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HENRY VICTOR ALVES MARQUES

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DOS BRAQUETES AUTOLIGÁVEIS E CONVENCIONAIS NO ALINHAMENTO ANTEROINFERIOR

Dissertação apresentada a Universidade Norte do Paraná – UNOPAR como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração em Ortodontia. Orientador: Prof. Dr. Marcio Rodrigues de Almeida

Londrina

2010

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação

Universidade Norte do Paraná Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Marques, Henry Victor Alves. M317a Análise da eficiência dos braquetes autoligáveis e convencionais no alinhamento anteroinferior / Henry Victor Alves Marques. Londrina: [s.n], 2010. 45 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia. Área de concentração em ortodontia)

-Universidade Norte do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Marcio Rodrigues de Almeida 1. Odontologia - Dissertação de mestrado – UNOPAR. 2. Ortodontia. 3.

Braquetes autoligáveis. 4. Apinhamento dentário. 5. Alinhamento anteroinferior. I. Almeida, Marcio Rodrigues de,Orient. II. Universidade Norte do Paraná.

CDU 616.314-089.23

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HENRY VICTOR ALVES MARQUES

Filiação Ion Paulo Marques Luzia de Fátima Alves Marques Naturalidade Brasília, Distrito Federal Nascimento 20 de maio de1981 1999 – 2004 Graduação em Odontologia - Faculdade de

Odontologia do Planalto Central - FOPLAC. 2004 – 2006 Atualização em Ortodontia Pré-Corretiva,

Preventiva e Interceptora; Typodont, Cefalometria, Ortodontia Corretiva e Ortopedia Facial. CORA – Centro Odontológico Rodrigues de Almeida - Bauru/SP

2005 – 2008 Especialização em Ortodontia – UNINGÁ -

Unidade de Ensino Superior Ingá - UNINGÁ/CORA – Bauru/SP. Título: “Alterações no perfil facial em pacientes tratados com extrações de 4 primeiros pré-molares” Orientador:Prof. Dr. Marcio Rodrigues de Almeida

2009 Mini-Residência em Ortodontia, UCCON -

University of Connecticut Health Center, Department of Orthodontics - Farmington/ Connecticut CT– USA

2009 – 2011 Mestrado em Ortodontia – UNOPAR -

Universidade Norte do Paraná. Título: “Análise da eficiência dos braquetes autoligáveis e convencionais no alinhamento anteroinferior” Orientador: Prof. Dr. Marcio Rodrigues de Almeida.

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Agradeço a Deus

Por iluminar os meus passos e me guiar pelo caminho da sabedoria.

Obrigado Senhor, por ter tornado possível a realização desse grande sonho.

Obrigado por ter me confortado e me fortalecido nos momentos em que mais

precisei de Ti, por ter me dado saúde e disposição para seguir em frente com

meus objetivos, por proporcionar momentos de tanta felicidade como a

conclusão deste trabalho. Obrigado Senhor!

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Agradeço espec ialmente,

Aos meus queridos pais, Ion Paulo e Luzia de Fátima, por todo

amor, doação e confiança a mim oferecido. O apoio que sempre

proporcionaram, mesmo que para isso tivessem que substituir os seus sonhos

para realização dos meus, foram fundamentais para concretização do meu ideal.

A vocês, exemplos de integridade e dignidade, dedico este trabalho.

Ao meu irmão, José Henrique, que me apoiou em todos os momentos

de minha carreira, minha gratidão.

Aos meus avôs Lourenço Marques (in memoriam) e José Alves (in

memoriam) e às minhas avós Orlandina e Maria, obrigado pelo carinho que

sempre tiveram e também pelo total reconhecimento de meus esforços. De vocês

eu recebi o dom mais precioso que poderiam me dar: a vida dos meus pais.

Ao querido tio Hernane Marques, pelo exemplo de dedicação e

perseverança, pelo estimulo constante, impulsionando-me para novas conquistas

em busca de meu crescimento profissional. Toda minha admiração, respeito e

amizade.

Ao amigo Roberto “Railander”, pela amizade, respeito e

companheirismo. Obrigado pelos momentos compartilhados, por toda a alegria

e pelo rico convívio durante as viagens aos congressos internacionais. Essa

conquista é nossa!

Ao professor Dr. Renato Rodrigues de Almeida, por todos os

ensinamentos a mim transmitidos desde o ano de 2003, nos cursos de atualização

e Especialização em Bauru-SP, até o presente momento. Muito obrigado pelo

apoio, paciência e disponibilidade durante o curso de Mestrado. Percebi que

cresci não apenas como profissional, mas também como ser humano. Sei que

tenho muito a percorrer, mas o principal o senhor já me despertou que é a paixão

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pela Ortodontia e a humildade em não cessar os conhecimentos adquiridos. Ao

senhor, toda a minha admiração e reconhecimento.

Ao professor Dr. Marcio Rodrigues de Almeida, orientador desta

pesquisa, pela confiança, amizade e total incentivo à minha formação docente na

ciência ortodôntica. Pela possibilidade de concretização deste grande sonho, a

minha eterna gratidão, reconhecimento, admiração e amizade.

Ao professor Dr. Ricardo Navarro, coordenador do curso, pela total

atenção transmitida a todos e pela sua disponibilidade durante o curso de

Mestrado. Obrigado pelo incentivo e por compartilhar conosco informações

fundamentais principalmente na área de cirurgia. Todo meu respeito e minha

amizade.

À professora Dra. Ana Cláudia Conti , pelo respeito, atenção e

disponibilidade. Obrigado por todo o apoio e confiança a mim transmitidos, e

pelos momentos de convívio e de descontração ao longo do curso. Meus sinceros

agradecimentos.

À professora Dra. Paula Oltramari-Navarro, pelo exemplo de

dedicação e organização, por todo apoio e paciência a mim concedidos. Toda

minha admiração e reconhecimento.

Aos colegas do curso de Mestrado, Daniela, Vanessa, Murilo,

Giovani, Samir, Guilherme, José Gustavo, Karen e Leandra, pelo

convívio otimista e alegre durante todo curso, pelo carinho e companheirismo,

por compartilharem comigo momentos de alegrias, dificuldades e,

principalmente, conquistas, vocês estarão sempre em meu coração.

Às minhas secretárias, Jéssica e Janaína, por todo o apoio e

dedicação ao consultório, principalmente nos momentos em que estive ausente

para a realizaç11ão do curso de Mestrado, meus sinceros agradecimentos.

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Aos amigos Fernando Pedrin, Renata Almeida Pedrin, Celina

Martins Insabralde e Maria Helena Vasconcelos, essenciais para a minha

formação profissional durante os cursos de atualização e especialização em

Bauru-SP, obrigado pela amizade, carinho e confiança em mim depositada. Toda

minha gratidão e respeito.

Aos professores e funcionários da UNOPAR - Londrina, campos

Jardim Piza, por todo o apoio e contribuição a nós cedidos ao longo desses anos.

Muito obrigado!

Aos pacientes do curso de Mestrado, indispensáveis para minha

formação profissional, meu respeito e meus agradecimentos.

A todos os demais que convivi durante estes anos, que direta ou

indiretamente contribuíram para a concretização desse sonho.

Muito Obr igado!

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Marques, Henry Victor Alves. Análise da eficiência dos braquetes autoligáveis e convencionais no alinhamento anteroinferior. 2010. 45 f.Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2010.

