jovem socialista 456

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SOCIALISTA JOVEM NÚMERO 4 5 6 Director Bruno Julião Equipa de Redacção Diogo Leão, Luísa Fernandes, Pedro Sousa, Vítor Reis, Tiago Barbosa Ribeiro ORGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA 03 EDITORIAL O Tratado de Lisboa e os Conselhos Municipais de Juventude 05 APETECE DIZER As “Novas Oportunidades” de quem não as teve Bureau da ECOSY reuniu em Lisboa pág.2 > CÁ POR DENTRO Paquistão, um futuro incerto pág.6 > INTERNACIONAL Conselhos Municipais da Juventude na Assembleia da República pág.3 > SOBRETUDO 02 AFECTOS E DESAFECTOS Entrou em vigor a nova lei anti-tabaco DE LISBOA PARA A EUROPA A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia e o Tratado de Lisboa

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14 de Janeiro de 2008

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SOCIALISTAJOVEM NÚMERO 456

Director Bruno Julião Equipa de Redacção Diogo Leão, Luísa Fernandes, Pedro Sousa, Vítor Reis, Tiago Barbosa Ribeiro

ORGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA

03 EDITORIAL 03030 3 3 EDITORIAL

O Tratado de Lisboa e os Conselhos Municipais de Juventude

05 APETECE DIZER 05 APETECE DIZER

As “Novas Oportunidades” de quem não as teve

Bureau da ECOSY reuniu em Lisboa pág.2

> CÁ POR DENTRO

Paquistão, um futuro incerto pág.6

> INTERNACIONAL

Conselhos Municipais da Juventude na Assembleia da República pág.3

> SOBRETUDO

02 AFECTOS E DESAFECTOS 02 AFECTOS E DESAFECTOS

Entrou em vigor a nova lei anti-tabaco

DE LISBOA PARA A EUROPA

LISBOA A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia e o Tratado de Lisboa

AJS acolheu, nos dias 7 a 9 de Dezembro de 2007, a reunião semestral do Bureau da ECOSY. Para além da intervenção inicial do Secretário-Geral da JS, a reunião

contou com a presença do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão, que ofereceu um balanço do Ano Euro-peu de Igualdade de Oportunidades, e com a intervenção do Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que procedeu a um balanço da pre-sidência portuguesa, com particular ênfase para o Tratado de Lisboa, a Cimeira Europa-África e os desenvolvimentos na área da juventude.

Entre as resoluções aprovadas, destacam-se as propostas da JS, relativas ao Kosovo e às relações Europa-África, e a tomada de posição da ECOSY sobre o novo tratado que, saudando os seus avançados, reafi r-mou a sua visão de um aprofundamento federal da construção europeia. No quadro da reunião do Bureau, a JS organizou ainda, nos dias 6 e 7, um seminário subordinado ao tema “A Europa Democrática”, que contou com a participação de representantes de diversas organizações de juventude socialistas europeias e da JS.

AfectosCMJ A JS entregou no Parlamento, na fi gura do Secretário-Geral, um Projecto de Lei que propõe a existência de Conselhos Municipais de Juventude em todos os Municipios do País. Estes CMJ funcionarão como um órgão consultivo do Municipio, activo e participativo, cuja intervenção seguramente contribuirá para a autonomia desta estrutura. Este projecto de lei não é o mero cum-primento de um compromisso politico, é a praxis de uma estrutura que reconhece a importância de trabalhar para a juventude, sem outras agendas.

Lei do tabaco No dia 1 de Janeiro entrou em vigor a nova lei anti-tabaco. A lei proi-be o uso de tabaco em locais fechados, sejam de que natureza for, nas unidades de saúde, nos es-tabelecimentos de ensino, nos locais de trabalho, entre outros. A idade permitida para a compra do tabaco também foi aumentada para os 18 anos. Ainda que o cumprimento da lei tenha levantado algumas objecções, esta é uma lei de saúde públi-ca à qual, organismo nenhum se poderá sobrepor.

02

Benazir Bhutto A primeira mulher a comandar um Estado Islâmico, tornando-se chefe do governo Paquistanês em 1988. Foi destituida mais do que uma vez por alegadas acusações de corrupção, até ter optado pelo exilio. Depois de longos anos exilada resolve regressar ao Paquistão para lhe devolver a demo-cracia, mas apesar das promessas feitas pelo líder actual, é alvo de um atentado suicida, acabando por morrer. Mas a memória de uma pessoa que viveu as suas convicções permanece, assim como a aprendizagem que possamos fazer.

por Luísa Fernand luisa.fernand @juventud ocialist a.org

Desafectos&

Filipe Menezes Queremos congra-tular o líder da oposição pela politica fácil e desin-formativa que tem feito a propósito da reforma na saúde e que continua a colocar o PSD no lugar daqueles que perdem por falta de comparência. Todos concordamos que a saúde é um bem fun-damental, responsabilidade de qualquer Estado Socialista, mas urge a necessidade de racionalizar e requalifi car os recursos e adaptá-los às reais necessidades da população. O PSD faria a reforma da saúde de forma diferente, então concorda que era necessária uma reforma? Mas se a faria diferente, porque não a fez?

