informe rural - 10/10/13

5
Alface, couve, cebolinha, rabanete, tomate e cenoura são alimentos comuns à mesa dos brasilienses. No entanto, para muitas famílias, este cenário está fora da realidade. Para corrigir essa distorção, algumas políticas públicas do GDF têm tentado viabilizar o acesso a alimentos nutritivos e de qualidade, tornando as refeições mais completas. Nesse contexto, o trabalho da Emater- DF vai além da extensão promovida na área rural do DF: a melhoria de qualidade de vida chega até a área urbana. O programa de Agricultura Urbana tem mudado a vida de muitas pessoas — tanto alunos de escolas públicas quanto das cidades que possuem hortas comunitárias. Aprendizado — Os estudantes de escolas de período integral de Sobradinho já conhecem bem essa prática. Eles aprendem a importância de cuidar do que a terra produz, além de regar, molhar, adubar, e colher na hora certa. As escolas têm utilizado as hortas como ferramenta pedagógica, mostrando como é divertido aprender matemática, ciências e português. As crianças conhecem ainda o potencial nutritivo destes alimentos, que vão direto para a cantina para dar mais cor à merenda. A coordenadora de Ensino Integral da Diretoria Regional de Ensino (DRE) de Sobradinho, Gilvani Rodrigues, conta que muitas crianças nunca tinham consumido aqueles alimentos. O contato com as hortaliças folhosas, além do fato de saber que eles produziram aquilo, tem feito uma grande diferença na vida dos estudantes. Moisés da Silva tem 30 anos. Ele produziu hortaliças durante muitos anos, e agora colabora com a Escola Classe Boa Vista, onde é o responsável pela horta. Pai de três filhos — dois dos quais estudam na escola —, ele faz questão de acompanhar as crianças na lida com a horta. “Essa atividade ensina valores que não se aprende na vida”, acredita. Taina Marcela, de 13 anos, é uma das 1,6 mil estudantes do Centro de Ensino Fundamental 03 de Sobradinho. Ela lembra que nunca tinha comido nada do que é plantado, mas foi aprendendo o quanto esses alimentos são importantes para a saúde. A adolescente lembra ainda que não gostava da horta. “Eu entrava de qualquer jeito, achava que tudo era mato e saia pisando. Quando me matriculei no ensino integral, isso passou a ser parte do meu dia a dia e comecei a valorizar meu próprio trabalho”. Horta Comunitária — Quem visita a horta comunitária do Itapoã não imagina quantas atividades acontecem ali. Quando o programa da Emater-DF foi criado, em 2010, técnicos da empresa foram até o local, orientaram, ministraram cursos de preparo de solo, plantio e colheita. O projeto começou a dar tão certo que várias pessoas começaram a se interessar. Hoje os ajudantes são todos voluntários. Eles recebem uma cesta com o que é produzido e vendem também para os moradores e comércios da região, viabilizando o acesso às pessoas que não consomem aqueles alimentos. Com o aumento do fluxo de pessoas, outras atividades — como capoeira, teatro, aulas de cinema, oficinas de reciclagem, grafite e o programa “Picasso não pichava” — começaram a funcionar no local. Calebe Amorim, de 14 anos, frequenta o local há um ano. Ele conta que antes ficava em casa assistindo TV o tempo todo, mas hoje, o trabalho da horta o tem motivado. Ele está escrevendo a continuação da série “Luz Ferina”, livro que, em parceria com empresa incubadora da Universidade de Brasília (UnB), vai virar um curta-metragem. Calebe sente-se orgulhoso do seu trabalho e diz que tem aprendido muito com a horta. “Ajuda na concentração, o cuidado que se tem com a horta é o mesmo que tenho tido para escrever, minha criatividade aqui aflora”, confessa o garoto. Uma das responsáveis pelo local há mais de dois anos, Rosângela Rodrigues revela que a horta tem sido um refúgio para muitos moradores com problemas de depressão, além de tirar os jovens das ruas. “Muitas crianças que estão aqui hoje poderiam estar no crime. Aqui, elas cuidam de um bem para a comunidade e para si mesmas”, comemora. Informavo do Sistema Público da Agricultura - Ano II - Edição n° 47 - Brasília, 10 de outubro de 2013. Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural Agricultura urbana incenva alimentação saudável

Upload: informe-rural

Post on 25-Jul-2015

121 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Informe Rural - 10/10/13

Alface, couve, cebolinha, rabanete, tomate e cenoura são alimentos comuns à mesa dos brasilienses. No entanto, para muitas famílias, este cenário está fora da realidade. Para corrigir essa distorção, algumas políticas públicas do GDF têm tentado viabilizar o acesso a alimentos nutritivos e de qualidade, tornando as refeições mais completas.