RESUMO

Com o objetivo de avaliar a eficiência da correção do apinhamento

anteroinferior, uma amostra de 20 pacientes foi dividida em 2 grupos, A e B,

utilizando-se braquetes autoligáveis da marca Easy Clip Aditek no Grupo A (11

pacientes), e no Grupo B (9 pacientes) utilizando-se braquetes convencionais da

marca Abzil Lancer prescrição Capellozza. Todos os pacientes foram tratados na

clínica odontológica da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, Campus Jardim

Piza. Para as medições do grau de apinhamento anteroinferior foi utilizado um

paquímetro digital da marca Mitutoyo Digimatic Caliper e análise pelo Índice de

Irregularidade de Little (1975) e índice de Fleming (2009). O grau de apinhamento foi

mensurado no início e após 6 meses de tratamento. O teste “t” de student foi

utilizado para comparar a eficiência do alinhamento anteroinferior entre os grupos.

Após 6 meses de tratamento, não houve diferença estatisticamente significante entre

os grupos autoligável e convencional com relação a eficiência do alinhamento

anteroinferior, confirmando a hipótese nula de que, em pacientes que não foram

submetidos a extrações dentárias, a eficiência no alinhamento anteroinferior

independe do tipo de braquete.

Palavras-chave: Ortodontia, braquetes autoligáveis, apinhamento dentário,

alinhamento anteroinferior.

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Marques, Henry Victor Alves. Efficiency of self-ligating and conventional brackets in the treatment of mandibular crowding. 2010. 45 f. Dissertation (Master’s Degree in Dentistry) – University of North Paraná, Londrina, 2010.

ABSTRACT

The aim of this study was to test the hypotheses that treatment with 2 fixed

orthodontic appliances would result in no difference in the efficiency of mandibular

arch alignment. The efficiency of mandibular arch alignment with a self-ligating

bracket system and a conventional preadjusted edgewise twin bracket in

nonextraction patients was analyzed. This was a prospective controlled clinical trial at

the University of North Parana, Londrina-PR, Brazil. Twenty consecutive patients

satisfying the inclusion criteria were enrolled in the study. All patients were treated

without extractions. The same sequence of wires was used on both groups.

Pretreatment mandibular arch irregularity was measured by using a Mitutoyo

Digimatic Caliper. The mandibular arch irregularity was remeasured 6 months later. T

student test was used to analyze the difference in the anterior alignment of the

groups. Bracket type had no influence on alignment efficiency. On both groups there

was a decrease in the crowding degree between the initial and final phases (6

months). The mean decrease of the Little irregularity index for the self-ligating system

was 2.14mm (p<0.05). As for the conventional group there was a decrease of

1.36mm (p<0.05) in the Little index. Comparing both groups there were no significant

difference in the reduction of the anterior crowding (p=0.30). The null hypothesis that

efficiency of alignment in the mandibular arch in nonextraction patients is

independent of bracket type was accepted.

Key Words: Orthodontics, self-ligating brackets system, crowding, alignment.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................. 12

3. ARTIGO:Análise da Eficiência dos Braquetes Autoligáveis e

Convencionais no Alinhamento Anteroinferior ........................................... 20

3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 23

3.2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 24

3.2.1 Amostra e critérios de inclusão ................................................................ 24

3.2.2 Coleta de dados ....................................................................................... 26

3.2.3 Análise Estatística.................................................................................... 27

3.2.3.1 Avaliação do erro de medição............................................................... 27

3.2.4 Análise dos Dados ................................................................................... 27

3.3 RESULTADOS ................................................................................................ 28

3.3.1 Erro do Método ........................................................................................ 28

3.4 DISCUSSÃO................................................................................................... 31

3.5 CONCLUSÃO.................................................................................................. 36

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 36

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 40 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 42

ANEXO...................................................................................................................... 45

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1 Introdução

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Introdução 10

1 INTRODUÇÃO

A qualidade dos tratamentos ortodônticos convencionais com aparelhos que

utilizam ligaduras metálicas e/ou elásticos atualmente oferecidos à população tem

sua utilização consolidada. Contudo, a busca por melhoras na eficiência dos

tratamentos ortodônticos vem promovendo o surgimento de novos desenhos de

braquetes. Segundo Tumbull1 (2007), os aparelhos autoligáveis podem promover

tratamentos com menor aplicação de força para a movimentação dentária além de

necessitarem de menor número de visitas ao ortodontista. Também são atribuídas a

esses braquetes as qualidades de manter melhor a higiene oral e maior aceitação do

paciente.

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2Revisão

Bibliográfica

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Revisão Bibliográfica12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Atualmente, quase todos os fabricantes de braquetes ortodônticos

desenvolveram, ou estão desenvolvendo, seus sistemas autoligáveis. Sendo assim,

surgem as perguntas: qual sistema autoligável é mais eficiente quando se leva em

conta a relação custo-benefício? O braquete autoligável é apenas uma moda

passageira na Ortodontia? O custo adicional justifica a inserção desse sistema em

todos os casos a serem tratados numa clínica particular? Segundo Stolzenber2

(1935), o primeiro sistema de braquetes autoligáveis, ou seja, braquetes

ortodônticos que possuem uma face vestibular que pode ser aberta ou fechada,

sendo que esta face de fechamento mantém o fio dentro da canaleta e elimina a

necessidade de amarrações metálicas ou elásticas, foi descrito por Stolzenberg em

1935, nos Estados Unidos. Foi batizado de braquete Russel e consistia de um

dispositivo fabricado com uma rosca interna e o sistema de fixação do fio era um

parafuso achatado que se encaixava nesta rosca.

Um novo tipo de sistema de autoligação só surgiu em 1971, com o

desenvolvimento do braquete Edgelock (Ormco Corp., EUA) proposto por Wildman

nos Estados Unidos. Esse braquete se diferenciava do braquete tradicional

Edgewise por apresentar uma tampa vestibular que deslizava e fechava a canaleta.

Era um braquete com formato arredondado, com uma tampa deslizante, aberta por

um instrumento especial. Quando esta tampa se fechava, o braquete se

transformava em um tubo passivo. Por isso, o braquete Edgelock (Ormco Corp.,

EUA) foi considerado o primeiro sistema autoligado passivo e também o primeiro a

apresentar um certo sucesso comercial. Além disso apresentava uma dureza

superior ao aço inoxidável por ser moldado em liga de cromo3.

Dois anos após surgiu na Alemanha o Mobil-lock (Forestadent, Alemanha),

que utilizava um sistema de abre/fecha da canaleta através da rotação de uma

tampa semicircular do braquete. Assim como o Edgelock, esse sistema era

considerado passivo, uma vez que se baseava na relação do arco com a canaleta

para controle do dente sem armazenar energia no braquete3.

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Revisão Bibliográfica13

A partir do surgimento desses novos tipos de braquetes, vários trabalhos

para avaliação de atrito (ou fricção) com a utilização destes sistemas começaram a

ser propostos. Em 1980, Frank e Nikolai4 pesquisaram, em um estudo laboratorial,

simulando a retração de caninos, o nível de atrito de braquetes tipo convencionais

estreito, médio e largo e dos tipos Begg e Lewis e do sistema passivo Edgelock

(Ormco Corp., EUA) com diversos tipos de fios, em várias angulações e

padronização nas forças de amarração. Os resultados demonstraram que em

pequenas angulações e pouco movimento de oscilação do braquete, a largura do

braquete e a força do tipo de amarração demonstraram serem os fatores principais

na geração de atrito nos sistemas. Quando a angulação do braquete aumenta,

ocorre um contato angular entre o arco e a parede do braquete, provocando um

fenômeno denominado binding, que pode ser traduzido como apreensão entre o fio

e o braquete, o qual se transforma no fator preponderante na geração do atrito. Os

autores verificaram que os braquetes com o menor índice de atrito é o proposto por

Begg e o autoligável Edgelock.

