matthew henry pentatuco

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HENRY

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1. HENRY 2. C o m e n t r i o B b l i c o Antigo T estamento G n e sis a D e u t e r o n m i o E D I O C O M P L E T A 3. MatthewHenry 4. IaEdio Traduo Degmar Ribas Jnior C OMENTRIO BBL ICO Antigo T estamento G nesis a D e u t e r o n m io E D i t : o C o m p I. I-: t a CP/D Rio de Janeiro 2010 5. Todos os direitos reservados. Copyright 2008 para a lngua portuguesa da Casa Publicadora das Assemblias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Matthew Henrys Commentary on the whole Bible - Volume I - Genesis to Deuteronomy. Domnio pblico. Traduo deste volume: Degmar Ribas Jnior Preparao de originais e reviso: Anderson Grangeo da Costa, Miriam Anna Liborio, Paulo Jos Benc-io, Tatiana da Costa, Esdras Costa Bentho Capa: Rafael Paixo Projeto grfico: Joede Bezerra Editorao: Alexandre Soares CDD: 220 - Comentrio bblico ISBN: 978-85-263-1014-8 Para maiores informaes sobre livros, revistas, peridicos e os ltimos lanamentos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br Casa Publicadora das Assemblias de Deus Caixa Postal 331 20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil Impresso no Brasil Iaedio/2010 6. EDIO BRASILEIRA Direo-Geral Ronaldo Rodrigues de Souza Diretor-Executivo da CPAD Superviso editorial Claudionor de Andrade Gerente de Publicaes Coordenao editorial Isael de Araujo Chefe do Setor de Bblias e Obras Especiais 7. P re fcio A edio com pleta do com entrio bblico de MATTHEW HENRY A Casa Publicadora das Assemblias de Deus vem a pblico consagrar ao Senhor Jesus e dedicar aos estudiosos da Bblia a edio completa do Comentrio Bblico de Matthew Henry. Sem dvida, um dos maiores clssicos das letras evanglicas. Inicialmente, lanamos uma edio compacta da referida obra, que logo se esgotou. Tendo em vista o interesse de nossos leitores, vimo-nos constrangidos a editar a obra completa; primeiro, os volumes referentes ao Novo Testa mento; em seguida, os referentes ao Antigo. Como levar adiante uma obra to vultosa? A traduo de Matthew Henry representou um de nossos maiores desafios, no somente pela copiosidade do texto como tambm pela linguagem utilizada pelo autor - um ingls clas sicamente shakespeareano. At mesmo um ingls ver-se-ia em dificuldades para ler uma linguagem que, posto que bela, j no utilizada. Nossa equipe, contudo, porfiou por apresentar uma linguagem clara e facilmente assimilvel para os falantes do portugus, sendo sempre fiel ao pensamento e ao estilo do autor. Afinal, como ressaltava Buffon, oestilo ohomem; se no preservarmos oestilo do autor, como este ser admirado por seus leitores. Em seu monumental comentrio das Sagradas Escrituras, mostra oirmo Henry uma erudio singular; apro fundando-se no texto bblico, logra trazer tona os mais preciosos tesouros dos profetas e apstolos cle Nosso Se nhor. Longe dele, porm, a erudio pela erudio; nele, a erudio revela-se na piedade de uma vida integralmente santificada ao servio do Mestre. Matthew Henry nasceu na Inglaterra, em IS de outubro de 1662. Sendo seu paium ministro do evangelho, infere- se haja Matthew entrado em contato com as Sagradas Escrituras ainda bastante tenro. No precisamos discorrer acerca da austeridade do lar em que ele foi educado, nem sobre as regras que os meninos britnicos eram constran gidos a observar. Isso, porm, no otraumatizou; induziu-o a uma vida de disciplina, correo e zelo. J separado para o ministrio pastoral, o irmo Henry jamais descurou de suas obrigaes. Insuspeitos depoi mentos descrevem-no como um obreiro zeloso, santo, irrepreensvel. lembrado pelos contemporneos como um pastor extremamente afetuoso. Em 1704, pe-se a escrever o seu comentrio das Sagradas Escrituras. Nesta tarefa, consagra os ltimos dez anos de sua vida. Ainda no vira a sua obra publicada quando, em 1714, aprouve a Deus recolher o seu servo s manses celestes. Desde ento, Matthew Henry tornou-se uma referncia obrigatria no campo do comentrio bblico. Muitos so os eruditos que se debruam sobre o exaustivo trabalho de Matthew Henry. Esta obra, porm, no se destina apenas ao especialista nas Sagradas Escrituras. Matthew Henry destina-se a todo opovo de Deus. Nossa sincera orao que Deus faa surgir, atravs desta obra, um compromisso maior com a sua Palavra. Os editores 8. V id a e o bras de m a t th ew henry Matthew Henry foi osegundo filho de Philip Henry, nascido prematuramente em 18de outubro de 1662, em Bro ad Oak, na regio da capela de Iscoyd, Flintshire, no Pas de Gales. Reino Unido. Quando criana, Henry era muito doente, porm um tanto precoce na aprendizagem. Seu primeiro tutor foiWilliam Turner, mas muito de sua educao na infncia ele recebeu de seu pai Philip. Este havia sido banido pela Lei Britnica da Igualdade, em 1662. Como a maioria de seus colegas de sofrimento, Philip possua poucos recursos, mas o suficiente para dar ao seu filho Henry uma boa educao. Em 21 de julho de 1680. ojovem Henrv ingressou na academia de Thomas Doolittle, na poca em Islington, epermaneceu ali at 1682. Em -30de outubro de 168-3, logo aps atingir a maioridade, Henry se mudou para a propriedade rural em Bronington, Flintshire, herdada de Daniel Matthews, seu av materno. Aconselhado por Rowland Hunt, de Boreatton, Shropshire, comeou a estudar Direito e foi aprovado na Gray's Inn, em 6de maio de 168-5. Logo desistiu dos estudos das leis, para se dedicar Teologia, como integrante dos no-conformistas*. Em junho de 1686, comeou a pregar para os moradores da regio em que seu pai vivia. Por causa de algumas questes de negcios, Henry foi para Chester, em janeiro de 1687. Enquanto permaneceu ali, pregou em casas par ticulares e solicitaram que ele se tornasse o pastor dos fiis daquela regio. Henry concordou por algum tempo e depois voltou para Grays Inn. Em 9demaio de 1687, Henryfoireservadamente ordenado ministro presbiteriano em Londres por seis pastores, na casa de Richard Steel. Comeou seu ministrio em Chester, no dia 2 dejunho de 1687. Em poucos anos, a quanti dade de seus ouvintes chegou a250. Em setembro de 1687, orei Tiago II visitou Chester, quando os no-conformistas fizeram um discurso de agradecimento pela tranqilidade e liberdade que eles gozavam sob sua proteo. Uma nova constituio foi garantida cidade (a antiga havia sido anulada em 1684), dando poder coroa para substituir e nomear magistrados. Por volta de agosto de 1688, emissrios do rei solicitaram-no que nomeasse magistrados. Ele no concordou comisso. Anova constituio foisubstituda por outra, na qual os nomes de todos osno-conformistas de renome foram impostos administrao da cidade. Estes, no entanto, se recusaram a trabalhar e exigiram ore torno da constituio anterior, cujo restabelecimento demorou bastante. Um templo foi erguido por Henry em Crook Lane (atual Crook Street). A construo foi iniciada em setembro de 1699, e a inaugurao aconteceu em 8 de agosto de 1700. Em 1706, foi construda uma galeria para acomodar uma outra congregao que se havia unido a Henry. Sua audincia agora aumentara para 350 pessoas. Alm das ativida des congregacionais (incluindo uma palestra semanal), ele realizava cultos mensais em cincovilas nas redondezas da cidade, e regularmente pregava aos prisioneiros num castelo. Henry foi um membro ativo da unio de ministros de Cheshire, fundada em Macclesfeld, em maro de 1691, sob as bases da happy unionde Londres. Achou tempo tam bm para labutar como comentarista da Bblia, o que deu origem ao seu sistema de pregao expositiva. Estudava num quiosque de dois andares nos fundos de sua residncia em Bolland Court, White Friars, Chester. Henry recusou as propostas para pastorear igrejas em Hackney e SaltersHall, em 1699e 1702respectivamente; tambm, no aceitou as de Manchester (1705) e Silver Street e Old Jewry, Londres (1708). Em 1710, foi novamente convidado pela igreja de Hackney, e concordou em se mudar, embora no imediatamente. Em -3de junho de 1711, estava ele em Londres e era a primeira ceia em que ficara ausente de Chester em 24 anos. Daniel Williams, D.D., cuja escolha datada de 26 dejunho de 1711, nomeou-o como um dos primeiros administradores de suas instituies educacionais, mas Henry morreu antes de assumir ocargo. O ltimo sermo de Henry foi pregado em Chester, no dia 11 de maio de 1712. Seu ministrio em Mare Street, Hackney, comeou em 18 de maio de 1712. Em maio de 1714, ele visitou novamente Cheshire. Henry se casou primeiro, em 19 de julho de 1687, com Katherine, filha nica de Samuel Hardware, de Brom- borough, Cheshire; ela morreu em 14 de fevereiro de 1689, aos 25 anos, durante o parto de sua filha Katherine. Depois, Henry contraiu segundo casamento, em S de julho de 1690, com Mary, filha de Robert Warburton, de Hefferstone Grange. Com Mary, ele teve um filho, Philip (nascido em 1700, que tomou o sobrenome Warburton, foi membro do Parlamento representando Chester, a partir de 1742, e morreu solteiro, em 16 de agosto de 1760). Nasceram-lhe ainda oito filhas, trs das quais morreram na infncia. Sua filha, Esther (nascida em 1694), foi a me de Charles Bulkley. Em novembro de 1704, Henry comeou a escrever a Exposio do Antigo e Novo Testamentos, que corresponde a este famoso comentrio em seis volumes, o qual no tem sido superado at hoje. O primeiro volume foi publicado em 1708; este e quatro outrosvolumes trouxeram oseu comentrio at ofim dos Evangelhos, publicados numa edio uniforme em 1710. Antes de sua morte, ele concluiu o comentrio de Atos para osexto volume, no publicado. Aps sua morte, trinta pastores no-conformistas prepararam os comentrios das Epstolas e de Apocalipse. Os nomes desses no-conformistas foram citados por John Evans (1767-1827) na Protestant DissentersMagazine, em 1797, p. 472, extrados de um memorando de Isaac Watts. A edio completa de 1811, com quatro tomos, seis volumes, edita dos por George Burder e John Hughes, tem assuntos adicionais extrados de manuscritos de Henry. O comentrio de Henry prtico e devocional, mais que uma obra de crtica textual, mantendo um correto bom senso, apresentando um pensamento incomum, alto tom moral, simplicidade e aplicao prtica, combinados com 9. VIDA E OBRAS DE MATTHEW HENRY X uma slida fluncia do estilo ingls. Seus comentrios so fundamentalmente exegticos, tratando o texto bblico como ele est apresentado. Oprimeiro objetivo de Henry era a explicao, e no a traduo ou a pesquisa textual. Tudo isto fez de seu comentrio uma obra monumental. At hoje, consultado por estudantes epregadores, e citado em centenas de outros comentrios bblicos. Suas outras obras, excluindo sermes, so: 1.A BriefInquiry into... Schism (1689); 2. Memoirs of... Philip Henry (1696); 3.A Scripture Catechism (1702); 4. Family Hymns (1702); 5.A Plain Catechism (1702); 6. The Communicants Companion (1704); 7. FourDiscourses (1705); S.A Methodfor Prayer (1710); 9. Directionsfor Daily Communion (1712); 10.A ShortAccount ofthe Life... ofLieutenant Illidge (1714). Em 1726, foi publicada uma coletnea sob ottulo Works, e, em 1809, surgiu a Miscellaneous Writings, editada por Samuel Palmer, e reeditada em 1830 por Sir J. B. Williams, contendo sermes adicionais extrados dos manus critos de Henry. Henry morreu de apoplexia, em Nantwich, na casa do pastor no-conformista Joseph Mottershead, em 22 de junho de 1714, durante uma viagem de Chester para Londres. Foi sepultado na capela da Trinity Church, em Ches ter. Seu funeral teve a assistncia de oito pastores da cidade. Os sermes da cerimnia fnebre foram pregados, em Chester, por Peter Withington e John Gardner; em Londres, por Daniel Williams, William Tong, Isaac Bates e John Reynolds; os ltimos quatro foram publicados. Aps a sua morte, a igreja em Hackney se dividiu em duas. Seu retrato est nabiblioteca doDr.William, em Gordon Square, Londres, e foipintado por J. Jenkins (1828); a es tampa de Vertue de um croqui desenhado a bico de pena e feito numa poca em que Henry estava muito corpulento. Acima de tudo, Matthew Henry lembrado como um pastor afetuoso, amante apaixonado da Palavra de Deus e homem de grande integridade pessoal que tem deixado a sua marca nos coraes de inmeros cristos que anelam compreender mais profundamente as riquezas das Escrituras. 