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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma 57ª aula: Instituição dos diáconos Textos complementares GEAEL Aula 57 — Entre muitas, a lição que fica: Se os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos do espírito, seu envoltório perispirítico, que é parte constituinte do seu ser, que recebe diretamente e de modo permanente a impressão dos seus pensamentos, deve guardar, mais ainda, a marca das suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelas emanações dos maus espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujo perispírito, porém, continuará a ser como é, enquanto o próprio espírito não se modificar. A Gênese — Allan Kardec Ação dos espíritos sobre os fluidos. Criações fluídicas. Fotografia do pensamento 13. Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; é o elemento de onde extraem os materiais sobre os quais operam; é o meio onde acontecem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e ao ouvido do espírito, e que escapam aos sentidos carnais, impressionados somente pela matéria tangível; o meio onde se forma a luz própria do mundo espiritual, que difere da luz comum pela causa e pelos efeitos; é, enfim, o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som. 14. Os espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os, como os homens manipulam os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os espíritos o que a mão é para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem a esses fluidos esta ou aque- la direção; eles os aglomeram, os combinam ou dispersam; com eles formam conjuntos que têm uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam-lhes as propriedades como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo determinadas leis. É a grande ofici- na, ou laboratório, da vida espiritual. Às vezes, essas transformações são o resultado de uma intenção; frequentemente, são o produto de um pensamento inconsciente; basta que o espírito pense numa coisa para que essas coisa se produza, como basta que se entoe uma ária para que essa ária repercuta na atmosfera. É assim, por exemplo, que um espírito se mostra diante de um encarnado dotado da vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivia na época em que este o conheceu, mesmo que tenha tido depois várias encarnações. Apresenta-se com o traje, os sinais exteriores – defeitos físicos, cicatrizes, membros amputados etc. – que tinha então; um decapitado se apresentará sem a cabeça. Isso não significa que tenha conservado essas aparências; certamente não, porque, como espírito, ele não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; mas, por seu pensamento ter-se reportado à época em que era assim, seu perispírito toma- lhes instantaneamente as aparências, que ele abandona, também instantaneamente, assim que o pensamento deixa de atuar. Se, pois, ele foi negro uma vez, e noutra branco, conforme a encarnação sob a qual for evocado, e à qual seu pensamento se reportar, ele se apresentará como negro, ou como branco. Por um efeito idêntico, o pensamento do espírito cria fluidicamente os objetos com que tenha o hábito de lidar: um avarento manejará ouro, um militar terá suas armas e seu uniforme, um fumante, seu cachimbo, um lavrador, seu arado e seus bois, uma senhora idosa, a sua roca de fiar. Para o espírito, sendo ele próprio fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais como o eram, no estado material, para o homem vivo; mas, exatamente por serem criados pelo pensamento, sua existência é tão fugaz quanto a dele. 1 15. Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som atua sobre o ar; os fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se então dizer, realmente, que, nesses fluidos, há ondas e ema- nações de pensamento, que se cruzam sem misturar-se, como existem no ar ondas e emanações sonoras. Há mais: Criando imagens fluídicas , o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho; aí ele toma corpo e, de certo modo, se fotografa. Por exemplo, caso um homem tenha a ideia de matar outro, por mais impassível que seu corpo material esteja, seu corpo fluídico é acionado pelo pensamento, que lhe reproduz todas as nuances; ele execu- 1 Revista Espírita, julho de 1859. O Livro dos Médiuns, cap. VIII.

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Page 1: Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira · Aula 57 — Entre muitas, a lição que fica: Se os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos do espírito,

Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

57ª aula: Instituição dos diáconosTextos complementares

GEAEL

Aula 57 — Entre muitas, a lição que fica:Se os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos do espírito, seu envoltório perispirítico, que é parte constituinte do seu ser, que recebe diretamente e de modo permanente a impressão dos seus pensamentos, deve guardar, mais ainda, a marca das suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelas emanações dos maus espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujo perispírito, porém, continuará a ser como é, enquanto o próprio espírito não se modificar.

A Gênese — Allan Kardec

Ação dos espíritos sobre os fluidos. Criações fluídicas. Fotografia do pensamento

13. Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; é o elemento de onde extraem os materiais sobre os quais operam; é o meio onde acontecem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e ao ouvido do espírito, e que escapam aos sentidos carnais, impressionados somente pela matéria tangível; o meio onde se forma a luz própria do mundo espiritual, que difere da luz comum pela causa e pelos efeitos; é, enfim, o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som.

