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Universidade de São Paulo Faculdade de Economia e Administração Graduação em Administração TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 1 o Semestre – 2008 Gestão de Estoques: uma ferramenta para a redução de custos Orientador: Prof. Dr. Jorge Luiz de Biazzi Roberto Flores Falcão 1 1 Trabalho realizado para a disciplina EAD 601 – Trabalho de Conclusão de Curso II. Aluno do último ano de graduação em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

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Page 1: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

Universidade de São Paulo Faculdade de Economia e Administração

Graduação em Administração

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 1o Semestre – 2008

Gestão de Estoques: uma ferramenta para a redução de custos

Orientador:

Prof. Dr. Jorge Luiz de Biazzi

Roberto Flores Falcão1

1 Trabalho realizado para a disciplina EAD 601 – Trabalho de Conclusão de Curso II.

Aluno do último ano de graduação em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade da Universidade de São Paulo.

Page 2: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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Agradecimentos:

Agradeço a atenção e a paciência de meu orientador, Biazzi, em todos os

momentos em que precisei de sua ajuda, tendo muitas vezes que postergar a

entrega deste estudo.

Agradeço a minha sócia e minha mãe Patricia, bem como a minha gerente e

amiga, Ana, pelo excelente trabalho que têm desenvolvido e, sem o qual, não

teria conseguido desenvolver o presente trabalho.

Page 3: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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INDICE

Resumo ................................................................................................................... 5

Palavras-Chave........................................................................................................ 6

1. Objetivo do Trabalho ............................................................................................ 7

2. Metodologia do Trabalho...................................................................................... 7

3. Justificativa, Importância e Viabilidade do Trabalho............................................. 7

4. Fundamentação Teórica....................................................................................... 9

4.1 Gestão de Estoques ....................................................................................... 9

4.1.1 Definição de Estoques............................................................................ 10

4.1.2 Mudança de Enfoque.............................................................................. 10

4.1.3 Dimensionamento de Estoques.............................................................. 11

4.1.4 Classificação de Estoques...................................................................... 12

4.1.5 Fundamentos Básicos do Estoque ......................................................... 13

4.1.5.1 Custos Associados aos Estoques .................................................... 16

4.1.5.2 Indicadores de Nível de Serviço....................................................... 18

4.1.6 Previsão de Demanda ............................................................................ 19

4.1.7 Objetivos dos Estoques .......................................................................... 20

4.1.8 Classificação dos Estoques.................................................................... 21

4.1.8.1 Método de Pareto e Curva ABC....................................................... 22

4.1.9 Estoque de Segurança ........................................................................... 23

4.1.10 Previsão da Incerteza da Demanda...................................................... 25

4.1.11 A Incerteza do Lead Time..................................................................... 26

4.1.12 A Incerteza na Quantidade Recebida ................................................... 27

4.1.13 Dimensionamento de Estoques de Segurança..................................... 27

4.1.14 Definição do Estoque de Segurança .................................................... 29

4.2 Giro de Estoque ............................................................................................ 30

4.2.1 Análise do Giro de Estoques .................................................................. 31

4.3 Inventário ...................................................................................................... 33

4.4 Previsão da Demanda................................................................................... 34

4.4.1 Características das Previsões ................................................................ 34

4.4.2 Abordagem Básica para Previsão de Demanda..................................... 38

4.4.3 Modelos Temporais de Previsão ............................................................ 39

4.4.3.1 Modelos Estáticos ............................................................................ 40

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Page 4: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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4.4.3.2 Modelos Adaptáveis ......................................................................... 42

4.5 Modelos de Lote Econômico de Compra ...................................................... 49

4.5.1 Modelo Básico ........................................................................................ 50

4.5.1.1 Quantidade Ótima (Q) ...................................................................... 51

4.5.1.2 Custo de Manutenção do Estoque (ce)............................................. 51

4.5.1.3 Custo de Pedido de Estoque (cp) ..................................................... 52

4.5.1.4 Demanda (D).................................................................................... 52

4.5.1.5 Ciclo do Pedido ................................................................................ 53

4.5.1.6 Custo Total (CT)............................................................................... 53

4.5.2 Considerações sobre o LEC................................................................... 54

4.6 Outros Modelos de Compra .......................................................................... 56

4.6.1 Revisão Contínua e Demanda Estável ................................................... 58

4.6.2 Demanda Variável .................................................................................. 59

5. Metodologia........................................................................................................ 61

5.1 A Empresa .................................................................................................... 61

5.1.1 Breve Apresentação ............................................................................... 61

5.1.2 Gestão de Estoques Atual ...................................................................... 63

5.2 Metodologia Empregada............................................................................... 65

5.2.1 Etapas .................................................................................................... 65

5.2.2 Considerações sobre a Coleta e a Análise de Dados............................. 68

5.2.3 Manipulação dos Dados ......................................................................... 70

6. Apresentação e Análise dos Dados ................................................................... 80

6.1 Levantamento dos Dados ............................................................................. 80

6.2 Previsões de Demanda................................................................................. 86

6.3 Nova Abordagem ........................................................................................ 105

6.4 Previsão de Consumo................................................................................. 118

6.5 Análise Financeira das Despesas com Estoques ....................................... 138

7. Conclusões e Considerações Finais ................................................................ 163

7.1 Sugestões e Recomendações .................................................................... 164

8. Referências Bibliográficas ................................................................................ 166

ANEXOS .............................................................................................................. 167

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Page 5: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

5

Resumo

A necessidade de profissionalização da administração é uma realidade nos tempos

atuais. Dada a crescente agressividade da concorrência, a avalanche de

informações e produtos gerada pela globalização e a redução dos parâmetros de

tempo e espaço causados pela internet, somente as empresas mais preparadas e

adaptadas às mudanças do cenário mercadológico permanecem.

A gestão de estoques, assim como outras áreas relativas às operações, muitas

vezes recebe atenção diminuta por parte dos empresários. Este fato pode

prejudicar a saúde da empresa ou reduzir sua lucratividade. Os estoques são

drenos, às vezes imperceptíveis, do fluxo de caixa das empresas, podendo ser os

grandes responsáveis por problemas financeiros, falta de liquidez ou deficiências

no atendimento.

Assim, o presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de se verificar o impacto

financeiro que um sistema formal de gestão de estoques pode causar em relação a

um sistema empírico, sem bases formais e metodológicas.

A análise foi baseada em uma pequena empresa do setor de estética e beleza, na

qual o volume (financeiro e em quantidade de itens) e o giro dos estoques são

bastante elevados.

Para tanto, inicialmente foi selecionado um modelo de previsão de demanda, a

partir do melhor resultado obtido entre diversos modelos e possibilidades de

previsão.

Com base no modelo de previsão, foi desenvolvida uma análise com relação ao

melhor modelo de gestão de estoques para cada um dos itens selecionados.

A seleção de alguns itens foi necessária, devido ao acentuado número de produtos

em estoque, 1.118 produtos e um total, aproximado, de 20.000 unidades ao todo.

Selecionados os melhores modelos de gestão de estoques para cada item, iniciou-

se uma análise financeira de todos os custos envolvidos na gestão de estoques

que comprovou a eficácia de utilização de modelos formais de previsão e de

gestão de estoques.

A implantação de metodologia formal de gestão de estoques, não apenas pode

reduzir os custos, mas também gerar bases para a tomada de decisões de compra,

investimentos e mudanças na capacidade produtiva da empresa. Contudo, é

Formatado: Espaçamentoentre linhas: 1,5 linha

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Page 6: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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imprescindível que uma avaliação seja desenvolvida antes da implantação de

qualquer modelo, a fim de se confirmar o impacto positivo dos modelos.

Palavras-Chave

Gestão de estoques, Gerenciamento da cadeia de produção, Previsão de

demanda, Planejamento da produção, Estoque de segurança, Inventário.

Formatado: Espaçamentoentre linhas: 1,5 linha

Excluído: ¶

Page 7: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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1. Objetivo do Trabalho

O presente trabalho tem como objetivo identificar os modelos de previsão

de demanda e gestão de estoques e avaliar qual melhor se aplica à realidade da

empresa analisada, uma clínica de estética.

A partir desta análise pretende-se desenvolver um sistema de gestão de

estoques para a clínica e avaliar a redução nos custos da empresa com o novo

processo de gerenciamento da cadeia de produção.

2. Metodologia do Trabalho

Será elaborada uma revisão da bibliografia existente com o intuito de

apresentar e sintetizar os principais modelos sobre os temas deste trabalho:

Gestão de Estoques, Previsão da Demanda, Lotes de Compra, Estoque de

Segurança e Inventário. Teses, periódicos e páginas da internet também serão

consultados.

O embasamento teórico pertinente a esta metodologia será apresentado

em maior detalhe na seqüência deste trabalho.

É pertinente ressaltar que este trabalho não pretende criticar ou avaliar

os modelos existentes. A parte inicial, a revisão bibliográfica, tem como único

intuito fornecer as bases teóricas para o trabalho acadêmico.

Com base na revisão bibliográfica será desenvolvido o trabalho de

campo, que consiste no levantamento de dados do estoque – saldo, giro,

previsão de demanda – junto à clínica de estética estudada. Tais dados serão

coletados, principalmente através de entrevistas pessoais e servirão para

fundamentar o sistema de gestão de estoques proposto e eventuais conclusões

e sugestões.

3. Justificativa, Importância e Viabilidade do Trabalho

É cada vez mais evidente que o sucesso operacional de qualquer

organização depende de uma boa gestão de estoques.

Page 8: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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Isto significa que as organizações devem dirigir seus esforços para o

desenvolvimento de alguns modelos matemáticos – previsão de demanda, lotes

de compra, estoque de segurança, nível de atendimento etc. – que forneçam as

bases para a tomada de decisão relativa à produção.

O presente trabalho evidencia que mesmo uma empresa prestadora de

serviços deve ter esta preocupação. Isto é feito comparando-se os custos de

produção da empresa estudada em dois momentos:

1. Com uma gestão de estoques intuitiva, com base apenas no histórico da

empresa;

2. Com a utilização de modelos matemáticos de previsão de demanda e

quantificação dos lotes de compra.

Uma vez que o presente trabalho poderá servir de instrumento para a

clínica de estética aperfeiçoar e profissionalizar sua gestão de estoques, faz-se

necessário conhecer a situação atual para que, ao ser definida a situação

desejada, a forma de trabalho dentro da instituição possa ser desenvolvida.

Page 9: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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4. Fundamentação Teórica

4.1 Gestão de Estoques

“Hoje, sabemos que uma empresa em destaque, pronta para enfrentar

fortemente a concorrência do mercado – além de trazer à tona os problemas de

todo o ciclo produtivo. Outra vantagem da gestão eficiente é possibilitar ajustes

eficazes em seu processo, resultante em redução de custo e economia nas

aquisições. O estoque tem efeito impactante no êxito das empresas. Um dos

motivos é o alto volume de dinheiro empregado”. (MOURA, página 1)

Com base nisso, pode-se refletir sobre a influência de uma excelente

gestão de estoques para o sucesso de uma empresa.

O primeiro e mais importante passo a ser dado por qualquer organização

é o equilíbrio no que se refere às políticas de estoques. Gaither comenta que

sempre haverá pontos de vista conflitantes entre os diversos departamentos de

uma empresa com relação ao estoque. Para que não sejam criadas metas

conflitantes (metas de venda muito superiores à capacidade gerada pelo nível

de estoques, por exemplo) é fundamental que haja negociações e concessões

na gestão de estoques.

Além disso, para tornar a gestão de estoques eficaz, é vital que o gestor

tenha acesso a informações abrangentes e de qualidade relativas a todas as

áreas envolvidas. As áreas relativas ao gerenciamento de estoques, conforme

mostra a figura 1, são:

• Compras;

• Acompanhamento;

• Gestão de armazenagem;

• Planejamento;

• Controle de produção;

• Gestão de distribuição física.

Excluído: ,

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Figura 1: Atuação do Gestor de Estoques

FONTE: MOURA, página 2

4.1.1 Definição de Estoques

De acordo com Moura, estoque é um conjunto de bens armazenados,

com características próprias, que atendem aos objetivos e necessidades da

empresa.

Dessa forma, todo item armazenado em um depósito, almoxarifado,

prateleira, gaveta ou armário para ser utilizado pela empresa em suas atividades

– de produção ou administrativa – é considerado um item do estoque da

organização. Podemos citar alguns exemplos, de acordo com sua natureza:

• Administrativo: lápis, caneta, papéis, clipes, etc.;

• Manutenção ou reposição: ferramentas, parafusos, óleos etc.;

• Matérias-primas: itens relacionados às atividades da empresa, utilizados

em seu processo produtivo; geralmente, os mais caros e os mais

estocados, devido a sua influência no ciclo.

4.1.2 Mudança de Enfoque

Há alguns anos, acreditava-se que um bom gerenciamento de estoques

era aquele em que os itens eram alocados em volume muito superior ao

utilizado, favorecendo a segurança de não faltar peças / componentes e

matérias-primas para o perfeito fluxo diário de produção. Atualmente, sabe-se

que isto é um engano. Estoques, como parte do ativo circulante da empresa,

representam recursos que estão aguardando para se transformar em caixa. Ou

Page 11: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

11

seja, estoques representam dinheiro parado. E mais, dinheiro cuja liquidez foi

reduzida e o risco de obsolescência gerado.

Dentro do novo enfoque, os gestores de estoques e/ou almoxarifes não

mais apenas recebem ordens de compra e distribuem os itens em prateleiras.

Nesta abordagem, os responsáveis passam a ser conhecedores da trajetória de

aquisições, a saber, onde os itens são utilizados, qual a duração do ciclo de sua

produção, em quanto tempo eles são depositados na expedição, entre outras

informações pertinentes à atividade de gerenciamento.

Segundo Moura, os estoques impulsionam, de forma correta ou não, a

vida de uma empresa, e “seu perfeito gerenciamento é o que viabiliza a empresa

de se tornar competitiva”. (MOURA, página 3)

4.1.3 Dimensionamento de Estoques

De forma geral, os gestores de estoque definem as políticas de estoques

observando diversos aspectos, dentre eles:

• Metas da empresa quanto ao tempo gasto para atendimento ao cliente,

em relação a produtos e serviços;

• Definição da rotatividade dos estoques;

• Definição do espaço a ser utilizado (Central de Distribuição, sites,

depósitos, armazéns, etc.) e a lista de materiais a serem estocados;

• Qual a quantidade satisfatória para se manter em estoque atendendo a

flutuação na demanda (alteração no consumo);

• Ponto de equilíbrio entre comprar antecipadamente para não correr risco

de falta ou comprar em grande quantidade para usufruir descontos.

“Para gerir com eficiência os estoques de uma organização, é necessário

conhecer o capital investido, a disponibilidade do estoque existente, o custo

incorrido” (MOURA, página 4), o lead-time, e a demanda / consumo. Somente

com base no conhecimento destas informações é possível que seja

desenvolvido um planejamento consistente com e consciente das necessidades

Page 12: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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da organização, evitando assim desperdícios de recursos financeiros e

reduzindo o risco de não atendimento da demanda.

Para ilustrar o impacto dos estoques sobre o lucro da empresa, é

pertinente dimensioná-los no índice de retorno de capital:

RC = LUCRO = LUCRO x VENDA

CAPITAL VENDA CAPITAL

4.1.4 Classificação de Estoques

Os estoques podem ser classificados em ativos e inativos, e sub-

classificados em outras especificações conforme apresentado abaixo. Este tipo

de classificação facilita a montagem de um sistema de controle de estoques e

sua gestão.

Estoque Ativo

Todo estoque resultante de um planejamento prévio e destinado a uma

utilização em:

• Produção: Constituído por matérias-primas e componentes que integram

o produto final;

• Produtos em Processo: Constituído por materiais em diferentes estágios

de produção;

• Manutenção, Reparo e Operação: Formado por peças e componentes

empregados no processo produtivo, sem integrar o produto final;

• Produtos Acabados: Compreendem os materiais e/ou os produtos em

condições de serem vendidos;

• Materiais Administrativos: Formado por materiais de aplicação geral na

empresa, sem vinculação com o processo produtivo.

Page 13: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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Estoque Inativo

Estoque inutilizado, decorrente de alterações de programas, mudanças

nas políticas de estoques ou eventuais falhas de planejamento, que engloba as

seguintes categorias:

• Estoque Disponível: Constituído pelos materiais sem perspectiva de

utilização, sem destinação definida, total ou parcialmente;

• Estoque Alienável: Constituído de material disponível, inservível,

obsoleto, e sucatas destinadas à venda.

4.1.5 Fundamentos Básicos do Estoque

De acordo com Corrêa, há diversos motivos que levam ao surgimento de

estoques. A figura abaixo apresenta as justificativas apresentadas pelo autor.

Figura 2: Razões para o surgimento de estoques

FONTE: CORRÊA, capítulo 17

Por que surgem os estoques?Por que surgem os estoques?

Impossível/inviável

coordenar suprimento e

demanda

Incerteza de previsões

Necessidades de

preencher canal de

distribuição (“pipeline”)

Especulação

capacidade

informação obtenção

tecnologiasuprimento

demanda

escassez

oportuni-

dade

Page 14: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

14

O surgimento de estoques, independente de seu tipo – matérias-primas,

componentes ou produtos acabados – e volume, tem aspectos positivos e

negativos, conforme apontado por Gaither.

O autor cita como justificativas para manter estoques:

• Custos de emissão do pedido: cada vez que um lote de matéria-prima é

comprado de um fornecedor, surge um custo para que o pedido de

compra seja processado, expedido, os registros contábeis feitos e o

pedido recebido no armazém;

• Custos de stockout: cada vez que se fica sem estoques de matérias-

primas ou bens acabados, pode-se incorrer em custos. Em termos de

estoque de bens acabados, os custos de stockout podem incluir vendas

perdidas e clientes insatisfeitos (algo muito difícil de ser quantificado

financeiramente);

• Custos de aquisição: para materiais comprados, pedir lotes maiores pode

aumentar os estoques de matérias-primas, mas os custos unitários

podem ser menores por causa dos descontos por quantidade e dos

menores custos de frete e manuseio de materiais;

• Custos da qualidade na partida (start up): quando se inicia pela primeira

vez um lote de produção, o risco de produtos defeituosos é grande.

Já como pontos negativos à manutenção de estoques, Gaither

apresenta:

• Custo de manutenção de estoques: juros sobre a dívida, juros de renda

não auferida, aluguel de armazém, resfriamento, aquecimento,

iluminação, limpeza, conserto, proteção, embarque, recebimento,

manuseio de materiais, impostos, seguro e administração são alguns dos

custos em que se incorre para segurar, financiar, armazenar, manusear e

administrar estoques maiores;

• Custos de receptividade do cliente: grandes estoques em processo

obstruem os sistemas de produção. O tempo necessário para produzir e

receber pedidos dos clientes é aumentado, e nossa capacidade para

reagir às mudanças nos pedidos dos clientes diminui;

Page 15: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

15

• Custos para coordenar a produção: uma vez que grandes estoques

obstruem o processo de produção, mais pessoas são necessárias para

desembaraçar engarrafamentos, resolver problemas de produção

relacionados com o congestionamento e coordenar programas;

• Custos de redução do retorno sobre o investimento (ROI): estoques são

ativos, e grandes estoques reduzem o retorno sobre o investimento. Um

reduzido retorno sobre o investimento se soma aos custos financeiros da

empresa ao elevar as taxas de juros sobre a dívida e reduzir os preços

das ações;

• Custos da capacidade reduzida: estoques representam uma forma de

desperdício. Materiais perdidos, guardados e produzidos antes que sejam

necessários desperdiçam capacidade de produção;

• Custos da qualidade de lotes grandes: produzir grandes lotes de

produção resulta em grandes estoques. Em raras ocasiões, algo sai

errado e uma grande parte de um lote de produção tem defeitos. Nessas

situações, tamanhos de lote menores podem reduzir o número de

produtos com defeito;

• Custos de problemas de produção: estoques em processo mais elevados

camuflam os problemas de produção subjacentes. Problemas como

quebras de máquina, má qualidade de produto e escassez de materiais

nunca são resolvidos.

