Afectos” desde o primeiro ciclo com continuidade até à Educação sexual), bem como adequação das estratégias pedagógicas e da leccionação dos conteúdos à realidade social de cada Escola. • Inclusão nos curricula da disciplina e na abordagem transversal nas outras disciplinas da dimensão do combate à discriminação motivada pelo género e orientação sexual e abordagem das questões de identidade de género, encorajando o conhecimento, tomada de consciência e questionamento dos modelos e representações sociais dominantes, permitindo ultrapassar concepções estereotipadas e discriminatórias do outro. c. Novas tecnologias de informação À semelhança do que está a acontecer com as Actividades de Enriquecimento Curricular, a Juventude Socialista deve aposta na generalização, ao longo do primeiro ciclo, da formação dos alunos nas Novas Tecnologias da Informação. O investimento nesta área ao abrigo do Plano Tecnológico tem sido significativo nos últimos anos e importa tornar irreversível a aposta

na qualificação tecnológica das novas gerações, dotando-as de instrumentos essenciais para a sua qualificação futura. Ainda neste domínio, a progressiva introdução das novas tecnologias de informação nas salas de aula e a transversalidade da sua utilização por outras áreas curriculares deve representar um objectivo complementar do reforço da vertente tecnológica na escola pública.

4.2. Ensino Superior A intervenção da Juventude Socialista nas temáticas do Ensino Superior está gravada no código genético da nossa organização e representa uma dimensão significativa da actividade cívica e pública desenvolvida por muitos milhares de militantes da nossa organização. Num tempo de renovação, mudança e internacionalização nas instituições do Ensino Superior, a JS tem de estar na linha da frente da promoção das políticas públicas para o ensino Universitário e Politécnico, batendo-se pelo reforço da qualificação das instituições, pela sua avaliação, pela participação dos estudantes na vida académica e pelo sucesso da transição para uma realidade marcada pela Declaração de Bolonha. No entanto, o esforço reformador empreendido deve ser acompanhado de uma aposta renovada no combate às causas de abandono do ensino superior, cumprindo à JS acrescentar um conjunto de propostas com essa finalidade, que permitam reforçar os bons resultados que marcam a actual governação. De facto, o ensino superior público é hoje capaz de assegurar o acesso a uma percentagem sem precedentes de candidatos e um aumento do número absoluto de estudantes no ensino superior. A. Novo modelo de instituições de Ensino Superior a. Governação das instituições: o RJIES Tendo em conta que a principal inovação registada na área do Ensino Superior decorre da aprovação do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), o primeiro aspecto a constar do programa político da Juventude Socialista para os próximos dois anos tem de passar pela identificação dos aspectos positivos do novo quadro legal e das formas de o potenciar, sem descurar as necessidades de identificação de novos problemas e velhas dificuldades que devem ainda merecer a atenção redobrada da organização. Em termos de concepção do modelo de governação das instituições de ensino superior, a nova lei representa uma mudança de paradigma assente na abertura das escolas à sociedade civil, vindo ao encontro de muitas propostas subscritas pela JS e pela maioria dos estudantes. A integração de elementos externos às universidades e politécnicos representa seguramente o principal mecanismo de ruptura com o conservadorismo dominante em muitas das instituições de ensino e permitiu a entrada de uma lufada de ar fresco nas cátedras portuguesas. Cumpre, pois, potenciar esta oportunidade única e demonstrar aos críticos desta opção que a solução adoptada, longe de representar uma mercantilização da universidade e a sua rendição à iniciativa privada, serve uma finalidade de envolvimento da comunidade e de reforço da componente participativa e democrática do mundo académico, através da chamada de corpos da sociedade ao seu governo. Sendo este o espírito dominante na lei, cumpre assegurar a sua vigilância, evitando a deturpação deste objectivo através da designação invasiva de membros dos órgãos das instituições de personalidades dominados por concepções neo-liberalizantes e mercantilistas do mundo académico. Contudo, se a reforma tem um carácter positivo em relação à abertura à sociedade, a redução da presença de alunos nos órgãos de gestão e a ausência de garantias de participação dos funcionários não docentes deve merecer a reprovação da JS e um compromisso em procurar restaurar esta vital componente de democracia interna, de participação cívica e pluralidade nos órgãos da escola. Apesar da principal contrapartida positiva oferecida aos estudantes, assente nas competências reforçadas dos Conselhos Pedagógicos, entendemos que é possível assegurar uma intervenção mais qualificada dos alunos, aumentando a sua percentagem de representantes no Senado e criando conselhos de auscultação e participação junto dos reitores e directores dos órgãos executivos das unidades orgânicas.

b. Abertura da actividade das instituições à sociedade Conexa com a abertura das instituições de ensino superior à sociedade civil através dos seus órgãos de gestão, é de realçar a aposta na possibilidade de parecerias de investigação com entidades privadas (de natureza empresarial, associativa, cooperativa e outra), diversificando as possibilidades de financiamento de projectos académicos e reforçando a interacção com o mercado de trabalho. É neste contexto que a Juventude Socialista defende deverem ser desenvolvidos sistemas de incentivos às entidades privadas que promovam projectos de investigação científica em cooperação com universidades e politécnicos, particularmente aquelas que sejam depois capazes de assegurar colocação aos recém-licenciados envolvidos nos projectos, através de uma dupla aposta na qualificação e investigação e na abertura do mercado de trabalho a recém-licenciados. Acresce ainda que, uma vez que o RJIES prevê a obrigatoriedade de as instituições de Ensino Superior publicarem estatísticas de Emprego dos seus licenciados, a fiscalização do

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cumprimento desta norma deve ser severa, porquanto permitirá aos estudantes do Ensino Secundária tomarem uma opção mais esclarecida sobre o curso que pretendem seguir. Sem prejuízo da incontornável dimensão de produção e transmissão de conhecimento, as instituições de ensino superior não devem permanecer desligadas dos anseios dos jovens que as procuram em busca de qualificações adequadas aos seus desejos de empregabilidade e prosperidade. c. Avaliação Ainda no contexto da reforma do sistema de governo das universidades e politécnicos importa referir dois factores essenciais à sua avaliação, cujo acompanhamento deve ser assegurado pela Juventude Socialista e cujos resultados devem ser ponderados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: • Por um lado, urge garantir a publicitação concertada dos resultados dos inquéritos anónimos preenchidos pelos estudantes sobre as suas instituições de Ensino, abordando aspectos essenciais da vida das instituições como as condições de estudo, a avaliação dos docentes, a qualidade do ensino. O conhecimento efectivo da realidade do meio universitário e politécnico é condição essencial para prosseguir o caminho de reforma em curso e para permitir identificar problemas em aberto e novos desafios. Para além disso, representa um exercício de transparência e auto-avaliação que contribui para a credibilização do sistema de ensino. • Por outro lado, é importante assegurar que as enormes expectativas geradas em torno da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior não sejam goradas, dotando aquele organismo dos recursos humanos e financeiros para iniciar a sua actividade. Neste contexto, cumpre à Juventude Socialista promover as medidas necessárias para garantir a abertura do organismo aos anseios da comunidade académica, assegurando a participação dos estudantes no processo de avaliação, ainda que a título meramente consultivo. • Deverá ainda assegurar-se que o processo de avaliação de cursos assegura o igual tratamento de todos os cursos acreditados junto das ordens profissionais competentes, não podendo estas manter práticas discriminatórias em função da instituição que ministra o curso. d. Internacionalização e mobilidade Enquadrando-se a recente renovação do ensino superior português no quadro mais vasto da reorganização do espaço universitário à escala europeia, é importante desenvolver uma estratégia de internacionalização do ensino universitário e politécnico português e a mobilida-de internacional dos seus estudantes. Assim sendo, a JS deve procurar assegurar: • O reforço do apoio financeiro aos programas de mobilidade no espaço europeu (Programas Sócrates, Erasmus e Leonardo Da Vinci) de forma a assegurar que o acesso à internacionalização do ensino superior não fica reservado apenas aos estudantes com condições económicas para suportar os encargos da deslocalização; • O incentivo à celebração de parecerias internacionais entre instituições de ensino superior portuguesas e europeias, assegurando condições para a prossecução da investigação em território nacional e evitando a fuga de cérebros para algumas das melhores universidades europeias e norte-americanas. • Uma redobrada aposta na cooperação internacional com os Países de Língua Oficial Portuguesa, área por explorar na construção de espaços académicos internacionais e veículo adicional de promoção e salvaguarda da língua portuguesa; • Criação do programa Damião de Góis, homenageando o humanista português que estudou e leccionou em diversas universidades europeias e foi amigo pessoal do próprio Erasmus, instituindo a mobilidade entre instituições de ensino superior nacionais; B. Eliminação de barreiras económicas no acesso ao ensino superior Conforme a Juventude Socialista tem vindo a assinalar na sua intervenção política, o acesso à educação por todos os cidadãos e cidadãs interessados em expandir os seus conhecimentos e adquirir novas competências representa uma das principais formas de assegurar a igualdade de oportunidades e eliminação das barreiras económicas e sociais na prossecução do bem- estar e qualidade de vida. Assim sendo, continuar a assegurar que as políticas públicas continuam a acompanhar os jovens mais carenciados na sua caminhada até à obtenção do grau académico que prosseguem é uma tarefa fundamental da Juventude Socialista, que se desdobra em diversas facetas: Em primeiro lugar, é necessário redobrar os esforços de revitalização da acção social directa,

aumentando a qualidade e quantidade das prestações disponibilizadas, não recorrendo ao regime de empréstimos como forma alternativa de apoio social. Destacam-se as seguintes medidas a propugnar no mandato que se inicia: • Revisão do preço dos passes sociais de transportes públicos para estudantes, tendo em conta a localização dos estabelecimentos de ensino, a deslocalização dos estudantes e a vantagem da promoção simultânea de comportamentos ambientalmente racionais; • Introdução de preços reduzidos para estudantes em horário de menor intensidade de tráfego todos os dias da semana; • Apoio à utilização do transporte ferroviário nas deslocações inter-cidades dos estudantes deslocados, através da introdução de tarifas reduzidas que ponderem a distância do percurso; • Aposta no reforço da rede de residências universitárias, em pareceria com as autarquias locais, particularmente no que respeita à recuperação de centros urbanos e zonas devolutas, devolvendo população jovem aos centros das cidades; • Inclusão de apoio psicológico aos estudantes no quadro das prestações da acção social escolar, atenta a sua importância na ultrapassagem de problemas de adaptação ao ensino superior decorrentes, nomeadamente, da deslocalização, exigência de trabalho, necessidade de conciliação com actividade profissional; • Perante o risco de aumento do preço dos alimentos, manutenção do preço das refeições servidas nas cantinas em montantes acessíveis à população estudantil. Em segundo lugar, tendo presente o objectivo gradual de assegurar a gratuitidade progressiva do sistema educativo, cumpre destacar a necessidade de assegurar que, ao nível do financiamento do ensino superior, não só o valor das propinas do primeiro ciclo de estudos não conhece aumentos superiores à actualização salarial anual dos trabalhadores da Administração, como o valor das propinas do segundo ciclo não se tornará proibitiva nem dissuasora da continuação dos estudos, e que ficará obrigatoriamente fixada no mesmo valor do primeiro ciclo sempre que a obtenção do grau representar uma condição de acesso a uma profissão. A alteração do sistema de graus desacompanhada de uma alteração do sistema de financiamento corre o risco de produzir um agravamento de injustiça social, privando os mais carenciados de aceder aos níveis mais avançados de formação académica. Em terceiro lugar, no que respeita à protecção e incentivo aos trabalhadores estudantes, importa assegurar medidas destinadas a: • Fiscalização adequada do cumprimento do disposto no estatuto do trabalhador- estudante, quer pelas entidades patronais, quer pelas instituições de ensino superior; • Reforçar a oferta de cursos superiores em horário pós-laboral, permitindo conciliar a vida profissional com o investimento na formação académica; • Promover a inscrição de maiores de 23 anos no sistema de ensino, na lógica de reforço de qualificações em execução pelo actual governo do PS. Em quarto lugar, e em articulação com as medidas propostas em matéria de emprego, deve ponderar-se o estudo da isenção de propinas dos alunos que carecem de um estágio curricular para a conclusão das suas licenciaturas, atento o facto de, para além da actividade académica que desenvolvem, estarem já enquadrados numa actividade semi-profissional, a qual deve merecer o reconhecimento do valor económico da respectiva prestação através do referido reflexo no pagamento das propinas. Finalmente, ainda no contexto da reforma das instituições, urge o reconhecimento do estatuto de investigador, nomeadamente no que respeita ao acesso a prestações sociais e à realização de contribuições à segurança social pela entidade pagadora das bolsas enquanto trabalhador com direitos próprios,

5. Mais e melhor ambiente para tod@s A área da energia e ambiente tem sido sujeita nos últimos anos a um aumento considerável da atenção por parte da sociedade. As alterações que se têm registado ao nível da cotação do preço dos combustíveis fósseis nos mercados internacionais e o aumento da preocupação ambiental da sociedade têm levado a um crescente promoção de políticas sustentáveis. O empenho dos diversos países na implementação de políticas ambientais tem uma visibilidade ao nível da qualidade de vida dos cidadãos e da confiança na autoridade do Estado. A sustentabilidade das políticas hoje aplicadas irá determinar o bem-estar da nossa geração e das gerações futuras. A introdução de políticas ambientais tem na sua essência

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transversalidade relativamente a diferentes sectores da nossa sociedade, devendo-se encontrar o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento de políticas ambientais e o progresso económico. A intervenção da JS neste domínio deve assentar essencialmente na promoção de medidas para redução da factura energética, particularmente no domínio dos transportes, não perdendo de vista uma crescente dimensão ética na opção pelos biocombustíveis, atentos os riscos de encarecimento do preço dos bens alimentares que pode comportar.

5.1. Energia O capítulo da energia representa um dos maiores desafios ambientais e económicos dos próximos anos. A realidade portuguesa indica que há uma elevada dependência energética externa, que se cifra segundo os valores oficiais mais recentes em 85%. Esta situação deve-se em grande parte aos combustíveis fósseis que são importados na sua globalidade, influenciando posteriormente o aumento global da factura energética portuguesa. A aplicação da energia primária com origem fóssil consiste em essencialmente dois grandes vectores: a produção de energia eléctrica e o sector dos transportes. A utilização dos combustíveis fósseis tem igualmente uma implicação ao nível das emissões de carbono. Os compromissos assumidos na sequência do Protocolo de Quioto, definiram uma redução de 8% destas emissões ao nível da União Europeia face aos valores de 1992, e permitiram um aumento de 27% para a realidade nacional em 2012. A intensiva dependência dos combustíveis fósseis para a actividade económica tem todavia levado a que estes limites tenham sido ultrapassados, registando-se um aumento de 42,8% face aos valores medidos em 1992. O panorama energético actual faz com que seja fundamental uma forte intervenção nesta área. Verifica-se que os sucessivos Governos têm implementado medidas cada vez mais ambiciosas no panorama energético. No que respeita ao sector eléctrico, foram definidas uma série de políticas por parte do actual Governo, com o objectivo de ir ao encontro das metas e princípios decorrentes do direito comunitário. No ano de 2007, o Governo reforçou as metas inicialmente definidas em 2003, assumindo enquanto compromissos até 2010 assegurar que 45% de toda a electricidade consumida seja de base renovável, que os biocombustíveis utilizados nos transportes correspondam a 10% do consumo dos combustíveis rodoviários e que 5% a 10 % do carvão utilizado nas centrais eléctricas de Sines e do Pego seja substituído por biomassa ou resíduos. Para além disso, e no que respeita às emissões de carbono, o Plano Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) veio introduzir um conjunto de medidas com vista a uma melhor adequação ambiental da actividade económica portuguesa e ao cumprimento das metas definidas pelo Protocolo de Quioto. A promoção de políticas energéticas inclui igualmente a eficiência energética, especialmente ao nível dos edifícios e na sensibilização do consumidor sobre as melhores formas de utilizar a energia de uma forma racional, destacando-se a implementação da legislação relativa à certificação energética dos edifícios e o lançamento da microgeração, permitindo a produção de energia eléctrica de uma forma desburocratizada por parte de cada um dos consumidores de energia eléctrica. As vantagens desta forma de produção de energia não devem ser só medidas nas condições económicas estabelecidas, mas também ao nível do incentivo que introduz à aquisição de painéis solares térmicos, e ao melhor aproveitamento dos recursos energéticos. Na área da energia, as políticas seguidas por parte do Governo têm sido positivas, especialmente se for efectuada uma comparação ao nível europeu. Consideramos, todavia, que as políticas em vias de implementação constituem uma potencial plataforma para a introdução de medidas que possam fazer com que os consumidores, e instituições públicas e privadas se sintam motivados e sensibilizados para que também possam dar o seu contributo neste esforço ambiental positivo. A Juventude Socialista deverá, neste contexto, promover as seguintes medidas na área da energia: • A continuação das políticas definidas no que respeita ao aumento da percentagem de energias renováveis no consumo de electricidade. Ainda neste âmbito, dever-se-á investir suplementarmente na reversibilidade de barragens já existentes e em novas mini-hídricas, tirando-se assim o máximo proveito do potencial hídrico nacional. O investimento na investigação e desenvolvimento das tecnologias de produção de energia eléctrica a partir de fontes de energias renováveis deverá ser incentivado, permitindo criar o conhecimento tecnológico necessário à criação de um forte sector industrial nesta área; • O reforço da microgeração ao nível do total anual da potência instalada e na evolução das remunerações ao longo dos anos; • Implementação de alterações ao nível da iluminação pública, privilegiando-se formas mais eficientes, que poderão passar pela tecnologia LED ou por outras formas de iluminação pública de baixo consumo. Neste âmbito, as autarquias desempenham um papel fundamental, devendo ser introduzidos apoios ao nível de assessoria técnica e financeira para a implementação destas novas formas de iluminação; • Reforço dos programas sobre racionalização de energia ao nível do ensino básico e secundário; • Estabelecimento de metas ao nível dos organismos públicos para a redução da factura

energética, para que estes, para além de reduzirem os seus consumos, possam igualmente dar um exemplo positivo à sociedade sobre o seu comportamento energético, através da divulgação obrigatória dos dados sobre a sua factura energética. No que respeita aos biocombustíveis, definiu-se o objectivo de possuir até 2010 uma incorporação em 10% nos combustíveis rodoviários. Por outro lado, foi igualmente introduzido um conjunto de incentivos ao nível da fiscalidade. O panorama socioeconómico global deve levar a Juventude Socialista a defender a revisão desta meta em baixa e a apresentar medidas que permitam o desenvolvimento dos biocombustíveis sem se colocar em causa eventuais consequências na qualidade de vida das populações, especialmente nos países em vias de desenvolvimentos. A actuação da Juventude Socialista deverá orientar-se em torno de: • Incorporação de fontes bioenergéticas nacionais, procurando-se introduzir estas culturas em regiões socioeconomicamente menos favorecidas e com elevadas potencialidades de produção, como seja a Beira Interior e o Alentejo; • Utilização de óleos usados na produção de biocombustível, com aumento das quotas de produção respectivas; • Implementação de uma rotulagem nos biocombustíveis, em que se indique a origem das matérias-primas no que respeita à sua base bioenergética e à proveniência da produção; • Não utilização de bens com uso alimentar, nem de solos para o seu cultivo na produção de biocombustível;

5.2. Transportes A área dos transportes revela-se igualmente essencial na construção de uma política ambiental eficiente e capaz de responder aos desafios do presente. De facto, o sector dos transportes consome combustíveis fósseis a 99,4%, sendo uma das responsáveis pela elevada dependência energética portuguesa e pelas emissões de carbono. Em Portugal esta realidade é em grande parte da responsabilidade da utilização do transporte individual que se encontra profundamente enraizada, com consequências negativas para o ambiente urbano, para a qualidade de vida das populações e implicando elevados níveis de sinistralidade. O transporte individual é opção por parte 56,3 % dos portugueses nas suas deslocações diárias, quando a média comunitária é de 51,4%. O desafio colocado ao nível da utilização dos transportes, encontra-se na capacidade do Governo introduzir mecanismos que levem as pessoas a preferirem a utilização do transporte público face ao transporte individual. A. Intermodalidade O incentivo à mobilidade dos cidadãos a nível nacional só será possível com a criação de uma rede de transportes integrada. A forma de implementação desta rede deverá passar por uma forte intermodalidade entre as diferentes formas de transporte público nas seguintes vertentes: • Introdução de um sistema de informação nacional através da Internet com simuladores de percursos com as diversas opções de transporte e tarifários correspondentes (GPS do transporte público); • Implementação a nível nacional de um sistema de bilhética e de passes sociais únicos ao nível urbano e suburbano; • Reforço na criação de centros intermodais de transporte que permita a interligação entre as diferentes formas de transporte e a complementaridade destas com o transporte individual; • Alargamento dos horários dos transportes urbanos e inter-urbanos com o intuito de se adaptarem ao quotidiano da vida dos jovens, seguindo experiências europeias de funcionamento nocturno do metro aos fins-de-semana e feriados; • Interligação entre as formas de transporte de longo curso e suburbano/urbano, para que um título de transporte de longo curso possa ser válido por uma viagem na rede de transportes suburbanos/urbanos da localidade de destino; • Instalação definitiva de autoridades metropolitanas e regionais de transporte que assegurem as diversas competências no sector dos transportes que actualmente se encontram dispersas por diversos organismos;