14. Os espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os, como os homens manipulam os gases, mas com o auxílio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os espíritos o que a mão é para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem a esses fluidos esta ou aque-la direção; eles os aglomeram, os combinam ou dispersam; com eles formam conjuntos que têm uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam-lhes as propriedades como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo determinadas leis. É a grande ofici-na, ou laboratório, da vida espiritual.

Às vezes, essas transformações são o resultado de uma intenção; frequentemente, são o produto de um pensamento inconsciente; basta que o espírito pense numa coisa para que essas coisa se produza, como basta que se entoe uma ária para que essa ária repercuta na atmosfera.

É assim, por exemplo, que um espírito se mostra diante de um encarnado dotado da vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivia na época em que este o conheceu, mesmo que tenha tido depois várias encarnações. Apresenta-se com o traje, os sinais exteriores – defeitos físicos, cicatrizes, membros amputados etc. – que tinha então; um decapitado se apresentará sem a cabeça. Isso não significa que tenha conservado essas aparências; certamente não, porque, como espírito, ele não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; mas, por seu pensamento ter-se reportado à época em que era assim, seu perispírito toma-lhes instantaneamente as aparências, que ele abandona, também instantaneamente, assim que o pensamento deixa

de atuar. Se, pois, ele foi negro uma vez, e noutra branco, conforme a encarnação sob a qual for evocado, e à qual seu pensamento se reportar, ele se apresentará como negro, ou como branco.

Por um efeito idêntico, o pensamento do espírito cria fluidicamente os objetos com que tenha o hábito de lidar: um avarento manejará ouro, um militar terá suas armas e seu uniforme, um fumante, seu cachimbo, um lavrador, seu arado e seus bois, uma senhora idosa, a sua roca de fiar. Para o espírito, sendo ele próprio fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais como o eram, no estado material, para o homem vivo; mas, exatamente por serem criados pelo pensamento, sua existência é tão fugaz quanto a dele.1

15. Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som atua sobre o ar; os fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se então dizer, realmente, que, nesses fluidos, há ondas e ema-nações de pensamento, que se cruzam sem misturar-se, como existem no ar ondas e emanações sonoras.

Há mais: Criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho; aí ele toma corpo e, de certo modo, se fotografa. Por exemplo, caso um homem tenha a ideia de matar outro, por mais impassível que seu corpo material esteja, seu corpo fluídico é acionado pelo pensamento, que lhe reproduz todas as nuances; ele execu-1 Revista Espírita, julho de 1859. O Livro dos Médiuns, cap. VIII.

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ta fluidicamente o gesto, o ato que tem a intenção de executar; o pensamento cria a imagem da vítima, e a cena inteira se pinta, como num quadro, exatamente como está no seu espírito.

É assim que os movimentos mais secretos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler em outra alma como num livro, e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, ao ver-lhe a intenção, ela pode pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode precisar o momento em que tal ato se consu-mará, porque circunstâncias posteriores podem modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ela não pode ver o que ainda não está no pensamento; o que vê é a preocupa-ção habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, suas intenções, boas ou más.

Qualidade dos fluidos

16. A ação dos espíritos sobre os fluidos espirituais tem consequências de uma importância direta e capital para os encarnados. A partir do instante que esses fluidos são o veículo do pensamento, que o pensamento pode modificar-lhes as pro-priedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qua-lidades boas ou más dos pensamentos que os põem em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus pensamentos poluem os fluidos espirituais, como os miasmas deletéreos poluem o ar respirável. Os fluidos que envolvem os espíritos maus, ou que eles projetam, são, pois, viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons espíritos são tão puros quanto o grau de perfeição deles o comporta.

17. Seria impossível enumerar ou classificar os bons e os maus fluidos, ou especificar-lhes as respectivas qualidades, visto que sua diversidade é tão grande quanto a dos pensamentos.

Os fluidos não possuem qualidades peculiares, e sim as que adquirem no meio em que se elaboram; modificam-se pelas emanações desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, essas qualidades, como o ar e a água, são tem-porárias ou permanentes, o que as torna mais especialmente adequadas à produção de determinados efeitos.