Ainda que diversos aspectos estejam relacionados ao nível de

atendimento ao cliente ou à sua satisfação com o atendimento recebido, todos

eles podem ser encarados como custos. Esta abordagem, utilizada por toda a

literatura pesquisada, viabiliza análises comparativas, no sentido de que todas

as questões envolvidas na gestão de estoques são quantificados

financeiramente.

Além dos custos associados aos estoques, há dois conceitos básicos e

comuns a qualquer gestão de estoques:

• Objetivos dos estoques;

• Previsões de incertezas.

Page 16: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

16

A seguir, cada um dos conceitos é apresentado e comentado.

4.1.5.1 Custos Associados aos Estoques

Nem todos os custos apresentados no capitulo anterior aplicam-se a

qualquer organização que mantenha estoques. Dessa forma, são apresentados

e comentados a seguir somente os custos obrigatoriamente vinculados a

qualquer gestão de estoques.

“Excetuando o custo da aquisição da mercadoria, os custos associados

aos estoques podem ser divididos nas seguintes categorias:

• Custo de pedir: custo administrativo (ligações, papéis, tempo despendido

etc);

• Custo de manter em estoque: armazenagem, seguro, deterioração,

obsolescência e oportunidade de empregar dinheiro em investimentos. De

acordo com Moura, este indicador tem três questões que devem ser

abordadas:

• A diferença entre o valor e o custo do estoque: o valor do estoque

informa quanto “vale” não, quanto custa o estoque. O valor é

calculado por meio do somatório total do valor dos produtos acabados

e dos insumos de posse da empresa. O custo deve ser mensurado

em função do custo das oportunidades deste estoque, ou seja, qual

seria o retorno para a empresa caso o valor investido em estoque

fosse aplicado de alguma outra forma; ou, por outro lado, quanto se

deixa de ganhar pelo fato de aquele valor estar imobilizado. Este

custo é alcançado multiplicando-se o valor do estoque pela taxa

mínima de atratividade da empresa, ou seja, qual o retorno mínimo

que um projeto ou investimento necessita para que a empresa decida

investir nele. Como, muitas vezes, este valor não é conhecido, é

comum o uso de taxas do mercado financeiro, CDI e SELIC, para se

obter este custo.

• As deficiências do monitoramento de valores contábeis: Esses

indicadores são construídos com base em normas e princípios

Formatado: Recuo: Esquerda: 1,9 cm, Com marcadores +Nível: 1 + Alinhado em: 1,14cm + Tabulação após: 1,77 cm+ Recuar em: 1,77 cm

Page 17: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

17

contábeis, portanto, muitas vezes, não são uma representação fiel do

fluxo físico de materiais na empresa. Isto é particularmente

verdadeiro em relação à prática de reduções bruscas no valor

contábil do estoque, às vésperas de fechamento de balanços, com o

produto já recebido.

• Outra inadequação dos indicadores contábeis refere-se ao fato de

estes tratarem a informação agregada, não fazendo distinção entre

produtos com características diferentes.

• A necessidade de utilização de mais de um indicador para se ter um

indicador de qualidade: Para o monitoramento completo,

consideramos necessários não apenas a informação de quanto custa

o estoque – aspecto coberto pelo indicador apresentado

anteriormente –, mas também se este custo está adequado à

característica da empresa. A resposta pode ser obtida por meio do

indicador de cobertura de estoque, ou seja, o tempo em que o

estoque existente é suficiente para atender à demanda, sem

necessidade de reposição.

• Custo total: é a soma dos custos de pedir e manter estoque.

• Custo associado à falta de estoque: Este custo está intimamente ligado

ao nível de serviço atingido, devido a sua qualificação financeira. Apesar

de grande importância, raramente é utilizado. Os produtos acabados e os

insumos devem contar com indicadores diferentes, mesmo que estejam

baseados no mesmo conceito.

• Produtos acabados: neste caso, o custo da falta é medido pela

margem de contribuição de cada venda perdida pela indisponibilidade

do produto (caso não seja possível o atendimento com atraso). Em

outras palavras, a medida é o lucro que a empresa deixa de obter por

não conseguir atender uma demanda existente. Nos casos de

produtos com alta margem, o custo da falta tende a ser bastante

significativo. O lucro cessante é conhecido estimando-se paradas de

produção devido à falta de produtos, ou nos casos de falta de

insumos.

Formatado: Recuo: Esquerda: 1,9 cm, Com marcadores +Nível: 1 + Alinhado em: 1,14cm + Tabulação após: 1,77 cm+ Recuar em: 1,77 cm,Tabulações: Não em 1,77 cm

Page 18: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

18

• Insumos: A falta de insumo, mesmo aquele cujo valor agregado é

baixíssimo, pode resultar num alto custo de falta, em função da

dependência que o processo produtivo tem dele. Esta lógica também

pode ser utilizada para peças de manutenção. É um erro pensar que,

para reduzir a margem de risco de falta de estoque, é necessário

sobrecarregá-lo de itens e componentes; a ponderação na gestão de

estoques é um dos principais direcionadores do acerto no processo,

que avalia o nível de estoque que resultará em menor custo total.

• Outros custos associados: A gestão de estoque possui importância

vital na administração dos custos, e as variedades de custos

associados aos estoques podem ir além dos custos, e as variedades

de custos de manutenção de estoques, ou daqueles relacionados

diretamente à falta deles. Para se definir os custos a serem

considerados é preciso analisá-los em função das características

operacionais de cada empresa, e seus impactos devem ser

observados com enfoque na gestão de estoques.

Estes custos devem ser monitorados para que seja possível a

avaliação do custo total do processo de gestão de materiais. Ocorre

que, muitas vezes esses custos tornam-se tão relevantes quanto os

custo de manutenção de estoques ou de falta de produtos.” (MOURA,

páginas 8 e 9)

4.1.5.2 Indicadores de Nível de Serviço

Os indicadores de serviço estão associados aos resultados da gestão de

estoques no que se refere à disponibilidade de produtos. Estes indicadores são

importantes porque influenciam o nível de estoque através da meta de serviço.

Podem ser divididos em dois grupos, de acordo com seus objetivos:

• Indicador do custo de falta: Sua característica possibilita que seja

classificado tanto como indicador de custo quanto de nível de serviço.

Page 19: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

19

• Indicador de monitoramento de disponibilidade: Esses indicadores,

relacionados à disponibilidade de produto, podem se referir tanto à visão

do cliente como à do produto.

• Cliente: O nível de serviço pode ser medido de diversas formas. Essa

visão representa exatamente o serviço prestado pela empresa ao

cliente. Esses indicadores servem de guia para que a gestão de

estoque atenda às necessidades definidas pela estratégia da

empresa.

• Produtos: Estão associados à disponibilidade de cada um deles, ou

seja, o percentual da demanda pelo produto em um determinado

período de tempo atendido de imediato, a freqüência com que o

produto apresenta falta de estoque, entre outros. Esses indicadores

passam informação mais segmentada e, por isso, permitem identificar

produtos específicos que estejam apresentando problemas, além de

permitir o monitoramento de grupos de produtos com estratégias de

estoque diferenciadas.

4.1.6 Previsão de Demanda

LEAD TIME

Figura 3: Lead time entre os processos

FONTE: MOURA, página 11

De acordo com a figura 3, as atividades prévias à produção exigem um

lead time que deverá ser dimensionado e respeitado, e que tem seu início no

input da previsão da demanda e termina na entrega dos insumos.

Segundo Moura, para garantir a eficiência das informações, “é preciso

relacionar também o planejamento de estoque como sendo uma atividade de

forte impacto para o controle de estoque, visto que sofre alterações freqüentes

Previsão da Demanda

Planejamento da Produção

Compra de Insumos e

Matéria Prima

Fornecimento

Formatado: Recuo: Esquerda: 1,9 cm, Com marcadores +Nível: 1 + Alinhado em: 1,14cm + Tabulação após: 1,77 cm+ Recuar em: 1,77 cm,Tabulações: Não em 1,77 cm

Excluído: as

Page 20: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

20

em um horizonte de tempo inferior ao tempo de reposição. Quando isso ocorre,

o nível de estoque também deve estar preparado para absorver essa incerteza.

[...] "Definidas as atividades que devem ser monitoradas, parte-se para a

identificação do impacto de cada uma no nível de estoque. Ao chegar nessa

etapa, é necessário ter certeza de que as políticas de estoque da empresa

estejam definidas e estruturadas com base nos modelos matemáticos utilizados

na definição dos estoques de segurança e de ciclo.” (MOURA, página 11)

As incertezas envolvidas na gestão de estoques surgem, principalmente,

a partir dos seguintes aspectos:

• Previsão de vendas;

• Confiabilidade de produção;

• Variabilidade do prazo;

• Entrega do fornecedor.

Todas delas devem ser acompanhadas e consideradas na mensuração e

definição do estoque de segurança, na forma de alguma medida estatística. Isto

é vital para a eficiência do processo, pois qualquer alteração que possa ocorrer

nas medidas do processo gera alterações no nível de estoque e, ainda assim, o

nível de serviço não pode ser prejudicado.

4.1.7 Objetivos dos Estoques

Além de estabelecer o nível de estoques e sua localização, o gestor deve

monitorar os custos de pedir e de manter estoque com a meta de encontrar um

plano de suprimento que minimize o custo total. Para tanto, é importante que a

empresa mapeie com exatidão cada um de seus fornecedores, conhecendo o

tempo que necessitam para processar o pedido, produzir e entregar.

Dessa forma, torna-se possível manter o equilíbrio entre o custo total, a

produção e o nível de serviço prestado aos clientes.

No capítulo 17 de seu livro, Corrêa comenta que uma das razões que

mais influencia o surgimento de estoques é a necessidade de conciliação entre

as flutuações de demanda e as taxas de fornecimento de insumos e/ou

Page 21: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

21

matérias-primas. A figura 4, abaixo, apresenta um exemplo ilustrado pelo autor

com relação ao nível de chuvas e ao consumo de água.

Figura 4: Conciliação entre demanda e fornecimento

FONTE: CORRÊA, capítulo 17

4.1.8 Classificação dos Estoques

“A classificação pode ser uma ferramenta fundamental pra a tomada de

decisão no controle de estoques. Um dos métodos mais antigos de conhecidos

(além de muito aplicado nas indústrias devido à sua possibilidade de reduzir

custo) é o Gráfico de Pareto, que demonstra que nem todos os itens merecem o

mesmo tratamento ou atenção.

O matemático e economista Vilfredo Pareto [...] afirma que, em geral,

pequenos fatores são responsáveis por grandes proporções. O que equivale a

dizer que poucos itens dentro do nosso estoque são responsáveis pelo maior

volume de dinheiro. Esse conceito também é conhecido como regra 80-20, ou

seja, 20% do estoque representam 80% do gasto empregado nele [...]”.

(MOURA, página 13)

Taxa de chuvas

(fase1)

Taxa de consumo

(fase 2)

Necessidade

de conciliar

Page 22: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

22

4.1.8.1 Método de Pareto e Curva ABC

A aplicabilidade do método de Pareto nos estoques foi comprovada e

posta em prática nos Estados Unidos logo após a Segunda Guerra Mundial.

Nele, os itens são divididos nas categorias A, B e C, devido à representatividade

de cada item em relação aos investimentos feitos em estoques.

A classificação por valor (A, B, C) tem maior foco financeiro e permite

que o gestor dirija seus orçamento e esforço de forma seletiva. Esta

classificação segue o seguinte critério:

• Classe A: materiais de grandes valores financeiros e pequenas

quantidades físicas;

• Classe B: materiais de pequenos valores financeiros e grandes

quantidades físicas;

• Classe C: materiais cujos valores financeiros e quantidades físicas se

inserem numa categoria intermediária entre as classes A e C.

Biazzi?? apresenta como critério de classificação dos itens a tabela

abaixo:

Classe % de itens % demanda monetária anual

A 5 a 15 50 a 60

B 20 a 30 25 a 40

C 55 a 75 5 a 15

Para elaborar uma curva ABC, devem-se seguir os seguintes passos:

• Enumerar todos os itens que compõe o estoque;

• Relacionar a demanda mensal a cada item;

• Calcular sua demanda anual;

• Com base nos custos unitários, calcular os respectivos valores anuais;

• Somar o Valor Anual de todos os itens;

• Calcular a participação de cada item através da divisão do Valor Anual do

item pelo Somatório do Valor anual;

Page 23: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

23

Poucos Itensimportantes

Importânciamédia

Muitos itens menosimportantes

% a

cu

mu

lad

a d

e v

alo

r d

e u

so

itens (%)

RegiãoA

RegiãoB

RegiãoC

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1005025 75

• Lançar os percentuais e o percentual acumulado em um gráfico.

A tabela abaixo apresenta um exemplo de base para a curva ABC.

ITEM DEMANDA

MENSAL

DEMANDA

ANUAL

CUSTO

UNITÁRIO

VALOR

ANUAL %

1 500 6.000 30,00 180.000,00 4,80

2 370 4.400 54,00 239.760,00 6,40

3 2.300 27.600 15,00 414.000,00 11,00

4 250 3.000 970,00 2.910.000,00 77,20

5 625 7.500 3,00 22.500,00 0,60

TOTAL ---------- ---------- ---------- 3.766.260,00 100,00

TABELA 1: Dados para construção da Curva ABC

Figura 5: Curva ABC

FONTE: CORRÊA, capítulo 17

4.1.9 Estoque de Segurança

O estoque de segurança remete a erros de previsão de demanda, falta

de confiança nas entregas devido a atrasos no ressuprimento de materiais,

Page 24: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

24

rendimento da produção abaixo do esperado. Entre outras ineficiências que o

processo pode gerar, o que mais preocupa são a dúvidas geradas na atuação

da administração dos estoques, embora sejam problemas comuns que fazem

parte do cotidiano do profissional da área, sobretudo, dos profissionais

envolvidos em logística. Apesar de o estoque de segurança lembrar todas as

falhas que estão por trás dos processos, ele ainda ajuda a lidar com essas

incertezas, presentes em praticamente todos os processos logísticos. Porém

dimensioná-lo corretamente é um fator preocupante na gestão. Muitas dúvidas e

divergências surgem no sentido de situá-lo num nível correto. Algumas

empresas não se baseiam em informações precisas e temem a falta de

estoques para atendimento ao cliente, gerando um aumento excessivo na

quantidade de segurança de estoque. A conseqüência é clara, havendo

aumento de dinheiro empregado e perdas na lucratividade pelo material parado

no estoque.

Se por um lado o excesso de estoque de segurança gera custos

desnecessários de manutenção de estoques, relativos aos custos financeiros

(capital empatado) e de armazenagem, por outro lado, o sub-dimensionamento

do mesmo faz com que a companhia incorra em perdas de vendas, gerando um

nível de serviço ao cliente insatisfatório. Portanto, a questão do estoque de

segurança deve ser analisada com cuidado e sempre visando o futuro da

empresa no mercado. A questão a ser observada no momento do

dimensionamento do estoque de segurança deve ser: “qual é o nível de estoque

que irá assegurar o nível de serviço ao cliente desejado pela empresa?”

A figura 6 apresenta uma modelagem que, a título de simplificação,

considera a demanda constante. O estoque relativo à demanda durante o tempo

de ressuprimento é a base para a quantificação do nível de segurança exigido.

O capítulo 1.5 discutirá as técnicas de determinação do ponto de pedido,

de dimensionamento do lote de compra e do conseqüente estoque de

segurança.

Excluído: causa

Page 25: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

25

Figura 6: Modelagem assumindo a demanda constante

FONTE: CORRÊA, capítulo 17

4.1.10 Previsão da Incerteza da Demanda

A variação entre a demanda real e sua previsão é inevitável.

Praticamente, sempre haverá um erro de previsão. No entanto, dependendo da

dimensão desse erro, os impactos podem ser bastante prejudiciais para o

processo de planejamento. Do ponto de vista da gestão de estoques, não basta

saber se há erros, mas quanto se erra e como este varia. Mas para começar a

se aperfeiçoar na previsão da demanda e diminuir os riscos da incerteza,

existem técnicas quantitativas para analisar os futuros cenários. Essa medida

possibilita a diminuição gerada pelas ocorrências drásticas envolvendo os

estoques.

A incerteza causada pela variabilidade na previsão pode ser calculada,

utilizando-se um indicador chamado de razão da previsão (Rp), definido a

seguir:

Rp = Demanda Real

Previsão de Demanda

tempo

Nívelde

estoqueTaxa de demanda “d”

Tempo deressuprimento

Lote

de

ress

uprim

ento

Pon

to d

ere

ssup

rimen

to

Modelagem simplificadora, assumindo demanda “d” constante

Page 26: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

26

Quando Rp é superior a 1, a previsão foi menor do que a demanda real.

Já quando seu valor é inferior, a previsão da demanda foi superior à demanda

real. Este caso ocorre freqüentemente quando a empresa utiliza metas de

vendas no lugar da previsão. Conforme comentado, dificilmente Rp será igual a

1 (situação ideal), e qualquer uma das possibilidades comentadas é causada

pela incerteza.

O acompanhamento da razão de previsão é aconselhável para que

ajustes possam ser feitos nos modelos matemáticos de previsão de demanda,

aproximando os resultados previstos dos reais.

4.1.11 A Incerteza do Lead Time

A razão para atrasos na entrega de produtos e matérias-primas é

decorrente de diversos fatores:

• Quebra de máquinas;

• Greves nos setores de transporte;

• Falta de estoques do fornecedor, entre outros.

Neste caso também é fundamental a avaliação do volume e da

freqüência em que ocorrem os atrasos, a fim de parametrizar o sistema de

gestão de estoques.

Segundo Moura, este é o ponto de partida para se construir uma base de

dados para medir de forma sistemática a incerteza do lead time. Tal base pode

ser construída com base nos pedidos a fornecedores, a partir do intervalo entre

a colocação do pedido, sua entrega e a disponibilização dos insumos, ou seja, o

lead time real.

Percebe-se, pois, que o lead time pode – e é recomendável que seja –

decomposto em etapas:

• Lead time de requisição: Data da colocação do pedido;

• Lead time do fornecedor: Data de recebimento do pedido;

• Lead time de análise: Data de liberação do pedido.

Excluído: maior

Page 27: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

27

É pertinente ressaltar que o lead time deve ser determinado para cada

produto, matéria-prima e/ou fornecedor, fornecendo as bases para o

dimensionamento do estoque de segurança.

4.1.12 A Incerteza na Quantidade Recebida

É bastante comum que a quantidade recebida seja inferior à solicitada.

Quando isto ocorre, é provável que o rendimento nos processos de produção

fiquem aquém dos patamares esperados e planejados. Sempre que esta

diferença na quantidade ocorrer, deve-se considerar mais esta incerteza no

desenho de gestão de estoques e dimensionamento do estoque de segurança.

“Em muitos casos, o pedido cobre uma expectativa de demanda durante

um tempo menor ou próximo ao lead time, tornando as incertezas referentes às

faltas nas quantidades fornecidas relevantes para a gestão de estoques. Assim,

é conveniente a criação de um indicador da quantidade fornecida chamado Qf e

expresso da seguinte maneira:” (MOURA, página 21)

Qf = Quantidade efetiva disponível

Quantidade pedida

Neste caso, também se recomenda a criação de um banco de dados

contendo, para cada produto, uma série histórica com os respectivos desvio

padrão e média.

4.1.13 Dimensionamento de Estoques de Segurança

Quando se possui a informação correta do comportamento passado das

incertezas, é possível utilizar técnicas quantitativas para dimensionar o estoque

mínimo correspondente ao nível de serviço ao cliente desejado.

