iob - icms/ipi - paraíba - nº29/2016 - 3ª sem julho

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Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a IPI - Registro de Apuração do IPI a ICMS - Antecipação tributária (ICMS Garantido) ICMS - IPI e Outros Fascículo N o 29/2016 Paraíba / a Federal IPI Conserto, restauração ou recondicionamento de produtos usados 01 / a Estadual ICMS Exportação direta e indireta 04 / a IOB Setorial Federal Taxista - IPI/IOF - Isenção - Formulários digitais alternativos - Insti- tuição 11 / a IOB Comenta Estadual ICMS - Alterações promovidas nas obrigações acessórias em face da Emenda Constitucional nº 87/2015 12 / a IOB Perguntas e Respostas ICMS Sped - EFD - Assinatura digital 13 Sped - MDF-e - Emissão 13 ICMS/PB Consulta tributária - Formulação 13 Documentos fiscais - Devolução - Indicações obrigatórias 14

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IOB ICMS-IPI, Paraiba,29-2016,3a Sem Julho

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Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a IPI - Registro de Apuração do IPI

a ICMS - Antecipação tributária (ICMS Garantido)

ICMS - IPI e OutrosFascículo No 29/2016

Paraíba

/a FederalIPIConserto, restauração ou recondicionamento de produtos usados . . . 01

/a EstadualICMSExportação direta e indireta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

/a IOB SetorialFederalTaxista - IPI/IOF - Isenção - Formulários digitais alternativos - Insti-tuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

/a IOB ComentaEstadualICMS - Alterações promovidas nas obrigações acessórias em face da Emenda Constitucional nº 87/2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

/a IOB Perguntas e RespostasICMSSped - EFD - Assinatura digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Sped - MDF-e - Emissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

ICMS/PBConsulta tributária - Formulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Documentos fiscais - Devolução - Indicações obrigatórias . . . . . . . . 14

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© 2016 by SAGE | IOB

Capa:Marketing SAGE | IOB

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial SAGE | IOB

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

ICMS, IPI e outros : IPI : conserto, restauração ou recondicionamento.... -- 12. ed. -- São Paulo : Sage - IOB, 2016. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2754-0

1. Imposto sobre Produtos Industrializados - Brasil 2. Tributos - Brasil I. Série.

16-04569 CDU-34:336.223(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Imposto sobre Produtos Industrializados : IPI : Direito tributário 34:336.223(81)

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Manual de ProcedimentosICMS - IPI e Outros

Boletimj

29-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 PB

a Federal

IPI

Conserto, restauração ou recondicionamento de produtos usados SUMÁRIO 1. Introdução 2. Operações excluídas do conceito de industrialização 3. Entrada do produto a ser consertado 4. Saída do produto consertado (retorno ao encomendante) 5. Estorno de crédito 6. Aplicação de componentes normais do estoque 7. Produtos usados 8. Considerações quanto ao ICMS e ao ISS 9. Soluções de consulta da Receita Federal do Brasil (RFB)

1. INTRODUÇÃO Considera-se como industrializa-

ção, entre outras hipóteses, a ope-ração que exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto inutilizado ou deterio-rado renove ou restaure o pro-duto para utilização (renovação ou recondicionamento).

Observa-se, portanto, que a caracterização da operação como industrialização e a consequente sujeição ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estão diretamente ligadas à destinação a ser dada ao produto obtido por meio das operações de conserto, restauração ou recondicionamento, conforme examinaremos nos itens seguintes, com fundamento no Regulamento do IPI (RIPI), aprovado pelo Decreto nº 7.212/2010.

(RIPI/2010, arts. 4º, 5º, 38, 194, 254, 407 e 434)

2. OPERAÇÕES EXCLUÍDAS DO CONCEITO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

A operação de conserto, restauração ou recondi-cionamento de produtos usados não é considerada industrialização quando:

a) os produtos se destinem ao uso da própria empresa executora; ou

b) os produtos não se destinem ao comércio pelo estabelecimento encomendante.

Além desses casos, também são excluídas do conceito de industrialização as operações que consistam no preparo de partes ou peças pelo con-sertador, restaurador ou recondicionador, destinadas e empregadas exclusiva e especificamente naquelas operações.

Entretanto, se o produto for destinado a revenda (pelo executor da operação ou pelo encomendante),

sua saída estará sujeita à incidência do IPI.

(RIPI/2010, art. 5º, XI)

2.1 Substituição de peças, restauração de pintura, pequenos consertos, etc.

Para efeito de incidência do IPI, não são consideradas indus-

trialização (renovação ou recondi-cionamento) a simples substituição de

peças, a restauração de pintura, a desmontagem, a limpeza, a lubrificação, etc.

Segundo o Parecer Normativo CST nº 214/1972, item 3:

Para que se caracterize o recondicionamento ou renova-ção, não basta que sejam efetuados pequenos consertos, mesmo com substituição de peças, mas é necessário que a operação restitua ao produto condições de funcionamento como se fosse novo. Assim, a desmontagem, limpeza e lubrificação, a eventual substituição de peças e a restau-ração da pintura não caracterizam o recondicionamento.

(RIPI/2010, art. 5º, XI; Parecer Normativo CST nº 214/1972, item 3)

Para efeito de

incidência do IPI, não são consideradas industrialização

(renovação ou recondicionamento) a simples substituição de peças,

a restauração de pintura, a desmontagem, a limpeza, a

lubrificação, etc.

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29-02 PB Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

2.2 Reparo de produto com defeito de fabricação

Também estão excluídas do conceito de industriali-zação as operações de reparo de produto com defeito de fabricação, inclusive mediante substituição de partes e peças, quando referidas operações forem executadas gratuitamente, ainda que por concessionários ou repre-sentantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante.

