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2009 Rumo 02 Cá por Dentro JS de Coruche promoveu jantar de Natal 03 Cá por Dentro II Congresso de Jovens Socialistas Transmontanos decorreu no passado dia 27 em Bragança SOCIALISTA JOVEM ÓRGÃO OFICIAL DA JUVentUDe SoCIALIStA Director Tiago Gonçalves Equipa de Redacção Ana Catarina Aidos, André Batista, David Erlich, Guido Teles, Inês Ramos, João Correia, Luís Pereira, Marco Fernandes, Paula Silva, Rui Moreira e Vanessa Neto. NÚMERO 473 / 13 Jan 2009 Duarte Cordeiro aponta o rumo da JS para 2009, na primeira entrevista do Secretário-Geral da JS ao Jovem Socialista

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13 de Janeiro de 2009

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Page 1: Jovem Socialista 473

2009Rumo

02 Cá por Dentro

JS de Coruche promoveu jantar de Natal

03 Cá por Dentro

II Congresso de Jovens Socialistas Transmontanos decorreu no passado dia 27 em Bragança

socıalıstaJoVEM

ÓRGÃO OFICIAL DA JUVentUDe SoCIALIStA

Director Tiago Gonçalves

Equipa de Redacção Ana Catarina Aidos, André Batista, David Erlich, Guido Teles, Inês Ramos, João Correia, Luís Pereira, Marco Fernandes, Paula Silva, Rui Moreira e Vanessa Neto.

NÚMERO 473 / 13 Jan 2009

Duarte Cordeiro aponta o rumo da JS para 2009, na primeira entrevista do Secretário-Geral da JS ao Jovem

Socialista

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Para a concelhia local, os objectivos que levaram à reunião do jantar foram cumpridos, tendo os laços entre a concelhia de Coruche e a Federação Distrital da JS saído fortalecidos, sobretudo atendendo aos grandes desafios eleitorais que se colocam aos jovens socialistas no ano de 2009. Foi essa cooperação entre as concelhias, a Federação e a Direcção Nacional que ficou patente nas intervenções de Mara Lagriminha, coordenadora concelhia da JS de Coruche; de Bruno Gomes e Hugo Costa.

por André Pinotes Batista

[email protected]

A eleição dos novos órgãos do NESUBI (Núcleo de Estudantes Socialistas da Universidade da Beira Interior) decorreu na sede do PS Covilhã, tendo estado presentes o Coordenador Académico Nacional, Pedro Silveira e o Presidente da Federação Distrital de Castelo Branco, Artur Patuleia, naquele que foi o primeiro acto público do recém-eleito coordenador nacional da ONESES.Na sua intervenção de tomada de posse, Pedro Bernardo salientou como objectivos principais deste mandato a reactivação do boletim do NESUBI, uma maior inte-racção da Juventude Socialista com os estudantes da UBI e a introdução de debates sectoriais no interior da comunidade estudantil, para além do estabelecimento de uma forte cooperação entre os recém-eleitos órgãos do NESUBI e a estrutura da ONESES.

Os órgãos do NESUBI têm agora a seguinte composição: Pedro Bernardo, coordenador; Ana Abrantes, Francisco Correia, Cláudio Godinho e Serafim Pinto são os restan-tes membros do Secretariado.por David Erlich [email protected]

A Concelhia de Coruche da Juventude Socialista realizou, no passado dia 21 de Dezembro, um jantar de Natal, tendo o mesmo contado com a presença do Secretário Nacional, Hugo Costa, e do Presidente da Federação Distrital de Santarém, Bruno Gomes.

O NESUBI elegeu no passado dia 4 de Dezembro os seus novos órgãos.

02

Cápordentrotermómetro

GazaIsrael invadiu a Faixa de Gaza procuran-do desmantelar a capacidade bélica do Hamas. Na verdade, isso é praticamente impossível e, entre dois lados com razão, quem mais sofre são os milhares de civis palestinianos, sobretudo crianças, que vivem numa situação desumana. Paz!

José SócratesNa entrevista que concedeu à SIC, o Primeiro-Ministro não teve medo de tocar as feridas e expor ao país aquilo que pensa sobre muitos dos assuntos que estão na ordem do dia: a Economia Mundial, as datas das eleições, a renovação da maioria absoluta por parte do PS, entre outros.