O dimensionamento do estoque de segurança tem por objetivo estimar a

necessidade de um determinado item, num determinado período. Portanto, a

necessidade que queremos estimar gira em torno de um patamar médio ou

esperado, podendo variar tanto para mais quanto para menos, seguindo uma

Page 28: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

28

certa distribuição de probabilidades. De acordo com Moura, a curva normal é

uma das mais utilizadas para modelar essa distribuição de probabilidades,

sendo possível definir, em função do desvio padrão, a probabilidade de ocorrer

um valor dentro de certas faixas, chamadas de intervalos de confiança.

Necessidade Média

50% 50%

-3 -2 -1 1 2 3

Desvio padrão

Figura 7: Necessidade média em função do desvio padrão

Fonte:

A figura 7 mostra que a necessidade está simetricamente distribuída em

torno de sua média.

Nas variáveis que se comportam de acordo com a curva normal, há uma

probabilidade de 68% de ocorrer um valor dentro do intervalo limitado

inferiormente pela média menos um desvio e superiormente pela média mais um

desvio. Analogamente, existe uma probabilidade de 97,5% dessa variável

assumir um valor dentro do intervalo: média mais / menos dois desvios padrões.

De acordo com um certo nível de confiança é que se calcula o estoque

de segurança. “Por exemplo, considerando-se que a única incerteza existente é

a de demanda, se é esperada a venda de 200 unidades de um produto na

próxima semana e sabe-se, por dados históricos, que o desvio-padrão é de 40

unidades, pode-se dizer, com 97,5% de confiança, que a demanda não

excederá 280 unidades. O estoque de segurança, para um nível de serviço

(medido como proporção de ciclos de reposição com atendimento integral, e não

Excluído: desvio

Page 29: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

29

como proporção de demanda atendida) ao cliente de 97,5%, seria, então, de 80

unidades.”(MOURA, página 23)

4.1.14 Definição do Estoque de Segurança

De acordo com as visões das empresas atuais, preocupadas como

planejamento de suas ações, a base de cálculo de necessidades está associada

à previsão de demanda. Esse pensamento tem a vantagem de incorporar

variações explicadas da demanda ao longo do tempo, como sazonalidades e

tendências de crescimento, exigindo, porém, métodos mais complexos de

análise para o dimensionamento de estoques.

O estoque de segurança pode ser dimensionado de duas formas de

acordo com as condições da empresa:

1. Quando os pedidos tem? uma cobertura maior do que o lead time;

2. Quando as falhas na quantidade fornecida não são? relevantes.

É recomendável que o estoque de segurança seja parametrizado para

suprir variabilidades na demanda durante o lead time. Assim, o estoque de

segurança torna-se uma função do nível de serviço desejado, da previsão de

demanda, das estatísticas de Rp e das estatísticas dos lead times do fornecedor

e de análise.

Quando as falhas na quantidade têm papel relevante, a melhor maneira

de dimensionar o estoque de segurança é com base na variabilidade que a

necessidade líquida possa vir a apresentar. Neste caso o estoque de segurança

torna-se uma função semelhante à anterior, com a diferença de serem

adicionadas as variáveis estatísticas de Qf e do estoque inicial do produto em

questão.

É importante ressaltar que, em ambos os casos, o estoque de segurança

é um parâmetro dinâmico, sensível às variações da previsão ao longo do tempo.

“Fórmulas mais simples, contendo um menor número de parâmetros,

podem ser combinadas com outras técnicas. Um exemplo é dimensionar o

estoque de segurança em função das incertezas na previsão de demanda e na

Excluído: nha

Excluído: sejam

Excluído: :

Page 30: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

30

quantidade fornecida, parametrizando no sistema um lead time maior que o lead

time médio, de acordo com o nível de confiança desejado.”(MOURA, página 26)

4.2 Giro de Estoque

Ainda que seja uma ferramenta para a elaboração do Balanço

Patrimonial da empresa, o gestor de estoques deve conhecer o giro para poder

eliminar excessos e melhorar o dimensionamento de estoques.

De acordo com Moura, é comum a ilusão de que os estoques girem mais

vezes do que a realidade.

Segundo a visão financeira, o estoque inclui matéria-prima, trabalhos em

andamento e produtos acabados, estando cada item associado a uma quantia

de dinheiro. Uma vez que o estoque é o ativo circulante de menor liquidez,

produtos acabados oferecem a maior segurança, pois levam menos tempo para

serem transformados em dinheiro. A figura abaixo apresenta o ciclo operacional.

Figura 8: Ciclo Operacional

FONTE: MOURA, página 34

Estoque

Contas a Receber

Dinheiro

Matéria-Prima transformada em produto acabado

Cliente que teve mercadorias

vendidas a prazo

Cliente que paga o débito em

dinheiro

Excluído: ¶

Excluído: Quebra de página

Page 31: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

31

Como o valor dos estoques se altera periodicamente, devido a flutuações

nos preços dos itens que o compõem, há diversas formas de se mensurar o

preço de entrada e de saída. Os dois métodos mais comuns são o PEPS

(primeiro que entra, primeiro que sai) e o UEPS (último que entra, primeiro que

sai). O primeiro método eleva os números de fechamento de estoque na

demonstração de resultado e no balanço.

4.2.1 Análise do Giro de Estoques

O giro é realizado no tempo é implica três variáveis ao elemento que

gira:

• Um valor no inicio do período;

• Um valor do período em que girou;

• Um valor no fim do período.

O exemplo que segue ilustra as três variáveis:

Inicial................................................................... 2.000

Compras no período........................................... 8.000

Saldo provável...................................................10.000

Saldo real no final do período............................. 4.000

A diferença entre os saldos provável e real (10.000 – 4.000 = 6.000)

deve-se há movimentação de saída no período, ou seja, ela representa o custo

dos itens consumidos (vendidos ou utilizados na produção).

Percebe-se, portanto que a fórmula para cálculo do valor consumido no

período é bastante simples. Considerando a o valor no início do período, c o

valor no fim do período e b o valor de entrada no período (compras), temos a

fórmula:

Valor consumido = a + b - c

Utilizando os números do exemplo, temos:

Page 32: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

32

Valor consumido = 2.000 + 8.000 – 4.000 = 6.000

Já a fórmula para cálculo do giro de estoques é:

Giro de estoques = (a + b) – c

(a + c) / 2

Com os números do exemplo:

Giro de estoques = (2.000 + 8.000) – 4.000 = 2,0

(2.000 + 4.000) / 2

O giro apresenta a relação entre o valor que foi consumido e o valor

médio dos estoques ((início + fim) / 2). No exemplo apresentado, a empresa

consumiu, no período, duas vezes seu valor de estoque médio.

Ainda que os cálculos e análises não se alterem, de acordo com o tipo

de empresa e item de estoque, a nomenclatura pode variar:

• Na indústria: fala-se em custo das matérias aplicadas e média dos

inventários de materiais, ou custo dos produtos vendidos e média dos

inventários dos produtos;

• No comércio: custo das mercadorias vendidas e média dos inventários de

mercadorias;

• Com relação a mercadorias: custo das mercadorias vendidas;

• Com relação a materiais: custo de materiais aplicados;

• Com relação a produtos: custo dos produtos vendidos.

Page 33: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

33

4.3 Inventário

O inventário é uma preocupação do pessoal de gestão de materiais,

sendo a partir dele que avaliações de como estão sendo administrados os

produtos e os materiais da empresa podem ser desenvolvidas.

O inventário é uma forma de identificar as quantidades de produtos ou

materiais disponíveis nas dependências da empresa. Com ele, pode-se avaliar

as perdas em mercadorias que se tornaram obsoletas, o desaparecimento de

itens como resultado de furtos, as “gorduras” no excesso de estoque, e as

prováveis fastas que ocasionarão parada de produção.

Além deste aspecto, o inventário tem a função de determinar os valores

de produtos em estoque para avaliação financeira de investimentos, pagamento

de impostos, entre outros. Também é uma forma de se avaliar se as

informações controladas estão de acordo com as quantidades físicas,

principalmente quando os estoques são informatizados.

Percebe-se, pois, que o inventário é, acima de tudo, uma ferramenta

para controle e planejamento, sendo imprescindível em qualquer projeto para se

obter um bom e rentável resultado. Com planejamento, é possível prever as

falhas, as dificuldades que surgirão, elaborar ações preventivas, enfim, atingir os

objetivos.

Excluído: ¶¶

Excluído: ¶Quebra de página

Page 34: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

34

4.4 Previsão da Demanda

“Todas as decisões [estratégicas e de planejamento] da cadeia de

suprimento são baseadas em uma estimativa da demanda futura” (CHOPRA,

página 65), sendo, portanto, essencial que as empresas mantenham e

acompanhem registros sobre o histórico de informações sobre a demanda.

Não apenas as decisões sobre produção e distribuição dependem de

previsões, mas todas as áreas da empresa se beneficiam de informações sobre

a demanda passada e futura:

• Marketing: alocação da força de vendas, promoções, lançamentos de

novos produtos;

• Finanças: investimentos na fábrica e em equipamentos, planejamento

orçamentário;

• Pessoal: planejamento de mão-de-obra, contratações, demissões.

4.4.1 Características das Previsões

Chopra apresenta algumas características das previsões que devem ser

observadas pelos gerentes de estoques e da cadeia de suprimentos:

1. As previsões estão sempre erradas e devem, por isso, incluir o valor

esperado e uma medida de erro de previsão. Para compreender a

importância de erro das previsões, vamos considerar dois revendedores

de carros. Um deles espera que suas vendas variem entre 100 e 1.900,

enquanto o outro espera que suas vendas variem entre 900 e 1.100.

Mesmo que ambos antecipem uma média de vendas de 1.000, as

políticas adotadas para cada revendedor devem ser muito diferentes em

virtude da diferença na precisão de suas previsões. Assim, o erro de

previsões (ou incerteza da demanda) deve ser uma informação crucial na

maioria das decisões da cadeia de suprimento.

2. As previsões a longo prazo são normalmente menos precisas que as de

curto prazo, ou seja, as previsões a longo prazo possuem um desvio-

padrão maior que as de curto prazo. A 7-Eleven do Japão explorou isso

Excluído: previsão

Page 35: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

35

para melhorar seu desempenho. A empresa instituiu um processo de

reabastecimento que lhe permite atender a um pedido em algumas horas.

Por exemplo, se o gerente de uma loja emite um pedido às 10h da

manhã, o pedido será entregue às 19h do mesmo dia. Assim, o gerente

da loja deve prever o que será vendido naquela noite com 12 horas de

antecedência ao momento da venda real. A previsão, nesse caso, será

provavelmente mais precisa do que se ele tivesse de prever a demanda

com uma semana de antecedência.

3. As previsões agregadas são normalmente mais precisas que as previsões

desagregadas. As previsões agregadas costumam apresentar um menor

desvio-padrão de erro relativo à média. Por exemplo, é fácil prever o

Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos para um determinado

ano, com menos de 2% de erro. No entanto, é muito mais difícil prever os

lucros anuais de uma empresa com menos de 2% de erro e é mais difícil

ainda prever a demanda para um determinado produto com o mesmo

grau de precisão. A diferença-chave entre essas três previsões é o grau

de agregação. O PIB agrega diversas empresas e os lucros de uma

empresa agregam diversas linhas de produtos. Quanto maior o grau de

agregação, mais precisas as previsões.

A demanda não surge a partir do nada. Ela é influenciada por um

conjunto de fatores que, se conhecidos pela empresa, podem auxiliar na

determinação dos valores futuros. Uma boa previsão da demanda depende,

portanto de dois aspectos: o conhecimento por parte dos gestores dos fatores

que afetam a demanda, e a determinação da relação entre tais fatores e a

demanda futura.

Os modelos de previsão são classificados, segundo Chopra, de acordo

com os seguintes tipos:

• Qualitativo: são modelos essencialmente subjetivos. Apóiam-se no

julgamento e opinião de alguém para fazerem a previsão. São mais

apropriados quando existem poucos dados históricos disponíveis ou

quando os especialistas têm inteligência de mercado, crucial para a

Page 36: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

36

realização das previsões. Esses modelos podem ser necessários para

prever a demanda por diversos anos no futuro em uma nova indústria.

• Modelos de séries temporais: utilizam o histórico da demanda para fazer

a previsão. Baseiam-se na suposição de que o histórico da antiga

demanda é um bom indicador da demanda futura. Esses modelos são

mais adequados quando a situação é estável e o padrão básico de

demanda não sofre variações significativas de um ano para o outro. São

os modelos mais simples a serem implementados e podem servir como

um bom ponto de partida para uma previsão de demanda.

• Causal: pressupõem que a previsão de demanda é amplamente

correlacionada com alguns fatores conjunturais (por exemplo, situação

econômica ou taxas de juros). Os modelos de previsão causais

estabelecem essa correlação entre demanda e fatores conjunturais e

utilizam as estimativas de quais serão esses fatores conjunturais para

prever a demanda futura.

• Simulação: reproduzem as escolhas dos consumidores que geram a

demanda, para chegar a uma previsão. Utilizando a simulação, a

empresa pode combinar modelos de séries temporais e causais para

responder a questões como: qual será o impacto de uma promoção nos

preços? Qual será o impacto da abertura de uma loja de um concorrente

próxima ao meu estabelecimento? As companhias aéreas simulam o

comportamento de compras do cliente para prever a demanda para

assentos mais caros quando há poltronas disponíveis nas classes mais

baratas.

Uma das tarefas mais difíceis na gestão de estoques é a decisão sobre

qual o melhor modelo para a realidade da empresa. Algumas empresas dão

preferência à utilização de múltiplos modelos de previsão e, posteriormente, à

combinação dos resultados obtidos. Chopra aponta que diversos estudos

indicam que esta abordagem forneça um resultado mais próximo do real.

Toda demanda observada pode ser desmembrada em:

Demanda observada (O) = Componente sistemático (S) + Componente aleatório (R)

Page 37: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

37

O componente sistemático mede o valor esperado da demanda e

consiste em:

• Nível: demanda atual dessazonalizada;

• Tendência: a taxa de crescimento ou declínio da demanda para o próximo

período;

• Sazonalidade: flutuações sazonais previsíveis na demanda.

Estes três sub-componentes podem ser previstos com base nos

históricos da empresa, gerando o componente sistemático.

O componente aleatório é a parte da previsão desviada da parte

sistemática. “A empresa não pode (e não deve) prever o componente aleatório.

Tudo que uma empresa pode prever é sua dimensão e variabilidade, o que

fornece uma medida de erro de previsão.” (CHOPRA, página 71)

O objetivo do gestor de estoques ao prever a demanda é, portanto,

minimizar o impacto do componente aleatório sobre a demanda observada,

aproximando esta da demanda real. Em outras palavras, seu objetivo é reduzir

ao máximo o erro da previsão.

Uma das técnicas mais comuns e eficazes de previsão é o modelo de

previsão de séries temporais. Eles podem ser divididos em duas categorias:

• Estático: as empresas fazem estimativas para diversas partes (por

exemplo, nível, tendência, sazonalidade) do componente sistemático da

demanda uma vez e, posteriormente, não atualizam essas estimativas

mesmo que percebam novas demandas. Os modelos estáticos lidam com

todo o erro de previsão futura como parte do componente aleatório da

demanda. Como resultado, não atualizam o componente sistemático com

base em observações de novas demandas.

• Adaptável: as empresas atualizam suas estimativas para diversas partes

(por exemplo, nível, tendência, sazonalidade) do componente sistemático

da demanda após terem feito a observação de cada demanda. Os

modelos adaptáveis supõem que uma parte do erro é atribuída à

estimativa incorreta do componente sistemático, sendo que o restante é

Page 38: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

38

atribuído ao componente aleatório. Dessa maneira, esses modelos

atualizam o componente sistemático após cada observação de demanda.

4.4.2 Abordagem Básica para Previsão de Demanda

É recomendável que toda a previsão de demanda siga as 6 etapas

apresentadas a seguir:

1. Compreender o objetivo da previsão

O primeiro passo é esclarecer o objetivo da previsão a ser feita, para

apoiar as decisões que nela se baseiam e evitar conflitos gerados pela falta de

comunicação.

2. Integrar planejamento e previsão de demanda

A empresa deve conectar sua previsão com todas as atividades de

planejamento dentro da cadeia de suprimento que utilizarão essa previsão ou

que venham a influenciar a demanda. É recomendável que esta integração

ocorra tanto no nível do sistema de informações quanto no nível do

gerenciamento de pessoas.

Este passo, muitas vezes não é seguido, levando o departamento de

produção a ter como base uma previsão diferente daquela do departamento de

marketing que, em geral, são as metas de vendas impostas pelo departamento

comercial.

3. Identificar os principais fatores que influenciam a previsão de demanda

Esta etapa já foi comentada anteriormente; o conhecimento destes

fatores é fundamental para a tomada de decisão quanto às técnicas de previsão

a serem utilizadas. Os principais fatores que influenciam a previsão da demanda

são: a demanda atual, suprimentos e fenômenos relacionados a produtos.

A empresa deve determinar se a demanda está crescendo, declinando

ou se possui características sazonais. Para determinar estes parâmetros, a

empresa deve se basear na demanda e não nas vendas passadas. Isto é

importante, pois alterações no ambiente, como promoções, por exemplo, podem

alterar as vendas em períodos passados, sem, contudo, alterar a demanda.

Page 39: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

39

Outros aspectos também são de grande relevância para a empresa

neste momento: como a demanda é influenciada por promoções; se existe

alguma relação (complementar ou substitutiva) entre os diferentes produtos da

empresa; etc.

4. Compreender e identificar os segmentos de consumidores

Para melhor compreender e identificar os segmentos, a empresa pode

agrupar os clientes de acordo com: similaridade em exigências de serviços,

volumes de demanda, freqüência de pedidos, volatilidade da demanda e

sazonalidade, por exemplo.

Chopra comenta que algumas empresas utilizam modelos de previsão

diferentes para diferentes segmentos.

5. Determinar a técnica de previsão mais adequada

Neste ponto, a empresa já tem conhecimento dos fatores que

influenciam a demanda e dos segmentos de consumidores, podendo fazer uma

escolha mais precisa da técnica de previsão a ser empregada. Como

comentado, pode-se escolher uma das quatro técnicas apresentadas

(qualitativa, séries temporais, causal ou de simulação) ou a combinação delas.

6. Estabelecer indicadores de desempenho e de erro para a previsão

É aconselhável que as empresas determinem indicadores de

desempenho claros e objetivos para avaliar a precisão e a periodicidade da

previsão. Chopra alerta que esses indicadores devem estar correlacionados com

os objetivos das decisões nos negócios baseadas nessas previsões.

4.4.3 Modelos Temporais de Previsão

Conforme apresentado, o objetivo de qualquer modelo de previsão é

prever o componente sistemático da demanda e estimar o componente aleatório.

Também foi comentado que o componente sistemático é composto pelos sub-

componentes: nível (n), tendência (t) e sazonalidade.

Page 40: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

40

De acordo com a natureza da demanda, o componente sistemático é

formado por diferentes equações (a seguir). As empresas podem desenvolver

modelos de previsão estáticos e adaptáveis para cada uma das formas.

• Multiplicativo: componente sistemático = n x t x fator de sazonalidade;

• Aditivo: componente sistemático = n + t + fator de sazonalidade;

• Misto: componente sistemático = (n + t) x fator de sazonalidade.

4.4.3.1 Modelos Estáticos2

Os modelos estáticos supõem que as estimativas de nível, tendência e

sazonalidade dentro do componente sistemático não variam conforme uma nova

demanda é observada. Assim, os parâmetros são estimados com base nos

dados históricos e os mesmos valores são utilizados para toas as previsões

futuras.