Bureau da Ecosy reuniu em Lisboa

Cá Por Dentro

Tratado de Lisboa A mais recente tomada de posição por parte do líder da JS relativamente ao Tratado de Lisboa é motivo de orgulho para toda a estrutura. Os receios que envolvem a possibilidade de um referendo, são precisamente os mesmos que teimam em excluir o cidadão comum da discussão sobre a Europa e que mais tarde alimentam a distância entre esta e o eleitorado português. Nunca esteve em causa a validade do acto de ratifi cação deste Tratado, mas sim a forma como uma mudança do pro-grama eleitoral possa ser lida. A

JS vai organi-zar, nos próxi-mos dias 19 e 20 de Janeiro um Seminário

no Gerês, mais concretamen-te, na Pousada da Juventude de Vilarinho das Furnas em Terras do Bouro um Seminá-rio multitemático.O tema da Emancipação Jovem, trazido ao debate político nacional pelo nosso Secretário-Geral, vai ser amplamente debatido, par-ticularmente nas vertentes que, no entender da JS, são, actualmente, mais decisivas para a autonomização da juventude portuguesa. A actividade contará com a presença de vários membros do Governo, nomeadamente: Lau-rentino Dias, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto; Pedro Marques, Secretário de Estado da Segurança Social; Fernando Medina, Secretário de Estado do Emprego e Formação Profi ssional; João Ferrão, Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades; Idália Moniz, Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação Social e Vieira da Silva, Ministro do Trabalho e da Segurança Social.O Primeiro painel, “O Futuro da Segurança So-cial”, tem por objectivo o “esclarecimento sobre as principais políticas que têm vindo a ser segui-das pelo Governo PS nomeadamente a reforma da segurança social, o aumento do salário míni-mo, o complemento social dos idosos, o progra-ma PARES e a política de incentivo à natalidade em geral e a discussão sobre novas medidas”.

A discussão em torno da “Caracterização do Em-prego Jovem” pretende fazer uma “Apresentação da situação do Emprego em Portugal e no con-texto europeu, uma discussão sobre o Programa Novas Oportunidades, os Estágios Profi ssionais, as Políticas Activas de Emprego, a Revisão do Có-digo Laboral e os principais desafi os até 2009”.O “Arrendamento e a Habitação Jovem” são assuntos inevitáveis. O painel onde estão inte-grados fará a “Apresentação do Porta 65 – Ar-rendamento Jovem (principais alterações face ao IAJ), da Habitação a Custos Controlados ou Cooperativismo de Habitação e a discussão de novas medidas”.Por fi m o painel intitulado “Políticas Para a defi -ciência” tem por objectivo promover a “Discus-são sobre as principais políticas que têm vindo a ser seguidas pelo Governo PS no que diz respeito à integração social e económica dos portadores de defi ciência”.

Seminário Sobre Emancipação Jovem organizado pela JS

Há já algum tempo que a Juventude Socialista defende a criação de ins-tâncias de audição e representação da juventude local. Qualquer cenário de fomento da democracia participativa

entre os detentores do poder local e a juventude representada por todos os seus grupos organizados traduz-se numa gestão autárquica de qualidade. É ne-cessário estimular a participação dos jovens na vida cívica, cultural e política e proporcionar-lhes meios

para o estudo e debate sobre diversas temáticas que dizem respeito à juventude, por forma a permitir que os jovens exerçam o seu direito de cidadania de uma forma mais participativa e empenhada.Os jovens representam um forte capital de esperança, devendo os Municípios desenvolver a sua acção no sentido de aproveitar as suas capacidades criativas e geradoras de processos de mudança de mentalida-des e de modernização da sociedade. Os Conselhos Municipais de Juventude (CMJ) são uma das formas mais efi cazes de concretizar os desideratos acima ex-planados, como se tem vindo a verifi car pelo sucesso destas instâncias nos conselhos que as adoptaram. Esta experiência aconselha à criação de um regime legal comum a todos os CMJ, bem como à criação deste organismo em todos os municípios. Para o

efeito, a JS produziu um Projecto de Lei que irá ser discutido na Assembleia da República no próximo dia 18 de Janeiro. Esta medida é, indubitavelmente, um grande contributo da Juventude Socialista para a afi rmação da juventude portuguesa. Entre outros conteúdos relacionados com a sua composição ou funcionamento, a proposta da JS, de acordo com o Artigo 3o, inclui ainda os seguintes “Fins” para os CMJ:a) Colaborar na defi nição e execução das políticas