(RIPI/2010, art. 5º, XII)

2.2.1 Exceção

Convém salientar que nas operações de reparo efetuadas após o prazo de garantia as partes ou peças empregadas passam a submeter-se à inci-dência normal do IPI.

É o que esclarece o Ato Declaratório Normativo CST nº 9/1983, segundo o qual:

[...] nos reparos ou manutenções de máquinas e equipa-mentos não há incidência do IPI nas saídas de partes e peças de reposição preparadas pelo executor para subs-tituição de outras no período de vigência de garantia de funcionamento das máquinas e equipamentos nos quais são aplicadas. Após o vencimento da garantia contratada, estão sujeitas à incidência do imposto não somente as partes e peças novas, mas, também, aquelas renovadas.

(RIPI/2010, art. 5º, XII; Ato Declaratório Normativo CST nº 9/1983)

2.3 Produtos destinados à locação ou ao arrendamento

2.3.1 Saída sujeita ao IPI - Exceção

O estabelecimento que promove a locação ou o arrendamento de produtos de fabricação própria ou importados diretamente é considerado contribuinte do IPI.

Portanto, na primeira saída a título de locação ou arrendamento do produto do estabelecimento que o fabricou ou o importou diretamente, ocorre o fato gera-dor do imposto, ou seja, há a tributação normal do IPI.

(RIPI/2010, art. 35, I e II)

2.3.2 Saída não sujeita ao IPI

As saídas subsequentes à primeira não constituem fato gerador, salvo se o produto tiver sido submetido à nova industrialização.

Como se vê, a condição básica para que as saídas subsequentes à primeira não sejam consideradas como fato gerador do IPI é que o produto não tenha sido submetido à nova industrialização.

Caso contrário, a operação (saída subsequente à primeira) poderá ficar novamente sujeita à incidência do IPI, observadas as orientações de que trata o subitem 2.1.

Outro aspecto a registrar é que, nos termos do Parecer Normativo CST nº 214/1972 (citado no subitem 2.1), a expressão “uso da própria empresa” (exigida para que a operação de conserto, restauração ou recondicionamento não se configure como industria-lização) não se aplica nos casos em que referidas operações sejam realizadas em bens destinados a locação ou arrendamento.

(RIPI/2010, arts. 5º, XI, e 38, II, “a”; Parecer Normativo CST nº 214/1972)

3. ENTRADA DO PRODUTO A SER CONSERTADO

3.1 Nota fiscal relativa à entrada - Hipótese de emissão

Como regra, o produto enviado para conserto, restauração ou recondicionamento deve estar acom-panhado de nota fiscal emitida pelo remetente, se este for obrigado à emissão do documento fiscal.

Caso o remetente não esteja obrigado à emissão de documentos fiscais, o estabelecimento que receber produtos para conserto, restauração ou recondiciona-mento estará obrigado a emitir nota fiscal relativa à entrada dos produtos.

(RIPI/2010, arts. 396, I, e 434, IV)

3.2 Escrituração fiscal

O lançamento nos registros fiscais de entradas deverá ser efetuado com base no documento fiscal emi-tido pelo remetente ou na nota fiscal relativa à entrada emitida pelo executor da encomenda, conforme o caso.

(RIPI/2010, art. 456)

4. SAÍDA DO PRODUTO CONSERTADO (RETORNO AO ENCOMENDANTE)

No retorno do produto ao encomendante, o estabe-lecimento executor da operação deve emitir nota fiscal com todos os requisitos exigidos, não se cogitando, natu-ralmente, de lançamento do IPI neste documento fiscal.

Essa nota fiscal deve conter, em especial, os dados da nota fiscal relativa à entrada, emitida por ocasião do recebimento do produto remetido por pessoas físicas ou jurídicas não obrigadas à emissão de documentos fiscais.

Page 5: IOB - ICMS/IPI - Paraíba - nº29/2016 - 3ª Sem Julho

29-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 PB

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

No caso de aplicação de componentes normais do estoque do executor, salientamos que haverá incidência do IPI (veja item 6).

(RIPI/2010, art. 407, caput, IV, § 1º)

5. ESTORNO DE CRÉDITO

O contribuinte deve estornar o crédito do IPI relativo a matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem empregados nas operações de conserto, restauração ou recondicionamento, con-forme o disposto no RIPI, art. 254, I, “e”.

Quando houver mais de uma aquisição de produ-tos e não for possível determinar aquela a que corres-ponde o estorno do IPI, este será calculado com base no preço médio das aquisições.

(RIPI/2010, art. 254, caput, I, “e”, § 1º)

5.1 Escrituração fiscal

O valor do crédito a estornar deverá ser lançado diretamente no livro Registro de Apuração do IPI, modelo 8, no item “010 - Estorno de Créditos”.

Exemplificando, supomos que determinado con-tribuinte efetuou, no mês de junho/20XX, o conserto de uma máquina e empregou nessa operação peças no valor de R$ 2.000,00 (custo de aquisição).

Admitindo-se, ainda, que por ocasião da entrada dessas peças no estabelecimento o contribuinte apro-priou (escriturou nos registros fiscais de entradas) o crédito do IPI lançado na nota fiscal correspondente à aquisição (R$ 200,00).

Nesse caso, o lançamento do estorno (R$ 200,00) será efetuado no quadro “Demonstrativo de Débitos” do livro Registro de Apuração do IPI, modelo 8.

Nota

Conforme salientamos no item 5, quando houver mais de uma aquisição de produtos e não for possível determinar aquela a que corresponde o estorno do imposto, este será calculado com base no preço médio das aquisições.

(RIPI/2010, arts. 254, § 1º, e 477)

5.1.1 EFD

O contribuinte obrigado à Escrituração Fiscal Digital (EFD), nos termos do Ajuste Sinief nº 2/2009, deverá observar as orientações contidas no Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008, que estabelece as especifica-ções técnicas do leiaute dos arquivos digitais, no Guia Prático da EFD-ICMS/IPI e nos arts. 453 a 455 do RIPI.