Em 1980, Hanson5 no Canadá, apresentou um novo tipo de braquete

edgewise, o braquete SPEED (Strite Industries Ltd., Canadá), tendo como

característica principal à presença de um tipo de ferrolho ou clipe que eliminaria a

necessidade de outros tipos de material de amarração, ou seja, um sistema de

braquete autoligável. A mola e a geometria da canaleta foram projetadas para

reduzir o atrito durante o deslizamento e para melhorar o controle tridimensional do

movimento dentário. Este sistema de fechamento, com uma presilha flexível, que

comprime o fio contra o fundo da canaleta, foi batizado de braquete autoligável ativo.

Além disso, é capaz de orientar o fio até que esteja ajustado dentro da canaleta,

evitando movimentações indesejadas de rotação, inclinação e torque durante

qualquer tipo de movimentação dentária. Esse sistema tem como vantagem a

facilidade de fechamento da tampa que reduz o tempo clínico em relação aos

sistemas convencionais6.

Em 1986, nos Estados Unidos, surgiu o braquete Activa ("A" Company

Orthodontics, EUA) proposto por Pletcher (apud Berger3). Este sistema possuía uma

tampa semicircular, que abria ou fechava a canaleta do braquete apenas por

pressão digital. O braquete Activa tinha como característica uma forma cilíndrica,

com tampa curva que abria e fechava a canaleta através

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Revisão Bibliográfica14

de um giro ocluso-gengival6,3. Apesar de dispender menos tempo na fixação do fio

na canaleta, foi retirado do mercado pela facilidade com que os pacientes abriam a

tampa.

Em 1995, foi criado o braquete Time (Adenta GmbH, Alemanha), que

possuia uma tampa curva e menos rígida de aço inoxidável que abria a canaleta no

sentido ocluso-gengival com tamanho semelhante aos braquetes convencionais3. O

aparelho era similar em aparência ao sistema SPEED, porém com uma tampa rígida,

que previnia qualquer interação substancial entre o fio e o braquete, fazendo com

que o sistema fosse considerado passivo.

A American Orthodontics (Sheboygan, Wisconsin – USA) lançou, em 1996,

o braquete Edgwise geminado com tampa ativa chamado Sigma7, em época

próxima aos sistemas passivos Damon SL I (Ormco Corp., EUA) e o Damon SL II,

em 1999. Esses sistemas apresentavam uma tampa lisa e retangular que desliza

entre as canaletas que permite um rápido nivelamento, por causar pouca ou

nenhuma fricção7. Em 1998, Damon8 também nos Estados Unidos, propôs um

sistema autoligável passivo, com tampa deslizante chamado de Damon SL I (Ormco

Corp., EUA) e em 1999 foi introduzido o sistema Damon SL II.

O braquete passivo chamado Twin-lock r, proposto pela “A”-Company, em

1998, se assemelha ao Edgewise geminado, e possui uma tampa que se move no

sentido oclusal com o auxílio de um instrumento universal3.

No início do século XXI, surgiu o Oyster (Gestenco International AB, Suécia),

o primeiro sistema autoligado estético, feito de fibra de vidro reforçada por um

polímero, dando transparência ao braquete. A tampa fecha sobre a canaleta no

sentido cervico-oclusal, funcionando de forma ativa, porém, caso se queira, pode-se

removê-la e o braquete funciona como um sistema tradicional, sendo necessária a

utilização de amarrilhos metálicos ou elásticos para manter o fio dentro da canaleta.

Outro tipo de sistema foi lançado pela GAC, o In-Ovation-R, com as demais

características dos sistema autoligados, formato rombóide e sistema geminado

tamanho mini. Os braquetes são considerados passivos quando se utiliza fios

redondos e de menor calibre, durante o alinhamento e o nivelamento, pois a tampa

está distante do fio dentro da canaleta. Com o aumento do calibre do arco, ou com

fios retangulares, o contato com o fio fica mais justo, o tornando ativo.

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Revisão Bibliográfica15

Em 2004, surgiu o Damon III, considerado semiestético, com um mecanismo

fácil e seguro para abertura e fechamento da trava; entretanto, ele apresentava três

problemas significativos: descolagem frequente, separação do metal com a

porcelana, e fratura da aleta9. Ressalta-se, ainda, que, se um paciente almeja um

braquete estético associado à ligadura elástica também esteticamente aceitável, a

escolha do Damon III não seria a melhor opção.

Em 2006, surgiu o In-Ovation C (GAC International, EUA), também

autoligado ativo. Segundo Birnie10 e Harradine9, nesse mesmo período, o sistema

Damon lançou o Damon MX, o qual dividia o tratamento em quatro fases: fase 1 –

arco redondo de alta tecnologia (0,013"; 0,014" ou 0,016" Copper NiTi); fase 2 – arco

retangular de alta tecnologia (0,014" x 0,025"; 0,016" x 0,025"; 0,018" x 0,025";

0,019" x 0,025" Copper NiTi); fase 3 – maior mecânica (0,019" x 0,025" retangular

aço); e fase 4 – finalização e detalhamento (continuação do arco de aço ou 0,019" x

0,025" TMA). Em seguida, a Forestadent (Alemanha) apresentou o aparelho

autoligado ativo denominado Quick9; a Ortho Organizers (EUA) lançou o sistema

passivo Carriere LX, com uma base microrretentiva e menos volumoso; e por último

a 3M Unitek (EUA), com a inovação do sistema autoligado, apresentando o

SmartClipTM Self-ligating. Segundo Trevisi11 (2007) esse sistema se diferencia de

todos os outros por conter dois clipes na lateral para prender o fio dentro da

canaleta. Vale lembrar que o sistema SmartClip segue os conceitos da biomecânica

de deslizamento do aparelho ortodôntico MBT Versátil, com aplicação de forças

leves e uso do fio retangular de último calibre 0,019" x 0,025" na canaleta 0,022" x

0,028", além de preconizar uma sequência de fios semelhante à do tratamento

convencional, com pequena mudança na fase do alinhamento e nivelamento para

fios de nitinol superlásticos, em relação aos de nitinol. O SmartClip apresenta-se

com o formato rombóide e com ângulo inserido na forma do braquete, o que

favorece o posicionamento dos braquetes, pois o profissional pode usar as bordas

incisais, as bordas laterais e o eixo vestibular como referência de posicionamento na

face vestibular dos dentes9,11.

Em 2008, no catálogo da Ormco (http://www.ormco.com/index/damon-products-damonq-2), surgiu o Damon Q. No catálogo da 3M Unitek

(http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/3MUnitek/Home/InformacoesAdcion

ais/Destaques/?PC_7_RJH9U5230GE3E02LES9MG819S1_assetType=MMM_Articl

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Revisão Bibliográfica16

e&PC_7_RJH9U5230GE3E02LES9MG819S1_univid=1180581454872) o ClarityTM

SL (braquetes cerâmicos autoligados, de aletas duplas, com a estética dos

braquetes cerâmicos Clarity); e no da Aditek (http://www.aditek.com.br/pt-

br/braquetes/easy-clip/roth/kit-sup/t\) o Easy Clip. Todos esses recentes

lançamentos têm como característica comum o sistema passivo.

Por dispensar qualquer tipo de amarração, inúmeras vantagens foram

atribuídas a este sistema, como a redução da fricção superficial na interface

braquete/fio ortodôntico8,12,13. Com esta redução, forças de menor intensidade são

necessárias para as movimentações dentárias, obtendo-se assim, segundo os

autores, uma forma mais rápida e eficiente de tratar as maloclusões.

Maijer e Smith14, em 1990, comentaram que, apesar das técnicas protetoras

esterilizadoras usadas em larga escala para o controle da infecção, os ortodontistas

ainda estão diariamente expostos aos perigos das infecções. A possibilidade das

ligaduras provocarem lesões levanta a questão se os amarrilhos ainda são

requeridos para ajustar os aparelhos. Os autores concluíram que os fabricantes dos

braquetes autoligáveis sempre enfatizaram as vantagens do melhoramento estético

e do conforto de seu produto. Os pacientes que receberam braquetes autoligáveis

relataram, invariavelmente, que estes eram mais confortáveis, e que as aletas

injuriavam menos os tecidos moles.