Nesse contexto, o trabalho da Emater-DF vai além da extensão promovida na área rural do DF: a melhoria de qualidade de vida chega até a área urbana. O programa de Agricultura Urbana tem mudado a vida de muitas pessoas — tanto alunos de escolas públicas quanto das cidades que possuem hortas comunitárias.

Aprendizado — Os estudantes de escolas de período integral de Sobradinho já conhecem bem essa prática. Eles aprendem a importância de cuidar do que a terra produz, além de regar, molhar, adubar, e colher na hora certa. As escolas têm utilizado as hortas como ferramenta pedagógica, mostrando como é divertido aprender matemática, ciências e português. As crianças conhecem ainda o potencial nutritivo destes alimentos, que vão direto para a cantina para dar mais cor à merenda.

A coordenadora de Ensino Integral da Diretoria Regional de Ensino (DRE) de Sobradinho, Gilvani Rodrigues, conta que muitas crianças nunca tinham consumido aqueles alimentos. O contato com as hortaliças folhosas, além do fato de saber que eles produziram aquilo, tem feito uma grande diferença na vida dos estudantes.

Moisés da Silva tem 30 anos. Ele produziu hortaliças durante muitos anos, e agora colabora com a Escola Classe Boa Vista, onde é o responsável pela horta. Pai de três filhos — dois dos quais estudam na escola —, ele faz questão de acompanhar as crianças na lida com a horta. “Essa atividade ensina

valores que não se aprende na vida”, acredita.

Taina Marcela, de 13 anos, é uma das 1,6 mil estudantes do Centro de Ensino Fundamental 03 de Sobradinho. Ela lembra que nunca tinha comido nada do que é plantado, mas foi aprendendo o quanto esses alimentos são importantes para a saúde. A adolescente lembra ainda que não gostava da horta. “Eu entrava de qualquer jeito, achava que tudo era mato e saia pisando. Quando me matriculei no ensino integral, isso passou a ser parte do meu dia a dia e comecei a valorizar meu próprio trabalho”.

Horta Comunitária — Quem visita a horta comunitária do Itapoã não imagina quantas atividades acontecem ali. Quando o programa da Emater-DF foi criado, em 2010, técnicos da empresa foram até o local, orientaram, ministraram cursos de preparo de solo, plantio e colheita. O projeto começou a dar tão certo que várias pessoas começaram a se interessar.

Hoje os ajudantes são todos voluntários. Eles recebem uma cesta com o que é produzido e vendem também para os moradores e comércios da região, viabilizando o acesso às pessoas que não consomem aqueles alimentos. Com o aumento do fluxo de pessoas, outras atividades — como capoeira, teatro, aulas de cinema, oficinas de reciclagem, grafite e o programa “Picasso não pichava” — começaram a funcionar no local.

Calebe Amorim, de 14 anos, frequenta o local há um ano. Ele conta que antes ficava em casa assistindo TV o tempo todo, mas hoje, o trabalho da horta o tem motivado. Ele está escrevendo a continuação da série “Luz Ferina”, livro que, em parceria com empresa incubadora da Universidade de Brasília (UnB), vai virar um curta-metragem. Calebe sente-se orgulhoso do seu trabalho e diz que tem aprendido muito com a horta. “Ajuda na concentração, o cuidado que se tem com a horta é o mesmo que tenho tido para escrever, minha criatividade aqui aflora”, confessa o garoto.

Uma das responsáveis pelo local há mais de dois anos, Rosângela Rodrigues revela que a horta tem sido um refúgio para muitos moradores com problemas de depressão, além de tirar os jovens das ruas. “Muitas crianças que estão aqui hoje poderiam estar no crime. Aqui, elas cuidam de um bem para a comunidade e para si mesmas”, comemora.

Informativo do Sistema Público da Agricultura - Ano II - Edição n° 47 - Brasília, 10 de outubro de 2013.

Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural

Agricultura urbana incentiva alimentação saudável

Page 2: Informe Rural - 10/10/13

Produtores mostram potencial da floricultura do DFSaindo dos bastidores das decorações

e paisagismos, os produtores rurais do DF foram os protagonistas da FestFlor Brasil, realizada de 3 a 6 de outubro. Foram dois salões com estantes de flores, plantas ornamentais, artesanato e produtos agroindustriais produzidos, em sua maioria, pela agricultura familiar. Tudo isso para aproximar o rural do mercado consumidor e demais setores da cadeia produtiva.