municipais de juventude, assegurando a sua articu-lação e coordenação com outras políticas sectoriais, nomeadamente nas áreas do emprego e formação profi ssional, habitação, educação e ensino superior, cultura, desporto, saúde e acção social;b) Assegurar a audição e re-presentação das entidades públicas e privadas que, no âmbito municipal, prosse-guem atribuições relativas à juventude; c) Contribuir para o apro-fundamento do conheci-mento dos indicadores eco-nómicos, sociais e culturais relativos à juventude;

d) Promover a discussão das matérias relativas às as-pirações e necessidades da população jovem residen-te no concelho respectivo; e) Colaborar com os órgãos do município no exercício das competências destes relacionadas com a juventude; f) Incentivar e apoiar a actividade associativa juvenil, assegurando a sua representação junto dos órgãos autárquicos, bem como junto de outras entidades públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras; g) Promover a colaboração entre as associações juve-nis no seu âmbito de actuação.Assim, os órgãos dos municípios, em matérias rela-cionadas com a política de juventude, deverão aus-cultar os CMJ que assumirão o seu carácter consulti-vo e traduzir-se-ão, inevitavelmente, em instâncias de referência para todos os jovens do país.

03

SobretudoBruno Julião

Dire or Jovem Socialist abruno.juliao@juventud ocialist a.org

Este Jovem Socialista alude a um dos documentos mais importantes que os aderentes ao projecto europeu produ-ziram. O Tratado de Lisboa reveste-se de importância central para a con-solidação das políticas europeias por forma a que a região possa ter, com confi ança e estabilidade, um papel na nova ordem mundial. Foi um marco numa brilhante presidência portugue-sa. Tomada a decisão acerca do modo de ratifi cação, é agora nosso dever facilitar a informação sobre um docu-mento complexo.

Ao nível exclusivamente interno, a JS também tem razões para celebrar. Finalmente, a proposta de criação de Conselhos Municipais da Juventude em todos os municípios do país vai ser levada à Assembleia da República daqui a uns dias. É um passo decisivo para a afi rmação de todos os grupos de jovens em processos de democracia participativa locais.

Por vezes, produzem-se textos que são apenas espírito e letra, mas que funcionam com alguma difi culdade no mundo real, quando o mais importante é mesmo redigir um documento mini-mamente consensual e celebrar o feito como um triunfo defi nitivo.

Porém, a confi ança em relação aos dois documentos acima citados são muitas e boas. Desejamos que o Tratado de Lisboa e a Lei sobre os Conselhos Municipais de Juventude passem imediatamente à prática e que a Europa e a juventude portuguesa saiam reforçadas com estas iniciativas. Só assim se traduzirão na verdade e em última análise, numa vitória defi nitiva.

EDITORIAL

“Esta medida é, indubitavelmente, um grande contributo da Juventude Socialista para a afi rmação da juventude portuguesa.”

Vitóriaspor Bruno Julião bruno.juliao@juventud ocialist a.org

JS leva CONSELHOS MU-NICIPAIS DA JUVENTUDE à Assembleia da República

04

O CAMINHO PARA LISBOAPerante a necessidade de dar uma resposta aos desafios institucionais levantados pelo alargamento da União, a revisão dos tratados fundadores, elaborados para 6, adaptados para 15 e remendados para 27, voltou rapidamente ao centro da agenda europeia. Tendo procurado sair do impasse através da aprovação do Tratado Cons-titucional, a UE foi confrontada com a sua recusa em dois referendos nacionais, em França e nos Países Baixos. A im-possibilidade de ratificação por dois dos membros fundadores do projecto europeu ditou a morte antecipada do Tratado Cons-titucional e forçou uma pausa para reflexão. Reconhecendo a insustentabilidade do prolonga-mento da incerteza derivada deste hiato decisório, a presidência alemã desencadeou, no primeiro semestre de 2007, o processo que viria a conhecer o seu capítulo final em Lisboa, com a transformação de uma manda-to conferido pelo Conselho Europeu de Junho numa versão definitiva do novo tratado reformador. O novo tratado, assinado em Lisboa em 13 de Dezembro de 2007, representa, portanto, o culminar dos esforços desenvolvidos pelas presidências alemã e portuguesa em alcançar um acordo entre todos os Estados-mem-bros, pondo fim a cerca de seis anos de debate institu-cional e de dúvidas quanto ao modelo de governação da União Europeia.