B. Transporte ferroviário O modo de transporte ferroviário, enquanto forma de transporte com menores impactos a nível ambiental e da qualidade de vida da sociedade, deverá ser sujeito a fortes melhorias por parte do Governo. Estando praticamente todo o serviço ferroviário atribuído a uma empresa pública,

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deve o Governo intervir de forma a assegurar um verdadeiro serviço público que reforce a coesão nacional. Assim, deve o transporte ferroviário apresentar um conjunto de medidas comerciais que respondam às necessidades de mobilidade dos jovens, e os desincentivem desde cedo a depender do transporte individual. Num passado recente, a apresentação do Intra-Rail foi o exemplo consumado do que pode ser uma oferta integrada de transportes para jovens. Neste aspecto, a Juventude Socialista apresenta as seguintes propostas para o incentivo à utilização do transporte ferroviário: • Adequação da oferta comercial ferroviária à mobilidade juvenil, criando-se soluções comerciais de fim-de-semana em certos percursos; • Melhoria das condições da infra-estrutura ferroviária e construção de novas ligações entre cidades de média dimensão, permitindo melhorar a coesão nacional; O reforço da oferta ferroviária terá como consequência a apresentação de uma alternativa válida à excessiva dependência no modo rodoviário, a qual tem demonstrado em momentos pontuais a sua fragilidade. A nível de transporte de mercadorias devem-se continuar os investimentos ao nível de parques logísticos e reforço das infra-estruturas portuárias que permitam a criação de uma intermodalidade entre as diversas formas de transporte. C. Veículos rodoviários Em paralelo à aposta em transportes públicos, é fundamental uma intervenção ao nível dos veículos rodoviários individuais. Actualmente, o Governo já introduziu medidas ao nível do imposto automóvel (introduzido com base nas emissões de carbono) e do programa de veículos em fim de vida. O acesso ao transporte individual deverá ser efectuado numa perspectiva ambientalmente positiva, sabendo que o mesmo é essencial para diferentes sectores da actividade social e económica do país. Deve assim haver uma forte aposta numa melhor eficiência dos transportes individuais, numa perspectiva de redução das emissões de gases ambientalmente nocivas produzidas pelos mesmos e do aumento da independência energética do sector dos transportes face aos combustíveis fósseis. Assim, a Juventude Socialista propõe as seguintes medidas para os transportes individuais: • Efectivação dos incentivos já sugeridos pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista no que respeita à aquisição de veículos eléctricos, tal como para a instalação de fábricas e investigação dedicada ao desenvolvimento deste tipo de veículos; • Reforço dos programas de veículos em fim de vida, com o intuito de proceder a uma renovação do parque automóvel nacional; • Introdução de incentivos fiscais para a implementação de filtros de partículas em veículos a gasóleo; • Diferenciação no pagamento de portagens por parte de veículos em função do número de ocupantes; • Criação de sistemas públicos de carsharing (partilha de veículos) e carpooling (sistemas de recolha de passageiros); O transporte rodoviário público colectivo deverá igualmente ser mais eficiente, promovendo-se a utilização de autocarros com consumos energéticos mais reduzidos. Dever-se-á igualmente adaptar a implementação de autocarros aos respectivos percursos, introduzindo-se autocarros de reduzidas dimensões para percursos que o tal exijam. O desenvolvimento da implementação de autocarros urbanos movidos a gás natural ou a hidrogénio deverá ser igualmente efectuada por parte das autarquias com um eventual apoio técnico e financeiro do Estado. A mobilidade urbana diária deverá igualmente ser incentivada através do desenvolvimento de ciclovias, respeitando-se assim os equilíbrios ambientais e promovendo simultaneamente a qualidade de vida dos cidadãos. Neste sentido, as autarquias deverão introduzir nas novas vias rodoviárias, percursos paralelos de ciclovias, sempre que as condições orográficas o permitam. Por outro lado, e dentro da rede rodoviária já existente, as autarquias deverão introduzir ciclovias que permitam ligar pontos urbanos de maior importância, sempre que as condições orográficas o permitam.

5.3. Água No que respeita ao aproveitamento racional dos recursos ambientais, particular atenção deve ainda ser dedicada aos recursos hídricos. Neste plano merecem particular atenção e destaque medidas nas seguintes áreas: • Melhoria dos sistemas de abastecimento de água, através da introdução de distribuição diferenciada de água para consumo humano e água para outras utilizações, proveniente de tratamento de águas residuais; • Maior eficiência nas redes públicas de distribuição, reduzindo os níveis de desperdício no transporte verificados actualmente;

• Diferenciação dos preços da água em função do volume gasto por número de utilizadores em cada habitação; • Promoção de políticas de sensibilização da população para a racionalização do consumo de água, através de comportamentos ambientalmente sensíveis a nível doméstico, na agricultura e indústria e nas instituições públicas; • A garantia da qualidade da água dos rios através da criação dos mecanismos que assegurem uma correcta fiscalização das transgressões à legislação, aumentando-se devidamente os valores das coimas por descargas ilegais. • Finalmente, a gestão dos recursos hídricos, ao nível da sua captação, tratamento e distribuição, deve permanecer na esfera pública, seja ao nível dos municípios, seja ao nível de associações intermunicipais.

5.4. Ordenamento do território Finalmente, e na medida em que o ordenamento do território representa uma das principais vias de salvaguarda do ambiente e recursos naturais, a JS deverá assumir a defesa da manutenção da influência dos serviços do Estado, não atribuindo por completo esta responsabilidade ao poder local. O Estado deve reforçar o seu papel fiscalizador, identificando situações de ilegalidade perante as disposições ao nível dos limites de Rede Ecológica Nacional e de Reserva Agrícola Nacional. A revisão dos Planos Directores Municipais tem de responder a uma política objectiva de desenvolvimento harmonioso das comunidades com uma visão de médio-longo prazo, integrando as diferentes funcionalidades e organismos de um concelho. Os solos, enquanto recurso endógeno para a produção alimentar nacional, deverão ser sujeitos a uma utilização racional. Neste sentido, na introdução das regras respeitantes à utilização dos solos tem de se encontrar um equilíbrio racional entre as exigências dos consumidores e a exploração sustentada dos recursos naturais. Ainda neste plano, um dos graves problemas da gestão ambiental portuguesa constitui a definição de políticas para a orla costeira. Verifica-se actualmente que grande parte da mesma se encontra num processo de erosão que exige a definição de uma política para a defesa do litoral, salvaguardando-se a segurança das populações. Para tal, é fundamental desenvolver os mecanismos de inspecção que visem identificar situações de construção ou de exploração económica ilegal, reformar o quadro legal aplicável e assegurar o cumprimento cabal das disposições dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira.

6. Mais direitos e liberdades fundamentais para tod@s A defesa dos direitos e liberdade fundamentais de todos e todas as cidadãs está seguramente entre as principais características distintivas do socialismo democrático moderno, e é uma parte irrenunciável do lastro histórico do movimento socialista e das lutas pela progressiva libertação, emancipação e dignificação da Humanidade. No caso da Juventude Socialista e do Partido Socialista, as nossas raízes republicanas impõem-nos a luta pela igualdade real entre todos os membros da sociedade erguendo numa das nossas principais bandeiras e prioridades políticas. A construção de uma República mais livre, justa e fraterna assenta na solidez do pilar dos direitos e das liberdades fundamentais. A Juventude Socialista tem de estar à altura da tremenda responsabilidade que daí decorre, promovendo a discussão, dentro e fora da sua estrutura e da do Partido Socialista sobre a necessidade de aprofundar e intensificar a tutela dos direitos de todos e todas. É neste contexto exigente que uma moção global de estratégia de uma candidatura à liderança da Juventude Socialista não pode deixar de reivindicar um programa ambicioso de debate e implementação de uma nova geração de direitos fundamentais.

6.1. Igualdade de género A. Participação política A promoção da igualdade entre homens e mulheres tem vindo a conhecer um progresso significativo na sociedade portuguesa em anos recentes. Graças à intervenção do Partido Socialista, Portugal conta-se hoje entre os países do mundo que colocaram a promoção activa da participação política das mulheres no topo das suas prioridades, através da aprovação da Lei da Paridade. A Juventude Socialista tem de acompanhar com rapidez o progresso que o PS e a sociedade portuguesa já evidenciaram., introduzindo mecanismos de reforço da participação de ambos os géneros de forma equilibrada na estrutura da organização. A introdução de mecanismo de paridade através da reforma estatutária representa o principal

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meio de o alcançar, mas terá de ser acompanhado de acções de sensibilização e de uma aposta em incrementar a militância de jovens mulheres na JS. Contudo, é relevante espalhar o princípio pelas principais forças sociais onde a participação cívica começa a despontar, demonstrando que a igualdade no acesso aos órgãos directivos de organizações não governamentais, particularmente as associações jovens, deve representar um objectivo a incentivar pelos entes públicos. No quadro do sistema de apoio financeiro e material às organizações jovens inscritas no Registo Nacional de Associações Jovens, a Juventude Socialista deverá enveredar esforços no sentido de ser potenciado o apoio dado às organizações que almejem a paridade nos seus órgãos directivos, discriminando-os positivamente e incentivando a sua coragem de quebrar estereótipos. B. Acesso ao mercado laboral Sendo certo que uma das camadas da população que enfrenta um leque de dificuldades mais profundo no acesso ao mercado de trabalho são as jovens mulheres, o combate à discriminação de género no mundo das relações laborais deve ser erguido em prioridade das políticas de incentivo a empregabilidade jovem. Sublinhe-se, contudo, que a referida discriminação reveste diversas facetas distintas: diversidade de remunerações entre homens e mulheres para funções equivalentes com habilitações idênticas, maiores índices de precariedade na contratação e maiores dificuldades de acesso a posições de chefia e responsabilidade. Neste contexto, deve a JS encarar o problema de forma integrada, na perspectiva da jovens portuguesas no mercado de trabalho, apontando para: • Mudança de mentalidades quanto à paternidade e maternidade, neutralizando quaisquer preconceitos que o empregador possa ter quanto ao risco de contratação de uma funcionária do sexo feminino. A instituição da licença de paternidade de gozo obrigatório e a igualdade de gozo de direitos quanto ao exercício da parentalidade revelam-se ferramentas indispensáveis neste processo de mudança de comportamentos; • Consciencialização da necessidade de compatibilizar a vida profissional e familiar de homens e mulheres, com vista a uma justa distribuição de tarefas profissionais e domésticas. Os dados estatísticos continuam a revelar que as concepções sociais quanto à distribuição do trabalho doméstico continuam a onerar de forma desproporcional as mulheres em relação aos homens, sendo que o resultado final da distribuição de trabalho pago e trabalho doméstico revela que as mulheres trabalham em média mais 2 horas por dia do que os homens. Cumpre promover uma alteração drástica deste padrão, através de medidas de incentivo de opções das entidades empregadoras que favoreçam, na organização de tempo de trabalho, mecanismos de conciliação para ambos os membros do casal; • Promoção de políticas de repressão de tratamentos remuneratórios discriminatórios e de vias de progressão diferenciada nas empresas em função do género, com reforço de meios da Comissão para a Igualdade no Trabalho e Emprego na sua tarefa de resposta às queixas de comportamentos discriminatórios e da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género no que respeita a acções de sensibilização; • Aposta na sindicalização e nas actividades desenvolvidas pelas estruturas especializados dos sindicatos no combate à discriminação nos locais de trabalho. No caso da JS, como veremos, esta aposta deve também passar pela dinamização dos núcleos de empresa e pela sua interacção com os sindicatos e pela especial atenção a dedicar à matéria da igualdade no mercado de trabalho. C. Empreendedorismo feminino jovem Na sequência dos diversos programas de apoio ao empreendedorismo feminino em vias de execução pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, a JS deve propugnar pela especialização de alguns eixos dos programas na realidade específica das jovens com menos de 30 anos, que procuram desenvolver projectos inovadores e que deparam não só com as dificuldades de obtenção de financiamento típicas da sua faixa etária, como ainda se têm de confrontar com as barreiras invisíveis e telhados de vidro que se erguem, produto da desconfiança social assente em estereótipos de género ainda dominantes. D. Violência de género A sensibilização nacional para o problema das formas de violência de género deve ser enquadrada nas prioridades de campanhas nacionais da Juventude Socialista nos próximos anos. Para além da questão central da violência doméstica, que tem merecido atenção redobrada das autoridades públicas nos anos recentes, o combate às formas de violência associadas ao tráfico de seres humanos, nomeadamente para efeitos de exploração sexual, deve constituir um foco de atenção da JS. Um dos eixos do III Plano Nacional Contra a Violência Doméstica assenta precisamente nas acções de sensibilização dirigidas à população estudantil do ensino básico. Neste contexto, a JS deve mobilizar as suas estruturas locais e, particularmente, os seus núcleos de escola para o desenvolvimento das campanhas de sensibilização e esclarecimento. Para além da

intervenção no nível do ensino básico, a JS deve ainda procurar alargar a sua intervenção nos domínios do ensino secundário e superior, onde a questão assume igualmente uma dimensão preventiva e de apoio às vítimas. No que respeita ao tráfico de seres humanos, a actuação da JS nas organizações internacionais de que é membro, particularmente aquelas que integram membros provenientes de países de origem do fenómeno do tráfico, deve assentar igualmente procura de parecerias para acções de sensibilização, prevenção e procura de respostas integradas. E. Saúde sexual e reprodutiva O resultado do referendo de 11 de Fevereiro de 2007 sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez marcou o fim de uma fase de luta pelo direito à saúde sexual e reprodutiva das mulheres em Portugal e a vitória numa batalha histórica da JS. Contudo, o caminho a percorrer até que o fenómeno das gravidezes indesejadas e o flagelo do aborto clandestino possam ser apenas uma memória de outros tempos ainda é exigente e vai carecer do mesmo nível de dedicação da Juventude Socialista. Um dos elementos referidos várias vezes no decurso da campanha foi o da visão integrada da saúde sexual e reprodutiva. Importa agora tomar as medidas necessárias para o assegurar. • Assegurar a implementação de um modelo de Educação Sexual eficaz e conforme aos objectivos de emancipação e esclarecimento sobre os direitos sexuais e reprodutivos, nos termos já apresentados; • Realização complementar de acções formativas nas escolas e estabelecimentos de ensino superior, com intervenção de profissionais de saúde e de associações que se dedicam ao planeamento familiar, • Garantir apoios públicos a iniciativas da sociedade civil, quer no plano do planeamento familiar, quer no plano do apoio às jovens e seus companheiros que se vêm confrontados com a necessidade de tomar uma decisão informada e consciente sobre a sua gravidez. • Intensificar o acesso às consultas de planeamento familiar nos centros de saúde e agilizar ainda mais os mecanismos de distribuição gratuita de meios de contracepção, que são muitas vezes interrompidos por esgotamento de stock. • Introdução de máquinas de venda de preservativos nos estabelecimentos de ensino; • Identificação dos contextos sociais económicos e geográficos da realização da interrupção voluntária da gravidez e orientar as políticas públicas e os meios disponíveis para a sua prevenção.

6.2. Igualdade na Orientação sexual As discriminações com fundamento na orientação sexual representam hoje na sociedade portuguesa uma das principais causas de desigualdade de tratamento entre cidadãos e cidadãs da República. Não só ainda detectamos enraizadas, nalguns sectores da sociedade, visões conservadoras e homofóbicas quanto à orientação sexual, como o sistema jurídico e as autoridades públicas mantêm na lei e nas suas práticas o tratamento discriminatório dos membros da comunidade LGBT. A. Casamento civil e adopção por casais de pessoas do mesmo sexo A alteração do Código Civil, eliminando a proibição de casamento entre pessoas do mesmo sexo e permitindo a todos os cidadãos e cidadãs constituir família com plena garantia dos direitos e deveres do contrato de casamento deve continuar a representar uma prioridade na luta da JS pela igualdade de direitos para todos. Trata-se da mais evidente e gritante discriminação com assento na lei, cujo desaparecimento contribuirá para a realização das aspirações de milhares de portugueses e portuguesas e representará um passo decisivo no combate à homofobia e no estender da protecção do Estado a todos os cidadãos, sem excepções motivadas por preconceitos. A JS deverá reiterar e promover o debate junto do Partido Socialista para que este, na linha da sua tradição progressista de defesa da igualdade e dos direitos fundamentais, integre no seu fundo programático esta bandeira da esquerda socialista democrática. Associada à questão do casamento, a possibilidade de adopção por casais constituídos por pessoas do mesmo sexo deve igualmente ser inserida na agenda política da JS e alargado o seu debate pela estrutura. O resultado dos mais recentes debates sobre a temática e a experiência espanhola têm revelado o carácter infundado dos receios quanto à homoparentalidade e a as suas vantagens face à manutenção prolongada da institucionalização de crianças sem família. B. Identidade de género No plano legislativo, a Juventude Socialista deve promover a apresentação de um projecto de

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lei sobre identidade de género, permitindo às pessoas transexuais a mudança de nome e de sexo no registo civil, salvaguardando o direito fundamental à identidade pessoal e ao livre desenvolvimento da personalidade. Entre nós, a possibilidade de mudança de nome e sexo está ainda dependente de procedimentos morosos, sujeita à aplicação de uma lei que consagra requisitos excessivamente restritivos, com obrigatória intervenção judicial, produzindo resultados díspares em função do grau de preparação dos magistrados e da sua sensibilidade para a questão. A igualdade e o livre desenvolvimento da personalidade não podem ficar dependentes da ausência de preconceitos do decisor, devendo ser a própria lei a apontar uma solução clara e simples. Note-se que em Espanha, idêntica medida foi aprovada por unanimidade em ambas as câmaras do parlamento. C. Combate à discriminação baseada na orientação sexual Finalmente, a igualdade na orientação sexual pressupõe ainda uma actuação permanente de combate à discriminação, em diversas frentes e de várias formas, nomeadamente através de: • Desconstrução de estereótipos e preconceitos sobre a orientação sexual, particularmente na comunicação social, e denúncia de manifestações de homofobia latente e erradamente descritos como inofensivos; • Inclusão no currículo de Educação para a Cidadania e de Educação Sexual de conteúdos de desincentivo de comportamentos discriminatórios e de promoção de medidas de inclusão de todos os membros da comunidade; • Promoção de boas práticas na Administração Pública, particularmente entre as forças de segurança que têm de lidar em primeira com o combate à discriminação e com a repressão de comportamentos violentos a ela associados; • Reforço das medidas de repressão penal para comportamentos discriminatórios violentos.

6.3. Combate ao racismo e xenofobia As tentativas recentes de crescimento de movimentos xenófobos e racistas de extrema-direita não devem ser recebidas com alarmismo nem com excessos de mediatização, que não traduzem a real representatividade desses movimentos, apenas lhes oferecendo canais gratuitos de publicitação do seu ideário discriminatório. Contudo, é indispensável que a JS ofereça uma resposta firme e uma denúncia clara dos intuitos atentatórios do respeito pelos valores essenciais da democracia e do Estado de Direito e apresente um programa integrado de reacção ao fenómeno: • Combate aos fenómenos de racismo e xenofobia através da promoção de acções de sensibilização, articulando as suas intervenções com movimentos sociais e outras forças políticas que se encontrem em sintonia com a opção; • Formação dos militantes para as formas de reacção e contenção de fenómenos de extrema-direita nacionalista e xenófoba, recolhendo a aprendizagem das organizações políticas europeias que se tem debruçado sobre a temática ao longo dos últimos anos; • Aposta no currículo de Educação para a Cidadania para a transmissão dos valores de inclusão e de combate à xenofobia.