Segurança RodoviáriaA Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária revelou uma diminuição de 56% no número de vítimas da sinistralidade rodoviária. É uma vitória do Plano Nacional de Prevenção Rodoviária, das autoridades e, sobretudo, para milhares de famílias que são poupadas à perda de pessoas queridas nas estradas portuguesas.

RecessãoOs dados apresentados pelo Banco de Portugal prevêem uma recessão na ordem dos 0,8% para o ano de 2009, fruto das contracções no investimento privado e nas exportações. É tempo de apostar no investimento público, no apoio social e às empresas, no aumento da formação para as pessoas que se encontram no desem-prego, na educação.

por João Correia [email protected]

Jantar de Natal em Coruche

ANJAS lança blog sobre boas práticas autárquicas

Novos Órgãos no Núcleo de Estudantes Socialistas da UBI

A Associação Nacional de Jovens Autarcas Socialistas (ANJAS) lançou recen-temente o seu blog oficial. Com o www.boaspraticasautarquicas.blogspot.com surge o espaço ideal para o debate, informação e difusão das boas prá-ticas autárquicas dinamizadas pelos jovens socialistas. De modo a promover uma intervenção municipal transversal em matérias de política de juventude, apela-se a uma participação regular de responsáveis políticos, jovens autar-cas, militantes e simpatizantes da JS, através do envio de artigos de opinião, propostas, projectos, informações e ideias subjacentes ao domínio da política autárquica para o e-mail da estrutura - [email protected]. por Guido Teles [email protected]

A Equipa do NESUBI juntamente com Pedro Silveira e Artur Patuleia

Jantar de Natal da JS de Coruche

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Realizou-se, no passado dia 27, na cidade de Bragança, o II Congresso de Jovens Socialistas Transmontanos, numa organização da Confederação Regional de Trás-os-Montes e Alto Douro da JS, e que foi distinguida nas palavras do Secretário Geral Adjunto da JS, Pedro Vaz, como “importante, particular e pioneira” no contexto das organizações partidárias de juventude, pois no seu entendimento “junta duas estruturas formais numa outra, em prol de algo que identifica as duas estruturas”.

Tiago GonçalvesDirector do Jovem Socialista

[email protected]

Começar 2009

03

editorial

Este é o primeiro editorial de 2009. Começo, por isso, desejando a todos um bom Ano Novo, repleto de sucessos. Indo directo ao assunto, na última edição de 2008 do Jovem Socialista, privilegiei, neste mesmo espaço, o ano que terminou e outra coisa não se pode esperar agora senão que, na primeira edição de 2009, fale do novo ano. É pois isso que irei fazer mas não sem antes agradecer a todas as ilustre figuras que contribuíram, na edição anterior, com a sua mensagem sobre as ex-pectativas para 2009.

2009 será, por todos os motivos já conheci-dos, um ano de grandes desafios e, certamen-te, nunca um ano de facilidades. A crise eco-nómica mundial exige respostas adequadas. Será um ano de luta, com propostas políticas firmes e arrojadas da JS, quer para a Europa, quer para Portugal, quer para cada conce-lho e freguesia. Será um ano de três “E”s de eleições – europeias, legislativas e autárqui-cas e, num ano onde são vários os momentos de opções e escolhas eleitorais, agora como nunca será fundamental defender os valores da esquerda moderna, os valores que o PS representa. A JS não pode faltar a essa luta, deixando a sua marca que tanta falta faz à de-mocracia e aos jovens. É, pois, importante que todos estejamos no pelotão da frente, com irreverência e espírito de serviço. Faz, por isso, todo o sentido, ler, nesta edição, a primeira entrevista do ano, na qual o Secretário-Geral da JS, Duarte Cordeiro, aponta o caminho da JS para 2009.

Quero, por último, dizer que o Jovem Socia-lista, em 2009, começará novos projectos e continuará a mudança iniciada em Setembro do ano passado. Contamos lançar, em breve, um blogue onde promoveremos a difusão de informação, mas também o debate e reflexão sobre diversos temas. Não pretendemos ficar por aí, pois “parar é morrer”; outras acções ousadas e inovadoras serão disponibilizadas a todos os militantes da JS e aos jovens por-tugueses, porque, afinal, servi-los é a nossa missão, todos os dias, todo o ano.