INOVAÇÕES INSTITUCIONAISComeçando a análise do texto pelo plano institu-cional, há que destacar diversas melhorias no que concerne a democratização da União, aumentando a transparência, reforçando os direitos dos cidadãos

europeus e a sua participação na vida política do projecto europeu. Simultaneamente, as novas

disposições dos tratados aumentarão signi-ficativamente a eficiência da actuação da UE, quer no plano interno, quer no plano das relações internacionais, reconhe-cendo a necessidade de dotar os seus órgãos dos mecanismos adequados à sua dimensão de actor político internacional

de primeira linha.

PARLAMENTO EUROPEU Em primeiro lugar, o Tratado de Lisboa salvaguar-

da a maior parte do legado reformador do Tratado Constitucional, particularmente no que respeita ao alargamento da intervenção do Parlamento Europeu no processo decisório, passando a ser considera-velmente maior o leque de matérias em que a sua intervenção se torna obrigatória. Também no que respeita à investidura e ao controlo da actividade da Comissão Europeia se detecta um reforço da posição do parlamento: o presidente da Comissão será eleito pelo parlamento, após proposta do Conselho, que para o efeito deverá ter em conta os resultados das eleições para o Parlamento Europeu e a correlação de forças decorrentes da manifestação da vontade

popular, sendo a equipa de comissários igualmente submetida à aprovação parlamentar.

PARTICIPAÇÃO DOS PARLAMENTOS NACIONAISAinda no que respeita ao reforço da democraticidade

do processo decisório interno merece destaque o novo papel que é dado aos parlamentos nacionais. O Tratado de Lisboa mantém a intenção de facultar aos parlamen-tos nacionais algum controlo da actividade legislativa da União Europeia, assegurando que esta respeita as exigências dos princípios da proporcionalidade e da subsidiariedade, ou seja, a ideia de que a União apenas deve actuar quando ficar demonstrado que a sua intervenção se revela mais adequada do que a actuação dos Estados-membros. Ao conferir a órgãos nacionais dotados de legitimidade democrática directa uma in-tervenção no processo decisório da União é reforçada a proximidade ao cidadão-eleitor por uma via adicional.

COMISSÃO EUROPEIAQuanto à composição e funcionamento da Co-

missão Europeia, que manterá as suas competências actuais de assegurar a defesa do interesse da União e a aplicação dos Tratados e políticas da União, esta deixará (a partir de 2014) de integrar um repre-sentante de cada Estado-membro, passando a ser composta por um número de comissários corres-pondente a dois terços do número de Estados. Os seus membros passarão a ser escolhidos em regime de rotatividade, de forma a assegurar a diversidade demográfica e geográfica da União. Ainda quanto à

Seguramente o momento mais emblemático da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o Tratado de Lisboa representa

o ponto final num debate de vários anos no seio da União Europeia.

por Pedro Delgado Alv Srário Nacional da JS e membro do Bureau da ECOSY

UM PASSO EM FRENTE:LISBOA E O FUTURO DA EUROPA

05

Comissão, o Tratado concluirá o processo de inte-gração de todos os serviços que conduzem a política externa da União Europeia sob a alçada de um Alto-Representante para a Política Externa, que integrará a comissão na qualidade de seu vice-presidente.

CONSELHO EUROPEUAo nível do Conselho Europeu, órgão responsável

pela definição geral das políticas da União, man-tém-se igualmente a principal inovação introduzida pelo Tratado Constitucional: a criação da figura do Presidente do Conselho Europeu, escolhido para um mandato de dois anos e meio, renovável uma vez. O Conselho passará, pois, a ser composto pelos Chefes de Estado ou de Governo dos Estados-membros, pelo Presidente da Comissão e pelo novo Presidente do Conselho Europeu, para além do Alto Representante para a Política Externa, que participará igualmente nos trabalhos. As principais funções do Presidente do Conselho Europeu passarão por assegurar a presidên-cia do órgão, assumindo a preparação da agenda e garantindo uma maior continuidade aos seus traba-lhos, cabendo-lhe igualmente assegurar a represen-tação do Conselho junto do Parlamento e assumir funções de representação externa da União.

CONSELHO DE MINISTROSO Conselho de Ministros, que exerce, conjunta-

mente com o Parlamento Europeu, funções legisla-tivas e orçamentais, manterá a sua composição de um representante de cada Estado-membro, mas será objecto de uma significativa reforma: a principal inovação quanto ao seu funcionamento prende-se com o novo sistema de votações, que entrará plena-mente em vigor a partir de 2014. A partir dessa data, a maioria qualificada exigida para a adopção de decisões passa a consistir na aprovação por pelo menos 55% dos membros do Conselho, incluindo pelo menos 15 Estados-membros e representando pelo menos 65% da população da União. A minoria de bloqueio a uma decisão a tomar por maioria qualificada passará a ter de integrar pelo menos quatro Estados-membros.

PROTECÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAISApesar de ter sido elaborada em 2000, a tempo de integrar as disposições vinculativas dos tratados insti-tutivos, a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia apenas foi objecto de proclamação solene pelos presidentes dos órgãos comunitários, não sendo até hoje dotada de força obrigatória. Apesar de não passar a integrar o texto dos tratados (como sucedia com o Tratado Constitucional), a Carta passa finalmente a ter força vinculativa para os Estados-membros, reforçando o compromisso da União para com a protecção dos direitos dos seus cidadãos. O novo tratado continua ainda a prever a adesão da União Europeia à Convenção Europeia dos Direitos do Homem, reforçando ainda mais o já rico regime de protecção de direitos fundamentais na União.

Infelizmente, um dos pontos em que foi necessário alcançar um compromisso de forma a assegurar a aprovação do novo tratado foi precisamente o do carácter obrigatório da Carta dos Direitos Funda-mentais. Devido à resistência em aceitar a natureza vinculativa da Carta por alguns Estados-membros, foi consagrado um regime excepcional para o Reino

Unido e a Polónia, em relação aos quais a Carta con-tinuará desprovida de força obrigatória.

POLÍTICAS DE JUVENTUDEA título complementar, deve ainda sublinhar-se que o Tratado de Lisboa vem igualmente inovar no plano das políticas com relevo para os jovens da Europa. A União passa a dispor de competências para apoiar, coordenar e complementar as acções dos Estados-membros nas áreas de educação, formação profissio-nal, juventude e desporto, tendo ainda sido reconhe-cido o papel da União no fomento da participação dos jovens na vida democrática da Europa.

O TRATADO E O FUTUROAberto este novo capítulo na vida da União Euro-

peia, estaríamos perante uma oportunidade única para debater de forma participada a Europa e o seu futuro, submetendo o tratado a referendo, como for-ma de conclusão do processo interno de ratificação. Tratar-se-ia de uma opção que permitiria aproximar os Portugueses do processo de integração europeia, estimulando o debate na sociedade civil e oferecendo um fórum alargado para demonstrar o papel central

das instituições e políticas europeias e o dinamismo do processo de integração. A intervenção dos cida-dãos no processo de reforma dos Tratados é, aliás, a posição dos jovens socialistas europeus quantos aos futuros passos a dar na construção de uma Europa federal, posição essa reafirmada no último congresso da ECOSY, realizado em Varsóvia em Abril de 2007, e

na última reunião do seu Bureau, que reuniu em Lis-boa em Dezembro de 2007, e que consiste na eleição de um parlamento europeu dotado de poderes cons-tituintes e a sujeição do texto aprovado nessa sede a um referendo simultâneo em todos os Estados-mem-bros. É essa, também, a posição oficial da Juventude Socialista quanto ao futuro aprofundamento da construção europeia, sufragada na moção global de estratégia aprovada no Congresso da Guarda, em Julho de 2006.

O Tratado de Lisboa representa, porém, uma esta-bilização do debate institucional para os próximos anos, e o reconhecimento de que o próximo salto qualitativo a empreender pela União ainda não se vislumbra no horizonte próximo. Nessa medida, a assinatura do Tratado de Lisboa representa mais um marco na evolução do processo de construção da unidade europeia, para além de um significativo êxito da Presidência Portuguesa da União. Com toda a probabilidade, a próxima década da construção europeia será a década do Tratado de Lisboa, do seu quadro institucional e da estabilização e aprofunda-mento do projecto europeu que acarreta. E esse é, sem dúvida, o maior legado do semestre português à frente dos destinos da Europa.

18/01Discussão na Assembleia da República do Projecto de Lei sobre Conselhos Municipais da Juventude.

19/01Seminário de Emancipação Jovem 2008Local: Pousada da Juventude do Gerês- O Futuro da Segurança Social- Caracterização do Emprego Jovem em Portugal- Arrendamento e Habitação Jovem

20/01Seminário de Emancipação Jovem 2008Local: Pousada da Juventude do Gerês- Políticas Para a Deficiência

26/01Comissão Política Distrital da JS de Aveiro

06

Ainiciativa Novas Oportunidades terá este ano um impulso determinante e um balanço preliminar permite-nos falar de um imenso sucesso que é paralelo a uma nova atitude em relação aos estudos, ao esforço e à

revalorização do papel da escola. Nos propósitos a que se propõe, considero este um dos mais emblemáticos programas da primeira metade da legislatura e tenho várias razões para isso. Portugal mantém-se um país dual em vários domínios e a estratificação da educação, entre quem tem qualificações e quem não as tem, é uma das primeiras bases reprodutoras de fortes assime-trias sociais. Não por acaso, o Novas Oportunidades mobiliza esforços não só do Ministério da Educação, mas também do Ministério do Trabalho e da Solidarie-dade Social. Porque para além da transmissão de saberes formais, as competências escolares circunscrevem cam-pos de cidadania e exclusão ao capacitarem os alunos como agentes políticos portadores de direitos e deveres. A educação é um direito basilar para a conjugação de outros direitos, pelo que o seu abandono significa uma limitação da democracia e da integração social. A falta de qualificações é um problema vital para Portugal, para a coesão social e para a sua economia. Portugal tem menos quatro anos de escolarização da população adulta do que a média dos países da OCDE, que é de doze, estando mesmo abaixo de países como a Turquia ou o México. Mais de três milhões e meio de portugue-ses na vida activa têm um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário e, já hoje, quase 500 mil jovens

entre os 18 e os 24 anos estão a trabalhar sem terem concluído 12 anos de escolaridade. Mais: metade desses não chegou sequer a concluir o 9.o ano. Ao contrário do que é comummente defendido pelos partidos da direita, esta falta de qualificações tem condições históricas e estruturantes que cruzam todo o século XX. A começar, desde logo, pelas longas décadas de salazarismo. Con-trariando a intervenção da I República (1910-1926) na instrução pública, o Estado Novo retomou uma tradição anti-intelectual veiculada por intermédio de programas escolares cuidadosamente controlados. O Estado Novo situava o universo escolar, em especial o universitário, como elemento de uma elite bastante restrita que foi preservada pelos dispositivos disciplinares da ditadura. Em 1961, para cada 10.000 habitantes o número de estudantes universitários portugueses era de apenas 25, enquanto em França saltava já para o dobro (50,4) e nos Estados Unidos para os 154,3. Durante décadas, os jovens portugueses foram mantidos completamente à margem de níveis intermédios e superiores de ensino. E isso reproduzia-se entre os estratos sociais, onde a mo-bilidade ascendente era quase inexistente. Nas vésperas do 25 de Abril, 36,4% dos pais dos alunos que frequen-tavam o micro-cosmos do ensino superior já detinham um grau superior e 64,7% possuíam 4 ou mais anos de escolaridade. Para a esmagadora maioria da população portuguesa, ter um filho na universidade era então uma impossibilidade perpetuadora de assimetrias sociais. Esta foi uma pesada herança para o regime democrá-tico, que teve de ultrapassar o atraso provocado pelo salazarismo. E, independentemente dos problemas de

qualificações da população portuguesa, aquilo que se conseguiu desde o 25 de Abril é espantoso. Em poucos anos, o ensino expandiu-se incrivelmente. Multiplica-ram-se escolas, universidades, institutos. Aumentou a procura e a oferta. Desenvolveu-se a acção social escolar, reorganizaram-se os currículos, dotaram-se as institui-ções de ensino de condições físicas e humanas conside-ráveis. Construíram-se bibliotecas, pavilhões gimnodes-portivos, cantinas, inúmeras estruturas de apoio. De acordo com as Estatísticas de Educação e os Recensa-mentos Gerais da População do INE, o número de ins-critos no ensino superior sextuplicou entre 1960 e 1989, valores que se exponenciam na actualidade: de pouco mais de 20 000 inscritos em 1960, ultrapassámos os 130 000 em 1989 (131 014) e os 390 000 em 2001 (DAPP/ME – Estatísticas da Educação). Este período marcou também a recomposição sexual do público universitá-rio, num salto quantitativo de mulheres no universo de ensino. Entre 1991-1992 e 1999-2000, o número de diplomados obteve um crescimento médio anual da ordem dos 11,6%, sendo que em 2000-2001 o ensino público absorve cerca de 71% dos alunos relativamente ao ensino privado. De resto, entre 1991 e 2001 reduziu-se de 77,7% para 62,2% a proporção de indivíduos dos 25 aos 64 anos com seis anos de escolaridade ou menos.Portugal evoluiu notavelmente, mas mantém pro-blemas inquestionáveis que têm ser revolvidos com parcerias sociais e com programas políticos consequen-tes. A capacidade de revitalizar capitais escolares em cidadãos que os abandonaram é uma medida que alarga a democracia, que dignifica quem procura superar a sua condição com dedicação e que contribui para o desen-volvimento económico do país ao promover a qualifi-cação dos seus recursos humanos. Não cabe ao Estado determinar ofícios, mas garantir a defesa de um interes-se público que permita aos seus cidadãos reavaliarem o seu lugar no mercado de trabalho e reconverterem as competências escolares de que dispõem ou adquirir novas, potenciando as suas escolhas individuais. É aí que o Novas Oportunidades assume um papel de transição que me parece determinante e os destinatários do programa sabem-no. Centenas de milhar de adultos que já encontram no mercado de trabalho inscreveram-se nos centros Novas Oportunidades com a expectativa legítima de obterem as oportunidades que, por um out outro motivo, nunca tiveram. Esses adultos inscrevem-se porque sabem, contra todas as aparentes evidências do senso comum, que qualificações académicas mais elevadas permitem não só maior resistência a situações de desemprego como remunerações mais elevadas. Que as qualificações são lugar de identificação, de pertença, de estímulo individual e de reconhecimento interpares. Que, contra todas as críticas que se fizeram ouvir, final-mente alguém lhes deu uma nova oportunidade.