Com os espaços fornecidos aos produtores, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) cumpriu seu objetivo de possibilitar a proximidade entre os produtores, a troca de experiências, divulgação e aumento de vendas. Para o coordenador do programa de floricultura, Cleison Duval, o evento também contribui como fator motivacional. “A cada ano mais produtores começam a cultivar flores no DF. Quando nos procuram querendo iniciar a produção, orientamos para que visitem a FestFlor e conversem com outros produtores. Isso também ajuda a definir que tipo de plantio querem iniciar”, falou.

Uma das entidades que recebem o apoio da Emater -DF desde sua criação é a Cooperativa dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do Distrito Federal (Multiflor). Com acesso a políticas públicas de incentivo à produção e comercialização, ela cresce a cada ano e atrai mais cooperados. Nesta edição da FestFlor, foram arrecadados cerca de R$ 40 mil com a venda de flores, plantas ornamentais e cachepôs de fibra de bananeira, produzidos pelo do grupo Multifibras, composto principalmente por mulheres de assentamentos rurais.

O produtor Joel Alves de Faria e sua esposa, Rosemary Reis, participam de todas as edições da feira com a Multiflor. Joel diz que o evento é muito importante para os que ainda estão desenvolvendo a produção. “Ajuda a divulgar nossos produtos, nosso viveiro e fazer contatos para vendas após o evento. O público pode conhecer a qualidade das nossas plantas. Como são todas adaptadas ao nosso clima, vivem por mais tempo que as encontradas nos grandes mercados, que vêm de outros estados. Isso faz com que mais clientes nos procurem”, conta. Apesar de não ter ponto fixo de venda, o casal participa das feiras botânicas realizadas em shoppings durante o ano. “Temos clientes que fazem encomendas para essas exposições”, falou Joel.

A participação dos agricultores na FestFlor Brasil é apenas uma das ações do governo do Distrito Federal para estimular o acesso ao mercado e o aumento da produção.

Page 3: Informe Rural - 10/10/13

Agricultores da Estância do Pipiripau recebemconjunto de mecanização agrícola

Entrega beneficiará mais de cem famílias de agricultores do núcleo rural da região de Planaltina

Os agricultores familiares da Estância do Pipiripau, em Planaltina-DF, receberam conjunto de mecanização agrícola neste domingo (6). Com a entrega, os produtores rurais terão mais qualidade de vida e na produção.

“O governador Agnelo está de parabéns pela iniciativa. Antigamente, não tinha critério para o empréstimo de maquinário e muitas pessoas que não precisavam ganhavam”, disse Edson Batista, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Núcleo Rural do Pipiripau I e II (ASPPP).

“Agora não, as associações dos agricultores têm que elaborar um plano de trabalho e participar de uma concorrência, quem estiver mais qualificado e organizado, ganha”, completou.

Desde o início do ano, o GDF, por meio da Secretaria de Agricultura e da Emater-DF, empresta conjuntos de mecanização agrícola. Para obter o empréstimo, os produtores rurais têm que estar organizados em cooperativas ou associações e cumprir as exigências dos editais.

“Sabemos da grande demanda por máquinas que existe no meio rural de Brasília. É difícil, principalmente para o pequeno produtor, ter acesso a elas. Agora, este conjunto ficará com os produtores em tempo integral”, ressaltou o secretário de Agricultura, Lúcio Valadão.

Programa de mecanizaçãoO programa de mecanização agrícola, conhecido como Patrulhas de Mecanização Agrícola,

entregará 26 conjuntos. Com a entrega feita na Estância do Pipiripau, 23 comunidades e mais de mil famílias de agricultores já foram beneficiadas.

“O esforço do governo Agnelo é fazer com que sejam criadas condições para a geração de emprego e renda no campo. Temos o desafio de estruturar políticas que cheguem de fato ao meio rural e mudem a vida das pessoas para melhor e estamos conseguindo”, disse Marcelo Piccin, presidente da Emater.

Cada conjunto de mecanização é composto por trator agrícola; grade aradora, de 14 discos de 26 polegadas; carreta agrícola, com capacidade para 4 toneladas; enxada rotativa com kit encanteirado e distribuidor de calcário e adubo orgânico com capacidade para 2,5 toneladas.

As organizações dos agricultores vencedoras das concorrências poderão ficar com o maquinário por até cinco anos. Em contrapartida, terão que fazer seguro das máquinas e cumprir as demais exigências dos editais.