Um abraço amigo do

II Congresso de Jovens Socialistas Transmontanos

JS de Tomar apresenta em Assembleia Municipal proposta sobre empréstimo de bicicletas

Este foi um dos aspectos realçados durante o balanço do primeiro ano de actividade desta organização, para além da apresentação de três moções sectoriais sobre regiona-lização: no Congresso Nacional da JS, aprovada por ampla maioria no Congresso Distrital do PS de Vila Real, através de uma moção em defesa da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro (aprovada por unanimidade) e no Congresso Distrital do PS de Bragança (a moção será discutida e vota-da na próxima reunião da Comissão Política Distrital). Esta forma de organização é possível, estatutariamente, desde o último Congresso Nacional”, declarou Pedro Vaz, ao intervir na sessão de encerramento do II Congresso. O Secretário-Geral Adjunto aproveitou ainda a ocasião para sublinhar a importância da regionalização para o desenvolvimento do país, e realçou que as estruturas da JS têm sempre defen-dido a regionalização. “Não baixámos os braços, mesmo depois do referendo de 1998”, afirmou.

Tendo como base um problema de mobilidade sustentável existente em Tomar, a Juventude Socialista de Tomar apresen-tou, em sessão de Assembleia Municipal, pela voz do deputado municipal Hugo Costa, uma proposta referente à neces-sidade de promoção de um estudo, com a consequente regulamentação e posterior construção pela vereação de um sistema de empréstimos gratuito de bicicletas, tendo em vista a sua utilização no interior daquela Cidade. Inspirada em vários motivos relativos à sustentabilidade ambiental e à promoção de hábitos de vida mais saudáveis, a iniciativa apresentada conseguiu a aprovação por unanimidade do órgão deliberativo do Município de Tomar. Esta proposta deixa também a sugestão de se proceder à entrega e recolha das bicicletas emprestadas em vários pontos da Cidade.por Vanessa Neto [email protected]

Foi ainda debatido o futuro da Confederação e da actuação política, sendo unânime a defesa da da implementação definitiva de um processo de regionalização em Portugal, por ser a melhor forma de combater as graves assimetrias existentes. Outro marco a assinalar foi a eleição de José Sócrates como primeiro militante honorário da Confedera-ção Regional de Trás-os-Montes e Alto Douro da Juventude Socialista, sendo reconhecido pelos jovens transmontanos e alto-durienses no apoio que tem prestado à região.Durante o Congresso, foram ainda aprovadas algumas alterações orgânicas, como a criação de um novo órgão colegial na Confederação – a Comissão Política Regional –, e formalizada a tomada de posse de Fernando Morgado como novo Presidente da Confederação Regional de Trás-os-Montes e Alto-Douro da JS, na sequência da rotativida-de de presidências que rege esta estrutura.por Luís Pereira luis.pereira@juventudesocialista.

O Jovem socialista como órgão oficial da JS, é o jornal de todos os militantes. Mantém-nos informados das actividades da tua estrutura para que sejam divulgadas neste espaço.

>> [email protected]

Fernando Morgado, agora presidente da Confederação Regional de Trás-os-Montes e Alto-Douro da JS, intervindo no Congresso que o elegeu para a liderança dessa estrutura.

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04

O SECRETáRIO-GERAL DA JS, DUARTE CORDEIRO, EM

ENTREVISTA AO JOVEM SOCIALISTA, FAz UM BALANçO

“POSITIVO” DOS PRIMEIROS SEIS MESES DO SEU MANDATO,

ONDE SE PROCUROU “COLOCAR A ESTRUTURA INTEIRA DA JS

A TRABALHAR”. O LíDER DA JS DEFINE AINDA AS ESTRATÉGIAS

PARA OS TRêS MOMENTOS ELEITORAIS PREVISTOS

PARA 2009, CONSIDERANDO QUE: “É ACIMA DE TUDO UM

DESAFIO MANTER A JS COMO A PRINCIPAL ORGANIzAçãO

POLíTICA DE JUVENTUDE E UMA ORGANIzAçãO CAPAz

DE ACRESCENTAR POLíTICA COM SENTIDO CRíTICO AO

PARTIDO SOCIALISTA” E QUE É IMPORTANTE QUE A JS

CONSIGA “ESTAR PRóxIMA DOS MILITANTES DA JS, EM TERMOS

DE INFORMAçãO, MAS TAMBÉM EM TERMOS FíSICOS”.