6.4. Inclusão A sociedade portuguesa do presente é marcadamente mais plural e diversa do que há 20 anos. A recente alteração da Lei da Nacionalidade reconheceu precisamente esta evolução, garantindo às gerações de descendentes das comunidades de imigrantes o acesso à cidadania portuguesa e reconhecendo que a integração na comunidade nacional dos imigrantes que em Portugal residem, trabalham e contribuem para o erário público deve conduzir à concessão de nacionalidade. O reconhecimento perante a lei é, contudo, apenas um dos passos a dar para assegurar a integração plena de todos os imigrantes e de todos os novos Portugueses. É necessário desenvolver políticas públicas em diversas áreas para alcançar este objectivo: • No que respeita ao acesso a prestações sociais, as entidades públicas devem assegurar cobertura idêntica aos imigrantes, assente no princípio de igual tratamento de contribuintes para o erário público e de igual distribuição dos benefícios da solidariedade social; • A escola pública deve ser valorizada não só enquanto elemento de integração social e de redução das desigualdades, mas também como local de transmissão de conhecimentos da língua, cultura e história dos locais de origem das comunidades imigrantes;

• No contexto da Juventude Socialista, o aprofundamento de laços de colaboração com associações de apoio às comunidades imigrantes deve representar um eixo de reforço de actuação e relacionamento com os movimentos sociais. A este objectivo, acresce ainda a introdução nos estatutos da organização da possibilidade de militância por jovens de outras nacionalidades com residência em Portugal. • Finalmente, e no contexto de uma futura revisão constitucional, deve ponderar-se o alargamento da capacidade eleitoral aos imigrantes que, apesar de não serem cidadãos da República Portuguesa, aqui residem, trabalham e contribuem para a riqueza nacional há tempo suficiente para estabelecer laços com a comunidade política e participar na tomada das decisões que enquadram a sua vida quotidiana.

6.5. Liberdades fundamentais A. Procriação medicamente assistida Ao nível dos direitos reprodutivos, os recentes desenvolvimentos nas técnicas de reprodução medicamente assistida determinam a necessidade de estabelecer um enquadramento jurídico que discipline o recurso a estas técnicas. Contudo, os critérios de construção da lei devem assentar em consenso da comunidade para salvaguarda da saúde e da segurança das pessoas que se submetem aos procedimentos, não devendo assentar nas concepções filosóficas, ideológicas ou religiosas de apenas alguns. O tratamento da infertilidade deve, pois, estar acessível a todos e todas que desejem fazer uma opção esclarecida pela paternidade ou maternidade. Consequentemente, a lei deve, por um lado, eliminar as barreiras injustificadas ao recurso a estas técnicas (nomeadamente no que se reporta a mulheres solteiras) e facultar a sua prestação, através do Serviço Nacional de Saúde, aos casais que não disponham de meios para aceder de outro modo ao tratamento. B. Eutanásia O debate em torno da opção pela tomada de decisão livre e esclarecida de um ser humano em por termo à própria em vida em condições de dignidade não gerou ainda qualquer intervenção legislativa reformadora da legislação penal. A JS deve prosseguir o acompanhamento da matéria e alargar o debate que se iniciou em vários pontos do planeta, em linha com o ideário progressista que a caracteriza e evidenciando a necessidade de considerar o respeito pela vontade individual e pela dignidade de cada um. C. Legalização das drogas leves Estando demonstrado que o consumo de drogas leves, como os canabinóides, não tende a conduzir ao consumo de drogas duras, é importante rever as políticas públicas sobre combate e prevenção da toxicodependência, separando a abordagem repressiva das drogas duras da matéria das drogas leves. Em relação a estas, afastado o espectro de caminho para a toxicodependência, a questão de fundo respeita essencialmente a um exercício de liberdade individual, sem consequências irreversíveis para o próprio ou para terceiros. O combate ao comércio dos narcotraficantes será mais eficaz, sem dispersão de recursos, num contexto de legalização de drogas leves, assim como será mais seguro o acesso a estas substâncias, perante as possibilidade de fiscalização e acompanhamento por autoridades públicas da sua comercialização. D. Regulamentação da prostituição A questão da regulamentação da prostituição representa um debate antigo no seio da Juventude Socialista, cuja síntese é cada vez mais consensual. Apesar da complexidade do problema e da necessidade de assegurar uma resposta adequada a todos os problemas sociais e jurídicos conexos com o fenómeno (exploração económica, tráfico de seres humanos, associação a actividades ilícitas). A prostituição continua hoje livre de regulamentação jurídica, mas torna-se cada vez mais clara a necessidade de reconhecer que a legalização da actividade permitiria a identificação dos factores de pobreza e exclusão social que podem estar na origem da prostituição e o desenvolvimento de estratégias de resposta, contribuiria para a redução dos riscos de exploração sexual, asseguraria maior prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e ofereceria a protecção da ordem jurídica a quem, de forma livre e esclarecida, fizesse uma opção nesse sentido.

7. Mais e melhor participação cívica de tod@s Com particular projecção mediática recente, o recorrente debate sobre os níveis de participação cívica e política das camadas mais jovens da população continua a representar uma fonte de preocupação, muita vezes infundadas. O referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez do passado ano revelou claramente que o cenário negro que usualmente é descrito a respeito desta temática não corresponde à realidade: para além de terem acorrido às urnas a participar no acto

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referendário, os jovens representaram um dos principais grupos de activistas e interessados na campanha para o referendo, através da constituição de movimentos de defesa das suas posições em confronto, da participação massiva em acções de esclarecimento e de campanha e da realização de eventos e debates, muitos dos quais no contexto das suas instituições de ensino, que contribuíram para enriquecer o exercício de democracia directa vivido pelo País em Fevereiro de 2007. Mais do que procurar promover análises catastrofistas sobre um eventual desinteresse dos jovens pela participação na vida pública, a Juventude Socialista deve empenhar-se em trazer a público os bons exemplos de dedicação a causas cívicas, muitos dos quais através de formas inovadoras de intervenção, com recurso a novas tecnologias e ferramentas da sociedade de informação, e promover e dinamizar novas e variadas formas de participação cívica Por um lado, será importante assegurar que não se cria um fosso entre as instituições da democracia representativa e os jovens (e as restantes camadas da população), sendo para isso inovar nas próprias formas de relacionamento e organização destas instituições com os cidadãos. Por outro lado, há que potenciar o aparecimento de iniciativas com raízes directas na própria sociedade civil, aproveitando o espírito de associativismo e voluntariado indispensável a este exercício.

7.1. Educação Cívica e Política Conforme se referiu no capítulo sobre Educação, é imperioso rever os modelos de leccionação e conteúdos das disciplinas da área da Educação para a Cidadania. É nesse momento formativo dos futuros cidadãos e cidadãs que se joga grande parte da qualidade da democracia portuguesa do século XXI. Para além das propostas já apresentadas em sede de ensino básico e secundário, importa igualmente aposta na formação cívica e política dos estudantes do ensino superior. Não se tratando já nesta sede de inclusão de conteúdos curriculares obrigatórios nos planos das licenciaturas das universidades e politécnicos, há que implementar a existência de disciplinas extra-curriculares, com peso na aquisição de créditos para a conclusão dos concursos em que se ministrem conhecimentos relacionados com a formação cívica e política e em que se procure fomentar a intervenção cívica dos estudantes do ensino superior. No plano interno da Juventude Socialista, importa continuar a aposta na formação e qualificação política dos seus militantes, apoiando as iniciativas desenvolvidas ao nível das estruturas locais, concelhias e federativas, e promovendo eventos nacionais de debate e formação nas áreas de actuação da JS. Neste contexto, a organização e institucionalização de uma Universidade de Verão da Juventude Socialista deve representar um objectivo deste capítulo. A participação em eventos internacionais promovidos pelas organizações de que a JS faz parte deve ainda ser dinamizado e recolher maior divulgação entre as estruturas, aproveitando de forma mais eficaz uma fonte adicional de qualificação dos militantes. Ainda neste capítulo, a produção de dossiers informativos e de argumentários relativos às principais propostas políticas da Juventude Socialista devem continuar a representar uma forma de transmissão de informação aos militantes e às estruturas, assegurando-se a sua disponibilização através do portal da JS na Internet.

7.2. Associativismo e movimento sindical Da perspectiva da Juventude Socialista, a aposta nos movimentos associativos e sindicais revela-se duplamente relevante. Em primeiro lugar, tendo presente a vontade de dinamização da participação cívica dos cidadãos e cidadãs mais jovens, é ainda no contexto tradicional das associações não governamentais que a maior parte da intervenção cívica é veiculada. Importa, pois, dotar essas organizações, particularmente aquelas compostas maioritariamente por jovens, de apoios e meios eficazes para a realização dos seus fins. Apesar da necessidade de reforço foi positiva a aprovação, em 2006, de uma nova Lei do Associativismo Jovem que reforçou o número de programas de apoio às associações, especialmente ao nivel da Formação. Em segundo lugar, porque a intervenção de activistas nos movimentos sociais que prosseguem actividades caras às bandeiras da Juventude Socialista (ambiente, integração de imigrantes, combate às discriminações, planeamento familiar, entre muitas outras) devem ser apoiados e incentivados a trabalhar com a JS na defesa dos mesmos fins. A vitalidade da JS será tanto maior quando for capaz de dialogar com os movimentos sociais, promover iniciativas conjuntas e realizar os seus objectivos com o maior número de apoiantes possível. Sem prejuízo de outras apostas na intervenção junto dos movimentos associativos, o movimento sindical, pela sua importância para uma das principais áreas de actuação da JS, o emprego jovem, e pelas raízes umbilicais ao movimento e ideários do socialismo democrático, deve ser objecto de particular atenção no decurso do presente mandato. A criação da Tendência Sindical Jovem Socialista através da ligação em rede dos núcleos de empresa com militantes sindicalizados e da sua representação junto dos órgãos nacionais da JS representa parte dessa aposta. O outro principal vector deve assentar na realização de campanhas internas de promoção da sindicalização dos militantes da JS, da consciencialização, através de acções de formação interna, do relevo do movimento sindical na defesa dos direitos dos trabalhadores e da melhoria da qualidade de vida da população activa, conjuntamente com a tendência sindical socialista e as centrais sindicais.

7.3. Valorizar os Conselhos Municipais de Juventude A aprovação pela Assembleia da República do projecto de lei apresentado pela Juventude Socialista para a constituição obrigatória de Conselhos Municipais de Juventude em todos os municípios do país veio possibilitar a dinamização de um novo centro de participação qualificada na vida política e social das comunidades locais. Na fase de implementação nacional dos CMJs nas autarquias que ainda não os haviam instituído e de conformação ao novo modelo naquelas que já dispunham daquela estrutura, a JS deve dinamizar a actuação dos municípios para alcançar esse objectivo até ao final do actual mandato autárquico, devendo ainda desenvolver, junto das suas estruturas locais, mecanismos concertados de acompanhamento e valorização dos trabalhos dos Conselhos Municipais de Juventude.

7.4. Formas de participação Uma das principais formas de combater o risco de afastamento entre as instituições e os cidadãos passa pela aposta no seu envolvimento no processo de tomada de decisões que, sem substituir os mecanismos da democracia representativa, venha aditar uma nova dimensão de participação, enriquecendo as opiniões e a informação ao dispor dos decisores políticos e permitindo mesmo a devolução de decisões a própria comunidade. Neste campo podem desenvolver-se diversas iniciativas de relevo: • Implementação de Orçamentos participativos, enquanto mecanismos de co-decisão, ao nível autárquico, reservando uma fatia dos recursos municipais para projectos definidos pelos próprios cidadãos eleitores; • Promoção de mecanismos de consulta pública alargada, particularmente através de meios informáticos e com recurso à internet e especialmente dirigidos a políticas que possam afectar os jovens (habitação, educação, mobilidade, emprego). Mais uma vez, é ao nível autárquico que a eficácia e potencial de sucesso deste tipo de medidas se pode revelar mais frutuoso. Ainda neste contexto, e como condição de acesso à participação, deve reforçar-se a transparência e o acesso à informação, pelo que os sítios para discussão pública on-line de propostas de políticas públicas devem também ter formas ágeis de solicitar e aceder a informação relevante para o processo de participação. • Associado ao ponto anterior, deve a Administração Pública assegurar igualdade no tratamento dos cidadãos, através da utilização de software livre nos seus sites, particularmente os que contêm informação destinada ao público em geral. Assim se salvaguardará a liberdade de cada utilizador em escolher o software com que quer trabalhar individualmente e se evitará o aparecimento de barreiras desnecessárias ao contacto com a Administração; • No quadro da discussão de propostas de políticas de Juventude, a JS deve também reivindicar uma configuração dos espaços de participação e diálogo que preveja mecanismos de consulta com base no modelo triangular de construção das políticas de juventude, assente no contacto entre as organizações representativas dos jovens, investigadores e especialistas académicos e decisores políticos; • Internamente, a JS deve igualmente procurar reforçar a auscultação das estruturas e dos militantes em relação aos documentos e iniciativas essenciais da sua actividade, com recurso ao Portal da organização na Internet e novos meios da sociedade de informação.

8. Mais e melhor descentralização, proximidade e coesão para tod@s A descentralização democrática do poder político representa uma das principais conquistas da Constituição de 1976 e tem demonstrado funcionar como motor de desenvolvimento do País, de factor de reforço da coesão nacional e de aproximação dos níveis decisórios às populações. Neste capítulo, a Juventude Socialista deve privilegiar dois eixos de actuação principais: por um lado, preparar as suas estruturas e os seus militantes para a participação política ao nível local, quer na perspectiva da sua formação, quer no que respeita à preparação das próximas eleições autárquicas; por outro lado, a reforma das instituições locais e o processo de regionalização devem ser recebidos pela JS com uma estrutura preparada para o debate e para a participação na mudança que se anuncia para os próximos anos.

8.1. Formação e apoio autárquico Em primeiro lugar, as estruturas nacionais da JS têm de responder aos anseios das estruturas no que respeita ao apoio à sua actuação local, que representa uma das suas principais valias a nível nacional enquanto organização política de juventude, eliminando qualquer sentimento de afastamento que possa subsistir. A maior parte da agenda política das estruturas locais e

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concelhias da JS lida com a intervenção nos órgãos municipais e das freguesias, pelo que os órgãos nacionais devem apostar na qualificação, formação e especialização dos militantes nestas áreas. Assim sendo cumprirá assegurar: • Elaboração de um Plano de Formação Autárquica, em colaboração com todos os níveis das estruturas, e que não se circunscreva ao período pré-eleitoral; • Descentralização das actividades de formação, cobrindo todos os distritos do território nacional; • Reforço do apoio logístico às concelhias para que possam desenvolver de forma mais autónoma a sua actividade política; • Compilação e disponibilização às concelhias de um Guia de boas práticas, para que as estruturas estejam a par da actividade de outras estruturas e possam beneficiar da experiência adquirida por outros militantes e outras estruturas; • Apoio à realização de dias temáticos à escala nacional, com a disponibilização de material informativo para as concelhias distribuírem pela população; • Aposta na dimensão autárquica de propostas políticas nacionais, nomeadamente no que respeita a medidas de apoio à habitação jovem, transportes, dinamização de gabinetes de apoio e incubadoras de empresas em apoio ao empreendedorismo jovem, entre outras; Em segundo lugar, cumpre aumentar significativamente a eficácia da ANJAS, apostando particularmente no apoio aos jovens autarcas eleitos nas listas do Partido Socialista e numa maior coordenação de actividades com os órgãos nacionais da JS, nos termos descritos no ponto anterior. Na esfera da ANJAS deverá residir o apoio jurídico e político aos seus associados, através da divulgação da informação entre os seus membros, do estabelecimento de plataformas de contacto e da partilha de experiências, cabendo articular, com o Secretariado Nacional a apresentação de propostas políticas da JS a assumir pelos jovens autarcas.

8.2. Regionalização, reforma da descentralização,

coesão territorial e interioridade No plano das reformas da administração autárquica, duas questões essenciais poderão vir a decidir-se nos próximos anos, devendo a JS estar pronta a definir a sua posição e estar preparada para o debate nacional que se avizinha. Em primeiro lugar, a redefinição de atribuições das autarquias locais poderá vir a ser discutida no rescaldo da reforma da administração central do Estado, com novas transferências de tarefas para o plano local. Ainda no plano da reforma das autarquias locais, a reorganização territorial da estrutura administrativa poderá vir a ser debatida, através da racionalização do número de freguesias (particularmente nas grandes áreas urbanas) e da dimensão ideal dos municípios. Em segundo lugar, o regresso da discussão da regionalização poderá representar nova oportunidade para aproximar o processo decisório dos cidadãos e cidadãs. Importará finalizar o debate interno e preparar a estrutura para a eventual consulta referendária que se seguirá, através de acções de formação e da produção de argumentários e documentos de discussão política. A regionalização pode representar o melhor mecanismo para combater as assimetrias regionais que teimam em aumentar no nosso país, revelar-se também a melhor forma de potenciar a gestão dos recursos regionais e reforçar a democraticidade do sistema político, devendo ser nesses aspectos que o trabalho de reflexão a desenvolver pela JS se deverá mover. Em terceiro lugar deverá a JS acompanhar as discussões em torno da Regionalização, da descentralização e da promoção da coesão territorial com uma discussão séria sobre interioridade. As estruturas distritais da JS, no interior do país, deverão preparar um pacote de propostas políticas para a interioridade de forma a corrigir assimetrias e promover mais oportunidades para os jovens do Interior. Entre outras propostas deverão estar incluídas nesse pacote: • O aproveitamento da redução de 5% no IRS para os jovens; • Isenções de taxa social única para promover o empreendedorismo no interior;

9. Mais e melhor Cooperação

internacional para tod@s

9.1. Europa A identidade da Juventude Socialista está indissociavelmente ligada ao processo de construção europeia. Desde há vários anos que vimos reiterando o nosso compromisso com

um projecto federal, de progressivo reforço das competências dos órgãos comunitários, reconhecendo deste modo a principal forma de garantir o aprofundamento do progresso económico e social dos Estados membros, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e cidadãs da União e a projecção dos valores de democracia e salvaguarda de direitos fundamentais no plano internacional. No contexto da actual situação económica, são diversas as dimensões da crise cuja resposta apenas se consegue alcançar no plano supranacional, agindo a uma voz. A. Tratado de Lisboa A prioridade imediata das organizações políticas empenhadas na construção de uma Europa Federal assenta na conclusão do processo de reforma institucional da União Europeia, garantindo a ratificação do Tratado de Lisboa nos Estados-membros que ainda não concluíram os seus processos internos de vinculação. A expectativa em torno do resultado do referendo na República da Irlanda é reveladora da premência em fechar o capítulo da reforma institucional e concentrar esforços na execução das principais prioridades políticas da União, nomeadamente no relançamento da economia na zona Euro, na realização dos objectivos da Estratégia de Lisboa, na preparação dos futuros alargamentos e na afirmação do papel da União no concerto internacional. No que respeita ao aprofundamento do conhecimento do projecto e das instituições europeias pela população jovem, a Juventude Socialista deve empenhar-se no esclarecimento sobre o aprofundamento democrático introduzido pelo Tratado de Lisboa, nomeadamente no que respeita ao reforço dos poderes do Parlamento Europeu, na introdução da iniciativa legislativa popular a nível europeu, no carácter vinculativo da Carta de Direitos Fundamentais e na maior participação dos parlamentos nacionais no processo legislativo europeu. Mais do que um mero rearranjo de competências e de peso dos órgãos na União, o tratado representa um aumento da qualidade da democracia europeia, alargando a participação dos cidadãos e a transparência e responsabilização dos órgãos comunitários. B. Participação política ao nível europeu No que respeita à participação política dos jovens ao nível europeu, as reformas conexas com a aprovação do tratado vão permitir uma maior intervenção no processo decisório ao nível europeu e vão oferecer novo enquadramento e possibilidades às organizações de juventude. Em lugar de destaque há que fazer referência ao reconhecimento jurídico expresso que a realidade das organizações de juventude dos partidos políticos europeus vai passar a ter, permitindo o enquadramento das suas actividades e acesso reforçado ao apoio das instituições comunitárias. Assim sendo, a JS deve empenhar-se cada vez mais na sua participação no plano europeu, reduzindo a distância que separa as bases da organização das iniciativas e actividades realizadas pela ECOSY. À semelhança do desafio lançado pelo Partido Socialista Europeu em envolver directamente os militantes dos partidos filiados nas suas actividades, através da criação do PES Activists, também as organizações de juventude devem promover o mesmo grau de proximidade e envolvimento entre as estruturas integradas na ECOSY. As eleições para o Parlamento Europeu em 2009 podem e devem representar um momento galvanizador da participação dos militantes da JS em actividades políticas a nível europeu. Na caminhada para o acto eleitoral, a JS deve assegurar a preparação de contributos para o manifesto eleitoral do Partido Socialista Europeu e envolver os seus militantes na sua discussão. C. Europa Social Um dos principais traços característicos do projecto europeu que idealizamos assenta no aprofundamento da dimensão social da construção europeia. Mais do que um mero espaço de integração económica, a União Europeia deve representar a tradução supranacional do modelo social europeu, cujas raízes nos movimentos socialista democrático, social-democrata e trabalhista são incontornáveis. É insustentável manter ao nível europeu uma política económica praticamente cega a qualquer opção que não se traduza em estrito monetarismo, e que se desenvolve com significativa insensibilidade social. O Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) carece urgentemente de uma radical revisão, permitindo acautelar outros aspectos da política económica para além da estabilidade dos preços. Os baixos índices de crescimento económico registados na Europa nos últimos anos, são consequência de um PEC que asfixia os países da zona euro. Na linha do que a JS tem vindo a defender ao longo dos últimos anos, as políticas orçamentais dos Estados membros devem ser dotadas de maior flexibilidade, em função das respectivas conjunturas macroeconómicas, e a própria União deve procurar desenvolver mecanismos de intervenção na economia, através de um reforço do orçamento comunitário, nomeadamente no que concerne a intervenção de estabilização macroeconómica. Para além da revisão do modelo e das políticas de governação económica, a implementação de uma Europa empenhada na sua dimensão social deve passar pelo desenvolvimento de políticas públicas em matéria de emprego e de protecção social ao nível comunitário. D. Alargamento Enquanto projecto político de integração e de promoção de paz e segurança, a União Europeia

14 MOÇÃO GLOBAL DE ESTRATÉGIA aGıR PoR + ıGualdadE

é uma das criações políticas de maior sucesso nos últimos séculos. O espaço de prosperidade e de convivência democrática entre os povos da Europa que daí resultou deve, pois, permanecer aberto aos restantes Estados do continente europeu, exigindo-se apenas como condiçãoda acesso a demonstração de respeito pelos valores da União e a capacidade económica de aderir ao mercado comum. A possibilidade de adesão tem representado um estímulo à democratização e ao reforço do Estado de Direito nos países candidatos, tem fomentado a solução pacífica de conflitos nas zonas vizinhas da União e tem motivado a rápida implementação de reformas sociais e económicas estruturantes. A JS deve reiterar a sua convicção no igual tratamento de todos os actuais e potenciais candidatos à adesão, desde a Turquia e países dos Balcãs ocidentais à Ucrânia e países do Cáucaso.

