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O COTIDIANO DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL GERAL Cristina Scherbaum 2007

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Page 1: Cotidiano psicologo hospitalar

O COTIDIANO DO PSICÓLOGO NO

HOSPITAL GERAL

Cristina Scherbaum2007

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COTIDIANO

É o que se sucede ou pratica todos os dias. É o estável, o que acontece sem parecer importante. A vida cotidiana é o lugar do reconhecimento das ações como instrumentos que mobilizam a vida de cada um de nós.

(BRUSCATO et al, 2006, p.43)

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A INSERÇÃO DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL GERAL

HOSPITAL INSTITUIÇÃO

VERIFICAR A HISTÓRIA E FILOSOFIA DE TRABALHO: PARÂMETRO

INICIAL A RESPEITO DO CAMPO DE TRABALHOE DO QUE SE PRETENDE DO NOSSO TRABALHO

Page 4: Cotidiano psicologo hospitalar

COTIDIANOPACIENTE

PSICÓLOGO INSTITUIÇÃO

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COTIDIANOA relação que estabelecemos entre:

paciente-psicólogo-instituição irá nortear nosso trabalho

• Planejamento das ações: levar em conta demanda do paciente e condições que a instituição oferece

• Vínculo funcional: fazer parte da equipe facilita a identidade institucional. Uso de vestimentas específicas- fatores positivos e negativos.

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SOLICITAÇÃO DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO

A solicitação pode ser feita pelo paciente, familiar, médico ou equipe de enfermagem. A forma de solicitação depende da instituição. Mas pode ser da seguinte maneira:

1) Atendimento ambulatorial:caracteriza-se pelo atendimento sistemático de pacientes para fins de diagnóstico e tratamento, quando constatada a não necessidade de internação. Algum membro da equipe pode solicitar por meio de um formulário padronizado. Paciente orientado a agendar consulta no Serviço de Psicologia.

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ATENDIMENTO AMBULATORIALAtendimento ambulatorial no Serviço de Psicologia

Hospitalar deve atender as seguintes demandas:• Avaliação de rotina: paciente irá ser submetido a algum

procedimento cirúrgico. Pode ser feita a partir de um protocolo sistematizado e elaborado pela equipe. Ex.: candidatos a transplantes, cirurgia de obesidade mórbida.

• Preparo psicológico: quando o paciente irá ser submetido a algum procedimento muito agressivo, mutilante, o qual pode gerar grande sofrimento psíquico. Realiza-se uma avaliação na qual se leva em conta características da personalidade, conhecimento a respeito do procedimento, medos, fantasias e expectativas, sendo orientado, informado e acompanhado nesse processo.Ex.: cirurgia de obesidade mórbida, amputação de membros.

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ATENDIMENTO AMBULATORIAL

• Auxílio quanto a definição do diagnóstico: atende às necessidades da equipe médica para excluir hipóteses diagnósticas por meio do parecer psicológico.

• Dificuldades de adesão ao tratamento: avaliação para pacientes que se recusam a seguir as orientações médicas e por isso não obtêm sucesso no tratamento. Investigar os motivos que levam a esse comportamento (cirurgia redução estômago, pacientes renais, diabéticos).

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ATENDIMENTO AMBULATORIAL• Suporte emocional: encaminhamentos de caráter emergencial,

quando o paciente recebe o diagnóstico de uma doença grave e apresenta um estado de descompensação emocional durante a consulta médica.

* Familiares também podem ser incluídos em qualquer etapa da avaliação

IMPORTANTE: os atendimentos ambulatoriais em Psicologia Hospitalar devem atender aos pressupostos deste trabalho. Pode ser comum receber encaminhamentos de pacientes com queixas de transtornos psiquiátricos, depressão, separação, problemas no trabalho, ou crianças com problemas de aprendizagem, devendo estes serem encaminhados para recursos da comunidade, depois de submetidos a uma triagem. Por isso a necessidade de se ter bem definido que tipo de demanda o serviço irá atender.

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SOLICITAÇÃO DE ATENDIMENTO

2) Para atendimento em enfermarias nas quais há um psicólogo atuante em sistema de ligação: os pedidos são feitos diretamente para os psicólogos responsáveis, ou por meio de preenchimento de um formulário de solicitação de consulta. O próprio paciente pode solicitar, equipe, médico, família.

3) Na UTI: todos pacientes geralmente são atendidos.

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SOLICITAÇÃO DE ATENDIMENTO

* É pertinente procurarmos, antes de atender o paciente, o profissional que solicitou o atendimento para obtermos maior detalhes sobre a razão do pedido, bem como informações relevantes quanto ao caso (até em função de um diagnóstico diferencial). Caso não seja possível encontrar quem o solicitou, podemos recorrer aos outros membros da equipe que atendem o paciente.

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ATENDIMENTO

Para que possamos realizar o atendimento de forma mais eficaz, é importante conhecermos as características da unidade na qual o paciente está internado:

• Ambiente físico: local dos prontuários, aparelhos, etc.

• Rotinas: hora do banho, verificação dos sinais, hora das refeições, visitas, etc.