ENTREVISTA AO SECRETáRIO GERAL DA JS, DUArte CorDeIro

“O PS sabe que pode contar com a JS para

defender o seu projecto político”

Que balanço fazes destes primeiros seis meses enquanto líder da JS?É positivo. Durante estes primeiros seis meses, houve

uma preocupação muito grande em reactivar algumas estruturas da JS, nomeadamente, a ANJAS, o Jovem Socialista e a ONESES.. Procurou-se, assim, colocar a estrutura inteira da JS a trabalhar. Isso já foi atingido, o que é muito positivo, pois já temos as equipas formadas e motivadas para fazer um bom trabalho, uma vez que, em 2009, vamos ter um ano muito complicado com três actos eleitorais.

Do ponto de vista político, foi importante para nós, por um lado, defender aquelas que são as nossas ideias e que apresentamos na moção global, mas, por outro, acompanhar a agenda da actualidade.

Durante estes meses, abordámos com alguma profundidade, em primeiro lugar, o tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo, através da afirmação das nossas posições na discussão que houve e com o argumentário que fizemos. Não teve o resultado que nós queríamos, mas afirmámos a nossa posição e conti-nuamos a trabalhar para convencer o PS a assumir uma posição diferente em relação a esta matéria.

Em segundo lugar, as questões relacionadas com a crise financeira internacional, através da iniciativa “Campus JS”. Procuramos, assim, debater com econo-mistas conhecidos este problema, o que também serviu para explicar aos militantes os motivos da crise e as soluções possíveis.

Em terceiro lugar, a questão da política de educa-ção. Muito fruto daquilo que estava a acontecer na actualidade política, entendemos que era importante ter um debate profundo sobre esta matéria na JS. Por esse motivo, chamámos a Ministra da Educação para a Comissão Nacional, onde pudemos, por um lado, compreender aquilo que é a política global do Ministério da Educação, mas também perceber muita da desinfor-mação que circulava pelas escolas.

Numa perspectiva de abordar temas que digam respeito àquilo que é a nossa visão, considero que foram seis meses de uma militância muito participativa e mui-to activa, onde procurámos marcar as nossas posições publicamente junto da sociedade, passando a informa-ção aos militantes, preparando-os e discutindo estes temas com os mesmos.

Como te sentes na pele de Secretário-Geral da Juventude Socialista?Sinto-me bem. Já tinha tido experiência pois estive

quatro anos na Direcção Nacional com o Pedro Nuno

Santos. No entanto, é obviamente um desafio muito grande. A JS é uma organização de jovens voluntários, o que significa que há aqui um fenómeno de aprendi-zagem tanto pessoal como colectiva. Relativamente à parte da exposição pública, tenho vindo a habituar-me, mas penso que globalmente tem sido uma aprendiza-gem muito positiva para mim, onde é, acima de tudo, um desafio, manter a JS como a principal organização política de Juventude e uma organização capaz de acrescentar política com sentido crítico ao Partido So-cialista. Por este motivo, tento não desonrar a tradição da JS. Contudo, ser a juventude partidária do Partido de Governo nem sempre é fácil, pois muito daquilo que é o nosso trabalho não é conhecido, exceptuando quando temos ou posições críticas ou diferentes do PS.

Assumiste a liderança da JS num mandato que engloba três momentos eleitorais. Como te sentes em relação a isso?Considero que estes desafios são particularmente

estimulantes. Já passei por um processo destes com a direcção do Pedro Nuno Santos. Nesses quatro anos, atravessámos todos estes momentos eleitorais, portan-to não é, para mim, novidade nenhuma. É importante, acima de tudo, durante este processo, manter a nossa identidade enquanto JS. O mais difícil é a relação de proximidade que tem que existir, sendo necessário um grande esforço físico durante este mandato. Isto significa que a direcção da JS tem que conseguir estar próxima dos militantes da JS, em termos de informa-ção, mas também em termos físicos. É fundamental que não só a Direcção Nacional esteja activa mas que toda a JS esteja activa e preparada. Será esse o desafio. No entanto, julgo que vamos evoluindo à medida que o mandato vai avançando. Os momentos eleitorais vão ser um desafio muito grande, mas espero que, na altura própria, a JS possa estar globalmente preparada, com dirigentes preparados, com capacidade de mobilização e de acrescentar ideias políticas.