9.2. Comunidade global A Juventude Socialista sempre orientou a sua actuação política no plano das relações entre Estados no sentido de privilegiar o recurso às instituições internacionais de resolução pacífica de conflitos e de composição de litígios. O reconhecimento da igualdade soberana dos Estados e a necessidade de recorrer aos mecanismos do Direito Internacional Público, abandonando o recurso à força como forma de actuação são princípios estruturantes do nosso ideário e devem continuar a ser objecto de reforçada afirmação. A prossecução dos objectivos do milénio, particularmente através da realização do diálogo entre movimentos sociais de todos os continentes devem ser o principal guia da nossa actividade no plano internacional. É o reconhecimento do potencial de todos os membros da comunidade global que diferencia a abordagem que propomos para trazer maior justiça nas relações económicas e políticas entre os povos. O papel da União Europeia nesta tarefa de valorização do multilateralismo é de capital importância, sendo expectável que as alterações introduzidas pelo Tratado de Lisboa venham agilizar e melhorar a articulação da política externa da União. O compromisso da Europa na defesa dos direitos fundamentais, o seu empenho na intervenção humanitária e no contexto de operações manutenção de paz, por um lado, associados à possibilidade de construir um diálogo transatlântico em pé de igualdade, colocam-na entre os actores internacionais com

maior potencial de intervenção eficaz e comprometida com os valores da modernidade e democracia. Finalmente, no plano da intervenção da JS no espaço lusófono, é determinante apostar na criação de laços institucionalizados entre as organizações políticas de juventude dos partidos que se reclamam do socialismo democrático nos países de língua oficial portuguesa.

10. Um rumo para os próximos dois anos Na JS sabemos quem somos. Acreditamos na democracia e estamos comprometidos em reforçar a participação política dos cidadãos, especialmente dos mais jovens, em Portugal e na Europa. Queremos reduzir a desigualdade social entre os cidadãos porque acreditamos que só através de uma desigualdade social reduzida é que poderemos aspirar a viver numa sociedade evoluída, democrática e participada. Queremos promover direitos e liberdades para tod@s e acabar com todas as discriminações que ainda persistem na Lei e na sociedade. Sabemos que a marca mais desigual entre os jovens portugueses é a sua qualificação. Introduzimos conceitos como a necessidade de uma política de Emancipação Jovem, aludindo para as dificuldades no acesso a um emprego e a uma habitação com dignidade. Somos regionalistas convictos e queremos mais igualdade no desenvolvimento das regiões do nosso país. Somos Federalistas Europeus e queremos uma Europa mais Social e Coesa. Não nos deslumbramos com o neo-liberalismo, nem nos revemos numa economia de mercado desregulada que prejudica as economias e as pessoas mais fracas e desfavorecidas. Somos a favor de um desenvolvimento sustentável e queremos conter o aquecimento mundial. Somos pela Paz e pelo respeito dos Direitos Humanos. É por isso que, num contexo social e económico difícil, perante desafios à mobilização e qualificação da nossa estrutura, são os nossos valores que nos exigem que coloquemos a JS a Agir por + Igualdade.

TíTULO IObjecto, fins e símbolos

Artigo 1.ºJuventude SocialistaA Juventude Socialista é uma organização política de jovens que pugna pela implementação do socialismo democrático, visando uma sociedade mais livre, justa e solidária, no respeito pelos princípios do respeito da dignidade da pessoa humana, do pluralismo de expressão e da democracia interna e externa.

Artigo 2.ºFins1. A Juventude Socialista empenha-se na correcção das desigual-dades sociais, através da execução de uma plataforma política que promova a integração dos indivíduos na comunidade em que se inserem, independentemente da sua ascendência, sexo, idade, etnia, orientação sexual, língua, território de origem, religião, convicções políticas, filosóficas ou ideológicas, instrução ou situação económica.2. A acção da Juventude Socialista visa a internacionalização do socialismo democrático. 3. A Juventude Socialista contribui para a solução pacífica de quaisquer conflitos internacionais, bem como para a salvaguarda do direito da autodeterminação de todos os povos.

4. A Juventude Socialista condena e combate o recurso a qualquer forma de agressão armada ou de prática terrorista, independentemente da sua sustentação ideológica ou política. 5. A Juventude Socialista compromete-se com a construção de uma União Europeia que assuma internacionalmente os valores e princípios democráticos pelos quais se norteiam os Povos da Europa e a República Portuguesa. 6. A Juventude Socialista contribui para a formação, participação e representação política dos jovens portugueses.

Artigo 3.ºRelações com o Partido Socialista1. A Juventude Socialista é a organização de jovens do Partido Socialista. 2. A Juventude Socialista dispõe de autonomia organizativa, de orientação política e de acção próprias, no respeito pelos Estatutos, Declaração de Princípios e Orientação Política genérica do Partido Socialista. 3. A Juventude Socialista contribui para a definição ideológica e programática do Partido Socialista, e participa na prossecução dos objectivos globais do PS para a sociedade portuguesa. 4. A inscrição dos militantes da Juventude Socialista, com mais de 18 anos, no Partido Socialista, é automática, salvo oposição do próprio, através de comunicação feita pela sede nacional aos órgãos competentes do Partido Socialista.

Artigo 4.ºFiliação em organizações internacionais1. A Juventude Socialista é membro da União Internacional das Juventudes Socialistas – IUSY. 2. A Juventude Socialista é membro fundador da União Europeia de Jovens Socialistas – ECOSY. 3. As deliberações referentes à filiação ou desvinculação da Juventude Socialista nas organizações de âmbito nacional ou internacional competem à Comissão Nacional, sob proposta do Secretariado Nacional, que as deverá submeter a ratificação no Congresso Nacional posterior. 4. As estruturas da Juventude Socialista podem aderir a organiza-ções que correspondam ao seu âmbito de actuação, por decisão dos seus órgãos deliberativos. 5. A participação ou filiação em organizações nacionais ou internacionais não pode pôr em causa a autonomia orgânica e política da Juventude Socialista. 6. A Juventude Socialista deve incentivar a colaboração interna-cional das organizações de juventude dos partidos socialistas e afins dos países de língua oficial portuguesa, nomeadamente através da promoção de formas de organização permanente.

Artigo 5.ºAcção políticaA acção política da Juventude Socialista é definida pelos seus

AGIR POR + IGUALDADE

Proposta de Estatutos da Juventude Socialista1º subscritor - duarte cordeiro

15 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

militantes, através da aprovação de uma Moção Global de Estratégia em Congresso Nacional, e mediante o respeito pelos presentes Estatutos, pela Declaração de Princípios e pelo Progra-ma Político do Partido Socialista.

Artigo 6.ºSímbolos1. A Juventude Socialista adopta a sigla JS. 2. O símbolo da Juventude Socialista consiste num conjunto de uma rosa e de um punho, constante do Anexo I aos presentes Estatutos, dos quais faz parte integrante. 3. O hino da Juventude Socialista é a “Internacional”, na versão aprovada pelo Partido Socialista. 4. A bandeira da Juventude Socialista é formada por um rectân-gulo amarelo tendo o símbolo ao centro e as palavras “Juventu-de Socialista “ por baixo do símbolo, constante do Anexo II aos presentes Estatutos, dos quais faz parte integrante. 5. As estruturas da Juventude Socialista podem utilizar, nas actividades do seu âmbito, bandeiras com o nome da respectiva estrutura à frente da designação “Juventude Socialista”. 6. Sem prejuízo da manutenção do estatuto de símbolos oficiais dos símbolos identificados no presente artigo e nos Anexos I e II aos presentes Estatutos, o Secretariado Nacional pode adaptar os símbolos da Juventude Socialista e adoptar outros símbolos consentâneos com o ideário da organização e das organizações internacionais a que esta esteja associada, para efeitos da actu-alização da imagem gráfica quotidiana da JS e da realização de campanhas políticas e outras acções análogas.

Artigo 7.ºPatrimónio1. O património da Juventude Socialista é constituído por todos os bens móveis e imóveis por si adquiridos, a título oneroso ou gratuito. 2. O património é indivisível e tem carácter nacional. 3. A expulsão ou demissão de militantes ou dissolução de es-truturas não confere qualquer direito a quotas, fichas ou divisão do património, o qual é sempre da exclusiva propriedade da Juventude Socialista.

Artigo 8.ºÓrgão de imprensa oficialO órgão de imprensa oficial da Juventude Socialista é o “Jovem Socialista”, sem prejuízo da existência de outros órgãos de im-prensa locais, concelhios, federativos, regionais ou nacionais.

TíTULO IIMilitantes da Juventude Socialista

CAPítulo I Qualidade de militante

Artigo 9.ºMilitantes da JSSão militantes da JS os jovens e as jovens com mais de 14 e menos de 30 anos, portugueses ou residentes em Portugal, que se inscrevam como tal.

Artigo 10.ºMilitantes honorários1. O Congresso Nacional pode conferir a antigos militantes da Juventude Socialista, a militantes do Partido Socialista ou a militantes de organizações políticas filiadas em organizações internacionais de que a JS ou o PS façam parte, e que se tenham especialmente distinguido na acção política, ou que tenham re-velado especial interesse e dedicação pela Juventude Socialista, a qualidade de membro honorário. 2. A concessão da qualidade de Militante Honorário é da com-petência do Congresso Nacional, mediante proposta fundamen-tada da Mesa do Congresso, de ¼ dos Delegados, da Comissão Nacional ou do Secretariado Nacional.

Artigo 11.ºDireitos dos militantes1. São direitos dos militantes da Juventude Socialista: a) Receber o cartão de militante da Juventude Socialista

b) Receber por correio electrónico os Estatutos da Juventude So-cialista, a Moção Global de Estratégia em execução, a Declaração de Princípios do Partido Socialista e documentação informativa sobre a JS; c) Participar nas actividades da Juventude Socialista; d) Eleger e ser eleito para todos os órgãos nos termos dos presentes Estatutos; e) Exprimir-se livremente, respeitando as decisões da maioria tomadas democraticamente segundo os presentes Estatutos; f ) Propor a admissão de novos militantes; g) Participar das Assembleias de qualquer núcleo, excepto quan-do da Ordem de Trabalhos constem actos eleitorais; h) Ser informado das actividades e deliberações dos órgãos da Juventude Socialista; i) Quaisquer outros direitos que estejam previstos nos presentes Estatutos ou em Regulamentos da Juventude Socialista. 2. Com a comunicação da atribuição da qualidade de militante, devem ser enviados por correio electrónico ao novo militante os Estatutos da Juventude Socialista, a Moção Global de Estratégia em execução, a Declaração de Princípios do Partido Socialista, documen-tação informativa sobre a JS, devendo igualmente ser disponibilizado um endereço de correio electrónico no domínio da JS.

Artigo 12ºDeveres dos militantes1. São deveres dos militantes da Juventude Socialista: a) Participar nas actividades da Juventude Socialista, através das estruturas e órgãos a que pertençam; b) Respeitar, cumprir e fazer cumprir as linhas ideológico-programáticas da Juventude Socialista e do Partido Socialista, bem como as decisões dos respectivos órgãos e os presentes Estatutos; c) Pagar uma quota mensal fixada em Comissão Nacional, sob proposta do Secretariado Nacional; d) Desempenhar com zelo, assiduidade e lealdade para com a Juventude Socialista e para com o Partido Socialista os cargos para que tenham sido eleitos ou designados e as funções que lhe tenham sido conferidas; e) Guardar sigilo sobre as actividades e posições dos órgãos da Juventude Socialista e de que façam parte ou a que tenham acesso, cuja divulgação tenha sido expressamente reservada; f ) Indicar e manter actualizado um endereço de correio electró-nico para efeitos de recepção de correspondência; g) Promover a adesão de novos militantes. 2. Os membros dos órgãos concelhios, federativos e nacionais devem participar regularmente nas actividades das respectivas estruturas de base.

CAPítulo II Inscrição e transferência

Artigo 13ºProcedimento de inscrição1. A inscrição é individual, só podendo ser aceite se for enviada para a sede nacional da Juventude Socialista, em ficha própria, de acordo com o modelo aprovado pelo Secretariado Nacional. 2. É igualmente admitida a inscrição provisória através de meio informático adequado. 3. O Secretariado Nacional pode recusar a inscrição do novo mili-tante, em deliberação devidamente fundamentada e notificada ao interessado, com recurso para a Comissão Nacional. 4. A inscrição do novo militante só se torna efectiva após a deci-são do Secretariado Nacional, ou após 30 dias sem que nada seja notificado ao interessado, e retroage, para efeitos de antiguidade, à data de entrada na ficha na sede nacional, excepto nos casos previstos no artigo seguinte. 5. O procedimento de inscrição é regulado pelo Regulamento de Inscrições e Transferências, a aprovar pela Comissão Nacional, por maioria absoluta dos seus membros com direito de voto.

Artigo 14ºInscrição de militantes da JS-Açores e JS-Madeira1. As fichas de inscrição de militantes na JS-Açores e na JS-Madei-ra que entrem nas respectivas sedes regionais podem aí ser data-das pelos Secretariados Regionais, seguidos os procedimentos previstos no artigo anterior.

2. Desde que o original da ficha de inscrição seja enviado pelo Secretariado Regional à Sede Nacional no prazo de 30 dias após a sua entrada na respectiva sede regional, a efectivação da inscri-ção retroage à data de entrada na Sede Regional. 3. Caso o prazo referido no número anterior seja ultrapassado, a ficha é datada ao entrar na Sede Nacional, sendo essa a data válida para todos os efeitos estatutários e regulamentares. 4. O Secretariado Nacional envia aos Secretariados Regionais, no prazo de 30 dias contados da sua recepção, uma cópia das fichas de inscrição de militantes dos Núcleos das respectivas regiões que tiverem dado entrada directamente na Sede Nacional.

Artigo 15ºInscrição em Núcleos1. Todos os militantes estão obrigatoriamente inscritos num Núcleo, que terá de corresponder a uma das seguintes áreas: re-sidência, local de trabalho, recenseamento eleitoral ou exercício de cargo político. 2. Os militantes que o desejarem podem também estar inscritos num Núcleo de escola, laborais ou temático. 3. Se o novo militante fizer parte de um núcleo cuja constituição é aprovada e requerida simultaneamente ao Secretariado Nacio-nal, a rejeição da constituição do núcleo determina a inscrição no núcleo da sede do município correspondente.

Artigo 16ºTransferências1. Os militantes da Juventude Socialista podem transferir a sua inscrição para um núcleo diferente daquele em que estão inscri-tos, desde que corresponda comprovadamente a uma das áreas indicadas no n.º 1 do artigo anterior. 2. O Secretariado Nacional pode recusar a transferência, em deliberação devidamente fundamentada, susceptível de recurso para a Comissão Nacional. 3. No caso de processos eleitorais para órgãos nacionais e federativos, não são consideradas, na elaboração dos cadernos eleitorais, as transferências cujos pedidos dêem entrada na Sede Nacional, respectivamente: a) Após a marcação da Comissão Nacional que convoca o Congresso Nacional. b) Após a marcação da Comissão Política da Federação que convoca a Convenção da Federação. 4. As transferências decorrentes da extinção de núcleos não necessitam de deferimento do Secretariado Nacional.

TíTULO IIIOrganização e funcionamento da Juventude Socialista

CAPítulo I organização territorial da Juventude Socialista

SECção I EStruturA orgânICA DA JuvEntuDE SoCIAlIStA

Artigo 17.ºEstrutura territorial da Juventude SocialistaA JS organiza-se a nível local, concelhio, federativo e nacional, sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes.

Artigo 18.ºEstrutura da JS nas Regiões Autónomas.1. As estruturas da Juventude Socialista nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira adoptam, respectivamente, as designa-ções de JS/Açores e JS/Madeira. 2. A JS/Açores e a JS/Madeira têm autonomia política e organi-zativa, tendo em vista as características geográficas, económicas, sociais e culturais dos arquipélagos dos Açores e da Madeira e em resultado das históricas aspirações autonomistas dos povos insulares. 3. Os Estatutos da JS-Açores e JS-Madeira, depois de aprova-dos pelos competentes órgãos regionais, são ratificados pela Comissão Nacional, considerando-se os mesmos tacitamente ratificados se esta sobre eles não se pronunciar até à terceira reunião, após darem entrada na Mesa da Comissão. 4. Os Estatutos da JS-Açores e da JS-Madeira podem criar

16 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

estruturas próprias, órgãos e procedimentos de designação dos titulares dos cargos regionais distintos das estruturas existentes no restante território nacional, sempre que a especificidades regionais o justificarem, devendo, sempre que necessário, indicar a correspondente estrutura prevista nos presentes Estatutos a que estas equivalem, de forma a assegurar a uniformidade de procedimentos eleitorais para os órgãos nacionais da Juventude Socialista.

Artigo 19.ºEstrutura da JS no estrangeiro1. Os Núcleos constituídos no estrangeiro regem-se pelo disposto nos presentes Estatutos, sem prejuízo das adaptações decorrentes dos condicionalismos geográficos, comunitários e político-administrativos próprios do País em que se localizem. 2. Cabe à Comissão Nacional, por iniciativa própria ou sob proposta do Secretariado Nacional, ouvidos os órgãos da JS no estrangeiro, definir formas especiais de estruturação e funciona-mento da estrutura da JS no estrangeiro.

Artigo 20.ºDireitos e deveres das estruturas1. São direitos das estruturas locais, concelhias e federativas: a) Desenvolver a actividade política da Juventude Socialista no seu nível de actuação e participar nas actividades da Juventude Socialista; b) Indicar os representantes da Juventude Socialista na corres-pondente estrutura do Partido Socialista; c) Indicar os candidatos da Juventude Socialista a serem inclu-ídos nas listas do Partido Socialista aos órgãos políticos da sua área de actuação; d) Pronunciar-se em todas as matérias que digam respeito à sua área de actuação. 2. É dever das estruturas cumprir e fazer cumprir os Estatutos e demais Regulamentos, bem como as decisões dos órgãos hierarquicamente superiores.

SECção IInúClEoS

SubSECção I CArACtEríStICAS DoS núClEoS

Artigo 21.ºNúcleos 1. Os núcleos são as estruturas locais da Juventude Socialista.2. Os núcleos podem revestir os seguintes tipos:a) Núcleos de residência; b) Núcleos de escola; c) Núcleos laborais; d) Núcleos temáticos; e) Núcleos cibernáuticos. 3. Os núcleos compõem-se de um mínimo de: a) 10 militantes, nos núcleos de residência situados no território nacional;b) 5 militantes, nos restantes casos. 4. Todos os núcleos estão abertos à inscrição de qualquer jovem.5. Os Núcleos de escola, laborais, temáticos e cibernáuticos não são contabilizados para efeitos de eleições concelhias, fede-rativas e nacionais, votando cada militante neles inscritos na Concelhia onde se situa o seu Núcleo de Residência.