Os fluidos também não têm denominações especiais; como os odores, são designados por suas propriedades, por seus efeitos e por seu tipo original. No tocante à moral, tra-zem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de brandura etc.; sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, constrangedores, irritantes, suavizantes, soporíficos, narcó-ticos, tóxicos, reparadores, excretores; tornam-se força de transmissão, de propulsão etc. O quadro dos fluidos seria, portanto, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da humanidade, e das propriedades da matéria correspondentes aos efeitos que eles produzem.

18. Sendo espíritos encarnados, os homens têm, em parte, prerrogativas da vida espiritual, pois vivem dessa vida tanto quanto da vida corporal: inicialmente, durante o sono,

e muitas vezes no estado de vigília. Ao encarnar, o espírito conserva seu perispírito, com as qualidades que lhe são próprias, e, como se sabe, não fica circunscrito pelo corpo, mas se desloca ao seu redor e o envolve com uma espécie de atmosfera fluídica.

Por sua união íntima com o copo, o perispírito desempe-nha um papel preponderante no organismo; por sua expan-são, ele põe o espírito encarnado em comunicação mais direta com os espíritos livres e também com os espíritos encarnados.

O pensamento do espírito encarnado atua sobre os flui-dos espirituais, como o dos espíritos desencarnados; ele se transmite de espírito a espírito pela mesma via, e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.

Se os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos do espírito, seu envoltório perispirítico, que é parte constituinte do seu ser, que recebe diretamente e de modo per-manente a impressão dos seus pensamentos, deve guardar, mais ainda, a marca das suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelas emanações dos maus espíritos podem depurar-se pelo afastamento destes, cujo perispírito, porém, continuará a ser como é, enquanto o próprio espírito não se modificar.

Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quanto, por sua expansão e por sua irradiação, venha a confundir-se com eles.

Quando esses fluidos atuam sobre o perispírito, este, por sua vez, reage sobre o organismo material com o qual se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de natureza boa, o corpo tem uma sensação benéfica; se são maus, a sensação é incômoda; se os maus são permanentes e fortes, podem determi-nar perturbações físicas: não é outra a causa de certas doenças.

Os meios em que os maus espíritos proliferam são, pois, impregnados de maus fluidos, que absorvemos por todos os poros do perispírito, como absorvemos pelos poros do corpo os miasmas pestilentos.

19. Assim se explicam os efeitos que se produzem nos locais de reunião. Uma assembleia é um foco de irradiação de pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos onde cada um emite a sua nota. Daí resulta uma profusão de correntes e de emanações fluídicas de que cada qual recebe a impressão através do sentido espiritual, como num coro musical cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição.

Mas, assim como existem emanações sonoras harmô-nicas, ou dissonantes, também há pensamentos harmônicos e divergentes. Se o conjunto é harmonioso, a impressão é agradável; se é discordante, a impressão é incômoda. Ora, para isso não é necessário que o pensamento seja traduzido em palavras; quer ele se exteriorize, ou não, a emanação fluídica não deixa de existir.

Esta é a causa da sensação de bem-estar que nos envol-ve numa reunião em que todos os presentes têm afinidade e estão animados de pensamentos bons e generosos; nela reina uma espécie de atmosfera moral saudável, onde se respira à

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vontade; saímos dela reconfortados, por estarmos impregna-dos de eflúvios fluídicos benéficos. Mas, se ali se misturam alguns pensamentos maus, eles produzem o efeito de uma corrente de ar gelado num ambiente aquecido, ou de uma nota desafinada num concerto. Assim se explicam também a ansiedade, o indefinível mal-estar que sentimos num meio antipático, onde pensamentos maldosos provocam algo seme-lhante a correntes de ar nauseabundo.

20. O pensamento produz, pois, uma espécie de efeito físico que influi no moral; é o que só o espiritismo podia explicar com clareza. O homem o sente instintivamente, já que procura as reuniões homogêneas e simpáticas, onde sabe que pode buscar novas forças morais; poder-se-ia dizer que nelas ele compensa as perdas fluídicas que sofre diariamente pela irradiação do pensamento, do mesmo modo que, pelos alimentos, compensa as perdas do corpo material. É que, realmente, o pensamento é uma emissão que causa uma perda real de fluidos espirituais e, consequentemente, de fluidos materiais, de modo que o homem precisa revigorar-se com os eflúvios que recebe do exterior.

Quando se diz que um médico cura seu paciente com boas palavras, está-se absolutamente certo, pois um pensa-mento bondoso traz consigo fluidos reparadores que atuam tanto sobre o físico quanto sobre o moral.

21. Sem dúvida, dir-se-á que é possível evitar os homens sabidamente mal-intencionados, mas como escapar da influ-ência dos maus espíritos que pululam ao redor de nós e se insinuam sem serem notados?

O meio é bem simples, pois só depende da vontade do homem, que traz em si a necessária prevenção. Os fluidos se combinam devido à semelhança da sua natureza; Os fluidos dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos, tal como entre o óleo e a água.

Que se faz quando o ambiente está empestado? Saneia-se, limpa-se esse ambiente, eliminando o foco pestilento, expulsando as emanações malsãs através de correntes mais fortes de ar salubre. À invasão dos maus fluidos deve-se, então, opor bons fluidos; e, como cada um tem no seu peris-pírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio; trata-se apenas de purificar essa fonte e dar-lhe qua-lidades tais, que sejam para as más influências um repelente, e não uma força atrativa. O perispírito é, pois, uma couraça à qual se deve dar a maior rigidez possível; ora, como as qualidades do perispírito são proporcionais às qualidades da alma, todos devem trabalhar para seu aperfeiçoamento, pois são as imperfeições da alma que atraem os mais espíritos.

As moscas vão para onde focos de podridão as atraem; destruí esses focos, e as moscas desaparecerão. Do mesmo modo, os maus espíritos vão para onde o mal os atrai; destruí o mal, e eles se afastarão. Os espíritos realmente bons, encar-nados ou desencarnados, nada têm a temer da influência dos maus espíritos.

A GêneseAllan Kardec

Com você mesmo

Meu amigo, você clama contra as dificuldades do mundo, mas será que você já pensou nas facilidades em suas mãos ?

Observemos:Você concorre, em tempo determinado, para exonerar-

se da multa legal, com expressiva taxa de consumo de luz e força elétricas; todavia, a usina solar que lhe fornece cla-ridade, calor e vida, nem é assinalada comumente pela sua memória...

Você salda, periodicamente, largas contas relativas ao gasto de água encanada; no entanto, nem se lembra da gra-tuidade da água das chuvas e das fontes a enriquecer-lhe os dias...

Você estipendia na feira, com apreciáveis somas, todo gênero alimentício que lhe atenda ao paladar; contudo, o oxi-gênio — elemento mais importante a sustentar-lhe o organis-mo — é utilizado em seu sangue sem pesar-lhe no orçamento com qualquer preocupação...

Você resgata com a loja novos débitos, cada vez que re-nova o guarda-roupa, e, apesar disso, nunca inventariou os bens que deve ao Corpo de carne a resguardar-lhe o Espíri-to...

Você remunera o profissional especializado pela adap-tação de um só dente artificial: entretanto, nada despendeu para obter a dentadura natural completa...

Você compra a drágea medicamentosa para leve dor de cabeça; todavia, recebe de graça a faculdade de articular, ins-tante a instante, os mais complicados pensamentos...

Você gasta quantias inestimáveis para assistir a esse ou aquele espetáculo esportivo ou à exibição de um filme; con-tudo, guarda sem sacrifício algum a possibilidade de contem-plar o solo cheio de flores e o Céu faiscante de estrelas...

Você paga para ouvir simples melodia de um conjunto orquestral; no entanto, ouve diariamente a divina musica da natureza, sem consumir vintém...

Você desembolsa importâncias enormes para adquirir passagens e indenizar hospedarias, sempre que se desloca de casa; não obstante,passa-lhe despercebido o prêmio vultoso que recebeu com o próprio ingresso na romagem terrestre...

Não desespere e nem se lastime ...Atendamos à realidade, compreendendo que alegria e

a esperança, expressando créditos infinitos de Deus, são os motivos básicos da vida a erguer-se, cada momento por sin-fonia maravilhosa.

O Espírito da Verdade.André Luiz / Francisco Cândido Xavier.

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10. Os falsos profetas não estão somente entre os en-carnados. Estão também, e em número bem maior, entre os espíritos orgulhosos que, sob falsa aparência de amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emanci-pação espiritual da humanidade, tentando impor suas idéias absurdas pelos seus médiuns. Para melhor seduzir aos que desejam enganar, e para dar mais credulidade às suas teo-rias, apresentam-se, sem o menor escrúpulo, com nomes que os homens só pronunciam reverentemente.

São eles que espalham o fermento da discórdia entre os grupos, que levam os médiuns a se afastarem uns dos outros e a se olharem com desconfiança. Só isso já bastaria para desmascará-los, porque, agindo dessa maneira, eles próprios desmentem formalmente o que fingem ser. Cegos, pois, são os homens que caem numa armadilha tão ordinária.

Mas há muitos outros meios para reconhecê-los. Espíri-tos da ordem a qual dizem pertencer devem ser não somen-te muito bons, mas também extremamente racionais. Pois bem, submetei suas teorias ao crivo da razão e do bom senso e vereis o que restará. Então, concordareis comigo. Todas as vezes que um espírito indicar, como remédio para os males da humanidade e como meio de atingir a perfeição, coisas fantasiosas e impraticáveis e medidas pueris e ridículas, ou quando formular uma teoria que as mais elementares noções da ciência contradizem, estamos diante de um espírito igno-rante e mentiroso.

Por outro lado, acreditai que, se a verdade nem sempre é apreciada pelos indivíduos, ela o é sempre pelo bom sen-so das massas, e está aí uma forma de distinguir o erro da verdade. Se dois princípios se contradizem, tereis a medida do valor de cada um avaliando o que tem mais aceitação e simpatia. Na verdade, seria ilógico admitir que uma doutri-na, cujo número de adeptos diminuísse, fosse mais verda-deira que outra que visse os seus aumentar. Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a restringe a um círculo estreito. Ele a faz surgir em diferentes pontos, para que a luz contraponha as trevas.

Repeli sem piedade todos esses espíritos que se fazem passar por conselheiros exclusivos, pregando a divisão e o afastamento. Eles são quase sempre espíritos vaidosos e me-díocres, que pretendem impor-se aos homens fracos e ingênu-os, fazendo-lhes elogios exagerados para seduzi-los e subju-gá-los. São igualmente espíritos ávidos de poder, que, tendo sido tiranos no lar ou na vida pública quando vivos, ain-da querem vítimas para tiranizar depois de mortos. De um modo geral, desconfiai das comunicações que apresentam um caráter místico e estranho, ou que prescrevem cerimô-nias e atos estranhos. Nesses casos, há sempre um legítimo motivo para suspeitar.

Por outro lado, tende certeza de que quando uma ver-dade deve ser revelada à humanidade, ela é, por assim di-zer, imediatamente comunicada a todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios, e não a este ou àquele, deixando os outros de fora. Ninguém é médium perfeito se está obsedia-do, e há obsessão evidente quando um médium é capaz de receber comunicações somente de determinado espírito, por mais elevado que ele pretenda ser. Consequentemente, todo médium e todo grupo que se consideram privilegiados por comunicações que só eles conseguem receber, e que, além disso, se submetem a práticas que tendam à superstição, estão, sem dúvida, sob a influência de uma obsessão bem caracterizada, principalmente quando o espírito dominador ostenta um nome que todos, encarnados e desencarnados, devemos honrar e respeitar, não permitindo que seja usado a todo momento.

É indiscutível que, se submetermos todos os dados e to-das as comunicações dos espíritos ao crivo da razão e da ló-gica, será fácil rejeitar o absurdo e o erro. Um médium pode ser seduzido, um grupo pode ser enganado, mas o controle severo dos outros grupos, o conhecimento adquirido, a eleva-da autoridade moral dos chefes de grupo, e as comunicações dos principais médiuns que recebem um atestado de lógica e de autenticidade de nossos melhores espíritos, rapidamente condenarão as mensagens mentirosas e ardilosas provenien-tes de uma multidão de espíritos mistificadores ou maus. (Erasto, Discípulo DE são paulo, Paris, 1862). (Veja, na In-trodução desta obra, o parágrafo 2: Controle universal do ensinamento dos espíritos, e O Livro dos Médiuns, capítulo 23, Da Obsessão).

Capítulo 21Haverá falsos cristos e falsos profetas

O Evangelho Segundo o Espiritismo

É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra;faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.