Qual vai ser a estratégia da JS para as eleições europeias?Em termos europeus, a JS tem tradicionalmente

assumido as suas posições. Somos naturalmente federalistas, o que significa que acreditamos que deve haver um maior aprofundamento da Europa. Mas esse aprofundamento deve ter objectivos. Esses objectivos devem ser a coesão social da Europa.

A JS faz parte de uma organização de juventudes socialistas, tem bons relacionamentos com as outras

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“É fundamental uma campanha pedagógica junto

dos jovens para que estes percebam a importância que a Europa tem nas

nossas vidas.”

juventudes, nomeadamente com a de Espanha, pelo que devemos procurar conjuntamente iniciativas que criem uma marca socialista na Europa.

Estas são, no entanto, as eleições menos participa-das em Portugal, especialmente pelos jovens. Por esse motivo, é fundamental uma campanha pedagógica junto dos jovens para que estes percebam a importância que a Europa tem nas nossas vidas. O que implica para a JS a capacidade de estar próxima dos jovens e explicar o que é a Europa, qual é a nossa visão e que os deputados do PS podem contribuir para uma Europa socialmente mais justa.

Os nossos candidatos a deputados europeus, devem ter uma ideia muito clara sobre a Europa e nós temos que tentar influenciar esses deputados para que assu-

mam posições fundamentais para a JS. É necessária a democratização e a aproximação da Europa. É preciso discutir o que queremos de futuro para a Europa e espe-ro que o PS tenha aí um papel importante.

e qual a estratégia em relação às eleições Legislativas?A JS tem assumido publicamente as suas posições

políticas. Portanto, vamos continuar a batalhar para que as nossas posições sejam aceites. Para mim, se as nossas posições políticas fossem aceites já amanhã, ficava contente e não precisava de esperar pelas legis-lativas para ter de novo estas discussões com o PS. Mas obviamente, a JS sabe muito bem o que quer e tem uma identidade muito bem definida. A estratégia da JS vai

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continuar a ser convencer o PS das nossas propostas políticas ao nível da educação, do emprego, ambiente e dos direitos individuais. Na altura em que o PS assumir um novo programa para as legislativas, voltaremos a discutir e a propor as nossas ideias.

e por fim, o que reserva a JS para as eleições Autárquicas?A JS tem uma noção concreta daquilo que uma

Câmara deve e pode fazer pelos jovens, especialmente ao nível da habitação, dos transportes, do ambiente e da participação política dos jovens. Muitos autarcas concretizam muito bem algumas das propostas políti-cas que a JS defende mas dificilmente encontramos um autarca que faça tudo o que a JS defende. A estratégia passa pela ANJAS mas também pelo Secretariado Nacional, procurando dar o exemplo de autarcas socia-listas que já fazem muito bem algumas das propostas que defendemos para convencer candidatos a autarcas socialistas sobre as nossas ideias. E portanto, é dando exemplos e mostrando que as nossas propostas são exequíveis e que elas na prática representam uma me-lhoria do bem-estar dos jovens, a forma de convencer o PS. A ANJAS já criou um blogue de melhores práticas e vamos procurar concentrar os nossos esforços nas melhores práticas elegendo as autarquias que melhor fazem aquilo que defendemos.

Como é hoje a relação da JS com o partido Socialista?Sempre foi boa e sempre foi leal, o que não significa

que estejamos sempre de acordo em tudo. Felizmente, temos a liberdade para discutirmos e definirmos aquilo que acreditamos que é melhor para o nosso país e para os jovens de Portugal. O que significa, por vezes, ter-mos divergências políticas com o PS ou estarmos mais “acelerados”, como eles gostam de dizer, apesar de eu discordar desse conceito. Gostaríamos que o PS andasse de facto mais “acelerado” mas temos uma relação muito boa, muito leal, muito solidária e o PS sabe que pode contar com a JS para defender o seu projecto político.