Ireland, Sherriff e Mcdonald15 (1991) avaliaram o atrito em segmentos de

acessórios bucais durante redução do trespasse horizontal envolvendo mecânica do

deslizamento. Um modelo do segmento posterior foi construído para comparar o

atrito nos braquetes de aço e cerâmicos, usando fios de aço e de níquel-titânio de

dois diâmetros, juntamente com um novo fio polimérico experimental. Os resultados

indicaram que o atrito durante a redução do trespasse horizontal foi minimizado

usando fios retangulares de dimensão maior e empregando-se o aço, quando

comparado ao níquel-titânio. Comparando o aço com os braquetes cerâmicos em

série, o atrito foi maior na última amostra, mas somente quando usada com os fios

retangulares menores. O efeito combinado do ambiente, da ligação, do braquete, e

do fio do arco reduziu significantemente a diferença. Clinicamente, pode haver

pouca escolha entre os braquetes de aço e cerâmicos nos segmentos bucais, com

escolha do fio como determinado pelo deslocamento do dente considerado mais

importante. A comparação dos resultados com os obtidos usando os únicos

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Revisão Bibliográfica17

braquetes ilustra os problemas na interpretação dos resultados das experiências de

atrito. O fio do arco polimérico em sua fórmula atual é encontrado para ser utilizado

somente em Ortodontia

A interação entre o braquete de um dente axialmente girado e o fio do arco

produz um momento. Este momento influencia o movimento do dente e o controle

rotatório e é, ele próprio, influenciado pela largura e pela ligação do arco do

braquete. Os sistemas autoligáveis interagem com os arcos diretamente. Bednar e

Gruendeman16 (1993) utilizaram um estudo in vitro com um modelo ortodôntico

elaborado para avaliar os efeitos da largura do braquete e da técnica de ligação do

braquete convencional e autoligável no movimento rotacional. As larguras dos

braquetes variaram de 1,890 mm (.0744”) a 2,809 mm (.1106”), empregando

técnicas de amarração com amarrilhos metálicos, autoligáveis por meio de grampos.

Empiricamente, a largura do braquete e a técnica de ligação atuaram

significantemente no momento produzido durante a rotação axial e que sofreu

influência maior da técnica de ligação. Os braquetes autoligáveis necessitam de

força menor na rotação axial.

Outra investigação clínica in vitro foi empreendida por Shivapuja e Berger6

(1994) para avaliar e comparar cinco braquetes diferentes. O Activa ("A" Company,

Johnson e Johnson, San Diego, Calif.), Edgelok (Ormco, Glendora, Calif.) e Speed

(Strite Industries Ltda., Cambridge, Ontário). Observaram que o sistema de

braquetes autoligáveis indicou nível significantemente menor de resistência ao atrito,

sensível redução de tempo de cadeira para a remoção e inserção dos arcos, melhor

controle de infecção quando comparados os fios elastoméricos de poliuretano com

fios de aço inoxidável nas ligações de braquetes geminados cerâmicos ou

metálicos8.

Os aparelhos autoligáveis, com a redução da fricção, necessitam de menor

força para produzir movimentação dentária, uma vez que a mesma caracteriza-se

por ser biológica, repercutindo em menor agressão aos tecidos periodontais durante

o período de tratamento17,8, além de propiciar uma higiene oral melhor6,18.

Estudos retrospectivos mostraram redução de 4 a 6 meses de tratamento e

redução de 4 a 7 visitas para a ativação do aparelho quando se utilizou braquetes

autoligáveis, comparados aos braquetes convencionais19,20.

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Revisão Bibliográfica18

Em pacientes que não foram submetidos a extrações dentárias e possuíam

apinhamentos anteroinferiores, os aparelhos autoligáveis não foram mais efetivos

para correção quando comparados aos braquetes convencionais edgewise21.

Chen et al.22 (2010) realizaram uma revisão sistemática a respeito dos

braquetes autoligáveis e convencionais e compilaram que, apesar das alegações a

respeito da superioridade clínica dos braquetes autoligáveis, eles parecem

apresentar vantagens significativas em relação ao tempo de cadeira quando

comparado aos braquetes convencionais. Em relação ao tempo de tratamento e

eficiência na correção da má oclusão, não foram encontradas diferenças

significativas entre os dois tipos de braquetes.

Fleming, DiBiase, e Lee23 (2010) em estudo comparativo entre dois sistemas

de braquetes, autoligáveis e convencionais, testaram a hipótese de não haver

diferença na duração da tratamento ortodôntico e no número de consultas

requeridas. Concluíram que a duração do tratamento é susceptível a habilidade e

experiência do profissional, assim como depende dos objetivos do tratamento

ortodôntico, além da severidade da má oclusão do paciente. Dessa forma, a única

vantagem atribuída e comprovada do sistema autoligável se refere ao tempo

reduzido na cadeira. Os autores ainda ressaltaram que os profissionais devem

decidir se essa vantagem compensa o maior custo dos aparelhos autoligáveis. O

sistema de braquetes avaliado nesse estudo não melhorou a eficiência do

tratamento ortodôntico, além de não propiciar um menor número de consultas.

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3Artigo

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Artigo20

3 ARTIGO

“ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DOS BRAQUETES AUTOLIGÁVEIS E CONVENCIONAIS NO ALINHAMENTO ANTEROINFERIOR”

* Henry Victor Alves Marques

** Márcio Rodrigues de Almeida

* Especialista em Ortodontia pela Unidade de Ensino Superior Ingá - UNINGÁ/CORA – Bauru/SP e Mestrando em Ortodontia pela UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, Londrina, PR, Brasil. ** Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru-USP e Professor Adjunto do Departamento de Odontologia da Universidade Norte do Paraná, Londrina, PR, Brasil.

Autor correspondente:

Prof. Dr. Márcio Rodrigues de Almeida Universidade Norte do Paraná, Faculdade de Odontologia Rua Marselha 183, Jardim Piza, Londrina, PR, Brasil. CEP 86041-120 Telefone: (43) 3371-7820 Fax: (43) 3371-7741 E-mail: [email protected].

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Artigo21

RESUMO

Com o objetivo de avaliar a eficiência da correção do apinhamento

anteroinferior, uma amostra de 20 pacientes, que não foram submetidos a extrações

dentárias, foi dividida em 2 grupos (I e II), onde no Grupo I, 11 pacientes utilizaram

braquetes autoligáveis da marca Easy Clip Aditek, e no Grupo II, 9 pacientes

utilizaram braquetes convencionais marca Abzil Lancer prescrição Capellozza.

Todos os pacientes foram tratados na clinica odontológica da UNOPAR –

Universidade Norte do Paraná, Campus Jardim Piza. Para as medições do grau de

apinhamento anteroinferior foi utilizado um paquímetro digital da marca Mitotoyo

Digimatic Caliper para análise do Índice de Irregularidade de Little (1975) e índice de

Fleming (2009). O grau de apinhamento foi mensurado ao início e após 6 meses de

tratamento. Teste “t” de Student foi utilizado para analisar a diferença do

alinhamento anterior entre os grupos. Após 6 meses de tratamento, não houve

diferença estatisticamente significante entre os grupos autoligável e convencional

com relação a eficiência do alinhamento anteroinferior, confirmando a hipótese nula

de que, em pacientes que não foram submetidos a extrações dentárias, a eficiência

no alinhamento anteroinferior independe do tipo de braquete.

Palavras-chave: Ortodontia. Braquetes autoligáveis. Apinhamento dentário. Alinhamento anteroinferior.