Para um caso em que o componente sistemático seja misto, a equação

é:

Compontente sistemático = (nível + tendência) x fator de sazonalidade

Utilizando as definições apresentadas por Chopra, temos:

• L = Estimativa de nível para período 0 (estimativa de demanda

dessazonalizada para o período 0);

• T = Estimativa de tendência (aumento ou declínio da demanda por

período);

• St = Estimativa de fator de sazonalidade para o período t;

• Dt = Demanda real observada no período t;

• Ft = Previsão de demanda para o período t.

2 Toda a teoria a seguir relativa aos modelos estático e adaptável foi extraída do capítulo 4 do livro Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos, de Sunil Chopra, tendo alguns trechos transcritos integralmente.

Page 41: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

41

A demanda para o período t + l é, portanto, em um modelo estático:

Ft = [L + (t + l)T] St+l ( 1 )

Para as estimativas de nível e tendência, primeiramente é necessário

dessazonalizar os dados da demanda. A demanda dessazonalizada representa

a demanda que teria sido observado na ausência de oscilações de

sazonalidade. A periodicidade p é o número de períodos em que o ciclo de

sazonalidade se repete, ou seja, a quantos períodos (definido pelo gestor;

meses, trimestres etc) o ciclo sazonal recomeça.

A fórmula para dessazonalizar a demanda é:

t - 1 + (p/2)

Dt - (p/2) + Dt + (p/2) + Σ 2D i / 2p para p par

I = t + 1 - (p/2)

Dt = t + (p/2) ( 2 )

Σ Di / p para p ímpar

i = t - (p/2)

A partir da demanda dessazonalizada, pode-se observar tanto um

declínio como um crescimento a uma taxa constante. Assim, há uma relação

linear entre a demanda dessazonalizada Dt e o tempo t. Essa relação é definida

da seguinte forma:

Dt = L + tT ( 3 )

Com base nesta fórmula, através de uma ferramenta de regressão,

estima-se os valores de L e T.

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Page 42: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

42

O fator de sazonalidade para o período St é a proporção da demanda

real Dt para a demanda dessazonalizada Dt e tem a seguinte fórmula:

St = Dt / Dt ( 4 )

“Dada a periodicidade p, podemos obter o fator de sazonalidade para um

determinado período através da média dos fatores de sazonalidade

correspondentes a períodos similares.” (CHOPRA, página 79)

O fator r representa o número de ciclos de sazonalidade no período

analisado. Por exemplo, caso os períodos de análise sejam trimestres e no total

haja o histórico de 12 trimestres, se p = 4 então r será igual a 3.

r - 1

Si = Σ S jp + i / r ( 5 )

j = 0

Nesse estágio torna-se possível calcular a demanda para qualquer

período através da fórmula ( 1 ).

4.4.3.2 Modelos Adaptáveis3

Nas previsões adaptáveis, as estimativas de nível, tendência e

sazonalidade são atualizadas após cada observação de demanda. Assim, a

estrutura de cálculo se altera um pouco em relação àquela apresentada

anteriormente.

Para este tipo de modelo, Chopra utiliza os seguintes termos:

• Lt = Estimativa de nível ao final do período t;

• Tt = Estimativa de tendência ao final do período t;

3 Toda a teoria a seguir relativa aos modelos estático e adaptável foi extraída do capítulo 4 do livro Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos, de Sunil Chopra, tendo alguns trechos transcritos integralmente.

Page 43: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

43

• St = Estimativa de fator de sazonalidade para o período t;

• Ft = Previsão de demanda para o período t (feita no período t – 1 ou

antes);

• Dt = Demanda real observada no período t;

• Et = Erro de previsão no período t;

• At = Desvio absoluto para o período t = | Et |;

• DAM = Desvio absoluto médio = valor médio de At.

Nos modelos adaptáveis, a previsão para o período t + 1 no período t é a

seguinte:

Ft + 1 = (Lt + lTt) St+l ( 6 )

Os quatro passos da estrutura da previsão adaptável são:

1. Inicialização: Computar estimativas iniciais de nível (L0), tendência (T0) e

fatores de sazonalidade (S1, ..., Sp) a partir das informações dadas. Isso é

feito exatamente da mesma maneira como no modelo de previsão

estático exposto no capítulo anterior.

2. Previsão: Dadas as estimativas no período t, prever a demanda para o

período t + 1 utilizando a equação ( 6 ). A primeira previsão é para o

período 1 e é feita com as estimativas de nível, tendência e fator de

sazonalidade do período 0.

3. Estimar o erro: Registrar a demanda real Dt + 1 para o período t + 1 e

computar o erro Et + 1 na previsão para o período t + 1 como a diferença

entre a demanda prevista e a demanda real. O erro para o período t + 1 é

calculado de acordo com a fórmula ( 7 ), a seguir.

Et + 1 = Ft + 1 - Dt + 1 ( 7 )

4. Modificar as estimativas: Modificar as estimativas de nível (Lt + 1),

tendência (Tt + 1) e fator de sazonalidade (St + p + 1), a partir do erro Et + 1

da previsão. É aconselhável que a modificação aconteça de tal maneira

que se a demanda for mais baixa que o previsto as estimativas sejam

Page 44: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

44

revistas de cima para baixo, enquanto que se a demanda for mais alta

que o previsto, as estimativas sejam revistas de baixo para cima. A

revisão é assim proporcional à dimensão do erro real. As estimativas

revistas no período t + 1 são então utilizadas para fazer uma previsão

para o período t + 2 e os passos 2, 3 e 4 são repetidos até que todos os

dados históricos até o período n tenham sido cobertos. As estimativas do

período n são então utilizadas para prever a demanda futura.

A seguir são apresentados os diversos modelos de previsão adaptável.

O modelo mais apropriado a cada organização depende de características da

demanda e da formação do componente sistemático.

a) Média Móvel

Este modelo é utilizado quando a demanda não apresenta tendência ou

sazonalidade, sendo:

componente sistemático = nível

Esse modelo utiliza uma estimativa de nível a partir da média da demanda

durante os N períodos mais recentes, conforme a fórmula ( 8 ):

Lt = (Dt + Dt + 1 + ... + Dt - N + 1) / N ( 8 )

A previsão atual para todos os períodos futuros é a mesma e baseia-se na

estimativa de nível atual:

Ft + 1 = Lt e Ft + n = Lt ( 9 )

A partir da observação da demanda no período t + 1, as estimativas são

revisadas da seguinte forma:

Lt + 1 = (Dt + 1 + Dt + ... + Dt - N + 2) / N ( 10 )

Ft + 2 = Lt + 1 ( 11 )

Page 45: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

45

b) Suavização exponencial simples

Semelhante ao modelo de média móvel, este modelo é adequado quando a

demanda não apresenta tendência ou sazonalidade.

A estimativa inicial de nível L0 é feita com a média de todos os dados históricos

porque supôs-se que a demanda não apresentasse tendência e sazonalidade.

Dado o histórico da demanda para os períodos 1 a n, utiliza-se a fórmula:

n

L0 = (1 / n) Σ Di ( 12 )

i = 0

A previsão atual para todos os períodos futuros é igual à estimativa atual do

nível é formulada da seguinte maneira:

Ft + 1 = Lt e Ft + n = Lt ( 13 )

Após a observação da demanda Dt + 1, para o período t + 1, revisa-se a

estimativa do nível assim:

Lt + 1 = αDt + 1 + (1- α)Lt ( 14 )

O fator α é uma constante de suavização para o nível, 0 < α < 1. Um valor mais

elevado de α corresponde a uma previsão mais responsiva a observações

recentes, ao passo que um valor mais baixo de α representa uma previsão mais

estável e menos responsiva a observações recentes.

O valor revisado é a média ponderada entre o valor observado do nível Dt + 1 no

período t + 1 e a antiga estimativa do nível Lt no período t. Utilizando a equação

( 14 ), pode-se expressar o nível em um determinado período como uma função

entre a demanda atual e o nível no período anterior. Dessa forma, a equação (

14 ) pode ser reescrita:

t + 1

Lt + 1 = Σ α (1 − α)n Dt + 1 - n ( 15 )

n = 0

Page 46: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

46

c) Suavização exponencial com tendência (modelo de Holt)

Este modelo é adequado quando a demanda possui nível e tendência no

componente sistemático, mas não apresenta sazonalidade.

componente sistemático = nível + tendência

Uma estimativa inicial de nível e tendência é obtida através da regressão linear

entre a demanda D e o período de tempo t conforme a fórmula ( 16 ):

Dt = at + b ( 16)

A constante b mede a estimativa de demanda no período t = 0 e é uma

estimativa do nível inicial L0. A inclinação a mede a taxa de mudança na

demanda por período e é a estimativa inicial de tendência T0.

Dadas as estimativas de nível L e de tendência T, a previsão para os períodos

futuros é a seguinte:

Ft + 1 = Lt + Tt e Ft + n = Lt + nTt ( 17 )

Após a observação da demanda para o período t, deve-se revisar as estimativas

de nível e de tendência de acordo com as fórmulas ( 18 ) e ( 19 ).

Lt + 1 = αDt + 1 + (1- α)(Lt + Tt ) ( 18 )

Tt + 1 = β(Lt + 1 - Lt ) + (1- β)Tt ( 19 )

O fator α é a constante de suavização para o nível, 0 < α < 1, e β é a constante

de suavização para a tendência, 0 < β < 1.

d) Suavização exponencial de séries com tendência e com variações de

estação (modelo de Winter)

Este modelo é adequado quando o componente sistemático da demanda possui

nível, tendência e fator de sazonalidade.

componente sistemático = (nível + tendência) x fator de sazonalidade

Page 47: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

47

Adota-se a periodicidade da demanda como p. Como nos outros modelos, para

se iniciar a previsão é necessário estimar os valores iniciais de nível (L0), de

tendência (T0) e de fatores de sazonalidade (S1, ..., Sp).

Para a obtenção destes valores, utiliza-se o mesmo procedimento do modelo de

previsão estática, com base nas formulas ( 2 ), ( 3 ) e em uma regressão linear.

No período t, dadas as estimativas do nível Lt , tendência Tt e fatores de

sazonalidade St, ..., Sn, a previsão para os períodos futuros é expressa do

seguinte modo:

Ft + 1 = (Lt + Tt) St + 1 e Ft + n = (Lt + nTt) St + n ( 20 )

Na observação da demanda para o período t + 1 revisa-se as estimativas para

nível, tendência e fatores de sazonalidade conforme as fórmulas ( 21 ), ( 22 ) e

( 23 ), abaixo.

Lt + 1 = α(Dt + 1 / St + 1) + (1- α)(Lt + Tt ) ( 21 )

Tt + 1 = β(Lt + 1 - Lt ) + (1- β)Tt ( 22 )

St + p + 1 = γ(Dt + 1 / Lt + 1 ) + (1- γ)St + 1 ( 23 )

O fator α é a constante de suavização para o nível, 0 < α < 1, β é a constante de

suavização para a tendência, 0 < β < 1, e γ é a constante de suavização para o

fator de sazonalidade, 0 < γ < 1.

e) Média corrida

Além dos modelos apresentados, Biazzi? exemplifica uma quinta alternativa de

modelo adaptável.

Hipótese Atualização dos parâmetros

Permanência S(t0) = [Σ V(t)]/N

Trajetória regressão linear: “a” e “b”

R(t0) = b

S(t0) = a + b . t0

Sazonalidade com permanência S(t0) = [Σ V(t)]/N

Fp(t0) = 1/L . Σ[Vp(t)/S(t0)]

Page 48: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

48

Sazonalidade com trajetória regressão linear: “a” e “b”

R(t0) = b

S(t0) = a + b . t0

Fp(t0) = 1/L . Σ[Vp(t)/Sp(t0)]

V(t) = demanda real; N = número de períodos presentes no histórico;

a = valor da abcissa no ponto de intersecção com o eixo y; b = inclinação da

reta;

Vp(t) = demanda real no período correspondente ao do fator de sazonalidade;

Sp(t) = ponto na reta média no período correspondente ao do fator de

sazonalidade.

Formatado: Português (Brasil)

Page 49: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

49

4.5 Modelos de Lote Econômico de Compra

De acordo com Moura, os modelos de Lote Econômico de Compra (LEC)

podem se transformar numa poderosa ferramenta para o controle de custos

envolvidos no estoque e sua manutenção. A partir de alguns dados coletados –

como demanda e custos de pedir e de manutenção – pode-se chegar a uma

quantidade de compra muito próxima da ideal. A quantidade calculada é

chamada de Quantidade ótima (Q).

Contudo, a quantidade ideal de um material que deveria ser pedida pode

ser restringida. “Por exemplo, a capacidade de armazém pode limitar a

quantidade pedida de um material. Além disso, a capacidade de produção e os

programas de produção de outros produtos podem limitar o tamanho das

quantidades pedidas.” (GAITHER, página 300) Especialmente se os insumos

e/ou matérias-primas têm prazos de validade curtos.

Percebe-se, portanto, uma das grandes falhas dos modelos LEC: ainda

que apresentem as quantidades ótimas a serem adquiridas, minimizando os

custos envolvidos, tais modelos não vislumbram as restrições impostas pela

estrutura organizacional, gerando, algumas vezes, quantidades incompatíveis.

Para a elaboração de um modelo de estoques mais adequado à

realidade da organização, de modo que falhas como a comentada sejam

minimizadas, Biazzi cita alguns aspectos que devem ser considerados pelo

gestor:

• Política de estoques;

• Número de itens;

• Fluxo de material;

• Horizonte de planejamento (finito ou infinito);

• Demanda (determinística ou probabilística; estática ou dinâmica);

• Taxa de suprimento (finita ou infinita);

• Lead-time (zero, determinístico ou probabilístico);

• Atendimento da demanda (sem faltas, com atraso ou com perda de

venda);

• Formas de definição de custos;

Formatado: Fonte: Itálico

Excluído: feitas

Page 50: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

50

• Situações especiais (mudança de preço, suprimento sazonal, limites de

armazenagem, limites de investimento, obsolescência).

4.5.1 Modelo Básico

O modelo básico para o LEC, também chamado de Lote de

Wilson/Harris, é indicado, segundo Biazzi, para os casos nos quais há:

• Fornecimento único de compra;

• Único produto envolvido;

• Quantidade fixa;

• Demanda contínua a uma taxa constante;

• Taxa de suprimento infinita;

• Lead-time igual a zero;

• Ausência de faltas;

• Custo de estocagem segundo estoque médio no período.

Moura acrescenta a necessidade de não haver desconto em função da

quantidade solicitada para que a situação seja ideal para a utilização deste

modelo.

Este modelo é utilizado para definir a quantidade que irá minimizar o

custo total de manutenção e encomenda dos estoques em um determinado

período. Ele nada mais é do que um ponderador que compara os custos de

pedir aos custos de manutenção de estoques. Uma limitação deste modelo é o

fato de ele considerar o preço unitário constante, não considerando alterações

relativas a descontos, por exemplo.

“Um modelo básico de estoque é um sistema de planejamento de

estoques muito simples. Ele inicia com certo nível de estoque e depois, quando

quer que seja feita uma retirada do estoque, é feito um pedido de renovação que

é igual à retirada. Esse modelo assegura que o estoque seja mantido num nível

aproximadamente constante. O estoque inicial comumente é igual à DEDLT

[Demanda Esperada Durante o Lead Time] mais o estoque de segurança e

muitas renovações de estoque são feitas para pedidos relativamente pequenos.

Esse sistema seria apropriado para itens muito caros com custo de pedido

pequenos.” (GAITHER, página 294)

Formatado: Fonte: 10 pt,Fonte de script complexo: 10 pt

Formatado: Recuo: Esquerda: 1,14 cm

Formatado: Fonte: 6 pt, Fontede script complexo: 6 pt

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Page 51: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

51

Q * H

2

Quantidade do Pedido

O custo de manutenção do estoque tem uma relação linear com o tamanho do pedido.

Cus

to

4.5.1.1 Quantidade Ótima (Q)

Conforme comentado, a quantidade ótima deve equilibrar os custos

relativos ao estoque. Quando o resultado é a opção de muitos pedidos de

pequenos volumes, a empresa terá um custo de pedido (preenchimento de

formulários, telefone, mão-de-obra, impressos, fretes, etc.) muito maior que o

custo de manter estoque. Analogamente, se o resultado é a opção de poucos

pedidos de grandes volumes, a relação entre os custos se inverte.

A quantidade ótima de um pedido é obtida pela fórmula:

Q = 2 * D * cp

ce

4.5.1.2 Custo de Manutenção do Estoque (ce)

O custo de manutenção do estoque se refere aos gastos para manter o

produto estocado, ou seja: seguros, desgaste dos móveis, embalagens,

transporte, limpeza, espaço físico, refrigeração (quando necessário), mão-de-

obra etc.

O custo de manutenção no período é obtido através da multiplicação

entre a quantidade média do estoque disponível e o custo para se manter uma

unidade durante o período.

A quantidade média do estoque é obtida dividindo-se a quantidade do

pedido por 2.

ce

Figura 9: Curva do custo de manutenção do estoque

FONTE: MOURA, página 47

Formatado: Fonte: 6 pt, Fontede script complexo: 6 pt

Formatado: Fonte: 6 pt, Fontede script complexo: 6 pt

Formatado: Fonte: 6 pt, Fontede script complexo: 6 pt

Formatado: Fonte: 6 pt, Fontede script complexo: 6 pt

Excluído: ¶

Page 52: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

52

D * S

Q

O custo do pedido do estoque tem umarelação inversa e não-linear com otamanho do pedido.

Quantidade do Pedido

Cus

to

4.5.1.3 Custo de Pedido de Estoque (cp)

O custo de pedido de estoque refere-se ao custo de pedir. “Estão

relacionados neste custo: hora/telefonemas, hora/homem, digitação, fax, e-mail,

impressos frete, seguro de entrega, etc.” (MOURA, página 48)

Diferente do custo de manutenção, o custo de encomenda não apresenta

sensibilidade ao volume de compra. O esforço – determinar o volume do pedido,

avaliar fornecedores, autorizar o faturamento etc – é muito semelhante para se

encomendar 1 ou 1.000 unidades de um mesmo produto. O custo da

encomenda do estoque é uma função do número de pedidos no período (valor

variável) e do custo de se efetuar um pedido (valor fixo).

cp

Figura 10: Curva do custo de encomenda do estoque

FONTE: MOURA, página 48

4.5.1.4 Demanda (D)

A demanda se refere aos pedidos, à venda ou à solicitação dos clientes

durante o período. Ela é uma previsão dos produtos que sairão da empresa e,

geralmente, é medida através de “unidades por período”.

Conhecendo-se a demanda no período, pode-se determinar a

quantidade de pedidos que devam ser efetuados, dividindo-se a demanda pela

quantidade ótima:

D

Q

Excluído: ¶

Excluído: deverão

Page 53: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

53

Custos

Tamanho do lote

Custo de estocar

Custo de pedir

Custo total

Lote Econômico(Tamanho de lote

que minimiza custototal)

Abordagem tradicional: determinaçãopassiva do tamanho dos lotes “econômicos”

LDA C

CE

f

e

=× ×2

Custos

Tamanho do lote

Custo de estocar

Custo de pedir

Custo total

Lote Econômico(Tamanho de lote

que minimiza custototal)

Abordagem tradicional: determinaçãopassiva do tamanho dos lotes “econômicos”

LDA C

CE

f

e

=× ×2

Custos

Tamanho do lote

Custo de estocar

Custo de pedir

Custo total

Lote Econômico(Tamanho de lote

que minimiza custototal)

Abordagem tradicional: determinaçãopassiva do tamanho dos lotes “econômicos”

LDA C

CE

f

e

=× ×2

4.5.1.5 Ciclo do Pedido

O ciclo do pedido é a relação inversa à quantidade de pedidos por

período. Ele facilita a programação da entrega de insumos e matéria-prima. O

ciclo é calculado pela fórmula abaixo e representa o intervalo entre um pedido e

outro.