Artigo 22.ºNúcleos de residência1. Os núcleos de residência são a estrutura base da organização territorial da Juventude Socialista, designadamente para efeitos da definição do número de militantes das concelhias e federa-ções e da realização de actos eleitorais.2. Os Núcleos de residência localizados no território nacional têm como área de actuação geográfica mínima a circunscrição da freguesia. 3. Constitui dever especial dos núcleos de residência acom-panhar e participar na actividade autárquica das freguesias correspondentes à sua área territorial. 4. Em caso de dúvida quanto à distribuição das freguesias por Núcleo, essa distribuição é feita pela Comissão Política Concelhia.

Artigo 23.ºNúcleos de escola1. Os núcleos de escola são as estruturas complementares de base da organização da Juventude Socialista e são as estruturas de base da Organização Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Superior e da Organização Nacional de Estudantes Socia-listas do Ensino Básico e Secundário, consoante o caso. 2. Os núcleos de escola do ensino básico e secundário corres-pondem a uma ou várias instituições de ensino, podendo ser criados núcleos compostos por militantes que frequentem diferentes estabelecimentos localizados numa mesma freguesia ou concelho. 3. No ensino superior apenas pode ser criado um núcleo por unidade orgânica, sem prejuízo da possibilidade de criação de núcleos por estabelecimento de ensino.

Artigo 24.ºNúcleos laborais1. Os núcleos laborais são as estruturas complementares de base da organização da Juventude Socialista orientadas para o acom-panhamento político da actividade laboral dos seus militantes.2. Os núcleos laborais correspondem a locais de trabalho ou a sectores de actividade profissional. 3. Os núcleos laborais podem agrupar-se em redes concelhias, federativas ou nacionais, nomeadamente através da identifica-ção de afinidades por área de actividade, ou filiação sindical, nos termos dos artigos 72.º e seguintes, ou integrar-se na Tendência sindical jovem socialista, nos termos dos artigos 76.º e seguintes.

Artigo 25.ºNúcleos temáticos e cibernáuticos1. Os núcleos temáticos são as estruturas complementares de base da organização da Juventude Socialista que desenvolvem a sua actuação através do debate e da actividade política orienta-dos para temas específicos. 2. São núcleos cibernáuticos, os núcleos temáticos que desen-volvem a sua actividade de forma não presencial, através dos meios da sociedade de informação. 3. Os núcleos temáticos e cibernáuticos podem agrupar-se em redes concelhias, federativas ou nacionais, nos termos dos artigos 72.º e seguintes.

SubSECção II CrIAção E ExtInção DE núClEoS

Artigo 26.ºCriação de novos núcleos1. O pedido de criação de novo Núcleo deve ser dirigido ao Secretariado Nacional por:a) Um mínimo de dez pessoas, militantes ou não militantes, nos casos da alínea a) do n.º 3 do artigo 21.º b) Um mínimo de cinco pessoas, militantes ou não militantes, nos casos da alínea b) do n.º 3 do artigo 21.º2. No caso de pedidos subscritos por não militantes, o pedido deve ser acompanhado dos respectivos pedidos de inscrição na Juventude Socialista. 3. Compete ao Secretariado Nacional autorizar a criação do novo núcleo, ouvidas as respectivas federação e concelhia no prazo de 30 dias, cabendo recurso da respectiva decisão para a Comissão Nacional. 4. O Secretariado Nacional não pode recusar a criação de Núcle-os de residência que cumpram cumulativamente os seguintes requisitos: a) Ser o pedido de criação subscrito por 15 novos aderentes; b) Não existir qualquer núcleo na respectiva Freguesia,c) Estejam abertos à participação de qualquer jovem. 5. Os núcleos que não cumpram os requisitos constantes do n.º 3 do artigo 21º e do artigo 22.º podem ser extintos por delibera-ção do Secretariado Nacional, sujeita a ratificação pela Comissão Nacional.

Artigo 27.ºExtinção de núcleos por incumprimento de requisitos1. Os núcleos que não cumpram o disposto nos presentes Esta-tutos quanto ao número mínimo de militante e à área territorial de actuação são extintos pelo Secretariado Nacional, no prazo de 60 dias após o conhecimento do incumprimento.

2. Não podem ser extintos os núcleos correspondentes à sede do município, nem os núcleos que assumam as funções de concelhia, nos termos do n.º 2 do artigo 33.º. 3. Os militantes dos núcleos extintos são transferidos para o núcleo da sede do respectivo município, aplicando-se o disposto no artigo seguinte

Artigo 28.ºExtinção de núcleos de residência sem órgãos eleitos1. Se um núcleo de residência não realizar eleições de acor-do com o disposto no calendário previsto no artigo 81.º, os militantes deste Núcleo, por requerimento subscrito por 10% dos inscritos, podem, no prazo de 2 meses contados a partir do prazo previsto nesse mesmo artigo, convocar eleições. 2. Com 30 dias de antecedência, relativamente ao prazo de 2 meses referido no número anterior, o Secretariado Nacional notifica os militantes desse Núcleo para procederem à realização das eleições em falta. 3. Se não for convocada qualquer Assembleia-Geral eleitoral, o Núcleo é extinto, sendo os militantes, do mesmo, transferidos para o Núcleo de residência correspondente à sede do Concelho. 4. Não havendo nenhum Núcleo correspondente à sede do Concelho, o Secretariado Nacional decide para que Núcleo são transferidos os militantes, ouvido o Secretariado da Concelhia. 5. Os militantes do Núcleo extinto são notificados desse facto, tendo 15 dias para solicitar a sua transferência para outro Núcleo do mesmo Concelho, nos termos do artigo 16.º. 6. O disposto nos números anteriores não se aplica aos Núcleos que estejam a assumir as competências da Concelhia, nos termos do n.º 2 do artigo 33.º, nem aos Núcleos situados no estrangeiro. 7. A extinção de núcleos de residência sem órgãos eleitos situa-dos nas Regiões Autónomas obedece ao disposto em regula-mento próprio, a elaborar pela JS/Açores e à JS/Madeira.

SubSECção IIIorgAnIzAção DoS núClEoS

Artigo 29.ºÓrgãos dos núcleosSão órgãos dos núcleos: A Assembleia-Geral de Militantes; O Secretariado do Núcleo.

Artigo 30.ºAssembleia-Geral de Militantes1. A Assembleia-Geral de Militantes é o órgão deliberativo máximo do Núcleo, e é composta por todos os militantes nele inscritos. 2. A Assembleia reúne ordinariamente duas vezes por ano, e extraordinariamente por decisão da Mesa, ou a requerimento do Secretariado ou de 10% dos militantes. 3. São competências da Assembleia: a) Eleger e destituir a Mesa da Assembleia e o Secretariado; b) Deliberar sobre os candidatos da JS a serem incluídos nas listas do PS aos órgãos das freguesias da sua área; c) Deliberar sobre representantes da JS nas estruturas locais do PS, ou noutras representações externas de âmbito local; d) Aprovar o plano de actividades do Secretariado e os seus relatórios de actividades e contas; e) Deliberar sobre quaisquer matérias de âmbito local. 4. A Assembleia-Geral de Militantes só pode deliberar sobre as matérias previstas nas alíneas a) a d) do número anterior se estes pontos constarem expressamente da sua ordem de trabalhos. 5. A Mesa da Assembleia-Geral é composta pelo Coordenador do Núcleo e por dois membros do Secretariado por aquele indicados, competindo-lhe: a) Convocar as reuniões da Assembleia; b) Receber as listas concorrentes a órgãos a eleger pela Assem-bleia-Geral, as quais devem ser entregues até 48 horas antes do respectivo acto eleitoral; c) Dirigir os trabalhos da Assembleia, de acordo com a Ordem de Trabalhos; d) Promover a realização de eleições no termo do mandato dos órgãos do Núcleo, ou em caso de demissão ou destituição destes.

17 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

Artigo 31.ºSecretariado1. O Secretariado é o órgão executivo do Núcleo, e é composto por um mínimo de 5 e um máximo de 9 elementos, eleitos em Assembleia-Geral de Militantes. 2. O primeiro nome da lista mais votada é o Coordenador do Núcleo. 3. Compete ao Secretariado: a) Executar as deliberações da Assembleia; b) Garantir o funcionamento corrente do Núcleo e as respectivas actividades; c) Apresentar à Assembleia o plano de actividades, o relatório de actividades e contas; d) Acompanhar e participar na actividade autárquica das fregue-sias correspondentes à sua área territorial. 4. Compete em especial ao Coordenador representar externa-mente o Núcleo.

Artigo 32.ºParticipação de independentesA assembleia-geral de militantes pode possibilitar a eleição de independentes para o secretariado, bem como a participação destes nas actividades e deliberações do Núcleo, com excepção: a) Dos actos eleitorais; b) Das deliberações sobre indicação dos representantes do núcleo nas estruturas correspondentes do PS; c) Das deliberações sobre indicação para candidatura a cargos públicos.

SECção IIIConCElhIAS

Artigo 33.ºConcelhia1. As Concelhias são as estruturas da JS coincidentes com a área administrativa dos municípios do país, e dela fazem parte todos os inscritos nos Núcleos da respectiva área. 2. Quando num Concelho exista apenas um núcleo, este assume as competências da Concelhia. 3. Os Núcleos referidos no número anterior realizam as suas eleições conjuntamente com as Concelhias, de acordo com o calendário definido nos termos do artigo 81.º.

Artigo 34.º Órgãos das concelhias1. São órgãos de todas as Concelhia: a) A Assembleia Concelhia; b) O Secretariado Concelhio. 2. Nas concelhias com mais do que um núcleo ou com mais de 250 militantes, ou por deliberação da Assembleia Concelhia, especificamente convocada para o efeito, é ainda órgão da concelhia a Comissão Política Concelhia (CPC);

Artigo 35.ºAssembleia Concelhia1. A Assembleia é o órgão deliberativo máximo da Concelhia e é composta por todos os militantes inscritos em núcleos da respectiva área. 2. A Assembleia reúne ordinariamente duas vezes por ano, e ex-traordinariamente por decisão da Mesa ou da Comissão Política, ou a requerimento de 10% dos militantes, 1/3 das Assembleias de Núcleo ou do Secretariado. 3. Compete à Assembleia Concelhia: a) Eleger e destituir a Comissão Política Concelhia. b) Deliberar sobre quaisquer matérias de âmbito concelhio 4. São ainda competências da Assembleia, se não existir Comis-são Política: a) Eleger e destituir a Mesa; b) Eleger e destituir o Secretariado; c) Eleger os representantes da JS nas estruturas concelhias do PS, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt; d) Deliberar sobre os candidatos da JS a serem incluídos nas listas do PS aos órgãos autárquicos; d) Deliberar sobre outras representações externas de âmbito concelhio; e) Aprovar o plano de actividades do Secretariado e os seus

Relatório de Actividades e Contas; f ) Exercer as restantes competências atribuídas pelos presentes Estatutos à CPC. 5. A Assembleia Concelhia só pode deliberar sobre as matérias previstas na alínea a) do nº 3 e nas alíneas a) a e) do número anterior se estes pontos contarem expressamente da Ordem de Trabalhos. 6. A Mesa da Assembleia Concelhia é composta por um Presi-dente e dois Secretários, competindo-lhe: a) Convocar as reuniões da Assembleia Concelhia; b) Receber as listas concorrentes a órgãos a eleger pela As-sembleia, as quais devem ser entregues até 48 horas antes do respectivo acto eleitoral; c) Dirigir os trabalhos da Assembleia; d) Promover a realização de eleições no termo do mandato dos órgãos concelhios, ou em caso de demissão ou destituição destes. 7. A Mesa da Assembleia é eleita pela Assembleia Concelhia, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método propor-cional da média mais alta de Hondt, salvo se existir Comissão Política Concelhia, caso em que a Mesa da Assembleia é a Mesa da Comissão Política.

Artigo 36.ºComissão Política Concelhia1. A Comissão Política Concelhia (CPC) é um órgão deliberativo da Concelhia, representativo dos seus militantes, e é composta por entre 15 a 33 membros eleitos pela Assembleia Concelhia por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt. 2. São ainda membros da CPC, sem direito de voto, os Coordena-dores dos Núcleos do Concelho, membros de órgãos nacionais ou federativos inscritos em Núcleos do concelho, pelo Secretaria-do Concelhio, e pelos militantes da JS membros da Assembleia Municipal ou da Câmara Municipal, sem direito de voto. 3. O primeiro e segundo elementos da lista mais votada são respectivamente o Coordenador da Concelhia e o Presidente da Mesa da CPC. 4. A CPC reúne ordinariamente de 3 em 3 meses e extraordi-nariamente por deliberação da Mesa ou a requerimento do Secretariado, de 1/3 dos seus membros ou de 1/3 dos Núcleos 5. Compete à CPC: a) Eleger o Secretariado, sob proposta do Coordenador; b) Eleger a Mesa, sob proposta do seu Presidente; c) Deliberar sobre os candidatos da JS a serem incluídos nas listas do PS aos órgãos autárquicos; d) Eleger os representantes da JS nas estruturas concelhias do PS, pelo método proporcional de Hondt, e deliberar sobre outras representações externas de âmbito concelhio; e) Deliberar sobre todas as matérias de interesse para o Conce-lho, no respeito pelas deliberações da Assembleia. 6. A CPC só pode deliberar sobre as matérias previstas nas alíneas a) a e) do número anterior se estes pontos constarem expressa-mente da Ordem de Trabalhos. 7. A Mesa da CPC é composta pelo presidente e por dois secretá-rios eleitos sob proposta do Presidente. 8. O número de membros das Comissões Políticas Concelhias é o constante do Anexo III aos presentes Estatutos, dos quais faz parte integrante.

Artigo 37.ºSecretariado da Concelhia1. O Secretariado é o órgão executivo da Concelhia e é compos-to por um mínimo de 5 e um máximo de 9 elementos, eleitos pela CPC sob proposta do Coordenador. 2. Quando não existir CPC, o Secretariado é eleito pela Assem-bleia Concelhia, em lista completa pelo método maioritário, sendo o primeiro elemento da lista vencedora o Coordenador. 3. Compete ao Secretariado: a) Executar as deliberações da Assembleia e da CPC; b) Garantir o funcionamento corrente da concelhia e coordena-ção das actividades dos núcleos; c) Apresentar à Assembleia ou à CPC, conforme os casos, o Plano de Actividades, o Relatório de Actividades e as Contas; d) Acompanhar e participar na actividade autárquica do municí-pio correspondente à sua área territorial. 4. Compete em especial ao Coordenador representar externa-mente a Concelhia.

SECção IvFEDErAçõES

Artigo 38.ºFederação1. As Federações são as estruturas supra-concelhias da JS que agrupam os Núcleos e Concelhias incluídos no seu âmbito territorial de actuação.2. A área das Federações deve corresponder aos limites adminis-trativos supra-concelhios do país ou a outros, determinados pela Comissão Nacional, sob proposta do Secretariado Nacional ou de 4/5 dos Núcleos da respectiva área. 3. As Federações da JS adoptam a designação correspondente à respectiva área geográfica.

Artigo 39.ºÓrgãos da FederaçãoSão órgãos da Federação: a) A Convenção de Federação; b) A Comissão Política da Federação; c) O Secretariado da Federação.

Artigo 40.ºConvenção da Federação1. A Convenção da Federação é o órgão máximo das estruturas federativas da Juventude Socialista. 2. A Convenção da Federação é constituída pelos delegados eleitos pelas Concelhias das suas áreas, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt, em Assembleia Concelhia convocada para o efeito, de acordo com o Regulamento Geral Eleitoral. 3. Fazem parte da Convenção, sem direito a voto, os membros dos órgãos nacionais da Juventude Socialista e dos órgãos federativos cessantes. 4. A Convenção de Federação é convocada a cada dois anos pela Comissão Política de Federação, a quem compete:a) Eleger a Comissão Organizadora da Convenção (COC), por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método propor-cional da média mais alta de Hondt; b) Aprovar o Regulamento da Convenção; c) Determinar o local, data e ordem de trabalhos da Convenção; d) Determinar o rácio de distribuição de delegados pelas concelhias.5. Compete à COC, em articulação com os órgãos federativos e nacionais, comunicar as deliberações previstas no número anterior a todas as Concelhias e Núcleos da Federação até 45 dias antes da data de início da Convenção. 6. A COC deve ainda comunicar ao Secretariado Nacional, com 20 dias de antecedência, o local da realização da Convenção, para publicação no portal da Juventude Socialista.7. A Convenção pode ser convocada extraordinariamente por deliberação da Comissão Política Federativa, por maioria de dois terços, ou a requerimento de 2/3 das Assembleias Concelhias ou Assembleias de Núcleo da Federação. 8. Compete à Convenção de Federação: a) Apreciar os relatórios dos órgãos federativos cessantes; b) Eleger a Comissão Política Federativa; c) Eleger os representantes da Federação nas Comissões de Jurisdição da JS; d) Eleger os representantes da JS à Comissão Política Federativa do PS, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao méto-do proporcional da média mais alta de Hondt; e) Aprovar a moção global de estratégia para o mandato seguin-te, e as moções sectoriais subscritas pelos militantes; f ) Deliberar sobre quaisquer outras matérias do âmbito da federação; 9. A atribuição do número de delegados por Concelhia às con-venções das federações é efectuada nos termos dos respectivos Regulamentos, aprovados em Comissão Política Federativa, devendo o seu rácio respeitar obrigatoriamente critérios estritos de proporcionalidade, não sendo admitidas em circunstância alguma rácios em que a largura de cada intervalo seja diferente. 10. Exceptua-se do disposto do número anterior o primeiro inter-valo, o qual se pode iniciar no mínimo de 10 militantes, mas no entanto tem que concluir de forma proporcional aos restantes. 11. Compete à Comissão Nacional aprovar um regulamento-tipo dos Regulamentos das Convenções, do qual constam obrigatoriamente:

18 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

a) As normas constantes do presente artigo; b) Os pontos de inclusão obrigatória em todas as ordens de trabalho; c) Critérios estritos de proporcionalidade na fixação do rácio do número de delegados.

Artigo 41.ºComissão Política Federativa1. A Comissão Política Federativa (CPF) é o órgão deliberativo da Federação entre Convenções e é constituída por entre 19 e 51 membros eleitos em Convenção, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt.2. São ainda membros da CPF, sem direito de voto, os Coordena-dores das Concelhias ou membros do Secretariado da Concelhia em sua representação, os membros do Secretariado Federativo, os membros dos órgãos nacionais inscritos em Núcleos da Federação e o representante distrital da ANJAS. 3. O primeiro e o segundo elementos da lista mais votada para a Comissão Política são, respectivamente, o Presidente da Federa-ção e o Presidente da Mesa da CPF. 4. A CPF reúne ordinariamente de 3 em 3 meses e extraordina-riamente a requerimento do Secretariado ou de 1/3 dos seus membros. 5. Compete à CPF: a) Eleger o Secretariado, sob proposta do Presidente da Federa-ção; b) Eleger a Mesa, sob proposta do seu Presidente da CPF; c) Convocar a Convenção de Federação; d) Apreciar o Plano de Actividades e o Orçamento, bem como o Relatório de Actividades e a Conta da Federação; e) Deliberar sobre todas as matérias de interesse para a Federa-ção, no respeito pelas deliberações da Convenção. 6. A CPF só pode deliberar sobre as matérias previstas nas alíneas a) a c) do número anterior se estes pontos constarem expressa-mente da Ordem de Trabalhos. 7. A Mesa da CPF é composta pelo seu Presidente e por dois Secretários eleitos sob proposta deste. 8. O número de membros das Comissões Políticas Federativas é o constante do Anexo IV aos presentes Estatutos, dos quais faz parte integrante.

Artigo 42.ºSecretariado Federativo1. O Secretariado da Federação é o órgão executivo da Federação, composto por um mínimo de 9 e um máximo de 17 elementos eleitos pela CPF sob proposta do Presidente da Federação. 2. Compete ao Secretariado Federativo: a) Cumprir a Moção Global de Estratégia e as Moções Sectoriais aprovadas em Convenção; b) Executar as restantes deliberações da Convenção e da CPF; c) Apresentar à CPF um Plano de Actividades; d) Apresentar à Convenção um Relatório de Actividades e Contas. 3. Compete em especial ao Coordenador representar externa-mente a Federação.