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Artigo22

ABSTRACT

To evaluate the efficiency of mandibular arch alignment with a self-ligating

bracket system and a conventional preadjusted edgewise twin bracket in

nonextraction patients, a sample of 20 consecutive patients who satisfied the

inclusion criteria were enrolled and divided into two groups (I and II), where in the

Group I, 11 patients using self ligating brackets brand Easy Clip Aditek, and in the

Group II, nine patients with conventional brackets Abzil Lancer Capellozza

prescription. This was a prospective controlled clinical trial at the University of North

Parana, Londrina-PR, Brazil. For measurements of anteroinferior crowding degree, it

was used a digital caliper brand Mitotoyo Digimatic Caliper to analyze the Little

irregularity index (1975) index and Fleming (2009). The mandibular arch’s irregularity

was remeasured 6 months later and T student test was used to analyze the

difference in the anterior alignment of the groups. The null hypothesis that efficiency

of alignment in the mandibular arch in nonextraction patients is independent of

bracket type was accepted. Keywords: Orthodontics. Self ligating brackets. Crowding. Mandibular Alignment.

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Artigo23

3.1 INTRODUÇÃO

A qualidade dos tratamentos ortodônticos convencionais com aparelhos que

utilizam ligaduras metálicas e/ou elásticos atualmente oferecidos à população tem

sua utilização consolidada. Contudo, a busca constante pela otimização do

tratamento ortodôntico vem estimulando os pesquisadores a desenvolverem e

aperfeiçoarem técnicas e aparelhos cada vez mais modernos.

Os braquetes autoligáveis têm ganhado popularidade ao longo dos anos,

porém não significa que os mesmos sejam considerados um novo conceito. O

primeiro sistema de braquetes que dispensava o uso de amarrilhos para fixação do

arco foi descrito na literatura em 1935 por Stolzemberg1, nos Estados Unidos. O

dispositivo de Russel, como era chamado, lançava mão de um sistema de parafuso

achatado horizontal que se encaixava numa rosca interna, o que permitia a

regulagem da pressão sobre o fio. Em outras palavras, sua abertura e fechamento

eliminavam a necessidade de amarrações metálicas ou elásticas.

Um novo tipo de sistema de autoligação só surgiu em 1971, anos depois,

com o desenvolvimento do braquete Edgelock (Ormco/ A Company) proposto por

Wildman, nos Estados Unidos. Esse braquete se diferenciava do braquete

tradicional Edgewise por apresentar uma tampa vestibular que deslizava e fechava a

canaleta. Era um braquete com formato arredondado, com uma tampa deslizante,

aberta por um instrumento especial. Quando esta tampa se fechava, o braquete se

transformava em um tubo passivo. Por isso, o braquete Edgelockfoi considerado o

primeiro sistema autoligável passivo e também o primeiro a apresentar certo

sucesso comercial. Além disso, apresentava uma dureza superior ao aço inoxidável

por ser moldado em liga de cromo2.

Considerando não haver dúvidas de que as forças leves e contínuas

produzem o mais eficiente movimento dentário e que o fator força aplicado pelo

aparelho ortodôntico (bem como o traumatismo dentário) tem relações diretas com a

movimentação, a diminuição da força aplicada para a movimentação dentária

induzida tem sido busca constante da comunidade ortodôntica. Neste contexto,

segundo Damon3 (1998), os aparelhos autoligáveis propõem tratamentos com menor

aplicação de força para a movimentação dentária. Ao estudar a magnitude da força

aplicada a um dente, Berger comparou o nível de força necessária para movimentar

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Artigo24

diferentes arcos dentro da canaleta em sistemas distintos de fixação. Um sistema

usou braquetes edgewise metálicos fixados com amarrilhos metálicos e o outro

utilizou a pressão da tampa do braquete autoligável Speed. Foi observado uma

redução significativa na força exigida para movimentação dos dentes, com diferentes

calibres de arcos, com o sistema autoligável quando comparado aos demais

sistemas.

Estudos recentes de Chen4 (2010)e Flemming5 (2010), não sustentam a

idéia de que os aparelhos autoligáveis foram mais efetivos na correção do

apinhamento anteroinferior quando comparados aos braquetes convencionais

edgewise, após pesquisas realizadas em pacientes que não foram submetidos a

extrações dentárias. Não houve diferença quanto ao tempo de tratamento, grau de

alinhamento, na dimensão final do arco e também nos aspectos oclusais.

O propósito deste estudo prospectivo foi comparar a eficiência do

alinhamento anteroinferior em pacientes tratados ortodonticamente com braquetes

autoligáveis e convencionais e avaliar a qualidade do alinhamento por meio dos

índices de irregularidade de Little e Flemming no intervalo de 6 meses.

3.2 MATERIAL E MÉTODOS

O protocolo de pesquisa deste estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê

de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) de

acordo com a Resolução nº 0181/09 do Conselho Nacional do Ministério da Saúde.

O termo de consentimento livre e esclarecido foi entregue e assinado pelos

pacientes ou responsáveis.

3.2.1 Amostra e Critérios de Inclusão

A amostra constitui-se de 20 pacientes que procuraram a Universidade do

Norte do Paraná (UNOPAR), buscando tratamento ortodôntico corretivo. Os

pacientes com idades entre 11 e 30 anos, com idade média de 20,6 anos, foram

aleatoriamente divididos em dois grupos: Grupo I - 11 pacientes utilizaram braquetes

autoligáveis, sendo 5 do gênero feminino e 6 do masculino, e o Grupo II - 9

pacientes que utilizaram braquetes pré-ajustados convencionais (grupo controle),

sendo 7 do gênero feminino e 2 do masculino. Todos os pacientes da amostra foram

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Artigo25

atendidos na clínica odontológica da UNOPAR pela turma de Mestrado em

Ortodontia. Todos os pacientes possuíam todos os dentes permanentes, com

exceção dos terceiros molares. Os mesmos apresentavam má oclusão de Classe I e

II de Angle e apinhamento dentário maior que 2 mm. Foram solicitados aos

pacientes os modelos de gesso realizados em dois tempos, antes e após 6 meses

da instalação do aparelho ortodôntico.

Os braquetes autoligáveis easyclip da marca Aditek, com encaixe 0.022”x

0.027” foram selecionados para o grupo I. Para o grupo II, foram utilizados braquetes

da marca Abzil Lancer, prescrição Capelozza padrão I, com encaixe também de

0.022”x 0.028’’, aos quais foram utilizados amarrilhos metálicos para fixar os fios aos

braquetes. Os pacientes foram tratados com o mesmo protocolo, respeitando a

mesma seqüência de fios: 0,13” Nitinol (NiTi), 0,14” NiTi, 0,16” NiTi, utilizados

durante as fases de alinhamento e nivelamento dos arcos superiores e inferiores. De

acordo com a recomendação do fabricante, cada arco permaneceu durante dois

meses, sendo substituídos na seqüência previamente mencionada.

Procedimentos para obtenção de espaço no arco dentário inferior como

expansão, extrações e desgastes não constaram do protocolo de tratamento

aplicado.

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Artigo26

3.2.2 Coleta de Dados

Neste estudo, de caráter prospectivo, a coleta de dados foi realizada por

meio de modelos de gesso obtidos antes e 6 meses após o início do tratamento

ortodôntico. Foram mensurados o grau de apinhamento por meio do índice de

Irregularidade de Little6 (1975) e Fleming7 (2009). Todos os modelos foram obtidos

de moldagens efetuadas com alginato e vazados em gesso pedra, com o auxilio de

um vibrador. Utilizaram-se também placas de mordidas confeccionadas com cera

rosa no7 para articular os modelos em intercuspidação, para posterior recorte e

acabamento.