A JS mobilizou-se para esclarecer a desinformação que circulava nas escolas relativamente ao novo estatuto do Aluno. Que balanço fazes deste movimento?Foi uma excelente experiência e um óptimo sinal da JS

para aquilo que vem aí no próximo ano. Houve a capaci-dade da JS, no espaço de dois meses, no final do primeiro período do ano lectivo, entregar 100.000 flyers, e a resposta nas escolas, para quem teve essa experiência, foi muito positiva. Contribuímos efectivamente para es-clarecer muitos estudantes sobre aquilo que é o estatuto do aluno e a sua aplicação. E, aí, estivemos onde o PS não podia estar, pois muito dificilmente o PS teria a capaci-dade de ir às escolas como a JS foi. Isto foi um pequeno exemplo do que a JS tem de elementar e fundamental. A JS consegue estar junto aos jovens, onde o partido não está. Estivemos com muito orgulho ao lado da ministra da Educação, pois sabemos que este estatuto traz mais oportunidades para os estudantes. A pior aplicação deste estatuto é melhor que o anterior, nomeadamente, no que diz respeito ao regime de faltas.

José Sócrates recentemente reconheceu que o país irá entrar em recessão em 2009. tens confiança neste governo e nas suas reformas?Confio a cem por cento. Já no Congresso da JS

tínhamos demonstrado essa confiança. Reconhece-

mos que é um Primeiro-ministro extremamente determinado e que, em certas áreas, fez um trabalho notável, como na área do ambiente, na educação e segurança social. Portanto, foi feito muito bom trabalho em áreas com as quais nos identificamos plenamente. Obviamente, gostaríamos que José Sócrates assumisse a nossa agenda política com a mesma determinação que assume a sua, naqueles aspectos que diferem do PS. Contudo, confio plenamente neste Executivo para responder ao momento de crise. Este é um momento complicado que exige extremar a sensibilidade social, especialmente com os jovens, que são uma população de risco. Com as dificuldades que já se sentiam, como a emancipação tardia, a dificuldade em encontrar empre-gos com dignidade e habitação, todos estes problemas agravam-se neste contexto o que implica que a sensibi-lidade do governo tem que ser ainda maior.

o que deverá ser feito para minorar os efeitos da crise?Entendo que o Governo está a responder correc-

tamente aos efeitos da crise. A JS concorda com o investimento público, com as medidas de cariz social que foram desenvolvidas e com as políticas de desen-volvimento económico do país, como o melhoramento da base tecnológica e a diversificação das nossas expor-tações. Portanto, toda a estratégia global do governo parece correcta, mesmo no sector bancário, através das garantias que foram dadas, para que este funcione efectivamente. No entanto, o Governo pode e deve ter capacidade de avaliar se isto é suficiente e, se não for, ter a coragem de ir mais além e isso significa se neces-sário ultrapassar os 3 por cento do défice, reforçando ainda mais o investimento. É também necessário refor-çar o apoio social no ensino superior em várias frentes, não só nas bolsas, mas também nos transportes, dos

manuais e facilitar a vida de quem tem que estagiar, no sentido de termos uma juventude mais preparada e confiante para o futuro.

Manuela Ferreira Leite é adversária à altura de Sócrates?Já o disse antes, mas considero que a Dra. Manuela

Ferreira Leite está no século xx e nós estamos no sécu-lo xxI. Continua extremamente conservadora e parece que ignora que esta crise teve autoria. Ou seja, que esta crise vem de políticas neoliberais que foram aplicadas como a desregulação dos mercados. Ferreira Leite esquece-se que foi este o problema, e apresenta-nos a mesma solução como se não houvesse crise nenhuma. Fala com receio do investimento público. Mantém um conservadorismo atroz no que diz respeito aos direitos individuais das pessoas. Para mim, os portugueses per-cebem que a Dra. Ferreira Leite não é de forma alguma uma solução para nada a não ser que ainda vivêssemos no século passado. As pessoas conseguem olhar para o que se passa no mundo, mas ela tem uma “teoria da cabala” muito interessante onde a crise teve origem em Portugal. Basta olhar para o que está a ser feito noutros países para se perceber que as soluções que os outros encontraram são as mesmas que estão a ser postas em prática em Portugal.

Como qualificas a actuação de Manuel Alegre?Considero Manuel Alegre uma pessoa importante

dentro do PS por vários aspectos, um dos quais, pela reflexão política que faz.

É fundamental que exista a capacidade de fazer essa reflexão, independentemente de concordarmos ou não com ele. O único aspecto em que tenho mostrado algum atrito com Manuel Alegre é quando ele opta por não discutir as sua ideias no Partido e discute fora, atacando o Partido e até a JS, quando até assume as mesmas po-sições que nós. Estas são questões de incoerência pois Manuel Alegre tinha que experimentar discutir primeiro com o Partido. Ele é que parece não estar disponível para isso. Antes de nos criticar e dizer que a JS só se interessa por assuntos de moda, deveria perguntar quais eram as nossas propostas políticas. Agora, quanto às suas posições políticas, acho que ele tem toda a liberdade de as assumir e, portanto, do ponto de vista da reflexão política, não é um adversário do PS nem o PS o deve encarar como tal. Só espero é que ele não desacredite tanto o PS porque o PS é feito de militantes e não apenas de Governo.

recentemente vimos grandes manifestações de jovens na Grécia. o que pensas sobre estes acontecimentos? poderá ter repercussões em portugal?Estes acontecimentos são muito específicos do

contexto que se viveu na Grécia, fruto de um infeliz acontecimento entre um manifestante e a polícia, mas também das dificuldades que os jovens gregos estão a viver, tendo escolhido este momento para expressar de alguma maneira o seu estado de alma. Foram criadas expectativas aos jovens que não foram concretizadas, porque, concretamente, a sociedade não cria as oportu-nidades ou não confere a dignidade a um jovem que de-veria conferir. Em Portugal, infelizmente também temos situações que, do ponto de vista das dificuldades do início de vida de um jovem, se assemelham ao contexto grego. No entanto, não acredito que haja condições para que aconteça uma situação destas. Mas é por este motivo que é importante ter a noção que, neste momen-

“Contribuímos efectivamente para esclarecer muitos estudantes sobre aquilo que é o

estatuto do aluno e a sua aplicação.”

“Estivemos com muito orgulho ao lado da ministra

da Educação, pois sabemos que este estatuto traz mais

oportunidades para os estudantes.”

“Para mim, os portugueses percebem que a Dra. Ferreira Leite não é de forma alguma uma solução para nada a não ser que ainda

vivêssemos no século passado.”

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07

Um novo ciclo político inicia-se em 2009, com as eleições para o Parlamento Europeu, para a Assembleia da República e para as Autarquias Locais. Estamos num período de crise do capitalismo financeiro. A resposta só pode ser a mudança. A opção é entre uma sociedade mais justa, mais livre, mais igualitária e mais solidária ou uma sociedade mais injusta e mais repressiva. O “Jovem Socialista” tem de ser um ins-trumento da mudança, contribuir para que a opção vencedora seja a que corresponde às aspirações históricas do socialismo democrático, porque só assim serão asseguradas mais oportunidades e maior igualdade de oportunidades para todos, jovens e não jovens, portugueses ou imigrantes. Só poderá fazê-lo se for uma tribuna livre, aberta ao debate e à controvérsia.JoSÉ LeItÃo Ex-SECRETáRIO-GERAL DA JS E PRIMEIRO DIRECTOR DO “JOVEM SOCIALISTA”

notA DA reDACÇÃo Na última edição do Jovem Socialista, por lapso, não foi totalmente publicada a resposta de José Leitão, ex-Se-cretário-Geral da JS e primeiro director do “Jovem Socialista”, à pergunta sobre as expectativas para 2009. Publicamos agora a resposta integral, com o devido pedido de desculpas.

Que esperar do Jovem Socialista em 2009?ExpEctatıVas para 2009

to de crise, todos os problemas que o jovem vive são intensificados. Se, no início de vida de um jovem, quando este termina os seus estudos, tiver menos dificuldades, obviamente não haverá nunca o contexto para que surja um descontentamento destes, e é este aspecto e esta aprendizagem que é relevante.

o que podem os militantes da JS esperar da estrutura para os próximos tempos?A JS, para os próximos seis meses, irá reforçar as

actividades que pretendemos realizar antes de iniciar as campanhas eleitorais, reforçar as nossas posições polí-

ticas e reforçar a informação e a proximidade junto dos militantes. Iremos ter a preocupação em perceber um pouco sobre o que o Orçamento do Estado para 2009 traz, nomeadamente, para as políticas de juventude e habitação. Continuaremos a ter o nosso trabalho de pro-ximidade junto do Ministério da Educação e da Ciência e do Ensino Superior para, eventualmente, nos próximos seis meses, acreditar que poderão algumas das nossas propostas ser acolhidas pelo governo.

Procuraremos realizar um “Campus JS” sobre ambiente e energia para discutir aquilo que tem sido feito pelo Governo na área da energia, como também

para discutir soluções futuras. A JS pode ter um papel importante e ser dinamizadora na redução do consumo de energia, nomeadamente, ao nível local, através das concelhias, ao defenderem, nos seus projectos autárqui-cos, efectivas políticas de redução e racionalização de energia.

Iremos também, procurar realizar uma cimeira ibérica, em conjunto com a juventude socialista espanhola, onde assumiremos o mesmo manifesto para as eleições Euro-peias. Entretanto, haverá o congresso do PS, onde a JS não deixará de marcar as suas posições políticas. por Marco Fernandes [email protected]

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tiago Gonçalves>> DIRECTOR DO JOVEM SOCIALISTAÓRGÃO NACIONAL DE COMUNICAÇÃO DA JS

pedro Silveira>> COORDENADOR ACADÉMICO NACIONAL DA ONESES ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ESTUDANTES SOCIALISTAS DO ENSINO SUPERIOR

Daniel Bastos>> PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA ANJAS ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JOVENS AUTARCAS SOCIALISTASIN

ERêN

CIA

S

tiago Barbosa ribeiro>> IGUALDADE E COMUNICAÇÃO

rui Duarte>> CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

rita pereira>> IGUALDADE

rita Leão>> ORGANIZAÇÃO

ricardo Lino>> CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA - ORGANIzAçãO

rafaela teixeira>> EDUCAÇÃO

pedro Sousa>> EMANCIPAÇÃO JOVEM E EMPREENDORISMO

nuno Vieira>> EDUCAÇÃO - ORGANIzAçãO

Maria Inês Maurício>> AUTARQUIAS LOCAIS, REGIONALIZAÇÃO & INTERIORIDADE

Marco Góis>> AUTARQUIAS LOCAIS, REGIONALIZAÇÃO & INTERIORIDADE - ORGANIzAçãO

Mafalda Serrasqueiro>> ASSUNTOS EUROPEUSCOMUNICAçãO

Luís Sá>> ORGANIzAçãO

João torres>> ENSINO SUPERIOR - COMUNICAçãO

Hugo Costa>> EMANCIPAÇÃO JOVEM E EMPREENDORISMO - ORGANIzAçãO

Fernando Morgado>> AUTARQUIAS LOCAIS, REGIONALIZAÇÃO & INTERIORIDADE

Diogo Leão >> ENSINO SUPERIOR

Cláudia Ferreira>> IGUALDADE

Célia pessegueiro>> ASSUNTOS EUROPEUS E LIGAÇÃO ÀS ESTRUTURAS DAS REGIÕES AUTÓNOMAS

Bruno Julião>> AMBIENTE E ENERGIA - COMUNICAçãO

Artur patuleia >> AMBIENTE E ENERGIA

António Fantasia>> EMANCIPAÇÃO E EMPREENDORISMO - ORGANIzAçãO

Antónia Alves>> CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA- COMUNICAçãO

peDro ALVeS>> COORDENADOR DA ÁREA POLÍTICA

peDro VAz >> SECRETÁRIO-GERAL ADJUNTO

DUArte CorDeIro>> SECRETÁRIO GERAL DA jS

Conhece o Secretariado Nacional da JSApresentamos aqui a equipa que está no pelotão da frente da JS e as áreas de função respectivas.