Page 4: Informe Rural - 10/10/13

Produtores recebem resultados de exames toxicológicosMais de 60 produtores rurais atendidos

pela unidade da Emater-DF na Vargem Bonita receberam, nessa terça-feira (8), os resultados dos exames toxicológicos feitos no dia 25 de junho. Os médicos Marlucy Correia e Ubiratan Loureiro Junior deram orientações sobre a importância do cuidado com a saúde.

Segundo Ubiratan, nenhum resultado foi preocupante. Entretanto, o exame realizado detecta apenas intoxicação por agrotóxicos organofosforados e, por isso, “aqueles que ainda assim apresentarem sintomas como tontura, dor de cabeça, insônia, falta de apetite, pele irritada, excesso de salivação, depressão, diarreia e vômito pode procurar o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) para acompanhamento e exames mais detalhados”, falou. A longo prazo, a intoxicação crônica por uso de agrotóxicos pode desenvolver doenças mais graves como perda de memória, surdez, cegueira, insuficiência respiratória e problemas de pele.

No dia da coleta de sangue, foi proferida palestra sobre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual e sobre os principais sintomas de intoxicação.

A próxima etapa inclui um curso de aplicador de agrotóxicos, realizado pela Emater-DF, nos dias 11, 15 e 18 de outubro, no centro comunitário do CAUB I.

A ação tem o objetivo de minimizar e prevenir os riscos à saúde do agricultor, trabalhador rural e suas famílias. Todo o trabalho é desenvolvido em parceria com o Posto de Saúde do núcleo rural.

Page 5: Informe Rural - 10/10/13

Informativo produzido pelas assessorias de comunicação social:Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) - 3051-6347

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) - 3340-3002

Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) - 3363-1024

Siga o Sistema Agricultura nas redes sociais:facebook.com/SeagriDFfacebook.com/ematerdistritofederalfacebook.com/ceasa-df

twitter.com/ematerdf

Empresários da Ceasa adotam manual de boas práticasOs empresários da Ceasa-DF

já estão utilizando o Manual de Boas Práticas. Trata-se de um documento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que descreve como o trabalho deve ser realizado no estabelecimento comercial e a forma correta para executá-lo. O manual é uma exigência da Anvisa para todo o País e serve para orientar o comerciante sobre como ele deve lidar com armazenamento, manipulação, limpeza, controle de pragas, utilização da água, procedimentos de higiene, treinamento de funcionários e o que fazer com o lixo.

Segundo a Anvisa o Manual de Boas Práticas, lançado em outubro de 2002, estabelece um ponto de garantia para alcançar a qualidade do estabelecimento a partir de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) que o documento apresenta e cujo objetivo é facilitar o seu acompanhamento.

O empresário Leandro Araujo, dono da Casa de Doces e Queijos Brasília, explica que o manual é um compromisso natural dos comerciantes da Ceasa para manter a segurança da saúde pública. “É obrigação de todo comerciante aderir a este manual. Ele significa um passo a frente rumo à modernização. Além disso, atendemos a exigência dos clientes que querem qualidade e higiene para consumir”, diz Leandro.

Quem também já aderiu às normas é o empresário João Resende, da Terra Capital – Distribuidora de Frutas e Verduras Ltda. Para Resende, a implantação do manual é um passo importante para garantir a qualidade de vida dos consumidores e transformar a Ceasa-DF num modelo para o Brasil. “O mercado quer melhorar e este manual é uma grande oportunidade para isso. Ele prioriza a higiene e os empresários da Ceasa precisam assimilar e jogar no mesmo time”, avalia.

O Grupo Perboni é outra empresa da Ceasa que adotou o manual. Segundo o engenheiro agrônomo Vinícius Moreira, responsável pelo trabalho de implantação na empresa, além de objetivar a procura pela qualidade elevada dos produtos, o livreto também aumenta a organização e a apresentação dos produtos. Para Moreira, as obras de reformas que acontecem no boxe da Perboni oferecem melhores condições para a implantação do manual. “É uma obrigação de todas as empresas da Ceasa e é preciso que haja maior conscientização sobre esta medida, pois nem todos a conhecem”, afirma Moreira.

Para o presidente da Ceasa-DF, Wilder Santos, a adoção do Manual de Boas Práticas mostra que o empresariado que atua no local compreende que o setor de abastecimento está empenhado em nova estratégia para crescer. Wilder aponta que o principal objetivo é aumentar e assegurar a qualidade dos produtos desde a sua origem, passando pelo transporte até a comercialização. “Este manual vai consolidar o crescimento da Ceasa-DF junto aos clientes que a cada semana enchem nossos pavilhões, principalmente a Pedra aos sábados”, afirma.