Para a mensuração do grau de apinhamento anteroinferior utilizou-se, no

sentido vertical, um paquímetro digital da marca Mitutoyo Digimatic Caliper (Sul

Americana Ltda., Suzano, SP-Brasil) com pontas modificadas (similar ao paquímetro

utilizado no trabalho de Yamaguto12, 2003) como mostra a figura abaixo:

Paquímetro Mitutoyo Digimatic Caliper Modificado

(Sul Americana, Suzano, SP – Brasil)

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Artigo27

3.2.3 Análise Estatística

3.2.3.1 Avaliação do erro de medição

Para verificar o erro sistemático intra-examinador foi utilizado o teste “t”

pareado. Na determinação do erro casual utilizou-se o cálculo de erro proposto por

Dahlberg8.

onde, d = diferença entre 1a. e 2a. medições

n = número de casos

3.2.4 Análise dos dados

Os dados foram descritos em tabelas e gráficos pelos parâmetros de média

e desvio padrão.

Para verificar se os dados tinham distribuição normal foi utilizado o teste de

Kolmogorov-Smirnov.

Para comparação entre os dois grupos foi utilizado o teste “t” de Student.

Para comparação entre as fases Inicial e Final em cada grupo foi utilizado o

teste “t” pareado.

Em todos os testes foi adotado nível de significância de 5% (p<0,05).

Todos os testes foram executados no programa Statistica for Windows v. 5.1

(StatSoft Inc., Tulsa, USA).

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Artigo28

3.3 RESULTADOS

Os resultados das avaliações do erro sistemático, avaliado pelo teste “t”

pareado, e do erro casual medido pela fórmula de Dahlberg estão mostrados na

Tabela 1.

3.3.1 Erro do Método:

Na tabela 1 foi verificado que não houve erro sistemático intra-examinador.

Na determinação do erro casual por meio do cálculo de erro proposto por Dahlberg,

o mesmo não demonstrou diferença significante, gerando confiabilidade intra-

examinador.

Tabela 1 – Média, desvio padrão das duas medições, e teste “t” pareado e erro de Dahlbergpara avaliar o erro sistemático e o erro casual

1a. Medição 2a. Medição Índice Fase

média dp média dp t p Erro

Ini 7,89 4,55 7,94 4,56 0,385 0,704ns 0,39 Fleming

6 m 3,02 2,61 3,01 2,63 0,064 0,950ns 0,34

Ini 3,45 2,27 3,45 2,34 0,026 0,980ns 0,24 Little

6 m 1,66 1,61 1,64 1,57 0,630 0,536ns 0,14 ns – diferença estatisticamente não significante

Todos os grupos passaram pelo teste de normalidade de Kolmogorov-

Smirnov (p > 0,20), permitindo assim a utilização de testes paramétricos.

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Artigo29

Para verificar a compatibilidade dos dois grupos utilizou-se o teste t de

Student na fase inicial de tratamento. Verificou-se uma diferença estatisticamente

significante quanto aos índices de Flemming e Little para o apinhamento inferior. De

acordo com o índice de Flemming, a média inicial para o grupo autoligável foi de

10,19 mm enquanto que para o grupo tratado com aparelho convencional a média

inicial foi de 5,09 mm. Com relação ao índice de Little, notou-se uma média inicial de

4,83 mm no grupo autoligável e de 1,77 mm no grupo convencional.

Tabela 2 – Comparação entre os dois grupos na fase Inicial pelo teste “t” de Student

Grupo I Grupo II Índice

média Dp média Dp Diferença t p

Fleming 10,19 4,44 5,09 2,90 5,10 2,959 0,008 *

Little 4,83 2,20 1,77 0,67 3,06 3,993 0,001 *

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)

Em ambos os grupos (autoligáveis e convencionais) houve uma diminuição

do grau de apinhamento das fases inicial para a fase final (6 meses) indicando uma

melhora significativa do alinhamento inferior. No grupo dos aparelhos autoligáveis o

índice de Flemming variou 5 ,65 mm com p < 0,001, e o índice de Little variou 2,14

mm com p<0,05.

Com relação aos aparelhos convencionais, o índice de Flemming variou 3,92

mm com p<0,001. No índice de Litte, houve mudança de 1,36 mm com p <0,001.

Tabela 3 – Comparação entre as fases Inicial e Final pelo teste “t” pareado

Inicial 6 meses Apar. Índice

média dp média dp Variação t p

Fleming 10,19 4,44 4,54 2,52 5,65 7,668 <0,001* Grupo I

Little 4,83 2,20 2,68 1,50 2,14 3,292 0,008 *

Fleming 5,09 2,90 1,17 1,08 3,92 5,749 <0,001* Grupo II

Little 1,77 0,67 0,42 0,39 1,36 7,691 <0,001*

* - diferença estatisticamente significante (p<0,05)

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Artigo30

O Gráfico 2 ilustra as médias e desvio padrão das variações ocorridas da

fase Inicial para a fase Final nos dois grupos estudados.

Gráfico 2 – Média e desvio padrão das variações ocorridas da fase Inicial para a

fase Final nos dois grupos estudados

Na comparação entre os dois grupos das variações ocorridas da inicial para

a fase Final pelo teste t de Student, observou-se que não houve diferença

estatisticamente significante entre os dois grupos com relação à efetividade da

correção do apinhamento inferior utilizando os dois índices (Fleming e Little).

Tabela 4 – Comparação entre os dois grupos das variações ocorridas da fase Inicial para a fase Final pelo teste “t” de Student.

Grupo I Grupo II Índice

Média Dp Média Dp Diferença T P

Fleming -5,65 2,44 -3,92 2,05 -1,73 -1,689 0,108ns

Little -2,14 2,16 -1,36 0,53 -0,79 -1,062 0,302ns

ns – diferença estatisticamente não significante

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Artigo31

3.4 DISCUSSÃO

Os braquetes autoligáveis têm sido apresentados como um diferencial para

o ortodontista que procura oferecer um tratamento de excelência no menor tempo

possível e com número mínimo de consultas9. Damon9 (1998) relatou que a

liberdade do fio na canaleta reduzi o atrito e também o efeito de vestibularização

dos incisivos. Segundo Damon10 (1998), a folga do fio dentro da canaleta fazia com

que os dentes caminhassem para as áreas de menor resistência ao seu movimento

e o fio deslizasse em sentido posterior, o que evitaria a excessiva vestibularização

dos dentes anteriores durante o nivelamento de arcos apinhados em casos sem

extrações. Similarmente a esta pesquisa, no presente estudo estudou-se uma

amostra onde os pacientes não foram submetidos a extrações dentárias com o fim

precípuo de se obter informações relativas à eficiência do alinhamento ânteroinferior

em pacientes tratados ortodonticamente com os dois sistemas de braquetes:

autoligáveis e convencionais, porém sem constatação de diferença estatisticamente

significante quanto à eficiência no alinhamento.

Gilmore11 (1984), em estudo piloto, compararam as medidas feitas em

pacientes e em modelos de estudo e não encontraram diferenças nos resultados. No

presente estudo foram utilizados modelos de gessos obtidos à partir de moldagens

realizadas no inicio e após 6 meses de tratamento com o intuito comparar a

eficiência do alinhamento anteroinferior de ambos os grupos.

Para avaliar os erros da metodologia, Houston8 (1983). recomenda

idealmente que as medições sejam realizadas duas vezes. Entretanto, se isto não

for possível, aconselha que os modelos sejam selecionados ao acaso, da amostra

total. Neste estudo, foram medidos novamente todos os modelos de estudo dos 20

pacientes, com intervalo de 1 mês entre as medições. Segundo Houston8 (1983), a

maior fonte de erros casuais acontece pela dificuldade de identificação de certos

pontos. De uma forma geral, os erros casuais neste trabalho foram bastante

reduzidos para os índices de irregularidade de Little e Flemming. O maior significado

dos erros casuais refere-se ao seu poder de aumentar o desvio padrão das medidas

obtidas. Como os erros casuais para as variáveis em estudo foram pequenos,

conclui-se que os desvios padrões encontrados para eles sejam realmente o reflexo

da variabilidade das medidas em questão.