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Atendimento

• Horários das visitas médicas• Reuniões • Necessidade de paramentação especial• Perfil do paciente: criança, adulto,

idoso, cirúrgico, clínico.

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Atendimento

*Algumas vezes, também se faz necessário verificar algumas questões, como:

• Alta planejada• Medicação• Prognóstico• Se o paciente sabe que o psicólogo foi

chamado

Page 15: Cotidiano psicologo hospitalar

Atendimento

*Importante manter contato com a equipe durante todo o atendimento, bem como com a família, se possível, em função de uma eventual necessidade de intervir no sentido de trabalhar o manejo destes com o paciente. Também é uma forma de coletar informações importantes para a compreensão do quadro que se apresenta.

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Prontuário*Em qualquer contato que se faz com o paciente,

aconselha-se fazer uma anotação no prontuário, mesmo não tendo coletado material suficiente. Quando possível, anotar recomendações de manejo com o paciente.

→ Também pode anexar ao prontuário um parecer, caso seja solicitado. Isso depende da instituição.

O prontuário constitui umas das vias de comunicação com os demais profissionais. Somos responsáveis pelo conteúdo que escrevemos.

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ProntuárioImportante:O prontuário é um documento o qual vários

profissionais têm acesso. Por isso, muito cuidado para não expor demais o paciente. Devemos ser claros e objetivos. Dessa forma, ao fazer anotações no prontuário, devemos levar em consideração:

• Sigilo• Seleção de dados relevantes• Cuidar termos técnicos os quais podem

acabar por estigmatizar e patologizar o paciente: histeria, psicopatia, mania.

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Abordagem do PacienteNa enfermaria, ao contrário do ambulatório,

é o psicólogo que vai ao encontro do paciente. Nem sempre ele é avisado da solicitação de atendimento psicológico.

Se o psicólogo é solicitado não quer dizer que existe demanda por parte do paciente!

• Sempre devemos nos apresentar: nome, função e motivo do atendimento.

• Às vezes, podemos chegar numa hora imprópria para atendimento: banho, curativos, visitas, etc. Retornar em uma hora mais propícia.

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Abordagem do Paciente

Às vezes, pode haver pacientes que solicitam água, comida, ou que pedem para erguer ou baixar a cama. Antes de qualquer conduta, é importante o psicólogo consultar o médico ou enfermeiro para que orientem nesse sentido.

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Abordagem do PacienteNão há uma maneira única de conduzir uma

entrevista no ambiente hospitalar, a abordagem varia conforme as circunstâncias.

Geralmente, utiliza-se perguntas abertas, seguidas de outras mais específicas. Importante abordar primeiramente a queixa apresentada pelo paciente, na busca de um significado subjetivo da condição clínica, verificando o grau de compreensão da situação que está vivenciando e qual o impacto na sua vida emocional.

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Abordagem do PacienteDependendo da patologia, também é importante

investigar alguns aspectos, como por exemplo a adesão ao tratamento.

Também é importante investigar as funções psíquicas e, caso necessário, solicitar atendimento psiquiátrico.

Se o paciente não deseja falar com o psicólogo, dependendo do quadro (e demanda), podemos retornar em outra oportunidade. Se é urgente, devemos tentar vencer a resistência. Se não vencermos a resistência, devemos comunicar a equipe (prontuário) e procurar outras alternativas.

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Abordagem do Paciente

É muito comum algum familiar ou amigo estar junto ao paciente quando o psicólogo chega para o atendimento. É necessário um momento a sós com o paciente sendo necessário solicitar que se retirem por alguns minutos. Posteriormente, se estão muito ansiosos, podemos pedir permissão ao paciente e conversar também com esse familiar ou amigo. Dependendo das circunstâncias pode ser junto ao paciente.

Page 23: Cotidiano psicologo hospitalar

Abordagem do Paciente

O atendimento aos familiares muitas se dá nos corredores, capelas, salas de espera, numa sala improvisada ou próximo ao leito do paciente.

Sigilo: como é um trabalho multidisciplinar, devemos fornecer as informações necessárias na medida em que visam promover medidas em benefício do paciente. Supomos que os profissionais envolvidos mantenham sigilo.

Page 24: Cotidiano psicologo hospitalar

ATENÇÃO!!!

A psicologia hospitalar cuida dos aspectos relacionados ao adoecimento e, às vezes, estes aspectos podem vir problematizados na família, no médico, ou na equipe.

Psicólogo: interlocutor.

(Simonetti, 2006).

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Relações Paralelas(Simonetti, 2004)

PACIENTE

INSTITUIÇÃO EQUIPE

FAMÍLIA PSICÓLOGO MÉDICO

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RELAÇÕES PARALELAS

Exemplo muito comum:

• Paciente sente dor.• Família faz cobranças à

enfermagem.• Enfermagem deve obedecer à

prescrição médica.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENEDETTI, Carmem; BRUSCATO, Wilze L.; LOPES, Sandra. A Prática da Psicologia Hospitalar na Santa Casa de São Paulo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

SIMONETTI, Alfredo. Manual de Psicologia Hospitalar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006