Artigo 43.ºCooperação qualificada entre Federações1. Duas ou mais federações limítrofes podem criar estruturas de cooperação qualificada permanente, designadas Confederações, por deliberação das respectivas Comissões Políticas Federativas tomada pela maioria absoluta dos seus membros com direito de voto. 2. A deliberação referida no número anterior deve fixar as maté-rias objecto de cooperação qualificada e definir a composição dos órgãos da Confederação. 3. São órgãos das Confederações: a) Comissão Política Confederal, composto por representantes eleitos pelas respectivas Comissões Políticas Federativas, em número não superior à mais numerosa das Comissões Políticas Federativas das estruturas envolvidas; b) Secretariado da Confederação, eleito pela Comissão Política Confederal, de entre membros dos Secretariados Federativos das Federações que integram a estrutura confederal. 4. Na sua primeira reunião após o início do mandato, cada Co-

missão Política Federativa pode desvincular-se da Confederação por deliberação por maioria simples dos seus membros com direito de voto.5. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a Comissão Política Federativa de cada estrutura integrada numa Confedera-ção pode a qualquer momento deliberar o seu abandono, pela maioria referida no n.º 1.

SECção vorgAnIzAção nACIonAl

SubSECção I DISPoSIçõES gErAIS

Artigo 44.ºÓrgãos NacionaisSão órgãos nacionais da Juventude Socialista:a) O Congresso Nacional; b) A Comissão Nacional; c) A Comissão Política Nacional; d) O Secretário-geral; e) O Secretariado Nacional; f) As Comissões de Jurisdição e a Comissão Nacional de Jurisdição.

SubSECção IIÓrgãoS DElIbErAtIvoS

Artigo 45.ºCongresso Nacional1. O Congresso Nacional é o órgão supremo da JS, sendo as suas deliberações imperativas para todos os seus órgãos e militantes. 2. O Congresso Nacional é constituído pelos delegados, vinculados ou não a moções globais de estratégia, eleitos pelas concelhias, em Assembleia Concelhia expressamente convocada para o efeito e nos termos do Regulamento do Congresso. 3. Fazem parte do Congresso, sem direito a voto, os membros de órgãos nacionais, e um delegado eleito por cada Núcleo de escola, laboral ou temático. 4. O Congresso é convocado ordinariamente de dois em dois anos, podendo ser antecipado por deliberação da Comissão Na-cional, por maioria de 2/3 dos membros com direito de voto, ou a requerimento de idêntica percentagem das CPF’s, Assembleias Concelhias ou Assembleias de Núcleo. 5. A aprovação da Ordem de Trabalhos e do Regulamento, a fixação da data e local do Congresso e a eleição da respectiva Comissão Organizadora do Congresso competem à Comissão Nacional. 6. A Comissão Organizadora do Congresso comunica a todas as Concelhias e Núcleos, até 60 dias antes da data do início do Congresso, as deliberações enunciadas no número anterior e faz publicar no Portal da Juventude Socialista, até 30 dias antes dessa data, o local da realização do mesmo. 7. Compete ao Congresso Nacional: a) Apreciar e votar o Relatório apresentado pelo Secretário-geral; b) Discutir e votar as propostas de alteração estatutária; c) Eleger os órgãos nacionais e os representantes da JS na Comis-são Nacional do PS; d) Apreciar e votar as propostas de Militantes Honorários, nos termos dos presentes estatutos; e) Alterar os Estatutos da JS, nos termos do título V dos presentes Estatutos. 8. O Presidente da Comissão Nacional preside à Mesa do Con-gresso Nacional. 9. O Congresso elege preliminarmente a Comissão de Verificação de Poderes, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt. 10. Os membros da Comissão Nacional da JS, da Comissão Nacional de Jurisdição e os representantes da JS na Comissão Nacional do PS são eleitos por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt. 11. O primeiro e o segundo elementos da lista mais votada para a Comissão Nacional são, respectivamente, o Secretário-Geral e o Presidente da Comissão Nacional, considerando-se aprovada a moção global de estratégia correspondente à lista mais votada para a Comissão Nacional.12. O Congresso faz, no final dos trabalhos, a votação da sua acta

em minuta. 13. O adiamento do Congresso por um período superior a 3 meses invalida todos os procedimentos eleitorais e de outra natureza em curso ou já concluídos. 14. A atribuição do número de delegados por Concelhia ao Congresso Nacional é efectuada nos termos do respectivo Regu-lamento, aprovado em Comissão Nacional, devendo o seu rácio respeitar obrigatoriamente critérios estritos de proporcionalida-de, não sendo admitidas em circunstância alguma rácios em que a largura de cada intervalo seja diferente. 15. Exceptua-se do disposto do número anterior o primeiro inter-valo, o qual se pode iniciar no mínimo de 10 militantes, mas no entanto tem que concluir de forma proporcional aos restantes.

Artigo 46.ºComissão Nacional1. A Comissão Nacional é o órgão representativo máximo da Juventude Socialista entre Congressos.2. A Comissão Nacional é composta por 71 membros eleitos em Congresso Nacional, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt, pelos Presidentes da JS/Açores e da JS/Madeira e Coordenadores das Federações, ou seus representantes membros do respectivo órgão executivo. 3. Integram ainda a Comissão Nacional sem direito de voto: a) Os membros do Secretariado Nacional; b) Os deputados da JS à Assembleia da República, ao Parlamen-to Europeu e às Assembleias Legislativas Regionais; c) Os Presidentes de Câmara inscritos na JS; d) Os Representantes da JS na Comissão Nacional e na Comissão Política Nacional do PS; e) O Presidente da Associação Nacional dos Jovens Autarcas Socialistas; f ) O Director do “Jovem Socialista”g) Os Coordenadores Nacionais da Organização de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário (ONESEBS) e da Orga-nização de Estudantes Socialistas do Ensino Superior (ONESES); h) O Coordenador da tendência sindical jovem socialista; i) Os militantes que sejam eleitos em representação da JS para qualquer órgão de organização nacional ou internacional da qual esta seja membro ou associada. 2. Compete à Comissão Nacional: a) Aplicar a linha política aprovada no Congresso Nacional; b) Eleger o Secretariado Nacional, sob proposta do Secretário-geral; c) Eleger a Mesa, sob proposta do seu Presidente; d) Eleger a Comissão Política Nacional; e) Eleger o director do “Jovem Socialista”; f ) Aprovar o Plano de Actividades, Orçamento, Relatório de Actividades e Contas do Secretariado Nacional; g) Aprovar os Regulamentos de carácter nacional, sob proposta do Secretariado Nacional; h) Fiscalizar a actividade do Secretariado Nacional; i) Marcar a data e local do Congresso Nacional, eleger a Comissão Organizadora do Congresso e aprovar a Ordem de Trabalhos e Regulamento do mesmo; j) Designar candidatos e representantes em órgãos políticos de carácter nacional, sob proposta do Secretariado Nacional; l) Eleger os representantes da JS à Comissão Política do PS, sob proposta do Secretário-Geral; m) Elaborar e aprovar o seu regimento; n) Criar subcomissões, nos termos dos presentes estatutos; o) Ratificar a extinção dos núcleos e a transferência dos respecti-vos militantes, sob proposta do Secretariado Nacional; p) Homologar os Estatutos da JS/Açores e JS/Madeira; q) Propor ao Congresso candidaturas a Militante Honorário; r) Definir formas especiais de estruturação e funcionamento das estruturas da JS no estrangeiro, nos termos do disposto no nº 2 do artigo 27º. 3. A Comissão Nacional reúne ordinariamente de 4 em 4 meses e extraordinariamente: a) Por iniciativa do seu Presidente; b) Mediante requerimento do Secretário-geral; c) Mediante requerimento de 1/3 dos seus membros, com direito a voto. 4. A Mesa da Comissão Nacional é composta pelo Presidente, dois vice-presidentes e dois secretários, competindo-lhe dirigir

19 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

os trabalhos da CN. 5. A Comissão Nacional pode criar subcomissões para funciona-rem nos intervalos das suas reuniões, sobre temas específicos, sob proposta do SN ou de 1/4 dos seus membros.

Artigo 47.ºComissão Política Nacional1. A Comissão Política Nacional é o órgão representativo de discussão política da Juventude Socialista entre reuniões da Comissão Nacional e é composta por 31 membros eleitos em Comissão Nacional, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt.2. Integram ainda a Comissão Política Nacional, sem direito de voto: a) O Presidente da Comissão Nacional; b) Os membros do Secretariado Nacional; c) Os deputados da JS à Assembleia da República, às Assem-bleias Legislativas Regionais e ao Parlamento Europeu; d) O Presidente da Associação Nacional de Jovens Autarcas Socialistas; 3. Compete à Comissão Política Nacional: a) Aplicar a linha política aprovada no Congresso Nacional; b) Elaborar e aprovar o seu próprio regimento; c) Criar subcomissões, para análise e debate de questões espe-cíficas; 4. A Comissão Política Nacional reúne ordinariamente de 2 em 2 meses e extraordinariamente: a) Mediante requerimento do Secretário-Geral; b) Mediante requerimento de 1/3 dos seus membros. 5. O Secretário-Geral preside à Comissão Política Nacional.

SubSECção IIIÓrgãoS ExECutIvoS

Artigo 48.ºSecretário-Geral1. O Secretário Geral representa a Juventude Socialista, coordena e assegura a sua orientação política, vela pelo seu funcionamen-to harmonioso e pela aplicação das deliberações dos órgãos nacionais, tem assento em todos os órgãos da organização e preside às reuniões do Secretariado Nacional, com voto de qualidade. 2. Compete ao Secretário-geral: a) Convocar o Secretariado Nacional e dirigir os seus trabalhos; b) Convocar a Comissão Política Nacional e dirigir os seus traba-lhos; c) Apresentar ao Congresso Nacional o Relatório do Secretário-geral; d) Exercer as demais competências previstas nos presentes Estatutos.

Artigo 49.ºSecretariado Nacional1. O Secretariado Nacional é composto pelo Secretário-Geral, que preside, e por um máximo de 24 elementos efectivos eleitos pela Comissão Nacional sob proposta do Secretário-geral. 2. Os líderes da JS/Açores e JS/Madeira têm assento nas reuniões do SN, sempre que se discutam assuntos de relevância regional.3. O presidente da Direcção da ANJAS tem assento nas reuniões do SN, sempre que se discutam assuntos relevantes para os jovens autarcas socialistas.4. Os Coordenadores Nacionais da Organização de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário (ONESEBS) e da Orga-nização de Estudantes Socialistas do Ensino Superior (ONESES) têm assento nas reuniões do SN, sempre que se discutam assuntos respeitantes ao Ensino Básico e Secundário e Superior, respectivamente. 5. Pode ainda participar nas reuniões do Secretariado Nacional o director do “Jovem Socialista”, quando convocado para o efeito pelo Secretário-Geral.6. Compete ao SN deliberar sobre o seu funcionamento e orga-nização internos. 7. Compete ao Secretariado Nacional: a) Definir a estratégia de actuação da JS no respeito pelas delibe-rações do Congresso e da Comissão Nacional; b) Apresentar anualmente à CN o Plano de Actividades, o Orça-mento, o Relatório de Actividades e as Contas; c) Requerer a convocação da CN;

d) Elaborar e aprovar o seu regulamento interno e o funciona-mento da sua comissão permanente. 8. O Secretariado Nacional é obrigado a executar as decisões da CN e responde perante esta. 9. O Secretário-geral pode, em caso de impedimento ou exo-neração de qualquer dos membros do Secretariado Nacional, propor à Comissão Nacional a sua substituição.

SubSECção IvÓrgãoS JurISDICIonAIS

Artigo 50.ºComissões de Jurisdição1. As Comissões de Jurisdição são os órgãos jurisdicionais de primeira instância da Juventude Socialista. 2. As Comissões de Jurisdição que exercem jurisdição no território continental são constituídas por um representante de cada Federação incluída na sua área de jurisdição, devendo cada Federação indicar ainda um número mínimo de dois membros suplentes.3. Sem prejuízo do disposto no n.º 9, podem ser constituídas entre 3 e 5 Comissões de Jurisdição. 4. Cada Comissão de Jurisdição elege o respectivo presidente e vice-presidente, de entre os membros designados pelas Federações. 5. Sempre que o funcionamento das Comissões de Jurisdição es-teja em risco, em virtude de não existirem mais suplentes ou de uma Federação não ter designado representantes, pode o CNJ indicar um dos seus membros para integrar temporariamente a Comissão de Jurisdição.6. O número de Comissões de Jurisdição, a respectiva compe-tência territorial e demais regras de funcionamento são definidas no Regulamento Nacional de Jurisdição da Juventude Socialista, a aprovar pela Comissão Nacional por maioria absoluta dos membros com direito de voto. 7. A composição e funcionamento das Comissões de Jurisdição da JS/Açores e JS/Madeira são as definidas nos respectivos Es-tatutos e regulamentos regionais, sem prejuízo do disposto nos presentes Estatutos e no Regulamento Nacional de Jurisdição da Juventude Socialista quanto aos recursos para a Comissão Nacional de Jurisdição. 8. As Comissões de Jurisdição são competentes para apreciar os litígios relativos aos núcleos de escola, laborais e temáticos cujas sedes se encontrem na sua área de jurisdição, bem como dos núcleos cibernáuticos que lhes forem afectos para efeitos de competência. 9. Pode ser criada, no Regulamento Nacional de Jurisdição, uma Comissão de Jurisdição com competência territorial sobre as estruturas da JS no estrangeiro. 10. Compete às Comissões de Jurisdição: a) Decidir as impugnações de todos os actos eleitorais dos núcleos e concelhias; b) Apreciar a conformidade estatutária e regulamentar das deli-berações dos órgãos dos Núcleos, Concelhias e Federações da sua área de jurisdição territorial, com excepção da Convenção; c) Instruir e julgar os procedimentos disciplinares por infracções praticadas por militantes inscritos em Núcleos da Federação; d) Fiscalizar a administração financeira da federação; e) Fiscalizar a regularidade dos regulamentos dos núcleos, das concelhias e das federações da sua área de jurisdição territorial; f ) Emitir parecer interpretativo sobre os regulamentos referidos na alínea anterior.11. Os membros das Comissões de Jurisdição não podem participar nas deliberações relativas à Federação pela qual foram designados, nem nas deliberações relativas aos núcleos e conce-lhias nelas integrados.12. As Comissões de Jurisdição decidem sobre os processos em que sejam chamadas a pronunciar-se num prazo máximo de 30 dias desde a entrada do pedido, sem prejuízo do disposto nos presentes Estatutos sobre impugnação de actos eleitorais. 13. Se a Comissão de Jurisdição competente não decidir sobre o pedido apresentado no prazo fixado no número anterior, po-dem os requerentes solicitar à Comissão Nacional de Jurisdição a avocação do processo. 14. Das decisões da Comissão Federativa de Jurisdição cabe recurso para a Comissão Nacional de Jurisdição, nos termos do Regulamento Nacional de Jurisdição.

Artigo 51.ºComissão Nacional de Jurisdição1. A Comissão Nacional de Jurisdição (CNJ) é o órgão jurisdicio-nal superior da Juventude Socialista.2. A CNJ é constituída por 7 elementos eleitos em Congresso Nacional, por sufrágio plurinominal por lista com recurso ao método proporcional da média mais alta de Hondt. 3. O Presidente da CNJ é o primeiro elemento da lista mais votada, sendo substituído nas suas faltas e impedimentos pelo militante que se seguir na lista mais votada, que é o vice-presi-dente da CNJ. 4. Sempre que o funcionamento da CNJ esteja em risco, em virtude de nas listas apresentadas em Congresso não existi-rem mais suplentes, podem os membros da CNJ cooptar os membros necessários à sua actividade, desde que estes não ultrapassem 40% dos membros.5. Caso o número de membros do CNJ que tenham cessado funções e seja impossível substituir seja superior a 40%, compete à Comissão Nacional eleger os respectivos substitutos. 6. Compete à CNJ: a) Decidir as impugnações de todos os actos eleitorais federati-vos e nacionais, incluindo a eleição de delegados às Convenções Federativas e ao Congresso Nacional; b) Apreciar a regularidade estatutária e regulamentar das deliberações dos órgãos nacionais, com excepção do Congresso Nacional, e dos órgãos confederais, quando existirem; c) Instruir e julgar os procedimentos disciplinares em que sejam partes o Secretariado Nacional ou a Comissão Nacional, bem como aqueles que lhe sejam remetidos pelas Comissões de Jurisdição; d) Apreciar os litígios emergentes das estruturas da JS no estrangeiro, caso não exista uma Comissão de Jurisdição com competência para o efeito.e) Deliberar sobre os recursos interpostos de quaisquer decisões e pareceres das Comissões Jurisdição; e) Fiscalizar a regularidade dos regulamentos nacionais; f ) Emitir parecer interpretativo vinculativo sobre o cumprimento e interpretação das disposições estatutárias e regulamentares nacionais, quando solicitado por qualquer órgão da Juventude Socialista.5. Sem prejuízo do disposto nos presentes Estatutos sobre impugnação de actos eleitorais, a CNJ toma as decisões sobre os processos em que seja chamada a pronunciar-se num prazo máximo de 60 dias desde: a) A entrada do pedido; b) A interposição do recurso da decisão da Comissão de Jurisdição. 6. O CNJ pode funcionar em plenário ou em secções, mediante delegação de competências do plenário, competindo ao presi-dente e ao vice-presidente assegurar a presidência das secções. 7. Das decisões das secções apenas cabe recurso para o plenário das decisões que não forem tomadas por unanimidade.8. As decisões do plenário do CNJ são finais e irrecorríveis, sem prejuízo do disposto no número seguinte.9. Das decisões da Comissão Nacional de Jurisdição sobre elei-ção de delegados ao Congresso Nacional cabe recurso para o Congresso, que decide após parecer da Comissão de Verificação de Poderes.

CAPítulo IIorganização sectorial da Juventude Socialista

SECção I orgAnIzAção DE EStuDAntES SoCIAlIStAS

SubSECção IorgAnIzAção DoS EStuDAntES Do EnSIno báSIo E SECunDárIo

Artigo 52.ºOrganização Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário1. A Juventude Socialista organiza-se, ainda, em estruturas de escola, federativas e nacional ao nível dos estudantes do ensino básico e secundário. 2. A estrutura adopta a designação de Organização Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário, com a sigla ONESEBS.

20 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

3. A ONESEBS representa todos os estudantes do Ensino Básico e Secundário filiados na JS. 4. Os mandatos de todos os órgãos da ONESEBS têm a duração de um ano lectivo.

Artigo 53.ºAtribuições da ONESEBSA ONESEBS prossegue as seguintes atribuições: a) Pronunciar-se sobre as linhas gerais de orientação e interven-ção política da JS no Ensino Básico e Secundário. b) Contribuir para a articulação nacional da JS no e para o Ensino Básico e Secundário.

Artigo 54.ºEstruturas de baseAs estruturas de base da ONESEBS são os núcleos de escola, referidos no artigo 23.º e organizam-se nos termos previstos na Secção II do Capítulo I do Título III.

Artigo 55.ºOrganização Federativa1. Na área geográfica das federações da JS os estudantes do Ensino Básico e Secundário organizam-se em Organizações Federativas de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secun-dário – OFESEBS. 2. Quando numa Federação existir apenas um núcleo de estudantes socialistas do Ensino Superior, o mesmo assume as funções de OFESEBS.

Artigo 56.ºÓrgãos da OFESEBSSão órgãos da OFESEBS: a) O Plenário Federativo de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário; b) O Coordenador Federativo.

Artigo 57.ºPlenário da OFESEBS1. O Plenário Federativo de Estudantes Socialistas do Ensino Bási-co e Secundário é o órgão representativo de todos os estudantes do Ensino Básico e Secundário filiados na JS, da área federativa. 2. São membros do Plenário Federativo: a) O Coordenador Federativo de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário; b) Um membro do Secretariado Federativo da JS; c) Os Coordenadores dos Núcleos de Estudantes do Ensino Básico e Secundário da área federativa. d) Os Presidentes das Associações de Estudantes do Ensino Básico e Secundário, da área da federação, que sejam militantes da JS. 3. Compete ao Plenário Federativo: a) Analisar os problemas referentes ao ensino Básico e Secundá-rio da área de acção; b) Promover a interacção e troca de experiências entre os estu-dantes dos estabelecimentos de ensino da área; c) Delinear conjuntamente com o Secretariado Federativo da JS a estratégia a adoptar para o sector; d) Eleger o Coordenador da OFESEBS; e) Aprovar o Plano e Relatório de Actividades do Secretariado da OFESEBS; 4. O Plenário Federativo reúne ordinariamente de 3 em 3 meses, durante o ano lectivo e extraordinariamente quando convocado por 1/3 dos seus membros, pelo Coordenador da OFESEBS, ou pelo Secretariado Federativo da JS.