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Artigo32

O índice de Irregularidade de Little6 (1975) foi escolhido para avaliar o

apinhamento inferior em modelos de gesso, por ser altamente reproduzível e

confiável, e por ser o índice mais utilizado nos artigos relativos a apinhamento

anteroinferior, encontrados na literatura ortodôntica. Portanto, por meio deste índice,

tornou-se possível quantificar em nossa pesquisa a severidade do apinhamento

anteroinferior previamente e, também, 6 meses após o inicio do tratamento. Com o

intuito de agregar valor ao nosso trabalho, foi também acrescentado em nossa

pesquisa o Índice de irregularidade de Flemming7 (2009), cuja característica principal

é a de considerar não apenas os 5 pontos de contatos proximais dos dentes

anteriores (como é descrito o índice de irregularidade de Little) como também

considerar outros 6 valores, totalizando 11 pontos de contatos proximais (de mesial

de primeiro molar inferior direito a mesial de primeiro molar inferior esquerdo).

Para verificar a compatibilidade dos dois grupos, foi realizado o teste “t” de

Student na fase inicial do tratamento onde foi verificado uma diferença

estatisticamente significante quanto aos índices de Flemming7 (2009) e Little6 (1975)

para o apinhamento inferior. De acordo com o índice de Flemming, a média inicial

para o grupo autoligável foi de 10,19 mm enquanto que para o grupo tratado com

aparelho convencional a média inicial foi de 5,09 mm. Com relação ao índice de

Little, notou-se uma média inicial de 4,83 mm no grupo autoligável e de 1,77 mm no

grupo convencional.

Os dados do presente estudo concordam com a revisão sistemática

realizada por Chen4 (2010), onde foram considerados 5 estudos, incluindo 2 ensaios

controlados randomicamente e 3 estudos prospectivos, investigou-se a eficiência do

alinhamento anteroinferior nas pesquisas avaliadas. Todos os aparelhos

autoligáveis relacionados nestes estudos, assim como em nossa pesquisa, eram do

tipo passivo (Damon, Ormco e Smartclip, 3M, Unitek). Nesta revisão sistemática,

relatou-se, em trabalhos descritos por Pandis13 et al. (2007), o tempo necessário

para o alinhamento anteroinferior, porém utilizando diferentes aspectos

característicos: inspeção visual de correção dos pontos de contato e mudança na

conformidade do arco até o instante da utilização do fio retangular 0.019 X0.025 de

aço. Concluiu-se que não houve diferença estatisticamente significante no que se

refere à eficiência de correção de apinhamento e tipo de braquete utilizado.

Pandis13 et al. (2007) compararam o tempo necessário para o alinhamento

dos incisivos inferiores com braquetes Damon 2 (Ormco, Glendora, Calif) e

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Artigo33

autoligáveis convencionais Micriarch (GAC, Central Islip, NY), ambos com slots

0.022. Consideraram apenas os pacientes que não foram submetidos à extrações

dentárias e avaliaram os efeitos da correção do apinhamento na inclinação do

incisivo inferior por meio de exames cefalométricos e em modelos de estudo. A

análise dos dados pelo índice de irregularidade produziu uma maior taxa de

alinhamento para o grupo de autoligável, ou seja, pacientes com apinhamento

moderado (índice de irregularidade <5) foram 2,7 vezes mais rápido do que os

aparelhos convencionais (P<0,05), e pacientes com apinhamento severo foram 1,37

vezes mais rápido em comparação aos parelhos convencionais, porém

estatisticamente sem diferença significante. Verificaram também que houve maior

tempo para correção do apinhamento anteroinferior (cerca de 20 %) para cada

aumento do índice de irregularidade. Contudo, o sistema autoligável Damon 2 não

foi estatisticamente mais eficiente do que o sistema convencional em relação à

correção do apinhamento anteroinferior. Em nosso estudo, para a obtenção da

amostra, foram selecionados grupos de pacientes que apresentassem, inicialmente,

um apinhamento dentário inferior com índice de Irregularidade de Little de moderado

a severo, com o mínimo de 2 mm. Todos foram tratados com mecânica Straight

Wire, sem extrações superiores e inferiores. Casos com extrações de pré-molares

foram eliminados da amostra, uma vez que isso implicaria na incorporação de outras

variáveis que poderiam vir a interferir nos resultados finais, que não constituíam em

objetivo deste estudo. No grupo dos aparelhos autoligáveis o índice de Flemming

variou 5,65 mm com p < 0,001, e o índice de Little variou 2,14 mm com p<0,05.

Com relação aos aparelhos convencionais, o índice de Flemming variou 3,92 mm

com p<0,001. No índice de Little, houve mudança de 1,36 mm com p <0,001. Os

pacientes foram tratados respeitando a mesma seqüência de fios: 0,13” Nitinol

(NiTi), 0,14” NiTi, 0,16” NiTi, Foi possível concluir que, na comparação entre os dois

grupos das variações ocorridas da inicial para a fase Final pelo teste t de Student,

não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos na

efetividade da correção do apinhamento inferior utilizando os índices de

irregularidade de Little e Flemming.

Ong, McCallum e Griffin14 (2010), em estudo comparativo da eficiência dos

aparelhos autoligáveis Damon 3MX (Ormco, Glendora, Calif.) e aparelhos

convencionais Victory Series (3M Unitek, Monrovia, Calif) ou Mini-Diamond (Ormco)

durante as vinte primeiras semanas de tratamento com extrações e seqüência

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Artigo34

similar dos arcos, também encontraram diferença no alinhamento anteroinferior após

as 20 primeiras semanas. Também utilizou-se o índice de irregularidade de Little,

cujo propósito era quantificar o nível de alinhamento dos 6 dentes anteriores, sendo

que no arco inferior, P=0.85, e no arco superior, P=0.81.

Em revisão sistemática realizada por Ehsani, Mandich, El-Bialy15 (2009),

onde foi analisada a quantidade de resistência friccional comparando os braquetes

convencionais e autoligáveis in vitro, após a aplicação dos critérios de seleção,

apenas 19 artigos foram incluídos nessa revisão. Os autores concluíram que os

autoligáveis produzem uma menor fricção quando combinados a arcos redondos de

pequeno diâmetro e na ausência angulação e/ou torque, em um arco com

alinhamento ideal. Não foram encontradas evidências suficientes para comprovar a

baixa fricção de braquetes autoligáveis em relação aos convencionais, quando do

uso de arcos retangulares, na presença de angulação e/ou torque, em casos de má

oclusão considerável. A maioria dos estudos avaliados concorda que a fricção de

braquetes autoligáveis e convencionais aumenta com o calibre do arco.

Outro estudo realizado por Pandis, Polychronopoulou, Eliades16 (2010), cujo

objetivo foi comparar o tempo necessário para completar o alinhamento dos dentes

anteriores entre braquetes autoligáveis passivos e ativos, não foram encontradas

diferenças na correção. Também confirmaram que valores maiores de índice de

irregularidade foram associados com maior atraso na correção do apinhamento. Os

resultados sugerem que a folga do arco no braquete pode não ser o fator mais

crítico na alteração da taxa de movimentação dentária.