ANÁLISE

APETECE DIZER...

por Tiago Barbosa Ribeiro [email protected]

«Não cabe ao Estado determinar ofícios, mas garantir a defesa de um interesse público que permita aos seus cidadãos reavaliarem o seu lugar no mercado de trabalho e reconverterem as competências escolares de que dispõem ou adquirir novas, potenciando as suas escolhas individuais.»

14 a 17/01 Sessão Plenária do Parlamento EuropeuEntre os principais pontos da ordem de trabalhos estará a apresentação pelo Primeiro-Ministro es-loveno Janez Janša do programa de seu país para a Presidência do Conselho. Os deputados irão ai-nda pronunciar-se, em Estrasburgo, sobre a Direc-tiva do crédito ao consumo; a legislação sobre as taxas aeroportuárias e sobre a redução de gases com efeito estufa provenientes dos combustíveis. De destacar ainda nesta sessão a visita do Grande Mufti da Síria. Esta visita será a primeira de uma sé-rie de visitas de líderes religiosos convidados a falar durante o Ano Europeu do Diálogo Intercultural.

17/01“Tratado de Lisboa e Futuro da Europa”Local: FAUL, 21h (Rua São Pedro de Alcântara) Sessão de Esclarecimentos com Joel Hasse Ferreira

{ AGENDA }

As oportunidades de quem não as teve

07

Benazir Bhutto foi assassinada no pas-sado dia 27 de Dezembro em Rawal-pindi, no Paquistão. Pouco antes havia discursado num comício. Acabou por ser morta por desconhecidos, atingida

por diversos tiros mesmo nas barbas da segurança e polícia paquistanesa, sofreu ainda o impacto de uma bomba que detonou de seguida nas imediações do veículo que a transportava – à prova de bala e bomba. As verdadeiras circunstâncias da morte de Benazir Bhutto permanecem por esclarecer, sendo que a que prevalece actualmente é que a ex-primeira-ministra terá sido alvejada na cabeça, ao contrário do que primeiramente havia sido ventilado pelas agências noticiosas, e da primeira versão do governo paquistanês. A incapacidade das forças de segurança paquistanesas de garantirem a segurança de Bhutto ao seu redor continuam a lançar mais achas para esta fogueira. A morte de Bhutto não encerra nenhum ca-pítulo na conturbada história de uma nação jovem, mas cheia de contradições, de futuro incerto, antes é apenas mais um episódio violento na construção desse Estado.Benazir, ex-primeira-ministra do Paquistão, que este-ve exilada 8 anos, havia regressado ao Paquistão em Outubro, e de imediato se havia lançado, a par com a oposição, na campanha eleitoral para as eleições le-gislativas que iriam decorrer a 8 de Janeiro, entretan-to adiadas para 18 de Fevereiro, devido à sua morte. No dia do seu regresso foi acolhida de forma eufórica por milhares de apoiantes, o que deixava perceber que a sua figura carismática continuava a colher apoios e lealdades, mesmo após 2 mandatos enquan-to primeira-ministra, mesmo após ter sido forçada a abandonar o cargo por duas vezes, por acusações de corrupção, inclusivamente contra o seu marido, também ele um antigo ministro.Recordada ainda como a primeira mulher de um país islâmico a subir ao poder, foi odiada pelos conservadores islamitas e foi uma luz para os reformistas, que viam nela, educada em Inglaterra e por-tadora de uma visão do estado mais laica e afastada das leis da sharia, um ponto definitivo de viragem para a democracia e de aproximação com o ocidente.Deste lado de cá, do ocidente, o seu regresso poderia significar uma pequena esperança em acalmar os tumultos com os quais o Paquistão se vê a braços e a construção de uma via mais democrática. Por um lado poderia supor-se que um entendimento entre o PPP, partido de Bhutto, e o presidente Musharraf levasse a uma partilha de poderes, abrangendo uma larga faixa de eleitorado, e obrigando a actual estrutura de poder a uma gradual

abertura política. Mas por outro lado, a ascensão de Bhutto poderia fazer prever o ocaso de Musharraf, que parece, na realidade, bastante agarrado ao poder, ainda para mais tendo o declarado apoio dos EUA.

A GUERRA AO TERRORISMOOs EUA contam com o Paquistão e, principalmente com o seu presiden-te, para ajudar a suster as iniciativas terroristas que partem daquele lado da fronteira para o Afeganistão, onde combatem as forças dos Aliados. E o apoio americano foi já reiterado pela administração Bush mesmo após o estado de emergência decretado por Pervez Musharraf a 3 de Novembro do ano passado, que levou à suspen-são da constituição, depositando na figura do presidente todos os poderes. Assistiu-se à supressão das liberdades individuais, ao fecho de diversos órgão privados de informa-ção e ao afrontar do poder judicial, isto a poucos dias do tribunal cons-titucional decidir se Musharraf havia sido eleito ou não dentro da lei nas eleições de Outubro.Segundo alguns analistas, o poder no Paquistão continua a ser atri-buído mais pela forma do que pelo conteúdo. Ou seja, os protagonistas do poder neste país continuam a ser eleitos (quando o são de facto, o próprio presidente Musharraf tomou o poder em 1999

após um golpe de Estado que depôs Nawaz Sharif e que dissolveu a assembleia nacional) e a gran-

jear apoios mais pelo seu carisma do que pela seu conteúdo político e pela profundidade de programas. A própria sucessão de poder no partido de Benazir Bhutto, o PPP, em que o seu filho de 19 anos assume o cargo deixado por ela, é disso exemplo. O outro partido que mais destaque tem é o PML, do antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif.

Enquanto isto, o país passa por um parado-xo interno, em que o seu governo apoia uma

suposta guerra ao terrorismo pelos EUA, forçando-o a combater internamente. Por um lado tentando travar as entradas e saídas das suas fronteiras de talibãs e outros fundamentalistas islâmicos, que convergem para junto das fronteiras com o Afeganistão. Por outro combatendo a proliferação de escolas islâmicas, que recrutam membros para as redes organizadas de terrorismo no Afeganistão e Iraque. Isto dentro de um país com mais de 95% de muçulmanos, muitos dos

quais com sentimentos de intolerância aos EUA e à sua política externa, e com o número de radicais islâ-micos a crescer, bem como de atentados à bomba. Isto a ocidente. Nas suas fronteiras orientais vai alimen-tando o constante clima de tensão com a Índia. E não nos podemos esquecer nunca que este é um país que possui arsenal de armas nucleares.Pese embora as suas tentativas de aproximação ao ocidente, o país continua a ser um parceiro de mais de ocasião do que de compromisso, servindo os interesses dos EUA em alturas necessárias, como neste momen-to, ou como o foi na altura da invasão soviética do Afeganistão (dali partiram numerosas iniciativas de resistência afegã, com o apoio militar dos EUA). Findos esses conflitos os apoios políticos e financeiros cessam, preterido por alternativas mais estáveis económica e socialmente como a Índia, por exemplo. A verdadeira guerra a travar pelo Paquistão deverá hoje ser a da consolidação da via democrática, apos-tando tudo num modelo que permita a integração de todas as minorias. Economicamente cresce a bom ritmo, estando a par com outras nações na região enquanto país emergente. Falta-lhe talvez o que nós consideramos essencial: a paz.

por Vitor Reis [email protected]

A morte de Bhutto não encerra nenhum capítulo na conturbada história de uma nação jovem, mas cheia de contradições, de futuro incerto, antes é apenas mais um episódio violento na construção desse Estado.

INTERNACI NAL

Paquistão, um futuro incerto

BENAZIR BHUTTO

SÁBADO, 19 DE JANEIRO

11.30h – Sessão de Abertura:Com: Pedro Nuno Santos, Secretário-geral da Juven-tude Socialista.

12.00h - 1o Painel - O Futuro da Segurança SocialOrador: Pedro Marques, Secretário de Estado da Segurança Social.

15.30h - 2o Painel - Caracterização do Emprego Jovem em Portugal:Oradores: Fernando Medina, Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional.

17.30h - 3o Painel - Arrendamento e Habitação JovemOrador: João Ferrão, Secretário de Estado do Or-denamento do Território e das Cidades.

PAINÉISDOMINGO, 20 DE JANEIRO

10.00h – 4o Painel - Políticas para a DeficiênciaOradores: Idália Moniz, Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação Social.

12.00h – Sessão de Encerramento:Com: Joaquim Barreto, Presidente da Federação de Braga do Partido Socialista;

Vieira da Silva, Ministro do Trabalho e da Segurança Social;

Pedro Nuno Santos, Secretário Geral da JS.

* Vê o programa completo no site da JS emwww.juventudesocialista.org

19 e 20 de JANEIRO 2008VILARINHO DAS FURNAS | TERRAS DO BOURO

SEMINÁRIO DE EMANCIPAÇÃO

JOVEM