Q

D

4.5.1.6 Custo Total (CT)

O custo total é a soma dos custos de manutenção e de encomenda do

estoque.

Figura 11: Curva do custo total: soma dos custos de manutenção e de pedido - A

curva do custo total tem forma de U.

FONTE: CORRÊA, capítulo 20

Sendo cm o custo unitário de material, a fórmula para cálculo do custo

total é:

CT (Q) = cp x D + ce x Q + cm x D Q 2

número de pedidos estoque médio pode ser ignorado,

por período não depende de Q

Page 54: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

54

tempo

Nívelde

estoque Taxa de demanda “d”

Quando pedir?

Qua

nto

pedi

r?

4.5.2 Considerações sobre o LEC

No modelo de básico do LEC, considera-se que o pedido é atendido em

um momento único chamado de reposição instantânea. Já no modelo com

reposição progressiva, há dois momentos: quando a reposição é realizada ao

longo do tempo e não instantaneamente, e quando as empresas são,

simultaneamente, fabricante e usuária.

De modo geral, as decisões básicas relativas à gestão de estoque são:

• Quanto pedir;

• Quando pedir.

A figura abaixo apresenta o modelo genérico de nível de estoques.

Figura 12: Decisões básicas da gestão de estoques

FONTE: CORRÊA, capítulo 17

Quando as taxas de reposição e utilização são iguais, não há formação

de estoques, como no caso do Just-in-time, por exemplo, e não há preocupação

com o tamanho do lote.

Como comentado, o modelo básico também não vislumbra a hipótese de

descontos em função da quantidade.

Page 55: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

55

Não serão abordados neste trabalho outros modelos de Lote Econômico

de Compra cujas demandas sejam determinísticas e o modelos que vislumbrem

casos especiais tais como atrasos, taxas de suprimento finita, lead-times

probabilísticos e descontos por quantidade por questões muito simples:

• As análises para o presente estudo não sofrem interferências das

limitações citadas;

• A demanda é sabidamente probabilística;

• A taxa de suprimento é consideravelmente superior à demanda, podendo

ser considerada infinita;

• O lead-time é conhecido e raras vezes sofre alterações, de modo que

será considerado determinístico;

• Não é possível considerar atrasos, uma vez que os clientes não têm

como esperar pela entrega dos fornecedores para serem atendidos na

empresa estudada.

Os conceitos de Kaizen, Kanban e Just-in-time também não serão

comentados, uma vez que não se aplicam à parte prática.

Formatado: Fonte: Itálico

Formatado: Fonte: Itálico

Page 56: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

56

4.6 Outros Modelos de Compra

Conforme é ilustrado pela figura 13, os modelos de compra simplificam a

realidade do nível de estoques, trabalhando com consumos constantes. De

acordo com o modelo de reposição, a ilustração gráfica pode apresentar

variações, especialmente com relação ao nível de estoque de segurança.

Figura 13: Sistema básico de reposição

FONTE: BIAZZI, página 6

Em sua apostila, Biazzi apresenta alguns critérios para a seleção do

sistema de reposição de estoques, todos relativos a itens com demanda

independente:

• Quantidade fixa: materiais com alto custo unitário, demanda variável,

lead-times grandes e alto custo de falta. Neste caso, definem-se

previamente o estoque de segurança e a quantidade a ser pedida. De

acordo com a demanda, através de revisão contínua, determina-se o

ponto de reposição. Como exemplo de situação ideal para utilização

deste sistema são citadas folhas de flandres para fabricantes de latas;

tempo

Lead time

Dem

anda

esp

erad

adu

ran

te “

lead

tim

e”E

stoq

ue d

ese

gura

nça

Ponto deressuprimento

Ponto mais baixo ao qualo estoque real chegou

Curva de estoque real

Curva de estoque conforme assumido pelo modelo

Nívelde

estoques

tempo

Lead time

Dem

anda

esp

erad

adu

ran

te “

lead

tim

e”E

stoq

ue d

ese

gura

nça

Ponto deressuprimento

Ponto mais baixo ao qualo estoque real chegou

Curva de estoque real

Curva de estoque conforme assumido pelo modelo

Nívelde

estoques

Page 57: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

57

Nível deestoques

TempoR2R1 R3 R4

P P P

LT

L2L1

L3 L4

EstoqueMáximo

PPeríodos de revisão (fixos)

Lotes de ressuprimento (variáveis)

Nível deestoques

TempoR2R1 R3 R4

P P P

LT

L2L1

L3 L4

EstoqueMáximo

PPeríodos de revisão (fixos)

Lotes de ressuprimento (variáveis)

• Reposição periódica: itens com custo unitário médio ou baixo, demanda

regular, lead-times médios ou pequenos, custo de falta médio ou pequeno

e número apreciável de itens com fornecedores comuns. Este sistema

define o estoque máximo e o período de revisão, permitindo que o

estoque de segurança flutue. Como exemplo, Biazzi cita a realidade de

supermercados;

• Estoque base: itens com alto custo de falta e demanda média pequena

como, por exemplo, materiais de manutenção. Este sistema tem como

definição prévia o estoque máximo e o estoque de segurança (estoque

máximo - 1 unidade). Nele, o intervalo de reposição e a quantidade de

pedido variam conforme a demanda no período, de modo que o estoque

de base (máximo) seja mantido.

A figura abaixo ilustra graficamente as flutuações do nível de estoque, os

lotes de ressuprimento e os pontos de revisão. O gráfico representa um sistema

de reposição periódica.

Figura 14: Sistema de reposição periódica

FONTE: CORRÊA, capítulo 17

Page 58: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

58

4.6.1 Revisão Contínua e Demanda Estável

Este modelo utiliza um processo iterativo para se calcular o estoque de

segurança (s) e o tamanho do lote (Q com Pm, a perda média por ciclo de

reposição igualada a zero na primeira iteração). O processo iterativo tem como

objetivo efetuar uma análise simultânea dos gradientes das curvas das variáveis

que compõem o custo total (CT), afim de minimizá-lo. As variáveis são o

tamanho do lote e o estoque de segurança.

• Revisão contínua;

• Horizonte infinito;

• Demanda estável e probabilística;

• Lead-time determinístico maior do que zero;

• Taxa de suprimento infinita;

• Custo de estocagem segundo estoque médio no período.

Considerando perdas de venda em caso de atraso, situação verossímil

com a realidade da empresa analisada, os passos do processo iterativo são,

conforme apresentado por Biazzi:

1º Q = 2 x Dm x (cp + cp x Pm)

ce

2º F(z) = cf x Dm / Q

cf x Dm / Q + ce

3º s = DmL + z(F(z)) x σL

4º Pm = σL x I s - DmL

σL

Excluído: (

Excluído: )

Page 59: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

59

Caso s seja discreto e o valor obtido no passo 3º seja um número

decimal, utilizar para o passo 4º o primeiro número inteiro acima do s calculado.

Os passos devem ser repetidos até que o valor de Pm se estabilize. As variáveis

utilizadas nas fórmulas acima são definidas como:

• cf = custo de falta ($ / unidade);

• cp = custo de pedido ($ / pedido);

• ce = custo de estocagem ($ / unidade / período);

• Pm = perda média (unidades);

• F(z) = função de distribuição acumulada da normal no ponto z;

• z = abscissa da normal padrão;

• DmL = demanda média no lead-time;

• σL = desvio-padrão da demanda no lead-time;

• I(z) = integral de perda da normal padrão.

Já a fórmula de custo total por período, sem considerar o custo do

próprio material, é:

CT (Q) = cp x Dm + ce x Q + s - DmL + Pm + cf x Pm x Dm

Q + Pm 2 Q + Pm

4.6.2 Demanda Variável

“Para um comportamento não muito variável (demanda máxima < 2 x

mínima), pode-se utilizar o intervalo entre reposições implícito no modelo de

Wilson/Harris para agregar demandas num único lote. [...] Definido o intervalo T

até o próximo pedido, pode-se usar a heurística sugerida pela seguinte fórmula”

sendo k o coeficiente de segurança no atendimento. (BIAZZI, página 58)

t +LT + T t +LT + T t +LT

Qt = Σ Dm(τ) + k x Σ σD2(τ) - Et - Σ Dm(τ)

τ = t +LT + 1 τ = t +LT + 1 τ = t + 1

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Formatado: Francês (França)

Page 60: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

60

As variáveis utilizadas na fórmula acima são definidas como:

• T = intervalo de reposição (em dias, por exemplo);

• t = momento analisado (dia, mês ou trimestre, por exemplo);

• LT = lead-time (unidade igual à utilizada em t e T)

• Et = estoque no momento t (unidades);

• Dm = demanda média no período (unidades);

• σD = desvio-padrão da demanda;

O coeficiente k é igual a z, definido através da fórmula:

FT + L(z) = cf

cf + ce

De acordo com Biazzi, na situação de perda de venda, o estoque no

instante em que o lote chega à empresa não pode ser negativo. As fórmulas de

perda média e de custo total por período, sem considerar o custo do próprio

material, são as mesmas utilizadas no período? anterior.

Page 61: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

61

5. Metodologia

Conforme apresentado na parte introdutória deste trabalho, o estudo

prático que segue foi desenvolvido em uma clínica de estética e tem o intuito de

avaliar o melhor modelo de gestão de estoques e assim, mensurar a eventual

economia, em termos financeiros, que a organização pode auferir utilizando a

metodologia que será sugerida.

5.1 A Empresa

5.1.1 Breve Apresentação

Notabile, a clínica de estética estudada, iniciou suas atividades em

agosto de 2002. Tendo sido inicialmente constituída como um salão de beleza,

com a prestação de serviços de manicure, pedicure, depilação, podologia e

estética a empresa foi montada sob a forma de um licenciamento de sua marca

(espécie de franquia) e sob a gestão de 2 sócias.

Desde sua fundação, a empresa passou por diversas mudanças,

tornando-a, hoje, um centro de beleza com um portfólio completo no segmento

de beleza e estética e reconhecida em sua região de atuação.

Pioneira em diversos aspectos, Notabile sempre direcionou seu foco à

excelência no atendimento, com grande direcionamento de seus esforços para a

assepsia e a esterilização de todo o material utilizado, posicionando-se como

uma empresa que, além de fornecer serviços e produtos estéticos, tem real

preocupação com a saúde de seus clientes.

A partir de 2005, passando a desenvolver suas atividades com foco em

sua missão: “Valorizar a beleza, respeitando o ser humano, de forma ética e

rentável em um ambiente saudável e acolhedor”, a empresa gerou a

necessidade de utilizar apenas produtos devidamente regulamentados e

autorizados pelas entidades competentes, bem como marcas de destaque no

segmento de beleza. Este fato elevou consideravelmente tanto seu inventário

quanto os custos de estocagem.

Page 62: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

62

Desta forma, uma gestão de estoques exercida de forma profissional

passou a ser uma real necessidade da empresa. Não apenas pela grande

variedade de itens em seu estoque, mas também pelo fato de diversos itens

serem descartáveis, elevando seu consumo e gerando a necessidade de se ter

o item em estoque para que o atendimento pudesse ser prestado.

As principais alterações pelas quais Notabile passou são:

• 2003: alteração do quadro societário com a saída de uma das sócias e

a entrada de um sócio administrador;

• 2004: ampliação e fortalecimento dos serviços de estética;

• 2005: profissionalização da gestão da empresa com a contratação de

novos cargos administrativos;

• 2005: ampliação da área de atendimento da empresa;

• 2005: ampliação do portfólio de serviços com a introdução dos

serviços de cabeleireiro;

• 2006: rompimento do contrato de licenciamento da marca;

• 2006: ampliação da área de atendimento dos serviços de depilação;

• 2007: alteração da marca e da identidade visual da empresa,

passando a atuar, agora, com sua marca própria, Notabile,

devidamente registrada no INPI;

• 2007: alteração da razão social e cadastramento no estado, passando

a empresa a comercializar produtos;

• 2008: duplicação do tamanho da empresa e ampliação de seu quadro

de profissionais;

• 2008: desenvolvimento de parcerias, ampliando o portfólio de serviços

de Notabile.

Após todas as mudanças, Notabile é hoje uma empresa completamente

diferente daquela iniciada em 2002:

• O número de profissionais passou de 17 para 46, afora outros 9

prestadores de serviços que prestam serviços em Notabile sob a

forma de parcerias;

Page 63: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

63

• A área física total da empresa foi expandida em mais do dobro da

inicial;

• Seu volume médio de clientes por mês cresceu 142%;

• Seu faturamento aumentou 465%.

5.1.2 Gestão de Estoques Atual

Até hoje, a gestão de estoques da empresa se aperfeiçoou bastante,

especialmente pelos motivos listados abaixo. Contudo, ainda não há a utilização

de um modelo de previsão de demanda nem de um modelo formal de

dimensionamento de compras.

As principais alterações na gestão de estoques da empresa são:

- introdução do cargo de Gerente Operacional, que supervisiona e acompanha

o consumo dos produtos, bem como é responsável pelos lançamentos no

sistema;

- introdução do cargo de Estoquista cuja principal atribuição é entregar aos

profissionais o material solicitado, mas respeitando as doses/quantidades

necessárias ao atendimento;

- alteração da organização física dos estoques, deixando os produtos à

mostra para os clientes e facilitando o acompanhamento de seu consumo,

bem como a contagem do inventário.

A gestão de estoques atualmente é feita primordialmente com o

conhecimento empírico, adquirido ao longo dos anos de existência da empresa.

Para tanto, o estoque é conferido integralmente uma vez por mês, verificando-se

o saldo real com aquele informado pelo sistema operacional da empresa.

Todo material que é retirado dos estoques é marcado em relatórios de

consumo de material, contendo o produto, a quantidade, o profissional que

retirou o material e a data da movimentação. De acordo com o movimento do

estoque, a movimentação é lançada imediatamente no sistema ou no final do

expediente.

Page 64: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

64

Dessa forma, quando a verificação do inventário é feita, em casos de

erros, é possível conferir as entradas de material através das notas fiscais de

compra e as saídas através dos relatórios de consumo de produtos.

Uma vez atualizados os saldos no sistema, após a contagem do estoque,

define-se o volume de compras necessário por uma média histórica de consumo

para o mês seguinte. As compras são, portanto, efetuadas uma vez por mês,

salvo quando o consumo é maior, o que obriga a Gerente Operacional a adquirir

os produtos necessários antes do previsto. Nestes casos, algumas vezes é

necessário adquirir os produtos a preços mais elevados, devido ao lead time de

entrega dos principais fornecedores, encarecendo o custo dos serviços.

O atual sistema de gestão de estoques tem um resultado positivo quanto

ao consumo do material, pois permite controle das entradas e das saídas. Ele

não apenas viabilizou uma redução das quantidades consumidas, mas também

inibiu eventuais furtos e desperdícios de material.

Ainda que seja bastante empírico e com diversas falhas de controle, bem

como sem qualquer espécie de previsão lastreando as decisões, o modelo atual

se assemelha bastante ao just in time ou mesmo o just in case pela margem de

segurança que a empresa costuma manter.

Considerando um mês como período base, a empresa adquire o material

necessário para o período em questão, evitando gerar estoques. É nítido, como

as planilhas a seguir mostrarão que o objetivo de não gerar estoques não é

conquistado, em geral. Seja por imposição de lotes mínimos impostos pelos

fornecedores ou por exageros nas compras, de modo geral, a empresa sempre

mantém estoques.

Estes estoques poderiam ser considerados como estoques de

segurança, mas como não há base teórica ou modelo formal nas previsões e

decisões de compra, o estoque final é mero resultado da flutuação da demanda.

O item 6.5, fará uma comparação das despesas financeiras entre o

sistema atual e o modelo mais adequado para cada item.

Contudo, é possível afirmar que a falta de previsões de demanda e de

um modelo formal na gestão de compras geram dois possíveis problemas: 1)

compras excessivas, onerando a empresa tanto pelo desembolso com o material

adquirido quanto pelo custo de estocagem de cada insumo; 2) eventuais faltas

de material, reduzindo a excelência no atendimento (uma cor específica de

Formatado: Fonte: Itálico

Excluído: com ausência de

Page 65: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

65

esmalte, por exemplo) ou a elevação do custo do serviço gerada por preços

mais altos pagos no material comprado às pressas.

5.2 Metodologia Empregada

5.2.1 Etapas

Para a elaboração de uma análise dos modelos de gestão de estoques,

foi necessário o desenvolvimento de diversas etapas anteriores. A seção 3 deste

trabalho apresentará as planilhas que foram desenvolvidas em cada etapa,

comentando e comparando seus resultados.

Nesta seção, serão apenas apresentados as etapas e os comentários

quanto à elaboração de cada uma.

O estudo seguiu as seguintes etapas:

1. Levantamento da demanda mensal de janeiro de 2003 a maio de 2008:

Para o levantamento da demanda mensal, foram coletados o volume de

clientes por área de atendimento e o número de profissionais de cada área.

Assim, não apenas foi possível calcular a quantidade média de clientes por

profissionais, mês a mês, mas também obter o volume total de clientes a partir

da soma das multiplicações dos dois dados coletados para cada área.

2. Avaliação dos modelos de previsão de demanda:

A partir do volume de clientes mês a mês, foi possível averiguar a existência

tanto de sazonalidade quanto de tendência. Desta forma, foram selecionados

dois modelos de previsão de demanda para que seus resultados fossem

comparados: Modelo de Holt e Modelo de Winter.

3. Seleção de um modelo de previsão de demanda:

Com base nos modelos selecionados, foram feitas simulações para cada área

com o intuito de se averiguar a qualidade das previsões. Com base nelas, foi

determinado que o modelo de Winter apresentava os melhores resultados,

pois por vislumbrar a sazonalidade apresentou erros inferiores aos

apresentados pelas previsões obtidas com o Modelo de Holt.

Formatado: Fonte: 12 pt,Fonte de script complexo: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt,Fonte de script complexo: 12 pt

Formatado: Fonte: 12 pt,Fonte de script complexo: 12 pt

Formatado: Fonte: 10 pt,Fonte de script complexo: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt,Fonte de script complexo: 10 pt

Formatado: Fonte: 10 pt,Fonte de script complexo: 10 pt

Page 66: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

66

4. Aperfeiçoamento do modelo de previsão de demanda:

A partir do modelo de Winter, que apresentou maior qualidade nas previsões,

foram feitas diversas simulações, a fim de se determinar a melhor forma de

prever a demanda. O modelo de previsão final foi selecionado com base nos

menores erros apresentados em suas previsões. O item 5.2.3 deste trabalho

apresentará como os modelos de previsão foram trabalhados.

5. Seleção dos itens de estoque a serem analisados:

Notabile conta, hoje, com 1.118 itens em seu estoque, distribuídos entre

produtos de consumo nos atendimentos de cada área (cabelo, depilação,

manicure e pedicure, podologia, estética facial e corporal, massagem,

atendimento médico, escritório e material administrativo). Este elevado

número de itens se deve ao fato de que algumas áreas possuem itens com

diversas variedades de cores (esmaltes, colorações de cabelo etc) e/ou aroma

(sabonetes, cremes etc). Assim, a fim de viabilizar este estudo em seu

horizonte temporal e mantê-lo dentro de suas pretensões acadêmicas, foram

selecionados 14 itens.

Tal seleção levou em conta itens com características diferentes, com a

finalidade de permitir comparações entre eles: diferentes volume de consumo

e custo do insumo.

6. Levantamento do consumo mensal de cada item selecionado de janeiro de

2003 a maio de 2008:

A partir da definição de cada item a ser analisado, foram coletados seus

consumos mensais, no período citado, através do sistema operacional da

empresa.

7. Levantamento das compras mensais de cada item selecionado de janeiro de

2003 a maio de 2008:

A partir da definição de cada item a ser analisado, foram coletadas as

compras efetuadas em cada mês, no período citado, através dos lançamentos

no sistema operacional da empresa.