Scott, Dibiase, Scherriff e Cobourn16, em 2008, compararam a eficiência do

alinhamento dos dentes e a eficiência clinica dos braquetes autoligáveis Damon 3 e

braquetes convencionais em pacientes submetidos a extrações de pré-molares. O

alinhamento dos dentes foi associado com um aumento da distância intercaninos,

manutenção da distância intermolares, redução do comprimento do arco e

vestibularização dos incisivos inferiores para ambos os aparelhos, sem diferenças

estatisticamente significantes. Isto pode ser explicado pelo uso da mesma seqüência

de fios em ambos os grupos (arcos Damon), e a tendência os caninos em se

moverem distalmente para o espaço do pré-molar extraído durante o alinhamento

dos incisivos. Contudo, resultados mais abrangentes e consistentes sobre a

eficiência dos braquetes autoligáveis e convencionais no alinhamento anteroinferior

que complementem esta pesquisa devem ser obtidos em trabalhos que possuam um

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Artigo35

acompanhamento por um período mais longo, a fim de contribuir para o correto

emprego desses aparelhos.

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Artigo36

3.5CONCLUSÃO

Em pacientes que não foram submetidos a extrações dentárias e com

apinhamento anteroinferior de leve a moderado, o sistema de braquetes

autoligáveis utilizado não foi mais efetivo na correção do apinhamento anteroinferior

que os que utilizaram aparelhos preajustados convencionais (fixados os fios por

meio de ligaduras de aço inoxidável). Melhora das Irregularidades pós tratamento

são positivas, comparando-se com a irregularidade inicial. Contudo, uma

investigação prospectiva da relação entre os tipos de aparelhos e da eficiência do

tratamento em pacientes com apinhamento severo e submetidos a extrações

dentárias são necessárias.

Referências 1. Stolzenberg J. The Russell attachment and its improved advantages. Int J Orthod Dent Child. 1935;21:837-40.

2. Berger JL. Self-ligation in the year 2000. J Clin Orthod. 2000;34(2):74-81. 3. Damon DH. The rationale, evolution and clinical application of the self-ligating bracket. Clin Ortho Res. Denmark. 1998;1(1):52-61. 4. Chen SS. Systematic review of self-ligating brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 June;137(6):726.e1-726.e18. 5. Fleming PS, Di Biase AT, Lee RT. Randomized clinical trial of orthodontic treatment efficiency with self-ligating & conventional fixed orthodontic appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010;137:738-42. 6. Little RM. The irregularity index: a quantitative score of mandibular anterior alignment. Am J Orthod. 1975 Nov;68(5):554-63. 7. Fleming PS et al. Efficiency of mandibular arch alignment with 2 preadjusted edgewise appliances Padhraig. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;135(5): 597-602. 8. Houston WJB. The analysis of erros in orthodontic measurements. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1983 May;82(5):382-90.

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Artigo37

9. Harradine NW. Self-ligating brackets and treatment efficiency. Clin Orthod Res 2001;4:220-7. 10. Damon DH. The rationale, evolution and clinical application of the self-ligating bracket. Clin Ortho Res. Denmark. 1998;1(1):52-61. 11. Gilmore CA, Little RM. Mandibular incisor dimensions and crowding. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1984 Dec; 86(6):493-502. 12. Yamaguto TO. Determinação das medidas mesiodistais em indivíduos brasileiros leucodermas com oclusão normal [Dissertação]. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo; 2003. p. 108. 13. Pandis N, Polychronopoulou A, Eliades T. Self-ligating vs conventional brackets in the treatment of mandibular crowding: a prospective clinical trial of treatment duration and dental effects. Am J Orthod Dentafacial Ortho. 2007;132(2):208-15. 14. Ong E, McCallum H, Griffin MP, Ho C. Efficiency of self-ligating vs conventionally ligated brackets during initial alignment. 2010. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Aug;138(2):138.e1-138.e7. 15. Ehsani S, Mandich MA, El-Bialy TH, Flores-Mir C. Frictional resistance in self-ligating orthodontic brackets and conventionally ligated brackets: a systematic review. Angle Orthod. 2009;79(3):592-601. 16. Pandis N, Polychronopoulou A, Eliades T. Active or passive self-ligating brackets? A randomized controlled trial of comparative efficiency in resolving maxillary anterior crowding in adolescents. Am J Orthod Dentafacial Orthop. 2010 Jan;137(1):12.e1-12.e6. 17. Scott P, DiBiase AT, Sherriff M, Cobourne MT. The irregularity index: a quantitative score of mandibular anterior alignment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008 Oct;134(4):470.e1-470.e8.

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4Conclusão

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Conclusão40

4 CONCLUSÃO

Os braquetes autoligáveis ainda não demonstraram superioridade mecânica

em relação aos sistemas convencionais, de forma a justificar seu maior custo. Além

disso, a maioria das informações com relação aos sistemas autoligáveis deriva de

material promocional das empresas, relatos de casos e congressos. Em geral, os

casos apresentados não são tratados consecutivamente ou selecionados

aleatoriamente, portanto não representam a resposta média de uma variedade de

casos de pacientes que o clínico encontra no consultório ortodôntico.

Dessa forma, abraçar o uso dos braquetes autoligáveis de maneira

intempestiva não parece ser a melhor conduta, pois mais estudos com amostras

clínicas selecionadas aleatoriamente precisam ser realizados. Esses estudos

deveriam abordar a mecânica, bem como as vantagens e desvantagens, de cada

sistema, comparando-os entre si e com os braquetes convencionais. Em especial,

ainda necessita-se avaliar a estabilidade dos tratamentos com uso de braquetes

autoligáveis, a longo prazo, pois não existe mudança de paradigmas sem evidências

científicas.

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Referências

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Referências42

REFERÊNCIAS

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13. Khambay B et al. Evaluation of methods of archwire ligation on frictional resistance. Eur J Orthod. 2004;26:327-32.

14. Maijer R, Smith DC. Time savings with self-ligating brackets. J Clin Orthod, Boulder. 1990 Jan;24(1):29-31. 15. Ireland AJ, Sherriff M, Mcdonald D. Effect of bracket and wire composition on frictional forces. Eur J Orthod. 1991 Aug;13(4):322-8.

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Referências43

16. Bednar JR, Gruendeman GW. The influence of bracket design on moment production during axial rotation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 Sept; 103(3):254-61. 17. Berger JL. The influence of the Speed brackets self-ligating design on force levels in tooth movement: a comparative in vitro study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1990;97:219-28. 18. Forsberg CM et al. Ligature wires and elastomeric rings: two methods of ligation, and their association with microbial colonization of Streptococcus mutans and Iactobacilli. Eur J. Orthod. 1991;13(5):416-20. 19. Eberting JJ, Straja SR, Tuncay OC. Treatment time, outcome, and patient satisfaction comparisons of Damon and conventional brackets. Clin Othod Res. 2001;4:228-34. 20. Harradine NW. Self-ligating brackets and treatment efficiency. Clin Orthod Res. 2001;4:220-7. 21. Fleming PS et al. Efficiency of mandibular arch alignment with 2 preadjusted edgewise appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;135(5):597-602. 22. Chen SS. Systematic review of self-ligating brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 June;137(6):726.e1-726.e18.

23. Fleming PS, Di Biase AT, Lee RT. Randomized clinical trial of orthodontic treatment efficiency with self-ligating and conventional fixed orthodontic appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop.2010;137(6):738-42.

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Anexo

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Anexo45

ANEXO

PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/UNO PAR

Este estudo longitudinal adotou o método prospectivo e randomizado, que foi

realizado e controlado clinicamente na Universidade Norte do Paraná - UNOPAR

(Campus Jardim Piza - Londrina PR).

O protocolo de pesquisa deste estudo foi submetido ao Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) de acordo com a

Resolução nº 0181/09 do Conselho Nacional do Ministério da Saúde. Após a

aprovação do protocolo de pesquisa pelo CEP o estudo foi finalizado. Os pacientes

e responsáveis foram informados sobre a realização da pesquisa a partir do Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido.