introduÇÃo psicologo hospitalar (2)

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ALESSANDRA AKANE ANGEL CAROLINE DE SOUZA MARJORY THALITA SHIMURA SOLEDAD BASTOS DE SOUZA ENTREVISTA COM PSICÓLOGO Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia e Saúde, do 7º período do curso de Psicologia da Faculdade Dom Bosco. Professora: Flávia Maria de Paula Soares

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Page 1: INTRODUÇÃO Psicologo Hospitalar (2)

ALESSANDRA AKANEANGEL CAROLINE DE SOUZAMARJORY THALITA SHIMURASOLEDAD BASTOS DE SOUZA

ENTREVISTA COM PSICÓLOGO

CURITIBA2013

Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia e Saúde, do 7º período do curso de Psicologia da Faculdade Dom Bosco.Professora: Flávia Maria de Paula Soares

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1.INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa compreender melhor a dinâmica do dia a dia, do psicólogo hospitalar. Identificar sua ação, intervenção com os pacientes e familiares relacionando as teorias discutidas em sala de aula. A entrevista foi realizada com a psicóloga Irmã Casuco Nishimura do Hospital Nossa Senhora das Graças que está localizado no bairro das Mercês em Curitiba PR.

No Brasil desde a década de 40 as políticas de saúde estão centralizadas no hospital que acompanham um modelo que anteferir as atuações de saúde via atenção secundaria, e admite em secundário as ações vinculadas à saúde coletiva. Assim sendo, o hospital passa a ser símbolo de maior atendimento em saúde, ideia que persiste até hoje. A Psicologia no campo da saúde é denominada Psicologia Hospitalar e não Psicologia da saúde.

Segundo a acepção de Kern e Bornholdt (2004) e ainda Chiattone (2000), a atuação do psicólogo da saúde é especialmente na área hospitalar, pode ser feita em campanhas de "promoção da saúde", educação em saúde mental, em pesquisas e aulas nas universidades Logo, todo psicólogo hospitalar é psicólogo da saúde, contudo nem todo psicólogo da saúde é hospitalar.

A Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar foi fundada em 1997 por 45 psicólogos com sede em Belo Horizonte com a finalidade de reunir, difundir as pesquisas na área, organizar melhor a profissão e definir suas atividades junto ao Conselho Federal de Psicologia. O título de especialista em psicologia hospitalar foi regulamentado pela resolução 014/2000 do CFP.

Bleger afirma que o método de trabalho na instituição se baseia na psico-higiene. A averiguação é o fundamental instrumento do psicólogo. Ela se dá a partir do método clínico, utilizando indagação operativa; esta indagação ressalva os episódios que se dão na instituição, incluindo o relacionamento entre eles e sua integração, dirigindo uma ação e avaliações mais efetivas por parte do psicólogo institucional.

A atuação do Psicólogo na higiene mental segundo Bleger tem que ser de humanização dos cuidados pacientes psiquiátricos em busca da cura, fazer um diagnostico precoce da doença com tentativas de redução do sofrimento. Prevenção profilaxia e promoção de saúde mental, reabilitação agregar a vida plena, trabalhar na equipe multidisciplinar, método de indagação ação.

Estratégia do psicólogo o Enquadramento de tarefa, administração de conhecimento e técnicas. Bleger ressalta a importância de fazer anotações sobre tudo desde o primeiro contato seja por telefone e atendimento, ter um diário de “bordo” fazer registro de tudo para ter dados para pesquisa.

2. DISCUSÃO

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A presença do Psicólogo na equipe multidisciplinar que tratará da reabilitação do paciente é de essencial importância, uma vez que todas as elaborações, fantasias, medos, depressão (ocasionalmente) podem ser detectadas e trabalhadas unido a este de forma a não se tornarem impedimentos para sua reintegração à vida.

Segundo Elisa Kern de Castro & Ellen Bornholdt para que o psicólogo esteja habilitado a trabalhar em saúde, é indispensável pensar se sua concepção lhe dá embasamentos indispensáveis para essa prática. A aprendizagem não precisa ser só teórica e técnica, já que o psicólogo tem que ser comprometido socialmente, encontrar-se preparado para lidar com os problemas de saúde de sua região e ter condições de atuar em equipe com outros profissionais.

Contudo diante das teorias aprendidas conseguimos relacionar com a entrevista da psicóloga em vários os momentos, como; quando ela relata “Outra área de atuação foi no pronto socorro ambulatório onde a ocorrência de acidentes rodoviários era intenso. Outras áreas hospitalar: Clinica Médica, Clinica cirúrgica, UTIs, ortopedia todas essas áreas na cabeceira dos pacientes....”, outro momento quando questionada sobre qual o papel do psicólogo no hospital ? Ela nos relata que “Em primeiro lugar é um dos membros ativo e presente dentro da equipe interdisciplinar; onde exerce papel integrador entre os membros de equipe bem como facilitador e intermediador entre profissionais – pacientes – familiares. Além disso, é um profissional atuante e direto focado não na doença ou doente, mas no individuo. Desprovido de qualquer tipo de preconceito presta atendimento personalizado ás necessidade dos pacientes e ou familiares....” essas duas frases observamos bem claramente a varias teorias aprendidas,

3. CONCLUSÃO

O presente trabalho tentou – se relacionar a teoria com a entrevista e resumir o que é a Psicologia da Saúde e a Psicologia Hospitalar. Aprofundando o estudo e os fundamentos dessas áreas, chegamos à conclusão que o Psicólogo na área Hospitalar necessita se despir de qualquer pré-conceito deve trabalhar a humanização da equipe interdisciplinar, família e doente.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

HIATTONE, H. B. C. A Significação da Psicologia no Contexto Hospitalar. In Angerami-Camon, V. A. (org.). Psicologia da Saúde – um Novo Significado Para a Prática Clínica. São Paulo: Pioneira Psicologia, 2000.p. 73-165.

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CASTRO, K.E. Bornholdt, E. Psicologia da Saúde x Psicologia Hospitalar: Definições e Possibilidades de Inserção Profissional PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2004, 24 (3), 48-57.

Bleguer, J. O psicólogo clínico e a higiene mental. In: Psico- higiene e Psicologia Institucional. Porto Alegre: Artmed, 1984. Bleguer, J. O psicólogo na comunidade. In: Psico- higiene e Psicologia Institucional. Porto Alegre: Artmed, 1984.

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5. ANEXO ENTREVISTA NA INTEGRA.

ENTREVISTA COM PSICOLOGA DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

PSICOLOGA: Irmã Casuco Nishimura.

1- Há quantos anos você e psicólogo?R: Exerço a função de Psicóloga há vinte anos. Especificamente na área clinica e hospitalar.

2- Quanto tempo faz que você trabalha nesta área (hospitalar)?R: Há quarenta e três anos. Inicialmente como enfermeira no centro cirúrgico toda área da coordenação, organização e planejamento bem como atuante nos procedimentos cirúrgicos. Após fui solicitada a coordenar e atuar na obstetrícia no atendimento a gestante em processos de trabalho de parto e a efetivação do parto. Que era em média 99% era partos normais em contrapartida 1% parto cesáreo em caso da inviabilidade do parto normal. Outra área de atuação foi no pronto socorro ambulatório onde a ocorrência de acidentes rodoviários era intenso. Outras áreas hospitalar: Clinica Médica, Clinica cirúrgica, UTIs, ortopedia todas essas áreas na cabeceira dos pacientes. Bancos de Sangue, provas cruzadas, separação de papas de hemácias-plasma e outros componentes do sangue e transfusão sanguínea nos pacientes internados e ou acidentados. Atuei também na radiologia como técnica de RX desde exames mais simples e contrastado. Atuei como administradora de hospital do interior sob minha responsabilidade: manutenção predial, humano material, compras, pagamentos, contabilidade e outros pertinentes a administração.

3- Qual é o papel do Psicólogo no Hospital?R: Em primeiro lugar é um dos membros ativo e presente dentro da equipe interdisciplinar; onde exerce papel integrador entre os membros de equipe bem como facilitador e intermediador entre profissionais – pacientes – familiares. Além disso, é um profissional atuante e direto focado não na doença ou doente mas no individuo. Desprovido de qualquer tipo de preconceito presta atendimento personalizado ás necessidade dos pacientes e ou familiares. Presta atendimento suportivo e de apoio aos familiares preste a perder seus entes queridos com a prévia frente a eminência de morte que os mesmos não venham sofrer “ luto patológico” ao longo dos anos. Presta-se apoio e suporte psicológico- afetivo-emocional preocupando também o lado espiritual aos familiares no ato do recebimento da noticia de falecimento inesperado e neste caso os familiares se encontram totalmente despreparado. Nos setores críticos como hematologia e oncologia, Unidade de Terapia Intensiva, todos os pacientes e familiares desde o ato da internação até a sua alta hospitalar recebem atendimento diário, sempre que os médicos passam informações delicadas e difíceis de serem dadas estes recebem da nossa parte suporte e apoio, bem como os familiares após o recebimento das informações e auxiliados na aceitação e elaboração da presente situação. E dada especial atenção aos pacientes e familiares diante do inicio de

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tratamento assegurando uma confiança e encorajamento frente à notícia de um inesperado diagnostico assustador. Participação da comissão de ética, humanização, transplante, captação de órgãos e outros.