Excluído: ¶

Page 67: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

67

8. Definição dos custos de pedido, de estocagem e de falta para cada item

selecionado:

Uma vez definidos os itens, foi necessário definir e calcular seus custos

relativos cada pedido, estocagem e falta. Como os pedidos são feitos de

forma similar e geram um custo muito semelhante (levam um tempo

semelhante, exigem prévio conhecimento sobre o saldo de estoque e uma

idéia de consumo para o período seguinte), a fim de melhorar a comparação

entre os modelos de previsão e de gestão, decidiu-se manter os mesmos

custos de pedido para todos os itens analisados, independente de seu

fornecedor.

9. Definição do nível de consumo mensal de cada item selecionado:

Como o objetivo deste estudo é analisar os modelos de gestão de estoques e

para tanto é necessário que seja desenvolvida uma análise individual para

cada item, foi necessário definir uma relação de consumo mensal para cada

insumo.

Até esta etapa, as informações de que se tinham posse eram as demandas

por área (cabelo, manicure e pedicure, depilação, estética e podologia) e sua

somatória (a demanda total). Tais demandas refletem o consumo de serviços

da empresa, mas não necessariamente o consumo de material.

Isto quer dizer que, dada a demanda por serviços de cabelo não se tem a

demanda por um tubo de coloração, por exemplo. Os clientes em questão

podem ter consumido serviços de corte, escova, hidratação etc., mas não

terem feito nenhum serviço de coloração (coloração, retoque de raiz, mechas

etc.). Da mesma forma, a demanda de manicures, não explicita o volume de

clientes que consumiram o serviço de manicure, pedicure nem a cor de

esmalte que foi utilizada. Assim, a fim de se criar uma relação entre os itens

analisados e a demanda prevista, foi necessário desenvolver um nível de

consumo para cada insumo.

O item 5.2.3 apresentará como tais níveis foram calculados.

10. Avaliação dos modelos de gestão de estoque para cada item:

Com base nas previsões de demanda e nos níveis de consumo de cada item,

foi possível desenvolver previsões de consumo de cada insumo. A partir deste

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Excluído: da

Page 68: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

68

ponto, foi elaborada uma planilha de análise para cada item, comparando-se

diversos modelos de gestão de estoques, apresentados anteriormente.

Os modelos de gestão de estoques utilizados foram:

i. Modelo de Wilson Harris com revisão;

ii. Modelo de Wilson Harris, utilizando-se médias;

iii. Modelo de Demanda Estável;

iv. Modelo de Demanda Variável.

11. Seleção de um modelo de gestão de estoques:

A partir do resultado obtido em cada planilha, foi possível definir o melhor

modelo de gestão de estoques.

12. Comparativo entre os custos da gestão de estoques sem a utilização de um

modelo (conforme desenvolvido pela clínica) e com a implantação do modelo

sugerido:

Como etapa final das análises, a partir dos modelos de previsão de demanda,

de previsão de consumo e de gestão de estoques selecionados, foi

desenvolvida uma comparação entre as despesas auferidas pela empresa

através de sua metodologia de gestão e aquelas que teriam sido auferidas

através do modelo sugerido.

13. Conclusões:

Em posso das análises obtidas pela etapa de número 12, foi possível traçar

conclusões e sugerir melhorias para a gestão de estoques de Notabile.

5.2.2 Considerações sobre a Coleta e a Análise de Dados

O fato de a empresa ser informatizada facilitou enormemente a coleta de

dados, bastando para tanto, o levantamento dos dados necessários em seu

sistema operacional.

Contudo, alguns fatores dificultaram bastante a coleta e a análise dos

dados:

1. No início de suas atividades, Notabile não possuía um controle real de seu

estoque. Assim, muitas vezes, o consumo ocorrido só era lançado no sistema

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Formatado: Fonte: 8 pt, Fontede script complexo: 8 pt

Page 69: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

69

quando uma contagem de seu inventário era desenvolvida. De acordo com o

administrador, tal contagem ocorria a cada 2 ou 3 meses. Dessa forma, o

consumo de diversos materiais não era lançado no mês em que fora

realmente consumido, mas no período em que a contagem foi feita.

2. A definição do custo de estocagem é bastante complexa, uma vez que

principal elemento responsável por este custo é o espaço físico. A atribuição

de um custo para a metragem média ocupada por um item do estoque poderia

ser feita pela ausência de faturamento auferida em tal metragem ou pelo custo

do aluguel relativo aquele espaço. São dois valores completamente distintos.

Neste estudo, preferiu-se considerar o custo de estoque como o valor deixado

de se faturar no espaço destinado aos estoques. O cálculo deste custo será

explicado no item 5.2.3.

3. As mudanças pelas quais a empresa passou ao longo dos últimos anos,

alteraram consideravelmente não apenas o volume mensal de clientes, como

também o perfil de consumo dos itens em estoque. Os consumos relativos de

cada serviço e, conseqüentemente, de cada item são afetados com a

alteração das proporções de profissionais em cada área de atendimento, bem

como pela introdução de novos serviços e/ou áreas de atendimento. Este fato

dificultou a qualidade dos modelos de previsão e de gestão de estoques por

não manterem um padrão que pudesse ser extrapolado em uma previsão de

melhor qualidade.

4. A introdução dos serviços de cabeleireiro em abril de 2005 impedem que o

período anterior (de janeiro de 2003 a março de 2005) seja utilizado em uma

previsão da demanda agregada (demanda total de serviços na empresa). O

surgimento desta nova área altera completamente a demanda e o consumo

relativos na empresa. Dessa forma, conforme esmiuçado no item 5.2.3 deste

estudo, foi necessário tomar como base para as previsões o período a partir

de abril de 2005.

Excluído: alterou

Excluído: , altera

Page 70: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

70

5.2.3 Manipulação dos Dados

O item 6 deste estudo apresentará algumas planilhas desenvolvidas

durante a análise dos modelos de previsão de demanda, bem como os devidos

comentários sobre os resultados obtidos. As demais planilhas estão incluídas no

fim deste trabalho, na seção Anexos.

Este item tem o intuito de apresentar o raciocínio na manipulação dos

dados, a motivação de cada planilha e as principais dificuldades encontradas

durante seu desenvolvimento.

A fim de facilitar a apresentação destas questões e permitir melhor

compreensão da seqüência lógica que foi seguida, todo o processo seguido na

manipulação dos dados e construção das planilhas de análise será apresentado

na forma de tópicos, abaixo:

i. O primeiro passo da parte prática deste estudo foi o levantamento de

dados e a seleção dos itens a serem analisados. Eles são

apresentados na figuras 15 a 18, localizadas no item 6 (Demanda

Mensal por Área, Itens Selecionados, Consumo Mensal por Item e

Compras Mensais por Item, respectivamente).

ii. Em posse dos dados de demanda total e por área, foi possível avaliar os

dois modelos de previsão de demanda (Holt e Winter). Os demais

modelos são muito simples para a complexidade e a variedade da

demanda em questão e, por esse motivo, foram descartados de início.

A partir das planilhas iniciais, com ambos os modelos, percebeu-se o

que já era esperado: o modelo de Winter com fatores α, β e γ é mais

adequado do que o de Holt (adequado quando a demanda possui nível

e tendência no componente sistemático, mas não apresenta

sazonalidade).

iii. Montada a planilha inicial com o modelo de Winter, ajustou-se os

parâmetros α, β e γ com a ferramenta Solver do Excel. Para tanto, foi

seguido o seguinte raciocínio: localizou-se o maior erro percentual (por

se tratar do erro mais interessante em ser minimizado) e buscou-se o

resultado ótimo dele, ponto mínimo, variando-se os três parâmetros.

Page 71: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

71

Como restrições, foi imposto que as três variáveis deveriam ter valor

mínimo igual ou maior a 0,000001 e valor máximo igual a 0,999999.

iv. A partir deste ponto, foi procurada a melhor solução para a previsão de

demanda. Para tanto, foram utilizadas diversas alternativas:

- Utilizar como base para a previsão o ano de 2003;

- Utilizar como base para a previsão os anos de 2003 e 2004;

- Utilizar como base para a previsão os anos de 2003, 2004 e 2005.

Para cada opção de base, foram consideradas três possibilidades de

previsão:

- Previsão mensal;

- Previsão bimestral;

- Previsão trimestral.

Para assegurar a máxima qualidade do modelo, todas as nove variações

de previsão foram desenvolvidas para a demanda total e para a

demanda por área. Como a área de estética não envolve o consumo de

material da empresa, as profissionais consomem apenas seu material

próprio, ela não foi considerada neste trabalho (nem mesmo na

demanda total da empresa).

Os serviços de cabeleireiro foram introduzidos na empresa em abril de

2005. Utilizar 3 anos (2005 a 2007) como base significa que só seriam

geradas previsões a partir de maio de 2008. Por este motivo, a área de

cabelos não teve previsões com base em 3 anos.

Ao todo foram geradas, portanto, quarenta e duas planilhas de previsão,

nove para cada uma das opções: demanda total, demanda por serviços

de cabeleireiro, demanda por serviços de manicure/pedicure, demanda

por serviços de depilação, demanda por serviços de podologia.

A análise dos modelos de previsão de demanda se estendeu

consideravelmente pelos motivos apresentados no item 5.2.2 deste

estudo e serão apresentadas e discutidas no item 6, a seguir.

Excluído: #acho o erro absoluto relativo médio melhor, pois os erros positivos não anulam os negativos#¶¶

Inserido: #acho o erro absoluto relativo médio melhor, pois os erros positivos não anulam os negativos#¶¶

Page 72: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

72

v. Conforme será mais esmiuçado adiante, após esta exaustiva análise,

não foi obtido um resultado com qualidade satisfatória nas previsões de

demanda total:

- Cada área apresentou um modelo mais adequado (menor erro

percentual nas previsões da demanda) para sua previsão específica

(com maior ou menor base e diferentes períodos de previsão).

- A somatória das melhores previsões para cada área apresentou um

resultado melhor do que a previsão direta da demanda total

(demanda agregada).

- O melhor resultado geral foi obtido a partir da seleção de previsões

individuais, por área. Assim, a previsão da demanda total (demanda

agregada) foi feita a partir da soma das previsões por área.

Assim, decidiu-se refazer as análises, utilizando agora como critério o

erro percentual médio.

Além das planilhas com previsão da demanda total e da demanda por

área, foram novamente selecionadas as melhores previsões por área e,

com base nelas, estimada a previsão da demanda total a partir da

soma das previsões individuais.

O melhor resultado obtido foi através da previsão da demanda total,

como será apresentado adiante.

As planilhas foram retrabalhadas com o auxílio da ferramenta Solver do

Excel e os resultados finais foram bastante satisfatórios, apresentando

erros médios inferiores a 10%.

vi. A fim de analisar a qualidade das previsões de consumo por item, foi

feita uma planilha comparando os volumes reais consumidos e os

volumes previstos.

vii. Para simplificar os estudos, foi considerado que os insumos analisados

tiveram preços constantes ao longo de todo o período analisado. Todo

e qualquer reajuste de preços (inflação, alteração de fornecedores,

compras às pressas etc.) foi, portanto, desconsiderado.

Page 73: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

73

viii. De forma análoga, para os cálculos dos custos de pedido e estocagem, o

salário dos responsáveis pela gestão de estoques foi considerado o

mesmo em todo o período.

ix. O passo seguinte foi determinar os custos de estocagem, de pedido e de

falta.

Variáveis:

Salário médio do responsável: R$ 1.400,00

Jornada mensal total: 240 horas x 60 minutos = 14.400 minutos/mês

Custo do minuto (Τ)= 1.400 / 14.400 = R$ 0,097

Espaço ocupado pelo item = ξ

Papel e caneta consumidos = R$ 0,04

Custo de estocagem:

Para o cálculo do custo de estocagem, foi considerado que o espaço

da empresa consumido com a armazenagem de produtos é uma área

sem faturamento. Assim, este custo envolve duas variáveis: 1) a

inexistência de faturamento no espaço físico necessário; 2) o custo

de manutenção dos estoques (organização, contagem do inventário,

verificação da validade dos itens etc).

Com relação à questão 1), foi utilizado como base o faturamento

mensal médio por m2 da empresa, que é de R$ 300,00.

Com relação à questão 2), foi considerado que:

i. 40% da jornada de trabalho da Gerente Operacional

corresponde ao controle e ao acompanhamento dos estoques;

ii. Os 1.118 produtos em estoque na empresa representam uma

média de 20.000 unidades de todos os itens;

iii. As premissas acima levam ao cálculo de que o tempo

consumido na manutenção dos estoques, por item, é igual a:

( 14.400 minutos x 40% ) / 20.000 = 0,288 minutos

Assim, o custo de estocagem (ce) foi calculado da seguinte forma:

Page 74: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

74

ce = ( ξ x R$ 300,00) + ( 0,288 x R$ 0,097)

Espaço ocupado Custo com manutenção

Custo de pedido:

Para simplificar a análise, foi considerado que todo o pedido,

independente do item ou de fornecedor, gera o mesmo custo para a

empresa.

De modo geral, todos os pedidos são efetuados através de ligações

telefônicas, sendo alguns poucos pedidos efetuados na presença de

representantes e alguns outros exigem a retirada do material

diretamente no fornecedor.

Considerou-se que:

- Nos casos em que o fornecedor visita a empresa para tirar

pedidos, o tempo consumido é um pouco superior ao gasto

apenas com um telefonema. Assim, substitui-se o custo da ligação

por alguns minutos a mais por produto pedido;

- Nos casos em que o produto é retirado diretamente no

fornecedor, as distâncias percorridas são todas pequenas, de

modo que o gasto com combustível é semelhante ao da ligação

que não foi efetuada.

Além do custo da ligação (foi considerado um custo médio de R$ 0,37

por item do pedido), cada pedido envolve alguns outros custos:

- Tempo despendido pela Gerente para efetuar a ligação: foi

considerado 1 minuto por item por pedido;

- Tempo despendido pela Gerente na recepção do pedido, para

verificar os lançamentos na nota fiscal de compra, os itens

entregues e as quantidades, e para organizar os itens no estoque:

para estas atividades, foi considerado um consumo de 5 minutos

por item;

- Consumo de papel e caneta.

Excluído: #eu tenderia a considerar a segunda parte como custo de gerenciamento do sistema; por outro lado, haveria o custo de capital empatado#

Inserido: #eu tenderia a considerar a segunda parte como custo de gerenciamento do sistema; por outro lado, haveria o custo de capital empatado#

Page 75: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

75

Assim, o cálculo do custo de pedido (cp) foi feito da seguinte forma:

cp = R$ 0,37 + ( 1 x R$ 0,097) + ( 5 x R$ 0,097) + R$ 0,04 = R$ 0,990

Ligação Tempo Ligação Tempo Recebim. Caneta/Papel

Custo de falta:

Para o custo de falta, foi considerado que, de modo geral, é possível

contornar a inexistência de um item (utilizar uma cor semelhante de

esmaltes, utilizar um copo de água para tomar café, transferir papel

higiênico de um banheiro para outro etc.).

Nos casos em que não é possível tal flexibilidade, a falha é percebida

mais rapidamente, permitindo que o item (ou semelhante) seja

rapidamente adquirido em um fornecedor próximo à empresa.

Dessa forma, considerou-se que o custo de falta médio equivale a:

- Quando o item é necessário ao atendimento: perda da margem

gerada pela margem do faturamento médio de 2 clientes da área

afetada, mais a margem de um tíquete médio da empresa (média

de clientes afetados enquanto o produto é adquirido: em média,

40 minutos; R$ 32,31) em virtude do impacto negativo à imagem

na excelência no atendimento;

- Quando o item é de uso geral, a margem de um tíquete médio da

empresa (média de clientes afetados enquanto o produto é

adquirido: em média, 40 minutos; R$ 32,31) em virtude do impacto

negativo à imagem na excelência no atendimento;

- A margem média do tíquete de cabelo é de: R$ 24,00

- A margem média do tíquete de depilação é de: R$ 18,60

- A margem média do tíquete de manicure é de: R$ 5,05

- A margem média do tíquete de podologia é de: R$ 10,00

x. Com base em todos os custos, foi montada uma planilha para cada item,

comparando-se quatro modelos de gestão de estoques apresentados

na parte inicial deste estudo.

Page 76: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

76

xi. A partir dos resultados nas planilhas de cada item, os dados foram

compilados em uma planilha que serviu de base para a seleção do

melhor modelo de gestão de estoques para cada item.

xii. A última etapa deste estudo compreendeu uma comparação entre os

reflexos financeiros da política atual e da melhor política obtida na

gestão de estoques.

Na comparação dos custos financeiros com as diferentes formas de

gestão de estoques (atual e sugerida), foi considerado que toda a

compra efetuada em excesso, ou seja, toda a compra que gera um

saldo positivo ao final do período em que foi efetuada ocasiona uma

despesa financeira para a empresa. O custo financeiro gerado, além do

custo de estocagem, é igual ao valor financeiro do saldo final do

estoque multiplicado por uma taxa de interesse.

A taxa de interesse utilizada neste cálculo é de 0,987%, calculada

conforme abaixo:

xiii. Outra etapa necessária ao desenvolvimento deste estudo foi a

determinação de fatores de consumo de cada produto. Ou seja, um

parâmetro que mostrasse, com base na demanda total, o percentual de

clientes que consumem cada item analisado.

Decidiu-se utilizar a demanda total como base para todos os produtos,

pois, além de simplificar a análise para qualquer item do estoque, gera

fatores menores, o que conseqüentemente gera erros menos

significativos quando há erros na previsão de demanda.

O raciocínio utilizado foi bastante simples: tomou-se a demanda mensal

real total e o consumo mensal de cada item e calculou-se a relação

entre o consumo e o volume de clientes para o período de janeiro de

2003 a maio de 2008. O passo seguinte foi calcular as médias das

Formatados: Marcadores enumeração

Excluído: ¶

Excluído: , foi

Excluído: ,

Page 77: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

77

porcentagens encontradas, mês a mês, obtendo-se um fator mensal de

consumo para cada item.

A fim de assegurar que o valor dos fatores calculados era satisfatório,

comparou-se o valor máximo e o mínimo, bem como foi averiguado o

desvio-padrão de cada série mensal.

xiv. Para simplificar as análises, considerou-se que toda compra, hoje e nas

previsões, é efetuada no início do período e que os itens são

consumidos linearmente ao longo de cada período.

xv. Na análise financeira, considerou-se que a compra de insumos é

necessária para o desenvolvimento das atividades da empresa. Assim,

o valor desembolsado na aquisição dos produtos não teve nenhum

fator de comparação com outras possibilidades de investimento ao

longo de cada período, com eventuais taxas de retorno mais atraentes

do que as margens obtidas na prestação de serviços.

xvi. A planilha de comparação de impactos financeiros foi construída

utilizando as seguintes variáveis:

1. Consumo: consumo real no mês em questão, obtido pelo

sistema operacional da empresa;

2. Previsão de consumo: consumo previsto para o item e para o

período em questão, a partir da previsão de demanda e do

fator de consumo do produto;

3. Compra: volume comprado do item no mês em questão, obtido

pelo sistema operacional da empresa;

4. Lote: tamanho total de todos os lotes no período em questão,

obtido pelo melhor modelo de gestão de estoques para o item;

5. Estoque inicial consumo: estoque do item no início do período

em questão. Para janeiro de 2003, o valor foi aquele levantado

no sistema operacional da empresa. Para os demais, o

estoque inicial é igual ao estoque final real do período anterior;

6. Estoque inicial previsão: estoque do item no início do período

em questão. Para janeiro de 2003, o valor foi aquele levantado

Excluído: desvio

Page 78: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

78

no sistema operacional da empresa. Para os demais, o

estoque inicial é igual ao estoque final da previsão do período

anterior;

7. Estoque final consumo: estoque no final do período, tendo sido

calculado como o estoque inicial, mais as compras no período,

menos o consumo real;

8. Estoque final previsão: estoque no final do período, tendo sido

calculado como o estoque inicial da previsão, mais os lotes

adquiridos, menos o consumo previsto;

9. Perda consumo e Perda previsão: consideradas como as

perdas ocorridas no período por estoques insuficientes. Ambas

são calculadas com base em seu respectivo estoque final,

sendo igual a ele em caso de estoque final negativo e igual a

zero em caso de estoque final positivo;

10. Custo de pedido consumo e Custo de pedido previsão: o custo

de pedido foi calculado, em ambos os casos, conforme

explicado acima, tendo sido multiplicado pelo número de

pedidos necessários. No caso real, considerou-se apenas um

pedido por período e no caso previsto, considerou-se a

quantidade de pedidos indicadas pelo melhor modelo. Para os

itens em que o modelo utilizado foi o de Demanda Estável,

calculou-se primeiramente a quantidade de pedidos, a partir do

arredondamento para cima do quociente entre a demanda

média do período e o Q indicado;

11. Custo de estocagem consumo e Custo de estocagem

previsão: calculados conforme apresentado acima e

multiplicados pelo volume total comprado realmente ou então

pelo volume total dos lotes apresentados pela previsão. Para

seu cálculo, seguiu-se o raciocínio abaixo:

- Quando o estoque final foi zero ou negativo, indicando

perdas, considerou-se que o volume comprado foi consumido

de forma linear, sendo o custo de estocagem igual à metade

do volume adquirido multiplicado pelo custo de estocagem;

Excluído: da

Excluído: s

Page 79: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

79

- Já quando o estoque final possuía valor positivo,

indicando que a empresa exagerou nas compras ou carregou

estoques desde o período anterior, o custo de estocagem foi

calculado pela soma do custo de estocagem dos itens

consumidos (metade do consumo multiplicado pelo custo de

estocagem) e do custo dos itens não consumidos (estoque

final no período multiplicado pelo custo de estocagem).

12. Custo de falta consumo e Custo de falta previsão: calculado

conforme apresentado acima e multiplicado pelo valor de

perda para cada caso;

13. Custo de excesso consumo e Custo de excesso previsão:

sempre que ao final de um período um item apresentava

estoques positivos, independente do motivo (compras mal

dimensionadas e/ou carregamento de estoques), considerou-

se que, além do custo de estocagem, a empresa estava

desperdiçando recursos financeiros. Daí seu cálculo, efetuado

através da multiplicação da taxa de interesse apresentada

anteriormente pelo estoque final;

14. Custo de compra consumo e Custo de compra previsão: valor

total pago em cada compra ao fornecedor, tendo sido

calculado como o custo do produto multiplicado pela compra

real ou pelos lotes previstos;

15. Custo total consumo e Custo total previsão: somatória de

todos os custos apresentados acima para cada uma das

situações: política atual de gestão de estoques e modelo

indicado para cada item.

Excluído: excesso

Page 80: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

80

6. Apresentação e Análise dos Dados

Neste capítulo serão apresentados os dados coletados no sistema

operacional de Notabile, bem como todo o desenvolvimento dos modelos de

previsão de demanda e de gestão de estoques.

O raciocínio seguido para a geração de cada planilha foi apresentado

anteriormente, não cabendo aqui voltar a detalhar o procedimento utilizado nos

cálculos nem mesmo apresentar a estrutura lógica percorrida.

Cabe relembrar que o objetivo deste estudo não é criticar ou aperfeiçoar

os modelos apresentados nos capítulos anteriores. O intuito deste trabalho,

cujos resultados serão apresentados e comentados abaixo, é:

i. utilizar;

ii. avaliar e comparar os modelos entre si;

iii. selecionar aqueles mais adequados à realidade da empresa estudada;

iv. com base nos modelos mais adequados, fazer uma análise financeira,

comparando o atual sistema de gestão de estoques com o modelo

sugerido.

Assim, a possibilidade de se desenvolver modelos ainda mais

adequados e com resultados melhores não é descartada.

6.1 Levantamento dos Dados

As figuras a seguir apresentam os dados coletados inicialmente, através

do sistema operacional de Notabile, para o desenvolvimento deste estudo.

Conforme comentado, os dados entre 2003 e 2005 têm qualidade

duvidosa pela falta de controles da empresa na época.

Page 81: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

81

Figura 15: Demanda Mensal por Área

Page 82: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

82

Figura 16: Itens Selecionados

Com relação aos itens selecionados, o item Bala Personalizada teve seu

padrão de compras alterado. No início de suas atividades, Notabile adquiria

balas comuns que podiam ser adquiridas em pacotes com 200 unidades.

A partir de 2007, a empresa passou a adquirir balas personalizadas, cuja

compra mínima é de 3.000 unidades. Para simplificar a análise, será

considerado que este item continua podendo ser adquirido em múltiplos de 200

unidades.

Os demais itens seguem o padrão de embalagem apresentado na figura

16 em todo o período analisado.

Page 83: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

83

Figura 17a: Consumo Mensal por Item (primeira parte)

Page 84: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

84

Figura 17b: Consumo Mensal por Item (segunda parte)

Page 85: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

85

Figura 18: Compra Mensal por Item

Page 86: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

86

6.2 Previsões de Demanda

6.2.1 Modelo Inicial de Previsão de Demanda

A figura 19 e o gráfico 1, a seguir, apresentam o resultado obtido

inicialmente através do modelo de Winter, utilizando como períodos meses,

como base os doze primeiros períodos e fazendo previsões mensais. Como se

vê, há um desvio muito grande entre a demanda real e a prevista, com um erro

percentual máximo de 62,03%.

É uma margem de erro muito acentuada, o que impossibilitou a utilização

deste modelo.

Assim, como alternativa, foram desenvolvidas outras possibilidades,

conforme comentado anteriormente.

Gráfico 1: Previsão da demanda total (Base 1 ano, Previsão mensal)

0,00

0

500,

000

1000

,000

1500

,000

2000

,000

2500

,000

3000

,000

3500

,000

4000

,000

4500

,000

5000

,000

5500

,000

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

34

37

40

43

46

49

52

55

58

61

64

67

70

Dem

anda

Rea

l

Pre

visã

o

Dem

anda

Des

sazo

naliz

ada

Page 87: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

87

Figura 19: Previsão da demanda total (Base 1 ano, Previsão mensal)

Page 88: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

88

6.2.2 Aperfeiçoamento do Modelo

Como alternativa para aperfeiçoar o modelo, foram traçadas planilhas

variando-se a base de previsão, o período de previsão, todas para a demanda

total, bem como por área de atendimento.

A seguir são apresentadas as planilhas dos melhores resultados obtidos.

As demais planilhas encontram-se na seção Anexos deste trabalho.

Os melhores resultados foram obtidos com o auxílio da ferramenta

Solver do Excel, minimizando-se o erro percentual máximo através da variação

dos fatores α, β e γ.

Page 89: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

89

Figura 20: Previsão da demanda total (Base 3 anos, Previsão mensal)

Page 90: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

90

Gráfico 2: Previsão da demanda total (Base 3 anos, Previsão mensal)

0,00

0

500,

000

1000

,000

1500

,000

2000

,000

2500

,000

3000

,000

3500

,000

4000

,000

4500

,000

5000

,000

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

34

37

40

43

46

49

52

55

58

61

64

67

70

Dem

anda

Rea

l

D. D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

Page 91: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

91

Figura 21:Previsão da demanda por serviços de cabelo (Base 2 anos, Previsão

trimestral)

Page 92: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

92

Gráfico 3: Previsão da demanda por serviços de cabelo (Base 2 anos, Previsão

trimestral)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

12

34

56

78

910

1112

1314

15

Dem

anda

Rea

l

D. D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

Page 93: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

93

Figura 22: Previsão da demanda por serviços de manicure (Base 3 anos,

Previsão trimestral)

Page 94: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

94

Gráfico 4: Previsão da demanda por serviços de manicure (Base 3 anos,

Previsão trimestral)

0,00

0

1000

,000

2000

,000

3000

,000

4000

,000

5000

,000

6000

,000

7000

,000

8000

,000

9000

,000

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

2122

2324

Dem

anda

Rea

l

D. D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

Page 95: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

95

Figura 23: Previsão da demanda por serviços de depilação (Base 2 anos,

Previsão bimestral)

Page 96: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

96

Gráfico 5: Previsão da demanda por serviços de depilação (Base 2 anos,

Previsão bimestral)

0,00

0

200,

000

400,

000

600,

000

800,

000

1000

,000

1200

,000

1400

,000

1600

,000

1800

,000

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

2122

2324

2526

2728

2930

3132

3334

3536

Dem

anda

Rea

l

D. D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

Page 97: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

97

#os gráficos parecem mostrar, quase sempre, um deslocamento de 1 mês entre

a previsão e a demanda; não há um erro de referência? Talvez seja apenas em

função dos alfa, beta e gama adotados. Quando alfa é 1 e os demais

coeficientes são iguais a zero, se a demanda for 0, a previsão seguinte é zero#

Page 98: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

98

Figura 24: Previsão da demanda por serviços de podologia (Base 3 anos,

Previsão trimestral)

Page 99: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

99

Gráfico 6: Previsão da demanda por serviços de podologia (Base 3 anos,

Previsão trimestral)

050100

150

200

250

300

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

2122

2324

Dem

anda

Rea

l

D. D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

Page 100: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

100

Com base nestas variações apresentadas, percebeu-se que era possível

melhorar a qualidade do modelo.

O modelo de previsão para a demanda total, conforme a figura 20 e o

gráfico 2, já apresentou um resultado bastante melhor do que o modelo inicial.

Seu erro percentual máximo foi reduzido para 21,80%. Contudo, a magnitude

deste erro ainda não se apresentava satisfatória.

Por este motivo, foram traçados os diversos modelos de previsão para

cada área. O resultado, com relação ao erro percentual máximo obtido, foi:

- Demanda por serviços de cabelo: 7,29%;

- Demanda por serviços de manicure: 20,77%;

- Demanda por serviços de depilação: 21,87%;

- Demanda por serviços de podologia: 30,55%.

O raciocínio traçado seguiu as seguintes premissas:

i. A área com maior impacto na demanda total é a de serviços de

manicure e pedicure (aproximadamente 68% da demanda total)

apresentou um erro ligeiramente inferior ao obtido anteriormente;

ii. A área de depilação representa o segundo maior volume de

demanda, aproximadamente 20%, e apresentou resultado muito

semelhante ao da previsão total;

iii. Os serviços de cabelo, correspondentes a 10% da demanda total,

apresentou um resultado excelente;

iv. Ainda que o erro obtido nos serviços de podologia seja bastante

superior ao anterior, o volume total da demanda por esta área é

apenas de 2%.

Decidiu-se assim, experimentar utilizar as melhores previsões de cada

área para, através de sua soma, verificar a qualidade da previsão da demanda

agregada. O resultado é apresentado a seguir.

Page 101: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

101

Figura 25: Previsão da demanda agregada, feita pela soma da previsão da

demanda de cada área

Page 102: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

102

Gráfico 7: Previsão da demanda agregada, feita pela soma da previsão da

demanda de cada área

0,00

0

500,

000

1000

,000

1500

,000

2000

,000

2500

,000

3000

,000

3500

,000

4000

,000

4500

,000

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

34

37

40

43

46

49

52

55

58

61

64

67

70

Dem

anda

Rea

l

Pre

visã

o

Page 103: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

103

Para a confecção deste modelo, uma vez que dos quatro melhores

modelos de previsão por área, três utilizaram previsões trimestrais e um deles

previsão bimestral, foi necessário inicialmente determinar pesos para os meses

afim de poder, a partir da previsão de um trimestre, estimar a previsão mensal.

Para tanto, foi desenvolvida a tabela abaixo, figura 26, que calculou a

demanda mensal média por área relativa à demanda total e a demanda mensal

média.

Figura 26: Cálculo de pesos da demanda por área e da demanda mensal

Page 104: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

104

Conforme esperado, o resultado realmente mostrou-se melhor. Mas a

melhoria foi pequena, o erro percentual da previsão agregada passou de 21,80%

para 21,04%.

Além disso, dado que o serviço de cabelo somente foi introduzido em

abril de 2005 e seu melhor modelo de previsão utilizou 2 anos como base, as

previsões só puderam ser iniciadas neste último modelo em abril de 2007. Como

resultado, foi obtido um horizonte temporal muito pequeno de previsão, o que

pode levar a grandes flutuações do erro nos períodos seguintes.

Ainda assim, foi decidido que o modelo de previsão a ser utilizado seria

este último.

A título de verificar as possibilidades de utilização do modelo

selecionado, foi feita uma tentativa de se obter as demandas por área a partir

dele. A figura 27 apresenta os resultados. Para este cálculo, foram utilizados os

cálculos de proporção, apresentados na figura 26. Os fatores foram calculados

com auxílio da ferramenta Solver do Excel, buscando-se a minimização tanto

dos erros máximos, quanto dos erros médios.

Figura 27: Cálculo da demanda por área com base na previsão total

Salvo para a área de cabelo, em todas as demais áreas o erro percentual

máximo foi inferior ao obtido inicialmente pelas previsões individuais. Além

disso, os erros percentuais médios ficaram dentro de um padrão aceitável,

especialmente nas áreas de manicure e podologia, com valores inferiores a 7%.

Pode-se destacar também que, salvo na área de cabelo, os

erros médios das previsões de cada área ficaram inferiores ao erro médio da

demanda total, cujo erro percentual médio já era satisfatório, inferior a 9,5%.

Page 105: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

105

6.3 Nova Abordagem

A partir da análise desenvolvida até este ponto, percebeu-se algo

bastante intuitivo, mas até então ignorado. Dadas todas as alterações pelas

quais passou a demanda de Notabile (tanto em volume absoluto, quanto com

relação à introdução de novos serviços e variações no volume de profissionais

de cada área, afetando as demandas relativas) é natural que o modelo gere

erros mais elevados quando as alterações são mais acentuadas. Com o passar

de alguns períodos, o modelo se ajusta e passa a apresentar erros inferiores.

Assim, ao invés de se analisar os erros percentuais máximos, as

planilhas voltaram a ser desenhadas. Agora, buscando-se a minimização dos

erros percentuais médios. Para cada uma das planilhas (9 para cada área, salvo

para a de cabelo, mais 9 para a demanda total, conforme explicado

anteriormente) utilizou-se novamente a ferramenta solver, variando-se os

mesmos parâmetros. Os resultados obtidos são apresentados na figura 28,

abaixo:

Figura 28: Erros percentuais médios das previsões

Os títulos das colunas significam o número de anos tomados como base

e a quantidade de períodos (3_4, por exemplo, significa que foram utilizados 3

anos como base – 2003 a 2005 – e a previsão é trimestral, ou seja, 4 períodos

formam um ano).

Ainda que a planilha 3_6 para a demanda total, apresente um resultado

bastante satisfatório, averiguou-se a combinação das planilhas ótimas de cada

área no intuito de verificar se o modelo poderia ser melhorado. O raciocínio e os

pesos mensais são os mesmos utilizados para determinar o modelo anterior de

demanda agregada, conforme apresentado na figura 26.

Os resultados são apresentados nas figuras e gráficos a seguir.

Page 106: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

106

Figura 29: Previsão da demanda total (Base 3 anos, Previsão bimestral)

Page 107: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

107

Gráfico 8: Previsão da demanda total (Base 3 anos, Previsão bimestral)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

2122

2324

2526

2728

2930

3132

3334

3536

Dem

anda

Rea

l

Pre

visã

o

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108

Figura 30: Previsão da demanda por serviços de cabelo (Base 2 anos, Previsão

trimestral)

Page 109: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

109

Gráfico 9: Previsão da demanda por serviços de cabelo (Base 2 anos, Previsão

trimestral)

0

500

1000

1500

2000

2500

12

34

56

78

910

1112

1314

15

Dem

anda

Rea

l

D. D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

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110

Figura 31: Previsão da demanda por serviços de depilação (Base 3 anos,

Previsão bimestral)

Page 111: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

111

Gráfico 10: Previsão da demanda por serviços de depilação (Base 3 anos,

Previsão bimestral)

0,00

0

200,

000

400,

000

600,

000

800,

000

1000

,000

1200

,000

1400

,000

1600

,000

1800

,000

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

2122

2324

2526

2728

2930

3132

3334

3536

Dem

anda

Rea

l

Pre

visã

o

Page 112: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

112

Figura 32: Previsão da demanda por serviços de manicure (Base 2 anos,

Previsão bimestral)

Page 113: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

113

Gráfico 11: Previsão da demanda por serviços de manicure (Base 2 anos,

Previsão bimestral)

0,00

0

1000

,000

2000

,000

3000

,000

4000

,000

5000

,000

6000

,000

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

2122

2324

2526

2728

2930

3132

3334

3536

Dem

anda

D.D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

Page 114: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

114

Figura 33: Previsão da demanda por serviços de podologia (Base 3 anos,

Previsão trimestral)

Page 115: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

115

Gráfico 12: Previsão da demanda por serviços de podologia (Base 3 anos,

Previsão trimestral)

050100

150

200

250

300

12

34

56

78

910

1112

1314

1516

1718

1920

2122

2324

Dem

anda

Rea

l

D. D

essa

zona

lizad

a

Pre

visã

o

Page 116: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

116

Figura 34: Previsão da demanda agregada, feita pela soma da previsão da

demanda de cada área

Page 117: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

117

Gráfico 13: Previsão da demanda agregada, feita pela soma da previsão da

demanda de cada área

0,00

0

500,

000

1000

,000

1500

,000

2000

,000

2500

,000

3000

,000

3500

,000

4000

,000

4500

,000

5000

,000

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

34

37

40

43

46

49

52

55

58

61

64

67

70

Dem

anda

Rea

l

Pre

visã

o

Page 118: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

118

Como se vê, neste caso o resultado obtido pela soma das previsões

ótimas para cada área gera um resultado de qualidade inferior. Desta forma,

para a análise de previsão de consumo, será utilizada a planilha de previsão da

demanda total com base em 3 anos e previsões bimestrais, conforme figura 29 e

gráfico 8.

6.4 Previsão de Consumo

Conforme comentado anteriormente, para desenvolver as previsões de

consumo, foram criados fatores de consumo mensal para cada item,

apresentados na figura 38, a seguir.

Os cálculos seguiram as etapas abaixo, mostrados nas figuras a seguir:

1. Cálculo dos fatores de consumo de cada item (i) por período (p), para

cada ano (a), por cliente:

Fatoripa = consumo do itemp no mêsia / demanda total no mêspa

2. Cálculo dos níveis de consumo de cada item mensalmente:

Nívelip = Média dos Fatoresip

Figura 35: Demanda mensal por área e total

Page 119: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

119

Figura 36a: Consumo mensal de cada item e cálculo do nível de consumo (base

– demanda total no mês)

Page 120: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

120

Figura 36b: Consumo mensal de cada item e cálculo do nível de consumo (base

– demanda total no mês)

Page 121: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

121

Figura 37: Relação dos níveis de consumo por item, mês a mês, e análise dos

valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão

Page 122: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

122

Figura 38: Cálculo do nível de consumo mensal para cada item

Page 123: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

123

6.4.1 Planilhas de Previsão de Consumo para cada Item

Com base nos níveis de consumo e no modelo de previsão de demanda

adotado, foram montadas as planilhas abaixo, para cada item analisado.

Como o modelo de previsão de demanda inicia suas previsões em

janeiro de 2006, considerou-se para a previsão de consumo:

i. No período de janeiro de 2003 a dezembro de 2005 a demanda real de

cada período;

ii. A partir de janeiro de 2006, a demanda total prevista;

iii. Como o modelo faz previsões bimestrais e o consumo desejado é

mensal, a demanda prevista foi fracionada com base nas demandas

relativas apresentadas na figura 26.

Cada item teve seu volume aproximado calculado, a fim de se quantificar

o espaço físico necessário para sua estocagem, bem como seus custo de

pedido, estocagem e falta dimensionados, conforme apresentado

anteriormente.

As fórmulas utilizadas no cálculo dos lotes ótimos consideraram os lotes

mínimos de compra impostos pelos fornecedores, apresentados na figura 16,

salvo as balas personalizadas. Esta imposição foi utilizada no cálculo de todos

os lotes do modelo de Wilson-Harris.

Conforme apresentado na figura 54, os modelos de Demanda Variável e

de Wilson-Harris (média) não se mostraram interessantes para nenhum item. O

de Wilson-Harris (média) mostrou-se o pior modelo em todos os casos, gerando

custos muito mais altos do que os demais modelos.

Uma vez que a imposição de lotes maiores aumentaria o custo, não

agregando em nada para a análise, não foi imposta aos lotes econômicos de

ambos os modelos descartados a condição mínima de compras dos

fornecedores.

Com relação ao modelo de Demanda Estável, seu resultado foi o melhor

somente para dois dos itens analisados: acetona e esmalte França. Uma vez

que nenhum dos dois possui lote mínimo de compras, e tal imposição apenas

elevaria o custo total para os demais itens, aumentando as razões de descarte

este modelo, seus lotes ótimos não sofreram restrições ou imposições.

Page 124: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

124

Figura 39: Previsão do consumo de acetona e comparação dos

modelos de gestão de estoques

Page 125: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

125

Figura 40: Previsão do consumo de açúcar e comparação dos

modelos de gestão de estoques

Page 126: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

126

Figura 41: Previsão do consumo de algodão e comparação dos

modelos de gestão de estoques

Page 127: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

127

Figura 42: Previsão do consumo de balas e comparação dos modelos de gestão

de estoques

Page 128: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

128

Figura 43: Previsão do consumo de base e comparação dos modelos de gestão

de estoques

Page 129: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

129

Figura 44: Previsão do consumo de chá e comparação dos modelos de gestão

de estoques

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130

Figura 45: Previsão do consumo de chinelo comparação dos modelos de gestão

de estoques

Page 131: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

131

Figura 46: Previsão do consumo de copos descartáveis de água e comparação

dos modelos de gestão de estoques

Page 132: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

132

Figura 47: Previsão do consumo de copos descartáveis de café e comparação dos modelos de gestão de estoques

Page 133: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

133

Figura 48: Previsão do consumo de envelopes para autoclave e comparação dos

modelos de gestão de estoques

Page 134: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

134

Figura 49: Previsão do consumo de esmalte França e comparação dos modelos

de gestão de estoques

Page 135: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

135

Figura 50: Previsão do consumo de papel higiênico e comparação dos modelos

de gestão de estoques

Page 136: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

136

Figura 51: Previsão do consumo de sacos protetores para pedicure e

comparação dos modelos de gestão de estoques

Page 137: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

137

Figura 52: Previsão do consumo de esmalte Via Láctea e comparação dos

modelos de gestão de estoques

Page 138: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

138

6.5 Análise Financeira das Despesas com Estoques

Esta seção apresentará os resultados financeiros obtidos pelos modelos

de gestão de estoques desenvolvidos ao longo deste trabalho, comparando-os

aqueles atualmente impostos à empresa por seu sistema de gestão de

estoques.

Para simplificar a comparação, foi desenvolvida uma planilha para cada

item analisado, conforme explicado no item xvi do capitulo 5.2.3, com todos os

dados levantados e calculados anteriormente.

A comparação financeira não é perfeita por diversos motivos, listados

abaixo, mas apresenta uma visão geral e uma boa base sobre a diferença entre

a gestão estoques de modo empírico e sem bases formais e metodológicas e a

gestão com base em previsões e metodologia formal.

As principais falhas da análise financeira são:

i. A inflação não foi considerada, o que pode afetar a qualidade dos

resultados;

ii. Não foi utilizado nenhum fator de comparação em termos de taxas de

retorno, a fim de se verificar a qualidade dos investimentos feitos em

estoques pela empresa;

iii. Não foi possível avaliar as perdas ocorridas pelo sistema atual, uma vez

que sempre que a empresa verificou deficiências em seus estoques,

mais itens foram adquiridos e lançados no sistema. Assim, não foi

possível quantificar o volume de perdas, como também não foi possível

averiguar os valores mais elevados desembolsados em compras feitas

às pressas;

iv. O modelo considerou consumos lineares ao longo de cada período, o

que não é reflexo da realidade;

v. A qualidade dos dados levantados é duvidosa, de modo que tanto os

dados sobre consumo quanto aqueles sobre compras podem não ser

fidedignos;

Excluído: previsão

Excluído: .

Excluído: fim

Excluído: não apenas

Page 139: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

139

vi. Características do mercado e do desenvolvimento da empresa não

tiveram como ser transcritas nos modelos pela excessiva complexidade

que gerariam. Os principais aspectos que podem afetar o modelo são:

1. Muitas vezes surgem promoções que reduzem

consideravelmente os custos dos insumos, compensando

compras maiores. Alterações nos preços não foram

consideradas neste trabalho;

2. Em novembro e dezembro, em virtude das festividades de final

de ano e da conseqüente elevação da demanda por todos os

serviços de beleza, muitos fornecedores ficam sem estoques ou

elevam consideravelmente seus prazos de entrega. Este fato

obriga a empresa a iniciar um aumento dos estoques em

outubro, gerando um grande paradoxo: ainda que a maior

demanda anual por serviços seja em dezembro, algumas vezes

as compras neste período são reduzidas, pois a empresa já

possui os itens em estoque;

3. Aumento da capacidade de atendimento da empresa em uma

área específica gera incerteza de demanda, o que fez com que a

empresa elevasse seus estoques;

4. A comparação foi feita entre valores reais e valores projetados.

Uma análise que levasse em conta as projeções do modelo,

comparando em cada período seu resultado, seria

demasiadamente extensa e complexa. O único fator levado em

consideração foi o custo de falta, contudo, como as perdas

foram calculadas isoladamente para a realidade e para a

previsão, existe a possibilidade de tais custos, no casos dos

modelos, não refletirem valores corretos;

5. Dois itens analisados, esmalte França e esmalte Via Láctea,

possuem demandas que oscilam muito; variar a cor das unhas, a

moda vigente, o clima etc. são fatores que influenciam

Page 140: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

140

diretamente seu consumo, aumentando a complexidade de sua

previsão de consumo e prejudicando a qualidade dos dados;

6. É comum surgirem e desaparecerem algumas marcas e/ou

produtos, influenciando o consumo dos demais itens. Cores de

esmaltes, por exemplo, mudam muito ao longo de um ano;

7. Ao longo de sua existência, a empresa mudou alguns de seus

fornecedores, alterando o lead time de entrega e impondo

alterações no volume momentâneo dos estoques. Este fator

pode gerar custos mais elevados de estocagem e de excesso no

sistema atual e não são observados nos modelos de previsão;

8. Alterações na composição dos serviços, demandas relativas por

áreas, dificultam tanto o cálculo das demandas por área com

base na demanda total, como o cálculo do nível de consumo de

cada item;

9. A demanda por serviços e por itens específicos sofre influência

direta do clima. Em períodos de chuva, a demanda por serviços

de pedicure cai consideravelmente, reduzindo a demanda por

esmaltes, algodão, acetona e, especialmente, chinelos. Já

durante períodos mais frios, a demanda por serviços de

depilação despenca. Em uma cidade com clima tão variável

como São Paulo, a complexidade de previsão de demanda

aumenta;

10. Os itens bala, copo descartável para água, copo descartável

para café e papel higiênico são influenciados por fatores que

também aumentam a complexidade da previsão: durante o

período de férias, muitas mães levam seus filhos consigo ao

salão, elevando o consumo de todos os itens citados; durante

feriados, o mesmo ocorre; em períodos de frio, o consumo por

copos descartáveis para água aumenta, pois a empresa oferece

chá quente, elevando também o consumo de açúcar.

Page 141: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

141

Figura 53a: Comparação entre o consumo real e o consumo previsto

Page 142: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

142

Figura 53b: Comparação entre o consumo real e o consumo previsto

Page 143: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

143

Figura 54a: Comparação entre os modelos de gestão de estoques

Page 144: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

144

Figura 54b: Comparação entre os modelos de estoques

Page 145: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

145

Figura 55: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

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146

Figura 56: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 147: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

147

Figura 57: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 148: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

148

Figura 58: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 149: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

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Figura 59: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

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150

Figura 60: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 151: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

151

Figura 61: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 152: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

152

Figura 62: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 153: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

153

Figura 63: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 154: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

154

Figura 64: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 155: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

155

Figura 65: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 156: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

156

Figura 66: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 157: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

157

Figura 67: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 158: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

158

Figura 68: Comparação entre os custos financeiros com estoques hoje e aqueles

gerados pelo melhor modelo para o item

Page 159: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

159

Figura 69a: Resumo das diferenças financeiras

Page 160: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

160

Figura 69b: Resumo das diferenças financeiras

Figura 70: Resumo da economia financeira gerada

Page 161: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

161

A análise financeira demonstrou resultados positivos com relação à

implantação do modelo sugerido. Além do resultado financeiro positivo, a

utilização do modelo desenvolvido, possibilita a tomada de decisões com

antecedência, bem como fundamenta a tomada de decisões.

Dos quatorze itens analisados, o modelo mostrou-se melhor do que o

sistema atual em 12, ou seja, foi adequado em 86% dos casos.

As figuras 69 e 70 apresentam o resumo dos resultados obtidos,

calculando-se, a partir das médias mensais, as médias anuais dos custos atuais

e daqueles previstos. A partir de tais médias, foi calculada a diferença anual dos

custos médios (custo atual menos custo previsto). Os resultados positivos das

diferenças representam melhorias no sistema de gestão de estoques.

Analogamente, os negativos mostram que o modelo não foi adequado para o

item.

Os principais resultados observados são:

Acetona:

Teve um resultado inicialmente negativo, mas progressivamente

melhor. A partir de 2006, seu resultado apresentou-se positivo,

gerando um resultado final positivo. Este fato mostra que o modelo

adequou-se à realidade do item.

Chá:

Semelhante ao item acetona, o modelo para a gestão de chá não foi

inicialmente adequado, melhorando seus resultados a partir de

2006.

Envelope e Saco Protetor:

O modelo se mostrou inadequado em todo o período analisado para

ambos os itens. Nos dois casos, o modelo sugeriu maior quantidade

de compras com lotes menores daqueles adquiridos na realidade.

Curiosamente os modelos mais adequados para ambos os itens foi

Page 162: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

162

o modelo de Wilson-Harris revisto, o que deveria melhorar a

adequação dos lotes. Ainda que ambos tenham lotes mínimos

impostos pelos fornecedores, o resultado não correspondeu às

expectativas. O perfil de compras sugerido gerou custos de pedido

mais elevados (maior número de pedidos), custos de estocagem e

de excesso maiores (total de itens adquiridos por período superior

ao necessário), assim como custo com a compra em si superiores

(pelo mesmo motivo). O fato de impor lotes ótimos, de igual

tamanho por período, é a causa da inadequação do modelo. O ideal

seria a sugestão de lotes complementares, de dimensões

diferentes, para cada período.

Demais itens:

Nos demais casos, o modelo se mostrou adequado, gerando

economias financeiras em todos ou, pelo menos, na maior parte dos

períodos analisados.

Page 163: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

163

7. Conclusões e Considerações Finais

Conforme esperado, os modelos desenvolvidos apresentaram resultados

positivos em diversos aspectos:

i. foram capazes de prever a demanda com erros percentuais

médios baixos, viabilizando não apenas o volume de clientes na

empresa em cada período, mas também a previsão de

faturamento e a tomada de decisão com antecedência quanto a

adequações da capacidade produtiva (equipamentos, estrutura

física, gargalos, número de profissionais etc);

ii. permitem a previsão de consumo dos itens com margem de

segurança satisfatória;

iii. demonstraram a possibilidade de se reduzir os custos com a

gestão de estoques;

iv. geram base prévia para as tomadas de decisão.

A principal conclusão deste estudo é a comprovação da importância de

desenvolvimento e adoção de um sistema formal de previsão e gestão da

demanda e de estoques.

Apesar dos aspectos positivos do sistema atual (baixa complexidade,

revisão contínua e aquisição/consumo que se aproximam de um sistema just in

time), suas falhas apresentam maior impacto no resultado final. Os principais

pontos negativos do modelo atual são a necessidade de conhecimento empírico

da demanda por serviços e por produtos mês a mês, a dificuldade de

transmissão do formato de gestão para novos gestores, a inexistência de base

na tomada de decisão, a ausência de previsões (possibilitando não apenas

melhor planejamento, mas também melhores negociações com fornecedores) e,

como comprovado, custos mais elevados.

Ainda que tenha apresentado resultados gerais positivos em diversos

aspectos, o modelo desenvolvido é, sem sobra de dúvidas, passível de

melhorias. Não apenas pelo aprimoramento de fatores e pesos de cálculo, mas

pelo próprio aumento de períodos com demanda mais estabilizada, ou seja, com

menos alterações de grande impacto na estrutura da empresa.

Page 164: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

164

O pequeno número de períodos de base para as previsões, as grandes

alterações na estrutura, gerando variações elevadas na demanda absoluta e

relativa, bem como a elevada quantidade de dados de qualidade duvidosa

certamente afetam a qualidade dos modelos.

Também vale ressaltar a importância de se avaliar o grau de

complexidade exigida no desenvolvimento e na avaliação de novos modelos de

previsão e gestão de demanda e estoques. O investimento em termos de tempo

e de capital podem não compensar os ganhos com as alterações e melhorias do

sistema.

É pertinente ainda colocar que o foco nos erros médios de toda e

qualquer previsão são mais interessantes do que aquele nos erros máximo ou

mínimo. Ainda que o erro máximo possa ser elevado (ou o mínimo, baixo), ele

pode ser pontual, não revelando a qualidade das previsões em todos os demais

períodos. Assim, percebeu-se que o caminho seguido inicialmente neste estudo,

gerava vieses e possíveis miopias na avaliação de suas qualidades.

7.1 Sugestões e Recomendações

Como sugestões e recomendações para novos estudos, podem ser

citados os seguintes pontos:

i. tomar o devido cuidado com eventuais falhas no critério de

análise da qualidade dos resultados obtidos pelos modelos,

focando preferencialmente medidas que representem o conjunto

dos dados e não apenas os extremos e/ou pontos anormais,

outliers;

ii. desenvolver modelos alternativos, minimizando os impactos

negativos apresentados no item 6.5 deste estudo;

iii. avaliar a complexidade e a qualidade dos resultados de modelos

de previsão de consumo para cada item;

iv. aperfeiçoar o procedimento de determinação dos níveis de

consumo para cada item (previsão de consumo com base na

Page 165: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

165

demanda total) e comparar com os resultados obtidos na

sugestão acima;

v. rever o cálculo dos custos de estocagem que se demonstraram

bastante elevados em itens com grandes quantidades, como o

envelope para autoclave, por exemplo;

vi. desenvolver análises mais profundas sobre o volume e o

impacto de perdas e excessos gerados pelas previsões;

vii. desenvolver um procedimento que viabilize a comparação entre

modelos de forma dinâmica e interativa, não apenas analisando

isoladamente cada modelo/sistema de previsão e gestão e

comparando seus resultados.

Page 166: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

166

8. Referências Bibliográficas

BIAZZI, Jorge L. de. Planejamento e Controle de Estoques. Apostila utilizada

na disciplina Gestão de Estoques. Impresso, 2002.

BIAZZI, Jorge L. de. Transparências sobre Modelos de Previsão de Demanda,

2006.

CHOPRA, Sunil et MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de

Suprimentos. 1ª. Reimpressão. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

GAITHER, Norman et FRAZIER, Greg. Administração da Produção e

Operações. 8ª. Edição. São Paulo: Thomson, 2002.

MOURA, Cássia E. de. Gestão de Estoques. 1ª. Edição. Rio de Janeiro: Editora

Ciência Moderna Ltda., 2004.

CORRÊA, Henrique L. et CORRÊA, Carlos A. Administração de Produção e

Operações. www.atlasnet.com.br/correa/admproducao, acessado em 28 de

maio de 2006.

Formatado: Francês (França)

Page 167: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

167

ANEXOS

Anexo 1: Previsão de demanda total (Base 3 anos; Previsão Trimestral)

Page 168: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

168

Anexo 2: Previsão de demanda total (Base 3 anos; Previsão Mensal)

Page 169: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

169

Anexo 3: Previsão de demanda total (Base 2 anos; Previsão Trimestral)

Page 170: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

170

Anexo 4: Previsão de demanda total (Base 2 anos; Previsão Bimestral)

Page 171: GESTÃO DE ESTOQUE - TCC

171

Anexo 5: Previsão de demanda total (Base 2 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 6: Previsão de demanda total (Base 1 ano; Previsão Trimestral)

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Anexo 7: Previsão de demanda total (Base 1 ano; Previsão Bimestral)

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Anexo 8: Previsão de demanda total (Base 1 ano; Previsão Mensal)

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Anexo 9: Previsão de demanda podologia (Base 3 anos; Previsão Bimestral)

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Anexo 10: Previsão de demanda podologia (Base 3 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 11: Previsão de demanda podologia (Base 2 anos; Previsão Trimestral)

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Anexo 12: Previsão de demanda podologia (Base 2 anos; Previsão Bimestral)

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Anexo 13: Previsão de demanda podologia (Base 2 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 14: Previsão de demanda podologia (Base 1 ano; Previsão Trimestral)

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Anexo 15: Previsão de demanda podologia (Base 1 ano; Previsão Bimestral)

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Anexo 16: Previsão de demanda podologia (Base 1 ano; Previsão Mensal)

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Anexo 17: Previsão de demanda cabelo (Base 2 anos; Previsão Bimestral)

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Anexo 18: Previsão de demanda cabelo (Base 2 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 19: Previsão de demanda cabelo (Base 1 ano; Previsão Trimestral)

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Anexo 20: Previsão de demanda cabelo (Base 1 ano; Previsão Bimestral)

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Anexo 21: Previsão de demanda cabelo (Base 1 ano; Previsão Mensal)

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Anexo 22: Previsão de demanda depilação (Base 3 anos; Previsão Trimestral)

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Anexo 23: Previsão de demanda depilação (Base 3 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 24: Previsão de demanda depilação (Base 2 anos; Previsão Trimestral)

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Anexo 25: Previsão de demanda depilação (Base 2 anos; Previsão Bimestral)

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Anexo 26: Previsão de demanda depilação (Base 2 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 27: Previsão de demanda depilação (Base 1 ano; Previsão Trimestral)

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Anexo 28: Previsão de demanda depilação (Base 1 ano; Previsão Bimestral)

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Anexo 29: Previsão de demanda depilação (Base 1 ano; Previsão Mensal)

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Anexo 30: Previsão de demanda manicure (Base 3 anos; Previsão Trimestral)

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Anexo 31: Previsão de demanda manicure (Base 3 anos; Previsão Bimestral)

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Anexo 32: Previsão de demanda manicure (Base 3 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 33: Previsão de demanda manicure (Base 2 anos; Previsão Trimestral)

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Anexo 34: Previsão de demanda manicure (Base 2 anos; Previsão Mensal)

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Anexo 35: Previsão de demanda manicure (Base 1 ano; Previsão Trimestral)

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Anexo 36: Previsão de demanda manicure (Base 1 ano; Previsão Bimestral)

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Anexo 37: Previsão de demanda manicure (Base 1 ano; Previsão Mensal)