Artigo 58.ºCoordenador da OFESEBSCompete ao Coordenador da OFESEBS: a) Coordenar toda a acção da OFESEBS; b) Articular com o Secretariado Federativo da JS as políticas a adoptar para o Ensino Básico e Secundário da área respectiva; c) Apresentar um Plano e Relatório de Actividades ao Plenário Federativo; d) Desenvolver iniciativas de acordo com as suas responsabilidades.

Artigo 59.ºÓrgãos Nacionais da ONESEBSSão órgãos nacionais da ONESEBS:

a) A Comissão Nacional b) O Coordenador Nacional.

Artigo 60.ºComissão Nacional da ONESEBS1. A Comissão Nacional é o órgão máximo da ONESEBS2. São membros da Comissão Nacional: a) O Coordenador Nacional da ONESEBS; b) Os Coordenadores da OFESEBS; c) Os Presidentes de direcções de Associações de Estudantes do Ensino Básico e Secundário de âmbito nacional filiados na JS; d) Um membro do Secretariado Nacional da JS.3. Compete à Comissão Nacional: a) Eleger o Coordenador Nacional da ONESEBS; b) Aprovar o plano e relatório de actividades da ONESEBS; c) Analisar os problemas referentes ao ensino Básico e Secundá-rio da área de acção; d) Promover a interacção e troca de experiências entre os diri-gentes associativos da JS no Ensino Básico e Secundário; e) Delinear conjuntamente com o Secretariado Nacional da JS a estratégia a adoptar para o sector; 4. A Comissão Nacional reúne ordinariamente 2 vezes, durante o ano lectivo e extraordinariamente quando convocado por 1/3 dos seus membros, pelo Coordenador da ONESEBS, ou pelo Secretariado Nacional da JS.

Artigo 61.ºCoordenador da ONESEBS1. Compete ao Coordenador da ONESEBS: a) Organizar anualmente o Encontro Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário; b) Apresentar um Plano e Relatório de Actividades à Comissão Nacional da ONESEBS; c) Coordenar toda a acção da ONESEBS; d) Promover a interacção entre as diversas estruturas federativas; e) Desenvolver as demais iniciativas de acordo com as suas responsabilidades; 2. Junto do Coordenador pode funcionar um núcleo de coorde-nação eleito na Comissão Nacional sob proposta daquele.

SubSECção IIorgAnIzAção DoS EStuDAntES Do EnSIno SuPErIor

Artigo 62.ºOrganização Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Superior1. A Juventude Socialista organiza-se, ainda, em estruturas de escola, federativas e nacional ao nível dos estudantes do ensino superior. 2. A estrutura adopta a designação de Organização Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Superior, com a sigla ONESES. 3. A ONESES representa todos os Estudantes do Ensino Superior filiados na JS. 4. Os mandatos de todos os órgãos da ONESES têm a duração de um ano lectivo.

Artigo 63.ºAtribuições da ONESESA ONESES prossegue as seguintes atribuições: a) Pronunciar-se sobre as linhas gerais de orientação e interven-ção política da JS no Ensino Superior. b) Contribuir para a articulação nacional da JS no e para o Ensino Superior.

Artigo 64.ºEstruturas de baseAs estruturas de base da ONESES são os núcleos de escola, referidos no artigo 23.º e organizam-se nos termos previstos na Secção II do Capítulo I do Título III.

Artigo 65.ºOrganização Federativa1. Na área geográfica das federações da JS os estudantes do Ensino Superior organizam-se em Federações Académicas. 2. Quando numa Federação existir apenas um núcleo de estudantes socialistas do Ensino Superior, o mesmo assume as funções de Federação Académica.

Artigo 66.ºÓrgãos da Federação AcadémicaSão órgãos da Federação Académica: a) O Plenário Académico Federativo; b) O Coordenador Académico Federativo.

Artigo 67.ºPlenário Académico Federativo1. O Plenário Académico Federativo (PAF) é o órgão representa-tivo de todos os estudantes do Ensino Superior filiados na JS, da área federativa. 2. São membros da PAF: a) O Coordenador Académico Federativo; b) Um membro do Secretariado Federativo da JS; c) Os Coordenadores dos Núcleos de Estudantes do Ensino Superior. 3. Compete ao PAF: a) Analisar os problemas referentes ao Ensino Superior da área de acção; b) Promover a interacção e troca de experiências entre os estu-dantes dos estabelecimentos de ensino da área; c) Delinear conjuntamente com o Secretariado Federativo da JS a estratégia a adoptar para o sector; d) Eleger o Coordenador Académico Federativo; e) Aprovar o Plano e Relatório de Actividades do SAF. 4. O PAF reúne ordinariamente de 3 em 3 meses, durante o ano lectivo e extraordinariamente quando convocado por 1/3 dos Coordenadores nos núcleos de estudantes da área da Federação Académica, pelo Coordenador Académico Federativo, ou pelo Secretariado Federativo da JS.

Artigo 68.ºCoordenador Académico FederativoCompete ao Coordenador Académico Federativo: a) Coordenar toda a acção da Federação Académica; b) Articular com o Secretariado Federativo da JS as políticas a adoptar para o Ensino Superior da área respectiva; c) Apresentar um Plano e Relatório de Actividades à CPA; d) Desenvolver iniciativas de acordo com as suas responsabilidades.

Artigo 69.ºÓrgãos Nacionais da ONESESSão órgãos nacionais da ONESES: a) A Comissão Nacional Académica b) O Coordenador Académico Nacional

Artigo 70.ºComissão Nacional Académica1. A Comissão Nacional Académica (CNA) é o órgão máximo da ONESES. 2. São membros da CNA: a) O Coordenador Académico Nacional; b) Os Coordenadores das Federações Académicas; c) Os Presidentes de Associações de Estudantes, Federações de Estudantes do Ensino Superior e Associações Académicas do Ensino Superior que sejam filiados na JS; d) Os Representantes de Estudantes do Ensino Superior em ins-tituições de âmbito nacional e internacional para o qual tenham sido eleitos pelos seus pares, filiados na JS;e) Um membro do Secretariado Nacional da JS; 2. Compete à Comissão Nacional: a) Eleger o Coordenador Académico Nacional; b) Aprovar o plano e relatório de actividades da ONESES; c) Analisar os problemas referentes ao Ensino Superior e apresen-tar propostas ao Secretariado Nacional da JS; d) Promover a interacção e troca de experiências entre os diri-gentes associativos da JS no Ensino Superior; e) Delinear conjuntamente com o Secretariado Nacional da JS a estratégia a adoptar para o Ensino Superior; f ) Consertar a estratégia da JS quanto ao ENDA. 3. A CNA reúne ordinariamente 2 vezes, durante o ano lectivo e extraordinariamente quando convocado por 1/3 dos seus membros, pelo Coordenador Académico Nacional, ou pelo Secretariado Nacional da JS.

Artigo 71.ºCoordenador Académico Nacional

21 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

1. Compete ao Coordenador Académico Nacional: a) Organizar anualmente o Encontro Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Superior; b) Apresentar um Plano e Relatório de Actividades à CNA; c) Coordenar toda a acção da ONESES; d) Promover a interacção entre as Federações Académicas; e) Desenvolver as demais iniciativas de acordo com as suas responsabilidades. 2. Junto do Coordenador pode funcionar um núcleo de coorde-nação eleito na Comissão Nacional sob proposta daquele.

SECção II rEDES tEmátICAS

Artigo 72.ºRedes temáticasOs núcleos laborais, temáticos e cibernáuticos da Juventude Socialista podem agrupar-se em redes temáticas de âmbito nacional, federativo ou concelhio para a coordenação e organi-zação conjunta das suas actividades.

Artigo 73.ºConstituição das redes temáticas1. A constituição de redes temáticas realiza-se mediante requerimento dirigido ao Secretariado Nacional, assinado pelos coordenadores de pelo menos três núcleos. 2. Compete ao Secretariado Nacional autorizar a criação das redes temáticas no prazo de 30 dias, ouvidas as estruturas federa-tiva e concelhia dos núcleos em causa, cabendo recurso da respectiva decisão para a Comissão Nacional.

Artigo 74.ºOrganização das redes temáticas1. São órgãos das redes temáticas instituídas nos termos do artigo anterior: a) O plenário de núcleos; a) O Coordenador da Rede.2. O plenário de núcleos é composto por um representante de cada núcleo temático integrado na rede. 3. O coordenador da rede é eleito pelo plenário de núcleos para um mandato de dois anos. 4. Compete ao coordenador da rede: a) Coordenar a actividade dos núcleos temáticos integrados na rede;b) Formular propostas aos órgãos da Juventude Socialista sobre as matérias em discussão na rede; c) Promover a realização de encontros de discussão temática na área de intervenção da rede; d) Colaborar com os demais órgãos da Juventude Socialista na prossecução das suas tarefas. 5. Quando a quantidade de núcleos o justificar, podem ser designados coordenadores de níveis intermédios pelo plenário de núcleos, sob proposta do coordenador da rede. 6. Pode participar nas reuniões do plenário da rede um membro do Secretariado Nacional. SECção III JovEnS AutArCAS SoCIAlIStAS

Artigo 75.ºAssociação Nacional de Jovens Autarcas Socialistas1. A Associação Nacional de Jovens Autarcas Socialistas (ANJAS) é uma associação de direito privado à qual a Juventude Socialista garante representatividade na sua estrutura. 2. A ANJAS colabora na definição da política autárquica da Juventude Socialista, em coordenação com o Secretariado Na-cional, nomeadamente no que respeita à formação e ao apoio político aos jovens autarcas eleitos nas listas do Partido Socialista. 3. A JS assegura a efectiva ligação orgânica da ANJAS à Associa-ção Nacional de Autarcas Socialistas.

SECção IvJovEnS SInDICAlIStAS SoCIAlIStAS

Artigo 76.ºTendência sindical jovem socialista1. A tendência sindical jovem socialista integra os núcleos temá-ticos ou laborais compostos por militantes da JS que estejam

sindicalizados.2. A tendência sindical jovem socialista organiza-se nos termos previstos para as redes temáticas, referidas no artigo 74.º

CAPítulo II Funcionamento dos órgãos da Juventude Socialista

SECção I ProCEDImEntoS ElEItorAIS E rEFErEnDárIoS

Artigo 77.ºProcedimentos eleitorais1. Os actos eleitorais para os órgãos da Juventude Socialista são regulados pelo disposto nos presentes Estatutos e no Regula-mento Geral Eleitoral.2. O Regulamento Geral Eleitoral, a aprovar pela Comissão Na-cional, por maioria absoluta dos membros com direito de voto, deve obrigatoriamente regular os seguintes aspectos do proce-dimento eleitoral para todos os órgãos da Juventude Socialista, com respeito pelo disposto nos presentes Estatutos:a) Elaboração e acesso aos cadernos eleitorais;b) Apresentação de listas; c) Constituição de mesa ad hoc;d) Competências de apoio dos órgãos nacionais da Juventude Socialista; e) Constituição de secções de voto;f ) Normas relativas aos pedidos de impugnação de actos eleitorais.3. O Congresso Nacional e seus actos eleitorais serão alvos de Regulamentação própria nos termos dos presentes estatutos.

Artigo 78.º VotoOs actos eleitorais para os órgãos da Juventude Socialista realizam-se por voto directo, pessoal, secreto e presencial.

Artigo 79.ºIgualdade, imparcialidade e colaboração1. As listas concorrentes aos órgãos da Juventude Socialista e os respectivos candidatos têm direito a igual tratamento a fim de efectuarem, livremente e nas melhores condições, a sua campanha eleitoral. 2. Nenhum órgão eleito pode apoiar qualquer candidatura ou disponibilizar meios pertencentes à Juventude Socialista para realização de propaganda eleitoral destinada à eleição de órgãos internos, independentemente do seu carácter local, concelhio, federativo, regional ou nacional. 3. Qualquer grupo de militantes que pretenda apresentar listas aos órgãos de um núcleo ou de uma concelhia pode obter a listagem dos militantes dessa estrutura, mediante requerimen-to apresentado ao Secretariado Nacional e de acordo com os critérios constantes do Regulamento Geral Eleitoral. 4. As candidaturas aos órgãos federativos, regionais e nacionais têm direito a uma listagem correspondente à sua circunscrição geográfica, que é entregue pelo Secretariado Nacional ou pela Comissão Organizadora do Congresso Nacional, consoante os casos, no prazo máximo de 5 dias úteis a contar da entrega da Moção Global de Estratégia. 5. As candidaturas aos órgãos nacionais têm direito ao envio de informação por correio electrónico por parte da Sede Nacional, desde que o solicitem e entreguem à Comissão Organizadora do Congresso.

Artigo 80.ºCapacidade eleitoral1. Só podem eleger e ser eleitos: a) Para órgãos dos núcleos, os militantes com mais de 30 dias de inscrição; b) Para órgãos das concelhias, os militantes com mais de 60 dias de inscrição; c) Para os órgãos federativos, os militantes com mais de 90 dias de inscrição; d) Para os órgãos nacionais, os militantes com mais de 180 dias de inscrição. 2. O disposto na alínea a) do nº 1 do presente artigo não é aplicá-vel aos militantes dos Núcleos na altura constituídos, na eleição

dos seus primeiros órgãos. 3. Não são elegíveis os militantes que estejam abrangidos por incompatibilidade prevista pelos presentes estatutos. 4. Os militantes sobre os quais recaia pena de suspensão não podem eleger ou ser eleitos. 5. Os militantes que tenham perdido mandato por faltas não po-dem ser eleitos para o mesmo órgão no mandato subsequente. 6. São ainda inelegíveis para os respectivos órgãos os militantes abrangidos por limites à renovação sucessiva dos mandatos nos termos dos presentes Estatutos.

Artigo 81.ºData das eleições1. As eleições para os órgãos de todos os núcleos e concelhias realizam-se dentro de um período de 30 dias, fixado no Regula-mento Eleitoral Geral. 2. As eleições para os órgãos de todas as federações realizam-se dentro de um prazo de 30 dias, fixado no Regulamento Eleitoral Geral. 3. As eleições para os órgãos da JS/Açores e JS/Madeira realizam-se nos termos dos respectivos Estatutos.

Artigo 82.ºEleições intercalares1. Se o Secretariado do Núcleo for destituído ou apresentar a sua demissão, cabe à Mesa da Assembleia-Geral convocar, em 30 dias, eleições intercalares. 2. Se a Comissão Política Concelhia ou o Secretariado da Con-celhia forem destituídos pela Assembleia-Geral cabe à Mesa da Assembleia convocar, em 30 dias, eleições intercalares. 3. Se mais de metade dos membros de uma Comissão Política Federativa se demitir ou perder o mandato, compete à Comissão Nacional eleger, pelo método de Hondt, uma Comissão Organi-zadora da Convenção, composta exclusivamente por militantes daquela federação, que assegure a realização de uma Conven-ção da Federação intercalar, em 30 dias. 4. Todas as Federações que não realizarem Convenções nas datas previstas nos termos do artigo 81.º são consideradas como não tendo órgãos eleitos. 5. Nos casos previstos no número anterior, pode o Secretariado Nacional nomear uma Comissão Organizadora da Convenção com o intuito de organizar o processo eleitoral intercalar, nos termos do Regulamento Geral Eleitoral. 6. O mandato dos órgãos eleitos em eleições intercalares termina com as Assembleias eleitorais convocadas nos termos do calen-dário previsto no artigo 81.º.7. Não há lugar à realização de eleições intercalares se faltarem menos de dois meses para o início do período eleitoral fixado nos termos do artigo 81.º, sendo a gestão da estrutura assegu-rada pelos órgãos demissionários ou, na sua impossibilidade ou em caso de destituição, por comissão administrativa de três militantes designados pela estrutura imediatamente superior.

Artigo 83.ºComposição das listas1. As listas para os órgãos de Juventude Socialista são compostas pelo número mínimo e máximo de membros do órgão previstos nos presentes Estatutos, sendo facultativa a inclusão de suplen-tes nos órgãos executivos e apenas sendo obrigatória a inclusão de um terço de suplentes nos demais casos.2. As listas candidatas aos órgãos da Juventude Socialista devem garantir uma representação não inferior a 33,3% de candidatos de qualquer dos sexos.3. Para cumprimento do disposto no número anterior, as listas apresentadas não podem conter mais de dois candidatos do mesmo sexo colocados, consecutivamente, na ordenação da lista.4. Nas estruturas em que a percentagem de militantes do sexo menos representado for inferior a 25%, a percentagem de candidatos referida no n.º 2 é reduzida proporcionalmente, não podendo nunca ser inferior a 10% ou a um militante, sem prejuí-zo do disposto no número seguinte. 5. O disposto no n.º 2 não se aplica: a) Às estruturas em que a percentagem de militantes do sexo menos representado seja inferior a 15%; b) Às estruturas com menos de 30 militantes;c) Aos demais casos excepcionais definidos no Regulamento Geral Eleitoral ou apreciados pela Comissão Nacional.

22 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

6. A manutenção das situações identificadas nos números anteriores em três actos eleitorais sucessivos determina a apre-sentação de um relatório pela estrutura em causa ao Secreta-riado Nacional e à Comissão Nacional, justificando a ausência de progresso na realização do objectivo de assegurar a efectiva igualdade de direitos entre as mulheres e os homens, bem como a sua participação paritária em todos os domínios da vida da organização, podendo a Comissão Nacional recomendar a adopção de medidas adicionais de promoção da igualdade às estruturas que não tenham revelado progressos.

Artigo 84.ºEntrega de listas e suprimento de irregularidades1. As listas de candidatura aos órgãos da Juventude Socialista são entregues ao órgão competente para as receber, nos termos do disposto nos presentes Estatutos. 2. No caso de detecção de irregularidades numa lista entregue, o órgão competente notifica, obrigatoriamente, o primeiro nome da lista candidata para suprir, quando possível, as respectivas irregularidades, no prazo máximo de 24 horas.

Artigo 85.ºFuncionamento das assembleias-gerais eleitorais1. As assembleias-gerais eleitorais dos núcleos e concelhias funcionam por um mínimo de 4 um máximo de 6 horas.2. Também faz obrigatoriamente parte da mesa das assembleias-gerais eleitorais um representante de cada lista concorrente. 3. As actas das assembleias-gerais eleitorais dos núcleos e concelhias são enviadas para o Secretariado Nacional no prazo de 48 horas.

Artigo 86.ºReferendos1. O Congresso Nacional ou a Comissão Nacional podem delibe-rar a realização de referendo nacional aos militantes. 2. O referendo pode abranger uma ou mais questões de âmbito nacional ou internacional. 3. O referendo realiza-se no mesmo dia em todos os núcleos. 4. O resultado do referendo é vinculativo para os órgãos e mili-tantes da Juventude Socialista. 5. O disposto nos números anteriores aplica-se, com as necessá-rias adaptações, às estruturas regionais e federativas. 6. O procedimento de convocação e realização dos referendos internos são regulados no Regulamento Geral de Referendos, a aprovar pela Comissão Nacional, por maioria absoluta dos membros com direito de voto. 7. Aplicam-se aos referendos, com as necessárias adaptações o disposto na presente secção, quanto à realização do acto referendário.