10. P ref c io Embora seja a minha maior preocupao ser capaz de causar uma impresso favorvel a Deus e minha prpria conscincia, talvez se espere que eu tambm d ao mundo alguma explicao sobre esta tarefa ousada que tentarei desempenhar com toda a simplicidade. E o farei como algum que cr que, se os homens devem prestar contas no grande dia por cada palavra v e ociosa que pronunciam, muito mais por cada linha que escrevem. E assim, pode ser til, em primeiro lugar, estabelecer aqueles princpios grandes e sagrados sobre os quais eu me fir mo, e pelos quais sou governado, nesta tentativa de explicar e desenvolver estas pores das Sagradas Escrituras. Desejo oferecer este esforo, com humildade, ao servio daqueles que concordam comigo nestes seis princpios (e s espero que sejam aceitveis a eles): I Que a religio a nica coisa til. E em conhecer, amar e temei' a Deus, onosso Criador, e em todos os casos de afeio devota e de boa conversa guardar os seus mandamentos (Ec 12.13), reside, sem dvida, obem estar do homem. E que isto omais importante para cada um de ns. Isto omais sbio dos homens, aps uma anlise ntima e abundante em seu Eclesiastes, estabelece como a concluso de toda a sua matria (o Quocl erat demonstrandum de todo oseu discurso). Portanto, entendo que posso estabelecer isto como um postulatuni, e como ofundamento de todo este assunto. E necessrio para toda a humanidade, em geral, que haja religio no mundo, pois ela absoluta mente necessria para a preservao da honra da natureza humana, e, no menos que isto, para a preservao da ordem das sociedades humanas. E necessrio que cada um de ns em particular seja religioso. De outra forma, no poderemos corresponder finalidade de nossa criao, obter o favor do nosso Criador, tranqilizarmo-nos agora, ou sermos felizes para sempre. Um homem que recebe os poderes da razo, pelos quais ele capaz de conhecer, servir, glorificar e desfrutar o seu Criador, mas que vive sem Deus no mundo, certamente o mais desprezvel e o mais miservel animal debaixo do sol. n Que a revelao divina necessria para a verdadeira religio, para a sua existncia e apoio. Que a f, sem a qual impossvel agradar a Deus, no pode chegar a nenhuma perfeio vendo as obras de Deus, mas deve vir atravs de se ouvir a Palavra de Deus, Romanos 10.17. A alma racional, uma vez que recebeu o choque fa pela queda, no pode ter ou manter apenas o olhar no grande autor de sua existncia, observ-lo, esperar por E algo que tanto o seu dever como felicidade, sem alguma descoberta sobrenatural feita por si mesmo a respe de si mesmo, e de seu pensamento e vontade. A luz natural, sem dvida, de excelente utilidade, at certo ponto. Mas necessrio que haja umarevelao divina, para corrigir os seus erros e compensar as suas deficincias, para nos ajudar onde a luz da natureza nos deixa na incerteza, especialmente na maneira e mtodo da recuperao do homem de seu estado cado e na sua restaurao ao favor do seu Criador. Do qual ele s pode ter a sua prpria conscincia da perda, descobrindo, por triste experincia, o seu prprio estado presente de pecado e misria. A nossa prpria razo nos mostra a ferida, mas nada menos que a revelao divina pode descobrir para ns um re mdio em que possamos confiar. A situao e o carter das naes da terra, as quais no possuam outro guia em suas devoes alm da luz natural, com alguns resqucios da instituio divina de sacrifcios recebidos pela tradio de seus pais, mostram claramente o quanto a revelao divina necessria para a subsistncia da religio. Porque aqueles que no tinham a Palavra de Deus, logo perderam oprprio Deus, tornaram-se vos em suas imaginaes a respeito dele, e grandemente vis e absurdos em suas adoraes e em seus prognsticos. verdade que osjudeus, que tiveram obenefcio da revelao divina, se perderam s vezes na idolatria e admitiram corrupes muito gros seiras. No entanto, com a ajuda da lei e dos profetas, eles se recuperaram e se corrigiram. Ao passo que a melhor e mais admirada filosofia dos pagos jamais pde fazer qualquer coisa em benefcio da cura da idolatria vulgar, ou, tanto quanto oferecida, remover quaisquer daqueles ritos brbaros e ridculos de sua religio, que eram os escndalos e reprovaes da natureza humana. Que os homens, portanto, finjam o que desejarem fingir que so, quer destas, quer ateus, ou qualquer outra coisa que desejem sei'. E aqueles que, sob o pretexto de admirar os orculos da razo, colocam de lado como inteis os orculos de Deus, diminuem os fundamentos de toda a religio, e fazem o que podem para cortar toda a comunicao entre o homem e o seu Criador, considerando este ser to nobre como se estivesse no mesmo nvel dos animais que perecem. m Que a revelao divina agora no deve ser encontrada nem esperada em nenhum lugar alm das Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. E ali ela est. verdade, houve religio e revelao divina antes que houvesse qualquer palavra escrita. Mas argumentar, a partir da, que as Escrituras no so mais necessrias, absurdo quanto seria argumentar que omundo poderia muito bem passar sem osol, porque na criao omundo trs dias de luz antes de osol ser criado. As revelaes divinas, quando dadas primeiro, foram confirmadas porv milagres e profecias. Mas deveriam ser transmitidas para regies distantes e geraes futuras, com suas provas e evidncias, atravs da escrita, omodo mais seguro de transmisso, e atravs da qual o conhecimento das outras coi sas memorveis preservado e propagado. Temosmotivos para pensar que at mesmo os dezmandamentos, embora 11. PREFCIO XII pronunciados comtanta solenidade no Monte Sinai, teriam sido, muito antes disso, perdidos e esquecidos, se tivessem sido entregues somente pela tradio, e nunca tivessem sido registrados pela escrita. Aquilo que est escrito que permanece. A Escritura certamente no est compilada como um sistema ou corpo metdico da Teologia, secundam arfem - de acordo com as regras da cvrfe, mas atravs de diversas formas de escrita (histrias, leis, profecias, can es, epstolas, e at mesmo provrbios), vrias vezes, e por vrias mos, conforme a Infinita Sabedoria julgou que seria adequado. Ofim efetivamente obtido. Estas coisas so claramente esperadas e dadas como certas, e tudo isto expressamente revelado e tornado conhecido quando, sendo tudo reunido, somos suficientemente informados de todas as verdades e das leis da santa religio em que devemos crer, e assim podemos ser governados por elas. Pode mos ter a certeza de que toda a Escritura dada por inspirao de Deus (2 Tm 3.16), e que homens santos falaram e escreveram ao serem movidos pelo Esprito Santo (2 Pe 1.21). Mas quem ousa fingir descrever esta inspirao? Ningum conhece ocaminho do Esprito, nem como os pensamentos foram formados no corao daquele que foi inspirado, assim como tambm no conhecemos o caminho da alma dentro do corpo, ou como os ossos so forma dos no ventre daquela que est grvida, Eclesiastes 11.5. Mas podemos estar certos de que o bendito Esprito no s preparou e qualificou habitualmente os escritores das Escrituras para este servio, e colocou em seus coraes o que escrever, mas igualmente ajudou os seus entendimentos e as suas memrias para registrarem as coisas de que eles mesmos tinham conhecimento, e que eficazmente impediu erros e enganos. E aquilo que eles no poderiam saber exceto pela revelao (como, por exemplo, Gnesis 1 e Joo 1), o mesmo bendito Esprito lhes informou de forma clara e satisfatria. E, sem dvida, tanto quanto era necessrio para o fim pretendido, eles foram guiados pelo Esprito, tanto na linguagem como na expresso. Porque houve palavras que o Esprito Santo lhes ensinou (1 Co 2.13). E, assim, o Senhor Deus disse ao profeta: Dize-lhe as minhas palavras, Ezequiel 3.4. No entanto, no pertinente para ns, que elaboramos o estatuto, ter a liberdade que Ele tomou ao usar as suas prprias palavras. Quando ela ratificada, torna-se o ato do legislador, e obriga o sujeito a observar a sua verdadeira inteno e o seu verdadeiro significado. A Escritura prova a sua autoridade e origem divinas tanto para os sbios como para os ignorantes. Mesmo para os ignorantes e para a parte menos pensante da humani dade, a Escritura abundantemente comprovada pelos muitos milagres incontestveis operados por Moiss e pelos profetas, pelo Senhor Jesus Cristo e seus apstolos, para a confirmao de suas verdades e leis. Seria uma reprovao intolervel para a Verdade eterna, supor que este selo divino afixado seja uma mentira. Alm disso, para os mais sbios e pensadores, para os mais atenciosos e contemplativos, a Escritura recomendvel atravs daquelas excelncias inatas que so caractersticas auto-evidentes de sua origem divina. Se olharmos cuidadosamente, logo estaremos cientes da imagem e da inscrio de Deus sobre ela. Uma mente corretamente disposta por uma sujeio humilde e sincera ao seu Criador, ir descobrir facilmente a imagem da sabedoria de Deus nas admirveis profundezas de seus mistrios. A imagem de sua soberania na majestade superior de seu estilo. A imagem de sua unidade na maravilhosa harmonia e simetria de todas as suas partes. A imagem de sua santidade na pureza imaculada de seus preceitos. E a imagem de sua bondade na tendncia manifestada do todo para o bem-estar e felicidade da humanidade em ambos os mundos. Em resumo, uma obra de autoria divina. E tanto ateus como destas, apesar de suas pretenses vangloriosas de raciocinarem como se a sabedoria de vesse morrer com eles, se expem aos absurdos mais gritantes e desprezveis que se pode imaginar. Porque, se as Escrituras no forem a Palavra de Deus, ento no h nenhuma revelao divina agora no mundo, nenhuma descoberta do pensamento de Deus com relao ao nosso dever e felicidade. De forma que, se um homem estiver desejoso e solcito para fazer a vontade do seu Criador, ele deve, por falta de recursos, perecer na sua ignorn cia, uma vez que no h livro alm desse que se comprometa a dizer-lhe o que fazer - uma conseqncia que de modo algum pode ser conciliada com a idia que temos da bondade divina. E (o que no menos absurdo), se as Escrituras no forem realmente revelao divina, elas so certamente uma grande fraude que foi colocada no mundo. Mas no temos motivos para pensar nelas dessa forma. Porque homens maus jamais poderiam escrever um livro to bom, nem Satans teria tamanha astcia ao ajudar a expulsar a si mesmo. Ao mesmo tempo, os homens bons jamais fariam uma coisa to perversa quanto falsificar o claro selo do cu e afix-lo para a sua prpria incriminao, por mais justo que isto pudesse parecer. No, os homens no seriam capazes disto, e as Escrituras jamais trariam palavras de homens inquos e maus. TT T Que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento foram intencionalmente criadas para onosso aprendi- Ji V zado. Elas devem ter sido uma revelao divina para aqueles em cujas mos foram colocadas primeiro. No entanto, ns, a esta distncia, no nos preocupamos com elas. Mas certo que elas tinham o propsito de serem de uso e obrigao universal, e perptuas para todas as pessoas, em todos os lugares e em todas as eras, para todos aqueles que tenham o conhecimento delas, at mesmo sobre ns, a quem estas preciosas Escrituras chegaram, sim, a ns que estvamos nos confins da terra. Veja Romanos 15.4. Embora no estejamos sob a lei como em uma aliana de inocncia (porque ento, sendo culpados, deveramos inevitavelmente perecer sob a sua maldio), este no um estatuto antiquado, mas uma firme declarao da vontade de Deus a respeito do bem e do mal, do pecado e do dever, e a sua reivindicao de obedincia est em sua fora e virtude totais. E a ns anunciado o Evangelho da lei cerimonial, assim como queles a quem ele foi primeiramente entregue, e muito mais claramente, Hebreus 4.2. As histrias do Antigo Testamento foram escritas para a nossa admoestao e direo (1 Co 10.11), e no para a informao e diverso dos curiosos. Os profetas, embora tenham morrido h muito tempo, profetizam novamente atravs de seus escritos, diante de povos e naes (Ap 10.11), e as exortaes de Salomo nos falam como a filhos. 12. XIII PREFCIO O assunto da Sagrada Escritura universal e perptuo, e, portanto, do interesse de todas as pessoas, em todas as partes do mundo. Seus objetivos so: 1. Revitalizar a lei universal e perptua da natureza, cujos prprios resqucios (ou reminiscncias)em conscincia natural nos do pistas de que deveremos receber uma revelao ainda mais clara (a saber, o Evangelho). 2. Revelar a lei universal e perptua da graa, que traz a maravilhosa beneficncia de Deus aos filhos dos homens, colocando-os, assim, em uma condio melhor do que a dos demnios, trazendo fortes razes para que tenhamos esperana. A autoridade divina que neste livro ordena a nossa crena e obedincia , da mesma forma, universal e perptua, e no conhece limites, seja de tempo ou de lugar. Segue-se, portanto, que toda nao e toda poca para as quais estes escritos sagrados so transmitidos esto destinados a receb-los com a mesma vene rao e considerao piedosa que eles ordenaram em sua primeira entrada. Embora Deus, nestes ltimos dias, nos tenha falado pelo Filho, no devemos pensar que aquilo que Ele falou muitas vezes e de muitas maneiras aos pais (Hb 1.1) no sirva para ns, ou que oAntigo Testamento seja um almanaque obsoleto. No, ns somos edificados sobre 0fundamento dos profetas, assim como dos apstolos sendo oprprio Cristo a pedra de esquina (Ef 2.20), em quem ambos os lados deste edifcio abenoado se encontram e so unidos. Eles eram os antigos registros da igrejajudaica, aos quais Cristo e os seus apstolos, com muita freqncia se referiram, recorreram e nos ordenaram a buscar e a dar ateno. Os pregadores do Evangelho, como osjuizes de Josaf, onde quer que fossem, tinham este livro da lei consigo, e consideravam grande vantagem para si mesmos falar com aqueles que conheciam a lei, Romanos 7.1. Esta clebre traduo do Antigo Testamento na lngua grega pelos Setenta, entre 200 e 300 anos antes do nascimento de Cristo, foipara as naes um felizpreparativo para melhorproveito do Evangelho, divulgando oconhecimento da lei. Porque, assim como o Novo Testamento expressa e completa o Antigo, e assim otorna mais til a ns agora do que foi para a igreja judaica, tambm o Antigo Testamento confirma e ilustra o Novo, e nos mostra Jesus Cristo como Aquele que omesmo ontem, hoje, e oser para sempre. V Que as Sagradas Escrituras no foram criadas apenas para onosso aprendizado, mas so a firme norma esta belecida para a nossa f eprtica, pela qual devemos ser governados agora ejulgados em breve. No apenas um livro de uso genrico (assim como podem ser os escritos de homens bons e sbios), mas de autoridade soberana e dominante, o livro do estatuto do Reino de Deus. Nosso juramento de lealdade ao Senhor, como o nosso Senhor supremo, nos liga observncia a este precioso livro. Quer estejamos dispostos a ouvi-lo ou a evit-lo, devemos nos considerar informados de que este oorculo que devemos consultar e pelo qual tudo em nossa vida deve ser deter minado, a pedra de toque qual devemos recorrer epela qual devemos testar as doutrinas. A Palavra do Senhor a regra que devemos ter sempre em vista, pela qual devemos, em todas as coisas, ordenar os nossos sentimentos e con versas. E nelas que devemos buscar os padres e medidas que aplicaremos nossa vida. Este otestemunho e esta a lei que est atada e selada entre os discpulos. E se no falarmos ouagirmos de acordo com esta palavra, significa que no h luz em ns, Isaas 8.16,20. A criao da luz dentro das nossas regras e procedimentos (que, por natureza, consiste apenas de trevas) , pela graa, apenas uma cpia da obra escrita que d forma nossa vida. Por esta razo, no podemos agir como se estivssemos colocando ojuiz acima da lei. A criao das tradies da igreja que rivalizam com as Escrituras tambm altamente prejudicial. como criar um relgio, que pode ser adiantado ou atrasado de acordo comosinteresses daqueles que ovm. Como se algum mortal fosse capaz de corrigir osol, aquele medidor fiel de horas e dias. Estes so absurdos que, umavez admitidos, passam a ser seguidos por milhares de pessoas, trazendo os resultados mais desastrosos que temos visto. Experincias absolutamente tristes. 1 T T Que, portanto, dever de todo cristo buscar diligentemente as Escrituras, e oofcio dos ministros gui-lo V X e ajud-lo neste assunto. Por mais que este livro dos livros em si seja til, ele no ser de nenhuma utilidade para ns se no nos familiarizarmos com ele, lendo-o diariamente, e meditando nele, para que possamos entender o pensamento de Deus que est expresso nele, e possamos aplicar o que entendemos a ns mesmos para a nossa direo, censura e consolao, quando houver ocasio. O carter do homem santo e feliz faz com que o seu prazer esteja na lei do Senhor. E, comouma evidncia disso, ele conversa com a lei como com seu companheiro constante, e se aconselha com ela como faria com o seu conselheiro mais sbio e confivel, porque nesta lei ele medita de dia e de noite, Salmos 1.2. Cabe a ns estarmos preparados nas Escrituras, e alcanarmos isto pela leitura constante e pela observao cuidadosa, especialmente pela orao fervorosa a Deus pelo dom prometido do Esprito Santo, cujo oficio trazer nossa lembrana aquilo que Cristo nos disse (Jo 14.26), para que possamos ter uma ou outra boa palavra mo para o nosso uso quando nos dirigirmos a Deus e em nossas conversas com os homens, na nossa resistncia a Satans e na nossa comunho com os nossos prprios coraes. E tambm para que possamos ser capazes, como bons chefes de famlia, de tirar deste tesouro coisas novas e antigas, para a considerao e edificao tanto de ns mesmos como dos outros. Isto tornar o homem de Deus perfeito neste mundo, completando-o tanto como cristo quanto como ministro, preparando-o completamente para toda boa obra, 2Timteo 3.17. Cabe a ns tambm sermos poderosos nas Escrituras, comoApoio foi(At 18.24). Isto , estarmos completamente familiarizados com overdadeiro propsito e significado delas, para que possamos entender o que lemos, e para que possamos no interpretar mal ou aplicarmal a Escritura, mas, pelo bendito Esprito, ser guiados em toda averdade (Jo 16.13). Que tambm possamos ser firmes e perseverantes na f e no amor, dedicando cada parte da Escritura ao uso que lhe foi destinado. A letra, seja da lei oudo Evangelho, tem pouco proveito sem oEsprito. Os ministros de Cristo so aquiministros do Esprito para o bem da igreja. A sua tarefa abrir e aplicar as Escrituras. Ento, eles devem alcanar o seu conhecimento, depois suas doutrinas, devoes, direes e admoestaes, e, por conseguinte, a sua prpria linguagem e expresso. 13. PREFCIO XIV Explicar as Escrituras era omodo mais usual depregar nos primeiros e mais puros sculos da igreja. Oque oslevitas tm a fazer alm de ensinar a lei a Jac (Dt 83.10)? Eles no devem apenas ler a lei, mas dar o sentido, e faz-los en tender a leitura, Neemias 8.8. Como que faro isto exceto se alguns homens os guiarem? Atos 8.31. Assim como os ministros dificilmente receberiam algum crdito sem oapoio da Bblia, a Bblia dificilmente seria entendida sem que os ministros a explicassem. Mas aqueles que, tendo a ambos, perecerem na ignorncia e na incredulidade, levaro o seu sangue sobre a sua prpria cabea. Sendo, portanto, totalmente persuadidos destas coisas, concluo que qualquer que seja a ajuda oferecida a bons cristos ao buscarem as Escrituras, este um servio real feito para a glria de Deus, e em benefcio dos interesses de seu reino entre os homens. E isto que me levou a esta tarefa, da qual tenho me ocupado em fraqueza, em temor, e em grande tremor (1 Co 2.3), para que no seja achado me exercitando em coisas que me exaltem, para que uma tarefa to louvvel no venha a sofrer oprejuzo de um tratamento pouco hbil. Se algum desejar saber como uma pessoa to insignificante e obscura como eu - que no aprendizado, juzo, felicidade de expresso, e em todas as van tagens para tal servio, sou menor que omenor de todos os servos do meu Mestre - veio a se aventurar em uma obra to grande, no posso dar nenhuma outra explicao alm dessa: H muito tempo, tem sido a minha prtica poupar qualquer tempo em meu estudo, a partir das constantes preparaes para oplpito, para gastar o tempo redigindo exposies sobre algumas partes do Novo Testamento, nem tanto para o meu prprio uso, mas puramente para o meu entretenimento, porque eu j no sabia como empregar os meus pensamentos e o meu tempo para a minha prpria satisfao. Trahit sua quemque voluptas - todo homem que estuda tem algum estudo preferido, o qual o seu deleite acima de- qualquer outro. E este omeu. Este aprendizado foi a minha felicidade desde criana. Sei1in strudo por meu sempre honrado pai, cuja memria deve ser muito querida e preciosa para mim. Ele freqentemente me lembrava de que um bom texto um dom divino. E do que eu deveria ler outros livros tendo isto em vista, e as sim poderia ser capaz de entender melhor e aplicar melhor a Sagrada Escritura. Enquanto eu estava agindo assim, surgiu a Exposio do Sr. Burkitt, do primeiro dos Evangelhos, e mais tarde dos Atos e das Epstolas, uma obra que encontrou uma aceitao muito boa entre pessoas srias, e, sem dvida, pela bno de Deus continuar aprestar um grande servio igreja. Pouco tempo depois de terminar aquela obra, agradou a Deus cham-lo ao seu descanso, e naquela ocasio fui solicitado, por alguns dos meus amigos - e tambm me senti inclinado- atentar fazerum trabalho semelhante sobre oAntigo Testamento, na fora da graa de Cristo. Assim, este trabalho humildemente oferecido como um espcime baseado no Pentateuco. Omeu propsito que ele agrade aos leitores, e seja considerado til, de algum modo. E, na dependncia do auxlio divino, estou disposto a prosseguir, desde que Deus continue a me darvida e sade, e enquanto omeu outro trabalho permitir. Sei que temos muitos recursos como este em nosso prprio idi oma, e temos muitas razes para valoriz-los, sendo gratos a Deus por eles. Mas a Escritura um assunto que nunca se esgota. Semper habet aliquid relegentibus - No importa- com quefreqncia a leiamos, sempre encontraremos coisas uovas. Mesmo tendo reunido um imenso tesouro para a edificao dotempo, Davi disse a Salomo: E tu supre o que faltar, 1 Crnicas 22.14. O conhecimento da Escritura um grande tesouro. E ele ainda capaz de aumentar, at que todos ns cheguemos perfeio. A Escritura um campo ouvinha que oferece trabalho para vrias mos, e na qual pode ser empregada uma grande variedade de dons e operaes, mas tudo deve vir do mesmo Esprito (1 Co 12.4,6), e precisa ser dedicado glria do mesmo Senhor. Aqueles que so doutos em idiomas e em costumes antigos tm sido muito teis para a igreja (o bendito ocupante deste campo), atravs de suas buscas curiosas e elaboradas que tm trazido vrios resultados, como, por exemplo, a anatomia das plantas, e as palestras to interessantes que eles tm proferido a esse respeito. Em vrias situaes, e de diversas formas, a filologia dos crticos tem sido muito mais vantajosa para a religio, e emprestado mais luz para a verdade sagrada, do que a filosofia das vrias escolas teolgicas. Aqueles que so doutos nas artes de guerra tambm tm prestado um grande servio ao defenderem este jardim do Senhor contra os ataques violentos dos poderes das trevas, defendendo com sucesso a causa dos escritos sagrados contra os desprezveis ateus, destas e escarnecedores profanos dos nossos dias. Vrias pessoas, como estas, esto em posio de honra, e oseu louvor est em todas as igrejas. No entanto, os trabalhos dos vinhateiros e lavradores (2 Rs 25.12), embora estes sejam os pobres da terra, aqueles que cultivam esta terra, e recolhem os seus frutos, no so menos necessrios em suas funes, e so benficos para toda a famlia de Deus. Pois imprescindvel que cada um tenha a sua parte destes preciosos frutos em sua alimentao, na devida estao. Estes so ostrabalhos em que, de acordo com a minha habilidade, tenho procurado colocar a minha mo. E como os expositores simples e prticos jamais diriam, por coisa alguma, sobre os crticos doutos: No h necessidade deles, assim se espera que aqueles olhos e cabeasjamais digam s suas mos e ps: No tenho necessidade de vs, 1Corntios 12.21. Os doutos tm recebido vantagens muito grandes em suas buscas nesta parte da Sagrada Escritura, e dos livros que se seguem (e ainda esperam por mais), pelos trabalhos excelentes emais valiosos daquele grande e bom homem, o bispo Patrick, que, por uma grande leitura, julgamento slido, uma aplicao muito feliz destes melhores estu dos, mesmo em sua idade e honra avanadas, por vrios sculos sem dvida se posicionar entre os trs primeiros comentadores, e bendito seja Deus por ele. As anotaes em ingls do Sr. Pool (que, tendo tido tantas impresses, podemos supor, chegou a muitas mos) so de utilidade admirvel, especialmente para a explicao das frases da Escritura, para desvendar o sentido, referindo-se a Escrituras paralelas, e o esclarecimento das dificuldades que ocorrem. Tenho, portanto, desde oprincpio, sido breve no que mais amplamente discutido e, diligentemente, recu sei o quanto pude o que se acha ali. Porque eu no actum agere -faria o que estfeito. Tampouco (se me permitem tomar emprestado as palavras do apstolo) me gloriaria no que estavaj preparado, 2Corntios 10.16. Estas e outras anotaes que se referem s palavras e oraes especficas que elas se propem a explicar, so as mais fceis de 14. XV PREFCIO serem consultadas quando houver ocasio. Mas a exposio que (como esta) colocada em um discurso contnuo, condensada em um ttulo apropriado, muito mais fcil e pronta para ser lida inteiramente pela instruo prpria ou de outro. E penso que a observao da ligao de cada captulo (se houver ocasio) com aquele que oprecede, e o alcance geral dele, comofioda histria oudo discurso, e a escolha devrias partes dele, para servisto em umas an lise, contribuir muito para a sua compreenso, e dar mente uma satisfao abundante na inteno geral, embora possa haver aqui e aliuma palavra ou expresso difcil que os melhores crticos no podem explicar facilmente. Isto, portanto, tentei aqui. Mas cabe a ns no s entender o que lemos, mas desenvolv-lo at algum bom propsito. E, com afinalidade de sermos impactados e mudados por aquilo que lemos, necessrio recebermos as suas impresses. A palavra de Deus tem opropsito no s de ser uma luzpara os nossos olhos, oobjeto da nossa contemplao, mas lmpada para os nossos ps e luzpara onosso caminho (SI 119.105), para nos guiar no caminho da nossa obedincia, e para nos impedir de tomar algum desvio. Devemos, portanto, ao buscar as Escrituras, indagar no s: O que isto?, mas: O que isto para ns? Que proveito podemos fazer disto? Como podemos acomod-lo com alguns dos propsi tos da vida divina e celestial que, pela graa de Deus, resolvemos viver? Perguntas deste tipo tenho aqui procurado responder. Quando a pedra removida da boca do poo por uma explicao crtica do texto, ainda h aqueles que querem beber e dar de beber ao seu rebanho? Sim, mas reclamam que opoo fundo, e no tm nada com que a tirar. Como, ento, se aproximaro desta gua viva? Alguns assim podero, talvez, encontrar uma balde aqui, ou tirar a gua com as suas mos. E ficarei satisfeito com este ofcio dos gibeonitas, de tirar gua para a congregao do Senhor destes maravilhosos poos de salvao. Omeu objetivo na exposio dar oque pensei ser osentido autntico, e fazer isso da maneira mais simples pos svel para as capacidades comuns, no perturbando os meus leitores com os diferentes sentimentos dos expositores, o que teria sido transcrever a Sinopse Latina do Sr. Pool, onde isto feito abundantemente para a nossa satisfao e proveito. Quanto s observaes prticas, no me obriguei a levantar doutrinas de cada versculo ou pargrafo, mas apenas tentei misturar com a exposio as pistas e observaes que achei proveitosas para a doutrina, para re provao, para correo, para instruo em justia, procurando em tudo promover a piedade prtica, e evitando cui dadosamente assuntos de disputa duvidosa e antagonismo de palavras. E apenas opredomnio do poder da religio nos coraes e vidas dos cristos que ir corrigir as nossas injustias, e transformar onosso deserto em um campo frutfero. E uma vez que o nosso Senhor Jesus Cristo o nosso verdadeiro tesouro escondido no campo do Antigo Testamento, efoi oCordeiro morto desde a fundao do mundo, fui cuidadoso em observar que Moiss escreveu are speito dele, ao que oprprio Senhor Jesus, comfreqncia, recorreu. Nos escritos dos profetas, nos deparamos com mais das promessas simples e expressas do Messias, e com a graa do Evangelho. Mas aqui, nos livros de Moiss, encontramos mais dos tipos, figuras reais e pessoais dele, que eram sombras da qual a essncia Cristo, Romanos 5.14. Aqueles para quem oviver Cristo encontraro nestes escritos aquilo que muito instrutivo e influente, e que dar grande assistncia para a sua f, e amor, e santa alegria. Isto, de modo particular, busca-se nas Escrituras para encontrar o que elas testificam a respeito de Cristo e da vida eterna, Joo 5.39. Nem h qualquer objeo contra a aplicao das instituies cerimoniais a Cristo e sua graa, de forma que aqueles a quem foram dadas no poderiam discernir este sentido ou uso delas. Mas esta , antes, uma razo pela qual devemos ser muito gratos: ofato de ovu que estava sobre as suas mentes na leitura doAntigo Testamento estar abolido em Cristo, 2Corntios -3.13,14,18.Em bora eles, ento, no pudessem olhar firmemente para ofim daquilo que est abolido, isto no significa, portanto, que ns que somos felizmente supridos com uma chave para estes mistrios no possamos, neles, como em um espelho, vislumbrar a glria do Senhor Jesus. No entanto, possvel que osjudeus piedosos tenham visto mais do Evangelho em seu ritual do que pensamos que elesviram. Eles tinham pelomenos uma expectativa geral das coisas boas porvir, pela f nas promessas feitas aos pais, como temos da felicidade do cu, embora no pudessem formar qualquer idia distinta ou certa daquele mundo por vir, como muitas vezes no somos capazes de fazer em relao a este mundo. Talvez as nossas concepes do estado futuro sejam to obscuras e confusas, to desprovidas da verdade e estejam to longe dela, quanto as deles eram, ento, do reino do Messias. Mas Deus requer a f apenas de acordo com a revelao que Ele d. Eles, ento, s eram responsveis pela luz que possuam. E ns agora somos responsveis pela maior luz que possumos: o Evangelho. E pela ajuda do Evangelho podemos encontrar muito mais de Cristo no An tigo Testamento do que eles podiam. Se algum pensar que as nossas observaes s vezes surgem a partir daquilo que, para eles, parece diminuto demais, que se lembrem da mxima do Rabino: Non est in lege vel una litera quc nonpendent -magnimontes-A lei contm no uma letra, mas aquilo que capaz de suportaropeso de montanhas. Estamos certos de que no h nenhuma palavra ociosa na Bblia Sagrada. Gostaria que o leitor no s lesse todo o texto, antes de ler a exposio, mas, quando osvrios versculos forem referidos na exposio, oleitor coloque a sua ateno sobre eles outra vez, e ento entender melhor aquilo que ler. E, se ele tiver tempo disponvel, certamente achar proveitosovoltar se para as Escrituras que so, svezes, referidas apenas brevemente, comparando as coisas espirituais com as espirituais. E opropsito declarado da Mente Eterna, em todas as operaes tanto da providncia como da graa, glorificar a lei e torn-la honrosa (Is 42.21), e glorificar a sua palavra acima de todo o seu nome (SI 138.2). Para que, quando orarmos, dizendo: Pai, glorifique o teu nome, queiramos realmente dizer isto, entre outras coisas: Pai, glorifique as santas Escrituras. Atravs desta orao, feita com f, podemos estar certos da resposta que foi dada ao nosso ben dito Salvador quando Ele orou assim, particularmente no que diz respeito ao cumprimento das Escrituras em seus prprios sofrimentos: J otenho glorificado e outra vez oglorificarei, Joo 12.28. Para este grande propsito, desejo, humildemente, ser de algum modo til. E espero que isto ocorra na fora da graa pela qual sou oque sou, esperando 15. PREFCIO XVI que possa ajudar a tornar a leitura da Escritura mais fcil, agradvel, e proveitosa. Desejo que isto seja misericor diosamente aceito por Aquele que sorriu quando aviva lanou as duas moedas notesouro, com ainteno de glorifi car e honrar. E se eu to somente puder alcanar este ponto, em qualquer medida, beneficiando ao menos algumas pessoas, reconhecerei que os meus esforos tero sido abundantemente recompensados. Porm, tambm estou certo de que alguns consideraro tanto a mim como omeu desempenho vis, dedicando-me, apenas, o desprezo. No tenho agora mais nada a acrescentar alm de me entregar s oraes dos meus amigos, encomendando-os graa donosso Senhor Jesus. E assim, posso descansar como algum que depende desta graa mesmo sendo indigno dela. E, atravs desta graa maravilhosa, prossigo na expectativa da glria que ser revelada. M. H. Chester, 2 de outubro de 1706 16. G nesis U ma exposio com observaes prticas n emos agora diante de ns a Bblia Sagrada, ou livro, porque bblia significa isto. Ns a chamamos olivro por causa de sua eminncia, porque ela ,incomparavelmente, omaiorlivro quej foiescri to, olivro dos livros, brilhante como o sol no firmamento da aprendizagem. Tal qual a lua, outros livros valiosos e teis refletem a sua luz. Ns a chamamos de livro santo, porque foi escrita por homens santos, e inspirada pelo Esprito Santo. Ela perfeitamente isenta de qualquer falsidade e propsitos deturpados. E, sua inclinao manifesta promover a santidade entre os homens. Os grandes princpios da lei de Deus, e oEvangelho, esto aqui escritos para ns, para que pudessem transmitir maior segurana, pudessem expandir-se omais longe possvel, por mais tempo, e ser transmitidos alugares e pocas distantes com mais pureza e inteireza do que possivelmente seriam atravs de relatos e tradies. Teremos muito que responder, se estes princpios, os quais so a base de nossa paz, estando, assim, entregues a ns por escrito, forem negligenciados como um princpio estranho e desconhecido, Osias 8.12. As escrituras, ou o produto de vrios escritores inspirados, de Moiss at oapstolo Joo, nas quais a luz divina, como aluz damanh, brilhou gradualmente (estando o cnon sagrado agora completo), esto todas reunidas nesta Bblia bendita, que, graas a Deus, temos em nossas mos. E elas tornam os dias to perfeitos quanto devemos esperar que sejam neste lado do cu. Cada parte da BbliaSagrada , sem dvida,muitoboa. Porm todas estas partesjuntas formam algo extraordinrio. Esta a luz que brilha em um lugar escuro(2Pe 1.19). E um lugar escuro, sem dvida, seria omundo sem a Bblia. Temos diante de ns esta parte da Bblia que denominamos oAntigo Testamento, contendo os atos e obras notveis davidareligiosa desde a criao at quase vinda de Cristo em carne. H cerca de quatro milanos estas verdades foram reveladas, as leis ento promulgadas, as devoes ento pagas, as profecias ento entregues falando sobre os eventos a respeito deste corpo distinto. O Senhor Deus considerou adequado preservar para ns todo este conhecimento. Isto chamado detestamento, oualiana (.Diatheke),porque foiuma determinada declarao da vontade de Deus arespeito do homem de modo geral, eteve sua fora obtida a partir da morte planejada do grande testador, oCordeiro que foimorto desde a fundao domundo(Ap 13.8). E chamado deAntigo Testamento, em relao aoNovo, oqual no oanula nem o substitui, mas ocoroa e oaperfeioa, fazendo surgir a melhor esperana que foitipificada e predita nele. OAntigo Testa mento aindapermanecemaravilhoso, embora oNovomuito oexcedaem excelncia(2Co 3.9). Temos diante de ns aquela parte do Antigo Testamento que chamamos de Pentateuco, ou os cinco livros de Moiss, oservo do Senhor, que excedeu todos os outros profetas e que tipificou ogrande profeta. Na distribuio que nosso Salvador fez dos livros do Antigo Testamento entre a lei, os profetas, e os salmos, ouHagigrafa, estes so a lei, porque eles contm no s as leis dadas a Israel, nos ltimos quatro, mas as leis dadas aAdo, a No, e a Abrao, no primeiro. Pelo que sabemos, estes cinco livros foram os primeiros a serem escritos, pois no temos a menor men o de qualquer escrito em todo olivro de Gnesis, at que Deus ordenou que Moiss escrevesse (x 17.14), e alguns acham que oprprio Moiss nunca aprendeu a escrever at que Deus lhe incumbiu de sua cpia na escrita dos Dez Mandamentos sobre as tbuas de pedra. No entanto, temos a certeza de que estes livros so os escritos mais antigos agora existentes, e, portanto, os mais adequados para nos dar um relato satisfatrio das coisas mais antigas. Temos diante de ns oprimeiro e mais longo dos cincolivros, denominado Gnesis. Escrito, alguns pensam, quando Moiss estava em Midi para a instruo e consolao de seus irmos que sofriam no Egito. Prefiro pensar que ele o escreveuno deserto, depois que esteve nomonte comDeus, onde, provavelmente, recebeu instrues completas e espec ficas para a sua escrita. E, assim como ele estruturou oTabernculo, fezotecido mais excelente e durvel para este livro, exatamentedeacordo comopadro quelheforamostrado nomonte. E melhorentender acertezadas coisasaquicontidas, do que qualquertradio que, possivelmente, pudesse ser entregue desde Ado at Matusalm, desde este at Sem, dele atAbrao, eassimat famliadeJac. Gnesisumnome emprestado dogrego. Significaorigem, ougerao. E, assim, adequadamentenomeado, porque uma histria das origens da criao domundo, da entrada dopecado e da morte nele, dainveno da arte, do surgimento das naes, e especialmente daimplantao daigreja, e da condio dela nos dias an tigos. Tambm uma histria das geraes de Ado, No, Abrao etc., no infindveis, mas que so genealogias teis. O inciodo NovoTestamento tambm chamado de Gnesis (Mt 1.1),Biblos geneseos, olivro dognesis, oudagerao de Jesus Cristo. Bendito seja Deus por este livro que nos mostra oremdio, ao abrir as nossas feridas. Senhor, abre nossos olhos,para que possamos enxergar as coisasmaravilhosastanto datua leicomo doteu evangelho! 17. w. 1,2 GNESIS 1 2 Captulo 1 Sendo o fundamento de toda religio baseado em nossa relao com Deus como o nosso Criador, justo que olivro das revelaes divinas, que tinha o propsito de ser oguia, apoio, eregra da religio do mundo, comeasse- comodefato comea- comum relato simples e completo da criao do mundo em respostaprimeiraindagao deumaboaconscin cia: Ondeest Deus queme fez?(J 35.10).Aesse respeito, os filsofos pagos infelizmente comete ram um grave erro e, tornando-se presunosos em seus conceitos, alguns defendem aauto-existncia e perpetuidade do mundo, enquanto outros atribuem tudo isto ao encontro fortuito de tomos. Assim, o mundo pela sua prpria sabedoria no conheceu a Deus, mas sofreu muito ao perd-lo. A sagra da escritura, entretanto, planejando pela religio revelada manter e desenvolver a religio natural, reparando a sua decadncia e suprindo os seus de feitos, desde a queda, para a vivificao dos precei tos da lei da natureza, estabelece, a princpio, este princpio da luz clara da natureza. Que este mundo foi, noprincpio dotempo, criado por um Sei' de sa bedoria e poder infinitos, que existia antes de todo tempo e de todos osmundos. Oacesso Palavra de Deus oferece esta luz, Salmos 119.130. O primeiro versculo da Bblia nos d um conhecimento mais seguro e melhor, mais satisfatrio e til, da origem do universo, do que todos os livros dos filsofos. A f viva de cristos humildes entende esta questo melhor do que a concepo mais elevada das maio res inteligncias, Hebreus 11.3. Temos trs coisas neste captulo: I. Uma idia ge ral que nos dada sobre a obra da criao, w. 1,2. II. Um relato especfico da obra de vrios dias, registrados, como em um dirio, distintamente e em ordem. A criao da luz, no primeiro dia, w. 3-5. Do firmamento, no segundo dia, w. 6-8. Do mar, da terra, e dos seus frutos, no terceiro dia, w. 9-13. Dos luminares do cu, no quarto dia, w. 14-19. Dos peixes e aves, no quinto dia, w. 20-23. Dos animais, w. 24,25. Do homem, w. 26-28. E do alimento para ambos, no sexto dia,w. 29,30. III. A reviso e a aprovao de toda a obra, v. 31. A Criao w. 1,2 Nestes versculos temos a obra da criao em seu eptome e em seu embrio. I Em seu eptome, v. 1, onde encontramos, para onos so conforto, o primeiro artigo do nosso credo, que Deus Pai, oTodo-poderoso, oCriador do cu e da terra, e cremos nele como tal. 1.Observe, neste versculo, quatro coisas: (1) Oefeito queproduziu ocu eaterra, isto , omun do,incluindo toda a estrutura e os elementos douniverso, o mundo e todas as coisas a esse respeito, Atos 17.24. O mundo uma grande casa, consistindo de histrias su periores e inferiores, a estrutura imponente e magnfica, uniforme e conveniente, e cada cmodo bem mobiliado, comtoda a sabedoria. Esta aparte visvel da criao que Moiss aqui procura explicar. Portanto, ele no mencio na a criao dos anjos. Mas como a terra no s possui a sua superfcie enfeitada com ervas e flores, mas tambm as suas entranhas so enriquecidas com metais e pedras preciosas (que participam de sua natureza slida e mais valiosa, embora acriao delasno seja mencionadaaqui), assim os cus no s so embelezados aos nossos olhos com luminares gloriosos que enfeitam o seu exterior, de cuja criao lemos aqui, mas por dentro esto repletos de seres gloriosos, fora da nossavista. Estes so seres celes tiais que superam em excelncia os astros, assim como o ouro ou as safiras excedem os lrios do campo. No mundo visvel fcil observar: [1] Grande variedade, diversos ti pos de seres imensamente diferentes uns dos outros em sua natureza e constituio. Senhor, quo mltiplas so as tuas obras, e todas so muito boas! [2] Grande beleza. O cu azul e a terra verdejante so charmosos ao olhar de espectadores curiosos. Quanto mais os ornamentos de ambos. Quo transcendente ento deve ser a beleza do Criador! [3] Grande exatido e preciso. Para aqueles que, com a ajuda de microscpios, olham estritamente para as obras da natureza, elas parecem muito mais re finadas do que qualquer obra de arte. [4] Grande poder. Este no um monte de matria morta e inativa, mas h virtude, em diferentes nveis, em cada criatura. A terra em sipossuiuma fora magntica. [5]Grande ordem, uma dependncia mtua de seres, uma harmonia exata de mo vimentos, e uma admirvel cadeia e conexo de causas. [6] Grande mistrio. H fenmenos na natureza que no podem ser resolvidos, segredos que no podem ser com preendidos nem explicados. Mas apartir do quevemos do cu e daterra podemos facilmente deduzir opoder eterno e a divindade do grande Criador, e podemos nos suprir com motivos abundantes para os seus louvores. E que a nossa condio e posio, como homens, nos faa lembrar da nossa obrigao como cristos, que sempre manter o cu em nossa vista e a terra debaixo de nossos ps. (2) O autor e a causa desta grande obra: DEUS. A palavra hebraica Elohim, o que indica: [1] O poder de Deus, oCriador. El significa oDeusforte. E oque, menos do que uma fora poderosa, poderia fazer surgir todas as coisas do nada? [2]A pluralidade das pessoas da Divinda de, Pai, Filho e Esprito Santo. Este nome plural de Deus, em hebraico, que fala dele no plural, embora ele seja um, talvez fosse para os gentios um sabor de morte para a morte, endurecendo-os em sua idolatria. Mas isto para ns um sabor de vida para vida, confirmando a nossa f na doutrina da Trindade, a qual, embora seja apenas se cretamente sugerida noAntigo Testamento, claramente revelada no Novo Testamento. O Filho de Deus, a eterna Palavra eSabedoria de Deus estavam comEle quando fez omundo (Pv8.30). Freqentemente ouvimos queomundo foi feito por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez, Joo 1.3,10; Efsios 3.9; Colossenses 1.16; Hebreus 1.2. O, que pensamentos elevados isto deve formar em nossas mentes a respeito deste grande Deus, de quem nos apro ximamos em adorao religiosa, e deste grande Mediador em cujo nome chegamos mais perto! 18. 3 GNESIS 1 w. 1,2 (3) 0 modo pelo qual esta obra foi realizada: Deus criou, isto , fez do nada. No havia nenhuma matria pr-existente a partir da qual omundo foi produzido. Os peixes e as aves foram certamente produzidos a partir das guas, e os animais e o homem da terra. Mas esta terra e estas guas foram feitas do nada. Pelo poder comum da natureza, impossvel que algo seja feito do nada. Nenhum artfice pode trabalhar, a menos que ele tenha com que trabalhar. Mas pelo poder infinito de Deus, no s possvel que algo seja feito do nada (o Deus da natureza no est sujeito s leis da natureza), mas na criao impossvel que ocorra o contrrio, por que nada mais desrespeitoso para a honra da Mente Eterna do que duvidar de sua onipotncia. Assim, a ex celncia do poder pertence a Deus, como tambm toda a honra e toda a glria. (4)Quando esta obra foiproduzida: No princpio, isto , no incio do tempo, quando este relgio foi colocado para funcionar pela primeira vez. Otempo comeou com a produo destes seres que so medidos pelo tempo. Antes do incio do tempo no havia nada alm daquele Ser Infinito que habita a eternidade. Se perguntssemos por que Deus no fez omundo antes, apenas escurecer amos o conselho com palavras sem conhecimento. Pois como poderia haver cedo ou tarde na eternidade? E ele o fez no incio do tempo, de acordo com os seus conselhos eternos antes de todo o tempo. Os rabinos judeus tm um ditado que diz que houve sete coisas que Deus criou antes do mundo, que tm apenas o propsito de expres sar a excelncia delas: A lei, o arrependimento, o para so, o inferno, o trono da glria, a casa do santurio, e o nome do Messias. Mas para ns, suficiente dizer: No princpio era oVerbo, Joo 1.1. 2.Aprendamos comisso: (1) Queoatesmo loucura, e os ateus so osmaiores loucos na natureza. Porque eles vem que h um mundo que no poderia se fazei' sozi nho, e, no entanto, no reconhecem que h um Deus que o fez. Sem dvida alguma, eles no tm desculpa, mas o deus deste mundo cegou as suas mentes. (2) Que Deus oSenhor soberano de todos porum direito incontestvel. Se Ele oCriador, sem dvida Ele odono, opropriet rio dos cus e da terra. (3) Que com Deus todas as coisas so possveis. Portanto, feliz o povo que o tem por seu Deus, e cuja ajuda e esperana esperam de seu nome, Salmos 121.2; 124.8. (4) Que o Deus a quem servimos digno de glria e louvor, e exaltado acima de tudo e de todos, Neemias 9.5,6. Se Ele fez o mundo, no precisa dos nossos servios, nem pode ser beneficiado por eles (At 17.24,25). Mesmo assim Ele os requer, e merece o nosso louvor,Apocalipse 4.11. Se todas as coisas so dele, tudo deve ser para Ele. n Aqui est a obra da criao em seu embrio, v. 2, onde temos um relato da primeira matria e do primeiro movimento. 1. Um caos foi a primeira matria. Ela aqui chama da de terra (embora aterra propriamente dita no tenha sido feita at o terceiro dia, v. 10), porque ela se parecia muito comoque depoisfoichamado deterra, mera terra, destituda de seus ornamentos, e era como uma massa pesada e desordenada. Tambm chamado de oabismo, tanto por sua vastido como porque as guas, que foram depois separadas da terra, estavam agora misturadas com ela. A partir desta imensa massa de matria, todos os corpos e at mesmo o firmamento e os cus risveis, foram depois produzidos pelo poder da Palavra Eterna. O Criador poderia ter feito a sua obra perfeita a prin cpio, mas por este processo gradual Ele pode mostrar qual , ordenadamente, omtodo de sua providncia e de sua graa. Observe a descrio deste caos. (1) No havia nele nada desejvel de ser visto, porque era sem forma e vazio. Tohu eBohu, confuso e vazio. Assim estas pa lavras so traduzidas, Isaas 34.11. Ela era sem forma, era intil, no tinha habitantes, no tinha ornamentos, a sombra ou aridez severa das coisas por vir, e no a ima gem das coisas, Hebreus 10.1. A terra quase reduzida mesma condio outra vez pelo pecado do homem, sob o qual a criao geme. Veja Jeremias 4.23: Observei a terra, e eis que estava assolada e vazia. Para aqueles que tm os seus coraes no cu, este mundo inferior, em comparao com o superior, ainda parece ser nada alm de confuso e vazio. No h nenhuma beleza ver dadeira para ser vista, nenhuma plenitude satisfatria para ser desfrutada, nesta terra, mas somente em Deus. (2) Mesmo se houvesse qualquer coisa desejvel para ser vista, no havia luz para v-la. Porque as trevas, tre vas espessas, estavam sobre a face do abismo. Deus no criou estas trevas (como dito que Ele criou as trevas da aflio, Isaas 45.7), porque foi s a falta de luz, a qual no se poderia dizer que faltava at que algo fosse criado para servisto atravs da luz. Nem se precisava reclamar da falta dela, pois no havia nada para ser visto alm da confuso e do vazio. Se a obra da graa na alma uma nova criao, este caos representa o estado de uma alma desgraada e pecadora. H desordem, confuso, e toda obra m. Est vazia de todas as coisas, por que no tem a Deus; escura, a prpria escurido. Esta a nossa condio por natureza, at que a graa poderosa efetue uma mudana bendita. 2.0 Esprito de Deus foioprimeiro a se mover: Ele se movia sobre aface das guas. Quando consideramos ater ra sem forma e vazia, parece-me que ela como ovale re pleto de cadveres e ossos secos. Eles podem viver? Esta massa confusa de matria pode ser formada em um mun do belo? Sim, se um esprito de vida procedente de Deus entrar nele, Ezequiel 37.9. Agora h esperana a respeito disso. Porque o Esprito cle Deus comea a operar, e, se ele operai,quem ou oque impedir? E dito que Deusfez o mundo pelo seu Esprito, Salmos 33.6; J 26.13. E a nova criao realizadapelomesmo trabalhador poderoso. Ele se moveu sobre a face do abismo, como Elias se esten deu sobre a criana morta, assim como a galinhajunta os seus pintainhos debaixo de suas asas, e paira sobre eles, para aquec-los e aliment-los, Mateus 23.37.Assim como a guia agita o seu ninho, e bate as asas sobre os seus fi lhotes (amesmapalavra que usada aqui), Deuteronmio 32.11. Aprendemos, conseqentemente, que Deus no s o autor de todos os seres, mas a fonte de vida e de mo vimento. A matria morta estaria para sempre morta, se Ele no a tivesse estimulado. E torna-se digno de crdito para ns que Deusressuscitasse osmortos. Umpoder que tirou este mundo da confuso, do vazio, e das trevas, no incio do tempo, pode, no fim do tempo, tirar os nossos corpos maus da sepultura, embora ela seja uma terra de 19. w. 3-5 GNESIS 1 4 trevas comoas prprias trevas, e sem qualquer ordem (J 10.22), e pode torn-los corpos gloriosos. A Criao w. -3-5 Temos aqui um outro relato da obra do primeiro dia, no qual observe: 1. Que o primeiro de todos os seres vis veis que Deus criou foi a luz. No que por ela Ele pudes se cuidar da obra (porque tanto as trevas como a luz so semelhantes para Ele), mas que por ela ns pudssemos ver as suas obras e a sua glria nelas, e pudssemos fazer onosso trabalho enquanto dia. As obras de Satans e de seus servos so obras de trevas. Mas aquele que pratica a verdade, e faz obem, vem para a luz, a fim de que as suas obrassejammanifestas,Joo3.21.Aluzagrandebelezae bno douniverso. Como oprimognito de todas as coisas visveis,elaoquemaislembraoseugrande Paiempureza e poder, brilho e beneficncia; de grande afinidade com um esprito, e est prxima a ele. Embora por elavejamos outras coisas, e estejamos certos de que ela , no conhe cemos a sua natureza, nem podemos descrever o que ela , ou por qual caminho a luz repartida, J 38.19,24. Pela viso delasejamos guiados, eajudados,para alcanarmos a contemplao de f Naquele que luz, a luz infinita e eter na (1 Jo 1.5), e o Pai das luzes (Tg 1.17), e que habita em luzinacessvel, 1Timteo 6.16. Na nova criao, aprimeira coisa operada na alma a luz. O Esprito bendito cativa a vontade e os sentimentos iluminando o entendimento, as sim entrando no corao pela porta, como o bom pastor que conhecido pelas ovelhas, enquanto que o pecado e Satans, como ladres e assaltantes, procuram pulai' por outro caminho. Aqueles que pelo pecado so trevas, pela graa se tornam luz no mundo. 2. Que a luz foi feita pela palavra de poder de Deus. Ele disse, Haja luz. Ele desejou e ordenou, e a suavontade foifeita imediatamente. Houve luz, uma cpia exata respondeu idia original na Mente Eterna. OH! O poder da Palavra de Deus! Ele falou e foi feito. Feito realmente, efetivamente, e para a perpetuida de, no apenas em aparncia, e para servila um momento presente, porque Ele ordenou, e ela no cedeu. Com Ele era umdito,umapalavramemorial,eummundo.Apalavra de Deus (isto , a suavontade e oseu bom prazer) rpida e poderosa. Cristo oVerbo, oVerbo essencial e eterno, e por Ele aluzfoiproduzida, porqueneleestava aluz,eEle aluzverdadeira, a luz domundo, Joo 1.9; 9.5.A luz divina que brilha nas almas santificadas operada pelo poder de Deus, pelo poderde suapalavra e doEsprito de sabedoria erevelao, abrindo oentendimento, dissipando anvoada ignorncia e do engano, e dando o conhecimento da glria de Deus na face de Cristo, como a princpio, quando Deus ordenou que a luz brilhasse nas trevas, 2 Corntios 4.6. As trevas estariam perpetuamente sobre a face do homem ca do, se o Filho de Deus no tivesse vindo, e nos dado um entendimento, 1Joo 5.20.3.0 Senhor Deus aprovou a luz que desejou, quando foi produzida. Deus viu que a luz era boa.Foiexatamente comoeleplanejou,eeraadequadapara responder finalidade para a qual ela foicriada. Era til e proveitosa. Omundo, queagora um palcio, teria sidoum calabouo sem ela. Era agradvel e prazerosa. Verdadeira mente suave a luz(Ec 11.7).Ela alegra ocorao, Provr bios 15.30. Deus aprovar e misericordiosamente aceitar aquilo que Ele mesmo ordenar. Ele ficar satisfeito comas obras das suasprpriasmos.Aquilo que realmentebom, oqueforbom aos olhos de Deus, porque Ele nov como ohomemv. Sealuzboa,porque Ele afonte daluz,de quemnsarecebemos, e aquemdevemostodo olouvorpor elaeportodos osservios que fazemos atravs dela!4. Que Deus separou aluzdas trevas, colocando-as deforma ano se juntarem, ou serem conciliadas. Porque, que comunho h da luz comas trevas?, 2 Corntios 6.14. Contudo, Ele di vidiu otempo entre elas, odia para a luz e a noite para as trevas, em uma sucesso constante e regular de cada uma delas. Embora as trevas estivessem agora dissipadas pela luz, elas no foram condenadas a um banimento peiptuo, mas se revezam coma luz, etm oseu lugar, porque tm a suautilidade. Porque, assim como a luz damanhtrata das coisas do dia, as sombras do anoitecer tratam do repouso danoite, epuxam as cortinas sobrens,para quepossamos dormirmelhor.VejaJ 7.2.Deus dessemododividiuotem po entre a luzeastrevas, porque Ele diariamente nosfaria lembrar que este um mundo de misturas, alternncias e mudanas. No cuh luzperfeita e perptua, e no h tre vas. Porm, no inferno, existe uma escurido absoluta. Ali no h sequerumraio de luz. Naquele mundo, entre ocu e oinferno h um grande abismo fixado. Mas, neste mun do,eles se alternam, epassamos diariamente deumpara o outro, para que possamos aprender a esperar igualmente as vicissitudes na providncia de Deus. Paz e transtorno, alegria e tristeza, e para que possamos colocar um contra o outro, nos acomodando s nossas atitudes tanto na luz como nas trevas, dando boas-vindas a ambas, e tirando o mximo proveito de ambas. 5. Que Deus as dividiu uma da outra por nomes distintos: A luz Ele chamou dia, e as trevas, chamou noite. Ele lhes deu nomes, como Senhor de ambas. Porque o dia lhe pertence, e a noite tambm, Salmos 74.16. Ele oSenhor do tempo, e assim ser, at que o dia e a noite cheguem a um fim, e o rio do tempo seja tragado pelo oceano da eternidade. Reconheamos a Deus na sucesso constante de dia e noite, e consagremos ambos para a sua honra, trabalhando para Ele todos os dias e descansando nele todas as noites, e meditando em sua lei de dia e de noite. 6. Que esta foi a obra do primei ro dia, e foi um bom dia de trabalho. A tarde e a manh foram o primeiro dia. A escurido da noite veio antes da luzda manh, para real-la, e enfeit-la, efaz-la brilhar com maior intensidade. Este no s foi oprimeiro dia do mundo, mas o primeiro dia da semana, Eu observo isto para a honra deste dia, porque o novo mundo comeou tambm no primeiro dia da semana, na ressurreio de Cristo, como a luz do mundo, de manh cedo. Nele, o dia que veio do alto visitou o mundo. E seremos felizes, feli zes para sempre, se aquela estrela da manh nascer nos nossos coraes. A Criao w. 6-8 Temos aqui um relato da obra do segundo dia, a criao do firmamento, no qual observe: 1. A ordem de Deus a esse respeito: Haja um firmamento, uma ex tenso. Este o significado da palavra grega, como um 20. o GNESIS 1 w. 9-13 lenol esticado, ou uma cortina puxada. Isto inclui tudo o que visvel acima da terra, entre ela e o terceiro cu: o ar, as regies superiores, do meio, e inferiores do globo celeste, e todas as esferas e rbitas da luz aci ma. O alcance to alto quanto olugar onde as estrelas esto fixadas, porque aqui chamado de firmamento do cu (w. 14,15), e to baixo quando o lugar onde as aves voam, porque tambm chamado de firmamento do cu, v. 20. Quando Deus fez a luz, designou oar para ser oreceptculo e veculo de seus raios, e para ser um meio de comunicao entre omundo invisvel e ovisvel. Porque, embora entre ocu e a terra haja uma distncia inconcebvel, no h um abismo intransponvel, como h entre o cu e o inferno. Este firmamento no uma parede de diviso, mas um meio de comunicao. Veja J 26.7; 37.18; Salmos 104.3 e Ams 9.6. 2. A sua cria o. Para que no parecesse que Deus tivesse apenas ordenado que fosse feito, e que outra pessoa a fizesse, ele acrescenta: E Deus fez o firmamento. O que Deus exige de ns, Ele mesmo opera em ns. Caso contrrio, nada feito. Aquele que ordena a f, a santidade e o amor, cria-os pelo poder da sua graa que acompanha a sua palavra, de forma que Ele possa ter todo o louvor. Senhor, d-nos aquilo que tu ordenaste, e ento ordene o que te agrade. E dito que o firmamento a obra dos dedos de Deus, Salmos 8.3. Embora a vastido de sua extenso declare que a obra do seu brao estendido, a admirvel excelncia de sua constituio mostra que ela uma curiosa obra de arte, a obra de seus dedos. 3. Ouso e projeto de se dividir as guas das guas, isto , distinguir entre as guas que ficam envoltas nas nuvens e aquelas que cobrem omar, as guas no ar e aquelas na terra. Veja a diferena entre estas duas guas que so cuidadosamente observadas, Deuteronmio 11.10,11, onde Cana relatada aqui em preferncia ao Egito. O Egito foi umedecido e tornado frutfero com as guas que esto debaixo do firmamento, sim, o orvalho do cu, que no espera pelos filhos dos homens, Miquias 5.7. Deus tem, no firmamento do seu poder, cmaras ou depsitos de onde Ele molha a terra, Salmos 104.13; 65.9,10. Ele tambm possui tesouros, ou depsitos de neve e granizo, os quais Ele tem reservado para os dias de batalhas e guerras, J 38.22,23. OH! Que grande Deus aquele que assim tem suprido para o conforto de todos aqueles que o servem, e para a confuso de todos aqueles que o odeiam! E bom t-lo como amigo, porm e terrvel t-lo como inimigo. 4. A atribuio de nomes. Ele chamou o firmamento de cu. Este o cu visvel, o pavimento da cidade santa; dito que Deus tem o seu trono acima do firmamento (Ez 1.26), porque Ele o preparou nos cus. Por esta razo foi dito que os cus dominam, Daniel 4.26. No est Deus nas alturas do cu?, J 22.12. Sim, Ele est, e devemos ser levados pela contemplao dos cus que esto nossavista para que consideremos o Pai que est no cu. A altura dos cus deve nos fazer lembrar da supremacia de Deus e da distncia infinita que h entre ns e Ele. O brilho dos cus e a sua pureza devem nos fazer lembrar de sua glria, majestade, e perfeita santidade. A vastido dos cus, a abrangncia da terra, e a influncia que eles tm sobre ela, devem nos fazer lembrar de sua imensido e providncia universal. A Criao w. 9-13 A obra do terceiro dia narrada nestes versculos sobre a formao do mar e da terra seca, e da formao da terra frutfera. At este ponto opoder do Criador foi exercido e empregado na parte superior do mundo vi svel. A luz do cu foi acesa, e o firmamento do cu foi fixado. Mas agora Ele desce para o seu mundo inferior, a terra, que foi criada para os filhos dos homens, criado tanto para a sua habitao como para a sua manuteno. E aqui temos um relato da preparao dela para ambos os propsitos, e da edificao de sua casa e da colocao de sua mesa. Observe: I Como a terra foi preparada para ser uma habita o para o homem, juntando as guas, e fazendo surgir a terra seca. Desse modo, em vez da confuso que havia (v. 2) quando a terra e a gua estavam mis turadas em uma nica grande massa, eis, agora, que h ordem, tornando-as teis por esta separao. Deus disse: Que assim seja. E assim foi. Dito e feito. 1. As guas que haviam coberto a terra receberam a ordem de recuar, e se juntar em um nico lugar, ou seja, na queles espaos que eram adequados e foram designa dos para sua recepo e repouso. As guas ento afas tadas, ento recolhidas, e ento alojadas em seu lugar prprio, Ele chamou mares. Embora eles sejam mui tos, em regies distantes, e banhando vrias praias, seja na superfcie ou no subterrneo, h uma comu nicao entre uns e outros, e assim so um s, e o re ceptculo comum das guas, para o qual todos os rios fluem, Eclesiastes 1.7. As guas e os mares freqente mente, na escritura, significam dificuldades e aflies, Salmos 42.7; 69.2,14,15. O prprio povo de Deus no est isento destas coisas neste mundo. Mas o seu con forto que elas so apenas guas que esto debaixo do cu (no h estas coisas no cu), e que todas elas esto no lugar que Deus designou. E assim, elas devem ficar dentro dos limites que o Senhor estabeleceu para elas. Como as guas foram reunidas no princpio, e como elas ainda permanecem limitadas pelo mesmo Poder que as confinou em primeiro lugar, elas so descritas de um modo elegante, Salmos 104.6-9, e so ali mencionadas como um motivo de louvor. Aqueles que descem ao mar em navios deveriam reconhecer diariamente a sabedo ria, opoder e abondade do Criador, ao fazer as grandes guas teis para o homem para o comrcio. E aqueles que permanecem em casa devem se considerar devedo res quele que mantm o mar com bloqueios, e portas no lugar decretado. E segura as suas ondas orgulhosas, J 38.10,11. 2. A terra seca surgiu e emergiu das guas, e foi chamada terra, e entregue aos filhos dos homens. Alguns entendem que parece que a terra j existia an tes, mas no tinha utilidade, porque estava submersa. Assim, muitos dos dons de Deus so recebidos em vo, porque esto enterrados. Faa-os aparecer, e eles se tornaro teis. Ns que, at hoje, desfrutamos o bene fcio da terra seca (embora, desde que foiinundada uma vez e ento seca outra vez) devemos nos considerar in quilinos e dependentes de Deus, pois as Suas mos for maram a terra seca, Salmos 95.5; Jonas 1.9. 21. w. 14-19 GNESIS 1 6 n Como a terra foi suprida e adequada para a manu teno e sustento do homem, w. 11,12. Uma provi so presente foi feita agora pelos produtos imediatos da terra que, em obedincia ordem de Deus, foram feitos no mesmo instante em que se tornou frutfera, e gerou erva para o gado e para servir ao homem. Uma proviso foifeita igualmentepara otempo futuro, pelaperpetuao de diversos tipos de vegetais, que so numerosos, varia dos, e todos curiosos, e cada um tendo a sua semente em si conforme oseu tipo. Durante a continuidade do homem sobre a terra, os alimentos devem ser tirados da terra para o seu uso ebenefcio. Senhor, oque ohomem, para que seja assim visitado e considerado com tal cuidado, e feitatalprovisopara osustento eapreservao daquelas vidas culpadas e ofensivas que sem dvida perderam os seus direitos! Observe aqui: 1. Que no s a terra que do Senhor, mas tambm a sua plenitude, e que Ele o proprietrio de direito e o distribuidor soberano, no s disto, mas de tudo o que a compe. A terra era vazia (v. 2), mas, agora, pelo poder da Palavra, tornou-se repleta das riquezas de Deus e elas so suas. Seu gro e seu mos to, sua l e seu linho, Osias 2.9. Embora o uso de tudo isto nos seja permitido, a propriedade permanece sendo dele, e tudo deve ser usado para o seu servio e honra. 2. Que a providncia comum uma criao continua, e nela o nosso Pai trabalha at agora. A terra ainda per manece sob a eficcia de sua ordem, para gerar a erva do campo e os seus produtos anuais. E embora - de acordo com o curso comum da natureza - estes no sejam mi lagres regulares, so, porm, casos constantes do poder incansvel e da bondade incessante do grande Criador e Senhor do mundo. 3. Que embora Deus regularmente faa uso da instrumentalidade de causas secundrias, de acordo com a natureza delas, Ele no precisa delas nem est preso a elas. Porque, embora os frutos preciosos da terra sejam geralmente produzidos pela influncia do sol e da lua (Dt 33.14), aqui encontramos a terra possuindo uma grande abundncia de frutos, provavelmente frutos maduros, antes que o sol e a lua fossem criados. 4. Que bom provermos as coisas necessrias antes de termos a oportunidade de us-las. Antes que os animais e ohomem fossem feitos, havia aqui a erva do campo preparada para eles. Deus assim lidou comohomem deforma sbia ebon dosa. Que o homem no seja, portanto, tolo e insensato consigo mesmo. 5. Que Deus deve ter a glria de todo o beneficio que recebemos dos produtos daterra, seja como alimento ouremdio. E Ele que ouve os cus quando eles ouvem a terra, Osias 2.21,22. E se tivermos, atravs da graa,um interesse Naquele que afonte,poderemos nos alegrar nele quando as correntes se secarem e a figueira no florescer. A Criao w. 14-19 Esta a histria da obra do quarto dia, a criao do sol, da lua e das estrelas, que so aqui explicados, no como eles so em si mesmos e em sua prpria natureza, para satisfazer os curiosos, mas como so em relao a esta terra, ao qual servem como luminares. E isto sufi ciente para nos dar motivos de louvor e aes de graas. Olivro de J mencionaisto comoum exemplo doglorioso poder de Deus, que pelo seu precioso Esprito adornou os cus (J 26.13). E aqui temos um relato deste orna mento que no somente a beleza do mundo exterior, mas da bno deste mundo inferior. Porque embora o cu seja elevado, ele tem respeito por esta terra. E, por tanto, deve receber respeito dela. Da criao dos lumina res do cu temos um relato: IGeral, w. 14,15, onde temos: 1.A ordem dada com re lao a eles: Haja luminares no firmamento do cu. Deus havia dito, Haja luz (v. 3), e houve luz. Mas esta era um caos de luz, pois era dispersa e confusa. Mas agora estava reunida e modelada, e transformada em vrios lu minares, e assim passou a ser mais gloriosa e til. Deus o Deus de ordem, e no de confuso. E, como Ele luz, ento Ele oPai e oformador dos luminares. Estes lumi nares deveriam estar no firmamento do cu, aquela vasta expanso que engloba a terra, e visvel a todos. Porque nenhum homem, quando acende uma candeia, a colocade baixo da cama, mas no velador (Lc S.16). E ofirmamento do cu um majestoso velador de ouro, a partir do qual estas candeias do luz a todos os que esto na casa. Fala- se dofirmamento em sicomotendo um brilhoprprio (Dn 12.3), mas isto no era suficiente para dar luz terra. E talvez por esta razo no se fale expressamente da obra do segundo dia, no qual o firmamento foi feito, e que foi bom, porque, at ser adornado com estes luminares no quarto dia, este no tinha se tornado til para o homem. 2. A utilidade que lhes fora designada para esta terra. (1) Eles devem serpara a distino dostempos, de diaenoite, vero e inverno, que so intercambiveis pelo movimento do sol que aonascer faz odia e, ao se pr, faz a noite, cuja aproximao em direo ao nosso trpico faz overo, e o seu recuo faz o inverno. E assim, h tempo para todo o propsito debaixo do sol, Eclesiastes 3.1. (2) Eles devem ser para a orientao das aes. Eles so para ossinais da mudana do tempo, para que olavrador possa ordenar os seus assuntos com discernimento, prevendo, pela face do cu, quando as causas secundrias comeam a trabalhar, se otempo ser bom ouruim, Mateus 16.2,3.Eles tambm doluz sobre a terra, para que possamos andar (Jo 11.9)e trabalhar (Jo 9.4), de acordo com odeverque cada diaexi ge. Osluminares docu nobrilham para simesmos, nem para omundo dos espritos acima,que noprecisam deles. Mas eles brilham para ns, para onosso prazer e benef cio.Senhor, oque ohomem,para quesejaassim conside rado! Salmos 8.3,4. Como somos ingratos e inescusveis, sabendo que Deus colocou estes luminares para que por meio deles pudssemos trabalhar, dormssemos, brincs semos, ou desperdissemos otempo em que poderamos estar desenvolvendo alguma atividade, e atmesmo negli gencissemos a grande obra para a qual fomos enviados aomundo! Os luminares do cu so feitos para nos servir, e eles o fazem fielmente, e brilham em sua estao, sem falhar. Mas ns somos colocados como luminares neste mundo para servir aDeus. Mas ser que correspondemos damesma maneira finalidadepara a qualfomoscriados? No, no ofazemos, a nossa luz no brilha diante de Deus como seus luminares brilham diante de ns, Mateus 5.14. Queimamos as candeias donosso Mestre, mas no nos im portamos coma obra do nosso Mestre. 22. 7 GNESIS 1 w. 20-23 Particular, w. 16-18. 1. Observe que os luminares do cu so osol, a lua e as estrelas. E todos eles so obra das mos de Deus. (1) O sol o maior de todos os luminares, mais de um milho de vezes maior do que a terra, e o mais glorioso e til de todos os luminares do cu, um exemplo extra ordinrio da sabedoria, poder e bondade do Criador, e uma bno valiosa para as criaturas deste mundo in ferior. Aprendamos com o Salmo 19.1-6 como devemos dar a Deus a glria devida ao seu precioso nome, como o Criador do sol. (2) A lua um luminar menor, contudo aqui considerado um dos maiores luminares, porque embora em relao sua magnitude e luz emprestada seja inferior a muitas das estrelas, pela virtude de sua funo, como governante da noite, e em respeito sua utilidade para a terra, ela mais excelente que as estre las. Estas so muito valiosas por serem muito teis. E so os maiores luminares. No que tenham os melhores dons, mas porque humildemente fazem o melhor com eles. Todo aquele que quiser, entre vs, fazer-se grande, que seja vosso servial, Mateus 20.26. (3) Ele tambm fez as estrelas, que so aqui mencionadas como parecem aos olhos vulgares, sem distinguir entre os planetas e as estrelas fixas, ou explicar o seu nmero, natureza, lugar, magnitude, movimentos, ou influncias. Porque as escrituras foram escritas, no para satisfazer a nossa curiosidade e tornar-nos astrnomos, mas para nos levar a Deus, e nos tornar santos. Agora dito que estes lu minares governam (w. 16,18). No que elas tenham um domnio supremo, como tem Deus, mas elas governam sujeitas ao Senhor. Aqui se diz que o luminar menor, a lua, governa a noite. Mas no Salmo 136.9 as estrelas so mencionadas como participantes deste governo. A lua e as estrelas para presidirem a noite. Nenhum outro pro psito apresentado alm de dar luz, Jeremias 31.35. O modo melhor e mais honrado de governar dando luz e fazendo obem. Estes astros merecem respeito por vive rem uma vida til, brilhando como luminares. 2. Aprendemos com tudo isto: (1) O pecado e a lou cura da antiga idolatria, a adorao ao sol, lua e s es trelas, que, alguns pensam, surgiu, oupelomenos parece que surgiu, de algumas tradies rompidas na era pa triarcal a respeito do governo e domnio dos luminares do cu. Mas o relato dado aqui a respeito deles mostra claramente que so tanto criaturas de Deus quanto ser vos do homem. Portanto, uma grande afronta a Deus e uma atividade grandemente reprovvel fazer deles di vindades e dar-lhes honras divinas. Veja Deuteronmio 4.19. (2) O dever e a sabedoria de adorar diariamente ao Senhor Deus que fez todas estas coisas, e as fezpara que sejam para ns aquilo que elas so. As rotaes do dia e da noite nos obrigam a oferecer sacrifcios solenes de orao e louvor a cada manh e a cada anoitecer. A Criao w. 20-23 A cada dia, at agora, foram produzidos seres muito preciosos e excelentes, os quais nunca podemos admi rar suficientemente. Mas no lemos sobre a criao de qualquer criatura vivente at o quinto dia, do qual estes versculos nos do um relato. A obra da criao no s prosseguiu gradualmente de uma coisa para outra, mas surgiu e avanou gradualmente daquilo que era menos excelente para aquilo que era mais excelente, nos en sinando a avanar na direo da perfeio e do esforo para que as nossas ltimas obras possam ser as melho res obras. Foino quinto dia que ospeixes e as aves foram criadas, e ambos a partir das guas. Embora haja um s tipo de carne dos peixes, e um outro das aves, elas foram feitas juntas, e ambas a partir das guas. Porque o poder da primeira causa pode produzir efeitos muito diferentes das mesmas causas secundrias. Observe: 1. A formao dos peixes e das aves, no princpio, w. 20,21. Deus ordenou que eles fossem produzidos. OSenhor dis se: Que as guas produzam em abundncia. No como se as guas tivessem qualquer poder produtivo em si, mas: Que as guas produzam seres, peixes nas guas e aves fora delas. Esta ordem Ele mesmo executou: Deus criou grandes baleias, etc. Insetos, que talvez se jam to variados e numerosos quanto qualquer espcie de animais, e a estrutura deles, curiosamente, fizeram parte da obra deste dia, alguns deles sendo associados aos peixes e outros s aves. O Sr. Boyle (eu me lembro) diz que ele admira a sabedoria e opode do Criador tan to em uma formiga como em um elefante. Nota-se aqui vrios tipos de peixes e aves, cada um com a sua espcie, e ogrande nmero de ambos que foram produzidos, por que as guas produziram em abundncia. E se menciona particularmente as grandes baleias, o maior dos seres aquticos, cuja corpulncia e fora, que excedem a de qualquer outro animal, so provas notveis do poder e da grandeza do Criador. A expressa observao que se faz da baleia, acima de todos os demais, parece suficien te para determinar de que animal se trata o Leviat, J 41.1.Aformao curiosa dos corpos dos animais, seus ta manhos, formas e naturezas diferentes, com os poderes admirveis da rida sensvel com a qual eles so revesti dos, quando devidamente considerados, servem, no s para calar e envergonhar as objees dos ateus e infiis, mas para elevar os pensamentos e louvores de Deus nas almas piedosas e devotas, Salmos 104.25ss. 2. A bno deles, em benefcio de sua continuidade. A vida pode ser mal utilizada, desperdiada e at mesmo perdida. A sua fora no a mesma fora das pedras. Ela como uma vela que se acabar, se no for primeiramente apagada. Portanto, o sbio Criador no s fez os indivduos, mas supriu tudo o que era necessrio para a propagao de vrias espcies. Deus os abenoou, dizendo, Frutificai, e multiplicai-vos, v. 22. Deus abenoar as suas prprias obras, e no as abandonar. E aquilo que Ele faz dura r perpetuamente, Eclesiastes 3.14. O poder da provi dncia de Deus preserva todas as coisas, assim como o seu poder criador as produziu no incio. A fertilidade o efeito da bno de Deus e deve ser atribuda a ela. A multiplicao dos peixes e das aves, de ano a ano, ainda fruto desta bno. Bem, vamos dar a Deus a glria que lhe devida pela continuidade destas criaturas at hoje, pois elavisa obenefcio dohomem. VejaJ 12.7,9. E uma pena que recreaes de pesca e caa, inocentes em si, sejam abusadas fazendo com que as pessoas se afastem de Deus e de suas obrigaes. Mas possvel aperfeio- las de forma que sejamos levados contemplao da sa 23. w. 24,25 GNESIS 1 bedoria, do poder, e da bondade Daquele que fez todas estas coisas, levando-nos a temer ao Senhor, assim como os peixes e as aves se sentem em relao a ns. A Criao w. 24,25 Temos aqui a primeira parte da obra do sexto dia. O mar foi, no dia anterior, cheio com os seus peixes, e o ar com as suas aves. E neste dia foram feitas as bestas-feras daterra, ogado, e osrpteis quepertencem terra. Aqui, como antes: 1. O Senhor proferiu a sua Palavra. Ele dis se, Produza a terra, no como se a terra tivesse alguma virtude prolfica para produzir estes animais, ou como se Deus entregasse oseu poder criador aela. Mas: Produza a terra alma vivente conforme a sua espcie, de acordo com o projeto que foi estabelecido nos conselhos divinos a respeito de sua criao. 2. Ele tambm fez a obra. E os fez a todos conforme a sua espcie, no s de diversas formas, mas de diversas naturezas, maneiras, alimenta o e aspectos. Alguns para serem domesticados aoredor da casa, outros para serem selvagens nos campos. Alguns vivendo da erva do campo, outros da carne. Alguns ino fensivos, outros venenosos. Alguns corajosos, e outros tmidos. Alguns para o servio do homem, e no para o seu sustento, como o cavalo. Outros para o seu sustento, e no para o seu servio, como as ovelhas. Outros para as duas coisas, como oboi, e outros para nenhuma das duas, como os animais selvagens. Em tudo isto se manifesta a multiforme sabedoria do Criador. A Criao w. 26-28 Temos aqui a segunda parte da obra do sexto dia, a criao do homem, o que somos, de um modo especial, interessados em observar, para que possamos conhecer a ns mesmos. Observe: I Que ohomem foi a ltima de todas as criaturas a ser feita, para que no pudesse sei' suspeito de ter, de alguma forma, ajudado Deus na criao do mundo. H uma pergunta que deve ser sempre humilhante e mor tificante para o homem: Onde estavas tu - ou qualquer da tua espcie - quando eu fundava a terra?, J 88.4. No entanto, foi tanto uma honra como um favor ao homem ter sido feito por ltimo. Uma honra, porque o mtodo da criao era avanar a partir daquilo que era omenos perfeito para aquilo que era o mais perfeito. E um favor, porque no seria adequado que o homem fosse alojado no palcio criado para ele, at que tudo estivesse com pletamente preparado para a sua recepo. O homem, to logo foi feito, teve toda a criao visvel diante de si, tanto para contemplar como para ter o conforto. O ho mem foi feito no mesmo dia que os animais foram feitos, porque o seu corpo foi feito da mesma terra que o deles. E enquanto ele estiver no corpo, habitar na mesma ter ra com eles. Que Deus nos guarde de que na busca da satisfao da carne e das suas c