Além de outros registros específicos, o estorno do crédito será lançado nos Registros E520 “Apuração do IPI”, campo 05 “Valor de “Outros débitos do IPI (inclusive estornos de crédito)”, e E530 “Ajustes da Apuração do IPI”, campos 02, item 0 “Ajuste a débito”, e 07 “Descrição detalhada do ajuste, com citação dos documentos fiscais”.

(Ajuste Sinief nº 2/2009; Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008; RIPI/2010, arts. 453 a 455; Guia Prático da EFD-ICMS/IPI)

6. APLICAÇÃO DE COMPONENTES NORMAIS DO ESTOQUE

Como exposto no item anterior, o executor deverá estornar o crédito do IPI relativo aos insumos, bem como às partes e às peças importadas ou adquiridas no mercado interno, empregados nas operações de conserto, restauração ou recondicionamento.

A única hipótese que constitui exceção a essa regra é quando as partes e peças a serem emprega-das nas operações forem componentes normais do estoque do executor (produtos de fabricação própria).

Isso porque, nesse caso, tais produtos não foram confeccionados para serem empregados exclusivamente nas operações de conserto, restauração ou recondicio-namento, cabendo ao executor pagar o imposto devido e incidente sobre as referidas partes e peças.

(Parecer Normativo CST nº 437/1970, item 12)

7. PRODUTOS USADOS

A operação de renovação ou recondicionamento de produtos usados insere-se entre aquelas sujeitas ao IPI, embora a tributação do produto dela resultante seja diferenciada, isto é, o imposto será calculado sobre a diferença de preço entre a aquisição e a revenda.

(RIPI/2010, art. 194)

8. CONSIDERAÇÕES QUANTO AO ICMS E AO ISS

As operações de conserto, restauração ou recon-dicionamento executadas sob encomenda do usuário final estão compreendidas no campo de competência tributária dos municípios, sujeitando-se, portanto, à incidência do ISS, podendo, eventualmente, ser oneradas pela incidência do ICMS, caso nas referidas operações sejam empregadas partes ou peças.

Essas operações estão previstas nos itens 14.01 e 14.03 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003, nos seguintes termos:

Page 6: IOB - ICMS/IPI - Paraíba - nº29/2016 - 3ª Sem Julho

29-04 PB Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

a Estadual

14.01 - Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipa-mentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS);

14.03 - Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS).

Verifica-se, com base nos itens transcritos, que o executor da encomenda está obrigado a destacar o ICMS sobre o valor das partes e das peças eventual-mente empregadas naquelas operações.

Por sua vez, o ISS (de competência dos municí-pios) deverá ser calculado sobre o valor da mão de obra cobrado a título de serviço prestado, observadas as normas previstas na legislação tributária do res-pectivo município onde o contribuinte for domiciliado.

(Lei Complementar nº 116/2003)

9. SOLUÇÕES DE CONSULTA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL (RFB)

Transcrevemos, a seguir, soluções de consulta relacionadas ao assunto:

MINISTÉRIO DA FAZENDA

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 118 de 26 de Abril de 2012

[...]

ASSUNTO: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

EMENTA: RENOVAÇÃO. RECONDICIONAMENTO. CILIN-DROS USADOS. INDUSTRIALIZAÇÃO. ENCOMENDA DE TERCEIROS. A operação de revestimento de cilindros

usados (revestimento com novos componentes elastomé-ricos), sob encomenda de terceiros estabelecidos com o comércio de tais produtos, caracteriza-se industrializa-ção na modalidade de renovação ou recondicionamento. O estabelecimento que realizar a operação é considerado estabelecimento industrial, contribuinte do IPI e sujeito a todas as obrigações principal e acessórias do imposto. A incidência do ISS naquela operação caracterizada como industrialização é inteiramente irrelevante para determinar a incidência, ou não, do IPI. A operação de revestimento de cilindros usados não será considerada industrialização se estiver enquadrada nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso XI, do Ripi/2010, isto é, nos casos em que os produtos usados se destinem ao uso da própria empresa executora ou quando essas operações sejam executadas por encomenda de terceiros não esta-belecidos com o comércio de tais produtos.

MINISTÉRIO DA FAZENDA

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 127 de 30 de Outubro de 2012

[...]

ASSUNTO: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

EMENTA: IPI. INDUSTRIALIZAÇÃO. RECICLAGEM DE PAPÉIS OU PAPELÕES USADOS. CARACTERIZAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. A reciclagem de papéis e caixas de papelão já utilizados, dando origem a chapas e emba-lagens de papel e papelão ondulado, é um processo de industrialização e está sujeita à incidência do IPI. A men-cionada reciclagem de papéis e caixas de papelão não se enquadra na modalidade de industrialização denominada renovação ou recondicionamento. A base de cálculo de IPI prevista no art. 194 do RIPI (diferença de preço entre a aquisição e a revenda de produtos usados) só se aplica a produtos resultantes de processo de renovação ou recon-dicionamento.

(Soluções de Consulta nºs 118 e 127/2012)

N

ICMS

Exportação direta e indireta SUMÁRIO 1. Introdução 2. Exportação direta 3. Exportação indireta 4. Operações destinadas a embarcações ou aeronaves

de bandeira estrangeira 5. Informações que deverão ser registradas no Siscomex 6. Remessa de mercadoria em local diverso do

estabelecimento adquirente 7. Regime especial

8. Assistência mútua para fiscalização 9. Responsabilidade solidária 10. Manutenção dos créditos 11. CFOP 12. Nota Fiscal Eletrônica de exportação 13. Escrituração - Principais reflexos na EFD 14. Infrações e penalidades

1. INTRODUÇÃO

O ICMS não incide sobre as operações que des-tinem mercadorias para o exterior nem sobre os servi-ços prestados a destinatários no exterior, conforme a Constituição Federal, art. 155, § 2º, X, “a”.

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29-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 PB

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

No mesmo sentido, a Lei Complementar nº 87/1996, art. 3º, II, dispõe que não há incidência do ICMS sobre as operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e produtos industrializados semielaborados, ou serviços.

Veremos, neste texto, com base no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 18.930/1997, os aspectos fiscais relacionados às operações de exportação realizadas diretamente pelo contribuinte (exportação direta) ou por intermédio de empresa comercial exportadora (exportação indireta).

2. EXPORTAÇÃO DIRETA

Entende-se por exportação direta aquela em que o contribuinte interessado em comercializar seus produtos no mercado internacional efetue a operação diretamente com o destinatário localizado em outro País.

A utilização de um agente comercial pelo reme-tente não deixa de caracterizar a operação como exportação direta.

2.1 Tratamento tributário

As operações com mercadorias, ainda que pro-dutos primários e produtos industrializados e semiela-borados, e as prestações de serviços destinadas ao exterior estão amparadas pela não incidência do ICMS.

(RICMS-PB/1997, art. 4º, II, e art. 624)

3. EXPORTAÇÃO INDIRETA

A exportação indireta é aquela em que o contri-buinte, por algum motivo, não tem possibilidade de exportar sua mercadoria e a faz por meio de:

a) empresa comercial exportadora, inclusive tra-ding;

b) outro estabelecimento da mesma empresa;c) armazém alfandegado ou entreposto aduanei-

ro.MODELO DE EXPORTAÇÃO INDIRETA

Podemos entender por empresa comercial expor-tadora as empresas comerciais que realizarem opera-ções mercantis de exportação inscritas no Cadastro de Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDICE).

(RICMS-PB/1997, art. 4º, § 1º, e art. 625, parágrafo único)

3.1 Tratamento tributário

Assim como no caso da exportação direta, a indireta também está amparada pela não incidência do ICMS, mesmo que a mercadoria siga para outro estabelecimento (comercial exportador, por exemplo) antes de efetivar a exportação.

(RICMS-PB/1997, art. 4º, II, § 1º, e art. 624)

3.2 Emissão da nota fiscal

3.2.1 Pelo remetente

O estabelecimento remetente deverá emitir nota fiscal contendo, além dos requisitos exigidos pela legislação, a indicação de Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) específico para a operação de remessa com o fim específico de exportação.

Ao final de cada período de apuração, o remetente encaminhará à repartição fiscal do seu domicílio as informações contidas na nota fiscal, em meio magnético, conforme o Manual de Orientação, podendo, em substi-tuição, ser exigidas em listagem, a critério do Fisco.

(RICMS-PB/1997, art. 626)

3.2.2 Pelo destinatário

O estabelecimento destinatário, ao emitir nota fiscal com a qual a mercadoria, total ou parcialmente, será remetida para o exterior, deverá informar:

a) nos campos relativos ao item da nota fiscal:a.1) o CFOP específico para a operação de

exportação de mercadoria adquirida com o fim específico de exportação;

a.2) a mesma classificação tarifária Nomencla-tura Comum do Mercosul - Sistema Harmo-nizado (NCM/SH) constante na nota fiscal emitida pelo estabelecimento remetente;

a.3) a mesma unidade de medida constante na nota fiscal emitida pelo estabeleci-mento remetente;

b) no grupo de controle de exportação, por item da nota fiscal:

Page 8: IOB - ICMS/IPI - Paraíba - nº29/2016 - 3ª Sem Julho

29-06 PB Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

b.1) o número do Registro de Exportação (RE);b.2) a chave de acesso da Nota Fiscal Eletrô-

nica (NF-e) relativa às mercadorias rece-bidas para exportação;

b.3) a quantidade do item efetivamente ex-portado.

As unidades de medida das mercadorias cons-tantes das notas fiscais do destinatário deverão ser as mesmas das constantes nas notas fiscais de remessa com fim específico de exportação dos remetentes.

(RICMS-PB/1997, art. 626-A)

3.3 Memorando de Exportação

O estabelecimento destinatário, além dos demais procedimentos previstos na legislação paraibana, deverá emitir o “Memorando-Exportação”, contendo, no mínimo, as seguintes indicações:

a) denominação: “Memorando-Exportação”;b) número de ordem;c) data da emissão;d) nome, endereço e números de inscrição, esta-

dual e no CNPJ, do estabelecimento emitente;e) nome, endereço e números de inscrição, es-

tadual e no CNPJ ou CPF, do estabelecimento remetente da mercadoria;

f) chave de acesso, número e data da(s) nota(s) fiscal(is) de remessa com fim específico de ex-portação;

g) chave de acesso, número e data da(s) nota(s) fiscal(is) de exportação;

h) número da Declaração de Exportação (DE);

i) número do RE;

j) número do Conhecimento de Embarque e a data do respectivo embarque;

k) a classificação tarifária da Nomenclatura Co-mum do Mercosul - Sistema Harmonizado (NCM/SH) e a quantidade da mercadoria ex-portada;

l) data e assinatura do emitente ou seu represen-tante legal.

Até o último dia do mês subsequente ao do embarque da mercadoria para o exterior, o estabeleci-mento exportador deverá encaminhar o Memorando-Exportação, que será acompanhado da cópia do comprovante de exportação e cópia do RE averbado.

O Memorando-Exportação poderá ser emitido em meio digital, em formato a ser definido pela UF do exportador.

(RICMS-PB/1997, art. 627)

3.3.1 ModeloMEMORANDO DE EXPORTAÇÃO

(RICMS-PB/1997, Anexo 104)

Page 9: IOB - ICMS/IPI - Paraíba - nº29/2016 - 3ª Sem Julho

29-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 PB

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

3.4 Saídas para feiras ou exposições e consignação no exteriorNas saídas para feiras ou exposições no exte-

rior, bem como nas exportações em consignação, o memorando de exportação somente será emitido depois da efetiva contratação cambial.

Até o último dia do mês subsequente ao da con-tratação cambial, o estabelecimento que promover a exportação deverá emitir o “Memorando-Exportação”, conservando os comprovantes da venda, durante o prazo decadencial.

O estabelecimento remetente ficará obrigado ao recolhimento do imposto devido, inclusive o relativo à prestação de serviço de transporte, quando for o caso, monetariamente atualizado, sujeitando-se aos acréscimos legais, inclusive multa, nos casos em que não se efetivar a exportação:

a) no prazo de 180 dias, contado da data da saída da mercadoria do seu estabelecimento;

b) em razão de perda, furto, roubo, incêndio, ca-lamidade, perecimento, sinistro da mercadoria ou qualquer outra causa;

c) em virtude de reintrodução da mercadoria no mercado interno;

d) em razão de descaracterização da mercado-ria remetida, seja por beneficiamento, rebene-ficiamento ou industrialização.

Em relação a produtos primários e semielabora-dos, o prazo de que trata a letra “a” será de 90 dias, exceto quanto aos produtos classificados no código 2401 da NCM/SH, em que o prazo poderá ser de 180 dias, a critério do Fisco.

Os prazos mencionados poderão ser prorrogados uma única vez, por igual período, a critério do Fisco.

O recolhimento do imposto não será exigido na devolução da mercadoria, nos prazos mencionados, ao estabelecimento remetente.

A devolução da mercadoria deve ser comprovada pelo extrato do contrato de câmbio cancelado, pela fatura comercial cancelada e pela comprovação do efetivo trânsito de retorno da mercadoria.

A devolução simbólica da mercadoria, remetida com fim específico de exportação, somente será admitida nos termos de que dispuser a legislação estadual do estabelecimento remetente.

As alterações dos RE, depois da data da aver-bação do embarque, somente serão admitidas após anuência formal de um dos gestores do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), mediante

formalização em processo administrativo específico, independentemente de alterações eletrônicas auto-máticas.

Para fins fiscais, somente será considerada exportada a mercadoria cujo despacho de exporta-ção esteja averbado.

O estabelecimento remetente ficará exonerado do cumprimento da obrigação descrita neste tópico se o pagamento do débito fiscal tiver sido efetuado pelo adquirente à UF de origem da mercadoria.

O depositário da mercadoria recebida com o fim específico de exportação exigirá o comprovante do recolhimento do imposto para a liberação da merca-doria nos casos descritos neste tópico.

(RICMS-PB/1997, arts. 627-A, 628, 630, 630-A)

3.5 Mercadorias adquiridas de empresa optante pelo Simples NacionalA empresa comercial exportadora ou outro esta-

belecimento da mesma empresa que houver adqui-rido mercadorias de empresa optante pelo Simples Nacional, com o fim específico de exportação para o exterior, que, no prazo de 180 dias, contado da data da emissão da nota fiscal pela vendedora, não efetivar a exportação com a devolução simbólica ficará sujeita ao pagamento do imposto que deixou de ser pago pela empresa vendedora, acrescido dos juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação relativa à cobrança do tributo não pago.

(RICMS-PB/1997, art. 628, § 7º, e art. 628-A)

4. OPERAÇÕES DESTINADAS A EMBARCAÇÕES OU AERONAVES DE BANDEIRA ESTRANGEIRAA legislação equipara à exportação a saída de

produtos industrializados destinados a embarcações ou aeronaves de bandeira estrangeira quando apor-tadas no País.

Esses produtos devem ser consumidos pelos tripulantes ou passageiros ou, então, usados na própria aeronave ou embarcação. Para tanto, alguns requisitos devem ser observados:

a) o Conselho do Comércio Exterior (Concex) es-tabelecerá as normas que deverão ser segui-das, sendo a operação amparada pela Guia de Exportação, e, na nota fiscal, no campo “Natureza da Operação”, constará a expres-são “Fornecimento para consumo ou uso de embarcações e aeronaves de bandeira estran-geira”;

b) o adquirente deverá estar sediado no exterior;

Page 10: IOB - ICMS/IPI - Paraíba - nº29/2016 - 3ª Sem Julho

29-08 PB Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

c) o pagamento em moeda estrangeira conversí-vel deverá ser efetuado de modo direto, me-diante fechamento do câmbio em banco de-vidamente autorizado, ou indireto, a débito da conta de custeio mantida pelo agente ou repre-sentante do armador adquirente do produto;

d) comprovação do embarque pela autoridade competente.

(RICMS-PB/1997, art. 4º, §§ 6º e 7º)

5. INFORMAÇÕES QUE DEVERÃO SER REGISTRADAS NO SISCOMEX

A comercial exportadora ou outro estabeleci-mento da mesma empresa, por ocasião da operação de exportação, deverá registrar no Siscomex, para fins de comprovação de exportação da mercadoria adquirida com o fim específico de exportação, o RE com as seguintes informações:

a) no quadro “Dados da Mercadoria”:a.1) código da NCM/SH da mercadoria, idên-

tico ao da nota fiscal de remessa com o fim específico de exportação;

a.2) unidade de medida de comercialização da mercadoria, idêntica à da nota fiscal de re-messa com o fim específico de exportação;

a.3) resposta “não” à pergunta “O exportador é o único fabricante?”;

a.4) no campo “Observação do Exportador”: o CNPJ ou o CPF do remetente e o núme-ro da(s) nota(s) fiscal(is) do remetente da mercadoria adquirida com o fim específi-co de exportação;

b) no quadro “Unidade da Federação Produtora”:b.1) a identificação do fabricante da mercadoria

exportada e a da sua UF, mediante informa-ção da UF e do CNPJ/CPF do produtor;

b.2) a quantidade de mercadoria efetivamen-te exportada.

O Registro de Exportação deverá ser individualizado para cada UF do produtor/fabricante da mercadoria.

A critério do Fisco, poderá ser exigida a apresen-tação do RE em meio impresso.

(RICMS-PB/1997, art. 629)

6. REMESSA DE MERCADORIA EM LOCAL DIVERSO DO ESTABELECIMENTO ADQUIRENTE

Na operação de remessa com o fim específico de exportação em que o adquirente da mercadoria deter-

minar a entrega em local diverso do seu estabeleci-mento, serão observadas as legislações tributárias das UF envolvidas, inclusive quanto ao local de entrega.

(RICMS-PB/1997, art. 631)

7. REGIME ESPECIAL

Quando o remetente e o destinatário situarem-se em UF distintas, poderá a Secretaria de Estado da Receita instituir regime especial quando o estabeleci-mento remetente estiver localizado na Paraíba.

(RICMS-PB/1997, art. 632)

8. ASSISTÊNCIA MÚTUA PARA FISCALIZAÇÃO

A Secretaria de Estado da Receita, juntamente com as Secretarias de outras UF, prestarão assis-tência mútua para a fiscalização das operações, podendo, também, mediante acordo prévio, designar funcionários para exercerem atividades de interesse da UF junto às repartições da outra.

(RICMS-PB/1997, art. 633)

9. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Geralmente, nas hipóteses em que haverá recolhi-mento do imposto, quem deverá fazê-lo é o contribuinte que estiver realizando a operação. No entanto, a legisla-ção atribui ao entreposto aduaneiro ou a qualquer pes-soa a responsabilidade solidária, quando promoverem:

a) a saída de mercadoria para o exterior sem do-cumento fiscal correspondente;

b) a saída de mercadoria estrangeira com desti-no ao mercado interno, sem a documentação fiscal correspondente ou com destino a es-tabelecimento de titular diverso daquele que houver importado, arrematado ou adquirido em licitação promovida pelo Poder Público;

c) a reintrodução no mercado interno de mercadoria depositada para o fim específico de exportação;

d) a entrega de mercadorias ou bens importados do exterior sem comprovação do recolhimento do imposto.

(RICMS-PB/1997, art. 39, I)

10. MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS

O contribuinte que realizar exportação de suas mercadorias adquiridas de terceiros ou por ele produ-zidas poderá manter o crédito do ICMS em sua escrita fiscal, por determinação expressa da legislação.

(RICMS-PB/1997, art. 87, I)

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29-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 PB

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

11. CFOP

A título exemplicativo, apresentamos os seguintes Códigos Fiscais de Operações e Prestações (CFOP), que poderão ser utilizados nas operações de venda com destino ao exterior do País:

CFOP Descrição

7.101 Venda de produção do estabelecimento7.102 Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros

7.105 Venda de produção do estabelecimento que não deva por ele transitar

7.106 Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros que não deva por ele transitar

7.127 Venda de produção do estabelecimento sob o regime de drawback

CFOP Descrição

7.251 Venda de energia elétrica para o exterior7.551 Venda de bem do ativo imobilizado

7.651 Venda de combustível ou lubrificante de produção do es-tabelecimento

7.654 Venda de combustível ou lubrificante adquiridos ou recebi-dos de terceiros

12. NOTA FISCAL ELETRÔNICA DE EXPORTAÇÃO

Uma vez observadas as mencionadas peculia-ridades e preenchidos os demais campos com as informações inerentes à exportação, apresentamos, a título exemplificativo, o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) a seguir:

NOTA FISCAL ELETRÔNICA

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29-10 PB Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Nota

Todos os demais campos da nota fiscal deverão ser preenchidos de acordo com a legislação em vigor, haja vista que esse modelo é ilustrativo. Em relação ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o contribuinte deverá consultar a legislação específica.

13. ESCRITURAÇÃO - PRINCIPAIS REFLEXOS NA EFD

Ao contribuinte que estiver obrigado à apresen-tação da Escrituração Fiscal Digital (EFD), para o lançamento fiscal da NF-e apresentada no tópico an-terior, a título exemplificativo, apresentamos, a seguir, o preenchimento dos principais registros/campos.

Salientamos que, para a efetiva geração da EFD, outros registros deverão ser apresentados, devendo o contribuinte observar as disposições do Ato Cotepe/ICMS nº 9/2008 e posteriores alterações, bem como o Guia Prático da Escrituração Fiscal Digital (EFD-ICMS/IPI).

Considerando que os valores referentes ao Programa de Integração Social (PIS) e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) dependem do tipo de apuração adotado pelo contri-buinte, optamos, preventivamente, por não apresentá--los nesta matéria.

13.1 Registro C100

Este registro destina-se ao lançamento dos totais de valores apresentados na nota fiscal. Para a NF-e exemplificada no tópico 12, teríamos o preenchimento da seguinte forma:

REGISTRO C100

Nº Campo Valor Obrigatoriedade

1 REG C100 O2 IND_OPER 1 O3 IND_EMIT 0 O4 COD_PART *Código interno declarante O5 COD_MOD 55 O6 COD_SIT 00 O7 SER 1 OC8 NUM_DOC 2 O

9 CHV_NFE 25160677759780000182550010000036521045000438 O

10 DT_DOC 170620XX O11 DT_E_S 170620XX O12 VL_DOC 2000,00 O13 IND_PGTO 2 O14 VL_DESC OC15 VL_ABAT_NT OC16 VL_MERC 2000,00 OC17 IND_FRT 9 O18 VL_FRT OC19 VL_SEG OC

Nº Campo Valor Obrigatoriedade

20 VL_OUT_DA OC21 VL_BC_ICMS OC22 VL_ICMS OC23 VL_BC_ICMS_ST OC24 VL_ICMS_ST OC25 VL_IPI OC26 VL_PIS OC27 VL_COFINS OC28 VL_PIS_ST OC29 VL_COFINS_ST OC

Representação em TXT do registro C100:

|C100|1|0| * Código interno declarante |55|00|1|2|25160677759780000182550010000036521045000438|170620 XX|1706 20XX|2000,00|2|||2000,00|9|||||||||||||

13.2 Registro C110

Nº Campo Valor Obrigatoriedade

1 REG C110 O2 COD_INF *Código interno declarante O

3 TXT_COMPLNão incidência do ICMS conforme RICMS-PB/1997, art. 4º, II.

OC

Representação em TXT do Registro C100:

|C110|*Código interno declarante|Não incidência do ICMS conforme RICMS-PB/1997, art. 4º, II.|

13.3 Registro C170

Este registro destina-se a detalhar os itens do documento fiscal escriturado, sendo que necessita-se do lançamento de um Registro C170 para cada item constante no documento fiscal. Todavia, este registro fica dispensado quando tratar-se de NF-e de emissão própria.

13.4 Registro C190

Registro analítico de documento fiscal, que tem por objetivo representar a escrituração dos documentos fiscais totalizados por Código de Situação Tributária (CST), CFOP e alíquota de ICMS. Para o exemplo em questão, teríamos o seguinte preenchimento:

Nº Campo Valor Obrigatoriedade

1 REG C190 O2 CST_ICMS 041 O3 CFOP 7102 O4 ALIQ_ICMS OC

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29-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 PB

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

Nº Campo Valor Obrigatoriedade

5 VL_OPR 2000,00 O6 VL_BC_ICMS 0,00 O7 VL_ICMS 0,00 O8 VL_BC_ICMS_ST 0,00 O9 VL_ICMS_ST 0,00 O10 VL_RED_BC 0,00 O11 VL_IPI 0,00 O12 COD_OBS OC

Representação em TXT do Registro C190:

|C190|041|7102||2000,00|0,00|0,00|0,00|0,00|0,00|0,00||

14. INFRAÇÕES E PENALIDADES

Toda infração à legislação fiscal é passível de aplicação de penalidades, segundo a interpretação subjetiva do agente fiscalizador.

Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe em inobservância, por parte de pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida por lei, por Regulamento ou pelos atos administrativos de caráter normativo destinados a complementá-los.

Os infratores serão punidos com as seguintes penas, aplicadas isoladas ou cumulativamente:

a) multa;b) sujeição a sistemas especiais de controle, fis-

calização e recolhimento do imposto;c) cassação de regime ou controles especiais

estabelecidos em benefício do contribuinte.

As penalidades às quais os contribuintes do ICMS se sujeitam em caso de infração estão previstas no RICMS-PB/1997, arts. 665 e seguintes.

(RICMS-PB/1997, art. 665; Lei nº 10.094/2013, arts. 154 e 156)

N

a IOB Setorial

FEDERAL

Taxista - IPI/IOF - Isenção - Formulários digitais alternativos - Instituição

Foram instituídos, por meio do Ato Declaratório Executivo Coaef nº 2/2016, com o intuito de facilitar a apresentação de informações pelo interessado, os formulários digitais nele especificados, como alternativa aos formulários aprovados pela Instrução Normativa RFB nº 987/2009, que disciplina a isen-ção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na aquisição de veículo destinado ao transporte autônomo de passageiros (táxi), bem como para atender à previsão do art. 72 da Lei nº 8.383/1991, no que se refere à isenção do Imposto sobre as Operações de Crédito, Câmbio, Seguros e Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) para as operações de financiamento para a aquisição de automóveis de passageiros.

O art. 72, caput, I a III, da Lei nº 8.383/1991 estabelece que ficam isentas do IOF as operações

de financiamento para a aquisição de automóveis de passageiros de fabricação nacional de até 127 HP de potência bruta (SAE), quando adquiridos por:

a) motoristas profissionais que, na data da pu-blicação daquela lei, exerçam comprovada-mente em veículo de sua propriedade a ativi-dade de condutor autônomo de passageiros, na condição de titular de autorização, permis-são ou concessão do poder concedente e que destinem o automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi);

b) motoristas profissionais autônomos titulares de autorização, permissão ou concessão para exploração do serviço de transporte in-dividual de passageiros (táxi), impedidos de continuar exercendo essa atividade em vir-tude de destruição completa, furto ou roubo do veículo, desde que destinem o veículo ad-quirido à utilização na categoria de aluguel (táxi);

c) cooperativas de trabalho que sejam permis-sionárias ou concessionárias de transporte pú-blico de passageiros, na categoria de aluguel

Page 14: IOB - ICMS/IPI - Paraíba - nº29/2016 - 3ª Sem Julho

29-12 PB Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

(táxi), desde que tais veículos se destinem à utilização nessa atividade.

Veja, a seguir, a relação dos formulários digitais alternativos:

a) declaração de união estável;

b) declaração de disponibilidade financeira ou patrimonial;

c) requerimento de isenção do IPI para táxi;

d) requerimento de isenção do IPI para táxi - transferência do direito;

e) requerimento de isenção do IPI para táxi - transferência do veículo;

f) requerimento para transferência, com paga-mento do IPI;

g) autorização - condutor autônomo;h) autorização - cooperativa;i) autorização - benefício pleiteado por transfe-

rência do direito;j) autorização - transferência de veículo adquiri-

do com isenção do IPI;k) autorização - transferência de veículo com pa-

gamento do IPI;l) declaração de regularidade fiscal - contribui-

ções previdenciárias; em) requerimento de isenção do IOF - taxista.

(Lei nº 8.383/1991, art. 72, caput, I a III; Instrução Nor-mativa RFB nº 987/2009; Ato Declaratório Executivo Coaef nº 2/2016)

N

a IOB Comenta

ESTADUAL

ICMS - Alterações promovidas nas obrigações acessórias em face da Emenda Constitucional nº 87/2015

A Emenda Constitucional nº 87/2015 alterou o § 2º do art. 155 da Constituição Federal/1988 e incluiu o art. 99 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) para tratar da sistemática de cobrança do ICMS incidente sobre as operações e prestações que destinem bens e serviços a consumi-dor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outra Unidade da Federação (UF).

Desta forma, desde 1º.01.2016, as alíquotas interestaduais de 12%, 7% ou 4% deverão ser utiliza-das para cálculo do ICMS independentemente de o destinatário domiciliado em outra UF estar ou não na condição de contribuinte do imposto.

Deve-se observar que cabe ao Estado de loca-lização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado de destino e a alíquota interestadual. Ressalta-se que a respon-sabilidade pelo recolhimento da diferença do ICMS é do remetente da mercadoria sempre que o adquirente estabelecido no outro Estado não for contribuinte.

Com a responsabilidade de recolhimento para o remetente, surgiu a necessidade de adaptação das obrigações acessórias.

Na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), modelo 55, foi criado um novo grupo de informações no item para identificar o ICMS interestadual nas operações de venda para consumidor final.

A Escrituração Fiscal Digital (EFD) conta com registros específicos para informar os valores devidos pela Emenda Constitucional nº 87/2015. Os registros são:

- Bloco C - Registro C101;

- Bloco D - Registro D101;

- Bloco E - Registros E300, E310, E311, E312, E313 e E316.

O Registro 0015 também passou a contemplar nova denominação, qual seja, “Dados do Contribuinte Substituto ou Responsável pelo ICMS Destino”.

Além das alterações da NF-e e da EFD (ICMS/IPI), foi disponibilizada para utilização a versão 3 da Guia de Informação e Apuração do ICMS - Substituição Tributária (GIA-ST). A GIA-ST é a declaração que o

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29-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 PB

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

contribuinte de outra UF, inscrito no Cadastro de Contribuintes do ICMS Estado da Paraíba (CCICMS/PB), deve entregar para cada mês de referência (mês--calendário) e para cada inscrição estadual.

A GIA-ST deve ser apresentada por meio de transmissão eletrônica de dados (TED), utilizando--se da Internet, ou em meio magnético, a critério do Estado favorecido.

Importante frisar que a responsabilidade de recolhimento da diferença de alíquota instituída pela EC 87/2015 não se confunde com o regime de substi-

tuição tributária. Os Estados, em face da similaridade de procedimento, estão possibilitando ao contribuinte de ICMS, responsável, obter a inscrição estadual nos mesmos moldes da inscrição de substituto, ao mesmo tempo em que fizeram a opção por adaptar uma decla-ração já existente (a GIA-ST) para informar o recolhi-mento do ICMS ao invés de criar nova declaração.

(Constituição Federal/1988, art. 150, caput, III, “b” e “c”, e art. 155, § 2º, VII e VIII; Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, art. 99; Emenda Constitucional nº 87/2015; Guia Prático da EFD a contar da versão 2.0.17; Nota Técnica 2015/003)

N

a IOB Perguntas e RespostasICMS

Sped - EFD - Assinatura digital

1) Como pode ser adquirido o certificado digital e como será efetuada a assinatura digital do arquivo da Escrituração Fiscal Digital (EFD)?

Para se obter um certificado digital, o interessado poderá recorrer a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) para localizar a lista de autori-dades certificadoras, pelo site http://www.iti.gov.br/twiki/bin/view/Certificacao/EstruturaIcp.

O arquivo deverá ser assinado digitalmente de acordo com as normas da ICP-Brasil pelo contribuinte ou por seu representante legal.

(Ajuste Sinief nº 2/2009, cláusula primeira, § 2º)

Sped - MDF-e - Emissão

2) Em quais hipóteses será emitido o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e)?

O MDF-e, modelo 58, será utilizado pelos con-tribuintes do ICMS em substituição ao Manifesto de Carga, modelo 25, devendo ser emitido:

a) pelo contribuinte emitente de Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) de que trata o Ajuste Sinief nº 9/2007;

b) pelo contribuinte emitente de Nota Fiscal Ele-trônica (NF-e) de que trata o Ajuste Sinief nº 7/2005, no transporte de bens ou mercadorias realizado em veículos próprios ou arrendados, ou mediante contratação de transportador au-tônomo de cargas.

O MDF-e deverá ser emitido nas situações ora descritas e sempre que houver transbordo, redes-pacho, subcontratação ou substituição do veículo, do motorista, de contêiner ou a inclusão de novas mercadorias ou documentos fiscais, bem como na hipótese de retenção imprevista de parte da carga transportada.

(Ajuste Sinief nº 7/2005; Ajuste Sinief nº 9/2007; Ajuste Sinief nº 21/2010, cláusulas primeira e terceira, § 1º)

ICMS/PB

Consulta tributária - Formulação

3) O contribuinte poderá ingressar com consulta ao Fisco para verificar a interpretação e aplicação da legislação tributária?

Sim. Ao sujeito passivo é assegurado o direito de formular consulta em caso de dúvida sobre a interpre-tação ou aplicação da legislação tributária do Estado da Paraíba, nos termos da Lei nº 10.094/2013.

(RICMS-PB/1997, art. 760)

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29-14 PB Manual de Procedimentos - Jul/2016 - Fascículo 29 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Documentos fiscais - Devolução - Indicações obrigatórias

4) Quais as indicações obrigatórias que deverão constar na nota fiscal de devolução?

Na nota fiscal emitida relativamente à saída de mercadorias em devolução, deverão ser indicados, no campo “Informações Complementares”, o número, a data da emissão e o valor da operação do documento original.

(RICMS-PB/1997, art. 159, § 15)