Artigo 87.ºIrregularidade de actos eleitorais1. Qualquer militante inscrito na estrutura cuja irregularidade do acto eleitoral se pretende invocar pode reclamar da mesma para o órgão responsável pela condução do procedimento eleitoral ou impugnar o acto eleitoral junto do órgão jurisdicional compe-tente para dele conhecer. 2. As reclamações devem ser formuladas no momento da realização do acto eleitoral, sendo de 48 horas o prazo para impugnar o acto eleitoral com fundamento em irregularidades no processo eleitoral.3. As reclamações, devidamente fundamentadas, devem ser enviadas ao Secretariado Nacional, por carta registada ou entre-gues em mão contra recibo, cabendo ao Secretariado Nacional encaminhar o processo para: a) As respectivas Comissões de Jurisdição, no prazo de 72 horas após a sua recepção, nos casos de impugnações de eleições de núcleos e concelhias; b) A Comissão Nacional de Jurisdição, no prazo de 48 horas após a sua recepção, nos casos de impugnações de eleições de delegados a Convenções das Federações e ao Congresso Nacional, bem como de eleições realizadas em órgãos federati-vos e nacionais. 4. Constituem fundamento de reclamação e impugnação:a) Irregularidade grave ou inexistência de convocatória;b) Rejeição ou admissão irregulares de qualquer lista;c) Impedimento do exercício do voto a quem conste do caderno

eleitoral, ou exercício do direito de voto por quem não conste dele;d) Impedimento do exercício do direito de fiscalização do acto eleitoral;e) Outras irregularidades ocorridas durante o funcionamento da Assembleia Eleitoral susceptíveis de alterar o resultado eleitoral, constante do Regulamento Geral Eleitoral.5. No caso de reclamação baseada em irregularidade da con-vocatória, esta presume-se idêntica à enviada ao Secretariado Nacional, no caso de eleições de núcleos e concelhias e enviada à COC, no caso de eleições de delegados a Convenções e só releva se tiver sido susceptível de impedir a apresentação de listas ou a comparência de militantes em número suficiente para alterar o resultado eleitoral.6. É ainda fundamento de reclamação a falsidade absoluta da acta, ou, tendo concorrido mais que uma lista, a não coincidên-cia entre a acta e os resultados da eleição, podendo estes vícios ser arguidos por qualquer militante do núcleo, pelas candidatu-ras e pelo Secretariado Nacional, até 15 dias após a Assembleia Geral de Militantes.7. Os órgãos jurisdicionais competentes devem decidir as impugnações no prazo de 7 dias da sua recepção, desde que 10 dias antes do início da Convenção Federativa ou do Congresso Nacional, quando for esse o caso. 8. No caso de considerar procedente qualquer impugnação, a respectiva Comissão de Jurisdição declara sem efeito o acto eleitoral realizado, determinando a sua repetição.9. Das decisões das Comissões de Jurisdição em matéria eleitoral, cabe recurso com carácter de urgência para a Comissão Nacional de Jurisdição, de acordo com o Regulamento de Disciplina da JS.10. Nas eleições decorrentes de impugnação decidida favora-velmente, o Secretariado Nacional deve fiscalizar directamente a eleição ou indicar delegados para o efeito.

SECção II mAnDAtoS

Artigo 88.ºDuração dos mandatos1. Os mandatos dos órgãos da Juventude Socialista, com excep-ção do Congresso Nacional e das Convenções Federativas, têm a duração de dois anos, sem prejuízo do disposto em contrário nos presentes estatutos. 2. Os mandatos dos órgãos dos Núcleos eleitos aquando da sua constituição terminam com a convocação de eleições fixadas para o período definido nos termos do artigo 81.º.3. O mandato dos órgãos eleitos em eleições intercalares termina com as assembleias-gerais eleitorais convocadas para o período definido nos termos do artigo 81.º. 4. O militante que tenha sido eleito para qualquer órgão da Juventude Socialista ou para órgãos nacionais do Partido Socialista ou de organizações internacionais em representação da Juventude Socialista e que durante o mandato complete 30 anos, goza do direito de cumprir integralmente o mesmo, com os seus direitos de militante restritos aos que sejam inerentes à titularidade desse órgão.

Artigo 89.ºPerda de mandato1. Perdem o mandato por faltas os membros da Comissão Nacio-nal, Comissões Políticas e Comissões de Jurisdição que faltem a duas reuniões do órgão seguidas ou a três interpoladas sem que justifiquem esse facto no prazo máximo de 5 dias após a reunião. 2. Perdem o mandato por faltas os membros de todos os Secretariados que faltem a três reuniões seguidas ou a cinco interpoladas sem que justifiquem esse facto no prazo máximo de 5 dias após a reunião. 3. A perda de mandato é comunicada ao interessado por quem preside ao órgão a que pertence o dirigente faltoso através de carta registada com aviso de recepção, produzindo efeitos a partir da data da respectiva notificação. 4. Os militantes que tenham perdido o mandato por faltas não podem ser eleitos para o mesmo órgão no mandato subsequente.

Artigo 90.ºLimitação de mandatos executivos1. Os militantes da Juventude Socialista que exerceram o cargo

de coordenador de núcleo ou de concelhia, de presidente de fe-deração ou de Secretário-Geral por três mandatos consecutivos não podem candidatar-se a um quarto mandato sucessivo para essas funções, nem durante biénio que suceder à sua cessação de funções.2. Os militantes da Juventude Socialista que exerceram funções como membros de qualquer secretariado por três mandatos consecutivos não podem candidatar-se a um quarto mandato sucessivo a essas funções, nem durante biénio que suceder à sua cessação de funções.3. Os limites constantes do número anterior não são cumulativos com os limites constantes dos n.º 1.

Artigo 91.ºIncompatibilidades1. O cargo de membro da Comissão Nacional de Jurisdição é incompatível com a titularidade de qualquer outro cargo na Juventude Socialista. 2. É incompatível a titularidade de dois ou mais cargos de coor-denação de órgãos executivos da Juventude Socialista. 3. A titularidade de cargos de coordenação de órgãos executivos do Partido Socialista e do Departamento de Mulheres Socialis-tas é incompatível com o exercício de cargos equivalentes na correspondente estrutura do mesmo nível ou do nível imediata-mente inferior da Juventude Socialista. 4. A colocação em situação de incompatibilidade determina a opção pelo militante das funções que pretende exercer.

SECção III FunCIonAmEnto DoS ÓrgãoS DA JuvEntuDE SoCIAlIStA

Artigo 92.ºConvocação para reuniões1. Os militantes da Juventude Socialista são convocados para os órgãos de que sejam membros por via electrónica, através da morada de correio electrónico indicado na ficha de inscrição, ou outra que o militante comunique ao Secretariado Nacional. 2. As entidades competentes para convocar os órgãos da Juven-tude Socialista remetem as respectivas convocatórias através do portal da Juventude Socialista. 3. Até 10 dias antes da realização da reunião do órgão, o Secreta-riado Nacional procede à afixação da convocatória no portal da Juventude Socialista. 4. Das convocatórias devem constar o dia, hora, morada, local e ordem de trabalhos das reuniões. 5. Em casos excepcionais, devidamente fundamentados, podem os órgãos da Juventude Socialista, com excepção do Congresso Nacional e das Convenções das Federações, ser convocados com carácter de urgência, com uma antecedência mínima de 48 horas, por iniciativa do presidente do órgão ou:a) Do Secretário-Geral, em relação à Comissão Nacional; b) Do Presidente da Federação, em relação à Comissão Política Federativa; c) Do Coordenador Concelhio, em relação à Comissão Política Concelhia.

Artigo 93.ºQuórum de funcionamento1. As reuniões dos órgãos da Juventude Socialista começam à hora marcada na convocatória, com a presença de mais de metade dos seus membros com direito de voto. 2. Caso não esteja presente mais de metade dos membros do órgão à hora marcada, o órgão reúne uma hora mais tarde, com qualquer número de presenças.

Artigo 94.ºDeliberações1. Os órgãos da Juventude Socialista só podem deliberar desde que se encontre presente mais de metade dos seus membros com direito de voto.2. Os órgãos da Juventude Socialista deliberam por maioria sim-ples, sem prejuízo da previsão de outras maiorias nos presentes Estatutos. 3. São aprovadas por maioria absoluta dos membros com direito de voto: a) O Regulamento Eleitoral Geral;

23 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

b) O Regulamento Geral dos Referendos; c) O Regulamento Disciplinar Geral; d) O Regulamento Nacional de Jurisdição; e) O Regulamento de Inscrições e Transferências;f ) O Regulamento tipo das Convenções Federativas; g) O Regulamento do Congresso Nacional; h) As alterações aos Estatutos pelo Congresso Nacional não previstas no n.º 2 do artigo 106.º; i) A estrutura da Juventude Socialista no estrangeiro, nos termos do n.º 2 do artigo 27.º4. São tomadas por maioria de 2/3:a) As deliberações de destituição de órgãos da Juventude Socia-lista, nas situações previstas nos presentes Estatutos;b) A antecipação do Congresso Nacional; c) As alterações aos Estatutos pelo Congresso Nacional ou cuja aprovação tenha sido delegada na Comissão Nacional pelo Congresso. 5. As deliberações que envolvam uma apreciação sobre pessoas efectuam-se sempre por voto secreto. 6. Quaisquer outras deliberações são tomadas por braço no ar, salvo decisão em contrário do respectivo órgão. 7. Com excepção do Congresso Nacional, em caso de empate na votação, o presidente do órgão tem voto de qualidade, salvo se a votação tiver sido efectuada por voto secreto.8. Nos Congressos Nacionais e Convenções Federativas apenas se consideram membros com direito de voto para efeitos do disposto no n.º 1, os delegados que se tenham credenciado.

Artigo 95.ºActas1. De cada reunião é lavrada acta em que sucintamente se resuma: a) A data e local da reunião; b) Os membros presentes; c) A ordem de trabalhos; d) Os assuntos apreciados; e) As deliberações tomadas. 2. Compete a cada órgão seleccionar o membro responsável pela elaboração da acta, devendo este ser membro da mesa, quando esta existir. 3. As actas são aprovadas em forma de minuta no final da reu-nião a que respeitam, ou na primeira reunião subsequente.

CAPítulo IIIIndicação para cargos externos à Juventude Socialista

Artigo 96.ºIndicação para cargos públicos1. A indicação para órgãos públicos de carácter local é da com-petência do Núcleo. 2. A indicação para os cargos públicos de carácter concelhio é da competência das Concelhias. 3. A indicação para cargos públicos de carácter regional compe-te à Federação. 4. A indicação para cargos públicos de âmbito nacional é da competência da Comissão Nacional. 5. Os membros indicados pela JS e que exerçam cargos públicos exteriores à organização, devem participar aos órgãos compe-tentes as acções que desenvolvem. 6. Os titulares de cargos públicos devem reunir com as estruturas da JS para auscultação e informação.

Artigo 97.ºIndicação para órgãos do Partido Socialista1. A indicação de representantes da Juventude Socialista para órgãos deliberativos do Partido Socialista é realizada:a) Pelo Congresso Nacional, em relação à Comissão Nacional do Partido Socialista; b) Pela Comissão Nacional, em relação à Comissão Política Nacio-nal do Partido Socialista; c) Pela Convenção da Federação, em relação à Comissão Política Federativa do Partido Socialista; d) Pela Comissão Política Concelhia, em relação à Comissão Política Concelhia do Partido Socialista.2. Salvo disposição em contrário, os representantes da Juventude

Socialista nos órgãos executivos do Partido Socialista são os coor-denadores dos correspondentes órgãos executivos na estrutura da Juventude Socialista. 3. Em caso de existência de divergência na organização territorial entre a Juventude Socialista e o Partido Socialista, a indicação do representante compete à estrutura mais antiga. 4. Apenas são considerados representantes da JS nas estruturas do Partido Socialista, os militantes eleitos ou indicados pela es-trutura da JS em normal exercício das suas funções e no respeito pelos presentes estatutos, ou aqueles que exercem funções nos órgãos do Partido Socialista por inerência de funções.

Artigo 98.ºIndicação para órgãos de organizações internacionais1. A indicação de delegados aos Congressos da IUSY e da ECOSY, bem como a dos representantes da Juventude Socialista nos ór-gãos de representação permanente das organizações nacionais naquelas organizações, compete ao Secretariado Nacional. 2. Os membros indicados pela Juventude Socialista para órgãos de organizações internacionais, bem como os militantes da Juventude Socialista que sejam eleitos para órgãos daquelas or-ganizações, devem participar aos órgãos competentes as acções que desenvolvem e apresentar um relatório das actividades por si desenvolvidas à Comissão Nacional, no final dos respectivos mandatos.

CAPítulo IvProcedimentos disciplinares

Artigo 99.ºCompetência Disciplinar1. A competência disciplinar é exercida pelas Comissões de Ju-risdição, nos termos dos presentes Estatutos e do Regulamento Geral de Disciplina. 2. Nenhuma sanção disciplinar pode ser aplicada sem procedên-cia do respectivo processo disciplinar, no qual os militantes em causa têm obrigatoriamente de ser ouvidos.

Artigo 100.ºRegulamento Geral de Disciplina1. O Regulamento Geral de Disciplina é aprovado em Comissão Nacional por maioria absoluta dos membros com direito de voto.2. O Regulamento Geral de Disciplina deve conter, nomeada-mente:a) Normas sobre competências e prazos para a instauração de processos disciplinares;b) Tipificação das violações culposas de deveres dos militantes que constituam infracções disciplinares;c) Prazo de prescrição das infracções e de caducidade dos processos disciplinares; d) Circunstâncias agravantes e atenuantes;e) Tramitação do processo disciplinar.

Artigo 101.ºSanções Disciplinares1. Podem ser aplicadas as seguintes sanções disciplinares: a) Admoestação; b) Suspensão do exercício de funções até um ano; c) Suspensão da qualidade de militante; d) Expulsão. 2. A expulsão só pode ser determinada: a) Quando a infracção praticada demonstre de forma inequívoca que o militante em causa não possui a idoneidade necessária para integrar a Juventude Socialista; b) Quando o militante em causa tenha concorrido em listas de outros partidos políticos em actos eleitorais, ou em listas inde-pendentes não apoiadas pelo Partido Socialista; c) Quando se verifiquem situações em que sejam provados factos que constituam actos de grave promiscuidade política com forças partidárias ou políticas concorrentes. 3. As Comissões de Jurisdição podem aplicar sanções de adver-tência e suspensão até um mês, devendo remeter o processo à Comissão Nacional de Jurisdição nos caso em que considere dever ser a pena superior. 4. Das decisões da Comissão Nacional de Jurisdição que

apliquem penas de expulsão cabe recurso para o Congresso Nacional, sem efeito suspensivo.

TíTULO IVDisposições administrativas

Artigo 102.ºGestão administrativa e financeiraA gestão administrativa e financeira da Juventude Socialista é da competência exclusiva do Secretariado Nacional, sem prejuízo da necessária colaboração com os demais órgãos executivos das estruturas da Juventude Socialista.

Artigo 103.ºAdministração financeira1. O Plano de Actividades e o Orçamento da organização são aprovados anualmente pela Comissão Nacional, sob proposta do Secretariado Nacional. 2. O mapa de transferências de verbas para as estruturas faz obrigatoriamente parte da proposta de Orçamento. 3. O Relatório e Contas são apresentados, pelo Secretariado Nacional, a fim de serem discutidos e votados em Comissão Nacional, a realizar até ao dia 31 de Março de cada ano. 4. O CNJ emite parecer prévio sobre o Relatório e Contas da JS, de-vendo todos os documentos ser enviados, após discussão e votação em Comissão Nacional, a todas as estruturas da organização. 5. A falta de apresentação do Relatório e Contas implica a res-ponsabilidade solidária dos membros do Secretariado Nacional por irregularidades verificadas durante o mandato. 6. O Regulamento Financeiro é aprovado pelo Secretariado Nacional e ratificado pela Comissão Nacional e fixa o conjunto dos objectivos, normais e critérios de distribuição de receitas ordinárias da Juventude Socialista. 7. O fornecimento de bens e serviços à Juventude Socialista deve ser feito mediante procedimento público.

Artigo 104.ºBases de dados1. Compete ao Secretariado Nacional assegurar as bases de dados de militantes da Juventude Socialista. 2. O Secretariado Nacional faculta às Federações o acesso às ba-ses de dados actualizadas dos militantes da Juventude Socialista inscritos na área da Federação. 3. As Federações podem emitir etiquetagens e listagens, a partir das bases de dados facultadas nos termos do número anterior. 4. As estruturas devem promover a actualização permanente dos dados dos seus militantes.

Artigo 105.ºCorreio Electrónico e sítios da Internet1. Todas as estruturas devem ter um endereço de correio electró-nico, bem como um sítio de Internet. 2. Aos militantes e estruturas que não indiquem ou actualizem o seu endereço de correio electrónico deve ser disponibilizado um endereço no domínio da Juventude Socialista. 3. Às estruturas que não disponham de sítio na Internet deve o Secretariado Nacional disponibilizar uma página de Internet no domínio da Juventude Socialista

TíTULO V Revisão estatutária

Artigo 106.ºProcedimento de revisão dos estatutos1. Compete ao Congresso Nacional proceder à revisão dos Estatutos da Juventude Socialista.2. O Congresso Nacional pode delegar a votação na especialidade das propostas apresentadas em Congresso, com excepção das seguintes matérias, que são obrigatoriamente aprovadas por si: a) Aquisição da qualidade de militante; b) Definição da organização territorial da Juventude Socialista; c) Criação e extinção de núcleos; d) Princípios gerais do sistema eleitoral para os órgãos da Juven-tude Socialista; e) Sistema jurisdicional;

24 PROPOSTA DE ESTATuTOS DA JuvEnTuDE SOcIALISTA aGıR PoR + ıGualdadE

f) Relações com o Partido Socialista e organizações internacionais.3. Um Congresso extraordinário da Juventude Socialista só pode proceder à revisão dos Estatutos: a) Quando for expressamente convocado para esse efeito, sendo esse o único ponto da ordem de trabalhos; oub) Quando a eleição de novos titulares de órgãos nacionais também constar da ordem de trabalhos.

Artigo 107.ºMaioria de aprovação da revisão dos Estatutos1. As alterações aos Estatutos nas matérias referidas no n.º 2 do artigo anterior são aprovadas por maioria de 2/3 dos delegados ao Congresso presentes no momento da votação.2. As restantes alterações aprovadas pelo Congresso Nacional são aprovadas por maioria absoluta dos delegados eleitos. 3. As alterações aprovadas pela Comissão Nacional são aprova-das por maioria de 2/3 dos membros do órgão em efectividade de funções.

Artigo 108.ºRedacção final dos Estatutos1. A redacção final dos Estatutos, após conclusão das remissões internas e harmonização sistemática das novas disposições, compete à Comissão Nacional. 2. A Comissão Nacional exerce as competências previstas no número anterior na sua primeira reunião após o Congresso Nacional.

TíTULO VI Disposições finais e transitórias

Artigo 109.ºInstalação das estruturas sectoriais

1. Até à implementação de todas as estruturas da ONESES, da ONESEBS e da tendência sindical jovem socialista, as compe-tências dos órgãos por instituir são asseguradas pelas estruturas territoriais da Juventude Socialista. 2. A primeira Comissão Nacional após o Congresso Nacional que aprovar os presentes Estatutos elege, sob proposta do Secretário-Geral, Coordenadores provisórios da tendência sindical jovem socialista, da ONESES e da ONESEBS, aos quais compete a instalação das respectivas estruturas, bem como o exercício das demais competências previstas nos presentes Estatutos. 3. O mandato dos coordenadores provisórios termina com a realização do primeiro acto eleitoral de coordenadores das estruturas referidas no número anterior.

Artigo 110.ºReforma do sistema jurisdicional1. Até à instalação das novas Comissões de Jurisdição, mantêm-se em funcionamento as actuais Comissões Federativas de Ju-risdição, com as competências previstas nos presentes Estatutos para as Comissões de Jurisdição. 2. Até à aprovação do novo Regulamento Nacional de Jurisdição, são instituídas provisoriamente as seguintes Comissões de Juris-dição, com a seguinte área de competência territorial: a) Comissão de Jurisdição Norte, com competência relativa às Fede-rações de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real e Bragança; b) Comissão de Jurisdição Centro, com competência relativa às Federações de Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Coimbra, Leiria e Santarém; c) Comissão de Jurisdição Sul, com competência relativa às Federações do Oeste da Área Metropolitana de Lisboa, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Algarve.3. O acto de instalação das novas Comissões de Jurisdição tem lugar 30 dias após o final do período previsto para a realização

das primeiras Convenções Federativas após a aprovação dos presentes Estatutos.4. Compete ao Presidente do CNJ convocar a primeira reunião de cada Comissão de Jurisdição e instalar os seus membros. 5. A primeira Comissão Nacional eleita após a entrada em vigor dos presentes Estatutos deve aprovar o novo Regulamento Nacional de Jurisdição até ao final do primeiro ano do seu mandato.

Artigo 111.ºRegulamentos1. Os regulamentos em vigor na Juventude Socialista mantêm-se em vigor até à sua revisão em conformidade com os presentes Estatutos, prevalecendo as disposições destes sempre que disponham em contrário das normas regulamentares.2. A primeira Comissão Nacional eleita após a entrada em vigor dos presentes Estatutos deve rever até ao final do seu mandato:a) O Regulamento Geral Eleitoral; b) O Regulamento de Disciplina; c) O Regulamento de Inscrições e Transferências. 3. A primeira Comissão Nacional eleita após a entrada em vigor dos presentes Estatutos deve ainda aprovar até ao final do seu mandato:a) O Regulamento tipo das Convenções;b) O Regulamento Geral de Referendos.

Artigo 112.ºEntrada em vigor1. Compete à Comissão Nacional, na sua primeira reunião posterior ao Congresso Nacional que proceder à aprovação dos presentes Estatutos, fixar o respectivo texto final.2. Os presentes Estatutos entram em vigor no dia seguinte à reunião da Comissão Nacional referida no número anterior.

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