4- Com qual abordagem psicológica você trabalha? E por quê?R: Na área clinica hospitalar devido a imprevisibilidade de cada paciente não se é possível especificamente seguir uma única linha de abordagem. Tudo depende da situação, contexto, estado, demanda e de cada individuo que se encontra no momento.

5- Qual a importância do seu trabalho?

R: Dentro do hospital na área Clinica como indispensável e necessário, em vista da intensidade de sofrimento seja do paciente como da família. O temor e a insegurança desses necessariamente precisa ser minimizar e durante todo o processo de seu tratamento acompanhado seja psicológico-afetiva-emocional e espiritualmente independente das crenças que devidamente respeitada.

6- Como e a dinâmica do dia a dia de um psicólogo na área hospitalar?R: Obedece a um Manual de Procedimentos de atendimento de Psicologia previamente elaborada, revisando, atualizado, com objetivo de proporcionar qualidade de vida aos pacientes internados, suporte aos familiares e facilitar a integração e interação entre equipes interdisciplinares, pacientes, familiares e cuidadores. Dentro deste manual existe uma rotina a ser seguida desde elaboração psicodiagnóstico, abordagem, procedimento, tratamento psicoterapêutico e alta.

7- Como você lida com o luto? E óbito?R: É um sentimento de pesar ou dor pela morte de alguém. Nesse caso é o sofrimento de dor uma experienciado pelos familiares na eminência da morte de um de seus entes queridos. Pela habilidade que adquiri no decorrer dos anos de profissão tenho lidado sem nenhum problema, com segurança, equilíbrio proporcionando todo conforto, tranquilidade, paz e conformidade a cada um de seus familiares parentes e amigos. Encaro a questão da morte com naturalidade como fazendo parte do processo da vida de cada ser humano. Tenho proferido muitas palestras sobre a morte e o morrer. Dez anos atrás durante uma grave doença em que fui acometida, em determinado momento segundo o relato dos médicos sofri uma parada cario- respiratória em que experimentei como é passar deste mundo para o outro. Foi uma experiência fantástica e maravilhosa a vida na dimensão espiritual. Quando há três meses no falecimento da minha mãe preparei todos os irmãos e parentes para o desfecho final. De antemão sentia que havia chegado a hora da partida da minha mãe, desta forma devidamente preparados e no momento final todos puderam despedir dela com serenidade, paz, sem problema nenhum e com total conformidade com o plano de Deus na vida da mãe e da nossa. Vejo e sinto a morte como nascimento definitivo um novo começar de uma nova vida em plenitude.

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8- Como você faz para manter uma distancia ótima com o paciente? Na sua profissão pode haver sentimentos?

R: De forma nenhuma mantenho distante com o paciente sendo insensível e frio. Do contrario, da mesma forma como Jesus fazia quando aproximava dos enfermos de todas as espécies, moribundos, mortos compadecia tanto desses como de seus familiares, a ponto de chorar juntos e com toda capacidade de libertá-los. O segredo está no uso das habilidades em lidar com as emoções alheais e a própria, sabendo separar. A palavra distanciamento deve se dar no aspecto de envolvimento psico- afetivo- emocional que incapacite o profissional em ajudar a reequilibrar e consequentemente ocorra uma contratransferência em relação ao paciente.

9- Como você trabalha com o silêncio dos pacientes, familiares, antes durante e depois a morte?

Aqui da para colocar o que foi gravado

10- Você poderia mencionar quais são as suas maiores dificuldades na área hospitalar?

R: Relaciono otimamente com toda e qualquer pessoa de todos os níveis, raças e crenças. A minha maior dificuldade, digo maior sofrimento é unicamente frente a muitas solicitações e pouco tempo para atender toda demanda. Muitas pessoas necessita de ajuda me procuram o dia, a semana o ano todo seja por telefone, pessoalmente e através de outras pessoas e não consigo atender todos.

11-Você gostaria de adicionar alguma coisa ou dar uma “dica” para alunos que pensam em trabalhar nesta área?

R: Em primeiro lugar o meu incentivo a todos os Acadêmicos de Psicologia que e uma das áreas que considero nobre e que vale a pena consumir a própria vida em prol da vida do próximo é justamente a área da saúde. Maior testemunho da certeza que posso lhes dar nesses 43 anos de total dedicação dentro da área hospitalar, ajudando na recuperação do que é de maior valor para o ser humano a saúde físico- psíquico- emocional e espiritual ajudando no reequilíbrio dessas esferas. Hoje me sinto e confirmo que sou plenamente realizada seja no nível pessoal e profissional, acreditando que continuarei a me dedicar na área da saúde até o findar da minha vida terrena.